Capítulo Único
A guerra dos clãs Senju e Uchiha, marcou gerações, gerações que cresceram carregando o poder que lhes foi passado. Após a última luta de Uchiha Madara e Senju Hashirama, o clã Uchiha seguia em silêncio, longe de problemas. Suas famílias eram felizes e suas crianças eram perfeitas, mas em especial, três delas; Uchiha Shisui, Uchiha Itachi e Uchiha null. Os três prodígios do clã, eram poucas as mulheres Uchiha que queriam se tornar ninjas, mas null tinha um dos melhores sharingan, só perdia para Shisui e Itachi, mas eles eram um trio e tanto. Mas, com o tempo, o trio foi se dividindo.
— null! — Gritou Itachi, quando viu a menina saindo de casa, e correu até ela, que se virou rapidamente para ele.
— Qual é o problema? — Perguntou a garota, com uma cara feia e os braços cruzados, detestava que gritassem seu nome.
— Pensei que iria ao aniversário do Sasuke, sentimos sua falta. — Disse o garoto, confuso.
— Ah, o aniversário… — null coçou a cabeça. — Eu me esqueci completamente! — Bateu a mão na testa, e Itachi arqueou uma sobrancelha.
— Está tentando evitar Shisui? — Ela rolou os olhos com a pergunta e Itachi colocou a mão em seu ombro. — Eu não sei o quão ruim foi isso que ele te fez, mas nós somos amigos, família. — null bufou.
— Itachi, sem ofensas, mas… — Ele a interrompeu.
— Isso geralmente acompanha uma ofensa. — Retrucou ele, ela rolou os olhos de novo.
— Tá, você venceu, criatura insuportável! — Ela bufou, Itachi a irritava. — Eu amo… amo o Shisui, mas eu não consigo perder mais alguém, Itachi, não é só ele que estou evitando.
— Entendi, mas já faz mais de anos.
— Não importa, tudo mudou quando percebi o que sinto por ele, e me toquei que vocês dois são as únicas pessoas que eu realmente me importo para sofrer caso morram, então, esse é meu jeito de impedir que isso aconteça. — Eles escutam uma risada.
— Besteira. — Itachi sorriu de lado e null suspirou.
— Qual é o problema de vocês? Por que não podem me deixar em paz?! — Perguntou null, virando-se para onde vinha a voz.
— Porque você é uma de nós, e isso não parece certo. — Shisui sorriu. — Tudo bem você ficar assustada com nossos sentimentos um pelo outro, mas não pode afastar Itachi, nós três sempre estivemos juntos.
— E se eu não quiser mais isso? — Retrucou ela, Itachi rolou os olhos.
— O que mais você poderia querer? Somos sua família, null-chan, você não pode se livrar de nós, e não é certo ficarmos longe. — Respondeu Itachi e Shisui assentiu, ela levantou as mãos, se rendendo.
— Eu desisto, vocês me convenceram com essa conversa entediante, agora se me permitem, tenho uma missão.
— Sozinha? — Perguntou Shisui, confuso. — Digo, sem nós?
— Tenho missões sem vocês o tempo todo, assim como vocês tem segredinhos e missões secretas que não me contam, enfim, não me incomodem mais! — Ela desapareceu, deixando os dois garotos.
— Ela sempre faz isso. — Murmurou Shisui.
— Ela desconfia. — Disse Itachi. — Talvez devêssemos contar para ela.
— Ela sequer sabe da rebelião, venho adiando isso faz um tempo…
— Ela não comparece às reuniões, talvez se ela evitar ficar a sós com meu pai, você consiga adiar mais. — Itachi voltou a caminhar para casa, deixando Shisui pensativo. O clã Uchiha estava pensando em talvez planejar uma rebelião, Shisui não queria que null soubesse ainda, pois achava que poderia haver uma mudança de planos. Na verdade, ele apenas tinha esperança.
O tempo passou, e Shisui decidiu que deveria fazer algo a respeito de sua relação com null. Quando pensou em bater na porta de sua casa, Fugaku saiu do local.
— Shisui, é bom vê-lo por aqui, espero que faça null entender nossos motivos. — Disse o homem, colocando a mão no ombro do garoto, que entrou na casa. Shisui fechou a porta devagar, e escutou null, que estava quebrando coisas.
— Golpe de estado?! O que eles pensam que estão fazendo??? — Perguntou, assim que viu o rapaz, que fechou os olhos.
— Tinha esperança de que não acontecesse. — Respondeu, sentando-se.
— Eu não entendo, Shisui, você sabia e não me contou. — Ela se sentou no chão. — Tem noção do que a guerra irá nos causar?
— Sim, eu tenho. — Ele se levantou e foi até ela, sentando-se ao seu lado. — Por isso, estou planejando al… — Ela o interrompeu, com um beijo, foi um beijo calmo, mas ao mesmo tempo desesperado, lágrimas escorriam pelos rostos de ambos.
— Você poderia ter feito isso antes, nós poderíamos, fugimos tanto do que sentíamos e agora nem sabemos se vamos poder viver juntos. — Ele a abraçou, e ela se aconchegou no abraço.
— Eu vou dar um jeito, eu prometo. — Shisui depositou um beijo em sua testa, e a abraçou mais forte.
null tentou falar com Itachi sobre isso diversas vezes, mas dessa vez, parecia que ele a evitava. Shisui queria aproveitar os momentos ao seu lado, então, ela não queria perguntar muito, mas eles tinham um plano e até mesmo o Hokage estava de acordo. Ela simplesmente odiava de todas as maneiras o que estava acontecendo, e odiava ser excluída dos planos, mas eles tentavam incansavelmente protegê-la. Ela só queria que Itachi se lembrasse das coisas que disse para ela, quando ela o afastou, null despertou de seus pensamentos com a presença de Shisui.
— Você já está indo? — Perguntou ele.
— Sim, mas volto antes que perceba. — Os dois sorriram, ele se aproximou e colocou a mão em seu rosto.
— null, eu te amo. — Disse, ela fechou os olhos sentindo seu toque e sorriu.
— Eu te amo, Shisui. — Ele deu um beijo em sua testa, e ela partiu para a missão.
A única coisa que a confortava saindo em missão, era saber que Itachi e Shisui estavam cuidando de tudo, e que ela podia confiar neles. Entrar para a ANBU talvez tenha sido uma das coisas mais difíceis que ela já tinha feito, mas naquele momento, sair para missões era o único jeito de esquecer um pouco daquela loucura.
— Uchiha null? — Perguntou uma voz masculina, que ela ainda não conhecia, ela se virou e reconheceu o homem que falava com ela.
