Capitolo Uno
- Vamos logo ! - Lexi berrava da porta do quarto das meninas – Eles já devem estar aqui!
se limitou a revirar os olhos para amiga. Há uma semana Lexi só pensava em uma coisa, Real Madrid. O time da capital espanhola estava no país para participar da pré-temporada, e o local escolhido para o treinamento havia sido a universidade das meninas, a famosa Universidade da Califórnia em Los Angeles. Nada disso afetaria a vida de se ela não tivesse escolhido fazer um curso durante as férias, afinal era verão! Ela deveria estar na praia e não dentro da biblioteca da universidade tentando entender a mente de Shakespeare.
Mas não teve muita escolha, após terminar o primeiro ano da universidade aos trancos e barrancos, decidiu se matricular em um curso de verão, e lógico que sua grande amiga Lexi embarcou nessa junto com ela, afinal não era como se ela sentisse falta de Kentucky.
- Eu não sei para quê tanta pressa, Lexi – disse ainda de costas para amiga enquanto desligava o computador - Nós nem podemos entrar na área em que eles irão treinar...
- Eu já conversei com o Brian, ele vai abrir o portão oito para nós - Lexi disse animada mostrando o seu aparelho, que tinha a mesma cor que a sua blusa, um amarelo brilhante.
Lexi era uma típica garota americana, tinha uma pele bronzeada que combinava com os seus cabelos loiros amarelos, e olhos azuis quase cinzas. A americana era linda ao seu jeito e amava ser sua amiga, afinal, aguentar uma italiana mal humorada não era para qualquer um.
- E se nos pegarem? Não quero ter problemas com a diretoria – A argumentava enquanto pegava a sua bolsa e seu óculos ray ban, para enfim acompanhar a amiga em direção à saída dos dormitórios.
- Não vão nos pegar, tente relaxar, – Lexi passou os braços em torno do braço da – E muitos alunos vão invadir o treino do Real Madrid, seria um azar enorme se pegassem justamente nós duas
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- Vamos lá, Lexi – parou de andar ao notar que se aproximava do local de treino, que costumava ser o local onde os meninos do futebol da UCLA treinavam, mas que agora recebia os jogadores do Real Madrid – Prometo que te compro a camisa nova do Real – ouviu Lexi bufar– Ou o boné, vamos embora! Eu realmente estou a fim de ir à biblioteca ainda hoje...
- Vamos lá você, ! É o Real Madrid que está lá do outro lado, ok? O Sergio Ramos, Toni Kroos, Luka Modric, Gareth Bale, Benzema... O MARCELO!
- Ok! - A desistiu e deixou-se ser puxada pela amiga histérica - Eu realmente não entendo esse seu vicio todo em relação a eles. Você como uma boa americana deveria apreciar o basquete, futebol americano, O BASEBALL!
- Odeio baseball, – Lexi dizia enquanto digitava em seu celular – E você como uma boa italiana devia ser amante do futebol.
- Não suporto futebol. – não encarou a amiga – Foi por causa do futebol que...
- Os seus pais se separam, já sei – Lexi não encarava a – Eles foram imaturos, , dê uma chance ao esporte, você não vai se arrepender...
- Nunca – revirou os seus olhos por trás de seus óculos escuros – Olha o Brian ali...
- BRIAN! - Lexi berrou animada e correu na direção do menino loiro que tinha a cara de um menino de sete anos, mas o corpo de um homem de vinte.
- Fala baixo, Lexi, eles não podem nos ouvir, lembra? - Brian segurava o portão enquanto abraçava a loira, então dirigiu o olhar para à sua frente – ciao bella ragazza!
- Quantas vezes eu vou ter que falar para você não falar comigo em italiano, Brian? Eu moro na Califórnia já faz cinco anos. - deu um tapa no braço do amigo que caiu na gargalhada.
- Perdão, , é que eu amo o povo italiano e o jeito que eles mexem as mãos para falar qualquer coisa...
- Há, há, há - A italiana deu outro tapa no menino loiro – A gente não veio aqui para ver um time de futebol? Cadê eles?
- Lá dentro – Brian respondeu enquanto massageava o seu braço – Lexi, é sério, você vai precisar se controlar, não pode berrar e nem invadir o campo!
- Já sei, já sei – Lexi revirou os olhos e puxou para dentro do complexo de treinamento – Sinta, , até o cheiro está melhor...
- Não é à toa que você cursa artes dramáticas - A riu da amiga acompanhada de Brian.
- OLHA, OLHA! SÃO ELES! AAAAA – Lexi começou a berrar, mas logo foi interrompida por Brian, que tampou a boca da menina com a sua mão - Tá bom, já sei, sem escândalos – A loira pegou seu celular e entregou para , que já sabia a sua função: tirar fotos da amiga – Estou bonita?
- Maravilhosa – respondeu enquanto tirava as fotos – Qual é o seu jogador favorito?
- Marcelo – Lexi respondeu fazendo cara de surpresa – Você, como minha melhor amiga, já devia saber disso.
- Perdão - A italiana riu – Quem é aquele com as pernas tortas?
- Isco – Lexi respondeu na hora.
- E aquele moreno alto?
- Varane.
- E o baixinho barbudo?
- Carvajal.
- Ok, e aquele de cabelo comprido?
- Bale, e ele se machuca fácil assim como você.
- Há, há - tirou os óculos escuros – Aquele loirinho é bem bonito…
- Toni Kroos, e aquele moreno do lado dele é o Casemiro...
- E aquele careca que está parando olhando para eles? - perguntou segurando a risada. Lexi olhou incrédula para Brian que ignorava as garotas, pois estava concentrado em seu joguinho no celular – Eu estou brincando tá, eu sei quem é Zinedine Zidane, ele jogou por muito tempo lá na Itália.
- Sim, na Juve – Lexi acalmou-se – Para quem os seus pais torciam mesmo?
- Meu pai para Inter e minha mãe para o Milan.
- Caramba – A loira arregalou os olhos – Como foi que eles se apaixonaram mesmo?
- Não enche, Lexi...
- O que foi? É como se um culé se apaixonasse por uma madridista!
- Eu vou indo, meninas, a bateria do meu celular está acabando e o Cristiano Ronaldo não está aqui – Brian mandou um beijo no ar para as garotas.
- Nós vamos ficar por muito mais tempo aqui? - A italiana perguntou já sabendo a resposta.
- Nós acabamos de chegar! AI MEU DEUS OLHA AS COXAS DO BALE!
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O treino já parecia estar acabando, já a energia de Lexi não poderia estar mais longe de acabar. cutucava as suas unhas enquanto assistia à amiga dar um gritinho mais uma vez e conversar consigo mesma sobre algum jogador que ela acabara de ver.
- Lexi, eu vou no banheiro tá, já volto – Anunciou a italiana, mas como o esperado a loira apenas a ignorou.
já havia tirado as fotos que Lexi queria, tinha certeza de que se saísse de lá a loira nem sentiria sua falta. se dirigiu para fora das arquibancadas e caminhou em direção ao complexo de educação física, lá havia banheiro. Seus sonhos foram interrompidos ao constatar que o local estava trancado, pegou o celular para mandar uma mensagem para Lexi avisando que teria que ir para área das Artes quando ouviu um assobio.
deu de cara com três garotos num carrinho de golfe que era disponível pelo campus, eles olhavam em sua direção, mas preferiu ignorar, voltou a encarar o seu celular quando ouviu outro assobio, dessa vez seguido por um comentário.
- Vai continuar a nos ignorar, moça bonita? - O garoto que estava na direção do carrinho disse.
- Não respondo por moça bonita – os encarou e preferia não ter feito isso, pois eles eram lindos. Lindos não, maravilhosos.
- Mas você é uma moça bonita – O garoto voltou a falar – Estamos perdidos, será que poderia nos ajudar?
- São alunos novos? - perguntou desistindo de falar com Lexi, aquela maluca devia estar tentando agarrar algum dos jogadores.
- Estamos mais para alunos em um intercambio – O garoto sorriu para os seus amigos que o acompanharam – Precisamos chegar ao refeitório desse campus... Será que a moça bonita pode nos ajudar?
revirou os olhos, enquanto guardava o seu celular em sua bolsa, se aproximou do carrinho de golfe com passadas firmes e assumiu o volante, mas antes de dar partida, olhou com a melhor cara intimidadora que tinha para os garotos, e ficou feliz ao ver a reação surpresa de dois deles.
- Eu os levo lá, mas apenas porque necessito de um banheiro e não quero andar – tirou seus óculos escuros e os prendeu no cabelo – Mas se vocês me chamarem de moça bonita mais uma vez, eu prometo que sumirei com vocês três e nunca mais conseguirão sair desse campus.
ficou feliz ao perceber que não receberia resposta, e começou a dirigir. Tentou segurar a risada ao imaginar que eles haviam a levado a sério. Ela mesma já havia se perdido inúmeras vezes naquele campus.
- Estão entregues – freou o carrinho com força de propósito e teve que segurar a risada mais uma vez ao ver que um dos garotos havia quase caído.
- Nós temos que devolver o carrinho – O garoto ao seu lado voltou a falar - Será que rola uma carona de volta?
- Não aprendeu o caminho? - ela o encarou e se surpreendeu ao ver o enorme sorriso em seu rosto.
- Gostamos da sua companhia – Um dos garotos de trás disse.
- Quieto Arra! - O moreno ao seu lado voltou a falar – Prometemos não demorar – ele voltou a insistir.
- 10 minutos – disse já saindo do carrinho - Não se atrasem.
A italiana não esperou pela resposta, correu para o banheiro mais próximo, estava quase fazendo xixi nas calças. Após fazer suas necessidades, voltou a tentar entrar em contato com Lexi, e, como o esperado, a loira não atendeu o celular. bufou e lamentou ter que voltar para o campo de treinamento acompanhada por aqueles garotos, que por sinal levaram bem a sério quando ela disse dez minutos, pois eles já estavam lá.
- Está atrasada – O menino que havia sido chamado de Arra falou com um sorrisinho.
- Vocês são de onde mesmo? Têm um sotaque bem diferente. - perguntou enquanto voltava a se sentar no carrinho.
- Espanha no geral. Eu sou o , muito prazer, meu inglês deve ser péssimo porque também falo francês.
- Muito prazer – A sorriu para o menino ao seu lado – , e não se preocupe, o meu sotaque também não é dos melhores.
- É de onde? - O menino cujo nome não sabia ainda perguntou.
- Itália - A menina respondeu com um sorriso de lado.
- Ahá, acertei – o garoto voltou a falar – Sou o Óscar, muito prazer. você me deve dez euros.
- Apostaram a minha nacionalidade? - A perguntou rindo
- Apostamos e, como sempre, eu venci - Óscar voltou a falar metido.
- Devíamos ter começado então com ciao bella ragazza - disse sorrindo, mas seu sorriso logo morreu quando recebeu o olhar mortal de .
- Então, vocês estão aqui fazendo qual curso? - perguntou desviando o olhar de , que controlava a risada.
- Esportes – respondeu simplesmente – E você?
- Chegamos. - respondeu, não queria ter sido grossa, mas se sentiu muito burra por não ter percebido antes.
Três garotos bonitos, com o porte atlético, que são da Espanha e que estão aqui para um "intercambio em esportes?". Ah e sem falar do uniforme do Real Madrid que os três usavam.
- Não chegamos não. – Arra disse confuso, olhando para os seus amigos.
- É só andar uns trinta metros e vocês estarão lá - disse sem encará-los.
A estudante saltou do carro como um gato que pula de um telhado e, se não fosse pela sua agilidade graças às aulas de dança, teria ido de cara ao chão. Os garotos ficaram surpresos com a sua reação, mas saíram do carrinho também. ficou intrigado em relação à garota e teve uma ideia ao ver que a havia esquecido a bolsa no carrinho de golfe.
Enquanto isso, travava uma batalha pessoal consigo mesma, nem sabia exatamente para onde estava indo. Eles eram jogadores do Real Madrid! Se Lexi ficasse sabendo disso iria pirar, a italiana levou um susto ao sentir um toque quente em seu braço, ao se virar deu de cara com , que estava com um sorriso enorme no rosto, ela não sabia como reagir em relação ao garoto que do nada aparentava ser mais forte e muito mais bonito.
sorriu para garota à sua frente e só agora pode perceber quão linda a italiana era. tinha traços únicos, seus olhos levemente puxados davam um ar misterioso à garota, ele tinha a impressão de que ela escondia lindos segredos por trás daqueles olhos . O garoto percebeu que a não estava demonstrando nenhuma reação então se sentiu confortável o suficiente para pegar o celular da menina que tocava sem parar.
- Uma tal de Lexi está ligando – disse enquanto entregava a bolsa à menina que apenas desligou o celular e enfiou dentro da bolsa - Não vai atender?
- Por que não me disse que eram jogadores de futebol? - perguntou já não se aguentando mais.
mexia no seu cabelo sem parar, não estava acreditando no que estava acontecendo. deu um sorriso tímido e olhou para os seus próprios pés por um segundo antes de voltar a olhar a à sua frente.
- Isso mudaria alguma coisa? - abriu um sorriso sacana que fez as pernas de tremer um pouco.
- Eu fui super grossa com vocês, e além do mais, minha melhor amiga é fanática no Real Madrid.
- Sincera – passou a mão na barba rala – Se quiser, eu posso conseguir uma camiseta autografada para a sua amiga...
- Lexi! - completou após ver a cabeça loira da sua amiga surgir atrás de .
- Estou aqui !
se assustou com a loira baixinha que do nada surgiu ao seu lado, já a sorriu aliviada ao encontrar sua amiga e lhe deu um abraço apertado. O francês a encarou mais uma vez e ela pode perceber como o seu olhar era penetrante.
- Por onde andou? Estava te procurando há um tempão! O treino não acabou ainda, vamos. Quero ver os gols – Lexi parecia não ter percebido a presença de , que riu da sua situação.
- Lexi – virou a amiga na direção do garoto, que abriu um enorme sorriso – Esse é o , o reconhece de algum lugar?
Houve um momento onde Lexi não respondeu, apenas encarou como se ele fosse uma aberração, mas esse momento logo passou e a loira se jogou para cima dele, o dando um braço apertado e que, por conta da diferença de altura, fez a menina praticamente sair do chão.
- Ai meu Deus! É o , ! - Lexi limpava algumas lágrimas que escorriam de seu rosto.
arregalou os olhos ao ouvir o sobrenome do garoto, mas tentou disfarçar ao ver que ele voltou a encará-la. Além de ser jogador de futebol, também era filho de um. De um não, filho DO jogador de futebol. esboçou um sorriso meigo e sorriu de volta para ele.
- Lexi, acho que o tem que voltar para o treino, mas ele me disse que descola uma camiseta autografada para você. - disse olhando para que concordou com a cabeça.
- É sério? - Lexi voltou a chorar – Eu amo tanto o Marcelo, será que pode ser a camiseta dele?
- Claro – O francês respondeu, mas não olhava para Lexi, seu olhar continuava nos olhos de – Por que você não me dá o seu número, aí nos encontramos e te entrego a camiseta da sua amiga?
- Direto você, hein? - sorriu para o garoto, que mexeu no cabelo envergonhado – Eu te passo o meu número, mas tem que ser a camiseta do Marquinhos.
- Marcelo! - Lexi corrigiu a italiana, que riu nervosa.
- Marcelo então - se assustou com a loira – Eu estou sem o celular.
- Eu tenho uma caneta – foi Lexi quem respondeu e, sem pedir permissão, começou a escrever no braço do moreno, que sorriu surpreso – Prontinho, agora é só ligar.
- Claro – encarou , que olhava incrédula para sua melhor amiga – Eu vou ligar viu, bella ragazza, nem pense em não atender.
Dizendo isso se foi e deixou as meninas estáticas. Lexi foi a primeira a demonstrar uma reação com um gritinho que fez os ouvidos de doerem. ignorou a reação da amiga e voltou a colocar seus óculos escuros e caminhou em direção aos seus dormitórios.
- Aonde você vai ? - Lexi perguntou seguindo a que andava calmamente
- Vou tomar um banho e ir para biblioteca, Romeu e Julieta não morrerão se eu não terminar aquele livro...
- Tomar banho? Você nem treinou hoje ainda - Lexi pegou no braço da menina – Por que você está tremendo? É por causa do ? - Lexi segurou um risinho.
- Claro que não! - respondeu, estava indignada pelo fato da amiga ter achado que ela estava nervosa por conta de um garoto que ela havia acabado de conhecer, e ainda por cima era jogador de futebol – E você tem razão, vou treinar primeiro.
- Mas você vai encontrar o , né?
- Óbvio que não, quem quer a camiseta é você, quem vai encontrá-lo é você.
- Ah qual é, ! Ele estava dando em cima de você...
- Eu percebi –deu de ombros enquanto mexia no longo cabelo.
- Ele é um gato!
- Não faz meu tipo.
- Porra, ! faz o tipo de qualquer uma – Lexi teve vontade de estrangular a italiana – É por que ele é jogador de futebol? Porque se for isso, você está sendo bem idiota.
- Aqui meu celular – disse entregando o aparelho para amiga – Pode ficar com ele, e se divirta no encontro com o jogador.
- Ragazza stupida! - Lexi berrou para amiga, que apenas mexeu no cabelo como resposta.
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- Você demorou muito lá, , a menina italiana tentou te bater? - Óscar perguntou sorrindo para o amigo, que havia acabado de levar uma bronca do seu pai.
- Claro que não - revirou os olhos e mostrou seu braço para o seu amigo – Mas consegui o número dela.
- Você não perde uma, – Arra sorriu para o amigo – Ela é bem gatinha.
- Gatinha? Eres una guapa! - Oscar disse fazendo Arra cair na gargalhada.
- Respeito, Oscar – deu um soco leve no ombro do amigo – A garota foi bem bacana conosco.
- Ah nem vem, , até parece que você pediu o telefone dela porque quer saber sobre as maravilhas da Itália - Arra provocou.
- Ele quer saber sobre as maravilhas da Itália, mas quer uma aula particular sobre as mulheres de lá - Óscar disse e recebeu um soco de resposta de , que não aguentou e riu junto de seus amigos.
- Vou encontrá-la hoje à noite – sorriu de lado para os amigos, enquanto se agachava para começar os exercícios.
- Boa sorte com o seu pai – Oscar disse enquanto encarava Zizou.
- Deixa que com o velho eu me entendo – piscou para o seu amigo – Afinal, ele também adora a Itália.
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- Você não é a – disse o óbvio, visivelmente decepcionado.
- Não, não sou – Lexi estava corada e acima de tudo com raiva da amiga por fazê-la passar por isso – Perdão, , mas a não estava se sentido muito bem.
- Tudo bem, não é como se eu nunca tivesse levado um fora.
Lexi achou difícil de acreditar naquilo, afinal, o garoto era lindo, duvidava que algum dia ele já houvesse levado um não. A loira o observou enquanto ele mexia na sua mochila e sentiu seu coração acelerar ao vê-lo com a camiseta autografada em mãos.
- É do Marcelo – estendeu a blusa, seu sorriso já não era tão grande – Assim como você pediu.
- Olha, – Lexi o encarou nos olhos e sentiu as pernas tremerem – Posso te chamar de ? - O garoto balançou a cabeça em concordância – Eu não estou acreditando que estou falando com você, quer dizer, seu pai é Zinedine Zidane. O que eu estou querendo dizer é que a não curte futebol, e acho que é por isso que ela não quis vir.
- Não curte futebol? - o francês mexeu no cabelo, confuso – Mas por quê?
- Ela é meio traumatizada, mas não pergunta nada disso à ela, ok?
- Ok, não é como se eu fosse vê-la novamente, não é mesmo?
- Sobre isso, se você quiser, posso te arranjar um encontro com ela...
- Você tá falando sério?
- Estou – Lexi respirou fundo antes de continuar – A vai andar de bicicleta na praia toda manhã, em Santa Monica, e como o treino de vocês não começa antes das nove, dá para você ir encontrá-la.
- Como você sabe?
- Isso não importa, você vai ou não?
- É lógico que eu vou, adoro praia, ainda mais quando se tem italianas gostosas passeando de bicicleta nela.
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encarava o oceano enquanto amarrava o cabelo, se tinha uma coisa que ela gostava na Califórnia eram as praias. A italiana tinha a sensação de que as pessoas eram mais felizes quando estavam perto do mar, ela mesma se sentia mais feliz. Deu o último nó no cadarço do seu tênis e subiu na bicicleta. amava pedalar logo pela manhã na praia de Santa Monica, gostava de assistir o sol nascendo, os surfistas passando parafina em suas pranchas, mas sem duvida a melhor parte era ver os casais de idosos que passeavam de mãos dadas pela praia.
A italiana estava tão perdida em seus pensamentos que nem notou quando um cara começou a acompanhá-la, freou a bicicleta no susto e tropeçou no próprio pé ao ver quem era o rapaz.
- Se machucou? - perguntou também freando a sua bicicleta.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou enquanto voltava a montar em sua bicicleta.
- Não é óbvio? Estou andando de bicicleta pela bela praia de Santa Monica – o jogador abriu um lindo sorriso que deixou a dançarina ainda mais irritada.
- Parece que você está me seguindo, isso sim – A voltou a pedalar, dessa vez acompanhada de , que fazia questão de pedalar na mesma velocidade que ela.
- Por que você não foi me encontrar ontem à noite?
- Lexi foi te encontrar ontem à noite, quem queria a camiseta era ela. Fui bem interesseira ao ser simpática contigo, peço perdão.
- Uau – deu um sorriso nervoso – Você realmente não quer nada comigo.
- E por que você iria querer algo comigo? Tudo que fiz foi te dar uma carona pelo campus, menino – revirou os olhos e sorriu para o menino que mantinha a cabeça baixa.
- Talvez eu tenha gostado muito da carona que você me deu.
- Posso te arranjar outras garotas para te dar carona – disse freando a bicicleta mais uma vez e ficou esperando a resposta de , mas como ela nunca veio, continuou a falar – Ah, qual é, você não pode estar chateado - encarava os seus pés - Você me conheceu ontem, impossível ter gostado tanto assim de mim.
- Sou um romântico que não conhece limites – riu nervoso e fez careta – Nossa senhora, isso foi muito brega – gargalhou e foi acompanhada pelo menino – A verdade é que eu estou a fim de te dar uns pegas mesmo – disse e mordeu o lábio inferior e sentiu seu coração acelerar.
- Agora sim, dar uns pegas combina mais com você - voltou a pedalar, mas parou ao ver que não a seguiu.
- Como assim combina mais comigo? – o garoto parecia ofendido.
- Você é jogador de futebol, é isso que vocês fazem.
- Perdão? - não conseguia acreditar no que estava falando – Sua amiga me disse que você não curtia futebol.
- Eu não curto futebol, mas isso não quer dizer que eu não entenda o mundo o qual vocês vivem. E, acredite em mim, não quero jamais fazer parte dele.
- Acho que você está exagerando, garota – pulou de sua bicicleta para ficar de frente a – Tudo o que eu disse é que queria te beijar, não estou te pedindo em casamento.
não queria que aquelas palavras tivessem causado efeito nela, mas ela estaria mentindo se dissesse que não ligou para nada do que ele havia dito. O garoto por sua vez se arrependera na mesma hora de ter falado aquelas coisas, estava na cara que a garota estava apenas se defendendo e talvez até estivesse certa em não querer se envolver com nenhum jogador.
-Perfeito, pois eu também não estou a fim de ser o seu casinho de verão.
voltou a pedalar, mas dessa vez não a acompanhou, sabia que tinha sido um otário com a garota e que se a seguisse provavelmente levaria um soco. Tinha que fazer algo para que ela o perdoasse. queria, mas não conseguia, a tinha o deixado curioso, e o menino também queria ter a chance de ver o belo quadril da italiana mais uma vez.
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- Eu já te pedi desculpa umas quinhentas vezes, - Lexi tentava conversar com a que a ignorava e mantinha o seu foco no livro de Shakespeare que estava lendo - Não sabia que o garoto era um completo idiota, o pai dele é Zinedine Zidane e pelo que sei é super fantástico, bem... tirando aquela vez que ele deu uma cabeçada em um jogador na final da copa do mundo.
olhou indignada para a amiga, era impressionante o amor de Lexi por futebol, a italiana tinha certeza de que se pudesse Lexi falaria sobre futebol até durante o sexo.
- Eu te disse que não queria encontrá-lo, mas mesmo assim você arranjou um jeito dele me ver – bufou ao ver a cara de culpada da amiga, sabia que Lexi não tinha feito por mal – Mas tudo bem, já passou, eu provavelmente nunca mais irei ver esse garoto na minha vida.
- Se eu fosse você não teria tanta certeza assim – Lexi disse com os olhos arregalados enquanto apontava para algo que estava atrás de .
A italiana respirou fundo antes de virar a cabeça e dar de cara com , que caminhava tranquilamente pela biblioteca chamando a atenção de todos. A garota teve que segurar a risada quando o viu tropeçar no pé de um aluno, o francês parecia estar totalmente perdido entre as estantes de livros. Foi quando Lexi em um ato involuntário levantou a mão para chamá-lo que as viu, ele abriu aquele grande sorriso que não sabia dizer se amava ou odiava, ou se amava odiar.
- Você não desiste nunca, menino? - perguntou sem encará-lo, na verdade estava tentando disfarçar a cor vermelha que tomou conta do seu rosto ao vê-lo tão de perto, e com o uniforme de treino que o deixava muito gostoso por sinal.
- Olá, Lexi – disse simplesmente.
- Não estou acreditando que você disse a ele que eu estaria aqui, Lexi! - disse furiosa para amiga.
- Eu? Não fiz nada! - Lexi estava vermelha.
- Ela não fez nada, – tocou no ombro da para chamar a sua atenção - Descobri sozinho que você estava aqui.
- Verdade? - o olhou desafiadora – Posso saber como?
- Perguntei a vários alunos e eles me falaram que você passa bastante tempo aqui na biblioteca, além de sempre estar no estúdio de dança; O que você faz lá? - perguntou enquanto apoiava umas de suas mãos na parte da trás da cadeira da italiana, enquanto a outra estava apoiada na mesa.
- Eu malho lá - A disse dando de ombros.
- Mentira – Lexi disse incrédula para amiga – Ela faz aulas.
- Cala a boca, Lexi. - A italiana praticamente berrou, e ouviu vários "xius" como resposta, estranhou o nervosismo da garota – Me diz logo o que você quer, mas já adianto que se não for uma proposta de casamento nem perca o seu tempo comigo.
olhou desafiadoramente para o francês que deu um sorrisinho de lado, aquela garota era demais para ele. pegou a cadeira livre ao lado da italiana e se sentou ao seu lado, bem próxima a ela, fazendo com que as pernas dos ambos se tocassem, a estudante olhou surpresa para ele.
- Eu quero te pedir desculpas – disse sério, olhando nos olhos da menina – Fui um completo idiota na praia ontem, te juro que nem sempre sou assim.
- Não posso dizer o mesmo, sou mal humorada quase sempre – A menina deu um sorriso divertido e sorriu para ela.
- Isso é verdade – Lexi disse baixinho com a cara escondida no livro que lia.
- Ontem quando eu estava andando na praia eu vi algo que me lembrou de você – disse sorrindo e se abaixou para pegar algo na sua mochila, olhou desconfiada para Lexi que deu de ombros antes de voltar a sua atenção para o seu livro – Espero que goste.
A menina voltou a encarar , que estava com a mão estendida em sua direção e nela havia uma pulseirinha. pegou a delicada peça da mão do menino e ficou surpresa ao ver a beleza da jóia, era simples, prateada e com um único pingente pendurado, uma linda margarida.
bem que tentou, mas não conseguiu disfarçar o sorriso, margarida era a sua flor favorita, adorava tudo que tinha a ver com a flor. observava a italiana enquanto ela colocava a pulseira em seu pulso, a o encarou com o sorriso mais lindo que já tinha visto, e de repente ele já não sabia mais o que fazer ou falar, se perdeu nos olhos de , que o olhavam atenciosamente.
- Muito obrigada, – a italiana disse por fim, estava nervosa e não conseguia entender o porquê. Sentiu os pelos de sua perna arrepiar com o leve contado de sua coxa com a coxa de e de repente estava encarando a boca do menino a sua frente.
- Acho que vou embora – Lexi disse se levantando, chamando a atenção de sua amiga que parou de encarar o garoto na sua frente.
- Você fica – disse corada.
ainda encarava a menina e adorou vê-la daquele jeito, suas bochechas rosadas davam um contraste bonito com a sua pele , e sem falar nos lábios dela, o francês não via a hora de poder beijá-los.
- Já é tarde, – Lexi disse timidamente – , e o seu treino?
- Hoje acabou mais cedo – Ele disse ainda sem tirar os olhos da italiana à sua frente – tenho o resto de dia de folga.
- E você não vai aproveitá-lo? - A voltou a encará-lo e riu baixinho.
- Vou sim – Ele encarava a pulseira que havia dado para a garota, agora presa em seu pulso - Mas quero aproveitá-lo com você.
Lexi deu um leve gritinho antes de sair correndo, achou graça da reação da menina e ficou surpreso ao ver se levantar rapidamente e começar a arrumar o seu material que estava todo jogado pela mesa. O francês se levantou também preocupado, ele estava indo bem até se insinuar para a menina, por que ele tinha que ter feito aquilo?
- Me desculpa, , não quis ofendê-la – disse meio desesperado.
- Cala a boca – Ela disse enquanto pegava o último livro de cima da mesa - Não se esquece da sua mochila – A italiana disse o encarando, sem entender nada pegou a sua mochila do chão e voltou a encarar a garota que tinha um sorriso divertido em seus lábios - Me acompanha?!
A estudante pegou na mão de e começou a guiá-lo pela biblioteca, ele estava confuso com a reação da menina, estava com medo dela estar o levando para um canto onde iria enchê-lo de porrada, mas se surpreendeu quando ela largou todo o seu material no chão e fez um sinal para que ele fizesse a mesma coisa com sua mochila. se aproximou aos poucos de que já não conseguia mais raciocinar, estava perdido na imensidão castanha que eram os seus olhos.
- O que você está fazendo? - perguntou surpreso após a menina o abraçar pelos ombros.
- Você disse que queria me beijar, vamos nos beijar então - A italiana tinha um sorriso divertido no rosto, que fez suspirar.
- Tem certeza de que não vai se arrepender? - questionou enquanto passava os seus braços em volta da cintura da menina.
- Provavelmente, mas eu tive um dia difícil.
- O que aconteceu? - O jogador a encarou preocupado.
- Nada que alguns beijos não me façam esquecer.
não teve nem tempo de responder, já que antes que pudesse sequer abrir a boca, sentiu seu corpo se chocar em uma das muitas estantes que ficavam no local, e, por instinto, segurou ainda mais forte a cintura de , seus olhos pousando no local, vendo como seu corpo era delicado e perfeito.
Quando seus olhos voltaram para os da menina, ela acabou com a pouca distância que os separava e juntou seus lábios com urgência, como se mais nada além do beijo de fosse suficiente para ajudá-la a esquecer do dia que tivera.
sabia que ela não estava bem e parte de si queria abraçá-la e perguntar o que estava acontecendo, mas a outra parte falava mais forte e essa venceu a luta interna que travou consigo mesmo, principalmente quando o beijo foi cortado e tirou apressadamente sua camisa, o deixando apenas com a segunda pele que sempre usava nos treinos. Foi impossível segurar o gemido que escapou de sua boca quando suas mãos passaram por toda a extensão de seu abdômen, um de seus pontos fracos. Ciente de que precisava reagir e aproveitar, virou a garota contra a estante e levou seus braços para o alto de seu corpo, os segurando ali enquanto sua outra mão passeava livremente por toda a extensão do corpo dela, demorando um pouco mais em suas coxas, a pressionando contra seu corpo, que já apresentava sinais do quanto aquela pegação o estava afetando.
Mesmo sabendo que, infelizmente, não poderia fazer muito mais do que isso em um local tão público, segurou os cabelos de pela nuca, puxando-os de leve para que tivesse total acesso ao seu pescoço. A menina pareceu gostar da sugestão, já que mesmo ocupado em deixar beijos molhados entre sua orelha e mandíbula, a sentiu arfar e tentar unir ainda mais seus corpos. Sorriu sozinho ao ver como o corpo da garota parecia tão certo, moldado ao seu, e o cheiro de seu perfume o estava levando a loucura.
sabia que estava em forma, afinal, era um jogador de futebol, mas nunca imaginou que por debaixo daquele uniforme havia um verdadeiro paraíso, um o qual ela gostaria muito de poder desvendar por completo. Como um garoto poderia ser tão gostoso e beijar tão bem?
Não sabia que era possível sentir tanto com apenas beijos no pescoço, já estava a ponto de não responder mais por si. Ali, no meio daquelas estantes cheias de livros que ela não fazia à mínima ideia do que continham, se deu conta do tamanho do desejo que claramente tinham um pelo outro.
Voltou à realidade quando finalmente decidiu dar mais atenção a sua boca, mordendo de leve seu lábio inferior, causando uma dor que ela classificou como prazerosa. Abriu os olhos por um instante, vendo os dele a encarar em pura luxuria.
Sem que percebesse mordeu os próprios lábios ao vê-lo tão lindo, despido de qualquer pudor, vendo-o se mostrar tão transparente para ela, para que ela visse o quanto era desejada. Nunca tinha visto tanto desejo como via nos olhos do francês.
Suas mãos seguraram o rosto de , o puxando ferozmente para um beijo que já passava o limite do aceitável em qualquer lugar que não fosse entre quatro paredes, mas sem se conter deixou que sua mão deslizasse até a parte traseira do jogador, dando um apertão de leve que o fez rir anasalado
- Gostou? – a encarou com aqueles olhos que mais pareciam o oceano, retribuindo o gesto, espalmando a mão em sua bunda. Não era à toa que ele era goleiro, a pegada foi firme, cheia, a deixando ainda mais fraca entre seus braços.
- Cala a boca – sorriu mordendo o lábio inferior, vendo o olhar do jogador imediatamente cair sob eles.
Quando resolveu que precisava ver o que mais ele tinha para oferecer, colocou suas mãos na cintura do garoto, segurando de leve a barra de sua blusa, mas foi impedida de tirá-la pela mão de .
O jogador voltou a encará-la, só que dessa vez mais seriamente, a italiana entendeu naquela hora que haviam ultrapassados os limites, fez um biquinho e sorriu e voltou a beijá-la, dessa vez mais calmo e carinhoso, aproveitou para explorar o cabelo do menino que era muito macio e finalizou com um beijinho em seu nariz.
- Está quente né? - O jogador perguntou sorrindo e recebeu em resposta uma gargalhada de , que logo foi abafada pela mão de .
- Quer tomar um sorvete? - A italiana perguntou enquanto tirava a mão do jogador de sua boca. concordou sorrindo e ambos deixaram a biblioteca com o coração acelerado.
⚽⚽⚽
- E então? - perguntou para a menina que lambia os seus dedos sujos de sorvete de chocolate.
- Então o quê? - A perguntou sem lhe dar atenção.
- Não vai me contar por que está chateada?
- Estava – A italiana piscou para o francês, que riu pelo nariz.
- Vamos, , me conte – o garoto apertou de leve a coxa da menina, que ergueu uma sobrancelha.
- Pode me chamar de .
- ? - o jogador perguntou enquanto as suas mãos subiam pela coxa da menina, que riu, se deixando ser levada pelo francês que a puxava para perto dele. Quando já estava sentada no colo do menino foi que sentiu aquela maldita pontada no tornozelo e foi impossível evitar uma careta – O que aconteceu?
- Nada – a menina tentou disfarçar fazendo carinho na barba rala do francês que não se deu por vencido.
- É o seu tornozelo que está doendo? - ele perguntou enquanto delicadamente tocava na perna da menina, que fez outra careta – Isso é uma cicatriz?
- É - se deu por vencida, puxou a perna da menina para mais perto para que pudesse olhar melhor, a estudante sorriu enquanto o assistia analisar a sua cicatriz.
- Como foi que a fez? - O jogador perguntou encarando profundamente a estudante à sua frente, que deu de ombros.
- Fiz uma cirurgia há cinco meses, tive uma lesão, aí tive que operar...
- Lesão? - estava confuso.
- Eu danço, , esse é o meu curso – o olhava atenciosamente, estava insegura em relação à isso e não sabia exatamente o porquê.
- Você dança? Que demais! - o jogador abriu um enorme sorriso para a surpresa da menina – A minha mãe dançava também, inclusive queria ser professora.
A italiana ficou sem saber o que fazer, não esperava essa reação vinda do menino, estava acostumada a sempre não ser levada a sério quando falava que cursava dança,
Muita gente acreditava que não era uma profissão, a própria se questionava se era aquilo que ela queria para sua vida.
- Posso ver você dançar um dia? - perguntou com brilho nos olhos, para o espanto da menina, que se levantou rapidamente pegando a sua bolsa.
- Acho que vou parar de dançar - Ela disse olhando para o horizonte.
- Parar? Por quê? - se levantou também, ainda estava com a roupa do treino, mas sem a blusa do uniforme que havia tirado e o garoto não fez questão de colocá-la novamente – Por conta da lesão? Olha, conheço muitos jogadores que tiveram lesão e se recuperaram, e hoje em dia jogam como se nunca tivessem se machucado!
- Ai meu Deus – foi tudo que conseguiu dizer ao ver os olhos do menino brilharem ao falar sobre isso com ela, a italiana teve certeza naquele momento que os limites haviam sido ultrapassados – Obrigada por hoje, – a estudante olhou mais uma vez para o céu azul antes de voltar o seu olhar para o francês ao seu lado – Você beija muito bem.
- Nunca tinha beijado ninguém em uma biblioteca antes – O jogador estava perdido em seus pensamentos, queria dizer tanta coisa, mas as palavras não saíam, queria questionar a menina sobre a dança e sobre o ódio em relação ao futebol, mas não parecia estar a fim de falar sobre ambos, então achou melhor terminar a conversa – Eu te vejo amanhã?
- Não?! - A riu nervosa – Eu não era o seu casinho de verão? Então, já nos beijamos, se sinta realizado.
- O verão ainda não acabou – Foi tudo que disse, deixando sem reação, o que não era comum. A menina ficou sem saber o que fazer. O moreno se aproximou e beijou carinhosamente a testa da estudante – Eu te mando uma mensagem, ok?
- Ok – a italiana disse por fim.
observava ir embora da sorveteria com a sua mochila nas costas e a blusa do uniforme pendurada nos ombros, a menina mordeu o lábio inferior ao se lembrar que tinha tocado naquele corpo magistral de . Encarou a pulseirinha de margarida que estava no seu pulso e abriu um sorriso.
-Talvez vê-lo novamente não seja assim tão ruim.
se limitou a revirar os olhos para amiga. Há uma semana Lexi só pensava em uma coisa, Real Madrid. O time da capital espanhola estava no país para participar da pré-temporada, e o local escolhido para o treinamento havia sido a universidade das meninas, a famosa Universidade da Califórnia em Los Angeles. Nada disso afetaria a vida de se ela não tivesse escolhido fazer um curso durante as férias, afinal era verão! Ela deveria estar na praia e não dentro da biblioteca da universidade tentando entender a mente de Shakespeare.
Mas não teve muita escolha, após terminar o primeiro ano da universidade aos trancos e barrancos, decidiu se matricular em um curso de verão, e lógico que sua grande amiga Lexi embarcou nessa junto com ela, afinal não era como se ela sentisse falta de Kentucky.
- Eu não sei para quê tanta pressa, Lexi – disse ainda de costas para amiga enquanto desligava o computador - Nós nem podemos entrar na área em que eles irão treinar...
- Eu já conversei com o Brian, ele vai abrir o portão oito para nós - Lexi disse animada mostrando o seu aparelho, que tinha a mesma cor que a sua blusa, um amarelo brilhante.
Lexi era uma típica garota americana, tinha uma pele bronzeada que combinava com os seus cabelos loiros amarelos, e olhos azuis quase cinzas. A americana era linda ao seu jeito e amava ser sua amiga, afinal, aguentar uma italiana mal humorada não era para qualquer um.
- E se nos pegarem? Não quero ter problemas com a diretoria – A argumentava enquanto pegava a sua bolsa e seu óculos ray ban, para enfim acompanhar a amiga em direção à saída dos dormitórios.
- Não vão nos pegar, tente relaxar, – Lexi passou os braços em torno do braço da – E muitos alunos vão invadir o treino do Real Madrid, seria um azar enorme se pegassem justamente nós duas
- Vamos lá, Lexi – parou de andar ao notar que se aproximava do local de treino, que costumava ser o local onde os meninos do futebol da UCLA treinavam, mas que agora recebia os jogadores do Real Madrid – Prometo que te compro a camisa nova do Real – ouviu Lexi bufar– Ou o boné, vamos embora! Eu realmente estou a fim de ir à biblioteca ainda hoje...
- Vamos lá você, ! É o Real Madrid que está lá do outro lado, ok? O Sergio Ramos, Toni Kroos, Luka Modric, Gareth Bale, Benzema... O MARCELO!
- Ok! - A desistiu e deixou-se ser puxada pela amiga histérica - Eu realmente não entendo esse seu vicio todo em relação a eles. Você como uma boa americana deveria apreciar o basquete, futebol americano, O BASEBALL!
- Odeio baseball, – Lexi dizia enquanto digitava em seu celular – E você como uma boa italiana devia ser amante do futebol.
- Não suporto futebol. – não encarou a amiga – Foi por causa do futebol que...
- Os seus pais se separam, já sei – Lexi não encarava a – Eles foram imaturos, , dê uma chance ao esporte, você não vai se arrepender...
- Nunca – revirou os seus olhos por trás de seus óculos escuros – Olha o Brian ali...
- BRIAN! - Lexi berrou animada e correu na direção do menino loiro que tinha a cara de um menino de sete anos, mas o corpo de um homem de vinte.
- Fala baixo, Lexi, eles não podem nos ouvir, lembra? - Brian segurava o portão enquanto abraçava a loira, então dirigiu o olhar para à sua frente – ciao bella ragazza!
- Quantas vezes eu vou ter que falar para você não falar comigo em italiano, Brian? Eu moro na Califórnia já faz cinco anos. - deu um tapa no braço do amigo que caiu na gargalhada.
- Perdão, , é que eu amo o povo italiano e o jeito que eles mexem as mãos para falar qualquer coisa...
- Há, há, há - A italiana deu outro tapa no menino loiro – A gente não veio aqui para ver um time de futebol? Cadê eles?
- Lá dentro – Brian respondeu enquanto massageava o seu braço – Lexi, é sério, você vai precisar se controlar, não pode berrar e nem invadir o campo!
- Já sei, já sei – Lexi revirou os olhos e puxou para dentro do complexo de treinamento – Sinta, , até o cheiro está melhor...
- Não é à toa que você cursa artes dramáticas - A riu da amiga acompanhada de Brian.
- OLHA, OLHA! SÃO ELES! AAAAA – Lexi começou a berrar, mas logo foi interrompida por Brian, que tampou a boca da menina com a sua mão - Tá bom, já sei, sem escândalos – A loira pegou seu celular e entregou para , que já sabia a sua função: tirar fotos da amiga – Estou bonita?
- Maravilhosa – respondeu enquanto tirava as fotos – Qual é o seu jogador favorito?
- Marcelo – Lexi respondeu fazendo cara de surpresa – Você, como minha melhor amiga, já devia saber disso.
- Perdão - A italiana riu – Quem é aquele com as pernas tortas?
- Isco – Lexi respondeu na hora.
- E aquele moreno alto?
- Varane.
- E o baixinho barbudo?
- Carvajal.
- Ok, e aquele de cabelo comprido?
- Bale, e ele se machuca fácil assim como você.
- Há, há - tirou os óculos escuros – Aquele loirinho é bem bonito…
- Toni Kroos, e aquele moreno do lado dele é o Casemiro...
- E aquele careca que está parando olhando para eles? - perguntou segurando a risada. Lexi olhou incrédula para Brian que ignorava as garotas, pois estava concentrado em seu joguinho no celular – Eu estou brincando tá, eu sei quem é Zinedine Zidane, ele jogou por muito tempo lá na Itália.
- Sim, na Juve – Lexi acalmou-se – Para quem os seus pais torciam mesmo?
- Meu pai para Inter e minha mãe para o Milan.
- Caramba – A loira arregalou os olhos – Como foi que eles se apaixonaram mesmo?
- Não enche, Lexi...
- O que foi? É como se um culé se apaixonasse por uma madridista!
- Eu vou indo, meninas, a bateria do meu celular está acabando e o Cristiano Ronaldo não está aqui – Brian mandou um beijo no ar para as garotas.
- Nós vamos ficar por muito mais tempo aqui? - A italiana perguntou já sabendo a resposta.
- Nós acabamos de chegar! AI MEU DEUS OLHA AS COXAS DO BALE!
O treino já parecia estar acabando, já a energia de Lexi não poderia estar mais longe de acabar. cutucava as suas unhas enquanto assistia à amiga dar um gritinho mais uma vez e conversar consigo mesma sobre algum jogador que ela acabara de ver.
- Lexi, eu vou no banheiro tá, já volto – Anunciou a italiana, mas como o esperado a loira apenas a ignorou.
já havia tirado as fotos que Lexi queria, tinha certeza de que se saísse de lá a loira nem sentiria sua falta. se dirigiu para fora das arquibancadas e caminhou em direção ao complexo de educação física, lá havia banheiro. Seus sonhos foram interrompidos ao constatar que o local estava trancado, pegou o celular para mandar uma mensagem para Lexi avisando que teria que ir para área das Artes quando ouviu um assobio.
deu de cara com três garotos num carrinho de golfe que era disponível pelo campus, eles olhavam em sua direção, mas preferiu ignorar, voltou a encarar o seu celular quando ouviu outro assobio, dessa vez seguido por um comentário.
- Vai continuar a nos ignorar, moça bonita? - O garoto que estava na direção do carrinho disse.
- Não respondo por moça bonita – os encarou e preferia não ter feito isso, pois eles eram lindos. Lindos não, maravilhosos.
- Mas você é uma moça bonita – O garoto voltou a falar – Estamos perdidos, será que poderia nos ajudar?
- São alunos novos? - perguntou desistindo de falar com Lexi, aquela maluca devia estar tentando agarrar algum dos jogadores.
- Estamos mais para alunos em um intercambio – O garoto sorriu para os seus amigos que o acompanharam – Precisamos chegar ao refeitório desse campus... Será que a moça bonita pode nos ajudar?
revirou os olhos, enquanto guardava o seu celular em sua bolsa, se aproximou do carrinho de golfe com passadas firmes e assumiu o volante, mas antes de dar partida, olhou com a melhor cara intimidadora que tinha para os garotos, e ficou feliz ao ver a reação surpresa de dois deles.
- Eu os levo lá, mas apenas porque necessito de um banheiro e não quero andar – tirou seus óculos escuros e os prendeu no cabelo – Mas se vocês me chamarem de moça bonita mais uma vez, eu prometo que sumirei com vocês três e nunca mais conseguirão sair desse campus.
ficou feliz ao perceber que não receberia resposta, e começou a dirigir. Tentou segurar a risada ao imaginar que eles haviam a levado a sério. Ela mesma já havia se perdido inúmeras vezes naquele campus.
- Estão entregues – freou o carrinho com força de propósito e teve que segurar a risada mais uma vez ao ver que um dos garotos havia quase caído.
- Nós temos que devolver o carrinho – O garoto ao seu lado voltou a falar - Será que rola uma carona de volta?
- Não aprendeu o caminho? - ela o encarou e se surpreendeu ao ver o enorme sorriso em seu rosto.
- Gostamos da sua companhia – Um dos garotos de trás disse.
- Quieto Arra! - O moreno ao seu lado voltou a falar – Prometemos não demorar – ele voltou a insistir.
- 10 minutos – disse já saindo do carrinho - Não se atrasem.
A italiana não esperou pela resposta, correu para o banheiro mais próximo, estava quase fazendo xixi nas calças. Após fazer suas necessidades, voltou a tentar entrar em contato com Lexi, e, como o esperado, a loira não atendeu o celular. bufou e lamentou ter que voltar para o campo de treinamento acompanhada por aqueles garotos, que por sinal levaram bem a sério quando ela disse dez minutos, pois eles já estavam lá.
- Está atrasada – O menino que havia sido chamado de Arra falou com um sorrisinho.
- Vocês são de onde mesmo? Têm um sotaque bem diferente. - perguntou enquanto voltava a se sentar no carrinho.
- Espanha no geral. Eu sou o , muito prazer, meu inglês deve ser péssimo porque também falo francês.
- Muito prazer – A sorriu para o menino ao seu lado – , e não se preocupe, o meu sotaque também não é dos melhores.
- É de onde? - O menino cujo nome não sabia ainda perguntou.
- Itália - A menina respondeu com um sorriso de lado.
- Ahá, acertei – o garoto voltou a falar – Sou o Óscar, muito prazer. você me deve dez euros.
- Apostaram a minha nacionalidade? - A perguntou rindo
- Apostamos e, como sempre, eu venci - Óscar voltou a falar metido.
- Devíamos ter começado então com ciao bella ragazza - disse sorrindo, mas seu sorriso logo morreu quando recebeu o olhar mortal de .
- Então, vocês estão aqui fazendo qual curso? - perguntou desviando o olhar de , que controlava a risada.
- Esportes – respondeu simplesmente – E você?
- Chegamos. - respondeu, não queria ter sido grossa, mas se sentiu muito burra por não ter percebido antes.
Três garotos bonitos, com o porte atlético, que são da Espanha e que estão aqui para um "intercambio em esportes?". Ah e sem falar do uniforme do Real Madrid que os três usavam.
- Não chegamos não. – Arra disse confuso, olhando para os seus amigos.
- É só andar uns trinta metros e vocês estarão lá - disse sem encará-los.
A estudante saltou do carro como um gato que pula de um telhado e, se não fosse pela sua agilidade graças às aulas de dança, teria ido de cara ao chão. Os garotos ficaram surpresos com a sua reação, mas saíram do carrinho também. ficou intrigado em relação à garota e teve uma ideia ao ver que a havia esquecido a bolsa no carrinho de golfe.
Enquanto isso, travava uma batalha pessoal consigo mesma, nem sabia exatamente para onde estava indo. Eles eram jogadores do Real Madrid! Se Lexi ficasse sabendo disso iria pirar, a italiana levou um susto ao sentir um toque quente em seu braço, ao se virar deu de cara com , que estava com um sorriso enorme no rosto, ela não sabia como reagir em relação ao garoto que do nada aparentava ser mais forte e muito mais bonito.
sorriu para garota à sua frente e só agora pode perceber quão linda a italiana era. tinha traços únicos, seus olhos levemente puxados davam um ar misterioso à garota, ele tinha a impressão de que ela escondia lindos segredos por trás daqueles olhos . O garoto percebeu que a não estava demonstrando nenhuma reação então se sentiu confortável o suficiente para pegar o celular da menina que tocava sem parar.
- Uma tal de Lexi está ligando – disse enquanto entregava a bolsa à menina que apenas desligou o celular e enfiou dentro da bolsa - Não vai atender?
- Por que não me disse que eram jogadores de futebol? - perguntou já não se aguentando mais.
mexia no seu cabelo sem parar, não estava acreditando no que estava acontecendo. deu um sorriso tímido e olhou para os seus próprios pés por um segundo antes de voltar a olhar a à sua frente.
- Isso mudaria alguma coisa? - abriu um sorriso sacana que fez as pernas de tremer um pouco.
- Eu fui super grossa com vocês, e além do mais, minha melhor amiga é fanática no Real Madrid.
- Sincera – passou a mão na barba rala – Se quiser, eu posso conseguir uma camiseta autografada para a sua amiga...
- Lexi! - completou após ver a cabeça loira da sua amiga surgir atrás de .
- Estou aqui !
se assustou com a loira baixinha que do nada surgiu ao seu lado, já a sorriu aliviada ao encontrar sua amiga e lhe deu um abraço apertado. O francês a encarou mais uma vez e ela pode perceber como o seu olhar era penetrante.
- Por onde andou? Estava te procurando há um tempão! O treino não acabou ainda, vamos. Quero ver os gols – Lexi parecia não ter percebido a presença de , que riu da sua situação.
- Lexi – virou a amiga na direção do garoto, que abriu um enorme sorriso – Esse é o , o reconhece de algum lugar?
Houve um momento onde Lexi não respondeu, apenas encarou como se ele fosse uma aberração, mas esse momento logo passou e a loira se jogou para cima dele, o dando um braço apertado e que, por conta da diferença de altura, fez a menina praticamente sair do chão.
- Ai meu Deus! É o , ! - Lexi limpava algumas lágrimas que escorriam de seu rosto.
arregalou os olhos ao ouvir o sobrenome do garoto, mas tentou disfarçar ao ver que ele voltou a encará-la. Além de ser jogador de futebol, também era filho de um. De um não, filho DO jogador de futebol. esboçou um sorriso meigo e sorriu de volta para ele.
- Lexi, acho que o tem que voltar para o treino, mas ele me disse que descola uma camiseta autografada para você. - disse olhando para que concordou com a cabeça.
- É sério? - Lexi voltou a chorar – Eu amo tanto o Marcelo, será que pode ser a camiseta dele?
- Claro – O francês respondeu, mas não olhava para Lexi, seu olhar continuava nos olhos de – Por que você não me dá o seu número, aí nos encontramos e te entrego a camiseta da sua amiga?
- Direto você, hein? - sorriu para o garoto, que mexeu no cabelo envergonhado – Eu te passo o meu número, mas tem que ser a camiseta do Marquinhos.
- Marcelo! - Lexi corrigiu a italiana, que riu nervosa.
- Marcelo então - se assustou com a loira – Eu estou sem o celular.
- Eu tenho uma caneta – foi Lexi quem respondeu e, sem pedir permissão, começou a escrever no braço do moreno, que sorriu surpreso – Prontinho, agora é só ligar.
- Claro – encarou , que olhava incrédula para sua melhor amiga – Eu vou ligar viu, bella ragazza, nem pense em não atender.
Dizendo isso se foi e deixou as meninas estáticas. Lexi foi a primeira a demonstrar uma reação com um gritinho que fez os ouvidos de doerem. ignorou a reação da amiga e voltou a colocar seus óculos escuros e caminhou em direção aos seus dormitórios.
- Aonde você vai ? - Lexi perguntou seguindo a que andava calmamente
- Vou tomar um banho e ir para biblioteca, Romeu e Julieta não morrerão se eu não terminar aquele livro...
- Tomar banho? Você nem treinou hoje ainda - Lexi pegou no braço da menina – Por que você está tremendo? É por causa do ? - Lexi segurou um risinho.
- Claro que não! - respondeu, estava indignada pelo fato da amiga ter achado que ela estava nervosa por conta de um garoto que ela havia acabado de conhecer, e ainda por cima era jogador de futebol – E você tem razão, vou treinar primeiro.
- Mas você vai encontrar o , né?
- Óbvio que não, quem quer a camiseta é você, quem vai encontrá-lo é você.
- Ah qual é, ! Ele estava dando em cima de você...
- Eu percebi –deu de ombros enquanto mexia no longo cabelo.
- Ele é um gato!
- Não faz meu tipo.
- Porra, ! faz o tipo de qualquer uma – Lexi teve vontade de estrangular a italiana – É por que ele é jogador de futebol? Porque se for isso, você está sendo bem idiota.
- Aqui meu celular – disse entregando o aparelho para amiga – Pode ficar com ele, e se divirta no encontro com o jogador.
- Ragazza stupida! - Lexi berrou para amiga, que apenas mexeu no cabelo como resposta.
- Você demorou muito lá, , a menina italiana tentou te bater? - Óscar perguntou sorrindo para o amigo, que havia acabado de levar uma bronca do seu pai.
- Claro que não - revirou os olhos e mostrou seu braço para o seu amigo – Mas consegui o número dela.
- Você não perde uma, – Arra sorriu para o amigo – Ela é bem gatinha.
- Gatinha? Eres una guapa! - Oscar disse fazendo Arra cair na gargalhada.
- Respeito, Oscar – deu um soco leve no ombro do amigo – A garota foi bem bacana conosco.
- Ah nem vem, , até parece que você pediu o telefone dela porque quer saber sobre as maravilhas da Itália - Arra provocou.
- Ele quer saber sobre as maravilhas da Itália, mas quer uma aula particular sobre as mulheres de lá - Óscar disse e recebeu um soco de resposta de , que não aguentou e riu junto de seus amigos.
- Vou encontrá-la hoje à noite – sorriu de lado para os amigos, enquanto se agachava para começar os exercícios.
- Boa sorte com o seu pai – Oscar disse enquanto encarava Zizou.
- Deixa que com o velho eu me entendo – piscou para o seu amigo – Afinal, ele também adora a Itália.
- Você não é a – disse o óbvio, visivelmente decepcionado.
- Não, não sou – Lexi estava corada e acima de tudo com raiva da amiga por fazê-la passar por isso – Perdão, , mas a não estava se sentido muito bem.
- Tudo bem, não é como se eu nunca tivesse levado um fora.
Lexi achou difícil de acreditar naquilo, afinal, o garoto era lindo, duvidava que algum dia ele já houvesse levado um não. A loira o observou enquanto ele mexia na sua mochila e sentiu seu coração acelerar ao vê-lo com a camiseta autografada em mãos.
- É do Marcelo – estendeu a blusa, seu sorriso já não era tão grande – Assim como você pediu.
- Olha, – Lexi o encarou nos olhos e sentiu as pernas tremerem – Posso te chamar de ? - O garoto balançou a cabeça em concordância – Eu não estou acreditando que estou falando com você, quer dizer, seu pai é Zinedine Zidane. O que eu estou querendo dizer é que a não curte futebol, e acho que é por isso que ela não quis vir.
- Não curte futebol? - o francês mexeu no cabelo, confuso – Mas por quê?
- Ela é meio traumatizada, mas não pergunta nada disso à ela, ok?
- Ok, não é como se eu fosse vê-la novamente, não é mesmo?
- Sobre isso, se você quiser, posso te arranjar um encontro com ela...
- Você tá falando sério?
- Estou – Lexi respirou fundo antes de continuar – A vai andar de bicicleta na praia toda manhã, em Santa Monica, e como o treino de vocês não começa antes das nove, dá para você ir encontrá-la.
- Como você sabe?
- Isso não importa, você vai ou não?
- É lógico que eu vou, adoro praia, ainda mais quando se tem italianas gostosas passeando de bicicleta nela.
encarava o oceano enquanto amarrava o cabelo, se tinha uma coisa que ela gostava na Califórnia eram as praias. A italiana tinha a sensação de que as pessoas eram mais felizes quando estavam perto do mar, ela mesma se sentia mais feliz. Deu o último nó no cadarço do seu tênis e subiu na bicicleta. amava pedalar logo pela manhã na praia de Santa Monica, gostava de assistir o sol nascendo, os surfistas passando parafina em suas pranchas, mas sem duvida a melhor parte era ver os casais de idosos que passeavam de mãos dadas pela praia.
A italiana estava tão perdida em seus pensamentos que nem notou quando um cara começou a acompanhá-la, freou a bicicleta no susto e tropeçou no próprio pé ao ver quem era o rapaz.
- Se machucou? - perguntou também freando a sua bicicleta.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou enquanto voltava a montar em sua bicicleta.
- Não é óbvio? Estou andando de bicicleta pela bela praia de Santa Monica – o jogador abriu um lindo sorriso que deixou a dançarina ainda mais irritada.
- Parece que você está me seguindo, isso sim – A voltou a pedalar, dessa vez acompanhada de , que fazia questão de pedalar na mesma velocidade que ela.
- Por que você não foi me encontrar ontem à noite?
- Lexi foi te encontrar ontem à noite, quem queria a camiseta era ela. Fui bem interesseira ao ser simpática contigo, peço perdão.
- Uau – deu um sorriso nervoso – Você realmente não quer nada comigo.
- E por que você iria querer algo comigo? Tudo que fiz foi te dar uma carona pelo campus, menino – revirou os olhos e sorriu para o menino que mantinha a cabeça baixa.
- Talvez eu tenha gostado muito da carona que você me deu.
- Posso te arranjar outras garotas para te dar carona – disse freando a bicicleta mais uma vez e ficou esperando a resposta de , mas como ela nunca veio, continuou a falar – Ah, qual é, você não pode estar chateado - encarava os seus pés - Você me conheceu ontem, impossível ter gostado tanto assim de mim.
- Sou um romântico que não conhece limites – riu nervoso e fez careta – Nossa senhora, isso foi muito brega – gargalhou e foi acompanhada pelo menino – A verdade é que eu estou a fim de te dar uns pegas mesmo – disse e mordeu o lábio inferior e sentiu seu coração acelerar.
- Agora sim, dar uns pegas combina mais com você - voltou a pedalar, mas parou ao ver que não a seguiu.
- Como assim combina mais comigo? – o garoto parecia ofendido.
- Você é jogador de futebol, é isso que vocês fazem.
- Perdão? - não conseguia acreditar no que estava falando – Sua amiga me disse que você não curtia futebol.
- Eu não curto futebol, mas isso não quer dizer que eu não entenda o mundo o qual vocês vivem. E, acredite em mim, não quero jamais fazer parte dele.
- Acho que você está exagerando, garota – pulou de sua bicicleta para ficar de frente a – Tudo o que eu disse é que queria te beijar, não estou te pedindo em casamento.
não queria que aquelas palavras tivessem causado efeito nela, mas ela estaria mentindo se dissesse que não ligou para nada do que ele havia dito. O garoto por sua vez se arrependera na mesma hora de ter falado aquelas coisas, estava na cara que a garota estava apenas se defendendo e talvez até estivesse certa em não querer se envolver com nenhum jogador.
-Perfeito, pois eu também não estou a fim de ser o seu casinho de verão.
voltou a pedalar, mas dessa vez não a acompanhou, sabia que tinha sido um otário com a garota e que se a seguisse provavelmente levaria um soco. Tinha que fazer algo para que ela o perdoasse. queria, mas não conseguia, a tinha o deixado curioso, e o menino também queria ter a chance de ver o belo quadril da italiana mais uma vez.
- Eu já te pedi desculpa umas quinhentas vezes, - Lexi tentava conversar com a que a ignorava e mantinha o seu foco no livro de Shakespeare que estava lendo - Não sabia que o garoto era um completo idiota, o pai dele é Zinedine Zidane e pelo que sei é super fantástico, bem... tirando aquela vez que ele deu uma cabeçada em um jogador na final da copa do mundo.
olhou indignada para a amiga, era impressionante o amor de Lexi por futebol, a italiana tinha certeza de que se pudesse Lexi falaria sobre futebol até durante o sexo.
- Eu te disse que não queria encontrá-lo, mas mesmo assim você arranjou um jeito dele me ver – bufou ao ver a cara de culpada da amiga, sabia que Lexi não tinha feito por mal – Mas tudo bem, já passou, eu provavelmente nunca mais irei ver esse garoto na minha vida.
- Se eu fosse você não teria tanta certeza assim – Lexi disse com os olhos arregalados enquanto apontava para algo que estava atrás de .
A italiana respirou fundo antes de virar a cabeça e dar de cara com , que caminhava tranquilamente pela biblioteca chamando a atenção de todos. A garota teve que segurar a risada quando o viu tropeçar no pé de um aluno, o francês parecia estar totalmente perdido entre as estantes de livros. Foi quando Lexi em um ato involuntário levantou a mão para chamá-lo que as viu, ele abriu aquele grande sorriso que não sabia dizer se amava ou odiava, ou se amava odiar.
- Você não desiste nunca, menino? - perguntou sem encará-lo, na verdade estava tentando disfarçar a cor vermelha que tomou conta do seu rosto ao vê-lo tão de perto, e com o uniforme de treino que o deixava muito gostoso por sinal.
- Olá, Lexi – disse simplesmente.
- Não estou acreditando que você disse a ele que eu estaria aqui, Lexi! - disse furiosa para amiga.
- Eu? Não fiz nada! - Lexi estava vermelha.
- Ela não fez nada, – tocou no ombro da para chamar a sua atenção - Descobri sozinho que você estava aqui.
- Verdade? - o olhou desafiadora – Posso saber como?
- Perguntei a vários alunos e eles me falaram que você passa bastante tempo aqui na biblioteca, além de sempre estar no estúdio de dança; O que você faz lá? - perguntou enquanto apoiava umas de suas mãos na parte da trás da cadeira da italiana, enquanto a outra estava apoiada na mesa.
- Eu malho lá - A disse dando de ombros.
- Mentira – Lexi disse incrédula para amiga – Ela faz aulas.
- Cala a boca, Lexi. - A italiana praticamente berrou, e ouviu vários "xius" como resposta, estranhou o nervosismo da garota – Me diz logo o que você quer, mas já adianto que se não for uma proposta de casamento nem perca o seu tempo comigo.
olhou desafiadoramente para o francês que deu um sorrisinho de lado, aquela garota era demais para ele. pegou a cadeira livre ao lado da italiana e se sentou ao seu lado, bem próxima a ela, fazendo com que as pernas dos ambos se tocassem, a estudante olhou surpresa para ele.
- Eu quero te pedir desculpas – disse sério, olhando nos olhos da menina – Fui um completo idiota na praia ontem, te juro que nem sempre sou assim.
- Não posso dizer o mesmo, sou mal humorada quase sempre – A menina deu um sorriso divertido e sorriu para ela.
- Isso é verdade – Lexi disse baixinho com a cara escondida no livro que lia.
- Ontem quando eu estava andando na praia eu vi algo que me lembrou de você – disse sorrindo e se abaixou para pegar algo na sua mochila, olhou desconfiada para Lexi que deu de ombros antes de voltar a sua atenção para o seu livro – Espero que goste.
A menina voltou a encarar , que estava com a mão estendida em sua direção e nela havia uma pulseirinha. pegou a delicada peça da mão do menino e ficou surpresa ao ver a beleza da jóia, era simples, prateada e com um único pingente pendurado, uma linda margarida.
bem que tentou, mas não conseguiu disfarçar o sorriso, margarida era a sua flor favorita, adorava tudo que tinha a ver com a flor. observava a italiana enquanto ela colocava a pulseira em seu pulso, a o encarou com o sorriso mais lindo que já tinha visto, e de repente ele já não sabia mais o que fazer ou falar, se perdeu nos olhos de , que o olhavam atenciosamente.
- Muito obrigada, – a italiana disse por fim, estava nervosa e não conseguia entender o porquê. Sentiu os pelos de sua perna arrepiar com o leve contado de sua coxa com a coxa de e de repente estava encarando a boca do menino a sua frente.
- Acho que vou embora – Lexi disse se levantando, chamando a atenção de sua amiga que parou de encarar o garoto na sua frente.
- Você fica – disse corada.
ainda encarava a menina e adorou vê-la daquele jeito, suas bochechas rosadas davam um contraste bonito com a sua pele , e sem falar nos lábios dela, o francês não via a hora de poder beijá-los.
- Já é tarde, – Lexi disse timidamente – , e o seu treino?
- Hoje acabou mais cedo – Ele disse ainda sem tirar os olhos da italiana à sua frente – tenho o resto de dia de folga.
- E você não vai aproveitá-lo? - A voltou a encará-lo e riu baixinho.
- Vou sim – Ele encarava a pulseira que havia dado para a garota, agora presa em seu pulso - Mas quero aproveitá-lo com você.
Lexi deu um leve gritinho antes de sair correndo, achou graça da reação da menina e ficou surpreso ao ver se levantar rapidamente e começar a arrumar o seu material que estava todo jogado pela mesa. O francês se levantou também preocupado, ele estava indo bem até se insinuar para a menina, por que ele tinha que ter feito aquilo?
- Me desculpa, , não quis ofendê-la – disse meio desesperado.
- Cala a boca – Ela disse enquanto pegava o último livro de cima da mesa - Não se esquece da sua mochila – A italiana disse o encarando, sem entender nada pegou a sua mochila do chão e voltou a encarar a garota que tinha um sorriso divertido em seus lábios - Me acompanha?!
A estudante pegou na mão de e começou a guiá-lo pela biblioteca, ele estava confuso com a reação da menina, estava com medo dela estar o levando para um canto onde iria enchê-lo de porrada, mas se surpreendeu quando ela largou todo o seu material no chão e fez um sinal para que ele fizesse a mesma coisa com sua mochila. se aproximou aos poucos de que já não conseguia mais raciocinar, estava perdido na imensidão castanha que eram os seus olhos.
