Finalizada em: 03/02/2017
Capítulo Único
já se preparava psicologicamente para ir ao trabalho naquela manhã, pois ele já sabia o que o aguardava; uma sala de reunião com várias outras pessoas nas mesmas condições que ele: chefes de departamentos e entediados até a morte. Em dias como esse nem todo o café do mundo fazia efeito, parecia impossível passar por uma daquelas horríveis reuniões de orçamento sem cair no sono. Isso tudo sem mencionar o fato de que essa reunião era mensal e durava, em média, três horas — se fosse otimista —. E assim, todos ficavam presos em uma sala de conferências mal iluminada e eram forçados a ouvir o homem mais chato da face da terra falando sobre relatórios trimestrais, dividendos, e todas as outras modalidades de tédio.
Com o maior desanimo do mundo, chegou a sala de reuniões dando um último gole em sua xícara de café amargo e logo sentando em seu lugar. Era possível contar nos dedos a quantidade de minutos que havia se passado desde o início da reunião e ele já estava lutando para manter a cabeça erguida e os olhos abertos. Ele amava sua vocação e tudo que a envolvia, podia até ser considerado um viciado no próprio trabalho, mas ele classificava tais sessões mensais de tortura como um preço que havia de pagar por ter uma vida profissional tão boa.
Foi necessário apenas um momento de devaneio para que perdesse a batalha contra si mesmo.
Até que algo pontiagudo cutucou sua coxa e ele despertou com um sobressalto, pulando no assento. Todos os olhos —acordados— se voltaram para ele, incluindo os de Marcos Joseph, o analista-chefe financeiro, que olhou como se soubesse exatamente o que estava acontecendo, mas ao invés de repreender por sua falta de profissionalismo, voltou para seu gráfico dando continuação a sua explicação.
Quando a atenção se desviou dele, virou-se para encarar quem era o culpado pelo seu pequeno susto. Srta. estava olhando para Joseph como se nunca tivesse visto nada mais interessante do que a representação gráfica da necessidade de crescimento na porcentagem de investimento do setor de RH. Lentamente, seus olhos se desviaram para o lado e encontraram os de . Ela sorriu.
então começou a tentar relembrar de onde a conhecia e como ambos foram parar no mesmo cargo, apenas de setores diferentes. Pelo que sabia, era a chefe do departamento de Relações Públicas, tinha mais ou menos vinte e sete anos, de acordo com os seus cálculos, mas não conseguia se lembrar de jeito nenhum onde a conheceu. Provavelmente eram ex-colegas de escola, ou antigos vizinhos, mas definitivamente não eram próximos.
No entanto, ela só ocupava o cargo de chefe durante os últimos meses, e além destas e algumas outras eventuais reuniões, ainda não tinha trabalhado diretamente com ela. Independente de qualquer coisa, ele só estava mentalmente grato a ela por tê-lo feito suportar uma reunião inteira acordado, apenas remexendo sua memória, tentando reconhecê-la em suas lembranças.
Com o termino daquelas infinitas horas fatais, seguiu em direção a cafeteira, logo sendo seguido pela senhorita , onde ele viu a oportunidade perfeita para agradecer.
— Poxa... — começou o rapaz — Se não fosse por você eu teria dormido e de brinde ainda levaria uma repreensão de Joseph, que não perde uma oportunidadezinha de pegar no meu pé. Entao, obrigado .
— Imagina! É quase palpável a rivalidade que existe entre vocês, era o mínimo que eu podia fazer por um amigo de infância do meu irmão.
— ? — agradável surpresa que havia recebido — Sabia que eu estava a reconhecendo... E como vai seu irmão?
— A própria! Oh, Ryan está ótimo, mas não em tão boa forma como você... — Ela falou rindo
nem sabia o que responder. “Ela esta flertando comigo?” ele se questionava, mas achou o próprio pensamento prepotente demais
— Mas me conta, qual é o seu segredo pra aguentar acordada essas reuniões? Energético no café? — O rapaz havia resolvido mudar discretamente de assunto.
— Não, mas não é má ideia. — Com um suspiro, ela tomou o resto da sua bebida e jogou o copo vazio no lixo. — Na verdade, eu nem sequer tento prestar atenção. — Deu os ombros. — Eu só passo o tempo todo fantasiando, praticamente sonhando acordada.
— Fantasiando? — repetiu. — Sobre o quê?
riu de sua curiosidade
— Nada muito apropriado pra área de trabalho... Deixa pra lá. — Respondeu rapidamente, logo murmurando algum tipo de despedida como “até mais” para e saindo de seu campo de visão.
Depois daquela reunião em questão, e daquele rápido — e estranho — encontro na cafeteira, procurou saber mais sobre sua colega de trabalho, apenas pra saciar sua curiosidade. No decorrer do dia ele até a viu rir com David Gilbert, o diretor de marketing. Então, nas semanas seguintes, pressionou os outros chefes de departamento para saber as impressões que tinham dela, esperando ouvir que ela tinha sido terrivelmente rude ou insubordinada em algum momento.
Ao invés disso, todos eles disseram o oposto: ela era um pouco atrevida, mas inteligente, astuta e fazia bem seu trabalho. parecia ser bastante popular entre seus colegas.
~*~*~
Um mês. Cerca de vinte dias úteis, que envolveram muitas trocas de olhares, sorrisos tímidos, conversas superficiais quando se esbarravam pelos corredores, e ambos estavam gostando da situação nova. Porém, se encontrava confuso com tamanha simpatia da moça e atitude que ela tinha em sempre fazer questão de ir na sala dele apenas para passar um tempo com a cabeça longe de seu setor e suas responsabilidades. Por não ser um grande observador e decifrador de linguagem corporal, odiaria dar um passo maior que a perna, mas ele também não era nenhum santo e tinha um certo interesse na aproximação de . Mas foi no momento que, depois de muito ponderar, havia decidido tomar uma atitude e quem sabe chamá-la para um almoço para se conhecerem melhor, que foi — mais uma vez — surpreendido.
Apesar de ser mais uma daquelas manhãs em que todos os chefes de departamento se arrastavam como zumbis para a sala principal do sétimo andar, com a finalidade de terem suas energias sugadas em torturantes horas de um monologo ininterrupto, estava levemente ansioso. Ele havia acordado com uma disposição para aquela reunião como nunca antes, apenas planejando em sua mente como abordaria sem parecer um completo desesperado. Uma de suas preocupações envolvia o que ela achava e acharia dele, pois mesmo tendo que passar tal imagem de si, não era um homem muito confiante.
A cafeína o deixara agitado, mas não menos entediado. Pela primeira vez em anos assistindo a essas reuniões, ele estava realmente tentando prestar atenção ao que estava sendo dito. Precisava da distração, porque cada vez que sua mente se afastava das despesas e fluxo de caixa, ele se virava para .
Foi então quando ele se lembrou de suas palavras ditas logo apos a última vez que estiveram naquela sala...
Ela estava mesmo sentada bem ali fantasiando? Claro, às vezes sua mente se afastava durante o horário comercial e acabavam em lugares que não eram inteiramente apropriados para o trabalho. Mas não era algo que ela fazia questão e nem que se orgulhasse de fazer. E certamente não contava para outras pessoas.
tentou não pensar no que ela dissera antes de se afastar naquele dia. Estava provavelmente apenas brincando, só para ver sua reação. Mas ainda assim, ele não podia deixar de se perguntar: Sobre o que uma mulher como fantasiava, afinal? Uma parte de se preocupava se seria algo nojento e pervertido. Outra parte dele meio que esperava que fosse.
Ao lado dele, ela clareou a garganta. movimentou-se rapidamente, percebendo que havia estado olhando para ela esse tempo todo. E agora ele se preocupava se ela, por conta de seu modo estranho, pensava que ele era algum tipo de tarado. Rapidamente, ele se virou, forçando a mente a voltar para os custos operacionais.
Foi então que...
Ocorreu outra pontada afiada contra sua coxa. olhou para baixo a tempo de ver jogar um pedaço de papel dobrado em sua direção. Ele lhe lançou um olhar interrogativo, mas ela apenas sorriu e voltou a atenção para Joseph.
Cuidadosamente, desdobrou a nota. E quase engasgou com a própria saliva quando leu.
"Não estou usando calcinha"
Os olhos de dispararam do papel para , para Joseph, e então de volta para o papel. Ela não podia estar falando sério.
Sem olhar, ela estendeu a mão e puxou o papel de volta. Pegou sua caneta e escreveu outra coisa.
Nervosamente, ele olhou para baixo e leu.
"Quer ver?"
teve que fechar os olhos para se estabilizar, coisas assim não aconteciam do nada. Era errado. Então, sem saber o que fazer, e suando frio de tanto nervosismo, levantou-se de seu lugar e avisou a todos que ia ao banheiro. Após cinco minutos andando de um lado para o outro pelos corredores daquele andar, apenas tentando colocar a mente no lugar, voltou à sala e se acomodou em seu lugar.
