Última atualização: 10/01/2021

Capítulo Único

Se beber, não suba no palco.


Eu nunca pensei que um dia passaria por um momento tão estranho e pesado como agora. Na verdade, nunca pensei que seria aquele que incomodaria o grupo de amigos. Sabe, aquele que traz a tensão, que faz lembrar coisas ruins? Pois então.
Me tornei esse cara.
E ter que ficar tentando me desculpar por mensagens, ligações recusadas e cartas (quem diabos ainda enviava cartas?) não era legal. Principalmente porque quanto mais eu tentava, mais falhava miseravelmente.
Ainda me sinto estranho sempre que vejo o resto do pessoal; éramos tão amigos, desde o ensino médio. Entramos na mesma universidade e continuamos juntos, mesmo que cada um tivesse sua própria vida. Aumentamos o grupo logo que o mais velho entre nós, Seokjin, decidiu se casar lá pelo último período de seu curso (na real, já éramos oito desde que ele iniciara o namoro). E tudo seguiu normal, como raramente acontece quando se entra na vida adulta.
Porém, como já podíamos esperar, alguém tinha que estragar tudo. E, embora não lembre muito bem de como tudo aconteceu, esse alguém foi eu.
Estávamos todos na casa dos vinte e tantos e queríamos sim ter nossas famílias, nossos próprios negócios e afins. A questão era a seguinte: eu não sei lidar com mudanças que me afetam diretamente. Apenas as aceito, como sempre foi. Ver Jin se casando foi ótimo, uma cerimônia e tanto. A festa nem se fala!
No entanto, após o empurrão de Jin, todos começaram a pensar sobre isso. Uns mais que os outros, obviamente, já que eu e Taehyung sequer tínhamos uma namorada (ou namorado, no meu caso). E num intervalo de seis meses, Min Yoongi, nosso segundo mais velho, decidiu anunciar que se casaria com a namorada estrangeira que ele fingia amar há, sei lá (!), um ano.
E, ah, meus amigos, essa mudança sim me afetava diretamente. Então, surtei.
Meu nome é Jeon Jeongguk e eu destruí o casamento do meu melhor amigo.

:-!