— Hatake Kakashi? Digo, Kakashi-senpai… — Ele a interrompeu.
— Então, me conhece. — Disse ele, ela assentiu, ele estendeu a mão com um pergaminho. — Aqui está, sabe o que fazer. — A garota assentiu, e Kakashi sumiu de sua visão. Ela não tinha muito contato com superiores, geralmente recebia a mensagem e ia, não imaginava que Hatake Kakashi em pessoa iria entregar o pergaminho para que ela completasse a missão, precisava contar para Shisui quando chegasse em casa, talvez aquilo fosse sinal de uma promoção.
Após completar a missão, enquanto retornava para Konoha, null teve um pressentimento ruim, o que a deixou preocupada. Tinha usado muito o seu sharingan, e estava cansada, havia feito uma longa viagem, após dois dias finalmente estava feliz por estar em Konoha. Decidiu que reportaria a missão depois de descansar um pouco, já que Kakashi disse que ela deveria descansar. No caminho para casa, observou uma quantidade considerável de pessoas esperando em frente à sua casa.
— Qual é, gente?! Eu acabei de chegar, estou cansada, podem deixar para outra hora? — Resmungou, Fugaku caminhou até ela e olhou em seus olhos, com um olhar que ela já conhecia, então, ela engoliu seco. — Quem morreu? — Perguntou.
— null…
— Eu conheço esse olhar, Fugaku-sama, foi o mesmo olhar de quando a Kyuubi destruiu a vila e levou meu pai, e o mesmo olhar de um ano atrás, quando minha mãe morreu, e eu conheço esse olhar porque foi você que me deu a notícia, sempre é você, porque ninguém mais suporta me dizer que perdi algo, então, quem morreu?
— Shisui, ele pulou de um precipício. — Respondeu o mais velho, colocando a mão no ombro da garota.
— Pulou de um precipício?! Não! Ele não faria isso, Fugaku-sama! — O desespero tomou conta da menina.
— null, eu sei… — Ela o interrompeu.
— Não! Ele tinha planos!!! — Esbravejou, antes de cair no chão e as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. — Ele tinha planos… — Murmurou, segurando na barra da calça de Fugaku.
— Exatamente, por isso não acho que ele fez isso, o Itachi não foi à reunião, Fugaku-sama, devemos reconsiderar. — Um dos homens do grupo disse.
— O quê?! Itachi e Shisui eram como irmãos, vocês só podem estar brincando em desconfiar dele!!! — Esbravejou null, Fugaku ajudou a mais nova a se levantar.
— null está certa, e eu acredito em Itachi. — Respondeu o mais velho, os outros engoliram seco. — Tire um tempo para descansar, Itachi está em uma missão hoje, quando ele chegar, peço para te procurar. — null assentiu e foi para casa, tomou um banho bem gelado, para ver se acordava daquele pesadelo, mas não adiantava. Ela sequer sabia o que ele e Itachi haviam combinado, mas parece que agora ela teria que assumir o lugar de Shisui. Ela não podia se dar ao luxo de sofrer, tinha que evitar a rebelião do clã, mas teria que esperar Itachi voltar. Talvez ele soubesse o que realmente aconteceu com Shisui. Ela acabou pegando no sono, enquanto pensava no que fazer, acordou com gritos, pegou sua espada e foi ver o que era. As pessoas estavam mortas, havia sangue por toda parte, ela sentiu que uma luta estava acontecendo e correu em direção da luta, talvez se chegasse um pouco antes, teria conseguido salvar Izumi do homem mascarado que a matou. Ela saltou para a frente do homem, e viu o brilho de seu sharingan, então, ele era um Uchiha.
— Quem diabos é você? — Perguntou, o homem riu.
— Como você vai morrer de qualquer jeito, eu posso te dizer, eu sou Uchiha Madara. — Respondeu, a garota ficou em choque.
— Isso explica as mortes, o Uchiha louco voltou para terminar de destruir o clã. — Ela sacou sua espada, e o homem riu.
— Eu só vim ajudar Itachi, a ideia foi dele.
— Está mentindo! — Respondeu ela.
— Não sou o tipo de homem que mente, por isso, fique feliz, acredito que essa vá ser uma boa luta, então, não vou te matar de primeira. — Ela usou seu sharingan para colocá-lo em um genjutsu, sabia que ele era muito mais forte, mas ela não podia desistir sem tentar.
— Você já está no meu genjutsu. — Disse, quando se deu conta, Madara riu.
— Você é interessante, garota. — Ele olhou em seus olhos. — Me diga, qual é o seu nome?
— Uchiha null. — O homem recuou após escutar o nome.
— Você deve ir atrás do Itachi, vamos adiar nossa luta, até a próxima. — O homem sumiu de sua visão, então, null realmente foi atrás de Itachi, não podia acreditar naquela loucura. Antes que pudesse chegar até ele, encontrou Sasuke correndo em direção a sua casa, seu instinto era de correr até ele para salvá-lo, mas Itachi a encontrou antes.
— Itachi-kun, que loucura é essa? Uchiha Madara está matando todos… — Ele a interrompeu.
— Eu não tenho tempo, então, adeus. — Itachi olhou em seus olhos, e ele tinha o Mangekyou Sharingan, e de repente tudo ficou escuro. Sua cabeça doía, quando abriu os olhos, já estava de dia e ela estava em casa.
— Nee-san! — Alguém gritava na porta de sua casa, ela se levantou e foi atender, era Sasuke, e não havia nenhum sinal de mortes naquele lugar.
— Sasuke-chan, o que foi? — Perguntou, um pouco sonolenta.
— Pode me ajudar no treino de shuriken? — Perguntou o menino, fazendo biquinho.
— Por que não pede ao seu irmão?
— Ele sempre toca na minha testa e diz “Uma outra hora, Sasuke”. — Resmungou, fazendo a garota rir.
— Isso é bem a cara dele. — Ela abriu a porta. — Entre, tive um sonho difícil, preciso tomar café da manhã antes. — Sasuke entrou no lugar, e ficou olhando ao redor.
— Nunca entrei na sua casa antes, nee-san. — Disse ele, null arqueou uma sobrancelha e inclinou o rosto.
— Sério? Você já entrou, só era pequeno demais para se lembrar. — Respondeu null, indo até a cozinha.
— Você tá sozinha aqui? — Perguntou, enquanto se sentava.
— Não está vendo mais ninguém, está? — Ironizou ela, ele negou com a cabeça.
— Você não vai mais ficar sozinha, quando casar com o Shisui-niisan. — null, que tinha acabado de tomar um gole do chá que havia feito, engasgou com o mesmo.