- O que você está fazendo? - perguntou surpreso após a menina o abraçar pelos ombros.
- Você disse que queria me beijar, vamos nos beijar então - A italiana tinha um sorriso divertido no rosto, que fez suspirar.
- Tem certeza de que não vai se arrepender? - questionou enquanto passava os seus braços em volta da cintura da menina.
- Provavelmente, mas eu tive um dia difícil.
- O que aconteceu? - O jogador a encarou preocupado.
- Nada que alguns beijos não me façam esquecer.
não teve nem tempo de responder, já que antes que pudesse sequer abrir a boca, sentiu seu corpo se chocar em uma das muitas estantes que ficavam no local, e, por instinto, segurou ainda mais forte a cintura de , seus olhos pousando no local, vendo como seu corpo era delicado e perfeito.
Quando seus olhos voltaram para os da menina, ela acabou com a pouca distância que os separava e juntou seus lábios com urgência, como se mais nada além do beijo de fosse suficiente para ajudá-la a esquecer do dia que tivera.
sabia que ela não estava bem e parte de si queria abraçá-la e perguntar o que estava acontecendo, mas a outra parte falava mais forte e essa venceu a luta interna que travou consigo mesmo, principalmente quando o beijo foi cortado e tirou apressadamente sua camisa, o deixando apenas com a segunda pele que sempre usava nos treinos. Foi impossível segurar o gemido que escapou de sua boca quando suas mãos passaram por toda a extensão de seu abdômen, um de seus pontos fracos. Ciente de que precisava reagir e aproveitar, virou a garota contra a estante e levou seus braços para o alto de seu corpo, os segurando ali enquanto sua outra mão passeava livremente por toda a extensão do corpo dela, demorando um pouco mais em suas coxas, a pressionando contra seu corpo, que já apresentava sinais do quanto aquela pegação o estava afetando.
Mesmo sabendo que, infelizmente, não poderia fazer muito mais do que isso em um local tão público, segurou os cabelos de pela nuca, puxando-os de leve para que tivesse total acesso ao seu pescoço. A menina pareceu gostar da sugestão, já que mesmo ocupado em deixar beijos molhados entre sua orelha e mandíbula, a sentiu arfar e tentar unir ainda mais seus corpos. Sorriu sozinho ao ver como o corpo da garota parecia tão certo, moldado ao seu, e o cheiro de seu perfume o estava levando a loucura.
sabia que estava em forma, afinal, era um jogador de futebol, mas nunca imaginou que por debaixo daquele uniforme havia um verdadeiro paraíso, um o qual ela gostaria muito de poder desvendar por completo. Como um garoto poderia ser tão gostoso e beijar tão bem?
Não sabia que era possível sentir tanto com apenas beijos no pescoço, já estava a ponto de não responder mais por si. Ali, no meio daquelas estantes cheias de livros que ela não fazia à mínima ideia do que continham, se deu conta do tamanho do desejo que claramente tinham um pelo outro.
Voltou à realidade quando finalmente decidiu dar mais atenção a sua boca, mordendo de leve seu lábio inferior, causando uma dor que ela classificou como prazerosa. Abriu os olhos por um instante, vendo os dele a encarar em pura luxuria.
Sem que percebesse mordeu os próprios lábios ao vê-lo tão lindo, despido de qualquer pudor, vendo-o se mostrar tão transparente para ela, para que ela visse o quanto era desejada. Nunca tinha visto tanto desejo como via nos olhos do francês.
Suas mãos seguraram o rosto de , o puxando ferozmente para um beijo que já passava o limite do aceitável em qualquer lugar que não fosse entre quatro paredes, mas sem se conter deixou que sua mão deslizasse até a parte traseira do jogador, dando um apertão de leve que o fez rir anasalado
- Gostou? – a encarou com aqueles olhos que mais pareciam o oceano, retribuindo o gesto, espalmando a mão em sua bunda. Não era à toa que ele era goleiro, a pegada foi firme, cheia, a deixando ainda mais fraca entre seus braços.
- Cala a boca – sorriu mordendo o lábio inferior, vendo o olhar do jogador imediatamente cair sob eles.
Quando resolveu que precisava ver o que mais ele tinha para oferecer, colocou suas mãos na cintura do garoto, segurando de leve a barra de sua blusa, mas foi impedida de tirá-la pela mão de .
O jogador voltou a encará-la, só que dessa vez mais seriamente, a italiana entendeu naquela hora que haviam ultrapassados os limites, fez um biquinho e sorriu e voltou a beijá-la, dessa vez mais calmo e carinhoso, aproveitou para explorar o cabelo do menino que era muito macio e finalizou com um beijinho em seu nariz.
- Está quente né? - O jogador perguntou sorrindo e recebeu em resposta uma gargalhada de , que logo foi abafada pela mão de .
- Quer tomar um sorvete? - A italiana perguntou enquanto tirava a mão do jogador de sua boca. concordou sorrindo e ambos deixaram a biblioteca com o coração acelerado.
- E então? - perguntou para a menina que lambia os seus dedos sujos de sorvete de chocolate.
- Então o quê? - A perguntou sem lhe dar atenção.
- Não vai me contar por que está chateada?
- Estava – A italiana piscou para o francês, que riu pelo nariz.
- Vamos, , me conte – o garoto apertou de leve a coxa da menina, que ergueu uma sobrancelha.
- Pode me chamar de .
- ? - o jogador perguntou enquanto as suas mãos subiam pela coxa da menina, que riu, se deixando ser levada pelo francês que a puxava para perto dele. Quando já estava sentada no colo do menino foi que sentiu aquela maldita pontada no tornozelo e foi impossível evitar uma careta – O que aconteceu?
- Nada – a menina tentou disfarçar fazendo carinho na barba rala do francês que não se deu por vencido.
- É o seu tornozelo que está doendo? - ele perguntou enquanto delicadamente tocava na perna da menina, que fez outra careta – Isso é uma cicatriz?
- É - se deu por vencida, puxou a perna da menina para mais perto para que pudesse olhar melhor, a estudante sorriu enquanto o assistia analisar a sua cicatriz.
- Como foi que a fez? - O jogador perguntou encarando profundamente a estudante à sua frente, que deu de ombros.
- Fiz uma cirurgia há cinco meses, tive uma lesão, aí tive que operar...
- Lesão? - estava confuso.
- Eu danço, , esse é o meu curso – o olhava atenciosamente, estava insegura em relação à isso e não sabia exatamente o porquê.
- Você dança? Que demais! - o jogador abriu um enorme sorriso para a surpresa da menina – A minha mãe dançava também, inclusive queria ser professora.
A italiana ficou sem saber o que fazer, não esperava essa reação vinda do menino, estava acostumada a sempre não ser levada a sério quando falava que cursava dança,
Muita gente acreditava que não era uma profissão, a própria se questionava se era aquilo que ela queria para sua vida.
- Posso ver você dançar um dia? - perguntou com brilho nos olhos, para o espanto da menina, que se levantou rapidamente pegando a sua bolsa.
- Acho que vou parar de dançar - Ela disse olhando para o horizonte.
- Parar? Por quê? - se levantou também, ainda estava com a roupa do treino, mas sem a blusa do uniforme que havia tirado e o garoto não fez questão de colocá-la novamente – Por conta da lesão? Olha, conheço muitos jogadores que tiveram lesão e se recuperaram, e hoje em dia jogam como se nunca tivessem se machucado!
- Ai meu Deus – foi tudo que conseguiu dizer ao ver os olhos do menino brilharem ao falar sobre isso com ela, a italiana teve certeza naquele momento que os limites haviam sido ultrapassados – Obrigada por hoje, – a estudante olhou mais uma vez para o céu azul antes de voltar o seu olhar para o francês ao seu lado – Você beija muito bem.
- Nunca tinha beijado ninguém em uma biblioteca antes – O jogador estava perdido em seus pensamentos, queria dizer tanta coisa, mas as palavras não saíam, queria questionar a menina sobre a dança e sobre o ódio em relação ao futebol, mas não parecia estar a fim de falar sobre ambos, então achou melhor terminar a conversa – Eu te vejo amanhã?
- Não?! - A riu nervosa – Eu não era o seu casinho de verão? Então, já nos beijamos, se sinta realizado.
- O verão ainda não acabou – Foi tudo que disse, deixando sem reação, o que não era comum. A menina ficou sem saber o que fazer. O moreno se aproximou e beijou carinhosamente a testa da estudante – Eu te mando uma mensagem, ok?
- Ok – a italiana disse por fim.
observava ir embora da sorveteria com a sua mochila nas costas e a blusa do uniforme pendurada nos ombros, a menina mordeu o lábio inferior ao se lembrar que tinha tocado naquele corpo magistral de . Encarou a pulseirinha de margarida que estava no seu pulso e abriu um sorriso.
-Talvez vê-lo novamente não seja assim tão ruim.
Capitolo Due
- Ai meu Deus, , não acredito que você esqueceu de tomar os remédios! - Lexi estava indignada e, acima de tudo, furiosa com .
A italiana apenas deu de ombros, sabia que tinha errado ao ir treinar e não ter tomado os remédios, ela ainda estava em recuperação, tinha que ter todo o cuidado do mundo, mas não foi isso que aconteceu. A estudante acordara naquela manhã com uma grande disposição e vontade de dançar, como há muito tempo não acontecia, e talvez tenha se empolgado um pouco demais.
Agora ela estava deitada em sua cama com uma bolsa de gelo em seu tornozelo que estava dolorido e, o pior, estava ouvindo um sermão da sua melhor amiga. Revirou os olhos quando mais uma vez o seu celular começou a tocar. Sua mãe não desistia, queria que fosse visitá-la.
- Pelo amor de Zidane, atende esse celular! – Lexi gritou para amiga, assustando a que pegou o celular rapidamente.
- Alô – disse baixinho, pois já esperava a gritaria vinda de sua mãe.
- Ciao, bella ragazza – a italiana sorriu ao reconhecer a voz de .
- Come ti senti, bello? - perguntou a estudante com um sorriso nos lábios.
- Eu não entendi nada, – respondeu e caiu na gargalhada.
- Você precisa aprender italiano então.
- Você vai ser a minha professora particular?
- Cobro dez beijos à hora – a italiana respondeu sorrindo, mas fechou a cara ao ver Lexi olhá-la desconfiada – Estou falando com a minha mãe.
- Está sim – A loira veio em passos firmes em direção a e tirou facilmente o celular da mão da italiana que olhava indignada para a amiga.
- Oi, , como anda os treinos? - Lexi perguntou enquanto mostrava a língua para a , que tacou um travesseiro nela – Eu estou ótima, muito obrigada, mas a que não está tão bem, sabia que ela está de cama agora?
- LEXI ADAMS! - gritou estupefata.
- ! - a loira gritou de volta – Ah, está tudo bem sim, mas hoje vocês não vão poder se ver, ela não pode sair da cama – a italiana bufou para amiga – Você vir aqui? - A arregalou os olhos para amiga que apenas sorriu – Mas é claro! Eu te passo o endereço.
A italiana ficou observando Lexi, que explicava o caminho para , não estava acreditando que aquilo estava acontecendo, não conseguia acreditar que ela e estavam se vendo todos os dias desde que se conheceram. não era desse jeito, sempre tomou as rédeas e decidia o que queria fazer, mas com o jogador de futebol era completamente diferente, era como se ela não fosse ela mesma quando estava com ele.
- Ele chega em vinte minutos – Lexi anunciou e jogou o celular para .
- Olha a zona que está esse quarto, Lexi! - a disse para a amiga que deu de ombros.
- Só não deixe ele entrar no banheiro, tem calcinha sua na pia – Lexi disse, para o desespero da italiana - Não ouse levantar dessa cama, estou indo encontrar o Brian e quando eu voltar não quero encontrá-los pelados. Bom, talvez só o .
tacou seu ursinho em Lexi, mas a americana foi mais rápida e saiu correndo do quarto e para o azar de seu bichinho de pelúcia agora estava no chão do seu quarto e provavelmente seria a primeira coisa que iria notar.
A italiana tentou arrumar o quarto, mas não conseguiu, afinal não podia sair da cama, tudo que conseguiu fazer foi pegar as coisas que estavam no chão ao seu alcance e colocar tudo embaixo da sua coberta, mas o olhar da estudante sempre voltava para o banheiro e a sua calcinha na pia.
se assustou quando ouviu as batidas na porta e rapidamente se arrumou, se cobrindo com a coberta e jogando a sua escova de cabelo na cama de Lexi.
- Pode entrar.
entrou sorrindo, como sempre, e a italiana perdeu o ar. Era sempre assim, o francês parecia que tinha saído de um comercial de perfume, onde o cara era lindo e muito gostoso. era tudo aquilo e muito mais, tinha certeza de que nunca encontraria um homem tão bonito como ele.
- O que você aprontou, princesa?
teve vontade de pular no colo de , ele a olhava com um sorriso divertido nos lábios, queria tanto beijá-lo. O francês deixou a sua mochila cair no chão enquanto admirava o quarto das meninas, que não era muito grande, mas tinha muitas coisas, o jogador se assustou quando pisou em algo macio no chão.
- É seu? - Ele perguntou enquanto pegava o ursinho.
- Não, é da Lexi – disse com os olhos arregalados.
- Ah – disse simplesmente, enquanto jogava o ursinho de qualquer jeito na cama vazia de Lexi.
- Cuidado! - A italiana ficou vermelha ao ver rir da sua cara.
- É da Lexi, hã? - O jogador perguntou divertido, enquanto voltava a pegar o bichinho de pelúcia, dessa vez com mais cuidado.
- Não, ele é meu - a estudante revirou os olhos – E se chama Harry Potter.
- Harry Potter? - perguntou enquanto se sentava na cama de , a italiana se ajeitou mais para que ele se aproximasse, mas continuou no mesmo lugar.
- Eu amo Harry Potter – a sorriu para , que entregou o seu ursinho para ela e a encarou dessa vez com um semblante preocupado.
- E o tornozelo?
- Eu não tomei as medicações que eu tinha que tomar hoje de manhã, aí fui dançar e exagerei um pouco...
- Está doendo muito? - O francês perguntou enquanto buscava pela perna da na cama, sentiu o coração disparar ao senti-lo tocar com tanto carinho em seu tornozelo que estava com a bolsa de gelo.
- Já está bem melhor, Lexi cuidou muito bem de mim...
- Eu adoro a sua amiga – sorriu para ela e pegou em sua mão.
- O que você fala para os seus companheiros quando você vem me encontrar? - Ela estava curiosa, afinal já eram cinco dias seguidos que ela e se encontravam.
- Companheiros? - O jogador perguntou rindo e revirou os olhos – Meus amigos sabem que eu venho te ver, lembra do Óscar e do Arra? - A italiana fez que sim com a cabeça - Meu pai faz vista grossa, mas eu cumpro com os meus horários, só venho te beijar quando o treino estiver terminado.
riu para , que fazia carinho na mão da italiana e de vez em quando brincava com a pulseira que ele havia dado.
- Você disse que queria me ver dançar, né? - A perguntou e assentiu com a cabeça - Não posso dançar agora, mas tenho alguns vídeos meus aqui, se você quiser ver.
- Eu adoraria – O francês abriu um lindo sorriso e sentiu as famosas borboletas no estomago.
- Vem, deita aqui comigo – A Italiana chamou, mas não se moveu.
- Acho melhor não.
- Ah qual é, , eu já peguei na sua bunda, você já pegou na minha, não vejo problema em você deitar na minha cama.
- O problema é que eu acabei de sair do treino, estou suado e fedido.
- Se quiser ir no banheiro se limpar...
concordou com a cabeça a se levantou indo em direção ao banheiro, pegou o seu notebook e começou a procurar na galeria os melhores vídeos dela dançando.
- Bela calcinha – A estudante ouviu a voz do e se desesperou, tentou se levantar da cama, mas foi impedida por ele que voltava para o quarto com a calcinha da garota na sua mão - Ei, ei! Você não pode sair da cama – deu um grito de frustração e gargalhou vendo a reação da garota.
O jogador voltou para o banheiro ainda segurando a calcinha da italiana, a estudante prometeu a si mesma que mataria a Lexi na próxima vez que a visse. voltou para o quarto, dessa vez sem a calcinha e sem blusa também, suspirou enquanto observava o abdômen perfeito do menino à sua frente. Ele se aproximou dela e levantou a coberta para que pudesse deitar ao seu lado, a italiana ainda estava com vergonha por conta do acontecimento da calcinha, mas a fez esquecer de tudo quando a beijou carinhosamente no topo da cabeça.
- Vamos ver se você dança bem mesmo.
Os dois assistiram aos vídeos de dançando. A italiana até mostrou vídeos dela pequena dançando e esses foram os favoritos de . Ele estava impressionado com a garota, ele já havia reparado que ela se mexia com certa graciosidade e que o seu corpo era escultural, mas vê-la dançando o deixou ainda mais encantado, ela estava ainda mais bonita para ele.
- Quer que eu te mostre a coreografia que eu vou dançar no começo de agosto?
- Claro – respondeu – Espera, é para isso que você está ensaiando? Você tem uma apresentação?
- Sim, dois de agosto no Los Angeles Theater.
- Eu tenho um jogo dia três de agosto – disse um pouco preocupado.
- E daí? Você não vai me ver dançar e eu não vou te ver jogar – deu de ombros, atitude que chateou , ele sabia que o que tinha com a menina não era nada sério, mas ele gostaria de vê-la dançar e gostaria que ela fosse vê-lo jogar.
colocou play no vídeo e voltou a sua atenção para o notebook da menina, na tela havia uma mulher que dançava de um jeito que nunca havia visto, ele não entendia muito de dança, mas sabia que aquela mulher era incrível, os seus movimentos eram leves e expressivos. Ele parou de assistir o vídeo e voltou a encarar a garota deitada ao seu lado, tinha lágrimas nos olhos e olhava atentamente a cada movimento que a dançarina fazia, o vídeo de oito minutos finalmente acabou e ainda encarava a ao seu lado. Ele se sentia diferente.
- É lindo, né? Se chama Frontier, é a coreografia da Martha Graham, a mulher que estava dançando no vídeo, acho que é a minha dançarina favorita.
- É linda – disse ainda encarando , que sorriu para ele e depositou um beijo nos lábios do menino, que respondeu fazendo carinho nos cabelos longos da italiana.
O beijo foi cortado quando Loca da Shakira começou a tocar. cortou o beijo, infeliz, e se apoiou em cima do para poder pegar o seu celular. então percebeu que a italiana estava usando um shorts bem curto, que realçavam as curvas da menina, o jogador teve vontade de espalmar a sua mão no traseiro da garota mais uma vez.
- Porca miseria! - exclamou , assustando o menino, ele não tinha a mínima ideia do que ela tinha dito, mas teve a sensação de que não era algo bom.
- O que aconteceu?
- Minha mãe - a estudante respondeu enquanto voltava para o seu lugar e sorriu triste ao ver que tinha perdido a sua chance de apertar a bunda da – Ela anda muito carente.
- A sua mãe mora aqui?
- Sim, ela mora em Santa Ana, meu pai ainda mora em Milão na Itália.
- Eles se separaram? - perguntou e fez que sim com a cabeça - Por quê?
- Futebol – a menina disse simplesmente.
- Futebol? - perguntou surpreso.
- Sim, futebol.
- Isso não é possível - O jogador estava com um sorriso irônico no rosto, mas ele logo sumiu ao ver a cara de – Sinto muito, .
- Eu nem ligo mais – a deu de ombros, estava mexendo atentamente em seu notebook, não gostava de falar sobre aquilo, ainda mais com , que era um jogador de futebol – Esse vídeo meu é embaraçoso, quer ver?
apenas concordou com a cabeça, mais uma vez a menina havia o deixado sem palavras, agora ele entendia toda essa antipatia da menina em relação ao futebol, mas ele não conseguia acreditar que o esporte havia separado os pais de .
- É agora, olha isso.
voltou a sua atenção para a tela do notebook, a italiana estava vestida de margarida e dançava lindamente, era uma coreografia engraçada e rápida. tapou a cara com as mãos e entendeu o porquê, em uma tentativa de estrelinha a italiana dera de cara no chão, mas o pior, a margarida que antes estava presa na sua cintura saiu rolando pelo palco, o que causou o tombo de outros dançarinos. O francês gargalhou alto de um jeito que a nunca tinha visto, isso fez com que ela risse ainda mais, os dois ficaram um bom tempo dando risada até que parou a sua risada abruptamente e ficou encarando o menino ao seu lado, e mais uma vez sentiu a aquela sensação estranha que vinha do seu estômago e ia parar no seu coração.
- Eu tenho um vídeo engraçado meu para te mostrar também, quer ver? - ele perguntou nervoso, a italiana apenas concordou com a cabeça.
pegou o notebook do colo da menina e colocou no seu, a italiana ainda o encarava, ele parecia estar tão concentrado em achar o vídeo engraçado para mostrar para ela que sentiu mais uma vez aquelas borboletas no estômago. Ela parou de olhá-lo quando ouviu o som vindo do computador, no vídeo fez um gol contra, e um gol contra bem feio.
- Nossa, eu pensei que você soubesse jogar bola – A italiana provocou e revirou os olhos.
- E eu pensei que você soubesse dançar, margarida – O francês respondeu e em troca ganhou um tapa forte em seu peito – Eu acertei em te dar a pulseira com essa flor, em?
- Sim, agora toda vez que eu olho para ela, lembro da pior apresentação da minha vida – sorriu enquanto se levantava da cama, com a bolsa de gelo nas mãos - Já deu o horário - ela disse após ver o olhar preocupado de sobre si.
- Você fica uma gracinha nesse shorts – O jogador disse o que queria ter dito há muito tempo.
- Eu sei disso – piscou para o francês –, você também fica uma gracinha sem camisa.
se sentou na cama e puxou pelas mãos, a segurou pelo quadril enquanto observava os olhos da menina, ela era linda e parecia que a cada momento ela ficava mais interessante para . Ele fez com que ela sentasse no seu colo e começou a massagear as coxas da menina, que mordeu os lábios enquanto sentia as mãos de passear pelo seu corpo, ele puxou a perna dela para cima e tocou no tornozelo machucado da menina.
- , não. - segurou a mão do francês, que a encarou e nos seus olhos a italiana pôde ver que ele pedia confiança.
A menina deixou que ele massageasse o seu tornozelo. O jogador pôde sentir que a italiana estava tensa no começo, mas aos poucos ela foi se entregando e começou a aproveitar o carinho que ela recebia. terminou depositando um beijinho na cicatriz da , para a sua surpresa.
- Está na minha hora, não quero receber ligações do meu pai – disse ainda com em seu colo, a italiana mexia nos cabelos do francês.
- Amanhã eu vou te ver?
- Você quer me ver amanhã? - perguntou , surpreso.
- Quero – a disse mordendo o lábio inferior, levantou da cama com ainda em seus braços, encarou imensidão castanha antes de beijá-la mais uma vez.
- Me empresta uma blusa? - o jogador perguntou, após terminar o beijo com carinhos na bochecha da menina – A minha do uniforme está nojenta.
-Eu acho que tenho uma blusa para te emprestar.
foi para o seu guarda roupa procurar a blusa que havia dado para o seu pai há alguns anos, ela havia pegado de volta na última vez que estivera na Itália há alguns meses. Ela achou a blusa e entregou para que a olhava desconfiadamente, ele revirou os olhos após ver a estampa da blusa. Em roxo e branco estava escrito "melhor dançarino do mundo" e embaixo havia bailarinas dançando.
- É sério isso? - ele perguntou enquanto já vestia a blusa.
- Sinto muito, mas é a única blusa que eu tenho que vai servir em você.
- Dá para o gasto – o jogador sorriu ao pegar a sua mochila que estava jogada no chão - Eu te vejo amanhã então - deu um último beijo em e foi para a porta – Tchau, bonita, tchau, Harry Potter.
caiu na gargalhada após ver o menino fechar a porta do seu quarto, pegou o seu ursinho, se jogou na cama e tentou se lembrar quando tinha sido a última vez que havia se sentindo tão feliz assim.
⚽⚽⚽
- Por favor, não faz isso comigo - fazia birra enquanto era puxada por até o centro de treinamento do time - Eu já te devolvi a sua luva, me deixa em paz agora.
- Nossa senhora, como você é dramática. - rolou os olhos parando de frente à , que estava com um biquinho - Você só vai conhecer o meu pai, não é grande coisa.
- Mas eu não quero conhecer o seu pai - cruzou os braços e olhou feio para , que segurou uma risada.
- Não, mas a sua mãe quer que você conheça o meu pai, você não devia ter me contado essa história, agora eu vou fazer você cumprir essa promessa.
- Que ódio - revirou os olhos e voltou a caminhar - Eu nunca mais te conto nada. Em que língua eu falo com ele?
- Ele fala italiano, mas se vocês conversarem em italiano não vou poder participar da conversa e se você se enrolar não vou poder te socorrer... - fez um biquinho e a apenas jogou a cabeça para trás, não crendo na situação que se encontrava.
- Depois eu que sou a dramática.
- Vem - puxou a pela mão e a guiou pelo centro esportivo
não gostava de se sentir intimidada, mas naquele local tudo que a italiana sentia era insegurança, todos olhavam para ela e, o pior, sorrindo. A olhou desconfiada para , que tinha um semblante culpado.
- Você já contou para todo mundo sobre mim, né?
- Eles queriam saber o motivo do meu sorriso.
- Você é muito brega. - disse e revirou os olhos enquanto cutucava a cintura da , a fazendo gritar- AI!
- Eles queriam saber o motivo do meu desaparecimento e não é fácil ter o treinador como pai, ok?
- !
Os dois jovens se viraram para a pessoa que havia chamado o francês, logo abriu um sorriso e franziu o cenho, ela conhecia aquele homem de algum lugar.
- É o Marquinhos?
- Marcelo - revirou os olhos e puxou a garota pela cintura.
- A Lexi vai pirar - a sorriu para o garoto, que apenas piscou em concordância.
- Beleza? - perguntou descontraído enquanto abraçava Marcelo.
- Quem é a garota? - O jogador brasileiro perguntou desconfiado, mas logo abriu um sorriso e abraçou a menina, a cumprimentando.
- , prazer - A menina sorriu, havia gostado de Marcelo, ele parecia ser bem divertido.
- A famosa - Marcelo piscou para ela antes de falar - Sabia que o fala o seu nome dormindo?
- Para, cara - corou e a italiana arregalou os olhos - Foi só uma vez e foi quando a senhorita me deu um fora e não foi me encontrar.
- Meu Deus, - teve que segurar a risada, iria zoar muito ele depois por conta disso.
- Tô mexendo contigo, cara - Marcelo apertou o ombro do garoto - Ela é uma gata, mandou bem, filhote.
ficou confusa com a escolha de palavras feitas pelo brasileiro, mas achou que fez sentido já que a ficou encarando com o olhar todo bobo.
- Mas o que ela veio fazer aqui? Quer se exibir para ela, hm? - Marcelo mexeu no cabelo de , o fazendo corar.
- Ela veio conhecer o meu pai - o francês respondeu, desviando o olhar da .
- Ah é? Já tá sério assim?
- O quê?! - arregalou os olhos e corou mais ainda - Nós somos apenas amigos.
- Que se pegam quase sempre - rebateu, agora sem vergonha alguma, olhando com prazer para a .
- Quieto, - resmungou
- Ei, Casão! Vem conhecer a namorada do ! - Marcelo berrou para o desespero de , chamando outro jogador, Casemiro. Lexi também o adorava.
- Poxa, Marcelo, assim você me complica, cara - disse segurando uma risada, observando o nervosismo da italiana. Ah, aquilo seria divertido.
⚽⚽⚽
Após Marcelo apresentar para todos os funcionários e jogadores que estavam naquele momento no centro esportivo, a italiana se viu mais uma vez sozinha com e não perdeu a oportunidade de falar para ele a quão envergonhada ela estava pelo mico que ele fez ela passar. Agora graças a Marcelo, era conhecida como a namorada de . Ao contrário da estudante, o francês não se importou muito com isso.
Mas não sabia que o pior estava por vir, a levou até o campo de futebol e a italiana sorriu ao lembrar que ela e Lexi haviam entrado escondidas lá há alguns dias para que a americana pudesse ver o time da cidade de Madrid treinar. E agora lá estava ela, andando de mãos dadas com e sendo encarada por todos, inclusive pelo pai do garoto. Mas foi outra coisa que chamou a atenção da italiana.
- Meu Deus, quem é aquele que seu pai falou agora? - ela perguntou com a voz esganiçada e fez uma careta.
- Karim Benzema, ele é francês também – ele disse dando de ombros.
- Nossa, eu acho que ele é o cara mais bonito que já vi na minha vida! - abanava o seu rosto com a sua mão direita, enquanto a esquerda estava no seu coração - Acho que estou apaixonada...
- Não exagera – revirou os olhos.
- Vai me dizer que você é o mais bonito do time? - perguntou erguendo uma sobrancelha e a encheu de cócegas – Para, !
- Eu não me acho o mais bonito do grupo – Ele disse por fim, quando parou de fazer cócegas na menina – Mas eu acho o Nacho bem mais bonito que o Benzema...
- Quem é esse Nacho? - A estudante perguntou curiosa enquanto encarava os jogadores que estavam sentados no gramado bebendo água.
- Até parece que eu vou te apresentar para ele, você já ficou caidinha pelo Benzema, pelo Nacho então...
- Me passa o contato do Benzema? - a italiana perguntou com um sorriso divertido e sentiu um embrulho no estômago.
- Esquece, ele tem namorada e ela é bem brava – disse sério e não se abalou.
- Mais brava do que eu?
- Acredite em mim, nada é mais assustador do que a Carol quando ela está com ciúmes...
riu da cara que fez e voltou o seu olhar para os jogadores e mais uma vez sentiu aquele estranhamento que sentia toda vez que assistia futebol, ela voltou a encarar o francês, que agora fazia embaixadinhas com uma bola, às vezes ela até esquecia que ele era um jogador, havia criado um estereotipo para jogadores de futebol e se recusava a acreditar que era totalmente o oposto daquilo.
voltou à realidade quando viu que Benzema encarava , que estava com uma cara feia, o outro francês parou as embaixadinhas que estava fazendo e se aproximou dos dois, rindo.
- Quoi de neuf, mongarçon? - Karim sorriu para , que sorriu de volta - Não vai me apresentar para a sua amiga?
- É a , Karim – respondeu meio sem graça e a italiana ficou sem entender o motivo.
- ! - Benzema sorriu ao se aproximar da italiana e a abraçar rapidamente, a única coisa que a estudante conseguia pensar era o quão cheiroso ele era – Finalmente nos conhecemos, não para de me falar sobre você...
- Prazer - estava corada, mas não era mais por causa de Benzema. Zinedine Zidane estava se aproximando aos poucos, era parado sempre por alguma pessoa, mas sentia que o momento estava chegando.
-Très belle – Karim voltou a falar em francês, mas dessa vez não se incomodou por não entender o que ele estava falando, pois Zinedine Zidane estava logo atrás de Benzema.
O francês mais velho deu um tapinha no ombro de Karim e com os olhos pediu para que ele voltasse a treinar. Antes de sair, Benzema disse algo no ouvido do treinador e sorriu para .
- Foi um prazer, gatinha.
sorriu fraco para o jogador que se afastava, a estudante se aproximou mais de e encarou Zidane. A lenda do futebol estava à sua frente.
- Pai, essa é a – disse se virando mais uma vez para a italiana, que sorriu timidamente para Zizou – esse é o meu pai, Zinedine
congelou no momento que encarou o sorriso do francês mais velho, era o mesmo sorriso de , um sorriso bonito e que transmitia tranquilidade. A italiana pôde perceber como eles eram parecidos, se não fosse pela careca de Zidane, ela poderia os confundir.
- Pode me chamar de Zizou – ele apertou a mão da italiana.
- Muito prazer – soltou a mão do mais velho e se colocou ao lado de , que sorria orgulhoso para ela.
- me falou muito de você – Zidane tinha as mãos no bolso enquanto encarava o casal de jovens à sua frente.
- Espero que coisas boas apenas – deu uma risada nervosa.
- Eu contei para ele que você é muito mal-humorada – disse sorrindo, mas resmungou ao levar um cutucão discreto da bailarina - E muito forte também...
- Ele me disse que você dança, minha esposa costumava ser uma excelente dançarina...
- Bom, eu tento – achou graça da timidez de , o pouco tempo que havia passado com ela, a italiana sempre esteve muito confiante e sempre soube o que falar, ele achou adorável vê-la daquele jeito enquanto conhecia o seu pai.
- Foi um prazer conhecê-la – Zizou sorriu docilmente para e com um olhar mais sério encarou – 20 minutos.
- Não, espera pai. A tem um pedido a te fazer...
- Sim – o técnico a encarou curioso
- É bobagem – sorriu sem graça e se desesperou quando viu que os dois franceses continuaram a encará-la – Minha mãe é uma grande fã do senhor e eu prometi a ela que quando eu te visse gravaria um vídeo seu... Mas eu entendo se o senhor não quiser.
- Senhor não - Zizou sorriu – Tem gente que acha que eu e o somos irmãos gêmeos...
- O cabelo, pai – piscou para o mais velho, que revirou os olhos.
- Ah claro, um detalhe insignificante – Zidane sorriu para a que achou engraçado aquele momento entre os dois – O que eu tenho que falar no vídeo?
- O senhor, quero dizer, você tem que mandar um beijo para a Luciana, por favor – sorriu timidamente para o mais velho, que concordou.
A pegou o seu celular e filmou, não pôde evitar abrir um grande sorriso após finalizar a filmagem, tinha certeza de que a sua mãe iria chorar e talvez até perdoá-la por não atender os seus telefonemas.
- Obrigada, Zizou – disse após guardar o seu celular na bolsa. Zidane sorriu para a italiana e puxou de canto.
- Você olha para ela do mesmo jeito que eu olho para a sua mãe - Zinedine disse calmamente para o seu filho, que ficou sem reação. torceu para que não tivesse ouvido – Foi um prazer, . Filho, não esquece de entregar os ingressos para ela.
- Sim, pai – o goleiro sorriu para o seu pai e se aproximou novamente da estudante, que o encarava desconfiada.
- O que ele te disse?
- Ele me disse para não esquecer de te dar os ingressos – desconversou.
- Antes, , o que ele te disse? - se colocou na frente do jogador e ficou de pontinhas para que eles pudessem ficar na mesma altura – Me fala.
- Ele me disse que gostou muito de você – cruzou os braços e aproximou a sua cabeça da cabeça da menina, até que as suas testas estivessem se tocando.
- Promete?
- Prometo – o francês sorriu e a abraçou pela cintura – Estou para te falar desde a primeira vez que eu te vi hoje: Você fica muito gostosa com roupa de balé.
- ...
- É sério, sua bunda fica ainda mais deliciosa nessa sainha.
- ! - o repreendeu e olhou para os lados, torcendo para que ninguém tivesse escutado – Seu pai está ali atrás...
- Meu pai – debochou – Minha mãe quis se livrar das roupas dela de dança e ele não deixou, adivinhe o porquê!
- Meu Deus, – começou a rir junto com o jogador – Você esqueceu a sua luva de propósito no meu banheiro, né?
- É claro. E agora que o meu pai te chamou para ir assistir o jogo, você não pode negar...
- Esperto, , muito esperto.
- Você ainda não viu nada, ragazza.
⚽⚽⚽
já havia se apaixonado antes. Há exatamente um ano ele havia terminado com a sua namorada de longa data, foram três anos juntos, que chegaram ao fim após Chloé, a ex, dizer que queria conhecer caras novos e que se sentia muito presa ao relacionamento. No começo o francês não reagiu muito bem, afinal, Chloé era a única garota que ele já havia gostado de verdade, a única que ele realmente tinha amado.
Mas apesar de ter amado Chloé, o jogador nunca teve problemas em escolher a roupa que usaria em um encontro com ela, era a primeira vez que estava tendo dificuldades em se arrumar, já fazia trinta minutos que o francês se encarava no espelho e simplesmente não conseguia se achar bom o suficiente para . Ela sempre o via de uniforme de treino e queria que ela o visse arrumado, que o achasse bonito.
Sergio Ramos, Dani Carvajal e Isco Alárcon estavam o zoando desde que souberam que ele tinha esse “encontro”, os três jogadores bateram na porta do francês e perguntaram se ele precisava de ajuda. foi inocente o bastante para acreditar que eles tinham boas intenções, quando na verdade eles queriam apenas tirar sarro da cara dele mesmo. Isco sugeriu uma blusa verde chamativa, estava tão confuso e frustrado por não conseguir se decidir, que aceitou a ideia, mas quando voltou do banheiro já vestido, foi surpreendido por Sergio Ramos que o filmava enquanto dava gargalhadas e era acompanhado por Carvajal e Isco. Pronto. era a nova piada no grupo de Whatsapp da equipe.
Não que antes ele já não tivesse sido zoado, desde que começou a sair com , os outros jogadores adoravam fazer brincadeiras e piadas a suas custas, já que sempre chegava e saia do treino com um sorriso bobo no rosto. E por conta disso recebia assobios e barulhos de beijo toda vez que entrava em qualquer local, alguns jogadores fingiam dançar ballet, o deixando completamente envergonhado. Até o seu pai havia entrado na brincadeira, apesar de ter sido bastante sincero com , quando o francês o contou sobre .
- Você sabe que esse relacionamento de vocês não vai para frente, certo? Ela mora aqui nos Estados Unidos e você mora e trabalha na Espanha – Zizou disse firme enquanto passava a mão na careca - Eu apenas não quero que você crie muitas expectativas, filho, pra não se machucar.
O garoto sabia que o pai estava apenas preocupado com ele, tinha finalmente conseguido uma chance no primeiro time e sabia quão a sério o pai levava o trabalho, ainda mais por ser filho do técnico, teria que trabalhar dobrado para provar merecer a chance que estava tendo, mas vinha mexendo com o emocional do jogador de uma forma que ele tinha certeza que jamais iria se recuperar da montanha-russa de emoções que ela era. E apesar de tentar negar a si mesmo, sabia que o que sentia por ela era maior do que apenas um caso de verão.
- a gente vai chegar para o fim da festa desse jeito - Óscar abriu a porta, irritado – A guapa disse que a festa era às nove! Já são dez da noite!
- Para de chamar ela de guapa! O nome dela é ! - jogou o seu travesseiro em Óscar, que apenas riu.
- Ay Dios mío, você está com ciúmes?
- A Carol me respondeu. – Benzema entrou no quarto dos garotos interrompendo Óscar, para o alívio do francês.
- E aí? - perguntou ansioso, odiava ter tido que apelar para Benzema e Carol, mas pensou: quem mais para lhe ajudar do que a namorada do cara que tinha deixado claramente encantada?! O jogador estava tão desesperado que havia mandando foto dos possíveis looks para a namorada de Karim, para que ela pudesse ajudá-lo a escolher – O que a Carol disse?
- Bermuda e camiseta branca, não tem erro – Benzema respondeu com os olhos presos na tela – E como é um luau, ela disse que você pode ir sem camisa também, mas falou para mandar uma foto pra ela dar o ok antes - Karim arregalou os olhos ao perceber o que tinha lido – Ela só falou isso para zoar com a minha cara – Benzema bufou –, bermuda e blusa branca.
- Muito obrigado – agradeceu enquanto se vestia correndo, ouvindo os risos de Óscar e Karim, mas os ignorou – Estou pronto, cadê o Achraf?
- Deve estar dormindo na recepção, você demorou um ano para se arrumar!
- Cala boca – pegou o seu boné preto, que usava sempre virado para trás e deu um tapa nas costas de Óscar - Vamos ver se os americanos sabem dançar.
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Os americanos sabiam dançar e desejava não ter duvidado disso.
A praia estava linda e lotada de jovens, que bebiam, conversavam e dançavam como se não houvesse amanhã. estava certa, estava se sentindo um pouco deslocado, mas após receber a primeira cantada se sentiu melhor, apesar da menina não chegar aos pés de .
Demorou em torno de quinze minutos para o jogador encontrar a italiana, e quando a encontrou ele sentiu seu coração acelerar e também teve a certeza que sua bermuda estava apertada demais, se odiava por não conseguir se controlar ao lado da italiana.
estava em cima de um mini palco e dançava sensualmente Crazy in Love da Beyonce, ela vestia um macacão preto curto que ressaltava as suas pernas definidas e bronzeadas e deixava sua cintura ainda mais fina, reparou que ela já estava descalça e riu ao se dar conta disso. Seu cabelo estava solto e ondulado, preso apenas pelos óculos ray-ban, ele já havia reparado que a mulher sempre estava com eles. O francês arregalou os olhos quando a italiana começou a rebolar até o chão lentamente de uma forma muito sensual. Ela encontrou o olhar do francês e deu um sorriso sincero, tinha certeza de que estava babando.
Ele não havia reparado que estava andando na direção da , até que sentiu a mão de Achraf no seu peito, o fazendo parar no mesmo instante. O que ele estava pensando? Ele não podia simplesmente subir naquele palco e pagar um mico. Olhou agradecido para Arra, que não o encarava, o olhar do marroquino estava voltado para o palco e ele parecia estar adorando o que via.
Chantage da Shakira era a música da vez e o jogador voltou o seu olhar para o palco a tempo de ver um garoto loiro puxar pela cintura e juntar os seus corpos num movimento rápido e curto. O francês teve vontade de amaldiçoar o ritmo latino por ser tão dançante e sensual.
queria, mas não conseguia tirar os olhos de e do loiro irritante que dançava grudado a ela, se movia com vontade contra o corpo do garoto, enquanto sorria. Sabia que era apenas uma dança, mas o ápice do seu ciúmes chegou quando o garoto pôs as mãos na bunda da , que gargalhou com o gesto, fazendo com que uma de suas alças do macacão caísse revelando a lingerie preta que ela usava.
O garoto deu meia volta, saindo daquela multidão que, assim como ele, babava pela menina. O garoto ouviu Achraf e o Óscar o chamarem, mas os ignorou, ver agarrada com outro cara havia sido demais para ele.
- , está tudo bem com você? - o jogador se assustou quando Lexi se aproximou
- Eu estou bem, só estou com calor – sorriu para loira ao seu lado.
- Ela é demais, né? - Lexi o olhou com compaixão - Ela tem o gingado latino...
- Eu vou dar uma volta na praia, ok? - o francês cortou Lexi, que arregalou os olhos e apenas concordou.
tentava entender o porquê da sua reação exagerada, afinal estava apenas se divertindo enquanto dançava, com outro cara. Aí estava o problema, o francês não havia gostado nem um pouco de ver a agarrada daquele jeito com outro cara.
Foi quando sentiu o perfume de maracujá da italiana que o jogador voltou para a realidade, olhou para trás a tempo de ver o encarando confusa, com as suas sandálias na mão, linda como sempre.
- Você realmente sabe dançar - Ele disse por fim, quebrando o silencio.
- O que aconteceu, ? - perguntou baixinho se aproximando do francês, a começou a fazer carinho nos ombros de , que não havia reparado quão tenso estava.
- Não aconteceu nada, eu apenas me surpreendi com você dançando - Ele disse enquanto brincava com a areia em volta dos pés descalços da italiana.
- Você parece estar mais do que surpreendido...
- É, bem... O garoto que dançou com você, também era um ótimo dançarino - não pôde evitar o rancor na sua voz e se sentiu incomodado ao ouvir rir.
- O nome dele é Brian, e sim, ele é um ótimo dançarino, fazemos o curso juntos - A se sentou de frente para ele – Ele é gay e, acredite em mim, se ele te visse assim todo gato, ele ia preferir dançar com você do que comigo.
se sentiu um bobo ao olhar para , que segurava a risada, a tirou o boné que o garoto usava e colocou na sua cabeça, o francês teve vontade de rir, pois a peça ficou grande na estudante, mas mais uma vez o seu olhar voltou-se para a lingerie preta que estava usando.
- Você já nadou de noite no mar? - A perguntou após reparar o olhar do garoto em seu colo.
- Já, uma vez em Ibiza – omitiu a parte de que havia nadado com a sua ex.
- Uau – fez um gesto exagerado com as mãos e o jogador riu – Eu nunca fui para Ibiza...
- Posso te levar um dia lá, se quiser... - preferiu não encarar a nos olhos, pois sabia que a italiana estaria o olhando com um olhar duro.
- Não viaja, ...
- Ok – ele disse timidamente – Sim, eu já nadei de noite no mar...
- Aqui não é Ibiza – Ela colocou de volta o boné na cabeça do jogador e se levantou – Mas eu te garanto que o mar da Califórnia de noite, é o melhor que existe...
perdeu a respiração ao ver tirar o seu macacão e ficar apenas de lingerie, a deu uma piscada e correu em direção ao mar. O francês demorou um pouco para raciocinar, era demais para ele ver a italiana daquele jeito, totalmente desinibida apenas para ele. O jogador foi atrás da , tirando as suas roupas no caminho. ao ver o menino apenas de cueca sentiu um frio no estômago e a famosa tremedeira nas pernas.
O jogador vinha caminhando calmamente até a italiana, que o observava com um olhar safado, quando chegou perto pôde observar melhor o corpo da italiana, a lingerie combinava com ela, o contraste com a pele , que agora estava sendo iluminada pela lua, a deixava maravilhosa. Ele jogou água na garota que havia o provocado apontando para o seu membro, ele sabia que estava bem claro o quanto ele estava interessado nela. gritou em resposta enquanto jogava água nele também. Era verão, a noite estava quente assim como o mar, mas se arrepiou quando a puxou pela cintura e tascou um beijo digno de hollywood.
- Você estava certa – disse enquanto tirava os cabelos rebeldes que caíam no rosto da – Ibiza nem chega perto disso aqui...
deu uma risada gostosa e puxou para mais um beijo. O corpo de estava tão próximo ao dela, que a não sentiu vergonha em se entregar totalmente ao francês, o jogador a pegou em seus braços e encheu o seu colo de beijos, enquanto brincava com os cabelos já molhados do garoto.
colocou de volta ao chão e sorriu para ela, e naquele momento teve certeza de que estava fodido. O jogador estava totalmente apaixonado pela dançarina.
⚽⚽⚽
- Será que o Romeu era tão gostoso quanto o ? - perguntou para Lexi, que em resposta apenas revirou os olhos – Eu estou ficando insuportável?
- Amiga, insuportável você sempre foi – Lexi sorriu para a que mostrou o dedo do meio – Mas agora você é uma insuportável apaixonada, o que é mil vezes pior...
sentou-se, encarando Lexi com a boca aberta. As meninas estavam no gramado que ficava na frente da biblioteca da UCLA, a italiana preferiu estudar lá, já que a biblioteca a lembrava da pegação que teve com há alguns dias. Lexi que estava encostada em uma árvore deu um sorriso irônico para amiga enquanto ajeitava os óculos escuros que havia roubado de .
- Lexi, querida – largou o seu livro na grama, pegou a garrafa de água já vazia e tacou na loira, que gritou em protesto – EU NÃO ESTOU APAIXONADA! - pegou novamente o seu livro e voltou a deitar, mas antes riu da careta de dor da americana – Estou apenas sentindo um tesão pelo , aquele garoto é gostoso demais. Você já viu as entradas dele?
- Não, não vi – Lexi bufou – Não tem problema em admitir para mim, ok? Sou sua melhor amiga...
- Sim você é, mas Lexi, eu te juro, é impossível se apaixonar por alguém que você conhece apenas há uma semana...
- Diga isso para Romeu e Julieta – Lexi indicou o livro jogado nas pernas da .
segurou a respiração enquanto encarava o céu azul de Los Angeles. Aquilo não podia ser possível, se apaixonar por alguém tão rapidamente, era algo surreal demais para a . Ela voltou a se sentar, dessa vez desistindo de vez da sua leitura, cruzou as pernas antes de olhar desafiadoramente para sua amiga.
- É totalmente diferente, Romeu e Julieta foi amor à primeira vista...
- E e foi o quê? – Lexi estava se divertindo com a confusão da .
- Foi ódio à primeira vista - exagerou no drama e segurou a risada ao ver a cara perplexa da loira à sua frente.
- Nossa, que mentira! Se foi ódio, por que você continua a se encontrar com ele?
- Porque ele beija bem.
- Ah qual é, ?! Você está gostando dele e não quer admitir...
- Não estou gostando do ! Ele é apenas um caso de verão! - sentiu as suas bochechas esquentarem.
- Casinho de verão, aham, está bom – Lexi se levantou e pegou as suas coisas que estavam jogadas no chão – Você por acaso vai encontrar o seu casinho de verão hoje?
- Talvez – deu de ombros – Eu não preciso ver o todos os dias, ok?
- Ok, eu acredito em você – Lexi jogou a garrafa de água vazia de volta para a italiana – Eu acho que você deveria ir encontrar a sua mãe hoje...
- Não estou afim – também começou a arrumar a sua bagunça de material.
- ela está com saudades... – Lexi encarava a amiga, que evitava retribuir o olhar.
- Eu vi ela há duas semanas, Lexi, ela está paranoica, fica dizendo que eu voltei estranha da Itália... - se levantou, ficando de frente para amiga e pegou de volta os seus óculos que estavam presos no cabelo da americana.
- E você não voltou? – Lexi perguntou, preocupada. Ela havia reparado que a última visita de à Itália para ver o seu pai causou uma mudança na amiga.
- Lógico que não! Eu fui visitar o Alessandro, como sempre, nada aconteceu...
- Por que você está chamando o seu pai pelo nome, ? – Lexi perguntou confusa, a italiana evitou olhar para amiga.
- Estou o chamando pelo nome desde que ele parou de agir como o meu pai... - sentiu um peso desabar em suas costas e não conseguiu evitar as lágrimas que escorreram pelo seu rosto.
- Ah, – Lexi jogou o seu material de volta ao chão quando percebeu que estava chorando – O que foi que aconteceu lá?
- Ele mudou muito, Lexi – se jogou no abraço da amiga – Ele nem parecia mais o meu pai – a italiana se soltou da loira, que continuou de frente a ela – Ele nem quis saber sobre a minha lesão, não quis ver nenhum vídeo meu dançando...
- Ele ainda está abalado, , você e sua mãe deixaram ele...
- Não, Lexi, ele que nos deixou – limpou as lágrimas - O futebol sempre foi mais importante para ele do que nós... Minha mãe fez o certo em ir embora, ainda mais depois daquela final da Champions...
- Que final da Champions? – Lexi perguntou confusa, nunca havia mencionado o motivo exato do divórcio dos seus pais, apenas falava que o futebol era o grande culpado.
- A que o inter ganhou em 2010... Não importa mais, já passou, não quero mais ficar sofrendo por causa disso...
limpou as lágrimas do seu rosto, enquanto olhava decidida para sua amiga. Se tinha uma coisa que Lexi admirava em era a sua personalidade, a italiana dificilmente se abatia, era sempre forte, independentemente da situação que passava. A americana apenas concordou com a cabeça, sabia o quanto era difícil para amiga conversar sobre o divórcio dos pais. A colocou os seus óculos ray-ban e sorriu para Lexi, que riu confusa.
- O que foi?
- Eu vou me ferrar nessa prova sobre o Shakespeare.
- Não vai não, ! Você tem estudado tanto!
- Que mentira, Lexi, a única coisa que penso ultimamente é no todo molhado só de cueca...
- Ai meu Deus – Lexi riu da , que apenas a encarava com um sorriso safado – E o que você vai fazer então?
- Eu acabei de lembrar que hoje o não tem treino, ele me disse algo sobre ter um dia de folga antes de um jogo...
- Sim, Madrid vai jogar contra o Manchester United esse fim de semana. E nós vamos, lembra? – Lexi disse bem animada, fazendo sorrir.
- Tanto faz. Será que ele quer ir à praia? - perguntou enquanto procurava por seu celular em sua bolsa.
- Ah não, chega de praia, ! Seja mais criativa! – Lexi pegou o celular da , que a olhou confusa.
- O que foi? Eu vou fazer de tudo para ver aquele garoto só de cueca novamente...
- É só transar com ele – Lexi disse simplesmente e levou um beliscão da amiga.
A americana piscou para , que ainda estava confusa em relação a Lexi e o porquê de ela ter pego o seu celular, mas ela logo entendeu quando a americana começou a falarem um espanhol bem podre.
- Você sabe que o fala inglês, né? E o inglês dele é bem bom.
- Eu sei – Lexi revirou os olhos e entregou o celular nas mãos da - É que eu tenho que treinar o meu espanhol para quando eu for conhecer o Marcelo, já desisti do português, aquela língua é impossível...
- E então? - perguntou ao perceber que Lexi estava sonhando, provavelmente com o seu encontro com o jogador de futebol, Marcelo.
- Ah, sim – Lexi puxou pelas mãos e as duas começaram a caminhar até os dormitórios femininos – me disse que os meninos estavam querendo ir na Universal...
- Universal? - perguntou , receosa.
- Uhum – Lexi deu de ombros – Aí eu disse que era uma ótima ideia e que iríamos encontrá-los lá!
- Ai meu Deus, Lexi! - A italiana se soltou da amiga e levou os óculos escuros até os cabelos – É sério que você os convidou para um dia na Universal? Quantos anos nós temos? Quinze?
- Não enche, , não existe idade quando se trata de parque de diversões, e não adianta fingir, eu sei que você ama ir nas montanhas-russas – Lexi sorriu ao ver a amiga revirar os olhos e logo depois abriu um sorriso.
Lexi havia ganhando, eles iriam para a Universal.
⚽⚽⚽
Quando imaginou como seria o seu dia no Universal Studios, em nenhum momento ela achou que acabaria sendo ignorada por todos ali e que o assunto principal seria futebol.
Ok. Eles eram jogadores de futebol e Lexi uma viciada em futebol, mas realmente tinha acreditado que eles não entrariam no assunto futebol. No começo ela ignorou e até se divertiu com a empolgação de Lexi e achou fofo o fato de tentar incluí-la na conversa, mas depois de duas horas ela já estava de saco cheio. Perdeu a cabeça de vez quando eles começaram a discutir sobre uma final de Champions que lembrava muito bem.
- Pirlo acertou o pênalti! - Óscar gritou na cara de Lexi, que já estava vermelha.
- Quem acertou foi o Kaká! – Lexi gritou de volta, fazendo revirar os olhos.
- Os dois acertaram – disse sério, querendo pôr fim na conversa, já havia percebido que estava incomodada e entediada com a conversa, e, apesar de estar curtindo o assunto, queria agradar a italiana.
- MEU AMADO ZIDANE! – Lexi gritou mais uma vez, dessa vez assustando a todos, inclusive um casal de argentinos que estava sentado na mesa ao lado deles – Pirlo errou o pênalti!
- Pirlo nunca erra um pênalti! - Achraf disse convencido e foi a vez de revirar os olhos.
-Ele errou o pênalti – a italiana disse com os braços cruzados, chamando a atenção de todos.
- Como é que é? - Óscar ergueu uma sobrancelha, desconfiado.
- Maldini fez o primeiro gol antes de dar um minuto de jogo, Pirlo cobrou a falta e o Maldini fez o gol, quem fez o segundo gol foi o Crespo, o gol surgiu de uma jogada maravilhosa do Kaká, o segundo gol de Crespo e o terceiro do Milan aconteceu apenas alguns minutos depois.
"E muitos falam que o gol aconteceu por conta de uma falha do zagueiro do Liverpool, mas mais uma vez foi um passe incrível vindo do Kaká, e naquele momento os torcedores do Milan já estavam comemorando a taça, 3x0, impossível reverter... Errado! Porque do outro lado tinha Gerrard e a sua cabeçada surreal. 3x1, o título ainda é do Milan, mas apenas dois minutos depois, BOOM, outro gol do Liverpool, um golaço de fora da área do Smicer, os italianos começaram a ficar preocupados e ficaram ainda mais quando Liverpool ganhou um pênalti.
Xabi errou, mas depois acertou ao pegar o seu próprio rebote, o impossível empate havia acontecido, 3x3, o campeão seria decidido através das penalidades máximas. Milan errou na primeira cobrança, Serginho cobrou um pênalti ridículo e a bola foi parar na arquibancada, logo depois Hamann acertou para o Liverpool e, adivinhe só, Pirlo errou para o Milan e Cissé acertou para o Liverpool.
Os torcedores do Milan já estavam sem esperanças, eis que Tomassona acerta o seu pênalti e Risse erra o seu, 2x1 para o Liverpool, e é obvio que Kaká acertou o pênalti, assim como Smicer, afinal ele tinha feito um golaço durante o jogo. Mas o Milan ainda tinha chances, Shevchenko apenas tinha que acertar a sua cobrança, mas adivinhem, ele cobrou o pênalti mais ridículo da história, chutou a bola na direção do excelente goleiro do Liverpool, Jerzy Dudek, que defendeu com graça. E assim aconteceu o milagre de Stambul."
respirou fundo antes de encarar todos na mesa, e o que ela viu a fez ter vontade de vomitar. Lexi estava com a boca aberta, já babando no sanduíche que comia, Arra tinha um sorriso bobo na cara e dava tapas alegres do braço de , já Óscar tinha os braços cruzados e um sorriso incrédulo. Mas o pior de todos era , o francês estava com a mesma cara que quando ela assistia uma apresentação da Martha Graham e isso não era bom.
- Alguém compra um milk-shake de um litro para mim, por favor, estou precisando – voltou a falar, querendo mudar de assunto – De preferência de morango.
- Eu estou com muito tesão agora – Lexi disse, para a surpresa de todos.
- Eu também - concordou e sorriu para , que revirou os olhos, mas sorriu de volta para o francês.
- EU DISSE QUE O PIRLO TINHA ERRADO O PENALTI - Lexi voltou a gritar e jogou algumas batatas fritas em Óscar, que amou a reação da americana. A italiana riu ao perceber que eles ainda continuariam com aquela discussão.
- Vem, , vamos tomar um litro de milk-shake – disse se levantando e pegando a mão da , que o seguiu até a fila do restaurante – Eu sei que você provavelmente não quer falar sobre isso, mas aquilo que você fez lá na mesa foi incrível - revirou os olhos, mas depois sorriu para o – Eu pensei que você não entendia de futebol.
- Eu nunca disse que eu não entendia de futebol, eu disse que não gosto de futebol – A italiana soltou a mão do jogador, que a observou enquanto ela fazia um rabo de cabelo alto – Eu sei de algumas coisas, principalmente de futebol italiano, mas desde que me mudei para os E.U.A. eu me distanciei, e graças a Deus agora não sei praticamente nada sobre o que está acontecendo no mundo do futebol. Não, espera, eu sei que o Luka Modric é o melhor meio-campista da atualidade.
não conseguia não sorrir para a ao seu lado, ele estava impressionado, entusiasmado e com certo tesão, assim como Óscar. O francês sabia que era uma garota incrível, mas depois desse momento em que a italiana deixou no chinelo três jogadores de futebol com o seu conhecimento sobre o esporte, ele tinha certeza que demoraria para encontrar uma garota tão maravilhosa como ela.
- Eu quero muito te beijar agora, ragazza – sorriu para a italiana, antes de puxá-la para um beijo de tirar o fôlego, sorriu para quando pararam por um momento o beijo para tomarem ar.
A dançarina teve certeza de que o beijo do jogador era mil vezes melhor do que um litro de milk-shake.
⚽⚽⚽
soube que o seu dia seria ruim no momento em que Lexi colocou a sua playlist de country para tocar, mas a italiana não podia reclamar, afinal tinha sido ela que havia negado as passagens de avião que as ofereceu, e inclusive tinha feito uma birra com Lexi, falando que não iria ao maldito jogo se elas não fossem dirigindo até Santa Clara. Dito e feito. agora teria que aguentar por cinco horas músicas de Alan Jackson.
E é lógico que Lexi fazia questão de gritar as letras das músicas
- Two Young people without a thing. Say some vows and spread their wings. Settle down with Just what they need... Livin' on Love...
- Ok, Lexi, já deu, eu já entendi – disse após fazer uma curva com grosseria, com a intenção de fazer Lexi parar, mas isso apenas a estimulou a continuar.
- She don't care 'bout what's in style. She Just likes the way He smiles. It takes more than marble and tile. Livin' on love. - Lexi voltou a cantar com vontade, poderia ignora-la, mas a letra da música estava lhe incomodando demais, por faze-la lembrar de .
- Se você parar agora, eu lavo as suas roupas por um mês.
Lexi parou no mesmo instante, para o alivio da italiana.
Quando chegaram em Santa Clara, dirigiu direto para o Levi's Stadium e, apesar de estar de saco cheio de Lexi e suas músicas country's, a italiana achou fofo a empolgação da amiga, que estava com os ingressos nas mãos, além das entradas para a área VIP.
- As namoradas dos jogadores vão estar lá – Lexi disse após estacionar o carro - Eu não estou acreditando que vou conhecer a Clarice.
- Quem é Clarice? - a dançarina perguntou, fechando a porta do carro.
- A esposa do Marcelo.
- Marquinhos?
- Você está fazendo de propósito – Lexi revirou os olhos.
- Talvez - sorriu e cruzou o seu braço com o braço da sua amiga, e ambas começaram a caminhar em direção a entrada - Isso é estranho.
- O quê?
- Estarem um estádio novamente, para um jogo de futebol...
- Você costumava ir muito em estádios em Milão?
- Sim, meus pais adoravam, a atmosfera era incrível - tinha brilho nos olhos e Lexi percebeu isso, e parou de andar quando elas entraram na fila, a americana se virou até ficar de frente para e a olhou nos olhos.
- Por que você não fala muito sobre a sua vida na Itália, ?
- Eu não gosto de lembrar, Lexi, foram momentos incríveis, mas os que mais me marcaram foram os ruins...
- Você tem falado muito sobre futebol, Itália e sobre seus pais nos últimos dias – Lexi observou e sorriu quando colocou os óculos escuros, ela sempre fazia isso quando queria fugir do assunto.
- Acho que o culpado é o , ele me faz lembrar dessas coisas.
- E isso é bom? – questionou Lexi.
- Não sei ainda.
Ao chegar na área VIP, as estudantes não puderam evitar a admiração que sentiram com o local, era muito bonito. já havia conhecido a área VIP do San Siro por conta de seu avô, que trabalhou por muitos anos lá como faxineiro, mas o estádio italiano não chegava aos pés do Levi's Stadium.
- É muito bonito - disse após um tempo e Lexi apenas concordou com a cabeça.
- Você deve ser a .
As duas garotas se viraram para direção da voz, logo percebeu o sotaque francês na fala, a convivência com a havia mostrado que os franceses eram fãs do R e que o E era sempre mais longo.
- Como você sabe? - respondeu na grosseria, mas logo se corrigiu - Quero dizer, sou eu sim. E você é?
- Carol. Sou a namorada do Karim. me falou muito sobre você.
engoliu seco. Aquela era a namorada do Benzema? O jogador pelo qual havia se encantado e até brincado com falando que iriam se casar? Ela estava perdida.
A mulher sorriu docilmente para as garotas e Lexi puxou a italiana pela mão, queria explicações, mas tudo que fez foi retirar os óculos escuros e analisar atentamente a moça à sua frente. Carol era bonita, mas não era isso que estava chamando a atenção da italiana, e sim a postura da mulher. E sabia o porquê, a postura de Carol a lembrava muito a sua. Era uma postura confiante e intimidadora.
- Carol não é um nome francês - A italiana disse, mas se arrependeu, ela estava agindo como uma garota de cinco anos, mas por quê? Talvez porque ela estivesse se sentindo intimidada pela mulher à sua frente. não gostava de se sentir intimidada.
- Ela é brasileira, – Foi Lexi que respondeu, para a surpresa das duas, que disseram ao mesmo tempo "como é que você sabe disso?".
- Meus pais são brasileiros, mas eu nasci na França - Carol voltou a falar - me pediu para entregar isso a vocês, ele deixou bem claro que queria ver você usando isso, , me pediu inclusive para tirar uma foto.
Carol entregou as camisetas para as garotas e Lexi pirou ao perceber que tinha o seu nome nela, além de possuir o número 12 do Marcelo.
- O é um amor, , você tem que casar com ele...
estava nervosa demais para responder o comentário sem noção de Lexi. Pois na sua frente estava uma camiseta rosa de goleiro, com o seu nome gravado, além do número 30 embaixo. revirou os olhos e jogou a camiseta dentro de sua bolsa e começou a andar em direção ao bar, mas parou ao perceber que não estava com a sua identidade falsa e aquilo não era uma festa da faculdade, onde tem bebida à vontade.
- O que você bebe? - Carol puxou um banco para sentar e fez o sinal para que fizesse o mesmo.
- Heineken - a italiana respondeu imediatamente e recebeu um sorriso da mulher em troca.
- Eu tive a mesma reação que a sua quando o Karim me deu a minha primeira camiseta...
- Vocês eram namorados na época? - Perguntou , após dar um longo gole na cerveja.
- Éramos.
- Pois é, acontece que eu e não somos namorados - deixou a sua cabeça cair na direção da mesa do bar e ficou lá por um tempo, se mexeu apenas quando ouviu Carol pedir por mais uma.
- Olha, eu não te conheço, mas eu conheço o e ele é um amor de menino. E pude sentir que ele realmente está gostando de você.
- Esse é o problema - bufou – Ele não pode gostar de mim, depois que ele voltar para Madrid, eu vou continuar aqui na Califórnia. Não tem como um relacionamento entre nós dois funcionar.
- E como você sabe disso? - Carol se virou de frente para ela.
- Tem como dar certo? - perguntou e viu quando a mulher respirou fundo.
- Vocês já transaram?
- Ainda não - estranhou a pergunta, mas respondeu mesmo assim.
- Então por que o stress? Você nem sabe se ele é bom de cama ainda.
franziu o cenho, havia entendido o ponto em que Carol queria chegar, mas a italiana tinha quase certeza de que era bom de cama. Impossível alguém com aquele corpo não ser bom em fazer sexo.
- Quer um conselho, ? - a estudante concordou com a cabeça – Aproveite esses últimos dias que você tem com o e não fique se preocupando se ele está apaixonado por você ou não. Apenas aproveite ele, porque o é um garoto incrível e, que o Benzema não me escute, mas o é um gostoso.
não pôde evitar o sorriso que estampou a sua cara. Tomou mais um gole de cerveja e vestiu a camiseta rosa de goleiro do e sorriu para Carol.
-Ele quer uma foto? Então vamos lhe dar uma foto.
bagunçou o seu cabelo propositalmente e fez várias caras para a câmera da mulher à sua frente, algumas sexys e outras eram caretas. Carol sorriu para menina e disse que estava perfeito. retirou a blusa e guardou dessa vez com carinho em sua bolsa. Carol tinha razão, ela tinha que aproveitar os seus últimos dias na companhia de , e principalmente tinha que descobrir se ele era bom de cama.
A italiana apenas deu de ombros, sabia que tinha errado ao ir treinar e não ter tomado os remédios, ela ainda estava em recuperação, tinha que ter todo o cuidado do mundo, mas não foi isso que aconteceu. A estudante acordara naquela manhã com uma grande disposição e vontade de dançar, como há muito tempo não acontecia, e talvez tenha se empolgado um pouco demais.
Agora ela estava deitada em sua cama com uma bolsa de gelo em seu tornozelo que estava dolorido e, o pior, estava ouvindo um sermão da sua melhor amiga. Revirou os olhos quando mais uma vez o seu celular começou a tocar. Sua mãe não desistia, queria que fosse visitá-la.
- Pelo amor de Zidane, atende esse celular! – Lexi gritou para amiga, assustando a que pegou o celular rapidamente.
- Alô – disse baixinho, pois já esperava a gritaria vinda de sua mãe.
- Ciao, bella ragazza – a italiana sorriu ao reconhecer a voz de .
- Come ti senti, bello? - perguntou a estudante com um sorriso nos lábios.
- Eu não entendi nada, – respondeu e caiu na gargalhada.
- Você precisa aprender italiano então.
- Você vai ser a minha professora particular?
- Cobro dez beijos à hora – a italiana respondeu sorrindo, mas fechou a cara ao ver Lexi olhá-la desconfiada – Estou falando com a minha mãe.
- Está sim – A loira veio em passos firmes em direção a e tirou facilmente o celular da mão da italiana que olhava indignada para a amiga.
- Oi, , como anda os treinos? - Lexi perguntou enquanto mostrava a língua para a , que tacou um travesseiro nela – Eu estou ótima, muito obrigada, mas a que não está tão bem, sabia que ela está de cama agora?
- LEXI ADAMS! - gritou estupefata.
