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Prólogo


Trailer da Fanfic

Eles riam incontrolavelmente em cima do tapete confortável de veludo. Riam como se assistissem a uma comédia para adultos. Mas não podiam. Eram crianças.
A garotinha tinha apenas oito anos, enquanto seu primo ao brincar com ela tinha dez. As bochechas rosadas dos primos, os dentes desconcertados, os cabelos bagunçados e as risadas altamente gostosas, caracterizavam os dois. Os primos se olham curiosamente.
- Eu quero dar o meu primeiro beijo. – Disse a garotinha.
- Você quer que eu seja o primeiro? – A garota sorri como resposta.
Seu primo aproxima-se e inclina em direção ao rosto da garota. Eles fecham os olhos. As bochechas de ambos passam de rosadas para avermelhadas, e então, logo os dois sentem suas bocas encostarem-se uma na outra. A garota sente algo mágico, mas impossível de se entender naquela idade. A boca de ambos formiga levemente. Uma sensação gostosa. Os dois riem mais uma vez.
- Será que vamos ser como o papai e a mamãe, a tia e o tio? – A garotinha pergunta sendo curiosa como toda criança é.
- Sim, vamos ser namorados! Nunca vamos nos separar. – O garoto responde, abraçando sua prima com força.
Ele tinha um carinho imenso por ela e uma necessidade absurda de cuidar da mesma. Mas eles eram muito pequenos, e conforme o tempo, o garoto deixou de sentir essa mesma vontade e necessidade. Já tinha certeza de que isso aconteceria assim que viu sua prima despedir-se dele. Ele havia se conformado. Até ela voltar.



Capítulo 1


I've got thick skin and an elastic heart
But your blade it might be too sharp
I'm like a rubberband until you pull too hard
I may snap and I move fast

(Sia – Elastic Heart)



Com os fones de ouvido e o Ipod na mão, ouve música no volume máximo. Enquanto anda pelo aeroporto, segurando suas duas malas pretas, ela se diverte com o rock que inunda seus ouvidos. Segura-se para não fingir estar tocando bateria, seria melhor fazer isso somente em casa, e de preferência, sozinha em seu quarto.
Do outro lado do aeroporto, e seu pai esperam a garota da qual tanto sentem saudades. O pai de deseja mentalmente ter a sua bela mulher ao seu lado para presenciar a volta da sua querida sobrinha. Mas o amor da sua vida já havia partido, já se passou quatro anos de sua morte. Mirella era praticamente a base da família, e, assim que foi embora, levou a alegria de muitos, fazendo com que Alicia, irmã de Mirella, mudasse para New York, levando a sua filha junto. Agora, com a decisão de de voltar para Londres e estudar com seus velhos e bons amigos, e seu pai a recebem em sua casa, deixando um quarto para que a garota fique. Eles adoraram a ideia. Os dois gostam dela, é e sempre foi uma ótima pessoa. E talvez sua presença ajudasse a melhorar o humor dos dois, quem sabe assim eles não ficassem tão sozinhos com uma presença feminina em casa. corre com suas malas, arranhando o chão branco e liso do aeroporto. Está atrasada para encontrar seu primo e seu tio. Passara-se trinta minutos que os dois a esperavam. para, ofegante, e decide procurá-los no meio das pessoas que estão ali. Fica na ponta dos pés, tentando se equilibrar, e assim consegue ver um homem baixo, gordo e com uma recém careca. sorri. É seu tio, ela tem certeza. A garota corre até seu tio. O mesmo homem a avista assim que já está perto dele e de seu filho. para na frente dos dois, ofegante, mas sorrindo.
- Tio! – Seu tio abre os braços, recebendo, assim, um abraço cheio de saudade da sua sobrinha favorita. – Quanto tempo!
- Bem-vinda, ! – Seu tio diz depois de abraçá-la. – Lembra-se do ?
Ah, ... Ele estava completamente abismado. Não havia criado expectativas e, por isso, não esperava isso tudo. Ela está muito diferente. Qual seria a palavra certa? Hm... Ela está perfeita!
Seus cabelos levemente ondulados, seu rosto como de um bebê, o sorriso branco como os de propagandas sobre pasta de dente, o seu corpo com proporções certas, o seu estilo... Sim, ela havia mudado bastante o seu estilo. Usa um short preto, destacando suas coxas, seguido de uma bota preta de cano curto e uma camisa de Nirvana, uma das bandas preferidas de sua prima. Definitivamente, ela está muito diferente, e a primeira coisa que pensou foi: Como vou aguentar?
- ? – Seu pai chama-o novamente.
- Oi. – tenta sorrir, mesmo sem sucesso. Ele pigarreia e tenta uma recepção mais agradável. – Que bom que voltou!
- É assim que você fala com sua prima? – revira os olhos e puxa seu primo para um abraço. Ela fica na ponta dos pés. Ele também havia mudado e muito, uma das coisas que havia mudado era a sua altura. Estava bem alto. – Estava morrendo de saudade de você, grandão.
- Eu também, baixinha. Muita saudade! – sorri ao lembrar-se dos apelidos carinhosos que haviam colocado um no outro quando eram crianças. Ele aperta sua prima contra seu corpo. Ele realmente estava com saudade.

teve um dia cansativo arrumando todas as suas roupas no seu novo quarto. Teve que ligar para seus pais, avisando que já estava tudo bem. decidiu voltar para Londres, pois além de sentir falta de seus amigos, ela não se encaixava bem em Nova York, a própria mãe dela sabia disso. A garota sempre amaria o clima mais frio, o sotaque mais aguçado, as bandas, as ruas e lojas de Londres. Aqui era seu verdadeiro lar. Era daqui que ela gostava mais.

- Bom dia, tio! – deposita um beijo na careca do tio. Ele sorri, tomando um gole de seu café em seguida. – Bom dia, grandão! – Ela abraça por trás, mesmo ele estando sentado na cadeira, e deposita um beijo em seu pescoço, fazendo-o sentir um leve arrepio naquela área. Ela sorri.
A cozinha havia mudado bastante. Aliás, tudo havia mudado bastante desde os últimos quatro anos os quais foi embora. Tinha apenas treze anos e nada era tão chique como agora. soube que ao falecer, sua tia deixou a própria herança herdada do pai. Sua mãe e sua tia haviam divido a herança logo quando receberam, mas a sua tia sempre foi diferente de sua mãe. Sempre procurou guardar dinheiro, nunca gastava com besteiras como sua mãe sempre fez. E isso fez com que sua tia tivesse gastado pouquíssimo de sua herança, deixando uma boa quantia de dinheiro para seu filho e seu marido. George, pai do , resolveu reformar a casa e, com o emprego de delegado, o qual ganhava muito bem, dinheiro estava longe de ser um problema.
senta-se em uma cadeira, ficando de frente para o . Ela se estica para pegar os pequenos pãezinhos em uma cesta posta na mesa. serve o suco de laranja para sua prima, assim que seu pai acaba a sua refeição.
- Tenho que ir. Vejo os dois à noite. Boa volta às aulas, ! – George sorri, faz o mesmo.
- Comece a me contar o que mudou lá no colégio. – diz para assim que seu tio sai.
- Nada, o que vai mudar vai ser a sua chegada. – dá de ombros. junta as sobrancelhas sem conseguir entender por que o primo disse aquilo. Ele conserta. – Quero dizer... Assim que você chegar, se prepare, vai chover muitos garotos em cima de você.
- Ah, entendi! – ri. – Isso é uma coisa que eu já estou acostumada e que sinceramente... – Ela toma um gole do suco. – Eu adoro.
- Se diz... Mas vamos falar sobre sua mudança. – a olha sem timidez nenhuma, nem mesmo esconde a admiração estampada em seus olhos. – Você está bem diferente, hein, priminha.
- Diferente como?
- Crescida. – encosta-se à cadeira. Ele deixa escapar um sorriso ousado em seus lábios.
- Crescida? – bufa, rindo em seguida. – Esse é o seu jeito de dizer que estou gostosa?
- Eu estava sendo educado. – dá de ombros.
- Sério? – ri. – O seu olhar não disse nada disso. Mas tudo bem... Confesso que você também está bem crescidinho. – Ela sorri maliciosamente. Seu primo a olha curioso. – Deve fazer um sucesso com as garotas.
- Fazer o que... – dá de ombros. – Eu sou demais.
- É por isso que somos da mesma família. – bufa. – Nós nos achamos demais! – Eles riem.

destrava seu carro. O seu lindo e glamoroso Porsche vermelho. O seu presente preferido. Seu pai havia dado a ele final do ano passado, presente por ter passado com uma das notas mais altas do 2º ano. não era um problema para seu pai, muito pelo contrário, era um orgulho.
- Pra quê destravar as portas quando se tem um Porsche? – dá um sorriso sapeca. Ela se aproxima do carro do primo e, sem abrir as portas, pula para dentro, sentando-se no banco. ri da atitude da garota e entra no carro.
- Pronta para voltar ao inferno? – olha de relance para sua prima, assim que gira as chaves. solta uma gargalhada.
- Achei que já estivesse. – Sorri divertida. Pega seu Ray Ban preto e o põe no rosto. – Mas vamos lá!
dá a partida. Mais uma vez naquele colégio, vendo as mesmas caras de sempre, a mesma coisa chata, exceto por hoje. A chegada da sua prima ao colégio. Começa então a pensar o que os outros acharão ao vê-lo chegando com uma garota nova. Bonita e descolada. olha de canto para a prima. Seu cabelo voa ao vento. mantem os pés sobre o painel e curte a música. pega seu óculos, ig, ao de sua prima, e o põe no rosto. Ele dá de ombros. Seja lá o que forem pensar ou dizer quando o virem com , ele não liga, não tem certeza do que falarão, mas sabe de uma coisa... Irá adorar ver a cara de curiosos de todos com a chegada dos dois juntos.
Assim que estaciona na vaga que sobrara entre os populares e riquinhos do colégio, sai do carro. Sua prima faz o mesmo. Ele dá a volta até ficar ao lado de sua prima. Tranca as portas do carro com um simples aperto no alarme. olha ao redor. O estacionamento ainda está cheio de pessoas. De um lado, patricinhas param suas conversas para olhar para e . Do outro, pessoas que estão andando em direção à entrada do colégio, tentam olhar para os primos. Logo à frente, garotos vestidos com uniforme de futebol estão encostados em uma Hilux preta. Um deles cutuca o outro e outro cutuca o mais próximo, até chegar ao garoto que estava inclinando-se para dentro do carro. Esse mesmo garoto para de se inclinar e olha para onde e estão. Então lá vai ela. , com sua calça skinning da cor preta, as mesmas botas que ontem usava e uma blusa qualquer, andam em direção ao Sam. O mesmo garoto que estava olhando para direção deles.
observa sua prima andar. Até o jeito dela andar está diferente, parece tão mais decidida. Sua prima tira os óculos lentamente e o põe pendurado em sua blusa. Sam vem em sua direção. Provavelmente morta de saudades, pula no colo de Sam, que a carrega. Os dois riem e se abraçam. O Sam era namorado da , mas nunca deram certo, os dois gostavam de curtir desde cedo.
revira os olhos e anda em direção aos dois. As pessoas ainda os olham, curiosos. desce do colo de Sam assim que para onde eles estão.
- E aí, cara? – Sam dá um soco no ombro de como cumprimento. O mesmo olha para seu ombro, não gostando muito disso e em seguida olha para Sam, o cumprimentando com a cabeça.
- Vamos, , ainda temos que ir à direção. – diz, ignorando totalmente a presença de Sam.
- Te vejo no intervalo, ? – Sam a olha. dá de ombros.
- Talvez.
puxa a prima pela cintura, andando desse mesmo jeito até entrarem no colégio. Os olhares aumentam. Uns garotos olham para a , umas garotas cochicham enquanto os dois passam. dá um sorriso malandro. Fale bem, fale mal ou faça fofoca, mas fale de mim. Isso ele adorava.
- ! – grita assim que vê seu melhor amigo. O mesmo vem correndo em sua direção.
- E aí, cara! Eu acho que esqueci minha cuec- para de falar assim que percebe a presença de . Ela segura o riso assim que entende o que pretendia falar. – Hãm... Oi.
- Essa é minha prima, . – diz.
- Prazer, . – o cumprimenta com a mão. engole em seco, completamente absorto por tanta beleza em sua frente.
- Pra-Pra-Prazer é meu. – tenta se consertar. revira os olhos. – Aonde vão agora?
- Vamos à diretoria ver em que sala do 2º ano ela vai ficar. – responde.
- Ok, eu até iria com vocês, mas não posso aparecer lá. – dá de ombros. franze a testa. – Digamos que eu... Eu bati no carro da Srª. Petterson.
- Você o quê? – o olha, abismado. – Você bateu no carro da diretora?
- Foi sem querer, cara... – começa a ficar nervoso. – Eu tenho que ir, ela acabou de chegar!
- Ela quem? – se vira para ver correndo em direção à entrada do colégio.
- A Stacy, o amor do . – suspira. – Coitado. Ela não dá nenhuma bola pra ele.
- Agradeça por não sofrer por amor. – diz, agora olhando para tentando falar com Stacy. Ela continua andando, jogando seus cabelos extremamente loiros de um lado para o outro, sem dar atenção ao garoto. – Deve ser uma merda.

começou a escola duas semanas atrasada. Nada demais, nada que a comprometa os estudos. adora estudar, adora ler, esse é o bom dela. Tem uma mente bem trabalhada, pode pegar assuntos numa rapidez incrível. Talvez seja até de família já que seu primo tem notas altas.
agora anda em direção à sala C do 2º ano. A diretora nova, que não era do tempo em que ainda estudava neste colégio, leu a ficha da garota e resolveu colocá-la onde a maioria de seus antigos amigos estão. Talvez a diretora Petterson não fosse para a listra negra de .
A garota para em frente à sala, assim que a acha. Respira fundo, tomando coragem. Não sabe como seus amigos estão, se mudaram a aparência, se estão namorando, fizeram mais outros amigos, se esqueceram dela, ou se não gostam mais dela. Mas irá descobrir agora. Empurra a porta e entra na sala. Não há nenhum professor na sala, mas isso não importa quando a mesma está cheia. Todos a olham.
- ! – Grita um coro. Ela procura pelo mesmo. Seus velhos amigos sentam no fundo. Todos sorriem para ela, contentes com a surpresa.
- Voltei, amores!