— Quem te disse que vou casar com o Shisui, quero dizer, ele não está mais aqui. — Respondeu, abaixando a cabeça, se recordou do motivo de ter tido aquele sonho horrível.
— Ele estava na minha casa, e ele disse que ama você, isso quer dizer que vocês vão casar. — Respondeu Sasuke, null achava o garoto tão fofo, que sempre se perdia no que estavam conversando.
— É, talvez a gente case mesmo. — null riu, fazendo Sasuke sorrir.
— Nee-san, você vai me convidar para o casamento? — Perguntou ele, fazendo biquinho.
— Vou pensar no seu caso, Sasuke-chan. — Brincou, o garoto cruzou os braços e emburrou, fazendo a mais velha rir. — É óbvio que sim, Sasuke-chan. — Ela entregou um copo de chá para o garoto, que sorriu. — Deixa eu te perguntar, por que quer treinar shuriken? Não prefere treinar com uma espada? — Os olhos do menino brilharam, mas logo depois o brilho sumiu.
— Não consigo segurar uma espada. — Ele encarou o chão, fazendo uma cara triste.
— Espera aqui. — Ela se levantou e foi até um armário, pegando sua primeira espada, feita de madeira e a espada que seu pai usava para ensiná-la a treinar. Caminhou até Sasuke e entregou a espada menor, fazendo o garoto sorrir. — É um presente, pratique o manuseio, e quando estiver se sentindo confortável, nós treinamos juntos.
— Oh, obrigado, nee-san! — Respondeu, abraçando a cintura da menina.
— De nada, agora vai praticar, essa primeira etapa é sua, depois eu te ajudo. — Ela sorriu, Sasuke assentiu e correu para fora da casa, acenando. null suspirou, não entendia nada que havia acontecido. Estava com uma dor forte na cabeça, talvez por ter usado tanto seu sharingan. Ouviu passos e se virou para ver quem era, e se surpreendeu.
— Deu sua espada de madeira para o Sasuke-chan? — Perguntou Shisui, os olhos da garota se encheram de lágrimas, aquele tinha sido um sonho péssimo.
— Sim, eu dei. — Ela sorriu, Shisui ficou confuso, null correu até ele e o abraçou. — Você está aqui, de verdade.
— Ora, e por que não estaria? — Perguntou ele.
— Eu tive um sonho horrível, sonhei que te perdia. — Shisui se aproximou dela e acariciou seu rosto.
— Isso jamais vai acontecer. — Respondeu ele, sorrindo.
— Promete? — Perguntou null, olhando em seus olhos.
— Prometo. — Ele sorriu com os lábios e com os olhos, fazendo a garota sorrir.
— Sasuke estava me perguntando coisas sobre você. — Disse ela, mudando de assunto, Shisui apoiou-se na bancada da cozinha, enquanto a garota caminhava até a pia.
— Perguntando o que? — Perguntou ele, pegando uma maçã na fruteira.
— Quando vamos nos casar. — Respondeu a garota, lavando o copo que havia tomado chá.
— Não sei, breve, não é? — Ele sorriu para ela, que se virou na mesma hora em que ele respondeu.
— Não sei, você nem me pediu em namoro ainda, e quer falar de casamento? — null cruzou os braços e Shisui riu.
— Não sei se quero perder esse momento na nossa vida, não sabemos o que pode acontecer, então, não podemos ser o tipo de pessoa que espera por muito tempo, não é mesmo? — Ele se ajoelhou. — Não tenho um anel aqui, mas você aceita ser minha namorada e noiva? — null colocou a mão na testa e riu.
— Enlouqueceu?
— A gente já perdeu tempo demais, não quero perder mais nenhum segundo. — Ele olhou em seus olhos e ela percebeu que era sério.
— Você está certo, afinal. — null sorriu. — Certo, eu aceito.
— Eu sabia, você é a minha alma gêmea. — Brincou ele, se levantando.
— Fica nessa que eu nego o pedido, ainda dá tempo. — Eles riram e Shisui a abraçou.
— Você sabe que é verdade. — Ela sorriu, se aconchegando no abraço.
— Vou sair da ANBU. — Disse ela, fazendo Shisui se espantar. — Não quero morrer antes do nosso casamento, e nem depois dele.
— Se você acha que é o melhor para você, eu irei apoiá-la. — Ele depositou um beijo leve na ponta do seu nariz, fazendo a menina corar, após encarar o nada por alguns segundos, ela apertou a bochecha de Shisui e saiu do abraço.
O casamento.
null estava mais linda do que nunca, e todos estavam lá, até mesmo Hatake Kakashi, capitão da ANBU, junto com a antiga equipe da garota. Foi a primeira vez que ela e Itachi se falaram, depois daqueles sonhos estranhos. Fugaku a acompanhou até o altar, Sasuke entrou jogando pétalas no caminho, na frente deles. null desejava que seus pais estivessem ali, era o momento mais feliz de sua vida, mas seu coração se sentia triste. O sorriso no rosto de Shisui aquecia seu coração e amenizava aquele sentimento, e era o que fazia ela se manter firme, todos os dias. Aquele amor, tão forte, tão perfeito, que quando ele tocou em sua mão, ela sentiu seu corpo inteiro estremecer.
— Uchiha null, aceita Uchiha Shisui como seu esposo?
— Aceito.
— Uchiha Shisui, aceita Uchiha null como sua esposa?
— Aceito.
— Então, os noivos podem se beijar. — Shisui olhou nos olhos de sua, agora esposa, e sorriu, antes de beijá-la.
A gravidez.
— null, tudo bem? — Perguntou Shisui, indo até o banheiro e vendo a mulher abraçada com a privada.
— Acho que estou com algum vírus, vou ao médico. — Disse, se levantando e molhando o rosto.
— Eu te acompanho. — Respondeu Shisui, tocando em seu ombro.
— Não precisa, não deve ser nada demais, vá para o trabalho. — Shisui ficou preocupado, mas assentiu. null foi até o hospital, os médicos fizeram exames e pediram para que ela aguardasse.
— Parabéns, você está com 8 semanas. — Disse a médica, mostrando o monitor.
— O quê? — null cerrou os olhos.
— Você está grávida, null.
— Grávida?! — Shisui ria, enquanto segurava null nos braços.
— Você pode por favor me colocar no chão? Estou ficando tonta. — Reclamou ela.
— Claro, me desculpe — Disse ele, a colocando no chão. — Estou tão feliz. — Ele depositou vários beijinhos em todo o rosto da mulher, que riu.
