Era simples compreender o que estava acontecendo ali, naquele lugar, naquele momento. Não era necessário ficar nervoso. Era só apertar botões, era só esperar alguém atender. Mas o que estava prestes a fazer era apenas loucura.
Ele teve essa ideia depois de perceber que tinha sentimentos por ela, que era louco por ela. Mas poderia ser errado. Poderia ser muito errado.
Mas o que não estava errado naquele mundo? Primeiro que ele era um personagem de conto de fadas que estava vivendo no mundo onde ele era conhecido apenas como personagem. Ele morava em um bairro de Nova Iorque, bem afastado do resto da cidade para que as pessoas normais, aquelas que achavam que ele era apenas um vilão que, hora comeu a vó da Ruby, hora destruiu a casa de Hector. Mas não era bem assim. Esse era seu momento de redenção.
Sabe quando o personagem foi malvado sua vida toda, mas no final tem aquele ato de bondade que faz com que se redime por todos os seus pecados? Esse era o momento de Lobo. Mas talvez com sua ideia, ele voltaria a ser visto como o vilão.
A verdade é que ninguém confiava nele, mas todos esperavam que, como vilão, ele daria um bom xerife da cidade, combatendo mentes como a dele. Mas talvez esse trabalho servisse para o Batman, não para ele.
Atenderam sua ligação, passando para ele todos os dados que precisava para que a noite daqui três dias fosse incrível. Seu plano acabava de entrar em ação, mas ainda tinha muita coisa para fazer. Porém, já tinha um lugar reservado, agora só precisava arrumar vários detalhes para uma noite perfeita.
Focar no trabalho seria a melhor parte, ele tinha que ficar viajando pela cidade a procura de pistas de um tal suspeito por um crime que já estava ficando incontrolável. Várias princesas tinham sumido, como Ariel, Rapunzel e Ella. Outras estavam sendo protegidas pela polícia, e ainda haviam aquelas princesas que quase ninguém sabia os seus nomes, e que estava na hora de identificá-las. Estava sendo complicado procurar por algum vestígio, mas Lobo tinha um nome em sua cabeça: Vlad. O homem que avisou para entrar no prédio de Rapunzel pelos fundos e o fez encontrar com John e Mika.
Quem seria aquele homem e por que ele teria aquela informação?
Lobo tinha tantas perguntas na cabeça que era difícil pensar nas desculpas que daria para ela, para se aproximar dela, para fazer com que ela fosse até o lugar que ele queria. Ele estava ansioso, e só conseguia pensar em todas as possibilidades. Era um mar de talvez que mergulhava sua mente em desespero.
A verdade era que a moça tinha conquistado ele desde o dia que foi para a cidade. Ela tinha confusão como apelido, e ele sabia disso. Onde ela morava antes era comum saber das pegadinhas que ela pregava com vizinhos. Já escondeu todas as galinhas de um, soltou os porcos de outro, colocou bosta de vaca na frente da loja do boticário, e aquele cheiro ficou por muitos dias lá. Mas ela já tinha feito coisa pior.
Ela, com todo aquele jeito simpático, tinha feito com que Lobo se apaixonasse por alguém que não fosse a famosa Chapéuzinho Vermelho. É, ele nunca teve sentimentos assim por ela, era mais uma amiga de longa data, que, mesmo depois dos acontecidos, ainda se apoiavam em vários momentos. Ela era a única pessoa que saberia de todo o plano, para que, caso de que a moça escolha o final ruim, Ruby lembrar todas as escolhas de Lobo, e todo o plano. Apesar de doloroso, as vezes um amigo serve para isso.
Sem contar que ela era a favor de Lobo tentar ir atrás dessa moça, já não aguentava mais o amigo falar dela como se fosse uma musa inalcançável. Estava na hora de Lobo se aproximar dela e tentar alguns movimentos.
Dia 1
A parte mais difícil seria ir novamente até o centro daquele parque encontrar com Merlin. Precisava de duas poções, dois feitiços para serem usados naquele dia. Mas não sabia ainda como pedir aquilo sem precisar contar seu plano a ele. Também não queria forçar Merlin a entrar nessa história. Ele precisaria ser o único errado. Ou o único certo.
A casa continuava igual à da última vez que visitou o mago. E visitou com ela. E lembrou tudo o que tinha acontecido naquela tarde e começou a ficar inconfortável em como tudo deu errado naquele dia. Merlin atendeu sorrindo, dizendo para Lobo não se preocupar e entrar, já mostrando a mesa com um bule de chá.
-Chegou no horário Lobo. - O mago arrumou seus óculos enquanto fazia um gesto para que o bule parasse de servir o chá. - Mas já sei o que deseja. Eu sempre sei. Finalmente seguiu meus conselhos, hein? - sorriu para Lobo, que não conseguiu retribuir.
