Capítulo Único
estava sentada à mesa do bar, quando uma nova notificação piscou na tela de seu celular. Era o aplicativo de encontros casuais anunciando que tinha um novo match com um rapaz bem bonito. Enquanto bisbilhotava o perfil dele novamente, a menina aguardava outra pessoa, também do mesmo aplicativo, era seu segundo encontro naquela semana.
O que ela fazia ali? Além de provar a si mesma que podia, queria mostrar ao seu ex namorado que conseguia se envolver com outras pessoas também. Ele, que pregava o amor livre quando juntos, não aguentava sequer vê-la elogiando outro homem, muito menos se ele conhecesse esse outro. Ela não entendia o porquê de ele agir assim, se ele conseguia separar o amor entre as pessoas, e se ela tinha que aceitar isso, ele teria que aceitar também, correto? Certo dia, ao vê-la aos beijos um carinha em um bar, no dia que eles tinham pra sair sozinhos, sem neuras, ele rompeu o namoro de dois anos, simplesmente por não aceitar que a relação fosse aberta para ela, porém pra ele sempre foi assim e ela era a boba por sentir ciúmes.
mostrava-se carinhoso e amoroso, além de desejá-la como se não desejasse mais ninguém na vida, mesmo ele conhecendo outras pessoas, O combinado era não contar em detalhes sobre os encontros, mas às vezes deixavam escapar algo, só pra alfinetar, mas, de modo geral, quando estavam juntos não existia mais ninguém. Mas, no fundo, desejava que fossem mesmo só os dois. Talvez tenha sido por isso que terminou, uma coisa é imaginar que sua namorada podia ficar com outros homens, outra, bem diferente, era ver e ter a certeza. sentiu o término por alguns dias, mas depois de chorar por alguns dias, escolheu levantar a poeira e dar a volta por cima, como dizia sua avó! Estavam juntos porque queriam ficar juntos. Parece que não foi tão forte como parecia. Foi aí que desafiou-se a ficar com outras pessoas, para esquecê-lo. Olhou-se no espelho limpando as lágrimas e prometeu a si mesma que ficaria com uma pessoa diferente a cada semana pelos próximos dois meses, essa era a sua meta. Baixou um aplicativo de encontros casuais e sua batalha interna começou ali.
Ao lembrar-se da promessa, percebeu que talvez tivesse que “não colocar uma meta”, pois naquela semana ela já havia encontrado um carinha bem legal, mas hoje encontraria mais um. Sorriu pra si e bebericou o líquido em seu copo quase vazio. Ela teria que deixá-la aberta e quando chegasse a meta, aí dobraria a meta.
— Ei, garçom! Outro drink por favor. — Levantou o copo para o barman que estava no final do balcão.
— Claro! - Resmungou o menino.
— Oi. Você é a ? — Uma voz masculina falou bem próxima ao ouvido da menina, a arrepiando logo de cara.
— Sim, eu mesma! Prazer! — Apertaram as mãos enquanto ela se levantava para recebê-lo. — , tudo bem? - O dono da voz masculina se apresentou. - Hum, começando sem mim? — fez um beicinho, fazendo querer morder aqueles lábios.
— É, vai ter que correr para acompanhar, já tô na segunda dose. — Piscou pra ele, que se sentou ao lado da menina à mesa que ela estava. Ela preferia que ele se sentasse a frente dela para encará-lo com mais facilidade, mas ao lado também era bom para poder beijá-lo, caso quisesse, é claro.
—Te fiz esperar muito? Me desculpe, me atrasei no trabalho!
— Ah, relaxa, não esperei muito não. Eu graças a Deus já concluí o meu trabalho da semana antes do esperado e resolvi vir mais cedo! - Com as mãos aos céus, pensou que realmente estava livre. Quando namorava com , seu tempo era basicamente só para ele, filmes e séries. Os jantares, em sua grande maioria, eram acompanhados; hoje ela pode fazê-lo sozinha. Não que antes não pudesse, mas gostava mais quando a acompanhava... percebeu que estava fora daquela conversa e voltou sua atenção ao .
— Ser design digital tem suas vantagens, né ?! Eu posso te chamar assim, né?
— Claro, adoro quando me chamam pelo apelido. É ótimo, ainda mais que eu trabalho por conta própria, aí eu faço meus horários, E ai, , na sua casa ou na minha? — A menina riu enquanto levava o copo a boca e viu a cara de espanto do homem ao seu lado, fazendo ele rir também.
— Ah que isso, você já quer partir pros finalmentes... achei que podíamos conversar um pouco mais, tomar mais um drink e quem sabe uns amassos nessa mesa mesmo. — A última ideia do que fariam foi dita ao pé do ouvido e se atreveu a alisar as coxas da moça, que usava uma saia de pano fino, fazendo-a se arrepiar.
- É brincadeira! - Riu mais ainda - Só pra quebrar o gelo, mas confesso que gostei da última ideia. - Foi a vez dele sorrir.
- , me fale mais sobre o seu trabalho, contabilidade, hein...
- É, eu adoro números!! Mas tem dias que são enlouquecedores, como hoje. Sorte a minha ter que encontrá-la ou não sairia de lá tão cedo. - O rapaz chamou o garçom, para pedir a segunda rodada dele e a terceira dela. - Outro? - a questionou.
- Sim, por favor! - a moça entregou o copo ao homem à sua frente para que fosse entregue ao garçom.
- Amigão, mais uma de cada por favor! E a cerveja bem gelada dessa vez, combinado? - O garçom concordou com a cabeça, retirando-se.
- Ah, quer dizer que eu salvei sua noite, é? - usou uma voz insinuante; estava bem mais desinibida nesse encontro, ao contrário do primeiro
- Sim! Minha Heroína. E nem é da droga que eu tô falando. - não resistiu à piada e soltou uma gargalhada genuína, estava se divertindo com ele.
- Já conhecia esse bar, ? eu adorei e seria maravilhoso vir aqui outra vez.
- Não, é a primeira vez aqui. Ouvi falar bem e o escolhi para conhecer você e o bar. - ligou o alerta. Será que queria encontrá-la de novo? O objetivo dela não era esse, estava ali para um encontro apenas. - Vamos curtir essa noite e depois pensamos no futuro. Combinado? - O garçom chegou com o pedido dos dois e eles fizeram um brinde.
- - Tudo bem!! Fechado. - O modo de falar não condizia com a profissão exercida, ao menos na mente de . Ela imaginava um cara mais sério, com palavras mais robustas, mas era um cara tranquilo, mais jovem do que aparenta nas fotos, e com um vocabulário mais leve. Ela estava curtindo e pensava numa forma de acabar na cama com ele aquela noite.
***
Já passava da meia noite quando e saíram do bar onde marcaram de se ver. Enquanto pedia o uber, sentia-se desconfortável: queria atrever-se, mas a conversa foi tão legal, que, por mais que o aplicativo fosse para encontros casuais e estava implícito uma noite de sexo, não queria parecer um babaca. Afinal ele não o era.
- Você não quer mesmo uma carona até em casa , eu juro que não mordo. - Fez graça com a moça, em sua última tentativa de ver no que ia dar. Ela o olhou de lado e riu ousada, bloqueando a tela do celular, sem confirmar o pedido de um carro; ato este que ele prestou bastante atenção. Era essa a sua chance.
- Uma carona? Hum... não seria mal! - Ela se achegou a ele, alguns beijos já tinham ocorrido no bar, mas ela queria mais, apenas não sabia como agir com ele; Calos era tão respeitador para a proposta inicial. Com o primeiro cara, mal conversaram e já estavam em um quarto de hotel. Mas com ele, estava fluindo de outra forma e ela gostava daquilo.
- Não! Se você quiser, podemos dar uma esticada lá em meu apartamento, tomar um vinho. O que acha?
- Vinho? – Riu, sabendo os efeitos que a bebida tinha sobre ela. - Eu topo!