- Como foi a aula? – pergunta para . Eles estão na fila do lanche.
- Foi legal, meus velhos amigos me receberam muito bem. – Ela sorri, então olha ao seu redor. Há muitas pessoas no refeitório. – Eu nunca vi o colégio tão cheio assim.
- É porque são só as primeiras semanas de aula, espera pra ver as próximas, está praticamente vazio. – Eles riem. – Você quer ficar comigo aqui até mais tarde? Você pode conhecer minha banda.
- Você tem uma banda? – fica boquiaberta. Os dois vão andando enquanto as cozinheiras os servem. balança a cabeça afirmativamente. – Claro que quero, imagina meu grandão cantando! – Ela ri.
- Não me chame de grandão aqui, baixinha! - sussurra.
- GRAAAAAAAAAAAAAND- tenta continuar, mas põe a mão na boca da prima. Ele logo tira a sua mão e observa rir. Isso ela não tinha mudado. O velho hábito de rir alto e ter uma risada gostosa. Ah, e ser extremamente linda ao rir. e saem da fila do lanche e olham ao redor do refeitório. Uma mesa cheia de jogadores de futebol olha em direção a garota nova, gostosa e perfeita, na definição deles. Essa garota é a . Ela sorri para o Sam e anda em direção a eles, mas puxa seu braço.
- O quê? – Ela olha para seu primo sem entender.
- Precisamos ter uma conversinha antes de você ir pra lá. – revira os olhos e anda junto com até a mesa onde o está sentado.
- Pode começar o sermão. – olha para , apoiando-se na mesa com o cotovelo assim que já está sentada. olha pra ela e deixa escapar um leve suspiro.
- Ele não é mais aquele garoto de antes, ele está pior, .
- Eu não me importo. – A garota dá de ombros.
- De quem vocês estão falando? – pergunta depois de morder seu hambúrguer.
- Ele não presta, ele tem fama de fazer as garotas sofrerem. – diz, ignorando . suspira.
- , eu não sou mais criancinha...
- Mas é a minha prima e eu não quero que ninguém faça mal a você. – Ele diz, arrancando um sorriso de . – Pode fazer isso por mim?
- Relaxa, eu sei me cuidar. – diz, pegando uma maçã e mordendo-a em seguida. rola os olhos. Ela sempre foi teimosa.
olha para querendo entender do que eles estavam falando. O garoto aponta com a cabeça em direção a mesa dos jogadores. logo entende de quem seu melhor amigo estava falando. Ele já havia comentado algumas vezes com sobre Sam e, numa dessas vezes, seu amigo lhe contou que Sam já foi namorado da . Ele dá de ombros, talvez ele também concorde com a opinião de . Sam é o cara mais galinha daquele colégio.
Os três comem e conversam, tudo está calmo até chegar o palhaço.
- Opa, chegou, vulgo: gostoso. – O garoto, que para era o maior idiota e palhaço do colégio, senta-se a mesa. ri. Ele pode ser idiota, mas é seu amigo e, pra falar a verdade, ele gosta das idiotices dele.
olha para o garoto que se sentou a mesa. Ele tem cabelos brilhosos, um rosto limpo, como de um bebê e olhos . Parece ter um corpo bonito, segundo a sua camisa apertada que define o seu peitoral e seus braços. Ele é forte. Ela gosta disso.
- Wow! – O garoto olha para , não escondendo um sorriso malicioso. – Quem é essa?
- Sou . – Ela responde sem dar nenhum sorriso. Ele não poderia perguntar pra ela mesma?
- É a minha prima, . – olha para o amigo com um olhar assassino. Ele havia avisado isso para , mas o garoto esqueceu.
- Hum... Estranho, ela é bonita e você é feio. – diz, arrancando uma risada de . – Mas eu me chamo , . Prazer, . – Ele a olha mais uma vez com seu sorriso malicioso. Ela retribui.
- Prazer, .
- Que aula vocês tem agora? – pergunta para os amigos.
- Eu tenho de biologia. – responde, confirma com a cabeça, ele também tem a mesma aula agora.
- A minha próxima aula é de inglês. – responde, sorri.
- Parece que vamos nos ver lá. – O garoto diz.
- Mas você não é da sala de ? – franze a testa.
- Ele perdeu de ano. – diz tranquilamente enquanto tenta sugar pelo canudo o resto do suco que sobrara.
- Motivos pessoais. – se defende.
- Que eu julgo ter sido burrice. – fala. ri, quase se engasgando com o suco de uva.
- Cala a boca, idiota. – suspense seu dedo do meio para . O amigo ri.
Os quatro terminam de comer e ficam conversando, até ouvirem o sinal alto e agudo indicando que os alunos voltem para as aulas. Restam apenas mais duas para que possam ser liberados. Os mesmos levantam, deixando a bandeja de comida de cada um em cima da mesa.
- Me encontra na sala de música, estarei lá quando você for liberada. – diz para a prima. A mesma assente e vira-se, indo em direção contrária ao primo e de .
e andam juntos até a sala B, onde será a aula de inglês do 2º ano. procura uma cadeira vazia no fundo, senta-se na penúltima e senta na última. A professora entra na sala. Veste uma saia que bate um pouco acima do joelho, uma camisa branca e um cardigã vermelho. É uma professora com o rosto bonito, mas não o corpo. dá de ombros. Isso não importa para ela. Agora ela tem que se concentrar.
- Todos comecem a copiar assim que eu anotar. – A professora diz séria. Ela observa atentamente a sala. – E sem brincadeiras, hoje não estou boa.
- Desculpe, professora... – começa a falar. vira para olhá-lo. – Mas você nunca está boa, e eu digo isso em todos os sentidos.
Todos na sala riem, inclusive . A professora revira os olhos e suspira, parecendo controlar-se. Ela anda devagar até e para com a mão na cintura.
- Cale essa boca, . Mais uma gracinha e eu te ponho na detenção. – A professora diz séria. finge render-se, suspendendo as mãos como forma de propor a paz.
- Talvez seja por isso que você tenha perdido de ano. – sussurra para assim que a professora sai de lá.
- Acredite... – O garoto abaixa a cabeça. – Eu queria que fosse por isso. – Dá um sorriso falso. – Seria bem melhor.
o encara por segundos e então vira para frente. A curiosidade bate na porta dela mandando lembranças. Por que aquela cara triste? Teria sido realmente problemas pessoais? pensa. Fica realmente curiosa para saber o real motivo de o garoto ter perdido de ano, mas aquilo não é da conta dela. Ela não perguntaria, tem medo de ser intrometida, então o melhor será esquecer isso. Não pode ser nada ruim para um garoto divertido, como ele aparenta ser para .
presta a atenção nas anotações da professora de inglês. Lendo e tentando trabalhar com o novo assunto, rapidamente domina o mesmo.
- Formem duplas e respondam as perguntas do quadro.
Todos da sala levantam para juntar suas cadeiras com seus amigos, parceiros, colegas. permanece parada, já adivinhando quem será seu par. E ela acerta.
puxa a cadeira para frente e senta, arrastando a mesma para o lado de . Ele sorri.
- Já era previsível que eu viesse sentar com você? – pergunta, parecendo ter lido a mente da garota. Ela sorri.
- Pode apostar que sim! Isso é uma técnica de aproximação?
- Quem disse que quero me aproximar de você? – arqueia uma sobrancelha, mas logo sorri. – Tudo bem, é, sim. Não é uma das melhores, mas é um começo. – Os dois riem.
- Mas me conta... – dá um leve empurrão no ombro de . – Qual o verdadeiro motivo de ter perdido de ano? – Ela pergunta, não aguentando a curiosidade. Está se repreendendo por isso, mas não consegue controlar esse seu lado curioso.
- Se eu contar você pode não gostar de mim. – diz, deixando mais curiosa ainda. O que será que ele fez?
- Suponho então que você seja um garoto mau. – brinca.
- Eu posso ser mau ou bom... – olha nos olhos de . A garota deixa a boca entreaberta assim que sente o olhar do garoto fazer efeito nela. - Depende de qual você refere. – Ele sorri, fazendo com que só agora perceba o sorriso do garoto. É um sorriso lindo. De deixar sem ar. Ela engole em seco e tenta recompor a postura.
- Eu prefero os que aprontam, os que fazem coisas erradas. Então eu acho que prefiro os maus. – O garoto não tira os olhos dela. – E então, qual você é? – Eles sorriem. Ela sabe a resposta. Ele não precisa responder.

e o restante da sala foram liberados. A garota caminha com sua mochila preta nas costas e seu caderno na mão em direção à sala de música. Assim que decide olhar para seu lado direito, um sorriso divertido surge ao seu rosto. anda do seu lado, mas finge não percebê-la. Ela ri de leve.
- Está me seguindo, ?
- Oi? – olha para a garota e finge surpresa. – Eu? Imagina.
- Certo. – Ela rola os olhos, mas ainda ri. Os dois continuam andando na mesma direção. Inquieta com isso, a garota para na frente de , fazendo com que ele pare bruscamente. – Quer parar com isso?
- Então você acha que o mundo gira em torno de você, não é, dona ? – diz, empurrando de leve a ponta do nariz da garota. - Eu não estou te seguindo, só estou indo na mesma direção. – Dá de ombros.
- Ok, então. – A garota faz bico e vira-se para frente, fazendo com que seu cabelo bata no rosto de de propósito. Ela anda mais rápido, bem mais. Ela quer fazer com que ele se perca dela, se é que esta mesmo a seguindo. Ela olha para trás e não o vê mais. Um sorriso vitorioso surge ao seu rosto e, em poucos segundos, já está na frente da sala de música. Abre a porta e entra.
- Ham... Oi. – diz, quase sem graça ao perceber que não tinha só seu primo ali.
- Oi... – Dois garotos respondem. Os mesmos têm sorrisos maliciosos no rosto. cora. olha para eles com um olhar nem um pouco agradável.
- Esses são Freddie – Aponta para o garoto moreno de cabelos lisos – e Max. – O garoto, da pele branca como a neve, a cumprimenta com um aceno.
- Prazer. – responde com um meio sorriso.
- O prazer é todo nosso. – Freddie morde a boca levemente. dá uma tapa em sua cabeça. – Ai, cara!
- Cheguei! – aparece com um enorme sorriso. – Cai fora da bateria, Freddie. – Ele anda até a bateria e senta-se. Dirige um olhar divertido para , mas logo se vira, ajeitando-se no banco.
A garota olha para . Ela está boquiaberta. Ele não estava a seguindo, ele só estava indo para o mesmo lugar. Ele toca bateria. A garota suspira. Talvez ela ache mesmo que o mundo gira em torno dela.
Não, ela não acha isso. Foi apenas um engano. E ele podia ter dito a ela que estava indo para o mesmo lugar.
- Então... Vamos começar? – sugere. Todos assentem. assiste aos meninos tocando. Eles mandam bem, ela adorou o som deles. canta, toca bateria, Max a guitarra e Freddie o baixo. Ela realmente gostou de tê-los ouvido.
- Então... O que achou da gente? – pergunta para sua prima. Ela sorri.
- Eu adorei, tocam super bem!
- Já que é assim, poderia ir ao nosso show no Diamonds. – Max sugere. junta as sobrancelhas.
- Diamonds?
- É o bar onde a maioria das bandas tocam, a gente vai tocar na próxima semana. – Freddie responde.
- Ok, então eu vou. – Ela dá de ombros. Os garotos sorriem e então se levantam para irem embora. espera seu primo, que guarda o violão, e , que o espera também. – Você poderia ter me dito que vinha para o mesmo lugar. – A garota sussurra para . Seu primo não ouve.
- É que... Eu queria ver a sua cara quando me visse. – Ele dá de ombros. – Foi engraçado, sabia?
- Vamos? – põe o violão atrás das costas e sorri para os dois. Eles assentem.

