- Acho melhor nós terminarmos - Justin sussurrou com a voz embargada enquanto escondia o rosto na curva do pescoço da garota.
A menina, ao ouvir tal frase, entrou em estado de choque, afinal ela o amara tão intensamente, que nunca pensou que ouviria aquilo.
- Mas... Jus - ela tentou questionar, até mesmo especular algo, mas não teve forças pra dizer nada.
- Pense comigo, Ho! Eles nunca irão nos aceitar juntos - o garoto agora encarava fixamente os olhos da menina que tanto amara desde a infância - Você sabe mais do que ninguém que não é o certo fazermos o que estamos fazendo - a menina caiu em prantos colocando as mãos sobre o rosto.
Tudo que ela pensava é em como queria que aquilo não se passasse de um pesadelo, um terrível pesadelo que logo, logo ela acordaria.
- Mas eu te amo - ela sussurrou chorosa, como uma criança que acabara de acordar e não vira a mãe por perto.
- Mas você é a filha do Pastor! - ele disse exasperado tentando não chorar na frente dela, aquilo era difícil demais pra ele.
Justin sempre fora apaixonado por Hoppe, desde o primeiro dia em que colocou os pés dentro da Primeira Igreja Batista de Stratford. Ele ainda era um garotinho, mas no momento em que seus olhos caíram sobre aquela pequena menina que se encontrava em pé no altar da igreja segurando um microfone e olhando atentamente para a porta, ele sentiu uma alegria totalmente reconfortante lhe preencher.
Era como se tivesse acontecido ontem.
- Mamãe, por que hoje nós não vamos na igreja da vovó? - o garotinho apenas sete anos perguntou curioso para sua mãe que alegara que nesse domingo ambos iriam juntos a uma igreja diferente da que costumavam ir todos os domingos.
- Porque hoje é uma data muito especial para a Esther, aquela minha amiga, lembra-se dela, Justin? - a mulher desviou os olhos da rua onde vigiava olhando atentamente para todos os lados esperando pelo ônibus. O pequeno apenas concordou com a cabeça - Então, a filha dela que ama cantar, vai fazer uma apresentação de Natal e ela queria muito que fossemos vê-la. - Justin soltou uma exclamação em concordância como se tivesse entendido o que a mãe havia dito, mas na verdade ele não entendia o porquê de não poder ir até a igreja que sempre fora seu costume e poder ver seus amigos.
[...]
Uma fina camada de neve começou a cair assim que Pattie pegou na mão de Justin e ambos desembarcaram do ônibus que parara em frente a uma grande e bela construção no estilo gótico - facilmente confundida com as construções católicas erguidas no mesmo período -. Eles já estavam atrasados pois o ônibus demorava muito naquele dia da semana, então rapidamente a mulher arrastou o filho rumo a aquela bela construção que encantara os olhos do menino. Todos os fiéis e visitantes já se encontravam ali dentro, o culto havia começado há cerca de meia hora atrás, mas as portas estavam abertas e a maioria prestava atenção ao coral que acabara de fazer uma das suas apresentações da noite. Pattie envergonhou por ter chegado atrasada, tentou esconder a ruborização do rosto e desejou a Paz de Cristo para os diáconos que lhe cumprimentaram na porta, ela caminhou rapidamente ate o ultimo banco de madeira que havia ali e se sentou silenciosamente com Justin. O menino que até alguns minutos atrás protestara por ter vindo, estava boquiaberto encarando a parte da frente da igreja. Mais precisamente, uma menininha com seus longos cabelos castanhos ondulados jogados sobre o corpo, ela vestia um vestido da cor lilás todo rodado com a estampa de pequenos flocos de neve, os olhos azuis esverdeados da garota transmitiam nervosismo, mas ninguém conseguira reparar isso pois o sorriso dela mostrara o quão feliz estava apesar de tudo, aquele era o mais perfeito que Justin já vira. Tudo bem ele era uma criança com apenas sete anos, mas ela era encantadora. Foi então que a pequena levantou o microfone no qual segurava nervosamente próximo a boca e começou a cantar Silent Night, a expressão no rosto do garoto mudou para uma totalmente alegre onde ele abrira seu maior sorriso ao ouvir a voz daquela menina, o que era isso? Ele pensava com seus pequenos neurônios infantis. Um anjo? Talvez? Ele entrara no céu e não havia notado? Encantado ele começou a imaginar se ela realmente era um anjo ou não.
- É ela, Jus - sussurrou Pattie, completamente alegre para o filho - Ela não é linda, meu amor? - o menino não respondeu, ele ainda estava em transe ouvindo a voz da garota.
[...]
- Ah meu Deus! Hoppe, como você cresceu menina - Pattie exclamou chorosa pegando a menina no colo a deixando assustada - Oh! Minha linda você não se lembra de mim, né?
A pequena timidamente negou com a cabeça fazendo Pattie e sua mãe rirem. A mulher colocou a garotinha no chão e entrou em uma conversa desembestada com a amiga que já não vira há alguns meses por conta da vida corrida que ela levava.
E enquanto elas conversavam, o pequeno Justin encarava descaradamente e timidamente a menina que agora estava a sua frente. Hoppe, por sua vez, muito tímida, somente sorriu para ele entrelaçando seus dedos numa forma de lançar fora a vergonha que sentira ao encarar os olhos cor de caramelo do menino.
- Você cantou muito bonito - Justin disse baixo lançando um sorriso carinhoso pra menina.
- Obrigada! - ela agradeceu com um sorriso tímido que agora parecia que nunca sairia de seu rosto.
- Ta nevando lá fora, você quer brincar? - ele perguntou divertido e ela assentiu. - Mamãe. Mamãe. Mamãe - o menino dizia repetidas vezes puxando uma parte do sobretudo que Pattie vestia até a mulher voltar sua atenção para ele - Nós podemos brincar lá fora? - ele lançou para ela um irresistível biquinho apontando para Hoppe também, sabendo que a mãe cederia ao seu pedido. Dito e feito.
- Tudo bem pra você, Esther? - perguntou preocupada para a amiga.
- Sim, só não atravessem a rua, tudo bem? - a mãe se abaixou apertando o gorro rosa na cabeça da filha e a menina assentiu alegremente.
- Eu sou o Justin - ele levantou sua pequena mãozinha coberta por uma luva preta para cumprimentar a menina.
- Eu sou Hoppe - Ela sorriu encantada quando o garoto pegou sua mão e beijou a mesma.
Depois disso, os dois entraram juntos em um mundo mágico e fantástico que só quando se é criança se entende a fantasia de brincar e imaginar, principalmente quando se está nevando.
- E do que isso importa? - ela gritou revoltada - Eles não conseguem entender que eu te amo e que você também me ama.
Justin suspirou olhando para a paisagem ao redor. Eles estavam no lugar deles, onde há alguns anos atrás juntos haviam construído uma casa na árvore com uma vista perfeita para um longo lago esquecido no meio de uma das florestas da cidade.
Era mais difícil para ele do que ela poderia imaginar. Ter que deixar assim, seu amor pelo simples capricho da família da moça, eles estavam a todo custo tentando manter o relacionamento as escondidas mas já não estava mais dando certo.
Quando Justin decidiu declarar seu amor por Hoppe e finalmente pedir ela em namoro, ele já havia criado para si mesmo uma má fama com as pessoas da cidade. Por volta de seus quatorze anos ele já não via mais graça em apenas brincar de pega-pega ou jogar bola até tarde com seus melhores amigos, incluindo Hoppe. Nessa fase de sua vida o garoto decidiu que era hora de crescer e se tornar um homem, mas o que ele não sabia era que a maneira em como ele achava que um homem era, estava completamente destorcida da real maneira em que um deve de ser.