***
foi acordada com leves beijos em suas costas nua, o que fez com que abrisse um leve sorriso, movendo-se preguiçosamente.
— Ei, mocinha, hora de acordar! Eu preciso trabalhar e tenho que te deixar em casa ainda. Vamos, acorde! — Ele continuava com os beijos e finalmente chegou em seu pescoço, dando longos beijos, excitando a menina abaixo dele.
— Se você continuar assim, vou te atrasar, com certeza. — A menina se virou para , beijando-lhe os lábios e enroscando-o com as pernas.
—Eu não quero sair daqui agora. — falou entre risos.
***
— Tem certeza que não quer uma carona? — Ele insistiu quando entraram no elevador do prédio.
— Sim, dessa vez eu peço um uber, não se preocupe. O que eu quero agora é um beijinho de despedida, tudo bem? — Se inclinou para beijá-lo, por ser um pouco menor que ele, e sentiu-se boba por falar com ele assim. Era só um encontro de uma noite! Mas ele foi tão fofo com ela que retribuir o carinho não lhe custava nada.
Ao chegar em casa, colocou uma música boa pra tocar, dançou até chegar ao banheiro e tomou um longo banho. A água descia por seu corpo, ao mesmo tempo que a menina lembrava dos beijos de . Estava disposta a repetir o encontro, mas parte de seu jogo era não passar o telefone e trocar mensagens apenas pelo aplicativo. Pensou em anotar o nome dele em sua agenda do celular para, depois do seu desafio, quem sabe procurá-lo, mas acabou não o fazendo.
A primeira semana foi bem agitada, sendo aquele o terceiro encontro que ela se propôs a ter. sentia que perdeu totalmente o controle dos encontros, então estava disposta a maneirar na semana seguinte. Era noite de sexta-feira e o rapaz a convidou para dançar, algo no mínimo inusitado nos dias atuais. A estratégia de era usar saia em seus encontros, pois por ser encontros com objetivos sexuais, saia sempre facilitava tudo. Dessa vez ela estava com um vestidinho canelado colado a seu corpo e um tênis branco. Em sua bolsa pequena colocou apenas o celular, a identidade e um pacote com camisinhas, por garantia, além de dinheiro e cartão de crédito. Ao chegar no local, enviou uma mensagem avisando como estava vestida e onde estava esperando-o para facilitar a vida do novo date.
— ? — Ouviu seu nome e olhou pra trás, dando de cara com Roberto, um cara de 35 anos, de corpo bem cuidado. Ele era alto, tinha cabelos liso e sedosos, um sorriso encantador, era dono de um grande salão de beleza da cidade e atualmente apenas administrava o estabelecimento.
— Roberto!!! — O abraçou sentindo seu perfume, e parou por alguns segundos para viajar no cheiro que entrava em suas narinas.
— Que bom que não me deu bolo! Vamos pra pista de dança? Depois a gente conversa bebendo algo. O que acha? - O rapaz parecia nervoso, então dançar seria uma boa forma de relaxar.
— Que nada, eu amo dançar, eu seria idiota se não viesse. E vamos dançar, sim! — A menina o segurou pela mão, caminhando para o centro da pista de dança.
A música eletrônica fazia seu coração bater no ritmo e isso a deixava em êxtase. Em pouco tempo e depois de trocar alguns olhares, as mãos de Roberto começaram a explorar o corpo da mulher, que a essa altura estava de costas esfregando seu corpo na genitália dele. Ela o provocava sem pudor e os dois já haviam percebido isso. Ao reparar essa indireta, Beto aumentou a intensidade do toque no corpo de , que já se sentia excitada, e sem pensar em nada além de seu impulso sexual, ela virou de frente a ele e o beijou. Por reflexo Roberto soltou as mãos do corpo dela e a segurou pela nuca, puxando de leve seu cabelo.
Ela pegou as mãos de Roberto, as colocou em sua cintura e em seguida segurou seu membro, que já mostrava sinais de endurecimento por cima da vestimenta do rapaz. Ela continuou a massageá-lo por cima da calça jeans e suas bocas não se desgrudaram mais; a pista de dança estava lotada e todos dançavam a música eletrônica que tocava, ninguém ia se importar com duas pessoas se beijando.
Ao mesmo tempo que se beijavam, eles iam caminhando para fora da pista, sendo a intenção de Beto levar a garota para uma parede escura perto do banheiro que ele conhecia muito bem. Ela só queria sentir aquele homem dentro dela, onde ele a levasse, ela iria com certeza.
Finalmente Beto encostou suas costas na parede e puxou com força o corpo de contra o dele. As mãos dela dançavam por seu corpo, quando sentiu Beto a colocar contra parede, ela não aguentou e agarrou o homem com uma das pernas. Entendendo o recado, Beto pegou em sua bunda, a apertou com força e a puxou pra cima, para que ficasse em seu colo e ela se segurasse com a coxas e pernas envoltas a ele.
A mão de Beto a essa altura já chegava na calcinha fio dental da garota, que com custo chegou ao cós da calça dele. Se soltaram um pouco para que pudessem abrir o zíper da calça com rapidez. Ela desceu de seu colo e enfim Beto se viu livre daquela roupa que prendia sua excitação e pôde alisar um pouco mais o pênis de Beto, enquanto ele a masturbava por debaixo do vestido.
Quando finalmente a penetração ia ocorrer, alguém esbarrou nos dois, levando embora concentração de ambos, que começaram a rir. Uma dança sem pretensão nenhuma, que tinha o intuito de apenas pra quebrar o gelo, de repente estava fazendo os dois pegarem fogo. Em segundos, Beto olhou para os lados, vendo todos distraídos, fechou a calça de qualquer jeito e a puxou para o banheiro masculino, arrastando a menina com ele até o último reservado do local. Encostou-a na parede, abaixando o vestido dela, para fazer o que tanto queria, beijar os seios que tanto roçavam em seu peitoral. arqueou a cabeça para trás, sentindo prazer, mais uma vez puxando-o pra mais perto com sua perna. Não podiam perder tempo, então, com uma maestria que nem sabia que tinha, tirou a camisinha da bolsa e entregou a ele que se protegeu. Voltou a beijá-la e enfim ela o sentiu dentro de si. Um gemido saiu da boca dos dois, então os movimentos foram se encaixando e precisaram se esforçar para não fazer barulho. Ouvir as pessoas entrando e saindo do banheiro sem suspeitar o que estavam fazendo deixou muito mais excitada, seu orgasmo estava próximo.
— Vou gozar! — Ela sussurrou em seu ouvido.
— Eu também. — Ele mordeu sua orelha depois de respondê-la.
apenas se concentrou em seu prazer, aumentando os movimentos, e logo em seguida segurou com força os cabelos do homem e contraiu todo seu corpo. Não demorou muito pra Beto também chegar ao seu orgasmo. Ofegantes, se recuperaram daquele exercício frenético. ajeitou seu vestido e o cabelo, além de limpar a boca manchada de batom. Beto conferiu se estava tudo limpo pra ela sair sem ser vista e em segundos estavam chegando ao bar para enfim tomar uma cerveja e conversarem.
***
entrava na quarta semana e estava enlouquecendo com sua promessa. Ficou uma semana sem ver ninguém, pois na primeira já tinha visto bastante, ela queria ter o controle dos encontros. como ultrapassou o limite na primeira, maneirou na segunda e só saiu com um na terceira semana, mas parecia que seus hormônios exalavam mais que o normal, pois seu aplicativo não parava de tocar e sempre tinha um carinha novo querendo marcar algo. Percebeu que ainda se lembrava de , o segundo encontro que teve, por ter sido muito legal, fluido e rolado mais paquera do que nos outros encontros. Percebeu que comparava os encontros e sempre quem vencia era ele. Por mais que todos tivessem tido pontos bons, ele sempre vencia. Ele já tinha mandado algumas mensagens no aplicativo, numa tentativa de sair com ela, mas ela não o respondia.