- ! - a loira gritou de volta – Ah, está tudo bem sim, mas hoje vocês não vão poder se ver, ela não pode sair da cama – a italiana bufou para amiga – Você vir aqui? - A arregalou os olhos para amiga que apenas sorriu – Mas é claro! Eu te passo o endereço.
A italiana ficou observando Lexi, que explicava o caminho para , não estava acreditando que aquilo estava acontecendo, não conseguia acreditar que ela e estavam se vendo todos os dias desde que se conheceram. não era desse jeito, sempre tomou as rédeas e decidia o que queria fazer, mas com o jogador de futebol era completamente diferente, era como se ela não fosse ela mesma quando estava com ele.
- Ele chega em vinte minutos – Lexi anunciou e jogou o celular para .
- Olha a zona que está esse quarto, Lexi! - a disse para a amiga que deu de ombros.
- Só não deixe ele entrar no banheiro, tem calcinha sua na pia – Lexi disse, para o desespero da italiana - Não ouse levantar dessa cama, estou indo encontrar o Brian e quando eu voltar não quero encontrá-los pelados. Bom, talvez só o .
tacou seu ursinho em Lexi, mas a americana foi mais rápida e saiu correndo do quarto e para o azar de seu bichinho de pelúcia agora estava no chão do seu quarto e provavelmente seria a primeira coisa que iria notar.
A italiana tentou arrumar o quarto, mas não conseguiu, afinal não podia sair da cama, tudo que conseguiu fazer foi pegar as coisas que estavam no chão ao seu alcance e colocar tudo embaixo da sua coberta, mas o olhar da estudante sempre voltava para o banheiro e a sua calcinha na pia.
se assustou quando ouviu as batidas na porta e rapidamente se arrumou, se cobrindo com a coberta e jogando a sua escova de cabelo na cama de Lexi.
- Pode entrar.
entrou sorrindo, como sempre, e a italiana perdeu o ar. Era sempre assim, o francês parecia que tinha saído de um comercial de perfume, onde o cara era lindo e muito gostoso. era tudo aquilo e muito mais, tinha certeza de que nunca encontraria um homem tão bonito como ele.
- O que você aprontou, princesa?
teve vontade de pular no colo de , ele a olhava com um sorriso divertido nos lábios, queria tanto beijá-lo. O francês deixou a sua mochila cair no chão enquanto admirava o quarto das meninas, que não era muito grande, mas tinha muitas coisas, o jogador se assustou quando pisou em algo macio no chão.
- É seu? - Ele perguntou enquanto pegava o ursinho.
- Não, é da Lexi – disse com os olhos arregalados.
- Ah – disse simplesmente, enquanto jogava o ursinho de qualquer jeito na cama vazia de Lexi.
- Cuidado! - A italiana ficou vermelha ao ver rir da sua cara.
- É da Lexi, hã? - O jogador perguntou divertido, enquanto voltava a pegar o bichinho de pelúcia, dessa vez com mais cuidado.
- Não, ele é meu - a estudante revirou os olhos – E se chama Harry Potter.
- Harry Potter? - perguntou enquanto se sentava na cama de , a italiana se ajeitou mais para que ele se aproximasse, mas continuou no mesmo lugar.
- Eu amo Harry Potter – a sorriu para , que entregou o seu ursinho para ela e a encarou dessa vez com um semblante preocupado.
- E o tornozelo?
- Eu não tomei as medicações que eu tinha que tomar hoje de manhã, aí fui dançar e exagerei um pouco...
- Está doendo muito? - O francês perguntou enquanto buscava pela perna da na cama, sentiu o coração disparar ao senti-lo tocar com tanto carinho em seu tornozelo que estava com a bolsa de gelo.
- Já está bem melhor, Lexi cuidou muito bem de mim...
- Eu adoro a sua amiga – sorriu para ela e pegou em sua mão.
- O que você fala para os seus companheiros quando você vem me encontrar? - Ela estava curiosa, afinal já eram cinco dias seguidos que ela e se encontravam.
- Companheiros? - O jogador perguntou rindo e revirou os olhos – Meus amigos sabem que eu venho te ver, lembra do Óscar e do Arra? - A italiana fez que sim com a cabeça - Meu pai faz vista grossa, mas eu cumpro com os meus horários, só venho te beijar quando o treino estiver terminado.
riu para , que fazia carinho na mão da italiana e de vez em quando brincava com a pulseira que ele havia dado.
- Você disse que queria me ver dançar, né? - A perguntou e assentiu com a cabeça - Não posso dançar agora, mas tenho alguns vídeos meus aqui, se você quiser ver.
- Eu adoraria – O francês abriu um lindo sorriso e sentiu as famosas borboletas no estomago.
- Vem, deita aqui comigo – A Italiana chamou, mas não se moveu.
- Acho melhor não.
- Ah qual é, , eu já peguei na sua bunda, você já pegou na minha, não vejo problema em você deitar na minha cama.
- O problema é que eu acabei de sair do treino, estou suado e fedido.
- Se quiser ir no banheiro se limpar...
concordou com a cabeça a se levantou indo em direção ao banheiro, pegou o seu notebook e começou a procurar na galeria os melhores vídeos dela dançando.
- Bela calcinha – A estudante ouviu a voz do e se desesperou, tentou se levantar da cama, mas foi impedida por ele que voltava para o quarto com a calcinha da garota na sua mão - Ei, ei! Você não pode sair da cama – deu um grito de frustração e gargalhou vendo a reação da garota.
O jogador voltou para o banheiro ainda segurando a calcinha da italiana, a estudante prometeu a si mesma que mataria a Lexi na próxima vez que a visse. voltou para o quarto, dessa vez sem a calcinha e sem blusa também, suspirou enquanto observava o abdômen perfeito do menino à sua frente. Ele se aproximou dela e levantou a coberta para que pudesse deitar ao seu lado, a italiana ainda estava com vergonha por conta do acontecimento da calcinha, mas a fez esquecer de tudo quando a beijou carinhosamente no topo da cabeça.
- Vamos ver se você dança bem mesmo.
Os dois assistiram aos vídeos de dançando. A italiana até mostrou vídeos dela pequena dançando e esses foram os favoritos de . Ele estava impressionado com a garota, ele já havia reparado que ela se mexia com certa graciosidade e que o seu corpo era escultural, mas vê-la dançando o deixou ainda mais encantado, ela estava ainda mais bonita para ele.
- Quer que eu te mostre a coreografia que eu vou dançar no começo de agosto?
- Claro – respondeu – Espera, é para isso que você está ensaiando? Você tem uma apresentação?
- Sim, dois de agosto no Los Angeles Theater.
- Eu tenho um jogo dia três de agosto – disse um pouco preocupado.
- E daí? Você não vai me ver dançar e eu não vou te ver jogar – deu de ombros, atitude que chateou , ele sabia que o que tinha com a menina não era nada sério, mas ele gostaria de vê-la dançar e gostaria que ela fosse vê-lo jogar.
colocou play no vídeo e voltou a sua atenção para o notebook da menina, na tela havia uma mulher que dançava de um jeito que nunca havia visto, ele não entendia muito de dança, mas sabia que aquela mulher era incrível, os seus movimentos eram leves e expressivos. Ele parou de assistir o vídeo e voltou a encarar a garota deitada ao seu lado, tinha lágrimas nos olhos e olhava atentamente a cada movimento que a dançarina fazia, o vídeo de oito minutos finalmente acabou e ainda encarava a ao seu lado. Ele se sentia diferente.
- É lindo, né? Se chama Frontier, é a coreografia da Martha Graham, a mulher que estava dançando no vídeo, acho que é a minha dançarina favorita.
- É linda – disse ainda encarando , que sorriu para ele e depositou um beijo nos lábios do menino, que respondeu fazendo carinho nos cabelos longos da italiana.
O beijo foi cortado quando Loca da Shakira começou a tocar. cortou o beijo, infeliz, e se apoiou em cima do para poder pegar o seu celular. então percebeu que a italiana estava usando um shorts bem curto, que realçavam as curvas da menina, o jogador teve vontade de espalmar a sua mão no traseiro da garota mais uma vez.
- Porca miseria! - exclamou , assustando o menino, ele não tinha a mínima ideia do que ela tinha dito, mas teve a sensação de que não era algo bom.
- O que aconteceu?
- Minha mãe - a estudante respondeu enquanto voltava para o seu lugar e sorriu triste ao ver que tinha perdido a sua chance de apertar a bunda da – Ela anda muito carente.
- A sua mãe mora aqui?
- Sim, ela mora em Santa Ana, meu pai ainda mora em Milão na Itália.
- Eles se separaram? - perguntou e fez que sim com a cabeça - Por quê?
- Futebol – a menina disse simplesmente.
- Futebol? - perguntou surpreso.
- Sim, futebol.
- Isso não é possível - O jogador estava com um sorriso irônico no rosto, mas ele logo sumiu ao ver a cara de – Sinto muito, .
- Eu nem ligo mais – a deu de ombros, estava mexendo atentamente em seu notebook, não gostava de falar sobre aquilo, ainda mais com , que era um jogador de futebol – Esse vídeo meu é embaraçoso, quer ver?
apenas concordou com a cabeça, mais uma vez a menina havia o deixado sem palavras, agora ele entendia toda essa antipatia da menina em relação ao futebol, mas ele não conseguia acreditar que o esporte havia separado os pais de .
- É agora, olha isso.
voltou a sua atenção para a tela do notebook, a italiana estava vestida de margarida e dançava lindamente, era uma coreografia engraçada e rápida. tapou a cara com as mãos e entendeu o porquê, em uma tentativa de estrelinha a italiana dera de cara no chão, mas o pior, a margarida que antes estava presa na sua cintura saiu rolando pelo palco, o que causou o tombo de outros dançarinos. O francês gargalhou alto de um jeito que a nunca tinha visto, isso fez com que ela risse ainda mais, os dois ficaram um bom tempo dando risada até que parou a sua risada abruptamente e ficou encarando o menino ao seu lado, e mais uma vez sentiu a aquela sensação estranha que vinha do seu estômago e ia parar no seu coração.
- Eu tenho um vídeo engraçado meu para te mostrar também, quer ver? - ele perguntou nervoso, a italiana apenas concordou com a cabeça.
pegou o notebook do colo da menina e colocou no seu, a italiana ainda o encarava, ele parecia estar tão concentrado em achar o vídeo engraçado para mostrar para ela que sentiu mais uma vez aquelas borboletas no estômago. Ela parou de olhá-lo quando ouviu o som vindo do computador, no vídeo fez um gol contra, e um gol contra bem feio.
- Nossa, eu pensei que você soubesse jogar bola – A italiana provocou e revirou os olhos.
- E eu pensei que você soubesse dançar, margarida – O francês respondeu e em troca ganhou um tapa forte em seu peito – Eu acertei em te dar a pulseira com essa flor, em?
- Sim, agora toda vez que eu olho para ela, lembro da pior apresentação da minha vida – sorriu enquanto se levantava da cama, com a bolsa de gelo nas mãos - Já deu o horário - ela disse após ver o olhar preocupado de sobre si.
- Você fica uma gracinha nesse shorts – O jogador disse o que queria ter dito há muito tempo.
- Eu sei disso – piscou para o francês –, você também fica uma gracinha sem camisa.
se sentou na cama e puxou pelas mãos, a segurou pelo quadril enquanto observava os olhos da menina, ela era linda e parecia que a cada momento ela ficava mais interessante para . Ele fez com que ela sentasse no seu colo e começou a massagear as coxas da menina, que mordeu os lábios enquanto sentia as mãos de passear pelo seu corpo, ele puxou a perna dela para cima e tocou no tornozelo machucado da menina.
- , não. - segurou a mão do francês, que a encarou e nos seus olhos a italiana pôde ver que ele pedia confiança.
A menina deixou que ele massageasse o seu tornozelo. O jogador pôde sentir que a italiana estava tensa no começo, mas aos poucos ela foi se entregando e começou a aproveitar o carinho que ela recebia. terminou depositando um beijinho na cicatriz da , para a sua surpresa.
- Está na minha hora, não quero receber ligações do meu pai – disse ainda com em seu colo, a italiana mexia nos cabelos do francês.
- Amanhã eu vou te ver?
- Você quer me ver amanhã? - perguntou , surpreso.
- Quero – a disse mordendo o lábio inferior, levantou da cama com ainda em seus braços, encarou imensidão castanha antes de beijá-la mais uma vez.
- Me empresta uma blusa? - o jogador perguntou, após terminar o beijo com carinhos na bochecha da menina – A minha do uniforme está nojenta.
-Eu acho que tenho uma blusa para te emprestar.
foi para o seu guarda roupa procurar a blusa que havia dado para o seu pai há alguns anos, ela havia pegado de volta na última vez que estivera na Itália há alguns meses. Ela achou a blusa e entregou para que a olhava desconfiadamente, ele revirou os olhos após ver a estampa da blusa. Em roxo e branco estava escrito "melhor dançarino do mundo" e embaixo havia bailarinas dançando.
- É sério isso? - ele perguntou enquanto já vestia a blusa.
- Sinto muito, mas é a única blusa que eu tenho que vai servir em você.
- Dá para o gasto – o jogador sorriu ao pegar a sua mochila que estava jogada no chão - Eu te vejo amanhã então - deu um último beijo em e foi para a porta – Tchau, bonita, tchau, Harry Potter.
caiu na gargalhada após ver o menino fechar a porta do seu quarto, pegou o seu ursinho, se jogou na cama e tentou se lembrar quando tinha sido a última vez que havia se sentindo tão feliz assim.
- Por favor, não faz isso comigo - fazia birra enquanto era puxada por até o centro de treinamento do time - Eu já te devolvi a sua luva, me deixa em paz agora.
- Nossa senhora, como você é dramática. - rolou os olhos parando de frente à , que estava com um biquinho - Você só vai conhecer o meu pai, não é grande coisa.
- Mas eu não quero conhecer o seu pai - cruzou os braços e olhou feio para , que segurou uma risada.
- Não, mas a sua mãe quer que você conheça o meu pai, você não devia ter me contado essa história, agora eu vou fazer você cumprir essa promessa.
- Que ódio - revirou os olhos e voltou a caminhar - Eu nunca mais te conto nada. Em que língua eu falo com ele?
- Ele fala italiano, mas se vocês conversarem em italiano não vou poder participar da conversa e se você se enrolar não vou poder te socorrer... - fez um biquinho e a apenas jogou a cabeça para trás, não crendo na situação que se encontrava.
- Depois eu que sou a dramática.
- Vem - puxou a pela mão e a guiou pelo centro esportivo
não gostava de se sentir intimidada, mas naquele local tudo que a italiana sentia era insegurança, todos olhavam para ela e, o pior, sorrindo. A olhou desconfiada para , que tinha um semblante culpado.
- Você já contou para todo mundo sobre mim, né?
- Eles queriam saber o motivo do meu sorriso.
- Você é muito brega. - disse e revirou os olhos enquanto cutucava a cintura da , a fazendo gritar- AI!
- Eles queriam saber o motivo do meu desaparecimento e não é fácil ter o treinador como pai, ok?
- !
Os dois jovens se viraram para a pessoa que havia chamado o francês, logo abriu um sorriso e franziu o cenho, ela conhecia aquele homem de algum lugar.
- É o Marquinhos?
- Marcelo - revirou os olhos e puxou a garota pela cintura.
- A Lexi vai pirar - a sorriu para o garoto, que apenas piscou em concordância.
- Beleza? - perguntou descontraído enquanto abraçava Marcelo.
- Quem é a garota? - O jogador brasileiro perguntou desconfiado, mas logo abriu um sorriso e abraçou a menina, a cumprimentando.
- , prazer - A menina sorriu, havia gostado de Marcelo, ele parecia ser bem divertido.
- A famosa - Marcelo piscou para ela antes de falar - Sabia que o fala o seu nome dormindo?
- Para, cara - corou e a italiana arregalou os olhos - Foi só uma vez e foi quando a senhorita me deu um fora e não foi me encontrar.
- Meu Deus, - teve que segurar a risada, iria zoar muito ele depois por conta disso.
- Tô mexendo contigo, cara - Marcelo apertou o ombro do garoto - Ela é uma gata, mandou bem, filhote.
ficou confusa com a escolha de palavras feitas pelo brasileiro, mas achou que fez sentido já que a ficou encarando com o olhar todo bobo.
- Mas o que ela veio fazer aqui? Quer se exibir para ela, hm? - Marcelo mexeu no cabelo de , o fazendo corar.
- Ela veio conhecer o meu pai - o francês respondeu, desviando o olhar da .
- Ah é? Já tá sério assim?
- O quê?! - arregalou os olhos e corou mais ainda - Nós somos apenas amigos.
- Que se pegam quase sempre - rebateu, agora sem vergonha alguma, olhando com prazer para a .
- Quieto, - resmungou
- Ei, Casão! Vem conhecer a namorada do ! - Marcelo berrou para o desespero de , chamando outro jogador, Casemiro. Lexi também o adorava.
- Poxa, Marcelo, assim você me complica, cara - disse segurando uma risada, observando o nervosismo da italiana. Ah, aquilo seria divertido.
Após Marcelo apresentar para todos os funcionários e jogadores que estavam naquele momento no centro esportivo, a italiana se viu mais uma vez sozinha com e não perdeu a oportunidade de falar para ele a quão envergonhada ela estava pelo mico que ele fez ela passar. Agora graças a Marcelo, era conhecida como a namorada de . Ao contrário da estudante, o francês não se importou muito com isso.
Mas não sabia que o pior estava por vir, a levou até o campo de futebol e a italiana sorriu ao lembrar que ela e Lexi haviam entrado escondidas lá há alguns dias para que a americana pudesse ver o time da cidade de Madrid treinar. E agora lá estava ela, andando de mãos dadas com e sendo encarada por todos, inclusive pelo pai do garoto. Mas foi outra coisa que chamou a atenção da italiana.
- Meu Deus, quem é aquele que seu pai falou agora? - ela perguntou com a voz esganiçada e fez uma careta.
- Karim Benzema, ele é francês também – ele disse dando de ombros.
- Nossa, eu acho que ele é o cara mais bonito que já vi na minha vida! - abanava o seu rosto com a sua mão direita, enquanto a esquerda estava no seu coração - Acho que estou apaixonada...
- Não exagera – revirou os olhos.
- Vai me dizer que você é o mais bonito do time? - perguntou erguendo uma sobrancelha e a encheu de cócegas – Para, !
- Eu não me acho o mais bonito do grupo – Ele disse por fim, quando parou de fazer cócegas na menina – Mas eu acho o Nacho bem mais bonito que o Benzema...
- Quem é esse Nacho? - A estudante perguntou curiosa enquanto encarava os jogadores que estavam sentados no gramado bebendo água.
- Até parece que eu vou te apresentar para ele, você já ficou caidinha pelo Benzema, pelo Nacho então...
- Me passa o contato do Benzema? - a italiana perguntou com um sorriso divertido e sentiu um embrulho no estômago.
- Esquece, ele tem namorada e ela é bem brava – disse sério e não se abalou.
- Mais brava do que eu?
- Acredite em mim, nada é mais assustador do que a Carol quando ela está com ciúmes...
riu da cara que fez e voltou o seu olhar para os jogadores e mais uma vez sentiu aquele estranhamento que sentia toda vez que assistia futebol, ela voltou a encarar o francês, que agora fazia embaixadinhas com uma bola, às vezes ela até esquecia que ele era um jogador, havia criado um estereotipo para jogadores de futebol e se recusava a acreditar que era totalmente o oposto daquilo.
voltou à realidade quando viu que Benzema encarava , que estava com uma cara feia, o outro francês parou as embaixadinhas que estava fazendo e se aproximou dos dois, rindo.
- Quoi de neuf, mongarçon? - Karim sorriu para , que sorriu de volta - Não vai me apresentar para a sua amiga?
- É a , Karim – respondeu meio sem graça e a italiana ficou sem entender o motivo.
- ! - Benzema sorriu ao se aproximar da italiana e a abraçar rapidamente, a única coisa que a estudante conseguia pensar era o quão cheiroso ele era – Finalmente nos conhecemos, não para de me falar sobre você...
- Prazer - estava corada, mas não era mais por causa de Benzema. Zinedine Zidane estava se aproximando aos poucos, era parado sempre por alguma pessoa, mas sentia que o momento estava chegando.
-Très belle – Karim voltou a falar em francês, mas dessa vez não se incomodou por não entender o que ele estava falando, pois Zinedine Zidane estava logo atrás de Benzema.
O francês mais velho deu um tapinha no ombro de Karim e com os olhos pediu para que ele voltasse a treinar. Antes de sair, Benzema disse algo no ouvido do treinador e sorriu para .
- Foi um prazer, gatinha.
sorriu fraco para o jogador que se afastava, a estudante se aproximou mais de e encarou Zidane. A lenda do futebol estava à sua frente.
- Pai, essa é a – disse se virando mais uma vez para a italiana, que sorriu timidamente para Zizou – esse é o meu pai, Zinedine
congelou no momento que encarou o sorriso do francês mais velho, era o mesmo sorriso de , um sorriso bonito e que transmitia tranquilidade. A italiana pôde perceber como eles eram parecidos, se não fosse pela careca de Zidane, ela poderia os confundir.
- Pode me chamar de Zizou – ele apertou a mão da italiana.
- Muito prazer – soltou a mão do mais velho e se colocou ao lado de , que sorria orgulhoso para ela.
- me falou muito de você – Zidane tinha as mãos no bolso enquanto encarava o casal de jovens à sua frente.
- Espero que coisas boas apenas – deu uma risada nervosa.
- Eu contei para ele que você é muito mal-humorada – disse sorrindo, mas resmungou ao levar um cutucão discreto da bailarina - E muito forte também...
- Ele me disse que você dança, minha esposa costumava ser uma excelente dançarina...
- Bom, eu tento – achou graça da timidez de , o pouco tempo que havia passado com ela, a italiana sempre esteve muito confiante e sempre soube o que falar, ele achou adorável vê-la daquele jeito enquanto conhecia o seu pai.
- Foi um prazer conhecê-la – Zizou sorriu docilmente para e com um olhar mais sério encarou – 20 minutos.
- Não, espera pai. A tem um pedido a te fazer...
- Sim – o técnico a encarou curioso
- É bobagem – sorriu sem graça e se desesperou quando viu que os dois franceses continuaram a encará-la – Minha mãe é uma grande fã do senhor e eu prometi a ela que quando eu te visse gravaria um vídeo seu... Mas eu entendo se o senhor não quiser.
- Senhor não - Zizou sorriu – Tem gente que acha que eu e o somos irmãos gêmeos...
- O cabelo, pai – piscou para o mais velho, que revirou os olhos.
- Ah claro, um detalhe insignificante – Zidane sorriu para a que achou engraçado aquele momento entre os dois – O que eu tenho que falar no vídeo?
- O senhor, quero dizer, você tem que mandar um beijo para a Luciana, por favor – sorriu timidamente para o mais velho, que concordou.
A pegou o seu celular e filmou, não pôde evitar abrir um grande sorriso após finalizar a filmagem, tinha certeza de que a sua mãe iria chorar e talvez até perdoá-la por não atender os seus telefonemas.
- Obrigada, Zizou – disse após guardar o seu celular na bolsa. Zidane sorriu para a italiana e puxou de canto.
- Você olha para ela do mesmo jeito que eu olho para a sua mãe - Zinedine disse calmamente para o seu filho, que ficou sem reação. torceu para que não tivesse ouvido – Foi um prazer, . Filho, não esquece de entregar os ingressos para ela.
- Sim, pai – o goleiro sorriu para o seu pai e se aproximou novamente da estudante, que o encarava desconfiada.
- O que ele te disse?
- Ele me disse para não esquecer de te dar os ingressos – desconversou.
- Antes, , o que ele te disse? - se colocou na frente do jogador e ficou de pontinhas para que eles pudessem ficar na mesma altura – Me fala.
- Ele me disse que gostou muito de você – cruzou os braços e aproximou a sua cabeça da cabeça da menina, até que as suas testas estivessem se tocando.
- Promete?
- Prometo – o francês sorriu e a abraçou pela cintura – Estou para te falar desde a primeira vez que eu te vi hoje: Você fica muito gostosa com roupa de balé.
- ...
- É sério, sua bunda fica ainda mais deliciosa nessa sainha.
- ! - o repreendeu e olhou para os lados, torcendo para que ninguém tivesse escutado – Seu pai está ali atrás...
- Meu pai – debochou – Minha mãe quis se livrar das roupas dela de dança e ele não deixou, adivinhe o porquê!
- Meu Deus, – começou a rir junto com o jogador – Você esqueceu a sua luva de propósito no meu banheiro, né?
- É claro. E agora que o meu pai te chamou para ir assistir o jogo, você não pode negar...
- Esperto, , muito esperto.
- Você ainda não viu nada, ragazza.
já havia se apaixonado antes. Há exatamente um ano ele havia terminado com a sua namorada de longa data, foram três anos juntos, que chegaram ao fim após Chloé, a ex, dizer que queria conhecer caras novos e que se sentia muito presa ao relacionamento. No começo o francês não reagiu muito bem, afinal, Chloé era a única garota que ele já havia gostado de verdade, a única que ele realmente tinha amado.
Mas apesar de ter amado Chloé, o jogador nunca teve problemas em escolher a roupa que usaria em um encontro com ela, era a primeira vez que estava tendo dificuldades em se arrumar, já fazia trinta minutos que o francês se encarava no espelho e simplesmente não conseguia se achar bom o suficiente para . Ela sempre o via de uniforme de treino e queria que ela o visse arrumado, que o achasse bonito.
Sergio Ramos, Dani Carvajal e Isco Alárcon estavam o zoando desde que souberam que ele tinha esse “encontro”, os três jogadores bateram na porta do francês e perguntaram se ele precisava de ajuda. foi inocente o bastante para acreditar que eles tinham boas intenções, quando na verdade eles queriam apenas tirar sarro da cara dele mesmo. Isco sugeriu uma blusa verde chamativa, estava tão confuso e frustrado por não conseguir se decidir, que aceitou a ideia, mas quando voltou do banheiro já vestido, foi surpreendido por Sergio Ramos que o filmava enquanto dava gargalhadas e era acompanhado por Carvajal e Isco. Pronto. era a nova piada no grupo de Whatsapp da equipe.
Não que antes ele já não tivesse sido zoado, desde que começou a sair com , os outros jogadores adoravam fazer brincadeiras e piadas a suas custas, já que sempre chegava e saia do treino com um sorriso bobo no rosto. E por conta disso recebia assobios e barulhos de beijo toda vez que entrava em qualquer local, alguns jogadores fingiam dançar ballet, o deixando completamente envergonhado. Até o seu pai havia entrado na brincadeira, apesar de ter sido bastante sincero com , quando o francês o contou sobre .
- Você sabe que esse relacionamento de vocês não vai para frente, certo? Ela mora aqui nos Estados Unidos e você mora e trabalha na Espanha – Zizou disse firme enquanto passava a mão na careca - Eu apenas não quero que você crie muitas expectativas, filho, pra não se machucar.
O garoto sabia que o pai estava apenas preocupado com ele, tinha finalmente conseguido uma chance no primeiro time e sabia quão a sério o pai levava o trabalho, ainda mais por ser filho do técnico, teria que trabalhar dobrado para provar merecer a chance que estava tendo, mas vinha mexendo com o emocional do jogador de uma forma que ele tinha certeza que jamais iria se recuperar da montanha-russa de emoções que ela era. E apesar de tentar negar a si mesmo, sabia que o que sentia por ela era maior do que apenas um caso de verão.
- a gente vai chegar para o fim da festa desse jeito - Óscar abriu a porta, irritado – A guapa disse que a festa era às nove! Já são dez da noite!
- Para de chamar ela de guapa! O nome dela é ! - jogou o seu travesseiro em Óscar, que apenas riu.
- Ay Dios mío, você está com ciúmes?
- A Carol me respondeu. – Benzema entrou no quarto dos garotos interrompendo Óscar, para o alívio do francês.
- E aí? - perguntou ansioso, odiava ter tido que apelar para Benzema e Carol, mas pensou: quem mais para lhe ajudar do que a namorada do cara que tinha deixado claramente encantada?! O jogador estava tão desesperado que havia mandando foto dos possíveis looks para a namorada de Karim, para que ela pudesse ajudá-lo a escolher – O que a Carol disse?
- Bermuda e camiseta branca, não tem erro – Benzema respondeu com os olhos presos na tela – E como é um luau, ela disse que você pode ir sem camisa também, mas falou para mandar uma foto pra ela dar o ok antes - Karim arregalou os olhos ao perceber o que tinha lido – Ela só falou isso para zoar com a minha cara – Benzema bufou –, bermuda e blusa branca.
- Muito obrigado – agradeceu enquanto se vestia correndo, ouvindo os risos de Óscar e Karim, mas os ignorou – Estou pronto, cadê o Achraf?
- Deve estar dormindo na recepção, você demorou um ano para se arrumar!
- Cala boca – pegou o seu boné preto, que usava sempre virado para trás e deu um tapa nas costas de Óscar - Vamos ver se os americanos sabem dançar.
Os americanos sabiam dançar e desejava não ter duvidado disso.
A praia estava linda e lotada de jovens, que bebiam, conversavam e dançavam como se não houvesse amanhã. estava certa, estava se sentindo um pouco deslocado, mas após receber a primeira cantada se sentiu melhor, apesar da menina não chegar aos pés de .
Demorou em torno de quinze minutos para o jogador encontrar a italiana, e quando a encontrou ele sentiu seu coração acelerar e também teve a certeza que sua bermuda estava apertada demais, se odiava por não conseguir se controlar ao lado da italiana.
estava em cima de um mini palco e dançava sensualmente Crazy in Love da Beyonce, ela vestia um macacão preto curto que ressaltava as suas pernas definidas e bronzeadas e deixava sua cintura ainda mais fina, reparou que ela já estava descalça e riu ao se dar conta disso. Seu cabelo estava solto e ondulado, preso apenas pelos óculos ray-ban, ele já havia reparado que a mulher sempre estava com eles. O francês arregalou os olhos quando a italiana começou a rebolar até o chão lentamente de uma forma muito sensual. Ela encontrou o olhar do francês e deu um sorriso sincero, tinha certeza de que estava babando.
Ele não havia reparado que estava andando na direção da , até que sentiu a mão de Achraf no seu peito, o fazendo parar no mesmo instante. O que ele estava pensando? Ele não podia simplesmente subir naquele palco e pagar um mico. Olhou agradecido para Arra, que não o encarava, o olhar do marroquino estava voltado para o palco e ele parecia estar adorando o que via.
Chantage da Shakira era a música da vez e o jogador voltou o seu olhar para o palco a tempo de ver um garoto loiro puxar pela cintura e juntar os seus corpos num movimento rápido e curto. O francês teve vontade de amaldiçoar o ritmo latino por ser tão dançante e sensual.
queria, mas não conseguia tirar os olhos de e do loiro irritante que dançava grudado a ela, se movia com vontade contra o corpo do garoto, enquanto sorria. Sabia que era apenas uma dança, mas o ápice do seu ciúmes chegou quando o garoto pôs as mãos na bunda da , que gargalhou com o gesto, fazendo com que uma de suas alças do macacão caísse revelando a lingerie preta que ela usava.
O garoto deu meia volta, saindo daquela multidão que, assim como ele, babava pela menina. O garoto ouviu Achraf e o Óscar o chamarem, mas os ignorou, ver agarrada com outro cara havia sido demais para ele.
- , está tudo bem com você? - o jogador se assustou quando Lexi se aproximou
- Eu estou bem, só estou com calor – sorriu para loira ao seu lado.
- Ela é demais, né? - Lexi o olhou com compaixão - Ela tem o gingado latino...
- Eu vou dar uma volta na praia, ok? - o francês cortou Lexi, que arregalou os olhos e apenas concordou.
tentava entender o porquê da sua reação exagerada, afinal estava apenas se divertindo enquanto dançava, com outro cara. Aí estava o problema, o francês não havia gostado nem um pouco de ver a agarrada daquele jeito com outro cara.
Foi quando sentiu o perfume de maracujá da italiana que o jogador voltou para a realidade, olhou para trás a tempo de ver o encarando confusa, com as suas sandálias na mão, linda como sempre.
- Você realmente sabe dançar - Ele disse por fim, quebrando o silencio.
- O que aconteceu, ? - perguntou baixinho se aproximando do francês, a começou a fazer carinho nos ombros de , que não havia reparado quão tenso estava.
- Não aconteceu nada, eu apenas me surpreendi com você dançando - Ele disse enquanto brincava com a areia em volta dos pés descalços da italiana.
- Você parece estar mais do que surpreendido...
- É, bem... O garoto que dançou com você, também era um ótimo dançarino - não pôde evitar o rancor na sua voz e se sentiu incomodado ao ouvir rir.
- O nome dele é Brian, e sim, ele é um ótimo dançarino, fazemos o curso juntos - A se sentou de frente para ele – Ele é gay e, acredite em mim, se ele te visse assim todo gato, ele ia preferir dançar com você do que comigo.
se sentiu um bobo ao olhar para , que segurava a risada, a tirou o boné que o garoto usava e colocou na sua cabeça, o francês teve vontade de rir, pois a peça ficou grande na estudante, mas mais uma vez o seu olhar voltou-se para a lingerie preta que estava usando.
- Você já nadou de noite no mar? - A perguntou após reparar o olhar do garoto em seu colo.
- Já, uma vez em Ibiza – omitiu a parte de que havia nadado com a sua ex.
- Uau – fez um gesto exagerado com as mãos e o jogador riu – Eu nunca fui para Ibiza...
- Posso te levar um dia lá, se quiser... - preferiu não encarar a nos olhos, pois sabia que a italiana estaria o olhando com um olhar duro.
- Não viaja, ...
- Ok – ele disse timidamente – Sim, eu já nadei de noite no mar...
- Aqui não é Ibiza – Ela colocou de volta o boné na cabeça do jogador e se levantou – Mas eu te garanto que o mar da Califórnia de noite, é o melhor que existe...
perdeu a respiração ao ver tirar o seu macacão e ficar apenas de lingerie, a deu uma piscada e correu em direção ao mar. O francês demorou um pouco para raciocinar, era demais para ele ver a italiana daquele jeito, totalmente desinibida apenas para ele. O jogador foi atrás da , tirando as suas roupas no caminho. ao ver o menino apenas de cueca sentiu um frio no estômago e a famosa tremedeira nas pernas.
O jogador vinha caminhando calmamente até a italiana, que o observava com um olhar safado, quando chegou perto pôde observar melhor o corpo da italiana, a lingerie combinava com ela, o contraste com a pele , que agora estava sendo iluminada pela lua, a deixava maravilhosa. Ele jogou água na garota que havia o provocado apontando para o seu membro, ele sabia que estava bem claro o quanto ele estava interessado nela. gritou em resposta enquanto jogava água nele também. Era verão, a noite estava quente assim como o mar, mas se arrepiou quando a puxou pela cintura e tascou um beijo digno de hollywood.
- Você estava certa – disse enquanto tirava os cabelos rebeldes que caíam no rosto da – Ibiza nem chega perto disso aqui...
deu uma risada gostosa e puxou para mais um beijo. O corpo de estava tão próximo ao dela, que a não sentiu vergonha em se entregar totalmente ao francês, o jogador a pegou em seus braços e encheu o seu colo de beijos, enquanto brincava com os cabelos já molhados do garoto.
colocou de volta ao chão e sorriu para ela, e naquele momento teve certeza de que estava fodido. O jogador estava totalmente apaixonado pela dançarina.
- Será que o Romeu era tão gostoso quanto o ? - perguntou para Lexi, que em resposta apenas revirou os olhos – Eu estou ficando insuportável?
- Amiga, insuportável você sempre foi – Lexi sorriu para a que mostrou o dedo do meio – Mas agora você é uma insuportável apaixonada, o que é mil vezes pior...
sentou-se, encarando Lexi com a boca aberta. As meninas estavam no gramado que ficava na frente da biblioteca da UCLA, a italiana preferiu estudar lá, já que a biblioteca a lembrava da pegação que teve com há alguns dias. Lexi que estava encostada em uma árvore deu um sorriso irônico para amiga enquanto ajeitava os óculos escuros que havia roubado de .
- Lexi, querida – largou o seu livro na grama, pegou a garrafa de água já vazia e tacou na loira, que gritou em protesto – EU NÃO ESTOU APAIXONADA! - pegou novamente o seu livro e voltou a deitar, mas antes riu da careta de dor da americana – Estou apenas sentindo um tesão pelo , aquele garoto é gostoso demais. Você já viu as entradas dele?
- Não, não vi – Lexi bufou – Não tem problema em admitir para mim, ok? Sou sua melhor amiga...
- Sim você é, mas Lexi, eu te juro, é impossível se apaixonar por alguém que você conhece apenas há uma semana...
- Diga isso para Romeu e Julieta – Lexi indicou o livro jogado nas pernas da .
segurou a respiração enquanto encarava o céu azul de Los Angeles. Aquilo não podia ser possível, se apaixonar por alguém tão rapidamente, era algo surreal demais para a . Ela voltou a se sentar, dessa vez desistindo de vez da sua leitura, cruzou as pernas antes de olhar desafiadoramente para sua amiga.
- É totalmente diferente, Romeu e Julieta foi amor à primeira vista...
- E e foi o quê? – Lexi estava se divertindo com a confusão da .
- Foi ódio à primeira vista - exagerou no drama e segurou a risada ao ver a cara perplexa da loira à sua frente.
- Nossa, que mentira! Se foi ódio, por que você continua a se encontrar com ele?
- Porque ele beija bem.
- Ah qual é, ?! Você está gostando dele e não quer admitir...
- Não estou gostando do ! Ele é apenas um caso de verão! - sentiu as suas bochechas esquentarem.
- Casinho de verão, aham, está bom – Lexi se levantou e pegou as suas coisas que estavam jogadas no chão – Você por acaso vai encontrar o seu casinho de verão hoje?
- Talvez – deu de ombros – Eu não preciso ver o todos os dias, ok?
- Ok, eu acredito em você – Lexi jogou a garrafa de água vazia de volta para a italiana – Eu acho que você deveria ir encontrar a sua mãe hoje...
- Não estou afim – também começou a arrumar a sua bagunça de material.
- ela está com saudades... – Lexi encarava a amiga, que evitava retribuir o olhar.
- Eu vi ela há duas semanas, Lexi, ela está paranoica, fica dizendo que eu voltei estranha da Itália... - se levantou, ficando de frente para amiga e pegou de volta os seus óculos que estavam presos no cabelo da americana.
- E você não voltou? – Lexi perguntou, preocupada. Ela havia reparado que a última visita de à Itália para ver o seu pai causou uma mudança na amiga.
- Lógico que não! Eu fui visitar o Alessandro, como sempre, nada aconteceu...
- Por que você está chamando o seu pai pelo nome, ? – Lexi perguntou confusa, a italiana evitou olhar para amiga.
- Estou o chamando pelo nome desde que ele parou de agir como o meu pai... - sentiu um peso desabar em suas costas e não conseguiu evitar as lágrimas que escorreram pelo seu rosto.
- Ah, – Lexi jogou o seu material de volta ao chão quando percebeu que estava chorando – O que foi que aconteceu lá?
- Ele mudou muito, Lexi – se jogou no abraço da amiga – Ele nem parecia mais o meu pai – a italiana se soltou da loira, que continuou de frente a ela – Ele nem quis saber sobre a minha lesão, não quis ver nenhum vídeo meu dançando...
- Ele ainda está abalado, , você e sua mãe deixaram ele...
- Não, Lexi, ele que nos deixou – limpou as lágrimas - O futebol sempre foi mais importante para ele do que nós... Minha mãe fez o certo em ir embora, ainda mais depois daquela final da Champions...
- Que final da Champions? – Lexi perguntou confusa, nunca havia mencionado o motivo exato do divórcio dos seus pais, apenas falava que o futebol era o grande culpado.
- A que o inter ganhou em 2010... Não importa mais, já passou, não quero mais ficar sofrendo por causa disso...
limpou as lágrimas do seu rosto, enquanto olhava decidida para sua amiga. Se tinha uma coisa que Lexi admirava em era a sua personalidade, a italiana dificilmente se abatia, era sempre forte, independentemente da situação que passava. A americana apenas concordou com a cabeça, sabia o quanto era difícil para amiga conversar sobre o divórcio dos pais. A colocou os seus óculos ray-ban e sorriu para Lexi, que riu confusa.
- O que foi?
- Eu vou me ferrar nessa prova sobre o Shakespeare.
- Não vai não, ! Você tem estudado tanto!
- Que mentira, Lexi, a única coisa que penso ultimamente é no todo molhado só de cueca...
- Ai meu Deus – Lexi riu da , que apenas a encarava com um sorriso safado – E o que você vai fazer então?
- Eu acabei de lembrar que hoje o não tem treino, ele me disse algo sobre ter um dia de folga antes de um jogo...
- Sim, Madrid vai jogar contra o Manchester United esse fim de semana. E nós vamos, lembra? – Lexi disse bem animada, fazendo sorrir.
- Tanto faz. Será que ele quer ir à praia? - perguntou enquanto procurava por seu celular em sua bolsa.
- Ah não, chega de praia, ! Seja mais criativa! – Lexi pegou o celular da , que a olhou confusa.
- O que foi? Eu vou fazer de tudo para ver aquele garoto só de cueca novamente...
- É só transar com ele – Lexi disse simplesmente e levou um beliscão da amiga.
A americana piscou para , que ainda estava confusa em relação a Lexi e o porquê de ela ter pego o seu celular, mas ela logo entendeu quando a americana começou a falarem um espanhol bem podre.
- Você sabe que o fala inglês, né? E o inglês dele é bem bom.
- Eu sei – Lexi revirou os olhos e entregou o celular nas mãos da - É que eu tenho que treinar o meu espanhol para quando eu for conhecer o Marcelo, já desisti do português, aquela língua é impossível...
- E então? - perguntou ao perceber que Lexi estava sonhando, provavelmente com o seu encontro com o jogador de futebol, Marcelo.
- Ah, sim – Lexi puxou pelas mãos e as duas começaram a caminhar até os dormitórios femininos – me disse que os meninos estavam querendo ir na Universal...
- Universal? - perguntou , receosa.
- Uhum – Lexi deu de ombros – Aí eu disse que era uma ótima ideia e que iríamos encontrá-los lá!
- Ai meu Deus, Lexi! - A italiana se soltou da amiga e levou os óculos escuros até os cabelos – É sério que você os convidou para um dia na Universal? Quantos anos nós temos? Quinze?
- Não enche, , não existe idade quando se trata de parque de diversões, e não adianta fingir, eu sei que você ama ir nas montanhas-russas – Lexi sorriu ao ver a amiga revirar os olhos e logo depois abriu um sorriso.
Lexi havia ganhando, eles iriam para a Universal.
Quando imaginou como seria o seu dia no Universal Studios, em nenhum momento ela achou que acabaria sendo ignorada por todos ali e que o assunto principal seria futebol.
Ok. Eles eram jogadores de futebol e Lexi uma viciada em futebol, mas realmente tinha acreditado que eles não entrariam no assunto futebol. No começo ela ignorou e até se divertiu com a empolgação de Lexi e achou fofo o fato de tentar incluí-la na conversa, mas depois de duas horas ela já estava de saco cheio. Perdeu a cabeça de vez quando eles começaram a discutir sobre uma final de Champions que lembrava muito bem.
- Pirlo acertou o pênalti! - Óscar gritou na cara de Lexi, que já estava vermelha.
- Quem acertou foi o Kaká! – Lexi gritou de volta, fazendo revirar os olhos.
- Os dois acertaram – disse sério, querendo pôr fim na conversa, já havia percebido que estava incomodada e entediada com a conversa, e, apesar de estar curtindo o assunto, queria agradar a italiana.
- MEU AMADO ZIDANE! – Lexi gritou mais uma vez, dessa vez assustando a todos, inclusive um casal de argentinos que estava sentado na mesa ao lado deles – Pirlo errou o pênalti!
- Pirlo nunca erra um pênalti! - Achraf disse convencido e foi a vez de revirar os olhos.
-Ele errou o pênalti – a italiana disse com os braços cruzados, chamando a atenção de todos.
- Como é que é? - Óscar ergueu uma sobrancelha, desconfiado.
- Maldini fez o primeiro gol antes de dar um minuto de jogo, Pirlo cobrou a falta e o Maldini fez o gol, quem fez o segundo gol foi o Crespo, o gol surgiu de uma jogada maravilhosa do Kaká, o segundo gol de Crespo e o terceiro do Milan aconteceu apenas alguns minutos depois.
"E muitos falam que o gol aconteceu por conta de uma falha do zagueiro do Liverpool, mas mais uma vez foi um passe incrível vindo do Kaká, e naquele momento os torcedores do Milan já estavam comemorando a taça, 3x0, impossível reverter... Errado! Porque do outro lado tinha Gerrard e a sua cabeçada surreal. 3x1, o título ainda é do Milan, mas apenas dois minutos depois, BOOM, outro gol do Liverpool, um golaço de fora da área do Smicer, os italianos começaram a ficar preocupados e ficaram ainda mais quando Liverpool ganhou um pênalti.
Xabi errou, mas depois acertou ao pegar o seu próprio rebote, o impossível empate havia acontecido, 3x3, o campeão seria decidido através das penalidades máximas. Milan errou na primeira cobrança, Serginho cobrou um pênalti ridículo e a bola foi parar na arquibancada, logo depois Hamann acertou para o Liverpool e, adivinhe só, Pirlo errou para o Milan e Cissé acertou para o Liverpool.
Os torcedores do Milan já estavam sem esperanças, eis que Tomassona acerta o seu pênalti e Risse erra o seu, 2x1 para o Liverpool, e é obvio que Kaká acertou o pênalti, assim como Smicer, afinal ele tinha feito um golaço durante o jogo. Mas o Milan ainda tinha chances, Shevchenko apenas tinha que acertar a sua cobrança, mas adivinhem, ele cobrou o pênalti mais ridículo da história, chutou a bola na direção do excelente goleiro do Liverpool, Jerzy Dudek, que defendeu com graça. E assim aconteceu o milagre de Stambul."
respirou fundo antes de encarar todos na mesa, e o que ela viu a fez ter vontade de vomitar. Lexi estava com a boca aberta, já babando no sanduíche que comia, Arra tinha um sorriso bobo na cara e dava tapas alegres do braço de , já Óscar tinha os braços cruzados e um sorriso incrédulo. Mas o pior de todos era , o francês estava com a mesma cara que quando ela assistia uma apresentação da Martha Graham e isso não era bom.
- Alguém compra um milk-shake de um litro para mim, por favor, estou precisando – voltou a falar, querendo mudar de assunto – De preferência de morango.
- Eu estou com muito tesão agora – Lexi disse, para a surpresa de todos.
- Eu também - concordou e sorriu para , que revirou os olhos, mas sorriu de volta para o francês.
- EU DISSE QUE O PIRLO TINHA ERRADO O PENALTI - Lexi voltou a gritar e jogou algumas batatas fritas em Óscar, que amou a reação da americana. A italiana riu ao perceber que eles ainda continuariam com aquela discussão.
- Vem, , vamos tomar um litro de milk-shake – disse se levantando e pegando a mão da , que o seguiu até a fila do restaurante – Eu sei que você provavelmente não quer falar sobre isso, mas aquilo que você fez lá na mesa foi incrível - revirou os olhos, mas depois sorriu para o – Eu pensei que você não entendia de futebol.
- Eu nunca disse que eu não entendia de futebol, eu disse que não gosto de futebol – A italiana soltou a mão do jogador, que a observou enquanto ela fazia um rabo de cabelo alto – Eu sei de algumas coisas, principalmente de futebol italiano, mas desde que me mudei para os E.U.A. eu me distanciei, e graças a Deus agora não sei praticamente nada sobre o que está acontecendo no mundo do futebol. Não, espera, eu sei que o Luka Modric é o melhor meio-campista da atualidade.
não conseguia não sorrir para a ao seu lado, ele estava impressionado, entusiasmado e com certo tesão, assim como Óscar. O francês sabia que era uma garota incrível, mas depois desse momento em que a italiana deixou no chinelo três jogadores de futebol com o seu conhecimento sobre o esporte, ele tinha certeza que demoraria para encontrar uma garota tão maravilhosa como ela.
- Eu quero muito te beijar agora, ragazza – sorriu para a italiana, antes de puxá-la para um beijo de tirar o fôlego, sorriu para quando pararam por um momento o beijo para tomarem ar.
A dançarina teve certeza de que o beijo do jogador era mil vezes melhor do que um litro de milk-shake.
soube que o seu dia seria ruim no momento em que Lexi colocou a sua playlist de country para tocar, mas a italiana não podia reclamar, afinal tinha sido ela que havia negado as passagens de avião que as ofereceu, e inclusive tinha feito uma birra com Lexi, falando que não iria ao maldito jogo se elas não fossem dirigindo até Santa Clara. Dito e feito. agora teria que aguentar por cinco horas músicas de Alan Jackson.
E é lógico que Lexi fazia questão de gritar as letras das músicas
- Two Young people without a thing. Say some vows and spread their wings. Settle down with Just what they need... Livin' on Love...
- Ok, Lexi, já deu, eu já entendi – disse após fazer uma curva com grosseria, com a intenção de fazer Lexi parar, mas isso apenas a estimulou a continuar.
- She don't care 'bout what's in style. She Just likes the way He smiles. It takes more than marble and tile. Livin' on love. - Lexi voltou a cantar com vontade, poderia ignora-la, mas a letra da música estava lhe incomodando demais, por faze-la lembrar de .
- Se você parar agora, eu lavo as suas roupas por um mês.
Lexi parou no mesmo instante, para o alivio da italiana.
Quando chegaram em Santa Clara, dirigiu direto para o Levi's Stadium e, apesar de estar de saco cheio de Lexi e suas músicas country's, a italiana achou fofo a empolgação da amiga, que estava com os ingressos nas mãos, além das entradas para a área VIP.
- As namoradas dos jogadores vão estar lá – Lexi disse após estacionar o carro - Eu não estou acreditando que vou conhecer a Clarice.
- Quem é Clarice? - a dançarina perguntou, fechando a porta do carro.
- A esposa do Marcelo.
- Marquinhos?
- Você está fazendo de propósito – Lexi revirou os olhos.
- Talvez - sorriu e cruzou o seu braço com o braço da sua amiga, e ambas começaram a caminhar em direção a entrada - Isso é estranho.
- O quê?
- Estarem um estádio novamente, para um jogo de futebol...
- Você costumava ir muito em estádios em Milão?
- Sim, meus pais adoravam, a atmosfera era incrível - tinha brilho nos olhos e Lexi percebeu isso, e parou de andar quando elas entraram na fila, a americana se virou até ficar de frente para e a olhou nos olhos.
- Por que você não fala muito sobre a sua vida na Itália, ?
- Eu não gosto de lembrar, Lexi, foram momentos incríveis, mas os que mais me marcaram foram os ruins...
- Você tem falado muito sobre futebol, Itália e sobre seus pais nos últimos dias – Lexi observou e sorriu quando colocou os óculos escuros, ela sempre fazia isso quando queria fugir do assunto.
- Acho que o culpado é o , ele me faz lembrar dessas coisas.
- E isso é bom? – questionou Lexi.
- Não sei ainda.
Ao chegar na área VIP, as estudantes não puderam evitar a admiração que sentiram com o local, era muito bonito. já havia conhecido a área VIP do San Siro por conta de seu avô, que trabalhou por muitos anos lá como faxineiro, mas o estádio italiano não chegava aos pés do Levi's Stadium.
- É muito bonito - disse após um tempo e Lexi apenas concordou com a cabeça.
- Você deve ser a .
As duas garotas se viraram para direção da voz, logo percebeu o sotaque francês na fala, a convivência com a havia mostrado que os franceses eram fãs do R e que o E era sempre mais longo.
- Como você sabe? - respondeu na grosseria, mas logo se corrigiu - Quero dizer, sou eu sim. E você é?
- Carol. Sou a namorada do Karim. me falou muito sobre você.
engoliu seco. Aquela era a namorada do Benzema? O jogador pelo qual havia se encantado e até brincado com falando que iriam se casar? Ela estava perdida.
A mulher sorriu docilmente para as garotas e Lexi puxou a italiana pela mão, queria explicações, mas tudo que fez foi retirar os óculos escuros e analisar atentamente a moça à sua frente. Carol era bonita, mas não era isso que estava chamando a atenção da italiana, e sim a postura da mulher. E sabia o porquê, a postura de Carol a lembrava muito a sua. Era uma postura confiante e intimidadora.
- Carol não é um nome francês - A italiana disse, mas se arrependeu, ela estava agindo como uma garota de cinco anos, mas por quê? Talvez porque ela estivesse se sentindo intimidada pela mulher à sua frente. não gostava de se sentir intimidada.
- Ela é brasileira, – Foi Lexi que respondeu, para a surpresa das duas, que disseram ao mesmo tempo "como é que você sabe disso?".
- Meus pais são brasileiros, mas eu nasci na França - Carol voltou a falar - me pediu para entregar isso a vocês, ele deixou bem claro que queria ver você usando isso, , me pediu inclusive para tirar uma foto.
Carol entregou as camisetas para as garotas e Lexi pirou ao perceber que tinha o seu nome nela, além de possuir o número 12 do Marcelo.
- O é um amor, , você tem que casar com ele...
estava nervosa demais para responder o comentário sem noção de Lexi. Pois na sua frente estava uma camiseta rosa de goleiro, com o seu nome gravado, além do número 30 embaixo. revirou os olhos e jogou a camiseta dentro de sua bolsa e começou a andar em direção ao bar, mas parou ao perceber que não estava com a sua identidade falsa e aquilo não era uma festa da faculdade, onde tem bebida à vontade.
- O que você bebe? - Carol puxou um banco para sentar e fez o sinal para que fizesse o mesmo.
- Heineken - a italiana respondeu imediatamente e recebeu um sorriso da mulher em troca.
- Eu tive a mesma reação que a sua quando o Karim me deu a minha primeira camiseta...
- Vocês eram namorados na época? - Perguntou , após dar um longo gole na cerveja.
- Éramos.
- Pois é, acontece que eu e não somos namorados - deixou a sua cabeça cair na direção da mesa do bar e ficou lá por um tempo, se mexeu apenas quando ouviu Carol pedir por mais uma.
- Olha, eu não te conheço, mas eu conheço o e ele é um amor de menino. E pude sentir que ele realmente está gostando de você.
- Esse é o problema - bufou – Ele não pode gostar de mim, depois que ele voltar para Madrid, eu vou continuar aqui na Califórnia. Não tem como um relacionamento entre nós dois funcionar.
- E como você sabe disso? - Carol se virou de frente para ela.
- Tem como dar certo? - perguntou e viu quando a mulher respirou fundo.
- Vocês já transaram?
- Ainda não - estranhou a pergunta, mas respondeu mesmo assim.
- Então por que o stress? Você nem sabe se ele é bom de cama ainda.
franziu o cenho, havia entendido o ponto em que Carol queria chegar, mas a italiana tinha quase certeza de que era bom de cama. Impossível alguém com aquele corpo não ser bom em fazer sexo.
- Quer um conselho, ? - a estudante concordou com a cabeça – Aproveite esses últimos dias que você tem com o e não fique se preocupando se ele está apaixonado por você ou não. Apenas aproveite ele, porque o é um garoto incrível e, que o Benzema não me escute, mas o é um gostoso.
não pôde evitar o sorriso que estampou a sua cara. Tomou mais um gole de cerveja e vestiu a camiseta rosa de goleiro do e sorriu para Carol.
-Ele quer uma foto? Então vamos lhe dar uma foto.
bagunçou o seu cabelo propositalmente e fez várias caras para a câmera da mulher à sua frente, algumas sexys e outras eram caretas. Carol sorriu para menina e disse que estava perfeito. retirou a blusa e guardou dessa vez com carinho em sua bolsa. Carol tinha razão, ela tinha que aproveitar os seus últimos dias na companhia de , e principalmente tinha que descobrir se ele era bom de cama.
Capitolo Tre
- É, o jogo não foi lá essas coisas – disse dando de ombros.
- Você está zoando com a minha cara, né ? - Lexi perguntou para amiga enquanto estava com as duas mãos apoiadas no vidro que dava para o gramado – Foi o melhor jogo da minha vida!
- O QUÊ? - perguntou assustada, a se levantou e puxou Lexi pelos ombros – Lexi, o jogo foi uma merda, eles terminaram empatados e perderam nos pênaltis...
- É pré-temporada, é normal o jogo ser assim – A americana deu de ombros.
- Eu sei disso, mas como você me diz que esse foi o melhor jogo que você viu na sua vida? - cruzou os braços.
- Porque eu vi o Real Madrid jogar, ! Eu sonho com isso há tanto tempo! Eles podiam perder por 8x0, que eu ainda iria achar o jogo incrível – Lexi ergueu os braços - Estou tão feliz, e a responsável é você – A americana puxou a para um abraço apertado, sorriu enquanto fazia carinho nos cabelos loiros da amiga – Muito obrigada por estar fodendo com o .
- Opa, perai – A italiana se soltou rapidamente e Lexi começou a rir - Nós ainda não transamos.
- Verdade – A americana sorriu confusa para amiga – O que você está esperando?
não teve chance de responder, porque foi interrompida por Carol, que chamou as garotas para descerem até o gramado. A francesa já havia avisado que elas iriam encontrar os jogadores depois do jogo. ia caminhando tranquilamente ao lado de Lexi, que ao contrário da italiana não estava nem um pouco calma. A nunca tinha visto a sua amiga tão vermelha.
- É por que você talvez conheça o Marcelo? - perguntou enquanto cruzava o seu braço no da americana.
- Dá para ver que eu estou nervosa? - Lexi perguntou e a italiana apenas sorriu para a sua amiga.
- Não, você está ótima.
As duas estudantes pararam de andar quando perceberam que Carol estava parada. A francesa estava com uma mão na cintura e outra na testa e parecia nervosa. seguiu o olhar da mulher e deu de cara com dois jovens se beijando loucamente, um deles estava com o uniforme do Real Madrid, então a italiana supôs que era um jogador.
se assustou com um grito que ouviu, o grito vinha de outro jogador, que ao contrário do outro que estava beijando a garota, parecia mais cansado e sujo, e um tanto estressado. O casal de jovens se separou no mesmo instante em que ouviram o grito, a menina, que era muito bonita por sinal, revirou os olhos e jogou a cabeça para trás, já o jogador que estava a beijando fechou os olhos e fez uma careta, como se tivesse feito algo de errado.
- O que foi, Daniel? - A menina morena perguntou e não teve que fazer muito esforço para entender o seu espanhol.
- O que foi, Mia?! - O jogador que deu o grito perguntou e se aproximou da mais nova com passos decididos – Você estava se agarrando de novo com o Marco!
- Ele é meu namorado, ele serve para isso! - A garota disse jogando os braços para o alto.
- Eu não autorizei esse namoro – Daniel voltou a falar.
- Autorizou sim – Marco disse um pouco acanhado. Mia puxou o seu namorado pela mão e caminhou na direção da Carol.
- Todo dia – A francesa disse para as estudantes que observavam a cena atentamente.
- Cadê a minha cunhada, Carol? - Mia perguntou e depois sorriu para as duas meninas que sorriram de volta.
- O que está acontecendo aqui?
Todas as cabeças se viraram em direção à mulher que havia dito aquilo. pôde perceber que Daniel se amoleceu no mesmo instante em que botou os olhos na morena.
- Carvajal está sendo um saco de novo – Mia disse cruzando os braços.
- Ela não desgruda do Marco – Daniel se defendeu - É sério, Barbara, eu não devia ter trazido ela para Los Angeles...
- Tá bom, Daniel – Barbara revirou os olhos e puxou o namorado para longe.
Carol ao perceber que aquela cena tinha chegando ao fim, pegou na mão das estudantes e as puxaram para um outro corredor, estava tentando segurar a risada, tinha achado aquele momento todo hilário. Mas seus pensamentos logo foram ocupados por , que caminhava com calma na direção das garotas. Ele estava com a mochila pendurada no ombro e não estava mais com o uniforme.
sentiu um frio na barriga de repente e não entendeu o porquê, sorriu para as garotas e se aproximou primeiro de Carol, dando um beijo em seu rosto, já que ela estava na frente, não conseguiu entender muito bem o que eles estavam falando, já que conversavam em francês, mas teve certeza de que ela era o assunto, já que não disfarçava o seu olhar sobre ela.
- Gostou do jogo, Lexi? - perguntou enquanto beijava carinhosamente o rosto da americana.
- O melhor jogo da minha vida – Lexi sorriu para .
observou se aproximar calmamente e sentiu o seu coração dar um pulo quando ele a puxou pela cintura e lhe deu um beijo, não muito indicado para lugares públicos, os dois se separaram quando ouviram um murmurinho e corou ao perceber que tinha sido Karim Benzema o autor daquele barulho.
- Você não consegue ficar longe dela, moleque? - Karim perguntou enquanto colocava casualmente sua mão nas costas de Carol, fazendo uma careta fofa para ela, teve certeza de que era algo íntimo dos dois - Até parece que você nunca viu uma mulher antes.
- Vê se eu estou na esquina, Benzema – respondeu mal-humorado, fazendo sorrir para ele.
- Amor, você não pode falar muita coisa, né? - Carol sorriu para o namorado, que olhou assustado para ela – , o Karim quando começamos a namorar era igualzinho a você – A francesa puxou o rosto do namorado e lhe deu um beijo, e depois sorriu para e apontou com a cabeça para – Eu gostei muito dela, tá aprovada. Até a Veronique já aprovou...
- Minha mãe?! - perguntou assustado e se engasgou.
preferiu encarar o chão do que o rosto de , mas ela teve certeza de que ele estava corado assim como ela, a italiana finalmente o encarou quando ouviu risadas vindas do casal francês, que faziam barulhos de beijo para deixar ainda mais constrangido.
- Vamos embora, ? - perguntou procurando o olhar da dançarina, que concordou no mesmo instante. Eles haviam combinado de que voltaria com as estudantes de carro para Los Angeles.
- Mas já? - Lexi lamentou e sabia o porquê, seria mais uma vez que a americana não iria conhecer o Marcelo.
- Está tarde, Lexi, não quero chegar em Los Angeles de madrugada.
A americana concordou com a dançarina e assim os três jovens deixaram o casal para trás. achou adorável o fato de ter aberto a porta para ela e Lexi no carro, a americana aceitou numa boa ir atrás, já que pretendia dormir. deu partida no carro e não pôde evitar o sorriso que surgiu quando começou a mexer em sua playlist no Spotify.
- Nossa, você realmente ama a Shakira, eim? - O francês perguntou bem-humorado.
- É a minha cantora favorita, mas não coloca a playlist dela não, a Lexi pode acordar – sorriu para a italiana e virou sua cabeça para trás, riu pelo nariz ao constatar que Lexi já estava dormindo.
- O que então?
- Pode escolher.
observou concordar com a cabeça e voltar a atenção para o celular da que estava conectado ao som do carro, a italiana se surpreendeu quando Ed Sheeran começou a tocar, suspeitou que havia escolhido Kiss Me de propósito.
- Gostei do seu carro - cortou os pensamentos da – Eu não imaginava você dirigindo uma caminhonete – Ele sorriu antes de encostar a cabeça no banco.
- Era da minha mãe - deu de ombros – Eu evito dirigir o máximo que posso, mas se eu pudesse escolher um carro, eu teria um jipe.
- Eu também gosto de jipe – sorriu de olhos fechados.
- Do que mais você gosta?
Assim como , também se surpreendeu com a sua pergunta. A italiana estava decidida a não se apegar mais ao jogador, mas a sua conversa com Carol a fez mudar de ideia, a estudante agora pensava que o seu tempo com o francês estava acabando, e apesar de saber que se conhecesse mais a separação dos dois iria ser pior, preferiu ignorar seus medos. Ela estava louca para conhecer mais sobre o jogador.
- O que você quer saber? - perguntou erguendo uma sobrancelha.
- Que dia é o seu aniversário? - perguntou, fazendo o jogador rir.
- 13 de maio.
- De noventa e oito? - perguntou virando a sua cabeça para ele.
- Sim – deu de ombros, não entendendo o sorriso na cara da italiana.
- Eu sou mais velha que você! - gargalhou, fazendo o jogador arregalar os olhos – Eu sou de fevereiro!
- Os homens da minha família gostam de mulheres mais velhas – deu de ombros – Minha mãe é mais velha que o meu pai. Que dia é o seu aniversário?
- 7 de fevereiro – sorriu tímida para ele – Quando foi que você decidiu que queria ser goleiro?
- Como assim? - se virou para a italiana e apoiou as suas costas na porta do carro.
- Quero dizer, seu pai é meio-campista...
- Meu irmão mais velho, Enzo – começou após entender onde ela queria chegar –, sempre queria brincar de pênalti, e como eu era o mais novo, sempre tive que ser o goleiro, não tive muita escolha.
- Mas você gosta de ser goleiro?
- Eu amo ser goleiro, Casillas é o meu jogador favorito.
- É, você lembra um pouquinho ele – sorriu para o francês e depois explicou – Vocês dois são baixos para um goleiro, e você parece ser bem ágil – riu pelo nariz ao ver o olhar safado da estudante.
- Quando você decidiu que queria ser dançarina? - encarou seriamente antes de responder.
- Eu sempre fui muito elétrica, não parava quieta um minuto, meus pais tentaram de tudo, judô, hipismo, basquete, vôlei e até futebol – ergueu uma sobrancelha e sorriu – Mas eu só fui me dar bem quando comecei o balé, eu já tinha sete anos, uma idade considerável velha para começar, mas eu me encontrei, não imagino a minha vida sem a dança.
- Eu também não consigo imaginar a minha vida sem futebol.
sorriu para e depois voltou a sua atenção para a estrada, já estava começando a escurecer. O assunto pareceu chegar ao fim, já que nenhum dos dois disse mais nada, mas ambos ainda estavam pensando sobre a conversa. A verdade é que também não conseguia imaginar a sua vida sem o futebol.
A italiana já havia tentado inúmeras vezes se afastar do esporte, mas o futebol sempre entrava na vida dela de alguma forma. Seus pais eram fanáticos pelo esporte e havia crescido num ambiente futebolístico e ela costumava gostar disso, apesar de sua mãe ser uma torcedora do Milan e seu pai um fanático pelo Inter de Milão, nunca teve problemas ou foi obrigada a escolher um, gostava de acompanhar os jogos dos dois times, mas com um tempo isso foi mudando, principalmente por causa do seu pai, Alessandro , ele não conseguia mais assistir futebol sem ficar agressivo.
Quando se mudou para a Califórnia, ela decidiu que daria um tempo do futebol, e conseguiu por um tempo, mas quando ingressou na universidade isso mudou. sorriu ironicamente ao lembrar, a melhor amiga que ela havia feito nos Estados Unidos era uma fanática por futebol, Lexi havia feito a italiana se aproximar do esporte, mesmo que indiretamente. E agora estava tendo um caso com um jogador de futebol. É, ela tinha que aceitar que o futebol fazia parte da sua vida.
- Eu também não consigo imaginar a minha vida sem a dança, – disse surpreendendo a .
- Não?
- É que a minha mãe era uma dançarina, você já sabe disso – O francês riu nervoso e a estudante percebeu que ele estava envergonhado – Eu sou muito próximo dela, sabe? Eu costumava dançar com ela...
- Por que você nunca me disse isso? - sorriu para ele, e isso o fez se sentir mais seguro.
- Sei lá, vergonha talvez.
- , um dia você vai ter que dançar para mim – disse para ele e o jogador concordou timidamente.
- Eu posso tirar uma foto nossa? - perguntou do nada, surpreendendo a .
- Pode, ué.
O jogador sorriu e se abaixou para pegar o celular dentro da sua mochila, observou tudo pelo canto dos olhos, o francês ergueu o seu braço e tirou a foto.
- Gostei da careta – Ele provocou, depois de ver que mostrava a língua na foto.
- Melhor que você, que sempre está com esse sorriso ridiculamente perfeito em todas as fotos.
- Dá pra ver a Lexi dormindo atrás – riu, fazendo rir também.
- Deixa eu ver – se aproximou da garota com o celular. riu ao ver a amiga dormindo com a boca aberta na foto, mas a sua parte favorita era ver ela e o , que combinavam muito, em sua opinião - Me manda depois.