-Sinto que estou fazendo algo errado. Isso não parece certo. - Lobo disse encabulado, tomando o chá, e fazendo uma careta. Merlin era louco, aquele chá parecia apenas folhas aleatórias com água quente. - Mas é por isso que preciso da sua ajuda. Eu não consigo viver com mais “ e se…” rodando em minha mente. Já estive em situações onde hoje eu penso que poderiam ser diferentes. Me ajude a não ter uma dúvida dessas em minha mente, principalmente em relação a ela. Eu preciso de um feitiço, na verdade, um pra mim e um pra ela, algo que possamos esquecer tudo aquilo que aconteceu.
Lobo explicou toda a situação para Merlin, tentando não contar os detalhes sórdidos de tudo o que planejava fazer. Merlin aceitou fazer os feitiços, mas só conseguiria entregar para Lobo no dia, o que complicaria o que Lobo queria tanto fazer. Mas nada parecia abalar o canino. Ele aceitou e se despediu. Precisava continuar trabalhando nos desaparecimentos de princesas enquanto isso. Precisava mantê-la ocupada até o dia que viria e colocaria seu plano em prática. Mas para isso precisava de mais tempo.
Alex passava os dias na companhia de Astrid, que começou a frequentar uma escola, e tinha como tutora a amiga. Era parte do trabalho de Alex na Cidade das Fábulas promover segurança para aqueles que não tinham alguém mais velho para cuidar. No momento, só Astrid tinha cruzado a linha sozinha, sem parente algum. Os outros contos que eram crianças fugiram com seus pais. Ou já eram, de fato, maiores de idade.
Era incrível perceber a facilidade que ela tinha em ajudar aquelas pessoas. Alex não era uma personagem bondosa, na verdade, nada ficava muito claro sobre sua personalidade em sua história. A única coisa que se sabia era que seu sono era leve. Só isso. E isso a deixava maluca.
Porém, depois de se mudar para a Cidade das Fábulas, ela sentia que havia crescido muito mais do que em todos os anos que passara dentro de um conto quase desconhecido. Ela tinha se matriculado em uma faculdade comunitária, ajudava os personagens desalojados a encontrarem um lugar para eles nesse novo mundo. E agora ajudava Astrid sempre que podia.
Ela se sentia bem fazendo isso, se sentia completa. Quando morava no castelo quase ninguém a ajudava e ela se sentia isolada. Ela começou a ter raiva das pessoas, e aos poucos foi diminuindo suas saídas. Até que resolveu viver em um dos vilarejos, sozinha, em uma casa, produzindo a sua comida e quase não saindo de casa também, já que sabiam que ela era a suposta princesa que foi trocada por outra no altar. Até que um dia se cansou de tudo aquilo e descobriu esse mundo.
não desejava que mais ninguém sentisse tudo aquilo que sentiu, não queria que ninguém tivesse uma vida amarga como foi a dela por no mínimo uns quatrocentos anos. Então quando via personagens perdidos depois dessa mudança, tentava fazer ao máximo para ajudá-los.
E Lobo via beleza nisso, e achava que era parte do charme dela. Ela tentava mostrar que era uma mulher forte, mas que não gostava muito de relações com outras pessoas, que preferiria passar muito mais tempo dentro de seu pequeno mundinho do que conversando com outra pessoa. E que ela tinha apenas zelo por ele.
Ele sabia que era quase uma paixão que sentia por ela, era um sentimento muito estranho, ele não sabia descrever. E também deixava tudo romantizado, pois sempre que perdia sua linha de pensamento era para imaginar o que ela poderia estar fazendo no momento, e sua reação ao saber que ele nutria um sentimento maior por ela.
Estava difícil não pensar em tudo o que estava planejando, tendo de lidar com aquele suspeito andando pela cidade, provavelmente planejando seu próximo ataque a sua próxima princesa. Isso era o que mais preocupava Lobo. Ele não podia deixar mais ninguém correndo perigo.
Eles trabalhavam juntos, sempre ajudava Lobo a encontrar pistas, e foi o que fizeram a tarde inteira. Ela ficou lendo artigos sobre os czares russos e a dinastia russa, enquanto Lobo rondava o apartamento de Rapunzel, procurando por um cheiro diferente, uma marca estranha, qualquer coisa que pudesse relacionar com aquele tal de Vlad. Também tinha pedido para procurar quem era ele.
Na parte da noite, normalmente dedicava às aulas e aos estudos, e aquele dia não seria diferente. Ela fez todos os relatórios que precisava e pegou um metrô em direção à faculdade. Sempre fazia o mesmo caminho que era quase como um ritual para esquecer que era apenas uma personagem e para se comportar como aquelas pessoas. Logo atrás dela vinha uma colega de sala, que se postou ao seu lado no vagão, sorrindo.
- , certo? - ela perguntou com um sorriso no rosto.- Fazemos aulas juntas. Que dia corrido não? - apenas afirmou com a cabeça, deixando a menina entrar em uma espécie de monólogo de como seu relacionamento não estava dando certo, seu trabalho não dava folga e que não aguentava mais a faculdade. A moça apenas escutava, balançando a cabeça nos momentos certos, respondendo vagamente quando tinha uma deixa. - E você? Trabalha?