Tudo desandou numa tarde de quinta-feira. Estávamos os oito (já que a esposa de Jin já havia se rendido a passar todas suas folgas conosco) sentados na sala do meu pequeno apartamento, onde eu dividia com Taehyung e Jimin desde o (meu) primeiro período da faculdade. Tinha muita comida espalhada pela mesa de centro, latas de cerveja e refrigerante, algumas balas e umas pontinhas de baseado que Hoseok insistia em guardar, porque poderia dar “para o gasto quando um baseado decente estivesse em falta”. Tudo normal para a vida de oito universitários que tentavam sobreviver como podiam.
— Gente, eu preciso contar uma coisa — Yoongi começou, com a voz arrastada como de costume e um sorriso alegre nos lábios. — Uma coisa muito importante, aliás.
— Diz aí, yuuuung! — Hoseok, chapado feito uma mula, incentivou enquanto arrastava cada letrinha e ria no final.
Yoongi revirou os olhos e deu um tapa na nuca do nosso amigo, que apenas riu mais um pouco.
— Eu vou casar com a Ellie.
Assim, como quem não queria nada, ele soltou.
Quase imediatamente, todos os idiotas começaram a felicitar o loirinho, pulando, gritando, beijando e derrubando coisas por toda minha sala. Como se aquilo fosse realmente incrível.
Não era, não. Era ridículo!
— É o quê!? — soltei, interrompendo toda a parabenização e os gritos exagerados.
— O que foi? Não está feliz por mim? — Yoongi perguntou e franziu o cenho, fazendo com que todos me encarassem.
— É claro que estou! — respondi rápido. — Isso só foi muito repentino. Tenho certeza que vocês serão muito felizes. Parabéns, hyung!
Finalizei a encenação, pulando sobre ele e abraçando-o com força, fazendo com que toda a barulheira anterior retornasse.
Mas que piada.
Eu era a porra de uma piada.
Mais tarde, quando todos foram embora — porque, afinal, ainda tínhamos aula na manhã seguinte (com exceção de Seokjin e sua esposa que haviam se formado no semestre anterior) —, decidi que seria mais sensato me trancar em meu quarto e me isolar dos meus dois companheiros de apê.
Mas esqueci de pequenos detalhes importantíssimos: 1) privacidade era uma coisa desconhecida naquele apartamento; 2) Taehyung era insuportável e um enxerido, sendo então o primeiro a invadir o meu quarto; e 3) o apê tinha apenas um quarto.
Ou seja: meu quarto, quarto deles.
Eu queria paz naquele momento de dor e sofrimento por nunca ter superado minha paixão platônica por Yoongi, mas meus dois companheiros queriam me infernizar, mesmo que estivessem alegres demais pela quantidade de cerveja que tinham bebido.
— Ainda não acredito que você deu chilique na frente de todo mundo — Taehyung começou. — Cara, você precisa superar o Yoongi.
— Que chilique, Taehyung, tá maluco? — o encarei. — Eu já superei, nem gostei tanto dele assim. Coisa de adolescente.
— Coisa de adolescente é negar os sentimentos do jeito que você faz, Gukkie — Jimin se intrometeu, assumindo sua pose de psicólogo. — Não tem nada de errado em não ter superado um amor do passado. Cada um tem seu tempo.
— Não usa a voz de psicólogo comigo! — exclamei, emburrado. — E eu juro, não sinto mais nada pelo Yoongi, já passou.
Jimin suspirou e deu de ombros, logo indo para sua cama que era em cima da de Taehyung.
— Cara, você é um otário, meio que está escrito na sua testa que você ama o Yoongi desde pirralho — Taehyung insistiu. — É bem óbvio, de verdade. Todo mundo sabe.
— Cala a boca, Taehyung — Jimin pediu por mim. — Deixa ele.
— Isso, Taehyung, me deixa.
Após esse diálogo muitíssimo normal, me rendi ao sono.
O dia seguinte foi normal, assim como todos os outros. Eu fingia que nada estava acontecendo e aceitava a nona pessoa em nosso grupo, mesmo que eu não falasse tanto assim com ela. Foi desse jeito por seis meses. Me afundei nos estudos, no trabalho e arrumei um estágio para as últimas horas livres que tinha. Passei a ser aquele que recusa todas as saídas por não ter tempo, e aquele que dormia no meio dos filmes nos dias de maratona.
Com o passar dos meses, não era mais o único nessa jornada difícil de universitário. Já estava finalizando meu penúltimo período, junto com Jimin e Taehyung, enquanto Hoseok, Yoongi e Namjoon preparavam seus projetos finais, cada um em seu surto particular.
Não tínhamos mais tempo para porra nenhuma, a ficha de adulto finalmente estava caindo. E durante todo o tempo, eu fingia não ver que Yoongi corria para lá e para cá para apresentar o TCC e organizar a porra de um casamento que deveria sair duas semanas depois de sua formatura.
Meus amigos, eu estava puto. Foram seis meses de pura tortura. Tudo que eu mais desejava era ter, de fato, superado Min Yoongi como eu dizia ter superado. Mas eu não tinha superado, não!
O desespero cada vez ficava maior, porque ele não desistia daquela loucura e parecia não lembrar das nossas loucuras. Do tempo em que nos beijávamos sem compromisso, só para relaxar depois de alguns trabalhos estressantes.
Desde o ensino médio.
Porra!
Eu tinha sido jogado para o lado sem sequer ser avisado, e precisava colocar para fora. Mas não tinha tempo! 24 horas para mim parecia ser insuficiente, e se arrependimento matasse eu teria morrido ali, a seis meses de me formar também.
Porque, céus, como eu estava arrependido de ter conhecido aquele filho da puta, ter me apaixonado, me dado de corpo e alma e por ter pego mais matéria optativa do que eu aguentava, além do trabalho e do estágio supervisionado.
Puta merda, que piada. Sério. Piada.



:-!



Lembrar de todas essas coisas sempre me faz querer chorar. Não sejam o estraga prazeres do grupo, é um conselho.
Todo grupo de amigos tem aquele que faz vergonha quando bebe demais, e no nosso, esse amigo sempre foi Hoseok ou Taehyung. Era meio que uma coisa oficial, Jin dirigia e nos deixava em casa, enquanto Hoseok vomitava durante todo o caminho e gritava o quanto amava maconha e depois começava a chorar porque era algo proibido e dava cadeia. Ou quando era a vez de Taehyung, ele só chorava mesmo e resmungava o quão fodido era por Hoseok nunca tê-lo visto como um homem de verdade.
Era um horror.
Uns anos depois eu me juntei a eles nessas vergonhas. Eu não queria, de verdade. Mas a história do casamento de Yoongi estava me fazendo perder a cabeça. Eu estava bebendo mais que o normal todo fim de semana (estudar e resolver assuntos sérios do trabalho com ressaca não era legal, nada legal) e acabava desmaiado no chão da sala.
Ou falando besteiras e destruindo casamentos alheios.



Aliás, Yoongi hyung, me perdoa. Por favor, não foi a intenção. Será que você pode me atender dessa vez? É importante, mesmo.

Me responde, hyung.