***

- ? – o chama na porta do quarto do mesmo. Ela carrega seu notebook.
- Sim? – O garoto se vira, engolindo seco em seguida. A prima veste um pijama rosa, só que um tanto curto. O short a deixa com a coxa maior do que já tem e a blusa marca bastante seus seios. Céus, por que tenho uma prima tão gostosa? Pensa. – Oi?
- Eu, bem... – A prima ri de leve, percebendo o olhar do primo sobre ela. – Eu queria que você ajeitasse a internet pra mim. – Dá de ombros.
- Certo, vem cá. – bate duas vezes em sua cama para que sua prima se sente. Ela obedece e o entrega o notebook.
- Posso ver o seu por enquanto? – Ela se estica para pegar o notebook do primo. Ele assente.
- Só não ouse ver as fotos. – O primo cerra os olhos, mas ele sabe que não adianta o aviso.
- É a primeira coisa que vou fazer. – Os dois riem.
já havia ajeitado à internet de , mas ela prefere não ficar no notebook agora. Ela prefere ver as fotos de quando era pequeno.
Eles já estão acomodados. Os dois estão deitados um do lado do outro, mas o notebook permanece em cima da barriga de . Os dois riem das fotos. Está sendo divertido para os dois esse momento. Tanto tempo sem estarem juntos e, de repente, os dois estão do lado do outro, rindo até a barriga doer. Nenhum deles quer que esse momento acabe, mas já está ficando com sono.
- Olha essa foto de nós dois. – aponta para a tela. clica onde o primo havia apontado.
- Que pirralhos. – Ela sorri.
- Você sempre foi bonita, desde pequena. – diz. A prima o olha, mas ele ainda mantem os olhos na tela. – Olha só como você está sorrindo para foto.
- Ei... – chama a atenção de . Ele olha para ela. – Você também sempre foi lindo desde pequeno. – cora. Ele observa o quanto sua prima é realmente linda. Seus olhos brilham ao olhar para ele. Seu cabelo ondulado cai sobre seus ombros. Seus lábios levemente rosados formam um sorriso. Ele não está errado em dizer que ela sempre foi bonita.
- É por isso que somos primos. – Ele brinca.
dá um beijo no rosto do seu primo, pegando-o de surpresa com isso.
- Eu senti tanta falta de você. Espero que a gente não se separe mais. – o abraça, deixando sua cabeça sobre o peito do primo.
- E a gente não vai. Vamos ficar bem juntos. – sorri. Seu queixo está apoiado na cabeça de . Ele havia passado o braço sobre a menina. – Vai ser como antes.
apenas sorri e fecha os olhos, dando um longo suspiro. Percebendo o sono da prima, fecha o notebook, colocando-o na cômoda ao lado. Ele puxa o edredom para cobrir os dois. abraça a prima e fecha os olhos. Ele sente a respiração quente dela em seu pescoço. Gosta daquilo. Ele sente que teria aquela mesma necessidade de cuidar dela. Afinal, ela é, sempre foi e sempre será a baixinha dele.


Capítulo 2


acorda, mas não ousa abrir os olhos. A luz da manhã cobre todo o seu rosto. Ela põe a mão na frente. Devagar, ela vira-se ainda na cama e decide espiar um pouco. dorme como um anjo. Um sorriso em seu rosto. Ele é tão bonito dormindo. pensa. A garota desvia o olhar do primo para o relógio em cima da cômoda. Marca 06h30min. Ainda dá tempo de dormir mais um pouco, segundo ela. Vira-se novamente e se aconchega no primo. Com os olhos fechados e um suspiro cansado, tenta voltar a dormir.
Mas espera... O que era aquilo?
se inclina para trás, olhando seu primo. Analisa o seu rosto, seu peitoral, sua barriga e seu...
- Ai, meu Deus! – dá um pulo da cama. acorda, assustado.
- O que... O que foi? – Pergunta o garoto sonolento. A prima olhava boquiaberta para ele. O problema seria com ele, certo? Então... O que ele tem de errado? – Mas o que, eu... OH, DROGA! – põe a mão na boca assim que olha para sua calça de dormir. A calça tem um certo volume. – Olha, não é o que você está pensando, ! Eu não fiquei assim por causa de você! Eu... – O primo tenta falar, mas a garota ri. – Qual a graça? – Junta as sobrancelhas. A garota dá uma gargalhada alta. – !
- Você ficou excitado só porque dormi com você? – Ela ainda ri.
- Eu sou homem! – Defende-se .
- Disso eu não tenho dúvidas! – A prima olha para a calça do garoto e põe a mão na boca para abafar o riso.
- Eu não fiquei! – Olha para a calça. – Não por causa de você. ... – Ele rola os olhos, suspirando em seguida. – Eu quis dizer que... Homens às vezes acordam assim. Eu juro que não foi porque... – Hesita – Você dormiu comigo.
- Isso... – não consegue parar de rir. – É tão engraçado! – O primo junta as sobrancelhas. Isso é constrangedor e não engraçado. Pensa. – Devia ver a sua cara!
O garoto abre a boca para respondê-la, mas é interrompido logo quando seu pai abre a porta do quarto. Certamente ele teria vindo ver o porquê das risadas, ou poderia me acordar para o colégio. Pensa . Mas acontece que ele chegou em uma péssima hora.
- Mas o que... – George observa o ambiente. Olha para a sobrinha, que mantem a mão na boca para não rir, olha para a cama do filho e em seguida para o próprio. – Oh, céus! – Diz ao olhar para a calça de . O garoto põe a mão em cima do volume. Suspira. – Eu quero falar com os dois antes de saírem para o colégio. Se arrumem. – George diz, sério, e sai do quarto, fechando a porta em seguida.
olha para , que ainda esta com a mão na boca. Ela sai correndo do quarto do primo nas pressas e vai para o seu. deixa o corpo cair na cama. Droga, droga, droga! Mil vezes droga! Resmunga sozinho.

Arrumados e quase prontos para irem ao colégio, e sentam-se à mesa para tomar café. Os dois nem ousam olhar para George. está com medo do que o pai irá falar, mas está com medo de rir do que George irá falar. Um pouco diferente.
O silêncio predomina a mesa repleta de frutas e coisas apetitosas. George decide quebrar o silêncio.
- Vocês são primos... – Os dois olham para George. – Não podem namorar!
- Mas nós não...
- Olha, tio, você tem que aceitar que a gente se gosta. O me atrai. – interrompe . A garota dá de ombros. George engole em seco.
- Não, pai, nós...
- Certo, se vocês se gostam... – George tenta não olhar para os dois. tenta protestar com o olhar. segura o riso. – Eu não vou proibir, mas não quero nada de relações sexuais em minha casa.
- Tio! – finalmente ri, dando uma gargalhada. – Credo! Somos primos, eu só estava brincando! – A garota passa o guardanapo na boca e tenta um olhar sério. – é como um irmão, não se preocupe. Foi apenas um mal entendido, certo? – levanta, indo em direção ao seu tio, depositando um beijo em sua cabeça. O velho tenta sorrir, mesmo constrangido. – Nada jamais aconteceria entre eu e . – A garota olha para o primo, ela não ousa em esconder um sorriso malicioso. – Então... Vamos logo, ?
- É... Vamos, vamos! – O garoto levanta apressado. Não para ir para o colégio, e sim para sair dali. – Te vejo mais tarde, pai!
- Tudo bem, até mais tarde! – Responde George assim que e atravessam a porta da frente.

- “O me atrai’’? – O primo olha para a garota assim que dá a partida no carro. Ela ri.
- Eu só queria ver a cara dele. Vocês dois tem expressões parecidas! – Ela ri mais uma vez. O primo permite-se rir junto com ela. – Mas bem... Ele aceitaria se a gente namorasse. – A garota dá de ombros. Seus cabelos voam por causa do vento.
- E eu sou como um irmão? – pergunta, sorrindo maliciosamente para sua prima.
- Se você fosse como um irmão, eu não olharia pra você como olhei agora há pouco. – Ela responde sem olhar para ele. Olhava para os borrões verdes, que na verdade, eram as árvores.
- E como foi que você olhou?
- Como você acha que foi? – A garota vira-se para o primo, lançando um olhar penetrante ao mesmo.
- Tem sorte de ser minha prima. – diz, engolindo em seco. Ela tinha realmente sorte, porque se não fosse prima dele, o mesmo teria a agarrado ali, exatamente naquele momento.
- Talvez sim, talvez não. – A garota dá de ombros. – Depende de como vai ser daqui pra frente. – Ela pisca para o primo e coloca seu querido Ray Ban no rosto.
É, vai ser preciso se controlar muito, . O garoto diz para si mesmo. E como vai!
Chegando ao colégio e parando na mesma vaga de sempre, olha para a garota que vinha em direção a ele e a sua prima. Mas ela foca no . Somente nele. Anda de um jeito que faz suas curvas serem mais reparadas. Tem um short jeans nada comprido, uma blusa com manga acima da barriga e um All Star nos pés. Seus cabelos loiros e levemente ondulados, não param quietos enquanto a garota anda. Ela é realmente bonita.
- Ei, meu amor. – Emma senta na porta do Porsche vermelho de e tasca um beijo no garoto. O mesmo sorri. – Oi, !
- Hm... Oi? – junta as sobrancelhas. Como a garota sabe meu nome? Quem é ela? É namorada do ? Por que o beijou assim? As perguntas martelam na cabeça de .
- Eu falei de você pra Emma. – diz ao perceber o olhar da prima.
- Sim, ele me contou tantas coisas sobre vocês, contou até das brincadeiras! – Emma sorri. Ela é bonita, mas tem cara de boba. simplesmente não foi com a cara dela.
- Hm, é mesmo? – sorri cinicamente. Ela abre a porta do Porsche e sai, fechando a mesma. A garota se inclina sobre a porta, deixando uma ótima visão para os meninos que passam atrás. Olha maliciosamente para o e em seguida, cinicamente para Emma. – Ele contou também de quando a gente brincava de médico? – Dá um sorriso sapeca. – Aliás, isso não faz muito tempo.
- O quê? – Emma olha para , ele esta sem reação. ri, divertindo-se com esse pequeno momento.
- Bom, eu tenho que ir agora. – rodeia o carro, parando do lado de . – Até mais, Dr. . – A prima inclina-se, depositando um beijo no rosto do primo, mas cheio de intenções. – Até mais, Emma. Adorei te conhecer! – dá um sorriso falso, enrolando uma mecha loira do cabelo de Emma em seu dedo e sai em seguida.
- Médico? – Emma olha para .
- Ela só estava brincando!
Médico? Não poderia ter sido outra brincadeira? Pensa o garoto.

entra na sala e se depara com mesas de estudos redondas espalhadas pelo cômodo. Procura por seus antigos amigos, mas a mesa esta cheia. Suspira. Eles riem. Parecem tão felizes. Tão... Normais sem ela. Bem, talvez ela não faça mais parte desse grupo de amizade. Afinal, quatro anos se passaram e as coisas seriam estranhas se fossem as mesmas.
ignora a mesa dos antigos amigos e senta-se em uma vazia. Tira seu caderno e caneta da mochila, colocando-os sobre a mesa. Se não se engana, o primeiro horário é matemática. A garota suspira. Que tipo de ser humano gosta de matemática? Porque ela odeia.
- Bom dia, Srtª. ! – cumprimenta , assim que se senta à mesa.
- Bom dia, . – A garota sorri. Gosta dessa recepção calorosa.
- Opa! Vejo que está faltando mais alguém aqui. – olha para mesa onde estão. Sobra uma cadeira. – Sei exatamente quem buscar. – O garoto levanta, indo até o fundo da sala. o acompanha com o olhar. Ele trás uma garota para a mesa, obrigando-a a sentar.
- Alguém já disse que você é muito educado, ? – A garota protesta. apenas ri.
- , venha comigo para a direção! – Uma mulher, sustentada em saltos altos, entra na sala, chamando por .
- Já volto pra vocês, amores! – pisca para as duas e levanta tranquilamente, seguindo a mulher até a porta. Eles saem.
- é tão bonito! – A garota, sentada à mesa, diz. Faz um bico de aprovação. – Mas é um completo idiota.
- O quê? – franze a testa. Poderia ter sido um dia, mas não queria ver ninguém falando mal de . Ele a trata tão bem, não deixaria que ninguém falasse dele.
- Oh, não! – A garota ri de si mesma. – Ele é meu melhor amigo. – Ela sorri. – Eu posso chamá-lo de idiota, até porque todo mundo sabe disso! Digamos que isso não seja mais novidade. Ele é o mais idiota do colégio, mas é meu amigo, então... – Dá de ombros.
- Seu carinho pelo seu melhor amigo é grande. – diz.
- E como! – A garota ri. Ajeitando-se na cadeira, estende a mão para . A mesma aperta. – Meu nome é .
- . – Ela responde, soltando a mão de em seguida.
- Prima do , não é? – afirma com a cabeça. – me falou sobre você. Ele disse que é muito linda. – abre o caderno e começa a anotar o que o professor escreve no quadro. continua olhando para ela.
- Ele disse isso?
- Sim. Disse também que se sentiu muito atraído por você. – dá de ombros. contém um sorriso.
- Sério?
- Sim. Olha, ele é do tipo que conquista uma garota fácil. – olha para . – E isso pode acontecer com você, se por acaso acontecer, não o magoe, ele é péssimo quando está triste.
- Péssimo? – A garota franze a testa. O que ela quer dizer com isso?
- Ele é do tipo que toma um pote de sorvete inteiro quando está triste, então...
- Pote de sorvete? – ri. também.
- Estou brincando, . Não quero que entenda como uma ameaça. Foi apenas uma distração. – Ela sorri. – Mas a parte do sorvete é verdade.
- Bom saber! – sorri entretida. e pote de sorvetes... Não fazia muito a cara dele.
- Oh, meu Deus! Eu amo esses tipos de cálculos! – sorri ao olhar para o quadro. franze a testa.
Que tipo de ser humano gostava de matemática? - pensa. – .