O que a deixava confusa era se pegar pensando em seu ex, ; e não eram só lembranças, era sentir saudades também. Já não bastasse ficar com um date na cabeça, agora ela tinha que ficar pensando em mais que o normal? Enquanto mexia em seu guarda roupas, para escolher o que vestiria aquela noite, viu um vestido que ganhou do ex. Era um preto básico soltinho, com um decote moderado e uma bainha que ia até o meio de suas coxas, deixando-a mais sexy, como ele mesmo dizia; ele sempre amou suas pernas morenas. riu ao lembrar das cenas que ele alisava suas coxas e a apertavam com desejo.
- Foco ! Falta só 1 mês, vai dar certo. - A menina escolheu aquele vestido preto e um salto da mesma cor, com uma bolsa prata para sair com as amigas. Hoje ela não beijaria ninguém, era apenas o clube da Luluzinha, para colocarem as notícias em dia.
Um encontro com as amigas era tudo o que precisava. Desde que se desafiou, não tinha visto seu trio de amigas e aquela noite elas iriam fofocar sobre si mesmas e sobre algumas outras pessoas, claro. Mas a intenção era relaxar, ela sentia que precisava daquilo; era uma quarta-feira, e na sexta haveria um encontro e depois faltaria apenas um mês.
Ao chegar no clube favorito das amigas, sentou-se na mesa de sempre e pediu um drink. Deu uma checada em seu celular, vendo que suas amigas estavam muito perto de chegar.
- Uma quadra do clube. - Beatriz enviou.
- Eu também! - Valeria respondeu.
- Igual - Ingrid reportou a resposta de Bia.
- Por acaso estão no mesmo carro?? - colocou um emoji de uma gargalhada e bloqueou o celular. Ao colocá-lo na mesa, viu em pop-up a resposta das amigas.
- Siim! kkkk - riu e sentiu falta de tudo aquilo.
Menos de dez minutos depois o trio chegou à mesa de sempre, abraçando a amiga que já havia chego. Sentaram-se e o garçom aproximou chamando a atenção das quatro meninas.
- O que vão querer? - o garçom se apoiou em um dos pés enquanto anotava o pedido.
- Eu quero uma caipirinha de kiwi. - Ingrid solicitou.
- Ah, eu vou de chopp mesmo! - Bia informou.
- Eu quero o mesmo da Bia. - Valeria seguiu.
- Ok, tudo anotado. E aqui está o seu Gin com Tônica, moça.
- Obrigada, Tim. - As meninas responderam juntas. - O garçom já era conhecido do trio, mas para era novidade. Galanteador como era, o rapaz não perdeu a oportunidade de paquerá-la e gostou daquilo.
- Gente como vocês não me avisam que pegaram um boy magia pra servir a gente? - bebericou seu drink.
- Queríamos ver a sua cara quando o visse a primeira vez. - Valéria respondeu, rindo para a amiga. - Acho inclusive que merecia entrar na sua lista!
- Não tem espaço! - Um som de dor repercutiu entre as amigas. Todas riram da resposta da menina e logo que viram o tema do assunto se aproximar, então pararam para observar sua beleza.
****
- E essa agenda lotada, como tá dando conta? - Bia mudou de assunto, depois de tomar dois grandes goles de seu chopp.
- Tá muito complicada! Alguns eu curti, outros não quero ver nunca mais.
- E você já parou pra contar quantos já ficou nesse mês? - Ingrid quis saber.
- Já se foram cinco, só em duas semanas. Semana passada não sai com ninguém, sexta encontro mais um, então chego ao número seis. - parecia exausta daquele jogo todo.
- Meu Deeeus, tudo isso?? - Ingrid se espantou - Eu quero é mais!!! - Riu logo depois, levando todas a rirem com ela.
- Mas você tem algum número limite, ? - Val deu continuidade ao assunto e viu que ela seria o centro das atenções das amigas.
- Eu queria oito, mas acho que vou passar desse limite! - deu o último gole em seu copo e chamou o garçom bonitão pra pedir mais uma e suas amigas pediram também.
- Me fale mais desses carinhas que você saiu... repetiu algum? - Ingrid incentivou o assunto.
- Então, a ideia é não repetir, mas tem um que eu queria tanto repetir! Ele também quer, já até me mandou mensagem no aplicativo, mas eu fui forte e não retornei. - apoiou seus cotovelos na mesa.
- Quem? - Todas questionaram.
- Eu acho que tô com uma quedinha pelo , o rapaz do segundo encontro. - colocou as mãos no rosto, sentindo-se muito vulnerável. O objetivo do desafio era só pegar sem se apegar, pra provar a si mesma que podia ficar com quem quisesse e que não precisava de um relacionamento pra ser feliz. - Mas vocês não sabem da maior: eu tenho pensado tanto no , aquele desgraçado que esmagou meu coração. Como posso ainda pensar nele, se foi ele quem me fez sofrer? Eu tô me sentindo tão bem agora, sem dar satisfação a ninguém; se eu quero sair, eu saio, coloco quem eu quiser na minha casa, apesar de eu ter ido pra casa de alguns. É tão bom me sentir livre. para que essa desgraça tem que aparecer na minha mente?
- - , as coisas estão muito recentes e você não teve tempo de digerir o que aconteceu, assim que terminaram, você já se enfiou nesse desafio. E, assim, não é que o esmagooou seu coração, uma vez que sempre soube que ele não queria nada sério. Voces não namoravam lembra? Era o que você queria, mas não contava pra ele. - Valéria deu o tapa na cara da amiga com as palavras, fazendo cair na real.
- Tem razão, não namoramos e eu nunca fui clara com ele quanto a isso, né? Sempre concordei em ser uma amizade colorida.
- E você ainda ficava com outras pessoas quando queria, assim como ele. - Bia concluiu.
- Vocês tem razão, amigas, chega de baixo astral. Vou continuar com o desafio e daqui a um mês, eu serei só de vocês. Sem homens, sem paqueras, apenas solteira.
- É isso aí, garota, gostando de ver… - Bia tomou um gole de chopp. - Mas fala mais desse aí? O que te fez pensar nele?
- Então, a gente conversou horrores no bar novo que fomos, depois do bar, ele me convidou pra tomar um vinho no apartamento dele e eu achei que era só pra me levar pra cama. Mas ele foi tão simpático, sorridente, me respeitou... acreditam que eu que tive que beijá-lo? Mas quando eu comecei não paramos mais. - riu safada se lembrando da noite com . - Me acordou com beijos nas costas, eu amo beijo nas costas, acertou meu ponto fraco. E, sei lá, eu sinto uma sintonia muito boa com ele. Mas o combinado comigo mesma é não repetir, é desapegar.
- E parece que você está se apegando de novo. - A voz de uma das amigas soou em seu ouvido.
- Vou ser trouxa de novo, né? - questionou mais a si mesma do que as amigas.
- Não! Você não vai, não! - As três amigas de responderam ao mesmo tempo a frase de incentivo para que ela continue pra cima. Elas entendiam seu objetivo, mas sabiam que não era da farra. A jovem gostava do clima que o namoro trazia, mesmo não estando namorando oficialmente. E esse era o grande desafio pra ela, e só agora ela estava caindo na real: não era só mostrar que podia ficar com quem quisesse, era provar que não precisava namorar pra estar com alguém e pra ser feliz. Porém, ao mesmo tempo, ela se perguntava se era necessário ser uma coisa ou outra. Não dava pra ser um pouco dos dois? Seriam tão mais leves, não? voltou sua atenção as amigas e abriu um largo sorriso nos lábios.
- Mas e vocês, quais as novidades? - quis saber.
