Don't Forget To Like It


Última atualização: 15/10/2019

Capítulo Único

Ser nerd, antigamente, era uma coisa que ninguém curtia, era motivo de zoação. Mas hoje, ser nerd é legal, as coisas do mundo nerd se tornaram legais e ganharam até um novo nome: cultura geek. E se tem uma coisa que faz sucesso são os canais no YouTube que falam de coisas nerds. Eu sou um pouco nerd, fascinada por super heróis, e minha melhor amiga, , também é. E foi por conta dessa nossa paixão que nós decidimos criar um canal voltado para o mundo dos super heróis. Nós escolhemos um nome, Mrs H & Mrs SH de Hawkeye, porque é o favorito da , e S de Spider-Man, porque é o meu. A gente começou na zoeira, nem sabíamos se ia dar certo mas, por algum motivo, as pessoas gostaram dos nossos vídeos, do nosso humor, e o número de likes começou a subir cada vez mais. Ainda não dava pra gente largar tudo e viver única e exclusivamente do canal, mas o dinheiro tinha começado a entrar e nossa popularidade já era bem grande.
– Fala, galera! Estamos aqui em mais um vídeo e, hoje, a e eu viemos falar de teorias pra vocês.
– É isso aí. Depois de Ultimato, as teorias estão pipocando na nossa cabeça.
– Nós mal nos recuperamos de Ultimato e já vem por aí Homem Aranha: Longe de Casa.
– Que ela vai me obrigar a assistir. – disse, apontando pra mim.
– Óbvio, faz parte do seu trabalho! Temos que assistir pra fazer um vídeo sem spoilers e outro com spoilers.
– Tá bom, já sei, que coisa!
– Bom, isso é assunto pra depois. Agora, por enquanto, vamos apenas teorizar. Mas antes, galera, não esqueçam de deixar seu like nesse vídeo.
– Isso, deixa o like, pelo amor, porque eu preciso provar pra minha mãe que internet dá dinheiro.
Nossos vídeos eram sempre assim, doidos e engraçados, como nós costumávamos ser no dia a dia. E foi por causa do nosso canal que nós nos inscrevemos pra participar de um sorteio relacionado ao lançamento do novo filme do Homem Aranha. O concurso ia sortear um canal brasileiro pra ir na premiere do filme em Los Angeles representando o Brasil, com direito a participação na after party também. A cuidou de fazer nossa inscrição e o resultado saiu exatamente duas semanas antes da premiere.
– Se a gente não ganhar o sorteio, a gente tem que comprar ingressos pra pré-estreia, . Temos que assistir o filme assim que lançar pra fazermos o vídeo pro canal. – Eu dizia enquanto conversava com a por chamada de vídeo no celular.
– Eu já sei, , você me fala isso todo dia.
– Quando sai mesmo o resultado do sorteio?
– Peraí, eu acho que é hoje!
– Hoje? Meu Deus, como assim! – Falei ligando o notebook, desesperada.
– É hoje sim! – falou, também mexendo no note dela.
– Ai, caramba, entra logo nesse site!
– Puta que pariu! A gente ganhou, !
– Ai, Senhor! – Eu disse, caindo pra trás da cadeira onde eu estava sentada.
? Você tá bem?
– Eu to legal!
– É bom você ficar legal mesmo, porque a gente vai pra Los Angeles!
– Ah, eu to surtando!
As duas semanas seguintes foram só correria, a equipe do concurso entrou em contato conosco e a gente foi correr atrás da documentação necessária. Quando finalmente chegou o dia, estávamos de malas prontas pra seguir rumo a L.A. Nós chegamos em Los Angeles na noite anterior à premiere. No dia seguinte, acordamos cedo e começamos a nos preparar.
– Fala, galera! Adivinha onde eu e a estamos? Em Los Angeles, baby! Nós estamos nos preparando porque logo mais vamos estar no tapete vermelho da premiere de Homem Aranha: Longe de Casa, vamos fazer várias lives pra vocês.
– Menos quando começar o filme, porque celulares são proibidos lá dentro.
– Sim, verdade, mas vai dar pra gente mostrar muita coisa.
– Na after party também não vai rolar live, porque eu pretendo encher a cara e não vou postar isso na internet.
– Quero deixar registrado aqui que, se você encher a cara, , eu vou te largar sozinha, não vou carregar ninguém pro hotel.
– Poxa, , cadê a amizade?
– Amigos, amigos, porres à parte. Enfim, pessoal, por enquanto é isso, voltamos assim que possível, e não esquece de deixar aquele like esperto.
O responsável pelo concurso veio nos informar que um carro iria nos levar para a premiere e nos deu a ótima notícia de que nós poderíamos entrevistar o elenco do filme.
– Caramba, a gente precisa entrevistar o máximo que conseguirmos do elenco. – Falei, empolgada. – A Marisa Tomei, o Samuel L. Jackson, o Jacob Batalon...
– Aquele cara que faz o Happy também, o Jon Favreau.
– Sim, verdade. Ah, e o Jake Gyllenhaal, a gente tem que entrevistar ele! Ah, espera. – Falei, fazendo uma cara feia.
– Que foi?
– Eu não vou entrevistar a Zendaya.
– Ah, pronto, começou a cena de ciúmes.
– Eu me recuso!
– Você tem que fazer isso, é pro bem do canal.
– Nem vem tentar usar meu próprio argumento contra mim, eu não vou entrevistar aquela garota.
– Tudo bem, eu entrevisto. Mas você vai ter que segurar o celular.
– Tá, isso eu posso fazer. ! – Falei, segurando o braço da minha amiga com força.
– Que é, maluca?
– A gente vai entrevistar o Tom Holland!
– Obviamente, né, se ele é o protagonista do filme...
– Meu Deus, eu não tenho estrutura. Eu posso... Assim... De repente, desmaiar na hora.
– Vai desmaiar coisa nenhuma, não me obrigue a dar três tapas na sua cara em pleno tapete vermelho.
– Ok, me convenceu, eu vou segurar a emoção.
Nós preparamos um roteiro básico com algumas perguntas importantes que não podíamos deixar de fazer para o elenco, e depois fomos nos arrumar. Eu havia pensado em um vestido longo para usar na premiere mas, como depois teríamos a after party, eu decidi escolher um vestido curto que não me atrapalhasse na festa. Escolhi um vestido vermelho de manga caída e decote em coração, bem acinturado. Da cintura pra baixo, a saia dele abria, formando pregas até a altura do joelho. Coloquei um scarpin de bico fino da mesma cor do vestido. Prendi o cabelo, deixando alguns fios soltos na frente, e fiz uma maquiagem bem marcada pra noite, com um batom vermelho. Quando já estávamos prontas, o carro do concurso nos levou até o local da premiere. Era tudo muito fascinante, ficamos encantadas ao descer naquele tapete vermelho, ver aquela multidão e aqueles artistas todos de perto. Conseguimos entrevistar todo mundo do elenco principal, foi ótimo. Então finalmente o Tom chegou, num carro todo estilizado, e ele estava mais estiloso ainda de terno vinho e óculos. Ele atendeu os fãs e depois foi dar entrevista para o pessoal da Marvel. Quando ele terminou, o pessoal concurso o levou até nós para dar entrevista.
– Tom, eu gostaria de te apresentar a algumas pessoas, essas são e . – Disse o cara que estava nos acompanhando desde o hotel. – Elas tem um canal muito popular no Brasil e ganharam um sorteio pra estar hoje aqui.
– Caramba, Brasil? Eu adoro o Brasil! – Tom respondeu sorridente, nos cumprimentando.
– Bom, meninas, agora é com vocês.
preparou o celular e eu me posicionei ao lado de Tom para começar a entrevista.
– Fala, galera, voltamos aqui com mais uma live, e adivinhem quem está aqui do meu lado agora? Ninguém menos que o homem aranha em pessoa, Tom Holland! Tom, é um prazer enorme falar com você.
– Imagine, o prazer é todo meu.
– Bom, então nos conte, como você está se sentindo com o lançamento do filme?
– Nossa, muito feliz, não vejo a hora de todos poderem ver o trabalho incrível que fizemos.
– E o que você pode adiantar pra gente sobre o filme? Sem spoilers, por favor. – Falei e Tom riu.
– O que eu posso dizer é que esse filme tá bem ligado a Ultimato, as pessoas vão ver como ficou o mundo após os acontecimentos, e que ele abre as portas pra fase 4.
– Interessante, agora estamos ainda mais ansiosos pra ver. Bem, pra finalizar, será que você podia deixar um recado para os seus fãs do Brasil?
– Claro! – Tom disse, olhando diretamente pro celular. – Alô, todo mundo aí no Brasil, espero que vocês gostem muito do filme e eu queria dizer que eu adoro o lindo país de vocês. Um grande beijo!
– É isso aí, galera! Fiquem ligados que, em breve, voltamos ao vivo, e não esquece de entrar no nosso canal e deixar aquele like que aquece nossos corações!
fez um sinal de positivo e parou de gravar em seguia.
– Obrigada, Tom, pela entrevista. – Falei, me virando para Tom e olhando diretamente em seus olhos.
– Imagine, foi um prazer. Qual o nome do canal de vocês? Quero deixar meu like também.
– É Mrs H & Mrs S.
– Nossa, que nome curioso.
– Eu posso explicar. – falou. – É H de Hawkeye e S de Spider-Man. Eu sou a Mrs H e a é a Mrs S.
– Ah, então o aranha é seu favorito? – Tom me perguntou.
– É sim. – Falei meio tímida.
– Legal. Vocês vão estar na after party também?
– Vamos sim. – Respondi, ainda encarando meus pés.
– Bom, a gente se vê lá então.
Tom se despediu e seguiu para a área de fotos. Eu e a ainda fizemos mais uma live antes de termos que guardar nossos celulares e entrar para assistir o filme. Nós sentamos duas fileiras atrás de onde estavam o elenco do filme e também a família do Tom. Aliás, o Tom foi um dos últimos a entrar e se sentar. Ele me viu quando estava indo se sentar e acenou para mim. O filme foi incrível. A cada cena, eu tinha uma reação diferente, e a se divertiu com todas as minhas reações, especialmente no final na cena de beijo entre o Peter e a MJ. Segundo a , eu era o próprio meme do Tony Stark revirando os olhos. Quando o filme terminou, o mesmo carro que nos trouxe para a premiere nos levou até a after party. O local da after party estava animado, com muita música, bebidas e aqueles famosos circulando como se fosse a coisa mais normal do mundo.
– Olha só, o que duas garotas estão fazendo sozinhas por aqui? – Disse um rapaz se aproximando de nós.
– Você não é o Harrison Osterfield? – Falei, olhando para o loiro ao meu lado.
– Ah, você sabe quem eu sou!
– Claro que sei, você é o melhor amigo do Tom. E você é o melhor amigo dele no filme. – Falei apontando para o Jacob, que estava logo atrás do Harrison.
– Sou sim, e dei entrevista pra vocês mais cedo. Harrison, elas são do Brasil, tem um canal de super heróis na internet.
– Brasil? Que legal! Só podia ser mesmo, as brasileiras são bonitas assim que nem você. – Harrison falou, me olhando.
– Cadê o Tom? – Eu falei, cortando o barato dele.
– Ih, você é fã do Tom, é?
– O aranha é o herói favorito dela, e ela gosta muito do Tom sim.
, fica quietinha, vai.
– O Tom deve tá circulando por aí.
– Olha ele ali! – disse, apontando para Tom, que estava cercado de gente conversando.
Ele nos avistou, então pediu licença e veio até nós.
– Ah, aí estão vocês! Eu já estava me perguntando onde estavam a Mrs H e Mrs S.
Mrs o quê? – Harrison perguntou, confuso.
– É o nome do nosso canal. – explicou.
– Caramba, você não esqueceu o nome do canal. – Falei para o Tom.
– Não esqueci, e inclusive já deixei meu like.
– Valeu mesmo.
– Mas me digam, o que vocês acharam do filme?
– Sensacional! – Falei, empolgada. – Tudo tão incrível, o Mysterio arrasou e você também, eu mal posso esperar pela fase 4.
– Foi legal. – falou.
– Legal?
– É, não leva a mal não Tom, mas eu não gosto muito. Mas tenho que admitir que o filme ficou muito bom e você é, sem dúvidas, um grande Homem Aranha.
– Ele é o melhor de todos os tempos! – Falei.
– Eu sou, é?
– Claro que é, e quem diz o contrário não entende nada de quadrinhos.
– Eu fico feliz que vocês tenham gostado.
– A só não gostou da cena de beijo.
!
– Mas por quê? Você não acha que o Peter merecia depois de tudo que passou?
– Não é isso, Tom, é que eu não gosto da MJ. Acho que ela e o Peter não tem nada a ver, não tem química.
– Que engraçado, as pessoas dizem que o Tom e a Zendaya tem a maior química. – Harrison disse.
– Eu não acho, oras, discordo totalmente. Como diz minha mãe, eu não sou todo mundo.
– Ah, gostei, garota de opinião. – Jacob falou, fazendo todos rirem.
Antes que a gente pudesse continuar a conversa, um cara se aproximou de Tom e cochichou algo no ouvido dele. Deduzi que era o seu agente.
– Gente, se vocês me dão licença, eu preciso dar mais uma circulada por aí, fazer algumas fotos. Mas eu volto pra gente tomar uma bebida e continuar o papo.
Tom saiu em seguida, nos deixando acompanhadas do Harrison e do Jacob. Nós continuamos conversando com eles e acabamos descobrindo que eles eram caras muitos legais e engraçados, e acabaram nos fazendo companhia pelo resto da noite. Quando Tom finalmente conseguiu se livrar dos compromissos profissionais, ele se juntou a nós e acabamos engatando uma conversa bem agradável. Num certo momento da noite, começaram a tocar várias músicas pops que eu e a amávamos. Quando tocou Shape of You, do Ed Sheeran, eu não aguentei, olhei pra minha amiga e comecei a cantar, fazendo ela gargalhar.
– Você gosta mesmo dessa música, hein? – Tom me perguntou.
– Eu adoro. Aliás, eu adoro Ed Sheeran! – Falei, e sei lá porquê tive uma daquelas atitudes inesperadas que surpreendiam a mim mesma. – Você quer dançar?
– Aqui, agora?
– Ué, não é uma festa?
Tom sorriu e me puxou pela mão, me puxando pela minha cintura em seguida. Eu continuei cantando a música enquanto dançava com ele, o que fez a gente dar boas risadas. Ele me olhava com aquele sorriso lindo e eu confesso que queria muito beijá-lo. Sério, não deu pra evitar esse pensamento. Eu estava em Los Angeles, cercada de artistas, e dançando com um cara por quem eu tinha um super crush, era impossível não sentir vontade de agarrá-lo ali mesmo. Mas eu não o fiz, é claro, e ele também não tomou nenhuma atitude desse tipo. Mesmo assim, foi uma noite que eu jamais iria esquecer. Quando voltamos pro hotel, eu estava totalmente em êxtase, literalmente sonhando acordada.
– Senhor, eu quero banho e cama, to acabada.
– Quem mandou beber tanto?
– Ah, cara, não é todo dia que você tem um open bar hollywoodiano.
– Tá certo. Só por isso, eu te perdoo.
– E você, hein, espertinha, não pense que eu não vi você dando em cima do Tom, e você nem tava bêbada.
– Ah, eu não tava dando em cima dele, eu só tava curtindo a companhia dele, dá licença.
– Aham, sei...
– Poxa, , dá um tempo. Você sabe que eu tenho um ´crush por ele, o que você queria que eu fizesse?
– Eu sei, não to julgando, eu faria a mesma coisa se fosse o Jeremy Renner.
– De qualquer forma, amanhã à noite a gente vai embora e ele nem vai lembrar de mim.
– Talvez você tenha razão. Mas...
– Mas o quê?
– Você que tem que dizer, certeza que tem um “mas” nessa sua frase.
– Mas eu não vou esquecer o quanto ele é lindo, fofo, simpático e engraçado.
– Ah, que bom, vou voltar pro Brasil com você ainda mais apaixonada pelo inseto.
– Desculpa, não consigo evitar.
– Tá desculpada. Talvez nos devêssemos até gravar um vídeo sobre isso.
– Ah, cala a boca! – Falei, tacando um travesseiro na cara da .
Nós nos preparamos pra dormir e, quando caímos na cama, minha amiga apagou quase que imediatamente. Eu, em compensação, fiquei um tempo ainda acordada, pensando naquela noite surreal e principalmente pensando no Tom, é claro. Quando eu finalmente peguei no sono, foi impossível não sonhar com ele.
No dia seguinte, meu cérebro levou alguns segundos pra processar onde eu estava, então a noite anterior não havia sido mais um dos meus sonhos.
– Bom dia, ! – Falei, jogando um travesseiro na minha amiga, que dormia na cama ao lado.
– Bom dia pra quem? – respondeu, cobrindo o rosto com o edredom.
– Acorda, vamos descer pra tomar café antes que a gente fique sem.
– Eu to de ressaca!
– Eu avisei pra você não abusar. E ficar de estômago vazio não vai te ajudar.
– Eu vou descer pra tomar café, mas depois eu vou passar o resto do dia dormindo até a hora da gente ir pro aeroporto.
– Você tá em Los Angeles e tá pensando em dormir? Não to acreditando, viu.
Nós nos arrumamos e descemos pra tomar café. estava a cara da ressaca, óculos escuros na cara e uma xícara de café preto bem grande na mão, que ela tentava engolir.
– Você tá péssima.
– Obrigada, também te amo.
Foi então que meu celular tocou, um número desconhecido.
– Alô?
– Alô, é a ?
– Sim, é ela, quem tá falando?
– É o Tom!
Eu engasguei com o chocolate quente que eu estava bebendo, fazendo se alarmar. Respirei fundo, tentando recuperar a fala.
– Tom, é você mesmo? – Falei enquanto abaixava os óculos e arregalava os olhos.
– Claro que sou eu.
– Como... Como você conseguiu meu telefone?
– Bom, eu falei com aquele pessoal do concurso e pedi seu contato.