- Sim, eu sou tutora de uma menina de treze anos. Ela não consegue acompanhar as matérias, então eu a ajudo. Fora isso eu trabalho na delegacia, mas não em um cargo importante. - Ela sorriu, desejando que a conversa acabasse logo. Mas a moça insistiu.
- Você deve ter um namorado, estou certa? Você é muito bonita para não ter ninguém.
odiava esse tipo de comentário. Então resolveu contar qual era o seu problema com relacionamentos.
- Eu tive um noivo que me trocou por outra. Então no momento não quero voltar a ter esse tipo de dor de cabeça.
- Vamos marcar de sair então. Em alguma festa. Vamos chamar mais algumas meninas da sala para ficarmos todas bêbadas e falarmos como homens não prestam. Será divertido. - ela sorria como se realmente fosse divertido ficar reclamando sobre suas decepções amorosas. preferia fazer outra coisa, tudo, menos ficar reclamando que seu noivo escolheu outra para se casar e que sua sogra era maluca.
A aula demorou a acabar, e a moça do metrô não parava de falar. Ela queria mesmo se aproximar de . Tudo isso a deixava irritada e com vontade de sair da aula a qualquer segundo. Era uma aula sobre comportamento e filosofia. já sabia toda aquela matéria, mas não podia demonstrar que sabia praticamente mais que o professor, então ela ficava cada vez com mais vontade de ir embora. Qual era o sentido de ficar naquele lugar sendo que sabia a matéria só de ler a apostila?
A moça continuou seguindo depois que a aula acabou. Não parava de falar sobre como seria legal elas irem a uma festa, se divertirem sem homens. Até que encontraram com o grupo dessa menina e todas caminharam até a entrada da faculdade.
O que viu a deixou bem surpresa. Lobo estava encostado em seu carro, fumando um cigarro, sempre com aquela expressão misteriosa. Ele parecia perdido em seus pensamentos. Quando a moça viu que não parava de fitar o homem, comentou.
- Ué, você não me disse que tinha um namorado. - e foi enquanto ela dizia isso que Lobo se aproximou delas.
se sentia no colegial, apesar de nunca ter feito, de fato, um. Mas de acordo com a maioria dos filmes colegiais, ela se sentia como aquela menina nerd, no momento que o capitão do time da escola vem falar com ela e todos ficam observando.
- Ele não é meu namorado.- ela sussurrou. Era estúpido falar isso, se sentia estúpida e infantil dizendo isso. Mas o que queria mesmo era que essa moça calasse a boca.
Os dois sorriram e ela se despediu dessas meninas. Ela não entendia como sempre chamava atenção desse tipo de gente. Ou melhor, de qualquer tipo de gente.
- Que bom que você fez amigas. - Lobo disse sorridente. Abriu a porta do carro, sentou e antes mesmo de ligar o carro colocou outro cigarro na boca e acendeu.
- Elas não são minhas amigas, pai. E me passa esse cigarro para cá.
- Decidiu fumar agora?
- Acho que hoje é um bom dia para fumar. Prefiro isso à álcool. - Lobo olhou para , que já estava com o cigarro na boca. - Ai eu acendo um para você. Só acho que isso não te faz bem. Tudo bem que nossos pulmões serão melhores do que com quem nunca teve contato com fumaça e poluição, mas isso te vicia.
- E desde quando você se preocupa com isso?
-Desde que você começou a me tratar como uma protegida.
- Eu não fiz isso.
- Está fazendo.
- Você não entende. Isso vai além do que imagina. Não vou te levar para casa, mas sim para outro lugar. Trabalho, . Trabalho.
Dia 2
Lobo, então, saiu para comprar tudo aquilo que julgava necessário para ter uma noite perfeita com , e, perto da moça tentava parecer calmo, como se não tivesse acontecendo nada e sua cabeça não estivesse perdida em um milhão de pensamentos.
Comprou comida, bebida e ornamentos para decorar aquele lugar. Precisava deixar tudo perfeito, afinal, ele estava lidando com uma princesa, e nada melhor do que tratá-la assim.
Não gostava de pensar dessa forma, já que ela não se considerava uma princesa, afinal sua única ligação com o sangue real era seu ex-noivo. Mas como a tratavam na história como princesa, acaba que Lobo prefere pensar que ela também é. Afinal, vai que esse cara que estão procurando também pensa assim.
Ele ficou se perguntando se foi certo buscá-la na faculdade na noite anterior. não parecia nada feliz com a aparição dele em frente à faculdade. Talvez ela quisesse separar a vida na Cidade das Fábulas daquela vida na real Nova Iorque. Talvez ela não o quisesse por perto. Eram tantas dúvidas em sua cabeça. E novamente se pegava pensando nela.
Aparentemente era melhor procurar Mika ou John. Lembrava um pouco o cheiro deles e conseguiria mais alguma informação.
Queria passar a maior parte do dia pensando em como preparar as comidas que gostava. Queria mesmo era começar logo a arrumar tudo para o próximo dia. Não conseguia pensar em mais nada que não fosse isso.