— Também estou, só não esperava. Com dois anos de casados, achei que não iria acontecer nunca. — Ela colocou o cabelo atrás da orelha e passou a mão na barriga, imediatamente Shisui se abaixou e abraçou sua barriga.
— Não vou soltar nunca mais. — Disse ele, enquanto acariciava a barriga da mulher.
— Ah, você vai sim, quando nascer você pode fazer isso, mas ele ainda está na minha barriga, então, nada disso! — Respondeu ela, rindo da cara de bobo de Shisui.
Anos depois…
Tinha sido o primeiro dia de Hayato na academia, null e Shisui estavam vibrando de felicidade, mas o garoto nem tanto. Após a chegada dele em casa, seus pais haviam preparado uma pequena festa, para comemorar.
— Oi mãe, oi pai. — Murmurou ele, se aproximando da mesa.
— Qual o problema, filho? — Perguntou null.
— Todos estão esperando tanto de mim, mas não sei se consigo. — Disse ele, sentando-se.
— É claro que você consegue, filho, você é um Uchiha e nosso filho. — Disse Shisui, sentando-se ao lado do filho.
— E tudo bem se não conseguir, apenas certifique-se de dar o seu melhor, a expectativa dos outros é problema deles, você não tem culpa se não alcançar a expectativa deles, não é sua responsabilidade. — Completou null, sentando-se na outra cadeira ao lado do filho.
— Obrigado, mãe e pai. — Os três se abraçaram.
— Agora vamos comemorar! — Exclamou null, ela entendia a preocupação do filho, afinal, seu pai era um prodígio, seu tio também e ela também era considerada prodígio, então os outros do clã estavam exigindo bastante dele, ela teria que reforçar sempre que ele não tinha obrigação nenhuma com os outros. Após a comemoração, ela o colocou na cama, e quando voltou para o quarto, Shisui não estava na cama. Ela andou pela casa toda, e não o encontrou. De repente, a cena mudou, ela estava em um precipício e lá estavam Itachi e Shisui, e Shisui pulou no precipício, de repente a cena voltou ao normal e ela estava em casa de novo, e Shisui estava na cama. Ela não conseguiu ignorar aquilo que havia acontecido, estava preocupada, e não conseguiu dormir de noite. De manhã, quando Shisui e Hayato saíram, ela foi até o precipício da cena da noite anterior. Itachi estava lá.
— O que está fazendo aqui? — Perguntou ela.
— Me desculpe. — Respondeu Itachi.
— Desculpar pelo quê? — Ela se aproximou dele, e percebeu que ele tinha lágrimas nos olhos. — Itachi, presta atenção, enxuga essas lágrimas e vai fazer o seu trabalho, não tem motivos para pedir desculpas. — O homem desapareceu de sua frente, se transformando em vários corvos. O que preocupou null mais ainda, ela tentou seguir o dia normalmente, mas não conseguia tirar a imagem de Shisui pulando do precipício da sua mente. Uma memória surgiu, de quando Shisui disse que a paz só podia ser alcançada com sacrifício, mas aquela conversa nunca havia acontecido, não ali. Ela tentou seguir o dia normalmente, mas não queria dormir, tinha medo do que aconteceria, mas não conseguiu controlar o sono. E ela estava certa em ter medo, ela voltou para aquela cena, mas parecia estar presa ali, porque aquilo se repetiu por várias vezes, até ela não aguentar mais. Ela fez o selo do tigre, e fechou os olhos.
— Kai. — Falou, e aquela cena desapareceu, junto com Shisui, seu filho Hayato, seu clã e toda sua felicidade. Quando se deu conta que havia acordado de um genjutsu, olhou para suas roupas, vestia um manto preto com nuvens vermelhas, e estava deitada em uma pedra. — Pedra, Itachi? Não poderia ter me deixado em uma cama? — Ela olhou ao redor. — Itachi… O que há de errado com o Itachi? — Ela se levantou e começou a correr dentro daquele lugar, que parecia uma caverna.
Itachi.
— Itachi-san, seu nariz está escorrendo sangue. — Disse Kisame, Itachi colocou a mão no nariz, e olhou para seu dedo sujo de sangue.
— Precisamos voltar, Kisame, ela acordou. — Disse Itachi.
— Sempre quis saber o mistério que envolvia aquela mulher dormindo naquela pedra, parece que chegou a hora. — Disse Kisame colocando a sua espada nos ombros. Os dois caminharam até o local onde estava null, e Itachi estava certo, ela não estava na cama. Ele usou o seu sharingan para procurar por ela, e a encontrou, parece que ela também havia o encontrado. Os dois foram na mesma direção, a fim de se encontrarem, quando estavam um de frente para o outro, se encararam, sharingan com sharingan.
— Então, você está bem? — Perguntou ela, Itachi assentiu. — E por que você falhou? Você tinha uma ÚNICA missão, e não conseguiu cumprir. — A mulher parecia furiosa.
— Me desculpe, eu falhei. — Respondeu Itachi, ainda olhando em seus olhos.
— Me leva de volta, eu tenho uma família! — Ordenou, com a voz trêmula e os olhos marejados.
— Sim, você tem, Sasuke. — Respondeu ele, virando de costas.
— Não dê as costas para mim, Itachi! — Ela o puxou pelo braço.
— Como você soube? — Perguntou ele, fazendo-a rir fraco.
— Você não é o único que tem um sharingan e sabe usá-lo. — Respondeu null. — Mangekyou Sharingan. — Disse, e seus olhos mudaram.
— Desde quando? — Perguntou Itachi.
— Desde que minha mãe morreu, isso me torna melhor que você. — Itachi segurou a mão dela.
— Não quero brigar de sharingan para sharingan, isso estou guardando para o Sasuke. — Respondeu ele, virando de costas para ela.
— Sasuke está vivo? — Itachi assentiu.
— Estou aguardando a nossa luta. — Respondeu. null queria bater em Itachi até que ele a colocasse de volta naquele genjutsu, mas pensou em ir atrás do Sasuke.
— Eu vou atrás dele, mas olhe nos meus olhos e diga o motivo disso ter acontecido. — Itachi olhou em seus olhos, e eles entraram em um genjutsu, feito por ela.
— Estou doente e perdendo a visão, desculpe, não pude manter minha promessa. — Explicou, fazendo null suspirar.
— Por que Shisui fez aquilo? Seja honesto.
— Danzou roubou seu sharingan. — A resposta de Itachi fez o genjutsu se dissipar, null queria chorar e esbravejar, mas ela apenas engoliu seco.