– Ah, então quer dizer que eles saem dando nossos dados assim pra qualquer pessoa? – Falei divertida, fazendo Tom rir do outro lado da linha.
– Eu não sou qualquer pessoa, tá?
– Ok, ok, depois eu me entendo com o pessoal do concurso. Mas então... Por que exatamente você está me ligando?
– Queria saber se vocês já estavam indo embora.
– Na verdade, a gente vai mais tarde, vamos pegar o voo da meia noite.
– Ah, isso é ótimo!
– É ótimo?
– Sim, então eu posso fazer o convite que eu pretendia fazer.
– E qual seria?
– Imagino que vocês não conheçam Los Angeles certo?
– Não, é nossa primeira vez aqui.
– Então o que vocês acham de darmos um passeio? Não vai dar pra conhecer muita coisa, mas eu posso levar vocês aos principais lugares.
– Você quer dar uma de guia turístico com a gente?
– Tipo isso. Os meninos também vão, o Harrison, o Jacob, e meu irmão Harry com a sua inseparável câmera.
Eu tapei o microfone do celular e me virei para .
– O Tom tá chamando a gente pra passear por L.A.. Nós duas, ele e os meninos.
– Não, nem pensar, eu disse que quero dormir.
– Caramba, , você veio pra Los Angeles pra dormir?
– Não, vim pra participar da premiere do inseto. Agora que já cumpri meu dever, posso dormir.
– Por favor! Faz isso por mim!
– Ei, você tá aí ainda? – Tom perguntou, ansioso.
– To sim, desculpa.
– Então, vocês topam?
Olhei para , que acenava freneticamente um não na minha frente.
– Claro, nós topamos! Vai ser ótimo.
– Legal, então a gente passa pra buscar vocês em uma hora. Me passa por mensagem o hotel em que vocês estão.
– Beleza, combinado. Até daqui a pouco! – Falei e desliguei em seguida.
– Eu vou matar você!
– Ah, , pelo amor. Ajuda sua amiga, poxa. Quando, na vida, que eu vou ter outra oportunidade dessa?
– Nunca mais, porque talvez eu te mate antes dessa viagem acabar.
– Quando você chegar no Brasil, você dorme, ok?
– Ok, né, fazer o quê? Não tenho outra opção.
– Agora vamos nos arrumar que o Tom e os meninos vão estar aqui em uma hora.
Nós subimos pro quarto pra tomar banho. Eu coloquei um macacão vinho. Nos pés, meu all star branco. Já que íamos andar, eu queria estar confortável. Com uma pontualidade britânica, uma hora depois o recepcionista do hotel nos ligou no quarto, avisando que haviam pessoas esperando por nós. Descemos e encontramos os meninos no saguão do hotel. Assim como eu, Tom também não estava com todo o glamour da noite passada. Ele vestia uma calça jeans simples e uma camiseta branca. Quando olhei pros pés dele, tive vontade de rir. Ele também estava de all star branco.
– Acho que estamos combinando. – Falei, batendo meu tênis no dele.
– É, acho que sim. – Ele disse, sorrindo.
– Isso se chama sincronia. – Jacob falou.
– Pra mim, isso se chama coincidência apenas. – falou.
– Não liga pra ela não, gente, ela é desagradável assim mesmo.
Nós saímos do hotel e seguimos pelas ruas de L.A. O primeiro lugar que fomos visitar não poderia ser outro, a calçada da fama e o Chinese Theatre.
– Eu sei que é clichê, mas eu realmente acho que vocês não podiam ir embora sem passar por aqui. – Tom disse, mas eu e a já não estávamos ouvindo direito porque estávamos feito crianças andando pelas estrelas e procurando nossos artistas favoritos.
Cada vez que nós encontrávamos a estrela de algum artista que gostávamos, tínhamos aquele momento fã, super empolgadas, tirando várias fotos. Os meninos se divertiam com as nossas reações e o Harry estava registrando tudo com a sua câmera.
– Espera, é no Chinese Theatre que estão as mãos e autógrafos dos seis vingadores originais, não? – Perguntei.
– Isso mesmo. – Tom respondeu.
– Aí meu Deus! – e eu respondemos em uníssono.
Quando chegamos perto da área onde estava o cimento com os autógrafos dos seis vingadores originais, foi mais um momento de euforia.
– Olha essas mãos, esse autógrafo! Jeremy Renner esteve aqui, minha gente, ele respirou esse ar. – disse, tirando mil fotos do autógrafo do Gavião Arqueiro.
– Ela tem mesmo uma tara pelo cara, né? – Harrison perguntou, rindo.
– Tem sim, vocês nem imaginam o quanto.
– Vai me zoando, , que eu vou falar já por quem você é tarada. – disse e eu fiquei vermelha na mesma hora.
– Para de falar besteiras, . E ao invés de tirar tantas fotos, você devia estar filmando tudo isso pro nosso canal.
– Você também devia, né, mocinha.
– Relaxem, meninas, eu to registrando tudo. Depois mando o material pra vocês. – Harry falou.
– Muito obrigada, Harry, é bom ter uma pessoa sensata. – Falei e me mostrou a língua.
Depois do Chinese Theatre, nós fomos visitar o Dolby Theatre, local onde acontecia a cerimônia do Oscar. Fizemos a visita guiada de trinta minutos por dentro do teatro e, depois, resolvemos parar para almoçar. Escolhemos uma lanchonete bem charmosa e eu pedi um hambúrguer enorme com batatas fritas.
– Posso roubar uma batata sua? – Tom disse, fazendo menção de pegar uma batata do meu prato.
– Thomas, não! – Falei, segurando a mão dele. – Nunca, jamais, em hipótese alguma, toque na minha comida se você quiser viver.
Os meninos caíram na risada, inclusive o Tom.
– Mas gente, era só uma batatinha. – Tom disse, fazendo um bico lindo que eu queria muito morder, mas me contive e guardei o pensamento no coração.
– É a minha batatinha.
– Inseto, aprenda de uma vez pra nunca mais esquecer. Nós somos garotas que comem muito e não gostamos de partilhar nossa comida. – disse.
– Se você me der uma batata, eu te dou um dos meus nuggets.
– Agora você falou minha língua, uma troca justa. Aí a gente pode começar a se entender.
Depois de comermos, demos uma andada pelas ruas de Beverly Hills.
– Tem mais um lugar que eu queria levar vocês, mas fica mais legal perto do por do sol. Vocês acham que dá tempo antes de terem que ir pro aeroporto? – Tom disse.
– Acho que sim, nós só precisamos estar no aeroporto às nove da noite. A gente pode ir pro hotel, nós arrumamos, deixamos tudo pronto e depois vamos pra esse tal lugar que você falou.
– Ótima ideia, vamos fazer isso então.
Nós seguimos de volta pro hotel e preparamos tudo pra nossa partida. Depois, nos arrumamos e encontramos novamente com os meninos. Já passava das cinco da tarde e, segundo o Tom, era a hora perfeita. O lugar que ele tanto queria nos levar era o Griffith Observatory, um lugar com uma vista espetacular de Los Angeles, de onde era possível observar o céu através de telescópios e também de onde dava pra ver o famoso letreiro de Hollywood.
– Caramba, que lugar! – Falei, fascinada.
– Dá pra fazer fotos lindas aqui. – Harry disse, com a câmera em mãos.
, acho que eu to vendo Júpiter. – disse, olhando por um dos telescópios.
– Mas já? Você nem bebeu, !
– Engraçadinha...
Tom e eu nos sentados no chão, bem de frente pra vista, enquanto os outros circulavam pelo local.
– Tom, por que você tá fazendo tudo isso? – Perguntei finalmente.
– Isso o quê?
– Ah, qual é, Tom, você não tem sido apenas simpático comigo desde ontem. Você tem me dado atenção, uma atenção que muita gente disputaria pra ter. Eu já fiquei surpresa por você ter perdido boa parte da noite de ontem conversando comigo, e aí hoje você me ligou, chamou a gente pra esse passeio... Eu fiquei quase que chocada.
– Isso é tão estranho assim?
– Tom, você é um ator famoso e eu não sou ninguém. Quer dizer, eu sou um pouco conhecida no Brasil, na internet, pra ser mais exata, mas essa minha fama, se é que eu posso chamar assim, nem se compara com a sua. Então eu fiquei pensando... Por quê eu? Ou vai me dizer que você faz isso com todas as garotas?
– Só com as bonitas. – Tom falou e eu olhei feio enquanto ele ria. – Tá, essa foi péssima, né?
– Foi horrível!
– Eu só tava brincando, eu não sou esse tipo de cara. Na verdade, eu tenho até uma certa dificuldade com as garotas.
– Ah tá, sei.
– É sério, esse papo de que eu sou famoso e blá blá blá é tudo balela. No fim, eu sou um ser humano como qualquer outro.
– É, nisso você tem razão.
– Mas quer saber a verdade? Nem eu sei porque que eu agi assim com você. Eu só gostei muito do seu jeito. Você é espontânea, engraçada, e a conversa entre nós flui tão naturalmente que chega a ser espantoso.
– É verdade, eu sinto que poderia conversar com você por horas.
– Pois é, por isso eu tive vontade de ficar conversando com você ontem na festa, e hoje eu tive vontade de ver você antes que você fosse embora, então eu simplesmente fiz.
Tom me olhava nos olhos.
– Eu acredito em você.
– Sabe o que eu queria de verdade?
– O quê?
– Tempo.
– Como assim “tempo”?
– Tempo. Mais tempo pra gente conversar, se conhecer, essas coisaS. Eu queria que você não tivesse que voltar pro Brasil hoje.
– Eu também queria, mas a gente sabe que eu tenho que voltar.
– Você já foi pra Londres?
– Não, mas eu sou apaixonada por Londres!
– Sério mesmo?
– Sério, só ainda não tive a oportunidade de ir pra lá. Mas uma hora vai rolar.
– Promete que, quando você for pra Londres, vai me avisar?
– Você nem vai se lembrar de mim quando eu for embora, Tom.
– Promete? – Tom insistiu, estendendo a mão pra mim.
– Prometo. – Falei, apertando a mão dele.
– Olha lá, gente, o sol está se pondo. – Harry disse, ajustando a câmera.
Eu olhei pra frente e vi aquele céu laranja, o sol descendo atrás das montanhas, era uma imagem de tirar o fôlego.
– Meu Deus, é a imagem mais linda que eu já vi. – Falei, maravilhada.
– Sem dúvidas que é. – Tom disse.
Quando o sol terminou de se por, nós fomos embora. Voltamos pro hotel, pegamos nossas coisas e fizemos o check out. Nós nos despedimos dos meninos na porta do hotel antes de irmos pro aeroporto.
– Então é aqui que a gente se despede. Boa viagem. – Tom disse, estendendo a mão para mim.
Eu peguei a mão dele e ele apertou a minha como se não quisesse soltar.
– A gente se vê.
– Eu espero que sim.
– Obrigada por tudo, Tom. – Falei e me aproximei, dele dando um beijo em sua bochecha antes de soltar a mão dele de vez.
e eu seguimos pro aeroporto, fizemos nosso check in e jantamos por lá enquanto aguardávamos a hora de embarcar. Quando chegou a hora, seguimos pro avião e nos preparamos pra decolar de volta pro Brasil.
– Você tá bem, ? – perguntou, me cutucando enquanto nos ajeitávamos nas poltronas.
– To sim, por que não estaria?
– Eu te conheço, eu sei que você não tá totalmente bem por causa do Tom.
– Eu só queria mais tempo, como ele mesmo disse.
– Escuta, você alguma vez imaginou que viria pra L.A. na premiere do Homem Aranha e que conheceria ele pessoalmente?
– Não, nunca.
– Pois é. E no entanto, aconteceu. Então, , tenha paciência e acredite, tudo é possível.
Fiquei pensando nas palavras da e, ao mesmo tempo, lembrando daquele sorriso do Tom. Eu não sei o que o destino nos reservava, mas não importava o que fosse, tudo que havia acontecido naqueles dois dias já estavam além das minhas expectativas, então quem sabe coisas mais incríveis ainda estariam por vir.
Nós chegamos no Brasil cansadas, com o fuso horário todo bagunçado, mas eu estava, acima de tudo, feliz e querendo voltar no tempo. Eu estava mexendo no meu celular, atualizando as redes sociais enquanto estávamos no uber que chamamos ao sair do aeroporto. Afinal, a internet fazia parte do meu trabalho.
!
– Que foi, menina?
– O Tom tá seguindo o Instagram do nosso canal!
– E o seu pessoal, ele tá seguindo também?
Entrei rapidamente na minha conta para dar uma olhada.
– Tá sim!
– E as contas no Twitter?
– Tá seguindo também. – Respondi depois de alguns segundos. – A conta do canal e a minha pessoal!
– Parabéns, você está sendo oficialmente stalkeada pelo Tom Holland.
– Até parece. Ele só deve estar querendo ser gentil.
– Pra mim, isso tem outro nome.
– Não pira, , e não me faz pirar também.
– Ok, não tá mais aqui quem falou.
Tentei esquecer aquilo, mas confesso que fiquei bem feliz de saber que ele estava me seguindo nas redes sociais e que, de alguma forma, não perderíamos contato. Quando eu estava chegando em casa, recebi uma mensagem que dizia: “Vocês chegaram bem?”. Sim, era uma mensagem do Tom, que eu respondi prontamente. Quando eu contei pra , ela fez uma daquelas caras dela de zoação. Nós passamos a conversar bastante por mensagem sempre que possível. Os dias seguintes após a premiere foram super corridos para nós. Eu e a tivemos que legendar todos os vídeos que fizemos em L.A. para colocar no canal. Além disso, tivemos que fazer os vídeos sobre as impressões do filme. Havia se passado uma semana da premiere do filme, eu estava em casa sentada na minha cama com o notebook no colo, procurando conteúdos pro canal, quando meu celular tocou. Era uma chamada de vídeo e, quando eu atendi, fiquei surpresa de ver o rosto de Tom do outro lado.
– Ah, oi! – Falei sem graça, lembrando que eu estava vestindo um pijama do Mickey e com um coque frouxo no cabelo.
– E aí, tudo bem? Tão bom ver seu rosto, mesmo que seja pelo celular.
– Eu to ótima e você?
– Bem também.
– Tenho que dizer que eu não esperava receber uma chamada de vídeo sua. Até porque aqui são nove da noite. – Falei, olhando o relógio que ficava em cima do meu criado mudo. – Isso significa que aí deve ser uma da manhã, certo?
– Certíssimo.
– E o que o senhor está fazendo acordado a essa hora?
– Sei lá, perdi o sono. E também eu estava sentindo sua falta.
Eu fiquei em silêncio por um momento, processando aquela informação.
– Você estava sentindo minha falta? Mas como assim, gente? – Falei, tentando parecer divertida.
– Faz uma semana desde a premiere e... Bom, eu queria que você estivesse aqui do meu lado pra gente conversar até amanhecer.
– Tá pensando que eu não durmo? Mesmo que eu estivesse aí, você estaria falando sozinho porque eu, uma hora da manhã, já estaria babando no travesseiro. – Falei, fazendo Tom gargalhar.
– Ainda assim, você estaria aqui, já seria o suficiente.
– É, acho que seria mais que suficiente.
– Escuta, eu liguei também porque tenho uma coisa pra você. Dá uma checada no que eu acabei de te mandar por e-mail.
Eu abri minha caixa de entrada de e-mail e encontrei um e-mail de Tom, com vários anexos.
– O que é isso?
– Os vídeos e fotos que o Harry fez naquele dia.
– Jura? Ai, que máximo! Eu vou mandar pra , tem tanto conteúdo aqui que nosso canal vai bombar. Com os devidos créditos, é claro, pode falar pro Harry que não vamos esquecer de creditá-lo.
– Ah, eu sei que vocês não deixariam de creditá-lo jamais.
– Caramba, Tom, as fotos do pôr do sol no Griffith Observatory ficaram especialmente lindas.
– Surreal, né?
– Total, é tão perfeito que parece uma pintura.
– Que bom que você gostou. E , tem mais uma coisa que eu queria te falar.
– O quê?
– Além de te mandar isso, eu queria aproveitar pra te fazer um convite. Pra você e pra , na verdade.
– Diga.
– Você conhece o The Brothers Trust?
– Claro que sim, é a instituição de caridade que você e sua família gerenciam.
– Exato, e a gente sempre faz eventos com crianças e tudo mais. No próximo final de semana, vai ter um evento da The Brothers Trust com crianças carentes, a gente vai exibir o filme pra galera que ganhou o sorteio. Eu também pretendo aparecer vestido de Homem Aranha pra tirar fotos com as crianças.
– Ai, isso é tão legal, Tom. Eu acho o máximo essas ações que vocês fazem. Mas aonde eu e a entramos nisso?
– Eu queria que vocês duas fizessem a cobertura do evento e divulgassem no canal de vocês.
– Nossa, a gente ia amar! Mas... Um momento, o evento não vai ser aí em Londres?
– Vai sim.
– E como a gente vai cobrir o evento? Por chamada de vídeo?
– Na verdade, eu queria que vocês viessem pra cá.
– O quê? Mas... Como assim, Tom? Ir pra Londres do dia pra noite é impossível!
, vocês são minhas convidadas. Se vocês disserem sim, vou pedir pra minha equipe providenciar tudo, passagens, hospedagem, é só vocês aceitarem.
Eu fiquei alguns segundos olhando pro celular, incrédula.
– Você tá falando sério?
– Claro que eu to!
– Mas... Tom, a gente nem é profissional, você poderia pedir pra qualquer profissional da mídia cobrir o evento, alguém aí de Londres mesmo.
, eu não quero nenhum profissional da mídia. Eu quero o canal de vocês, eu quero você!
Foi nessa hora que minhas bochechas pegaram fogo e eu virei um pimentão.
– Digo, eu quero que vocês façam isso. Além disso, pense na publicidade que isso geraria pro canal de vocês.
– Isso é verdade, seria incrível pra gente.
– Então qual é o problema?
– Tudo bem, Tom. Se você tem certeza disso, a gente vai.