45 dias depois…
finalmente conseguiu concluir seu desafio, saiu com oito pessoas apenas, e pode comparar todos até chegar à conclusão que, no fim, sempre comparava algo com seu ex; sempre algum gesto, fala ou mesmo aparência lembrava . Já tinham se passado quinze dias do fim dos encontros, e não saía mais com a mesma frequência. Ela focou em seu trabalho, colocou alguns serviços em dia, pegou novos jobs e investiu um pouco mais nas aulas de ilustrações; já que estava conhecendo esse mundo mais a fundo, quis se dedicar mais a ele.
Sobre os encontros, ela não repetiu nenhum, mesmo querendo responder que ainda enviava mensagens a ela. Certo dia, disse que estava no mesmo bar que se conheceram e estava desejando que ela aparecesse pra ele, e que aquela mensagem era um convite pra, quem sabe, um novo encontro. Ela riu nesse dia e apagou todas as conversas do aplicativo e o excluiu. Agora, além de focar em seu trabalho e estudos, não ia focar nos encontros; ela conheceria as pessoas da forma antiga, saindo e vendo gente. Aproveitando a limpa do aplicativo em seu aparelho celular, abriu a agenda de contatos e excluiu alguns nomes. Parou no nome do e por impulso clicou no botão ligar.
- Alô, ? - O homem parecia assustado com a ligação.
- Sim, sou eu! Tudo bem por aí? - A voz de pareceu trêmula
- Tudo bem sim e você tá bem? Faz um tempo que não nos falamos. - O rapaz batucava a mesa de sua cozinha ansioso.
- Pois é! Faz tempo mesmo. Eu tô bem, mas tenho pensado em você com frequência e hoje vi seu contato então decidi ligar. Eu atrapalho? - se deu conta que podia estar atrapalhando seu amigo.
- Não, não! Você nunca atrapalha! Na verdade eu tô com tempo livre, você quer tomar um café na nossa padaria de sempre? Por minha conta! - sorriu ao telefone.
- Quero! Agora? - em um momento de coragem perguntou.
- Se estiver disponível, eu saio agora pra lá.
- Pois tá combinado, eu saio em poucos minutos.
- Poucos mesmo, ? Você sempre demora… - Ouvir seu apelido, fez o coração acelerar.
- - Prometo! - imaginou a cara do amigo ao falar aquela palavra, ela sabia que demorava mesmo pra sair.
- Nos encontramos lá então. Até. - desligou a ligação.
não sabia o que aconteceria naquele encontro, nem sobre o que falaria com o ex amigo colorido, mas sentiu em seu coração que devia ter essa conversa com ele.
já a esperava em uma das mesas da padaria e já fazia seu pedido. Ao ver a menina de longe, também fez o pedido por ela, pois sempre comiam a mesma coisa quando iam até lá.
- Ei! Quanto tempo! - se levantou e abraçou a amiga.
- É né? Pediu o de sempre? – , sem saber o que dizer, mudou de assunto.
- Sim, pedi quando a vi chegar, já já ele chega, senta! - O ex apontou a cadeira da mesa e se sentou. - Então, o que manda? - não quis perder tempo.
- Não sei, de verdade eu não sei! - arfou, entregando-se de verdade aquele momento. - Eu só sei que senti sua falta, lembrei de você algumas vezes e agora tô aqui.
- Tendi! - O silêncio pairou por alguns segundos naquela mesa, até que o pedido dos dois chegou e começaram a comer.
- , eu tô bem de verdade, mas eu sinto falta de tanta coisa. Nossas conversas, nossos passeios, a sua companhia, mas eu to tão bem agora, que eu não sei se desejo voltar ao que éramos, entende? - conseguiu traduzir em palavras o que sentia naquela hora.
- E o que deseja agora, ? - indagou.
- Eu quero ser solteira, eu mesma, não quero mais mentir, não quero dizer que quero algo e no fundo querer outra coisa. Nossa amizade colorida não foi tão sincera, eu queria namorar você, mas, para não perder os bons momentos, fui levando, e confesso que foram bons momentos, aprendi muito com você. Eu quero guardar você no coração com boas lembranças, não quero ter mágoa.
- Eu também, , eu quero me desculpar se fui babaca com você, a forma que eu terminei com você, não foi justo. Nós tínhamos um acordo e, por não aguentar a barra, eu terminei. Acredita que depois do término eu não saí com mais ninguém?
- Não. Não acredito. - respondeu rindo e deu um gole em seu café.
- É verdade!! - riu também - Eu quis entender o porquê estava sentindo aquelas coisas, se eu mesmo pregava algo que quando o vivi, não suportei. E descobri que não estou pronto pra um amor livre como acreditei, eu via de outra forma, machista até, mas não é tão fácil assim. Espero que possa me perdoar por isso.
- Sinta-se perdoado, . - pegou na mão do ex apertando-a, repassando seu sentimento através do toque. Os dois sorriram um para o outro. - Podemos ser amigos então? Mas sem os benefícios!!! - A menina frisou a última frase.
- Amigos! E pra selar a nossa amizade que tal aquele sorvete gigante que você tanto adora?
- Se continuar na sua conta, só se for agora! - A jovem já sorria com o coração mais leve, era isso que precisava se acertar com o amigo. Agora estava tudo bem outra vez.
Ao chegar em casa, o porteiro avisou que havia uma encomenda pra jovem e se deparou com um buquê de flores. Ao ler o bilhete sentiu seu coração mais aquecido ainda.
“Eu sinto sua falta, e mais ainda da nossa amizade!”
Seu amigo :*
colocou as flores em seu escritório e ligou o computador pra voltar ao trabalho, precisava acertar os detalhes da entrega do dia. Depois de concluí-lo, abriu uma página na internet pra se distrair e logo apareceu a propaganda do bar onde conheceu , trazendo a memória de seu encontro com ele. Lembrou-se também da mensagem dele que dizia que sempre estava indo lá e de sua promessa para si mesma que passaria por lá qualquer dia, pra quem sabe encontra-lo. Mas, ao contrário de sua última relação, seria sincera desde o primeiro minuto. A princípio queria apenas revê-lo e deixar acontecer.
Alguns dias depois...
A mulher deu um dia de folga a si mesma, mas esse dia foi só pra ela. Fez as unhas, hidratou o cabelo, fez as sobrancelhas e até se arriscou em uma massagem profissional em um spa! Com a dedicação ao seu trabalho, pode colher os frutos e deu-se ao luxo de passar o dia em um Spa especializado. Saiu de lá leve e nova! Na saída, em um sinal fechado, um panfletista entregou um flyer a ela, ao olhar viu que se tratava daquele bar que se prometera visitar novamente. Acreditou ser um sinal para que fosse aquela noite ao local. Mais uma vez lembrou de . Mas seria coincidência demais encontrá-lo justamente nessa noite, não seria?
Às oito da noite, terminava de se preparar pra sair, quando seu coração disparou sem explicações, respirou fundo e saiu de casa. Ela quis ir só, sem convidar as amigas que tanto insistiam que ela as levassem até lá. A menina sempre prometia que ia, mas nunca cumpria. Sabia que ouviria um monte, mas era assim que ela queria ir, sozinha.
Ao chegar lá, sentou-se no balcão do bar e pediu um Drayer Martini. Olhou em volta e não viu ninguém conhecido, sentiu-se frustrada ao se ligar que estava ali pra tentar encontrar a única pessoa que queria ver outra vez. . Porque essa fixação toda naquele rapaz? Ele já deveria ter desistido ao perceber que ela não visualizava as mensagens dele.
O garçom chamou a atenção da jovem para lhe entregar sua bebida e , dando-se por vencida, achou melhor deixá-lo pra lá, então degustou com dedicação seu drink fechando seus olhos.
- Finalmente Deus ouviu as minhas preces! - Uma voz conhecida chegou em seus ouvidos e o coração de acelerou no mesmo instante.
- Ouviu e me trouxe dos céus pra perto de você! - Ela respondeu, virando-se de frente ao dono daquela voz que deixou em êxtase.
- Eu sabia que um dia eu a encontraria aqui.