Sentados à mesa, , , e , conversam enquanto comem. ainda não havia aparecido pelo refeitório. Deve estar com a tal de Emma, segundo o que pensa.
- Eu odeio picles! – resmunga ao olhar para seu hambúrguer.
- Alguém já disse que você é extremamente insuportável? – revira os olhos. Ela realmente parece não suportar .
- Alguém já disse que você é chata? – retruca. Eles começam a discutir. olha para .
- Isso vai terminar em namoro. – sussurra para , a garota ri pensando na ideia.
- Sabe, sua melhor amiga estava me contando umas coisas.
- Ela contou o quê? – para de mastigar na mesma hora.
- Contou que você me acha muito bonita.
- Ah, isso é verdade. – dá de ombros, voltando a mastigar.
- Disse também que você ficou atraído por mim. – toma um gole do seu suco e olha para , que já havia engolido o pedaço de hambúrguer que estava em sua boca. – Ah! E falou também que você toma potes de sorvete quando está triste. – Ela ri. fica boquiaberto.
- ! – Protesta o garoto.
- ! – grita, batendo na mesa.
- Chata! – bate na mesa também.
- ! – aparece. O garoto bate sua bandeja com a comida em cima da mesa, fazendo barulho. Ele senta-se no meio de e e olha sério para a prima. – Comece a explicar agora.
- A explicar o quê? – Se faz de desentendida.
- Brincar de médicos? – entorta a boca. – Desde quando nós brincamos de médicos?
- Médicos? Hm... – ri. lhe dá uma cotovelada para que ele fique quieto.
- Você conta sobre nós pequenos e eu não posso falar também? – A prima protesta.
- Conte ao menos coisas que sejam verdade! Agora ela pensa que a gente tem um caso. – Sussurra para a garota.
- Que ótimo! Isso é divertido. – Ela sorri.
- Gostaríamos de participar da conversa também. – diz, mas nenhum dos dois lhe dá atenção.
- Por que não me falou que tinha uma namorada? Poderia ter me dito, porque eu fiquei com uma cara de idiota quando ela chegou te beijando, cadê a consideração pela sua querida prima? – sorri ironicamente. – Para de drama, .
- Ela não é minha namorada. – tenta explicar. – É apenas uma garota que eu fico e eu gostaria muito que você desmentisse isso pra ela.
- Certo, chame-a aqui. – diz séria. É claro que ela não irá desmentir.
- Na hora da saída.
- Acabaram com a discussão? Eu perdi até o apetite. – diz.
- Eu não posso dizer o mesmo! – sorri ao olhar para as batatas que ainda sobram em sua bandeja.
- Ainda não sei como você não é gordo. – fala. Os dois começam a discutir novamente.

Depois das aulas cansativas e tediosas de física, e caminham pelos corredores, prontos para irem embora.
- O que você estava discutindo com o ? – pergunta, sendo curioso.
- Era sobre uma tal de Emma, a namoradinha dele. – dá de ombros. ri. – Qual a graça?
- Emma é só uma diversão para o , nunca seria a namorada dele.
- Diversão? – junta as sobrancelhas. O é mesmo o tipo de padrão popular dos colégios. Pensa .
- Ele só usa a Emma para se divertir. Coisas de garotos. – dá de ombros. fica boquiaberta. Coisas de garotos? Isso é coisa de idiota!
- Ah, claro. – revira os olhos. - E você... – Para na frente de . Ele a examina. – Me usaria só pra se divertir?
- E como eu usaria. – Ele a olha maliciosamente. – Por um bom tempo, valeria muito a pena. – Sorri de canto. ri.
- Garotos, sempre garotos. – Os dois voltam a andar.
- Mas o que exatamente você disse para o ? – pergunta.
- Eu disse que eu e ele brincávamos de médicos. A Emma não pareceu gostar muito.
- E vocês brincavam de médico? – para bruscamente na frente de . A garota ri.
- Claro que não! – Então voltam a andar.
- Ainda dá tempo de brincar disso, ainda não somos adultos. Que tal? – dá um leve empurrão de lado em . Eles riem. – O que acha de pegar carona comigo hoje? Eu te deixo em casa.
- se irritaria. – fala assim que os dois já estão no estacionamento. Ela procura pelo primo.
- Ué... – se põe na frente dela. – Isso seria legal, não seria?
- É... – pensa nisso por um momento. Seria realmente legal. – Vamos.
anda atrás de até chegarem ao carro. Não é como o de seu primo, é um carro normal, um carro dentro dos padrões. dá a partida. No meio do caminho, não aguentando a fome, os dois param rapidamente em uma lanchonete e depois seguem em direção à casa de . Não demorando muito logo após a lanchonete, os dois chegam.
- Obrigada pela carona. – sorri para . Abre a porta do carro e sai, fechando a mesma em seguida.
- Te vejo depois, Srtª. . – diz em seu carro. Ele sorri para ela.
- Te vejo depois, .
Com a mochila preta nas costas, entra em casa. Tira seu casaco, colocando-o por cima do ombro. Ela mal entra e já sente calor. Deve ser o aquecimento da casa.
A garota vai à cozinha para comer algo. Abre a geladeira e examina tudo. O que ela iria escolher?. Inclina-se para pegar uma comida de micro-ondas, mas a geladeira é fechada com força. vira-se, assustada.
- Mas o que...
- Onde você estava? – tem um olhar sério. arqueia uma sobrancelha.
- Eu estava no colégio. – Dá de ombros. Ela tenta sair da frente do primo, mas é interrompida. O mesmo a encosta na geladeira.
- Quem te trouxe? – Ele examina a prima. Procura por arranhões ou algo que tenha a machucado.
- , só tem trinta minutos que demorei. – Revira os olhos.
- , quem foi? – O garoto insiste.
- me trouxe aqui. Me trouxe porque eu quis. Escuta... Por que você esta assim? Está parecendo meu pai.
- Eu fiquei preocupado, poderia ter me avisado! – Protesta.
- Tudo bem. Eu já estou aqui, certo? – suspira. – Você ficou irritado?
- Não, imagina... – sorri falsamente. – Você nem me avisou, ! Só está aqui há três dias!
- Era isso que eu queria. – Dá de ombros. junta as sobrancelhas. – Deixar você irritado. Você devia ter me contado sobre a Emma.
- Mas... – suspira pesadamente. – Ok, . Você já descontou, certo?
- Certo. Posso ir agora?
- Não. A Emma vem aqui. Talvez você pudesse desmentir aquilo. – O primo dá de ombros. tenta não ficar boquiaberta com o pedido do garoto. Ele não entendeu mesmo? Bem, então ela o faria entender.
- Tudo bem. Eu vou tomar um banho. – Tenta sorrir. – Você vai deixar ou vai querer ir junto? – passeia com o dedo indicador por cima da camisa, bem na região da barriga de . O primo se arrepia levemente. nota.
- Pare de fazer isso. – segura o dedo da garota e encosta seu corpo no dela. Ele fecha os olhos e suspira antes de abri-los.
- Por quê? – Ela sorri maliciosamente. – Ah, sei! Se não você pode ficar daquele jeito, que nem de manhã.
- Eu já disse que...
- Ok, coisas de homem! – ri, saindo da frente do primo. – Homens! Ok. – Sobe as escadas em direção ao seu quarto, deixando sozinho na cozinha.

se limpa com a ducha quente que esta tomando. Lava seu cabelo, recebendo uma sensação maravilhosa de limpeza completa e uma leveza inexplicável. Lavar o cabelo é como lavar a própria alma, segundo . É simplesmente uma coisa relaxante. Uma coisa feita pelo menos três vezes na semana. Não poderia ser menos.
A garota sai do banho, enroscando-se na toalha branca logo a sua frente. Corre para o quarto e troca-se. Penteia seus cabelos, usa e abusa do seu melhor perfume e massageia a pele com seu hidratante de morango. Já pronta, dá um sorriso ao olhar-se no espelho. Razoável.
- ! – A garota ouve seu primo gritar-lhe do andar de baixo. – Quando acabar desce aqui!
dá mais uma checada em seu visual e sorri. Tudo bem, hora de receber a Emma em casa. Pensa . Vou mostrar o quanto me sinto à vontade.
No andar de baixo, esta na sala, sentado no sofá junto com a Emma. Os dois veem Friends na TV, mas na verdade, espera sua prima. Ele quer que explique que hoje cedo não passou de uma brincadeira. Quer isso porque talvez, bem no futuro, ele fique junto com a Emma. Afinal, a loira não é uma garota ruim. É meiga, carinhosa e atenciosa. Não é muita coisa para o , todos seus amigos insistem em dizer que ela não faz o seu tipo. Ele sabe que não. Sabe que Emma é o tipo de garota doce e inocente. E gosta das garotas com atitude, ousadas e destemidas. Esse é seu tipo de garota. E esse tipo de garota é o seu ponto fraco. Mas o objetivo de é não sofrer, então desse jeito, o garoto prefere garotas como a Emma.
- Onde está sua prima, amor? – Emma pergunta para . O garoto dá de ombros e olha para trás. Tenta ouvir supostos passos da prima.
- Acho que ela já est...- Para de falar assim que vê . O garoto engole em seco. veste um short de malha da cor preta, um top branco e tênis nos pés. Franze a testa. Para onde ela iria desse jeito?
- Olá, Emma! – diz, apoiando-se com os cotovelos em cima do sofá. Ela está entre e Emma. A loira vira-se para trás.
- Olá, ! Vai correr? – Pergunta ao notar a roupa da garota. Sorri como uma boba.
- É, ... Pra onde você vai? – tenta ficar sério ao olhar para a prima, mas não consegue. Seu olhar desvia para o decote da garota. Já que ela se apoia no sofá usando os braços, seus seios ficam apertados, com certa pressão, e parecem querer pular daquele top. respira fundo e volta o olhar para a prima quando a mesma responde.
- Sim, eu vou correr. Mas só passei aqui pra dizer um “oi’’ pra vocês. – sorri.
- Só um “oi’’? – franze o cenho. Não é só isso o que ela tem que dizer.
- Deixa ela, ! É melhor ela ir antes que escureça. – Emma diz, concorda. – Vai lá, ! Te vejo depois.
- Até mais, Emma. – sorri para a loira. A garota faz o mesmo.
- Me liga qualquer coisa. – diz, nem um pouco gostando disso. Ela deveria ter dito que tudo não passou de uma brincadeira e não fez isso, e agora, vai sair pra correr com uma roupa dessas! pensa. Mas tudo bem, ela que sabe, os garotos vão querê-la e não a mim. Suspira. Mas se algum deles mexer com ela...
- Tá bom, . – A prima fala, interrompendo os pensamentos do garoto. Ela abraça o primo por trás e encosta a boca na orelha do mesmo. Sussurrando, diz: - Dá próxima vez, disfarce em olhar para meu decote. Você é péssimo disfarçando. – ri e morde levemente a orelha do primo, fazendo o mesmo se arrepiar. Deposita um beijo no rosto do garoto e vira-se, sorrindo mais uma vez para Emma. engole em seco. – Até mais tarde! – A garota se despede enquanto coloca seu casaco e, assim que põe o mesmo, sai de casa.
- Ela é tão legal. – Emma diz. junta as sobrancelhas. O quê? – Tem sorte de ela ser sua prima.
É... Será mesmo?

ri ao longo do caminho. Acha incrível o modo como Emma a trata. Ela não percebeu nenhum tipo de maldade entre e . É boba, e como conhece muito bem , sabe que ela não é o tipo dele. acha engraçado o fato do primo não perceber isso ou fingir não perceber. Bastaram apenas dois encontros e a garota já notou que Emma não combinava nem um pouco com . Mas o mais engraçado mesmo é como seu primo fica com as atitudes da garota, ou como ele fica quando ela faz coisas imprevisíveis. Como a roupa e como a corrida de última hora.
Pra falar a verdade, adora isso. Adora o modo como fica com as suas atitudes, adora também os olhares dele. Ela sabe, ela viu, viu como o primo olhou para seu decote, viu como o primo a olha diferente. Não mais como garotos pequenos ou pré-adolescentes. Ele olha para de um jeito bem diferente disso, ainda não sabe de que jeito, mas ela adora.
põe o capuz na cabeça, dá play na primeira música da lista de Linkin Park em seu Ipod e começa a correr.