- Ok.
voltou para o seu banco e aproveitou para checar as mensagens e sorriu ao ver as fotos que Carol havia lhe enviado. O jogador amou a sua foto com a dançaria, mas amou mais ainda as fotos dela sozinha com a blusa que ele havia lhe dado. casualmente mudou a foto da sua tela de bloqueio, que antes era ele com a sua família em Dubai, agora era de costas, com a cabeça inclinada e com a língua de fora. Aquela sem dúvida era a foto favorita de .
se pegou observando enquanto ele mexia no celular, estava atenta à estrada, mas algo sempre a trazia de volta ao menino ao seu lado, ele era lindo, disso ela não tinha dúvidas, mas naquele momento ela entendeu que a beleza do francês era ainda maior quando vinha acompanhada de quem ele era por dentro.
- Eu adoro essa música do Ed – disse do nada e sorriu fraco, o jogador havia escolhido ela de propósito - Obrigado pelos ingressos, , eu me diverti bastante hoje no jogo.
- Mas aposto que sua parte favorita é estar trancada no carro comigo e a Lexi babando ali atrás, né? - sorriu convencido para .
- É, sem dúvidas essa é a minha parte favorita do dia. - Confirmou o que ele havia dito, sem notar que ele estava brincando com ela. viu nos olhos de que algo estava diferente nela, e ele gostou do que viu.
⚽⚽⚽
- O que é isso que você está vendo? - perguntou a , que estava jogado em sua cama com um caderno em suas mãos.
A italiana não conseguir esconder o sorriso que surgiu no seu rosto ao ver o jogador deitado em sua cama totalmente à vontade. Eles haviam combinado de dormir aquela noite com ela em seu quarto no campus da universidade. Lexi aceitou numa boa, já que a americana era só alegrias após o jogo do Real Madrid. A loira agora estava dormindo no quarto de uma amiga do curso de teatro.
- Seu diário - O moreno respondeu dando de ombros.
- Ah, ufa. Pensei que fosse a minha coleção de fotos nuas - A sorriu ao ver a cara de espanto do francês.
- Você tem uma? - deu um sorriso safado que fez revirar os olhos enquanto tirava a toalha pendurada nos cabelos.
- Você não?
- Eu sou um jogador de futebol, as minhas fotos treinando já são sensuais.
- Verdade, vou procurar as fotos do Benzema então...
- Já perdeu a graça - disse sério, fazendo a italiana gargalhar.
- Eu sei que eu te chamei para dormir aqui, mas preciso terminar a minha apresentação de Shakespeare, você pode ligar o meu notebook e ficar vendo Netflix enquanto eu faço isso, ok?
- Ou eu posso te ajudar - O francês abriu um lindo sorriso que fez vacilar.
- , você só vai me distrair.
O francês revirou os olhos quando a indicou o notebook no seu criado-mudo, em silêncio o jogador pegou o computador e ligou, enquanto observava a garota concentrada ler a sua apresentação.
- Pega a minha escova de cabelo, por favor? Ela deve estar jogada por aí...
- Ok - disse sorrindo enquanto deixava Friends de lado e ia em busca da escova da italiana - Posso pentear para você?
- Você sabe pentear? - a italiana perguntou desconfiada, vendo puxar um banco e se sentar atrás dela.
- Como você acha que eu agrado a minha mãe? Não sou o filho favorito dela à toa.
- Então eu aceito - sorriu ao sentir as mãos do jogador em seu ombros. puxou os longos cabelos da e depositou um beijo demorado no pescoço da italiana, a fazendo de arrepiar - É para pentear o cabelo, , não me excitar.
soltou um risinho e voltou a mexer nos cabelos longos e escuros na garota à sua frente. Ele gostava de fazer isso, e gostava mais pelo fato de ser de os cabelos que ele estava penteando. Ele mexia com carinho no couro cabeludo da menina e a sentia se arrepiar algumas vezes, o que ele achou engraçado porque não estava fazendo nem a metade do que queria fazer com ela. Ele sorriu quando por fim desistiu e deitou as suas costas no peito do garoto, que depositou um longo e carinhoso beijo no topo da cabeça dela.
- E a apresentação?
- O único jeito de você não me distrair é se eu te trancar no banheiro, mas ainda seriam apenas alguns metros longe de mim, eu sentiria o seu cheiro.
- O meu cheiro? - ele perguntou divertido - Sempre depois de te encontrar eu fico com o seu cheiro de maracujá no meu uniforme.
- E isso é bom? - perguntou sorrindo.
- É maravilhoso...
- É um creme da Victoria Secrets, a Lexi que me indicou, quer passar um pouco?
- Quê? - ergueu as sobrancelhas, não acreditando na , que se levantou rapidamente e correu para o banheiro em busca do creme - Acho melhor não, , os caras vão me zoar se eu estiver cheirando Victoria Secrets amanhã no treino...
- Bobo. Vai, tira a blusa. - pediu se sentando novamente, dessa vez de frente para .
- Por quê? - Ele perguntou com um sorriso safado.
- Porque eu vou passar o creme em você, idiota.
O francês sorriu quando viu a se aproximar com a mão cheia do creme e depositar um pouco em seus ombros e começar a massagem. Ele aproveitava todos os movimentos que fazia e se admirava com a concentração da garota, que não o encarou em nenhum momento, focada demais no trabalho que fazia. Já não conseguia parar de olhá-la, principalmente seus lábios, que de vez em quando eram mordidos; O jogador desejou ser ele quem mordia os carnudos lábios da à sua frente.
- Deita na minha cama - pediu, finalmente encarando o moreno e corou ao perceber o olhar que recebia - Eu gosto das suas entradas - massageou a barriga do francês, que sorriu para ela -, deixa você mais gostoso. - Ela disse se levantando para pegar mais creme e não pode evitar que seu olhar caísse para o quadril da italiana, que estava bem convidativo por conta do shorts minúsculo de pijama que ela usava - Vai logo, , deita de barriga na minha cama, vou passar nas suas costas agora...
- Você está me provocando, ragazza.
- Não estou não, estou te agradecendo por ter penteado o meu cabelo em forma de massagem! - mostrou as suas mãos cheias de creme para o jogador, o fazendo sorrir.
- Você pode em agradecer de outra forma...
- Deita na cama, !
- Com você pedindo com tanto carinho, não tem como dizer não - disse irônico, fazendo revirar os olhos.
O jogador deitou na cama da italiana, que era consideravelmente grande para uma cama de solteiro. arfou ao sentir sentar no seu quadril, ele estava tão próximo dela que podia sentir o calor que ela irradiava. gemeu quando a italiana deu uma reboladinha para se ajeitar.
- Tenha misericórdia de mim, .
- Não sei do que você está falando, estou apenas passando creme nas suas costas...
- Por que você não inverte? Aposto que você vai gostar mais da parte da frente...
apenas ouviu a risada da garota, mas teve certeza de que a italiana corou, apesar de não conseguir ver o seu rosto. Cansado de estar em desvantagem, o jogador em um movimento rápido se levantou e ficou em cima de , que ria abertamente. segurou nos pulsos da italiana e os puxou para cima da cabeça dela, a parou de rir no mesmo momento.
- Eu to louco pra fazer sexo com você – disse se ajeitando melhor em cima do corpo dela.
- Não sei por que está demorando tanto, bello.
riu safado quando sentiu as mãos da brincarem com as suas entradas, com um olhar sugestivo, a italiana enfiou as suas mãos no shorts do garoto e apertou com vontade a sua bunda, e suspirou antes de dizer.
- Eu estou fudida.
- Vamos nos foder juntos, hm? - perguntou com um sorriso safado que fez gargalhar, mas logo a risada da menina morreu em seus lábios, quando, mais uma vez, aqueles olhos a encaravam com tanta paixão e desejo.
era lindo demais e a cada dia que passava ao lado dele, a italiana tinha a certeza que queria ir além, não sabia o que estava reservado para os dois no futuro, mas as palavras de Carol não saiam de sua cabeça. A mulher realmente tinha razão, ela iria aproveitar os últimos dias que teria ao lado do francês da melhor forma possível.
- Vamos. - disse num sussurro, tirando um sorriso malicioso de , um que ela nunca tinha visto antes, mas que a fez se arrepiar dos pés a cabeça.
manteve os braços de presos no topo de sua cabeça e com a outra mão deslizou levemente os dedos até o rosto da bailarina, fazendo um carinho nele, antes de passá-los suavemente sob os lábios da . Entorpecido de desejo e envolto no cheiro de maracujá que preenchia o ambiente, o francês não perdeu mais tempo e juntou seus lábios ao da garota que vinha ocupando seus dias, pensamentos e sonhos. Tê-la finalmente ali, entregue a ele, fez com que seu membro pulsasse em antecipação, ela era gostosa demais e ele a desejava demais.
tinha os olhos fechados, se permitindo curtir os lábios do garoto que se ocupavam em deixar trilhas de beijos por todo o seu pescoço e mandíbula, era vergonhoso o quanto estava entregue a ele. Desde o dia em que ficaram na biblioteca, sabia quão talentoso ele era naquilo, mas agora ela finalmente iria ter os lábios dele em outras partes de seu corpo, a italiana não conseguia conter seu desejo. Estava impossível manter qualquer pensamento conexo.
sentia-se viciado no corpo da bailarina, cada ponto novo que beijava, sabia que não seria suficiente para matar a vontade que tinha da italiana. Abriu os olhos para observar a menina que estava ofegante embaixo dele. A admirou por completo e fez um bico ao perceber que estava em desvantagem, a ainda estava devidamente vestida, o francês não perdeu tempo e subiu com as suas mãos pelo corpo da garota, levando a sua blusa com ele. Sorriu de lado ao notar que ela usava uma lingerie lilás, contrastando ainda mais com a pele bronzeada de quem morava na Califórnia. Sem se conter, levou suas mãos aos seios da menina, os segurando com firmeza, tirando um gemido de , que o fez pressionar seu corpo ainda mais ao dela.
- Para de me provocar, – pediu num sussurro ao sentir o volume dele em sua intimidade. – Você está tão empolgado quanto eu. - disse se movendo de forma que sentisse ainda mais aquela parte do garoto em si.
Com um sorriso esperto nos lábios, o francês a puxou para si, tirando habilmente o sutiã dela com apenas uma mão, se permitindo observar a obra de arte que estava à sua frente. Por um segundo, viu se retrair, como se tivesse com vergonha dele.
- Não faz isso, princesa, você é linda. – disse antes de puxar o rosto da italiana para si e a beijá-la mais uma vez.
sorriu durante o beijo, ela adorava como a elogiava. A italiana nunca teve problemas com a sua aparência, ela nunca a incomodou. Sempre disseram que ela tinha um corpo muito bonito por conta da dança, mas, apesar disso, tinha um receio, assim como toda garota. Mas a verdade é que ela se sentia a mulher mais linda do mundo toda vez que a olhava.
Completamente perdida nos olhos de , decidiu que também queria levá-lo à loucura, fazer com ele o mesmo que ele fazia com ela. A sabia o quanto ele gostava quando ela brincava com seu abdômen e passou as unhas por uma de suas partes favoritas do corpo do garoto, vendo-o se arrepiar por inteiro. Soltou uma risada divertida, chamando a atenção dele para si.
- Você ainda vai me deixar louco, ragazza. – falou antes de puxar o shorts que ela vestia em um movimento ágil, tirando uma risadinha de . – Eu nunca imaginei que lilás seria a minha cor favorita. – brincou com um sorriso de lado.
sorriu esperta e empurrou levemente o francês para que ela ficasse em cima dele, e com muita calma, para a frustração de , ela tirou por fim a bermuda que ele usava.
Em um movimento rápido, o jogador a colocou novamente de costas no colchão e voltou a beijá-la, dessa vez com mais pressa. tinha umas das mãos nos cabelos macios do moreno e a outra apertava com vontade a bunda dele.
- Como pode ser tão gostoso?! - A dançarina disse entre os beijos e abriu um grande sorriso para ela.
- Sou mesmo - O francês disse brincalhão e revirou os olhos, e mais uma vez trocou de posição com o jogador.
- Como pode ser tão metido? - Ela perguntou com um sorriso e uma das sobrancelhas arqueadas e riu, jogando a cabeça para trás, e quando voltou a encará-la, mordeu os lábios de imediato ao notar o quanto os seios de estavam deliciosos naquela posição.
- Grazie mille Itália - disse enquanto se aproximava mais uma vez da , sua boca indo de encontro com a dela e as suas mãos apertavam com vontade os peitos da garota, que sorria entre os beijos.
O jogador, querendo aumentar o contato com o corpo da garota, se sentou na cama com em seu colo, ele a envolveu com seus braços, distribuindo beijos por todo o colo da italiana. retribuiu o carinho concentrada nas costas do jogador, ele arrepiava toda vez que a sentia arranhá-lo. Com a mesma rapidez que ele havia começado aquilo, parou, ainda com presa em seus braços, o francês encarou a dançarina à sua frente, que estava confusa com a mudança repentina do jogador. Ele queria apenas curtir aquele momento, os dois juntos, quase nus. Não sabia se aquilo ia se repetir e apenas queria ela em seu colo, por um tempo.
Já sem se aguentar de desejo, movimentou o quadril sensualmente no colo do jogador, o fazendo fechar os olhos. Aquilo era pura tortura.
- Nem nos meus melhores sonhos seria assim.
- Mas é, bello.
deu um beijo em que transbordava amor, carinho, mesmo que o que viesse a seguir não seria nada parecido. Com todo cuidado do mundo, ele colocou a garota na cama novamente e não desviou os olhos dos seus, enquanto levava suas mãos à cintura da menina, enganchando os dedos nas tiras da calcinha que ela usava e as deslizou por suas pernas, deixando a completamente nua. Ele também logo se livrou da única peça de roupa que ainda usava e, com o olhar da italiana sob si, se deitou em cima dela e disse:
- Obrigado, - Ele disse um pouco falho, mas sem desviar o olhar da italiana -, pelo melhor verão da minha vida. - e se entregou ao que seria uma das noites mais memoráveis em sua vida.
⚽⚽⚽
- Que cara de bobo é essa, ?
O francês se virou assustado para Achraf, que havia se sentando ao seu lado para amarrar a chuteira. respirou fundo e tirou a blusa que usava para colocar o uniforme de treino, apenas encarou o amigo quando já estava devidamente arrumado.
- Que cara? - Ele se fez de desentendido, mas o sorriso no seu rosto o traiu.
- Fala sério, , parece que você encontrou o paraíso.
- E encontrei mesmo - O jogador sorriu – Eu dormi com a ...
- Uou – Achraf riu do amigo – Finalmente.
- Cala a boca.
- E ae, ? Foi boa a noite com a bailarina? - Os dois jogadores mais jovens se viraram para Toni Kroos, que havia parado na frente deles com as mãos na cintura.
gaguejou e não disse nada, o que só estimulou o alemão a continuar.
- Karim, acho que a bailarina deixou o mais bobo do que ele já é - Toni disse enquanto tocava no ombro de Benzema, que sorriu ironicamente para o alemão.
- Impossível - O francês mais velho cruzou os braços e se juntou a Kroos, os dois jogadores agora encaravam , o que lhe deixou totalmente desconfortável - Se bem que de bobo ele não tem nada quando se trata de mulher. A italiana é uma gata.
- Qual é a boa? - tapou a cara com as mãos quando Isco Alárcon se juntou a Toni e Karim, que caíram na gargalhada.
- e o amor de verão dele – Toni disse entre risos.
- Ah, a dançarina? - Isco perguntou enquanto imitava um plié horrível que fez revirar os olhos.
- Me ajuda! - O garoto disse enquanto dava um tapa em Achraf, que deu de ombros.
- O que você quer que eu faça? - O marroquino se levantou e se aproximou do amigo – Por que você está cheirando a maracujá?
- Opa, quem é que está cheirando a maracujá? - Marcelo perguntou enquanto se aproximava, sendo acompanhado pelo capitão do time, Sergio Ramos.
- Cala a boca, Achraf – disse grosso para o marroquino, que arregalou os olhos - Ninguém está cheirando a maracujá.
- Eu estou sentindo também - Disse Isco e se aproximou do francês - Gostei do perfume, .
- É um creme – O goleiro respondeu, mas se arrependeu ao ver os jogadores arregalarem os olhos.
- Uh, ganhou uma massagem com direito a creme, foi? - Perguntou Karim para o desespero de , que não conseguiu nem disfarçar - Olha esse moleque!
nunca estivera tão vermelho em toda a sua vida, o francês deu graças a Deus quando o seu pai chamou todos os jogadores para roda no campo de treinamento, mas durante o caminho ainda teve que aguentar Karim Benzema ao seu lado, perguntando se ele havia colocado a camisinha direito, o goleiro apenas revirou os olhos e correu para longe do atacante, mas não se livrou das zoações, durante todo o treino teve que aguentar os jogadores gritarem “maracujá” de diversas formas. Mas a verdade é que não se importava, ele passaria por tudo aquilo de novo, se necessário, a noite com havia sido incrível e ele não podia esperar a hora de repeti-la.
⚽⚽⚽
- Não é à toa que Romeu e Julieta se passa na Itália - Lexi disse chamando a atenção de , que sorriu confusa para amiga.
- Por quê?
- Vocês italianos quando se apaixonam são muito intensos.
- Não começa.
- Então faz o favor de tirar esse sorriso bobo do seu rosto?
preferiu ignorar a amiga, mas sabia que ela tinha razão, nem ela mesma se reconhecia. já tivera um namorado uma vez, um americano, na época de escola ainda. Os dois se conheceram na academia que a italiana costumava frequentar e logo de cara rolou um clima, eles namoraram por dois anos, e apesar de ter gostado muito de Jake, ela não se lembrava de ter ficado com tanta saudade dele quando eles não se viam há três dias. A dançarina sentiu a garganta fechar ao pensar como seria quando voltasse para a Espanha.
- Você acha isso uma boa ideia? - Ela se virou para sua amiga, que roía as unhas nervosas.
- Invadir o Bervelly Hills Hotel? Acho uma excelente idéia, , não sei por que você está nervosa...
- Que saco em, Lexi! Foi você que invadiu o treino do time semanas atrás!
- Tanto faz.
A não respondeu, o barulho do ônibus do time do Real Madrid chamou a sua atenção, ela puxou Lexi pelo braço e se escondeu no arbusto que tinha na entrada do hotel e observou, por meio das folhas, os jogadores descerem do ônibus e entrarem no hotel, sorriu quando sentiu Lexi a cutucá-la, Marcelo havia acabado de passar e logo depois dele veio , que caminhava com o braço em torno de Achraf e ambos sorriam.
Com um olhar disse para Lexi se levantar e as duas entraram no saguão do hotel por uma porta diferente da dos jogadores, quando a italiana percebeu que estava apenas na companhia do marroquino, ela não pensou em duas vezes quando correu para pular nas costas do jogador.
O francês ria abertamente com Achraf após os dois presenciaram um momento cômico no ônibus, Marcos Llorente havia levado um tombo, mas não imaginava que apenas alguns minutos depois quem levaria um tombo seria ele.
O jogador percebeu uma mudança no olhar de Achraf, mas não a tempo suficiente para se preparar, quando sentiu pular nas suas costas, ele estava totalmente desequilibrado e só teve tempo para evitar que a queda dos dois não fosse tão feia, mas a dançarina não parecia estar se importando, ela gargalhava jogada no chão ao lado de .
- O que você está fazendo aqui? - Ele perguntou enquanto afastava os longos cabelos do rosto da italiana.
- Surpresa!
Com a ajuda de Achraf e de Lexi, que se aproximou depois, vermelha, os dois se levantaram e sentiu que o seu coração iria explodir. Depois de se acostumar a ver todos os dias, foi muito estranho não vê-la por três dias, era piegas dizer quanto o jogador havia sentindo a sua falta. E vê-la na sua frente com os cabelos bagunçados e um sorriso enorme fez muito feliz.
- Eu estava com saudades, princesa - Ele disse num suspiro e a puxou para um beijo calmo, mas cheio de sentimentos.
- Eu também.
Os dois se afastaram quando ouviram uns murmúrios e deram de cara com quatro jogadores, não conhecia nenhum deles, mas supôs que fossem amigos de , já que eles os cercavam.
- Acho que vou ter que arranjar uma americana para mim - Um deles disse com um sorriso safado no rosto.
- Eu sou italiana - respondeu cruzando os braços.
- E já é minha - respondeu sério para o garoto, que apenas revirou os olhos.
- E quem é a loira atrás de você?
abriu a boca surpresa e se virou rapidamente para a sua amiga, que estava muito vermelha, Lexi estava estática ao lado de Achraf, que não parecia achar graça nenhuma naquela situação.
O jogador sorriu esperto para quando passou por ela e se colocou na frente de Lexi, que tinha os olhos arregalados, olhou confuso para a italiana, mas ela nada disse, estava concentrada em Lexi e no seu rosto corado.
- E ai, loura? Sou o Borja, muito prazer - O jogador abriu um lindo sorriso, que fez Lexi tremer, com um suspiro ela voltou à realidade e sorriu para ele.
- Lexi, muito prazer - A americana abriu um sorriso e depois desviou o olhar até , que entendeu tudo: Lexi estava no paraíso.
Porém o momento pouco durou, porque logo em seguida Achraf avisou aos companheiros que eles estavam sendo chamados, estava se preparando para se despedir de quando ele sussurrou em seu ouvido o andar e o número do seu quarto e com um sorriso pediu para que ela o encontrasse lá em vinte minutos. Quem estava no paraíso agora era ela.
ignorou os argumentos negativos de Lexi e quando deu os vinte minutos, subiu para o andar de e sorriu quando viu que ele já estava na porta a esperando, a dançarina pulou em seus braços e juntos entraram no quarto.
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Achraf andava de um lado para o outro sem saber o que fazer, fazia tempo que não ficava tão nervoso. Ele tinha exatamente vinte minutos para entrar naquele quarto e tirar da cama. O problema é que ele já estava no corredor há meia hora e não havia conseguido entrar naquele quarto, tinha medo do que poderia encontrar.
Sorriu nervoso quando Sergio Ramos e Isco passaram por ele lhe desejando bom dia, e teve vontade chorar ao lembrar que estava perdendo o café da manhã. A vontade era de chamar Zidane para acordar e que ele que lidasse com as consequências do que tinha feito, mas não podia, era muito amigo do francês já fazia anos, e o goleiro o havia livrado de vários problemas, e agora era a vez do marroquino de retribuir.
Quando estava prestes a bater na porta, o jogador viu Marcelo e Karim se aproximarem, rindo de algo que ambos viam em seus celulares. O marroquino parou na frente deles decidido, Benzema era amigo íntimo da família Zidane e era próximo de , já Marcelo como segundo capitão tinha como uma de suas responsabilidades lidar com os jogadores mais novos, Achraf e o admiravam muito e confiavam nele para resolver a situação sem que chegasse ao ouvido de mais ninguém.
- Eu tô com um problemão - O mais jovem disse de uma vez, coçando a cabeça. Marcelo guardou o celular no bolso e Karim se limitou a erguer a sobrancelha.
- Que foi, moleque? - O brasileiro perguntou.
- Eu cedi o quarto pro essa noite... e ele tá com uma garota aí e não acorda de jeito nenhum, já tentei ligar pra ele, bater na porta, mas vocês sabem, ele dorme feito uma pedra
- Que garota? - Benzema perguntou com o cenho franzido.
- A .
- Você não tem o cartão do quarto? - Marcelo perguntou o óbvio.
- Tenho, mas eu não vou entrar, vocês sabem… - O marroquino mirou o chão corado.
- Eu entro - Karim disse sério e se virou para o Marcelo - Praticamente troquei as fraldas desse pirralho. Vou de olhos fechados, sou craque nisso, direto tenho que ir no quarto da Melia acordar a Carol quando ela acaba caindo no sono por lá - O francês estendeu a mão para o jogador mais novo, que entregou o cartão, aliviado - Não vai embora, eu tenho uma ideia. - Benzema abriu um sorriso ao qual o brasileiro conhecia muito bem.
- Não vou a lugar algum - Marcelo esfregou as mãos uma na outra, se divertindo com a situação.
Karim Benzema passou o cartão pelo reconhecedor e abriu a porta com cuidado, aproveitou a luz para observar o local e viu que era bem parecido com o próprio quarto, a diferença é que não precisava dividi-lo com ninguém. Respirou aliviado ao ver duas silhuetas embaixo do edredom, mas fez uma careta ao sentir o cheiro de álcool.
- Esse muleque bebeu ontem à noite. - sussurrou pro lado de fora antes de encostar a porta atrás de si e seguir lentamente até a cama, não queria assustar a italiana. - Ei, ... - sacudiu a menina com cuidado, que resmungou em resposta - Sou eu, Karim, você precisa ir embora, corre pro banheiro para se trocar, eu vou fechar os olhos.
Ao ouvir as palavras, arregalou os olhos no mesmo instante, aquela não era a voz de e eles não estavam mais sozinhos. Suspirou aliviada ao constatar que estava com uma blusa, que não era dela. Se sentou meio tonta na cama, ainda sentindo tudo girar e por conta do feixe de luz que adentrava o quarto, pôde ver a figura de Karim Benzema a encarar com um sorrisinho de quem estava se divertindo com a situação.
- Anda, se o pai dele encontrar você aqui, ou o Ramos... Vai dar problema pro pirralho.
-Fanculo! Perché ho dovuto bere così tanto? Sembra che non abbia mai fatto sesso nella mia vita! - disse com a mão na cabeça, claramente em dor.
- Em inglês, francês ou espanhol, por favor, italiano ainda não aprendi - Benzema disse com um sorriso e revirou os olhos.
-Perdonami. Ai que droga, quero dizer, perdão - A se levantou e se sentiu tonta, Karim colocou as mãos nos ombros dela, com medo que ela caísse - Meu Deus do céu, fazia tempo que eu não bebia tanto assim, acho que ainda estou bêbada.
- O que vocês beberam? - O jogador perguntou enquanto a levava até o banheiro.
- Tudo que tinha no frigobar desse quarto e do quarto da frente. - sorriu culpada, tirando uma risada do francês.
Benzema balançou a cabeça em negação, simpatizava com a menina, ela o lembrava um pouco de Carol quando se conheceram.
- Eu to bem - Ela disse enquanto passava a mão pelos cabelos, vendo como ele parecia sem jeito ali com ela - Só to vendo dois de você, mas eu to bem.- assegurou antes de quase cair do assento, fazendo o homem agir rápido para que ela não fosse pro chão.
- Tô vendo, vai tomar um banho, eu preciso tirar esse moleque da cama. Vou pedir pra Carol vir aqui lidar com você porque está muito além das minhas habilidades e se ela souber que te vi assim, nunca vou ter o Karim Jr., ou qualquer outro filho pra falar a verdade.
As palavras do francês a fizeram rir alto, mas logo ela se levantou desesperada e, num ato rápido, abriu a tampa da privada e vomitou.
- Onde eu fui me meter? - disse pra si mesmo, desesperado, e saiu do banheiro tirando o celular do bolso. Enquanto mandava uma mensagem pra namorada, que o devia estar esperando para tomarem o café juntos, pegou uma garrafa de água e voltou pro banheiro prendendo a respiração.
- Sabe que eu te achei o maior gatinho? - disse enquanto se levantava e dava descarga, pegando a garrafa da mão do homem - Mas depois de hoje, nunca mais quero te ver, que vergonha - Karim gargalhou e fez menção de sair do local - Que horas são?
- Nove e vinte - O jogador respondeu calmamente, mas se assustou com o pulo que a italiana deu - Que foi?
- Eu tenho a merda de um ensaio! Em trinta minutos!
- É na Universidade? - viu a assentir - Vou te arranjar uma carona - O francês disse tranquilo e a dançarina respirou fundo.
- Isso seria ótimo, muito obrigada - sorriu e se virou, pegando a toalha que estava dobrada na pia e Karim entendeu que já estava mais do que na hora de sair dali.
O homem, apesar de saber o quão ferrado poderia estar se alguém descobrisse o que tinha acontecido ali, não conseguia evitar sorrir ao lembrar de vários momentos que já havia passado por isso, ele e Carol não eram nenhum exemplo de casal comportado quando estavam no início do relacionamento, sempre escolheram se divertir antes e pensar nas consequências depois.
Quando ouviu o chuveiro ser aberto, tacou a preocupação em ser silencioso pro espaço, caminhou apressado até a porta e deu de cara com Achraf e Marcelo, ambos com braços cruzados e caras entediadas, com um aceno de cabeça ele pediu para o brasileiro entrar.
- Fica de guarda, Achraf, só deixa a Carol entrar e mais ninguém - O francês disse sério e fechou a porta - Eles beberam pra caralho.
- A bela adormecida ainda tá dormindo, é? - O brasileiro perguntou retórico, Benzema estava ocupado mandando mensagem para sua namorada - Abre a cortina, Karim!
O francês em um rápido movimento puxou o tecido, fazendo com que o sol entrasse no quarto todo, mas não causou nenhuma diferença no sono de .
- Incroyable - resmungou em negação, olhando pro brasileiro e os dois tiveram a mesma ideia, Karim se posicionou na frente do garoto.
- Bom dia, raio de sol! - Marcelo disse enquanto puxava de uma vez a coberta que cobria o corpo do jogador e Benzema lhe deu um tapa na cabeça - Mas que merda, ! Eu estava tendo uma ótima manhã, agora vou lembrar da sua bunda o resto do dia!
, ainda lento, se sentou na sua cama, confuso, mas logo arregalou os olhos ao não encontrar ali, mas sim Karim e Marcelo, que o encaravam com os braços cruzados e um sorriso na cara. O jogador sentiu que a sua cabeça iria explodir, ele se desesperou ao constar que estava totalmente nu.
- Mas que porra! - disse irritado puxando um travesseiro para cobrir o seu corpo e arrancou umas risadas dos jogadores.
- Mas que porra? Eu que te pergunto, moleque, tá louco? Perdeu o juízo? Por que você trouxe ela para dormir aqui? - Marcelo disse, dessa vez mais sério. - Parece que não sabe que tem que trabalhar três vezes mais por ser filho do Zizou.
- Nós não pretendíamos dormir, acho que bebemos demais…
- Você acha? O quarto ta fedendo álcool - Benzema disse se aproximando com os braços cruzados, jogando uma garrafa de água pro menino.
- Cadê ela? - O goleiro perguntou, não encarando nenhum dos dois.
- Tá tomando banho, Carol tá vindo buscar ela. Você sabia que ela tem um ensaio daqui a pouco?
- Merda - Foi tudo que disse, com os cotovelos nas pernas e a cabeça apoiada nas mãos, sabia que tinha feito tudo errado - Vocês vão me dedurar?
- Você bem que merecia, mas não vamos não - Marcelo sorriu, mas não viu, Karim se sentou ao seu lado na cama, para a sua surpresa.
- A gente já foi adolescente uma vez, , o que vocês fizeram foi errado, você tem que focar no jogo, nas oportunidades que ta tendo, mas ao mesmo tempo é pré temporada e vocês estavam apenas curtindo, sendo jovens, mas toma mais cuidado da próxima vez, ok? - não o encarou, mas concordou com a cabeça, ele estava totalmente certo - Agora me responde: - finalmente o encarou, e ficou confuso ao ver um sorriso de deboche em sua cara - você colocou a camisinha direito?
- Mas que merda, Karim! Vai se ferrar - disse emburrado, sabia o que vinha pela frente.
- Foi um cavalheiro com ela? - Marcelo disse deixando corado.
- É claro que fui! - respondeu desesperado e nem sabia por que estava deixando se levar pelos dois.
- Não gozou antes que ela não, né?
olhou incredulamente para Benzema e sentiu o sangue subir até a cabeça, mas ficou estático, foi a risada escandalosa de Marcelo que o fez despertar, pegou o travesseiro que estava ao seu lado e jogou no francês que também dava risada, preferiu não dar corda para os dois, em vez disso vestiu a sua cueca e depois achou a sua bermuda perto da porta do banheiro. Ia abrir a porta, quando foi impedido.
- Nem pensar, depois você liga pra ela e vocês conversam, você ta atrasado e ta atrasando a gente. - Marcelo voltou ao seu modo responsável e murchou os ombros em derrota.
Quando a porta do quarto se abriu, os três olharam preocupados, achando que era Zidane.
- Droga, quase peguei o pelado... - Carol disse com a mão na porta e um sorriso malicioso no rosto.
- Carol! - Benzema disse indignado e se aproximou da namorada, que revirou os olhos - Essa piada não tem mais graça.
- Tem sim, sua cara de ciúmes faz ela ainda ser muito engraçada. - disse se aproximando do namorado, que lhe deu um beijo calmo nos lábios - Cadê a ?
- Acabou de terminar o banho - respondeu timidamente, havia reparado que o som da água caindo havia parado e Carol sorriu encantada com o menino. Era a primeira vez que o via daquele jeito.
- Ótimo, vocês garotos já podem ir, eu cuido do resto aqui - A francesa disse observando a zona que estava no quarto - Já pedi pra fazerem o seu café, deve estar quase pronto. - disse para Karim, que sorriu feito bobo com o cuidado da namorada.
- Como assim? Eu quero falar com ela!
- , você tem que ir cumprir suas obrigações, agiu como um irresponsável e sorte a sua que te amamos o suficiente para consertar seus erros sem que seu pai descubra. Fora que a deve estar morta de vergonha com vocês todos aqui, depois vocês conversam, fica tranquilo que eu vou levar ela a tempo de chegar pra aula - Carol se aproximou do goleiro e o puxou pelo braço, o levando para fora do quarto - Mas você precisa de um banho, tá fedendo.
- Ele toma no meu quarto, vambora, filhote - Marcelo sorriu enquanto colocava o braço nos ombros de , que voltou correndo pro quarto para pegar seu uniforme e mochila, antes de dar um beijo em Carol em agradecimento, e correu pro quarto do brasileiro.
Karim sorriu mais uma vez para namorada e se despediu, a deixando sozinha no quarto.
Carol suspirou vendo as roupas da italiana pelo chão e conforme as pegava para entregar à menina, ouviu a porta se abrir e deu de cara com uma obviamente de ressaca, mas com um sorriso enorme no rosto.
- Você me disse para aproveitar - disse, enrolada na toalha - Eu aproveitei. - completou rindo, levantando a mão em direção à francesa, que acompanhou sua risada e o gesto, batendo a mão com a da outra em comemoração.
- Meu trabalho aqui está feito.
- Você está zoando com a minha cara, né ? - Lexi perguntou para amiga enquanto estava com as duas mãos apoiadas no vidro que dava para o gramado – Foi o melhor jogo da minha vida!
- O QUÊ? - perguntou assustada, a se levantou e puxou Lexi pelos ombros – Lexi, o jogo foi uma merda, eles terminaram empatados e perderam nos pênaltis...
- É pré-temporada, é normal o jogo ser assim – A americana deu de ombros.
- Eu sei disso, mas como você me diz que esse foi o melhor jogo que você viu na sua vida? - cruzou os braços.
- Porque eu vi o Real Madrid jogar, ! Eu sonho com isso há tanto tempo! Eles podiam perder por 8x0, que eu ainda iria achar o jogo incrível – Lexi ergueu os braços - Estou tão feliz, e a responsável é você – A americana puxou a para um abraço apertado, sorriu enquanto fazia carinho nos cabelos loiros da amiga – Muito obrigada por estar fodendo com o .
- Opa, perai – A italiana se soltou rapidamente e Lexi começou a rir - Nós ainda não transamos.
- Verdade – A americana sorriu confusa para amiga – O que você está esperando?
não teve chance de responder, porque foi interrompida por Carol, que chamou as garotas para descerem até o gramado. A francesa já havia avisado que elas iriam encontrar os jogadores depois do jogo. ia caminhando tranquilamente ao lado de Lexi, que ao contrário da italiana não estava nem um pouco calma. A nunca tinha visto a sua amiga tão vermelha.
- É por que você talvez conheça o Marcelo? - perguntou enquanto cruzava o seu braço no da americana.
- Dá para ver que eu estou nervosa? - Lexi perguntou e a italiana apenas sorriu para a sua amiga.
- Não, você está ótima.
As duas estudantes pararam de andar quando perceberam que Carol estava parada. A francesa estava com uma mão na cintura e outra na testa e parecia nervosa. seguiu o olhar da mulher e deu de cara com dois jovens se beijando loucamente, um deles estava com o uniforme do Real Madrid, então a italiana supôs que era um jogador.
se assustou com um grito que ouviu, o grito vinha de outro jogador, que ao contrário do outro que estava beijando a garota, parecia mais cansado e sujo, e um tanto estressado. O casal de jovens se separou no mesmo instante em que ouviram o grito, a menina, que era muito bonita por sinal, revirou os olhos e jogou a cabeça para trás, já o jogador que estava a beijando fechou os olhos e fez uma careta, como se tivesse feito algo de errado.
- O que foi, Daniel? - A menina morena perguntou e não teve que fazer muito esforço para entender o seu espanhol.
- O que foi, Mia?! - O jogador que deu o grito perguntou e se aproximou da mais nova com passos decididos – Você estava se agarrando de novo com o Marco!
- Ele é meu namorado, ele serve para isso! - A garota disse jogando os braços para o alto.
- Eu não autorizei esse namoro – Daniel voltou a falar.
- Autorizou sim – Marco disse um pouco acanhado. Mia puxou o seu namorado pela mão e caminhou na direção da Carol.
- Todo dia – A francesa disse para as estudantes que observavam a cena atentamente.
- Cadê a minha cunhada, Carol? - Mia perguntou e depois sorriu para as duas meninas que sorriram de volta.
- O que está acontecendo aqui?
Todas as cabeças se viraram em direção à mulher que havia dito aquilo. pôde perceber que Daniel se amoleceu no mesmo instante em que botou os olhos na morena.
- Carvajal está sendo um saco de novo – Mia disse cruzando os braços.
- Ela não desgruda do Marco – Daniel se defendeu - É sério, Barbara, eu não devia ter trazido ela para Los Angeles...
- Tá bom, Daniel – Barbara revirou os olhos e puxou o namorado para longe.
Carol ao perceber que aquela cena tinha chegando ao fim, pegou na mão das estudantes e as puxaram para um outro corredor, estava tentando segurar a risada, tinha achado aquele momento todo hilário. Mas seus pensamentos logo foram ocupados por , que caminhava com calma na direção das garotas. Ele estava com a mochila pendurada no ombro e não estava mais com o uniforme.
sentiu um frio na barriga de repente e não entendeu o porquê, sorriu para as garotas e se aproximou primeiro de Carol, dando um beijo em seu rosto, já que ela estava na frente, não conseguiu entender muito bem o que eles estavam falando, já que conversavam em francês, mas teve certeza de que ela era o assunto, já que não disfarçava o seu olhar sobre ela.
- Gostou do jogo, Lexi? - perguntou enquanto beijava carinhosamente o rosto da americana.
- O melhor jogo da minha vida – Lexi sorriu para .
observou se aproximar calmamente e sentiu o seu coração dar um pulo quando ele a puxou pela cintura e lhe deu um beijo, não muito indicado para lugares públicos, os dois se separaram quando ouviram um murmurinho e corou ao perceber que tinha sido Karim Benzema o autor daquele barulho.
- Você não consegue ficar longe dela, moleque? - Karim perguntou enquanto colocava casualmente sua mão nas costas de Carol, fazendo uma careta fofa para ela, teve certeza de que era algo íntimo dos dois - Até parece que você nunca viu uma mulher antes.
- Vê se eu estou na esquina, Benzema – respondeu mal-humorado, fazendo sorrir para ele.
- Amor, você não pode falar muita coisa, né? - Carol sorriu para o namorado, que olhou assustado para ela – , o Karim quando começamos a namorar era igualzinho a você – A francesa puxou o rosto do namorado e lhe deu um beijo, e depois sorriu para e apontou com a cabeça para – Eu gostei muito dela, tá aprovada. Até a Veronique já aprovou...
- Minha mãe?! - perguntou assustado e se engasgou.
preferiu encarar o chão do que o rosto de , mas ela teve certeza de que ele estava corado assim como ela, a italiana finalmente o encarou quando ouviu risadas vindas do casal francês, que faziam barulhos de beijo para deixar ainda mais constrangido.
- Vamos embora, ? - perguntou procurando o olhar da dançarina, que concordou no mesmo instante. Eles haviam combinado de que voltaria com as estudantes de carro para Los Angeles.
- Mas já? - Lexi lamentou e sabia o porquê, seria mais uma vez que a americana não iria conhecer o Marcelo.
- Está tarde, Lexi, não quero chegar em Los Angeles de madrugada.
A americana concordou com a dançarina e assim os três jovens deixaram o casal para trás. achou adorável o fato de ter aberto a porta para ela e Lexi no carro, a americana aceitou numa boa ir atrás, já que pretendia dormir. deu partida no carro e não pôde evitar o sorriso que surgiu quando começou a mexer em sua playlist no Spotify.
- Nossa, você realmente ama a Shakira, eim? - O francês perguntou bem-humorado.
- É a minha cantora favorita, mas não coloca a playlist dela não, a Lexi pode acordar – sorriu para a italiana e virou sua cabeça para trás, riu pelo nariz ao constatar que Lexi já estava dormindo.
- O que então?
- Pode escolher.
observou concordar com a cabeça e voltar a atenção para o celular da que estava conectado ao som do carro, a italiana se surpreendeu quando Ed Sheeran começou a tocar, suspeitou que havia escolhido Kiss Me de propósito.
- Gostei do seu carro - cortou os pensamentos da – Eu não imaginava você dirigindo uma caminhonete – Ele sorriu antes de encostar a cabeça no banco.
- Era da minha mãe - deu de ombros – Eu evito dirigir o máximo que posso, mas se eu pudesse escolher um carro, eu teria um jipe.
- Eu também gosto de jipe – sorriu de olhos fechados.
- Do que mais você gosta?
Assim como , também se surpreendeu com a sua pergunta. A italiana estava decidida a não se apegar mais ao jogador, mas a sua conversa com Carol a fez mudar de ideia, a estudante agora pensava que o seu tempo com o francês estava acabando, e apesar de saber que se conhecesse mais a separação dos dois iria ser pior, preferiu ignorar seus medos. Ela estava louca para conhecer mais sobre o jogador.
- O que você quer saber? - perguntou erguendo uma sobrancelha.
- Que dia é o seu aniversário? - perguntou, fazendo o jogador rir.
- 13 de maio.
- De noventa e oito? - perguntou virando a sua cabeça para ele.
- Sim – deu de ombros, não entendendo o sorriso na cara da italiana.
- Eu sou mais velha que você! - gargalhou, fazendo o jogador arregalar os olhos – Eu sou de fevereiro!
- Os homens da minha família gostam de mulheres mais velhas – deu de ombros – Minha mãe é mais velha que o meu pai. Que dia é o seu aniversário?
- 7 de fevereiro – sorriu tímida para ele – Quando foi que você decidiu que queria ser goleiro?
- Como assim? - se virou para a italiana e apoiou as suas costas na porta do carro.
- Quero dizer, seu pai é meio-campista...
- Meu irmão mais velho, Enzo – começou após entender onde ela queria chegar –, sempre queria brincar de pênalti, e como eu era o mais novo, sempre tive que ser o goleiro, não tive muita escolha.
- Mas você gosta de ser goleiro?
- Eu amo ser goleiro, Casillas é o meu jogador favorito.
- É, você lembra um pouquinho ele – sorriu para o francês e depois explicou – Vocês dois são baixos para um goleiro, e você parece ser bem ágil – riu pelo nariz ao ver o olhar safado da estudante.
- Quando você decidiu que queria ser dançarina? - encarou seriamente antes de responder.
- Eu sempre fui muito elétrica, não parava quieta um minuto, meus pais tentaram de tudo, judô, hipismo, basquete, vôlei e até futebol – ergueu uma sobrancelha e sorriu – Mas eu só fui me dar bem quando comecei o balé, eu já tinha sete anos, uma idade considerável velha para começar, mas eu me encontrei, não imagino a minha vida sem a dança.
- Eu também não consigo imaginar a minha vida sem futebol.
sorriu para e depois voltou a sua atenção para a estrada, já estava começando a escurecer. O assunto pareceu chegar ao fim, já que nenhum dos dois disse mais nada, mas ambos ainda estavam pensando sobre a conversa. A verdade é que também não conseguia imaginar a sua vida sem o futebol.
A italiana já havia tentado inúmeras vezes se afastar do esporte, mas o futebol sempre entrava na vida dela de alguma forma. Seus pais eram fanáticos pelo esporte e havia crescido num ambiente futebolístico e ela costumava gostar disso, apesar de sua mãe ser uma torcedora do Milan e seu pai um fanático pelo Inter de Milão, nunca teve problemas ou foi obrigada a escolher um, gostava de acompanhar os jogos dos dois times, mas com um tempo isso foi mudando, principalmente por causa do seu pai, Alessandro , ele não conseguia mais assistir futebol sem ficar agressivo.
Quando se mudou para a Califórnia, ela decidiu que daria um tempo do futebol, e conseguiu por um tempo, mas quando ingressou na universidade isso mudou. sorriu ironicamente ao lembrar, a melhor amiga que ela havia feito nos Estados Unidos era uma fanática por futebol, Lexi havia feito a italiana se aproximar do esporte, mesmo que indiretamente. E agora estava tendo um caso com um jogador de futebol. É, ela tinha que aceitar que o futebol fazia parte da sua vida.
- Eu também não consigo imaginar a minha vida sem a dança, – disse surpreendendo a .
- Não?
- É que a minha mãe era uma dançarina, você já sabe disso – O francês riu nervoso e a estudante percebeu que ele estava envergonhado – Eu sou muito próximo dela, sabe? Eu costumava dançar com ela...
- Por que você nunca me disse isso? - sorriu para ele, e isso o fez se sentir mais seguro.
- Sei lá, vergonha talvez.
- , um dia você vai ter que dançar para mim – disse para ele e o jogador concordou timidamente.
- Eu posso tirar uma foto nossa? - perguntou do nada, surpreendendo a .
- Pode, ué.
O jogador sorriu e se abaixou para pegar o celular dentro da sua mochila, observou tudo pelo canto dos olhos, o francês ergueu o seu braço e tirou a foto.
- Gostei da careta – Ele provocou, depois de ver que mostrava a língua na foto.
- Melhor que você, que sempre está com esse sorriso ridiculamente perfeito em todas as fotos.
- Dá pra ver a Lexi dormindo atrás – riu, fazendo rir também.
- Deixa eu ver – se aproximou da garota com o celular. riu ao ver a amiga dormindo com a boca aberta na foto, mas a sua parte favorita era ver ela e o , que combinavam muito, em sua opinião - Me manda depois.
- Ok.
voltou para o seu banco e aproveitou para checar as mensagens e sorriu ao ver as fotos que Carol havia lhe enviado. O jogador amou a sua foto com a dançaria, mas amou mais ainda as fotos dela sozinha com a blusa que ele havia lhe dado. casualmente mudou a foto da sua tela de bloqueio, que antes era ele com a sua família em Dubai, agora era de costas, com a cabeça inclinada e com a língua de fora. Aquela sem dúvida era a foto favorita de .
se pegou observando enquanto ele mexia no celular, estava atenta à estrada, mas algo sempre a trazia de volta ao menino ao seu lado, ele era lindo, disso ela não tinha dúvidas, mas naquele momento ela entendeu que a beleza do francês era ainda maior quando vinha acompanhada de quem ele era por dentro.
- Eu adoro essa música do Ed – disse do nada e sorriu fraco, o jogador havia escolhido ela de propósito - Obrigado pelos ingressos, , eu me diverti bastante hoje no jogo.
- Mas aposto que sua parte favorita é estar trancada no carro comigo e a Lexi babando ali atrás, né? - sorriu convencido para .
- É, sem dúvidas essa é a minha parte favorita do dia. - Confirmou o que ele havia dito, sem notar que ele estava brincando com ela. viu nos olhos de que algo estava diferente nela, e ele gostou do que viu.
- O que é isso que você está vendo? - perguntou a , que estava jogado em sua cama com um caderno em suas mãos.
A italiana não conseguir esconder o sorriso que surgiu no seu rosto ao ver o jogador deitado em sua cama totalmente à vontade. Eles haviam combinado de dormir aquela noite com ela em seu quarto no campus da universidade. Lexi aceitou numa boa, já que a americana era só alegrias após o jogo do Real Madrid. A loira agora estava dormindo no quarto de uma amiga do curso de teatro.
- Seu diário - O moreno respondeu dando de ombros.
- Ah, ufa. Pensei que fosse a minha coleção de fotos nuas - A sorriu ao ver a cara de espanto do francês.
- Você tem uma? - deu um sorriso safado que fez revirar os olhos enquanto tirava a toalha pendurada nos cabelos.
- Você não?
- Eu sou um jogador de futebol, as minhas fotos treinando já são sensuais.
- Verdade, vou procurar as fotos do Benzema então...
- Já perdeu a graça - disse sério, fazendo a italiana gargalhar.
- Eu sei que eu te chamei para dormir aqui, mas preciso terminar a minha apresentação de Shakespeare, você pode ligar o meu notebook e ficar vendo Netflix enquanto eu faço isso, ok?
- Ou eu posso te ajudar - O francês abriu um lindo sorriso que fez vacilar.
- , você só vai me distrair.
O francês revirou os olhos quando a indicou o notebook no seu criado-mudo, em silêncio o jogador pegou o computador e ligou, enquanto observava a garota concentrada ler a sua apresentação.
- Pega a minha escova de cabelo, por favor? Ela deve estar jogada por aí...
- Ok - disse sorrindo enquanto deixava Friends de lado e ia em busca da escova da italiana - Posso pentear para você?
- Você sabe pentear? - a italiana perguntou desconfiada, vendo puxar um banco e se sentar atrás dela.
- Como você acha que eu agrado a minha mãe? Não sou o filho favorito dela à toa.
- Então eu aceito - sorriu ao sentir as mãos do jogador em seu ombros. puxou os longos cabelos da e depositou um beijo demorado no pescoço da italiana, a fazendo de arrepiar - É para pentear o cabelo, , não me excitar.
soltou um risinho e voltou a mexer nos cabelos longos e escuros na garota à sua frente. Ele gostava de fazer isso, e gostava mais pelo fato de ser de os cabelos que ele estava penteando. Ele mexia com carinho no couro cabeludo da menina e a sentia se arrepiar algumas vezes, o que ele achou engraçado porque não estava fazendo nem a metade do que queria fazer com ela. Ele sorriu quando por fim desistiu e deitou as suas costas no peito do garoto, que depositou um longo e carinhoso beijo no topo da cabeça dela.
- E a apresentação?
- O único jeito de você não me distrair é se eu te trancar no banheiro, mas ainda seriam apenas alguns metros longe de mim, eu sentiria o seu cheiro.
- O meu cheiro? - ele perguntou divertido - Sempre depois de te encontrar eu fico com o seu cheiro de maracujá no meu uniforme.
- E isso é bom? - perguntou sorrindo.
- É maravilhoso...
- É um creme da Victoria Secrets, a Lexi que me indicou, quer passar um pouco?
- Quê? - ergueu as sobrancelhas, não acreditando na , que se levantou rapidamente e correu para o banheiro em busca do creme - Acho melhor não, , os caras vão me zoar se eu estiver cheirando Victoria Secrets amanhã no treino...
- Bobo. Vai, tira a blusa. - pediu se sentando novamente, dessa vez de frente para .
- Por quê? - Ele perguntou com um sorriso safado.
- Porque eu vou passar o creme em você, idiota.
O francês sorriu quando viu a se aproximar com a mão cheia do creme e depositar um pouco em seus ombros e começar a massagem. Ele aproveitava todos os movimentos que fazia e se admirava com a concentração da garota, que não o encarou em nenhum momento, focada demais no trabalho que fazia. Já não conseguia parar de olhá-la, principalmente seus lábios, que de vez em quando eram mordidos; O jogador desejou ser ele quem mordia os carnudos lábios da à sua frente.
- Deita na minha cama - pediu, finalmente encarando o moreno e corou ao perceber o olhar que recebia - Eu gosto das suas entradas - massageou a barriga do francês, que sorriu para ela -, deixa você mais gostoso. - Ela disse se levantando para pegar mais creme e não pode evitar que seu olhar caísse para o quadril da italiana, que estava bem convidativo por conta do shorts minúsculo de pijama que ela usava - Vai logo, , deita de barriga na minha cama, vou passar nas suas costas agora...
- Você está me provocando, ragazza.
- Não estou não, estou te agradecendo por ter penteado o meu cabelo em forma de massagem! - mostrou as suas mãos cheias de creme para o jogador, o fazendo sorrir.
- Você pode em agradecer de outra forma...
- Deita na cama, !
- Com você pedindo com tanto carinho, não tem como dizer não - disse irônico, fazendo revirar os olhos.
O jogador deitou na cama da italiana, que era consideravelmente grande para uma cama de solteiro. arfou ao sentir sentar no seu quadril, ele estava tão próximo dela que podia sentir o calor que ela irradiava. gemeu quando a italiana deu uma reboladinha para se ajeitar.
- Tenha misericórdia de mim, .
- Não sei do que você está falando, estou apenas passando creme nas suas costas...
- Por que você não inverte? Aposto que você vai gostar mais da parte da frente...
apenas ouviu a risada da garota, mas teve certeza de que a italiana corou, apesar de não conseguir ver o seu rosto. Cansado de estar em desvantagem, o jogador em um movimento rápido se levantou e ficou em cima de , que ria abertamente. segurou nos pulsos da italiana e os puxou para cima da cabeça dela, a parou de rir no mesmo momento.
- Eu to louco pra fazer sexo com você – disse se ajeitando melhor em cima do corpo dela.
- Não sei por que está demorando tanto, bello.
riu safado quando sentiu as mãos da brincarem com as suas entradas, com um olhar sugestivo, a italiana enfiou as suas mãos no shorts do garoto e apertou com vontade a sua bunda, e suspirou antes de dizer.
- Eu estou fudida.
- Vamos nos foder juntos, hm? - perguntou com um sorriso safado que fez gargalhar, mas logo a risada da menina morreu em seus lábios, quando, mais uma vez, aqueles olhos a encaravam com tanta paixão e desejo.
era lindo demais e a cada dia que passava ao lado dele, a italiana tinha a certeza que queria ir além, não sabia o que estava reservado para os dois no futuro, mas as palavras de Carol não saiam de sua cabeça. A mulher realmente tinha razão, ela iria aproveitar os últimos dias que teria ao lado do francês da melhor forma possível.
- Vamos. - disse num sussurro, tirando um sorriso malicioso de , um que ela nunca tinha visto antes, mas que a fez se arrepiar dos pés a cabeça.
manteve os braços de presos no topo de sua cabeça e com a outra mão deslizou levemente os dedos até o rosto da bailarina, fazendo um carinho nele, antes de passá-los suavemente sob os lábios da . Entorpecido de desejo e envolto no cheiro de maracujá que preenchia o ambiente, o francês não perdeu mais tempo e juntou seus lábios ao da garota que vinha ocupando seus dias, pensamentos e sonhos. Tê-la finalmente ali, entregue a ele, fez com que seu membro pulsasse em antecipação, ela era gostosa demais e ele a desejava demais.
tinha os olhos fechados, se permitindo curtir os lábios do garoto que se ocupavam em deixar trilhas de beijos por todo o seu pescoço e mandíbula, era vergonhoso o quanto estava entregue a ele. Desde o dia em que ficaram na biblioteca, sabia quão talentoso ele era naquilo, mas agora ela finalmente iria ter os lábios dele em outras partes de seu corpo, a italiana não conseguia conter seu desejo. Estava impossível manter qualquer pensamento conexo.
sentia-se viciado no corpo da bailarina, cada ponto novo que beijava, sabia que não seria suficiente para matar a vontade que tinha da italiana. Abriu os olhos para observar a menina que estava ofegante embaixo dele. A admirou por completo e fez um bico ao perceber que estava em desvantagem, a ainda estava devidamente vestida, o francês não perdeu tempo e subiu com as suas mãos pelo corpo da garota, levando a sua blusa com ele. Sorriu de lado ao notar que ela usava uma lingerie lilás, contrastando ainda mais com a pele bronzeada de quem morava na Califórnia. Sem se conter, levou suas mãos aos seios da menina, os segurando com firmeza, tirando um gemido de , que o fez pressionar seu corpo ainda mais ao dela.
- Para de me provocar, – pediu num sussurro ao sentir o volume dele em sua intimidade. – Você está tão empolgado quanto eu. - disse se movendo de forma que sentisse ainda mais aquela parte do garoto em si.
Com um sorriso esperto nos lábios, o francês a puxou para si, tirando habilmente o sutiã dela com apenas uma mão, se permitindo observar a obra de arte que estava à sua frente. Por um segundo, viu se retrair, como se tivesse com vergonha dele.
- Não faz isso, princesa, você é linda. – disse antes de puxar o rosto da italiana para si e a beijá-la mais uma vez.
sorriu durante o beijo, ela adorava como a elogiava. A italiana nunca teve problemas com a sua aparência, ela nunca a incomodou. Sempre disseram que ela tinha um corpo muito bonito por conta da dança, mas, apesar disso, tinha um receio, assim como toda garota. Mas a verdade é que ela se sentia a mulher mais linda do mundo toda vez que a olhava.
Completamente perdida nos olhos de , decidiu que também queria levá-lo à loucura, fazer com ele o mesmo que ele fazia com ela. A sabia o quanto ele gostava quando ela brincava com seu abdômen e passou as unhas por uma de suas partes favoritas do corpo do garoto, vendo-o se arrepiar por inteiro. Soltou uma risada divertida, chamando a atenção dele para si.
- Você ainda vai me deixar louco, ragazza. – falou antes de puxar o shorts que ela vestia em um movimento ágil, tirando uma risadinha de . – Eu nunca imaginei que lilás seria a minha cor favorita. – brincou com um sorriso de lado.
sorriu esperta e empurrou levemente o francês para que ela ficasse em cima dele, e com muita calma, para a frustração de , ela tirou por fim a bermuda que ele usava.
Em um movimento rápido, o jogador a colocou novamente de costas no colchão e voltou a beijá-la, dessa vez com mais pressa. tinha umas das mãos nos cabelos macios do moreno e a outra apertava com vontade a bunda dele.
- Como pode ser tão gostoso?! - A dançarina disse entre os beijos e abriu um grande sorriso para ela.
- Sou mesmo - O francês disse brincalhão e revirou os olhos, e mais uma vez trocou de posição com o jogador.
- Como pode ser tão metido? - Ela perguntou com um sorriso e uma das sobrancelhas arqueadas e riu, jogando a cabeça para trás, e quando voltou a encará-la, mordeu os lábios de imediato ao notar o quanto os seios de estavam deliciosos naquela posição.
- Grazie mille Itália - disse enquanto se aproximava mais uma vez da , sua boca indo de encontro com a dela e as suas mãos apertavam com vontade os peitos da garota, que sorria entre os beijos.
O jogador, querendo aumentar o contato com o corpo da garota, se sentou na cama com em seu colo, ele a envolveu com seus braços, distribuindo beijos por todo o colo da italiana. retribuiu o carinho concentrada nas costas do jogador, ele arrepiava toda vez que a sentia arranhá-lo. Com a mesma rapidez que ele havia começado aquilo, parou, ainda com presa em seus braços, o francês encarou a dançarina à sua frente, que estava confusa com a mudança repentina do jogador. Ele queria apenas curtir aquele momento, os dois juntos, quase nus. Não sabia se aquilo ia se repetir e apenas queria ela em seu colo, por um tempo.
Já sem se aguentar de desejo, movimentou o quadril sensualmente no colo do jogador, o fazendo fechar os olhos. Aquilo era pura tortura.
- Nem nos meus melhores sonhos seria assim.
- Mas é, bello.
deu um beijo em que transbordava amor, carinho, mesmo que o que viesse a seguir não seria nada parecido. Com todo cuidado do mundo, ele colocou a garota na cama novamente e não desviou os olhos dos seus, enquanto levava suas mãos à cintura da menina, enganchando os dedos nas tiras da calcinha que ela usava e as deslizou por suas pernas, deixando a completamente nua. Ele também logo se livrou da única peça de roupa que ainda usava e, com o olhar da italiana sob si, se deitou em cima dela e disse:
- Obrigado, - Ele disse um pouco falho, mas sem desviar o olhar da italiana -, pelo melhor verão da minha vida. - e se entregou ao que seria uma das noites mais memoráveis em sua vida.
- Que cara de bobo é essa, ?
O francês se virou assustado para Achraf, que havia se sentando ao seu lado para amarrar a chuteira. respirou fundo e tirou a blusa que usava para colocar o uniforme de treino, apenas encarou o amigo quando já estava devidamente arrumado.
- Que cara? - Ele se fez de desentendido, mas o sorriso no seu rosto o traiu.
- Fala sério, , parece que você encontrou o paraíso.
- E encontrei mesmo - O jogador sorriu – Eu dormi com a ...
- Uou – Achraf riu do amigo – Finalmente.
- Cala a boca.
- E ae, ? Foi boa a noite com a bailarina? - Os dois jogadores mais jovens se viraram para Toni Kroos, que havia parado na frente deles com as mãos na cintura.
gaguejou e não disse nada, o que só estimulou o alemão a continuar.
- Karim, acho que a bailarina deixou o mais bobo do que ele já é - Toni disse enquanto tocava no ombro de Benzema, que sorriu ironicamente para o alemão.
- Impossível - O francês mais velho cruzou os braços e se juntou a Kroos, os dois jogadores agora encaravam , o que lhe deixou totalmente desconfortável - Se bem que de bobo ele não tem nada quando se trata de mulher. A italiana é uma gata.
- Qual é a boa? - tapou a cara com as mãos quando Isco Alárcon se juntou a Toni e Karim, que caíram na gargalhada.
- e o amor de verão dele – Toni disse entre risos.
- Ah, a dançarina? - Isco perguntou enquanto imitava um plié horrível que fez revirar os olhos.
- Me ajuda! - O garoto disse enquanto dava um tapa em Achraf, que deu de ombros.
- O que você quer que eu faça? - O marroquino se levantou e se aproximou do amigo – Por que você está cheirando a maracujá?
- Opa, quem é que está cheirando a maracujá? - Marcelo perguntou enquanto se aproximava, sendo acompanhado pelo capitão do time, Sergio Ramos.
- Cala a boca, Achraf – disse grosso para o marroquino, que arregalou os olhos - Ninguém está cheirando a maracujá.
- Eu estou sentindo também - Disse Isco e se aproximou do francês - Gostei do perfume, .
- É um creme – O goleiro respondeu, mas se arrependeu ao ver os jogadores arregalarem os olhos.
- Uh, ganhou uma massagem com direito a creme, foi? - Perguntou Karim para o desespero de , que não conseguiu nem disfarçar - Olha esse moleque!
nunca estivera tão vermelho em toda a sua vida, o francês deu graças a Deus quando o seu pai chamou todos os jogadores para roda no campo de treinamento, mas durante o caminho ainda teve que aguentar Karim Benzema ao seu lado, perguntando se ele havia colocado a camisinha direito, o goleiro apenas revirou os olhos e correu para longe do atacante, mas não se livrou das zoações, durante todo o treino teve que aguentar os jogadores gritarem “maracujá” de diversas formas. Mas a verdade é que não se importava, ele passaria por tudo aquilo de novo, se necessário, a noite com havia sido incrível e ele não podia esperar a hora de repeti-la.
- Não é à toa que Romeu e Julieta se passa na Itália - Lexi disse chamando a atenção de , que sorriu confusa para amiga.
- Por quê?
- Vocês italianos quando se apaixonam são muito intensos.
- Não começa.
- Então faz o favor de tirar esse sorriso bobo do seu rosto?
preferiu ignorar a amiga, mas sabia que ela tinha razão, nem ela mesma se reconhecia. já tivera um namorado uma vez, um americano, na época de escola ainda. Os dois se conheceram na academia que a italiana costumava frequentar e logo de cara rolou um clima, eles namoraram por dois anos, e apesar de ter gostado muito de Jake, ela não se lembrava de ter ficado com tanta saudade dele quando eles não se viam há três dias. A dançarina sentiu a garganta fechar ao pensar como seria quando voltasse para a Espanha.
- Você acha isso uma boa ideia? - Ela se virou para sua amiga, que roía as unhas nervosas.
- Invadir o Bervelly Hills Hotel? Acho uma excelente idéia, , não sei por que você está nervosa...
- Que saco em, Lexi! Foi você que invadiu o treino do time semanas atrás!
- Tanto faz.
A não respondeu, o barulho do ônibus do time do Real Madrid chamou a sua atenção, ela puxou Lexi pelo braço e se escondeu no arbusto que tinha na entrada do hotel e observou, por meio das folhas, os jogadores descerem do ônibus e entrarem no hotel, sorriu quando sentiu Lexi a cutucá-la, Marcelo havia acabado de passar e logo depois dele veio , que caminhava com o braço em torno de Achraf e ambos sorriam.
Com um olhar disse para Lexi se levantar e as duas entraram no saguão do hotel por uma porta diferente da dos jogadores, quando a italiana percebeu que estava apenas na companhia do marroquino, ela não pensou em duas vezes quando correu para pular nas costas do jogador.
O francês ria abertamente com Achraf após os dois presenciaram um momento cômico no ônibus, Marcos Llorente havia levado um tombo, mas não imaginava que apenas alguns minutos depois quem levaria um tombo seria ele.
O jogador percebeu uma mudança no olhar de Achraf, mas não a tempo suficiente para se preparar, quando sentiu pular nas suas costas, ele estava totalmente desequilibrado e só teve tempo para evitar que a queda dos dois não fosse tão feia, mas a dançarina não parecia estar se importando, ela gargalhava jogada no chão ao lado de .
- O que você está fazendo aqui? - Ele perguntou enquanto afastava os longos cabelos do rosto da italiana.
- Surpresa!
Com a ajuda de Achraf e de Lexi, que se aproximou depois, vermelha, os dois se levantaram e sentiu que o seu coração iria explodir. Depois de se acostumar a ver todos os dias, foi muito estranho não vê-la por três dias, era piegas dizer quanto o jogador havia sentindo a sua falta. E vê-la na sua frente com os cabelos bagunçados e um sorriso enorme fez muito feliz.
- Eu estava com saudades, princesa - Ele disse num suspiro e a puxou para um beijo calmo, mas cheio de sentimentos.
- Eu também.
Os dois se afastaram quando ouviram uns murmúrios e deram de cara com quatro jogadores, não conhecia nenhum deles, mas supôs que fossem amigos de , já que eles os cercavam.
- Acho que vou ter que arranjar uma americana para mim - Um deles disse com um sorriso safado no rosto.
- Eu sou italiana - respondeu cruzando os braços.
- E já é minha - respondeu sério para o garoto, que apenas revirou os olhos.
- E quem é a loira atrás de você?
abriu a boca surpresa e se virou rapidamente para a sua amiga, que estava muito vermelha, Lexi estava estática ao lado de Achraf, que não parecia achar graça nenhuma naquela situação.
O jogador sorriu esperto para quando passou por ela e se colocou na frente de Lexi, que tinha os olhos arregalados, olhou confuso para a italiana, mas ela nada disse, estava concentrada em Lexi e no seu rosto corado.
- E ai, loura? Sou o Borja, muito prazer - O jogador abriu um lindo sorriso, que fez Lexi tremer, com um suspiro ela voltou à realidade e sorriu para ele.
- Lexi, muito prazer - A americana abriu um sorriso e depois desviou o olhar até , que entendeu tudo: Lexi estava no paraíso.
Porém o momento pouco durou, porque logo em seguida Achraf avisou aos companheiros que eles estavam sendo chamados, estava se preparando para se despedir de quando ele sussurrou em seu ouvido o andar e o número do seu quarto e com um sorriso pediu para que ela o encontrasse lá em vinte minutos. Quem estava no paraíso agora era ela.
ignorou os argumentos negativos de Lexi e quando deu os vinte minutos, subiu para o andar de e sorriu quando viu que ele já estava na porta a esperando, a dançarina pulou em seus braços e juntos entraram no quarto.
Achraf andava de um lado para o outro sem saber o que fazer, fazia tempo que não ficava tão nervoso. Ele tinha exatamente vinte minutos para entrar naquele quarto e tirar da cama. O problema é que ele já estava no corredor há meia hora e não havia conseguido entrar naquele quarto, tinha medo do que poderia encontrar.