- Drew? - gritou a garota amedrontada e ao mesmo tempo preocupada com o amigo - Drew? - Hoppe estava com medo mas isso não lhe impediu de seguir Justin desde que ele saíra do Lofts At 99, um pub muito frequentado pelos garotos do colégio, mas eles não eram simples garotos, eram aquele que mais se envolviam em roubadas e Hoppe nunca aprovara as atitudes deles de beber até cair, se drogarem e entre outras coisas, como ela nem gostara de imaginar. O pior disso tudo era que Justin não falara com ela já há mais de três meses e pouquíssimas vezes apareceu na igreja nesse tempo, e mesmo assim ele a ignorava por completo. A garota não entendia o que acontecera com ele, afinal eles eram tão próximos, tão amigos. E desde seu aniversário de quatorze anos ele não falara mais com ela, desde aquela estranha aposta e cobrança que eles fizeram entre si, deixando a relação deles totalmente estranha:
" - Eu não acredito que você beijou a Jullie na minha festa - Hoppe exclamou risonha enquanto os dois caíam mais uma vez em uma crise de risadas.
A festa já havia acabado e agora eles já estavam no quarto dela, ambos de pijamas com varias guloseimas ao seu redor prontos pra mais uma noite deles. Eles sempre faziam isso, comemoravam juntos o aniversário de ambos, só eles, com uma festa do pijama cheia de brincadeiras e comidas extremamente gordurosas e doces. Mas Hoppe não se importava muito com o 'estrago' que isso faria no corpo dela, e Justin amara isso nela.
- Ah! Para, Ho, ela até que é bonitinha - Justin tentou reverter a situação dele. Eles se recuperaram de mais um ataque de risos , e logo ficaram em silêncio.
- Você já havia feito isso antes? - ela quebrou o silêncio tímida, mas a curiosidade lhe corroía, afinal Hoppe nunca havia tido tal contato com alguma pessoa antes.
- Beijar uma garota? - Justin a encarou e ela assentiu - Sim. Você lembra quem foi a primeira - e mais uma vez os dois começaram a rir - Sua prima de Londres, Marie - Hoppe assentiu se lembrando de como fora constrangedor fazer o que fizeram - Lembra que nós fizemos uma aposta? - ele perguntou nostálgico e ela assentiu corando, lembrando-se que não havia cumprido a aposta.
- Que se você beijasse ela, eu... - ela deixou a frase no ar e Justin sorriu.
- Me daria um beijo também - ele a encarou fixamente. Aqueles olhos azuis esverdeados o hipnotizara sempre, principalmente pela inocência que existiam nos mesmos - Mas na hora de cumprir a aposta, você saiu correndo e ficou sem falar comigo uma semana - eles riram se lembrando - Eu tive que cantar uma musica pra você me desculpar, sem eu ao menos saber o que havia feito.
- É, eu não batia muito bem da cabeça naquela época - ela disse começando a se envergonhar - Eu achava que gostava de você, e fiz você fazer aquilo porque queria saber como era te beijar... Mas na hora H eu me tremi toda - ela revelou logo depois rindo, deixando Justin totalmente surpreso. Pois ele só havia aceitado a aposta pelo fato de que ela o beijaria depois.
Um silencio constrangedor pairou sobre os dois.
- Você ainda quer saber como é? - ele perguntou aproximando dela.
- Ah! Justin, por Deus. Éramos crianças - ela disse envergonhada estranhando a aproximação dele.
- Foi há um ano atrás - ele sussurrou colocando sua mão por cima da dela que estava repousada no chão ao lado de seu próprio corpo - E eu quero cobrar minha aposta, pois eu cumpri minha parte - Justin aproximou o rosto do de Hoppe e ela se assustou pulando para trás quando os lábios do garoto tocaram os dela num selinho rápido e inocente.
- Hã... Acho melhor nós irmos dormir - ela se levantou correndo para a cama, ainda descrente pelo que acontecera. Justin simplesmente assentiu."
Desde então ele não olhara mais nos olhos de Hoppe, a garota até chegou a perguntar para Pattie qual era o paradeiro do menino, mas a mulher nunca soubera explicar. Ela caminhava cada vez mais adentro da floresta quando ouviu alguns gemidos de dor vindo ao longe. Preocupada, correu em busca do barulho e se deparou com uma cena de partir seu coração.
- Drew! - ela gritou apavorada ao ver o melhor amigo apanhar injustamente de quatro caras. Sem pensar nos atos e consequências, ela correu e se atirou para cima de um dos caras - Larga ele! Para com isso - ela distribuira tapas com toda sua força sobre o cara mas não surtia efeito algum nele.
- Oh! Sua vadiazinha veio te defender - o cara zombou fazendo Justin que ate então estava de olhos fechados os arregalar assustado ao ver quem estava ali.
- Ho, sai daqui - ele gritou temeroso com que os caras poderiam fazer com ela.
- Não sem você - ela gritava ainda batendo inutilmente no cara.
Os caras começaram a rir, até que então pararam e chutaram Justin em um só golpe o fazendo cair no chão e cuspir sangue.
- Isso foi um pequeno aviso! Você me dá a grana no fim dessa semana - o cara maior entre os quatro ali disse - Ou então sua puritana aqui poderá me servir como pagamento!
Dito isso ele deu mais um soco em Justin e saiu dali, deixando uma Hoppe aterrorizada. Onde fora que Justin havia se metido?
Hoppe ficara morrendo de medo de que algo acontecesse com ela depois daquilo, mas ainda temia por Justin e por isso uma semana depois do ocorrido ela, não se segurou e contou tudo para Pattie. A mulher completamente desnorteada sem saber o que fazer com o filho, implorou para a garota não contar a história pra ninguém, pois ela daria um jeito, a menina concordou e no mesmo dia Pattie pagou a dívida de Justin e o internou em uma clínica de reabilitação.
- Você sabe que não estamos fazendo o certo com isso - Justin quebrou o silêncio depois que os soluços de Hoppe ficaram mais fracos - É errado continuarmos escondidos.
- Nós podemos fugir - sugeriu esperançosa, ela toparia qualquer coisa para que não tirassem seu amor da sua vida.
- E fazer o quê? Virar mendigos? Morar de baixo da ponte? Por Deus, Ho, tenta entender - ele encarou a namorada que o olhava tão abatida digna de pena, se ele não estivesse da mesma maneira - Eu. Não. Sou. O. Cara. Certo. Pra. Você - sibilou desviando o olhar dos olhos dela, não conseguiria fazer isso os olhando.
- É claro que é! Eu amo você. Você me ama!
Ele suspirou passando as mãos fortemente no rosto, puxando os cabelos para cima. Ele estava começando a se entregar, ele iria chorar, e só havia uma maneira de fazer isso para que Hoppe entendesse.
- Quem lhe disse que eu te amo? - perguntou juntando toda a amargura em si, pois ele precisaria disso para fazer o que faria.
- Você… - ela sussurrou sem forças embarcando mais uma vez num choro sem fim.
- Quem lhe disse que eu te amo? - perguntou juntando toda a amargura em si, pois ele precisaria disso para fazer o que faria. - Você... - ela sussurrou sem forças embarcando mais uma vez num choro sem fim.
Já era fim de tarde e Justin havia convidado Hoppe para que fosse com ele na casa da árvore onde os dois costumavam brincar quando pequenos, e iam lá antes dele ter que se internar com problemas com drogas. Já havia um ano que ele fora internado e voltara totalmente novo e recuperado, ah! E decidido. Ele estava decido em fazer algo há muito tempo já, mas só não tinha a coragem, o medo lhe corria, mas naquele dia ele acordara mais decidido que nunca. Escrevera uma música, escolheu o lugar e a hora, tudo estava planejado na mente dele, esse era o certo a fazer.