***

Uma hora se passou. esta jogado no sofá com uma pequena vasilha de plástico da cor branca em cima da sua barriga. Na vasilha tem morangos. Uma das frutas preferidas do garoto.
Checa o relógio. Agoniado, tenta ligar para a prima, mas a mesma não atende. Ou ela não quer o atender, ou está desligado, ou faz isso de propósito só para irritar o garoto. E com toda a certeza, ele fica com a terceira conclusão.
Emma já tinha ido embora. Teve que sair para ficar de babá na mansão dos Puckman’s. A família mais rica da cidade e a mais falada também, já que o prefeito está no meio. Sam, o ex-namorado da , é filho do prefeito. Eles têm mais dois. Um mais velho, que quase não aparece devido ao seu trabalho. Dizem que o trabalho dele é caçar em diferentes cidades e por isso não tem tempo. E um garoto com apenas dois anos de idade. E é desse que a Emma estava indo tomar conta.
não confia na Emma com o Sam na mesma casa, mas a verdade é que o garoto não está nem um pouco ligando para isso. Ele não se importa com o que pode acontecer ou deixar de acontecer lá, ele só quer ficar na dele. Só isso. Afinal, ele não se importa tanto.
digita a letra “S’’ em contatos, encontrando de primeira o nome “’’. O garoto liga para o melhor amigo e o chama para sua casa. estará na casa de em menos de cinco minutos. Bem, eles moram na mesma rua e com o Jipe de , ele chegará logo.

quase não sua. De tanto praticar corrida, parece já estar acostumada. Corre com os fones no ouvido e a boa música invadindo os mesmos. Com os braços curvados e acima da cintura, a respiração ofegante e a letra da música na boca, ela corre de volta para casa. Sente o celular vibrar no bolso do casaco, sabe que é e por isso não quer atender.
- !
Alguém a grita. para bruscamente, quase caindo, então se vira, tirando os fones de ouvido em seguida e abaixando o capuz. sorri encostado na porta de uma casa. Ela se permite sorrir.
- Oi, !
- Correndo pela vizinhança desse jeito? – O garoto examina dos pés a cabeça. Ela cora.
- Qual o problema? – Tenta disfarçar a vergonha com o olhar do garoto. Fica um pouco assustada, pois só com ele a vergonha resolve aparecer e não faz ideia do porquê, talvez seja pelo fato de se conhecerem há dois dias. O que é estranho, pois o tempo nunca foi um problema para .
- Nada. – dá de ombros, mas não esconde o sorriso malicioso. – Parece cansada, quer tomar uma água? – Aponta para dentro da casa por cima do ombro. morde a boca. Tudo bem, não iria demorar mesmo. Pensa.
anda até e entra na casa assim que o garoto faz o mesmo. Seu celular havia parado de vibrar. finalmente desistiu de ligar.
fecha a porta enquanto observa atentamente o ambiente. É uma casa normal. Nada como a do seu tio, nada extravagante.
anda e vai atrás. Os dois param na cozinha. observa abrir a geladeira e pegar uma jarra d’água, despejando o líquido em um copo de vidro. vira-se, entregando o copo a em seguida. A garota segura o mesmo e o põe na boca, sentindo o líquido sem sabor, mas extremamente gostoso, invadir sua garganta, lhe dando uma ótima sensação refrescante.
- Você não tem medo? – diz. para de beber a água e o olha. O garoto se aproxima dela.
- Medo de quê? – Junta as sobrancelhas.
- Eu estou sozinho, te chamo para minha casa e bem... Eu poderia me aproveitar de você. – Ele sorri de canto. o olha nos olhos.
- Se você fosse se aproveitar de mim, eu não iria sair em desvantagem na história. – A garota sorri maliciosamente. a olha enquanto franze a testa. Estava tentando entender se aquilo que disse era pra ser levado em consideração, mas a garota logo ri. – Estou brincando. – Diz depois dos risos. – Eu sei que você não faria nada comigo.
- Gosto dessa sua confiança em mim. – se aproxima mais. quase pode sentir o calor do corpo do garoto. – Eu realmente não faria nada com você. – Ele toca o queixo de , alisando o mesmo com o polegar. – Não se você não quisesse.
engole em seco, completamente sem reação com a aproximação do garoto e o toque do mesmo. Mas reagindo a isso, tenta empurrar levemente, mas acaba não saindo como quer. Ao empurrar , um pouco mais forte do que queria, o copo deixa que a água escape, molhando a camisa do garoto. A garota fica boquiaberta, surpresa com a sua falta de atenção.
- Desculpa! Eu... – tenta falar, mas para assim que tira a camisa. Observa os músculos do garoto. A camisa apertada realmente não engana. tem braços razoavelmente grandes e barriga definida. Não contém a admiração e deixa um sorriso malicioso escapar de seu rosto. – Uau...
- O que foi? – junta as sobrancelhas. Ou esta fingindo que não notou a admiração da garota, ou realmente não notou.
- Nada. – dá de ombros. Ela coloca o copo na mesa e usa a mão direita, que agora esta livre, para encostar na barriga de . Suspira admirada. – Posso te perguntar uma coisa? – Não tira os olhos do abdômen de .
- Pode. – O garoto ri com a situação.
- Como conseguiu essa barriga? Você malha em casa?
solta uma gargalhada. volta a atenção para os olhos do garoto, sorri sem graça.
- Que pergunta boba. Mas... Digamos que sim. – Dá de ombros.
- Hm... – se afasta lentamente. – Bom, agora eu tenho que ir. Desculpe pela camisa! – Morde a boca. Pensaria à noite o quanto foi idiota ao deixar a água derramar, mas o quanto foi bom, pois ver o sem camisa não foi uma coisa ruim.
- Tudo bem, não esquenta com isso. – se aproxima enquanto dá passos para trás. Logo, ela já está encostada na porta.
- E bem... – Olha mais uma vez para a barriga definida do garoto e em seguida para o rosto do próprio. – Não fica mais sem camisa na minha frente. É um golpe baixo. – Sorri assim que ri. – Até mais, .
- Até mais, . – O garoto responde com um sorriso no rosto. sai porta a fora e não ousa olhar para trás. Põe seu capuz novamente e volta a correr. Mas dessa vez, não pararia na casa de ninguém. A, não ser que tivessem um abdômen como o de .

- Eu já falei pra você não bater no meu carro, ! – cerra os dentes enquanto se concentra no jogo. Os dois melhores amigos jogam vídeo game na sala. Estão sentados no chão, almofadas estão em seus colos, sacos de salgadinhos espalhados por todo canto junto com as latinhas de cerveja. Os dois juntos fazem uma enorme bagunça em um pequeno espaço de tempo.
- Eu não bato de propósito! – Defende-se . – Eu estou desviando dos outros carros!
- Ah, é? Desvia disso então! – empurra seu próprio corpo no de . O melhor amigo faz o mesmo. Os dois inclinam o controle sem fio à medida que inclinam o próprio corpo.
- Você não vai ganhar essa. – aperta os botões do controle com força. Tenta manter o olhar concentrado na tela da enorme TV da sala de , mas é quase impossível. o empurra com mais força.
- Ah, eu vou sim! – pega o controle de e desativa o mesmo, fazendo com que o carro de no jogo bata. O melhor amigo olha para o outro, boquiaberto. – Estou ganhando! – O grita sorridente. pula em cima do amigo na tentativa de pegar o controle do mesmo, mas é mais rápido e suspende o controle para que, pelo menos, não consiga pegar na primeira tentativa. Os dois rolam no carpete de cor branca, parecendo duas crianças.
- Eu acho bom você me dar! – cerra os dentes. Segura com força o pulso de .
- Eu não vou te dar! – solta seus pulsos das mãos do amigo e tenta se levantar. Assim que consegue dar o primeiro passo para isso, ele para imediatamente. está encostada no arco que separa a cozinha da sala. Ela segura o riso.
- Eu acho que você tem que dar para o , . – controla-se, mordendo a boca para não rir. percebe o tom malicioso na voz da prima. Rola os olhos.
- Muito engraçada! – finge graça.
- O... – engole em seco assim que nota . Com a garota só de short de malha e top, não tem como não notar. – Oi.
- Oi, . – acena com a mão direita. Ela sorri, satisfeita, assim que percebe o olhar do garoto sobre ela.
- Por que demorou pra chegar? – levanta, ajeitando sua roupa. Em seguida olha sério para a prima.
- Porque sim. – A garota dá de ombros. segura o riso. lança para o amigo um olhar assassino.
- Por que não atendeu o celular? - O anda até a prima. – Você sabe que eu fico preocupado e que não paro até ter notícias!
- Sabe, ... – leva sua mão direita ao rosto do primo, alisando o mesmo. - Quando se está afim de uma garota, não deve ligar para ela várias vezes. Uma vez já basta. Se ligar mais de uma vez, quebra o encanto, ou seja, vai mostrar o quanto você está desesperadamente louco para tê-la e, então, ela perceberá que não vai ter conquista nisso. Mas se ligar só uma vez, vai mostrar que você só está dando uma chance para ela, fazendo com que ela fique empolgada, não só para ter a sensação da conquista, como pra sair com você. – A garota sorri, tirando sua mão do rosto do . Suspira pesadamente, fingindo-se triste, e assim que faz beiço, volta a falar: - Moral da história: Eu não atendo garotos que ligam mais de uma vez. Eles são chatos. – vira, fazendo com que seus cabelos batam no rosto do primo, e anda até a cozinha.
- Tão irritante... – resmunga enquanto mantem os olhos fechados depois de sentir os mesmos arderem ao serem tocados por alguns fios do cabelo da prima.
- Game Over. – diz, explodindo em gargalhadas.
- Cala boca. – vira-se, jogando o controle de , que ainda esta em sua mão, na cabeça do amigo, fazendo com que o mesmo se contraia de dor e o xingue de todos os nomes ofensivos que conhece. O apenas revira os olhos e vai em direção à cozinha.
- Desde quando você corre? – O garoto pergunta para a prima. despeja leite em um copo.
- Faço e já fiz muitas coisas que você ainda não sabe. – Ela dá de ombros, aproximando-se do primo.
- Não importa. – Ele rola os olhos. – Foi perigoso você sair com aquela roupa, sabia? Estava muito... – Engole em seco. – Muito...
- Gostosa? – deduz. Solta um risinho e põe a mão em cima do ombro esquerdo do primo. – Eu não sou mais criança, sei me cuidar, não precisa ficar dando sermão ou tentando me alertar.
- Você não é mais criança, mas também não é tão esperta, ainda não tem malícia da vida. – sorri de lado. Ele acaba de perceber que isso irrita sua prima, talvez ele pudesse descontar as vezes que ela o irritou.
- Você acha mesmo que eu não tenho malícia da vida? – toma um gole do leite e sorri falsamente. – Está enganado.
- Não. – O passa o polegar em cima da boca da garota, limpando o leite que havia ficado e leva o dedo à boca, sentindo o gosto do líquido branco e doce. Ele sorri vitorioso para a prima. – Não estou. – Completa. – Ah... Sabia que tomar leite é coisa de criança? Fazíamos isso quando tínhamos 10 anos. – Dá de ombros, divertindo-se com a cara emburrada da prima. – Vou voltar a jogar, qualquer coisa me grita... – aproxima-se mais da prima, sussurrando em seu ouvido. – Bebezinha.
suspira pesadamente assim que vê o primo saindo da cozinha indo em direção à sala. Rola os olhos, completamente irritada. Sempre odiou o modo como algumas pessoas a tratavam como criança, como seus pais e o . Isso a deixa extremamente estressada.
A garota joga o resto do leite na pia e larga o copo no mesmo lugar. Sobe as escadas pesadamente e se joga na cama assim que entra em seu quarto.

***

- , , , Sam Hingles, e hm... – O treinador do time do colégio escolhe os jogadores para a formação. Ele se guia na sua prancheta, escolhendo os melhores que conhece. Retira sua atenção da prancheta e olha para o resto dos garotos sentados na arquibancada. Examina todos e assim escolhe mais alguns. – Você, você, você e vocês três aí no fundo! – Aponta para os últimos escolhidos. – Parabéns, estão dentro do time!
Todo ano são escolhidos novos jogadores e novas líderes de torcida. , desde que começou a cursar o 1º ano, sempre foi escolhido, pois é um dos melhores, assim como e . Os três são os melhores do time, exceto por Sam, que é o líder do time, sempre melhor, mas não porque joga excessivamente bem e sim por ser filho do prefeito. As pessoas simplesmente o mimam por isso, e como já é metido, isso só o faz se gabar mais.
Já para , isso é um tanto novo. Claro que via as garotas do seu antigo colégio andarem pelos corredores com as saias curtas e tops pequenos, que, na opinião dela, deixava qualquer garota bonita, mas ela nunca pôde se candidatar a ser líder, pois apenas garotas do 2º e 3º ano podiam se candidatar. Mas agora ela tem uma chance e não irá desperdiçá-la.
Na enorme quadra onde os jogos acontecem, garotos estão separados de um lado, o lado direito. As garotas estão do lado esquerdo. A aula de Educação Física junta o 1º, 2º e o 3º ano, mas somente os escolhidos para o time e a torcida do próprio, fazem essa aula, os outros vão embora mais cedo.
O moreno forte e sarado, treinador Parker, fica com os garotos. A loira e mandona, Tina, fica com as líderes de torcida. Na quadra, ou na melhor definição possível, na grande área com a grama mais verde já vista nos colégios de Londres, Parker pode treinar os meninos, e atrás do gol, Tina treina as meninas.
- Muito bem, agora que Parker já escolheu nossos brilhantes jogadores, é a minha vez de escolher as brilhantes líderes de torcida. – Tina diz com um sorriso de orelha a orelha. Pode-se dizer que ela adora seu trabalho, e talvez por isso, insista em algo perfeito, acabando sendo mandona demais. – Levantem as mãos todas que já fizeram aula de ginástica.
Meia dúzia de garotas, e no meio delas, levantam a mão. Os olhos de praticamente saltam de seu rosto quando percebe que sua prima havia levantado a mão. Desde quando ela faz ginástica? Não! Ela não pode ser uma líder de torcida! O pensa. Quase levanta-se para reclamar com a prima, mas segura o braço do melhor amigo assim que percebe o que ele irá fazer. engole em seco e continua observando.
- Certo. Todas que levantaram as mãos, fiquem em pé. Quero fazer um pequeno teste. – Tina sorri maliciosa. Uma das partes que ela mais gosta. Ver o potencial das garotas que levantam a mão.
As líderes de torcida que já são da equipe, incluindo Emma, passam para outro lado, pois não precisam de teste, restando assim, somente cinco garotas.
Uma ruiva de cabelos cacheados e corpo bem modulado consegue escalar depois de um grande pulo. Uma morena consegue fazer a mesma coisa. Outras duas obtêm sucesso em seus saltos e, por fim, falta .
Todos a olham assim que ela levanta. Certamente pensam que ela está nervosa ou com vergonha, já que, para alguns, ela é novata no colégio. Mas estão enganados. Ela não tem nenhum um pouco de vergonha, pelo contrário, está até confiante.
dá dois passos para trás e corre, dando uma bela cambalhota. Assim que para firme com os pés na grama, põe as duas mãos na cintura e sorri vitoriosa. Tina fica boquiaberta. Nunca tinha visto uma cambalhota tão boa como a de .
- Ok... – A treinadora sorri impressionada. – Então... Rose. – Aponta para a ruiva. – Melanie. – A morena. – E . – Tina olha para as três. – Parabéns!