Meu coração ainda fica dolorido em saber que Yoongi sequer consegue ouvir meu nome, de acordo com Namjoon. Fiquei sabendo numa reunião que, de novo, deu errado, que eles trabalham juntos e Hoseok contou, todo feliz, que já havia sido contratado como coreógrafo de uma empresa grande de ídolos teen. Eu estava feliz em ver meus amigos seguindo seus sonhos e tudo dando certo.
No decorrer daquele ano, tudo deu muito certo para todos. Menos para mim, diga-se de passagem. Parecia algum tipo de castigo para quem estraga algum casamento, mesmo que sem querer.
Acontece que tudo estava uma bagunça na minha cabeça. Enquanto eu preparava meu projeto final, percebi que não amava aquilo que fazia e não queria ser um cara de negócios como Jin — que agora era o CEO da empresa que o pai lhe deixara. Eu gostava de música, assim como Namjoon e Yoongi. Queria cantar, escrever e produzir, e eles que me incentivaram a fazer disso um hobbie quando estavam na universidade. Mas hoje… bem, hoje Namjoon fala comigo por educação, já que sempre foi mais chegado no Yoongi. E esse… não preciso repetir que ele não me responde nem quer me ver nunca mais, certo? É.
E pensar que eu realmente dividi um grupo que era tão unido e feliz me deixa mais triste ainda. Porém, meu medo de mudança não me deixa trocar a estabilidade de um emprego numa enorme multinacional para a instabilidade de uma carreira musical.
Afinal, faltam só algumas semanas e acabou faculdade.



Hyung, eu vou me formar logo. Adoraria que você fosse na formatura. Minha família inteira vai estar lá, os meninos também. Até mesmo Namjoon e a namorada. Seria um ótimo momento para você me perdoar por aquele vexame.
Taehyung me mostrou o vídeo que viralizou entre vocês naquela época. Só agora consegui assistir. Mas poxa, Yoongs, já se passaram sete meses. Você já pode sentar e conversar comigo como o bom adulto que sempre foi. Não aguento mais te enviar mensagens e cartas e correr atrás de cada número novo seu. Pare de trocar o chip.
Me responde.




Suspirei. Meus dias tem se resumido a: 1) sofrer pelo TCC; 2) enviar desculpas para Yoongi; e 3) comer besteiras com Taehyung, cada um sofrendo por um cara diferente.
Dois fodidos.
Às vezes três, quando Jimin chegava irritado por não entender por que diabos a mente humana funciona dessa forma.
— Taehyung! — gritei ainda segurando o celular com meu vídeo vergonhoso. — Ainda tem sorvete aí?



Agora estou tomando sorvete enquanto sinto sua falta e lembro da ideia que fez tudo que tínhamos desandar completamente. Eu sei que estava errado em fazer aquilo no seu casamento, mas você também não estava certo quando me deu esperanças e não conversou comigo de maneira apropriada. Sem contar que você não deveria ter aceitado aquela ideia ridícula. Despedida de solteiro, sério?




Faltava apenas uma semana para o casamento de Yoongi quando Taehyung teve uma ideia estúpida: uma despedida de solteiro.
Ali, naquele momento, começou meu inferno. Durante todos aqueles meses eu pensei que a situação não poderia piorar. Claro que não, o que poderia ser pior que ver meu melhor amigo e também amor da minha vida casando com outra pessoa?
Mas, como de praxe, a vida (na verdade, Taehyung) me mostrou mais uma vez o quão idiota eu sou e como tudo que está ruim pode, sim, piorar. E piorar muito. Muito mesmo.
A correria para o casamento continuava, Yoongi cuidava de tudo, provava roupas, os doces e salgados da festa, via decoração, igreja e toda aquela merda trabalhosa. Só de presenciar uma produção dessas pela segunda vez, fez com que eu desistisse (mais por desgosto) de casar e montar uma família. De certo eu terminaria a vida como um CEO solitário e infeliz com meu trabalho e minha vida. Mas podre de rico pra torrar toda a grana em bebida, festa e comida. Muita comida.