— Vou atrás do Sasuke-chan, pelo menos alguém eu posso salvar. — Disse ela, Itachi assentiu e ela partiu, deixando o manto vermelho no meio do caminho. Ela passou tanto tempo sonhando acordada, que agora encarar a realidade era o que havia restado, e ela tinha assuntos pendentes para tratar.
— null! — Gritou Itachi, quando viu a menina saindo de casa, e correu até ela, que se virou rapidamente para ele.
— Qual é o problema? — Perguntou a garota, com uma cara feia e os braços cruzados, detestava que gritassem seu nome.
— Pensei que iria ao aniversário do Sasuke, sentimos sua falta. — Disse o garoto, confuso.
— Ah, o aniversário… — null coçou a cabeça. — Eu me esqueci completamente! — Bateu a mão na testa, e Itachi arqueou uma sobrancelha.
— Está tentando evitar Shisui? — Ela rolou os olhos com a pergunta e Itachi colocou a mão em seu ombro. — Eu não sei o quão ruim foi isso que ele te fez, mas nós somos amigos, família. — null bufou.
— Itachi, sem ofensas, mas… — Ele a interrompeu.
— Isso geralmente acompanha uma ofensa. — Retrucou ele, ela rolou os olhos de novo.
— Tá, você venceu, criatura insuportável! — Ela bufou, Itachi a irritava. — Eu amo… amo o Shisui, mas eu não consigo perder mais alguém, Itachi, não é só ele que estou evitando.
— Entendi, mas já faz mais de anos.
— Não importa, tudo mudou quando percebi o que sinto por ele, e me toquei que vocês dois são as únicas pessoas que eu realmente me importo para sofrer caso morram, então, esse é meu jeito de impedir que isso aconteça. — Eles escutam uma risada.
— Besteira. — Itachi sorriu de lado e null suspirou.
— Qual é o problema de vocês? Por que não podem me deixar em paz?! — Perguntou null, virando-se para onde vinha a voz.
— Porque você é uma de nós, e isso não parece certo. — Shisui sorriu. — Tudo bem você ficar assustada com nossos sentimentos um pelo outro, mas não pode afastar Itachi, nós três sempre estivemos juntos.
— E se eu não quiser mais isso? — Retrucou ela, Itachi rolou os olhos.
— O que mais você poderia querer? Somos sua família, null-chan, você não pode se livrar de nós, e não é certo ficarmos longe. — Respondeu Itachi e Shisui assentiu, ela levantou as mãos, se rendendo.
— Eu desisto, vocês me convenceram com essa conversa entediante, agora se me permitem, tenho uma missão.
— Sozinha? — Perguntou Shisui, confuso. — Digo, sem nós?
— Tenho missões sem vocês o tempo todo, assim como vocês tem segredinhos e missões secretas que não me contam, enfim, não me incomodem mais! — Ela desapareceu, deixando os dois garotos.
— Ela sempre faz isso. — Murmurou Shisui.
— Ela desconfia. — Disse Itachi. — Talvez devêssemos contar para ela.
— Ela sequer sabe da rebelião, venho adiando isso faz um tempo…
— Ela não comparece às reuniões, talvez se ela evitar ficar a sós com meu pai, você consiga adiar mais. — Itachi voltou a caminhar para casa, deixando Shisui pensativo. O clã Uchiha estava pensando em talvez planejar uma rebelião, Shisui não queria que null soubesse ainda, pois achava que poderia haver uma mudança de planos. Na verdade, ele apenas tinha esperança.
O tempo passou, e Shisui decidiu que deveria fazer algo a respeito de sua relação com null. Quando pensou em bater na porta de sua casa, Fugaku saiu do local.
— Shisui, é bom vê-lo por aqui, espero que faça null entender nossos motivos. — Disse o homem, colocando a mão no ombro do garoto, que entrou na casa. Shisui fechou a porta devagar, e escutou null, que estava quebrando coisas.
— Golpe de estado?! O que eles pensam que estão fazendo??? — Perguntou, assim que viu o rapaz, que fechou os olhos.
— Tinha esperança de que não acontecesse. — Respondeu, sentando-se.
— Eu não entendo, Shisui, você sabia e não me contou. — Ela se sentou no chão. — Tem noção do que a guerra irá nos causar?
— Sim, eu tenho. — Ele se levantou e foi até ela, sentando-se ao seu lado. — Por isso, estou planejando al… — Ela o interrompeu, com um beijo, foi um beijo calmo, mas ao mesmo tempo desesperado, lágrimas escorriam pelos rostos de ambos.
— Você poderia ter feito isso antes, nós poderíamos, fugimos tanto do que sentíamos e agora nem sabemos se vamos poder viver juntos. — Ele a abraçou, e ela se aconchegou no abraço.
— Eu vou dar um jeito, eu prometo. — Shisui depositou um beijo em sua testa, e a abraçou mais forte.
null tentou falar com Itachi sobre isso diversas vezes, mas dessa vez, parecia que ele a evitava. Shisui queria aproveitar os momentos ao seu lado, então, ela não queria perguntar muito, mas eles tinham um plano e até mesmo o Hokage estava de acordo. Ela simplesmente odiava de todas as maneiras o que estava acontecendo, e odiava ser excluída dos planos, mas eles tentavam incansavelmente protegê-la. Ela só queria que Itachi se lembrasse das coisas que disse para ela, quando ela o afastou, null despertou de seus pensamentos com a presença de Shisui.
— Você já está indo? — Perguntou ele.
— Sim, mas volto antes que perceba. — Os dois sorriram, ele se aproximou e colocou a mão em seu rosto.
— null, eu te amo. — Disse, ela fechou os olhos sentindo seu toque e sorriu.
— Eu te amo, Shisui. — Ele deu um beijo em sua testa, e ela partiu para a missão.
A única coisa que a confortava saindo em missão, era saber que Itachi e Shisui estavam cuidando de tudo, e que ela podia confiar neles. Entrar para a ANBU talvez tenha sido uma das coisas mais difíceis que ela já tinha feito, mas naquele momento, sair para missões era o único jeito de esquecer um pouco daquela loucura.
— Uchiha null? — Perguntou uma voz masculina, que ela ainda não conhecia, ela se virou e reconheceu o homem que falava com ela.
— Hatake Kakashi? Digo, Kakashi-senpai… — Ele a interrompeu.
— Então, me conhece. — Disse ele, ela assentiu, ele estendeu a mão com um pergaminho. — Aqui está, sabe o que fazer. — A garota assentiu, e Kakashi sumiu de sua visão. Ela não tinha muito contato com superiores, geralmente recebia a mensagem e ia, não imaginava que Hatake Kakashi em pessoa iria entregar o pergaminho para que ela completasse a missão, precisava contar para Shisui quando chegasse em casa, talvez aquilo fosse sinal de uma promoção.