– Sério mesmo?
– Sério, pode contar conosco.
– E você acha que a vai topar?
– Ah, é óbvio que ela vai topar, não tenho dúvidas.
– Legal, então amanhã eu já falo com a minha equipe pra providenciar tudo. E vocês podem fazer as malas que sexta de manhã vocês embarcam.
– Então a gente se vê sexta.
– Sim, mal posso esperar!
– Eu também. Boa noite e vai dormir!
– Já vou, que coisa. Boa noite! – Tom disse com aquele sorriso lindo e desligou.
Eu respirei fundo, tentando assimilar aquela conversa e o fato de que nós iríamos pra Londres. Depois, eu peguei o celular novamente e liguei por chamada de vídeo pra .
– Guria, por que tu tá me ligando essa hora?
– Nossa, quanta simpatia. Você tá sentada?
– Eu to deitada.
– Que bom, porque o que eu tenho pra te dizer é de cair pra trás.
– Fala logo!
– Arruma suas malas, porque sexta de manhã nós vamos pra Londres!
– É o quê?! – disse, dando um pulo da cama. – Explica essa história direito!
– Calma que eu vou explicar.
Eu comecei a contar toda a história pra , e ela só faltou pular de empolgação.
– Olha, eu vou te dizer uma coisa... Se esse menino tá fazendo tudo isso só para te pegar, ele tá de parabéns.
– Que pegar o quê, , olha o respeito. Tá pensando que eu sou o que?
– Ah, para, como se você não estivesse doidinha pra ele te pegar.
, se você não parar, eu vou te deixar aqui e vou pra Londres sozinha!
– Senhor, não pode nem zoar que já começa a ameaçar.
– Enfim, se prepara que a gente vai viajar. Ah, eu já ia esquecendo. O Tom me mandou os vídeos e fotos que o Harry fez aquele dia, eu te mandei por e-mail.
– Beleza, amanhã eu vejo, agora eu vou voltar pra minha cama.
– Boa noite pra você!
– Boa noite, vai lá sonhar com o menino Holland.
Eu desliguei e voltei a olhar as fotos que o Tom havia mandado. Tinha uma foto em especial que me chamou atenção, era uma foto bem de frente para o pôr do sol e o Harry estava posicionado bem atrás de mim e o Tom. Na foto, era possível ver eu e o Tom sentados lado a lado, somente nossas silhuetas em contraste com o pôr do sol. Nós estávamos com as mãos apoiadas atrás de nossos corpos, nossos ombros lado a lado, nossas mãos quase se tocando. O Harry havia capturado um momento único e eu fiquei tão encantada com a foto que não resisti e coloquei como plano de fundo do meu celular. Eu fui dormir com aquela ansiedade dentro de mim, querendo que sexta chegasse logo pra que eu pudesse finalmente reencontrar o Tom.
Quando o dia finalmente chegou, eu acordei eufórica. Nós madrugamos no aeroporto, mas eu mal senti sono de tão ansiosa que estava. Depois de onze horas voando, nós chegamos em Londres por volta das 17h00. Quando saímos pelo portão de desembarque, o Harry estava lá, nos esperando.
– E aí, meninas?
– Ei, Harry! – disse, cumprimentando-o com um high five.
– Tudo bem? – Falei também.
– Tudo certo. O Tom pediu desculpas por não poder vir buscá-las, ele está um pouco ocupado com os últimos detalhes do evento de amanhã, então ele me pediu pra vir buscá-las e as levar até o hotel.
– Sem problemas. – Falei, sincera.
– Eu vou deixar vocês no hotel pra vocês descansarem, mas o Tom pediu pra avisar pra vocês ficarem prontas à noite que nós vamos sair pra jantar e depois vamos pra algum pub.
– Pubs ingleses, isso é tudo que eu pedi a Deus! – falou, divertida.
– Que horas vocês vão passar no hotel? – Perguntei.
– Oito da noite. E como nós somos britânicos, estejam prontas na hora.
Harry nos deixou no hotel, nós fizemos o check in e subimos pro quarto. Quando entramos no quarto, notei que em uma das camas havia uma caixa de bombons finos e também um cartão com meu apelido escrito em uma letra caprichada.
– Ei, quem disse que esses chocolates são pra você? – perguntou ao me ver pegando a caixa.
– O cartão com meu nome diz que é pra mim.
– Droga! Mas então o que diz o cartão? Não que eu não saiba quem mandou, mas quero saber o que tá escrito.
Abri o cartão e li em voz alta.
– O cartão diz: “Estou muito feliz por você estar aqui, mal posso esperar para nos encontrarmos. Beijos, Tom”.
– Ai, meu Deus, esse garoto é mais doce que esses chocolates.
– Ele é muito fofo!
– Se você diz...
– Para de reclamar e vem aqui comer os chocolates comigo.
– Pensei que nunca fosse oferecer.
– Aproveita e pega o celular pra gente fazer um vídeo mostrando onde estamos.
pegou o celular e sentou do meu lado na cama.
– Fala galera! Mrs H e Mrs S na área! E adivinhem onde estamos hoje? Conta pra eles, .
– Nós estamos na terra da rainha, Londres! Ai, a gente tá muito internacional.
– Isso aí, estamos aqui a convite do ator Tom Holland. Ele mesmo, o Homem Aranha. Amanhã vai acontecer um evento da The Brothers Trust, a instituição de caridade comandada pela família Holland, e nós vamos ter o prazer de cobrir o evento!
– O Tom vai aparecer vestido de inseto pra criançada. Esse ‘homiranha’ é bem legal mesmo.
– Ele é incrível.
– Você é suspeita.
– Não liguem pra , gente. Se vocês quiserem saber mais sobre a The Brothers Trust, deem uma olhada no nosso Facebook e Instagram, tem tudo lá. E fiquem ligados que amanhã vamos postar vários vídeos pra vocês do evento.
– Nós não somos novela, mas pode seguir a gente nas redes sociais que ficaremos muito feliz.
– E não esqueçam de deixar aquele like aqui para as garotas mais legais da cidade!
Nós finalizamos o vídeo e postamos em seguida. Depois, devoramos a caixa de bombom. Nossa cabeça estava meia bagunçada por causa do fuso horário, então decidimos que seria bom dormir um pouco antes de sairmos pra jantar com os meninos. Depois de um cochilo revigorante, nós acordamos e começamos a nos arrumar. Para o meu look da noite, eu escolhi uma saia de pregas azul de cintura alta e um cropped preto com alças de renda. Nos pés, coloquei uma sapatilha da mesma cor da saia. Deixei os cabelos soltos e ondulados, e completei com uma maquiagem bem marcada e batom rouge. Nós já estávamos prontas quando o recepcionista do hotel ligou, informando que os meninos haviam chegado. e eu descemos pelo elevador. Eu apertava com a mão a bolsa que estava pendurada no meu ombro, totalmente ansiosa. Quando saímos do elevador, avistei Harrison, Harry e Tom parados no saguão do hotel. Assim que me viu, Tom ficou parado por alguns instantes, me medindo de cima a baixo.
– Oi! – Falei assim que cheguei perto dele.
– Oi! Você está linda. – Ele disse com aquele sorriso perfeito.
– Você também não está nada mal. – Falei divertida, observando o look básico dele de camiseta polo cinza, calça jeans e jaqueta preta.
– Você gostou dos bombons?
– Ah, eu amei! Obrigada.
– Tom, não sei se você reparou, mas a também está aqui. – Harrison disse, rindo.
– Reparou nada, Harrison, ele só viu a e a só viu ele. – disse, sarcástica.
– É claro que eu reparei! Tudo bem com você, ?
– Tudo ótimo.
– Vamos então? – Tom falou, indicando a saída.
– E pra onde nós vamos? – Perguntei.
– Vamos jantar em um restaurante aqui perto, e depois vamos levar vocês pra conhecer os famosos pubs de Londres.
– Só to indo pelo pub. – falou, fazendo todos rirem.
Nós seguimos pro restaurante. O lugar era simples e aconchegante, com uma comida deliciosa. Enquanto comíamos, Tom nos contava sobre o evento do dia seguinte e nos atualizava sobre como as coisas iriam ocorrer.
– Tom, você não vai cometer o mesmo erro duas vezes, né? – falou divertida, vendo Tom olhar pra minha sobremesa.
– Nunca mais! Eu quero viver.
– Sábia decisão, meu caro Tom. – Falei, pegando um pedaço do bolo de chocolate que eu havia pedido.
– Mas eu aprendi a negociar. Se eu te der um pedaço da minha sobremesa, você me dá um pedaço da sua?
– Só porque eu gosto muito de morango. – Falei, olhando pra torta que Tom tinha pedido.
Em seguida, eu peguei um pedaço da torta dele e ele, um pedaço do meu bolo. Depois do jantar, fomos pra um pub muito animado, com música ao vivo e muita cerveja.
– É o seguinte, eu to em Londres, então eu vou beber como um britânico. – disse, arrancando gargalhadas dos meninos.
– Ah não, vai mesmo! Eu não vou te carregar pro hotel e amanhã você não pode estar de ressaca, tem trabalho a fazer.
, por que você sempre corta o meu barato?
– Deixa ela, , quero ver ela aguentar beber que nem um britânico. – Harry disse.
– Ela não aguenta, gente, a já fica alegre só com o cheiro da cerveja.
– Sinto que fui ofendida.
– Eu só disse verdades.
– Acho melhor você beber como você mesma, , sem exageros. – Harrison falou.
– Meu Deus, vocês são todos chatos. Vamos todos beber pra ver se vocês ficam mais legais.
Tom trouxe pra mesa um balde cheio de long necks geladas. Nós bebemos, conversamos e rimos a noite toda, foi uma daquelas noites incríveis que ia para aquele lugar especial de boas memórias. Quando já passava de uma da manhã, nós decidimos ir embora. Afinal, no outro dia, todos iríamos levantar cedo por causa do evento. Os meninos nos deixaram no hotel antes de irem pra casa.
– Obrigado pela noite. – Tom disse quando foi se despedir de mim.
– Eu é que tenho que agradecer, né? Amanhã a gente se vê.
– Até amanhã então.
Eu me inclinei e dei um beijo na bochecha de Tom.
– Até amanhã!
Eu subi para o quarto com a , imersa nos meus pensamentos. Nós nos preparamos pra dormir e, quando fomos deitar, eu fiquei olhando pro teto, a cabeça longe.
– Se você ficar olhando pro teto assim, vai acabar furando ele.
– Ah, para de ser boba.
– Só vejo uma boba aqui e é do pior tipo, boba apaixonada.
– Do que você está falando? – Falei, olhando para .
– Preciso mesmo explicar?
– Ai, , não é nada disso! É só que eu não sei explicar direito o que tá acontecendo comigo.
– Não precisa explicar, eu sei que ele mexe com você e agora, convivendo com ele, você deve estar mais mexida que pizza na entrega express.
– Nossa, que comparação péssima. – Falei, gargalhando.
– Foi só pra enfatizar como você tá caidinha por ele. Isso porque nem rolou nada ainda porque, quando rolar, eu nem quero estar perto.
– Se rolar, né, , se rolar.
Quando rolar, porque com certeza vai rolar mais cedo ou mais tarde, é mais que óbvio.
– Sei lá, , ele pode ter qualquer garota, sabe...
– É verdade, ele pode mesmo mas, no entanto, foi você quem ele quis trazer lá do Brasil só pra cobrir esse evento. Foi de você que ele foi atrás. Pensa nisso.
virou pro lado e se ajeito pra dormir. Eu fiquei pensando no que ela disse, vai ver eu realmente tinha alguma importância pra ele, ou até alguma chance. Mas de uma coisa eu tinha certeza, era bom estar com ele e eu ia aproveitar cada segundo. Adormeci já querendo que o dia amanhecesse logo pra que a gente pudesse ir pro evento e eu pudesse ficar perto do Tom.
No dia seguinte, nós acordamos cedo, tomamos café e nos arrumamos para o evento. Eu coloquei uma calça jeans de cintura alta, uma regata branca e meu all star de couro branco, tudo bem básico e confortável. O Harry veio nos buscar, estava com uma camiseta do The Brothers Trust e, em pouco tempo, chegamos no local do evento. O Tom já estava por lá, vestindo uma camiseta igual a do Harry, assim como os outros dois irmãos dele, Sam e Paddy, e também o Harrison.
– Ah, olha só quem chegou! – Tom disse animado, vindo nos cumprimentar. – Meninas, deixa eu apresentar pra vocês meus outros irmãos, Sam e Paddy. Essas são a e a , donas do canal mais legal sobre super heróis.
Eu e cumprimentamos o gêmeo do Harry e o caçula da família, que era uma fofura com aquela infinidade de sardas no rosto. Também paramos para falar com o Harrison.
– Nossa, Tom, ela é linda mesmo, mandou bem. – Paddy disse, me olhando, e eu fiquei roxa de vergonha.
– Paddy!
– Quer dizer que você andou dizendo por aí que eu sou linda? – Falei, tentando me recompor.
– Só falo verdades.
Tom pegou duas camisetas e entregou pra mim e pra .
– Camisetas do evento, se vocês quiserem usar.
– Claro, vamos entrar no clima. – disse, divertida.
Nós vestimos as camisetas e começamos a preparar nossos celulares e câmeras para fazer a cobertura do evento. Quando já estava tudo pronto, um rapaz da organização veio avisar o Tom que os convidados já haviam chegado. Nós seguimos para o auditório onde seria exibido o filme e nos posicionamos perto do palco. Os convidados já estavam sentados, apreciando os brindes que haviam ganhado. Liguei o celular para fazer uma live antes do evento começar.
– Fala, galera, nós já estamos aqui no evento da The Brothers Trust! Daqui a pouco, o Tom virá falar com os convidados. Logo depois, o filme será exibido e, por fim, haverá uma sessão de fotos e interatividade com o Homem Aranha.
– Gente, eu vou ser obrigada a assistir o filme do inseto de novo. Tudo pelo bem do canal. Viram como sou uma menina aplicada?
– Não liguem pra , ela tem problemas sérios.
– Mas brincadeiras à parte, gente, a causa é nobre então, quem puder ajudar, não esquece de dar uma passadinha no site da The Brothers Trust. Nós deixamos o link nas nossas redes sociais.
– Boa, ! Agora a gente vai desconectar, mas vamos filmar tudo para mostrar pra vocês. E aí vocês já sabem, é só deixar um like!
Assim que terminamos a live, Tom entrou no auditório e foi uma gritaria. Ele se sentou no palco, que era bem baixo, e conversou com todos. Ele agradeceu a vinda das pessoas e também toda a ajuda que a instituição vinha recebendo. Então ele saiu por uns minutos e, quando voltou, estava vestido de Homem Aranha. Tenho que admitir que ver ele com aquele uniforme apertado de perto era ainda mais interessante do que ver apenas nas telas. Tom falou um pouco sobre o filme e, em seguida, anunciou que a exibição ia começar. Enquanto o filme começava a rodar na tela, Tom se juntou a nós no canto do palco.
– Belo uniforme, hein, inseto? – disse, rindo baixo. – Você não acha, ?
– Eu? – Falei, fingindo interesse no celular e já vermelha.
– Agora eu quero saber, o que você acha do uniforme? – Tom perguntou.
Eu tirei o olho do celular e medi Tom de cima a baixo, dando uma atenção especial ao bumbum.
– Interessante, muito interessante. Agora silêncio, porque as pessoas querem ver o filme.
Quando o filme acabou, todo mundo aplaudiu e, logo em seguida, os convidados foram encaminhados para uma sala onde iria ocorrer as fotos com o Homem Aranha e o buffet pros convidados. As crianças estavam enlouquecidas com a presença de Tom, e ele ainda entrou na sala dando mortal, o que deixou elas ainda mais empolgadas. Tom tirou foto e brincou pacientemente com as crianças, e eu só olhando tudo encantada.
– Ei, tem alguém aí? – perguntou, passando a mão na frente dos meus olhos.
, olha só pra ele com as crianças.
– É, ninguém pode negar que o garoto tem carisma e é um cara muito legal.
– Ai, gente, meu coração não aguenta, sabe...
– Vou pegar um babador pra você, peraí.
– Muito engraçado.
– Tia, tia! – Uma menininha minúscula me cutucou nas pernas.
Ela era magrinha e usava um lenço pra esconder a cabeça careca.
– Oi, lindinha, o que foi?
– Você pode brincar comigo, tia?
– Eu? Posso, claro!
A garotinha me puxou pela mão e me fez sentar junto com ela em uma mesinha que estava repleta de desenhos, lápis de cor e alguns brinquedos.
– Olha, tia, eu pintei o Homem Aranha!
– Que lindo!
– Ele é o meu super herói favorito.
– O meu também. Ele é demais, não é?
– É sim, ele pode escalar tudo com as teias e ele disse que eu devo sempre sorrir pra ficar mais bonita do que eu já sou.
– Ele tem razão, você é linda, mas sorrindo fica mais ainda.
– Eu vou dar esse desenho pra ele, será que ele vai gostar?
– Ah, tenho certeza de que ele vai amar!
Quando olhei para frente, vi que Tom estava parado, me olhando. Ele tinha o mesmo olhar que eu alguns minutos atrás enquanto via ele com as crianças. Ele se aproximou da mesa e sentou do lado da menina.
– Homem Aranha! – A garotinha disse, eufórica. – Olha o que eu fiz pra você!
– Meu Deus, que desenho mais lindo! Ah, eu vou colocar ele no meu quarto de tão bonito que ficou.
– Tia, ele gostou!
– Eu disse que ele ia gostar, ele é o amigão da vizinhança. – Falei com um sorriso de canto, olhando para Tom.
Ele também estava sorrindo pra mim. Eu estava com uma das mãos em cima da mesa quando senti a mão de Tom encostar na minha. Ele então segurou minha mão e apertou com força, sem quebrar o contato visual.
– Homem Aranha, ela é sua MJ? – A garotinha perguntou para Tom.
– É sim. – Tom respondeu, ainda me olhando.