De toda forma, Yoongi estava ocupado demais para organizar a própria despedida de solteiro, então sobrou pra nós, os amigos. Hoseok e Taehyung conseguiram achar uma boate legal, alugaram um espaço VIP, convidaram os outros amigos de Yoongi e pronto, virou a porra de uma festa absurdamente lotada. Era pra ser algo para os mais chegados, mas Taehyung e Hoseok não entendiam a definição de “mais chegados” e “tudo bem, desde que seja uma noite só para nós sete aproveitarmos".
Sete, que sete? Hoseok e Taehyung não sabiam contar (só quando era muitíssimo conveniente para eles; ou seja, quando queriam roubar nossa grana).
Sábado à noite chegou. Todos estavam a todo vapor, felizes, animados. Véspera do casamento do produtor mais incrível e foda do grupo. Noite de muita bebida e sexo para os solteiros. Tudo estava certo, perfeito. No final seria incrível, e eu iria me distrair junto com meus amigos (palavras de Jimin).
Só que, de novo: tudo que está ruim pode e vai piorar. De verdade. A vida sempre vai fazer questão de te chutar muito mais, parece que é algo que o destino guarda para você quando já está fodido. Nunca é o suficiente.
Quando cheguei na boate — todo pomposo, arrumado e cheiroso —, já segui direto para a área VIP, pronto para encher a cara e chorar todas as mágoas da vida. Aproveitaria também os strippers que Taehyung conseguiu achar pela internet — ora, metade do grupo fazia jus à comunidade LGBT então, sim, homens sarados e muitíssimos gostosos foram contratados para nosso prazer da letrinha G (e a B também, é claro, não vamos esquecer que os Bs existem!).
Falei com uns aqui e outros ali, beijei algumas bocas desconhecidas que encontrei pelo caminho, conversei mais e bebi além da conta. Eu ainda tinha consciência das merdas que estavam acontecendo, mas em determinado momento da noite queria mesmo que tudo se fodesse. Dizem as más línguas que eu dancei no pole dance com as garotas, arranquei a camisa e dei uma puta tragada no baseado de Hoseok (ele tinha um escondidinho para matar a vontade rapidinho no canto escuro da boate). Mas não vem ao caso, já que fiz o favor de deletar isso das minhas lembranças.
E aí vocês perguntam: mas onde diabos está o problema? O que piorou tanto?
Pois eu respondo, amigos: eu terminei a noite sentado no colo de Min Yoongi com minha boca colada na dele. E ah, isso eu me lembro bem. Muitíssimo bem. Céus, que boca…
E tudo que acontece na despedida de solteiro, fica na despedida de solteiro. Porque, àquela altura, Ellie deveria estar rebolando horrores no colo de alguém que não era o futuro marido.
Deixe-me me explicar: eles já tiveram um tipo de relacionamento aberto. Era comum para eles, porque sabiam (ou achavam saber) que se amavam. Então tudo bem. E aquela noite de despedidas eles tinham aquele passe esquisito que o pessoal de relacionamento a dois costumava dar quando queriam simplesmente sair e botar alguns chifres que no fim das contas não eram chifres por ser tudo consensual.
A questão é: eu me fodi completamente, porque naquelas horas desfrutando de Min Yoongi pela última vez depois de dois anos só me fez perceber que sempre amei esse desgraçado.
Yoongi era pura e simplesmente o amor da minha merda de vida, tudo que eu queria era tê-lo comigo e ele casaria na noite seguinte.
Se eu não tivesse arruinado tudo também.






