Capítulo Único
Hermione estava sentada no sofá velho e rasgado da sala de estar da velha casa no Largo Grimmauld nº. 12. A noite estava muito fria e o cômodo era iluminado por uma fraca luz vinda do lampião em cima da mesinha, que ela mesma trouxera. Tirando a chuva lá fora, o silêncio era total. Todos na casa estavam dormindo, exceto por ela e Bichento, que repousava em seu colo, e por um certo ruivo que descia as escadas silenciosamente.
— Hermione? – perguntou Rony entre sussurros. – O que você está fazendo aqui?
— Eu não consegui dormir... Mas e você, por que está aqui embaixo? São 3h da manhã. Você não costuma acordar tão cedo... – disse a garota ironicamente.
— Eu... também não consegui dormir. Vim beber um copo d’água.
Rony voltou da cozinha com o copo de água na mão e sentou-se ao lado da amiga, que se encolheu mais no sofá.
— Rony... – chamou a garota timidamente, quase num sussurro.
— O que?
— Você acha que essa guerra toda... vai acabar bem pra gente?
— Ah, claro, sabe, acho que vai acabar tudo bem. – respondeu o ruivo sem muita certeza, mas firmemente.
— Mesmo?
— Bem, a verdade é que eu não faço a mínima ideia. Mas Harry sabe o que está fazendo, não é? É, ele sabe sim.
— Eu não sei, Rony... eu tenho medo.
— Como assim, medo? Você é a garota mais corajosa que eu conheço.
— Eu não sou sempre forte. Tenho muito medo de perder as pessoas que amo... tenho medo de perder você... – disse a última frase escondendo o rosto completamente em meio aos cabelos cheios e cacheados.
— Eu sinto o mesmo. É claro que temo perder a minha família, meus amigos, mas... especialmente você. – o ruivo tinha as orelhas vermelhas e quentes.
Hermione virou seu rosto lentamente na direção do rapaz e o olhou profundamente. Poderia ser a última vez que eles teriam um momento como esse antes da guerra. Poderia ser o último refúgio de paz em muito tempo. Esses pensamentos a inundaram e foi inevitável que seus olhos se enchessem de lágrimas.
— Mione, não chore... não gosto de te ver chorando... vamos, não fique assim... – e dizendo isso, a puxou para um abraço, onde a garota escondeu o rosto em seu peito e começou a chorar aos soluços, enquanto que Rony afagava gentilmente seus cabelos. Chorou por longos minutos, até que finalmente disse:
— Ai, Rony! Tantos já morreram! Estou com muito medo! Não quero te perder! – disse num desabafo, sem perceber exatamente o que estava dizendo.
— Mione, eu... preciso te dizer uma coisa, que eu já devia ter dito há muito tempo, mas não tive coragem... – o rapaz fez uma pausa. Desviou rapidamente o olhar daqueles olhos castanhos marejados, como se procurando as palavras, depois voltou-se decidido e disse – Eu... te amo.
Hermione ficou sem fala. Nunca antes tinha ficado sem ter o que dizer. Essa foi a primeira vez. Percebendo o silêncio, Rony continuou.
— Eu quis te dizer isso desde o 4º ano, mas nós estávamos brigados, e você estava com... bem, eu fui um babaca completo e... me perdoe também pelas coisas idiotas que disse e fiz no passado, mas a verdade é que... eu te amo.
— E-eu... nem sei o que dizer... não esperava que você me dissesse isso assim.
Era como se uma pedra tivesse caído no estômago dele. Sentiu todas as suas esperanças esvaírem-se. Desviou o olhar e apenas disse timidamente:
— Eu... não devia ter dito nada... vou subir. – levantou-se indo até a escada.
— Espere, Rony! Eu não terminei de falar! Por favor, sente-se aqui – disse mostrando um quase imperceptível sorriso. O ruivo obedeceu. – Eu fiquei surpresa, porque não imaginei que você me diria isso um dia. Na verdade, achei que eu seria a primeira a me declarar. – disse sorrindo e corando.
— C-como?
— Bem, eu... o tenho como mais que um amigo há algum tempo. Eu também te amo, Rony. – fez uma pausa olhando para a cara chocada do rapaz.
Rony não ouviu as últimas palavras. Seus ouvidos estacionaram na parte que ela disse que também o amava. Era bom demais pra ser verdade. Estaria ela brincando? Não, Hermione não é desse tipo de brincadeiras. Então era verdade, ela realmente o amava. Ele mal podia acreditar.
— Rony? Está tudo bem? — Perguntou preocupada. Ele não reagiu. — Acho melhor eu subir e ir me deitar. – disse encabulada e dirigindo-se às escadas.
Só quando ela levantou do seu lado ele voltou a si.
— Espera! – ele correu para alcançá-la, e, num gesto rápido, a tomou em seus braços. Deram um beijo intenso e cheio de carinho.
Hermione ficou estática por um momento. Declarações e beijos na mesma noite? Era demais para a sua mente extremamente racional. Mas não deixou a razão falar mais alto. Se entregou ao beijo terno do ruivo que a tranquilizava e fazia-a sentir-se segura. Não havia sido um beijo comum, ela sabia que Ron também percebera isso... Foi um beijo de amor. Sabia que estando com ele, poderia enfrentar todos os perigos que a guerra impunha e, juntos, aproveitariam os mais belos momentos de felicidade... e nada mais os impediria.