Antes que eu pudesse falar alguma coisa, os organizadores chamaram Tom para uma última foto e, depois disso, todos aproveitaram o coquetel que foi servido. Quando o evento acabou, e eu estávamos arrumando nossas coisas, felizes porque havíamos conseguido um conteúdo incrível pro canal.
? – Tom disse, se aproximando de mim.
Ele já havia se trocado e não exibia mais aquele uniforme apertado.
– Oi, Tom.
– Você quer dar uma volta por Londres comigo?
– Claro, vai ser ótimo! Você vem, ?
– Óbvio que não, né, .
– Por quê?
Minha amiga me olhou como se eu fosse retardada.
– Porque sim, criatura! Agora vão vocês dois, saiam daqui!
Eu ri com a atitude da e depois segui com Tom. Nós saímos pelas ruas de Londres sem destino certo, simplesmente conversando e aproveitando a companhia um do outro. Tom me mostrou alguns pontos famosos de Londres e, no fim, acabamos indo até a Tower Bridge. Nós seguimos pela passarela de pedestres e paramos bem no centro da ponte, que é cortada pelo rio Tâmisa. Eu me apoiei na ponte e observei a vista, Tom parou bem ao meu lado.
– Que vista linda!
– É lindo, não é?
– É sim, Londres é encantadora.
– Não mais do que você.
Eu virei de costas pro rio e Tom parou bem na minha frente. Eu olhei pra ele e senti minhas bochechas esquentarem.
– Tom, por que você disse pra aquela garotinha que eu sou sua MJ?
– Porque eu queria que você fosse. Quer dizer, se eu pudesse escolher uma MJ, seria você.
– E o que isso quer dizer?
– Quer dizer que eu gosto muito de você. Eu não sei explicar direito, sabe, mas desde que a gente se conheceu na premiere, eu fiquei tão encantado com seu jeito e eu tenho pensado tanto em você cada vez mais.
– E por isso você me trouxe pra Londres?
– Exatamente. Eu realmente queria muito que você e a cobrissem o evento, mas eu queria, mais do que tudo, te ver de novo, estar perto de você.
– Que bom, porque eu também queria muito te ver de novo.
Tom passou a mão pelo meu braço e eu senti um arrepio passar por todo meu corpo.
, você me acharia muito louco se eu dissesse que estou apaixonado por você?
– Bom, se você estiver louco, então somos dois malucos apaixonados. – Eu disse sorrindo.
Tom se aproximou de mim e me envolveu pela cintura. Eu passei meus braços ao redor do pescoço dele e ele deixou seu rosto a centímetros do meu, nossos narizes se tocando. Eu senti meu coração disparar, o sangue pulsando nas minhas veias, nossas respirações aceleradas. Então eu fechei os olhos e Tom encostou seus lábios nos meus de forma delicada. Eu entrelacei meus dedos em seus cabelos ondulados e nós nos beijamos, um beijo intenso, profundo, como se nossas vidas dependessem daquilo.
– Uau! – Tom disse quando quebramos o beijo. – Isso foi maravilhoso.
– Foi sim. Viu só, isso é que é ter química. – Falei, fazendo Tom rir.
– Escuta, você sabe que a não quis vir com a gente pra deixar a gente sozinhos, né?
– Claro que eu sei, a é sútil como um elefante. Eu tava só enchendo o saco dela mesmo.
– Me lembre de agradecer a sutileza da .
– E eu preciso agradecer ao destino, que me fez ganhar aquele concurso e me fez te conhecer.
– Tem razão, o destino foi muito bom por me trazer você.
Tom então voltou a me beijar e nós ficamos ali, nos curtindo por um bom tempo. Depois, Tom entrelaçou nossos dedos e seguimos novamente pelas ruas de Londres. Tom foi me levar de volta para o hotel. Quando chegamos na porta do hotel, Tom me abraçou como se não quisesse mais me soltar.
– Não vai me soltar nunca mais? – Falei rindo.
– Eu não quero, sabe? Mas eu vou deixar você descansar, o dia foi puxado por conta do evento. Mas amanhã eu vou ficar o dia todo grudado em você.
– Ainda bem que ainda temos amanhã, já que nosso voo de volta é só segunda de manhã. Aliás, você planejou tudo, né?
– Obviamente, tudo premeditado.
– Espertinho!
Tom então me deu um último beijo antes de ir embora. Em seguida, eu subi para o quarto e encontrei a jogada na cama.
– Olha quem voltou, achei que tinha se perdido por Londres.
– Não exatamente. – Falei, sentando na minha cama e sorrindo.
– Esse sorrisinho aí, o que foi que aconteceu?
– Aconteceu que o Tom me beijou!
– Ah, eu sabia, eu tinha certeza! Vai, desembucha e me conta tudo.
Contei cada detalhe para minha amiga, que ouviu empolgada.
– Ai, gente, até que enfim vocês dois desencantaram! Quando vocês saíram, eu, o Harrison e o Harry já estávamos arquitetando um plano caso vocês continuassem no zero a zero.
– Ah, bonito, vocês três planejando as coisas nas nossas costas!
– Tudo por um bem maior.
– Bem, vocês não precisam fazer mais nada, já deu tudo certo.
– Ótimo, vou mandar uma mensagem pro Harrison e pro Harry falando que vocês se pegaram finalmente e que podemos cancelar o plano B.
– Mas, gente, vocês três viraram uma quadrilha, foi?
– Quadrilha do bem.
– Tá certo, to feliz demais para me abalar com qualquer coisa. Vou aproveitar pra descansar hoje, porque amanhã quero passar o dia todo grudada no Tom.
– Jesus, é tanta melação que eu já to ficando com diabetes. – falou, fazendo careta, e eu mostrei a língua pra ela.
Eu não conseguia parar de pensar em Tom, de lembrar dos beijos dele, eu não conseguia acreditar que tudo aquilo havia acontecido. O Tom era um sonho bom que havia se tornado realidade. Eu não sabia aonde aquilo ia dar, a única coisa que eu sabia era que queria aproveitar cada segundo do lado dele.
No dia seguinte, eu acordei e desci para tomar café com a . Depois voltei, tomei meu banho e me arrumei para sair, Tom viria me buscar. Eu coloquei um vestido lilás com estampa floral de manga curta. Ele era bem soltinho do busto para baixo e o comprimento ia até um pouco acima do joelho. Nos pés, coloquei uma sapatilha também lilás, assim como a fita que eu coloquei nos meus cabelos soltos. Fiz uma maquiagem bem leve, finalizando com um batom rosa bebê.
– E aí, como estou? – Perguntei para quando terminei.
– Bem meiga, acho que o inseto vai gostar. Um dia, mulherão. No outro, menininha. Uma garota versátil.
– Como você é boba. – Falei rindo. – Mas e você, vai ficar fazendo o que o dia todo sem mim?
– Olha, pra sua informação, eu posso sobreviver sem você. Eu to em Londres, cara, eu posso ficar de boa sozinha!
– Ah, eu tenho certeza de que sim. Vai sair então?
– Vou passear por Londres com meus parças, Harrison e Harry.
– É sério?
– Sim, por que é tão surpreendente?
– Por nada, só não sabia que vocês três estavam tão amigos.
– Bom, o Harrison foi abandonado pelo melhor amigo e o Harry pelo irmão, e eu fui abandonada pela minha melhor amiga. Estamos unindo forças!
– Essa é a hora que você começa a fazer drama e, como quem faz drama nessa relação sou eu, significa que é a hora de eu partir. Mas não se preocupe, nos juntaremos todos à noite pra jantar.
– Vou olhar na minha agenda se tenho um horário pra você.
– Ridícula você. – Falei e vi no meu celular que Tom havia mandando uma mensagem, dizendo que estava me esperando no saguão do hotel. – Bom passeio pra você e pros meninos!
Eu peguei minha bolsa e joguei um beijo para .
– Boa pegação pra vocês! – Ouvi a gritar.
Eu desci pelo elevador e, chegando ao saguão, encontrei Tom todo lindo, cheirando a sabonete e um perfume maravilhoso, os cabelos ondulados ainda úmidos meio jogados. Ele veio até mim e me deu um selinho longo.
– Como você consegue ser assim, hein?
– Assim como?
– Linda sempre!
– Ah, você fala isso porque só me viu arrumada. Você nunca acordou do meu lado, e posso te garantir que não acordo nada bonita.
– Eu duvido muito, mas agora que você tocou no assunto sobre acordar do seu lado, você acabou de colocar uma ideia na minha cabeça.
– Que ideia?
– O que você acha?
– Thomas! – Falei, finalmente entendendo.
– Que foi? Aposto que você pensou a mesma coisa depois de me ver com o uniforme do Homem Aranha. – Tom disse e eu comecei a gargalhar.
– Na verdade, eu já havia pensado nisso bem antes de te ver com aquele uniforme.
– Tá vendo, você tá pior que eu!
– Ok, vamos deixar esse assunto pra outro momento. Agora podemos ir pro nosso passeio?
– Vamos, né, já que não tem outro jeito.
O carro de Tom estava parado em frente ao hotel. Nós entramos e seguimos até o nosso destino. Tom me levou no Richmond Park, um parque lindo que ficava em Kingston Upon Thames, não muito distante do centro de Londres. Quando chegamos no parque, Tom estacionou e depois desceu para pegar no porta malas uma cesta enorme de piquenique.
– Caramba, tudo isso pra nós?
– Sim, cortesia da minha mãe.
– Sua mãe nos mandou comida. Nem conheço, mas já gosto muito dela. – Falei, fazendo Tom rir.
Nós entramos no parque e seguimos para um dos pontos mais alto onde, segundo Tom, era o lugar com melhor vista. E ele tinha razão, a vista era linda, dava para ver Londres de lá. Nós escolhemos um lugar para ficar na sombra de uma árvore e estendemos uma toalha no chão. Eu sentei encostada na árvore com as pernas esticadas, e Tom deitou com a cabeça no meu colo. Eu comecei a fazer um cafuné no cabelo de Tom e ele sorriu satisfeito.
– Isso é tão bom que eu poderia ficar aqui o dia todo.
– Daqui a pouco, você vai estar dormindo no meu colo.
– Essa é uma possibilidade, mas acho que prefiro ficar acordando aproveitando cada segundo com você.
– Sim, porque amanhã eu vou embora.
– Será que a gente pode não falar sobre despedidas hoje?
– Tem razão, nada de tristeza por hoje.
– Isso aí, e eu acho que você podia vir aqui me dar um beijo.
– Não sei, será? – Falei sorrindo e, em seguida, me abaixei para beijá-lo.
Tom, depois, me levou para dar uma volta pelo parque e conhecer tudo. Na hora do almoço, nós aproveitamos a bela cesta que a mãe de Tom havia preparado, estava recheada de coisas gostosas. Depois de comer bastante, nós deitamos lado a lado na grama. Eu olhei para o céu que estava extremamente azul. Eu senti, então, Tom me abraçar pela cintura e encostar o nariz da minha bochecha.
– Eu queria entender o que foi que você fez comigo, garota.
– Como assim? Eu não fiz nada. – Falei, olhando pro lado.
– Fez sim. Como pode a gente se conhecer a tão pouco tempo e eu simplesmente não conseguir parar de pensar em você?
– Eu juro que não fiz nada. Mas é bom, sabe, agora você sofre do mesmo mal que eu.
– Seja o que for, é muito bom.
Tom então me beijou daquele jeito maravilhoso que só ele sabia fazer. Eu poderia passar o resto da vida beijando-o. Quando a tarde começou a cair, decidimos ir embora antes que o sol se pusesse. Nós havíamos combinado de jantar com os meninos e a , então Tom me deixou no hotel para que eu pudesse me arrumar.
– E aí, Mrs S, resolveu voltar, hein?
– Voltei sim, voltei do paraíso.
– Menos , menos.
– E como foi seu dia?
– Foi ótimo, eu e os meninos fizemos um passeio bem de turista por Londres. Comemos bastante, demos bastante risada, eu fiz eles pagarem alguns micos, nada fora do normal.
– Fico feliz que tenha se divertido.
– Não vou nem perguntar como foi o seu dia. Aliás, eu posso fazer um resumo: beijos, abraços, declarações de amor, tudo isso enquanto admiravam a natureza.
– Nossa, , credo. Você consegue acabar com qualquer romantismo, sabe?
– Alguém tem que cortar um pouco desse açúcar, oras.
– Para de ser chata e vamos nos arrumar. Daqui a pouco os meninos estão aí pra gente sair pra jantar.
A noite estava fresca, então eu coloquei uma saia rodada vermelha e uma blusinha de gola boba sem mangas branca. Coloquei uma sapatilha boneca vermelha, deixei o cabelo solto e caprichei um pouco mais na maquiagem pra noite. Logo, os meninos chegaram e nós fomos jantar. O local escolhido para nossa última noite em Londres foi o famoso restaurante Nando’s.
– Vocês não podiam ir embora sem conhecer o Nando’s. – Harrison disse.
– Não mesmo! Até porque nem deu pra conhecer tudo. – disse.
– Mas esse é um bom motivo pra gente voltar logo. – Falei.
– Ei, pensei que eu fosse um bom motivo pra você voltar! – Tom falou, se fazendo de indignado.
– Não, Tom, você é um ótimo motivo, o motivo mais maravilhoso de todos!
– Ai, Jesus, não comecem! – disse, revirando os olhos. – Vamos pedir logo a comida antes que esses dois se empolguem.
Nós fizemos os pedidos e continuamos conversando. Quando os pedidos chegaram, devoramos tudo. A comida do lugar era realmente ótima.
– Eu acho que devíamos fazer um brinde. – Harrison disse, levantando seu copo de cerveja.
– E a que vamos brindar? – Perguntei também pegando meu copo, assim como os outros.
– Ao novo casal, oras!
– Quem? Eu e o Tom?
– Você tá vendo mais algum casal nessa mesa, ? – falou.
– Não, mas é que... Bom, eu não sei se nós somos oficialmente um casal.
– Como assim? Tom, você não pediu a em namoro ainda? – Harry perguntou.
– Ah, gente, nós não chegamos a falar sobre isso. – Tom respondeu.
– E nem precisamos, ninguém tá com pressa aqui. – Falei, já ficando vermelha com a situação.
– Tom, você vai mesmo deixar ela voltar pro Brasil assim, solteira? você vai deixar a sua gata soltinha do outro lado do oceano sem você?
– Mas é óbvio que não!
– Como se eu fosse chegar no Brasil e passar o rodo. Nunca fiz isso antes, que dirá agora.
– Ah, mas você sabe que, quando a gente tá com alguém, aparecem vários pra ficar em cima.
, não coloca lenha na fogueira!
– Mas ela tá certa mesmo, todos estão. Então, se alguém ficar de graça com você, pode dizer que você é minha namorada.
– Sou, é? Acho que eu não fui comunicada. – Falei e os meninos começaram a zoar com Tom.
– Fiquem quieto vocês. , será que você poderia me dar a honra de ser minha namorada?
– Não sei, deixa eu pensar... Claro que sim! – Respondi e Tom me beijou enquanto nossos amigos faziam festa.
Foi uma noite de risadas e diversão. Eu tentei não ficar pensando que, no dia seguinte, era a vez de ir embora. Os meninos deixaram a gente no hotel. foi subindo na frente enquanto eu me despedia de Tom.
– Amanhã de manhã eu venho buscar vocês para levá-las ao aeroporto.
– Não vai pedir pro Harry levar a gente?
– Não, dessa vez eu faço questão de ir eu mesmo.
– Até amanhã então, namorado.
– Até amanhã, namorada.
Tom me beijou e eu subi para o quarto relutante. Quando deitei para dormir, foi difícil pegar no sono, porque eu só conseguia pensar em como eu não queria ir embora. No dia seguinte, Tom chegou cedo com Harry para nos levar até o aeroporto. O caminho até lá foi um pouco silencioso, e eu sabia que era porque nós estávamos tristes por eu não poder ficar. e eu fizemos o check in no aeroporto, despachamos as malas e esperamos até a última chamada do voo para nos despedirmos dos meninos.
– Tom, Harry, valeu mesmo por tudo. – disse, dando um abraço em cada um deles. – Tenho certeza de que o material do evento vai bombar no nosso canal.
– Foi ótimo trabalhar com vocês, meninas. – Harry disse.
– Foi sim. Obrigada, Harry. – Falei, abraçando-o também.
– Bom, vamos dar um minuto pra vocês. Eu te espero lá dentro, . – disse, entrando pelo portão de embarque enquanto Harry se afastava o suficiente para nos dar privacidade.
– Eu vou sentir sua falta. – Falei, mexendo nos botões da camisa de Tom.
– Eu já to sentindo a sua.
Eu, então, parei e olhei nos seus olhos.
– A gente vai se ver logo, não vai?
– Claro que vai, eu vou dar um jeito. Eu não posso ficar longe de você por muito tempo, garota, você é meu vício. E mais do que isso, você é meu amor.
– Você também é o meu.
Tom então me beijou delicadamente, como se pudesse fazer aquele beijo durar pra sempre, mas nós tivemos que quebrar o beijo. Eu o abracei apertado uma última vez e fui para o portão de embarque. Eu joguei um beijo de longe para Tom enquanto ele sorria pra mim. Encontrei com a lá dentro e nós seguimos nosso caminho rumo ao avião. Quando já estávamos dentro do avião, prontas para decolar, eu olhei pela janela e vi Londres uma última vez.
– Você vai ficar bem, ?
– Acho que sim. Eu ainda não sei bem como a gente vai fazer isso funcionar, a única coisa que eu sei é que eu quero ficar com ele.
– Eu sei bem disso. Vai dar certo, pensa positivo.
O avião finalmente decolou e nós deixamos a terra da rainha pra trás para cruzarmos o oceano e voltar para o país tropical de onde viemos. Eu estava voltando diferente, com esse sentimento novo dentro de mim, com um namorado, e eu não fazia ideia de como isso podia dar certo. Mas agora era um pouco tarde pra voltar atrás, eu já estava apaixonada e nada podia mudar isso.