Acordar naquele domingo de verão bem cedinho, com o sol pegando na minha cara e a ressaca explodindo na minha cabeça teria sido melhor se eu estivesse sozinho. Todavia, adivinhem só, quem foi o idiota que acordou na cama do noivo daquele dia e por que eu, Jeon Jeongguk? Insira aqui um emoji sorrindo grande.
Exato, eu passei a porra da noite inteira com Min Yoongi. Não satisfeito em tê-lo beijado na frente de todo mundo da faculdade e do trabalho dele.
E ainda menos satisfeito em só fazer todas essas merdas, fiz o favor de passar o resto da madrugada transando com o cara. Magnífico, não? Não.
Quando me dei conta do que estava acontecendo, me sentei na cama desesperado sem nem me importar com a dor de cabeça. Yoongi estava do outro lado do quarto, na janela, me encarando. A carinha inchada pelo sono, as bochechas coradas e duas xícaras de café forte nas mãos. Ele sempre fazia isso quando tínhamos lá nossas recaídas numa noitada aqui e acolá. Acabávamos sempre rindo da noite anterior, mas eu sabia que naquele momento não seria assim. Não dessa vez. Não éramos mais os amigos coloridos de antes e eu sabia que ele definitivamente não queria ter transado com ninguém na noite anterior.
Quero dizer, não tinha planos, porque querer ele quis, sim. Do contrário não teríamos feito nada. Vocês entenderam.
— Você precisa ir — Yoongi disse firme, me entregando uma xícara. — Tenho que acabar de arrumar as coisas para a cerimônia e estou meio atrasado.
— Tudo bem — respondi e, em seguida, tomei todo o café de uma vez. Não me importei com o gosto amargo nem com a quentura. Só queria vestir minhas roupas fedidas e sair dali, estava me sentindo sufocado.
— Jeongguk — chamou. — Hoje é um dia especial e muito importante para mim e para a Ellie. Sei que não tivemos uma conversa apropriada, mas presumi que já tínhamos superado isso. Quero dizer… Não tínhamos nada há tempos, eu não precisava te explicar, não é?
— E não precisa. É a sua vida, hyung. Não precisa mesmo dizer nada. Eu sei qual é o meu lugar.
— Eu só…
— Tudo bem, Yoongs. Foi só uma despedida. De solteiro. De nós. De tudo. Mais tarde estarei lá, do seu lado, te vendo dizer sim para a felicidade plena ao lado da Ellie. É isso.
— Jeongguk…
E depois daquilo, não fiquei para escutar mais nada. Saí, simplesmente saí, e fui me arrumar porque era a porra do padrinho daquele maldito casamento.
Tínhamos uma merda de promessa e eu ainda tinha palavra: cada casamento, todos os outros seriam padrinhos, já que éramos idiotas o suficiente para sonharmos com casamentos enormes como nos filmes — tudo bem americanizado. Retardados, eu sei.
As horas passaram voando, e eu me sentia cada vez menos preparado para encarar aquela tortura toda. Só queria que chegasse logo a festa para beber tudo de novo e esquecer que aquele casamento existiu.
Tudo estava pronto. Todos os padrinhos posicionados corretamente, as famílias, os convidados… Tudo perfeito, do jeito que tinha que ser.
Tirando o fato que Yoongi continuava com cara de ressaca e parecia estar mais num enterro do que no próprio casamento. Hoje percebo que até fiz uma boa ação. Ele não parecia querer estar ali. Ou eu estava fantasiando (90% de chance de ser essa opção) para que meu coração doesse menos (não funcionou em nada, continua a mesma merda).
De qualquer forma, tudo estava lindo. Fizemos um ótimo trabalho. E Yoongi parecia um príncipe todo de branco. Sim, ele queria casar de branco também, era seu sonho. Diferente de mim, que queria casar de preto em total luto à minha tão amada liberdade. Enfim.
Ellie entrou na igreja linda, desfilando. Estava deslumbrante. De verdade, tão bonita que senti vontade de chorar. Seus olhos grandes estavam pintados numa maquiagem tão suave que a fazia parecer um anjo recém caído do céu. Porra, ela é uma mulher linda. E inteligente. E maravilhosa. E simpática com todos. Era natural que qualquer um que olhasse e depois a conhecesse, desejasse casar com ela.
Eu só era um invejoso recalcado mesmo.
Por isso, fingi não chorar na hora do “fale agora ou cale-se para sempre” e dos “sim, eu aceito”. Eu não tinha o direito de estragar casamento nenhum, e me segurei ao máximo.
Até a festa.