Justin naquele dia acordou totalmente empolgado e contou tudo que estava planejando para sua mãe, que o encorajou alegre pelo filho, depois de tomar um café e pegar tudo que precisava foi para escola. Todo dia vinte e quatro do mês - tirando o Natal - Justin e Hoppe iam para a casa da árvore na floresta comemorarem mais um mês da amizade firme e forte dos dois, essa tradição começara depois de que ele voltou e nada mudou entre eles. Quer dizer, quase nada!
Ao chegar na escola ele parabenizou a amiga dando para ela um cartão enfeitado e ela fez o mesmo, ambos passaram o dia inteiro juntos. Depois da escola Justin convidou Hoppe para tomar um soverte e ela prontamente aceitou e de lá eles foram para a floresta deles.
[...]
- Ta tudo bem com você, Drew? - perguntou Hoppe preocupada ao ver que o garoto tremia como vara verde na hora que o sol começou a se pôr.
Justin sorriu a tranquilizando, ele amava quando ela chamava ele pelo seu segundo nome, pois sempre era quando a mesma estava preocupada com ele, e isso para o mesmo era considerado até mesmo uma prova de amor.
- Eu... Fiz... Algo pra você - revelou o garoto tomado pelo nervosismo.
- Sério? Cadê? O que é? - ela gritou eufórica se jogando nele procurando por um embrulho de presente ou algo do tipo.
Então, com as mãos tremendo, o garoto tirou uma folha de papel do bolso da calça, alcançou seu violão o mesmo que ela lhe dera há uns três anos atrás como presente de aniversário. Lentamente ele abriu a folha e entregou pra garota que o encarou com uma certa confusão.
- Não fala nada tá, espere eu terminar? - ele disse com a voz tremida e ela assentiu.
Oh céus, ele nunca se sentira tão nervoso, nem quando fora fazer a prova para ser bolsista no colégio particular que ela estudava.
Me plus you, I'ma tell you one time Eu mais você, vou te dizer uma vez
One time, one time Uma vez, uma vez
When I met you girl my heart went knock knock Quando eu te conheci, garota, meu coração bateu, bateu
Now them butterflies in my stomach won't stop stop Agora as borboletas no meu estômago não vão parar parar
And even though it's a struggle love is all we got E, mesmo que isso seja um amor difícil, é tudo o que temos
And we gon' keep keep climbing to the mountain top E nós vamos continuar continuar a escalar até topo da montanha
Your world is my world Seu mundo é o meu mundo
And my fight is your fight E minha luta é sua luta
My breath is your breath Minha respiração é sua respiração
And your heart E seu coração
And girl you're my one love, my one heart E, garota, você é meu único amor, meu único coração
My one life for sure Minha única vida, com certeza
Let me tell you one time Deixe-me te dizer uma vez
(Girl, I love, girl I love you) (Garota, eu amo, garota, eu amo você)
And I'ma be your one guy E eu serei seu único garoto
You'll be my #1 girl Você será minha garota número um
Always making time for you Sempre arrumarei tempo pra você
I'ma tell you one time Eu vou te dizer uma vez
(Girl, I love, girl I love you) (Garota, eu amo, garota, eu amo você)
You look so deep, you know that it humbles me Você me olha tão profundamente, você sabe que isso me humilha
You're by my side, them troubles them not trouble me Você está ao meu lado, os problemas não me atrapalham
Many have called but the chosen is you Muitas foram chamadas, mas você é a escolhida
Whatever you want shawty I'll give it to you O que você quiser, gatinha, eu vou te dar isso...
Ao ouvir a voz melodiosa dele cantar aquelas palavras, Hoppe teve um conjunto de emoções tão grandes que a fizeram chorar. Primeiro, ele a amava da mesma maneira que ela o amara desde os seus treze anos - agora eles estavam com dezesseis -. Segundo, ela ficou encantada com a atitude dele. Terceiro, ela ficou mais apaixonada ainda pela voz dele, por todo ele. Quarto, tudo que ela queria naquele momento era abraçá-lo, mas prometera que ficaria quieta até que ele terminasse. Um misto de emoção, paixão, amor, encantamento e todos os sentimentos bom dessa vida tomaram conta dela e ela não se segurou, caindo em lágrimas.
Então ele terminou a canção e sorriu para ela.
- Ho! Por favor, seja minha! - ele disse a encarando fixamente, querendo mostrar pra ela através daquele olhar o quanto a amava - Seja minha namorada, e me faça a pessoa mais feliz dessa terra.
Hoppe ainda perplexa levou as mãos no rosto sem nem se lembrar que o tinha que responder.
- Você pode dizer alguma coisa agora. Eu já terminei - ele brincou com a lerdeza dela, mas o nervosismo era notado.
- Eu aceito! - ela sussurrou mas foi o bastante para ele pular e gritar de felicidade.
- ELA ACEITOU! ELA ACEITOU! - ele abriu os braços e girou em torno de si mesmo contemplando o por do sol. Parou subitamente a encarando pois a mesma o olhava com um sorriso bobo no rosto e ainda um pouco confusa. Afinal o que ela teria de fazer agora?
Como se tivesse respondendo aos questionamentos de Hoppe, Justin estendeu a mão para ela e a levantou puxando para perto de si.
Eu te amo, minha namorada - ele disse feliz colando seus lábios nos dela, que logo o beijou apaixonadamente.
- Você disse que amava, Justin - ela se levantou alterada agora o encarando - Vai me dizer que tudo não se passou de uma mentira? - ela se aproximou dele falando com amargura e um misto de raiva por ter ouvido tal suposta declaração - Vai me dizer que esses seis meses. SEIS MESES - ela frisou a ultima frase em um grito histérico - De luta, tentando fazer com que todos nos aceitassem juntos. Tentando colocar na cabeça das pessoas da nossa igreja, dos meus pais, da sociedade. Do caralho a quatro que seja. Você tá me dizendo que todos esses seis meses lutando pra viver um amor, foram mentirosos? - ela o encarou ainda triste, amargurada.
- Seis meses tentando, mas não consegui - ele suspirou se preparando para o que diria - Seis meses querendo uma única coisa de você, mas você não me deu...
Hoppe o encarou incrédula. Ele não poderia estar se referindo a isso. Não, não o seu Justin, aquele garoto encantador que ela se apaixonara desde de o natal há nove anos atrás.
- Oras! Não seja tola, Hoppe - ele disse com desdém. Se lhe dissessem que ele falaria tais coisas com ela da forma que ele estava fazendo, o mesmo espancaria a pessoa que pensou em tal possibilidade, mas era o certo a se fazer - Tudo o que eu queria. O que eu sempre quis. Foi simplesmente te levar pra cama! - e aquela revelação falsa para Justin, saíra tão verdadeiramente de seus lábios que fora como se um punhal tivesse atingido o estômago de Hoppe a fazendo querer vomitar todo sangue dentro de si.
Para ela, tudo não havia se passado de uma farsa, ele só queria levá-la pra cama?
- Você... Não, não pode estar falando a verdade - ela disse sem emoção na voz, totalmente incrédula.
- Quer que eu fale mais claramente pra você entender? - ele soltou um riso debochado. Com toda certeza ele se espancaria ao sair dali - Eu nunca amei você, Ho, querida - debochou um pouco mais da garota. O aperto em seu peito a fazer isso era tão grande, que ele queria acabar com tudo e sair correndo dali e se enfiar de baixo de um cobertor e chorar - Eu só queria te comer! Só queria te foder e depois de jogar fora! Agora entendeu? Mas nem pra me isso você prestou!