O que ela fazia ali? Além de provar a si mesma que podia, queria mostrar ao seu ex namorado que conseguia se envolver com outras pessoas também. Ele, que pregava o amor livre quando juntos, não aguentava sequer vê-la elogiando outro homem, muito menos se ele conhecesse esse outro. Ela não entendia o porquê de ele agir assim, se ele conseguia separar o amor entre as pessoas, e se ela tinha que aceitar isso, ele teria que aceitar também, correto? Certo dia, ao vê-la aos beijos um carinha em um bar, no dia que eles tinham pra sair sozinhos, sem neuras, ele rompeu o namoro de dois anos, simplesmente por não aceitar que a relação fosse aberta para ela, porém pra ele sempre foi assim e ela era a boba por sentir ciúmes.
mostrava-se carinhoso e amoroso, além de desejá-la como se não desejasse mais ninguém na vida, mesmo ele conhecendo outras pessoas, O combinado era não contar em detalhes sobre os encontros, mas às vezes deixavam escapar algo, só pra alfinetar, mas, de modo geral, quando estavam juntos não existia mais ninguém. Mas, no fundo, desejava que fossem mesmo só os dois. Talvez tenha sido por isso que terminou, uma coisa é imaginar que sua namorada podia ficar com outros homens, outra, bem diferente, era ver e ter a certeza. sentiu o término por alguns dias, mas depois de chorar por alguns dias, escolheu levantar a poeira e dar a volta por cima, como dizia sua avó! Estavam juntos porque queriam ficar juntos. Parece que não foi tão forte como parecia. Foi aí que desafiou-se a ficar com outras pessoas, para esquecê-lo. Olhou-se no espelho limpando as lágrimas e prometeu a si mesma que ficaria com uma pessoa diferente a cada semana pelos próximos dois meses, essa era a sua meta. Baixou um aplicativo de encontros casuais e sua batalha interna começou ali.
Ao lembrar-se da promessa, percebeu que talvez tivesse que “não colocar uma meta”, pois naquela semana ela já havia encontrado um carinha bem legal, mas hoje encontraria mais um. Sorriu pra si e bebericou o líquido em seu copo quase vazio. Ela teria que deixá-la aberta e quando chegasse a meta, aí dobraria a meta.
— Ei, garçom! Outro drink por favor. — Levantou o copo para o barman que estava no final do balcão.
— Claro! - Resmungou o menino.
— Oi. Você é a ? — Uma voz masculina falou bem próxima ao ouvido da menina, a arrepiando logo de cara.
— Sim, eu mesma! Prazer! — Apertaram as mãos enquanto ela se levantava para recebê-lo. — , tudo bem? - O dono da voz masculina se apresentou. - Hum, começando sem mim? — fez um beicinho, fazendo querer morder aqueles lábios.
— É, vai ter que correr para acompanhar, já tô na segunda dose. — Piscou pra ele, que se sentou ao lado da menina à mesa que ela estava. Ela preferia que ele se sentasse a frente dela para encará-lo com mais facilidade, mas ao lado também era bom para poder beijá-lo, caso quisesse, é claro.
—Te fiz esperar muito? Me desculpe, me atrasei no trabalho!
— Ah, relaxa, não esperei muito não. Eu graças a Deus já concluí o meu trabalho da semana antes do esperado e resolvi vir mais cedo! - Com as mãos aos céus, pensou que realmente estava livre. Quando namorava com , seu tempo era basicamente só para ele, filmes e séries. Os jantares, em sua grande maioria, eram acompanhados; hoje ela pode fazê-lo sozinha. Não que antes não pudesse, mas gostava mais quando a acompanhava... percebeu que estava fora daquela conversa e voltou sua atenção ao .
— Ser design digital tem suas vantagens, né ?! Eu posso te chamar assim, né?
— Claro, adoro quando me chamam pelo apelido. É ótimo, ainda mais que eu trabalho por conta própria, aí eu faço meus horários, E ai, , na sua casa ou na minha? — A menina riu enquanto levava o copo a boca e viu a cara de espanto do homem ao seu lado, fazendo ele rir também.
— Ah que isso, você já quer partir pros finalmentes... achei que podíamos conversar um pouco mais, tomar mais um drink e quem sabe uns amassos nessa mesa mesmo. — A última ideia do que fariam foi dita ao pé do ouvido e se atreveu a alisar as coxas da moça, que usava uma saia de pano fino, fazendo-a se arrepiar.
- É brincadeira! - Riu mais ainda - Só pra quebrar o gelo, mas confesso que gostei da última ideia. - Foi a vez dele sorrir.
- , me fale mais sobre o seu trabalho, contabilidade, hein...
- É, eu adoro números!! Mas tem dias que são enlouquecedores, como hoje. Sorte a minha ter que encontrá-la ou não sairia de lá tão cedo. - O rapaz chamou o garçom, para pedir a segunda rodada dele e a terceira dela. - Outro? - a questionou.
- Sim, por favor! - a moça entregou o copo ao homem à sua frente para que fosse entregue ao garçom.
- Amigão, mais uma de cada por favor! E a cerveja bem gelada dessa vez, combinado? - O garçom concordou com a cabeça, retirando-se.
- Ah, quer dizer que eu salvei sua noite, é? - usou uma voz insinuante; estava bem mais desinibida nesse encontro, ao contrário do primeiro
- Sim! Minha Heroína. E nem é da droga que eu tô falando. - não resistiu à piada e soltou uma gargalhada genuína, estava se divertindo com ele.
- Já conhecia esse bar, ? eu adorei e seria maravilhoso vir aqui outra vez.
- Não, é a primeira vez aqui. Ouvi falar bem e o escolhi para conhecer você e o bar. - ligou o alerta. Será que queria encontrá-la de novo? O objetivo dela não era esse, estava ali para um encontro apenas. - Vamos curtir essa noite e depois pensamos no futuro. Combinado? - O garçom chegou com o pedido dos dois e eles fizeram um brinde.
- - Tudo bem!! Fechado. - O modo de falar não condizia com a profissão exercida, ao menos na mente de . Ela imaginava um cara mais sério, com palavras mais robustas, mas era um cara tranquilo, mais jovem do que aparenta nas fotos, e com um vocabulário mais leve. Ela estava curtindo e pensava numa forma de acabar na cama com ele aquela noite.
Já passava da meia noite quando e saíram do bar onde marcaram de se ver. Enquanto pedia o uber, sentia-se desconfortável: queria atrever-se, mas a conversa foi tão legal, que, por mais que o aplicativo fosse para encontros casuais e estava implícito uma noite de sexo, não queria parecer um babaca. Afinal ele não o era.
- Você não quer mesmo uma carona até em casa , eu juro que não mordo. - Fez graça com a moça, em sua última tentativa de ver no que ia dar. Ela o olhou de lado e riu ousada, bloqueando a tela do celular, sem confirmar o pedido de um carro; ato este que ele prestou bastante atenção. Era essa a sua chance.
- Uma carona? Hum... não seria mal! - Ela se achegou a ele, alguns beijos já tinham ocorrido no bar, mas ela queria mais, apenas não sabia como agir com ele; Calos era tão respeitador para a proposta inicial. Com o primeiro cara, mal conversaram e já estavam em um quarto de hotel. Mas com ele, estava fluindo de outra forma e ela gostava daquilo.
- Não! Se você quiser, podemos dar uma esticada lá em meu apartamento, tomar um vinho. O que acha?
- Vinho? – Riu, sabendo os efeitos que a bebida tinha sobre ela. - Eu topo!
foi acordada com leves beijos em suas costas nua, o que fez com que abrisse um leve sorriso, movendo-se preguiçosamente.
— Ei, mocinha, hora de acordar! Eu preciso trabalhar e tenho que te deixar em casa ainda. Vamos, acorde! — Ele continuava com os beijos e finalmente chegou em seu pescoço, dando longos beijos, excitando a menina abaixo dele.
— Se você continuar assim, vou te atrasar, com certeza. — A menina se virou para , beijando-lhe os lábios e enroscando-o com as pernas.