Hyung, já tem quase um ano que tudo aconteceu. Você precisa me ouvir. Decidi que essa é a última vez que tento falar com você. Se não tiver nenhuma resposta, ok, eu desisto. Minha formatura foi incrível, mas faltou você. Sei que viajou para os Estados Unidos há poucos dias, para fazer algum trabalho especial para a empresa que abriu com Namjoon… espero que possa me perdoar um dia. Consegui conversar com a Ellie dia desses. Ela me disse que vocês acabaram se divorciando alguns dias depois do casamento. Me desculpe por isso, hyung. Ela já me perdoou. Disse que nem queria tanto assim se casar. E você também não, que eu sei. Podem se passar mil anos e eu vou continuar te conhecendo muito bem. Pelo que me contam, você continua a mesma coisa. E ainda é o meu melhor amigo. Por favor, me desculpa. Não fiz nada daquilo de propósito. Eu só… te amei demais. Amo demais. Sinto tanto sua falta. E me sinto um ridículo por correr tanto atrás de você. Eu sou um filho da puta muito babaca mesmo. Quer saber, Yoongi? Vai se foder, arrombado.

Eu te amo, mas vai se foder. É isso. Porra, te amo. Mas queria odiar.

Babaca.






— Ei, Gukkie — Jimin chamou de maneira tranquila. — Tudo bem?
— Oi, Jiminie — sorri. — Tudo bem sim, por quê?
— Nada, você ficou trancado aqui e eu achei que tivesse passado mal ou esquecido que hoje é o dia que o pessoal vem aqui. Você sabe, pra conhecer nosso apê novo.
— O pessoal vem aqui hoje? Que pessoal? — me alarmei e soltei toda a papelada que analisava para a empresa.
— Sabia! — Jimin riu. — Taehyung, você está me devendo cem pratas! — comemorou, enquanto Taehyung provavelmente fazia birra. — O nosso pessoal, Gukkie — finalmente me respondeu o que interessava. — Tipo, todo mundo. Não é sempre que os maknaes conseguem grana o suficiente para terem um apê grande e com um quarto para cada, né? Sem contar que o Yoongi voltou de viagem e finalmente aceitou ficar no mesmo ambiente que você.
Porra. Como é que me esqueci de uma coisa dessas? Ah, é claro. Sabem aquela coisa de virar adulto? Pois é, isso piora depois da faculdade. Eu realmente vivi para o trabalho nos últimos meses. Sequer tive tempo de pensar em Yoongi ou qualquer outra pessoa; o dinheiro gordo caindo na minha conta bancária todo mês era mais importante.
Era, até Jimin jogar aquela bomba e sair gargalhando por qualquer besteira enquanto falava com Taehyung. Eu ainda me perguntava por que os tinha como melhores amigos e companheiros de apê por tanto tempo, mesmo tendo a chance de simplesmente cair fora. Mas...
Decidimos continuar morando juntos porque não queríamos 1) voltar para nossas cidades natais; 2) gastar muito dinheiro morando sozinhos; e 3) ainda éramos muito grudados e chorávamos sempre que pensávamos em nos separar. Era impossível.
É, eu realmente não tinha como cair fora.
Taehyung e Jimin foram os que me restaram depois do vexame. Eu ainda via Hoseok, Jin e sua esposa, mas eles andavam muito ocupados — eu trabalhava para Jin, então o que ele não podia fazer, eu fazia e nossas agendas nunca batiam, e Hoseok era um dançarino e coreógrafo tão famoso que nunca parava em Seul. Namjoon ainda falava comigo só por educação, mas agora por sentir vergonha das vezes que foi grosseiro comigo (e porque agora era ele quem namorava Ellie, pois é). E Yoongi… vocês sabem.
O nervosismo estava me tomando e eu sabia que entraria em parafuso. Para todos eu já havia superado o vexame e pouco me importava se Yoongi queria ou não me ver, já tinha o perdão de Ellie então tudo bem. Mas não era bem assim que funcionava, eu só havia ficado muito bom nessa coisa de esconder sentimentos. Mesmo que Jimin me flagrasse sofrendo algumas vezes. Eu me saía bem no fim das contas. Não queria ninguém sentindo pena ou raiva de mim, eu mesmo já sentia demais.
Eu também precisava me perdoar. E estava no meio do processo, até saber que todos estavam vindo para minha casa.
No final acabaríamos lavando a roupa suja, tenho certeza. Só espero que seja da maneira de quando tínhamos quinze anos. Uns gritos, uns palavrões e depois um abraço coletivo e as mãos dadas enquanto discursos de amor eram proferidos.
Tudo bem, isso vai ser complicado porque todos já estamos na casa dos vinte e poucos anos adultos trabalhadores. Aqueles que as pessoas julgam quando fazem esse tipo de coisa.
Mas também aquele tipo que resolve problemas de forma madura e sem se xingar. Aqueles que deixam o passado no passado e superam paixonites em excesso.
Certo. Isso não é o nosso estilo e essa noite vai ser um desastre.
O pensamento que tudo daria errado só se intensificou quando todos chegaram. No começo foi muito desconfortável, depois ficou apenas desconfortável. Mas graças a Santíssima Trindade: Hoseok, Jimin e Taehyung, tudo fluiu muito bem. Eles sabiam fazer aquilo acontecer, e todo mundo conversava entre si mesmo que Namjoon estivesse com Ellie e Yoongi sentado bem na minha frente.
Eu só bebia e conversava um pouco, aquilo ainda era estranho para mim. Ter todo mundo reunido me lembrava a última vez que isso aconteceu antes do casamento, era impossível não lembrar do meu vexame. Eu me sentia corar a cada vez que Yoongi me olhava.
Fora o sentimento de ser ridicularizado, já que tentei falar com ele durante todo o período. Minha única reação era beber, como sempre. E isso nunca acabava bem. Já me sentia meio tonto e pronto para começar a falação de merda, como já era de praxe.
— Ei, Jeongguk, soube que agora você tem um quarto. Será que podemos conversar lá? — Yoongi disse alto, sem se importar com os olhares estranhos dos outros. De repente, como sempre fazia, e já se levantando.
Eu continuei sem reação, como quando ele anunciou que se casaria. E teria ficado assim por horas a fio se Hoseok não tivesse simplesmente chutado minha perna com força, me acordando do transe.
— O quê? — murmurei. — Quarto. Meu. Tenho. Vamos.
Me levantei meio cambaleando, mas o efeito da bebida nem parecia mais tão claro assim. Era puro nervoso.
Minhas lembranças estavam embaralhadas, e eu só conseguia lembrar do momento em que peguei a merda do microfone da mão do cantor de música romântica e melosa no meio da festa de casamento do Yoongi.
Engoli a seco. Céus, eu estava revivendo tudo aquilo.
— Hyung, me desculpa.



:-!