Sorriu nervoso quando Sergio Ramos e Isco passaram por ele lhe desejando bom dia, e teve vontade chorar ao lembrar que estava perdendo o café da manhã. A vontade era de chamar Zidane para acordar e que ele que lidasse com as consequências do que tinha feito, mas não podia, era muito amigo do francês já fazia anos, e o goleiro o havia livrado de vários problemas, e agora era a vez do marroquino de retribuir.
Quando estava prestes a bater na porta, o jogador viu Marcelo e Karim se aproximarem, rindo de algo que ambos viam em seus celulares. O marroquino parou na frente deles decidido, Benzema era amigo íntimo da família Zidane e era próximo de , já Marcelo como segundo capitão tinha como uma de suas responsabilidades lidar com os jogadores mais novos, Achraf e o admiravam muito e confiavam nele para resolver a situação sem que chegasse ao ouvido de mais ninguém.
- Eu tô com um problemão - O mais jovem disse de uma vez, coçando a cabeça. Marcelo guardou o celular no bolso e Karim se limitou a erguer a sobrancelha.
- Que foi, moleque? - O brasileiro perguntou.
- Eu cedi o quarto pro essa noite... e ele tá com uma garota aí e não acorda de jeito nenhum, já tentei ligar pra ele, bater na porta, mas vocês sabem, ele dorme feito uma pedra
- Que garota? - Benzema perguntou com o cenho franzido.
- A .
- Você não tem o cartão do quarto? - Marcelo perguntou o óbvio.
- Tenho, mas eu não vou entrar, vocês sabem… - O marroquino mirou o chão corado.
- Eu entro - Karim disse sério e se virou para o Marcelo - Praticamente troquei as fraldas desse pirralho. Vou de olhos fechados, sou craque nisso, direto tenho que ir no quarto da Melia acordar a Carol quando ela acaba caindo no sono por lá - O francês estendeu a mão para o jogador mais novo, que entregou o cartão, aliviado - Não vai embora, eu tenho uma ideia. - Benzema abriu um sorriso ao qual o brasileiro conhecia muito bem.
- Não vou a lugar algum - Marcelo esfregou as mãos uma na outra, se divertindo com a situação.
Karim Benzema passou o cartão pelo reconhecedor e abriu a porta com cuidado, aproveitou a luz para observar o local e viu que era bem parecido com o próprio quarto, a diferença é que não precisava dividi-lo com ninguém. Respirou aliviado ao ver duas silhuetas embaixo do edredom, mas fez uma careta ao sentir o cheiro de álcool.
- Esse muleque bebeu ontem à noite. - sussurrou pro lado de fora antes de encostar a porta atrás de si e seguir lentamente até a cama, não queria assustar a italiana. - Ei, ... - sacudiu a menina com cuidado, que resmungou em resposta - Sou eu, Karim, você precisa ir embora, corre pro banheiro para se trocar, eu vou fechar os olhos.
Ao ouvir as palavras, arregalou os olhos no mesmo instante, aquela não era a voz de e eles não estavam mais sozinhos. Suspirou aliviada ao constatar que estava com uma blusa, que não era dela. Se sentou meio tonta na cama, ainda sentindo tudo girar e por conta do feixe de luz que adentrava o quarto, pôde ver a figura de Karim Benzema a encarar com um sorrisinho de quem estava se divertindo com a situação.
- Anda, se o pai dele encontrar você aqui, ou o Ramos... Vai dar problema pro pirralho.
-Fanculo! Perché ho dovuto bere così tanto? Sembra che non abbia mai fatto sesso nella mia vita! - disse com a mão na cabeça, claramente em dor.
- Em inglês, francês ou espanhol, por favor, italiano ainda não aprendi - Benzema disse com um sorriso e revirou os olhos.
-Perdonami. Ai que droga, quero dizer, perdão - A se levantou e se sentiu tonta, Karim colocou as mãos nos ombros dela, com medo que ela caísse - Meu Deus do céu, fazia tempo que eu não bebia tanto assim, acho que ainda estou bêbada.
- O que vocês beberam? - O jogador perguntou enquanto a levava até o banheiro.
- Tudo que tinha no frigobar desse quarto e do quarto da frente. - sorriu culpada, tirando uma risada do francês.
Benzema balançou a cabeça em negação, simpatizava com a menina, ela o lembrava um pouco de Carol quando se conheceram.
- Eu to bem - Ela disse enquanto passava a mão pelos cabelos, vendo como ele parecia sem jeito ali com ela - Só to vendo dois de você, mas eu to bem.- assegurou antes de quase cair do assento, fazendo o homem agir rápido para que ela não fosse pro chão.
- Tô vendo, vai tomar um banho, eu preciso tirar esse moleque da cama. Vou pedir pra Carol vir aqui lidar com você porque está muito além das minhas habilidades e se ela souber que te vi assim, nunca vou ter o Karim Jr., ou qualquer outro filho pra falar a verdade.
As palavras do francês a fizeram rir alto, mas logo ela se levantou desesperada e, num ato rápido, abriu a tampa da privada e vomitou.
- Onde eu fui me meter? - disse pra si mesmo, desesperado, e saiu do banheiro tirando o celular do bolso. Enquanto mandava uma mensagem pra namorada, que o devia estar esperando para tomarem o café juntos, pegou uma garrafa de água e voltou pro banheiro prendendo a respiração.
- Sabe que eu te achei o maior gatinho? - disse enquanto se levantava e dava descarga, pegando a garrafa da mão do homem - Mas depois de hoje, nunca mais quero te ver, que vergonha - Karim gargalhou e fez menção de sair do local - Que horas são?
- Nove e vinte - O jogador respondeu calmamente, mas se assustou com o pulo que a italiana deu - Que foi?
- Eu tenho a merda de um ensaio! Em trinta minutos!
- É na Universidade? - viu a assentir - Vou te arranjar uma carona - O francês disse tranquilo e a dançarina respirou fundo.
- Isso seria ótimo, muito obrigada - sorriu e se virou, pegando a toalha que estava dobrada na pia e Karim entendeu que já estava mais do que na hora de sair dali.
O homem, apesar de saber o quão ferrado poderia estar se alguém descobrisse o que tinha acontecido ali, não conseguia evitar sorrir ao lembrar de vários momentos que já havia passado por isso, ele e Carol não eram nenhum exemplo de casal comportado quando estavam no início do relacionamento, sempre escolheram se divertir antes e pensar nas consequências depois.
Quando ouviu o chuveiro ser aberto, tacou a preocupação em ser silencioso pro espaço, caminhou apressado até a porta e deu de cara com Achraf e Marcelo, ambos com braços cruzados e caras entediadas, com um aceno de cabeça ele pediu para o brasileiro entrar.
- Fica de guarda, Achraf, só deixa a Carol entrar e mais ninguém - O francês disse sério e fechou a porta - Eles beberam pra caralho.
- A bela adormecida ainda tá dormindo, é? - O brasileiro perguntou retórico, Benzema estava ocupado mandando mensagem para sua namorada - Abre a cortina, Karim!
O francês em um rápido movimento puxou o tecido, fazendo com que o sol entrasse no quarto todo, mas não causou nenhuma diferença no sono de .
- Incroyable - resmungou em negação, olhando pro brasileiro e os dois tiveram a mesma ideia, Karim se posicionou na frente do garoto.
- Bom dia, raio de sol! - Marcelo disse enquanto puxava de uma vez a coberta que cobria o corpo do jogador e Benzema lhe deu um tapa na cabeça - Mas que merda, ! Eu estava tendo uma ótima manhã, agora vou lembrar da sua bunda o resto do dia!
, ainda lento, se sentou na sua cama, confuso, mas logo arregalou os olhos ao não encontrar ali, mas sim Karim e Marcelo, que o encaravam com os braços cruzados e um sorriso na cara. O jogador sentiu que a sua cabeça iria explodir, ele se desesperou ao constar que estava totalmente nu.
- Mas que porra! - disse irritado puxando um travesseiro para cobrir o seu corpo e arrancou umas risadas dos jogadores.
- Mas que porra? Eu que te pergunto, moleque, tá louco? Perdeu o juízo? Por que você trouxe ela para dormir aqui? - Marcelo disse, dessa vez mais sério. - Parece que não sabe que tem que trabalhar três vezes mais por ser filho do Zizou.
- Nós não pretendíamos dormir, acho que bebemos demais…
- Você acha? O quarto ta fedendo álcool - Benzema disse se aproximando com os braços cruzados, jogando uma garrafa de água pro menino.
- Cadê ela? - O goleiro perguntou, não encarando nenhum dos dois.
- Tá tomando banho, Carol tá vindo buscar ela. Você sabia que ela tem um ensaio daqui a pouco?
- Merda - Foi tudo que disse, com os cotovelos nas pernas e a cabeça apoiada nas mãos, sabia que tinha feito tudo errado - Vocês vão me dedurar?
- Você bem que merecia, mas não vamos não - Marcelo sorriu, mas não viu, Karim se sentou ao seu lado na cama, para a sua surpresa.
- A gente já foi adolescente uma vez, , o que vocês fizeram foi errado, você tem que focar no jogo, nas oportunidades que ta tendo, mas ao mesmo tempo é pré temporada e vocês estavam apenas curtindo, sendo jovens, mas toma mais cuidado da próxima vez, ok? - não o encarou, mas concordou com a cabeça, ele estava totalmente certo - Agora me responde: - finalmente o encarou, e ficou confuso ao ver um sorriso de deboche em sua cara - você colocou a camisinha direito?
- Mas que merda, Karim! Vai se ferrar - disse emburrado, sabia o que vinha pela frente.
- Foi um cavalheiro com ela? - Marcelo disse deixando corado.
- É claro que fui! - respondeu desesperado e nem sabia por que estava deixando se levar pelos dois.
- Não gozou antes que ela não, né?
olhou incredulamente para Benzema e sentiu o sangue subir até a cabeça, mas ficou estático, foi a risada escandalosa de Marcelo que o fez despertar, pegou o travesseiro que estava ao seu lado e jogou no francês que também dava risada, preferiu não dar corda para os dois, em vez disso vestiu a sua cueca e depois achou a sua bermuda perto da porta do banheiro. Ia abrir a porta, quando foi impedido.
- Nem pensar, depois você liga pra ela e vocês conversam, você ta atrasado e ta atrasando a gente. - Marcelo voltou ao seu modo responsável e murchou os ombros em derrota.
Quando a porta do quarto se abriu, os três olharam preocupados, achando que era Zidane.
- Droga, quase peguei o pelado... - Carol disse com a mão na porta e um sorriso malicioso no rosto.
- Carol! - Benzema disse indignado e se aproximou da namorada, que revirou os olhos - Essa piada não tem mais graça.
- Tem sim, sua cara de ciúmes faz ela ainda ser muito engraçada. - disse se aproximando do namorado, que lhe deu um beijo calmo nos lábios - Cadê a ?
- Acabou de terminar o banho - respondeu timidamente, havia reparado que o som da água caindo havia parado e Carol sorriu encantada com o menino. Era a primeira vez que o via daquele jeito.
- Ótimo, vocês garotos já podem ir, eu cuido do resto aqui - A francesa disse observando a zona que estava no quarto - Já pedi pra fazerem o seu café, deve estar quase pronto. - disse para Karim, que sorriu feito bobo com o cuidado da namorada.
- Como assim? Eu quero falar com ela!
- , você tem que ir cumprir suas obrigações, agiu como um irresponsável e sorte a sua que te amamos o suficiente para consertar seus erros sem que seu pai descubra. Fora que a deve estar morta de vergonha com vocês todos aqui, depois vocês conversam, fica tranquilo que eu vou levar ela a tempo de chegar pra aula - Carol se aproximou do goleiro e o puxou pelo braço, o levando para fora do quarto - Mas você precisa de um banho, tá fedendo.
- Ele toma no meu quarto, vambora, filhote - Marcelo sorriu enquanto colocava o braço nos ombros de , que voltou correndo pro quarto para pegar seu uniforme e mochila, antes de dar um beijo em Carol em agradecimento, e correu pro quarto do brasileiro.
Karim sorriu mais uma vez para namorada e se despediu, a deixando sozinha no quarto.
Carol suspirou vendo as roupas da italiana pelo chão e conforme as pegava para entregar à menina, ouviu a porta se abrir e deu de cara com uma obviamente de ressaca, mas com um sorriso enorme no rosto.
- Você me disse para aproveitar - disse, enrolada na toalha - Eu aproveitei. - completou rindo, levantando a mão em direção à francesa, que acompanhou sua risada e o gesto, batendo a mão com a da outra em comemoração.
- Meu trabalho aqui está feito.
Capitolo Quattro
- Agora me diz - Carol sorriu de lado e se virou para encará-la - Você sempre foi encrenqueira desse jeito?
A italiana teve que segurar a risada. A verdade era que sim, sempre se envolvia em problemas, não era como se ela procurasse por eles, eles vinham até a dançarina; é o que ela costumava dizer aos seus pais, nas inúmeras vezes em que eles foram chamados na escola quando a garota se envolvia em uma briga. Mas dessa vez, estava um pouco apreensiva, tinha medo de ter metido em problemas sérios.
- Você acha que o vai se ferrar pelo o que aconteceu hoje? - perguntou, fugindo da pergunta da francesa, que continuava a sorrir.
- Não vão descobrir, fica tranquila.
- Mas e se descobrirem?
- Ele vai levar uma dura - Carol respondeu, sincera.
- Eu não sei no que eu estava pensando, sou muito idiota - disse enquanto se abaixava e apoiava a cabeça nas mãos - Ele é filho do técnico do time, está começando a carreira e essa pré-temporada é muito importante para ele…
- ?
- E lógico que eu tinha que dar a brilhante ideia de bebermos! Sono uno stronzo!
- Quê? Não importa! - A francesa revirou os olhos - Você realmente acha que são os primeiros a fazer algo desse tipo? , vocês são jovens - Carol bufou, após parar em mais um sinal vermelho, o hotel Bervely Hills não era muito longe da UCLA, mas elas estavam atrasadas - Eu já fiz cada burrada.
- Tipo? - Perguntou a italiana, interessada.
- Para começo de conversa, quando eu tinha a sua idade eu morei por um mês em um ônibus de uma banda…
- O quê?! - perguntou sorrindo.
- E sem falar do cabelo rosa…
- Cabelo rosa? - A italiana sorria, e Carol percebendo que a preocupação da garota estava indo embora, se sentiu bem e decidiu que não faria mal contar algumas de suas histórias.
- Como eu já te disse, os meus pais são brasileiros, mas eles se mudaram para França bem antes de eu nascer, graças a Deus eu sempre tive uma ótima condição de vida, e aos dezoito anos eu me mudei para cá para fazer universidade…
- Você estudou aqui? Onde?
- Na Cornell e cursei nutrição, mas essa não é a parte importante - Ela disse, enquanto voltava dar partida no carro - Foi a primeira vez que eu estava longe dos meus pais, e eu surtei com o tanto de liberdade que ganhei. No começo do segundo ano, eu abandonei a universidade e fui viajar em turnê com o meu namorado…
- Quem era? - A dançarina perguntou curiosa e sorriu ao ver Carol fechar os olhos, constrangida.
- Não importa, ! O que eu estou querendo te dizer é que é super normal fazer essas bobagens quando se é jovem…
- Era de uma banda americana? - A italiana insistiu.
- Ele era o baixista, isso é tudo que eu vou te dizer! - Carol respondeu um pouco vermelha e preferiu não insistir.
- Uma vez eu já pensei em me mudar para Austrália - disse, voltando a encarar as ruas movimentadas de Los Angeles - Eu costumava namorar esse cara, ele é surfista, e ele vivia me dizendo que as ondas na Oceania eram muito melhores. Acho que foi a coisa mais maluca que cogitei fazer.
- Você pretendia fugir com ele? - A francesa perguntou, a olhando de lado.
- Sim - respondeu, enquanto revirava os olhos.
- Embebedar um jogador de futebol não parece tão ruim agora, não é mesmo?
teve que rir com aquele comentário, realmente não parecia tão ruim, ainda mais quando ela analisava o seu relacionamento com Jake, seu ex. Ela estava cursando o terceiro ano na escola quando o conheceu. Ela costumava frequentar a praia de Malibu com as suas amigas e ele estava sempre lá, conversa vai e conversa vem, quando a dançarina foi notar, estava completamente encantada por ele.
Jake no começo não queria nada sério, o que chateou , que o queria como namorado. Mas a garota persistiu até que ele a pediu em namoro, e no começo foi bom, muito bom, mas depois de um tempo ela notou como o relacionamento girava em torno dele e como ele não se preocupava com ela, para Jake o sonho de de ser uma dançarina era besteira, ele nunca levou a sério. Após o fim do ensino médio, a garota teve uma conversa franca com a sua mãe, que sempre foi muito boa em jogar as verdades na cara da filha, e então a italiana decidiu que seria melhor terminar o seu namoro com Jake.
A primeira vez que a italiana colocara os olhos em , ela se lembrara do seu ex, não pela aparência, e muito menos pela personalidade, que eram totalmente opostas, mas sim por conta da forma que ambos a faziam se sentir. Ela se sentia especial ao lado deles, mas na verdade era apenas que a achava especial, em duas semanas ele se importou mais com ela do que Jake se importou em um ano de namoro.
- Você tem dez minutos ainda, onde vai fazer o seu treino? É muito longe daqui?
- Seu eu correr, não - A garota respondeu e se virou de frente para mais velha.
- Não se preocupa, mesmo que leve uma bronca, eu tenho certeza que ele deve estar sorrindo feito tonto, como toda vez que eu olho pra ele desde que te conheceu.
- Obrigada, Carol, por me trazer e por ajudar o .
- Não há de quê. - ela sorriu, vendo a italiana descer do carro - Ei, , anota meu telefone. Se o pânico bater, me liga. Eu já passei por isso e sei como é assustador.
anotou o número da mais velha e prometeu enviar uma mensagem para que ela também tivesse seu contato. Ela correu em direção à academia da universidade onde aconteceria o treino e se permitiu xingar em italiano bem alto, frustrada por ter deixado se levar e ter bebido a noite toda, fazendo com que quase fosse pego. A dor de cabeça que sentia também não ajudava em nada e seu treino foi muito pior do que pretendia, durante a pausa do almoço, ela pegou o seu celular e se pegou sorrindo feito uma tonta enquanto olhava as fotos no instagram do jogador e após essa pequena pausa se perdendo na beleza de , o treino finalmente começou a render.
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caminhava calmamente pela Universidade, enquanto ouvia os áudios que havia recebido de sua mãe, neles ela dizia que estava com saudades e aproveitava para perguntar como estava sendo a pré temporada em Los Angeles, o jogador sorriu quando deu play no último áudio, o assunto era a .
Logo depois que a conheceu, ele ligou para sua mãe. Muitos dos seus amigos iriam zoar por ele ter feito isso, mas o jogador sempre fora muito próximo da mãe e queria contar para ela como a italiana mal humorada havia o feito sorrir por um dia inteiro.
Sua mãe do outro lado da linha começou a rir, e sabia o porquê. Desde que terminara o seu romance com Chloé, sua mãe sempre lhe dizia que ele aparentava estar abatido, ela vivia lhe dizendo para sair, ir em festas, tentar conhecer alguém, mas o jogador não sentia vontade.
E é por isso que Veronique Zidane havia gostado da garota italiana logo de cara, há muito tempo ela não via o seu filho sorrir daquele jeito, e juntando com as histórias que ele lhe contava sobre a dançarina, foi o suficiente para que ela apoiasse o romance entre os dois.
saiu da conversa com a sua mãe e entrou na conversa de Lexi, a americana havia lhe mandado uma mensagem explicando o caminho que levava até o estúdio de dança, onde estava treinando naquele momento. O jogador queria fazer uma surpresa para a garota, já que ouvira de Carol que ela havia se sentindo culpada após o ocorrido no hotel. Apesar das broncas que ele ouviu de Marcelo e Karim, não se arrependia nem um pouco da noite que tivera ao lado da italiana.
O jogador começou a andar mais rapidamente quando reconheceu a música que estava sendo tocada, era Frontier. havia mostrado a ele que seria essa música que ela iria se apresentar no Los Angeles Theater em alguns dias. Não foi muito difícil achar a italiana, já que a sala de dança que ela estava era uma das primeiras do estúdio, o francês agradeceu a porta aberta que ela havia deixado e aproveitou para assistir o treino da italiana.
Ele nunca havia visto ela dançar pessoalmente, pelo menos não daquela forma. O jogador se lembrava muito bem do luau que havia ido a convite de , e se lembrava mais ainda de vê-la dançar em cima de um palco improvisado e sentir o seu coração disparar.
Mas dessa vez era diferente, e não só por conta do estilo diferente de dança. A garota estava diferente, extremamente concentrada, mas o que chamou a atenção de foi o olhar da italiana, ele reconhecia aquele olhar. Ele ficava com aquele olhar quando jogava bola, quando fazia a coisa que mais gostava no mundo.
O francês notou quando a música chegou ao fim, mas não se mexeu, continuou a observar a italiana que havia parado de dançar. brincava com os fios cabelos que insistiam em cair do coque que ela havia feito, quando se abaixou e pegou de dentro da sua bolsa um caderninho. teve certeza que ela estava anotando as coisas que tinha que corrigir na coreografia, as caretas que ela fazia deixavam claro que ela não estava contente e ele não entendia o porquê, para ele, ela estava perfeita. Após longos minutos, ela voltou a se levantar e tomou um susto ao notar que não estava mais sozinha na sala de balé.
sentiu o seu coração disparar quando encontrou o olhar de preso a si. O jogador estava com o uniforme de treino, com a mochila nas costas e com os braços cruzados enquanto a observava, a italiana se perguntou há quanto tempo ele estava lá.
- ? - Ela perguntou baixinho, enquanto se aproximava do jogador, que sorriu sem mostrar os dentes para ela - Você está aí desde quando?
- Já faz um tempinho - O jogador respondeu enquanto descruzava os braços e colocava as mãos no bolso da frente.
- Nossa, eu nem te vi, estava tão concentrada…
- Você estava linda, - Ele disse a encarando com uma intensidade absurda - Quero dizer, está linda.
- O que você está fazendo aqui? Você não teve um jogo hoje? - Ela perguntou um pouco nervosa, enquanto ajeitava a sua saia de balé.
- Eu tive um jogo hoje, mas não joguei - A garota concordou com a cabeça - Perdemos de 4x0.
- Que merda, - disse sincera enquanto cruzava os braços - Você não devia estar no hotel?
- Eu pedi permissão para o meu pai para vir aqui, , se é isso que você quer saber - O jogador disse, enquanto abria um sorriso.
- Não, eu sei que pediu, não é isso - A italiana respirou fundo, não sabia por que estava tão nervosa - Eu apenas não te esperava aqui, estou surpresa.
- Que bom - sorriu enquanto fechava a porta da sala de dança - Essa era a intenção.
- ? - voltou à pergunta, havia algo de diferente no jogador, mas ela não sabia o que era. - Tá tudo bem?
- Houve uma mudança no nosso calendário, eu viajo para Miami amanhã.
Então era isso, pensou, eles teriam um dia a menos juntos. Estava triste, afinal, já tinha incluído ver nos seus planos para o dia seguinte, mas ao menos aquela ainda não era a despedida final, que ela se recusava a sequer pensar sobre. Em duas noites ele estaria de volta e poderiam se curtir por uma última vez.
A garota concordou com a cabeça e se virou de costas para o jogador, em busca de sua bolsa que estava jogada no chão, mas ela pôde notar o olhar de tristeza que tomou conta da cara de .
- Ainda temos essa noite - Ele disse enquanto se aproximava.
- Que horas você tem que ir embora? - Ela perguntou ainda de costas para ele.
- Apenas de manhã, - disse forçando o sotaque italiano, o que fez ela sorrir - Até amanhã eu sou todo seu, ragazza.
A dançarina não se aguentou, levantou rapidamente e sorriu ao ver que ele já estava bem próximo a ela, a garota puxou o jogador pelos ombros e o beijou. não ficou surpreso com o ato repentino da italiana, ele já estava acostumado com aquilo. Desde a primeira vez em que a beijou na biblioteca sabia que era assim. Com ela, tudo era intenso.
- Eu estava pensando - Ele disse após a garota romper o beijo e o abraçá-lo pelo pescoço - Você disse que queria me ver dançar...
- Você vai dançar para mim, ? - perguntou erguendo uma sobrancelha, enquanto olhava para ele.
- Não, eu vou dançar com você, - Ele respondeu, abrindo o famoso sorriso que ela tanto adorava.
se separou do jogador e pôs as mãos na cintura, o sorriso que tinha na sua cara fez com que sorrisse ainda mais, ele achava adorável quando a italiana não conseguia controlar o sorriso, fazendo com que os seus olhos ficassem levemente puxados.
- Que música, bello? - Ela perguntou enquanto se abaixava na direção do seu celular. - Shakira?
- Engraçadinha - Ele mostrou a língua para ela, antes de caminhar em sua direção, se abaixou e ficou atrás da italiana, que sorriu para ele. Antes de continuar a falar, o jogador colocou as suas mãos nas costas da menina e depositou um beijo delicado em sua nuca - Perfect do Ed Sheeran.
- Eu estou tendo um deja vu - Ela disse inclinando levemente a cabeça para o lado, tudo que fez foi sorrir e beijar a ponta do nariz da italiana, que sorriu antes de botar play na música.
O jogador se levantou e de repente se sentiu muito nervoso. Ele havia decidido que iria dançar com a italiana depois de uma conversa que tivera com a sua mãe, mencionou que havia contado para que costumava dançar quando mais novo e sua mãe o incentivou a dançar junto com a garota.
- Não fique nervoso, ragazzo - disse enquanto se aproximava, ela pegou as mãos do jogador e colocou em sua cintura - Eu não vou contar para ninguém se você pisar no meu pé.
sorriu para ela e com um olhar ele entendeu que a garota iria guiá-lo durante a música. E assim ela fez, no começo eram apenas passos para o lado, mas conforme ela ia notando que o jogador estava mais confiante e confortável, ela começou a inventar. A garota sorriu quando ele foi pego de surpreso após ela se separar por um momento apenas para voltar novamente aos seus braços. O sorriso na cara do francês era ridículo, e ele sabia disso, mas não se importava. Ele estava muito feliz, estava dançando com a sua garota.
E foi por isso que ele decidiu experimentar, segurou com força na cintura da italiana e a levantou no alto e sorriu quando viu a cara de surpresa que ela fez. foi voltando aos poucos até o chão, mas dessa vez seu corpo e de estavam muito mais próximos, ela inclusive teve a impressão de que eles não podiam ficar mais colados.
A italiana, sentindo firmeza nos braços do jogador que a seguravam, aproveitou para fazer carinho no rosto do garoto. Ela sorriu enquanto tentava decorar cada detalhe do rosto de . Desde a barba que começava a crescer, o nariz que ela adorava apertar e finalmente os olhos, que ela ainda não conseguia decidir se eram verdes ou castanhos.
- O que foi? - Ele perguntou ao notar o olhar diferente da garota.
- Nada - Ela sorriu e apoiou a cabeça no ombro do jogador - Eu apenas queria que o verão durasse para sempre.
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observava enquanto ele andava pelo estúdio de dança, ele olhava para tudo, era como se quisesse decorar cada parte daquele lugar, o que a garota achou adorável. Ela o puxou pela camisa quando ele estava indo para o lugar errado, e sorriu quando ele fez uma careta após ver uma mulher dar um incrível mortal para trás.
- Um dia eu te ensino, bello - sorriu para ele, enquanto abria a porta do vestiário para que eles entrassem - Eu vou tomar um banho bem rápido e então podemos ir…
- Sem pressa - O jogador respondeu, enquanto se sentava em um dos bancos que tinha ali.
Ele ficou observando a italiana, que organizava as suas coisas antes de ir para o box, e bufou irritado quando ela foi em direção ao banheiro tirar as roupas. esperou até ouvir o barulho do chuveiro ser ligado para colocar em prática o seu plano.
O jogador primeiro se certificou que a porta do vestiário estava trancada e então começou a tirar a sua roupa, ele caminhou silenciosamente em direção ao box que a dançarina se encontrava, e teve que segurar a risada quando notou que ela cantava a famosa música italiana “Bella Ciao”. Com um cuidado ainda maior, ele puxou a cortina do box, e sorriu ao ver o belo corpo da garota, ela estava de costas para ele, sorriu enquanto se aproximava, ele a abraçou por trás e se surpreendeu quando ela não pareceu surpresa.
- Por que demorou tanto? - Ela perguntou, se virando de frente pra ele com um sorriso sedutor no rosto.
- Porque eu sou um idiota - respondeu rindo de sua demora e colocou suas mãos com calma na cintura da francesa, deixando que seu corpo também entrasse em contato com a água quente e com o corpo dela.
tocou o queixo da menina, fazendo com que ela olhasse pra ele, o jogador queria guardar aquela imagem na cabeça pra sempre. Com cuidado, depositou um beijo rápido na boca dela, antes de focar no que ele realmente queria fazer: torturá-la. Ele começou a distribuir beijos por todo o contorno de seu rosto, sentindo passar as mãos por seus ombros e abraçá-lo para trazer seus corpos ainda mais para perto.
A dançarina ria durante os beijos que eram distribuídos por todo o seu pescoço, era um misto de cócegas, excitação e paixão. Saber que um garoto tão lindo e gostoso como estava ali, nu, todo para ela, a fazia se sentir poderosa. Ela tinha certeza que nunca se cansaria de admirar o corpo do jogador, que mais parecia uma escultura grega, de tão definido que ele era.
O corpo de já estava completamente molhado e ele muito excitado, adorava quando ele chegava naquele ponto, já que seu lado doce e gentil dava lugar a um muito mais dominante e safado. Ele então segurou o corpo da menina com um pouco mais de força, impulsionando ela para que suas pernas se entrelaçassem ao seu corpo, prendendo-a entre a parede e ele. Sua intenção não era das melhores, mas ele tinha certeza que adoraria cada uma delas, e foi com um sorriso da italiana que o jogador teve a sua confirmação de que ela o desejava tanto quanto ele.
- Você me deixa louco, . Olha isso - falou pressionando seu corpo ao dela.
- Eu não fico muito diferente quando você beija meu pescoço, .
- Assim? - ele perguntou num sussurro, mordiscando o local, fazendo o corpo dela se estremecer em antecipação.
- Exatamente assim. - ela não conseguiu disfarçar o gemido que soltou quando o francês passou a língua em seu lóbulo - , vamos ao que interessa…
- E o que é, princesa? O que você quer? - ele sussurrou mais uma vez no ouvido dela, pressionando ainda mais seus corpos nus.
- Você... em mim.
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- Eu queria que você e a Lexi fossem assistir o nosso último treino aqui…
disse enquanto sorria para , ele tinha acabado de chegar de Miami e a primeira coisa que fez foi ir atrás da italiana. Eles estavam andando de mãos dadas pelos gramados da universidade, enquanto o jogador contava como tinha sido seus últimos dois dias, a garota sorriu para ele e logo depois concordou. estava se lembrando como eles haviam se conhecido, ela e Lexi haviam invadido o treino, e agora ela e a sua melhor amiga estavam sendo convidadas para assistir um.
- Você acha que vai jogar contra o time dos MLS all-star? - A garota perguntou, sabia o quão ansioso estava para estrear no primeiro time.
- Meu pai me prometeu alguns minutos - Ele respondeu um pouco mais sério - Mas vai depender de como for a partida - O francês disse e após notar o silêncio da dançarina, se virou para ela querendo entender o que estava acontecendo, a garota estava parada e olhava para o céu com atenção - ?
- Tenho certeza de que você vai ter um ótimo jogo em Chicago - Ela respondeu após um longo tempo.
apenas concordou com a cabeça e se aproximou da italiana, que mexia na pulseirinha que havia ganhado de presente do jogador, ele sorriu ao notar isso, com calma ela o puxou para mais perto, para um abraço cheio de carinho, algo não muito comum vindo de , o que fez com que o sorriso no rosto do garoto aumentasse ainda mais. Mas ela logo se separou e sussurrou que ligaria para ele mais tarde, não conseguiu fazer ou dizer nada, apenas observou a italiana dar um beijo delicado em sua bochecha e ir embora com lágrimas nos olhos.
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- , por que você passou maquiagem?
A italiana olhou de lado para a amiga, mas não disse nada, continuou a andar até o centro esportivo da UCLA, onde o Real Madrid iria realizar o seu último treinamento. Dessa vez, ao contrário das outras, o treino iria ser aberto, para que os alunos da universidade pudessem assistir. O sorriso não abandonava o rosto de Lexi, havia mandando uma mensagem para elas avisando que a loira iria conhecer o Marcelo após o encerramento do treino, estava muito feliz pela amiga, mas um pouco mal humorada também, pois a americana não a havia deixado dormir durante a noite anterior por conta da ansiedade, a própria dançarina estava muito ansiosa também, mas não era por conta do treino, e sim por conta da sua prova sobre o Shakespeare que seria no dia seguinte.
- Minha cara está horrível, Lexi - Ela respondeu um pouco grossa, mas a sua amiga já estava acostumada - Não consegui dormir direito, estou nervosa…
- Você chorou ou foi minha impressão? - A americana perguntou timidamente, sabia que fazia de tudo pra esconder os seus sentimentos.
- Sim - Ela respondeu simplesmente, para a surpresa da amiga.
- Tem a ver com o ?
- Também - A italiana confessou enquanto elas se sentavam na pequena arquibancada que havia ali - Eu mandei uma mensagem para o meu pai ontem à noite…
- E aí?
- E aí que eu sou uma idiota - Ela disse enquanto mexia nos chaveiros da sua bolsa - Eu não sei por que tento me aproximar dele, tá na cara que ele não está mais nem aí…
- Você contou sobre a sua apresentação? - Lexi perguntou enquanto observava com atenção a amiga.
- Sim, e ele me perguntou quando é que eu vou parar de perder meu tempo com a dança e procurar algo que possa me sustentar.
- Não acredito, , não liga pra ele, deve estar cheio de problemas, sentindo falta da sua mãe, de você e acha que dessa forma vai conseguir alguma atenção. Não liga pra ele, foca em mim, eu não vejo a hora de te ver toda linda naquele palco, e sei de um certo francês que até desistiria de jogar pra te ver.
- Não quero que ele desista de nada, Lexie, e eu não pretendo desistir da dança também - Ela respondeu séria, enquanto tirava de dentro da sua bolsa as suas anotações, pretendia ficar estudando durante o treino - É que… A minha mãe nunca deu muita bola para minha dança, mas é o jeito dela, sabe? Mas o meu pai sempre me apoiou…
- Tenho certeza de que ele ainda te apoia, como eu disse, ele deve estar com saudades…
- É, talvez - A italiana deu de ombros, e com isso Lexi entendeu que aquele assunto havia terminado.
Após um período em silêncio, a se assustou quando viu a amiga praticamente pular do lugar que estava e começar a gritar, mas logo entendeu o porquê, os jogadores estavam entrando. De longe, reconheceu , o jogador acenou para as garotas antes de se juntar a roda de jogadores e ouvir o que Zidane tinha a dizer.
- Aquela não é a Carol acenando pra gente? - Lexi perguntou, cutucando a amiga, que tentava se concentrar em seus estudos.
- É sim - respondeu sorrindo para amiga.
As duas foram até o encontro da francesa, que estava segurando em uma das suas mãos uma garrafa de água e na outra seu óculos escuros, ela sorriu para as garotas e com a cabeça pediu para que elas a seguissem.
- Vocês lembram da Mia, né? - Carol perguntou enquanto se sentava.
- Prazer - Lexi e disseram praticamente ao mesmo tempo, e logo depois se sentaram ao lado delas.
se sentiu um pouco envergonhada, ainda mais quando Lexi sussurrou em seu ouvido que elas estavam no meio das WAGS do Real Madrid, a italiana resolveu voltar aos estudos, mas não conseguia se concentrar, e não era por conta da gritaria e sim por causa da garota ao seu lado, que não parava de a encarar. , já um pouco sem graça, se virou para ela e sorriu, a morena sorriu de volta, mas logo depois franziu as sobrancelhas.
- Me desculpa, mas é sério que você está estudando agora? - Ela perguntou, para a surpresa da dançarina, o inglês dela era perfeito e sentiu vergonha por ter tentado falar em espanhol com ela.
- Eu tenho uma prova importante amanhã - A italiana respondeu.
- Mas é verão - Mia disse o óbvio.
- Curso de verão, a UCLA tem isso - disse, fazendo uma careta.
- Ei, Bárbara - A espanhola gritou, chamando a atenção da mulher que estava sentada na frente delas - Achei a sua irmã gêmea - Mia se virou novamente para - Ela não para de estudar um minuto também...
- Não enche, Mia - A mais velha respondeu, enquanto se virava para as garotas - Muito prazer, sou a Barbara, você é a , né? A Carol me contou sobre você e sobre o … Não liga para Mia, ela adora tirar todo mundo do sério, principalmente o irmão dela…
- Ih vai começar - A espanhola disse enquanto revirava os olhos.
desistiu de estudar, passou o restante do treino conversando com elas, Carol ficou encarregada de acalmar a Lexi toda vez que ela surtava por conta de algo que via no treino. A italiana estava apoiada na grade que levava ao pequeno campo enquanto ouvia Mia contar como o seu romance com Marco Asensio havia começado, a verdade era que ela estava se divertindo bastante. Quando acordou naquela manhã, teve certeza que o seu dia seria péssimo, mas estava sendo totalmente o contrário.
A dançarina observou de longe enquanto os jogadores cumprimentavam alguns fãs, e não se surpreendeu quando, do nada, Lexi correu para o seu encontro.
- Eu acho que vou desmaiar, .
- Só lembra de respirar - A italiana sorriu para amiga, e a manteve entretida, porque de longe ela viu conversando com Marcelo e apontando para as duas - Ok, não surta. O Marquinhos está vindo para cá…
- É Marcelo, ! - Lexi disse antes de se virar de frente para o jogador, que sorria para as garotas.
- Olha se não é a italiana - O jogador disse enquanto se aproximava - Ainda está de ressaca?
- Um pouco - Ela sorriu, ao ver fazer uma careta atrás do jogador brasileiro, e aceitou o beijo que o mais velho deu em seu rosto, sabia como os brasileiros eram parecidos com os italianos.
- Essa é a Lexi, Marcelo - Ele disse tocando no ombro do companheiro de time - E provavelmente é a sua maior fã… Ela sabe praticamente tudo da sua carreira como jogador.
- E aí, tudo bem? Se é amiga do , já é minha também…
- Diz algo, Lexi - sussurrou para amiga, a cutucando, após longos segundos de silêncio, tudo que a americana fazia era encarar o jogador à sua frente.
- Não consigo, travei - A loira disse ainda com um sorriso aberto e ficou chocada, nunca antes tinha visto Lexie ficar sem palavras.
- Foi por causa de você que a Lexi se tornou fã de futebol - disse, querendo ajudar a amiga - E ela sempre me diz que além de você ser um grande jogador, é um cara muito bacana também, acho que você é a principal inspiração dela…
- Ô loirinha, não precisa ficar sem graça não - O jogador se aproximou da americana e a abraçou, teve vontade de chorar ao ver a cara de felicidade que a sua amiga estava - E eu te agradeço muito, ser a sua principal inspiração é uma honra para mim. Eu entendo o seu nervosismo, quando conheci o Zico fiquei assim também…
- Você já conheceu o Zico? - Lexi perguntou empolgada, enquanto se separava do abraço do jogador, mas ele continuou com os seus braços ao redor da garota.
- Vem cá, tu tem certeza que é americana? - Ele perguntou sorrindo e a menina concordou com a cabeça - Que curso você faz?
- Artes Cênicas - Ela respondeu já menos timida.
- Que nem a minha esposa!
- A Clarice é maravilhosa! - Lexi disse, fazendo o jogador abrir um enorme sorriso. - Eu sou muito fã de você e toda sua família.
- Eu também, loirinha, eu também.
assistiu a cena toda com um sorriso bobo no rosto, estava muito feliz pela amiga, sabia o quão fã ela era do jogador, a própria italiana estava se tornando fã dele, ela estava admirada pela forma que ele estava tratando a sua amiga, primeiro a acalmando e depois ao notar que ela já estava mais confortável, puxando assunto. E no final o jogador ainda deu a camiseta que ele havia treinado para ela, e assinou com uma dedicatória. Lexi estava feita.
A italiana ao se tocar que eles ficariam conversando por mais um tempo, resolveu se sentar, e pode notar a encarando, o francês se aproximou dela com calma e se sentou também, e eles ficaram assim por um tempo, olhando para o campo agora vazio, curtindo a presença um do outro.
já não aguentando mais, virou a sua cabeça na direção da garota, que parecia muito concentrada enquanto encarava o céu, para chamar a sua atenção ele cutucou o pé da italiana, e no momento que ela virou a cabeça para ele, o jogador fingiu que não era com ele. notando a brincadeira que ele estava fazendo, fez a mesma coisa, dessa vez tocando o seu ombro no ombro do rapaz, que se virou rapidamente para ela, mas ela já não o encarava. , querendo por fim naquela mini tortura, apertou a coxa descoberta da garota, mas dessa vez não virou a cabeça quando ela se virou para ele. Para a surpresa da dançarina, ele a beijou.
- Você fez um bom treino hoje - Ela disse enquanto encarava os lábios do jogador.
- Você acha? - sorriu, e ela sentiu borboletas em seu estômago - Você bem que podia jogar um pouco comigo, afinal, eu dancei com você…
- Eu jogo - A sorriu, enquanto seguia o jogador até o campo, agora vazio - Mas não chora depois que eu te humilhar.
gargalhou, mas isso não afetou , com a ajuda do jogador, ela pulou a pequena grade que levava até o gramado e esperou ele tomar iniciativa. Fazia tanto tempo que ela não jogava futebol, que por um momento ela se sentiu insegura. O francês percebeu e por isso foi na direção do gol, a chamando pela cabeça. Ela foi e esperou com calma ele rolar a bola até ela, quando ela chutou de volta para ele, o jogador foi pego de surpresa, ela sabia o que fazer com a bola, a forma como ela havia chutado e principalmente a força, a italiana sabia jogar bola.
- O que foi, bello? Eu te disse que sabia jogar.
- Algo a mais que eu deva saber? - perguntou com as mãos na cintura.
- Eu também sou boa no basquete - piscou para ele, antes de chutar mais uma vez a bola na direção do gol.
Os dois ficaram assim por um bom tempo, não estava de fato defendendo as bolas que a italiana chutava na direção do gol, eles estavam apenas se divertindo. O francês resolveu sentar no meio do gol, após a garota cismar que iria fazer um gol de letra, demorou, mas ela conseguiu, e a sua celebração foi idêntica ao do Cristiano Ronaldo, fazendo gargalhar.
- Enzo! - O jogador francês gritou, assustando , para a surpresa da garota não era nenhum jogador que ele estava chamando, mas sim um menino, que aparentava ter entre sete e oito anos - Tudo bem? Essa é a , ela é a minha…
- Amiga - A italiana cortou no mesmo instante, e sentiu um embrulho no estômago ao ver o olhar que a lançou.
- Tá a fim de jogar bola com a gente? - Ele continuou, um pouco menos animado - Eu vi que você estava brincando sozinho…
- O Liam tá dormindo no colo da minha mãe - O garoto se explicou um pouco tímido - Por isso tô sozinho…
- O Enzo é filho do Marcelo - explicou, finalmente olhando nos olhos da dançarina, que assim como ele aparentava estar um pouco incomodada, por conta do momento anterior - Ele e o irmão Liam estão acompanhando a nossa pré temporada, ele joga na base do time, e é um craque, vai ser melhor que o pai…
- Mas eu não quero ser lateral - Enzo disse, já sem vergonha.
- Ah não? Em que posição você quer jogar, Enzo? - perguntou, sorrindo para o garoto.
- Atacante, que nem o Benzema.
- Ah, eu também gosto do Benzema - Ela disse, já esperando uma reação de , e ela aconteceu, ele chutou sem força a perna da dançarina, a desequilibrando, não ficou brava, ao contrário, ela abriu um sorriso, tranquila que o clima estranho entre ela e o jogador havia passado - E então, quer jogar com a gente, Enzo?
- Pode ser - Ele disse dando de ombros - O fica no gol!
- Ah, por que eu? - perguntou brincando, enquanto caminhava mais uma vez em direção ao gol.
- Porque você é o goleiro ué! - Enzo respondeu balançando os braços, o que fez gargalhar - Você pode ir primeiro - Ele disse apontando a bola para a dançarina, que agradeceu.
- O vencedor ganhar o quê? - Ela perguntou após chutar a bola na direção do gol e ver defender com facilidade.
- Bala - Enzo disse, enquanto se preparava para chutar, a dançarina achou adorável ver como ele estava concentrado - Minha mãe tem um monte na bolsa dela - Ele disse dando ombros após fazer o gol.
- E quem perder? - A garota respirou fundo antes de chutar a bola em direção ao gol, e ver o francês defender mais uma vez, para a sua frustração - !
- Que foi? - Ele perguntou, se fazendo de inocente.
- Quem perder… - Enzo começou, o garoto tinha a mão em seu queixo enquanto pensava.
- Quem perder vai ter que dá um mortal para trás - disse, fazendo a italiana arregalar os olhos.
- Mas eu não sei dar um mortal para trás, ! - Enzo disse um pouco nervoso.
- Relaxa, Enzo, você não vai perder.
E ele realmente não perdeu. A garota já havia reparado que não estava defendo as bolas que o menino chutava na direção do gol, já as delas, o francês defendia como se estivesse em uma final de copa do mundo. Não demorou muito para que eles ganhassem uma plateia. De longe, viu Lexi sentada com a Carol e com o próprio Marcelo, que após o Enzo fazer um golaço entrou no gramado para lhe dar um abraço.
- Esse é o meu filhote! - O jogador brasileiro sorria enquanto bagunçava o cabelo do filho - Jogou bem, , mas podia ter feito um golzinho, né?
- Tudo culpa do ! - Ela respondeu sorrindo, ao perceber que o próprio estava logo atrás dela.
- Não sei do que você está falando, as suas bolas foram super fáceis de defender, já as do Enzo... - arregalou os olhos, fazendo Enzo sorrir envergonhado - Impossíveis! Cada golaço!
- Vai ter que dar o mortal para trás! - Enzo disse apontando o dedo na cara da italiana.
- Vai ter que dar o mortal para trás - Concordou , se virou para ele e fez uma careta, enquanto fazia cócegas na barriga do jogador.
- Calma ae, ela sabe fazer isso, né? - Marcelo perguntou, preocupado.
- Sei sim - Ela respondeu sorrindo, mas logo depois fechou a cara - Ai meu Deus, , olha o seu pai ali…
- Eu vi, ele estava assistindo a gente - deu de ombros - Vai, eu vou filmar…
- Filmar para que, ? Meu Deus, que mico - levou as mãos à cara, mas logo depois se recompôs. Dar mortal sempre foi uma de suas coisas favoritas, e ela não faria aquilo se não estivesse se sentindo 100% segura. Ela respirou fundo e antes de executar a acrobacia, piscou para o Enzo, que tinha um enorme sorriso na cara - Pronto, gostou? - Ela perguntou arrumando os cabelos, que agora estavam na sua cara.
- Eu adorei! - Ele disse sorrindo e a abraçou, para a surpresa da italiana - Vou pegar uma bala com a minha mãe para você…
Dizendo isso, o garoto saiu correndo em direção a mãe, deixando os três sorrindo em campo, após Enzo retornar com a bala, ele e Marcelo se despediram do casal e foram embora.
- Eu vou me trocar e já volto, eu te encontro ali na arquibancada com a Lexie. - disse dando um beijo na garota.
Dentre os muitos dias que tivera com a italiana, aquele tinha sido um dos mais especiais. Sabia que os momentos com ela estavam chegando ao fim e queria aproveitar a todos da melhor forma que conseguiria.
Ao sair, já de banho tomado, sorriu ao ver a italiana conversando com seu pai, que assim que ele chegou se despediu dos dois para voltar ao hotel com o restante dos jogadores. Não sem antes dar uma piscada de incentivo ao filho.
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respirou fundo após finalmente entregar a sua prova para o monitor responsável, e saiu sem pressa do prédio de Letras e Ciências da UCLA, assim como outros alunos, ela se sentou na escadaria e ficou lá por um tempo. Ouviu o seu celular tocar algumas vezes, mas não atendeu, a sua cabeça não parava e ela sabia o porquê.
Após descobrir que a lesão que tivera a impediria de dançar por cinco meses, se sentiu sem chão, apesar dos médicos dizerem que após a cirurgia ela voltaria a dançar como antes, ela não acreditava naquilo, tamanha a dor que sentia, e foi por isso que ela se matriculou no curso de verão da UCLA sobre Shakespeare. Quando ela contou para sua mãe que pretendia passar o seu verão na universidade, Luciana caiu na gargalhada, e na hora ela não entendeu, mas agora sentada nas escadarias, finalmente se tocou.
Ela não queria fazer aquele curso, nunca quis, e era por isso que ela não estava se importando nem um pouco por ter ido tão mal na prova. queria ser uma dançarina, e todos que a conheciam sabiam disso. A garota respirou fundo mais uma vez e pegou a sua bolsa que estava largada no chão, quando estava prestes a se levantar, deu de cara com em um carrinho de golfe.
- Quer uma carona, ragazza? - Ele perguntou, enquanto piscava para ela.
sorriu surpresa para o garoto e desceu o resto da escada que faltava. Antes de entrar no carrinho, ela se inclinou no banco e roubou um beijo de .
- Idiota! - Ela disse dando um tapa leve no braço do jogador - Eu pensei que eu ia te encontrar na sorveteria!
- Quis fazer uma surpresa… Achei que a nossa despedida podia começar da mesma forma como nos conhecemos.
- Mais uma? - Ela perguntou, ignorando o restante de sua frase, e o jogador apenas deu de ombros - Não quero nem saber como você arranjou esse carrinho - Ela disse enquanto se sentava ao lado de , que piscou para ela antes de dar partida.
os levou até a sorveteria onde haviam ido após os amassos na biblioteca, a lembrança fez sorrir, ela gostaria de repetir aquele momento ao lado do jogador, mas ela se lembrou que na verdade aquele momento que eles estavam tendo seria o último. pegaria um vôo na manhã seguinte para Chicago e de lá ele voltaria para Madrid. O sorriso já não existia mais na cara de , e quando a garota olhou para , sentiu que ele estava pensando na mesma coisa.
- …
- Como você foi na prova? - Ele a interrompeu ao perceber que o que ela iria falar não seria bom.
- Fui péssima - Ela deu de ombros enquanto terminava o seu sorvete - Mas não estou me importando, não é o que quero para a minha vida.
- É, eu sei - O jogador sorriu para ela - Quer dar uma volta?
A italiana concordou com a cabeça e juntos deixaram a sorveteria, o guiou até uma área mais tranquila da universidade, e sorriu quando o viu jogar a sua mochila no chão e sentar na mureta que tinha ali. Ela fez a mesma coisa, a puxou para perto e eles ficaram por um tempo abraçados, sem saber, ambos pensavam a mesma coisa, queriam guardar aquele momento para sempre, porém o silêncio incomodava.
- Lexi me disse que você estava meio mal ontem, por quê?
olhou atentamente para , que a olhava da mesma maneira. A respirou fundo antes de encostar a sua cabeça no ombro do garoto, que a abraçou com força e depositou um beijo demorado no topo da sua cabeça.
- Eu fui visitar o meu pai em Milão mês passado - começou - E a visita não foi lá essas coisas... E parece que cada dia que passa, ao invés de tudo voltar ao normal, elas ficam ainda piores.
se soltou do abraço de e ficou de frente a ele, com as pernas separadas pelo murinho que estavam sentados, o moreno repetiu o gesto da garota.
- Meu pai e minha mãe, eles têm uma personalidade muito forte, acho que puxei isso deles - deu de ombros, enquanto dava um risinho fraco - Desde que eu e minha mãe nos mudamos para cá, meu pai ficou bem frio, e indiferente a minha vida. Ele costumava ser a pessoa que mais apoiava a minha dança. E quando eu me lesionei em fevereiro, durante a minha apresentação, ele nem se importou, - respirou fundo, segurando o choro - Eu liguei para ele em busca de conforto, eu disse a ele que queria desistir, e ele apoiou, disse que era melhor eu parar mesmo, que não via um futuro na dança - olhou atônito para , sem saber o que fazer - Ele disse que era para eu tentar outra coisa, e ainda sugeriu em um tom irônico que eu desistisse da faculdade e fosse trabalhar com ele na padaria... - passou as mãos no cabelo, os puxando para baixo.
- A blusa que você me emprestou... - disse meio inseguro - Você disse que era do seu pai…
- Era sim - riu sem humor – Ele costumava usá-la em todas as minhas apresentações, no começo eu morria de vergonha, mas depois acabou virando uma tradição, meu pai usar aquela blusa horrorosa roxa me deixava mais calma e confiante.
- E você trouxe ela para cá, por quê?
- Porque o meu maior fã não gosta mais de me ver dançar, e eu pensei que talvez a minha mãe pudesse começar a usá-la, sei lá - revirou os olhos – A blusa ainda está com você, né?
- Sim, prometo que vou te devolver – O garoto disse rapidamente e mexeu a cabeça, discordando.
- Pode ficar tranquilo, foi uma ideia boba essa da camiseta…
- Talvez eu possa usá-la pra te ver dançar - disse abrindo um enorme sorriso, que fez o coração de murchar. A garota se aproximou dele até que os seus narizes estivessem se tocando e deu um longo selinho no garoto.
- Você é um amor – Ela disse enquanto fazia carinho no cabelo do francês – Mas você tem um jogo, lembra? Você já vai estar em Chicago quando eu estiver me apresentando...
- Eu posso pedir para o meu pai adiar a minha apresentação, posso ir para Chicago apenas no dia três...
- Nem pensar, ! - arregalou os olhos, assustada com a facilidade que ele disse aquilo – Você me disse que ele vai te colocar para jogar nessa partida, é a sua estréia no primeiro time, você precisa estar preparado, não quero ver você fazer um gol contra que nem naquele vídeo que você me mostrou.
- Há, há - fez uma careta para a , que apenas riu e o beijou com carinho – Posso te fazer uma pergunta, ragazza?
- Até parece que se eu disser não, você não irá perguntar – Ela disse sorrindo e a puxou pela cintura.
- Por que você escolheu Romeu e Julieta para estudar? Quero dizer, existem livros bem mais fáceis que esse...
- Eu cresci na Itália, lembra? Minha mãe me contava todos os dias que o amor que ela teve pelo meu pai foi igualzinho ao de Romeu e Julieta, ela adora Shakespeare e me fez adorar também.
- Você acredita no amor deles? De terem se apaixonado à primeira vez que se viram? Que é possível amar alguém que se conhece há tão pouco tempo? - encarava nos olhos, a sentiu um frio na barriga ao encará-lo também, os olhos de a intimidavam, principalmente por ela não saber que cor exatamente eles eram, às vezes castanhos, outra hora verdes, era uma tempestade de cores que adorava observar.
- Aonde você quer chegar? - A italiana perguntou de uma vez, com medo da direção que aquela conversa estava tendo.
- Não quero chegar em nenhum lugar, , apenas quero saber, se você acha possível.
- ...
- Apenas me diga, - Ele pediu com calma para a , que respirou fundo.
- Acredito que sim, e você?
- Eu acho que você já sabe a minha resposta.
disse ainda calmo, enquanto pulava do muro que estava sentado, ficou observando a italiana, que não esboçou nenhuma reação, o garoto respirou fundo e depositou um beijo na bochecha da antes de lhe oferecer a mão para que eles pudessem ir para algum lugar mais privado.
- Você não pode fazer isso – disse depois de um tempo calada.
- Isso o quê? - perguntou confuso.
- Dizer essas palavras, se apaixonar por mim! - disse exasperada, ela mexia as mãos de um jeito cômico, se não estivesse preocupado com o momento, ele teria rido.
- Eu não escolhi me apaixonar por você, ! Aconteceu, e eu gosto de me sentir assim.
- Para com isso! Para de dizer isso! - fechou os olhos como se aquilo fosse ajudá-la fugir daquela situação.
- Eu não quero parar, , eu gosto de estar apaixonado por você, mesmo que você esteja com medo, eu estou feliz – disse erguendo os braços, em sinal de rendição.
- Você não vai estar feliz quando no dia 4 de agosto você embarcar de volta para Espanha, ! - saltou do muro e caminhou com passos decididos até o garoto – A gente sabia desde o começo que não poderia passar de um casinho de verão, lembra? E veja onde estamos.
- Sei que você está tentando me afastar, fazer com que eu me sinta culpado, mas olha, não está funcionando...
- Meu Deus do céu, ! No que você está pensando? Você acha que nós dois podemos mesmo funcionar?
- Eu gostaria de tentar – Ele disse sério, mas com o semblante ainda calmo, para o desespero da italiana, que soltou um grunhido em frustração.
- Eu não vou parar de dançar por sua causa – disse firme, cruzando os braços.
- O quê?! - a encarou chocado, sentia como se tivesse acabado de levar um tapa no rosto – Quem disse que você tem que parar de dançar para estar comigo, ?
- Eu tive uma conversa com o seu pai!
- Quando?
- Você tinha ido pro vestiário com os jogadores e ele me chamou. Ele me disse que a sua mãe largou a dança para acompanhá-lo em sua carreira no futebol! Eu não vou fazer isso, ! Não vou desistir do meu sonho por causa de um casinho de verão!
- É isso que você pensa de mim, de nós? - a encarou completamente magoado e decepcionado, podia sentir o quanto suas palavras tinham machucado o garoto. - Eu jamais pediria para você fazer isso, , desistir da dança, da sua vida, pra me seguir por aí - Ele respirou fundo – Minha mãe parou de dançar por livre escolha. Meu pai fica bem chateado quando tocamos nesse assunto, ele não queria que ela tivesse parado, mas ela sempre diz que nunca se arrependeu.
- , eu não deveria ter falado isso.
- Mas falou, agora ao menos eu sei como você se sente de verdade em relação a mim. Eu estava tranquilo porque achei que você só tava com medo de admitir que também está se apaixonando, relacionamentos a distância dão medo, mas você já decidiu que não vamos dar certo e que eu sou o tipo de cara que pede pra uma mulher escolher entre ele e a profissão.
- . - pediu, sentindo as lágrimas começarem a se formar em seus olhos.
- Tá tudo bem, , desde o começo você me disse que não queria nada mais do que isso, eu que achei que com o tempo podia fazer com que você mudasse de ideia, mas pelo visto você não só não mudou, como formou uma opinião sobre mim, sem nem conversar comigo. Diga adeus a Lexi por mim - disse por fim, sem aguentar mais segurar as lágrimas que caíram sob seu rosto - Eu… espero que sua apresentação seja perfeita.
⚽⚽⚽
- Ciao, bella. - se assustou ao ouvir a voz de Carol atrás de si - Só sei isso em italiano - ela riu, antes de ver o estado da garota. - Foi tão ruim assim?
- Eu estraguei tudo, Carol.
tinha passado mais uma noite em claro, não tinha respondido as suas mensagens e no dia seguinte, sem saber o que fazer, enviou uma mensagem para a francesa, precisava conversar com alguém que soubesse um pouco do que ela estava passando. A mais velha, ao ouvir o tom dela no telefone, concordou em encontrá-la bem longe de tudo e todos, e por isso estava na praia de Santa Mônica, observando o mar.
- Como foi que você e o Karim se conheceram? - perguntou e pôde notar o olhar desconfiado da mais velha. A verdade era que acreditava que o seu romance e de tinha poucas chances de se concretizar, ela queria acreditar que eles tinham um futuro, mas ela não conseguia enxergá-lo e pensou que se soubesse um pouco mais de um casal que parecia dar super certo, poderia ter uma visão mais ampla sobre sua própria situação.
- Meus pais eram vizinhos dos Zidane em Madrid - Ela começou com um sorriso nos lábios e a dançarina sorriu também, era tão bonito o quanto os franceses pareciam ser apaixonados um pelo outro - E depois que eu terminei a faculdade, voltei pra lá, e como eu já sabia falar espanhol, o Zidane me pediu para ajudar o Karim a se adaptar com o idioma, a mídia tava pegando no pé dele com isso e como ele já estava na Espanha há algum tempo, eu pedi para ele me mostrar os lugares que ele gostava - Ela deu um sorriso esperto - Mas a verdade é que eu já conhecia tudo, só queria passar mais tempo com ele, desde a primeira vez que o vi, sabia que a gente teria alguma coisa.
- E vocês começaram a namorar logo depois?
- Quem me dera - Ela bufou - Eu não sou a pessoa mais fácil do mundo, sou muito teimosa, e ele também não é nada fácil, super fechado. No começo a gente brigava muito, e ele era muito ciumento! Sabe aquela história que eu te contei sobre ter morado no ônibus de uma banda? - A italiana concordou com a cabeça - Você não pode nem pensar em mencionar isso perto dele, ele morre de ciúmes desse meu ex-namorado…
- E tem motivo? - ergueu uma sobrancelha, estava surpresa com esse lado de Benzema, ele não aparentava ser ciumento.
- Claro que não! Nenhum dos meus ex’s chegam perto do Karim! Ele que é um bobo - Carol riu junto com a dançarina - Depois de um ano e meio ficando sem muito compromisso, decidimos namorar e logo depois eu engravidei, foi só aí que começamos a tomar jeito, eu ainda estava bebendo quando descobri que tava grávida da Melia, foi desesperador, me culpei a gravidez toda pensando que poderia ter feito algo de mal pra ela, quando a segurei pela primeira vez e vi que ela era perfeita, consegui finalmente respirar aliviada.
- O me disse que vocês tinham uma filha, quantos anos ela tem?
- Ela fez três esse ano, e é o grande amor da minha vida junto com o Karim, depois dela finalmente tomamos jeito e viramos uma família de verdade - A francesa respirou fundo antes de continuar - Se você acha que o que você e fizeram aquele dia no hotel foi perigoso, você iria ficar assustada com o que eu e Benzema já fizemos.
- O quê? - perguntou curiosa.
- É melhor não te dar ideias - Carol respondeu séria e a dançarina concordou, mas logo depois começaram a rir - Estamos fugindo do verdadeiro assunto.
- Qual?
- Você dar uma chance para o ! Uma chance para o relacionamento de vocês! - A francesa abriu um grande sorriso, para o desespero de . - O que aconteceu?
acabou por contar tudo o que vinha sentindo desde a primeira vez que viu , quando o encontrou andando de bicicleta e até sobre a pulseirinha que ele havia lhe dado. Carol escutou tudo que ela tinha pra falar, sem abrir a boca, a italiana contou também que depois que o jogador foi para o vestiário, ela ficou conversando com o pai de , eles falaram sobre a mãe da garota e ele perguntou sobre sua apresentação, logo o assunto acabou voltando para a sua esposa e foi então que descobriu que ela tinha desistido da carreira para seguir o marido.
Aquilo, junto ao fato de ter dito que iria pedir ao pai para se apresentar ao time um dia depois que os demais, a fez ficar com medo de que se ela se deixasse levar por um jogador, aquele seria seu destino.
De repente, ao pensar em seu futuro, viu o rosto de seu pai, provavelmente ele ficaria feliz em vê-la desistir da dança, mas ela amava tanto tudo que a profissão lhe trazia, que acabou enfiando os pés pelas mãos, descontando em tudo que vinha sentindo, quando o seu maior fã e apoiador simplesmente lhe deu as costas.
Mas quanto mais ela pensava no assunto, mas ela tinha certeza, tinha discutido com o garoto numa tentativa em vão de mascarar a dor de saber que os dias deles juntos tinham chegado ao fim.
- E agora ele vai embora e eu vou me acabar de chorar com um pote de sorvete e ganhar várias espinhas depois - terminou seu monólogo e respirou fundo, ainda não conseguia acreditar que aquelas duas semanas se passaram tão rápido.
- Como se o não fosse ficar igual, ou pior. - Carol revirou os olhos - Primeiro que você só ouviu o lado da história que te interessou, a Veronique desistiu sim de ser dançarina, mas não teve um único dia que eu a vi se arrepender dessa decisão, ela diz que é muito mais feliz agora do que quando dançava, porque ela ainda pode dançar, mas por prazer. Na época ela estava dançando pra ganhar dinheiro e todo amor que tinha pela dança estava sumindo. Eu aposto que o Zizou não te contou essa parte, né?
- O tentou… - disse brincando com a areia.
- E você sabia que eu também trabalho? Todos os dias? - Carol riu do olhar chocado que lhe lançou – Ah, , eu vim preparada com todo meu arsenal e vou te dar vários exemplos.
- Exemplos?
- Isso, de mulheres de jogadores que, apesar de tudo, ainda tem uma vida fora do futebol. - Ela piscou para a mais nova - Mas é claro, eu não estou falando que você e o são o amor da vida um do outro, ou que tenham que se casar, nada do tipo. Eu só quero te mostrar que vocês podem fazer funcionar, se for o que vocês realmente quiserem - A italiana apenas concordou, ainda estava assustada com as coisas que havia ouvido - Eu tenho minha clínica e atendo pacientes todo dia, mas me dou ao luxo de sair às 15h para buscar a Melia na escola e passar o resto do dia com ela. O Karim fica todo carente quando tem essas pré temporadas e esse ano decidi vir com ele, deixamos a Melia com meus pais. Fazia tempo que não tínhamos um tempo só nosso, não somos casados, mas é como se fosse uma segunda lua de mel.
- Mas…
- Você conhece o James Rodriguez? Não importa! - Carol não deixou a a interromper - Ele mudou de time nesse verão, e sua esposa, a Eli, é jornalista esportiva e estava super preocupada com a mudança de país e da língua tão diferente, mas esses dias ela me ligou e disse que estava tudo ótimo e que foi bobeira se preocupar daquele jeito, uma emissora da América do Sul tinha procurado ela para ser a nova correspondente da Bundesliga. Outro exemplo parecido é o da Anny, esposa do Toni Kroos, também foi difícil para ela quando eles se mudaram da Alemanha para a Espanha, mas como eles estavam juntos, ocorreu tudo bem, ela até estava pensando em abrir um negócio próprio agora que a Amelie, sua filha, está maior. Mas um exemplo que talvez se encaixe melhor com o seu e do no momento, é o da Bárbara e do Daniel, lembra deles? - murmurou um sim baixinho - O Dani foi emprestado por um tempo para um time da Alemanha, e a Bárbara continuou a morar na Espanha porque estava terminando a universidade. No começo foi difícil para os dois, mas não impossível. Você que ser dançarina, certo?
- É o meu sonho.
- Temos grandes escolas de dança em Madrid e se lá não for o seu sonho, Londres, Paris são lugares incríveis para sua profissão e apenas algumas horas de vôo de distância, meus pais voltaram para França, mas eu os vejo direto. Tudo o que eu estou dizendo é que a distância não é um empecilho e muito menos profissão.
- Eu entendi o que você está querendo me dizer - disse um pouco nervosa, após aquele imenso discurso da mais velha, a dançarina estava se sentindo ainda pior - Eu já não tenho mais essa ideia de que as esposas dos jogadores não fazem nada, eu era bem idiota em pensar assim.
- É normal se assustar, - Carol sorriu meiga para ela - Você achou que ia ter um amor de verão e quando acabasse voltaria para sua vida, e agora tá vendo que não é bem assim, gostar de alguém é algo assustador e eu acho que vocês devem ir devagar. Relacionamentos a distância não são fáceis, mas nada é impossível quando se tem vontade e amor, e eu acho que isso você tem.
- Certo - A italiana concordou, nervosa, ao lembrar que já havia comparado o seu romance e de com a história de Shakespeare - Eu estou assustada sim, é que está acontecendo tudo tão rápido, e eu não sou assim, entende? - A italiana se virou de frente para a francesa - Quando eu concordei em ficar com o na biblioteca, eu achei que seria apenas uma vez - Ela respondeu enquanto se lembrava do momento - Mas aí ele começou a me mandar mensagens, e meu Deus! O é incrível! Eu sou uma pessoa diferente perto dele, uma pessoa melhor! Meu Deus, o que eu estou fazendo?
- Você está se apaixonando, é isso que você está fazendo.
- Che cazzo sto facendo? Sono innamorato di un calciatore! Che cazzo!