Após completar a missão, enquanto retornava para Konoha, null teve um pressentimento ruim, o que a deixou preocupada. Tinha usado muito o seu sharingan, e estava cansada, havia feito uma longa viagem, após dois dias finalmente estava feliz por estar em Konoha. Decidiu que reportaria a missão depois de descansar um pouco, já que Kakashi disse que ela deveria descansar. No caminho para casa, observou uma quantidade considerável de pessoas esperando em frente à sua casa.
— Qual é, gente?! Eu acabei de chegar, estou cansada, podem deixar para outra hora? — Resmungou, Fugaku caminhou até ela e olhou em seus olhos, com um olhar que ela já conhecia, então, ela engoliu seco. — Quem morreu? — Perguntou.
— null…
— Eu conheço esse olhar, Fugaku-sama, foi o mesmo olhar de quando a Kyuubi destruiu a vila e levou meu pai, e o mesmo olhar de um ano atrás, quando minha mãe morreu, e eu conheço esse olhar porque foi você que me deu a notícia, sempre é você, porque ninguém mais suporta me dizer que perdi algo, então, quem morreu?
— Shisui, ele pulou de um precipício. — Respondeu o mais velho, colocando a mão no ombro da garota.
— Pulou de um precipício?! Não! Ele não faria isso, Fugaku-sama! — O desespero tomou conta da menina.
— null, eu sei… — Ela o interrompeu.
— Não! Ele tinha planos!!! — Esbravejou, antes de cair no chão e as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. — Ele tinha planos… — Murmurou, segurando na barra da calça de Fugaku.
— Exatamente, por isso não acho que ele fez isso, o Itachi não foi à reunião, Fugaku-sama, devemos reconsiderar. — Um dos homens do grupo disse.
— O quê?! Itachi e Shisui eram como irmãos, vocês só podem estar brincando em desconfiar dele!!! — Esbravejou null, Fugaku ajudou a mais nova a se levantar.
— null está certa, e eu acredito em Itachi. — Respondeu o mais velho, os outros engoliram seco. — Tire um tempo para descansar, Itachi está em uma missão hoje, quando ele chegar, peço para te procurar. — null assentiu e foi para casa, tomou um banho bem gelado, para ver se acordava daquele pesadelo, mas não adiantava. Ela sequer sabia o que ele e Itachi haviam combinado, mas parece que agora ela teria que assumir o lugar de Shisui. Ela não podia se dar ao luxo de sofrer, tinha que evitar a rebelião do clã, mas teria que esperar Itachi voltar. Talvez ele soubesse o que realmente aconteceu com Shisui. Ela acabou pegando no sono, enquanto pensava no que fazer, acordou com gritos, pegou sua espada e foi ver o que era. As pessoas estavam mortas, havia sangue por toda parte, ela sentiu que uma luta estava acontecendo e correu em direção da luta, talvez se chegasse um pouco antes, teria conseguido salvar Izumi do homem mascarado que a matou. Ela saltou para a frente do homem, e viu o brilho de seu sharingan, então, ele era um Uchiha.
— Quem diabos é você? — Perguntou, o homem riu.
— Como você vai morrer de qualquer jeito, eu posso te dizer, eu sou Uchiha Madara. — Respondeu, a garota ficou em choque.
— Isso explica as mortes, o Uchiha louco voltou para terminar de destruir o clã. — Ela sacou sua espada, e o homem riu.
— Eu só vim ajudar Itachi, a ideia foi dele.
— Está mentindo! — Respondeu ela.
— Não sou o tipo de homem que mente, por isso, fique feliz, acredito que essa vá ser uma boa luta, então, não vou te matar de primeira. — Ela usou seu sharingan para colocá-lo em um genjutsu, sabia que ele era muito mais forte, mas ela não podia desistir sem tentar.
— Você já está no meu genjutsu. — Disse, quando se deu conta, Madara riu.
— Você é interessante, garota. — Ele olhou em seus olhos. — Me diga, qual é o seu nome?
— Uchiha null. — O homem recuou após escutar o nome.
— Você deve ir atrás do Itachi, vamos adiar nossa luta, até a próxima. — O homem sumiu de sua visão, então, null realmente foi atrás de Itachi, não podia acreditar naquela loucura. Antes que pudesse chegar até ele, encontrou Sasuke correndo em direção a sua casa, seu instinto era de correr até ele para salvá-lo, mas Itachi a encontrou antes.
— Itachi-kun, que loucura é essa? Uchiha Madara está matando todos… — Ele a interrompeu.
— Eu não tenho tempo, então, adeus. — Itachi olhou em seus olhos, e ele tinha o Mangekyou Sharingan, e de repente tudo ficou escuro. Sua cabeça doía, quando abriu os olhos, já estava de dia e ela estava em casa.
— Nee-san! — Alguém gritava na porta de sua casa, ela se levantou e foi atender, era Sasuke, e não havia nenhum sinal de mortes naquele lugar.
— Sasuke-chan, o que foi? — Perguntou, um pouco sonolenta.
— Pode me ajudar no treino de shuriken? — Perguntou o menino, fazendo biquinho.
— Por que não pede ao seu irmão?
— Ele sempre toca na minha testa e diz “Uma outra hora, Sasuke”. — Resmungou, fazendo a garota rir.
— Isso é bem a cara dele. — Ela abriu a porta. — Entre, tive um sonho difícil, preciso tomar café da manhã antes. — Sasuke entrou no lugar, e ficou olhando ao redor.
— Nunca entrei na sua casa antes, nee-san. — Disse ele, null arqueou uma sobrancelha e inclinou o rosto.
— Sério? Você já entrou, só era pequeno demais para se lembrar. — Respondeu null, indo até a cozinha.
— Você tá sozinha aqui? — Perguntou, enquanto se sentava.
— Não está vendo mais ninguém, está? — Ironizou ela, ele negou com a cabeça.
— Você não vai mais ficar sozinha, quando casar com o Shisui-niisan. — null, que tinha acabado de tomar um gole do chá que havia feito, engasgou com o mesmo.
— Quem te disse que vou casar com o Shisui, quero dizer, ele não está mais aqui. — Respondeu, abaixando a cabeça, se recordou do motivo de ter tido aquele sonho horrível.
— Ele estava na minha casa, e ele disse que ama você, isso quer dizer que vocês vão casar. — Respondeu Sasuke, null achava o garoto tão fofo, que sempre se perdia no que estavam conversando.