- , oi, eu queria perguntar se você não queria ir almoçar comigo. Eu tô praticamente aqui na biblioteca já. - ele disse com o celular na orelha. Esperava uma resposta positiva, e quando ouviu, ficou animado com o dia seguinte. - Estou aqui te esperando.
apareceu cinco minutos depois com vários papéis nas mãos, e um sorriso no rosto. Ela parecia exausta de tanto ler, mas também parecia estar mais calma com a pausa nas pesquisas.
- Eu não encontro nada sobre ele! - ela bufou no carro, jogando os papéis no banco de trás. Parecia à vontade com ele, e eles pareciam um casal naquele momento. - Sério, não tem nada sobre nenhum Vladmir na história. Eu tô ficando até vesga de tantos nomes russos compridos estou lendo. - nisso, ela começou a rir. Lobo riu junto.
- Também não encontro nenhuma pista. Acho que está na hora de mudarmos o nosso foco. Mas não devemos fazer isso de barriga vazia.- ele disse em um tom sedutor. Logo riu. Se sentia descontraído perto dela. - Então, tem algum lugar que deseja conhecer?
- Nós podíamos ir comer na rua, e fingirmos que somos turistas. Vamos? Tenho certeza que vai ser divertido. A gente pode até fingir um outro sotaque para os vendedores não nos entender direito. - ela ria só de imaginar a cena.
- Bem, se é o que você quer. Então, como será nosso sotaque?
Eles riram até chegar em Coney Island, que era um complexo de parques de diversão à beira do mar. Lá era simples, você pagava um tanto de créditos e poderia brincar de acordo de onde comprou esses créditos. Eles decidiram que iriam no parque que tinha a montanha russa mais velha dos Estados Unidos, e eles sentiam como se o brinquedo fosse quebrar a qualquer momento. Depois de andar em uns dois brinquedos fingindo que falavam uma outra língua, resolveram parar para comer.
Caminhavam ao lado do outro, tentando contar como foi a manhã deles com aquele sotaque que inventaram. Lobo contava sobre como suas investigações continuavam sem resultado e contava sobre como a pesquisa não ia para frente.
Eles pararam em frente a uma lanchonete e resolveram comer por ali mesmo. Fizeram o pedido e se sentaram em uma mesa mais ao fundo.
-Então, Lobo, está gostando de viver aqui? - Ela perguntou enquanto mergulhava a batata frita no ketchup.
- Bem, melhor aqui do que lá, né? - ele disse, dando uma mordida no pão. - Aqui as pessoas não têm mais o medo que tinham por mim. Quer dizer, pelo menos elas não desviam mais de mim nas ruas.
- Todos parecem gostar muito de você. Mas se não desvendar logo esse caso das princesas, não vai mais continuar assim. - ela pousou sua mão em cima da dele.- Eu vou te ajudar, mas também não estou tendo sucesso.
- Não vamos mais falar sobre o trabalho. Me conte outra coisa vai. - Lobo disse, e logo colocou o copo na boca, estudando a reação da .
- Tipo o que? - Ela estava curiosa para saber onde Lobo queria chegar.
- Não sei. O que você faz quando ninguém está olhando?- Ele perguntou rindo.
- Danço. - ela respondeu séria, o que fez Lobo ficar com vergonha por ter rido. Mas logo em seguida ela começou a gargalhar.- Você me viu dançando já. Eu sou um trambolho que não sabe movimentar o corpo ao ritmo da música. E você? - ela continuou rindo da constatação, mas estava curiosa para saber a resposta dele.
- Faço caretas para espelhos. Sério, é meu pior vício. Toda vez que vejo um retrovisor de carro eu preciso parar, arrumar meu cabelo e dizer “Hoje eu tô que nem um caminhão de pecado”. - não conseguiu conter sua risada, chamando atenção para os dois. Lobo riu junto, se sentia idiota por ter respondido aquilo, mas fez ela rir. - Falando sério agora. É, eu faço isso.
- Duvido! Passamos por no mínimo seis carros já. Você nem deu aquela olhada sorrateira pra conferir o visual! - ela não conseguia parar de rir. - Conta, o que você faz quando ninguém olha?
- Você está preparada para descobrir o que eu faço? Talvez você deseje nunca ter perguntado isso.- Ele começou a se fazer de misterioso. tentava adivinhar o que ele iria falar. - Bem, eu me transformo. Não completamente, mas deixo minhas presas soltas, assim como as garras. É bem libertador.
- Você se transforma em casa? - Ela estava séria agora. Para Lobo aquilo era importante, era a forma natural dele. Era difícil lembrar que ele não tinha um corpo humano.
- Quase sempre quando vou dormir. Mas eu preciso querer isso. Já me treinei para não fazer isso sem querer e assustar Colin. Normalmente eu não faço isso, mas as vezes é libertador. Principalmente andando na rua.
- Nunca parou para andar nas florestas na sua forma à noite? Tipo em lua cheia, para assustar as pessoas, falar com elas e parecer um lobisomem? - esboçava um sorriso, achava aquela ideia cômica. - Você podia falar que tá procurando por uns irmãos que andam com um anjo. É uma das histórias mais famosas dessas pessoas.