Assim que, para ele, a reunião havia voltado ao seu pleno andamento, ele furtivamente lançou um olhar de lado para . Ela estava olhando para frente, mas reprimindo um sorriso.
O que você faria no lugar dele? Pois nem ele mesmo sabia como reagir nessa situação. Em sua cabeça, a moça queria apenas brincar com a mente dele, rir da cara dele por reagir as suas provocações, que no fundo não tinham nenhum objetivo específico além desse. E depois de chegar a essa conclusão, o rapaz já não sabia se deveria ficar irritado ou não com essa brincadeira nada profissional — diga-se de passagem. Mas ele nem ao menos pôde chegar a uma resposta, tendo em vista que a senhorita havia, sem deixá-lo perceber, se aproximado, e estava trilhando um caminho na coxa de delicadamente com uma de suas mãos. Será que era ele quem estava ficando louco?
No momento em que a reunião finalmente acabou, se encontrava mais calmo, já que havia resolvido dar uma trégua. Ele juntou suas coisas e se virou em direção à porta, indo apenas mais devagar que , observando-a desfilar para longe sem nunca olhar para trás. Não importava o quanto tentasse, ele não conseguia afastar um sentimento de decepção da boca de seu estômago.
~*~*~
Não foi preciso esperar mais um mês inteiro para voltar a vê-la. A empresa era grande, mas não tão grande. Duas semanas depois da fatídica reunião, se viu preso depois do expediente, terminando os relatórios de produtividade do seu departamento. Não era tão tarde na hora que terminou para que o prédio estivesse completamente deserto, mas a agitação do dia de trabalho havia terminado, e os funcionários em excesso — de acordo com Marcos Joseph, pelo menos — da zeladoria começavam seu turno.
Havia duas pessoas presentes no elevador quando as portas se abriram. Um senhor mais velho, o qual ele não tinha certeza de qual departamento era e, claro, .
acenou para o homem e entrou, propositalmente ficando mais perto de do que o necessário em um elevador quase vazio. Ela não se afastou, e nem mesmo olhou para ele enquanto as portas se fechavam e o elevador começava a descer.
A voz suave pré-gravada, anunciou a chegada ao térreo. As portas se abriram e o homem mais velho saiu. não andou em direção à saída, e nem . Eles ficaram lado a lado enquanto as portas se fechavam e o elevador ficava parado e silencioso.
Cada um esperou que o outro fizesse ou dissesse algo, mas nenhum dos dois o fez. A tensão expectante no ar ficou mais espessa entre eles. "Ela poderia ter saído" pensou, "poderia ter andado direto por aquelas portas sem pensar duas vezes". Mas ela não foi. Ela tinha ficado. Tinha que ter uma razão.
Antecipação percorreu as veias de , disparando por sua espinha direto para os dedos dos pés. Algo estava prestes a acontecer. Podia sentir.
Ainda assim, não fez nada. Cabia a ele, e estava cansando de esperar.
Ele moveu-se rapidamente, virando-se de modo a ficar diretamente na frente dela, invadindo seu espaço. Ela fez um ruído de surpresa e recuou, chocando-se com a parede espelhada atrás de si. Sua respiração prendeu quando ele se aproximou, encurralando-a, colocando seus braços em cada lado dela.
— O que pensa que está fazendo? — ela perguntou. Apesar do ligeiro tremor em sua voz, ela definitivamente não parecia assustada. Havia um brilho malicioso em seus olhos, ele tinha certeza.
conseguiu de algum modo impedir sua mão de tremer, enquanto a deslizava pela parte traseira das suas coxas, parando para manusear a bainha da saia.
— Só verificando uma coisa — disse ele, surpreso com o tom confiante em sua própria voz. Quase soou como se tivesse alguma ideia do que estava fazendo.
fechou os olhos, mas não protestou. Sua respiração tornava-se mais instável e mais trêmula quanto mais as mãos de subiam, até que os dedos dele estavam acariciando, lentamente entravam em contato com sua intimidade, livre de renda, algodão ou qualquer outro tipo de tecido.
— Porra — ele exalou, chegando ainda mais perto, assim podia sentir os seios dela se movendo contra seu peito no ritmo das respirações instáveis. Cada vez que seus dedos provocavam o contorno da vagina nua, ela se tornava mais escorregadia. — Você nunca usa calcinha, ?
Ela não abriu os olhos, apenas virou a cabeça de lado.
— Não... — sussurrou. Olhou para ele então, por baixo dos cílios. — Não se eu acho que posso esbarrar em você.
Será que isso também era só uma provocação? A ideia de andando sem calcinha o tempo todo — esperando que algo assim acontecesse entre eles — fez o sangue dele correr. Não importava se não era verdade.
Bastou um pouco de pressão e seu dedo escorregou entre os lábios externos, para onde a carne estava escorregadia e quente. Ela estava tão molhada, tão macia e inchada, por nada além que alguns toques leves. Ele podia sentir o calor dela contra sua palma. Ela deixou escapar um pequeno suspiro e agarrou seus ombros. Era possível sentir o clima mais intenso... Até serem surpreendidos.
— Portas abrindo no andar térreo — anunciou a voz automática.
— Merda! — praguejou , enquanto as portas de metal começaram a abrir. Ela empurrou com força o peito de .
Ele recolheu sua mão e conseguiu saltar alguns centímetros para o lado antes que as portas se abrissem para revelar uma mulher baixa, com o uniforme da equipe de zeladores. A senhora fez uma pausa no meio do caminho e olhou para eles com os olhos apertados por um momento antes de erguer o nariz no ar e entrar no elevador resolutamente.
— Sua saia — disse ela com uma pequena tosse, virando as costas para os dois.
tivera tempo suficiente apenas para se cobrir, mas a saia ainda estava amontoada em torno das coxas. Seu rosto então pálido, enquanto ela puxava a barra da saia para baixo até os joelhos.
— Com licença — ela murmurou, tomando seu caminho para fora do elevador.
A mulher de meia-idade se aproximou do painel de botões.
— Subindo, meu jovem?
teve certeza de ouvir o riso em sua voz.
— Não — ele disse, enquanto passava por ela em direção a saída. Olhou ao redor, mas já havia ido embora. — Não mais.
~*~*~
Uma semana depois, não tinha visto nem tido notícias de . Custava acreditar que ela era do tipo de mulher que evitaria alguém assim, mas novamente ela tinha feito o truque de desaparecer furtivamente, como naquela noite depois do incidente do elevador.
O incidente no elevador. Era como ele tinha começado a se referir aquilo, mesmo que apenas em sua cabeça. Não havia mencionado a ninguém, por que, sério, o que havia para mencionar? Eles haviam sido interrompidos antes que algo realmente bom tivesse acontecido.
Entre o “incidente no elevador” e “aquela vez na reunião”, as partes baixas de nunca haviam estado mais doloridas. Quanto mais ele tentava não pensar, mais incessantemente sua mente repassava as duas ocasiões, até que ele era forçado a encontrar alguns minutos de privacidade onde pudesse se aliviar. Antes de tudo isso acontecer, ele nunca havia se masturbado no trabalho. E agora, se tivesse que pedir licença mais uma vez, iam começar a achar que ele estava com problemas estomacais.
Houve uma batida na porta do seu escritório, olhou para cima, ansioso por uma distração. Folha de pagamento era uma das partes menos glamorosas do seu trabalho.
Abner Dias se esgueirou para dentro da sala, com um semblante extremamente irritado. Ele caiu na cadeira em frente à mesa e cruzou os braços.
ergueu as sobrancelhas.
— Algo errado?
— Se há algo de errado? — Aner repetiu com raiva. — Eu diria que há! É aquela vadia das Relações Públicas, é isso o que há de errado!
sentiu seu estômago se revirar. Ele não tinha contado ao Sr. Dias sobre o que quer que estivesse rolando com , porque nem ele mesmo sabia o que era, e não porque achava que seu colega poderia se irritar com aquilo.
Abner soltou um suspiro e se inclinou para apoiar os cotovelos sobre os joelhos.
— Olha, amigo, eu sinto muito — disse ele, cansado. — Eu tentei mesmo manter isto fora da sua mesa. Eu sei como você está ocupado, mas eu não vou chegar a lugar nenhum com ela. piscou. Ok, agora ele estava totalmente confuso.
— Lembra-se do caso em que Mcveigh estava trabalhando? Relacionado aos testes sigilosos?
assentiu cautelosamente.
— Bem, o imbecil do Mcveigh queria consultar as Relações Públicas e eu, o idiota que sou, aprovei. Agora, eles pegaram toda a droga do caso e se recusam a devolver os arquivos! Tentei conversar eu mesmo com , mas acabou sendo tão ruim quanto eu esperava que fosse. Ela é um verdadeiro pé no saco, aquelazinha. — Dias bufou. — Faz a gente se perguntar como conseguiu aquele cargo para começo de conversa — acrescentou sombriamente.
— Ei! — disse , um pouco mais afiado do que pretendia. — Cuidado com o que fala.