Hoppe, triste, desolada, acabada o encarou e se espantou quando não viu mais o brilho de sempre naquele mundo caramelo que ele chamava de olhos. Ela o olhou enojada, não conseguira acreditar no que ele acabara de dizer, mas seus olhos mostravam para ela que era verdade.
- Eu não... Não... - ela não soube o que dizer. E nem precisou, pois ele não estava mais lá.
E ali com o sol se pondo da mesma maneira como se iniciou, terminou. Nem tudo tem um final feliz, nem sempre as coisas são como queremos. A vida nem sempre nos devolve bengalas de caramelo, a maioria das vezes ela nos engana com fel. Arrancando de nós toda a esperança de um dia viver, e acreditar no amor.
Naquele dia depois de chorar horas e horas jogada na casa da árvore, Hoppe fora encontrada pela polícia local, já desacordada. A garota chorara até perder as forças e a consciência e só fora encontrada quando o relógio marcara meia noite.
Quando acordou em seu quarto, com o corpo totalmente dolorido, a cabeça explodindo e os olhos inchados, ela desejou que tudo não se passasse de um pesadelo até que seus pais vieram em seu quarto por volta das dez da manhã.
- Você não amava aquele garoto, minha filha - Esther falava achando que estava consolando a filha - É só uma fase, minha querida. Não se preocupe.
- O céu está alegre, minha querida - o Pastor vulgo pai da garota exclamou contente - O filho pródigo voltou! Você voltou para nós. E será novamente minha menininha, minha Hoppe - a garota encarou os pais incrédula. Mas sabia que discutir não adiantaria nada, então simplesmente se calou até que eles saíssem.
Ela sempre fora ensinada a amar o próximo, e que esse era o mandamento que Deus mais preservara entre seu povo. Mas quando ela decidiu amar o próximo, com todo o seu ser, sem saber nem ao menos controlar o amor. Todos lhe julgaram dizendo que aquilo não era amor, e que ela estava ficando louca. Afinal quando que a puritana, perfeitinha e imaculada filha do Pastor, namoraria um ex usuário de drogas?
Mas Deus não mandara amar a todos? Pensava a garota. O mesmo não dizia " Vinde após mim vós que estás cansado e oprimido e eu vos aliviarei"? Então por que ela não poderia se apaixonar por um cara que em uma certa parte da vida se meteu com coisas erradas, mas que depois voltou para o caminho certo?
Que Deus era esse que todos diziam para ela que não aprovava o amor que nascera na infância, como o deles havia nascido?
Com toda certeza esse não era o Deus que ela conhecera e tanto amara.
E mais uma vez em poucas horas, ela entrou em prantos. Hoppe não saia do quarto, nem mesmo para comer.
Se passaram dias, semanas, meses. E a garota só se levantava de sua cama para fazer aquilo que lhe era obrigado. Nos sábados se reunir com as pessoas do coral, nos Domingos apresentar louvores a Deus em um culto, e durante a semana as obrigações da escola. Vivia agora uma vida pacata, como se fosse um robô. Não sentia mais prazer em nada, odiava a escola e todos que estavam lá, odiava o fato de Justin ter saído do colégio e começado a frequentar a escola pública da cidade. Odiava o fato de ter que se levantar da cama colocar um sorriso no rosto e sair caminhando pelas ruas desejando a Paz de Cristo, se ela mesmo não estava em paz. Os únicos momentos em que ela conseguia se desligar um pouco de tudo eram no ensaio e louvor do coral da igreja e quando estava no banho. Nos ensaios e louvores pelo fato de a música ser tudo que ela tinha agora e ser a uma da únicas coisas que lhe transmitia paz e tranquilidade, pois a outra hora, a terrível e sombria hora do banho onde ficavam trancados dentro do banheiro, ela seus medos e aflições e uma grande lâmina totalmente cortante e afiada.
E assim ela viveu mais três anos de sua vida. Seus pais, parentes, e até mesmo os colegas que havia feito no decorrer desse tempo, nunca conseguiram notar o quão sombria era a vida da garota. Pois ela era esperta! Era muito fácil enganar a todos e conseguir se livrar dos julgamentos, ela só colocava um imenso sorriso no rosto e dizia que ' A vida era bela '.
Até que um certo dia, seu aniversário de dezenove anos, ela recebeu uma notícia que para ela poderia ser finalmente seu recomeço. A garota já havia se formado no ginásio há um ano, mas ainda estava a espera da resposta da sua Universidade dos sonhos a; Faculdade de Artes e Música Julliard. Música era a vida de Hoppe, e era isso que ela queria pro resto da mesma, viver da única paixão que lhe sobrara depois de que Justin lhe deixou. E então depois de tanta espera a carta chegou, na época ela havia se inscrito com Justin pois era um sonho que ambos compartilhavam em viver juntos, e isso fez com que a diretoria da escola cometesse um pequeno erro e mandasse as duas cartas para o mesmo endereço o dele. Pattie orgulhosa pelos dois meninos, mesmo abalada pelo o que acontecera com a relação deles, foi prontamente alegre entregar a carta para a menina que pulara nos braços da mulher com tamanha felicidade.
Justin que estava lá fora no carro esperando pela mãe, não conseguiu conter o sorriso nos lábios e que algumas lágrimas caíssem de felicidade pela amada. Ele nunca a esquecera, e fizera de tudo pra conseguir, mas o que é verdadeiro nunca se esquece. Justin também havia passado, mas estava incrivelmente mais feliz por ela do que por ele mesmo.
[...]
Cinco anos depois.
- É sério, Hoppe, se eu tivesse qualquer outra opção, não estaria recorrendo a você - Pattie exclamou aliviada e ao mesmo tempo angustiada.
- Tudo bem, Pattie, não vejo problema algum em hospedá-lo. - Hoppe disse compreensiva. - Ah! Querida muito obrigada serei eternamente grata a você por isso! - depois disso elas se despediram e Hoppe jogou o celular no sofá do outro lado da sala e se jogou no que estava a sua frente.
Já fazia quase dois anos que ela se formara na universidade no curso de música, desde então ao receber um proposta tentadora de uma gravadora em Londres ela se mudou para seguir sua carreira como uma produtora de sucesso. A vida de Hoppe estava indo as mil maravilhas (ou quase isso), ela tinha um emprego no qual era apaixonada e sua condição financeira lhe dava direito de manter um apartamento de luxo no centro de Londres, viver uma vida boa e ainda ajudar a família financeiramente que ainda moravam no Canadá e estava vivendo um pequena crise no país. Era esse o motivo pelo qual Pattie a ligara. Justin também havia se formado em Julliard - apesar de que Hoppe havia esbarrado com ele pouquíssimas vezes no campus -, mas ele não havia obtido o mesmo sucesso como ela. E como sempre ela pensava, a vida nunca fora justa. Pois ele mesmo com uma boa formação estava agora vivendo de pequenos bicos e apresentações em pubs no Canadá. O que para Pattie poderia mudar a vida dele aconteceu. A produtora para qual Hoppe trabalhava estava abrindo algumas oportunidades na empresa, e como a garota já havia conversado com Pattie várias vezes, sem que Justin soubesse, ela o indicou para o emprego. Ele foi aceito, mas o grande problema era que o cargo inicial dele, era muito mais baixo do que o que ela havia começado, no qual quando ela se mudou para Londres a empresa lhe ofereceu tudo, inclusive uma moradia. E fora por isso que naquela manhã Pattie desesperada, depois de contar várias vezes suas economias juntas com as do filho, ela percebeu que nem assim ele conseguiria se mudar para Londres sem ter que morar de baixo de uma ponte por um mês. Mesmo sabendo que a relação do filho com Hoppe ainda não era estável, afinal eles nunca voltaram a se falar desde o termino, ela implorou para que a menina o hospedasse pelo menos ate que o mesmo conseguisse se estabilizar na cidade.