Meus dias se tornaram ao mesmo tempo felizes e cheios de saudades. Tom fazia de tudo pra se manter presente, me ligava todo dia, mandava mensagem e, sempre antes dele dormir, nós fazíamos chamada de vídeo.
– Amor, você precisa dormir. – Eu disse em mais uma de nossas chamadas.
– Eu sei, mas deixa eu te ver mais um pouquinho.
– Você é muito bobo mesmo.
– Escuta, amor, eu tava pensando uma coisa aqui. Você disse que você e a vão sair de férias agora no próximo mês, certo?
– Certíssimo, vamos sair de férias do nosso trabalho e vamos aproveitar esse mês de férias para cuidar mais do nosso canal. Tem muito conteúdo pra atualizar e nós precisamos de tempo.
– E vocês não pretendem viajar?
– Claro que sim! Entrou um bom dinheiro do nosso trabalho com o canal, vai dar pra fazer uma viagem bem legal.
– Então por que vocês não vem pra Londres de novo? Assim a gente pode se ver!
– Ir pra Londres? Caramba, como eu não tinha pensado nisso antes!
– Vai ser ótimo e vocês só vão gastar com passagem.
– Como assim? Tom, a gente não pode ficar na sua casa, que também é a casa dos seus pais.
– Mas eu não disse isso. Eu pensei em fazer igual eu fiz quando eu estava gravando Homem Aranha: Longe de Casa. Eu aluguei uma casa de temporada no centro de Londres. Assim, eu estava perto dos meus pais, mas podia ter minha privacidade com meus amigos.
– Ah, isso sim é uma ótima ideia. Eu vou falar com a , ver se ela topa.
– Tá bom, mas fala logo e, se ela topar, comprem as passagens.
– Ok, garoto, fica calmo, vou resolver isso o quanto antes.
– Enfim, eu vou dormir. Sonha comigo enquanto a gente não pode ficar junto de novo.
– Nem precisa pedir, eu sonho com você todos os dias.
– Eu também sonho com você sempre, inclusive acordado. Beijo na boca, amor!
– Beijos, meu lindo.
Eu desliguei com Tom e, em seguida, fiz uma chamada de vídeo para .
– Fala, criatura!
– Adoro o jeito delicado que você atende minhas ligações.
– De nada. Fala aí, o que tá pegando?
– Eu tava falando com o Tom agora pouco.
– Ah, novidade.
– Será que dá pra escutar?
– Tá bom, desculpa. Prossiga.
– Então, eu tava falando com ele sobre as nossas férias e ele sugeriu da gente voltar pra Londres, passar um mês lá. Você acharia ruim ir pra lá de novo?
, pelo amor de Deus, é Londres! Não tem como achar ruim. Aliás, ‘Londres’ e ‘ruim’ não cabem na mesma frase.
– Ai, que ótimo! E ele disse pra gente comprar só as passagens, porque ele vai alugar uma casa de temporada no centro de Londres que nem ele fez quando tava gravando o filme, aí nós ficamos lá com ele.
– Olha, eu adorei a parte de ir pra Londres e não gastar com hospedagem, mas eu vou mesmo ficar numa casa com vocês dois e seus hormônios?
, você não vai dormir no mesmo quarto que a gente, sabe...
– Claro que não, Deus me livre!
– Então é só fechar a porta do seu quarto e já era. Se quiser, te dou um protetor de ouvido de presente. – Falei, gargalhando.
– Misericórdia, Senhor!
– Eu to brincando, tá?
– Eu não gosto de ficar de vela, hein.
– E não vai, os meninos com certeza vão sair com a gente pra tudo que é canto.
– Tudo bem, vamos comprar logo essas passagens.
– Ah, obrigada, amiga! – Eu falei, empolgada.
e eu fomos até a agência de viagens no dia seguinte e já fechamos as passagens. Naquele dia, eu fiquei esperando ansiosa a ligação de Tom, não via a hora de contar pra ele. Quando finalmente meu celular tocou, mostrando uma chamada de vídeo de Tom, eu atendi com um sorriso enorme no rosto.
– E aí, falou com a ?
– Falei sim, olha só o que eu tenho aqui! – Eu disse, sacudindo a confirmação das passagens na mão em frente ao celular.
– O que é isso?
– Nossas passagens! Chegamos em duas semanas.
– Ai, meu Deus! Amanhã mesmo vou fechar o aluguel da casa. Vai dar pra gente fazer tanta coisa...
– Eu quero conhecer tudo dessa vez, viu?
– Pode deixar. E na semana que vocês chegam, vai ter um festival de música super legal no Hyde Park, vou comprar os ingressos pra gente ir no sábado.
– Espero que tenha artistas legais.
– Aquele cantor que você gosta vai tocar, o Ed Sheeran.
– Mentira? Ai, já quero muito ir!
– Eu devo ficar com ciúmes do Ed?
– Obviamente que não, né, Tom. Eu gosto do Ed como artista, amo as músicas dele, são pura poesia.
– Que bom então. Mas me diz... A não achou ruim vir pra Londres de novo?
– Claro que não, ela disse que Londres nunca é ruim. A única preocupação dela é ficar trancada na mesma casa que nós dois. – Falei e Tom gargalhou.
– Bom, se isso deixa a mais tranquila, eu vou pedir pro Harry ficar com a gente na casa também.
– Acho que ela vai ficar mais aliviada. Além disso, o Harry e o Harrison vão com a gente para os roles, né?
– Claro que sim. No festival mesmo, eles com certeza vão querer ir.
– Que bom, porque a também tá preocupada em ficar de vela.
– Fala pra parar de besteira.
– Sabe o que eu acho? Que a gente podia arrumar alguém pra .
– O que essa sua cabecinha tá tramando?
– Você por acaso não tem contato com o Jeremy?
– Que Jeremy? O Gavião Arqueiro?
– O próprio!
– Eu até tenho, mas espera... Você tá querendo apresentar os dois?
– Exatamente! A é doida naquele homem e eu sei que ele tá solteiro. Você bem que podia chamar ele pra ir no festival! Ele gosta de música, inclusive ele é cantor nas horas vagas, acho que seria uma ótima desculpa.
– Olha, , eu não vou te prometer nada, mas eu posso tentar.
– Então tenta, e qualquer coisa me fala. Mas olha, isso é segredo, hein, não conta nada pra .
– Não vou contar, pode deixar.
– Eu já to imaginando a cara dela vendo o Gavião bem ali na frente dela.
– Corre o risco dela querer te matar quando descobrir que você tá por trás de tudo.
– Vai me matar nada. Ela pode até pensar nisso mas, depois que ela tiver de papo com o Jeremy, ela vai me agradecer. E o melhor de tudo, ela vai estar muito ocupada com ele pra se preocupar com a gente.
– É... Pensando por esse lado, vou me empenhar bastante pra fazer esse encontro dar certo.
– Isso aí, amor. Viu como nós somos perfeitos juntos até pra armar as coisas?
– É óbvio que nós somos perfeitos juntos. E eu to tão feliz que vamos nos ver logo, não aguento mais ficar longe de você.
– Eu também não aguento, mas se prepara que daqui duas semanas vou estar aí nos seus braços.
– Vou te encher de beijos e outras coisas mais. – Tom disse, malicioso.
– Tom, se controla!
– To totalmente controlado.
– Agora vai dormir, vai, já tá tarde aí.
– Eu vou sim, vou dormir e esperar que o tempo voe. Boa noite, meu amor!
– Boa noite, amor.
Eu desliguei a chamada e deitei na minha cama, fiquei olhando pro teto e pensando que aquelas seriam as melhores férias da minha vida. Eu mal podia esperar pra passar um mês do lado de Tom, pra sentir os beijos e carinhos dele novamente. Eu iria viver aquele mês sem pensar no depois, a única coisa que importava era estar com o cara que fazia meu coração bater cada dia mais forte.
Aquelas duas semanas até o dia da viagem se arrastaram da forma mais vagarosa possível, me fazendo ficar cada vez mais ansiosa. Mas finalmente o dia chegou, e eu e a pudemos arrumar nossas malas e partir pra Londres. Mais uma vez, nós madrugamos no aeroporto na sexta-feira de manhã e pegamos nosso longe voo para o outro lado do oceano. Nós chegamos em Londres por volta das oito da noite, estávamos cansadas e famintas. Quando saímos pelo portão de desembarque, eu já me preparei para encontrar Harry nos esperando mas, ao invés dele, para minha surpresa, estava Tom, que abriu o maior sorriso do mundo ao me ver. Eu também sorri e corri, me jogando nos braços dele, depois comecei a encher o rosto dele de beijos.
– Eu senti tanto sua falta! – Tom disse quando eu parei de beijar seu rosto.
– Eu também, você nem imagina o quanto.
Tom então me puxou para um beijo apaixonado.
– Oi, vocês! Eu também estou aqui, sabe...
– Desculpa, , tudo bem? – Tom falou, cumprimento minha amiga com um high five.
– To bem sim, com muita fome, mas bem.
– Nossa, eu também to, eu poderia comer o mundo no momento.
– Que ótimo que vocês estão com fome, eu pedi pro Harry ir pedindo pizzas enquanto eu vinha buscar vocês.
– Então vamos embora logo, pelo amor! – falou, pegando sua mala.
Nós seguimos para a casa que Tom havia alugado no centro de Londres. Era uma casa simples, mas muito aconchegante. Era dividida em dois andares. Em baixo, ficava a cozinha, sala de jantar, um lavabo e uma sala de estar bem grande, com TV e lareira. No andar de cima, ficavam os quartos. Eram três quartos no total. Um seria da , o outro do Harry e o outro eu iria dividir com o Tom. Quando chegamos, Harry já estava arrumando a mesa na sala de jantar com a ajuda de Harrison.
– Olha quem chegou, nossa dupla favorita! – Harrison disse, vindo nos abraçar com Harry logo atrás.
– Espero que estejam com fome. – Harry disse.
– Basicamente, elas só sabem falar que estão com fome desde peguei elas no aeroporto.
– Tom, entenda uma coisa, prioridades são prioridades. – disse, fazendo todos rirem.
Nós então nos acomodamos na mesa e começamos a devorar as pizzas. Enquanto nós comíamos, aproveitamos pra conversar e rir bastante. Era bom estar ali de novo, com os meninos, com o meu amor. Nós ainda ficamos um bom tempo conversando na sala depois de comer e, quando já estava ficando tarde, Harrison foi pra casa dele e nós decidimos dormir porque, no outro dia, tínhamos que estar cem por cento para encarar o festival. Harry e seguiram cada um pro seu quarto enquanto eu fui com Tom pro nosso quarto. Eu peguei minhas coisas na mala e corri pro banheiro pra tomar um banho, eu estava precisando muito depois de passar tanto tempo dentro de um avião. Eu tomei um banho quente e demorado, depois saí e vesti um pijama de short e blusinha de alça de algodão branco, bem confortável. Assim que saí do banheiro, Tom entrou pra tomar o banho dele. Enquanto eu esperava por ele, aproveitei pra checar as redes sociais do canal. Um pouco depois, Tom saiu do banheiro cheirando a sabonete e vestindo apenas uma cueca boxer preta. Eu fiquei observando meu namorado com aquele corpo todo perfeitinho até ele vestir uma camiseta e uma calça de moletom e pensei comigo mesma que eu era uma garota de muita sorte.
– Amor, me diz uma coisa. E o nosso plano Gavião, deu certo? – Falei enquanto Tom se ajeitava ao meu lado na cama, debaixo do edredom.
– Deu super certo! O Jeremy já está em Londres e amanhã vai encontrar com a gente no festival.
– Ai, que máximo! Mal posso esperar pra ver a cara da .
– Confesso que também to curioso pra ver a reação dela.
– Se ela ficar brava, vou dizer que foi tudo ideia sua.
– Como se ela fosse acreditar. Ela vai saber na hora que saiu tudo da sua cabeça.
– Pior que é, vai mesmo!
– Mas agora vamos parar de falar dos outros e focar na gente, pode ser?
Tom me puxou pela cintura e começou a me beijar, primeiro devagar e depois a coisa foi esquentando cada vez mais.
– Amor. – Falei, quebrando o beijo.
– Que foi?
– Eu sei que você tá querendo muito ficar comigo, que você sentiu muito a minha falta, mas eu to realmente muito cansada.
– É sério isso, amor?
– Sério, desculpe. Meu organismo tá todo bagunçado por conta do fuso horário, eu to caindo de sono. Se eu não descansar hoje, amanhã não estarei disposta pro festival. Aliás, não estarei disposta pra nada, se é que você me entende.
– Ok, ja entendi, parei. Quero você muito disposta amanhã. – Tom falou e eu ri. – Mas a gente pode dormir abraçadinhos, né?
– Claro que pode! Você pode ser meu travesseiro. – Falei e abracei Tom pela cintura, deitando minha cabeça no peito dele.
– Eu posso ser o que você quiser.
– Hoje você não precisa falar pra eu sonhar com você. – Falei, olhando pra ele. – Hoje eu vou sonhar com os anjos e dormir com você, o que é infinitamente melhor.
– E que seja sempre assim.
Tom me deu um último beijo antes de nós nos aconchegarmos para dormir, e como eu dormi bem naquela noite, com uma paz enorme dentro de mim. No dia seguinte, levantamos e descemos para tomar café junto com a e o Harry.
– Tenho que dizer que dormi feito um bebê. – disse, se servindo de leite. – Graças a Deus, nenhum barulho inconveniente me incomodou. – Minha amiga disse, olhando pra mim, e eu ri.
– Claro que não, até porque eu dormi também e apenas isso.
– Como assim? – disse, me olhando incrédula.
– Minha filha, eu estava acabada. Se eu não tivesse dormindo, hoje eu não ia aguentar ir pra festival nenhum. E nós temos um mês todo pela frente, então de boa.
Nesse instante, Tom voltou da cozinha com um prato de torradas na mão e começou a rir.
– O que é tão engraçado?
– Nada não, inseto.
Nós terminamos nosso café e depois subimos para nos arrumar pro festival. Eu escolhi uma roupa estilosa e confortável. Afinal, iríamos passar praticamente o dia todo de pé. Coloquei um short jeans de cintura alta, uma baby look preta com o símbolo do Aerosmith, um tênis preto e arramei uma blusa xadrez vermelha na cintura. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo alto e passei uma maquiagem leve, finalizando com um batom cor malva.
– Caramba! – Tom disse quando eu saí do banheiro.
– Que foi?
– Você está linda! – Ele disse, vindo até mim e me envolvendo pela cintura.
– Ah, você também está ótimo. – Falei, medindo meu namorado de cima a baixo.
Ele estava todo de preto, calça jeans preta, camiseta preta e um boné preto.
– Tá pronta?
– Prontíssima.
– Que bom, vamos então que o Harrison já tá lá embaixo nos esperando.
Nós descemos e encontramos Harry, e Harrison nos esperamos. Nós nos dividimos em dois carros, eu e a fomos com Tom no carro dele e o Harry foi com o Harrison. Quando chegamos no Hyde Park, Tom foi até o guichê de ingressos retirar nossas pulseiras vip.
– Bom, agora que já estamos com as pulseiras, já podemos entrar. – Harry disse.
– Não, temos que esperar. – Tom falou.
– Esperar o quê? Tá faltando mais alguém? – Harrison perguntou.
– Sim, um amigo que combinei de encontrar aqui. Ah, olha lá, ele tá bem ali. – Tom falou, apontando para a entrada do evento.
Quando nos viramos, Jeremy Renner estava parado e, assim que avistou Tom, ele veio até nós. Olhei para e ela estava branca.
– Seu amigo é o Jeremy Renner? – perguntou, agora ficando vermelha.
– É sim, por quê?
– E aí, Tom! – Jeremy falou, cumprimentando Tom animado.
– Tudo bem, cara? Que bom que você aceitou meu convite. Deixa eu te apresentar. Esses são meu melhor amigo, Harrison, meu irmão, Harry, minha namorada, , e a melhor amiga dela, .
! – Minha amiga falou, meio alto demais.
– O quê? – Jeremy perguntou, confuso.
, você pode me chamar de , porque todo mundo me chama de . Mas se você não quiser, pode me chamar de , tanto faz.
Eu estava me segurando pra não começar a gargalhar da cara da .
– Ok, , gostei.
– Bom, agora o time tá completo, já podemos entrar. – Tom falou, me puxando pela mão.
Nós entramos no parque, que já estava lotado por causa do festival.
– Onde é o banheiro? – falou assim que entramos.
– Mas já, ?
– Já, e você vem comigo, dona .
me arrastou junto com ela para o banheiro mais próximo. Quando entramos no banheiro, eu comecei a lavar a mão, me fazendo de desentendida enquanto a me encarava.
– Que foi, amiga, que você tá me olhando?
– Não se faça de besta. Você sabia, né, que o Jeremy viria hoje?
– Eu? Imagina, ele é amigo do Tom, não meu.
– Ah, tá, você quer que eu acredite que o seu namorado teve a brilhante ideia de chamar o Jeremy pra vir no festival e você não teve nada a ver com isso?
Então eu não aguentei mais e comecei a gargalhar.
– Ai, , desculpe, mas eu não podia perder essa oportunidade.
– Não sei se te mato agora ou depois.
– Ah, para de reclamar, foi por uma boa causa.
– Foi sim. Tirando o mico que eu paguei na frente dele, tá tudo certo.
, para de ser chata e aproveita! Vai lá, conversa com ele, faz amizade e, de preferência, pega ele. Eu confio no seu potencial.
– Que bom que alguém acredita no meu potencial, viu?
– Vai dar tudo certo. Agora vamos logo que os meninos estão nos esperando.
Nós voltamos pra área vip junto com os meninos e achamos um lugar legal perto do palco pra assistir os shows. O Harrison e o Harry começaram a conversar com duas garotas que eram conhecidas do Harrison e, quanto a , depois do período de constrangimento, ela finalmente engatou um papo com o Jeremy. Durante um dos intervalos entre os shows, Tom foi buscar cerveja com os meninos e eu fiquei esperando com a .
– E aí, amiga? Me conta tudo!