A festa estava linda. As pessoas dançavam, conversavam e brincavam umas com as outras. Até tentei fazer parte daquilo, mas não durei muito. O bar me atraía mais. Por lá fiquei, até que mal me aguentasse em pé. Eu sentia os olhares preocupados dos meus amigos e ignorava. Quem eu queria que me olhasse estava ocupado demais aproveitando que estava recém casado enquanto dançava com sua esposa.
A música lenta e típica para casais apaixonados me irritava, a voz daquele homem me irritava, tudo me deixava fora de mim. Com isso, tive a pior ideia da minha vida.
Fui até o palco. Arranquei o microfone do cantor contratado e fodi com tudo.
— Chega disso! — gritei, com a voz arrastada e enrolada, enquanto empurrava o cantor para o lado. As pessoas me deram atenção, e pude notar meus amigos apreensivos, incluindo Min Yoongi. Eu via o desespero em seus olhos, e era até engraçado.
— Boa noite, senhoras e senhores — me ajeitei enquanto falava, tentando não cair. — Gostaria de fazer minha humilde homenagem aos noivos. Park Jimin, continue onde está! — me interrompi ao perceber que Jimin começava a tentar correr em minha direção. — Certo, não tenho muito tempo. Eu só gostaria de dizer que… Deveria estar feliz mas na verdade estou muito puto. E triste. E com raiva… Min Yoongi, como você tem coragem de dormir comigo a vida inteira e se casar com a Ellie? Tudo bem, eu sei que vocês sempre tiveram um bom relacionamento e que tudo era aberto no início, mas… Mas era comigo — apontei para mim mesmo, sentindo que começaria a chorar — que você passava os dias e as noites e as horas livres. Qual a porra do seu problema?! — gritei.
— Eu não signifiquei nada? Nossos momentos juntos não valeram de nada? Eu sempre te amei tanto — sequei as lágrimas que rolaram. — Puta que pariu, eu dormi com você noite passada depois da despedida de solteiro, e hoje de manhã você só me deu uma xícara de café e disse que eu deveria ir embora. Senti como se você estivesse pisando na merda do meu coração! Todas as metáforas idiotas dos livros de romance fizeram sentido, e adivinha só? Você é o merda do principal idiota que só faz a mocinha sofrer! E nesse caso eu tô fazendo o papel de mocinha, até mesmo agora em ter coragem de falar tudo isso bem no meio do seu casamento!
— Eu te amo tanto que chega a ser ridículo — sussurrei. — Você foi tudo pra mim durante esses anos. Meu melhor amigo. Meu irmão. Meu ouvinte. Meu ombro amigo. Mesmo que tivesse todos os outros, com você era especial. Eu te queria—quero pra sempre. Mas… Mas… — solucei. — Eu deveria ter interrompido essa palhaçada na igreja, era pra eu ter gritado pra todo mundo que era contra esse circo todo, que era comigo que você deveria ficar! Yoongi… Tsc, você sempre soube que te amo, por que me fodestes tanto assim? Você ao menos tem noção que sempre foi muito além de amigo para mim? Você é um idiota… Mas ontem foi tão bom, eu só queria mais noites como aquela. Como era antigamente. Desde o ensino médio. Você lembra que foi meu primeiro? Em todos os momentos. Meu primeiro beijo, na quadra da escola — ergui um dedo, numerando. — Meu primeiro amasso logo em seguida, no vestiário depois de um jogo de basquete. Meu primeiro boquete, a fazer e receber. Meu primeiro na cama—merda! Você tirou minha virgindade, me ensinou tudo que eu sei e—caramba! Não tem nada melhor que foder com você! Você sabe, foi o primeiro para quem eu dei—espera, isso é muito baixo, me desculpem. Eu só… Yoongi. Tsc. Você foi meu primeiro, me descobri com você. Meu primeiro e único amor, por mais brega que isso soe. Eu te amo tanto, por que você se casou? Não, não… Por que você não se casou comigo?
Finalizei baixinho, permitindo que meu corpo finalmente cedesse. Totalmente perdido, sem estribeiras. O silêncio no salão era absoluto, e logo senti os braços de Hoseok e Namjoon me levantarem, enquanto Taehyung, Jin e Jimin, ao longe, tentavam segurar Yoongi que estava furioso.
Ops, eu acho que a família de Ellie era tradicional e conservadora.
E os pais de Yoongi nunca souberam que ele era bissexual.
— Você… Você passou a noite com ele?! — ouvi Ellie gritar com ódio. — Nós tínhamos combinado, Yoongi! Nós…
E depois não ouvi mais nada, apaguei nos braços dos meus amigos.



:-!