Piedosa, Hoppe permitiu. Mesmo sabendo que não suportaria olhar na cara de Justin depois de tudo que ele havia dito para ela.
Mas o que rondava a cabeça da garota naquele momento era se ele ainda mantinha algum sentimento por ela, como a mesma ainda mantinha por ele. Justin poderia ter dito o que disse a ela naquela tarde, mas ela ainda o amava tão intensamente que não conseguira o substitui-lo, nem pensar no caso de ter algo com um outro alguém, o dono do seu coração era ele e sempre seria, e se o destino não quisesse que eles ficassem juntos, ela morreria sozinha.
Ah! Por Deus, Hoppe! Ele nunca te amou, o mesmo deixou claro isso! Não pense besteiras - a garota ralhou para si mesma, completamente nervosa com esses pensamentos que lhe perseguiam todos os dias antes de dormir ou quando um dos rapazes de sua idade na nova igreja que ela frequentava tentavam se aproximar dela, mas ela cortava as intenções deles pela raiz, antes mesmo delas começarem.
Era domingo, e naquela manhã gelada faltando somente três dias para a Véspera de Natal, Hoppe acordou completamente alegre e disposta. Ainda era cedo quando a garota decidiu de vez levantar-se da cama, afinal ela teria o ultimo ensaio do coral para a grande apresentação natalina naquela manhã, e com toda certeza ela não poderia se atrasar, pois ela era a solista.
Em questão de minutos Hoppe já havia tomado seu banho e agora já se encontrava em frente aos armários da cozinha procurando algo para comer e percebera que teria de ir ao mercado depois que se retirasse da igreja naquela manhã. Então para que não passasse fome ela pegou o último pacote de biscoite e correu para fora de seu apartamento. Estava frio naquele dia, mas ela decidiu-se ir caminhando, pois a igreja ficava a somente quatro quarteirões dali. Hoppe precisava pensar, colocar suas emoções e sentimentos nos eixos, pois sabia que a chegada de Justin estava próxima, ela havia se esquecido de perguntar exatamente o dia e o horário para Pattie, mas sabia que seria ainda nessa semana. Por favor Deus, que não fosse justo no dia vinte e quatro! Ela clamou desesperada em pensamentos. Hoppe saberia que não suportaria passar aquela data tão especial junto a ele.
[...]
- Ótimo pessoal, foi perfeito - Hoppe exclamou alegre assim que decidiram pôr um fim no ensaio, eles não precisariam mais de ensaiar estava tudo lindamente perfeito.
- Mas é claro que está né, H, você que produziu tudo - elogiou Caleb, um dos integrantes do coral, fazendo Hoppe corar violentamente.
A menina somente sorriu agradecendo e embarcou em uma conversa com os colegas. Enquanto ela planejava animadamente com todos como seria a apresentação, Caleb a observava completamente vidrado no sorriso da garota, ele já havia lhe lançado varias indiretas mas a mesma nunca lhe dera atenção, já havia algum tempo que ele começara a reparar nela com outros olhos que não fossem como uma simples amiga da igreja. Mas com a aproximação que eles tinham ele sabia que não tinha chances nenhuma com ela, o coração da garota era de outro.
- Ca, posso te pedir um favor? - Hoppe apareceu na frente do garoto lhe dando um pequeno susto e logo os dois riram juntos disso.
- Claro, H, o que você precisar - ele disse tentando ser galanteador. Mas como sempre ela não dera atenção.
- É que eu preciso ir ao mercado fazer algumas compras, porque a dispensa lá em casa tá vazia... - ela dizia timidamente.
- E você quer a minha companhia ? - perguntou surpreso. Hoppe riu negando.
- Na verdade preciso de uma carona, porque vim sem carro. Mas sua companhia também será de boa serventia - ela sorriu para ele e logo caíram na risada.
- Nossa! Estou lisonjeado pela senhorita fazer questão da minha presença - ele brincou em falso ar de superioridade e ao mesmo tempo ofendido.
E rindo eles foram para o carro rumo ao mercado que havia ali perto.
Caleb era um rapaz lindo, alto de cabelos cacheados e castanhos assim como seus olhos sua pele era pálida, como um típico britânico. Sua aparência deixava de bocas abertas todas as jovens da igreja, mas Caleb não era Justin. E Hoppe se martirizava sempre que o menino tentava demostrar interesse por ela e a mesma o cortava ela simplesmente não conseguia. Mesmo achando que já havia passado da hora de seguir em frente.
- Almoça comigo hoje? - Hoppe encarou Caleb fazendo sua melhor cara de pidona. O menino olhou para ela surpreso, afinal era sempre ele quem a convidara para esses programas.
- Você está requisitando minha presença em sua humilde residência? - zombou a fazendo rir. Hoppe se sentira bem com ele, e por isso a vontade estranha de almoçar com o mesmo surgiu em sua mente.
- Mas é claro, cavalheiro - Caleb riu assentindo e logo os dois saíram do carro rumo as compras.
[...]
- Senhorita Fosther - o porteiro totalmente educado chamou a atenção de Hoppe assim que ela adentrou o hall do prédio rindo junto a Caleb.
- Hoppe. Eu já lhe disse pra me chamar de Hoppe, Tadeu! - o porteiro a olhou tímido como pedido de desculpas.
- Me desculpe! Senhorita... - a garota bufou percebendo que te não adiantaria pedir, aquele senhorzinho era educado até demais. - Mas é que tem um rapaz a sua espera - ele disse apontando para a sala de espera que havia do lado direito no imenso hall do prédio.
Os olhares de Hoppe e Caleb se seguirão para onde o porteiro apontava fazendo com que a garota prendesse a respiração e sentisse seu peito arder com o solavanco que seu coração dera, quando seus olhos encontraram a face distraída do rapaz.
- Ah... Tudo bem Tadeu! - ela disse ainda sentindo uma dor forte no peito, seus batimentos estavam fora do compasso.
Ainda desnorteada por vê-lo ali, ela caminhou ate o rapaz que estava sentado em um dos sofás olhando atentamente para um livro em suas mãos no qual ela não conseguira ver o título. Hoppe pigarreou chamando atenção do garoto que logo a olhou. E tudo foi como se o tempo tivesse parado para ela, e só estavam ali os dois, encarando um ao outro, um choque entre os olhos azuis esverdeados aos cor de caramelo. Ela ficou sem reação ao ver sua face agora tão de perto, ele estava diferente. Da melhor maneira possível que ela pudera imaginar, Hoppe nunca pensou que havia como ele ficar mais bonito do que já era em suas lembranças. A garota não sabe ao certo quanto tempo ficaram ali se encarando, ambos sem reação alguma, sem dar comando algum para que um músculo qualquer se movesse, só se deu conta de que estava fazendo papel de tola quando ele se levantou ficando de frente para ela e lhe estendeu a mão como cumprimento.
- Quanto tempo, senhorita Fosther - um sorriso malandro se formou nos lábios dele ao ver a reação dela quando o ouviu chamar-te pelo sobrenome.
- Por favor, Bieber! Me chame de Hoppe, ou até mesmo Valentine, mas por favor não me chame de senhorita Fosther - ela exclamou cansada. A garota nunca gostara de que as pessoas lhe tratassem com tamanha cordialidade.
- Desculpe! Força do hábito - sim ele amava provocá-la com o nome quando eram melhores amigos.
- Que isso não se repita, Bieber - ela sorriu, para ele, ainda encantada e um pouco desacreditada de que ele estava realmente ali parado em sua frente. E estava lindo.
O barulho de um pigarro foi ouvido atrás de Hoppe, e então a garota pareceu voltar a realidade e lembrar-se de onde estava.