—Eu não quero sair daqui agora. — falou entre risos.
— Tem certeza que não quer uma carona? — Ele insistiu quando entraram no elevador do prédio.
— Sim, dessa vez eu peço um uber, não se preocupe. O que eu quero agora é um beijinho de despedida, tudo bem? — Se inclinou para beijá-lo, por ser um pouco menor que ele, e sentiu-se boba por falar com ele assim. Era só um encontro de uma noite! Mas ele foi tão fofo com ela que retribuir o carinho não lhe custava nada.
Ao chegar em casa, colocou uma música boa pra tocar, dançou até chegar ao banheiro e tomou um longo banho. A água descia por seu corpo, ao mesmo tempo que a menina lembrava dos beijos de . Estava disposta a repetir o encontro, mas parte de seu jogo era não passar o telefone e trocar mensagens apenas pelo aplicativo. Pensou em anotar o nome dele em sua agenda do celular para, depois do seu desafio, quem sabe procurá-lo, mas acabou não o fazendo.
A primeira semana foi bem agitada, sendo aquele o terceiro encontro que ela se propôs a ter. sentia que perdeu totalmente o controle dos encontros, então estava disposta a maneirar na semana seguinte. Era noite de sexta-feira e o rapaz a convidou para dançar, algo no mínimo inusitado nos dias atuais. A estratégia de era usar saia em seus encontros, pois por ser encontros com objetivos sexuais, saia sempre facilitava tudo. Dessa vez ela estava com um vestidinho canelado colado a seu corpo e um tênis branco. Em sua bolsa pequena colocou apenas o celular, a identidade e um pacote com camisinhas, por garantia, além de dinheiro e cartão de crédito. Ao chegar no local, enviou uma mensagem avisando como estava vestida e onde estava esperando-o para facilitar a vida do novo date.
— ? — Ouviu seu nome e olhou pra trás, dando de cara com Roberto, um cara de 35 anos, de corpo bem cuidado. Ele era alto, tinha cabelos liso e sedosos, um sorriso encantador, era dono de um grande salão de beleza da cidade e atualmente apenas administrava o estabelecimento.
— Roberto!!! — O abraçou sentindo seu perfume, e parou por alguns segundos para viajar no cheiro que entrava em suas narinas.
— Que bom que não me deu bolo! Vamos pra pista de dança? Depois a gente conversa bebendo algo. O que acha? - O rapaz parecia nervoso, então dançar seria uma boa forma de relaxar.
— Que nada, eu amo dançar, eu seria idiota se não viesse. E vamos dançar, sim! — A menina o segurou pela mão, caminhando para o centro da pista de dança.
A música eletrônica fazia seu coração bater no ritmo e isso a deixava em êxtase. Em pouco tempo e depois de trocar alguns olhares, as mãos de Roberto começaram a explorar o corpo da mulher, que a essa altura estava de costas esfregando seu corpo na genitália dele. Ela o provocava sem pudor e os dois já haviam percebido isso. Ao reparar essa indireta, Beto aumentou a intensidade do toque no corpo de , que já se sentia excitada, e sem pensar em nada além de seu impulso sexual, ela virou de frente a ele e o beijou. Por reflexo Roberto soltou as mãos do corpo dela e a segurou pela nuca, puxando de leve seu cabelo.
Ela pegou as mãos de Roberto, as colocou em sua cintura e em seguida segurou seu membro, que já mostrava sinais de endurecimento por cima da vestimenta do rapaz. Ela continuou a massageá-lo por cima da calça jeans e suas bocas não se desgrudaram mais; a pista de dança estava lotada e todos dançavam a música eletrônica que tocava, ninguém ia se importar com duas pessoas se beijando.
Ao mesmo tempo que se beijavam, eles iam caminhando para fora da pista, sendo a intenção de Beto levar a garota para uma parede escura perto do banheiro que ele conhecia muito bem. Ela só queria sentir aquele homem dentro dela, onde ele a levasse, ela iria com certeza.
Finalmente Beto encostou suas costas na parede e puxou com força o corpo de contra o dele. As mãos dela dançavam por seu corpo, quando sentiu Beto a colocar contra parede, ela não aguentou e agarrou o homem com uma das pernas. Entendendo o recado, Beto pegou em sua bunda, a apertou com força e a puxou pra cima, para que ficasse em seu colo e ela se segurasse com a coxas e pernas envoltas a ele.
A mão de Beto a essa altura já chegava na calcinha fio dental da garota, que com custo chegou ao cós da calça dele. Se soltaram um pouco para que pudessem abrir o zíper da calça com rapidez. Ela desceu de seu colo e enfim Beto se viu livre daquela roupa que prendia sua excitação e pôde alisar um pouco mais o pênis de Beto, enquanto ele a masturbava por debaixo do vestido.
Quando finalmente a penetração ia ocorrer, alguém esbarrou nos dois, levando embora concentração de ambos, que começaram a rir. Uma dança sem pretensão nenhuma, que tinha o intuito de apenas pra quebrar o gelo, de repente estava fazendo os dois pegarem fogo. Em segundos, Beto olhou para os lados, vendo todos distraídos, fechou a calça de qualquer jeito e a puxou para o banheiro masculino, arrastando a menina com ele até o último reservado do local. Encostou-a na parede, abaixando o vestido dela, para fazer o que tanto queria, beijar os seios que tanto roçavam em seu peitoral. arqueou a cabeça para trás, sentindo prazer, mais uma vez puxando-o pra mais perto com sua perna. Não podiam perder tempo, então, com uma maestria que nem sabia que tinha, tirou a camisinha da bolsa e entregou a ele que se protegeu. Voltou a beijá-la e enfim ela o sentiu dentro de si. Um gemido saiu da boca dos dois, então os movimentos foram se encaixando e precisaram se esforçar para não fazer barulho. Ouvir as pessoas entrando e saindo do banheiro sem suspeitar o que estavam fazendo deixou muito mais excitada, seu orgasmo estava próximo.
— Vou gozar! — Ela sussurrou em seu ouvido.
— Eu também. — Ele mordeu sua orelha depois de respondê-la.
apenas se concentrou em seu prazer, aumentando os movimentos, e logo em seguida segurou com força os cabelos do homem e contraiu todo seu corpo. Não demorou muito pra Beto também chegar ao seu orgasmo. Ofegantes, se recuperaram daquele exercício frenético. ajeitou seu vestido e o cabelo, além de limpar a boca manchada de batom. Beto conferiu se estava tudo limpo pra ela sair sem ser vista e em segundos estavam chegando ao bar para enfim tomar uma cerveja e conversarem.
entrava na quarta semana e estava enlouquecendo com sua promessa. Ficou uma semana sem ver ninguém, pois na primeira já tinha visto bastante, ela queria ter o controle dos encontros. como ultrapassou o limite na primeira, maneirou na segunda e só saiu com um na terceira semana, mas parecia que seus hormônios exalavam mais que o normal, pois seu aplicativo não parava de tocar e sempre tinha um carinha novo querendo marcar algo. Percebeu que ainda se lembrava de , o segundo encontro que teve, por ter sido muito legal, fluido e rolado mais paquera do que nos outros encontros. Percebeu que comparava os encontros e sempre quem vencia era ele. Por mais que todos tivessem tido pontos bons, ele sempre vencia. Ele já tinha mandado algumas mensagens no aplicativo, numa tentativa de sair com ela, mas ela não o respondia.
O que a deixava confusa era se pegar pensando em seu ex, ; e não eram só lembranças, era sentir saudades também. Já não bastasse ficar com um date na cabeça, agora ela tinha que ficar pensando em mais que o normal? Enquanto mexia em seu guarda roupas, para escolher o que vestiria aquela noite, viu um vestido que ganhou do ex. Era um preto básico soltinho, com um decote moderado e uma bainha que ia até o meio de suas coxas, deixando-a mais sexy, como ele mesmo dizia; ele sempre amou suas pernas morenas. riu ao lembrar das cenas que ele alisava suas coxas e a apertavam com desejo.