(Duas semanas depois)

- ! Você não vai mesmo desistir disso, por mim? – berra enquanto pega seu caderno. Ela revira os olhos.
- Finalmente eu sou líder de torcida. Tem ideia de como isso é bom? – Ela olha para o primo enquanto o mesmo faz bico. – Eu não tenho culpa se chamo a atenção dos seus amigos. – Solta um risinho discreto. – Isso não é culpa minha, não mesmo! – Suspira. Já está irritada com a repetição do primo. Praticamente toda manhã, desde que virou líder de torcida, implica com ela. – Vamos embora, não quero me atrasar. – suspira e pega as chaves do carro, mais lento do que o normal. – Ou eu vou com você ou quer que eu vá andando?
- Não enche. – O revira os olhos, pegando seu casaco azul com uma listra amarela em cada manga do mesmo, um símbolo de um lobo e o nome The Wolves em direção do peito esquerdo. O nome do time de futebol do colégio. – Vamos.
Os dois descem os três degraus logo depois da porta e entram no carro, que já está fora da garagem. Os primos entram no mesmo e não dão nenhuma palavra até chegarem à escola.
- ... – olha para o . Ele vira-se para olhá-la também. Mantem um semblante sério. – Desencana, tá bom? – Ela sorri de canto e inclina-se, dando um beijo no rosto do primo. – Te vejo por aí.

Sem abrir as portas, pula do Porsche do primo. Já no estacionamento, as pessoas olham para ela. Já é normal isso acontecer, pois sempre foi atrevida e ousada, mas agora que é líder de torcida e usa uma saia e um top, que são curtos, chama mais a atenção. Aliás, todas as garotas que usam uniforme de líderes de torcida chamam a atenção. O uniforme é igual ao casaco oficial dos jogadores. Azul com listras amarelas, o lobo e o nome do time, que fica no peito.
Mas nada chama mais a atenção do que garotas com uniformes de líderes de torcida e o casaco de um dos jogadores. Ou essa garota namora o jogador ou é bem amiga dele, ou ele é afim dela. Bem, se uma garota usa os dois juntos, é considerada a mais desejada.
- Bom dia, Srtª ! – aparece ao lado de assim que a mesma já adentra o colégio.
- Bom dia, . – Sorri de orelha a orelha, deixando que suas covinhas transpareçam.
- Está um pouco frio hoje e mesmo assim vocês vêm com esse uniforme. – Diz, olhando para o uniforme de e, em seguida, para as outras garotas líderes de torcidas que andam mais à frente.
- Quarta e sexta. – dá de ombros. – É obrigatório usar.
- O idiota do seu primo nunca parou pra pensar que você pode estar com frio? – levanta uma sobrancelha.
Realmente, ele poderia ter pensando nisso. Pensa.
- Ele está bravo comigo, você sabe. – A garota rola os olhos e para na frente da sala A, onde terá aula de geografia do primeiro horário. – Ele não gosta que eu seja líder de torcida. Ele diz que não suporta mais os amigos dele falando o quanto eu sou...
- Gostosa. – completa e dá de ombros. – Ele está certo. Também não gostaria. Mas não sou tão mau como ele. – dá um sorriso divertido.
- Tão mau? – sorri também. examina com seus olhos e tira seu casaco oficial do time.
- Não. – O garoto coloca seu casaco em , deixando o mesmo apoiado nos ombros da garota. Ela segura para que o casaco não caia. – Não quero vê-la tremendo de frio por aí.
- Mas eu pensei que com o tempo eu fosse te achar um garoto mau. Agora te acho bom. – sorri e morde a boca, deixando sem reação por um segundo. Ela nota.
- Bem... – Ele tenta sorrir para disfarçar. – Digamos que só estou te emprestando porque essa sala é bem fria.
- Ok... – A garota dá de ombros, mas sorri como uma boba. Adora essas atitudes inesperadas de garotos. – Sendo assim... Obrigada, .
- Te vejo no intervalo, . – põe uma mecha do cabelo de atrás da orelha da mesma e inclina-se para depositar um beijo na testa dela. Logo depois, ele sai, gritando o , que passa pelo corredor.
- Beijo na testa... – fala enquanto anda até a penúltima cadeira, bem ao lado de . Põe o casaco de e senta na cadeira. – Gosto disso.
- Disse algo? – franze a testa e logo fica boquiaberta. – AI, MEU DEUS! Esse é mesmo o casaco de um dos jogadores?
está sentada em cima da mesa e tenta mastigar uma batata enquanto ri. conta piadas, fazendo e rirem, menos , que não suporta nem ouvir a voz do garoto.
- Vamos, , tente rir um pouco das piadas do . – empurra a melhor amiga de leve. Ela revira os olhos.
- Não. Não gosto de nada que sai da boca desse garoto.
- . – fala o nome da garota e dá de ombros. e riem, mas se ofende e joga sua maçã, já mordida, na cabeça de . O mesmo faz cara feia.
- Olá, casal . – aparece, sentando-se a mesa. Ele sorri cinicamente para e .
- Desculpe? – olha sem entender.
- É isso aí, agora que você... – Aponta pra . – Está usando o casaco do , todos acham que vocês são namorados.
- Mas...
- Qual o problema com isso? – interrompe e olha fixamente para o primo. – Você teria algo contra?
- Imagina. – força um sorriso e toma um gole de seu refrigerante. – Nunca.
controla-se para não responder o primo. Já está cheia. Cheia do primo implicar com ela, cheia dele a tratar como criança, cheia de querer comandar a reputação da garota. Ela sabe o que faz, sabe as consequências, não precisa que o primo fique o tempo todo lhe dando sermões.
O clima fica pesado depois da pequena discussão. Minutos depois, o sinal bate. segue para a aula de música e , , e vão até a quadra, afinal, hoje é quarta. Dia de treinamento.
- Ei! – Matt, um dos jogadores do time, chama a atenção dos quatro amigos que passam. Ele olha para seus colegas, também jogadores, e em seguida olha para . – Sabiam que eu adoro a ideia de ter garotas tão gostosas assim torcendo para nós? – Sorri, se gabando do que acabou de falar.
- Cala essa boca, Matt. – repreende o colega.
- Ué, só estou dizendo a verdade. Todos acham a sua prima deliciosa, . Não sei como não se aproveita.
- Lava essa sua boca imunda antes de falar de mim. – dá um empurrão no garoto. Forte o suficiente pra que ele cambaleie para trás. – Mais respeito. Eu agradeceria.
- Mas... – Matt olha assustado para a líder de torcida em sua frente. Olha depois para , que sai dali revirando os olhos. vai atrás do amigo. – ! – Pede para o garoto defendê-lo. pode notar isso com o olhar.
- Ninguém mandou você falar merda. Vamos, . – puxa o braço de , que ainda encara Matt, e então, os dois voltam a andar.
- Entendeu agora o que eu ando passando ultimamente? – olha para prima assim que a mesma para onde ele está. – Eu tenho vontade de sair batendo em todos eles.
- Não tenho culpa. Já falei. – Revira os olhos. e ficam olhando.
- Tem sim, você ainda está nessa porcaria. – Aponta para o uniforme da garota.
- Se você não aguenta provocações, o problema não é meu. Me erra, . Eu sou o que eu quiser, entendeu? – morde o lábio inferior com força, dizendo para sim mesma que segurasse sua língua para não falar demais. Vira-se e segue em direção as líderes de torcida, logo atrás do gol.
- Deixe-a em paz, . – diz logo após sair.
- Desencana, cara. Só desencana. – completa. suspira, sentando-se no banco.

Já está de noite. Quarta e sexta, os jogadores e as líderes de torcida só vão embora ao fim da tarde. O treino dura horas, pois quando chega a hora do jogo, os treinadores querem que tudo seja perfeito, e por isso, exigem um pouco mais dos alunos.
entra no Porsche do primo. O garoto levanta o teto do carro. Com o dia frio, as nuvens sombrias e carregadas de água, é meio óbvio que iria chover.
Depois da segunda discussão do dia, os dois ainda não trocam nenhuma palavra. O abre a porta do carro, e bem na hora, entra, sentando no banco de trás. entra logo depois. franze a testa e vira para olhar .
- Meu carro quebrou, seu primo vai ter que me dar uma carona agora. – Dá de ombros. sorri de canto. Com o no carro, talvez o clima não fique tão pesado como estava.
liga o carro e dá a partida. Assim que sai do estacionamento, começa a chover. Chover forte. fecha os vidros do carro, já que são elétricos e só basta apertar um botão, e depois liga o ar do carro.
- Ih, olha só o que postaram no Facebook. Acho que vocês não vão gostar disso. – diz com uma cara feia enquanto olha para seu Iphone. vira-se, ficando curiosa na mesma hora.
- O que disseram? – pergunta sem deixar de prestar a atenção na estrada.
- Na verdade, tiraram uma foto de vocês dois hoje na quadra. – hesita em falar. Está com medo da próxima reação dos dois. – E a legenda foi “ e a sua prima gostosa.’’
- Sério? – ri. – Pelo menos eu sou gostosa. – Dá de ombros e vira-se para frente, olhando para a janela. Ela não gostou muito disso, mas falou para irritar o .
- Você acha isso engraçado? – praticamente grita. se assustada e deixa o Iphone cair por debaixo do banco de . – Isso não é nenhum pouco engraçado. Estão desrespeitando você e eu! – O olha para estrada e para a prima, que tenta o ignorar. – Isso é ridículo! – Diz, indignado, batendo no volante. – , mande, seja lá quem postou isso, tirar agora mesmo.
- Ok. Só preciso...
- Vai ficar me fazendo de idiota, ? – interrompe . O garoto revira os olhos e mete a mão por debaixo do banco de , tentando achar seu Iphone. – Me responda!
- Você quer que eu faça o que? – vira-se, revoltada. se assusta mais uma vez, mas desta vez, depois de achar novamente o Iphone, ele segura o mesmo com força. – Quer que eu brigue com todos?
- Só quero que você saia disso. Deveria andar comportada! – usa um tom de voz mais alto. O carro vai diminuindo a velocidade.
- Eu não sou freira e nem santa! – Ela revira os olhos. – E fale baixo comigo, !
- Gente... Por que o carro está mais devagar? – pergunta, estranhando o fato de a velocidade diminuir, mas nenhum dos dois presta a atenção nele.
- Não precisa ser santa, só comportada!
- Está me chamando de quê? – olha séria para o primo.
- GENTE! – grita, dessa vez conseguindo a atenção dos dois.
- O QUÊ? – Falam em uníssono.
- O carro parou. – Dá de ombros.
e olham para frente e percebem que o carro parou mesmo. A chuva cai forte sobre o carro, o barulho chega a ser alto demais, parece chuva de granizo, mas o estrago será pior e de imediato. Os dois se entreolham por um segundo, mas logo vira para a janela, encostando a cabeça na mesma.
O primo tenta ligar o carro, dar a partida, mas não funciona. Não quer ligar.
- Vou tentar resolver isso. – O diz, abrindo a porta do Porsche e caminhando até a frente do próprio, abrindo o capô. sente as gotas de chuvas atingirem com uma frequência rápida o seu corpo. Em segundos ele já está encharcado. O garoto tenta olhar qual o problema do carro, mas com a chuva forte e a neblina que esta se formando, ele não consegue enxergar mais nada direito. Fecha o capô com força e volta para o carro. A água que acumulada em seus cabelos e roupas molha o banco. – Impossível achar o problema com essa neblina e a chuva.
- Deixa que eu tento ver. – se oferece, mas o interrompe antes que o amigo abra a porta.
- Não, . Está impossível de enxergar. – Suspira. – Vou ligar para meu pai. Ele manda reforço.
- Liga logo pra ele... – diz baixo, mas o suficiente para que e escutem. – Eu preciso voltar pro meu quarto imediatamente. – Suspira pesadamente. engole em seco e sente a culpa o invadir.
- Vou ligar. – Diz com a voz fraca.
pega seu celular, que estava no porta-trecos, e vai diretamente em discagem rápida, ligando para seu pai. Assim que o velho atende, solicita a sua ajuda. Preocupado, o pai diz que encontrará com eles, mas que demorará um pouco, pois nessa neblina, nenhum carro de ajuda sai.
- Vamos ter de esperar um pouco mais. Tudo bem, ? – Olha para prima, que ainda esta com a cabeça encostada na janela.
- Vou tentar pegar no sono por enquanto. – Sussurra. O primo assente, dessa vez encolhido. Não gosta quando ela fala assim, pois sabe que quando a prima fala daquele jeito é porque está chateada. E ele é o culpado.

***

Alguns minutos se passam. mexe em seu celular e pensa em como foi errado ter gritado com a prima. Olha para janela e observa a neblina tomando conta da estrada. Suspira.
- Ei, cara. – chama o amigo. vira-se para olhá-lo. – Não precisa se sentir culpado, por um lado você está certo. – sussurra para que não ouça. Acham que ela já dormiu. – Só não precisava ter gritado com ela.
- Eu fiz merda gritando com ela. – suspira mais uma vez, dessa vez ele corre o olhar para prima, que está aninhada no banco e respira lentamente.
- Você não tem que mandar nela. Ela já é grande o suficiente pra saber o que faz. – dá de ombros. - Só tem que pegar mais leve com ela.
- Mas eu...
- Mas nada. – interrompe o amigo. – Ela é sua prima, . Não tinha que gritar com ela desse jeito.
- É. Eu sei. – abaixa a cabeça, mas logo levanta em seguida. – Eu só odeio o modo como os garotos falam dela, eu simplesmente não gosto. – Sente a raiva querendo voltar, mas se controla. – Ela é minha pequena, sabe? Eu tenho “aquilo’’ de querer protegê-la e é mais forte que eu. Eu a amo e não suporto que falem dela.
sorri de canto. Ela não dorme. Não conseguiu pegar no sono e por isso acaba ouvindo tudo. Mas até que gosta. Gosta de ouvir as palavras de . Pode estar chateada com ele, mas agora ela sabe que seu primo está cuidando dela sempre, sempre que os dois estiverem juntos. Ele a ama. E quem ama cuida. Por um lado, ele está realmente certo. Ele só quer o bem dela, deveria ter entendido antes, mas não importa. É como ele disse. Ele vai protegê-la sempre, sempre, até que permaneça sendo a pequena dele.