Abner olhou estranhamente para ele por um momento e murmurou um pedido de desculpas apressado.
— De qualquer forma, eu realmente sinto muito por trazer isto para você. O senhor certamente tem coisas melhores para fazer do que lidar com aquela... — ele se interrompeu — com outros departamentos. Mas talvez você possa simplesmente descer lá, pressionar um pouco e pegar nosso caso de volta.
suspirou, fazendo um grande espetáculo para fechar a pasta das folhas de pagamento. Internamente, ele estava excitado por ter uma desculpa legítima para ver , mas ainda precisava desempenhar o papel de chefe irritado e com tempo limitado.
— Não posso prometer nada, definitivamente tenho mais o que fazer... — disse ele em um tom sério — Vou fazer o que posso.
Abner lhe lançou uma mistura de sorriso e careta.
— Obrigado, chefe!
Quando o rapaz finalmente se foi, rapidamente arrumou seu escritório. Ele se sentiu meio tolo enquanto fazia isso, mas mesmo assim, não havia necessidade para deixar restos de farelo de dias anteriores e embalagens vazias espalhadas pelo lugar. E quando foi a última vez que ele limpou debaixo do sofá?
Quando tudo estava em ordem e seu escritório estava como o escritório de uma pessoa muito importante deveria estar, voltou para a mesa e apertou o interfone que o ligava à sua secretária.
— Katy? Ligue para a chefe do Departamento de Relações Públicas. Diga à srta. que eu gostaria de trocar uma palavra.
~*~*~
O interfone de tocou aproximadamente dois segundos antes da porta do escritório ser aberta com um baque.
— Desculpe, senhor ! Pedi para esperar, mas ela não esperou!
— Tudo bem, Katy. Obrigado. — disse no interfone, os olhos seguindo enquanto ela entrava em seu escritório e imediatamente começou a remexer as coisas em sua estante.
Ele fechou a porta e, quando voltava para a mesa, indicou a cadeira à sua frente.
— Sente-se, por favor.
arqueou uma sobrancelha, mas não disse nada enquanto se acomodava no assento. Ela levou um tempo bem longo cruzando as pernas, e ambos sabiam o porquê.
— Você queria me ver, senhor?
ignorou o “senhor” descaradamente acrescentado.
— Eu quero falar com você sobre o caso que seu departamento roubou de nós.
levantou a mão, efetivamente detendo-o.
— Eu já disse ao Sr. Dias para parar de encher o saco com isso. Prefiro não dizer o mesmo para você. Na verdade, eu preferia não prejudicar a nossa... relação um tanto amigável de trabalho.
Ah, então era assim que ela se referia aquilo? tentou não rir.
— Investigação empresarial não é o trabalho do seu departamento, mas sim do nosso. E Mcveigh estava cuidando deste caso desde o início. Eu apreciaria se você o devolvesse, mesmo que fosse apenas como uma cortesia profissional para mim.
Foi a vez de reprimir uma risada.
— Acho que já fiz a você cortesias profissionais suficientes — disse ela. — E de qualquer modo, ele não pode tê-lo de volta. Não me interessa quem abriu o caso. Vocês se provaram incompetentes para resolvê-lo, e agora ele é nosso.
franziu a testa.
— O que quer dizer com isso?
O sorriso indolente e provocante desapareceu de seu rosto.
— Sabe os problemas com patente que estamos tendo ultimamente? Queda na bolsa de valores, desvalorização no mercado de trabalho e furos inexplicáveis em nossos orçamentos? Acontece que nós temos aqui um caso de espionagem industrial. Alguém, muito possivelmente do seu departamento, está vazando informações para os nossos concorrentes, nossos planejamentos futuros em relação a investimentos e novos colaboradores.
abriu a boca, mas ela ergueu novamente a mão.
— Nem sequer se preocupe em perguntar como sei disso, eu não vou lhe dizer. Quando descobrirmos o que está acontecendo, nós vamos entregar um nome para o seu departamento. No final das contas, você e Mcveigh ainda vão ficar com toda a glória.
Se aquilo era verdade, não se importava com quem liderava a investigação, desde que o culpado fosse pego. Se o que ela dizia era verdade, provavelmente era melhor ser conduzido por alguém de fora do que pelo seu pessoal. Mcveigh não ia ficar satisfeito, e Abner provavelmente ia dizer todo tipo de coisas desagradáveis sobre quando achasse que não podia ouvi-lo. Talvez ele devesse propor algum tipo de força-tarefa conjunta.
Isso significaria longas horas trabalhando juntos, talvez até mesmo algumas longas noites.
— Se não acredita em mim, basta perguntar para os nossos superiores — continuou , confundindo o seu silêncio com suspeita. A expressão dela azedou. — Eu estive em reuniões desagradáveis com eles durante toda a semana.
— Esteve? — perguntou automaticamente. Ele teve uma reação instantânea à palavra “reunião”.
A sobrancelha delicadamente arqueada dela se ergueu novamente.
— Estive — disse ela, remexendo-se em seu assento. Ela descruzou as pernas e as recruzou em outra direção. — E todas foram terrivelmente chatas.
Os olhos de vagaram em direção à porta, ele não queria parecer muito presunçoso, mas achou melhor se levantar e ir trancar a porta, não se importando se passaria a ideia errada.
— É lamentável — disse ele, obrigando-se a sustentar seu olhar enquanto voltava para sua mesa, se colocando a frente dela e se sentando na mesma. — Eu sei o quanto você odeia reuniões chatas.
— Pelo contrário, eu as adoro. — Ela inclinou a cabeça para o lado, um sorriso lento se espalhando por seu rosto. — Elas me dão muito tempo para pensar.
Eles iam mesmo fazer aquilo ali? esperava muito, muito mesmo que sim. Não haveria ninguém para interrompê-los desta vez, nenhuma desculpa para ela fugir e desaparecer por dias.
Ele tentava projetar uma imagem de calma fria, embora seu coração estivesse na verdade prestes a saltar para fora do peito.
— E que tipo de coisas você gosta de pensar nessas reuniões?
foi a primeira a quebrar o contato visual. Ela olhou para baixo, e podia jurar que viu a sugestão de um rubor se espalhando por suas bochechas.
— Na reunião de hoje, pensei em todos os recados que tenho que responder neste final de semana. Decidi que roupa irei usar no jantar de fim de mês da empresa. E também escrevi mentalmente uma lista das coisas que preciso comprar.
Não era a resposta que esperava.
Ela respirou fundo e olhou para ele de um jeito meio tímido, ele diria.
— Eu também pensei sobre você.
— Sobre mim? — repetiu , sentindo um leve frio na barriga. Nervosismo. Sim, eles definitivamente estavam prestes a fazer aquilo ali. — O que sobre mim?
— Pensei sobre o que poderia ter acontecido naquela noite no elevador, se não tivéssemos sido interrompidos. Sobre o que você poderia ter feito comigo, e o quanto eu teria gostado.
engoliu seco, e já não se importava mais se parecia muito ansioso. Ele realmente estava muito ansioso.
— O que eu teria feito?
Ela levou um momento para responder, e quando finalmente o fez, sua voz soou tão baixa e rouca que teve que fazer um esforço para ouvir.
— Depois de ver que eu não estava usando calcinha, teria mandado eu me despir, em pleno elevador, para que pudesse ver.
Ela olhou para ele brevemente, depois baixou o olhar para seu colo, onde suas mãos brincavam com a bainha da saia.
— E você teria obedecido?
— Sim — ela sussurrou, fechando os olhos. — Eu teria — ela continuou —, porque você havia me dito para fazer. Então eu ouviria você baixar seu zíper e tentaria olhar, mas você me diria para me virar de costas. Então você teria me dado um tapa na bunda, enquanto me dizia que se me pegasse andando por aí sem calcinha, você ia ter que me castigar cruelmente.
fechou os olhos enquanto ele sentia a luxúria correr dentro de si. Jamais tinha falado daquela maneira com uma mulher, principalmente se tentava fazer sexo com ela, mas podia ver a imagem que estava pintando clara como o dia em sua mente.
— Você me foderia então — ela continuou, sua voz pouco mais que um sussurro rouco. — Contra a parede, minha cara amassada contra o espelho. Seria tão bom, você dentro de mim, me partindo ao meio. Uma de suas mãos estaria entre minhas pernas, brincando com meu clitóris, e a outra atrás do meu pescoço, me segurando no lugar.
No momento em que terminou, estava respirando pesadamente, contorcendo-se em seu assento enquanto esfregava as coxas uma na outra. O movimento fez a saia subir perigosamente. Somente alguns escassos centímetros de tecido separavam da coisa que ele mais queria ver no mundo.
— Toque-se — disse ele, sem fôlego. Ela parou de se remexer e olhou para ele. — Levante a saia. Mostre-me o que você faz quando não está em uma reunião.
Um longo momento se estendeu entre eles. parecia debater consigo mesma se devia ou não obedecer. Finalmente, ela assentiu, tomando uma pequena, mas estável, respiração.