- Ah! Me desculpe Caleb, que mal educada da minha parte - disse exasperada ao ver a expressão de desconforto no rosto do amigo - Esse é Justin, aquele amigo meu do Canadá que vai passar uns tempos aqui em casa - ela diz um pouco desconfortável e se sentindo uma completa boba por ter babado tão descaradamente em Justin.
Os rapazes se encararam e somente se cumprimentaram com um aceno da cabeça.
- Então, H... Temos que subir, sabe essas sacolas estão pesadas - reclamou brincalhão, fazendo a amiga se envergonhar ao lembrar que ele estava segurando todas as compras por puro cavalheirismo enquanto ela babava em seu ex namorado.
- Ah! Claro - ela voltou seu olhar para Justin que mantinha uma expressão ríspida olhando para um ponto fixo, que aparentemente era a testa de Caleb - Bie... Quer dizer, Justin - ela se embaralhou quando ele a olhou novamente - Pegue suas coisas e vamos subir - ela apontou para as duas malas pequenas que estavam ao lado do sofá.
Justin assentiu e os três seguiram para o elevador, naquele momento Hoppe nunca achou que a distância da portaria ao sétimo andar do prédio fosse tão longa. O silêncio que se mantinha no elevador era completamente constrangedor, e ela nem ao menos sabia o porque. Assim que o elevador se abriu dando já dentro do apartamento da garota - típico dos prédios de luxo da cidade - eles adentraram no hall e foram para sala.
- É... Vou levar as compras pra cozinha - Caleb se pronunciou ao ver que não estava bem vindo ali entre os dois.
Justin e Hoppe se encararam e ele sorriu carinhosamente para ela, o mesmo sorriso que dera na igreja quando a viu pela primeira vez na infância. A garota totalmente constrangida pela atitude dele, começou a olhar para todos os lados da sala evitando olhá-lo nos olhos e pensando numa maneira de se livrar daquele clima estranho e vergonhoso.
- Ah! - ela exclamou como se tivesse achado um tesouro assustando Justin minimamente com isso, mas logo ele riu - Eu achei que você chegaria só no fim da semana, e então não preparei o quarto de hóspedes - ela disse tímida entrelaçando seus dedos uns nos outros. Seu sinal típico de nervosismo - Mas pode deixar suas coisas lá que a empregada dá uma passada aqui hoje ainda no fim da tarde e o arruma pra você - a garota apontou para a escada ainda evitando o olhar dele - Se quiser pode tomar um banho também, você deve estar cansado da viagem. - ela estava nervosa e dizia tudo rapidamente causando um sorriso no rosto de Justin. Pois ele a conhecera melhor que ninguém, e saber que ainda tinha esse efeito sob ela, era ótimo.
Hoppe já se preparava pra sair da sala rumo a cozinha, precisava ajudar Caleb com as compras, mas foi surpreendida por um pequeno toque em suas mãos.
- Ho... - Justin sussurrou fazendo o corpo da menina se estremecer, ninguém a chamava assim, só ele.
A menina meio desnorteada com o toque e sentindo as pernas temerem se virou para Justin, sentindo mais uma vez o peito arder com o solavanco que seu coração dera o notar o quão perto estavam um do outro. E do nada a massa de ar naquele ambiente começou a ficar mais pesada e Hoppe teve que entreabrir os lábios para poder respirar melhor, e se antes com somente essa aproximação ela estava com dificuldades de respirar, agora nesse exato momento o ar lhe começara a faltar, pois Justin pressionara carinhosamente os lábios sob a testa da garota arrancando um suspiro dela. Mesmo depois de tantos anos separados, eram os mesmos sentimentos e sentidos, talvez eles haviam voltado mais fortes do que nunca, mas ela já se sentira assim uma vez, e se lembrava muito bem o porque disso.
- Muito obrigado! - ele sussurrou ao se afastar da garota, logo pegou as malas e subiu as escadas do apartamento.
Deixando ali na sala uma Hoppe totalmente petrificada, sem sentido, sem noção, sem razão, somente com um coração acelerado e pernas bambas. Depois de longos minutos encarando as cortinas da sala, Hoppe se lembrou de Caleb que estava na cozinha e correu para lá, se deparando com o amigo sentado enfrente ao balcão que havia ali, o mesmo já havia guardado as compras.
- Não fala nada - ela adentrou arfante na cozinha e encarou o amigo que lhe lançara um olhar malicioso.
- Mas eu nem abri a boca - ele falou brincalhão.
Dos amigos que Hoppe fizera ali, Caleb foi o único que ela achou confiável o suficiente pra contar seus medos e segredos, e bom, um deles acabara de reaparecer.
- Mas eu sei que ia falar - ela o fuzilou com os olhos fazendo uma cara brava, mas que saiu como uma careta arrancando gargalhadas do jovem ali.
[...]
Uma guerra. Ou algo parecido. Mas o interior de Hoppe estava em uma completa confusão enquanto ela lutava consigo mesmo se deveria ou não bater na porta do quarto de hóspedes e chamar Justin para o jantar. Durante o almoço, o clima teria ficado totalmente estranho, pois ele não parecia ter gostado de Caleb, afinal isso já era de se esperar, pois o único garoto que já havia tido tamanha intimidade com a morena fora ele, e todos sabemos no que deu. Sendo assim, o almoço foi um completo desastre. Mas Hoppe havia se sentido mal por não ter conversado com ele como esperava, afinal, eles eram amigos antes de tudo e mesmo sendo difícil, ela queria retomar a amizade que um dia tiveram. E foi com esse pensamento em que a garota decidiu sim bater na porta e chamá-lo para o jantar. Ao ouvir um murmúrio da palavra "entra" do outro lado da porta, Hoppe entreabriu a mesma e colocou somente a cabeça para dentro do cômodo.
- Hã... Você tá com fome? - ela se sentiu tosca ao se embaralhar com as palavras quando seus olhos caíram sobre o corpo de Justin jogado na cama daquele quarto. O garoto desviou os olhos do livro que estava em suas mãos e encarou Hoppe com uma sobrancelha arqueada - É que eu pedi pizza - tentou sorrir, mas seu corpo todo tremia. Com toda certeza se ela não estivesse se apoiando na madeira da porta, seu corpo cairia. Suas pernas bambearam mais ainda - se isso for possível - ao ver que o garoto sorriu e assentiu, a respiração de Hoppe voltou a perder o ritmo quando ele se levantou da cama e caminhou até ela, vestindo uma regata branca um pouco transparente deixando a mostra a sombra de algumas de suas tatuagens e uma calça de moletom cinza.
- Acho que vou aceitar - ele respondeu já de frente a garota. Sem desviar os olhos dele ela assentiu e ficou ali o encarando.
- Bom... Então... Vamos descer, tá lá em baixo - disse meio sem jeito caminhando rumo a cozinha sendo seguida pelo loiro.
Ao chegar na cozinha a morena os serviu com dois grandes e generosos pedaços de pizza de mozzarella - a preferida dos dois - e ao fazer isso não pôde evitar que um sorriso nostálgico se formasse em seus lábios, Justin também não estava longe disso. Ele lembrara muito bem de como haviam sido divertidas todas as vezes em que eles iam juntos a lanchonete, que ficava na esquina da igreja onde o pai de Hoppe pastoreava, e se enfartavam da melhor pizza de mozzarella que já comera.
- Ainda existe? - Hoppe não se conteve em curiosidade.