- Como você é malvada! Tem certeza que é uma personagem boa? Você tem cada ideia . - Ele ria, imaginando como essas pessoas reagiriam ao encontrar um lobo que fala. Anos de terapia gastos. Bem, pelo menos alguém ganharia dinheiro com isso. - Acho que já está na hora de voltarmos.
- Mas já? Não podemos andar mais um pouco e depois mentir para Branca dizendo que depois de almoçar voltamos os nossos afazeres? Vamos, só mais um pouco. Você nem ganhou uma pelúcia para mim! Como pode querer terminar esse passeio assim?
- Vamos . Outra hora eu ganho essa pelúcia para você. - Lobo disse tirando a chave do carro e levantando da mesa.
- Outra hora? Então vai rolar um segundo encontro? - ela olhou curiosa para ele.
-Encontro? Bem, quem sabe.
Dia 3
Lobo mal esperava terminar o turno de para que começasse a colocar em prática o seu plano. Passou o dia inteiro ensaiando mentalmente o que falaria para ela quando chegasse a hora. Então teve a ideia perfeita lá pela metade do dia.
Sentia-se ansioso, desesperado para saber quais seriam as reações da moça, sobre tudo o que pensava sobre ela, sobre tudo o que estava acontecendo. Ele nunca tinha se sentido assim, como se tivesse a necessidade de fazê-la feliz, protegê-la e cuidar para que nada, nunca, pudesse acontecer com ela. Ele queria que ela soubesse que não consegue nem se concentrar em pistas para o caso que estavam tentando resolver, porque ele passava quase vinte e quatro horas por dia pensando em qual seria a reação dela ao saber que ele realmente gostava dele. Ah, se pelo menos ela soubesse.
Tudo pronto, ele esperou ela entrar no Alfa Romeo velho e sorrir para ele, perguntando qual seria o destino deles. Ele explicou que encontrou a pista em um hotel e era para onde estavam indo. Disse que alguma coisa havia acontecido lá e que era melhor eles irem de carro mesmo. E foi o que fez. Seguiu pelas ruas de Nova Iorque até chegar em um hotel que parecia bem bonito e arrumado para uma fábula tentar se esconder. Era impossível aquele suspeito ter tanto dinheiro assim.
Assim que desceram, ficou encantada com o lugar, o que já era de se esperar. Ela era encantada com tudo o que era feito na cidade grande, e como as coisas não eram nada parecidas com a realidade que eles tiveram de lidar por muito tempo. Por que não deixaram os contos de fadas mais tecnológicos?
Hoje o Lobo poderia ser muito bem um pedófilo que repassa várias fotos de crianças pela internet, ou simplesmente aquele cara que divulga vídeos de porn revenge. Talvez o caçador fosse apenas a ‘justiça’ que tira essas imagens da internet e processa o Lobo. Mas ela espantou esse pensamento, ela conhecia o Lobo, e sabia que ele não era dessa forma. Era algo que simplesmente não condizia com ele.
E justo naquele dia ele estava mais enigmático. sempre achou que ele tinha esse ar misterioso, que era justamente seu charme, mas começava a sentir que Lobo era mais fechado mesmo. Ele não parecia ser dessas pessoas que se abriam sobre quaisquer sentimentos, e isso a preocupava.
Ele acendia mais um cigarro, enquanto ela observava ele, em poucos segundos, terminar com o cigarro. Ele odiava o fato de que não poderia fumar dentro do edifício. Era um dos vícios que talvez nunca fosse conseguir largar, mas não faria importância, sua recuperação era tão rápida que se alguém examinasse seus pulmões naquele momento, eles seriam tão saudáveis quanto de alguém que viveu na mata a vida toda.
Eles entraram e seguiram direto para o quarto. Ao abrir, teve uma grande surpresa. Estava tudo enfeitado com rosas, suas comidas favoritas se encontravam em cima de um balcão, um ótimo aroma saía de velas, e uma música tocava no rádio ao fundo.
- Lobo, o que é isso? - Ela perguntou assustada.
Ele trancou a porta, escondendo a chave no momento seguinte. Virou para compenetrado, ainda nervoso pelo o que estava acontecendo. Tirou dois frascos de dentro de um pequeno armário e mostrou para ela.
- Eu conversei com Merlin, ele fez isso especialmente para nós. , precisamos conversar. E talvez iremos precisar disso. - Ele falava como se cada palavra que ele pronunciava o machucasse. - Você precisa ser sincera comigo.
Ela nem sabia o que falar. Não entendia o que estava acontecendo. Como poderia estar naquela sala? Não teria sido ali que o suspeito estava? O que Lobo estava pensando?
- , você sabe muito bem do que estou falando. Aquele dia em que você foi baleada, eu não sabia o que fazer. Minha mente entrou em grande desespero. Mas antes disso eu já possuía um grande desespero: o dia que você reencontrou ele.
- Lobo, eu não entendo. Ele foi a pessoa que mais me tratou mal no reino das fábulas. Foi um deslize, confesso. Mas eu ainda não estou entendendo o que está acontecendo.