– Que homem, viu! Ele é muito simpático, inteligente e bom de papo.
– Que bom saber disso, espero que até o final do dia você evolua de uma conversa pra um beijo.
– Falou aquela que eu quase tive que empurrar pra cima do Tom.
– Ai, que exagero.
– Nossa, as moças bonitas estão sozinhas? – Disse um rapaz alto, moreno e forte, se aproximando de nós.
– Não, não estamos. – falou, já cortando o cara.
– E cadê as companhias de vocês?
– Não te interessa.
– Na verdade, interessa sim, ou melhor, sua amiga aqui me interessa. – O cara falou, olhando pra mim como se eu fosse um pedaço de carne.
– Olha, sinto te informar que eu tenho namorado, então é melhor você sair.
– Ah, mas seu namorado não tá aqui agora. A gente pode conversar, não?
– O que está acontecendo aqui? – Tom disse, chegando e logo ficando do meu lado.
– Esse cara tá perturbando a gente. Aliás, ele tava dando em cima da . – falou.
– Será que você pode se retirar, meu amigo, antes que eu chame o segurança? Ela está acompanhada, não tá vendo?
– Opa, foi mal aí! – O cara disse e saiu em seguida.
Eu olhei pro Tom, ele estava vermelho de raiva.
– Você tá bem, amor? – Falei e peguei da mão dele a cerveja que ele tinha trazido pra mim.
– Não gostei nem um pouco desse cara em cima de você.
– Ai, que bonitinho, você tá com ciúmes!
– Claro que to, né?
– Não precisa ficar, você sabe muito bem que só tenho olhos pra você. – Falei, dando um beijo na bochecha dele e Tom logo voltou a sorrir.
Nós continuamos curtindo os shows, parando apenas para comer e ir ao banheiro. Quando a tarde começou a cair, finalmente chegou a hora do show do Ed Sheeran.
– Agora sim, o melhor show! – Falei e Tom me abraçou por trás, colocando o queixo no meu ombro.
O Ed entrou no palco e começou a cantar seus maiores sucessos. Então, quando ele começou a cantar Photograph, aconteceu o momento mais lindo daquele dia pra mim. Tom me virou de frente pra ele, me abraçou pela cintura e eu o envolvi pelo pescoço. O sol estava se pondo e o céu estava com aquele tom alaranjado. Eu encostei minha testa na testa do Tom, nossos narizes se tocando, e comecei a cantar a música olhando nos olhos dele. Ele também começou a cantar junto comigo, foi um momento mágico. Sabe quando nos filmes o mocinho e a mocinha ficam juntos e parece que o mundo todo ao redor desapareceu e só existem os dois? Foi exatamente assim que eu me senti. Quando a música acabou, Tom me puxou para um beijo apaixonado, sem se importar que estávamos num local público e que poderíamos ser fotografados. Eu assisti o resto do show abraçada com meu namorado e, quando olhei pro lado, percebi que as músicas do Ed haviam feito efeito em todo o grupo, pois o Harrison e o Harry estavam ficando com as meninas que eles passaram o dia todo conversando e, para minha alegria, a finalmente havia beijado o Jeremy. Quer dizer, eu não sei quem beijou quem, isso ela me contaria depois, mas os dois estavam enroscados um no outro. Quando o show do Ed acabou, nós decidimos ir embora. Nossos amigos queriam esticar a noite, mas eu e o Tom queríamos ir para casa, ficar juntos. Então o Harrison, o Harry e as duas amigas deles, junto com a e o Jeremy, seguiram para um pub, enquanto eu e o Tom voltamos para casa.
– Então quer dizer que estamos sozinhos? – Tom falou, tirando o boné assim que entramos em casa.
– Pois é. Que coisa, não?
Tom então me puxou e começou a me beijar. Nós fomos seguindo para o quarto. Quando entramos, Tom fechou a porta atrás de si e me olhou por um instante. Ele veio até mim e tirou o elástico que prendia meu rabo de cavalo, deixando meus cabelos caírem sobre os ombros. Então ele tirou a camisa xadrez que eu tinha amarrado na cintura e jogou no chão. Em seguida, ele tirou minha baby look e beijou meus ombros, depois o meu pescoço.
– Você é a garota mais linda e incrível que eu já conheci na vida.
– Eu não sei se eu sou, mas você faz eu me sentir tudo isso e muito mais.
Tom sorriu e voltou a me beijar enquanto eu tirava a camiseta dele. Logo, meu shorts e a calça dele também já estavam no chão. Nós deitamos na cama e Tom aproveitou para se livrar da minha lingerie enquanto tecia um caminho de beijos por todo meu corpo. Ele beijou a parte interna das minhas coxas e a minha barriga enquanto subia de volta para encontrar minha boca. Quando ele voltou a me beijar, eu também aproveitei e me livrei da cueca dele. Quando enfim não havia mais nenhuma peça de roupa entre nós, senti Tom entrar dentro de mim em uma explosão de sensações e sentimentos que eu nunca havia sentido antes. Nós chegamos ao clímax e Tom desabou ao meu lado, tentando recuperar o fôlego. Eu logo me aninhei nos braços dele e ele me apertou contra o seu peito.
?
– Que foi?
– Eu te amo tanto, mas tanto...
Eu sorri e olhei para cima para encontrar o olhar dele.
– Eu também te amo demais!
Tom me deu um beijo suave e, depois de um tempo, nós começamos tudo de novo. Eu sentia que poderia ficar pra sempre nos braços dele que jamais iria me cansar e, naquela noite, foi tudo que eu fiz: ficar nos braços do garoto que eu amava, como se o mundo fosse apenas nós dois.
No dia seguinte, eu despertei com a luz do sol no meu rosto entrando pelas frestas da janela. Eu abri os olhos preguiçosamente, Tom estava com o braço ao redor da minha cintura e eu senti sua respiração no meu pescoço. Eu fechei os olhos novamente, pensando em voltar a dormir, mas Tom se mexeu ao meu lado, despertando também. Ele beijou meu pescoço e depois deixou uma trilha de beijos nas minhas costas, me fazendo sorrir.
– Bom dia, meu amor. – Tom falou, sussurrando em meu ouvido.
– Bom dia, amor. – Falei, me virando para olhá-lo.
– Ah, eu sabia, eu tinha certeza de que você era linda acordando. – Tom disse e eu gargalhei.
– Para com isso, ninguém é lindo acordando. Mas obrigada pelo elogio.
Eu me espreguicei e senti aquele vazio no estômago que eu sempre sentia de manhã.
– Amor, eu to faminta.
– Ah, conta a novidade agora.
– Engraçadinho.
– Mas eu confesso que também estou com fome. Eu vou descer e fazer alguma coisa pra gente comer.
– E vai trazer aqui pra mim, né?
– Você quer café na cama?
– Obviamente.
– Tá bom, eu vou por tudo que tiver de gostoso numa bandeja e trazer pra gente comer. – Tom disse, me dando um selinho e levantando em seguida.
Tom vestiu sua cueca, uma calça de moletom e saiu do quarto. Eu aproveitei e levantei também. Coloquei minha lingerie e depois fui até o banheiro escovar meus dentes. Depois voltei e fiquei sentada na cama, esperando Tom. Não demorou muito e ele entrou no quarto com uma bandeja recheada de coisas boas. Ele colocou a bandeja na cama e nós comecemos a comer.
– A casa tá um silêncio. – Tom disse, pegando uma torrada.
– Será que o pessoal não voltou pra casa ontem?
– Olha, o meu irmão eu tenho certeza de que voltou. Ele é super tímido e travado quando se trata de garotas, é pior que eu. Fiquei até surpreso de ver ele ficando com aquela menina ontem na frente de todos. Agora a eu não sei.
– Gente, será que ela deu um perdido com o Jeremy?
– Bom, eles ficaram ontem, né.
– Independente de onde ela esteja, aqui ou em outro lugar, só espero que ela esteja com o Jeremy. Nosso plano Gavião deu muito certo, né?
– Demais, você é um gênio, amor. – Tom falou, me dando um beijo.
– Sou, é? O que mais eu sou?
– Linda, gostosa, você é tudo de bom e mais um pouco.
– Acordar assim faz até bem pra pele. – Falei enquanto Tom voltava a me beijar.
Depois que tomamos café, Tom desceu pra levar a bandeja até a cozinha e eu fui para o banheiro tomar um banho. Eu estava tomando banho quando Tom entrou no banheiro só de cueca.
– Eu não disse que o Harry tava em casa? Dei uma espiada no quarto dele, ele tá dormindo.
– E a ?
– Não sei, eu não ia entrar no quarto dela, né.
– Tá certo. Quando eu sair do banho, eu mesma faço isso. – Falei rindo.
O vidro do boxe estava embaçado, eu limpei o vidro e fiquei olhando para Tom, que estava em frente à pia do banheiro.
– Que foi que tá me olhando?
– Nada não, só to aqui pensando como meu namorado é gostoso.
Tom deu uma gargalhada e, em seguida, veio até o boxe, abrindo a porta. Em seguida, ele tirou a cueca e entrou no chuveiro.
– O que você tá fazendo, Tom?
– O gostoso aqui veio encontrar a gostosa. – Tom falou, me abraçando pela cintura enquanto eu passava meus braços ao redor do seu pescoço.
– Tá maluco, é?
– Por quê? Todo mundo resolveu dormir até mais tarde hoje, ninguém vai se importar com o que a gente tá fazendo aqui dentro. E sobre estar maluco, eu sou maluco por você.
Eu mordi o lábio inferior sorrindo e, em seguida, Tom me puxou para um beijou quente. Nosso banho acabou demorando mais do que deveria porque demorou um tempo até a gente conseguir parar de se agarrar e realmente tomar banho. Quando saímos do chuveiro, nos trocamos e, em seguida, descemos pra sala para ver se encontrávamos alguém. Harry havia acordado e estava jogado no sofá.
– Bom dia, maninho. – Tom falou, batendo no pé do Harry.
– Bom dia, Tom e .
– Bom dia, Harry. – Falei, me sentando no outro sofá.
– Achei que vocês não fossem sair daquele quarto hoje.
– Por mim, eu ficava por lá mesmo, mas a tá querendo saber da .
– Ela deve estar no quarto dela.
– Como assim? O que aconteceu ontem, Harry?
– A gente foi pra um pub. Depois de um tempo, a disse que ia voltar pra casa e o Jeremy disse que ia trazê-la, porque eu e o Harrison ainda ficamos mais um tempo no pub com as meninas.
– Interessante, ele trouxe ela pra casa. Acho que vou lá no quarto dela ver se ela realmente está por lá.
– Não precisa, , já estou aqui. – disse descendo pela escada e, para a surpresa de todos, Jeremy estava bem atrás dela.
– Olha só, bom dia pra vocês! – Falei rindo. – Dormiu bem, ?
– Maravilhosamente bem, e você?
– Nossa, minha noite foi incrível.
– Desculpa a invasão aí, viu, gente. – Jeremy disse, sem graça.
– Sem problemas, cara, pode ficar à vontade. – Tom disse.
– E então, quais são os planos pra hoje? – Harry perguntou.
– Moleque, você é jovem, eu não tenho mais esse pique. Eu não pretendo ir a lugar nenhum hoje. – disse.
– Por que então a gente não faz um churrasco? Assim não precisamos sair de casa. O que vocês acham? – Tom sugeriu.
– Eu acho ótimo, também estou cansada. – Falei preguiçosa.
– Legal, vou ligar então pro Harrison, pedir pra ele trazer as bebidas. – Tom falou, pegando o celular.
Uma hora depois, Harrison chegou carregado de bebidas e os meninos começaram a assar as carnes no pequeno jardim que havia nos fundos da casa. e eu havíamos arrumado os pratos na mesinha que havia no jardim e estávamos sentadas conversando.
do céu, tu viu isso? – falou, virando o celular pra mim.
Ela estava com o Instagram aberto e, na parte de pesquisa, havia vários fotos minhas com o Tom no festival do dia anterior, inclusive fotos nossas nos beijando. Eu peguei meu próprio celular e digitei o nome do Tom no Google. Brotou uma enxurrada de notícias com fotos nossas e a maioria com o título A nova namorada de Tom Holland.
– Amor, vem cá. – Falei, chamando Tom.
– Que foi?
– Olha isso.
Tom pegou o celular da minha mão, leu e depois me devolveu.
– O que tem?
– Estamos na primeira página de notícias, isso não é um problema pra você?
– Não, nem um pouco. Você se importa?
– Claro que não, o famoso aqui é você.
– Não tem nenhuma mentira aí, então nem ligo. Quero mais é que o mundo saiba do nosso amor mesmo. – Tom sorriu e me deu um selinho.
– Ai, gente, que coisa brega vocês dois.
– É mesmo, ? Pois e se eu te disser que você também tá na internet?
– O quê?
Eu abri outro site e mostrei para minha amiga, havia fotos dela no festival beijando o Jeremy.
– Eita, Jeremy, estamos na página de notícias também.
– Bom, eu sou solteiro, você também, não vejo grandes problemas nisso.
– Só faltou rolar uma declaração fofinha no final.
– Que declaração fofinha, , tá pensando que eu sou você? A parte diabética desse grupo eu deixo pra você e pro Tom. – disse e eu mostrei a língua pra ela enquanto os outros riam.
Nosso churrasco correu pela tarde toda entre muitas risadas e muita comida. À noite, nós fizemos uma fogueira no jardim e colocamos algumas cadeiras para sentarmos em volta. A se sentou do lado do Jeremy, Harry e Harrison estavam do outro lado, e eu me sentei no colo do Tom. Os meninos começaram a tocar violão e nós assamos marshmallows. Foi um dia incrível, com pessoas mais incríveis ainda, eu não podia imaginar uma vida melhor e muito menos podia imaginar minha vida sem o Tom.
Nós ficamos até de madrugada conversando ao redor da fogueira, o Jeremy acabou dormindo por lá novamente. No dia seguinte, o Jeremy disse que ia embora, mas nós convencemos ele – leia-a a convenceu – a ficar. No fim, ele achou que seria uma boa ideia tirar umas férias pelo restante do mês, e eu não quero nem saber o que a fez com ele dentro daquele quarto pra ele mudar de ideia. Então, com nosso grupo agora maior, nós decidimos que, na semana que estava começando, seria uma boa ideia dar uma de turista por Londres. Da última vez, eu e a viemos muito rápido e não tivemos tempo de conhecer tudo mas, dessa vez, não queríamos deixar passar nada. O primeiro lugar que nós fomos foi ao Museu de Cera Madame Tussaud e, meu Deus, parecia que haviam soltado duas crianças lá dentro, no caso eu e a . Os meninos se divertiram com a gente tirando fotos com os bonecos dos famosos.
, olha os bonecos do 1D!
– Vamos aproveitar e tirar foto, porque provavelmente eles nunca vão voltar a ser uma banda.
– Adoro seu otimismo.
– Sou realista, meu bem.
Nós fomos até os bonecos, eu sentei do lado do Liam e a , do Harry.
– Mas, gente, o Liam é lindo mesmo, né? – Falei, olhando o boneco.
– É o quê? – Tom falou, parando do meu lado. – Desde quando você gosta de 1D?
– Desde sempre, oras.
– Tom, meu amigo, você tá com ciúmes de um boneco. – disse, divertida.
– Não, to com ciúmes da pessoa que ele representa. Vai que ela esbarra com ele por Londres. – Tom falou e eu e a caímos na gargalhada.
– Ah, amor, fica com ciúmes não, tá? Só tem espaço pra você no meu coração.
Depois do museu, nós seguimos para a London Eye. Eu sempre quis conhecer aquela roda gigante, o único detalhe que eu esqueci é o quanto aquilo devia ser alto.
– Eu tenho medo de altura!
– Se você tem medo de altura, como quer conhecer uma das maiores rodas gigantes do mundo, criatura? – falou, sarcástica.
– Eu nunca tinha pensado na altura, só na beleza do lugar. – Falei e revirou os olhos.
– Relaxa, , eu vou estar lá com você. – Tom disse, segurando minha mão.
– Qualquer coisa, se der ruim, seu inseto joga a teia dele e te salva.
– Como assim ‘se der ruim’? Ela não é super segura?
, você não tá ajudando. – Harry falou.
– Vai dar tudo certo, amor. – Tom disse e entrelaçou nossos dedos, me puxando pela mão pra dentro de uma das cabines da roda gigante.
Era realmente muito alto. Eu levei um tempo para tomar coragem e abrir os olhos mas, quando o fiz, vi o quanto era linda a vista lá de cima. Tom estava com o braço ao redor dos meus ombros e fazia um carinho gostoso no meu ombro esquerdo, o que me ajudou a relaxar.
– Sua Londres é tão linda, amor.
– Agora é nossa Londres.
Eu sorri e Tom me puxou para um beijo.
– Ei, nós estamos aqui, cacete! – falou, protestando.
– Cadê seu medo de altura, ? – Jeremy perguntou, divertido.
– Já que é pra sentir frio na barriga, melhor que seja com uma coisa boa.
– Ai, pelo amor, alguém desce essa coisa, não quero ficar presa a metros de distância do chão com esses dois tarados.
– Ao invés de ficar me enchendo, , você devia aproveitar teu Gavião aí.
– Não devia nada não, porque eu e o Harry não somos um casal e não somos obrigados a ficar vendo essas coisas. – Harrison falou, fazendo todo mundo rir.
Nós terminamos o dia num restaurante com boa comida, como sempre. Conforme os dias se passavam, eu me acostumava cada vez mais com Tom ao meu lado. Dormir e acordar do lado dele, ter seus beijos a todo momento, seu corpo colado no meu todas as noites. E conforme o fim do mês se aproximava, mais agoniada eu ficava de imaginar como eu ia viver sem tudo aquilo quando as férias acabassem e eu tivesse que voltar pro Brasil. Ainda mais porque nossa ligação ficava cada mais forte. Ele até me apresentou pros pais dele! Mas como um namoro à distância e ainda mais com alguém famoso como ele poderia sobreviver?
– Tá pensando em quê? – me perguntou uma noite na cozinha enquanto eu preparava brigadeiro.