— Só se você também fizer.
não teve que pensar duas vezes. Ele se atrapalhou com o botão e puxou para baixo o zíper, gemendo de alívio quando puxou o pênis inchado para fora da calça. Porém, sua autoconsciência desapareceu quando viu os olhos de se arregalarem. Ela umedeceu seus lábios enquanto suas mãos enrolavam o tecido da saia. Se colocando para a beirada da cadeira, deixou cair a cabeça sobre o encosto, enquanto uma de suas mãos se movia por seu corpo, parando para apalpar os seios cobertos pela blusa.
soltou um suspiro ao assistir a outra mão continuar sua jornada para baixo, ignorando totalmente o clitóris. Ela afundou dois dedos dentro de si e assistiu com fascinação extasiada enquanto ela iniciava movimentos constante, os quadris acompanhando o ritmo, a mão livre apertando os seios, os dedos mergulhando dentro e fora de si.
Tão extasiado com o show inacreditável que ela estava lhe dando, tinha esquecido quase inteiramente de se tocar.
— E você? — ela perguntou, a voz baixa e sem fôlego. — Sobre o que você pensa?
— Você — ele respondeu, muito além das provocações. Não havia mais a necessidade de se refrear. — Penso sobre aquela reunião de orçamento, sobre o que eu deveria ter feito.
com sua respiração forte, as pálpebras fechadas tremulando.
— O que você deveria ter feito?
começou a se tocar seriamente de novo, apertando o comprimento do seu pênis com um pouco mais de pressão do que usaria normalmente. Não conseguia se lembrar da última vez em que estivera com tanto tesão, tão desorientadamente excitado. Sentia suas atenções divididas entre se masturbar, assisti-la se masturbar e responder a sua pergunta.
— O que você deveria ter feito? — ela repetiu. — Vamos, . Me diga.
Ele fechou os olhos. Ainda podia ouvi-la, a respiração curta, os sons escorregadios obscenos de seus dedos em movimento dentro dela, mas pelo menos assim ele podia ser capaz de pensar com suficiente clareza para responder.
— Eu deveria ter me colocado debaixo daquela mesa — disse ele. — Eu deveria ter afastado suas pernas o máximo possível e me enterrado entre suas coxas. Feito você gritar meu nome.
deixou um gemido baixo escapar do fundo da garganta.
fechou os olhos depois de ver a mão em seus seios se juntar a outra entre suas penas e começar a esfregar o clitóris em pequenos círculos.
— , você deveria ter feito isso. Deveria mesmo ter feito isso.
Ele abriu os olhos. Achando encarando-o diretamente, os olhos enegrecidos com luxúria. Suas mãos tinham parado dentro dela e quando seus olhos se encontraram, ela deixou escapar uma respiração irregular, falhada.
Sem falar mais uma palavra, ela se levantou do assento. Ficando de joelhos na frente dele, sem desfazer o contato visual por um segundo que fosse. Já era de se esperar o que estava por vir, mas para parecia sua primeira vez, tamanho desejo expressado nas atitudes dela.
Ele não pôde se conter e agarrou o cabelo de a puxando pra cima. Com um olhar de reprovação recebido dela ele sussurrou como se fosse um segredo:
— Eu quero te beijar.
As palavras dele pareciam ter a feito o querer ainda mais. Enquanto ele procurava sua boca para um beijo meio desajeitado de tão desesperado, o empurrava pra trás cegamente, tentando o ajeitar o melhor possível sobre a mesa, sem se importar se estaria amassando documentos importantes.
a posicionou em seu colo e ela segurou seu pênis, massageando-o firmemente com a mão, até se colocar sob ele. O corpo inteiro de se estremeceu, desde a raiz do cabelo até as unhas dos pés. Cada milímetro da sua pele estava em chamas vivas.
Era desajeitado e desconfortável encontrar-se na diagonal da própria mesa, com as pernas penduradas pela borda, mas naquele momento não importava.
— Caralho — Ele sibilou enquanto ela o cavalgava, o apertando e o provocando. Deixou cair a cabeça para trás e olhou para o teto, muito sobrecarregado pela sensação para fazer qualquer coisa além de ficar ali, apenas sentindo.
Entretanto , ao que parecia, não tinha essa dificuldade. Imediatamente, ela começou a se mover mais firmemente, estocando contra ele. Ela se inclinou para frente, apoiando as mãos em seu peito, mexendo os quadris na tentativa de se esfregar mais ainda contra ele.
Ele estendeu as mãos, agarrando sua bunda, alternando entre tapas e apertões, enquanto a puxava contra si, levantando os próprios quadris para senti-la batendo contra sua virilha.
— Merda — ela sussurrou. Cravando suas unhas nos ombros, enquanto o movimento de seus quadris acelerava mais, fazendo a mesa ranger. — ...— Ela gemia baixinho
não poderia formular uma resposta. Ele queria dizer o quanto ela era deliciosa, o quanto ela era perfeita, como ele ia se perder a qualquer momento, como ele queria a fazer gozar. Queria lhe dizer tudo isso, mas não conseguia nada além de alguns grunhidos partidos.
— Eu estou chegando — ela anunciou, seu corpo começando a tremer. Ela jogou a cabeça para trás se deixando aproveitar dos espasmos musculares causados pelo orgasmo.
Os músculos dentro dela trepidavam, apertando seu pênis dolorido, arrancando seu ápice de dentro dele. Ele agarrou seus quadris convulsivantes, mantendo-os no lugar enquanto gozava.
Quando ele abriu os olhos, estava olhando-o com um sorriso cansado. Seu cabelo estava grudado no rosto com suor, os dois primeiros botões da sua blusa estavam perdidos. Ela parecia completamente mais desejável e sexy do que nunca.
Ela desabou sobre seu corpo, tomando seu rosto entre as mãos e beijando-o suavemente. Exaustão, paz e simples contentamento o inundou.
Ficaram assim por um longo tempo, com as mãos de lhe acariciando gentilmente as costas.
— Ok — disse com um gemido assim que suas respirações se estabilizaram. — É melhor eu sair antes que a gente fique grudado assim.
Cambaleou ao descer da mesa e teve que se segurar no encosto da cadeira para se impedir de cair. se sentou, estremecendo quando suas costas estalaram.
— Da próxima vez, vamos encontrar um lugar mais confortável que uma mesa — disse ele, enquanto se vestia lentamente. — Eu voto por uma cama.
parou a saia lápis justa somente até o meio das coxas.
— Da próxima vez? , eu não saio com colegas de trabalho.
olhou para ela, sem saber se estava muito surpreso ou muito exausto para ter uma reação adequada. Ele fez um gesto casual vago entre eles e a mesa.
— E o que foi tudo isso?
— Isso — ela começou a explicar fazendo uma breve pausa — foi apenas sexo.
Ele revirou os olhos.
— Tudo bem — ele emendou —, da próxima vez que tivermos “apenas sexo”, vamos ter que fazer em algum lugar mais confortável. Eu ainda voto por uma cama.
ergueu uma sobrancelha.
— E o que te dá tanta certeza de que haverá uma próxima vez?
apenas a encarou significativamente. Se aquilo tinha sido tão bom para ela quanto foi para ele — e ele estava bastante confiante de que sim —, haveria definitivamente uma próxima vez. Haveria inúmeras próximas vezes.
— Tudo bem — ela bufou. — Digamos, hipoteticamente falando, que haverá uma próxima vez. Você acha que pode lidar com tudo isso sem se apegar? Porque eu não estou brincando quando digo que não vou me envolver romanticamente com um colega de trabalho. Eu vou partir seu coração, Sr. , e eu estou pouco me lixando.
Ele não pode deixar de rir.
— Eu vou fazer o possível para não me apaixonar por você, tudo bem?
— Bem, você pode tentar — disse ela, balançando a cabeça —, mas não tenha muitas esperanças. Eu sou muito apaixonável. — Explicava enquanto encarava a superior de sua blusa pensando em como mantê-la fechada sem os botões. — Puta merda, eu vou ter que ir para casa me trocar.
a seguiu até a porta, perguntando-se qual era a maneira correta de se despedir de alguém com quem você tinha acabado de fazer sexo no meio da tarde e com quem explicitamente não estava namorando.
No final, o esforço para pensar naquilo só o fez ficar mais confuso, então ele decidiu seguir o instinto. Antes que ela pudesse girar a maçaneta da porta, agarrou-a pela cintura e puxou-a contra si, tomando sua boca em um beijo lento e profundo. derreteu contra ele, fazendo a si mesma levar suas mãos aos cabelos dele no intuito de bagunça-los.
Quando ele começou a se afastar, ela até choramingou.
Quando ele a soltou, ela recuou, os olhos vidrados e atordoados, uma mão contra os lábios.
— Ah não, cara — disse ela, um pouco sem fôlego. — Você vai sofrer muito. , você definitivamente vai se apaixonar por mim.