Capítulo 3


- Para! Seu idiota! – ri no meio das palavras. – Eu vou matar você!
- Duvido me pegar! – coloca a língua para fora, fazendo uma careta e arrancando risos de .
Os dois estão sentados no chão de madeira, que agora, está coberto por grandes pedaços de papelão. O motivo? É só pra não sujar a madeira graciosa do tio de . Os dois fazem trabalho de artes, o qual necessita de tinta, e assim eles fazemm a maior bagunça, parecendo duas crianças.
- Não devia ter me melado! – A garota se inclina de joelhos e passa seu dedo na ponta do nariz de , sujando o mesmo de tinta rosa. Ela ri. – Que coisa fofa, parece um coelho. Deixa eu continuar. – Ela suja o dedo indicador de tinta preta e faz três traços em cada bochecha do rapaz. O mesmo faz bico, o que faz o achar fofo, tendo vontade de mordê-lo.
- Sou um coelho agora. – Ele sorri e tenta olhar para a tinta preta em sua bochecha. Pode sentir a tinta fria começar a secar. – Agora é a minha vez! – Faz cara de mau e cerra os olhos. solta uma gargalhada gostosa, talvez a mais gostosa que já ouviu, e chega para trás, tentando fugir dele. – Volte aqui, você é muito ousada! – Puxa a garota pelos seus braços, trazendo-a para mais perto. Mela o dedo indicador de tinta verde, melando o rosto da garota, sem se preocupar em deixá-la bonita, porque para ele, ela está linda só rindo daquele jeito.
- Você me melou toda! – Faz cara de emburrada, fazendo beiço. se controla para não dizer o quão fofa e linda ela fica fazendo aquela expressão. – Eu fiz você ficar lindo! Isso é injusto, . – Ela viroa-se, ficando de costas para ele, mesmo sentada.
- Me desculpe. – Puxa a garota, fazendo-a deitar com a cabeça em seu colo. Leva suas mãos para a barriga de e começa a fazer cócegas nela. – Você ainda está brava comigo?
- Me solta! – Diz entre risos. – Eu vou matar você!
- Você já disse isso. – Continua a lhe fazer cócegas. – Diga que sou o rei!
- O quê? – Gargalha, fechando os olhos com força. Tenta sair, mas ele a impede.
- Diga!
- Ok, Rei! – praticamente grita. para de fazer cócegas nela, mas a garota não ousa em sair dali. – Cócegas também é injusto. – Faz beiço novamente.
sorri, totalmente admirado com a beleza dela. Inclina-se e deposita o beijo na ponta do nariz da garota, fazendo-a sorrir.
- Tudo bem, agora eu te desculpo. – Inclina a cabeça para trás, olhando-o melhor. Leva as duas mãos até o cabelo do rapaz e começa a brincar com o mesmo. Começa a fazer cafuné, enquanto sorri ao notar a expressão dele.
está de olhos fechados enquanto sente o carinho de nele. Ele não se incomoda com isso. Não com ela. Não liga que ela toque em seus cabelos e lhe faça cafuné, afinal, todos gostam de carinho.
olha admirada para todos os traços do rosto do garoto. Ele é tão lindo. Pensa.
- Isso era pra ser um trabalho?
Os dois voltam a atenção para a voz grossa, indicando ser masculina, que ecoa na sala. está parado, encostado na parede. Tem as sobrancelhas levantadas, como se quisesse entender aquilo. Mas não está com ciúmes, pelo menos é o que parece, pois ele sorri de canto.
Mas é só o que parece mesmo. não gosta de ver aquela cena, mas não fala nada. Não quer mais brigas com sua prima. Já está na boa com ela, e decide manter isso, por pelo menos um bom tempo. E, para falar a verdade, ele também não quer um clima pesado entre ele e . O garoto o havia ajudado no carro, dando conselhos a ele, e além do mais, ele discutiu com todos os garotos que insistiam fazer piadinha com a para o .
Mas bem... Se e são primos, ele não tem que sentir ciúmes dela, certo? Ora, ele tem uma namorada, pode ficar com quem quer. Mas não deve nem mesmo pensar desse jeito, afinal, eles são só primos e o que sentem um pelo outro é amor de criação. Cresceram juntos, não? É assim que ele deve pensar. Tomar conta de sua prima para que ela não sofra, mas não entrar na vida dela e na vida dos garotos que se aproximam dela. Ele não tem esse direito, aliás, não tem nem que pensar nisso, ela faz o que ela quer.
- Na verdade, era pra ser um trabalho, sim. – responde, dando um riso descontraído. – Mas ela arruinou tudo. – Diz, referindo-se a , que revira os olhos.
- Onde você estava, ? – pergunta enquanto o fita. O primo havia saído à tarde inteira, e agora, perto de escurecer, ele aparece. Também tem direito de fazer esse tipo de pergunta para ele, não tem?
- Na casa da Emma. – Responde com um sorrisinho, que julga ser malicioso.
- Hoje foi o dia, hein? – brinca, fazendo rir.
- Cala a boca, idiota. – Diz o amigo depois de rir. – Mas só passei para dar um “oi’’.
- Como assim? – levanta, ficando em pé. – Aonde você vai?
- Correr. – Responde o . Ele olha para prima, sorrindo maliciosamente. Ele está querendo descontar a vez em que eu fui correr? Pensa a garota.
- Só passou para dizer um “oi’’? – Arqueia a sobrancelha.
- Deixe-o. – diz, fazendo ficar boquiaberta. Parece ter sido combinado. Quem fala algo do tipo é a Emma. Mas é impossível. não pediria isso ao , só foi... Coincidência. – Ele precisa queimar as gorduras aí.
- Cala boca, . – O levanta o dedo do meio para o amigo, que suspende a mão, como forma de propor a paz.
- Mas você vai correr desse jeito? – olha o primo de cima a baixo. Ele veste uma bermuda da cor preta, nos pés calça tênis da Nike, e uma camisa branca qualquer, porém sem manga.
- Não sou como você. É só fazer isso... – Tira a camisa, fazendo com que engula em seco ao olhar para o abdômen do primo. Já é a terceira vez que o vê sem camisa e simplesmente não aguenta. Ela o acha maravilhoso. – E eu estou pronto. – Dá de ombros, com um sorriso debochado. – Bom... Até mais, , te vejo amanhã em sua festa.
- Até amanhã à noite! – O garoto sorri.
anda em direção a , que ainda mantem o olhar no abdômen do primo, mas notando que o mesmo se aproxima, resolve tirar sua atenção dali.
ri pelo nariz ao notar a sua prima quase babando ao olhar para ele. Então, já perto dela, coloca uma mecha de seus cabelos atrás de sua orelha e encosta a boca na bochecha da garota, roçando levemente sua boca na mesma. Sussurra o mais baixo possível: Da próxima vez, vê se disfarça olhando para meu abdômen. Você é péssima disfarçando. E ah... Você está linda com o rosto de verde. Finaliza aquele pequeno momento com um beijo no rosto da prima, virando de costas e saindo em seguida.
permanece parada por uns segundos, engolindo tudo aquilo. Seu primo acaba de usar quase as mesmas palavras que ela havia dito. Faz quase a mesma coisa que ela. E, pra piorar, ainda tem um sorriso debochado no rosto.
Ele a irrita.
Mas seu abdômen a deixa fora do normal.
- Então... – pigarreia, chamando a atenção de , que logo se vira para vê-lo. – Acho que a gente podia lavar os rostos.

***

- Amanhã eu vou ter mesmo que ficar o dia inteiro fora. – para de falar por instante para levar a colher cheia de doce de leite à sua boca, e continua a falar em seguida. – Se não, a festa não sai como planejei.
- Presumo que essa festa vai ser demais! – diz, animada. Está sentada em cima do balcão da cozinha, enquanto está apenas encostado, bem ao lado dela. – Vai ter muitas pessoas?
- Acho que sim. – Dá de ombros.
- Mal posso esperar. – sorri mais uma vez.
Está animada para a festa de , que será amanhã, no caso, numa sexta-feira. Dia oficial das festas. comentou sobre essa festa há um tempo, mas só convidou todos essa semana.
Se as festas de NY em que ia, eram tão movimentadas e divertidas, mal pode esperar pela festa do . Afinal, ele é popular, a maioria das pessoas naquele colégio o adoram, quem ele convidou, vai. Pessoas bonitas, bastante comida, muita bebida e música. Pra quê melhor? A festa dele, com certeza, vai ser um sucesso! Pensa ela.
- ... – Chama , depois de uma colherada de doce de leite. O garoto a olha e assente. – Você já namorou sério?
- Por que essa pergunta? – Ele desencosta do balcão, ficando de frente para . – Quer saber se eu seria um bom namorado? – Pisca, galanteador, e ri logo depois. – Nunca namorei sério.
- Por que não? Nunca se...
- Nunca me apaixonei. – Dá de ombros. – Não sei como é sentir o que a maioria dos adolescentes sente. Ainda não sei.
o fita por uns segundos. Não sabe se ele gosta disso ou se ele se sente excluído pelo fato de nunca ter se apaixonado.
- Sabe... Não recomendo a ninguém isso. – Ela sorri de canto, desviando seu olhar do dele. Lembra-se de Greg, seu ex-namorado no tempo em que morava em NY. – Esse negócio de se apaixonar... Magoa ambos.
- Você acha que eu te magoaria? – pergunta, olhando nos olhos da garota, que cora no mesmo instante.
- Não sei. – Dá de ombros. Reza para que o garoto não perceba a vermelhidão em suas bochechas.
- Se eu tivesse algo com você... – aproxima-se devagar de . Para quando já está no meio de suas pernas. – Eu nunca te decepcionaria. – Ele sorri, fazendo-a sorrir também. – E você? Me magoaria ou me decepcionaria?
o fita por segundos. Provavelmente a milésima vez naquele dia. Observa o rosto do garoto demonstrando curiosidade, enquanto um sorriso sapeca ameaça aparecer em seus lábios. respira fundo, olha nos olhos do garoto e sorri antes de dizer:
- Nunca.

***

- Escuta aqui, garota! – Rose, uma das líderes de torcida, aponta o dedo na cara de . – Você não manda em nada aqui.
- Tem razão, eu não mando, só dei ideias, se não gostou delas, o problema é seu! – Responde enquanto cerra os dentes. Está tentando se controlar. – E não põe o dedo na minha cara se não você vai ver o que eu vou dar na sua. – Dá um sorriso cínico, fazendo a ruiva revirar os olhos.
- Vem cá fazer isso então.
Bastam apenas essas palavras e praticamente pula em cima de Rose. Puxa os cabelos ruivos da colega, enquanto a mesma aperta seu ombro com força, tentando impedi-la. As demais garotas no salão principal observam boquiabertas, mas não levantam um dedo sequer para separar a briga. Com exceção só de uma.
- Parem! – Emma mete-se no meio, separando as duas. e Rose estão ofegantes e ambas descabeladas. – Rose - Aponta para a ruiva. – tem direito de expressar suas ideias, se você não gosta, o problema é realmente seu.
- Mas as ideias são ridículas! – Rebate.
- Você que é ridícula! – Grita .
- Calem a boca! – Emma revira os olhos e volta-se a Rose. – É problema seu se você não gosta da . Somos uma equipe, cada um tem que expressar suas ideias, você só implicou porque não gosta dela!
- Deixe-me adivinhar... Ela não gosta de mim porque o famoso só anda comigo. Nem sequer olha pra ela. – Diz , com um sorriso perverso no rosto.
Rose tem as bochechas avermelhadas. Cerra os dentes e punhos. Controla-se para não avançar em naquele exato momento em que ela toca no nome... Dele.
- Se querem brigar, deixem pra lá fora. – Emma conclui, dessa vez, olhando para as duas. – tem direitos, você também tem Rose. Se não gostou, saia. Mas se aceita, cale a boca.
Rose engole em seco. Segura o choro, o que faz seu nariz arder por consequência disso. Odeia . Odeia Emma. Só não sai daquele maldito salão porque precisa estar nessa equipe. Precisa se quer chamar a atenção dele.
- Bem... – Emma dá mais um de seus sorrisos enormes, como se nada tivesse acontecido. – Chega por hoje, vamos para o intervalo.