- A lanchonete do seu Cobalto? - Justin perguntou risonho ao perceber que ambos estavam tendo flashs da mesma lembrança. A garota apenas assentiu se virando para a geladeira e pegar as bebidas - Sim. Está do mesmo jeito - ele sorriu quando ela se virou para ele sorrindo também - Sempre vou lá quando não estou trabalhando... Quer dizer, ia - ele deixou o assunto no ar, mas Hoppe não soube como o proceder, apenas assentiu colocando a garrafa de refrigerante em cima da mesa junto aos copos que ela pegara. - Você deveria ir lá - ele tentou continuar o assunto depois de um tempo que estavam em um silêncio constrangedor. Hoppe o encarou confusa - Digo, quando for visitar sua família... Hã... E talvez levar seu namorado pra conhecer a melhor pizza do mundo - ele sorriu triste ao falar a ultima frase. A ideia de que sua Hoppe poderia estar tendo algum relacionamento com Caleb, era dolorosa demais pra ele.
- Namorado? - a voz de Hoppe saiu uma oitava mais alta (bem aguda, dizendo melhor) em completa confusão.
- É... Aquele que estava aqui hoje, o Caleu - ele disse meio sem jeito e ao mesmo tempo um pouco implicando.
Hoppe soltou uma gargalhada verdadeira, o fazendo sorrir ao ouvir tão melodioso som.
- É Caleb. Justin, o nome dele é Caleb - ela o corrigiu ainda risonha, suas bochechas estavam coradas pelas risadas e isso pode ocultar um pouco o embaraço da revelação - E ele não é meu namorado, somos somente amigos. Bons amigos - ela soltou um suspiro triste. Não por não ter nada com Caleb, mas ao mesmo tempo sim, pois ela sabia que o menino gostava dela, mas não era recíproco.
- Amigos? Sério? - Justin exclamou incrédulo - Hoje no almoço não parecia que eram só amigos, ele te olhava como um bobo apaixonado - ele revelou sua observação totalmente enciumado, mas logo se arrependeu ao notar que ela percebera.
- Ciúmes, Bieber? - provocou brincalhona.
- Não! - exclamou rápido. Rápido demais - Eu... Só estou dizendo o que vi - tentou sair da enrascada que tinha se metido, mas não deu muito certo.
Vendo que ele estava vermelho Hoppe caiu na risada não se aguentando. Mas seu interior não estava somente rindo, ele estava soltando fogos de artifícios, estava em festa, pois ele estava com ciúmes.
- Você não consegue disfarçar - ela disse em meio a risadas - Sempre meche as sobrancelhas quando mente - e o pegando de surpresa ela o desmascarou.
A expressão de Justin se tornou completamente envergonhada, e o mesmo se levantou para sair dali.
Não. O interior de Hoppe gritou, ela não queria que ele se fosse.
- Just...
- Eu perdi a fome, vou dormir - ele a interrompeu seco desviando das mãos dela que tocaram seu braço numa atitude falha de o impedir, e subiu se trancando no quarto.
A alegria de Hoppe se esvaiu naquela momento, e uma imensa vontade de chorar lhe acometeu, ela estava tão bem com ele ali, rira tanto, mesmo tendo tirado sarro dele, aquilo para a garota havia sido revigorante pois lhe lembrara de como era estar com ele, mas tudo sumiu no momento em que ela ouviu a porta do quarto de hospedes se bater com força. Suspirou cansada, tentando ao máximo controlar aquela absurda vontade de chorar e olhou envolta procurando algo pra fazer que pudesse esquecer tudo que estava lhe dando vontade de chorar, e logo ela começou a arrumar a cozinha, porém mesmo depois de tudo limpo, o vazio que surgira em seu peito quando ele passou pela porta da cozinha a fora se tornou mais incomodo do que já estava e ela não se aguentou e ali encostada no balcão da cozinha ela chorou por ter sido "deixada" por ele mais uma vez.
[...]
A campainha tocou pela quinta vez, deixando Justin irritado, afinal onde estava Hoppe? Ao ouvir o som irritante mais uma vez ele se levantou do monte de papel que estava ao seu redor - ele estava compondo uma musica - e foi até o quarto de Hoppe, ao bater na porta do quarto dela o som da campainha soou mais uma vez o assustando. Aquele barulho era insuportável.
- Hoppe, a campainha - ele disse batendo na porta, mas ela não apareceu, como a mesma só estava encostada ele a abriu olhando no quarto e viu que não estava ali. Então uma porta do lado direito do cômodo se abriu revelando Hoppe enrolada em uma toalha e com os cabelos enrolados em outra, até então a presença de Justin ainda não havia sido notada por ela e por isso o mesmo teve tempo de observar cada canto a mostra do corpo da menina e imaginar o que havia por debaixo da parte coberta.
Os olhos de Hoppe se arregalaram ao se encontrarem com os dele que a encarava boquiaberto com um brilho diferente no olhar.
- É... - ele tentou falar algo mas não conseguiu. Ele só conseguia imaginar como seria se ele fosse até ela agora e arrancasse a toalha de seu corpo. E foi o que ele fez.
Justin ignorou o barulho irritante da campainha que tocava sem parar e caminhou rapidamente de encontro a Hoppe, e com velocidade suas mãos envolveram a cintura da garota puxando para ele e sem nem pensar seus lábios se encaixaram aos dela embarcando em um mar nostálgico de emoções. Ah! Como era bom o gosto dos lábios dela. Pensara o garoto completamente vidrado em sentir mais e mais aquele gosto que ele não conseguira encontrar em nenhuma outra garota.
Hoppe não o parou, não pensou, nem o questionou, simplesmente se entregou com paixão ao seu amor. Pois era ali que ela queria estar, nos braços dele, onde ninguém poderia lhe impedir de ser feliz, onde ninguém lhe machucaria pois ela sabia que ele a protegeria, afinal ele era, e sempre seria o amor da vida dela.
A garota soube o que viria em seguida, mas não pôde deixar de ficar sem ar quando ele a puxou pela barra da toalha a despido da única coisa que cobria seu corpo, agora completamente nu e exposto para ele.
As mãos de Justin desceram por seu corpo e pararam em sua cintura, e lentamente apertaram aquela região do corpo da garota. Hoppe jogou os braços ao redor do pescoço dele, sentindo os músculos de suas costas.
Em passos curtos eles foram caminhando desengonçadamente até Justin sentir a lateral da cama em sua panturrilha, então totalmente contragosto ele separou os lábios do dela, mas não se arrependeu logo após ao olhar nos olhos da amada, eles estavam diferentes, estavam com o brilho mais encantador que ele já pudera ter visto. Carinhosamente os dedos de sua mão subiram pelo braço, ombro, pescoço e enfim maxilar e por onde eles passavam deixavam seu rastro causando em Hoppe um gostoso arrepio, sem tirar os olhos dos dela ele acariciou a bochecha da garota que naquele momento começara a ficar corada, mas ele não permitiu que ela recuasse e sutilmente encaixou novamente seus lábios aos dela.
Justin aos poucos e com cuidado os virou e se apoiou na cama dos lados dela e se inclinando ele foi até que a garota já estivesse deitada na cama ainda o beijando. Ela enlaçou os braços em seu pescoço, um de cada vez. Seu coração batia forte, mas Hoppe não se sentia nem um pouco nervosa. Convivera com Justin sua vida inteira, era quase parte dele. Não precisava ter vergonha ou se sentir nervosa. Mesmo que fosse ali a primeira vez em que ela fizera isso, estava decidida e se entregaria a ele. Era algo natural.
- Pensei que fosse morrer de saudade – ela admitiu.
Justin mordeu o lábio e a encarou.
- Bom, nós estamos aqui agora – ele beijou os lábios dela – E temos muita. Saudade. Reprimida.
Cada pausa foi pontuada por um beijo.
Justin subiu na cama de joelhos e levou Hoppe com ele para cima até que ela estivesse deitada nos travesseiros e os sapatos dele já estivessem jogados no chão.