Após aquela noite, nada mais os impediria.
— Hermione? – perguntou Rony entre sussurros. – O que você está fazendo aqui?
— Eu não consegui dormir... Mas e você, por que está aqui embaixo? São 3h da manhã. Você não costuma acordar tão cedo... – disse a garota ironicamente.
— Eu... também não consegui dormir. Vim beber um copo d’água.
Rony voltou da cozinha com o copo de água na mão e sentou-se ao lado da amiga, que se encolheu mais no sofá.
— Rony... – chamou a garota timidamente, quase num sussurro.
— O que?
— Você acha que essa guerra toda... vai acabar bem pra gente?
— Ah, claro, sabe, acho que vai acabar tudo bem. – respondeu o ruivo sem muita certeza, mas firmemente.
— Mesmo?
— Bem, a verdade é que eu não faço a mínima ideia. Mas Harry sabe o que está fazendo, não é? É, ele sabe sim.
— Eu não sei, Rony... eu tenho medo.
— Como assim, medo? Você é a garota mais corajosa que eu conheço.
— Eu não sou sempre forte. Tenho muito medo de perder as pessoas que amo... tenho medo de perder você... – disse a última frase escondendo o rosto completamente em meio aos cabelos cheios e cacheados.
— Eu sinto o mesmo. É claro que temo perder a minha família, meus amigos, mas... especialmente você. – o ruivo tinha as orelhas vermelhas e quentes.
Hermione virou seu rosto lentamente na direção do rapaz e o olhou profundamente. Poderia ser a última vez que eles teriam um momento como esse antes da guerra. Poderia ser o último refúgio de paz em muito tempo. Esses pensamentos a inundaram e foi inevitável que seus olhos se enchessem de lágrimas.
— Mione, não chore... não gosto de te ver chorando... vamos, não fique assim... – e dizendo isso, a puxou para um abraço, onde a garota escondeu o rosto em seu peito e começou a chorar aos soluços, enquanto que Rony afagava gentilmente seus cabelos. Chorou por longos minutos, até que finalmente disse:
— Ai, Rony! Tantos já morreram! Estou com muito medo! Não quero te perder! – disse num desabafo, sem perceber exatamente o que estava dizendo.
— Mione, eu... preciso te dizer uma coisa, que eu já devia ter dito há muito tempo, mas não tive coragem... – o rapaz fez uma pausa. Desviou rapidamente o olhar daqueles olhos castanhos marejados, como se procurando as palavras, depois voltou-se decidido e disse – Eu... te amo.
Hermione ficou sem fala. Nunca antes tinha ficado sem ter o que dizer. Essa foi a primeira vez. Percebendo o silêncio, Rony continuou.
— Eu quis te dizer isso desde o 4º ano, mas nós estávamos brigados, e você estava com... bem, eu fui um babaca completo e... me perdoe também pelas coisas idiotas que disse e fiz no passado, mas a verdade é que... eu te amo.
— E-eu... nem sei o que dizer... não esperava que você me dissesse isso assim.
Era como se uma pedra tivesse caído no estômago dele. Sentiu todas as suas esperanças esvaírem-se. Desviou o olhar e apenas disse timidamente:
— Eu... não devia ter dito nada... vou subir. – levantou-se indo até a escada.
— Espere, Rony! Eu não terminei de falar! Por favor, sente-se aqui – disse mostrando um quase imperceptível sorriso. O ruivo obedeceu. – Eu fiquei surpresa, porque não imaginei que você me diria isso um dia. Na verdade, achei que eu seria a primeira a me declarar. – disse sorrindo e corando.
— C-como?
— Bem, eu... o tenho como mais que um amigo há algum tempo. Eu também te amo, Rony. – fez uma pausa olhando para a cara chocada do rapaz.
Rony não ouviu as últimas palavras. Seus ouvidos estacionaram na parte que ela disse que também o amava. Era bom demais pra ser verdade. Estaria ela brincando? Não, Hermione não é desse tipo de brincadeiras. Então era verdade, ela realmente o amava. Ele mal podia acreditar.
— Rony? Está tudo bem? — Perguntou preocupada. Ele não reagiu. — Acho melhor eu subir e ir me deitar. – disse encabulada e dirigindo-se às escadas.
Só quando ela levantou do seu lado ele voltou a si.
— Espera! – ele correu para alcançá-la, e, num gesto rápido, a tomou em seus braços. Deram um beijo intenso e cheio de carinho.
Hermione ficou estática por um momento. Declarações e beijos na mesma noite? Era demais para a sua mente extremamente racional. Mas não deixou a razão falar mais alto. Se entregou ao beijo terno do ruivo que a tranquilizava e fazia-a sentir-se segura. Não havia sido um beijo comum, ela sabia que Ron também percebera isso... Foi um beijo de amor. Sabia que estando com ele, poderia enfrentar todos os perigos que a guerra impunha e, juntos, aproveitariam os mais belos momentos de felicidade... e nada mais os impediria.
Após aquela noite, nada mais os impediria.