- O quê? Olha, , se você quiser manter a conversa, tem que prometer que não vai falar mais italiano, eu não sei nada! - Carol disse, tirando os óculos de sol que usava - Eu conheço o há muito tempo, e eu nunca o vi desse jeito - Ela sorriu para a italiana - Ele fica muito feliz quando está ao seu lado, , e conselho de quem já quebrou muito a cara por aí. O vale muito a pena, ele é o tipo de cara que vai pôr a sua felicidade antes da dele, . Tem gente que leva uma vida toda pra achar alguém assim.
respirou fundo, enquanto assimilava as palavras da francesa. Já fazia um tempo que ela tentava fugir daquela palavra. Apaixonada. Sua mãe sempre lhe dissera que um dia ela iria encontrar uma pessoa que a faria esquecer de todos os problemas do mundo, mas era justamente por conta de sua mãe que ela duvidava do amor, mas guardava esse medo para ela mesma. Quando os seus pais se separaram, ela deixou de acreditar no amor, mas naquele momento ela se questionava, e após as palavras da Carol, a italiana parou para pensar se não era a pessoa que a faria a acreditar no amor novamente.
- Nós temos que ir - A italiana se levantou apressada, olhando o relógio.
- Ele já foi, , o avião do time saiu ontem à noite. Ele só ia ficar até hoje para ter mais uma noite com você. Depois da briga... Eu cedi meu lugar no vôo pra ele e vou agora, no vôo que era pra ser o dele.
- Eu o perdi.
A italiana teve que segurar a risada. A verdade era que sim, sempre se envolvia em problemas, não era como se ela procurasse por eles, eles vinham até a dançarina; é o que ela costumava dizer aos seus pais, nas inúmeras vezes em que eles foram chamados na escola quando a garota se envolvia em uma briga. Mas dessa vez, estava um pouco apreensiva, tinha medo de ter metido em problemas sérios.
- Você acha que o vai se ferrar pelo o que aconteceu hoje? - perguntou, fugindo da pergunta da francesa, que continuava a sorrir.
- Não vão descobrir, fica tranquila.
- Mas e se descobrirem?
- Ele vai levar uma dura - Carol respondeu, sincera.
- Eu não sei no que eu estava pensando, sou muito idiota - disse enquanto se abaixava e apoiava a cabeça nas mãos - Ele é filho do técnico do time, está começando a carreira e essa pré-temporada é muito importante para ele…
- ?
- E lógico que eu tinha que dar a brilhante ideia de bebermos! Sono uno stronzo!
- Quê? Não importa! - A francesa revirou os olhos - Você realmente acha que são os primeiros a fazer algo desse tipo? , vocês são jovens - Carol bufou, após parar em mais um sinal vermelho, o hotel Bervely Hills não era muito longe da UCLA, mas elas estavam atrasadas - Eu já fiz cada burrada.
- Tipo? - Perguntou a italiana, interessada.
- Para começo de conversa, quando eu tinha a sua idade eu morei por um mês em um ônibus de uma banda…
- O quê?! - perguntou sorrindo.
- E sem falar do cabelo rosa…
- Cabelo rosa? - A italiana sorria, e Carol percebendo que a preocupação da garota estava indo embora, se sentiu bem e decidiu que não faria mal contar algumas de suas histórias.
- Como eu já te disse, os meus pais são brasileiros, mas eles se mudaram para França bem antes de eu nascer, graças a Deus eu sempre tive uma ótima condição de vida, e aos dezoito anos eu me mudei para cá para fazer universidade…
- Você estudou aqui? Onde?
- Na Cornell e cursei nutrição, mas essa não é a parte importante - Ela disse, enquanto voltava dar partida no carro - Foi a primeira vez que eu estava longe dos meus pais, e eu surtei com o tanto de liberdade que ganhei. No começo do segundo ano, eu abandonei a universidade e fui viajar em turnê com o meu namorado…
- Quem era? - A dançarina perguntou curiosa e sorriu ao ver Carol fechar os olhos, constrangida.
- Não importa, ! O que eu estou querendo te dizer é que é super normal fazer essas bobagens quando se é jovem…
- Era de uma banda americana? - A italiana insistiu.
- Ele era o baixista, isso é tudo que eu vou te dizer! - Carol respondeu um pouco vermelha e preferiu não insistir.
- Uma vez eu já pensei em me mudar para Austrália - disse, voltando a encarar as ruas movimentadas de Los Angeles - Eu costumava namorar esse cara, ele é surfista, e ele vivia me dizendo que as ondas na Oceania eram muito melhores. Acho que foi a coisa mais maluca que cogitei fazer.
- Você pretendia fugir com ele? - A francesa perguntou, a olhando de lado.
- Sim - respondeu, enquanto revirava os olhos.
- Embebedar um jogador de futebol não parece tão ruim agora, não é mesmo?
teve que rir com aquele comentário, realmente não parecia tão ruim, ainda mais quando ela analisava o seu relacionamento com Jake, seu ex. Ela estava cursando o terceiro ano na escola quando o conheceu. Ela costumava frequentar a praia de Malibu com as suas amigas e ele estava sempre lá, conversa vai e conversa vem, quando a dançarina foi notar, estava completamente encantada por ele.
Jake no começo não queria nada sério, o que chateou , que o queria como namorado. Mas a garota persistiu até que ele a pediu em namoro, e no começo foi bom, muito bom, mas depois de um tempo ela notou como o relacionamento girava em torno dele e como ele não se preocupava com ela, para Jake o sonho de de ser uma dançarina era besteira, ele nunca levou a sério. Após o fim do ensino médio, a garota teve uma conversa franca com a sua mãe, que sempre foi muito boa em jogar as verdades na cara da filha, e então a italiana decidiu que seria melhor terminar o seu namoro com Jake.
A primeira vez que a italiana colocara os olhos em , ela se lembrara do seu ex, não pela aparência, e muito menos pela personalidade, que eram totalmente opostas, mas sim por conta da forma que ambos a faziam se sentir. Ela se sentia especial ao lado deles, mas na verdade era apenas que a achava especial, em duas semanas ele se importou mais com ela do que Jake se importou em um ano de namoro.
- Você tem dez minutos ainda, onde vai fazer o seu treino? É muito longe daqui?
- Seu eu correr, não - A garota respondeu e se virou de frente para mais velha.
- Não se preocupa, mesmo que leve uma bronca, eu tenho certeza que ele deve estar sorrindo feito tonto, como toda vez que eu olho pra ele desde que te conheceu.
- Obrigada, Carol, por me trazer e por ajudar o .
- Não há de quê. - ela sorriu, vendo a italiana descer do carro - Ei, , anota meu telefone. Se o pânico bater, me liga. Eu já passei por isso e sei como é assustador.
anotou o número da mais velha e prometeu enviar uma mensagem para que ela também tivesse seu contato. Ela correu em direção à academia da universidade onde aconteceria o treino e se permitiu xingar em italiano bem alto, frustrada por ter deixado se levar e ter bebido a noite toda, fazendo com que quase fosse pego. A dor de cabeça que sentia também não ajudava em nada e seu treino foi muito pior do que pretendia, durante a pausa do almoço, ela pegou o seu celular e se pegou sorrindo feito uma tonta enquanto olhava as fotos no instagram do jogador e após essa pequena pausa se perdendo na beleza de , o treino finalmente começou a render.
caminhava calmamente pela Universidade, enquanto ouvia os áudios que havia recebido de sua mãe, neles ela dizia que estava com saudades e aproveitava para perguntar como estava sendo a pré temporada em Los Angeles, o jogador sorriu quando deu play no último áudio, o assunto era a .
Logo depois que a conheceu, ele ligou para sua mãe. Muitos dos seus amigos iriam zoar por ele ter feito isso, mas o jogador sempre fora muito próximo da mãe e queria contar para ela como a italiana mal humorada havia o feito sorrir por um dia inteiro.
Sua mãe do outro lado da linha começou a rir, e sabia o porquê. Desde que terminara o seu romance com Chloé, sua mãe sempre lhe dizia que ele aparentava estar abatido, ela vivia lhe dizendo para sair, ir em festas, tentar conhecer alguém, mas o jogador não sentia vontade.
E é por isso que Veronique Zidane havia gostado da garota italiana logo de cara, há muito tempo ela não via o seu filho sorrir daquele jeito, e juntando com as histórias que ele lhe contava sobre a dançarina, foi o suficiente para que ela apoiasse o romance entre os dois.
saiu da conversa com a sua mãe e entrou na conversa de Lexi, a americana havia lhe mandado uma mensagem explicando o caminho que levava até o estúdio de dança, onde estava treinando naquele momento. O jogador queria fazer uma surpresa para a garota, já que ouvira de Carol que ela havia se sentindo culpada após o ocorrido no hotel. Apesar das broncas que ele ouviu de Marcelo e Karim, não se arrependia nem um pouco da noite que tivera ao lado da italiana.
O jogador começou a andar mais rapidamente quando reconheceu a música que estava sendo tocada, era Frontier. havia mostrado a ele que seria essa música que ela iria se apresentar no Los Angeles Theater em alguns dias. Não foi muito difícil achar a italiana, já que a sala de dança que ela estava era uma das primeiras do estúdio, o francês agradeceu a porta aberta que ela havia deixado e aproveitou para assistir o treino da italiana.
Ele nunca havia visto ela dançar pessoalmente, pelo menos não daquela forma. O jogador se lembrava muito bem do luau que havia ido a convite de , e se lembrava mais ainda de vê-la dançar em cima de um palco improvisado e sentir o seu coração disparar.
Mas dessa vez era diferente, e não só por conta do estilo diferente de dança. A garota estava diferente, extremamente concentrada, mas o que chamou a atenção de foi o olhar da italiana, ele reconhecia aquele olhar. Ele ficava com aquele olhar quando jogava bola, quando fazia a coisa que mais gostava no mundo.
O francês notou quando a música chegou ao fim, mas não se mexeu, continuou a observar a italiana que havia parado de dançar. brincava com os fios cabelos que insistiam em cair do coque que ela havia feito, quando se abaixou e pegou de dentro da sua bolsa um caderninho. teve certeza que ela estava anotando as coisas que tinha que corrigir na coreografia, as caretas que ela fazia deixavam claro que ela não estava contente e ele não entendia o porquê, para ele, ela estava perfeita. Após longos minutos, ela voltou a se levantar e tomou um susto ao notar que não estava mais sozinha na sala de balé.
sentiu o seu coração disparar quando encontrou o olhar de preso a si. O jogador estava com o uniforme de treino, com a mochila nas costas e com os braços cruzados enquanto a observava, a italiana se perguntou há quanto tempo ele estava lá.
- ? - Ela perguntou baixinho, enquanto se aproximava do jogador, que sorriu sem mostrar os dentes para ela - Você está aí desde quando?
- Já faz um tempinho - O jogador respondeu enquanto descruzava os braços e colocava as mãos no bolso da frente.
- Nossa, eu nem te vi, estava tão concentrada…
- Você estava linda, - Ele disse a encarando com uma intensidade absurda - Quero dizer, está linda.
- O que você está fazendo aqui? Você não teve um jogo hoje? - Ela perguntou um pouco nervosa, enquanto ajeitava a sua saia de balé.
- Eu tive um jogo hoje, mas não joguei - A garota concordou com a cabeça - Perdemos de 4x0.
- Que merda, - disse sincera enquanto cruzava os braços - Você não devia estar no hotel?
- Eu pedi permissão para o meu pai para vir aqui, , se é isso que você quer saber - O jogador disse, enquanto abria um sorriso.
- Não, eu sei que pediu, não é isso - A italiana respirou fundo, não sabia por que estava tão nervosa - Eu apenas não te esperava aqui, estou surpresa.
- Que bom - sorriu enquanto fechava a porta da sala de dança - Essa era a intenção.
- ? - voltou à pergunta, havia algo de diferente no jogador, mas ela não sabia o que era. - Tá tudo bem?
- Houve uma mudança no nosso calendário, eu viajo para Miami amanhã.
Então era isso, pensou, eles teriam um dia a menos juntos. Estava triste, afinal, já tinha incluído ver nos seus planos para o dia seguinte, mas ao menos aquela ainda não era a despedida final, que ela se recusava a sequer pensar sobre. Em duas noites ele estaria de volta e poderiam se curtir por uma última vez.
A garota concordou com a cabeça e se virou de costas para o jogador, em busca de sua bolsa que estava jogada no chão, mas ela pôde notar o olhar de tristeza que tomou conta da cara de .
- Ainda temos essa noite - Ele disse enquanto se aproximava.
- Que horas você tem que ir embora? - Ela perguntou ainda de costas para ele.
- Apenas de manhã, - disse forçando o sotaque italiano, o que fez ela sorrir - Até amanhã eu sou todo seu, ragazza.
A dançarina não se aguentou, levantou rapidamente e sorriu ao ver que ele já estava bem próximo a ela, a garota puxou o jogador pelos ombros e o beijou. não ficou surpreso com o ato repentino da italiana, ele já estava acostumado com aquilo. Desde a primeira vez em que a beijou na biblioteca sabia que era assim. Com ela, tudo era intenso.
- Eu estava pensando - Ele disse após a garota romper o beijo e o abraçá-lo pelo pescoço - Você disse que queria me ver dançar...
- Você vai dançar para mim, ? - perguntou erguendo uma sobrancelha, enquanto olhava para ele.
- Não, eu vou dançar com você, - Ele respondeu, abrindo o famoso sorriso que ela tanto adorava.
se separou do jogador e pôs as mãos na cintura, o sorriso que tinha na sua cara fez com que sorrisse ainda mais, ele achava adorável quando a italiana não conseguia controlar o sorriso, fazendo com que os seus olhos ficassem levemente puxados.
- Que música, bello? - Ela perguntou enquanto se abaixava na direção do seu celular. - Shakira?
- Engraçadinha - Ele mostrou a língua para ela, antes de caminhar em sua direção, se abaixou e ficou atrás da italiana, que sorriu para ele. Antes de continuar a falar, o jogador colocou as suas mãos nas costas da menina e depositou um beijo delicado em sua nuca - Perfect do Ed Sheeran.
- Eu estou tendo um deja vu - Ela disse inclinando levemente a cabeça para o lado, tudo que fez foi sorrir e beijar a ponta do nariz da italiana, que sorriu antes de botar play na música.
O jogador se levantou e de repente se sentiu muito nervoso. Ele havia decidido que iria dançar com a italiana depois de uma conversa que tivera com a sua mãe, mencionou que havia contado para que costumava dançar quando mais novo e sua mãe o incentivou a dançar junto com a garota.
- Não fique nervoso, ragazzo - disse enquanto se aproximava, ela pegou as mãos do jogador e colocou em sua cintura - Eu não vou contar para ninguém se você pisar no meu pé.
sorriu para ela e com um olhar ele entendeu que a garota iria guiá-lo durante a música. E assim ela fez, no começo eram apenas passos para o lado, mas conforme ela ia notando que o jogador estava mais confiante e confortável, ela começou a inventar. A garota sorriu quando ele foi pego de surpreso após ela se separar por um momento apenas para voltar novamente aos seus braços. O sorriso na cara do francês era ridículo, e ele sabia disso, mas não se importava. Ele estava muito feliz, estava dançando com a sua garota.
E foi por isso que ele decidiu experimentar, segurou com força na cintura da italiana e a levantou no alto e sorriu quando viu a cara de surpresa que ela fez. foi voltando aos poucos até o chão, mas dessa vez seu corpo e de estavam muito mais próximos, ela inclusive teve a impressão de que eles não podiam ficar mais colados.
A italiana, sentindo firmeza nos braços do jogador que a seguravam, aproveitou para fazer carinho no rosto do garoto. Ela sorriu enquanto tentava decorar cada detalhe do rosto de . Desde a barba que começava a crescer, o nariz que ela adorava apertar e finalmente os olhos, que ela ainda não conseguia decidir se eram verdes ou castanhos.
- O que foi? - Ele perguntou ao notar o olhar diferente da garota.
- Nada - Ela sorriu e apoiou a cabeça no ombro do jogador - Eu apenas queria que o verão durasse para sempre.
observava enquanto ele andava pelo estúdio de dança, ele olhava para tudo, era como se quisesse decorar cada parte daquele lugar, o que a garota achou adorável. Ela o puxou pela camisa quando ele estava indo para o lugar errado, e sorriu quando ele fez uma careta após ver uma mulher dar um incrível mortal para trás.
- Um dia eu te ensino, bello - sorriu para ele, enquanto abria a porta do vestiário para que eles entrassem - Eu vou tomar um banho bem rápido e então podemos ir…
- Sem pressa - O jogador respondeu, enquanto se sentava em um dos bancos que tinha ali.
Ele ficou observando a italiana, que organizava as suas coisas antes de ir para o box, e bufou irritado quando ela foi em direção ao banheiro tirar as roupas. esperou até ouvir o barulho do chuveiro ser ligado para colocar em prática o seu plano.
O jogador primeiro se certificou que a porta do vestiário estava trancada e então começou a tirar a sua roupa, ele caminhou silenciosamente em direção ao box que a dançarina se encontrava, e teve que segurar a risada quando notou que ela cantava a famosa música italiana “Bella Ciao”. Com um cuidado ainda maior, ele puxou a cortina do box, e sorriu ao ver o belo corpo da garota, ela estava de costas para ele, sorriu enquanto se aproximava, ele a abraçou por trás e se surpreendeu quando ela não pareceu surpresa.
- Por que demorou tanto? - Ela perguntou, se virando de frente pra ele com um sorriso sedutor no rosto.
- Porque eu sou um idiota - respondeu rindo de sua demora e colocou suas mãos com calma na cintura da francesa, deixando que seu corpo também entrasse em contato com a água quente e com o corpo dela.
tocou o queixo da menina, fazendo com que ela olhasse pra ele, o jogador queria guardar aquela imagem na cabeça pra sempre. Com cuidado, depositou um beijo rápido na boca dela, antes de focar no que ele realmente queria fazer: torturá-la. Ele começou a distribuir beijos por todo o contorno de seu rosto, sentindo passar as mãos por seus ombros e abraçá-lo para trazer seus corpos ainda mais para perto.
A dançarina ria durante os beijos que eram distribuídos por todo o seu pescoço, era um misto de cócegas, excitação e paixão. Saber que um garoto tão lindo e gostoso como estava ali, nu, todo para ela, a fazia se sentir poderosa. Ela tinha certeza que nunca se cansaria de admirar o corpo do jogador, que mais parecia uma escultura grega, de tão definido que ele era.
O corpo de já estava completamente molhado e ele muito excitado, adorava quando ele chegava naquele ponto, já que seu lado doce e gentil dava lugar a um muito mais dominante e safado. Ele então segurou o corpo da menina com um pouco mais de força, impulsionando ela para que suas pernas se entrelaçassem ao seu corpo, prendendo-a entre a parede e ele. Sua intenção não era das melhores, mas ele tinha certeza que adoraria cada uma delas, e foi com um sorriso da italiana que o jogador teve a sua confirmação de que ela o desejava tanto quanto ele.
- Você me deixa louco, . Olha isso - falou pressionando seu corpo ao dela.
- Eu não fico muito diferente quando você beija meu pescoço, .
- Assim? - ele perguntou num sussurro, mordiscando o local, fazendo o corpo dela se estremecer em antecipação.
- Exatamente assim. - ela não conseguiu disfarçar o gemido que soltou quando o francês passou a língua em seu lóbulo - , vamos ao que interessa…
- E o que é, princesa? O que você quer? - ele sussurrou mais uma vez no ouvido dela, pressionando ainda mais seus corpos nus.
- Você... em mim.
- Eu queria que você e a Lexi fossem assistir o nosso último treino aqui…
disse enquanto sorria para , ele tinha acabado de chegar de Miami e a primeira coisa que fez foi ir atrás da italiana. Eles estavam andando de mãos dadas pelos gramados da universidade, enquanto o jogador contava como tinha sido seus últimos dois dias, a garota sorriu para ele e logo depois concordou. estava se lembrando como eles haviam se conhecido, ela e Lexi haviam invadido o treino, e agora ela e a sua melhor amiga estavam sendo convidadas para assistir um.
- Você acha que vai jogar contra o time dos MLS all-star? - A garota perguntou, sabia o quão ansioso estava para estrear no primeiro time.
- Meu pai me prometeu alguns minutos - Ele respondeu um pouco mais sério - Mas vai depender de como for a partida - O francês disse e após notar o silêncio da dançarina, se virou para ela querendo entender o que estava acontecendo, a garota estava parada e olhava para o céu com atenção - ?
- Tenho certeza de que você vai ter um ótimo jogo em Chicago - Ela respondeu após um longo tempo.
apenas concordou com a cabeça e se aproximou da italiana, que mexia na pulseirinha que havia ganhado de presente do jogador, ele sorriu ao notar isso, com calma ela o puxou para mais perto, para um abraço cheio de carinho, algo não muito comum vindo de , o que fez com que o sorriso no rosto do garoto aumentasse ainda mais. Mas ela logo se separou e sussurrou que ligaria para ele mais tarde, não conseguiu fazer ou dizer nada, apenas observou a italiana dar um beijo delicado em sua bochecha e ir embora com lágrimas nos olhos.
- , por que você passou maquiagem?
A italiana olhou de lado para a amiga, mas não disse nada, continuou a andar até o centro esportivo da UCLA, onde o Real Madrid iria realizar o seu último treinamento. Dessa vez, ao contrário das outras, o treino iria ser aberto, para que os alunos da universidade pudessem assistir. O sorriso não abandonava o rosto de Lexi, havia mandando uma mensagem para elas avisando que a loira iria conhecer o Marcelo após o encerramento do treino, estava muito feliz pela amiga, mas um pouco mal humorada também, pois a americana não a havia deixado dormir durante a noite anterior por conta da ansiedade, a própria dançarina estava muito ansiosa também, mas não era por conta do treino, e sim por conta da sua prova sobre o Shakespeare que seria no dia seguinte.
- Minha cara está horrível, Lexi - Ela respondeu um pouco grossa, mas a sua amiga já estava acostumada - Não consegui dormir direito, estou nervosa…
- Você chorou ou foi minha impressão? - A americana perguntou timidamente, sabia que fazia de tudo pra esconder os seus sentimentos.
- Sim - Ela respondeu simplesmente, para a surpresa da amiga.
- Tem a ver com o ?
- Também - A italiana confessou enquanto elas se sentavam na pequena arquibancada que havia ali - Eu mandei uma mensagem para o meu pai ontem à noite…
- E aí?
- E aí que eu sou uma idiota - Ela disse enquanto mexia nos chaveiros da sua bolsa - Eu não sei por que tento me aproximar dele, tá na cara que ele não está mais nem aí…
- Você contou sobre a sua apresentação? - Lexi perguntou enquanto observava com atenção a amiga.
- Sim, e ele me perguntou quando é que eu vou parar de perder meu tempo com a dança e procurar algo que possa me sustentar.
- Não acredito, , não liga pra ele, deve estar cheio de problemas, sentindo falta da sua mãe, de você e acha que dessa forma vai conseguir alguma atenção. Não liga pra ele, foca em mim, eu não vejo a hora de te ver toda linda naquele palco, e sei de um certo francês que até desistiria de jogar pra te ver.
- Não quero que ele desista de nada, Lexie, e eu não pretendo desistir da dança também - Ela respondeu séria, enquanto tirava de dentro da sua bolsa as suas anotações, pretendia ficar estudando durante o treino - É que… A minha mãe nunca deu muita bola para minha dança, mas é o jeito dela, sabe? Mas o meu pai sempre me apoiou…
- Tenho certeza de que ele ainda te apoia, como eu disse, ele deve estar com saudades…
- É, talvez - A italiana deu de ombros, e com isso Lexi entendeu que aquele assunto havia terminado.
Após um período em silêncio, a se assustou quando viu a amiga praticamente pular do lugar que estava e começar a gritar, mas logo entendeu o porquê, os jogadores estavam entrando. De longe, reconheceu , o jogador acenou para as garotas antes de se juntar a roda de jogadores e ouvir o que Zidane tinha a dizer.
- Aquela não é a Carol acenando pra gente? - Lexi perguntou, cutucando a amiga, que tentava se concentrar em seus estudos.
- É sim - respondeu sorrindo para amiga.
As duas foram até o encontro da francesa, que estava segurando em uma das suas mãos uma garrafa de água e na outra seu óculos escuros, ela sorriu para as garotas e com a cabeça pediu para que elas a seguissem.
- Vocês lembram da Mia, né? - Carol perguntou enquanto se sentava.
- Prazer - Lexi e disseram praticamente ao mesmo tempo, e logo depois se sentaram ao lado delas.
se sentiu um pouco envergonhada, ainda mais quando Lexi sussurrou em seu ouvido que elas estavam no meio das WAGS do Real Madrid, a italiana resolveu voltar aos estudos, mas não conseguia se concentrar, e não era por conta da gritaria e sim por causa da garota ao seu lado, que não parava de a encarar. , já um pouco sem graça, se virou para ela e sorriu, a morena sorriu de volta, mas logo depois franziu as sobrancelhas.
- Me desculpa, mas é sério que você está estudando agora? - Ela perguntou, para a surpresa da dançarina, o inglês dela era perfeito e sentiu vergonha por ter tentado falar em espanhol com ela.
- Eu tenho uma prova importante amanhã - A italiana respondeu.
- Mas é verão - Mia disse o óbvio.
- Curso de verão, a UCLA tem isso - disse, fazendo uma careta.
- Ei, Bárbara - A espanhola gritou, chamando a atenção da mulher que estava sentada na frente delas - Achei a sua irmã gêmea - Mia se virou novamente para - Ela não para de estudar um minuto também...
- Não enche, Mia - A mais velha respondeu, enquanto se virava para as garotas - Muito prazer, sou a Barbara, você é a , né? A Carol me contou sobre você e sobre o … Não liga para Mia, ela adora tirar todo mundo do sério, principalmente o irmão dela…
- Ih vai começar - A espanhola disse enquanto revirava os olhos.
desistiu de estudar, passou o restante do treino conversando com elas, Carol ficou encarregada de acalmar a Lexi toda vez que ela surtava por conta de algo que via no treino. A italiana estava apoiada na grade que levava ao pequeno campo enquanto ouvia Mia contar como o seu romance com Marco Asensio havia começado, a verdade era que ela estava se divertindo bastante. Quando acordou naquela manhã, teve certeza que o seu dia seria péssimo, mas estava sendo totalmente o contrário.
A dançarina observou de longe enquanto os jogadores cumprimentavam alguns fãs, e não se surpreendeu quando, do nada, Lexi correu para o seu encontro.
- Eu acho que vou desmaiar, .
- Só lembra de respirar - A italiana sorriu para amiga, e a manteve entretida, porque de longe ela viu conversando com Marcelo e apontando para as duas - Ok, não surta. O Marquinhos está vindo para cá…
- É Marcelo, ! - Lexi disse antes de se virar de frente para o jogador, que sorria para as garotas.
- Olha se não é a italiana - O jogador disse enquanto se aproximava - Ainda está de ressaca?
- Um pouco - Ela sorriu, ao ver fazer uma careta atrás do jogador brasileiro, e aceitou o beijo que o mais velho deu em seu rosto, sabia como os brasileiros eram parecidos com os italianos.
- Essa é a Lexi, Marcelo - Ele disse tocando no ombro do companheiro de time - E provavelmente é a sua maior fã… Ela sabe praticamente tudo da sua carreira como jogador.
- E aí, tudo bem? Se é amiga do , já é minha também…
- Diz algo, Lexi - sussurrou para amiga, a cutucando, após longos segundos de silêncio, tudo que a americana fazia era encarar o jogador à sua frente.
- Não consigo, travei - A loira disse ainda com um sorriso aberto e ficou chocada, nunca antes tinha visto Lexie ficar sem palavras.
- Foi por causa de você que a Lexi se tornou fã de futebol - disse, querendo ajudar a amiga - E ela sempre me diz que além de você ser um grande jogador, é um cara muito bacana também, acho que você é a principal inspiração dela…
- Ô loirinha, não precisa ficar sem graça não - O jogador se aproximou da americana e a abraçou, teve vontade de chorar ao ver a cara de felicidade que a sua amiga estava - E eu te agradeço muito, ser a sua principal inspiração é uma honra para mim. Eu entendo o seu nervosismo, quando conheci o Zico fiquei assim também…
- Você já conheceu o Zico? - Lexi perguntou empolgada, enquanto se separava do abraço do jogador, mas ele continuou com os seus braços ao redor da garota.
- Vem cá, tu tem certeza que é americana? - Ele perguntou sorrindo e a menina concordou com a cabeça - Que curso você faz?
- Artes Cênicas - Ela respondeu já menos timida.
- Que nem a minha esposa!
- A Clarice é maravilhosa! - Lexi disse, fazendo o jogador abrir um enorme sorriso. - Eu sou muito fã de você e toda sua família.
- Eu também, loirinha, eu também.
assistiu a cena toda com um sorriso bobo no rosto, estava muito feliz pela amiga, sabia o quão fã ela era do jogador, a própria italiana estava se tornando fã dele, ela estava admirada pela forma que ele estava tratando a sua amiga, primeiro a acalmando e depois ao notar que ela já estava mais confortável, puxando assunto. E no final o jogador ainda deu a camiseta que ele havia treinado para ela, e assinou com uma dedicatória. Lexi estava feita.
A italiana ao se tocar que eles ficariam conversando por mais um tempo, resolveu se sentar, e pode notar a encarando, o francês se aproximou dela com calma e se sentou também, e eles ficaram assim por um tempo, olhando para o campo agora vazio, curtindo a presença um do outro.
já não aguentando mais, virou a sua cabeça na direção da garota, que parecia muito concentrada enquanto encarava o céu, para chamar a sua atenção ele cutucou o pé da italiana, e no momento que ela virou a cabeça para ele, o jogador fingiu que não era com ele. notando a brincadeira que ele estava fazendo, fez a mesma coisa, dessa vez tocando o seu ombro no ombro do rapaz, que se virou rapidamente para ela, mas ela já não o encarava. , querendo por fim naquela mini tortura, apertou a coxa descoberta da garota, mas dessa vez não virou a cabeça quando ela se virou para ele. Para a surpresa da dançarina, ele a beijou.
- Você fez um bom treino hoje - Ela disse enquanto encarava os lábios do jogador.
- Você acha? - sorriu, e ela sentiu borboletas em seu estômago - Você bem que podia jogar um pouco comigo, afinal, eu dancei com você…
- Eu jogo - A sorriu, enquanto seguia o jogador até o campo, agora vazio - Mas não chora depois que eu te humilhar.
gargalhou, mas isso não afetou , com a ajuda do jogador, ela pulou a pequena grade que levava até o gramado e esperou ele tomar iniciativa. Fazia tanto tempo que ela não jogava futebol, que por um momento ela se sentiu insegura. O francês percebeu e por isso foi na direção do gol, a chamando pela cabeça. Ela foi e esperou com calma ele rolar a bola até ela, quando ela chutou de volta para ele, o jogador foi pego de surpresa, ela sabia o que fazer com a bola, a forma como ela havia chutado e principalmente a força, a italiana sabia jogar bola.
- O que foi, bello? Eu te disse que sabia jogar.
- Algo a mais que eu deva saber? - perguntou com as mãos na cintura.
- Eu também sou boa no basquete - piscou para ele, antes de chutar mais uma vez a bola na direção do gol.
Os dois ficaram assim por um bom tempo, não estava de fato defendendo as bolas que a italiana chutava na direção do gol, eles estavam apenas se divertindo. O francês resolveu sentar no meio do gol, após a garota cismar que iria fazer um gol de letra, demorou, mas ela conseguiu, e a sua celebração foi idêntica ao do Cristiano Ronaldo, fazendo gargalhar.
- Enzo! - O jogador francês gritou, assustando , para a surpresa da garota não era nenhum jogador que ele estava chamando, mas sim um menino, que aparentava ter entre sete e oito anos - Tudo bem? Essa é a , ela é a minha…
- Amiga - A italiana cortou no mesmo instante, e sentiu um embrulho no estômago ao ver o olhar que a lançou.
- Tá a fim de jogar bola com a gente? - Ele continuou, um pouco menos animado - Eu vi que você estava brincando sozinho…
- O Liam tá dormindo no colo da minha mãe - O garoto se explicou um pouco tímido - Por isso tô sozinho…
- O Enzo é filho do Marcelo - explicou, finalmente olhando nos olhos da dançarina, que assim como ele aparentava estar um pouco incomodada, por conta do momento anterior - Ele e o irmão Liam estão acompanhando a nossa pré temporada, ele joga na base do time, e é um craque, vai ser melhor que o pai…
- Mas eu não quero ser lateral - Enzo disse, já sem vergonha.
- Ah não? Em que posição você quer jogar, Enzo? - perguntou, sorrindo para o garoto.
- Atacante, que nem o Benzema.
- Ah, eu também gosto do Benzema - Ela disse, já esperando uma reação de , e ela aconteceu, ele chutou sem força a perna da dançarina, a desequilibrando, não ficou brava, ao contrário, ela abriu um sorriso, tranquila que o clima estranho entre ela e o jogador havia passado - E então, quer jogar com a gente, Enzo?
- Pode ser - Ele disse dando de ombros - O fica no gol!
- Ah, por que eu? - perguntou brincando, enquanto caminhava mais uma vez em direção ao gol.
- Porque você é o goleiro ué! - Enzo respondeu balançando os braços, o que fez gargalhar - Você pode ir primeiro - Ele disse apontando a bola para a dançarina, que agradeceu.
- O vencedor ganhar o quê? - Ela perguntou após chutar a bola na direção do gol e ver defender com facilidade.
- Bala - Enzo disse, enquanto se preparava para chutar, a dançarina achou adorável ver como ele estava concentrado - Minha mãe tem um monte na bolsa dela - Ele disse dando ombros após fazer o gol.
- E quem perder? - A garota respirou fundo antes de chutar a bola em direção ao gol, e ver o francês defender mais uma vez, para a sua frustração - !
- Que foi? - Ele perguntou, se fazendo de inocente.
- Quem perder… - Enzo começou, o garoto tinha a mão em seu queixo enquanto pensava.
- Quem perder vai ter que dá um mortal para trás - disse, fazendo a italiana arregalar os olhos.
- Mas eu não sei dar um mortal para trás, ! - Enzo disse um pouco nervoso.
- Relaxa, Enzo, você não vai perder.
E ele realmente não perdeu. A garota já havia reparado que não estava defendo as bolas que o menino chutava na direção do gol, já as delas, o francês defendia como se estivesse em uma final de copa do mundo. Não demorou muito para que eles ganhassem uma plateia. De longe, viu Lexi sentada com a Carol e com o próprio Marcelo, que após o Enzo fazer um golaço entrou no gramado para lhe dar um abraço.
- Esse é o meu filhote! - O jogador brasileiro sorria enquanto bagunçava o cabelo do filho - Jogou bem, , mas podia ter feito um golzinho, né?
- Tudo culpa do ! - Ela respondeu sorrindo, ao perceber que o próprio estava logo atrás dela.
- Não sei do que você está falando, as suas bolas foram super fáceis de defender, já as do Enzo... - arregalou os olhos, fazendo Enzo sorrir envergonhado - Impossíveis! Cada golaço!
- Vai ter que dar o mortal para trás! - Enzo disse apontando o dedo na cara da italiana.
- Vai ter que dar o mortal para trás - Concordou , se virou para ele e fez uma careta, enquanto fazia cócegas na barriga do jogador.
- Calma ae, ela sabe fazer isso, né? - Marcelo perguntou, preocupado.
- Sei sim - Ela respondeu sorrindo, mas logo depois fechou a cara - Ai meu Deus, , olha o seu pai ali…
- Eu vi, ele estava assistindo a gente - deu de ombros - Vai, eu vou filmar…
- Filmar para que, ? Meu Deus, que mico - levou as mãos à cara, mas logo depois se recompôs. Dar mortal sempre foi uma de suas coisas favoritas, e ela não faria aquilo se não estivesse se sentindo 100% segura. Ela respirou fundo e antes de executar a acrobacia, piscou para o Enzo, que tinha um enorme sorriso na cara - Pronto, gostou? - Ela perguntou arrumando os cabelos, que agora estavam na sua cara.
- Eu adorei! - Ele disse sorrindo e a abraçou, para a surpresa da italiana - Vou pegar uma bala com a minha mãe para você…
Dizendo isso, o garoto saiu correndo em direção a mãe, deixando os três sorrindo em campo, após Enzo retornar com a bala, ele e Marcelo se despediram do casal e foram embora.
- Eu vou me trocar e já volto, eu te encontro ali na arquibancada com a Lexie. - disse dando um beijo na garota.
Dentre os muitos dias que tivera com a italiana, aquele tinha sido um dos mais especiais. Sabia que os momentos com ela estavam chegando ao fim e queria aproveitar a todos da melhor forma que conseguiria.
Ao sair, já de banho tomado, sorriu ao ver a italiana conversando com seu pai, que assim que ele chegou se despediu dos dois para voltar ao hotel com o restante dos jogadores. Não sem antes dar uma piscada de incentivo ao filho.
respirou fundo após finalmente entregar a sua prova para o monitor responsável, e saiu sem pressa do prédio de Letras e Ciências da UCLA, assim como outros alunos, ela se sentou na escadaria e ficou lá por um tempo. Ouviu o seu celular tocar algumas vezes, mas não atendeu, a sua cabeça não parava e ela sabia o porquê.
Após descobrir que a lesão que tivera a impediria de dançar por cinco meses, se sentiu sem chão, apesar dos médicos dizerem que após a cirurgia ela voltaria a dançar como antes, ela não acreditava naquilo, tamanha a dor que sentia, e foi por isso que ela se matriculou no curso de verão da UCLA sobre Shakespeare. Quando ela contou para sua mãe que pretendia passar o seu verão na universidade, Luciana caiu na gargalhada, e na hora ela não entendeu, mas agora sentada nas escadarias, finalmente se tocou.
Ela não queria fazer aquele curso, nunca quis, e era por isso que ela não estava se importando nem um pouco por ter ido tão mal na prova. queria ser uma dançarina, e todos que a conheciam sabiam disso. A garota respirou fundo mais uma vez e pegou a sua bolsa que estava largada no chão, quando estava prestes a se levantar, deu de cara com em um carrinho de golfe.
- Quer uma carona, ragazza? - Ele perguntou, enquanto piscava para ela.
sorriu surpresa para o garoto e desceu o resto da escada que faltava. Antes de entrar no carrinho, ela se inclinou no banco e roubou um beijo de .
- Idiota! - Ela disse dando um tapa leve no braço do jogador - Eu pensei que eu ia te encontrar na sorveteria!
- Quis fazer uma surpresa… Achei que a nossa despedida podia começar da mesma forma como nos conhecemos.
- Mais uma? - Ela perguntou, ignorando o restante de sua frase, e o jogador apenas deu de ombros - Não quero nem saber como você arranjou esse carrinho - Ela disse enquanto se sentava ao lado de , que piscou para ela antes de dar partida.
os levou até a sorveteria onde haviam ido após os amassos na biblioteca, a lembrança fez sorrir, ela gostaria de repetir aquele momento ao lado do jogador, mas ela se lembrou que na verdade aquele momento que eles estavam tendo seria o último. pegaria um vôo na manhã seguinte para Chicago e de lá ele voltaria para Madrid. O sorriso já não existia mais na cara de , e quando a garota olhou para , sentiu que ele estava pensando na mesma coisa.
- …
- Como você foi na prova? - Ele a interrompeu ao perceber que o que ela iria falar não seria bom.
- Fui péssima - Ela deu de ombros enquanto terminava o seu sorvete - Mas não estou me importando, não é o que quero para a minha vida.
- É, eu sei - O jogador sorriu para ela - Quer dar uma volta?
A italiana concordou com a cabeça e juntos deixaram a sorveteria, o guiou até uma área mais tranquila da universidade, e sorriu quando o viu jogar a sua mochila no chão e sentar na mureta que tinha ali. Ela fez a mesma coisa, a puxou para perto e eles ficaram por um tempo abraçados, sem saber, ambos pensavam a mesma coisa, queriam guardar aquele momento para sempre, porém o silêncio incomodava.
- Lexi me disse que você estava meio mal ontem, por quê?
olhou atentamente para , que a olhava da mesma maneira. A respirou fundo antes de encostar a sua cabeça no ombro do garoto, que a abraçou com força e depositou um beijo demorado no topo da sua cabeça.
- Eu fui visitar o meu pai em Milão mês passado - começou - E a visita não foi lá essas coisas... E parece que cada dia que passa, ao invés de tudo voltar ao normal, elas ficam ainda piores.
se soltou do abraço de e ficou de frente a ele, com as pernas separadas pelo murinho que estavam sentados, o moreno repetiu o gesto da garota.
- Meu pai e minha mãe, eles têm uma personalidade muito forte, acho que puxei isso deles - deu de ombros, enquanto dava um risinho fraco - Desde que eu e minha mãe nos mudamos para cá, meu pai ficou bem frio, e indiferente a minha vida. Ele costumava ser a pessoa que mais apoiava a minha dança. E quando eu me lesionei em fevereiro, durante a minha apresentação, ele nem se importou, - respirou fundo, segurando o choro - Eu liguei para ele em busca de conforto, eu disse a ele que queria desistir, e ele apoiou, disse que era melhor eu parar mesmo, que não via um futuro na dança - olhou atônito para , sem saber o que fazer - Ele disse que era para eu tentar outra coisa, e ainda sugeriu em um tom irônico que eu desistisse da faculdade e fosse trabalhar com ele na padaria... - passou as mãos no cabelo, os puxando para baixo.
- A blusa que você me emprestou... - disse meio inseguro - Você disse que era do seu pai…
- Era sim - riu sem humor – Ele costumava usá-la em todas as minhas apresentações, no começo eu morria de vergonha, mas depois acabou virando uma tradição, meu pai usar aquela blusa horrorosa roxa me deixava mais calma e confiante.
- E você trouxe ela para cá, por quê?
- Porque o meu maior fã não gosta mais de me ver dançar, e eu pensei que talvez a minha mãe pudesse começar a usá-la, sei lá - revirou os olhos – A blusa ainda está com você, né?
- Sim, prometo que vou te devolver – O garoto disse rapidamente e mexeu a cabeça, discordando.
- Pode ficar tranquilo, foi uma ideia boba essa da camiseta…
- Talvez eu possa usá-la pra te ver dançar - disse abrindo um enorme sorriso, que fez o coração de murchar. A garota se aproximou dele até que os seus narizes estivessem se tocando e deu um longo selinho no garoto.
- Você é um amor – Ela disse enquanto fazia carinho no cabelo do francês – Mas você tem um jogo, lembra? Você já vai estar em Chicago quando eu estiver me apresentando...
- Eu posso pedir para o meu pai adiar a minha apresentação, posso ir para Chicago apenas no dia três...
- Nem pensar, ! - arregalou os olhos, assustada com a facilidade que ele disse aquilo – Você me disse que ele vai te colocar para jogar nessa partida, é a sua estréia no primeiro time, você precisa estar preparado, não quero ver você fazer um gol contra que nem naquele vídeo que você me mostrou.
- Há, há - fez uma careta para a , que apenas riu e o beijou com carinho – Posso te fazer uma pergunta, ragazza?
- Até parece que se eu disser não, você não irá perguntar – Ela disse sorrindo e a puxou pela cintura.
- Por que você escolheu Romeu e Julieta para estudar? Quero dizer, existem livros bem mais fáceis que esse...
- Eu cresci na Itália, lembra? Minha mãe me contava todos os dias que o amor que ela teve pelo meu pai foi igualzinho ao de Romeu e Julieta, ela adora Shakespeare e me fez adorar também.
- Você acredita no amor deles? De terem se apaixonado à primeira vez que se viram? Que é possível amar alguém que se conhece há tão pouco tempo? - encarava nos olhos, a sentiu um frio na barriga ao encará-lo também, os olhos de a intimidavam, principalmente por ela não saber que cor exatamente eles eram, às vezes castanhos, outra hora verdes, era uma tempestade de cores que adorava observar.
- Aonde você quer chegar? - A italiana perguntou de uma vez, com medo da direção que aquela conversa estava tendo.
- Não quero chegar em nenhum lugar, , apenas quero saber, se você acha possível.
- ...
- Apenas me diga, - Ele pediu com calma para a , que respirou fundo.
- Acredito que sim, e você?
- Eu acho que você já sabe a minha resposta.
disse ainda calmo, enquanto pulava do muro que estava sentado, ficou observando a italiana, que não esboçou nenhuma reação, o garoto respirou fundo e depositou um beijo na bochecha da antes de lhe oferecer a mão para que eles pudessem ir para algum lugar mais privado.
- Você não pode fazer isso – disse depois de um tempo calada.
- Isso o quê? - perguntou confuso.
- Dizer essas palavras, se apaixonar por mim! - disse exasperada, ela mexia as mãos de um jeito cômico, se não estivesse preocupado com o momento, ele teria rido.
- Eu não escolhi me apaixonar por você, ! Aconteceu, e eu gosto de me sentir assim.
- Para com isso! Para de dizer isso! - fechou os olhos como se aquilo fosse ajudá-la fugir daquela situação.
- Eu não quero parar, , eu gosto de estar apaixonado por você, mesmo que você esteja com medo, eu estou feliz – disse erguendo os braços, em sinal de rendição.
- Você não vai estar feliz quando no dia 4 de agosto você embarcar de volta para Espanha, ! - saltou do muro e caminhou com passos decididos até o garoto – A gente sabia desde o começo que não poderia passar de um casinho de verão, lembra? E veja onde estamos.
- Sei que você está tentando me afastar, fazer com que eu me sinta culpado, mas olha, não está funcionando...
- Meu Deus do céu, ! No que você está pensando? Você acha que nós dois podemos mesmo funcionar?
- Eu gostaria de tentar – Ele disse sério, mas com o semblante ainda calmo, para o desespero da italiana, que soltou um grunhido em frustração.
- Eu não vou parar de dançar por sua causa – disse firme, cruzando os braços.
- O quê?! - a encarou chocado, sentia como se tivesse acabado de levar um tapa no rosto – Quem disse que você tem que parar de dançar para estar comigo, ?
- Eu tive uma conversa com o seu pai!
- Quando?
- Você tinha ido pro vestiário com os jogadores e ele me chamou. Ele me disse que a sua mãe largou a dança para acompanhá-lo em sua carreira no futebol! Eu não vou fazer isso, ! Não vou desistir do meu sonho por causa de um casinho de verão!
- É isso que você pensa de mim, de nós? - a encarou completamente magoado e decepcionado, podia sentir o quanto suas palavras tinham machucado o garoto. - Eu jamais pediria para você fazer isso, , desistir da dança, da sua vida, pra me seguir por aí - Ele respirou fundo – Minha mãe parou de dançar por livre escolha. Meu pai fica bem chateado quando tocamos nesse assunto, ele não queria que ela tivesse parado, mas ela sempre diz que nunca se arrependeu.
- , eu não deveria ter falado isso.
- Mas falou, agora ao menos eu sei como você se sente de verdade em relação a mim. Eu estava tranquilo porque achei que você só tava com medo de admitir que também está se apaixonando, relacionamentos a distância dão medo, mas você já decidiu que não vamos dar certo e que eu sou o tipo de cara que pede pra uma mulher escolher entre ele e a profissão.
- . - pediu, sentindo as lágrimas começarem a se formar em seus olhos.
- Tá tudo bem, , desde o começo você me disse que não queria nada mais do que isso, eu que achei que com o tempo podia fazer com que você mudasse de ideia, mas pelo visto você não só não mudou, como formou uma opinião sobre mim, sem nem conversar comigo. Diga adeus a Lexi por mim - disse por fim, sem aguentar mais segurar as lágrimas que caíram sob seu rosto - Eu… espero que sua apresentação seja perfeita.
- Ciao, bella. - se assustou ao ouvir a voz de Carol atrás de si - Só sei isso em italiano - ela riu, antes de ver o estado da garota. - Foi tão ruim assim?
- Eu estraguei tudo, Carol.
tinha passado mais uma noite em claro, não tinha respondido as suas mensagens e no dia seguinte, sem saber o que fazer, enviou uma mensagem para a francesa, precisava conversar com alguém que soubesse um pouco do que ela estava passando. A mais velha, ao ouvir o tom dela no telefone, concordou em encontrá-la bem longe de tudo e todos, e por isso estava na praia de Santa Mônica, observando o mar.
- Como foi que você e o Karim se conheceram? - perguntou e pôde notar o olhar desconfiado da mais velha. A verdade era que acreditava que o seu romance e de tinha poucas chances de se concretizar, ela queria acreditar que eles tinham um futuro, mas ela não conseguia enxergá-lo e pensou que se soubesse um pouco mais de um casal que parecia dar super certo, poderia ter uma visão mais ampla sobre sua própria situação.
- Meus pais eram vizinhos dos Zidane em Madrid - Ela começou com um sorriso nos lábios e a dançarina sorriu também, era tão bonito o quanto os franceses pareciam ser apaixonados um pelo outro - E depois que eu terminei a faculdade, voltei pra lá, e como eu já sabia falar espanhol, o Zidane me pediu para ajudar o Karim a se adaptar com o idioma, a mídia tava pegando no pé dele com isso e como ele já estava na Espanha há algum tempo, eu pedi para ele me mostrar os lugares que ele gostava - Ela deu um sorriso esperto - Mas a verdade é que eu já conhecia tudo, só queria passar mais tempo com ele, desde a primeira vez que o vi, sabia que a gente teria alguma coisa.
- E vocês começaram a namorar logo depois?
- Quem me dera - Ela bufou - Eu não sou a pessoa mais fácil do mundo, sou muito teimosa, e ele também não é nada fácil, super fechado. No começo a gente brigava muito, e ele era muito ciumento! Sabe aquela história que eu te contei sobre ter morado no ônibus de uma banda? - A italiana concordou com a cabeça - Você não pode nem pensar em mencionar isso perto dele, ele morre de ciúmes desse meu ex-namorado…
- E tem motivo? - ergueu uma sobrancelha, estava surpresa com esse lado de Benzema, ele não aparentava ser ciumento.
- Claro que não! Nenhum dos meus ex’s chegam perto do Karim! Ele que é um bobo - Carol riu junto com a dançarina - Depois de um ano e meio ficando sem muito compromisso, decidimos namorar e logo depois eu engravidei, foi só aí que começamos a tomar jeito, eu ainda estava bebendo quando descobri que tava grávida da Melia, foi desesperador, me culpei a gravidez toda pensando que poderia ter feito algo de mal pra ela, quando a segurei pela primeira vez e vi que ela era perfeita, consegui finalmente respirar aliviada.
- O me disse que vocês tinham uma filha, quantos anos ela tem?
- Ela fez três esse ano, e é o grande amor da minha vida junto com o Karim, depois dela finalmente tomamos jeito e viramos uma família de verdade - A francesa respirou fundo antes de continuar - Se você acha que o que você e fizeram aquele dia no hotel foi perigoso, você iria ficar assustada com o que eu e Benzema já fizemos.
- O quê? - perguntou curiosa.
- É melhor não te dar ideias - Carol respondeu séria e a dançarina concordou, mas logo depois começaram a rir - Estamos fugindo do verdadeiro assunto.
- Qual?
- Você dar uma chance para o ! Uma chance para o relacionamento de vocês! - A francesa abriu um grande sorriso, para o desespero de . - O que aconteceu?
acabou por contar tudo o que vinha sentindo desde a primeira vez que viu , quando o encontrou andando de bicicleta e até sobre a pulseirinha que ele havia lhe dado. Carol escutou tudo que ela tinha pra falar, sem abrir a boca, a italiana contou também que depois que o jogador foi para o vestiário, ela ficou conversando com o pai de , eles falaram sobre a mãe da garota e ele perguntou sobre sua apresentação, logo o assunto acabou voltando para a sua esposa e foi então que descobriu que ela tinha desistido da carreira para seguir o marido.
Aquilo, junto ao fato de ter dito que iria pedir ao pai para se apresentar ao time um dia depois que os demais, a fez ficar com medo de que se ela se deixasse levar por um jogador, aquele seria seu destino.
De repente, ao pensar em seu futuro, viu o rosto de seu pai, provavelmente ele ficaria feliz em vê-la desistir da dança, mas ela amava tanto tudo que a profissão lhe trazia, que acabou enfiando os pés pelas mãos, descontando em tudo que vinha sentindo, quando o seu maior fã e apoiador simplesmente lhe deu as costas.
Mas quanto mais ela pensava no assunto, mas ela tinha certeza, tinha discutido com o garoto numa tentativa em vão de mascarar a dor de saber que os dias deles juntos tinham chegado ao fim.
- E agora ele vai embora e eu vou me acabar de chorar com um pote de sorvete e ganhar várias espinhas depois - terminou seu monólogo e respirou fundo, ainda não conseguia acreditar que aquelas duas semanas se passaram tão rápido.
- Como se o não fosse ficar igual, ou pior. - Carol revirou os olhos - Primeiro que você só ouviu o lado da história que te interessou, a Veronique desistiu sim de ser dançarina, mas não teve um único dia que eu a vi se arrepender dessa decisão, ela diz que é muito mais feliz agora do que quando dançava, porque ela ainda pode dançar, mas por prazer. Na época ela estava dançando pra ganhar dinheiro e todo amor que tinha pela dança estava sumindo. Eu aposto que o Zizou não te contou essa parte, né?
- O tentou… - disse brincando com a areia.
- E você sabia que eu também trabalho? Todos os dias? - Carol riu do olhar chocado que lhe lançou – Ah, , eu vim preparada com todo meu arsenal e vou te dar vários exemplos.
- Exemplos?
- Isso, de mulheres de jogadores que, apesar de tudo, ainda tem uma vida fora do futebol. - Ela piscou para a mais nova - Mas é claro, eu não estou falando que você e o são o amor da vida um do outro, ou que tenham que se casar, nada do tipo. Eu só quero te mostrar que vocês podem fazer funcionar, se for o que vocês realmente quiserem - A italiana apenas concordou, ainda estava assustada com as coisas que havia ouvido - Eu tenho minha clínica e atendo pacientes todo dia, mas me dou ao luxo de sair às 15h para buscar a Melia na escola e passar o resto do dia com ela. O Karim fica todo carente quando tem essas pré temporadas e esse ano decidi vir com ele, deixamos a Melia com meus pais. Fazia tempo que não tínhamos um tempo só nosso, não somos casados, mas é como se fosse uma segunda lua de mel.
- Mas…
- Você conhece o James Rodriguez? Não importa! - Carol não deixou a a interromper - Ele mudou de time nesse verão, e sua esposa, a Eli, é jornalista esportiva e estava super preocupada com a mudança de país e da língua tão diferente, mas esses dias ela me ligou e disse que estava tudo ótimo e que foi bobeira se preocupar daquele jeito, uma emissora da América do Sul tinha procurado ela para ser a nova correspondente da Bundesliga. Outro exemplo parecido é o da Anny, esposa do Toni Kroos, também foi difícil para ela quando eles se mudaram da Alemanha para a Espanha, mas como eles estavam juntos, ocorreu tudo bem, ela até estava pensando em abrir um negócio próprio agora que a Amelie, sua filha, está maior. Mas um exemplo que talvez se encaixe melhor com o seu e do no momento, é o da Bárbara e do Daniel, lembra deles? - murmurou um sim baixinho - O Dani foi emprestado por um tempo para um time da Alemanha, e a Bárbara continuou a morar na Espanha porque estava terminando a universidade. No começo foi difícil para os dois, mas não impossível. Você que ser dançarina, certo?
- É o meu sonho.
- Temos grandes escolas de dança em Madrid e se lá não for o seu sonho, Londres, Paris são lugares incríveis para sua profissão e apenas algumas horas de vôo de distância, meus pais voltaram para França, mas eu os vejo direto. Tudo o que eu estou dizendo é que a distância não é um empecilho e muito menos profissão.
- Eu entendi o que você está querendo me dizer - disse um pouco nervosa, após aquele imenso discurso da mais velha, a dançarina estava se sentindo ainda pior - Eu já não tenho mais essa ideia de que as esposas dos jogadores não fazem nada, eu era bem idiota em pensar assim.
- É normal se assustar, - Carol sorriu meiga para ela - Você achou que ia ter um amor de verão e quando acabasse voltaria para sua vida, e agora tá vendo que não é bem assim, gostar de alguém é algo assustador e eu acho que vocês devem ir devagar. Relacionamentos a distância não são fáceis, mas nada é impossível quando se tem vontade e amor, e eu acho que isso você tem.
- Certo - A italiana concordou, nervosa, ao lembrar que já havia comparado o seu romance e de com a história de Shakespeare - Eu estou assustada sim, é que está acontecendo tudo tão rápido, e eu não sou assim, entende? - A italiana se virou de frente para a francesa - Quando eu concordei em ficar com o na biblioteca, eu achei que seria apenas uma vez - Ela respondeu enquanto se lembrava do momento - Mas aí ele começou a me mandar mensagens, e meu Deus! O é incrível! Eu sou uma pessoa diferente perto dele, uma pessoa melhor! Meu Deus, o que eu estou fazendo?
- Você está se apaixonando, é isso que você está fazendo.
- Che cazzo sto facendo? Sono innamorato di un calciatore! Che cazzo!
- O quê? Olha, , se você quiser manter a conversa, tem que prometer que não vai falar mais italiano, eu não sei nada! - Carol disse, tirando os óculos de sol que usava - Eu conheço o há muito tempo, e eu nunca o vi desse jeito - Ela sorriu para a italiana - Ele fica muito feliz quando está ao seu lado, , e conselho de quem já quebrou muito a cara por aí. O vale muito a pena, ele é o tipo de cara que vai pôr a sua felicidade antes da dele, . Tem gente que leva uma vida toda pra achar alguém assim.
respirou fundo, enquanto assimilava as palavras da francesa. Já fazia um tempo que ela tentava fugir daquela palavra. Apaixonada. Sua mãe sempre lhe dissera que um dia ela iria encontrar uma pessoa que a faria esquecer de todos os problemas do mundo, mas era justamente por conta de sua mãe que ela duvidava do amor, mas guardava esse medo para ela mesma. Quando os seus pais se separaram, ela deixou de acreditar no amor, mas naquele momento ela se questionava, e após as palavras da Carol, a italiana parou para pensar se não era a pessoa que a faria a acreditar no amor novamente.
- Nós temos que ir - A italiana se levantou apressada, olhando o relógio.
- Ele já foi, , o avião do time saiu ontem à noite. Ele só ia ficar até hoje para ter mais uma noite com você. Depois da briga... Eu cedi meu lugar no vôo pra ele e vou agora, no vôo que era pra ser o dele.
- Eu o perdi.
Capitolo Cinque
olhava para o gramado de treinamento agora vazio e não sabia exatamente o que pensar. Desde que ela se despediu da Carol, que agora devia estar a caminho do aeroporto para pegar o seu voo para Chicago, a italiana voltara para a universidade e o primeiro lugar que ela sentiu necessidade de ir foi para a biblioteca.
E foi lá que ela ficou por muito tempo, encostada na mesma estante em que ela e haviam se beijado pela primeira vez, várias imagens passavam na cabeça da dançarina, a maioria delas eram boas, mas nenhuma a deixava tão transtornada como a última conversa que tivera com o goleiro.
Eventualmente ela teve que deixar a biblioteca, já era de noite quando a bibliotecária a chamou avisando que estava fechando o local. não protestou, apenas se levantou e se encaminhou até o portão oito, assim como ela tinha feito duas semanas atrás. A italiana entrou no centro de treinamento esportivo da universidade, só que dessa vez ele estava vazio, o time da capital espanhola não estava mais lá.
não sabia que horas eram, mas tinha certeza de que já era bem tarde. Enquanto brincava com a saia do seu vestido, ouviu o seu celular tocar mais uma vez, mas assim como das outras vezes, ignorou. Não demorou muito tempo para que, enfim, Lexi a encontrasse, teve vontade de rir ao ver que ela estava de pijamas, mas sequer tinha força para isso.
- Meu Deus , está todo mundo procurando por você há horas - ela disse se aproximando da e a abraçando - Eu estava tão preocupada!
- Desculpa. - disse simplesmente, enquanto se encaixava no abraço da amiga.
- Tá tudo bem. - Lexi disse sorrindo enquanto fazia carinho no cabelo da amiga - Vamos para o quarto, sim? Você precisa descansar, amanhã é um dia importante.
- Ah meu Deus, ainda tem isso. - disse se lembrando da sua apresentação. - Eu vou me fuder…
- Não vai, não - Lexi se levantou e puxou a italiana pela mão - Tudo que você precisa é de uma boa noite de sono e muito chocolate.
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olhava para os seus amigos que se divertiam enquanto viam bobeiras no celular, mas o francês não conseguia abrir um sorriso, ele sequer tentava. Foram várias as vezes que Achraf tentou animar o goleiro, mas nada parecia adiantar. O jogador surpreendeu a todos quando apareceu no voo da noite que os levaria a Chicago, já que eles sabiam que o francês iria apenas no voo da manhã seguinte.
Seu pai foi o primeiro a se aproximar do filho, que decidira se sentar sozinho no avião. Zizou se sentou ao lado do garoto e esperou até que estivesse pronto para dizer algo, mas isso nunca aconteceu. Para a surpresa do técnico, o mais novo começou a chorar e não parou até aterrissar em Chicago.
, apesar de preocupado, disse para o filho se recompor antes deles deixarem o avião, porque afinal, cada momentos dos jogadores naquela pré-temporada estava sendo gravado para o canal do youtube do Real Madrid e ele sabia que o filho não iria gostar de ver cenas como aqiela indo a público. limpou as lágrimas e saiu ao lado de Marcelo, que passou o braço em torno do ombro do francês, o fazendo se sentir muito mais tranquilo.
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- tem certeza de que não precisa de ajuda? - a americana perguntou, ao ver o estado da amiga.
- Lexi eu não to bêbada, só chorei muito. - explicou, mas a loira pareceu não acreditar - Eu to bem, sério.
- Você parece meio tonta.
- Se eu demorar mais de vinte minutos no banho é porque me me afoguei nas minhas lágrimas, mas não entre no banheiro antes disso. - pediu dramática.
Lexi cruzou os braços e a não pode evitar o sorriso que escapou dos seus lábios ao encarar a amiga, não sabia o que seria dela sem a americana ao seu lado, se aproximou da garota que ainda a olhava preocupada e depositou um beijo carinhoso em sua bochecha e então entrou no banheiro.
respirou fundo enquanto se encarava no espelho. Céus, estava uma tragédia, a maquiagem toda borrada, o cabelo estava uma zona, o vestido estava manchado de lágrimas, mas nada se comparava com a dor que a italiana sentia em seu coração. Ela ainda não tinha entrado no banho quando Lexi avisou que estava indo comprar sorvete para elas, apreciou o tempo que pode ficar sozinha no dormitório que dividia com a amiga. Precisava daquilo.
A italiana já se secava, sentada em sua cama, quando seu celular tocou mais uma vez, por um momento a garota achou e torceu, para que fosse , mas o nome que apareceu na tela a deixou ainda mais surpresa.
- Pai?! - exclamou ainda sem acreditar que era mesmo ele.
- Ciao, piccola mia - um soluço escapou dos lábios da italiana - Está muito tarde aí? Eu sempre me perco com esses fuso horários, peço perdão.
- Não está não, pai - a garota sorriu antes de continuar - E você deve estar abrindo a padaria agora, né?
- Ruggero já abriu para mim, eu sou o chefe, posso atrasar uns minutinhos para conversar com a minha filha e pedir desculpa por ter sido um grande babaca nos últimos meses.
- A mamãe te ligou? - perguntou direta, desconfiada daquela ligação tão repentina.
- Mio dio ! Não é só porque eu me toquei que estava sendo um idiota que a sua mãe tem algo a ver com isso.
- Pai…
- Ok, nós conversamos. Você me conhece, sou tão teimoso, .
- Eu sei disso, eu sou que nem você - a garota sorriu quando ouviu seu pai rir do outro lado da ligação.
- Mas eu sou o mais velho. - disse suspirando fundo, sabia que devia mais a filha - Eu sempre te apoiei bambina, só é difícil saber que você não vai voltar pra cá tão cedo, eu sinto sua falta. Quando você estava aqui e me mostrou o vídeo do seu ensaio… Por dio, você é tão talentosa, amore mio, vai ganhar o mundo. E seu papa vai ficar aqui, pra trás.
- Não fala isso, pai. Eu vou sempre achar um jeito de te visitar e se o chefe pode atrasar uns minutinhos, ele pode tirar umas férias e vir passar com a filha também. - sorriu com as palavras de seu pai. - Eu te perdoo, pai.
- Eu não te mereço amore mio. Amanhã é a sua apresentação, não é? Eu juro que não sei onde foi parar a nossa camiseta da sorte, acho que a Martha achou que era um pano de chão, porque não a acho de jeito nenhum!
- Não foi a Martha que sumiu com ela pai, fui eu, eu trouxe para LA e… Meu Deus!! - quase perdeu o ar ao se tocar que a camiseta ainda estava com .
- Chi era mia figlia?
- Eu acabei emprestando para um garoto e eu tenho certeza que ele não quer ver a minha cara nunca mais nessa vida.
- Fala o nome, você sabe que eu tenho o espírito de poderoso chefão em mim, eu acabo com a raça desse moleque.
gargalhou com o cometário do seu pai e se sentiu mil vezes mais leve, fazia tanto tempo que não tinha uma conversa assim com ele, que sem perceber, lágrimas surgiram nos seus olhos.
- Pai, sabia que eu joguei futebol esses dias? - Ela disse e sorriu quando o mais velho gritou animado - Esse garoto que está com a minha camiseta, fiz vários gols nele.
- Ah, essa é a minha ragazza. - o mais velho disse orgulhoso.
Quando Lexi voltou para o dormitório com o sorvete e outras várias besteiras nas mãos, se sentia infinitamente melhor, apesar de ainda sentir o aperto no seu coração. Mas a loira era sempre ótima em distrai-la e logo estavam gargalhando, enquanto assistiam juntas vários vídeos do Saturday Night Live. foi dormir de barriga cheia e com apenas um pensamento na cabeça: .
⚽⚽⚽
despertou de seu devaneio quando Sergio Ramos, capitão do time, chamou a atenção de todos os jogadores e pediu para que eles o seguissem até o gramado do Toyota Park Stadium, local onde o time merengue faria o primeiro treinamento em Chicago. O francês não estava com a menor cabeça para aquilo, mas sabia que só seu amor ao esporte o faria esquecer nem que por alguns minutos uma certa italiana. E aquele dia todo de treino fora exatamente o que o goleiro precisava, fazer o que mais amava sempre o ajudava a colocar as coisas em perspectiva.
Como esperado, o dia havia sido puxado, assim como todos os outros da pré temporada. Os jogadores estavam voltando de férias e ainda tentando se acostumar com a intensidade de treinos e jogos novamente, era sempre naquela época que os jogadores do Castilla treinavam ainda mais para serem notados pelo primeiro time e, quem sabe, conseguir uma vaga para a temporada.
Quando o jogador estava voltando para o vestiário, ouviu o seu pai o chamar de canto.
- , estou pensando em te colocar no jogo amanhã. - disse sério para o filho - Você está preparado? Se sente confiante?
O garoto arregalou os olhos, estava esperando por esse momento há tanto tempo, que não conseguia acreditar que ele de fato estava acontecendo.
- Eu... - O jogador respirou fundo e encarou o seu treinador ao responder confiante. - Estou. Pode contar comigo.
Zizou deu um sorriso doce ao garoto, orgulhoso de sua determinação e seguiu em direção ao vestiário. Durante o treino, pensou em toda a confusão que estava acontecendo em sua cabeça e coração e como faria para deixá-las de lado, a resposta de repente, pareceu óbvia. Quando já estava de banho tomado e pronto para voltar ao hotel que o time estava hospedado em Chicago, pegou o seu celular e sentiu o seu coração apertar ao ver a foto de na capa de fundo, mas ele decidiu ignorar esse sentimento e entrou na conversa do whatsapp com a sua mãe e lhe contou tudo, mais uma vez. Se tinha alguém que podia lhe guiar, era a sua mãe.
⚽⚽⚽
- Você está linda.
sorriu fraco para Lexi que dava os últimos retoques na maquiagem da bailarina. A garota se virou de frente ao espelho e suspirou, os olhos inchados ainda estavam lá e ela tinha certeza de que eles não iriam embora tão cedo, mas com o cabelo e maquiagem pronta e prestes a pôr o seu figurino, respirou fundo. Sabia que não importava o que tivesse acontecendo dentro de si, teria que dar o seu melhor.
- Eu estou nervosa - a italiana admitiu para a amiga.
- Vai dar tudo certo.