— Vou? — ele perguntou rindo.
— Sim — ela disse com a mão ainda pressionando os próprios lábios. — Já estou até vendo. Eu... Tenho que ir agora.
Ela tateou cegamente atrás de si e girou a maçaneta, tropeçando porta afora.
) foi para o corredor e a assistiu enquanto ela se apressava para longe dele mais uma vez. Mas desta vez, ela se virou e olhou para trás.
Com o maior desanimo do mundo, chegou a sala de reuniões dando um último gole em sua xícara de café amargo e logo sentando em seu lugar. Era possível contar nos dedos a quantidade de minutos que havia se passado desde o início da reunião e ele já estava lutando para manter a cabeça erguida e os olhos abertos. Ele amava sua vocação e tudo que a envolvia, podia até ser considerado um viciado no próprio trabalho, mas ele classificava tais sessões mensais de tortura como um preço que havia de pagar por ter uma vida profissional tão boa.
Foi necessário apenas um momento de devaneio para que perdesse a batalha contra si mesmo.
Até que algo pontiagudo cutucou sua coxa e ele despertou com um sobressalto, pulando no assento. Todos os olhos —acordados— se voltaram para ele, incluindo os de Marcos Joseph, o analista-chefe financeiro, que olhou como se soubesse exatamente o que estava acontecendo, mas ao invés de repreender por sua falta de profissionalismo, voltou para seu gráfico dando continuação a sua explicação.
Quando a atenção se desviou dele, virou-se para encarar quem era o culpado pelo seu pequeno susto. Srta. estava olhando para Joseph como se nunca tivesse visto nada mais interessante do que a representação gráfica da necessidade de crescimento na porcentagem de investimento do setor de RH. Lentamente, seus olhos se desviaram para o lado e encontraram os de . Ela sorriu.
então começou a tentar relembrar de onde a conhecia e como ambos foram parar no mesmo cargo, apenas de setores diferentes. Pelo que sabia, era a chefe do departamento de Relações Públicas, tinha mais ou menos vinte e sete anos, de acordo com os seus cálculos, mas não conseguia se lembrar de jeito nenhum onde a conheceu. Provavelmente eram ex-colegas de escola, ou antigos vizinhos, mas definitivamente não eram próximos.
No entanto, ela só ocupava o cargo de chefe durante os últimos meses, e além destas e algumas outras eventuais reuniões, ainda não tinha trabalhado diretamente com ela. Independente de qualquer coisa, ele só estava mentalmente grato a ela por tê-lo feito suportar uma reunião inteira acordado, apenas remexendo sua memória, tentando reconhecê-la em suas lembranças.
Com o termino daquelas infinitas horas fatais, seguiu em direção a cafeteira, logo sendo seguido pela senhorita , onde ele viu a oportunidade perfeita para agradecer.
— Poxa... — começou o rapaz — Se não fosse por você eu teria dormido e de brinde ainda levaria uma repreensão de Joseph, que não perde uma oportunidadezinha de pegar no meu pé. Entao, obrigado .
— Imagina! É quase palpável a rivalidade que existe entre vocês, era o mínimo que eu podia fazer por um amigo de infância do meu irmão.
— ? — agradável surpresa que havia recebido — Sabia que eu estava a reconhecendo... E como vai seu irmão?
— A própria! Oh, Ryan está ótimo, mas não em tão boa forma como você... — Ela falou rindo
nem sabia o que responder. “Ela esta flertando comigo?” ele se questionava, mas achou o próprio pensamento prepotente demais
— Mas me conta, qual é o seu segredo pra aguentar acordada essas reuniões? Energético no café? — O rapaz havia resolvido mudar discretamente de assunto.
— Não, mas não é má ideia. — Com um suspiro, ela tomou o resto da sua bebida e jogou o copo vazio no lixo. — Na verdade, eu nem sequer tento prestar atenção. — Deu os ombros. — Eu só passo o tempo todo fantasiando, praticamente sonhando acordada.
— Fantasiando? — repetiu. — Sobre o quê?
riu de sua curiosidade
— Nada muito apropriado pra área de trabalho... Deixa pra lá. — Respondeu rapidamente, logo murmurando algum tipo de despedida como “até mais” para e saindo de seu campo de visão.
Depois daquela reunião em questão, e daquele rápido — e estranho — encontro na cafeteira, procurou saber mais sobre sua colega de trabalho, apenas pra saciar sua curiosidade. No decorrer do dia ele até a viu rir com David Gilbert, o diretor de marketing. Então, nas semanas seguintes, pressionou os outros chefes de departamento para saber as impressões que tinham dela, esperando ouvir que ela tinha sido terrivelmente rude ou insubordinada em algum momento.
Ao invés disso, todos eles disseram o oposto: ela era um pouco atrevida, mas inteligente, astuta e fazia bem seu trabalho. parecia ser bastante popular entre seus colegas.
Um mês. Cerca de vinte dias úteis, que envolveram muitas trocas de olhares, sorrisos tímidos, conversas superficiais quando se esbarravam pelos corredores, e ambos estavam gostando da situação nova. Porém, se encontrava confuso com tamanha simpatia da moça e atitude que ela tinha em sempre fazer questão de ir na sala dele apenas para passar um tempo com a cabeça longe de seu setor e suas responsabilidades. Por não ser um grande observador e decifrador de linguagem corporal, odiaria dar um passo maior que a perna, mas ele também não era nenhum santo e tinha um certo interesse na aproximação de . Mas foi no momento que, depois de muito ponderar, havia decidido tomar uma atitude e quem sabe chamá-la para um almoço para se conhecerem melhor, que foi — mais uma vez — surpreendido.
Apesar de ser mais uma daquelas manhãs em que todos os chefes de departamento se arrastavam como zumbis para a sala principal do sétimo andar, com a finalidade de terem suas energias sugadas em torturantes horas de um monologo ininterrupto, estava levemente ansioso. Ele havia acordado com uma disposição para aquela reunião como nunca antes, apenas planejando em sua mente como abordaria sem parecer um completo desesperado. Uma de suas preocupações envolvia o que ela achava e acharia dele, pois mesmo tendo que passar tal imagem de si, não era um homem muito confiante.
A cafeína o deixara agitado, mas não menos entediado. Pela primeira vez em anos assistindo a essas reuniões, ele estava realmente tentando prestar atenção ao que estava sendo dito. Precisava da distração, porque cada vez que sua mente se afastava das despesas e fluxo de caixa, ele se virava para .
Foi então quando ele se lembrou de suas palavras ditas logo apos a última vez que estiveram naquela sala...
Ela estava mesmo sentada bem ali fantasiando? Claro, às vezes sua mente se afastava durante o horário comercial e acabavam em lugares que não eram inteiramente apropriados para o trabalho. Mas não era algo que ela fazia questão e nem que se orgulhasse de fazer. E certamente não contava para outras pessoas.
tentou não pensar no que ela dissera antes de se afastar naquele dia. Estava provavelmente apenas brincando, só para ver sua reação. Mas ainda assim, ele não podia deixar de se perguntar: Sobre o que uma mulher como fantasiava, afinal? Uma parte de se preocupava se seria algo nojento e pervertido. Outra parte dele meio que esperava que fosse.
Ao lado dele, ela clareou a garganta. movimentou-se rapidamente, percebendo que havia estado olhando para ela esse tempo todo. E agora ele se preocupava se ela, por conta de seu modo estranho, pensava que ele era algum tipo de tarado. Rapidamente, ele se virou, forçando a mente a voltar para os custos operacionais.
Foi então que...
Ocorreu outra pontada afiada contra sua coxa. olhou para baixo a tempo de ver jogar um pedaço de papel dobrado em sua direção. Ele lhe lançou um olhar interrogativo, mas ela apenas sorriu e voltou a atenção para Joseph.
Cuidadosamente, desdobrou a nota. E quase engasgou com a própria saliva quando leu.
"Não estou usando calcinha"
Os olhos de dispararam do papel para , para Joseph, e então de volta para o papel. Ela não podia estar falando sério.
Sem olhar, ela estendeu a mão e puxou o papel de volta. Pegou sua caneta e escreveu outra coisa.
Nervosamente, ele olhou para baixo e leu.
"Quer ver?"
teve que fechar os olhos para se estabilizar, coisas assim não aconteciam do nada. Era errado. Então, sem saber o que fazer, e suando frio de tanto nervosismo, levantou-se de seu lugar e avisou a todos que ia ao banheiro. Após cinco minutos andando de um lado para o outro pelos corredores daquele andar, apenas tentando colocar a mente no lugar, voltou à sala e se acomodou em seu lugar.
Assim que, para ele, a reunião havia voltado ao seu pleno andamento, ele furtivamente lançou um olhar de lado para . Ela estava olhando para frente, mas reprimindo um sorriso.