- Foco ! Falta só 1 mês, vai dar certo. - A menina escolheu aquele vestido preto e um salto da mesma cor, com uma bolsa prata para sair com as amigas. Hoje ela não beijaria ninguém, era apenas o clube da Luluzinha, para colocarem as notícias em dia.
Um encontro com as amigas era tudo o que precisava. Desde que se desafiou, não tinha visto seu trio de amigas e aquela noite elas iriam fofocar sobre si mesmas e sobre algumas outras pessoas, claro. Mas a intenção era relaxar, ela sentia que precisava daquilo; era uma quarta-feira, e na sexta haveria um encontro e depois faltaria apenas um mês.
Ao chegar no clube favorito das amigas, sentou-se na mesa de sempre e pediu um drink. Deu uma checada em seu celular, vendo que suas amigas estavam muito perto de chegar.
- Uma quadra do clube. - Beatriz enviou.
- Eu também! - Valeria respondeu.
- Igual - Ingrid reportou a resposta de Bia.
- Por acaso estão no mesmo carro?? - colocou um emoji de uma gargalhada e bloqueou o celular. Ao colocá-lo na mesa, viu em pop-up a resposta das amigas.
- Siim! kkkk - riu e sentiu falta de tudo aquilo.
Menos de dez minutos depois o trio chegou à mesa de sempre, abraçando a amiga que já havia chego. Sentaram-se e o garçom aproximou chamando a atenção das quatro meninas.
- O que vão querer? - o garçom se apoiou em um dos pés enquanto anotava o pedido.
- Eu quero uma caipirinha de kiwi. - Ingrid solicitou.
- Ah, eu vou de chopp mesmo! - Bia informou.
- Eu quero o mesmo da Bia. - Valeria seguiu.
- Ok, tudo anotado. E aqui está o seu Gin com Tônica, moça.
- Obrigada, Tim. - As meninas responderam juntas. - O garçom já era conhecido do trio, mas para era novidade. Galanteador como era, o rapaz não perdeu a oportunidade de paquerá-la e gostou daquilo.
- Gente como vocês não me avisam que pegaram um boy magia pra servir a gente? - bebericou seu drink.
- Queríamos ver a sua cara quando o visse a primeira vez. - Valéria respondeu, rindo para a amiga. - Acho inclusive que merecia entrar na sua lista!
- Não tem espaço! - Um som de dor repercutiu entre as amigas. Todas riram da resposta da menina e logo que viram o tema do assunto se aproximar, então pararam para observar sua beleza.
- E essa agenda lotada, como tá dando conta? - Bia mudou de assunto, depois de tomar dois grandes goles de seu chopp.
- Tá muito complicada! Alguns eu curti, outros não quero ver nunca mais.
- E você já parou pra contar quantos já ficou nesse mês? - Ingrid quis saber.
- Já se foram cinco, só em duas semanas. Semana passada não sai com ninguém, sexta encontro mais um, então chego ao número seis. - parecia exausta daquele jogo todo.
- Meu Deeeus, tudo isso?? - Ingrid se espantou - Eu quero é mais!!! - Riu logo depois, levando todas a rirem com ela.
- Mas você tem algum número limite, ? - Val deu continuidade ao assunto e viu que ela seria o centro das atenções das amigas.
- Eu queria oito, mas acho que vou passar desse limite! - deu o último gole em seu copo e chamou o garçom bonitão pra pedir mais uma e suas amigas pediram também.
- Me fale mais desses carinhas que você saiu... repetiu algum? - Ingrid incentivou o assunto.
- Então, a ideia é não repetir, mas tem um que eu queria tanto repetir! Ele também quer, já até me mandou mensagem no aplicativo, mas eu fui forte e não retornei. - apoiou seus cotovelos na mesa.
- Quem? - Todas questionaram.
- Eu acho que tô com uma quedinha pelo , o rapaz do segundo encontro. - colocou as mãos no rosto, sentindo-se muito vulnerável. O objetivo do desafio era só pegar sem se apegar, pra provar a si mesma que podia ficar com quem quisesse e que não precisava de um relacionamento pra ser feliz. - Mas vocês não sabem da maior: eu tenho pensado tanto no , aquele desgraçado que esmagou meu coração. Como posso ainda pensar nele, se foi ele quem me fez sofrer? Eu tô me sentindo tão bem agora, sem dar satisfação a ninguém; se eu quero sair, eu saio, coloco quem eu quiser na minha casa, apesar de eu ter ido pra casa de alguns. É tão bom me sentir livre. para que essa desgraça tem que aparecer na minha mente?
- - , as coisas estão muito recentes e você não teve tempo de digerir o que aconteceu, assim que terminaram, você já se enfiou nesse desafio. E, assim, não é que o esmagooou seu coração, uma vez que sempre soube que ele não queria nada sério. Voces não namoravam lembra? Era o que você queria, mas não contava pra ele. - Valéria deu o tapa na cara da amiga com as palavras, fazendo cair na real.
- Tem razão, não namoramos e eu nunca fui clara com ele quanto a isso, né? Sempre concordei em ser uma amizade colorida.
- E você ainda ficava com outras pessoas quando queria, assim como ele. - Bia concluiu.
- Vocês tem razão, amigas, chega de baixo astral. Vou continuar com o desafio e daqui a um mês, eu serei só de vocês. Sem homens, sem paqueras, apenas solteira.
- É isso aí, garota, gostando de ver… - Bia tomou um gole de chopp. - Mas fala mais desse aí? O que te fez pensar nele?
- Então, a gente conversou horrores no bar novo que fomos, depois do bar, ele me convidou pra tomar um vinho no apartamento dele e eu achei que era só pra me levar pra cama. Mas ele foi tão simpático, sorridente, me respeitou... acreditam que eu que tive que beijá-lo? Mas quando eu comecei não paramos mais. - riu safada se lembrando da noite com . - Me acordou com beijos nas costas, eu amo beijo nas costas, acertou meu ponto fraco. E, sei lá, eu sinto uma sintonia muito boa com ele. Mas o combinado comigo mesma é não repetir, é desapegar.
- E parece que você está se apegando de novo. - A voz de uma das amigas soou em seu ouvido.
- Vou ser trouxa de novo, né? - questionou mais a si mesma do que as amigas.
- Não! Você não vai, não! - As três amigas de responderam ao mesmo tempo a frase de incentivo para que ela continue pra cima. Elas entendiam seu objetivo, mas sabiam que não era da farra. A jovem gostava do clima que o namoro trazia, mesmo não estando namorando oficialmente. E esse era o grande desafio pra ela, e só agora ela estava caindo na real: não era só mostrar que podia ficar com quem quisesse, era provar que não precisava namorar pra estar com alguém e pra ser feliz. Porém, ao mesmo tempo, ela se perguntava se era necessário ser uma coisa ou outra. Não dava pra ser um pouco dos dois? Seriam tão mais leves, não? voltou sua atenção as amigas e abriu um largo sorriso nos lábios.
- Mas e vocês, quais as novidades? - quis saber.
45 dias depois…
finalmente conseguiu concluir seu desafio, saiu com oito pessoas apenas, e pode comparar todos até chegar à conclusão que, no fim, sempre comparava algo com seu ex; sempre algum gesto, fala ou mesmo aparência lembrava . Já tinham se passado quinze dias do fim dos encontros, e não saía mais com a mesma frequência. Ela focou em seu trabalho, colocou alguns serviços em dia, pegou novos jobs e investiu um pouco mais nas aulas de ilustrações; já que estava conhecendo esse mundo mais a fundo, quis se dedicar mais a ele.