— É, talvez a gente case mesmo. — null riu, fazendo Sasuke sorrir.
— Nee-san, você vai me convidar para o casamento? — Perguntou ele, fazendo biquinho.
— Vou pensar no seu caso, Sasuke-chan. — Brincou, o garoto cruzou os braços e emburrou, fazendo a mais velha rir. — É óbvio que sim, Sasuke-chan. — Ela entregou um copo de chá para o garoto, que sorriu. — Deixa eu te perguntar, por que quer treinar shuriken? Não prefere treinar com uma espada? — Os olhos do menino brilharam, mas logo depois o brilho sumiu.
— Não consigo segurar uma espada. — Ele encarou o chão, fazendo uma cara triste.
— Espera aqui. — Ela se levantou e foi até um armário, pegando sua primeira espada, feita de madeira e a espada que seu pai usava para ensiná-la a treinar. Caminhou até Sasuke e entregou a espada menor, fazendo o garoto sorrir. — É um presente, pratique o manuseio, e quando estiver se sentindo confortável, nós treinamos juntos.
— Oh, obrigado, nee-san! — Respondeu, abraçando a cintura da menina.
— De nada, agora vai praticar, essa primeira etapa é sua, depois eu te ajudo. — Ela sorriu, Sasuke assentiu e correu para fora da casa, acenando. null suspirou, não entendia nada que havia acontecido. Estava com uma dor forte na cabeça, talvez por ter usado tanto seu sharingan. Ouviu passos e se virou para ver quem era, e se surpreendeu.
— Deu sua espada de madeira para o Sasuke-chan? — Perguntou Shisui, os olhos da garota se encheram de lágrimas, aquele tinha sido um sonho péssimo.
— Sim, eu dei. — Ela sorriu, Shisui ficou confuso, null correu até ele e o abraçou. — Você está aqui, de verdade.
— Ora, e por que não estaria? — Perguntou ele.
— Eu tive um sonho horrível, sonhei que te perdia. — Shisui se aproximou dela e acariciou seu rosto.
— Isso jamais vai acontecer. — Respondeu ele, sorrindo.
— Promete? — Perguntou null, olhando em seus olhos.
— Prometo. — Ele sorriu com os lábios e com os olhos, fazendo a garota sorrir.
— Sasuke estava me perguntando coisas sobre você. — Disse ela, mudando de assunto, Shisui apoiou-se na bancada da cozinha, enquanto a garota caminhava até a pia.
— Perguntando o que? — Perguntou ele, pegando uma maçã na fruteira.
— Quando vamos nos casar. — Respondeu a garota, lavando o copo que havia tomado chá.
— Não sei, breve, não é? — Ele sorriu para ela, que se virou na mesma hora em que ele respondeu.
— Não sei, você nem me pediu em namoro ainda, e quer falar de casamento? — null cruzou os braços e Shisui riu.
— Não sei se quero perder esse momento na nossa vida, não sabemos o que pode acontecer, então, não podemos ser o tipo de pessoa que espera por muito tempo, não é mesmo? — Ele se ajoelhou. — Não tenho um anel aqui, mas você aceita ser minha namorada e noiva? — null colocou a mão na testa e riu.
— Enlouqueceu?
— A gente já perdeu tempo demais, não quero perder mais nenhum segundo. — Ele olhou em seus olhos e ela percebeu que era sério.
— Você está certo, afinal. — null sorriu. — Certo, eu aceito.
— Eu sabia, você é a minha alma gêmea. — Brincou ele, se levantando.
— Fica nessa que eu nego o pedido, ainda dá tempo. — Eles riram e Shisui a abraçou.
— Você sabe que é verdade. — Ela sorriu, se aconchegando no abraço.
— Vou sair da ANBU. — Disse ela, fazendo Shisui se espantar. — Não quero morrer antes do nosso casamento, e nem depois dele.
— Se você acha que é o melhor para você, eu irei apoiá-la. — Ele depositou um beijo leve na ponta do seu nariz, fazendo a menina corar, após encarar o nada por alguns segundos, ela apertou a bochecha de Shisui e saiu do abraço.
O casamento.
null estava mais linda do que nunca, e todos estavam lá, até mesmo Hatake Kakashi, capitão da ANBU, junto com a antiga equipe da garota. Foi a primeira vez que ela e Itachi se falaram, depois daqueles sonhos estranhos. Fugaku a acompanhou até o altar, Sasuke entrou jogando pétalas no caminho, na frente deles. null desejava que seus pais estivessem ali, era o momento mais feliz de sua vida, mas seu coração se sentia triste. O sorriso no rosto de Shisui aquecia seu coração e amenizava aquele sentimento, e era o que fazia ela se manter firme, todos os dias. Aquele amor, tão forte, tão perfeito, que quando ele tocou em sua mão, ela sentiu seu corpo inteiro estremecer.
— Uchiha null, aceita Uchiha Shisui como seu esposo?
— Aceito.
— Uchiha Shisui, aceita Uchiha null como sua esposa?
— Aceito.
— Então, os noivos podem se beijar. — Shisui olhou nos olhos de sua, agora esposa, e sorriu, antes de beijá-la.
A gravidez.
— null, tudo bem? — Perguntou Shisui, indo até o banheiro e vendo a mulher abraçada com a privada.
— Acho que estou com algum vírus, vou ao médico. — Disse, se levantando e molhando o rosto.
— Eu te acompanho. — Respondeu Shisui, tocando em seu ombro.
— Não precisa, não deve ser nada demais, vá para o trabalho. — Shisui ficou preocupado, mas assentiu. null foi até o hospital, os médicos fizeram exames e pediram para que ela aguardasse.
— Parabéns, você está com 8 semanas. — Disse a médica, mostrando o monitor.
— O quê? — null cerrou os olhos.
— Você está grávida, null.
— Grávida?! — Shisui ria, enquanto segurava null nos braços.
— Você pode por favor me colocar no chão? Estou ficando tonta. — Reclamou ela.
— Claro, me desculpe — Disse ele, a colocando no chão. — Estou tão feliz. — Ele depositou vários beijinhos em todo o rosto da mulher, que riu.
— Também estou, só não esperava. Com dois anos de casados, achei que não iria acontecer nunca. — Ela colocou o cabelo atrás da orelha e passou a mão na barriga, imediatamente Shisui se abaixou e abraçou sua barriga.
— Não vou soltar nunca mais. — Disse ele, enquanto acariciava a barriga da mulher.
— Ah, você vai sim, quando nascer você pode fazer isso, mas ele ainda está na minha barriga, então, nada disso! — Respondeu ela, rindo da cara de bobo de Shisui.