Depois que os meninos experimentaram o melhor doce brasileiro, eles ficaram viciados.
– To pensando em como vai ser quando a gente voltar pro Brasil.
– Eu sinto que você terá mais dificuldades do que eu de lidar com a distância.
– Ah, você jura? Isso é meio óbvio, né.
– Ah, , mas você e o Tom se amam tanto! Dá pra ver pelo jeito que vocês se olham.
– Eu sei disso, eu não tenho dúvidas, só fico pensando se todo esse amor vai sobreviver à distância.
– Se for de verdade, vai sim e, além disso, vocês vão encontrar um jeito de ficar juntos cedo ou tarde.
– Espero que você esteja certa.
– Cadê o nosso brigadeiro? – Tom disse, entrando na cozinha. – Os meninos estão lá na sala reclamado.
– Ah, moleque, tá achando que a gente virou suas doceiras particulares, foi? – disse, tacando um guardanapo em Tom.
– Não to achando nada, , eu tenho certeza! – Tom disse, rindo.
– Ah, inseto abusado! , eu vou enfiar a cabeça do seu namorado dentro dessa panela de brigadeiro!
– Ah, não vai mesmo que eu não vou deixar você estragar meu brigadeiro. – Falei, tirando a panela do fogo e saindo correndo pra sala.
– Você tá fugindo com o brigadeiro, , volta aqui! – Tom falou, me pegando pela cintura.
– Eu acho bom esse brigadeiro chegar aqui na sala, viu! – Harrison gritou.
Por mais preocupada que eu estivesse, não dava para ficar séria e nem triste por muito tempo naquela casa. Mas quando finalmente chegou nosso último dia em Londres, meu coração estava apertado e eu já não conseguia mais disfarçar isso. Na nossa última noite em Londres, nós decidimos não sair, porque tudo que a gente queria era ficar colado um no outro. O Harry e o Harrison haviam saído para um pub e só ficaram os casais na casa. A e o Jeremy estavam enrolados num cobertor, deitados no sofá e assistindo TV enquanto eu e o Tom descemos e fomos para o jardim. Tom estendeu um cobertor no chão para que nós pudéssemos nos deitar sob o céu estrelado. Eu sentei no cobertor e Tom sentou do meu lado.
, eu tenho uma coisa pra você.
– Pra mim? O que é?
Tom tirou um saquinho de veludo azul do bolso, depois ele abriu e tirou de lá uma linda pulseira de prata. Na pulseira, havia três pingentes pendurados: um pingente da London Eye, um pingente do Homem Aranha e, no meio, um coração. No coração, duas iniciais gravadas: M & T.
– Ai, meu Deus, é linda! – Eu disse enquanto Tom colocava a pulseira no meu pulso.
– Eu queria que você levasse um pedacinho de Londres pro Brasil com você, e também algo que fizesse você olhar e se lembrar da gente, se lembrar de mim.
– Como se eu pudesse te esquecer por um minuto sequer. As maiores lembranças eu vou levar no coração e na memória, mas eu amei o presente. Obrigada, amor! – Falei, dando um selinho nele.
Nós então nos deitamos no cobertor, Tom passou o braço ao redor do meu ombro e eu deitei a cabeça no peito dele.
– Que céu estrelado mais lindo.
– Não são estrelas, são os reis do passado olhando por nós.
– O quê? – Tom falou, sem entender.
– Como assim ‘o quê’? Não me diga que você nunca assistiu O Rei Leão? Se você disser que nunca viu, eu vou ser obrigada a terminar com você agora, Thomas!
Tom então explodiu em gargalhadas.
– Eu pensei que só Peter Parker gostasse de fazer referências a filmes.
– E eu pensei que só o Capitão América tinha dificuldade com as referências.
– Tudo bem, é claro que eu já assisti O Rei Leão.
– Acho bom mesmo, é um clássico! E espero que você tenha chorado na morte do Mufasa.
– Quem é que não chora com a morte do Mufasa?
– Muito boa resposta, agora já podemos voltar a ser um casal feliz.
– Agora, voltando a falar do céu estrelado, que na verdade são os grandes reis do passado. Você sabe, né, que não importa a distância, nós ainda vamos estar sobre o mesmo céu, mesmo que com um oceano nos separando.
– Se a estivesse aqui agora, ela diria ‘Senhor, que coisa brega!’
– Ainda bem que você não é a , né?
– É, eu achei fofo o que você disse. – Eu falei, olhando para Tom.
– Eu só quis dizer que eu te amo demais pra esquecer você, independente da distância.
– Eu acredito em você, porque eu te amo da mesma forma.
– Então não se preocupe. A gente vai ficar junto, nós vamos achar uma saída.
– Eu vou tentar não me preocupar.
– Agora sabe o que eu quero essa noite?
– O quê?
– Eu quero passar a noite toda fazendo amor com você como se não houvesse amanhã.
Eu sorri e Tom me beijou apaixonadamente. Pouco tempo, depois nós deixamos o jardim e fomos pro quarto. Inclusive, ao passar pela sala, vimos que e Jeremy também já não estavam mais lá. E logo eu e Tom estávamos na cama, o calor da pele dele na minha, nossas respirações na mesma sintonia, nossos lábios colados. Eu não sabia quando nós iríamos poder ficar juntos novamente daquela forma, por isso eu fiz exatamente como o Tom disse: me deixei ser amada pelo garoto que eu amo como se o amanhã não existisse.
Porém o amanhã chegou e eu tive que arrumar minhas malas e ir embora. Tom nos levou ao aeroporto de manhã. Mais uma vez, nós ficamos juntos até o último minuto. O Jeremy havia ido com a gente, pois ele também estava de partida para os Estados Unidos. O voo dele saiu antes do nosso e a despedida dele e da foi tranquila, sem maiores dramas. Eles iam se ver de novo, com certeza. Jeremy chamou a para conhecer a casa dele nos Estados Unidos, e minha amiga disse que iria assim que possível, mas a era desapegada, o que era bom, assim ela sofria bem menos do que eu. Depois que Jeremy embarcou, chegou a nossa vez. Como da última vez, se despediu de Tom e foi entrando pelo portão de embarque, nos dando um momento a sós.
– Você sabe que está levando meu coração com você, né? De novo, aliás.
– Eu sei, e você sabe que o meu fica aqui com você, de novo e pra sempre.
– Eu sei, vou cuidar bem dele até você voltar.
Eu olhei nos olhos de Tom e passei meus braços ao redor do seu pescoço, entrelaçando meus dedos em seus cabelos ondulados. Ele me abraçou pela cintura e encostou sua testa na minha.
– Eu te amo, , nunca se esqueça disso, nem por um segundo.
– Eu também te amo, Tom.
Tom então me beijou e eu senti o gosto salgado das minhas lágrimas que caiam livremente pelo meu rosto. Eu me afastei dele e segui para o portão de embarque, sem coragem de olhar para trás. Quando encontrei na área de embarque, ela simplesmente me abraçou e eu chorei baixinho. Nas longas horas de voo até o Brasil, eu permaneci em silêncio, envolta nos meus próprios pensamentos. Quando finalmente pousamos e seguimos para casa, eu mandei uma mensagem para o Tom, avisando que tínhamos chegado bem. Dormir aquela primeira noite sem ele foi quase que uma tortura e eu rolei pela cama até conseguir pegar no sono. Os dias que se seguiram não foram muito melhores, eu tentava me distrair trabalhando mais do que nunca em nosso canal, mas meu pensamento sempre se voltava para o Tom.
? – Falei uma noite, enquanto minha amiga estava na minha casa para editarmos vídeos para o canal.
– Que foi?
– Eu vou terminar.
– Terminar o quê, criatura?
– Vou terminar o namoro com o Tom.
parou de mexer no computador e me olhou com os olhos arregalados como se ela tivesse levado um tapa na cara.
– Você ficou maluca, garota?
– Não, estou completamente lúcida.
– Vocês se amam, por que raios você quer terminar?
– Porque eu não aguento mais essa tortura de namoro à distância! Eu não nasci pra isso, , eu preciso ter a pessoa perto de mim.
, pelo amor de Deus, quem vê pensa que vocês estão longe a anos. Não se passou nem um mês desde que voltamos de Londres!
– Mas eu to sofrendo! Eu só fico imaginando que eu não estou por perto. A qualquer momento, ele vai conhecer alguém mais bonita do que eu e que more lá! – Falei, irrompendo em lágrimas.
– Ah, , como você é insegura. – disse, vindo me abraçar.
– Sou mesmo.
– E você acha que terminar com ele vai resolver o problema? O que você vai fazer com tudo que você sente?
– Não sei, eu vou tentar esquecê-lo. Uma hora, eu vou conseguir.
– Você sabe que tá se enganando, né?
– Não importa, eu já tomei minha decisão.
– E quando você vai comunicá-lo?
– Amanhã. Quando ele me ligar, eu vou falar com ele.
– Ainda acho uma péssima ideia, mas eu sou sua amiga, estarei do seu lado de qualquer forma porque tá no contrato de amizade.
– Obrigada!
Eu passei a noite remoendo aquela ideia, mas não mudei minha decisão. No dia seguinte, quando Tom ligou, eu quase me deixei levar quando vi aquele sorriso lindo.
– Oi, amor! – Tom falou sorridente.
– Oi, Tom.
O sorriso dele logo murchou quando percebeu meu semblante sério.
– Aconteceu alguma coisa, ?
– É que eu preciso conversar com você.
– Pode falar, o que foi?
Eu respirei fundo antes de começar a falar.
– Tom, eu tenho pensado muito nessas últimas semanas desde que voltei de Londres, não tenho estado muito bem.
– Você está doente?
– Não fisicamente, mas a minha cabeça, o meu coração... Tá tudo uma bagunça. – Falei e as lágrimas já começaram a rolar.
– Amor, eu to ficando preocupado. O que aconteceu?
– Aconteceu que eu não estou conseguindo lidar com a nossa distância, eu não fui feita pra namoros à distância e eu to sofrendo demais.
, eu também estou sofrendo tanto quanto você. Mas eu acredito no nosso amor, sei que vamos achar uma saída.
– Não há saída! E é por isso que eu acho melhor a gente terminar.
Tom ficou alguns segundos olhando para tela do celular como se esperasse que eu começasse a rir e dissesse que era tudo uma grande brincadeira.
– Você não pode estar falando sério.
– Mas eu estou.
– Mas a gente se ama!
– Só isso não basta.
– Como não? E que amor é esse que desiste no primeiro obstáculo?
– Eu não consigo, Tom! Todos os dias, eu acordo sentindo sua falta e imaginando que, a qualquer momento, você vai conhecer alguém mais bonita do que eu, mais interessante, e vai se esquecer de mim. – Falei, chorando.
– Isso não vai acontecer, !
– Isso pode acontecer e você sabe disso, nós somos de mundos muito diferentes. Você é famoso, lindo, e eu não sou ninguém.
– Você é a mulher que eu amo!
– Eu nunca imaginei conhecer você pessoalmente, muito menos ter sua atenção, quem dirá seu amor. Você foi um sonho lindo, mas acabou.
– Não tem que acabar. Não pode, não depois de tudo que a gente viveu! Eu não sei mais como viver sem você.
– Você vai aprender e eu também. Vai ser melhor assim.
– Eu não sei como duas pessoas que se amam podem ficar melhor separadas.
– Nós já estamos separados, Tom, tem milhas e milhas de distância entre nós. E essa é minha decisão, você precisa respeitar.
– Eu respeito, mas não aceito.
– Eu sinto muito. – Falei e desliguei a chamada de vídeo em seguida.
Então eu desabei na cama, enfiei minha cara no travesseiro e chorei compulsivamente.
– Posso entrar? – Alguém disse batendo na porta.
– Quem é?
– Sou eu, né. – disse, enfiando a cabeça pra dentro do quarto.
– O que você está fazendo aqui?
– Eu vim porque sabia que você ia precisar de mim. Só estava esperando você terminar de fazer essa besteira aí que você acabou de fazer.
– Não fala nada, por favor.
– Ok, não estou aqui pra julgar, estou aqui pra dar colo.
então sentou na cama e eu deitei a cabeça no colo dela, as lágrimas saindo sem parar.
– Eu vou fazer brigadeiro pra gente e depois a gente vai assistir todos aqueles filmes clichês que você adora. E só por hoje você pode chorar a noite toda, eu deixo.
– Você é a melhor amiga que alguém poderia ter.
– Eu sei, eu sou demais. E, como boa amiga, vou cuidar de você, porque não gosto de te ver triste.
Naquele momento, nada poderia ser mais reconfortante que ter minha amiga por perto. Eu estava perdida, sem rumo, com o coração em pedaços. Eu não sabia de onde havia tirado coragem para terminar com Tom e eu ainda não sabia de onde tiraria forças para viver sem ele.


Tom
Eu não aceitava. De jeito nenhum, eu iria aceitar aquilo. Ela não podia simplesmente terminar comigo depois de tudo. Nosso amor era real e eu sabia disso. Não foi sonho, nem ilusão, foi o encontro perfeito entre duas pessoas, uma conexão única. E agora ela diz que não pode lidar com a distância e termina tudo? Eu não ia deixar isso terminar assim. Eu sentia tanto a falta dela, dos lábios, da pele, do sorriso de menina. Eu não podia deixar a mulher da minha vida ir embora sem lutar por ela.
– Como assim ela terminou com você? – Harrison perguntou incrédulo quando contei pra ele.
– Terminou, por chamada de vídeo. Ela disse que não pode lidar com a distância.
– Mas vocês pareciam tão apaixonados!
– Nós estamos apaixonados! Eu a amo como nunca amei ninguém.
– E você vai deixar por isso mesmo?
– Claro que não, eu vou tomar uma atitude e você vai me ajudar.
– Ih, caramba, vai sobrar pra mim.
– Amigos são pra essas coisas. Eu já sei exatamente o que eu vou fazer.
Contei para Harrison o que eu tinha em mente para que ele me ajudasse a por meu plano em prática o quanto antes.
– Caramba, você gosta mesmo dela. Nunca te vi assim tão mal e muito menos tão decidido.
– Ela é tudo pra mim. – Falei, tentando conter o nó na garganta.
– Relaxa, eu vou te ajudar e você vai ter sua garota de volta.
– Valeu mesmo, Harrison!
O Harrison tinha razão, eu estava mesmo decidio. Não importava o que custasse, eu iria trazer a de volta pra mim. Eu ia provar pra ela que distância nenhuma pode separar duas pessoas que se amam e iria fazê-la entender que nós devíamos ficar juntos, que nosso lugar era nos braços um do outro.



Eu sabia que não seria fácil, mas não tinha noção do quanto seria difícil seguir em frente com a minha decisão. Se antes eu acordava e passava o dia sentindo saudades, insegura, agora o que havia dentro de mim era simplesmente um vazio. Tom me mandava mensagem todos os dias e me ligava às vezes, mas eu nunca respondia ou atendia. Eu sei que eu deveria bloqueá-lo de uma vez, seria mais fácil, mas eu ainda não havia tido coragem. Eu tentei voltar minha atenção toda para o nosso canal, que crescia cada dia mais, mas eu confesso que era difícil sorrir pra câmera quando, na verdade, eu só queria chorar.
, nossos últimos vídeos passaram de um milhão de likes! – me disse, animada, enquanto checávamos o canal e as redes sociais.
– Isso é incrível, né? Quem diria.
– Eu acho que muito em breve nós vamos poder viver só com nosso trabalho na internet.
– Vai ser a realização de um sonho, finalmente.
– Pois é, mas é uma pena que você não está feliz com isso.
– É claro que eu to feliz!
– Mas está faltando alguma coisa.
– Ah, , não começa.
, você já olhou pra si mesma? Você está péssima!
– Caramba, obrigada.
– Eu sou sua amiga, tenho que falar a verdade. Você só trabalha e não quer saber de mais nada. Quando não tá trabalhando, tá em casa, deitada em posição fetal na cama. Você tá parecendo um panda, tem olheiras profundas debaixo dos seus olhos, e eu aposto que são de noites mal dormidas, chorando. E você não tem mais a mesmo energia nos vídeos. Poxa, cadê a Mrs. S?
– Eu devia mudar esse nome, sabe... – Falei e uma lágrima solitária escapou do meu olho.
– Só que não podemos mudar, porque é o nome do canal. Você sabe que o que você deveria realmente fazer não é mudar seu apelido de internet, mas sim voltar atrás na sua decisão.
– Eu não posso, não dá. E vamos parar de falar disso, por favor? Vamos falar do canal que é melhor.
Uma semana já havia se passado desde que eu terminara com Tom, e eu continuava me sentindo péssima. No sábado, a decidiu que seria uma boa ideia nós sairmos, mesmo eu não querendo ir a lugar nenhum. Nós fomos no cinema e, depois, fomos jantar num restaurante de massas. Eu tentei ser uma boa companhia pra minha amiga, me esforcei ao máximo para tentar me divertir, mas acho que não funcionou muito. me acompanhou de volta até minha casa. Eu até insisti pra ela dormir por lá, mas ela não quis.
– Poxa, você podia ficar aqui comigo, né, , me fazendo companhia.
– Não, hoje não, mas amanhã a gente se fala.
– Mas eu to sozinha em casa e você sabe que eu não to em condições de ficar sozinha.
, você vai ficar bem, ok? Vou pra casa agora. Qualquer coisa, me liga.
A foi embora e eu entrei em casa, a única coisa que me restava era por meu pijama e me enfiar na minha cama. Fui pro meu quarto e, quando abri a porta, dei de cara com algo que não estava ali quando eu saí. O chão do quarto estava cheio de pétalas de rosas vermelhas, havia algumas bexigas de coração penduradas pelo quarto e, acima da minha cama, havia um coração formado por luzes. Dentro do coração, estava escrito a frase “eu te amo”. Fiquei olhando aquele cenário por alguns segundos, tentando processar a informação, até que enxerguei a parte mais importante de tudo aquilo. Tom estava sentado na poltrona que ficava bem ao lado da cômoda.