Enquanto o beijava, Hoppe soube o que estava prestes a acontecer. Ela já estava nua e estava claro no modo como Justin a beijava, em como ele segurava firmemente sua cintura, puxando seu quadril de encontro ao dele, no jeito que ela puxava o cabelo dele e arqueava as costas. Eles não eram mais amigos, muito menos namorados, mas eram um do outro. Sempre foram. Sempre seriam.
Hoppe escorregou as mãos sobre os braços dele, sentindo cada um de seus músculos. Justin soltou os lábios dela e a admirou por um momento. A inocência era transparente nos olhos dela e isso deixava tudo mais doce e excitante ao mesmo tempo, era o jeito dela, no qual ele sempre amou. A garota passou as pontas dos dedos pelas veias dilatadas no pescoço dele, vendo a pele se arrepiar. Ele se ajoelhou e tirou a camiseta. Hoppe não sabia se olhava para as tatuagens ou para o abdômen totalmente definido de Justin. E isso a encantara, pois sempre revelou à ele que amava tatuagens e que nunca poderia fazer, pois seus pais não permitiriam e falariam para ela que aquilo era um pecado e que ela queimaria no fogo do inferno, mas Hoppe sempre soube que as coisas não eram bem assim, porém ela os respeitava. Então ela subiu os dedos por seu corpo, sentindo cada ondulação antes de chegar à tatuagem gravada no meio do peito dele. Uma cruz. Ela dedilhou o desenho e arfou. Já não bastava as perfeitas formas desenhadas pelos braços, ele tinha que ter o objeto preferido dele e do mesmo formato tatuado no meio do peito?
- Uau! - a palavra em completo encantamento simplesmente saiu dos lábios dela que logo corou ao ver que esse som saíra de si.
Ele riu, se aproximou novamente e sussurrou perto dos lábios dela:
- É tudo por sua causa, Hoppe. Sempre foi por sua causa.
Ela olhou nos olhos dele por um momento. Depois se adiantou e tomou seus lábios com os dela.
Hoppe arranhou sua nuca com carinho e mordeu seu lábio porque sabia que ele se arrepiaria com isso. Se adiantou para beijar o pescoço dele porque sabia que quando eles namoraram aquele era exatamente seu ponto fraco. Ela sempre tivera uma atração inexplicável pelo pescoço de Justin. Agora, finalmente depois de anos poderia voltar a beijar e morder cada pedaço. A reação dele não deixou a desejar. Primeiro, ele segurou na cintura dela com força. Hoppe se arrepiava a cada suspiro que ele dava. Depois, Justin se afastou para tirar sua calça que logo já estava fazendo companhia pra sua camisa, em algum canto do quarto. Ele correu os olhos por seu corpo e Hoppe viu o desejo estampado em seus olhos.
- Eu amo você, Jus... - ela revelou com um certo medo de estragar o clima, afinal mesmo não estando nervosa por estar com ele, ela era completamente inexperiente.
Um arrepio correu todo o corpo dele ao ouvir a voz dela exclamar aquela frase, fora como se algo tivesse soltado uma imensa descarga elétrica em seu peito eletrizando todo o corpo dele. E com isso ele não se conteve em deixar gemido escapar de seus lábios. Ela o amava! Ela o amava!
Ouvir aquilo era mais do que a realização de um sonho, a emoção era tanta que ele necessitou de tomar os lábios dela para si, mais do imediatamente, mostrando pra ela com atitudes que ele nunca deixara de a amar. Hoppe fechou os olhos e embrenhou os dedos no cabelo de Justin, mantendo-o ali. Ela se arrepiava mais a cada toque dos lábios e da língua dele. Sua barriga se contraía a cada respiração curta. Justin desceu os beijos pelo corpo da garota passando pelo vale entre os seios dela, rumo ao seu destino e logo já estava depositando alguns beijos e sucções no abdômen dela.
Ah! Ele se recordara, de certa vez quando namoravam ela ficava extremamente tímida quando ele tocava essa área no corpo dela e arrepios percorriam seu corpo, como estava acontecendo agora, porém desta vez não foram simples toques nem muitos menos simples arrepios. O toque dos lábios de Justin em seu abdômen fez com que Hoppe soltasse um gemido sôfrego, se extasiando com aquele momento. Apesar de parecer estranho depois de todos aqueles anos vivendo juntos, e depois de tanto tempo separados Justin conhecia cada pedaço de Hoppe, cada mania, cada qualidade e cada defeito. Era para ser assim. Sempre fora.
Mesmo com Hoppe puxando seus cabelos e se recusando a deixar que Justin se movesse um milímetro que fosse, ele conseguiu morder a pele de sua barriga e seguir beijando o vale entre seus seios, seu colo e seu pescoço e por fim voltar para a boca dela. Justin sentia os músculos dela se contraírem ao sentirem o toque de seus lábios, o que o deixava cada vez mais louco por ela.
Ele queria ir com calma, queria mostrar o quanto estava sentindo falta dela, o quanto a amava. Mas o desejo estava o consumindo. Ter Hoppe ali tão entregue para ele daquela maneira, já era por si só completamente mágico e especial. Ele queria tê-la por completo naquele momento, queria sentir como era estar dentro dela como era a sensação de sentir seus corpos se fundindo em um fenômeno natural completamente prazeroso e cheio de amor, na forma em como eles estavam fazendo. Hoppe sentia que se ele esperasse mais um minuto ela explodiria ali antes mesmo de senti-lo. Era tão bom ter novamente o toque dos lábios dele nos dela, ter as mãos dele agora de uma forma mais intima e prazerosa do que já tocara antes. Era perfeito. Porque ele é quem estava ali.
Em pouco tempo, ambos já estavam nus, um para o outro. Eles entraram debaixo dos lençóis e continuaram se beijando. Justin tomou as precauções necessárias e se inclinou sobre Hoppe pela milésima vez naquela manhã. A garota o puxou pelos cabelos embrenhando seus dedos ali e tomou seus lábios no momento em que ele investiu contra ela.
Hoppe soltou seus lábios para arfar, mas foi só por um momento antes de voltar a beijá-lo novamente. O corpo dela respondia ao dele perfeitamente com movimentos lentos e fortes que aumentaram de velocidade gradativamente. Era tão doloroso para ela, mas era triunfante e totalmente prazeroso pensar que agora ela finalmente estava ali, com ele, tão perfeito para ela era aquele momento que a mesma não se importava com a dor incômoda que aquilo estava fazendo e com isso rapidamente ela se desfez, deixando Hoppe aproveitar com todo o seu ser, aquele momento.
Justin por sua vez, pensou que enlouqueceria de prazer só pelo fato de finalmente ter Hoppe só para si, mas ela arranhava suas costas com força e tinha largado seus lábios para deixar um gemido escapar por sua garganta. Isso elevou a sensação ainda mais. Ele estava com a mulher da sua vida, sabia que estava. E sabia que queria estar com ela enquanto vivesse.
A chuva forte caia lá fora, causando raios e trovões pelo céu escuro de Londres. A respiração de Hoppe começara agora se regular e a mesma desejou nunca estar em outro lugar que não fosse aquele ali, agora. Deitada ao lado do homem de sua vida, aconchegada ao corpo dele que lhe transmitia o calor necessário para que se pudesse manter aquecida naquela tarde gélida.
- Te amo, Ho - Justin sussurrou contra a cabeça da garota depositando um beijo ali em seus cabelos, fazendo a garota fechar os olhos e apreciar melhor o carinho.
Apesar de nas ruas estarem fazendo onze graus, o quarto de Hoppe parecia um forno, não só pelo fato do aquecedor estar ligado como sempre ficara, mas agora o calor do amor pairava no ar daquele lugar. E aquela para ela era a magia do amor. O seu amor. Seu doce amor.