- Você acha que eu deveria mandar uma mensagem para ele?
- Para quem? - Lexi perguntou, apesar de saber bem quem era “ele”.
- O - respondeu, sentindo um aperto em seu coração.
- Depois, agora você precisa se concentrar, ouvi dizer que irão ter olheiros aqui assistindo as apresentações, é verdade? - A loira ergueu uma sobrancelha curiosa.
- Sim - deixou os ombros caírem ao se lembrar disso.
- O que isso quer dizer?
- Nada se eu não for boa o suficiente - a italiana se levantou - Vai me assistir?
- Da primeira fileira - Lexi sorriu para ela - E ei, ...
- Fala.. - A italiana respondeu enquanto ajeitava uma última vez o seu coque.
- Lembra quando você me disse que às vezes chora assistindo algumas apresentações, porque você consegue sentir o mesmo que dançarinos através da dança? - concordou com a cabeça - Você devia fazer o mesmo hoje, colocar tudo para fora, tudo, seus pais, suas inseguranças, a sua história com o …
- Eu não sei se consigo - A respondeu com a voz falha.
- Eu sei que você consegue - Lexi apertou os ombros da amiga - E o também sabe. Vai lá e arrasa ragazza.
⚽⚽⚽
- Fez um bom treino, moleque - Marcelo disse enquanto se sentava ao lado de que terminava de comer a sua salada - Está preparado pra amanhã?
- Estou. - respondeu confiante. - Espero por essa oportunidade há muito tempo, não vou decepcionar.
- Sei que não. - o brasileiro sorriu para o mais novo, que estranhou Achraf vir correndo na direção dos dois jogadores.
- Vem comigo. - o garoto nem esperou responder, apenas o puxou pelo braço e o levou para uma área mais tranquila do hotel - A Lexi acabou de mandar uma coisa.
- Você tem o número da Lexi? - perguntou surpreso.
- Ela é gente boa - o outro respondeu dando de ombros.
- É sim - sorriu, gostava muito da americana - E então, não vai me mostrar?
- Primeiro eu quero que você me prometa que está bem e que isso não vai te afetar…
- Como eu posso prometer se eu nem sei o que é? - O francês perguntou enquanto colocava as mãos na cintura, de repente se sentindo ansioso.
- Tem a ver com a ...
Aquilo já imaginava, ele só não fazia ideia do que poderia ser. Riu fraco ao perceber como a simples menção do nome da garota já o afetava, o goleiro encarou o amigo assentindo com a cabeça.
- A Lexi gravou a apresentação da e achou que você gostaria de ver. - o marroquino continuou e não se surpreendeu ao ver os olhos arregalados no rosto do goleiro - Não acho uma boa ideia…
- Eu quero ver - disse firme.
- …
- Eu quero ver, Achraf - Ele estendeu a sua mão pedindo o celular - Me dá, por favor.
O garoto revirou os olhos antes de entregar o aparelho já desbloqueado para o amigo que antes de se afastar deu um sorriso fraco e um tapinha de apoio em seu ombro., ficou encarando o aparelho por um tempo, antes de finalmente pôr play no vídeo e sentiu seus pelos se arrepiarem quando a música começou a tocar.
Durante aquelas duas semanas, havia escutado aquela música tantas vezes que acabou decorando a melodia, mas em todas as vezes que a colocou para tocar não era ela quem dançava e, apesar de já achar lindo quando Martha Graham, a dançarina favorita de , dançava, nada se comparava com a sensação de vê-la dançando aquela música.
Ele sabia que ela era uma boa dançarina, apesar de não entender muito de dança, o jogador sentia que quando um bailarino é realmente bom você não consegue tirar os olhos dele por nenhum minuto. E a julgar por seus olhos, que tinham se esquecido que precisavam piscar, Francesa não era boa, ela era muito boa. Seus passos eram leves, porém marcantes, mas o que mais chamava atenção de era o olhar da italiana, que traduziam uma enxurrada de emoções. Ele ficou surpreso, quando ao final da coreografia, viu lágrimas nos olhos da .
- Comme c'est beau - Ele disse com um sorriso bobo no rosto então se virou para Achraf que o encarava preocupado - Eu estou bem, de verdade - o jogador devolveu o celular do amigo e apertou carinhosamente o seu ombro - Agradeça a Lexi por isso, por favor.
- Pode deixar - o marroquino olhou com atenção para o amigo que abriu o seu famoso sorriso, começou se afastar, mas Achraf o puxou pelo braço - Eu sou péssimo dando conselhos amorosos.
- Achraf…
- Não, calma - Ele respirou fundo antes de continuar - Você gosta dela, cara, e eu não sei se o relacionamento de vocês conseguiria durar com a distância. Se eu fosse vocês tentaria fazer funcionar, mas não sou…
- Ela não quer, Achraf.
- Me escuta - o jogador pediu, se aproximando mais do amigo - Vocês se gostam demais para terminarem as coisas desse jeito, não vai fazer bem para nenhum dos dois. Por que você não manda uma mensagem para ela, para tentar terminar as coisas numa boa? - Achraf cortou mesmo antes dele começar a falar - E tira isso da sua cabeça que a tem uma imagem ruim de você, porque ela não tem, ela estava assustada.
- Eu sei disso.
- Então, cara, manda uma mensagem para ela. Mesmo que ela não responda, você pelo menos fez a sua parte… E eu sei que a sua mãe disse para você fazer isso!
- Tá ouvindo as minhas conversas agora?
- Você fica a madrugada toda choramingando com a sua mãe no celular, é meio difícil não ouvir.
- É por causa do fuso horário - se defendeu timidamente - Eu vou pensar, prometo que vou.
- Beleza - Achraf sorriu confiante fazendo o colega de time gargalhar.
- Mandou bem, guru do amor.
- Ah, cala a boca vai.
⚽⚽⚽
encarava a porta já fazia dez minutos, mas ela simplesmente não conseguia tomar coragem de tocar a campainha. Aquela era a sua casa, caramba! Não devia ser tão difícil. A garota suspirou derrotada e se sentou nos pequenos degraus que tinham na frente da sua porta, já estava considerando ir embora quando levou um susto ao ouvir a porta de sua casa se abrir, que acabou por levar o seu celular ao chão.
- Per amore di dio ! Achei que você era um bandido! - Luciana a encarava com uma vassoura nas mãos o que fez rir, mas o sorriso só durou um segundo, pois quando pegou seu celular, viu que a tela estava toda rachada.
- Mi dispiace mamma - Luciana a encarou desconfiada, mas não deu chance para ela continuar - Você ia bater no bandido com uma vassoura?
- Você teria uma arma melhor?
- Aquele seu livro sobre astrologia ia deixar o cara zonzinho.
- Ma vedi mia figlia - a mulher abriu um sorriso esperto - Eu estava mirando embaixo.
não conseguiu segurar a risada e logo estava ela e sua mãe gargalhando na porta de entrada. A garota não soube dizer quando os risos se transformaram em lágrimas, mas a sua mãe logo notou e a puxou para um abraço apertado e assim ficaram por um bom tempo, antes de finalmente entrarem em casa.
- E então, qual é o motivo da sua ilustre presença em nossa casa?
- Pára, mãe! - a garota revirou os olhos para a mais velha, que apenas sorriu enquanto servia uma xícara de chá para ambas - Nem faz tanto tempo que estive aqui.
- Três semanas, . - a mais velha ralhou, se sentando a sua frente.
- Eu conheci um garoto. - encarou a própria caneca, se impedindo de chorar mais uma vez.
- Por que eu sinto que essa história não vai terminar bem? - Luciana ergueu suas sobrancelhas preocupada.
- Alguma história já terminou bem quando se começa com “eu conheci um garoto”? - resmungou, brincando com a corda do saquinho de chá.
- Julieta que o diga - a mais velha sorriu cúmplice para a mais nova - Por falar em Julieta, como foi a sua prova?
- Não quero falar sobre isso. - respondeu com uma careta.
- E a sua apresentação?
- Muito menos sobre isso. - disse dramática, fazendo com que Luciana respirasse fundo, era ainda mais grave do que pensava.
- Certo. - a mulher pareceu coletar seus pensamentos - Esse garoto, é ele o motivo que te afastou de tua mamma por três semanas? - a concordou fazendo a mais velha arregalar os olhos inconformada. - Pensei que havia te ensinado corretamente, , bros before hoes.
- Você não é meu bro mãe, e é sério o que estou te falando.
- Sei que é. - a mais velha tentava segurar a risada e desviou quando a sua filha ameaçou chutar-lá por debaixo da mesa - E esse garoto, tem um nome?
- . - disse simplesmente, sabendo exatamente o que causaria em sua mãe.
Francesa, apesar de ser uma dançarina, não possuía reflexos tão rápidos quanto um goleiro e, naquele momento, quando Luciana cuspiu o chá todo que estava bebendo em cima dela, por um momento ela considerou trocar de profissões.
- Per amore di Dio! Ma di che follia stai parlando! ? ?
- Não é loucura nenhuma, e sim , o ! Quer dizer, o filho dele. - fez uma careta ao se imaginar tendo uma relação romântica com o pai de .
- Acho que a minha pressão caiu, . - sua mãe respondeu exagerada. - O que você está esperando para me contar com detalhes essa história toda? E uma foto, eu preciso ver uma foto desse menino.
- Mãe, eu vou te contar tudo, mas quero que me prometa que não vai surtar e nem me dar uma bronca, porque no meio dessa história eu meio que acabei me embebedando depois de invadir o Beverly Hills Hotel e Karim Benzema me assistiu, enquanto eu vomitava em uma privada descompassadamente.
- !! Vamos para sala então, se você vai me contar essa história toda, pelo menos quero estar mais confortável.
- Eu juro que vai valer a pena. E no final se você tiver ouvido sem dar nenhum pitico, eu vou te mostrar o vídeo que gravei do Zizou te mandando um beijo.
olhou para a mais velha com um olhar esperto e reconheceu o brilho que passou nos olhos de sua mãe, era o mesmo que passava nos olhos da bailarina sempre que a propunham um desafio. Luciana até tentou fazer uma pergunta, antes que a filha sequer começasse a contar a história, mas logo recuou ao vê-la encarar divertida, balançando a cabeça. A única opção que restou para mais velha, foi ajustar a postura e sorrir para sua filha.
- Estou ouvindo.
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- Sabe, , eu sempre achei que você era careta como seu pai. - Luciana pareceu ponderar, tinha seu celular em mãos e via com a filha as fotos no Instagram de .
- Ei! - exclamou ultrajada.
- Mas depois dessa história, estou orgulhosa, vejo que você está finalmente aproveitando a sua juventude, assim como eu fiz. Pensei que você fosse ficar para sempre se lamentando sobre aquele australiano sem graça… - comentou fazendo questão de parar em uma das muitas fotos que o jogador postava, apenas com um shortinho e todo molhado.
- Mãe… - a bailarina choramingou, mas sua mãe não lhe deu atenção.
- Mas um . Oh che bellezza! Ainda mais esse, que menino bonitinho. Será que vai ficar careca que nem o pai?
- Eu nem sei porque vim aqui - a garota disse se levantando do sofá, quando a mais velha a puxou pela perna.
- Sabe sim, você quer ouvir umas boas verdades - a garota voltou a se sentar e olhou sua mãe receosa. - E non ti preoccupare, mamãe vai te falar todas elas! - disse rindo de si mesma.
O “discurso” de Luciana começou bem, quer dizer, logo na primeira frase ela chamou de burra e usou os mais variados xingamentos em italiano, uns que a garota nem sequer lembrava que existia, mas apesar de olhá-la com os olhos arregalados, ela sabia que sua mãe tinha razão. Era stato uno sciocco! Ela era uma tola!
era um verdadeiro cavalheiro, mesmo que no começo tivesse certeza que seria apenas mais uma em sua cama, não demorou nada para ver que ele era diferente, talvez eles fossem diferentes e por isso que tenha se assustado tanto. Duas semanas não eram nada, um sopro. Duas semanas não eram suficientes para se aprender uma coreografia, quem dirá se apaixonar perdidamente por um goleiro de futebol, filho de um dos maiores jogadores do mundo. Mas de alguma forma tinha acontecido, tinha se apaixonado perdidamente por .
- Eu o perdi, tenho certeza que o perdi.
- Sem drama aqui, Julieta, nem parece que é minha filha. Vocês chegaram a conversar, depois de você ter quebrado em mil pedaços o pobre coração do seu Romeu?
- Não tem graça, mãe. E não, não conversamos. Você não prestou atenção em nada da história? O não quer nunca mais olhar na minha cara.
- E como você sabe? Ele te disse isso, palavra por palavra? - a questionou, mesmo que soubesse a resposta.
- Nós não nos falamos depois que ele foi embora.
- Ele não te mandou nenhuma mensagem? Nem sobre sua apresentação?
- Mensagem?
- É mensagem, ragazza! Ou vocês se comunicam por cartas que nem… - sua mãe fazia grandes gestos, como todo bom italiano, como ela, mas naquele momento aquilo a estava irritando.
- Se você disser Romeu e Julieta mais uma vez eu vou apagar o vídeo do Zizou e …
- Só olha o celular minha filha!
olhou para a sua mãe desconfiada e foi até a sua bolsa pegar o celular, mas então lembrou que a tela tinha trincado e teve vontade de chorar quando viu que não conseguia clicar em suas mensagens de jeito algum, só conseguia ver que tinha uma bolinha azul ao lado de seu nome.
- Ele mandou mensagem - suas mãos tremiam.
- E?
- E eu não consigo ler! - Luciana ergueu as sobrancelhas confusas e suspirou - Mas é o melhor, tenho certeza! Quer dizer, depois do que eu disse para ele, ele deve ter me xingado nas mensagens, falando que pediu seguranças para me manter afastada dele.
- Esse negativismo você puxou do seu pai, não de mim - Luciana disse a olhando preocupada.
- Mãe, eu to bem, sério. Ele tem um jogo importante amanhã em Chicago e o Zizou disse que ele talvez fosse jogar, eu não quero atrapalhar mais do que já atrapalhei.
- Chicago? - perguntou pensativa.
- Isso. - respirou fundo tentando controlar as lágrimas que insistiam em aparecer - Agora se você não se importar eu vou pegar o barolo e afogar as minhas mágoas.
- Na garrafa toda?
- Na garrafa toda. - constatou decidida.
- Uau, está bem então. - Luciana ergueu as mãos em rendimento para a filha, que se limitou ir até o armário, pegar a garrafa de vinho que sua mãe tanto gostava - A namorada do Benzema, que tem te ajudado… É Carol o nome dela, certo?
- É.
- E a Lexi por acaso tem contato com ela?
- Não sei mãe, deve ter, por que te importa? - Luciana arregalou os olhos ao ver a filha virar a garrafa na boca e tomar um longo gole.
- Nada não bambina. - disse contida, tentando esconder ao máximo o que tinha em mente - Eu vou tomar um banho, ok? Pelo amor de Deus não vomite vinho no tapete da sala, se precisar vomitar vai para o seu quarto.
- Mamma?
- Si amore mio
- Ti amo
- Ti voglio bene anche io .
⚽⚽⚽
- Ai tia Luciana eu juro que nunca entendi quando a dizia que você só a fazia passar vergonha, você é tão descolada!
- Olha os óculos dela Lexi! - rolou os olhos.
- É Gucci - a mais velha encarou a sua filha por trás das lentes vermelhas que usava.
- Meus pais votaram no Trump, , não fica pior que isso.- Lexi disse irritada e mãe e filha se olharam concordando.
A sorriu fraco para a amiga, seu estômago parecia formar um nó e ela teve certeza que pior que aquilo não tinha como ficar. Ela não fazia ideia de como tinha ido parar dentro de um avião, com a sua mãe e Lexi a caminho de Chicago. Quer dizer, ela sabia.
Luciana a havia acordado às três da manhã a fazendo levar um susto quando percebeu que estava deitada no chão da cozinha, mas assustou ainda mais quando sua mãe anunciou que elas estavam indo para o aeroporto em apenas alguns minutos. O choque fora tanto que nem deu tempo dela fazer drama ao descobrir seu destino, estava tão anestesiada que sequer se lembrava o que tinha colocado em sua mochila, não tinha forças para mais nada, a não ser impedir seu corpo de ter um colapso nervoso. Mas nem seu corpo a estava ajudando, nem ele e nem a maldita garrafa de barolo, sua adrenalina era tanta que vomitou ao acordar, vomitou novamente ao descobrir seu destino e uma terceira vez antes de entrar no avião, sua garganta doía, sua cabeça ainda mais e tivera que deixar para depois os gritos que pretendia soltar na orelha de sua mãe e de sua melhor amiga.
Lexi não tinha o contato de Carol, mas rezou para que a francesa a aceitasse em seu Instagram privado e passou o resto da noite encarando o aparelho, aguardando a notificação. que a perdoasse, mas Harry Potter, seu ursinho, tinha sido jogado contra a parede, quando ela viu que agora era amiga da namorada de Benzema. Dali para que Carol ligasse para Luciana fora questão de minutos e era por todo aquele esquema tático que as três estavam a caminho de Illinois, com ingressos VIPS reservado em nome delas para o jogo entre Real Madrid e o All-Star team da MLS.
- É uma péssima ideia. - dizia pela milésima vez, mesmo que não tivesse mais nada a fazer, tinham partido há trinta minutos.
- É uma ótima ideia, !
- Lexi, pelo amor de Deus, o só quer distância de mim, eu tenho certeza disso.
- Você não tem certeza de nada porque não leu as mensagens que ele te mandou, as vezes ele está dizendo que está morrendo de saudades e que está pegando um voo para Los Angeles para te ver - a loira parou por um momento quando sentiu os olhares chocados das italianas sobre si - É, isso seria péssimo porque estamos indo para Chicago, aí vocês iriam se desencontrar e…
- Amore, vai dar tudo certo. - Luciana decidiu cortar Lexi, a americana estava tão nervosa quanto a filha e parecia piorar ainda mais a situação . Ela apertou com delicadeza a mão de - Filha, a Carol não avisou que você está indo, você só vai conversar com ele se sentir que está pronta.
- Promete?
- Prometo, filha.
- E se eu não estiver pronta, você fala com ele? - perguntou nervosa, buscando consolo em Luciana.
- Eu? Mas o que eu diria?
- Bem… Eu ainda quero a minha camiseta de volta.
⚽⚽⚽
estava tão focado em seu aquecimento que não notou os olhares que estava recebendo dos seus colegas de time, no primeiro momento achou que era por conta de sua estreia, mas quando Achraf veio praticamente correndo em sua direção, com um semblante assustado e animado ao mesmo tempo, sentiu medo do que pudesse estar acontecendo.
- Cara… - o marroquino começou ofegante, viera correndo, mas então parou e se sentiu esquentar.
- Pelo amor de Deus Arra, fala logo! - bufou frustrado - Me fala logo o que tá acontecendo, meu pai vai me tirar do jogo?.
- A está aqui. - soltou, sem nem ao menos preparar o terreno.
É, ele definitivamente não estava pronto para aquilo.
Ainda mais depois de ter sido ignorado nas mensagens que havia mandando para a garota na noite anterior. No começo ele tinha ido bem, pediu desculpas pela forma que agiu e disse que a perdoava pelo mal entendido na última conversa que tiveram, mas então, quase vinte minutos depois de ter mandando aquelas mensagens e sequer saber se ela as tinha lido, entrou na conversa novamente e num ato de puro desespero, havia dito que a amava. Caralho, o que ele tinha na cabeça?
- Ela veio me dar um soco, tenho certeza.
- O que? Claro que não! - Achraf estava tão nervoso quanto e o francês não conseguia entender o porque - Não era para você saber que ela está aqui, se a Carol descobrir que eu te contei ela me mata.
- Quoi? A Car… - e então o francês balançou a cabeça de um lado pro outro - Mas é claro que tem dedo da Carol nisso.
- Pelo que eu entendi, foi a mãe da que trouxe ela aqui, meio que a contragosto. Ela está com medo de você estar odiando ela, mas ouvi algo sobre querer a camiseta dela de volta também. - arregalou os olhos com aquela informação - Que camiseta é essa cara?
- Temos quanto tempo até o começo do jogo?
- Pouco mais de uma hora, por quê? - Achraf o olhou confuso, mas então ele entendeu o que estava planejando fazer - Cara, não!
- Eu preciso só de cinco minutos com ela, me ajuda, Achraf, por favor.
- Já tô fudido mesmo.
⚽⚽⚽
estava tendo um ataque de pânico, tinha certeza. Não conseguia respirar, seu peito se comprimia e sua cabeça ainda girava, tudo por conta de um maldito garoto. Por que Deus havia criado homens mesmo?
- Pelo amor de Deus, , se acalma. - Carol estava com as mãos no ombro da italiana, que não conseguia parar quieta.
- Minha camiseta.
- Mas você veio aqui pra pegar essa maldita camiseta ou ver o ? Porque se fosse isso a gente dava um jeito de te mandar por correio.
- Eu não sei.
- Bebe água, filha - Luciana entregou o copo para a dançarina e sentiu vergonha ao encontrar o olhar das mais velhas sobre si. - A última vez que te vi desse jeito foi na final da Champions de 2010.
- Per dio madre! Não me lembra desse jogo!
- O que aconteceu nesse jogo? - Lexi perguntou curiosa, mas se arrependeu quando sentiu o olhar bravo da dançarina sobre si.
- Não foi nessa final que o Inter de Milão saiu campeão? - Carol perguntou confusa.
- Foi e foi nessa final que o divórcio entre os meus pais começou.
Lexi e Carol arregalaram os olhos espantadas e Luciana se limitou a segurar a sua risada, depois de tantos anos, continuava a achar que aquele era o motivo da sua separação de Alessandro?
- Non ci posso credere! Você ainda acha que o motivo que me fez querer separar do seu pai foi porque você decidiu torcer para o Inter e não para o Milan? Per dio, , eu não ligo para essas coisas e nem o seu pai.
- Eu não quero falar sobre isso.
- Você que começou o assunto!
- Eu?! Mãe, quem falou da final de 2010 foi você.
andava apressado e ouviu a voz de antes de sequer vê-la, o ritmo cantado e forte do italiano fez com que seu coração ficasse ainda mais apertado. Ao adentrar no local, ele esperava tudo, menos aquela cena, Carol e Lexi tinham a mesma expressão que ele. discutia em italiano com outra mulher, chamando todas as atenções para elas, se ele não estivesse uma pilha de nervos, acharia cômico o que estava presenciando, era uma cópia fiel da mãe. Ele ficou impressionado com a semelhança entre elas, o gênio forte e principalmente a beleza.
Lexi foi a primeira a notar a aproximação do garoto e sem que as italianas notassem, cutucou Carol que sorriu ao ver o goleiro chegar. podia ler os olhos da americana “ótimo, como se a situação já não estivesse ruim o suficiente”, sem querer atrapalhar, mas ciente de que não poderia ficar muito tempo ali, num ato de coragem fez um barulho com a garganta e logo todas as atenções estavam voltadas para ele, inclusive de sua italiana, que parecia perto de desmaiar.
- Oi. - disse tímido, vendo a mãe de sorrir.
- Più che bel ragazzo! - o elogiou, embora não soubesse daquilo.
- Mãe, pelo amor de Deus!
- Que foi , só estou elogiando a beleza do menino . - piscou para a filha. - Muito prazer, Luciana, mãe da .
- Já estive lá - Carol disse quase num sussurro para Lexi e foi respondida com um “eu também”.
- O prazer é todo meu, Sra . Sou um grande fã do seu trabalho - disse num tom sério, que não lhe atingiu os olhos, se referindo a e estendeu a mão para a mulher.
- Ah, querido, eu também, eu também. - disse ainda rindo do garoto o puxando para um abraço, não sem antes lhe dar um beijo em cada bochecha.
- Er, eu não quero parecer mal educado, mas será que eu posso falar rapidinho a sós com a sua filha? Eu volto depois do jogo com mais calma.
- Mas é claro que sim. - Luciana estava encantada com a educação do garoto.
- , você não deveria estar concentrado? - Carol perguntou preocupada. - O Benzema já tá bravo que eu tô me metendo onde eu não devo, se você atrasar...
- Eu vou ser rápido, prometo.
encarou a mãe primeiro e depois seus olhos caíram sob ele e viu que ela estava receosa, mas antes que pudesse se decidir, o jogador lhe estendeu a mão e ela a pegou, o acompanhando porta afora.
- Me desculpa!! - os dois disseram praticamente ao mesmo tempo, assim que a porta se fechou e o encarou confusa.
- Por que você tá me pedindo desculpas? A idiota aqui sou eu! - desabafou, para surpresa do goleiro.
- Por causa das mensagens.
- Que mensagens?
- As que eu te mandei! - por um segundo se perguntou se ele tinha mandado para a pessoa correta.
- A tela do meu celular quebrou, eu não consegui ler, mas tenho certeza de que não foi pior que “você quer me fazer desistir da minha carreira”. - disse com um tom acima do seu normal e riu ao vê-la imitar a si mesma.
- Na verdade foi - admitiu sem graça e cruzou os braços curiosa.
- O que pode ser pior que isso? Você por acaso disse que estava desejando a minha morte e que nela eu teria que ver e rever a minha apresentação vestida de margarida? - não conseguiu controlar a gargalhada que soltou e sorriu ao ver que a italiana o estava acompanhando.
- É ainda pior - ele disse murchando os ombros e com um pouco de receio se aproximou da garota, como se alguém mais pudesse ouvi-lo - Na mensagem eu disse que te amava, e sim, eu já sei o que você vai dizer, é uma loucura eu estar sentindo isso, e nunca que a nossa relação vai dar certo e… - vomitava as palavras, além dos nervos de estar frente a frente com , quando tinha certeza que nunca mais a veria, ainda tinha sua estreia em menos de meia hora.
- Eu também te amo.
Certo.
travou ouvindo aquilo.
Ele encarou a garota a sua frente totalmente atordoado, mas para o seu consolo, ela não parecia muito melhor que ele.
- Mas eu continuo achando que a nossa relação não vai dar certo. Não comigo vivendo na Califórnia e você em Madrid, .
- Eu sei. - disse simplesmente, não queria pensar naquilo, não quando tinha acabado de ouvir de que ela também o amava.
Em silêncio e sem saber bem o que dizer um ao outro, e se assustaram ao ver Achraf aparecer meio afobado, avisando ao jogador que ele tinha que ir para o vestiário se arrumar, o francês apenas concordou com a cabeça e pediu mais um segundo a sós com a italiana.
- Fica até o final do jogo? - pediu, mas no fundo ele estava implorando. Aquela não poderia ser a última vez que veria a italiana.
- Fico. - a garota sorriu tímida para ele que assentiu feliz dando um beijo em sua bochecha, antes de sair a passos apressados atrás de Achraf. Quando ele estava há uma certa distância ela o chamou - , me promete que não vai fazer nenhum gol contra?
ignorou todos os avisos que sua cabeça o enviava e correu de volta até , a puxando pela cintura e tascou um beijo rápido, porém intenso na garota e sorriu vencedor quando a ouviu suspirar.
- Buona fortuna ragazzo!
não entendia muita coisa de italiano, mas aquilo ele tinha certeza saber do que é, ainda mais com a garota a sua frente representando exatamente aquilo. Sorte.
⚽⚽⚽
estava sentada com Lexi e sua mãe na fileira atrás do banco de reserva do time de Madrid, a garota se sentia segura, apesar do coração acelerado. estava apenas há alguns metros de distância da garota, já que conforme combinado com o seu pai, ele só entraria mais tarde.
Enquanto assistiam ao primeiro tempo, Luciana conversava com as meninas.
- Mio Dio! Eu tinha esquecido como os jogos de pré temporada são horríveis! - Luciana fez uma careta após um dos jogadores do time de All-star ter dificuldade em dominar a bola.
- Acho que a liga americana que não é boa mesmo mãe.
- Ai Lexi, não vejo a hora de te levar para Itália para você acompanhar um futebol bom de verdade - a mais velha sorriu para a americana que mostrou o sorriso com o aparelho à mostra - Você vê, meu bem, nós tínhamos o Kaká da melhor fase. Ah, que saudades do meio de campo do Milan com ele e o Pirlo.
- Realmente foi uma época boa - a loira concordou e se assustou quando a ao seu lado deu tapinhas em sua perna - Ai, que foi, ?
- Zizou mandou o para o aquecimento!
A italiana seguia cada passo do goleiro, como se seus olhos só pudessem vê-lo. O observou colocar o colete e se dirigir junto com seu treinador para a área de aquecimento, ele observava o jogo, enquanto fazia movimentos com as pernas. Ela sorriu ao perceber quão concentrado o francês estava, vê-lo ali em campo deu para ver como ele era parecido com o pai. Ela sempre os achou totalmente diferentes, mas naquele momento, eram praticamente idênticos.
A verdade é que se perguntassem para qualquer coisa sobre o jogo, ela não saberia responder. Quando criança ela costumava acompanhar diversas partidas e ao contrário dos seus pais, deixavam as suas emoções de lado e focar somente na parte técnica do jogo, por isso sempre surpreendeu a muitos com a sua memória de detalhes da partida. Então para ela foi estranho quando o juiz anunciou o fim da partida empatada em 1x1 , a garota sentiu como se não tivesse visto nada além de , desde que ele entrou no jogo. Ela mantivera seus olhos apenas na pequena área e quando ele tomou um gol extremamente bobo, diga-se de passagem, sentiu raiva e xingou, o xingou tanto que até levou um beliscão de sua mãe.
Enquanto aguardavam os jogadores receberem massagens rápidas em suas pernas e a decisão de que lado do estádio os pênaltis aconteceriam, se permitiu relaxar pela primeira vez desde que vira entrar em campo.
- O maior inimigo dos italianos... - sua mãe disse um pouco nervosa, embora não torcesse para o Real Madrid, torcia por sua filha - Os pênaltis. Malditos americanos que não aceitam um empate. - resmungou para si mesma, fazendo Lexi rir.
- Porque eu só consigo pensar no Taffarel agora? - Lexi perguntou após a italiana mais nova ter um leve surto.
- Sabe os franceses também não se dão bem com pênaltis, copa de 2006.
- Ótima coisa para se dizer com Zinedine só há alguns metros longe da gente, mãe.
- Tetra mia figlia!
- O é bom pegando pênalti, , eu já assisti vários jogos dele no Castilla!
- Boa sorte, ragazzo. - sussurou com as mãos na boca, assim que todos os jogadores se posicionaram em meio de campo e e o outro goleiro foram para a pequena área.
sabia que aquele jogo não valia nada, mas queria que o Real Madrid ganhasse de qualquer forma. Desde que soube que iria entrar em campo, ela queria que ele saísse com a vitória em seu primeiro jogo no time principal. Ter o azar, ou a sorte da partida terminar em pênaltis só fez com que aquela data se tornasse ainda mais memorável.
O primeiro chute era do time adversário e , apesar de ter se jogado pro lado oposto, teve a maior sorte, quando a bola bateu direto na trave, voando para bem longe do gol. Benzema foi o primeiro jogador do Real Madrid a chutar e é claro que o atacante marcou o seu, se virou para onde Carol estava sentada e sorriu ao vê-la comemorar animada com as outras namoradas aquele gol. Gareth Bale foi o segundo a marcar pelo time sem qualquer dificuldade, após não conseguir salvar a segunda tentativa do MLS.
Com a desvantagem de um gol perdido, o jogador paraguaio do time adversário celebrou ao conseguir marcar o segundo gol de sua equipe, bem como Mateo Kovacic, que sem dificuldades, marcou também.
Era a última tentativa do time americano e cruzou os dedos das duas mãos, torcendo para que conseguisse salvar aquele pênalti. Sua mãe, vendo como a menina estava nervosa, apertou seu ombro em conforto, também animada pela sensação de estar em um estádio após tantos anos.
- Vamo, ragazzo, você consegue.
E, como se pudesse ouvir suas palavras, se jogou para o lado certo e sem muita dificuldade agarrou a bola, para que tivesse a certeza de que ela não fosse para nenhum lugar. não lembrava de ter gritado tanto antes em sua vida, em pura felicidade. Até lágrimas de orgulho se formaram em seus olhos.
Com o chute final valendo o resultado do jogo, as três observaram Marcelo caminhar em direção a pequena área.
- Tá ganho! - Lexi disse confiante, sobre seu jogador favorito.
E a americana estava certa, sem dificuldades e sem muitas comemorações o moreno marcou o seu com a elegância e charme que somente os jogadores brasileiros conseguiam fazer, fazendo com que toda a torcida pulasse animada por conseguir, não só ver um time europeu ao vivo, mas também ganhar a partida. Era um privilégio que poucos amantes do futebol tinham.
No fundo a italiana acredita em destino, principalmente no futebol, não era sempre que havia justiça, ela havia assistido muitos jogos em que o melhor time em campo não saiu com a vitória, o futebol funcionava daquela forma e embora parecesse injusto, fazia parte. Quando defendeu o último pênalti, ela entendeu, havia sido o destino que fez com que eles se esbarrasem aquele dia no campus da UCLA, que havia colocado ele em sua vida e mais ainda quando ela mostrou seu vídeo vestida de margarida e ele retribuiu com o vídeo de seu gol contra. Tudo estava finalmente se encaixando em sua cabeça.
Sem , ela não teria percebido que apesar de sua lesão, dançar ainda era sua vida. O francês havia mudado muita coisa nela em apenas duas semanas e agora mais do que nunca ela tinha certeza de que havia impactado a vida dele também. Ela não sabia qual era o destino final da história deles, se teriam um final feliz juntos ou separados, mas estava disposta a acreditar que a vida ainda tinha algo reservado para eles, fosse em dois meses, dois anos ou numa próxima vida.
Perdida em pensamentos, sentiu mais lágrimas se formando em seus olhos, estava tão orgulhosa de que mal podia se conter. Assim que ela viu Asensio se aproximar da torcida e encontrar Mia, a ajudando a pular a grade que separava o campo da torcida, ela não pensou em mais nada e também pulou, deixando Lexi e Luciana para trás e seguiu na direção do goleiro, que estava sendo parabenizado por todos os jogadores não só pela estreia, mas também pelo belo pênalti defendido.
Zinedine terminava de tirar uma foto com o filho, para mandar para sua esposa, quando viu a dançarina se aproximar.
- Me parece que você ainda tem mais um pênalti pra defender. - disse fazendo se virar e sorrir aberto para que aceitou aquele gesto como uma oportunidade pra sair correndo e pular no colo do jogador, sem se importar que ele estava completamente suado.
- Eu não acredito que você defendeu aquele pênalti! - a garota tinha as duas mãos no rosto do jogador, que estava com o maior sorriso que ela já havia visto, até então - Eu quase tive um ataque cardíaco, mas foi lindo! Lindo não, foi perfeito!
- Você quase teve um ataque cardíaco? - o jogador deu uma risadinha, depois de receber um beijo estalado na bochecha da garota que sorria feliz demais para ele - Decisão nos pênaltis, na minha estreia!! Eu que estava achando que ia vomitar ali no campo mesmo.
- Eu tinha certeza de você ia defender.
- Tinha mesmo? - o garoto cruzou os braços desconfiado.
- Não, eu rezei para todos os santos que eu conhecia e no caminho acabei inventando alguns também, só por precaução.
O jogador sorriu bobo antes de puxar a garota para um beijo que a deixou sem fôlego, ela sorriu para ele que deixou um beijinho estalado em seu nariz.
- Talvez eu tenha tido uma ajudinha extra.
- Como assim ?! - perguntou confusa vendo o jogador tirar suas luvas e camisa e ela mal acreditou quando viu que durante todo o tempo ele estava usando sua camiseta roxa.
- Ah, ! - a italiana se jogou novamente nos braços do francês o beijando com todo amor que ela tinha para dar, sabendo que aquele seria um dos últimos beijos que eles trocariam.
Não demorou muito para que Lexi e Luciana viessem acompanhada de Carol e Benzema, o jogador tinha tirado a camisa e andava com ela na mão.
- Eu estou vendo. - brincou, trombando seu corpo de leve ao dela, ao vê-la arregalar os olhos para o corpo de seu conterrâneo.
- Será que ele não me dá a camisa dele também? Assim tenho uma de goleiro e uma de jogador. - perguntou para , que deu de ombros.
- Ei casal, fico feliz que vocês puderam ter uma despedida decente. - Carol sorriu para os dois e sacou o celular - Vamos tirar uma foto para guardar esse momento. - disse se virando para ver quem estava por perto e encontrou Marcelo e Casemiro, agradecendo aos fãs próximo a eles.
- Ei, Marcelo, fica aqui. - pediu para o brasileiro se colocar do lado de Lexi, que só faltou desmaiar ao notar que não só poderia abraçar o seu jogador favorito, como também teria aquele momento eternizado para sempre.
Luciana, , , Carol, Benzema, Lexi e Marcelo se abraçaram para a foto e assim que os brasileiros se afastaram, não sem antes Marcelo deixar sua camisa com a loira, Karim se virou para .
- Aqui, dançarina. - disse sorrindo, jogando a camisa dele para ela e encarou chocada.
- Não foi ideia minha. - deu de ombros encarando Carol.
- O que posso dizer… - piscou para a italiana e quase morreu ao perceber que tinha contado para Carol sobre como ela achava seu namorado um gostoso. - Temos bom gosto para homens gostosos. - sussurrou no ouvido da garota, antes de abraçá-la forte, desejando tudo de bom e que a procurasse caso um dia fosse para Europa.
não podia ter se dado melhor com Luciana, a mulher era divertida, exagerada e tão apaixonante quanto a filha. Embora quisesse passar mais tempo conversando com ela, sabia que sua despedida com era iminente e tomou coragem para levar a garota num canto um pouco mais afastado dos demais.
- Então, é isso? - tinha os braços na cintura de
- Acho que sim, obrigada pelas melhores duas semanas da minha vida, eu não vou esquecer - disse levando seus olhos para a pulseirinha que ele tinha lhe dado.
- Eu também não, . Não sei se vou querer te mandar mensagem o tempo todo ou se vou sumir de vez, mas não vai ser por mal, eu…
- Eu entendo, a gente precisa disso.
- Addio, .
- Addio, bella ragazza. Je ne t'oublierai jamais.
E sabia, ele realmente jamais a esqueceria.
E foi lá que ela ficou por muito tempo, encostada na mesma estante em que ela e haviam se beijado pela primeira vez, várias imagens passavam na cabeça da dançarina, a maioria delas eram boas, mas nenhuma a deixava tão transtornada como a última conversa que tivera com o goleiro.
Eventualmente ela teve que deixar a biblioteca, já era de noite quando a bibliotecária a chamou avisando que estava fechando o local. não protestou, apenas se levantou e se encaminhou até o portão oito, assim como ela tinha feito duas semanas atrás. A italiana entrou no centro de treinamento esportivo da universidade, só que dessa vez ele estava vazio, o time da capital espanhola não estava mais lá.
não sabia que horas eram, mas tinha certeza de que já era bem tarde. Enquanto brincava com a saia do seu vestido, ouviu o seu celular tocar mais uma vez, mas assim como das outras vezes, ignorou. Não demorou muito tempo para que, enfim, Lexi a encontrasse, teve vontade de rir ao ver que ela estava de pijamas, mas sequer tinha força para isso.
- Meu Deus , está todo mundo procurando por você há horas - ela disse se aproximando da e a abraçando - Eu estava tão preocupada!
- Desculpa. - disse simplesmente, enquanto se encaixava no abraço da amiga.
- Tá tudo bem. - Lexi disse sorrindo enquanto fazia carinho no cabelo da amiga - Vamos para o quarto, sim? Você precisa descansar, amanhã é um dia importante.
- Ah meu Deus, ainda tem isso. - disse se lembrando da sua apresentação. - Eu vou me fuder…
- Não vai, não - Lexi se levantou e puxou a italiana pela mão - Tudo que você precisa é de uma boa noite de sono e muito chocolate.
olhava para os seus amigos que se divertiam enquanto viam bobeiras no celular, mas o francês não conseguia abrir um sorriso, ele sequer tentava. Foram várias as vezes que Achraf tentou animar o goleiro, mas nada parecia adiantar. O jogador surpreendeu a todos quando apareceu no voo da noite que os levaria a Chicago, já que eles sabiam que o francês iria apenas no voo da manhã seguinte.
Seu pai foi o primeiro a se aproximar do filho, que decidira se sentar sozinho no avião. Zizou se sentou ao lado do garoto e esperou até que estivesse pronto para dizer algo, mas isso nunca aconteceu. Para a surpresa do técnico, o mais novo começou a chorar e não parou até aterrissar em Chicago.
, apesar de preocupado, disse para o filho se recompor antes deles deixarem o avião, porque afinal, cada momentos dos jogadores naquela pré-temporada estava sendo gravado para o canal do youtube do Real Madrid e ele sabia que o filho não iria gostar de ver cenas como aqiela indo a público. limpou as lágrimas e saiu ao lado de Marcelo, que passou o braço em torno do ombro do francês, o fazendo se sentir muito mais tranquilo.
- tem certeza de que não precisa de ajuda? - a americana perguntou, ao ver o estado da amiga.
- Lexi eu não to bêbada, só chorei muito. - explicou, mas a loira pareceu não acreditar - Eu to bem, sério.
- Você parece meio tonta.
- Se eu demorar mais de vinte minutos no banho é porque me me afoguei nas minhas lágrimas, mas não entre no banheiro antes disso. - pediu dramática.
Lexi cruzou os braços e a não pode evitar o sorriso que escapou dos seus lábios ao encarar a amiga, não sabia o que seria dela sem a americana ao seu lado, se aproximou da garota que ainda a olhava preocupada e depositou um beijo carinhoso em sua bochecha e então entrou no banheiro.
respirou fundo enquanto se encarava no espelho. Céus, estava uma tragédia, a maquiagem toda borrada, o cabelo estava uma zona, o vestido estava manchado de lágrimas, mas nada se comparava com a dor que a italiana sentia em seu coração. Ela ainda não tinha entrado no banho quando Lexi avisou que estava indo comprar sorvete para elas, apreciou o tempo que pode ficar sozinha no dormitório que dividia com a amiga. Precisava daquilo.
A italiana já se secava, sentada em sua cama, quando seu celular tocou mais uma vez, por um momento a garota achou e torceu, para que fosse , mas o nome que apareceu na tela a deixou ainda mais surpresa.
- Pai?! - exclamou ainda sem acreditar que era mesmo ele.
- Ciao, piccola mia - um soluço escapou dos lábios da italiana - Está muito tarde aí? Eu sempre me perco com esses fuso horários, peço perdão.
- Não está não, pai - a garota sorriu antes de continuar - E você deve estar abrindo a padaria agora, né?
- Ruggero já abriu para mim, eu sou o chefe, posso atrasar uns minutinhos para conversar com a minha filha e pedir desculpa por ter sido um grande babaca nos últimos meses.
- A mamãe te ligou? - perguntou direta, desconfiada daquela ligação tão repentina.
- Mio dio ! Não é só porque eu me toquei que estava sendo um idiota que a sua mãe tem algo a ver com isso.
- Pai…
- Ok, nós conversamos. Você me conhece, sou tão teimoso, .
- Eu sei disso, eu sou que nem você - a garota sorriu quando ouviu seu pai rir do outro lado da ligação.
- Mas eu sou o mais velho. - disse suspirando fundo, sabia que devia mais a filha - Eu sempre te apoiei bambina, só é difícil saber que você não vai voltar pra cá tão cedo, eu sinto sua falta. Quando você estava aqui e me mostrou o vídeo do seu ensaio… Por dio, você é tão talentosa, amore mio, vai ganhar o mundo. E seu papa vai ficar aqui, pra trás.
- Não fala isso, pai. Eu vou sempre achar um jeito de te visitar e se o chefe pode atrasar uns minutinhos, ele pode tirar umas férias e vir passar com a filha também. - sorriu com as palavras de seu pai. - Eu te perdoo, pai.
- Eu não te mereço amore mio. Amanhã é a sua apresentação, não é? Eu juro que não sei onde foi parar a nossa camiseta da sorte, acho que a Martha achou que era um pano de chão, porque não a acho de jeito nenhum!
- Não foi a Martha que sumiu com ela pai, fui eu, eu trouxe para LA e… Meu Deus!! - quase perdeu o ar ao se tocar que a camiseta ainda estava com .
- Chi era mia figlia?
- Eu acabei emprestando para um garoto e eu tenho certeza que ele não quer ver a minha cara nunca mais nessa vida.
- Fala o nome, você sabe que eu tenho o espírito de poderoso chefão em mim, eu acabo com a raça desse moleque.
gargalhou com o cometário do seu pai e se sentiu mil vezes mais leve, fazia tanto tempo que não tinha uma conversa assim com ele, que sem perceber, lágrimas surgiram nos seus olhos.
- Pai, sabia que eu joguei futebol esses dias? - Ela disse e sorriu quando o mais velho gritou animado - Esse garoto que está com a minha camiseta, fiz vários gols nele.
- Ah, essa é a minha ragazza. - o mais velho disse orgulhoso.
Quando Lexi voltou para o dormitório com o sorvete e outras várias besteiras nas mãos, se sentia infinitamente melhor, apesar de ainda sentir o aperto no seu coração. Mas a loira era sempre ótima em distrai-la e logo estavam gargalhando, enquanto assistiam juntas vários vídeos do Saturday Night Live. foi dormir de barriga cheia e com apenas um pensamento na cabeça: .
despertou de seu devaneio quando Sergio Ramos, capitão do time, chamou a atenção de todos os jogadores e pediu para que eles o seguissem até o gramado do Toyota Park Stadium, local onde o time merengue faria o primeiro treinamento em Chicago. O francês não estava com a menor cabeça para aquilo, mas sabia que só seu amor ao esporte o faria esquecer nem que por alguns minutos uma certa italiana. E aquele dia todo de treino fora exatamente o que o goleiro precisava, fazer o que mais amava sempre o ajudava a colocar as coisas em perspectiva.
Como esperado, o dia havia sido puxado, assim como todos os outros da pré temporada. Os jogadores estavam voltando de férias e ainda tentando se acostumar com a intensidade de treinos e jogos novamente, era sempre naquela época que os jogadores do Castilla treinavam ainda mais para serem notados pelo primeiro time e, quem sabe, conseguir uma vaga para a temporada.
Quando o jogador estava voltando para o vestiário, ouviu o seu pai o chamar de canto.
- , estou pensando em te colocar no jogo amanhã. - disse sério para o filho - Você está preparado? Se sente confiante?
O garoto arregalou os olhos, estava esperando por esse momento há tanto tempo, que não conseguia acreditar que ele de fato estava acontecendo.
- Eu... - O jogador respirou fundo e encarou o seu treinador ao responder confiante. - Estou. Pode contar comigo.
Zizou deu um sorriso doce ao garoto, orgulhoso de sua determinação e seguiu em direção ao vestiário. Durante o treino, pensou em toda a confusão que estava acontecendo em sua cabeça e coração e como faria para deixá-las de lado, a resposta de repente, pareceu óbvia. Quando já estava de banho tomado e pronto para voltar ao hotel que o time estava hospedado em Chicago, pegou o seu celular e sentiu o seu coração apertar ao ver a foto de na capa de fundo, mas ele decidiu ignorar esse sentimento e entrou na conversa do whatsapp com a sua mãe e lhe contou tudo, mais uma vez. Se tinha alguém que podia lhe guiar, era a sua mãe.
- Você está linda.
sorriu fraco para Lexi que dava os últimos retoques na maquiagem da bailarina. A garota se virou de frente ao espelho e suspirou, os olhos inchados ainda estavam lá e ela tinha certeza de que eles não iriam embora tão cedo, mas com o cabelo e maquiagem pronta e prestes a pôr o seu figurino, respirou fundo. Sabia que não importava o que tivesse acontecendo dentro de si, teria que dar o seu melhor.
- Eu estou nervosa - a italiana admitiu para a amiga.
- Vai dar tudo certo.
- Você acha que eu deveria mandar uma mensagem para ele?
- Para quem? - Lexi perguntou, apesar de saber bem quem era “ele”.
- O - respondeu, sentindo um aperto em seu coração.
- Depois, agora você precisa se concentrar, ouvi dizer que irão ter olheiros aqui assistindo as apresentações, é verdade? - A loira ergueu uma sobrancelha curiosa.
- Sim - deixou os ombros caírem ao se lembrar disso.
- O que isso quer dizer?
- Nada se eu não for boa o suficiente - a italiana se levantou - Vai me assistir?
- Da primeira fileira - Lexi sorriu para ela - E ei, ...
- Fala.. - A italiana respondeu enquanto ajeitava uma última vez o seu coque.
- Lembra quando você me disse que às vezes chora assistindo algumas apresentações, porque você consegue sentir o mesmo que dançarinos através da dança? - concordou com a cabeça - Você devia fazer o mesmo hoje, colocar tudo para fora, tudo, seus pais, suas inseguranças, a sua história com o …
- Eu não sei se consigo - A respondeu com a voz falha.
- Eu sei que você consegue - Lexi apertou os ombros da amiga - E o também sabe. Vai lá e arrasa ragazza.
- Fez um bom treino, moleque - Marcelo disse enquanto se sentava ao lado de que terminava de comer a sua salada - Está preparado pra amanhã?
- Estou. - respondeu confiante. - Espero por essa oportunidade há muito tempo, não vou decepcionar.
- Sei que não. - o brasileiro sorriu para o mais novo, que estranhou Achraf vir correndo na direção dos dois jogadores.
- Vem comigo. - o garoto nem esperou responder, apenas o puxou pelo braço e o levou para uma área mais tranquila do hotel - A Lexi acabou de mandar uma coisa.
- Você tem o número da Lexi? - perguntou surpreso.
- Ela é gente boa - o outro respondeu dando de ombros.
- É sim - sorriu, gostava muito da americana - E então, não vai me mostrar?
- Primeiro eu quero que você me prometa que está bem e que isso não vai te afetar…
- Como eu posso prometer se eu nem sei o que é? - O francês perguntou enquanto colocava as mãos na cintura, de repente se sentindo ansioso.
- Tem a ver com a ...
Aquilo já imaginava, ele só não fazia ideia do que poderia ser. Riu fraco ao perceber como a simples menção do nome da garota já o afetava, o goleiro encarou o amigo assentindo com a cabeça.
- A Lexi gravou a apresentação da e achou que você gostaria de ver. - o marroquino continuou e não se surpreendeu ao ver os olhos arregalados no rosto do goleiro - Não acho uma boa ideia…
- Eu quero ver - disse firme.
- …
- Eu quero ver, Achraf - Ele estendeu a sua mão pedindo o celular - Me dá, por favor.
O garoto revirou os olhos antes de entregar o aparelho já desbloqueado para o amigo que antes de se afastar deu um sorriso fraco e um tapinha de apoio em seu ombro., ficou encarando o aparelho por um tempo, antes de finalmente pôr play no vídeo e sentiu seus pelos se arrepiarem quando a música começou a tocar.
Durante aquelas duas semanas, havia escutado aquela música tantas vezes que acabou decorando a melodia, mas em todas as vezes que a colocou para tocar não era ela quem dançava e, apesar de já achar lindo quando Martha Graham, a dançarina favorita de , dançava, nada se comparava com a sensação de vê-la dançando aquela música.
Ele sabia que ela era uma boa dançarina, apesar de não entender muito de dança, o jogador sentia que quando um bailarino é realmente bom você não consegue tirar os olhos dele por nenhum minuto. E a julgar por seus olhos, que tinham se esquecido que precisavam piscar, Francesa não era boa, ela era muito boa. Seus passos eram leves, porém marcantes, mas o que mais chamava atenção de era o olhar da italiana, que traduziam uma enxurrada de emoções. Ele ficou surpreso, quando ao final da coreografia, viu lágrimas nos olhos da .
- Comme c'est beau - Ele disse com um sorriso bobo no rosto então se virou para Achraf que o encarava preocupado - Eu estou bem, de verdade - o jogador devolveu o celular do amigo e apertou carinhosamente o seu ombro - Agradeça a Lexi por isso, por favor.
- Pode deixar - o marroquino olhou com atenção para o amigo que abriu o seu famoso sorriso, começou se afastar, mas Achraf o puxou pelo braço - Eu sou péssimo dando conselhos amorosos.
- Achraf…
- Não, calma - Ele respirou fundo antes de continuar - Você gosta dela, cara, e eu não sei se o relacionamento de vocês conseguiria durar com a distância. Se eu fosse vocês tentaria fazer funcionar, mas não sou…
- Ela não quer, Achraf.
- Me escuta - o jogador pediu, se aproximando mais do amigo - Vocês se gostam demais para terminarem as coisas desse jeito, não vai fazer bem para nenhum dos dois. Por que você não manda uma mensagem para ela, para tentar terminar as coisas numa boa? - Achraf cortou mesmo antes dele começar a falar - E tira isso da sua cabeça que a tem uma imagem ruim de você, porque ela não tem, ela estava assustada.
- Eu sei disso.
- Então, cara, manda uma mensagem para ela. Mesmo que ela não responda, você pelo menos fez a sua parte… E eu sei que a sua mãe disse para você fazer isso!
- Tá ouvindo as minhas conversas agora?
- Você fica a madrugada toda choramingando com a sua mãe no celular, é meio difícil não ouvir.
- É por causa do fuso horário - se defendeu timidamente - Eu vou pensar, prometo que vou.
- Beleza - Achraf sorriu confiante fazendo o colega de time gargalhar.
- Mandou bem, guru do amor.
- Ah, cala a boca vai.
encarava a porta já fazia dez minutos, mas ela simplesmente não conseguia tomar coragem de tocar a campainha. Aquela era a sua casa, caramba! Não devia ser tão difícil. A garota suspirou derrotada e se sentou nos pequenos degraus que tinham na frente da sua porta, já estava considerando ir embora quando levou um susto ao ouvir a porta de sua casa se abrir, que acabou por levar o seu celular ao chão.
- Per amore di dio ! Achei que você era um bandido! - Luciana a encarava com uma vassoura nas mãos o que fez rir, mas o sorriso só durou um segundo, pois quando pegou seu celular, viu que a tela estava toda rachada.
- Mi dispiace mamma - Luciana a encarou desconfiada, mas não deu chance para ela continuar - Você ia bater no bandido com uma vassoura?
- Você teria uma arma melhor?
- Aquele seu livro sobre astrologia ia deixar o cara zonzinho.
- Ma vedi mia figlia - a mulher abriu um sorriso esperto - Eu estava mirando embaixo.
não conseguiu segurar a risada e logo estava ela e sua mãe gargalhando na porta de entrada. A garota não soube dizer quando os risos se transformaram em lágrimas, mas a sua mãe logo notou e a puxou para um abraço apertado e assim ficaram por um bom tempo, antes de finalmente entrarem em casa.
- E então, qual é o motivo da sua ilustre presença em nossa casa?
- Pára, mãe! - a garota revirou os olhos para a mais velha, que apenas sorriu enquanto servia uma xícara de chá para ambas - Nem faz tanto tempo que estive aqui.
- Três semanas, . - a mais velha ralhou, se sentando a sua frente.
- Eu conheci um garoto. - encarou a própria caneca, se impedindo de chorar mais uma vez.
- Por que eu sinto que essa história não vai terminar bem? - Luciana ergueu suas sobrancelhas preocupada.
- Alguma história já terminou bem quando se começa com “eu conheci um garoto”? - resmungou, brincando com a corda do saquinho de chá.
- Julieta que o diga - a mais velha sorriu cúmplice para a mais nova - Por falar em Julieta, como foi a sua prova?
- Não quero falar sobre isso. - respondeu com uma careta.
- E a sua apresentação?
- Muito menos sobre isso. - disse dramática, fazendo com que Luciana respirasse fundo, era ainda mais grave do que pensava.
- Certo. - a mulher pareceu coletar seus pensamentos - Esse garoto, é ele o motivo que te afastou de tua mamma por três semanas? - a concordou fazendo a mais velha arregalar os olhos inconformada. - Pensei que havia te ensinado corretamente, , bros before hoes.
- Você não é meu bro mãe, e é sério o que estou te falando.
- Sei que é. - a mais velha tentava segurar a risada e desviou quando a sua filha ameaçou chutar-lá por debaixo da mesa - E esse garoto, tem um nome?
- . - disse simplesmente, sabendo exatamente o que causaria em sua mãe.
Francesa, apesar de ser uma dançarina, não possuía reflexos tão rápidos quanto um goleiro e, naquele momento, quando Luciana cuspiu o chá todo que estava bebendo em cima dela, por um momento ela considerou trocar de profissões.
- Per amore di Dio! Ma di che follia stai parlando! ? ?
- Não é loucura nenhuma, e sim , o ! Quer dizer, o filho dele. - fez uma careta ao se imaginar tendo uma relação romântica com o pai de .
- Acho que a minha pressão caiu, . - sua mãe respondeu exagerada. - O que você está esperando para me contar com detalhes essa história toda? E uma foto, eu preciso ver uma foto desse menino.
- Mãe, eu vou te contar tudo, mas quero que me prometa que não vai surtar e nem me dar uma bronca, porque no meio dessa história eu meio que acabei me embebedando depois de invadir o Beverly Hills Hotel e Karim Benzema me assistiu, enquanto eu vomitava em uma privada descompassadamente.
- !! Vamos para sala então, se você vai me contar essa história toda, pelo menos quero estar mais confortável.
- Eu juro que vai valer a pena. E no final se você tiver ouvido sem dar nenhum pitico, eu vou te mostrar o vídeo que gravei do Zizou te mandando um beijo.
olhou para a mais velha com um olhar esperto e reconheceu o brilho que passou nos olhos de sua mãe, era o mesmo que passava nos olhos da bailarina sempre que a propunham um desafio. Luciana até tentou fazer uma pergunta, antes que a filha sequer começasse a contar a história, mas logo recuou ao vê-la encarar divertida, balançando a cabeça. A única opção que restou para mais velha, foi ajustar a postura e sorrir para sua filha.
- Estou ouvindo.
- Sabe, , eu sempre achei que você era careta como seu pai. - Luciana pareceu ponderar, tinha seu celular em mãos e via com a filha as fotos no Instagram de .
- Ei! - exclamou ultrajada.
- Mas depois dessa história, estou orgulhosa, vejo que você está finalmente aproveitando a sua juventude, assim como eu fiz. Pensei que você fosse ficar para sempre se lamentando sobre aquele australiano sem graça… - comentou fazendo questão de parar em uma das muitas fotos que o jogador postava, apenas com um shortinho e todo molhado.
- Mãe… - a bailarina choramingou, mas sua mãe não lhe deu atenção.
- Mas um . Oh che bellezza! Ainda mais esse, que menino bonitinho. Será que vai ficar careca que nem o pai?
- Eu nem sei porque vim aqui - a garota disse se levantando do sofá, quando a mais velha a puxou pela perna.
- Sabe sim, você quer ouvir umas boas verdades - a garota voltou a se sentar e olhou sua mãe receosa. - E non ti preoccupare, mamãe vai te falar todas elas! - disse rindo de si mesma.
O “discurso” de Luciana começou bem, quer dizer, logo na primeira frase ela chamou de burra e usou os mais variados xingamentos em italiano, uns que a garota nem sequer lembrava que existia, mas apesar de olhá-la com os olhos arregalados, ela sabia que sua mãe tinha razão. Era stato uno sciocco! Ela era uma tola!
era um verdadeiro cavalheiro, mesmo que no começo tivesse certeza que seria apenas mais uma em sua cama, não demorou nada para ver que ele era diferente, talvez eles fossem diferentes e por isso que tenha se assustado tanto. Duas semanas não eram nada, um sopro. Duas semanas não eram suficientes para se aprender uma coreografia, quem dirá se apaixonar perdidamente por um goleiro de futebol, filho de um dos maiores jogadores do mundo. Mas de alguma forma tinha acontecido, tinha se apaixonado perdidamente por .
- Eu o perdi, tenho certeza que o perdi.
- Sem drama aqui, Julieta, nem parece que é minha filha. Vocês chegaram a conversar, depois de você ter quebrado em mil pedaços o pobre coração do seu Romeu?
- Não tem graça, mãe. E não, não conversamos. Você não prestou atenção em nada da história? O não quer nunca mais olhar na minha cara.
- E como você sabe? Ele te disse isso, palavra por palavra? - a questionou, mesmo que soubesse a resposta.
- Nós não nos falamos depois que ele foi embora.
- Ele não te mandou nenhuma mensagem? Nem sobre sua apresentação?
- Mensagem?
- É mensagem, ragazza! Ou vocês se comunicam por cartas que nem… - sua mãe fazia grandes gestos, como todo bom italiano, como ela, mas naquele momento aquilo a estava irritando.
- Se você disser Romeu e Julieta mais uma vez eu vou apagar o vídeo do Zizou e …
- Só olha o celular minha filha!
olhou para a sua mãe desconfiada e foi até a sua bolsa pegar o celular, mas então lembrou que a tela tinha trincado e teve vontade de chorar quando viu que não conseguia clicar em suas mensagens de jeito algum, só conseguia ver que tinha uma bolinha azul ao lado de seu nome.
- Ele mandou mensagem - suas mãos tremiam.
- E?
- E eu não consigo ler! - Luciana ergueu as sobrancelhas confusas e suspirou - Mas é o melhor, tenho certeza! Quer dizer, depois do que eu disse para ele, ele deve ter me xingado nas mensagens, falando que pediu seguranças para me manter afastada dele.
- Esse negativismo você puxou do seu pai, não de mim - Luciana disse a olhando preocupada.
- Mãe, eu to bem, sério. Ele tem um jogo importante amanhã em Chicago e o Zizou disse que ele talvez fosse jogar, eu não quero atrapalhar mais do que já atrapalhei.
- Chicago? - perguntou pensativa.
- Isso. - respirou fundo tentando controlar as lágrimas que insistiam em aparecer - Agora se você não se importar eu vou pegar o barolo e afogar as minhas mágoas.
- Na garrafa toda?
- Na garrafa toda. - constatou decidida.
- Uau, está bem então. - Luciana ergueu as mãos em rendimento para a filha, que se limitou ir até o armário, pegar a garrafa de vinho que sua mãe tanto gostava - A namorada do Benzema, que tem te ajudado… É Carol o nome dela, certo?
- É.
- E a Lexi por acaso tem contato com ela?
- Não sei mãe, deve ter, por que te importa? - Luciana arregalou os olhos ao ver a filha virar a garrafa na boca e tomar um longo gole.
- Nada não bambina. - disse contida, tentando esconder ao máximo o que tinha em mente - Eu vou tomar um banho, ok? Pelo amor de Deus não vomite vinho no tapete da sala, se precisar vomitar vai para o seu quarto.
- Mamma?
- Si amore mio
- Ti amo
- Ti voglio bene anche io .
- Ai tia Luciana eu juro que nunca entendi quando a dizia que você só a fazia passar vergonha, você é tão descolada!
- Olha os óculos dela Lexi! - rolou os olhos.
- É Gucci - a mais velha encarou a sua filha por trás das lentes vermelhas que usava.
- Meus pais votaram no Trump, , não fica pior que isso.- Lexi disse irritada e mãe e filha se olharam concordando.
A sorriu fraco para a amiga, seu estômago parecia formar um nó e ela teve certeza que pior que aquilo não tinha como ficar. Ela não fazia ideia de como tinha ido parar dentro de um avião, com a sua mãe e Lexi a caminho de Chicago. Quer dizer, ela sabia.
Luciana a havia acordado às três da manhã a fazendo levar um susto quando percebeu que estava deitada no chão da cozinha, mas assustou ainda mais quando sua mãe anunciou que elas estavam indo para o aeroporto em apenas alguns minutos. O choque fora tanto que nem deu tempo dela fazer drama ao descobrir seu destino, estava tão anestesiada que sequer se lembrava o que tinha colocado em sua mochila, não tinha forças para mais nada, a não ser impedir seu corpo de ter um colapso nervoso. Mas nem seu corpo a estava ajudando, nem ele e nem a maldita garrafa de barolo, sua adrenalina era tanta que vomitou ao acordar, vomitou novamente ao descobrir seu destino e uma terceira vez antes de entrar no avião, sua garganta doía, sua cabeça ainda mais e tivera que deixar para depois os gritos que pretendia soltar na orelha de sua mãe e de sua melhor amiga.
Lexi não tinha o contato de Carol, mas rezou para que a francesa a aceitasse em seu Instagram privado e passou o resto da noite encarando o aparelho, aguardando a notificação. que a perdoasse, mas Harry Potter, seu ursinho, tinha sido jogado contra a parede, quando ela viu que agora era amiga da namorada de Benzema. Dali para que Carol ligasse para Luciana fora questão de minutos e era por todo aquele esquema tático que as três estavam a caminho de Illinois, com ingressos VIPS reservado em nome delas para o jogo entre Real Madrid e o All-Star team da MLS.
- É uma péssima ideia. - dizia pela milésima vez, mesmo que não tivesse mais nada a fazer, tinham partido há trinta minutos.
- É uma ótima ideia, !
- Lexi, pelo amor de Deus, o só quer distância de mim, eu tenho certeza disso.
- Você não tem certeza de nada porque não leu as mensagens que ele te mandou, as vezes ele está dizendo que está morrendo de saudades e que está pegando um voo para Los Angeles para te ver - a loira parou por um momento quando sentiu os olhares chocados das italianas sobre si - É, isso seria péssimo porque estamos indo para Chicago, aí vocês iriam se desencontrar e…
- Amore, vai dar tudo certo. - Luciana decidiu cortar Lexi, a americana estava tão nervosa quanto a filha e parecia piorar ainda mais a situação . Ela apertou com delicadeza a mão de - Filha, a Carol não avisou que você está indo, você só vai conversar com ele se sentir que está pronta.
- Promete?
- Prometo, filha.
- E se eu não estiver pronta, você fala com ele? - perguntou nervosa, buscando consolo em Luciana.
- Eu? Mas o que eu diria?
- Bem… Eu ainda quero a minha camiseta de volta.
estava tão focado em seu aquecimento que não notou os olhares que estava recebendo dos seus colegas de time, no primeiro momento achou que era por conta de sua estreia, mas quando Achraf veio praticamente correndo em sua direção, com um semblante assustado e animado ao mesmo tempo, sentiu medo do que pudesse estar acontecendo.
- Cara… - o marroquino começou ofegante, viera correndo, mas então parou e se sentiu esquentar.
- Pelo amor de Deus Arra, fala logo! - bufou frustrado - Me fala logo o que tá acontecendo, meu pai vai me tirar do jogo?.
- A está aqui. - soltou, sem nem ao menos preparar o terreno.
É, ele definitivamente não estava pronto para aquilo.
Ainda mais depois de ter sido ignorado nas mensagens que havia mandando para a garota na noite anterior. No começo ele tinha ido bem, pediu desculpas pela forma que agiu e disse que a perdoava pelo mal entendido na última conversa que tiveram, mas então, quase vinte minutos depois de ter mandando aquelas mensagens e sequer saber se ela as tinha lido, entrou na conversa novamente e num ato de puro desespero, havia dito que a amava. Caralho, o que ele tinha na cabeça?
- Ela veio me dar um soco, tenho certeza.
- O que? Claro que não! - Achraf estava tão nervoso quanto e o francês não conseguia entender o porque - Não era para você saber que ela está aqui, se a Carol descobrir que eu te contei ela me mata.
- Quoi? A Car… - e então o francês balançou a cabeça de um lado pro outro - Mas é claro que tem dedo da Carol nisso.
- Pelo que eu entendi, foi a mãe da que trouxe ela aqui, meio que a contragosto. Ela está com medo de você estar odiando ela, mas ouvi algo sobre querer a camiseta dela de volta também. - arregalou os olhos com aquela informação - Que camiseta é essa cara?
- Temos quanto tempo até o começo do jogo?
- Pouco mais de uma hora, por quê? - Achraf o olhou confuso, mas então ele entendeu o que estava planejando fazer - Cara, não!
- Eu preciso só de cinco minutos com ela, me ajuda, Achraf, por favor.
- Já tô fudido mesmo.
estava tendo um ataque de pânico, tinha certeza. Não conseguia respirar, seu peito se comprimia e sua cabeça ainda girava, tudo por conta de um maldito garoto. Por que Deus havia criado homens mesmo?
- Pelo amor de Deus, , se acalma. - Carol estava com as mãos no ombro da italiana, que não conseguia parar quieta.
- Minha camiseta.
- Mas você veio aqui pra pegar essa maldita camiseta ou ver o ? Porque se fosse isso a gente dava um jeito de te mandar por correio.