Sobre os encontros, ela não repetiu nenhum, mesmo querendo responder que ainda enviava mensagens a ela. Certo dia, disse que estava no mesmo bar que se conheceram e estava desejando que ela aparecesse pra ele, e que aquela mensagem era um convite pra, quem sabe, um novo encontro. Ela riu nesse dia e apagou todas as conversas do aplicativo e o excluiu. Agora, além de focar em seu trabalho e estudos, não ia focar nos encontros; ela conheceria as pessoas da forma antiga, saindo e vendo gente. Aproveitando a limpa do aplicativo em seu aparelho celular, abriu a agenda de contatos e excluiu alguns nomes. Parou no nome do e por impulso clicou no botão ligar.
- Alô, ? - O homem parecia assustado com a ligação.
- Sim, sou eu! Tudo bem por aí? - A voz de pareceu trêmula
- Tudo bem sim e você tá bem? Faz um tempo que não nos falamos. - O rapaz batucava a mesa de sua cozinha ansioso.
- Pois é! Faz tempo mesmo. Eu tô bem, mas tenho pensado em você com frequência e hoje vi seu contato então decidi ligar. Eu atrapalho? - se deu conta que podia estar atrapalhando seu amigo.
- Não, não! Você nunca atrapalha! Na verdade eu tô com tempo livre, você quer tomar um café na nossa padaria de sempre? Por minha conta! - sorriu ao telefone.
- Quero! Agora? - em um momento de coragem perguntou.
- Se estiver disponível, eu saio agora pra lá.
- Pois tá combinado, eu saio em poucos minutos.
- Poucos mesmo, ? Você sempre demora… - Ouvir seu apelido, fez o coração acelerar.
- - Prometo! - imaginou a cara do amigo ao falar aquela palavra, ela sabia que demorava mesmo pra sair.
- Nos encontramos lá então. Até. - desligou a ligação.
não sabia o que aconteceria naquele encontro, nem sobre o que falaria com o ex amigo colorido, mas sentiu em seu coração que devia ter essa conversa com ele.
já a esperava em uma das mesas da padaria e já fazia seu pedido. Ao ver a menina de longe, também fez o pedido por ela, pois sempre comiam a mesma coisa quando iam até lá.
- Ei! Quanto tempo! - se levantou e abraçou a amiga.
- É né? Pediu o de sempre? – , sem saber o que dizer, mudou de assunto.
- Sim, pedi quando a vi chegar, já já ele chega, senta! - O ex apontou a cadeira da mesa e se sentou. - Então, o que manda? - não quis perder tempo.
- Não sei, de verdade eu não sei! - arfou, entregando-se de verdade aquele momento. - Eu só sei que senti sua falta, lembrei de você algumas vezes e agora tô aqui.
- Tendi! - O silêncio pairou por alguns segundos naquela mesa, até que o pedido dos dois chegou e começaram a comer.
- , eu tô bem de verdade, mas eu sinto falta de tanta coisa. Nossas conversas, nossos passeios, a sua companhia, mas eu to tão bem agora, que eu não sei se desejo voltar ao que éramos, entende? - conseguiu traduzir em palavras o que sentia naquela hora.
- E o que deseja agora, ? - indagou.
- Eu quero ser solteira, eu mesma, não quero mais mentir, não quero dizer que quero algo e no fundo querer outra coisa. Nossa amizade colorida não foi tão sincera, eu queria namorar você, mas, para não perder os bons momentos, fui levando, e confesso que foram bons momentos, aprendi muito com você. Eu quero guardar você no coração com boas lembranças, não quero ter mágoa.
- Eu também, , eu quero me desculpar se fui babaca com você, a forma que eu terminei com você, não foi justo. Nós tínhamos um acordo e, por não aguentar a barra, eu terminei. Acredita que depois do término eu não saí com mais ninguém?
- Não. Não acredito. - respondeu rindo e deu um gole em seu café.
- É verdade!! - riu também - Eu quis entender o porquê estava sentindo aquelas coisas, se eu mesmo pregava algo que quando o vivi, não suportei. E descobri que não estou pronto pra um amor livre como acreditei, eu via de outra forma, machista até, mas não é tão fácil assim. Espero que possa me perdoar por isso.
- Sinta-se perdoado, . - pegou na mão do ex apertando-a, repassando seu sentimento através do toque. Os dois sorriram um para o outro. - Podemos ser amigos então? Mas sem os benefícios!!! - A menina frisou a última frase.
- Amigos! E pra selar a nossa amizade que tal aquele sorvete gigante que você tanto adora?
- Se continuar na sua conta, só se for agora! - A jovem já sorria com o coração mais leve, era isso que precisava se acertar com o amigo. Agora estava tudo bem outra vez.
Ao chegar em casa, o porteiro avisou que havia uma encomenda pra jovem e se deparou com um buquê de flores. Ao ler o bilhete sentiu seu coração mais aquecido ainda.
Seu amigo :*
colocou as flores em seu escritório e ligou o computador pra voltar ao trabalho, precisava acertar os detalhes da entrega do dia. Depois de concluí-lo, abriu uma página na internet pra se distrair e logo apareceu a propaganda do bar onde conheceu , trazendo a memória de seu encontro com ele. Lembrou-se também da mensagem dele que dizia que sempre estava indo lá e de sua promessa para si mesma que passaria por lá qualquer dia, pra quem sabe encontra-lo. Mas, ao contrário de sua última relação, seria sincera desde o primeiro minuto. A princípio queria apenas revê-lo e deixar acontecer.
Alguns dias depois...
A mulher deu um dia de folga a si mesma, mas esse dia foi só pra ela. Fez as unhas, hidratou o cabelo, fez as sobrancelhas e até se arriscou em uma massagem profissional em um spa! Com a dedicação ao seu trabalho, pode colher os frutos e deu-se ao luxo de passar o dia em um Spa especializado. Saiu de lá leve e nova! Na saída, em um sinal fechado, um panfletista entregou um flyer a ela, ao olhar viu que se tratava daquele bar que se prometera visitar novamente. Acreditou ser um sinal para que fosse aquela noite ao local. Mais uma vez lembrou de . Mas seria coincidência demais encontrá-lo justamente nessa noite, não seria?
Às oito da noite, terminava de se preparar pra sair, quando seu coração disparou sem explicações, respirou fundo e saiu de casa. Ela quis ir só, sem convidar as amigas que tanto insistiam que ela as levassem até lá. A menina sempre prometia que ia, mas nunca cumpria. Sabia que ouviria um monte, mas era assim que ela queria ir, sozinha.
Ao chegar lá, sentou-se no balcão do bar e pediu um Drayer Martini. Olhou em volta e não viu ninguém conhecido, sentiu-se frustrada ao se ligar que estava ali pra tentar encontrar a única pessoa que queria ver outra vez. . Porque essa fixação toda naquele rapaz? Ele já deveria ter desistido ao perceber que ela não visualizava as mensagens dele.
O garçom chamou a atenção da jovem para lhe entregar sua bebida e , dando-se por vencida, achou melhor deixá-lo pra lá, então degustou com dedicação seu drink fechando seus olhos.
- Finalmente Deus ouviu as minhas preces! - Uma voz conhecida chegou em seus ouvidos e o coração de acelerou no mesmo instante.
- Ouviu e me trouxe dos céus pra perto de você! - Ela respondeu, virando-se de frente ao dono daquela voz que deixou em êxtase.
- Eu sabia que um dia eu a encontraria aqui.
Fim
Nota da autora: Enfim essa história saiu!
Agradeço a todas que me ajudaram e incentivaram a continuar, fico feliz em tê-la escrito, e já agradeço a todas que leram até aqui ^^
Outras Fanfics:
» Eu já te quis um dia [Especial de Pagode]
» Tudo é Tão Natural [Especial de Pagode]
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Agradeço a todas que me ajudaram e incentivaram a continuar, fico feliz em tê-la escrito, e já agradeço a todas que leram até aqui ^^
Outras Fanfics:
» Eu já te quis um dia [Especial de Pagode]
» Tudo é Tão Natural [Especial de Pagode]