Anos depois…
Tinha sido o primeiro dia de Hayato na academia, null e Shisui estavam vibrando de felicidade, mas o garoto nem tanto. Após a chegada dele em casa, seus pais haviam preparado uma pequena festa, para comemorar.
— Oi mãe, oi pai. — Murmurou ele, se aproximando da mesa.
— Qual o problema, filho? — Perguntou null.
— Todos estão esperando tanto de mim, mas não sei se consigo. — Disse ele, sentando-se.
— É claro que você consegue, filho, você é um Uchiha e nosso filho. — Disse Shisui, sentando-se ao lado do filho.
— E tudo bem se não conseguir, apenas certifique-se de dar o seu melhor, a expectativa dos outros é problema deles, você não tem culpa se não alcançar a expectativa deles, não é sua responsabilidade. — Completou null, sentando-se na outra cadeira ao lado do filho.
— Obrigado, mãe e pai. — Os três se abraçaram.
— Agora vamos comemorar! — Exclamou null, ela entendia a preocupação do filho, afinal, seu pai era um prodígio, seu tio também e ela também era considerada prodígio, então os outros do clã estavam exigindo bastante dele, ela teria que reforçar sempre que ele não tinha obrigação nenhuma com os outros. Após a comemoração, ela o colocou na cama, e quando voltou para o quarto, Shisui não estava na cama. Ela andou pela casa toda, e não o encontrou. De repente, a cena mudou, ela estava em um precipício e lá estavam Itachi e Shisui, e Shisui pulou no precipício, de repente a cena voltou ao normal e ela estava em casa de novo, e Shisui estava na cama. Ela não conseguiu ignorar aquilo que havia acontecido, estava preocupada, e não conseguiu dormir de noite. De manhã, quando Shisui e Hayato saíram, ela foi até o precipício da cena da noite anterior. Itachi estava lá.
— O que está fazendo aqui? — Perguntou ela.
— Me desculpe. — Respondeu Itachi.
— Desculpar pelo quê? — Ela se aproximou dele, e percebeu que ele tinha lágrimas nos olhos. — Itachi, presta atenção, enxuga essas lágrimas e vai fazer o seu trabalho, não tem motivos para pedir desculpas. — O homem desapareceu de sua frente, se transformando em vários corvos. O que preocupou null mais ainda, ela tentou seguir o dia normalmente, mas não conseguia tirar a imagem de Shisui pulando do precipício da sua mente. Uma memória surgiu, de quando Shisui disse que a paz só podia ser alcançada com sacrifício, mas aquela conversa nunca havia acontecido, não ali. Ela tentou seguir o dia normalmente, mas não queria dormir, tinha medo do que aconteceria, mas não conseguiu controlar o sono. E ela estava certa em ter medo, ela voltou para aquela cena, mas parecia estar presa ali, porque aquilo se repetiu por várias vezes, até ela não aguentar mais. Ela fez o selo do tigre, e fechou os olhos.
— Kai. — Falou, e aquela cena desapareceu, junto com Shisui, seu filho Hayato, seu clã e toda sua felicidade. Quando se deu conta que havia acordado de um genjutsu, olhou para suas roupas, vestia um manto preto com nuvens vermelhas, e estava deitada em uma pedra. — Pedra, Itachi? Não poderia ter me deixado em uma cama? — Ela olhou ao redor. — Itachi… O que há de errado com o Itachi? — Ela se levantou e começou a correr dentro daquele lugar, que parecia uma caverna.
Itachi.
— Itachi-san, seu nariz está escorrendo sangue. — Disse Kisame, Itachi colocou a mão no nariz, e olhou para seu dedo sujo de sangue.
— Precisamos voltar, Kisame, ela acordou. — Disse Itachi.
— Sempre quis saber o mistério que envolvia aquela mulher dormindo naquela pedra, parece que chegou a hora. — Disse Kisame colocando a sua espada nos ombros. Os dois caminharam até o local onde estava null, e Itachi estava certo, ela não estava na cama. Ele usou o seu sharingan para procurar por ela, e a encontrou, parece que ela também havia o encontrado. Os dois foram na mesma direção, a fim de se encontrarem, quando estavam um de frente para o outro, se encararam, sharingan com sharingan.
— Então, você está bem? — Perguntou ela, Itachi assentiu. — E por que você falhou? Você tinha uma ÚNICA missão, e não conseguiu cumprir. — A mulher parecia furiosa.
— Me desculpe, eu falhei. — Respondeu Itachi, ainda olhando em seus olhos.
— Me leva de volta, eu tenho uma família! — Ordenou, com a voz trêmula e os olhos marejados.
— Sim, você tem, Sasuke. — Respondeu ele, virando de costas.
— Não dê as costas para mim, Itachi! — Ela o puxou pelo braço.
— Como você soube? — Perguntou ele, fazendo-a rir fraco.
— Você não é o único que tem um sharingan e sabe usá-lo. — Respondeu null. — Mangekyou Sharingan. — Disse, e seus olhos mudaram.
— Desde quando? — Perguntou Itachi.
— Desde que minha mãe morreu, isso me torna melhor que você. — Itachi segurou a mão dela.
— Não quero brigar de sharingan para sharingan, isso estou guardando para o Sasuke. — Respondeu ele, virando de costas para ela.
— Sasuke está vivo? — Itachi assentiu.
— Estou aguardando a nossa luta. — Respondeu. null queria bater em Itachi até que ele a colocasse de volta naquele genjutsu, mas pensou em ir atrás do Sasuke.
— Eu vou atrás dele, mas olhe nos meus olhos e diga o motivo disso ter acontecido. — Itachi olhou em seus olhos, e eles entraram em um genjutsu, feito por ela.
— Estou doente e perdendo a visão, desculpe, não pude manter minha promessa. — Explicou, fazendo null suspirar.
— Por que Shisui fez aquilo? Seja honesto.
— Danzou roubou seu sharingan. — A resposta de Itachi fez o genjutsu se dissipar, null queria chorar e esbravejar, mas ela apenas engoliu seco.
— Vou atrás do Sasuke-chan, pelo menos alguém eu posso salvar. — Disse ela, Itachi assentiu e ela partiu, deixando o manto vermelho no meio do caminho. Ela passou tanto tempo sonhando acordada, que agora encarar a realidade era o que havia restado, e ela tinha assuntos pendentes para tratar.
Fim.
Nota da autora: oii gente, tudo bem? espero que sim! espero que tenham gostado <3 vou deixar meu insta de autora, pra vcs conferirem minhas outras fics, e o grupo no whatsapp de leitoras, beijos!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.