- Você está entendendo muito bem . - Ele se aproximou dela segurando seus braços, sem apertar muito.- Aceite o que está acontecendo. Por favor. - e falou mais como uma súplica.
Eles estavam muito próximos, podia sentir o hálito forte de Lobo em seu rosto. Uma mistura de café e nicotina que a fazia se sentir entorpecida. Ela não conseguia entender o que estava acontecendo ali. Ou se tudo aquilo estava realmente acontecendo.
- Eu nos separei do mundo. - ele voltou a dizer, dessa vez, indo em direção às comidas e pegando o vinho. - Nós precisávamos de um lugar a sós, sem ninguém para nos atrapalhar. Teria que ser um lugar muito secreto, nem espiões poderiam dizer que estamos aqui. - ele ofereceu uma taça a ela, que aceitou, reclusa. - Precisamos colocar algumas coisas na mesa. , eu não sei muito bem como te dizer, e já venho a um tempo tentando lhe dizer isso. Acho que eu gosto de você. Acho que talvez deveríamos tentar ver se funcionaria. Bem, talvez funcionaríamos, mas você vê o nosso problema? Não somos uma certeza, somos uma incógnita. Uma incógnita quase impossível de encontrar, que ninguém nunca nem tentou, e que fica esquecida por aí. , você acha que conseguiremos tentar?
- Bem, você me pegou de surpresa, e parece mais que quer me pedir em casamento do que simplesmente ter um caso que poderia durar essa noite. Nem precisava fazer tudo isso de esforço, mas vindo de você, tudo o que você fala e faz, é uma surpresa para mim.
Lobo se aproximou dela, deixando seus corpos muito próximos, mas sem partir para um beijo. sentia como se a qualquer momento iria ceder, e logo já estariam naquela cama. Mas afinal, qual seria o problema?
- Você quer tentar? - a voz dele suava cada vez mais sedutora.
- Vamos fazer uma confusão, então. - Ela o surpreendeu quebrando o espaço que tinham, beijando-o.
Eles começaram a se conhecer, inicialmente pelo sabor das bocas. Como era de se esperar, tinha um sabor doce, era delicada até na hora de beijar Lobo, mesmo que o puxasse cada vez para mais perto com suas mãos, antes de segurá-lo pela nuca e bagunçar seus cabelos. Já Lobo, tinha o já conhecido sabor de nicotina, mas que deixava de prevalecer naquele momento. Ele era tudo o que ela mais queria, e nada daquilo iria diminuir a intensidade de como desejava aquele momento.
Lobo puxava a moça para perto de si já levantando suas mãos pelas costas dela, como se já estivesse pronto para passar para o próximo passo. Eles foram caminhando, entre beijos, até a cama, onde caíram, ele, em cima dela.
Alex não pode deixar de rir. Mas não pela situação ser engraçada, e sim porque estava contente. Talvez Lobo estivesse certo. Isso parecia certo. Ele então começou a beijar o pescoço dela, enquanto ela já se preparava para tirar sua camisa listrada. Ela começara a descobrir suas costas, sua barriga, seu pescoço. As mãos dela acariciavam todo o seu torso, pareciam estar descobrindo algo completamente novo e diferente.
Lobo também não esperou muito e tirou a camiseta que ela usava, deixando a vista um sutiã que, claramente, não o faria perder expectativas. Era simples, mas ficava tão bonito nela que nem ligava para sua cor.
Ele começou a beijar o pescoço dela, levando-a para a cabeceira da cama, do pescoço foi beijando, fazendo um caminho até seus seios, onde parou e olhou para ela, como se pedisse uma aprovação para que pudesse continuar. Mas ao ver a reação de , simplesmente continuou.
Ele levou uma de suas mãos a um de seus seios enquanto beijava o outro, como se estivesse fazendo um carinho. Então levou suas mãos às costas dela, desabotoando o sutiã, deixando o torso dela livre.
Parou para observar um pouco como era bonita. Como ela era incrível, e como estava enlouquecido por ela. Ele voltou a beijar o pescoço dela, agora indo em direção à sua orelha, onde sussurrou: “ Dane-se o seu beijo e as coisas que você me provoca.” e voltou a beijá-la, como se fizesse muito tempo que ele estava desejando aquele momento.
Ele voltou a beijar seus seios, e parecia amar aquilo. Ela se movimentava conforme ele beijava, mordia e apertava seus seios. As mãos dela foram descendo em direção à sua calça, que foi despida em dois segundos, e eles estavam entorpecidos com aquele momento.
Ele foi descendo seus beijos até chegar no cós de sua calça, onde foi abotoando vagarosamente, enquanto beijava quase toda a região, assim que a despiu, mesmo com calcinha, ele começou a descer novamente seus beijos, até chegar na região do clítoris dela.