O que você faria no lugar dele? Pois nem ele mesmo sabia como reagir nessa situação. Em sua cabeça, a moça queria apenas brincar com a mente dele, rir da cara dele por reagir as suas provocações, que no fundo não tinham nenhum objetivo específico além desse. E depois de chegar a essa conclusão, o rapaz já não sabia se deveria ficar irritado ou não com essa brincadeira nada profissional — diga-se de passagem. Mas ele nem ao menos pôde chegar a uma resposta, tendo em vista que a senhorita havia, sem deixá-lo perceber, se aproximado, e estava trilhando um caminho na coxa de delicadamente com uma de suas mãos. Será que era ele quem estava ficando louco?
No momento em que a reunião finalmente acabou, se encontrava mais calmo, já que havia resolvido dar uma trégua. Ele juntou suas coisas e se virou em direção à porta, indo apenas mais devagar que , observando-a desfilar para longe sem nunca olhar para trás. Não importava o quanto tentasse, ele não conseguia afastar um sentimento de decepção da boca de seu estômago.
Não foi preciso esperar mais um mês inteiro para voltar a vê-la. A empresa era grande, mas não tão grande. Duas semanas depois da fatídica reunião, se viu preso depois do expediente, terminando os relatórios de produtividade do seu departamento. Não era tão tarde na hora que terminou para que o prédio estivesse completamente deserto, mas a agitação do dia de trabalho havia terminado, e os funcionários em excesso — de acordo com Marcos Joseph, pelo menos — da zeladoria começavam seu turno.
Havia duas pessoas presentes no elevador quando as portas se abriram. Um senhor mais velho, o qual ele não tinha certeza de qual departamento era e, claro, .
acenou para o homem e entrou, propositalmente ficando mais perto de do que o necessário em um elevador quase vazio. Ela não se afastou, e nem mesmo olhou para ele enquanto as portas se fechavam e o elevador começava a descer.
A voz suave pré-gravada, anunciou a chegada ao térreo. As portas se abriram e o homem mais velho saiu. não andou em direção à saída, e nem . Eles ficaram lado a lado enquanto as portas se fechavam e o elevador ficava parado e silencioso.
Cada um esperou que o outro fizesse ou dissesse algo, mas nenhum dos dois o fez. A tensão expectante no ar ficou mais espessa entre eles. "Ela poderia ter saído" pensou, "poderia ter andado direto por aquelas portas sem pensar duas vezes". Mas ela não foi. Ela tinha ficado. Tinha que ter uma razão.
Antecipação percorreu as veias de , disparando por sua espinha direto para os dedos dos pés. Algo estava prestes a acontecer. Podia sentir.
Ainda assim, não fez nada. Cabia a ele, e estava cansando de esperar.
Ele moveu-se rapidamente, virando-se de modo a ficar diretamente na frente dela, invadindo seu espaço. Ela fez um ruído de surpresa e recuou, chocando-se com a parede espelhada atrás de si. Sua respiração prendeu quando ele se aproximou, encurralando-a, colocando seus braços em cada lado dela.
— O que pensa que está fazendo? — ela perguntou. Apesar do ligeiro tremor em sua voz, ela definitivamente não parecia assustada. Havia um brilho malicioso em seus olhos, ele tinha certeza.
conseguiu de algum modo impedir sua mão de tremer, enquanto a deslizava pela parte traseira das suas coxas, parando para manusear a bainha da saia.
— Só verificando uma coisa — disse ele, surpreso com o tom confiante em sua própria voz. Quase soou como se tivesse alguma ideia do que estava fazendo.
fechou os olhos, mas não protestou. Sua respiração tornava-se mais instável e mais trêmula quanto mais as mãos de subiam, até que os dedos dele estavam acariciando, lentamente entravam em contato com sua intimidade, livre de renda, algodão ou qualquer outro tipo de tecido.
— Porra — ele exalou, chegando ainda mais perto, assim podia sentir os seios dela se movendo contra seu peito no ritmo das respirações instáveis. Cada vez que seus dedos provocavam o contorno da vagina nua, ela se tornava mais escorregadia. — Você nunca usa calcinha, ?
Ela não abriu os olhos, apenas virou a cabeça de lado.
— Não... — sussurrou. Olhou para ele então, por baixo dos cílios. — Não se eu acho que posso esbarrar em você.
Será que isso também era só uma provocação? A ideia de andando sem calcinha o tempo todo — esperando que algo assim acontecesse entre eles — fez o sangue dele correr. Não importava se não era verdade.
Bastou um pouco de pressão e seu dedo escorregou entre os lábios externos, para onde a carne estava escorregadia e quente. Ela estava tão molhada, tão macia e inchada, por nada além que alguns toques leves. Ele podia sentir o calor dela contra sua palma. Ela deixou escapar um pequeno suspiro e agarrou seus ombros. Era possível sentir o clima mais intenso... Até serem surpreendidos.
— Portas abrindo no andar térreo — anunciou a voz automática.
— Merda! — praguejou , enquanto as portas de metal começaram a abrir. Ela empurrou com força o peito de .
Ele recolheu sua mão e conseguiu saltar alguns centímetros para o lado antes que as portas se abrissem para revelar uma mulher baixa, com o uniforme da equipe de zeladores. A senhora fez uma pausa no meio do caminho e olhou para eles com os olhos apertados por um momento antes de erguer o nariz no ar e entrar no elevador resolutamente.
— Sua saia — disse ela com uma pequena tosse, virando as costas para os dois.
tivera tempo suficiente apenas para se cobrir, mas a saia ainda estava amontoada em torno das coxas. Seu rosto então pálido, enquanto ela puxava a barra da saia para baixo até os joelhos.
— Com licença — ela murmurou, tomando seu caminho para fora do elevador.
A mulher de meia-idade se aproximou do painel de botões.
— Subindo, meu jovem?
teve certeza de ouvir o riso em sua voz.
— Não — ele disse, enquanto passava por ela em direção a saída. Olhou ao redor, mas já havia ido embora. — Não mais.
Uma semana depois, não tinha visto nem tido notícias de . Custava acreditar que ela era do tipo de mulher que evitaria alguém assim, mas novamente ela tinha feito o truque de desaparecer furtivamente, como naquela noite depois do incidente do elevador.
O incidente no elevador. Era como ele tinha começado a se referir aquilo, mesmo que apenas em sua cabeça. Não havia mencionado a ninguém, por que, sério, o que havia para mencionar? Eles haviam sido interrompidos antes que algo realmente bom tivesse acontecido.
Entre o “incidente no elevador” e “aquela vez na reunião”, as partes baixas de nunca haviam estado mais doloridas. Quanto mais ele tentava não pensar, mais incessantemente sua mente repassava as duas ocasiões, até que ele era forçado a encontrar alguns minutos de privacidade onde pudesse se aliviar. Antes de tudo isso acontecer, ele nunca havia se masturbado no trabalho. E agora, se tivesse que pedir licença mais uma vez, iam começar a achar que ele estava com problemas estomacais.
Houve uma batida na porta do seu escritório, olhou para cima, ansioso por uma distração. Folha de pagamento era uma das partes menos glamorosas do seu trabalho.
Abner Dias se esgueirou para dentro da sala, com um semblante extremamente irritado. Ele caiu na cadeira em frente à mesa e cruzou os braços.
ergueu as sobrancelhas.
— Algo errado?
— Se há algo de errado? — Aner repetiu com raiva. — Eu diria que há! É aquela vadia das Relações Públicas, é isso o que há de errado!
sentiu seu estômago se revirar. Ele não tinha contado ao Sr. Dias sobre o que quer que estivesse rolando com , porque nem ele mesmo sabia o que era, e não porque achava que seu colega poderia se irritar com aquilo.
Abner soltou um suspiro e se inclinou para apoiar os cotovelos sobre os joelhos.
— Olha, amigo, eu sinto muito — disse ele, cansado. — Eu tentei mesmo manter isto fora da sua mesa. Eu sei como você está ocupado, mas eu não vou chegar a lugar nenhum com ela. piscou. Ok, agora ele estava totalmente confuso.
— Lembra-se do caso em que Mcveigh estava trabalhando? Relacionado aos testes sigilosos?
assentiu cautelosamente.
— Bem, o imbecil do Mcveigh queria consultar as Relações Públicas e eu, o idiota que sou, aprovei. Agora, eles pegaram toda a droga do caso e se recusam a devolver os arquivos! Tentei conversar eu mesmo com , mas acabou sendo tão ruim quanto eu esperava que fosse. Ela é um verdadeiro pé no saco, aquelazinha. — Dias bufou. — Faz a gente se perguntar como conseguiu aquele cargo para começo de conversa — acrescentou sombriamente.
— Ei! — disse , um pouco mais afiado do que pretendia. — Cuidado com o que fala.
Abner olhou estranhamente para ele por um momento e murmurou um pedido de desculpas apressado.