– Mas o quê...? – Falei, tentando formular uma frase coerente. – Você está mesmo aqui?
– Claro que estou. – Tom disse, se levantando e vindo até mim.
– O que você está fazendo no Brasil? E o que é tudo isso?
– Eu vim aqui atrás do amor da minha vida. Eu quis fazer uma surpresa, por isso a decoração. Eu vim pra ter você de volta, . Eu não vou aceitar sua decisão, sinto muito.
– Como você conseguiu entrar aqui? Espera, a é sua cúmplice!
– Obviamente, né, e sua mãe também.
– Minha mãe?
– Sim, a falou com ela e pediu que ela passasse a noite fora. Enquanto a te levou pra sair, eu fiz tudo isso aqui. Com a ajuda do Harrison, admito.
– O Harrison também está no Brasil?
– Está, ele veio comigo pra me ajudar. Mas espera, isso são detalhes, o que realmente importa aqui é que eu vim atrás de você!
– Você é um maluco, sabia?
– Sabia. Desde a primeira vez que eu te vi, eu perdi minha sanidade por completo.
– Tom, isso é tão complicado... Eu estava sofrendo demais.
– E você está sofrendo menos depois que terminou comigo? Porque eu tenho que dizer que essa última semana foi um tormento pra mim.
– Não, eu não tenho sofrido menos.
– Então por que continuar se torturando? Nosso lugar é com o outro, . Entende isso, por favor.
– Mas e o que a gente faz com a distância?
– Nós vamos resolver isso o quanto antes. Por hora, eu só quero que você volte pra mim.
– Bom, eu não tenho forças pra dizer não pra você, e muito menos pra te mandar embora. – Falei e Tom abriu um sorriso enorme.
Ele chegou bem perto de mim, me envolvendo pela cintura enquanto eu alisava seu rosto e entrelaçava meus dedos naquele cabelo ondulado que eu amava.
– Eu te amo, , como eu nunca amei ninguém antes. Eu atravessaria o oceano mil vezes se fosse preciso pra estar com você.
– Eu também te amo, Tom, e por mais que eu tente, eu não posso viver sem você.
Tom então me puxou para um beijo cheio de vontade, de saudades, de amor. Ele tirou minha blusa e beijou todo meu pescoço e colo. Eu também tratei de tirar a camiseta dele, assim como as outras peças de roupas, que foram sendo eliminadas uma a uma e, logo, nós já estávamos na cama, nos amando. A sensação da pele dele na minha, dos beijos, era tudo tão incrivelmente bom que eu não sei como eu pude pensar em ficar sem tudo aquilo pra sempre. Eu estava me enganando, mas eu não ia mais insistir nisso. Eu merecia ser feliz.
– Promete que nunca mais vai me deixar, que nunca mais vai pensar em ficar longe de mim por causa de distância ou qualquer outra coisa? – Tom disse, enquanto nós trocávamos carinhos, nossos rostos colados de frente um para o outro.
– Prometo. Seja lá o que nós tivermos que enfrentar, será juntos.
Tom voltou a me beijar enquanto nós começamos tudo de novo. Eu e Tom pertencíamos um ao outro, agora eu podia ver aquilo com clareza e eu não ia mais lutar contra aquilo.
No dia seguinte, quando eu abri os olhos, Tom ainda estava deitado do meu lado, então não havia sido um sonho. Eu sorri e o beijei, fazendo com que ele despertasse. Era bom acordar do lado de quem a gente ama. Mais tarde, quando nós finalmente conseguimos sair da cama, nós saímos para encontrar nossos amigos.
, quando você vai parar de fazer as coisas pelas minhas costas? – Falei divertida enquanto nós almoçávamos em um restaurante.
– Nunca, oras. E primeiro que foi uma armação do bem. Segundo, foi o troco por você ter armado pra mim com o Jeremy.
– Você é ridícula.
– Eu fico bem feliz que tudo tenha se resolvido, sabe... – Harrison disse. – O Tom deprimido fica chato pra caramba.
– Você fala isso porque não viu a . Deus me livre, ela fica insuportável.
– Com amigos como vocês, quem precisa de inimigos, né? – Tom falou.
– Vocês são um bando de chatos. Só vou perdoar vocês porque eu to muito feliz. – Falei, encostando minha cabeça no ombro de Tom.
– Não existe ninguém mais feliz que nós nesse momento. – Tom disse, me puxando pelo ombro pra perto dele.
– Ai, Senhor, traz a insulina que eles já começaram com a sessão açúcar. – disse e eu mostrei a língua pra ela.
Tom passou o final de semana comigo antes de ter que voltar para Londres na segunda. Mas antes de partir, ele deixou duas passagens comigo para que eu e a fossemos para Londres dali a duas semanas, e não havia possibilidade de a gente dizer não. Ele disse pra que o Jeremy também estaria lá, então ela já estava praticamente arrumando as malas. Assim, duas semanas depois, nós embarcamos para Londres. Quando chegamos lá, eu meio que já me sentia em casa estando na terra da rainha.
– Então, onde nós vamos? – Perguntei para Tom enquanto saímos para passear, nossos amigos logo atrás de nós.
– Na London Eye.
– De novo? Gente, eu sempre quis conhecer a London Eye, mas subir uma vez lá já é suficiente. Aquele negócio é muito alto!
– Mas nós temos que ir lá hoje.
– Mas por quê, Tom? Pessoal, alguém me ajuda, eu não quero subir naquela roda gigante enorme de novo.
– Ah, , vamos lá, vai ser legal. – Harrison disse.
– É, dessa vez eu vou até filmar. – Harry disse, balançando sua câmera na mão.
– Por que será que eu acho que vocês estão aprontando algo? – Falei e meus amigos fizeram cara de inocentes. – ?
– Sei de nada não! – disse, se escondendo atrás de Jeremy.
Nós seguimos então para a bendita London Eye.
– Vem aqui, amor. – Tom disse, me puxando pela mão quando já estávamos dentro da cabine.
– Eu não posso ficar sentada?
– Não, eu quero que você venha comigo perto do vidro da cabine.
– Mas Tom, você sabe que eu tenho medo de altura, eu não quero ficar olhando lá pra baixo!
– Eu to aqui com você.
Tom e eu estávamos bem próximos do vidro, ele segurava minha mão enquanto nossos amigos ficaram sentados.
– Sabe, amor, lembra quando a gente veio aqui da outra vez e você disse que a minha Londres era linda, e aí eu disse que agora era sua Londres também?
– Claro que lembro.
– Então, eu estive pensando sobre isso. Você não acha que essa realmente podia ser a sua cidade, seu lar?
– Como assim? Você quer dizer vir morar em Londres?
– Exatamente.
– Eu amo Londres, eu adoraria vir morar aqui, mas as coisas não são tão simples assim, né, Tom. Eu não posso simplesmente largar a minha vida no Brasil sem saber o que vou encontrar aqui. Eu preciso de um trabalho, de uma casa, essas coisas básicas.
– Você não disse que o seu canal e da está bombando e que é questão de meses para que vocês possam passar a trabalhar exclusivamente no canal?
– Sim, eu disse.
– Então, você pode trabalhar no canal aqui de Londres. Quem sabe a não se anima também e vem morar aqui.
– Ela iria amar isso, mas eu ainda preciso de uma casa, e bancar uma casa em Londres não é fácil.
– Talvez você não precise morar sozinha, pode ter alguém pra dividir a casa.
– Você está falando em morar com a ? Ela é tão lascada quanto eu. – Falei rindo, mas logo percebi que o semblante de Tom não se alterou. – Você não estava falando da ?
– Na verdade, não.
– Então de quem você está falando?
– De mim, obviamente.
– Você quer morar comigo?
– Mais ou menos. Para ser sincero, eu quero mais do que isso.
– Você poderia ser um pouco mais claro?
Tom então respirou fundo e olhou nos meus olhos, ficando de frente pra mim.
, se tem uma certeza que eu tenho hoje na vida é de que eu te amo, que você é a mulher da minha vida e que eu quero passar o resto dos meus dias do seu lado. Então eu quero, sim, que você venha morar comigo, mas não como minha namorada.
– Não?
– Não, eu quero que você venha morar comigo como minha noiva.
Foi nessa hora que meu queixo caiu e meus olhos faltaram saltar das órbitas tamanha a minha surpresa. Tom então fez aquele tipo de cena bem clichê, se ajoelhou na minha frente e tirou uma caixinha de veludo vermelha do bolso. Nossos amigos assistiam a tudo e Harry filmava, porque era óbvio que só eu não sabia o que iria acontecer.
, você quer casar comigo?
Eu levei as mãos a boca e as palavras sumiram, ficaram presas na minha garganta por um momento.
– Você... Eu... Você tá me pedindo em casamento?
– Cacete, . Mais claro que isso, impossível. Precisa que desenhe?
– Cala a boca, !
, eu to esperando. – Tom disse me olhando, ainda ajoelhado.
– É claro que eu aceito!
Tom então se levantou e me beijou enquanto nossos amigos faziam festa. Depois, ele colocou o anel de brilhantes no meu dedo anelar da mão esquerda e eu só sabia sorrir feito boba. Quando nós descemos da London Eye fomos todos para um restaurante almoçar para comemorar e, mais uma vez, para minha surpresa, os outros dois irmãos do Tom e também os pais deles estavam nos esperando no restaurante. Realmente, tinha sido tudo bem planejado e eu fui enganada direitinho. À noite, antes de cada um se recolher para seu quarto, eu estava na cozinha, conversando com a . Nós estávamos na mesma casa que ficamos da última vez.
– Dá pra acreditar nisso? – Falei, erguendo minha mão com o anel brilhando nela.
– Claro que dá, tá aí no seu dedo.
– Ai, , pelo amor, você entendeu!
– Tá bom, eu entendi. – disse, rindo. – Eu to muito feliz por você. O inseto é um cara muito legal, vocês vão ser muito felizes. E se eu não for a madrinha desse casamento, eu te afogo no rio Tâmisa.
– E quem mais poderia ser minha madrinha, sua ridícula? Aliás, você precisa me ajudar com tudo, essa coisa de casamento dá o maior trabalho.
– Missão ‘madrinha de casamento’ aceita com honra.
– Mas eu vou me mudar pra cá antes do casamento, o Tom disse que já vai começar a ver casa. No máximo, daqui a um mês, eu venho morar com ele, e depois a gente começa a planejar o casamento pra daqui a alguns meses.
– Então você já pode começar a trabalhar exclusivamente no canal quando se mudar pra cá.
– Sim, essa é a ideia. Mas eu to pensando. Como a gente vai trabalhar juntas no canal estando tão distante? E como você vai me ajudar no planejamento do meu casamento estando no Brasil?
olhou pra mim com aquele sorriso faceiro.
– Você acha mesmo que vai se livrar de mim assim tão fácil?
– Como assim?
– Eu devo levar um pouco mais de tempo que você, uns dois meses, mas eu vou vir pra cá também.
– Isso é sério?
– Claro que sim, vou ficar fazendo o quê no Brasil? Meu amigo Tom até prometeu me ajudar a encontrar um cantinho pra chamar de meu que eu não tenha que vender os órgãos do corpo pra pagar.
– Ai, não acredito! – Falei, me jogando em cima da .
– Tá bom, tá bom, eu sei que você me ama e não vive sem mim. Agora vai dormir com seu inseto que eu vou dormir com meu Gavião.
Eu subi pro quarto e encontrei Tom já deitado na cama, me esperando. Eu deitei na cama, ao lado dele, e ele me abraçou.
– Que tanto você falava com a , hein?
– Ela tava me contando que também vai vir morar aqui e que você ficou de ajudar.
– Eu sei o quanto vai ser difícil pra você deixar sua família e amigos, o mínimo que eu posso fazer pelo menos é ajudar sua melhor amiga a vir pra cá também. Além disso, vocês trabalham juntas, é algo necessário.
– Você é maravilhoso, Tom!
– Eu vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo inteiro.
– Você já me faz a mulher mais feliz do mundo. Eu te amo, meu amor!
– Também te amo.
Tom me beijou e eu não conseguia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo. Eu estava explodindo de tanta felicidade e eu não sabia nem expressar o quão era bom a sensação de viver um grande amor.
No dia seguinte, a história do nosso noivado já havia se espalhado feito pólvora. Haviam várias fotos do dia anterior na internet e, já que todo mundo já sabia, Tom tornou tudo oficial, publicando uma foto nossa juntos em sua conta do Instagram, minha aliança em destaque, com a legenda Ela disse sim. Eu publiquei a mesma foto na minha conta com a legenda Eu disse sim. Quando nós voltamos para o Brasil, eu comecei toda a preparação para minha mudança. Saí definitivamente do meu emprego fixo e comecei a empacotar todas as minhas coisas que iriam para Londres. Quando Tom me ligou, dizendo que havia encontrado uma casa para nós, eu já estava com praticamente tudo pronto. Então, um mês depois da minha última visita a Londres, eu embarquei novamente para lá, dessa vez pra ficar. Eu e a gravamos vários vídeos antes de eu ir embora, e pretendíamos administrar esse conteúdo no canal até que ela também se mudasse para a Inglaterra, o que também não demorou muito para acontecer. O Tom a ajudou a encontrar uma casa como havia prometido. O lugar, aliás, não ficava muito distante da nossa casa. Quem gostou de saber que a havia se mudado pro lado de cima do mapa mundi foi o Jeremy, que passou a voar para Londres sempre que possível. Eu comecei os preparativos do casamento com a ajuda da minha amiga madrinha e, ao mesmo tempo, a e eu conciliávamos o trabalho no canal.
– Fala, galera! Mrs H e Mrs S na área e agora, definitivamente, transmitindo direto de Londres. – Falei olhando para a câmera do celular.
– É, e hoje temos convidados especiais no nosso canal. Super heróis em pessoa!
– Ficou curioso, né? Então não esquece de deixar seu like e segue com a gente.
– O meu convidado especial é o meu boy magia, aquele que tem uma pontaria certeira, o Gavião Arqueiro, senhoras e senhores!
– Boa tarde, seguidores! Deem um desconto que é minha primeira vez nisso. – Jeremy disse e nós rimos.
– Bom, e o meu convidado é ele, meu noivo e futuro marido, o amigão da vizinhança, Homem Aranha!
– Olá, pessoal!
– Gente, esse é meu amigo inseto! Ele vai se casar com a minha melhor amiga doida e eu vou ser a madrinha porque eu to podendo. Desculpa, mundo.
– Não liguem para a , ela tem sérios problemas. Eu avisei o Jeremy sobre isso, mas ele não me ouviu.
– Vocês sempre discutem assim nos vídeos do canal? – Jeremy perguntou, divertido.
– Obviamente que sim, né, meu bem, e é por isso que as pessoas assistem nossos vídeos, porque nós somos engraçadas. – falou, fazendo cara de tédio.
– Tá, a gente já teve a nossa DR do dia, , agora vamos ao que interessa. Os meninos estão aqui para falar do futuro da Marvel, no cinema e no streaming da Disney, o Disney +, então ajusta o áudio, se acomode na cadeira e se prepare para surtar com as novidades.
Nós fizemos a entrevista com os meninos e depois finalizamos o vídeo da nossa forma divertida de sempre.
– Vocês são muito boas! – Jeremy disse.
– Ah, obrigada, a gente faz o que pode. – disse, divertida.
– E agora que tal a gente comer? Meu estômago tá roncando. – Falei, fazendo drama.
– Tom, boa sorte como marido para alimentar essa lombriga que vive na por toda a vida.
– Tão engraçadinha você, né, , como se você não tivesse um buraco negro no estômago também.
– Não estamos falando de mim, ok?
– O que vocês querem comer? – Tom perguntou.
– Alguma coisa gorda. – Falei como se fosse óbvio.
– Que tal pizza? – Jeremy sugeriu.
– Sim! – Eu e respondemos em uníssono.
– Sou capaz de comer uma pizza todinha.
– Caramba, , to imaginando quando você ficar grávida dos bebês insetos. Vai comer o mundo, né?
– Gente, por que você tá falando em bebês? A gente nem casou ainda!
– Vai saber, né, vocês são rápidos.
– Ainda não tem nenhum bebê a caminho, . – Tom falou calmamente. – Mas, quando tiver, você será a madrinha, com certeza.
– Ei, você me consultou sobre isso, amor?
– Fica quieta, , meu amigo já me convidou.
– Como se você fosse convidar qualquer outra pessoa, né, amor.
– Ok, vamos parar de falar de bebês e vamos comer que, no momento, a única coisa dentro da minha barriga que preciso alimentar é a minha solitária.
Quando estávamos saindo do escritório lá de casa que eu e a usávamos de estúdio para os nossos vídeos, Tom me puxou pelo braço.
– Que foi?
– Eu já disse que eu te amo hoje?
– Olha, não me lembro mas, pelo sim e pelo não, é melhor você dizer de novo.
– Eu te amo! Te amo, te amo!
– Também te amo!
Tom me puxou para um beijo tão bom que eu quase esqueci da pizza.
– Vamos, casal! Deixem pra se pegar mais tarde que eu quero comer! – gritou do lado de fora do escritório.
Seguimos para fora e finalmente fomos comer. O vídeo com a participação dos meninos sem dúvidas foi um dos que mais bombou em nosso canal. Tudo estava maravilhoso, muito melhor do que eu havia imaginado nos meus melhores sonhos. Nosso canal só crescia e nós conseguíamos nos sustentar com o dinheiro que o canal gerava. Nós estávamos morando na cidade mais incrível do mundo e eu havia encontrado o grande amor da minha vida. Alguns meses depois, nos casamos. Foi uma cerimônia linda e emocionante, até a derramou algumas lágrimas. Eu não podia pedir mais nada, o destino havia sido perfeito em cada detalhe e não havia mais nada que eu quisesse, só que eu e Tom ficássemos juntos pra sempre, mas essa certeza eu já tinha dentro do meu coração.


Fim.



Nota da autora: Sem nota.



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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail. O enredo da estória é de exclusiva responsabilidade da autora, a beta não tem dever para com isso.


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