Voltou a beijá-la, e começou a fazer pequenos movimentos circulares, já fazendo com que ela respirasse fundo, para tentar manter a calma. Quando sentiu que era suficiente, que já tinha esperado muito, distribuiu beijos por todo corpo dela, até chegar novamente onde estava a calcinha, e a despiu, tirando sua última peça do corpo, e começou a beijar seu clitóris, logo em seguida começou a lamber, tirando alguns suspiros dela.
Não demorou muito para sentir que já estava pronta o suficiente para começar a brincar com os dedos, e ele continuou estimulando-a, sentindo um prazer em apenas senti-la excitada com as mãos. Ele esperou ela ficar ainda mais excitada e penetrou um dedo nela, fazendo com ela gemesse um pouco mais alto.
E não levou muito tempo para começar a masturbá-la, a estimulando com dois dedos, fazendo com que cada vez mais, seus gemidos ficassem mais altos. Ela já começava a ficar suada, mas no momento não queria sentir mais nada que não fosse ele. E ele a masturbava devagar, como se estivesse apenas testando seu limite. Hora ele acelerava, hora diminuía. Assim que ela começava a ficar animada e não conseguir conter seus gemidos, ele diminuía o ritmo, e parecia adorar.
Não demorou muito para sentir a necessidade de fazê-la gemer ainda mais. Os sons que ela fazia já o estimulava, e quando percebeu, já estava ajudando a tirar a sua cueca, com um sorriso muito malicioso, já demonstrando o que realmente queria. E como ele poderia negar?
Ele, então, penetrou ela devagar, sempre olhando em seu rosto, tentando desvendar a expressão que ela fazia. Tinha medo de machucá-la, mas foi surpreendido com ela enlaçando suas penas na sua cintura, e o incentivando a ir até o final.
Eles variavam o ritmo e as posições, até que chegou em seu ápice. Mas continuaram até que Lobo também tivesse o seu orgasmo. Eles sorriram, cansados e satisfeitos com o que tinha acontecido.
Os cabelos bagunçados, as roupas jogadas no chão, mas não sabiam se aquele sentimento poderia deixar de ser bagunçado, como o quarto estava. Era muita coisa para decidir no momento.
- Então…? - Lobo disse rouco, ainda cansado.
- O que? Quer que eu diga que a foda foi ótima? - disse rindo. - Bem, é. Acho que 8 de 10.
- Que?
- Foi boa, mas acho que podemos melhorar. - Ela se sentia boba por estar sendo tão aberta com ele. Nunca fora muito de falar assim com quem ia para a cama. Mas com Lobo era diferente. Apesar do estilo dele, ela sentia que poderia ser aberta com ele. Contanto que não falassem das confusões que sentiam. Ao ver a expressão de quem não estava entendendo nada de Lobo, começou a rir. - Você é muito puro Lobo. Se solta mais. Não há nada mais íntimo que esse momento. Quero conhecer você, ou melhor, conhecer o que se passa nessa cabecinha pensante que não fala mais nada.
- E o que você quer que eu fale? - ele perguntou um pouco receoso com a resposta.
- Primeiro, dê uma nota também. E fale a verdade. A gente pode tentar de novo sabe? Se você não gostou. -Ela então piscou, enquanto se levantava para pegar a garrafa de champanhe, rindo de Lobo.
se sentou ao lado dele, esperando alguma outra reação que não fosse ficar vermelho e ainda mais calado. Bebericou a garrafa e passou para ele, que aceitou e tomou quase metade do líquido. Era a bebida da coragem.
Ela começou a ter uma crise de riso pela forma como Lobo estava. Não tinha imaginado que Lobo era tão retraído assim, até naquele momento. Sempre tinha visto ele como um homem misterioso, mas que era incrivelmente sexy e conseguiria seduzir qualquer mulher quando quisesse. Não sabia se era por ser com ela que ele estava extremamente tímido.
- Melhor do que com ele. - ela disse séria. Lobo olhou assustado com a confissão que ela fez. - Sério. Muito melhor. Ainda bem que não casei com aquele babaca. - Ela deitou a cabeça no peito de Lobo, começando a passar a mão pelo abdome dele. Estava se sentindo tão bem que nem lembrava o que realmente fez Lobo fazer tudo aquilo. Ele era quase tão louco quanto ela.
- , você está fugindo da conversa. O que você acha? Vai dar certo? Quer tentar?
- Depois do que acabou de acontecer? Você acha que eu teria outra resposta sem ser um sim? Claro que eu quero tentar. Mas eu preciso de tempo. Agora eu finalmente estou livre e me sinto livre. Não que você me prenda, eu não me sinto assim perto de você. Mas eu não quero estar presa a ninguém no momento. Mas se eu quero tentar? Quero. Muito.
Lobo ficou sem reação ao ouvir a resposta. Não fora aquilo que ele tinha imaginado. Quer dizer, para ela não querer ficar com ele seria porque não gosta dele, mas ela tinha acabado de dizer que gosta. Ele levantou e pegou os dois frascos que recebeu de Merlin, entregando um para ela.
- Bem, Merlin que fez isso a meu pedido. São poções do esquecimento. Pedi para ele fazer especialmente para nós. Não vamos lembrar do que aconteceu conosco nos últimos quatro dias.