— De qualquer forma, eu realmente sinto muito por trazer isto para você. O senhor certamente tem coisas melhores para fazer do que lidar com aquela... — ele se interrompeu — com outros departamentos. Mas talvez você possa simplesmente descer lá, pressionar um pouco e pegar nosso caso de volta.
suspirou, fazendo um grande espetáculo para fechar a pasta das folhas de pagamento. Internamente, ele estava excitado por ter uma desculpa legítima para ver , mas ainda precisava desempenhar o papel de chefe irritado e com tempo limitado.
— Não posso prometer nada, definitivamente tenho mais o que fazer... — disse ele em um tom sério — Vou fazer o que posso.
Abner lhe lançou uma mistura de sorriso e careta.
— Obrigado, chefe!
Quando o rapaz finalmente se foi, rapidamente arrumou seu escritório. Ele se sentiu meio tolo enquanto fazia isso, mas mesmo assim, não havia necessidade para deixar restos de farelo de dias anteriores e embalagens vazias espalhadas pelo lugar. E quando foi a última vez que ele limpou debaixo do sofá?
Quando tudo estava em ordem e seu escritório estava como o escritório de uma pessoa muito importante deveria estar, voltou para a mesa e apertou o interfone que o ligava à sua secretária.
— Katy? Ligue para a chefe do Departamento de Relações Públicas. Diga à srta. que eu gostaria de trocar uma palavra.
O interfone de tocou aproximadamente dois segundos antes da porta do escritório ser aberta com um baque.
— Desculpe, senhor ! Pedi para esperar, mas ela não esperou!
— Tudo bem, Katy. Obrigado. — disse no interfone, os olhos seguindo enquanto ela entrava em seu escritório e imediatamente começou a remexer as coisas em sua estante.
Ele fechou a porta e, quando voltava para a mesa, indicou a cadeira à sua frente.
— Sente-se, por favor.
arqueou uma sobrancelha, mas não disse nada enquanto se acomodava no assento. Ela levou um tempo bem longo cruzando as pernas, e ambos sabiam o porquê.
— Você queria me ver, senhor?
ignorou o “senhor” descaradamente acrescentado.
— Eu quero falar com você sobre o caso que seu departamento roubou de nós.
levantou a mão, efetivamente detendo-o.
— Eu já disse ao Sr. Dias para parar de encher o saco com isso. Prefiro não dizer o mesmo para você. Na verdade, eu preferia não prejudicar a nossa... relação um tanto amigável de trabalho.
Ah, então era assim que ela se referia aquilo? tentou não rir.
— Investigação empresarial não é o trabalho do seu departamento, mas sim do nosso. E Mcveigh estava cuidando deste caso desde o início. Eu apreciaria se você o devolvesse, mesmo que fosse apenas como uma cortesia profissional para mim.
Foi a vez de reprimir uma risada.
— Acho que já fiz a você cortesias profissionais suficientes — disse ela. — E de qualquer modo, ele não pode tê-lo de volta. Não me interessa quem abriu o caso. Vocês se provaram incompetentes para resolvê-lo, e agora ele é nosso.
franziu a testa.
— O que quer dizer com isso?
O sorriso indolente e provocante desapareceu de seu rosto.
— Sabe os problemas com patente que estamos tendo ultimamente? Queda na bolsa de valores, desvalorização no mercado de trabalho e furos inexplicáveis em nossos orçamentos? Acontece que nós temos aqui um caso de espionagem industrial. Alguém, muito possivelmente do seu departamento, está vazando informações para os nossos concorrentes, nossos planejamentos futuros em relação a investimentos e novos colaboradores.
abriu a boca, mas ela ergueu novamente a mão.
— Nem sequer se preocupe em perguntar como sei disso, eu não vou lhe dizer. Quando descobrirmos o que está acontecendo, nós vamos entregar um nome para o seu departamento. No final das contas, você e Mcveigh ainda vão ficar com toda a glória.
Se aquilo era verdade, não se importava com quem liderava a investigação, desde que o culpado fosse pego. Se o que ela dizia era verdade, provavelmente era melhor ser conduzido por alguém de fora do que pelo seu pessoal. Mcveigh não ia ficar satisfeito, e Abner provavelmente ia dizer todo tipo de coisas desagradáveis sobre quando achasse que não podia ouvi-lo. Talvez ele devesse propor algum tipo de força-tarefa conjunta.
Isso significaria longas horas trabalhando juntos, talvez até mesmo algumas longas noites.
— Se não acredita em mim, basta perguntar para os nossos superiores — continuou , confundindo o seu silêncio com suspeita. A expressão dela azedou. — Eu estive em reuniões desagradáveis com eles durante toda a semana.
— Esteve? — perguntou automaticamente. Ele teve uma reação instantânea à palavra “reunião”.
A sobrancelha delicadamente arqueada dela se ergueu novamente.
— Estive — disse ela, remexendo-se em seu assento. Ela descruzou as pernas e as recruzou em outra direção. — E todas foram terrivelmente chatas.
Os olhos de vagaram em direção à porta, ele não queria parecer muito presunçoso, mas achou melhor se levantar e ir trancar a porta, não se importando se passaria a ideia errada.
— É lamentável — disse ele, obrigando-se a sustentar seu olhar enquanto voltava para sua mesa, se colocando a frente dela e se sentando na mesma. — Eu sei o quanto você odeia reuniões chatas.
— Pelo contrário, eu as adoro. — Ela inclinou a cabeça para o lado, um sorriso lento se espalhando por seu rosto. — Elas me dão muito tempo para pensar.
Eles iam mesmo fazer aquilo ali? esperava muito, muito mesmo que sim. Não haveria ninguém para interrompê-los desta vez, nenhuma desculpa para ela fugir e desaparecer por dias.
Ele tentava projetar uma imagem de calma fria, embora seu coração estivesse na verdade prestes a saltar para fora do peito.
— E que tipo de coisas você gosta de pensar nessas reuniões?
foi a primeira a quebrar o contato visual. Ela olhou para baixo, e podia jurar que viu a sugestão de um rubor se espalhando por suas bochechas.
— Na reunião de hoje, pensei em todos os recados que tenho que responder neste final de semana. Decidi que roupa irei usar no jantar de fim de mês da empresa. E também escrevi mentalmente uma lista das coisas que preciso comprar.
Não era a resposta que esperava.
Ela respirou fundo e olhou para ele de um jeito meio tímido, ele diria.
— Eu também pensei sobre você.
— Sobre mim? — repetiu , sentindo um leve frio na barriga. Nervosismo. Sim, eles definitivamente estavam prestes a fazer aquilo ali. — O que sobre mim?
— Pensei sobre o que poderia ter acontecido naquela noite no elevador, se não tivéssemos sido interrompidos. Sobre o que você poderia ter feito comigo, e o quanto eu teria gostado.
engoliu seco, e já não se importava mais se parecia muito ansioso. Ele realmente estava muito ansioso.
— O que eu teria feito?
Ela levou um momento para responder, e quando finalmente o fez, sua voz soou tão baixa e rouca que teve que fazer um esforço para ouvir.
— Depois de ver que eu não estava usando calcinha, teria mandado eu me despir, em pleno elevador, para que pudesse ver.
Ela olhou para ele brevemente, depois baixou o olhar para seu colo, onde suas mãos brincavam com a bainha da saia.
— E você teria obedecido?
— Sim — ela sussurrou, fechando os olhos. — Eu teria — ela continuou —, porque você havia me dito para fazer. Então eu ouviria você baixar seu zíper e tentaria olhar, mas você me diria para me virar de costas. Então você teria me dado um tapa na bunda, enquanto me dizia que se me pegasse andando por aí sem calcinha, você ia ter que me castigar cruelmente.
fechou os olhos enquanto ele sentia a luxúria correr dentro de si. Jamais tinha falado daquela maneira com uma mulher, principalmente se tentava fazer sexo com ela, mas podia ver a imagem que estava pintando clara como o dia em sua mente.
— Você me foderia então — ela continuou, sua voz pouco mais que um sussurro rouco. — Contra a parede, minha cara amassada contra o espelho. Seria tão bom, você dentro de mim, me partindo ao meio. Uma de suas mãos estaria entre minhas pernas, brincando com meu clitóris, e a outra atrás do meu pescoço, me segurando no lugar.
No momento em que terminou, estava respirando pesadamente, contorcendo-se em seu assento enquanto esfregava as coxas uma na outra. O movimento fez a saia subir perigosamente. Somente alguns escassos centímetros de tecido separavam da coisa que ele mais queria ver no mundo.
— Toque-se — disse ele, sem fôlego. Ela parou de se remexer e olhou para ele. — Levante a saia. Mostre-me o que você faz quando não está em uma reunião.
Um longo momento se estendeu entre eles. parecia debater consigo mesma se devia ou não obedecer. Finalmente, ela assentiu, tomando uma pequena, mas estável, respiração.