- Eu não sei.
- Bebe água, filha - Luciana entregou o copo para a dançarina e sentiu vergonha ao encontrar o olhar das mais velhas sobre si. - A última vez que te vi desse jeito foi na final da Champions de 2010.
- Per dio madre! Não me lembra desse jogo!
- O que aconteceu nesse jogo? - Lexi perguntou curiosa, mas se arrependeu quando sentiu o olhar bravo da dançarina sobre si.
- Não foi nessa final que o Inter de Milão saiu campeão? - Carol perguntou confusa.
- Foi e foi nessa final que o divórcio entre os meus pais começou.
Lexi e Carol arregalaram os olhos espantadas e Luciana se limitou a segurar a sua risada, depois de tantos anos, continuava a achar que aquele era o motivo da sua separação de Alessandro?
- Non ci posso credere! Você ainda acha que o motivo que me fez querer separar do seu pai foi porque você decidiu torcer para o Inter e não para o Milan? Per dio, , eu não ligo para essas coisas e nem o seu pai.
- Eu não quero falar sobre isso.
- Você que começou o assunto!
- Eu?! Mãe, quem falou da final de 2010 foi você.
andava apressado e ouviu a voz de antes de sequer vê-la, o ritmo cantado e forte do italiano fez com que seu coração ficasse ainda mais apertado. Ao adentrar no local, ele esperava tudo, menos aquela cena, Carol e Lexi tinham a mesma expressão que ele. discutia em italiano com outra mulher, chamando todas as atenções para elas, se ele não estivesse uma pilha de nervos, acharia cômico o que estava presenciando, era uma cópia fiel da mãe. Ele ficou impressionado com a semelhança entre elas, o gênio forte e principalmente a beleza.
Lexi foi a primeira a notar a aproximação do garoto e sem que as italianas notassem, cutucou Carol que sorriu ao ver o goleiro chegar. podia ler os olhos da americana “ótimo, como se a situação já não estivesse ruim o suficiente”, sem querer atrapalhar, mas ciente de que não poderia ficar muito tempo ali, num ato de coragem fez um barulho com a garganta e logo todas as atenções estavam voltadas para ele, inclusive de sua italiana, que parecia perto de desmaiar.
- Oi. - disse tímido, vendo a mãe de sorrir.
- Più che bel ragazzo! - o elogiou, embora não soubesse daquilo.
- Mãe, pelo amor de Deus!
- Que foi , só estou elogiando a beleza do menino . - piscou para a filha. - Muito prazer, Luciana, mãe da .
- Já estive lá - Carol disse quase num sussurro para Lexi e foi respondida com um “eu também”.
- O prazer é todo meu, Sra . Sou um grande fã do seu trabalho - disse num tom sério, que não lhe atingiu os olhos, se referindo a e estendeu a mão para a mulher.
- Ah, querido, eu também, eu também. - disse ainda rindo do garoto o puxando para um abraço, não sem antes lhe dar um beijo em cada bochecha.
- Er, eu não quero parecer mal educado, mas será que eu posso falar rapidinho a sós com a sua filha? Eu volto depois do jogo com mais calma.
- Mas é claro que sim. - Luciana estava encantada com a educação do garoto.
- , você não deveria estar concentrado? - Carol perguntou preocupada. - O Benzema já tá bravo que eu tô me metendo onde eu não devo, se você atrasar...
- Eu vou ser rápido, prometo.
encarou a mãe primeiro e depois seus olhos caíram sob ele e viu que ela estava receosa, mas antes que pudesse se decidir, o jogador lhe estendeu a mão e ela a pegou, o acompanhando porta afora.
- Me desculpa!! - os dois disseram praticamente ao mesmo tempo, assim que a porta se fechou e o encarou confusa.
- Por que você tá me pedindo desculpas? A idiota aqui sou eu! - desabafou, para surpresa do goleiro.
- Por causa das mensagens.
- Que mensagens?
- As que eu te mandei! - por um segundo se perguntou se ele tinha mandado para a pessoa correta.
- A tela do meu celular quebrou, eu não consegui ler, mas tenho certeza de que não foi pior que “você quer me fazer desistir da minha carreira”. - disse com um tom acima do seu normal e riu ao vê-la imitar a si mesma.
- Na verdade foi - admitiu sem graça e cruzou os braços curiosa.
- O que pode ser pior que isso? Você por acaso disse que estava desejando a minha morte e que nela eu teria que ver e rever a minha apresentação vestida de margarida? - não conseguiu controlar a gargalhada que soltou e sorriu ao ver que a italiana o estava acompanhando.
- É ainda pior - ele disse murchando os ombros e com um pouco de receio se aproximou da garota, como se alguém mais pudesse ouvi-lo - Na mensagem eu disse que te amava, e sim, eu já sei o que você vai dizer, é uma loucura eu estar sentindo isso, e nunca que a nossa relação vai dar certo e… - vomitava as palavras, além dos nervos de estar frente a frente com , quando tinha certeza que nunca mais a veria, ainda tinha sua estreia em menos de meia hora.
- Eu também te amo.
Certo.
travou ouvindo aquilo.
Ele encarou a garota a sua frente totalmente atordoado, mas para o seu consolo, ela não parecia muito melhor que ele.
- Mas eu continuo achando que a nossa relação não vai dar certo. Não comigo vivendo na Califórnia e você em Madrid, .
- Eu sei. - disse simplesmente, não queria pensar naquilo, não quando tinha acabado de ouvir de que ela também o amava.
Em silêncio e sem saber bem o que dizer um ao outro, e se assustaram ao ver Achraf aparecer meio afobado, avisando ao jogador que ele tinha que ir para o vestiário se arrumar, o francês apenas concordou com a cabeça e pediu mais um segundo a sós com a italiana.
- Fica até o final do jogo? - pediu, mas no fundo ele estava implorando. Aquela não poderia ser a última vez que veria a italiana.
- Fico. - a garota sorriu tímida para ele que assentiu feliz dando um beijo em sua bochecha, antes de sair a passos apressados atrás de Achraf. Quando ele estava há uma certa distância ela o chamou - , me promete que não vai fazer nenhum gol contra?
ignorou todos os avisos que sua cabeça o enviava e correu de volta até , a puxando pela cintura e tascou um beijo rápido, porém intenso na garota e sorriu vencedor quando a ouviu suspirar.
- Buona fortuna ragazzo!
não entendia muita coisa de italiano, mas aquilo ele tinha certeza saber do que é, ainda mais com a garota a sua frente representando exatamente aquilo. Sorte.
estava sentada com Lexi e sua mãe na fileira atrás do banco de reserva do time de Madrid, a garota se sentia segura, apesar do coração acelerado. estava apenas há alguns metros de distância da garota, já que conforme combinado com o seu pai, ele só entraria mais tarde.
Enquanto assistiam ao primeiro tempo, Luciana conversava com as meninas.
- Mio Dio! Eu tinha esquecido como os jogos de pré temporada são horríveis! - Luciana fez uma careta após um dos jogadores do time de All-star ter dificuldade em dominar a bola.
- Acho que a liga americana que não é boa mesmo mãe.
- Ai Lexi, não vejo a hora de te levar para Itália para você acompanhar um futebol bom de verdade - a mais velha sorriu para a americana que mostrou o sorriso com o aparelho à mostra - Você vê, meu bem, nós tínhamos o Kaká da melhor fase. Ah, que saudades do meio de campo do Milan com ele e o Pirlo.
- Realmente foi uma época boa - a loira concordou e se assustou quando a ao seu lado deu tapinhas em sua perna - Ai, que foi, ?
- Zizou mandou o para o aquecimento!
A italiana seguia cada passo do goleiro, como se seus olhos só pudessem vê-lo. O observou colocar o colete e se dirigir junto com seu treinador para a área de aquecimento, ele observava o jogo, enquanto fazia movimentos com as pernas. Ela sorriu ao perceber quão concentrado o francês estava, vê-lo ali em campo deu para ver como ele era parecido com o pai. Ela sempre os achou totalmente diferentes, mas naquele momento, eram praticamente idênticos.
A verdade é que se perguntassem para qualquer coisa sobre o jogo, ela não saberia responder. Quando criança ela costumava acompanhar diversas partidas e ao contrário dos seus pais, deixavam as suas emoções de lado e focar somente na parte técnica do jogo, por isso sempre surpreendeu a muitos com a sua memória de detalhes da partida. Então para ela foi estranho quando o juiz anunciou o fim da partida empatada em 1x1 , a garota sentiu como se não tivesse visto nada além de , desde que ele entrou no jogo. Ela mantivera seus olhos apenas na pequena área e quando ele tomou um gol extremamente bobo, diga-se de passagem, sentiu raiva e xingou, o xingou tanto que até levou um beliscão de sua mãe.
Enquanto aguardavam os jogadores receberem massagens rápidas em suas pernas e a decisão de que lado do estádio os pênaltis aconteceriam, se permitiu relaxar pela primeira vez desde que vira entrar em campo.
- O maior inimigo dos italianos... - sua mãe disse um pouco nervosa, embora não torcesse para o Real Madrid, torcia por sua filha - Os pênaltis. Malditos americanos que não aceitam um empate. - resmungou para si mesma, fazendo Lexi rir.
- Porque eu só consigo pensar no Taffarel agora? - Lexi perguntou após a italiana mais nova ter um leve surto.
- Sabe os franceses também não se dão bem com pênaltis, copa de 2006.
- Ótima coisa para se dizer com Zinedine só há alguns metros longe da gente, mãe.
- Tetra mia figlia!
- O é bom pegando pênalti, , eu já assisti vários jogos dele no Castilla!
- Boa sorte, ragazzo. - sussurou com as mãos na boca, assim que todos os jogadores se posicionaram em meio de campo e e o outro goleiro foram para a pequena área.
sabia que aquele jogo não valia nada, mas queria que o Real Madrid ganhasse de qualquer forma. Desde que soube que iria entrar em campo, ela queria que ele saísse com a vitória em seu primeiro jogo no time principal. Ter o azar, ou a sorte da partida terminar em pênaltis só fez com que aquela data se tornasse ainda mais memorável.
O primeiro chute era do time adversário e , apesar de ter se jogado pro lado oposto, teve a maior sorte, quando a bola bateu direto na trave, voando para bem longe do gol. Benzema foi o primeiro jogador do Real Madrid a chutar e é claro que o atacante marcou o seu, se virou para onde Carol estava sentada e sorriu ao vê-la comemorar animada com as outras namoradas aquele gol. Gareth Bale foi o segundo a marcar pelo time sem qualquer dificuldade, após não conseguir salvar a segunda tentativa do MLS.
Com a desvantagem de um gol perdido, o jogador paraguaio do time adversário celebrou ao conseguir marcar o segundo gol de sua equipe, bem como Mateo Kovacic, que sem dificuldades, marcou também.
Era a última tentativa do time americano e cruzou os dedos das duas mãos, torcendo para que conseguisse salvar aquele pênalti. Sua mãe, vendo como a menina estava nervosa, apertou seu ombro em conforto, também animada pela sensação de estar em um estádio após tantos anos.
- Vamo, ragazzo, você consegue.
E, como se pudesse ouvir suas palavras, se jogou para o lado certo e sem muita dificuldade agarrou a bola, para que tivesse a certeza de que ela não fosse para nenhum lugar. não lembrava de ter gritado tanto antes em sua vida, em pura felicidade. Até lágrimas de orgulho se formaram em seus olhos.
Com o chute final valendo o resultado do jogo, as três observaram Marcelo caminhar em direção a pequena área.
- Tá ganho! - Lexi disse confiante, sobre seu jogador favorito.
E a americana estava certa, sem dificuldades e sem muitas comemorações o moreno marcou o seu com a elegância e charme que somente os jogadores brasileiros conseguiam fazer, fazendo com que toda a torcida pulasse animada por conseguir, não só ver um time europeu ao vivo, mas também ganhar a partida. Era um privilégio que poucos amantes do futebol tinham.
No fundo a italiana acredita em destino, principalmente no futebol, não era sempre que havia justiça, ela havia assistido muitos jogos em que o melhor time em campo não saiu com a vitória, o futebol funcionava daquela forma e embora parecesse injusto, fazia parte. Quando defendeu o último pênalti, ela entendeu, havia sido o destino que fez com que eles se esbarrasem aquele dia no campus da UCLA, que havia colocado ele em sua vida e mais ainda quando ela mostrou seu vídeo vestida de margarida e ele retribuiu com o vídeo de seu gol contra. Tudo estava finalmente se encaixando em sua cabeça.
Sem , ela não teria percebido que apesar de sua lesão, dançar ainda era sua vida. O francês havia mudado muita coisa nela em apenas duas semanas e agora mais do que nunca ela tinha certeza de que havia impactado a vida dele também. Ela não sabia qual era o destino final da história deles, se teriam um final feliz juntos ou separados, mas estava disposta a acreditar que a vida ainda tinha algo reservado para eles, fosse em dois meses, dois anos ou numa próxima vida.
Perdida em pensamentos, sentiu mais lágrimas se formando em seus olhos, estava tão orgulhosa de que mal podia se conter. Assim que ela viu Asensio se aproximar da torcida e encontrar Mia, a ajudando a pular a grade que separava o campo da torcida, ela não pensou em mais nada e também pulou, deixando Lexi e Luciana para trás e seguiu na direção do goleiro, que estava sendo parabenizado por todos os jogadores não só pela estreia, mas também pelo belo pênalti defendido.
Zinedine terminava de tirar uma foto com o filho, para mandar para sua esposa, quando viu a dançarina se aproximar.
- Me parece que você ainda tem mais um pênalti pra defender. - disse fazendo se virar e sorrir aberto para que aceitou aquele gesto como uma oportunidade pra sair correndo e pular no colo do jogador, sem se importar que ele estava completamente suado.
- Eu não acredito que você defendeu aquele pênalti! - a garota tinha as duas mãos no rosto do jogador, que estava com o maior sorriso que ela já havia visto, até então - Eu quase tive um ataque cardíaco, mas foi lindo! Lindo não, foi perfeito!
- Você quase teve um ataque cardíaco? - o jogador deu uma risadinha, depois de receber um beijo estalado na bochecha da garota que sorria feliz demais para ele - Decisão nos pênaltis, na minha estreia!! Eu que estava achando que ia vomitar ali no campo mesmo.
- Eu tinha certeza de você ia defender.
- Tinha mesmo? - o garoto cruzou os braços desconfiado.
- Não, eu rezei para todos os santos que eu conhecia e no caminho acabei inventando alguns também, só por precaução.
O jogador sorriu bobo antes de puxar a garota para um beijo que a deixou sem fôlego, ela sorriu para ele que deixou um beijinho estalado em seu nariz.
- Talvez eu tenha tido uma ajudinha extra.
- Como assim ?! - perguntou confusa vendo o jogador tirar suas luvas e camisa e ela mal acreditou quando viu que durante todo o tempo ele estava usando sua camiseta roxa.
- Ah, ! - a italiana se jogou novamente nos braços do francês o beijando com todo amor que ela tinha para dar, sabendo que aquele seria um dos últimos beijos que eles trocariam.
Não demorou muito para que Lexi e Luciana viessem acompanhada de Carol e Benzema, o jogador tinha tirado a camisa e andava com ela na mão.
- Eu estou vendo. - brincou, trombando seu corpo de leve ao dela, ao vê-la arregalar os olhos para o corpo de seu conterrâneo.
- Será que ele não me dá a camisa dele também? Assim tenho uma de goleiro e uma de jogador. - perguntou para , que deu de ombros.
- Ei casal, fico feliz que vocês puderam ter uma despedida decente. - Carol sorriu para os dois e sacou o celular - Vamos tirar uma foto para guardar esse momento. - disse se virando para ver quem estava por perto e encontrou Marcelo e Casemiro, agradecendo aos fãs próximo a eles.
- Ei, Marcelo, fica aqui. - pediu para o brasileiro se colocar do lado de Lexi, que só faltou desmaiar ao notar que não só poderia abraçar o seu jogador favorito, como também teria aquele momento eternizado para sempre.
Luciana, , , Carol, Benzema, Lexi e Marcelo se abraçaram para a foto e assim que os brasileiros se afastaram, não sem antes Marcelo deixar sua camisa com a loira, Karim se virou para .
- Aqui, dançarina. - disse sorrindo, jogando a camisa dele para ela e encarou chocada.
- Não foi ideia minha. - deu de ombros encarando Carol.
- O que posso dizer… - piscou para a italiana e quase morreu ao perceber que tinha contado para Carol sobre como ela achava seu namorado um gostoso. - Temos bom gosto para homens gostosos. - sussurrou no ouvido da garota, antes de abraçá-la forte, desejando tudo de bom e que a procurasse caso um dia fosse para Europa.
não podia ter se dado melhor com Luciana, a mulher era divertida, exagerada e tão apaixonante quanto a filha. Embora quisesse passar mais tempo conversando com ela, sabia que sua despedida com era iminente e tomou coragem para levar a garota num canto um pouco mais afastado dos demais.
- Então, é isso? - tinha os braços na cintura de
- Acho que sim, obrigada pelas melhores duas semanas da minha vida, eu não vou esquecer - disse levando seus olhos para a pulseirinha que ele tinha lhe dado.
- Eu também não, . Não sei se vou querer te mandar mensagem o tempo todo ou se vou sumir de vez, mas não vai ser por mal, eu…
- Eu entendo, a gente precisa disso.
- Addio, .
- Addio, bella ragazza. Je ne t'oublierai jamais.
E sabia, ele realmente jamais a esqueceria.
Epílogo
estava de braços cruzados enquanto observava a bela pintura a sua frente. Ela observava com atenção cada detalhe do quadro de Pablo Picasso, por muitos anos ela ouviu falar sobre a grandiosidade da pintura, Guernica, retratava a guerra civil espanhola de uma forma muito honesta, chegando até ser assustadora, mas apesar disso conseguia a ver a beleza no quadro, ela sentia as emoções através dos traços. Era sem dúvida uma obra de arte.
Porém, Guernica sequer se comparava com a obra de arte que viu parar ao seu lado. De primeiro momento ela não deu muita atenção, estava concentrada demais na pintura, mas o perfume do indivíduo chamou a sua atenção, era marcante demais para que ela pudesse esquecê-lo. A italiana virou com calma a sua cabeça em direção a pessoa ao seu lado e logo voltou a dar atenção para o quadro a frente, seu cérebro demorou um segundo a mais que seus olhos para processar o que estava acontecendo, mas quando finalmente o fez, foi quando sentiu o seu coração disparar.
Com os olhos arregalados ela virou corpo inteiro de frente para o rapaz que mexia no celular, ele não tinha a visto, a italiana ficou em dúvida se deveria chamá-lo ou não, passou alguns segundos apenas observando o garoto que ela achou que nunca mais veria na vida. E, antes que perdesse a coragem ela sussurrou o nome do francês tão fraco que nem ela mesmo sabia se a tinha pronunciado, mas como se fosse destino, ele ouviu e assim como ela, a olhou primeiro sem muito interesse, para então voltar-se para ela com os olhos arregalados e completamente surpreso.
- ?! - perguntou sentindo seu coração bater disparado, bloqueando o celular em sua mão e deu alguns passos na direção da garota, que sorriu timidamente.
- Oi, - a garota disse enquanto agarrava com força a alça de sua bolsa, seu corpo tremia de nervosismo.
- O que você está fazendo aqui?! - O goleiro não sabia o que fazer com as mãos, teve que se controlar para não agarrar a na sua frente, decidiu por colocá-las no bolso, antes que se deixasse levar por suas emoções.
- eu achei a cafeteria.
A italiana virou a cabeça em direção a voz que chamava pelo francês e sentiu seu coração murchar. Era uma garota baixinha, de cabelos claros, ela sorriu para o jogador que ainda tinha os olhos fixos na a sua frente.
- Tá tudo bem? - Ela perguntou ao entrelaçar seu braço ao . Naquele momento sentiu como se todas as borboletas do seu estômago tivessem perdido as asas - Você é...?
- Eu sou a - a italiana disse após um longo silêncio vindo do garoto - Sou uma antiga amiga do , da Califórnia.
- Sério? Ele nunca me disse nada sobre você - a garota rebateu ácida enquanto subia os seus olhos até o jogador, que ainda continuava estático. - Eu sou a Lucia, namorada do , muito prazer.
- Namorada? - disse e torceu para que a sua voz não tivesse saído tão azeda como ela sentiu que saiu - Oh, vocês estão em um encontro? Desculpe, não foi a minha intenção atrapalhar, eu já vou indo… - disse por fim, levando seus olhos mais uma vez aos de e quando ele nada disse, rolou os olhos e se virou para sumir do local.
- Espera, - Ouviu sua voz soar urgente atrás de si, parecia que o jogador tinha finalmente saído de seu transe.
ainda não conseguia acreditar naquela brincadeira do destino, a ficha de que ela estava realmente na sua frente ainda não tinha caído, aquilo tudo parecia de mentira. Ele passara semanas a procurando com os olhos, mesmo sabendo que não a veria. Tinha criado em sua mente que ela estava apenas estudando, dançando ou fazendo alguma loucura com Lexi e a veria no final de cada dia, tinha sido a forma que encontrou de aceitar que nunca mais a veria. Mas só se deu conta de que estava ali, de fato, na sua frente, quando ela se virou para ir embora.
O desespero de não vê-la nunca mais era tamanho que soltou do braço de Lucia de qualquer forma e deu dois passos apressados até , a fazendo fechar os olhos quando sentiu o toque do francês em seu pulso.
- O que você está fazendo aqui? - ele repetiu sua pergunta ainda descrente, sua voz estava cheia de dor e muita saudade.
- Estou apenas passeando - Ela disse com delicadeza, se soltando do aperto do francês, embora por dentro estivesse surtando.
- Até quando você fica? - o olhar de a fez murchar por um momento, antes de responder ela deu uma olhada para a garota que estava atrás dele.
- Eu vou embora hoje - Ela sorriu fechado e se virou para trás também, franzindo o cenho ao compreender as palavras de .
O jogador concordou com a cabeça, sem acreditar que era daquela forma que o destino lhe presenteava , como se ela fosse uma miragem, uma obra de arte como todas aquelas dentro daquele local. Bela e preciosa demais para que pudessem a tocar. Valiosa demais para que pudesse pegá-la em seus braços e levá-la para casa para que ela pudesse ser só dele.
observou a se aproximar com calma e com uma lentidão desnecessária a sentiu depositar um beijo demorando em sua bochecha. Ele não ousou se mexer, seus olhos se fecharam, sentindo seu coração se despedaçar novamente, assim como tinha se partido em milhões de pedacinhos naquele estádio um ano antes. Ele tinha certeza que ainda muitos daqueles pedaços ainda estavam espalhados por lá.
Foi só quando sentiu os lábios da garota deixarem seu rosto que ele teve coragem de abrir os olhos novamente, não podia perder aquela chance de vê-la mais uma vez. Em seguida, a observou se virar para a loira, que os observava com atenção.
- Foi um prazer, Lucia - seu olhar se voltou para o jogador - Ciao, bello.
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sentiu todos os seus músculos relaxarem assim que entrou em seu quarto no hotel Barceló Torre de Madrid, ela sorriu ao ler a mensagem de sua mãe a avisando que havia saído para dar uma volta, precisava mais do que nunca de um tempo sozinha. A italiana tirou seus sapatos e em seguida a jaqueta e se jogou na cama, sentindo o ar voltar para seus pulmões.
Ela tinha acabado de reencontrar . Porra.
Já fazia quase um ano desde que a garota havia se despedido do jogador em Chicago, no final eles haviam se acertado, mas carregava consigo a sensação de que a história entre ela e o francês estava incompleta e que pra sempre seria. havia seguido em frente, tinha saído para se divertir, saído com alguns rapazes. No começo foi impossível não fazer a comparação com , nenhum deles tinha o sorriso do jogador ou o jeito brincalhão, muito menos seu corpo e o principal nenhum deles faziam a italiana se sentir como havia feito, mas ao menos ela tinha seguido em frente e aquilo para ela já era uma vitória.
Quando a sua mãe a convenceu a fazer aquela viagem pela Europa, disse não de imediato, mas quando pesou as consequências, acabou por aceitar, era seu futuro afinal de contas e seria bom passar um tempo ao lado de Luciana. Desde Chicago as duas haviam se re-aproximado bastante. A italiana passou a ir quase todos os fins de semana para a casa da mãe, algumas delas com Lexi, e aquela viagem estava servindo para estreitar ainda mais o laço que tinham perdido em algum momento desde que se mudaram para a Califórnia.
ergueu o seu braço esquerdo e bufou ao ver as horas, ela havia combinado de ir a uma peça naquela noite com a mãe e como sempre demorava pra se arrumar, se levantou já tirando a blusa e caminhou em direção ao banheiro pronta para tomar banho, quando ouviu uma batida na porta. Tendo a certeza que era sua mãe, que tinha a mania de deixar o cartão no quarto, ela rolou os olhos e abriu a porta pronta para dar uma bronca na mais velha, mas o choque que sentiu foi imediato, ela teve certeza que ficou sem respirar por uns vinte segundos. Era a segunda vez naquele dia que a italiana estava frente a frente com .
- - o jogador disse quase em um sussurro, foi impossível para ele controlar o seu olhar que desceu pelo corpo da mulher, se fixando em seus seios, cobertos apenas por sua lingerie. A garota pareceu por fim se dar conta de que estava sem a blusa e bateu com força a porta na cara dele, a abrindo segundos depois, agora usando um moletom - Eu preferia antes. - deu um sorrisinho sexy de lado, fazendo as pernas da italiana tremerem.
- O que você está fazendo aqui? - Ela disse e se xingou ao notar o quão esganiçada a sua voz estava.
- Eu vim te ver - Ele simplesmente deu de ombros e a italiana arregalou os olhos.
- Como você descobriu em que hotel estou hospedada e quem foi que te deixou entrar?
- Carol - os dois disseram ao mesmo tempo, rindo em sequência. O garoto colocou as mãos no bolso, um pouco sem graça
- Posso entrar?
- Não - Ela respondeu simplesmente, mas o sorriso continuava na cara do jogador.
- Você está bem bonita. - Ele continuou e riu ao ver que a postura de não havia mudado - Cortou o cabelo? Ele parece mais repicado…
- Foi pra isso que você veio aqui? - Ela cruzou os braços desafiadora, estava adorando ouvir os elogios dele, mas adorava mais ainda deixar ele sem jeito.
- Claro que não - retrucou rápido demais e os dois caíram em um silêncio incômodo.
- Ai meu Deus do céu - A garota respirou fundo e empurrou o jogador que estava na entrada da porta para fora, mas para a surpresa de , ela também saiu do quarto o puxando pela mão em direção ao elevador - Vamos para o terraço, ainda não tive a oportunidade de conhecer.
- Há quantos dia você está aqui?
- Não te interessa.
- Cara, como eu senti falta disso - sorriu animado e deu mini pulinhos fazendo a italiana revirar os olhos.
- Cala a boca.
- Perdão, ragazza. - disse, ainda desacreditado que estava mesmo com a italiana e ouvindo todas suas grosserias. Como tinha sentido falta daquilo.
bem que tentou, mas um sorriso escapou pelos seus lábios e isso foi o suficiente para o jogador se sentir mais confiante. Ele havia conseguido. Juntos eles caminharam até a piscina do hotel que ficava no último andar, apenas seguia os passos apressados da dançarina e riu ao escutá-la pedir duas garrafas de cerveja no bar e em seguida se virar para ele.
- Eu não vou embora hoje - Ela vomitou as palavras e se engasgou com sua bebida.
- O quê?
- Eu disse que eu não vou embora hoje, eu te falei no museu que ia, mas não vou. - tomou outro gole da bebida - Estou em Madrid faz dois dias, antes passei quatro em Paris e seis em Londres e daqui a quatro dias eu vou para Milão. Satisfeito? E você, o que está fazendo aqui?
O jogador estava sem ar. Ele havia ficado desacostumado com a agilidade da garota, ela era extremamente direta quando queria algo e simplesmente conseguia, talvez pelo seu charme ou por sua insistência. estava totalmente rendido a ela.
- Eu precisava te ver. - disse suspirando fundo, tomando mais um gole de sua cerveja. Não tinha parado pra pensar desde que recebera a mensagem de Carol com o hotel em que ela estava hospedada e agora que estava à sua frente, não sabia o que esperar. - Além dos dois minutos no museu, que mais pareceram uma miragem. Caralho eu quero tanto te beijar agora, ragazza.
- Acho que a Lúcia não ia gostar disso - o encarou debochada, enquanto levava a garrafa de cerveja aos lábios e o jogador sabia que ela estava escondendo um sorriso - Há quanto tempo vocês estão namorando?
- Não estamos namorando. - disse enfático. Sentindo o que ainda sentia por , precisaria de muito para que ele se deixasse envolver com outro alguém da forma que os dois fizeram.
- Ela não sabe disso, então.
encarou divertida o menino a sua frente. estava desesperado e ela sabia disso, a dançarina estava adorando a situação que haviam se metido. Céus, como havia sentindo falta do francês e da química que havia entre eles, mesmo sem se verem por mais de um ano, ela estava ali, tão forte como no passado.
Talvez fosse o moletom que ela havia colocado, que era uma péssima escolha para o verão espanhol ou a bebida que a deixava mais solta, mas tinha noção que aos poucos ela e se aproximavam fisicamente cada vez mais. Tanto que ela praticamente podia sentir sua perna roçando de leve na dele.
- E você, tem um namorado? - perguntou passeando os dedos pelo antebraço de , num carinho preguiçoso, rezando para que a resposta fosse negativa.
- Estou noiva.
quase caiu no chão de tanto gargalhar ao ver se engasgar com a sua bebida, o garoto olhava furiosamente para ela enquanto tentava controlar a sua respiração e quando enfim conseguiu, sem medo nenhum de ser rejeitado, ele se aproximou da garota e por um segundo ela pensou que ele fosse beijá-la. Mas para sua total surpresa, ele a encheu de cócegas, a fazendo se contorcer toda em seu aperto, deixando que metade de sua bebida caíssem pelo chão.
- , não brinca com o meu coração, sou muito jovem para ter um ataque cardíaco - ele por fim a deixou em paz, após seu discurso dramático e a encarou enquanto a mesma arrumava os fios de cabelo que insistiam em cair em seu rosto - Por que não me disse que viria para a Espanha?
- Se eu dissesse que viria, não teria nenhuma Lucia? - embora tivesse usado um tom divertido, revelara seu maior medo para o jogador, que entendeu. Ele também tinha medo de procurar saber da italiana, com medo da mesma resposta.
- Estamos saindo apenas há duas semanas, .
- Em duas semanas você disse que me amava. - A italiana se arrependeu de suas palavras no segundo exato que elas saíram de sua boca. "Mas que raios, ?"
arregalou os olhos surpreso, sentindo como se um tiro não doesse tanto, mas então ergueu sua cerveja em direção a dançarina e com um sorrisinho triste respondeu:
- Touché. - sorriu sem graça e assim como ele se apoiou no muro e juntos ficaram admirando a bela cidade de Madrid. E foi naquele silêncio que ambos disseram muito mais do que qualquer palavra poderia dizer.
- Estou concorrendo a uma bolsa de estudos aqui na Europa - a garota disse depois de um tempo, fazendo o jogador a encarar curiosamente. sentia seu estômago revirar. - É uma parceria entre a UCLA e algumas faculdades espalhadas pela Europa, já fiz as minhas audições em Londres, Paris, amanhã faço aqui em Madrid e por último em Milão. Eu não ia me inscrever nesse programa. - confessou e o francês sabia que o principal motivo era ele - Mas a minha mãe me convenceu, disse que podíamos aproveitar esses dias e passear pelo velho continente. Eu senti falta daqui.
sorriu para ela e por puro reflexo afastou uma mecha do rosto da que a brisa do fim da tarde bagunçou e ficou feliz quando pareceu não se importar.
- Eu não sei se vou conseguir uma dessas bolsas, . - confessou insegura, se virando para ele - É por isso que não te contei que estava vindo, eu ainda tenho o seu número salvo. Você tem ideia de quantas vezes eu já fiquei o encarando por horas pensando se eu devia ou não te ligar? - o jogador riu fraco, ele já estivera naquela situação tantas vezes desde que eles se despediram no verão anterior em Chicago, que ele achou cômico saber que estivera do mesmo jeito que ele - Mas eu sempre me controlei, você acredita que eu comecei a seguir um fã clube seu? Sim, eu sei, meio creep, mas a culpa é sua. Eu queria continuar acompanhando sua vida, ainda mais que você está ainda mais gostoso do que eu podia me lembrar e eu que não ia ficar curtindo suas fotos no Instagram. Não queria te dar esse gostinho. - soltou tudo de uma vez e gargalhou como há muito não fazia.
- Você fala isso porque não sabe que vai me achar ainda mais creep que você, quando eu te contar que criei um Instagram falso só para te seguir.
- É você o lovetowatchyoudance30 ?
- O número da minha camisa não foi meio óbvio? - perguntou rindo de si mesmo, vendo a garota negar com um sorriso lindo no rosto.
- Bom saber, vou avisar a minha mãe que o meu stalker na verdade é só o meu ex-namorado.
sorriu bobo para ela e sentiu as famosas borboletas no estômago aparecerem, nem se deu conta de que havia usado a palavra namorado e se percebeu, não fez questão de comentar. A garota encarou a garrafa de cerveja, agora vazia e então se virou novamente para o francês que em nenhum momento havia desviado o olhar dela.
- Eu podia ter te contado que estava vindo e então iríamos aproveitar esses cinco dias juntos, e talvez eu conseguisse a bolsa e então quem sabe poderíamos tentar algo, mas também existe a possibilidade de que eu não consiga nada e esses cinco dias só serviriam para aumentar a saudades que eu sinto de você todos os dias da minha vida. - desabafou, despejando todos os seus sentimentos nele - Eu não quero ser só mais um casinho seu de verão, , eu quero você no verão, no outono, no inverno... Eu quero você em todas as estações do ano, então pensei que ou te tenho por inteiro, ou não te tenho nunca mais.
O francês precisou de muito mais que alguns segundos para processar aquilo. No passado era ele quem vomitava seus sentimentos pra cima dela, a assustando. Mas tinha algo em que havia mudado, ela parecia mais convicta e certa de si mesma e de suas vontades. Vê-la amadurecer daquela forma em tão pouco tempo, o fez se sentir orgulhoso da mulher que ela estava se tornando.
- Meu Deus do céu, acho que foi a coisa mais brega que eu já disse na minha vida. - ela continuou nervosa, ao vê-lo encará-la tão intensamente por tanto tempo, em silêncio.
acabou com o espaço que os separava e puxou para um abraço tão cheio de sentimentos, que queria que com seu aperto ela pudesse entender um pouco do que ele estava sentindo. Quando ele a soltou, por pura intuição, fez carinho na barba rala do jogador, antes de se afastar.
- Milão, Paris, Londres...e Madrid são lugares ótimos. Sei que sou imparcial aqui, mas acho que todas as capitais são mais importantes no mundo da dança do que Los Angeles.
- Virou um expert agora? - debochou divertida.
- Sabe o que é... No verão passado eu me apaixonei por esse italiana, ela é dançarina, tem um temperamento pior que o do meu pai na final da copa de 2006, mas mesmo assim é impossível não se encantar por todos os jeitos dela, até as imperfeições. - gargalhou alto com a comparação a seu pai. - E desde então, como forma de matar a saudade, eu venho acompanhando uma coisa ali, outra coisa aqui sobre o mundo da dança. Mas não conta para ela. A ragazza vai me zoar para o resto da vida.
- Não vai, não - ela sorriu timidamente para ele e não se afastou quando entrelaçou a sua mão a dela - Eu quero conseguir essa bolsa, muito mesmo, não só por você e pelo meu pai, mas por mim, principalmente. A dança é a minha vida, mas dentro dela também tem minha família, tem você. E eu quero muito conseguir conciliar tudo…Se ainda for em tempo.
- E como estão as coisas com seu pai?
- Com meu pai…A gente tem se aproximado bastante desde o verão passado, eu acho que você e todo aquele contato com o futebol fez com que eu abrisse a mente e o coração também, mas só um pouquinho, e mio dio como o homem é teimoso. Mas eu sei que puxei isso dele, então tenho que aguentar. Ele disse que se eu conseguir a bolsa, não importa onde, ele vai tirar férias da padaria e passar um mês todo comigo.
- Eu realmente espero que você consiga, . Não por mim ou pelo seu pai...Você merece , mais do que qualquer pessoa que eu conheço. Você é uma dançarina tão extraordinária que qualquer escola de dança seria sortuda em ter você. Mas acho que Madrid é a que vai ficar mais interessada. - brincou, apertando sua cintura.
- Há, há - desviou o olhar por um momento para apenas voltar a encarar o garoto a sua frente e sorrir timidamente - Grazzie, bello.
- Vous êtes les bienvenus, ma belle.
E mesmo sabendo que era errado, que se não conseguisse a bolsa, toda a dor que sentiam iria voltar ainda mais forte, não conseguiu se segurar, não quando a finalmente tinha ao alcance de suas mãos novamente. Ele tocou novamente em sua cintura, mas dessa vez o francês não a tirou, sua outra mão foi imediatamente para o rosto da italiana e seus dedos deslizaram por sua bochecha parando em seu queixo. Antes de a puxar para si, ele encarou no fundo dos olhos de e se viu ali, preso naquele olhar para sempre.
Seus lábios se tocaram com o sentimentos e a saudade de doze longos meses de distância.
não sabia se ela iria passar em alguma daquelas universidades, mas após tê-la novamente, por menos de um minuto ele tinha certeza de que a garota poderia se mudar para saturno que ele iria atrás de sua bella ragazza.
- . - a chamou, colando sua testa a dela, ainda se deliciando com o beijo intenso que trocaram - Apesar do meu comentário bobo sobre Madrid, se você conseguir uma bolsa em qualquer lugar, não importa qual cidade, eu só quero que saiba que eu vou fazer dar certo. O que for, eu faço. Eu nunca te esqueci… Ou deixei de te amar. Eu tenho certeza que esse encontro não foi por acaso, nada com a gente foi por acaso.
Apesar das inseguranças de , ela e curtiram aqueles dias que ela ainda tinha na Espanha na companhia um do outro como se não houvesse amanhã. Carol, ao saber que tudo parecia estar indo bem mais uma vez, fez questão de oferecer um churrasco em sua casa para a italiana e além de conhecer a filha do casal, conheceu Veronique, mãe de . Ela e sua mãe se deram bem de cara e passaram horas conversando sobre futebol, dança, mas principalmente sobre os filhos. Ao fim daqueles dias inesquecíveis, quando a garota se despediu para embarcar para Milão, , ao contrário do que sentiu em Chicago, não viu aquela despedida como um adeus, mas sim como um até logo. Um muito breve até logo.
⚽ 2 meses depois ⚽
Após finalizar todas as suas audições e voltar para a Califórnia, não demorou para que oferecessem a uma bolsa de estudos para Londres e uma outra para Madrid. Embora seu coração estivesse em Madrid, Londres sempre fora um sonho de e uma das cidades mais importantes do mundo em sua área, suas oportunidades e consequentemente reconhecimento seriam infinitamente maiores do que na Espanha e, para sua surpresa, quando contou sua decisão final para , ele disse que não poderia estar mais orgulhoso dela. Concordava com sua decisão e não deixaria que a italiana escolhesse a segunda opção por ele. A capital britânica era logo ali e como havia lhe prometido, ele iria fazer dar certo.
E era por isso que ele se encontrava em Londres - Heathrow, aguardando a saída dos passageiros do vôo de Los Angeles que tinha pousado há mais de vinte minutos.
carregava suas duas enormes malas e mais sua mochila, cansada. Dormira muito pouco no avião, estava nervosa por aquele recomeço e já morria de saudade de Lexi e sua mãe. A mais velha tinha decidido voltar para o velho continente para ficar mais perto da filha e estava apenas aguardando a venda da casa para se juntar a na Inglaterra. Procuraria um lugar próximo a praia, provavelmente Brighton.
Mesmo presa em pensamentos do lugar que até o dia anterior fora seu lar por muitos anos, ela o viu. Conforme seus pés se colocavam um na frente do outro, o sorriso e a surpresa em seu rosto aumentavam e as lágrimas em seus olhos se faziam quase impossíveis de segurar. estava tão lindo, ainda mais lindo do que ela poderia se lembrar. A sua frente estava o seu futuro, o seu acaso, um acaso muito do gostoso, ela fez questão de se lembrar.
Ao chegar há apenas alguns passos de distância dele, exausta, ela baixou os olhos para a plaquinha que ele segurava com seu nome e não conseguiu não sorrir. Ainda surpresa com a presença do jogador ali, seu olhar se voltou para o dele, pedindo uma explicação. tinha uma, uma que havia começado mais de um ano antes e foi por isso que ele apenas deu de ombros, antes de dizer:
- Ciao, bella ragazza.
Porém, Guernica sequer se comparava com a obra de arte que viu parar ao seu lado. De primeiro momento ela não deu muita atenção, estava concentrada demais na pintura, mas o perfume do indivíduo chamou a sua atenção, era marcante demais para que ela pudesse esquecê-lo. A italiana virou com calma a sua cabeça em direção a pessoa ao seu lado e logo voltou a dar atenção para o quadro a frente, seu cérebro demorou um segundo a mais que seus olhos para processar o que estava acontecendo, mas quando finalmente o fez, foi quando sentiu o seu coração disparar.
Com os olhos arregalados ela virou corpo inteiro de frente para o rapaz que mexia no celular, ele não tinha a visto, a italiana ficou em dúvida se deveria chamá-lo ou não, passou alguns segundos apenas observando o garoto que ela achou que nunca mais veria na vida. E, antes que perdesse a coragem ela sussurrou o nome do francês tão fraco que nem ela mesmo sabia se a tinha pronunciado, mas como se fosse destino, ele ouviu e assim como ela, a olhou primeiro sem muito interesse, para então voltar-se para ela com os olhos arregalados e completamente surpreso.
- ?! - perguntou sentindo seu coração bater disparado, bloqueando o celular em sua mão e deu alguns passos na direção da garota, que sorriu timidamente.
- Oi, - a garota disse enquanto agarrava com força a alça de sua bolsa, seu corpo tremia de nervosismo.
- O que você está fazendo aqui?! - O goleiro não sabia o que fazer com as mãos, teve que se controlar para não agarrar a na sua frente, decidiu por colocá-las no bolso, antes que se deixasse levar por suas emoções.
- eu achei a cafeteria.
A italiana virou a cabeça em direção a voz que chamava pelo francês e sentiu seu coração murchar. Era uma garota baixinha, de cabelos claros, ela sorriu para o jogador que ainda tinha os olhos fixos na a sua frente.
- Tá tudo bem? - Ela perguntou ao entrelaçar seu braço ao . Naquele momento sentiu como se todas as borboletas do seu estômago tivessem perdido as asas - Você é...?
- Eu sou a - a italiana disse após um longo silêncio vindo do garoto - Sou uma antiga amiga do , da Califórnia.
- Sério? Ele nunca me disse nada sobre você - a garota rebateu ácida enquanto subia os seus olhos até o jogador, que ainda continuava estático. - Eu sou a Lucia, namorada do , muito prazer.
- Namorada? - disse e torceu para que a sua voz não tivesse saído tão azeda como ela sentiu que saiu - Oh, vocês estão em um encontro? Desculpe, não foi a minha intenção atrapalhar, eu já vou indo… - disse por fim, levando seus olhos mais uma vez aos de e quando ele nada disse, rolou os olhos e se virou para sumir do local.
- Espera, - Ouviu sua voz soar urgente atrás de si, parecia que o jogador tinha finalmente saído de seu transe.
ainda não conseguia acreditar naquela brincadeira do destino, a ficha de que ela estava realmente na sua frente ainda não tinha caído, aquilo tudo parecia de mentira. Ele passara semanas a procurando com os olhos, mesmo sabendo que não a veria. Tinha criado em sua mente que ela estava apenas estudando, dançando ou fazendo alguma loucura com Lexi e a veria no final de cada dia, tinha sido a forma que encontrou de aceitar que nunca mais a veria. Mas só se deu conta de que estava ali, de fato, na sua frente, quando ela se virou para ir embora.
O desespero de não vê-la nunca mais era tamanho que soltou do braço de Lucia de qualquer forma e deu dois passos apressados até , a fazendo fechar os olhos quando sentiu o toque do francês em seu pulso.
- O que você está fazendo aqui? - ele repetiu sua pergunta ainda descrente, sua voz estava cheia de dor e muita saudade.
- Estou apenas passeando - Ela disse com delicadeza, se soltando do aperto do francês, embora por dentro estivesse surtando.
- Até quando você fica? - o olhar de a fez murchar por um momento, antes de responder ela deu uma olhada para a garota que estava atrás dele.
- Eu vou embora hoje - Ela sorriu fechado e se virou para trás também, franzindo o cenho ao compreender as palavras de .
O jogador concordou com a cabeça, sem acreditar que era daquela forma que o destino lhe presenteava , como se ela fosse uma miragem, uma obra de arte como todas aquelas dentro daquele local. Bela e preciosa demais para que pudessem a tocar. Valiosa demais para que pudesse pegá-la em seus braços e levá-la para casa para que ela pudesse ser só dele.
observou a se aproximar com calma e com uma lentidão desnecessária a sentiu depositar um beijo demorando em sua bochecha. Ele não ousou se mexer, seus olhos se fecharam, sentindo seu coração se despedaçar novamente, assim como tinha se partido em milhões de pedacinhos naquele estádio um ano antes. Ele tinha certeza que ainda muitos daqueles pedaços ainda estavam espalhados por lá.
Foi só quando sentiu os lábios da garota deixarem seu rosto que ele teve coragem de abrir os olhos novamente, não podia perder aquela chance de vê-la mais uma vez. Em seguida, a observou se virar para a loira, que os observava com atenção.
- Foi um prazer, Lucia - seu olhar se voltou para o jogador - Ciao, bello.
sentiu todos os seus músculos relaxarem assim que entrou em seu quarto no hotel Barceló Torre de Madrid, ela sorriu ao ler a mensagem de sua mãe a avisando que havia saído para dar uma volta, precisava mais do que nunca de um tempo sozinha. A italiana tirou seus sapatos e em seguida a jaqueta e se jogou na cama, sentindo o ar voltar para seus pulmões.
Ela tinha acabado de reencontrar . Porra.
Já fazia quase um ano desde que a garota havia se despedido do jogador em Chicago, no final eles haviam se acertado, mas carregava consigo a sensação de que a história entre ela e o francês estava incompleta e que pra sempre seria. havia seguido em frente, tinha saído para se divertir, saído com alguns rapazes. No começo foi impossível não fazer a comparação com , nenhum deles tinha o sorriso do jogador ou o jeito brincalhão, muito menos seu corpo e o principal nenhum deles faziam a italiana se sentir como havia feito, mas ao menos ela tinha seguido em frente e aquilo para ela já era uma vitória.
Quando a sua mãe a convenceu a fazer aquela viagem pela Europa, disse não de imediato, mas quando pesou as consequências, acabou por aceitar, era seu futuro afinal de contas e seria bom passar um tempo ao lado de Luciana. Desde Chicago as duas haviam se re-aproximado bastante. A italiana passou a ir quase todos os fins de semana para a casa da mãe, algumas delas com Lexi, e aquela viagem estava servindo para estreitar ainda mais o laço que tinham perdido em algum momento desde que se mudaram para a Califórnia.
ergueu o seu braço esquerdo e bufou ao ver as horas, ela havia combinado de ir a uma peça naquela noite com a mãe e como sempre demorava pra se arrumar, se levantou já tirando a blusa e caminhou em direção ao banheiro pronta para tomar banho, quando ouviu uma batida na porta. Tendo a certeza que era sua mãe, que tinha a mania de deixar o cartão no quarto, ela rolou os olhos e abriu a porta pronta para dar uma bronca na mais velha, mas o choque que sentiu foi imediato, ela teve certeza que ficou sem respirar por uns vinte segundos. Era a segunda vez naquele dia que a italiana estava frente a frente com .
- - o jogador disse quase em um sussurro, foi impossível para ele controlar o seu olhar que desceu pelo corpo da mulher, se fixando em seus seios, cobertos apenas por sua lingerie. A garota pareceu por fim se dar conta de que estava sem a blusa e bateu com força a porta na cara dele, a abrindo segundos depois, agora usando um moletom - Eu preferia antes. - deu um sorrisinho sexy de lado, fazendo as pernas da italiana tremerem.
- O que você está fazendo aqui? - Ela disse e se xingou ao notar o quão esganiçada a sua voz estava.
- Eu vim te ver - Ele simplesmente deu de ombros e a italiana arregalou os olhos.
- Como você descobriu em que hotel estou hospedada e quem foi que te deixou entrar?
- Carol - os dois disseram ao mesmo tempo, rindo em sequência. O garoto colocou as mãos no bolso, um pouco sem graça
- Posso entrar?
- Não - Ela respondeu simplesmente, mas o sorriso continuava na cara do jogador.
- Você está bem bonita. - Ele continuou e riu ao ver que a postura de não havia mudado - Cortou o cabelo? Ele parece mais repicado…
- Foi pra isso que você veio aqui? - Ela cruzou os braços desafiadora, estava adorando ouvir os elogios dele, mas adorava mais ainda deixar ele sem jeito.
- Claro que não - retrucou rápido demais e os dois caíram em um silêncio incômodo.
- Ai meu Deus do céu - A garota respirou fundo e empurrou o jogador que estava na entrada da porta para fora, mas para a surpresa de , ela também saiu do quarto o puxando pela mão em direção ao elevador - Vamos para o terraço, ainda não tive a oportunidade de conhecer.
- Há quantos dia você está aqui?
- Não te interessa.
- Cara, como eu senti falta disso - sorriu animado e deu mini pulinhos fazendo a italiana revirar os olhos.
- Cala a boca.
- Perdão, ragazza. - disse, ainda desacreditado que estava mesmo com a italiana e ouvindo todas suas grosserias. Como tinha sentido falta daquilo.
bem que tentou, mas um sorriso escapou pelos seus lábios e isso foi o suficiente para o jogador se sentir mais confiante. Ele havia conseguido. Juntos eles caminharam até a piscina do hotel que ficava no último andar, apenas seguia os passos apressados da dançarina e riu ao escutá-la pedir duas garrafas de cerveja no bar e em seguida se virar para ele.
- Eu não vou embora hoje - Ela vomitou as palavras e se engasgou com sua bebida.
- O quê?
- Eu disse que eu não vou embora hoje, eu te falei no museu que ia, mas não vou. - tomou outro gole da bebida - Estou em Madrid faz dois dias, antes passei quatro em Paris e seis em Londres e daqui a quatro dias eu vou para Milão. Satisfeito? E você, o que está fazendo aqui?
O jogador estava sem ar. Ele havia ficado desacostumado com a agilidade da garota, ela era extremamente direta quando queria algo e simplesmente conseguia, talvez pelo seu charme ou por sua insistência. estava totalmente rendido a ela.
- Eu precisava te ver. - disse suspirando fundo, tomando mais um gole de sua cerveja. Não tinha parado pra pensar desde que recebera a mensagem de Carol com o hotel em que ela estava hospedada e agora que estava à sua frente, não sabia o que esperar. - Além dos dois minutos no museu, que mais pareceram uma miragem. Caralho eu quero tanto te beijar agora, ragazza.
- Acho que a Lúcia não ia gostar disso - o encarou debochada, enquanto levava a garrafa de cerveja aos lábios e o jogador sabia que ela estava escondendo um sorriso - Há quanto tempo vocês estão namorando?
- Não estamos namorando. - disse enfático. Sentindo o que ainda sentia por , precisaria de muito para que ele se deixasse envolver com outro alguém da forma que os dois fizeram.
- Ela não sabe disso, então.
encarou divertida o menino a sua frente. estava desesperado e ela sabia disso, a dançarina estava adorando a situação que haviam se metido. Céus, como havia sentindo falta do francês e da química que havia entre eles, mesmo sem se verem por mais de um ano, ela estava ali, tão forte como no passado.
Talvez fosse o moletom que ela havia colocado, que era uma péssima escolha para o verão espanhol ou a bebida que a deixava mais solta, mas tinha noção que aos poucos ela e se aproximavam fisicamente cada vez mais. Tanto que ela praticamente podia sentir sua perna roçando de leve na dele.
- E você, tem um namorado? - perguntou passeando os dedos pelo antebraço de , num carinho preguiçoso, rezando para que a resposta fosse negativa.
- Estou noiva.
quase caiu no chão de tanto gargalhar ao ver se engasgar com a sua bebida, o garoto olhava furiosamente para ela enquanto tentava controlar a sua respiração e quando enfim conseguiu, sem medo nenhum de ser rejeitado, ele se aproximou da garota e por um segundo ela pensou que ele fosse beijá-la. Mas para sua total surpresa, ele a encheu de cócegas, a fazendo se contorcer toda em seu aperto, deixando que metade de sua bebida caíssem pelo chão.
- , não brinca com o meu coração, sou muito jovem para ter um ataque cardíaco - ele por fim a deixou em paz, após seu discurso dramático e a encarou enquanto a mesma arrumava os fios de cabelo que insistiam em cair em seu rosto - Por que não me disse que viria para a Espanha?
- Se eu dissesse que viria, não teria nenhuma Lucia? - embora tivesse usado um tom divertido, revelara seu maior medo para o jogador, que entendeu. Ele também tinha medo de procurar saber da italiana, com medo da mesma resposta.
- Estamos saindo apenas há duas semanas, .
- Em duas semanas você disse que me amava. - A italiana se arrependeu de suas palavras no segundo exato que elas saíram de sua boca. "Mas que raios, ?"
arregalou os olhos surpreso, sentindo como se um tiro não doesse tanto, mas então ergueu sua cerveja em direção a dançarina e com um sorrisinho triste respondeu:
- Touché. - sorriu sem graça e assim como ele se apoiou no muro e juntos ficaram admirando a bela cidade de Madrid. E foi naquele silêncio que ambos disseram muito mais do que qualquer palavra poderia dizer.
- Estou concorrendo a uma bolsa de estudos aqui na Europa - a garota disse depois de um tempo, fazendo o jogador a encarar curiosamente. sentia seu estômago revirar. - É uma parceria entre a UCLA e algumas faculdades espalhadas pela Europa, já fiz as minhas audições em Londres, Paris, amanhã faço aqui em Madrid e por último em Milão. Eu não ia me inscrever nesse programa. - confessou e o francês sabia que o principal motivo era ele - Mas a minha mãe me convenceu, disse que podíamos aproveitar esses dias e passear pelo velho continente. Eu senti falta daqui.
sorriu para ela e por puro reflexo afastou uma mecha do rosto da que a brisa do fim da tarde bagunçou e ficou feliz quando pareceu não se importar.
- Eu não sei se vou conseguir uma dessas bolsas, . - confessou insegura, se virando para ele - É por isso que não te contei que estava vindo, eu ainda tenho o seu número salvo. Você tem ideia de quantas vezes eu já fiquei o encarando por horas pensando se eu devia ou não te ligar? - o jogador riu fraco, ele já estivera naquela situação tantas vezes desde que eles se despediram no verão anterior em Chicago, que ele achou cômico saber que estivera do mesmo jeito que ele - Mas eu sempre me controlei, você acredita que eu comecei a seguir um fã clube seu? Sim, eu sei, meio creep, mas a culpa é sua. Eu queria continuar acompanhando sua vida, ainda mais que você está ainda mais gostoso do que eu podia me lembrar e eu que não ia ficar curtindo suas fotos no Instagram. Não queria te dar esse gostinho. - soltou tudo de uma vez e gargalhou como há muito não fazia.
- Você fala isso porque não sabe que vai me achar ainda mais creep que você, quando eu te contar que criei um Instagram falso só para te seguir.
- É você o lovetowatchyoudance30 ?
- O número da minha camisa não foi meio óbvio? - perguntou rindo de si mesmo, vendo a garota negar com um sorriso lindo no rosto.
- Bom saber, vou avisar a minha mãe que o meu stalker na verdade é só o meu ex-namorado.
sorriu bobo para ela e sentiu as famosas borboletas no estômago aparecerem, nem se deu conta de que havia usado a palavra namorado e se percebeu, não fez questão de comentar. A garota encarou a garrafa de cerveja, agora vazia e então se virou novamente para o francês que em nenhum momento havia desviado o olhar dela.
- Eu podia ter te contado que estava vindo e então iríamos aproveitar esses cinco dias juntos, e talvez eu conseguisse a bolsa e então quem sabe poderíamos tentar algo, mas também existe a possibilidade de que eu não consiga nada e esses cinco dias só serviriam para aumentar a saudades que eu sinto de você todos os dias da minha vida. - desabafou, despejando todos os seus sentimentos nele - Eu não quero ser só mais um casinho seu de verão, , eu quero você no verão, no outono, no inverno... Eu quero você em todas as estações do ano, então pensei que ou te tenho por inteiro, ou não te tenho nunca mais.
O francês precisou de muito mais que alguns segundos para processar aquilo. No passado era ele quem vomitava seus sentimentos pra cima dela, a assustando. Mas tinha algo em que havia mudado, ela parecia mais convicta e certa de si mesma e de suas vontades. Vê-la amadurecer daquela forma em tão pouco tempo, o fez se sentir orgulhoso da mulher que ela estava se tornando.
- Meu Deus do céu, acho que foi a coisa mais brega que eu já disse na minha vida. - ela continuou nervosa, ao vê-lo encará-la tão intensamente por tanto tempo, em silêncio.
acabou com o espaço que os separava e puxou para um abraço tão cheio de sentimentos, que queria que com seu aperto ela pudesse entender um pouco do que ele estava sentindo. Quando ele a soltou, por pura intuição, fez carinho na barba rala do jogador, antes de se afastar.
- Milão, Paris, Londres...e Madrid são lugares ótimos. Sei que sou imparcial aqui, mas acho que todas as capitais são mais importantes no mundo da dança do que Los Angeles.
- Virou um expert agora? - debochou divertida.
- Sabe o que é... No verão passado eu me apaixonei por esse italiana, ela é dançarina, tem um temperamento pior que o do meu pai na final da copa de 2006, mas mesmo assim é impossível não se encantar por todos os jeitos dela, até as imperfeições. - gargalhou alto com a comparação a seu pai. - E desde então, como forma de matar a saudade, eu venho acompanhando uma coisa ali, outra coisa aqui sobre o mundo da dança. Mas não conta para ela. A ragazza vai me zoar para o resto da vida.
- Não vai, não - ela sorriu timidamente para ele e não se afastou quando entrelaçou a sua mão a dela - Eu quero conseguir essa bolsa, muito mesmo, não só por você e pelo meu pai, mas por mim, principalmente. A dança é a minha vida, mas dentro dela também tem minha família, tem você. E eu quero muito conseguir conciliar tudo…Se ainda for em tempo.
- E como estão as coisas com seu pai?
- Com meu pai…A gente tem se aproximado bastante desde o verão passado, eu acho que você e todo aquele contato com o futebol fez com que eu abrisse a mente e o coração também, mas só um pouquinho, e mio dio como o homem é teimoso. Mas eu sei que puxei isso dele, então tenho que aguentar. Ele disse que se eu conseguir a bolsa, não importa onde, ele vai tirar férias da padaria e passar um mês todo comigo.
- Eu realmente espero que você consiga, . Não por mim ou pelo seu pai...Você merece , mais do que qualquer pessoa que eu conheço. Você é uma dançarina tão extraordinária que qualquer escola de dança seria sortuda em ter você. Mas acho que Madrid é a que vai ficar mais interessada. - brincou, apertando sua cintura.
- Há, há - desviou o olhar por um momento para apenas voltar a encarar o garoto a sua frente e sorrir timidamente - Grazzie, bello.
- Vous êtes les bienvenus, ma belle.
E mesmo sabendo que era errado, que se não conseguisse a bolsa, toda a dor que sentiam iria voltar ainda mais forte, não conseguiu se segurar, não quando a finalmente tinha ao alcance de suas mãos novamente. Ele tocou novamente em sua cintura, mas dessa vez o francês não a tirou, sua outra mão foi imediatamente para o rosto da italiana e seus dedos deslizaram por sua bochecha parando em seu queixo. Antes de a puxar para si, ele encarou no fundo dos olhos de e se viu ali, preso naquele olhar para sempre.
Seus lábios se tocaram com o sentimentos e a saudade de doze longos meses de distância.
não sabia se ela iria passar em alguma daquelas universidades, mas após tê-la novamente, por menos de um minuto ele tinha certeza de que a garota poderia se mudar para saturno que ele iria atrás de sua bella ragazza.
- . - a chamou, colando sua testa a dela, ainda se deliciando com o beijo intenso que trocaram - Apesar do meu comentário bobo sobre Madrid, se você conseguir uma bolsa em qualquer lugar, não importa qual cidade, eu só quero que saiba que eu vou fazer dar certo. O que for, eu faço. Eu nunca te esqueci… Ou deixei de te amar. Eu tenho certeza que esse encontro não foi por acaso, nada com a gente foi por acaso.
Apesar das inseguranças de , ela e curtiram aqueles dias que ela ainda tinha na Espanha na companhia um do outro como se não houvesse amanhã. Carol, ao saber que tudo parecia estar indo bem mais uma vez, fez questão de oferecer um churrasco em sua casa para a italiana e além de conhecer a filha do casal, conheceu Veronique, mãe de . Ela e sua mãe se deram bem de cara e passaram horas conversando sobre futebol, dança, mas principalmente sobre os filhos. Ao fim daqueles dias inesquecíveis, quando a garota se despediu para embarcar para Milão, , ao contrário do que sentiu em Chicago, não viu aquela despedida como um adeus, mas sim como um até logo. Um muito breve até logo.
Após finalizar todas as suas audições e voltar para a Califórnia, não demorou para que oferecessem a uma bolsa de estudos para Londres e uma outra para Madrid. Embora seu coração estivesse em Madrid, Londres sempre fora um sonho de e uma das cidades mais importantes do mundo em sua área, suas oportunidades e consequentemente reconhecimento seriam infinitamente maiores do que na Espanha e, para sua surpresa, quando contou sua decisão final para , ele disse que não poderia estar mais orgulhoso dela. Concordava com sua decisão e não deixaria que a italiana escolhesse a segunda opção por ele. A capital britânica era logo ali e como havia lhe prometido, ele iria fazer dar certo.
E era por isso que ele se encontrava em Londres - Heathrow, aguardando a saída dos passageiros do vôo de Los Angeles que tinha pousado há mais de vinte minutos.
carregava suas duas enormes malas e mais sua mochila, cansada. Dormira muito pouco no avião, estava nervosa por aquele recomeço e já morria de saudade de Lexi e sua mãe. A mais velha tinha decidido voltar para o velho continente para ficar mais perto da filha e estava apenas aguardando a venda da casa para se juntar a na Inglaterra. Procuraria um lugar próximo a praia, provavelmente Brighton.
Mesmo presa em pensamentos do lugar que até o dia anterior fora seu lar por muitos anos, ela o viu. Conforme seus pés se colocavam um na frente do outro, o sorriso e a surpresa em seu rosto aumentavam e as lágrimas em seus olhos se faziam quase impossíveis de segurar. estava tão lindo, ainda mais lindo do que ela poderia se lembrar. A sua frente estava o seu futuro, o seu acaso, um acaso muito do gostoso, ela fez questão de se lembrar.
Ao chegar há apenas alguns passos de distância dele, exausta, ela baixou os olhos para a plaquinha que ele segurava com seu nome e não conseguiu não sorrir. Ainda surpresa com a presença do jogador ali, seu olhar se voltou para o dele, pedindo uma explicação. tinha uma, uma que havia começado mais de um ano antes e foi por isso que ele apenas deu de ombros, antes de dizer:
- Ciao, bella ragazza.
FIN & FINE
Nota da autora: Guerreiras, porque vocês são AS guerreiras por ainda estarem aqui.
Eu comecei a escrever Ciao Bella Ragazza em 2017, em um ano em que futebol era a única coisa que eu pensava, eu tenho muito disso sabe? Quando gosto de algo, acabo ficando obcecada (sou escorpiana, extremamente intensa rs) e isso às vezes é ótimo, e outras vezes não é. Eu tinha quatro capítulos postados aqui, e por falta de inspiração e até de interesse, eu não consegui concluir com o quinto, o bendito capítulo final, sendo bem sincera, teve uma época que eu achei que jamais iria terminar essa fic, foram várias vezes em que eu peguei o doc e nada saia, e quando saía eu não curtia então simplesmente apagava. Até que, uma leitora muito querida foi atrás de Ciao, ela comentou em outras fics minhas, e isso na minha cabeça era surreal, ter gente que ainda ligava para essa história, então decidi pegar o doc mais uma vez, e não é que a parte final finalmente saiu? Foi sofrido, mas aqui está.
Quero fazer um agradecimento especial para as minhas amigas metengues, que sem sombra de dúvida alguma foram o meu maior presente de 2017 e que estão comigo até hoje, em especial a Carol, que é a Carol da fic hahah, por me aturar e sempre me ajudar, se não fosse por ela essa fic não sairia de jeito nenhum, então mandem muito amor para ela e as fics maravilhosas que ela escreve!
Por último as minhas fiéis e sobreviventes leitoras, esse final é pra vocês, espero que tenham gostado, a ideia é um final mais aberto para vocês poderem imaginar o que aconteceu com o Luca e a Francesca, criem o que quiserem, mas por favor não esqueçam do Bella ragazza, Luca vai usar essa frase pra sempre com a italiana.
E se você é leitora nova, seja bem vinda! Espero que tenha gostado da fic (:
Por hora, esse é o fim de Ciao Bella Ragazza, foi um prazer 🤍
Até logo!
Bia
Nota da Scripter: Essa história foi uma das que eu mais amei contribuir e mais ainda por ter meu lugarzinho de destaque nela, como namorada do Benzema 🥰🥰. Foi lendo essa fic que eu me apaixonei pela sua forma de escrever e mesmo que no passado você tenha desistido dela, juntas conseguimos dar vida a Dele e muito em breve, mais uma fic juntas. 👯♂️ Vou sentir saudade desse casal e de todos os personagens dessa fic. ❤️
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Eu comecei a escrever Ciao Bella Ragazza em 2017, em um ano em que futebol era a única coisa que eu pensava, eu tenho muito disso sabe? Quando gosto de algo, acabo ficando obcecada (sou escorpiana, extremamente intensa rs) e isso às vezes é ótimo, e outras vezes não é. Eu tinha quatro capítulos postados aqui, e por falta de inspiração e até de interesse, eu não consegui concluir com o quinto, o bendito capítulo final, sendo bem sincera, teve uma época que eu achei que jamais iria terminar essa fic, foram várias vezes em que eu peguei o doc e nada saia, e quando saía eu não curtia então simplesmente apagava. Até que, uma leitora muito querida foi atrás de Ciao, ela comentou em outras fics minhas, e isso na minha cabeça era surreal, ter gente que ainda ligava para essa história, então decidi pegar o doc mais uma vez, e não é que a parte final finalmente saiu? Foi sofrido, mas aqui está.
Quero fazer um agradecimento especial para as minhas amigas metengues, que sem sombra de dúvida alguma foram o meu maior presente de 2017 e que estão comigo até hoje, em especial a Carol, que é a Carol da fic hahah, por me aturar e sempre me ajudar, se não fosse por ela essa fic não sairia de jeito nenhum, então mandem muito amor para ela e as fics maravilhosas que ela escreve!
Por último as minhas fiéis e sobreviventes leitoras, esse final é pra vocês, espero que tenham gostado, a ideia é um final mais aberto para vocês poderem imaginar o que aconteceu com o Luca e a Francesca, criem o que quiserem, mas por favor não esqueçam do Bella ragazza, Luca vai usar essa frase pra sempre com a italiana.
E se você é leitora nova, seja bem vinda! Espero que tenha gostado da fic (:
Por hora, esse é o fim de Ciao Bella Ragazza, foi um prazer 🤍
Até logo!
Bia
Nota da Scripter: Essa história foi uma das que eu mais amei contribuir e mais ainda por ter meu lugarzinho de destaque nela, como namorada do Benzema 🥰🥰. Foi lendo essa fic que eu me apaixonei pela sua forma de escrever e mesmo que no passado você tenha desistido dela, juntas conseguimos dar vida a Dele e muito em breve, mais uma fic juntas. 👯♂️ Vou sentir saudade desse casal e de todos os personagens dessa fic. ❤️