- Nos últimos quatro dias? - não conseguia acreditar. - Mas eu tive aula nesse meio tempo. Não posso me esquecer disso. - a voz dela já estava melancólica.
- Não, você só vai esquecer do tempo que passou comigo. Não vai esquecer das aulas, ou das conversas com aquelas amigas. Você só vai esquecer de quando eu te busquei…
- Ou de Coney Island. Foi tão divertido. Mas acho que é necessário.
- Você não quer se lembrar de hoje?
- Não sei se quero. Tenho muitas dúvidas, Lobo, sem contar que sei que irei me arrepender. Vou me arrepender tanto de não ter tentado com você.
- Então por que não tenta? - Lobo estava quase explodindo. - , você está confusa. Você diz que quer ficar comigo, mas também diz que não quer. Você diz que foi divertido, que você gostou e que nós podíamos melhorar, mas prefere tomar o conteúdo desses frascos. Por quê?
- Lobo… Eu não estou pronta para outro relacionamento. Você viu como aquele príncipe me deixou. Você viu o que ele fez comigo. Eu não sei se estou pronta para me entregar para alguém da forma que me entreguei para ele de novo. Entenda, eu queria muito tentar com você, mas em outro momento.
- Mas então por que você deu corda para tudo o que eu disse e fiz hoje? - Ele já gritava. via suas presas aparecendo, ele já estava ficando curvado e seu corpo começava a ficar mais peludo. - Por que foi aceitando o que foi acontecendo?
- Porque você estava deixando! - ela gritava junto, ela chorava, não acreditando no que estava acontecendo. - Você não sabe o quão incrivelmente irresistível pode ser. E antes de hoje eu não sabia que você também gostava de mim. Então eu ainda nutria que nós ficaríamos juntos depois que eu me livrasse daquele babaca.
Lobo pegou a garrafa de vinho e arremessou na parede. Derrubou algumas cadeiras, levando também tudo o que estava em cima da cômoda para o chão. olhava para ele horrorizada. Ela não entendia porque ele estava tão bravo, a ponto de estar se transformando. Talvez essa fosse a verdadeira face dele, um animal explosivo, que quebra tudo aquilo que encontra pela frente.
- Está vendo? Nós não daríamos certo nem se tentássemos.- ela disse chorando. Estava encolhida em um canto do quarto. - Nós nem precisamos tentar para descobrir isso. Olha como você está. Explodiu por nada. Por algo que eu falei. E se toda vez for assim? Você pode me machucar…
Lobo estava arfando, mas percebeu que tinha se transformado e nem tinha percebido. Quando olhou novamente para , viu o quão assustada estava. Ele foi, aos poucos, voltando ao normal, e também se acalmando.
Mais lágrimas começaram a cair do olho de , ela estava com medo. Poderia não ser a melhor opção esquecer. E o que aconteceria? Ela continuaria sonhando com o dia que Lobo a chamaria para sair novamente? Ela continuaria imaginando como seria ter alguém que realmente amasse ela do lado de sua cama? Ela iria continuar vendo o ex, já que não teria coragem de fazer o que fez hoje?
Lobo se aproximou, colocando uma mão em seu rosto e enxugando suas lágrimas. Ele também parecia triste, mas a verdade é que os dois estavam arrasados. Só com isso já saberiam que não dariam certo, que poderiam ter um relacionamento, mas teria um fim cheio de mágoas. Um fim que não teriam coragem de apagar de suas mentes.
, então, tirou a tampa do frasco, sentindo o cheiro doce que vinha dele. Ela não conseguia mais olhar para o rosto de Lobo. Tudo aquilo seria perdido. Aquela noite, o almoço na lanchonete. Ela nunca mais saberia como Lobo se sente preso em forma de humano, que um de seus desejos seria andar em sua forma original.
Lobo colocou o frasco na cama, segurando a cabeça de com as duas mãos, fazendo com que ela não tivesse outro lugar para olhar sem ser seus olhos. Aqueles olhos amarelos que não conseguiam olhar para outro lugar que não fosse os olhos dela.
- Me prometa, . Me prometa que se você tomar isso, você vai me procurar o dia que quiser a companhia de alguém. E nós vamos para Coney Island. E dessa vez eu pego aquela maldita pelúcia para você. - Com isso, depositou seu último beijo na boca dela.
Fim.
Nota da autora: (30/12/2015)
Olá pessoas! Bem, queria agradecer quem leu a fanfic, quem gostou, quem não gostou. ( Bem, gosto é gosto, não posso agradar todo mundo.) Essa história é um spin-off de uma fanfic minha chamada O Lobo Entre Nós *disponível no Fanfic Obsession*. Gostaria de agradecer infinitamente as meninas do TDKAU que me ajudaram à beça a escrever certas partes da fanfic, especialmente a Mare e a Vans. E também a todo mundo que votou na minha pessoa como autora do mês, vocês não imaginam como eu ainda estou feliz por isso. Que vocês tenham o melhor ano, muitas festas e pouca ressaca para vocês.