— Só se você também fizer.
não teve que pensar duas vezes. Ele se atrapalhou com o botão e puxou para baixo o zíper, gemendo de alívio quando puxou o pênis inchado para fora da calça. Porém, sua autoconsciência desapareceu quando viu os olhos de se arregalarem. Ela umedeceu seus lábios enquanto suas mãos enrolavam o tecido da saia. Se colocando para a beirada da cadeira, deixou cair a cabeça sobre o encosto, enquanto uma de suas mãos se movia por seu corpo, parando para apalpar os seios cobertos pela blusa.
soltou um suspiro ao assistir a outra mão continuar sua jornada para baixo, ignorando totalmente o clitóris. Ela afundou dois dedos dentro de si e assistiu com fascinação extasiada enquanto ela iniciava movimentos constante, os quadris acompanhando o ritmo, a mão livre apertando os seios, os dedos mergulhando dentro e fora de si.
Tão extasiado com o show inacreditável que ela estava lhe dando, tinha esquecido quase inteiramente de se tocar.
— E você? — ela perguntou, a voz baixa e sem fôlego. — Sobre o que você pensa?
— Você — ele respondeu, muito além das provocações. Não havia mais a necessidade de se refrear. — Penso sobre aquela reunião de orçamento, sobre o que eu deveria ter feito.
com sua respiração forte, as pálpebras fechadas tremulando.
— O que você deveria ter feito?
começou a se tocar seriamente de novo, apertando o comprimento do seu pênis com um pouco mais de pressão do que usaria normalmente. Não conseguia se lembrar da última vez em que estivera com tanto tesão, tão desorientadamente excitado. Sentia suas atenções divididas entre se masturbar, assisti-la se masturbar e responder a sua pergunta.
— O que você deveria ter feito? — ela repetiu. — Vamos, . Me diga.
Ele fechou os olhos. Ainda podia ouvi-la, a respiração curta, os sons escorregadios obscenos de seus dedos em movimento dentro dela, mas pelo menos assim ele podia ser capaz de pensar com suficiente clareza para responder.
— Eu deveria ter me colocado debaixo daquela mesa — disse ele. — Eu deveria ter afastado suas pernas o máximo possível e me enterrado entre suas coxas. Feito você gritar meu nome.
deixou um gemido baixo escapar do fundo da garganta.
fechou os olhos depois de ver a mão em seus seios se juntar a outra entre suas penas e começar a esfregar o clitóris em pequenos círculos.
— , você deveria ter feito isso. Deveria mesmo ter feito isso.
Ele abriu os olhos. Achando encarando-o diretamente, os olhos enegrecidos com luxúria. Suas mãos tinham parado dentro dela e quando seus olhos se encontraram, ela deixou escapar uma respiração irregular, falhada.
Sem falar mais uma palavra, ela se levantou do assento. Ficando de joelhos na frente dele, sem desfazer o contato visual por um segundo que fosse. Já era de se esperar o que estava por vir, mas para parecia sua primeira vez, tamanho desejo expressado nas atitudes dela.
Ele não pôde se conter e agarrou o cabelo de a puxando pra cima. Com um olhar de reprovação recebido dela ele sussurrou como se fosse um segredo:
— Eu quero te beijar.
As palavras dele pareciam ter a feito o querer ainda mais. Enquanto ele procurava sua boca para um beijo meio desajeitado de tão desesperado, o empurrava pra trás cegamente, tentando o ajeitar o melhor possível sobre a mesa, sem se importar se estaria amassando documentos importantes.
a posicionou em seu colo e ela segurou seu pênis, massageando-o firmemente com a mão, até se colocar sob ele. O corpo inteiro de se estremeceu, desde a raiz do cabelo até as unhas dos pés. Cada milímetro da sua pele estava em chamas vivas.
Era desajeitado e desconfortável encontrar-se na diagonal da própria mesa, com as pernas penduradas pela borda, mas naquele momento não importava.
— Caralho — Ele sibilou enquanto ela o cavalgava, o apertando e o provocando. Deixou cair a cabeça para trás e olhou para o teto, muito sobrecarregado pela sensação para fazer qualquer coisa além de ficar ali, apenas sentindo.
Entretanto , ao que parecia, não tinha essa dificuldade. Imediatamente, ela começou a se mover mais firmemente, estocando contra ele. Ela se inclinou para frente, apoiando as mãos em seu peito, mexendo os quadris na tentativa de se esfregar mais ainda contra ele.
Ele estendeu as mãos, agarrando sua bunda, alternando entre tapas e apertões, enquanto a puxava contra si, levantando os próprios quadris para senti-la batendo contra sua virilha.
— Merda — ela sussurrou. Cravando suas unhas nos ombros, enquanto o movimento de seus quadris acelerava mais, fazendo a mesa ranger. — ...— Ela gemia baixinho
não poderia formular uma resposta. Ele queria dizer o quanto ela era deliciosa, o quanto ela era perfeita, como ele ia se perder a qualquer momento, como ele queria a fazer gozar. Queria lhe dizer tudo isso, mas não conseguia nada além de alguns grunhidos partidos.
— Eu estou chegando — ela anunciou, seu corpo começando a tremer. Ela jogou a cabeça para trás se deixando aproveitar dos espasmos musculares causados pelo orgasmo.
Os músculos dentro dela trepidavam, apertando seu pênis dolorido, arrancando seu ápice de dentro dele. Ele agarrou seus quadris convulsivantes, mantendo-os no lugar enquanto gozava.
Quando ele abriu os olhos, estava olhando-o com um sorriso cansado. Seu cabelo estava grudado no rosto com suor, os dois primeiros botões da sua blusa estavam perdidos. Ela parecia completamente mais desejável e sexy do que nunca.
Ela desabou sobre seu corpo, tomando seu rosto entre as mãos e beijando-o suavemente. Exaustão, paz e simples contentamento o inundou.
Ficaram assim por um longo tempo, com as mãos de lhe acariciando gentilmente as costas.
— Ok — disse com um gemido assim que suas respirações se estabilizaram. — É melhor eu sair antes que a gente fique grudado assim.
Cambaleou ao descer da mesa e teve que se segurar no encosto da cadeira para se impedir de cair. se sentou, estremecendo quando suas costas estalaram.
— Da próxima vez, vamos encontrar um lugar mais confortável que uma mesa — disse ele, enquanto se vestia lentamente. — Eu voto por uma cama.
parou a saia lápis justa somente até o meio das coxas.
— Da próxima vez? , eu não saio com colegas de trabalho.
olhou para ela, sem saber se estava muito surpreso ou muito exausto para ter uma reação adequada. Ele fez um gesto casual vago entre eles e a mesa.
— E o que foi tudo isso?
— Isso — ela começou a explicar fazendo uma breve pausa — foi apenas sexo.
Ele revirou os olhos.
— Tudo bem — ele emendou —, da próxima vez que tivermos “apenas sexo”, vamos ter que fazer em algum lugar mais confortável. Eu ainda voto por uma cama.
ergueu uma sobrancelha.
— E o que te dá tanta certeza de que haverá uma próxima vez?
apenas a encarou significativamente. Se aquilo tinha sido tão bom para ela quanto foi para ele — e ele estava bastante confiante de que sim —, haveria definitivamente uma próxima vez. Haveria inúmeras próximas vezes.
— Tudo bem — ela bufou. — Digamos, hipoteticamente falando, que haverá uma próxima vez. Você acha que pode lidar com tudo isso sem se apegar? Porque eu não estou brincando quando digo que não vou me envolver romanticamente com um colega de trabalho. Eu vou partir seu coração, Sr. , e eu estou pouco me lixando.
Ele não pode deixar de rir.
— Eu vou fazer o possível para não me apaixonar por você, tudo bem?
— Bem, você pode tentar — disse ela, balançando a cabeça —, mas não tenha muitas esperanças. Eu sou muito apaixonável. — Explicava enquanto encarava a superior de sua blusa pensando em como mantê-la fechada sem os botões. — Puta merda, eu vou ter que ir para casa me trocar.
a seguiu até a porta, perguntando-se qual era a maneira correta de se despedir de alguém com quem você tinha acabado de fazer sexo no meio da tarde e com quem explicitamente não estava namorando.
No final, o esforço para pensar naquilo só o fez ficar mais confuso, então ele decidiu seguir o instinto. Antes que ela pudesse girar a maçaneta da porta, agarrou-a pela cintura e puxou-a contra si, tomando sua boca em um beijo lento e profundo. derreteu contra ele, fazendo a si mesma levar suas mãos aos cabelos dele no intuito de bagunça-los.
Quando ele começou a se afastar, ela até choramingou.
Quando ele a soltou, ela recuou, os olhos vidrados e atordoados, uma mão contra os lábios.
— Ah não, cara — disse ela, um pouco sem fôlego. — Você vai sofrer muito. , você definitivamente vai se apaixonar por mim.
— Vou? — ele perguntou rindo.
— Sim — ela disse com a mão ainda pressionando os próprios lábios. — Já estou até vendo. Eu... Tenho que ir agora.
Ela tateou cegamente atrás de si e girou a maçaneta, tropeçando porta afora.
) foi para o corredor e a assistiu enquanto ela se apressava para longe dele mais uma vez. Mas desta vez, ela se virou e olhou para trás.