Respirei fundo, encarando Yoongi à minha frente depois de todo o episódio vergonhoso. E lembrar que aquilo estava gravado era ainda pior, porque pude ver, depois, as expressões enojadas e espantadas dos outros convidados. As famílias dos noivos estavam horrorizadas, os amigos de Ellie cochichavam entre si, os conhecidos de Yoongi olhavam-no com o típico desdém e nojo.
Yoongi me olhara assim, eu só não tive consciência na hora. E agora eu o tinha ali, no meu quarto bagunçado.
— Sabe, eu pensei muito se deveria ou não te atender, te ouvir — ele começou, como sempre. — Eu fiquei muito chateado. Fui ridicularizado na minha própria festa… Quero dizer, não fui ridicularizado, mas exposto. Você sabe que eu nunca gostei de exposição, Jeongguk. As pessoas não sabiam daquelas histórias. Ellie não sabia. Sabia da minha sexualidade... Não de você, eu preferi preservar tudo que vivemos.
— Eu sei, hyung, eu...
— Você já falou e fez demais, Gukkie — Yoongi me interrompeu. — Agora é minha vez.
“Eu nunca pensei que passaria por algo desse jeito. Na minha cabeça tudo estava bem entre nós, você já tinha superado, seguiu em frente. Eu também. Jin se casou e eu notei que queria o mesmo. Ellie já estava na minha vida, você sabe que estávamos juntos há bastante tempo e tínhamos um relacionamento aberto. Não deu certo dessa forma, então decidimos namorar da forma tradicional. Me encantei. Ela era tudo que eu mais adorava. Me esqueci, por um tempo, do que sentia por você. Entenda, Gukkie, você também teve seus momentos e depois que passamos dos vinte queremos coisas novas. Você buscou as suas, e eu as minhas. Ellie é do mesmo ramo que eu, não tem medo de arriscar. Você sempre detestou mudanças, não tinha coragem de arriscar no que desejava. Não estava certo, eu sei. Mas… na hora não pensei nisso, e você não pareceu se importar. Depois do casamento do Jin tudo me pareceu certo e ótimo. Decidi arriscar, já estava me formando e tinha minhas economias, queríamos conhecer a Grécia e decidimos passar a lua de mel por lá. A ideia me pareceu ótima, mas eu nunca quis casar de verdade; não com a Ellie que era uma cópia minha. Eu não queria casar comigo mesmo, queria alguém diferente. E só percebi isso na noite da despedida de solteiro. Surtei. Fiquei louco. Eu te queria, tentei falar, mas já tinha feito merda o suficiente e você saiu antes que eu pudesse terminar. Eu também te amei, Jeongguk. Você também foi meu primeiro amor, não os outros primeiros, mas só esse importa, não é? Eu te amei—amo com todo meu coração. Só estava perdido e chateado. Você me expôs. Me fez passar por coisas que eu não queria. Sei que estava podre de bêbado e precisou ver filmagens de tudo que aconteceu. Mas ainda assim fiquei puto. Muito. Perdi uma oportunidade daquelas porque, de acordo com o pessoal da empresa, não aceitam ‘veadinhos traidores’. Mas eu creio que tudo na vida é um aprendizado, não era pra ser naquele momento, daquele jeito... Naquela empresa, com a Ellie. Fui pros Estados Unidos, estudei, me aprimorei em algumas coisas, levei o nome da empresa que ainda era pequena. Segui meu sonho com Namjoon e é isso, estamos aí, em alta no mercado. Fazendo uma coisa que é um puta privilégio: sucesso na vida profissional logo depois de sair da faculdade. Eu consegui. Mesmo com aquele vexame no casamento. Eu e Ellie nos separamos uma semana depois, logo que voltamos da Grécia. Não iríamos deixar uma viagem paga para trás. Mas ela não olhou na minha cara até voltarmos. E ficou com todos os caras da região porque se sentiu enganada e traída, pois tínhamos um acordo. Não me importei, o casamento não existia mais e eu só sabia pensar na raiva que sentia… e em você. Como você estava. Como você está, Jeongguk? Eu não consegui te ver antes. Não tive forças, coragem, nada. Só queria esquecer tudo que passamos. Recomeçar. Como fazíamos no ensino médio. Mas nunca tive coragem, até hoje, depois de tomar três doses de tequila antes de sair de casa. Os meninos também me ajudaram, disseram que você amadureceu, melhorou, se arrependeu. Mas Jimin foi o único a me dizer a verdade, vejo que ele se tornou um ótimo psicólogo e observador. Foi o único que disse que você ainda sofria, mesmo depois de um ano. Ele me contou que você ainda me ama. Que sente minha falta. Que você estava bêbado e nunca se perdoou. Que você assiste todos os dias esse maldito vídeo que viralizou entre eles, os nossos amigos. E eu te digo, Gukkie: nada disso é saudável. Para nenhum de nós. Me desculpe por não ter tentado antes. Por não ter te escutado. Por não ter tido a conversa que deveríamos. Eu só pensei que seria fácil viver sem você nos meus braços, comigo. Casar com a Ellie teria sido a maior burrada de qualquer forma. Namjoon sempre foi apaixonado por ela, mas nunca contou. Ele ficou puto com você por isso, porque você magoou a mulher da vida dele. Tanto que tudo ficou bem entre vocês quando a Ellie te perdoou. Eu também te perdoo, e peço para que me perdoe e acabemos logo com toda essa coisa. Quero que sejamos os adultos diferentes que ainda fazem encontro às quintas à noite, mesmo que Hoseok agora seja um maconheiro famoso. Ainda vamos conseguir fazer o de sempre se nos ajudarmos como de costume. Eu amo todos os nossos amigos. Eu amo você. Além de amizade. Vamos recomeçar nosso romance clichê. Vamos sair para jantar. Quero que isso dê certo, mas sem vexames dessa vez. O que me diz?”
Yoongi finalizou baixinho, parado tão pertinho que eu não soube o que fazer além de sorrir bobo. Ainda dava tempo de arrumar toda aquela minha burrada. Eu ainda o tinha, ainda o amava — ainda era recíproco. Mesmo depois de tanto tempo… céus…
— Eu amo você, Yoongi. Vamos recomeçar.
E como antigamente, juntamos nossas bocas num beijo repleto de saudade.
Mas como nem tudo na vida é como queremos, um estrondo no quarto fez com que nos separássemos assustados. Ali, no chão do quarto e com a porta escancarada, tinham sete pessoas caídas uma por cima da outra.
Estávamos sendo vigiados durante todo o tempo, e nossa única reação foi rir e voltar a nos beijar, mesmo com plateia.





Fim



Nota da autora: E foi isso <3 uma comédia romântica sempre cai muito bem, né? haha
Conversem comigo:








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