mexe, sem animação nenhuma, em sua comida no prato. Olha para os grãos de arroz, tão brancos, e se perde no meio deles. Não está com fome, aliás, ela nem está ali.
A garota pensa no que acontecera no salão, minutos antes. Sente-se um pouco culpada, um pouco má. Não que ela não goste de se sentir , afinal, algumas pessoas merecem. Mas dessa vez julgou isso como uma coisa ruim. Emma a defendera, fora tão firme nas palavras, até mesmo sugeriu que a Rose saísse caso não aceitasse os “acordos’’ ali.
Ah... Rose vadia. Pensa . Só porque não dá a mínima para ela, não tem direito de tratar mal, certo? Tem apenas que se contentar com fato de ele saber, pelo menos, da sua existência.
Não. Está sendo cruel pensando desse jeito. E, bem, não é tão amigável assim. Não de primeira. Talvez ela não mereça que a Emma tivesse a defendido. foi quem pulou para cima de Rose. Também estava errada, mas não recebeu nenhuma reclamação de Emma.
Claro, chegou, sim, a pensar que Emma só queria tirar proveito disso para virar amiga de . Mas não entra na cabeça da garota que Emma, uma garota tão besta e ao mesmo tempo boa, a defenderia só para se aproveitar. Além do mais, suas palavras pareceram sinceras. Nada pareceu ter sido forçado. Talvez seja mesmo má com quem não deve. Talvez deva parar de ser assim com a namorada do seu primo.
Olha para a mesa onde Emma está. As outras colegas, líderes de torcida, estão na mesma mesa em que a loira está. Nota que seu primo está sentado em cima da mesa, rindo de alguma coisa que disseram.
Emma olha para trás e encontra na certa o olhar de . Sorri para a mesma. Aquele mesmo sorriso inocente que tem. retribui sem muita animação e vira sua atenção para , que agora a olha também. O mesmo a encara por segundos. Desnecessário a troca de olhares, mas impossível de evitar. O que é estranho para ambos.
Emma, depois de rir de mais alguma coisa que falaram, puxa , dando-lhe um selinho, fazendo-o perder o contato visual com , mas sem perceber.
vira-se, olhando de novo para seu prato ainda cheio. Franze a testa. É estranha essa troca de olhares para ela. Mas decide ignorar.
- Alô? Tem alguém aqui? – estala os dedos na direção de , querendo chamar sua atenção.
- Terra chamando! – bate na mesa, fazendo se assustar de leve.
- Ok! Estou aqui, sim. – Ri sem muita emoção.
- Quem mandou você se meter? Eu estava chamando-a! – revira os olhos, ignorando .
- Eu não posso chamá-la também? Você é insuportável!
- OK! – Grita . Algumas pessoas olham para ela. – Não quero ouvir vocês discutindo hoje.
- Ih... Alguém está estressadinha hoje. – Brinca .
- Isso se chama “Falta de ’’ – diz, rindo em seguida.
- O quê? – franze a testa, negando com a cabeça.
- deixa as pessoas assim. – dá de ombros, rindo também.
- Quem deixa quem? – aparece, sentando-se em cima da mesa, assim como estava com as líderes de torcida. olha para trás, procurando sinal de Emma, e como espera, a encontra no mesmo lugar.
Ela não liga do namorado dela não estar com ela no intervalo? Pensa .
- . – responde, continuando em seguida. – Ele deixa as garotas desse jeito, desse jeito mesmo como a está. – olha para a prima, que revira os olhos na mesma hora. – Sem o ela fica triste e estressada.
continua olhando para , mas ela olha para o prato, tentando ignorar e zombando dela. O fita a prima por uns segundos, assim como fez quando estava sentado na mesa.
- Talvez esteja crescendo algo aí dentro. – faz coração com as mãos, fazendo segurar o riso.
- Calem a boca. Não tenho nada com o . – para um momento e sorri maliciosa. – Mas não seria uma coisa ruim. – Faz e ficarem de boca aberta, então, logo ri. – Estou brincando, ele é só meu amigo. – Diz, mas dessa vez, segura o sorriso malicioso que quer aparecer. Ela tem maldade, sim, com , e, com certeza, ter algo com o não seria nada mal. Afinal, é do que estão falando.
O sinal soa alto no ouvido de todos no refeitório. Os amigos levantam da mesa. olha para e antes de falar.
- Vejo vocês hoje à noite? – Pergunta, mordendo a boca em seguida. Os dois assentem. – Então até mais tarde. – A garota acena para os dois e vira-se junto com o .
Os dois seguem para a quadra, lado a lado, mas em silêncio.
não quer falar, pois ainda estranha a troca de olhares, e , bem... está evitando falar, pois o que sairia da sua boca não seria bom.
Ter algo com o não seria nada ruim? Pensa ele. Bom saber, .

[N/A]: Daqui pra frente são três músicas, só dê play quando eu avisar, certo? Enquanto isso deixe carregando todas as três!
Primeira música.
Segunda música.
Terceira música.


olha-se no espelho. Suspira admirada. Passa a língua na boca de forma sedutora e pisca. Ri logo depois. Ela está perfeita.
Veste um vestido vermelho. É curto, mas não tanto. É também colado, o que foi uma das coisas que ela havia mais gostado. Tem curvas perfeitas, que estão sendo valorizadas naquele vestido. Já nos pés, calça saltos altos da cor preta, a mesma cor de suas unhas. Mas o melhor, além do seu vestido, talvez seja sua maquiagem. se acha mais sedutora quando passa um batom vermelho ou quando delinea os olhos de preto. E usando os dois, se acha mais sedutora ainda.
- ! – Pode ouvir gritar. – Estou te esperando no carro!
A garota passa a mão pelo vestido, e conferie se está tudo bem. Confirmando isso, pega sua pequena bolsa preta e sai do quarto, descendo as escadas com pressa.
- Oi, tio! Tchau, tio! – Passa correndo pela sala. George franze a testa por um momento, mas logo se vira, voltando sua atenção para a TV.
abre a porta da frente e anda, mas dessa vez sem correr, em direção ao carro de . Para imediatamente assim que cruza o olhar com o primo.
Ele está lindo.
usa uma camisa branca de manga curta e apertada, dando a impressão de braços maiores. Sua calça é preta, um tanto apertada. Calça um par de All Star branco e seus cabelos estão mais bonitos do que o normal.
suspira. Fala sério, como meu primo está lindo! Pensa.
Mal ela sabe o que seu primo está pensando.
A primeira coisa que vem a sua cabeça é: Caralho, que gostosa!
deixa seu queixo cair um pouco, ficando quase boquiaberto. Sua prima está perfeita! Sua maquiagem dá um ar de sedutora, principalmente a vermelhidão que carrega em seus lábios. Os cabelos estão totalmente lisos, sem nenhuma ondulação, o que o deixa maior ainda. Seu vestido vermelho e colado ao corpo, dá valor a suas curvas, as quais julga serem ótimas. O salto alto valoriza suas pernas, chamando mais a atenção.
Ainda não sei como consigo me controlar. Diz para si mesmo. Definitivamente eu tenho a prima mais gostosa. E isso é um perigo.
- Nossa... – engole em seco. – Você está... Uau!
anda em direção ao primo, parando só quando já está em sua frente. Ela olha para baixo, levantando o olhar em seguida, sorrindo maliciosamente. Passa a língua na boca e morde o lábio inferior. está hipnotizado.
- Você quis dizer...
- Gostosa. – Responde. ri.
- Tudo bem... Você também está “Uau’’ – Imita , fazendo-o rir. leva o dedo indicador para o peitoral de e passeia com o mesmo por ali. – Um pedaço de mau caminho.
-Toda vez que você faz isso... – Tira o dedo da prima e suspira, controlando-se. – Eu me arrepio.
- Isso é ruim?
- Isso é maldade. – Alisa o queixo da garota. – Vamos logo, já estamos atrasados. – Dá um beijo na bochecha da prima e abre a porta do carro para que ela entre. Agradece e entra. - Começou há duas horas já.
- Os melhores só chegam depois. – Diz , depois de entrar no carro. O garoto fecha a porta do mesmo e olha de relance para as coxas da prima. – ... – O chama com uma voz manhosa, fazendo se arrepiar dos pés a cabeça. – Tente não babar.

[N/A]: Pode dar Play na primeira música!
- Está ouvindo? – olha para . Ela sorri animada.
- Estou sentindo tremer. – Olha para seus pés. Ela pode sentir um tremor bem de leve nos mesmos. A música está tão alta, que provavelmente, não demorará para algum vizinho brigar. – Isso deve estar demais!
- Vai ficar melhor ainda com a gente. – pisca e abre a porta.
- Uau! – Exclama , entrando junto com seu primo.
A casa de está lotada! Totalmente lotada!
observa o lugar por segundos. Olha para um lado e encontra alguns garotos apostando quem consegue beber mais. Em outro lado, que é a sala de , há uma pequena ‘’balada’’ ali. O cômodo está escuro, exceto pelas luzes coloridas que piscam sem parar. pode sentir o cheiro do gelo seco sendo solto no mesmo cômodo da casa. Observa também que está sendo o DJ. Está em pé, atrás dos equipamentos de sons e seus diversos fios.
Vira sua atenção para frente e observa que nem mesmo as escadas e o andar de cima, sobram. Muitos casais se beijam na escada, e bem, os que estão lá em cima devem estar em um nível muito mais avançado. está simplesmente surpresa.
, diferente da prima, está acostumado. Vai a mais festas do que sua prima costumava ir em NY. Já conhece as festas dali, principalmente as festas de . As melhores.
- Isso aqui está realmente demais... – Fala . Tem os olhos brilhando. Adora festas. Sempre adorou.
- Não é a toa que é o mais festeiro do colégio. – diz, piscando para uma garota que passa.
- E o melhor também! – aparece, abrindo os braços. – Saudações, amigos! – Entrega copos de plástico da cor vermelha para os dois. É cerveja. – Vamos nos divertir?
- Já começou bêbado? – ri, tomando um gole da bebida.
- Ainda não estou. – ri também. Ainda está sóbrio. – Nossa! – Olha para e sorri maliciosamente. – Você está maravilhosa...
- Você também, . Mas prefiro aquele seu “look’’ em que você está sem camisa, tipo quando derrubei a água em você, sabe? – Morde a boca. ri.
- Ok. – revira os olhos. Odiou ter ouvido aquilo. Ainda mais depois do episódio no refeitório. – Vou ver umas garotas ali. – Aponta para as loiras que acenam descaradamente para o . – Tome conta dela enquanto me aproveito. – Aponta com a cabeça para e sai de perto deles.
- Bem... – se aproxima, colocando a mão direita na cintura de . – Vamos dançar?
sorri para e caminha com ele até a sala, ou melhor, a pista improvisada.
- ! – grita. O amigo tira o headphone e assente para . – Aumenta mais!
sorri, coloca novamente seu headphone e aumenta mais a música.
- Hora de se divertir como nunca, . – sorri galanteador e puxa pela cintura para que fiquem mais próximos.
Os dois começam a se movimentar no ritmo da música, e quando se dão conta, já estão dançando. toma de vez o copo de cerveja. pega o copo vazio de sua mão, jogando em qualquer lugar. Um garoto que dança ao lado deles tem o copo “roubado’’ por , que entrega o mesmo para . Ela sorri maliciosamente e toma mais um gole da bebida gelada e amarelada. e não quebram o contato visual enquanto dançam, nem mesmo quando tomam suas bebidas. O contato visual é indispensável, ainda mais naquele momento, em que os dois dançam quase colados um no outro.
, de olhos fechados, vira-se, ficando de costas para . Continua a dançar e o garoto faz o mesmo, depositando suas duas mãos na cintura da mesma. levanta o copo de plástico e sorri. Não quer saber de nada. Só quer dançar, beber, curtir... Se divertir.
coloca uma parte dos cabelos lisos de para o outro lado. Deixando o pescoço da garota livre. Aproxima-se e deixa seu rosto ali. Sente o aroma do perfume dela enquanto dançam. Um aroma doce e bom. Desce suas mãos para a coxa de , subindo as mesmas para o quadril da garota, repetindo o processo enquanto dançam. apenas sente um leva arrepio e não ousa em parar aquele momento. Apenas continua dançando e bebendo.

Now baby don't you stop it, stop it (2x) You can't stop us now...
(Agora, baby, não pare, pare com isso (2x) Você não pode nos parar agora...)


Ela já está adorando tudo aquilo. Não sairá dali tão cedo.
Mais um, dois, três, quatro copos de cerveja “roubados’’ na pista de dança e talvez e já não estejam tão sóbrios como antes. Talvez não, eles realmente não estão mais sóbrios. Bebem tudo de vez, fazendo com que o efeito do álcool aja mais rápido. Já estão rindo de tudo e todos. Já estão mais soltos na dança. Definitivamente já estão bêbados.

Now baby don't you stop it, stop it (2x) You can't stop us now...
(Agora, baby, não pare, pare com isso (2x) Você não pode nos parar agora...)


, do outro do lado, bem na cozinha, está sendo assediado pelas loiras que flertam com ele desde o começo da festa. Elas passam as mãos pelo corpo do garoto. O dão mais bebidas, o dão beijos pelo pescoço, querem até mesmo tirar sua camisa, mas consegue domá-las. Entende a “fome’’ delas por ele. Afinal, ele é um jogador e jogadores são rodeados de meninas!
Mas e a Emma? Não, ele não liga para isso. Quer dizer, ele não liga pra ela. Na cabeça dele, ele e Emma não tem nada. Ele não é dono dela, ela não é dona dele. Simples assim. Melhor assim. Julga .
Ele não sabe o real motivo da Emma não ir à festa, ela só disse que não queria e não disse o porquê. Mas como ele não se importa... Tudo bem para ele.

Don't Stop the Party, Don't, don't, don't, don't, Don't, don't, don't, don't, Stop, stop, stop, The, the, the, don't Stop The Party.
(Não pare a festa, Não, não, não, não, Não, não, não, não, Pare, pare, pare A, a, a Não pare a festa.)

***


[N/A]:
Pode dar play na segunda música!
- Vamos lá! – Grita . – No três, ok? Um, dois, três!
, , , e viram o copo que contem uma bebida bem forte, de vez. Fazem uma careta logo depois de sentirem o álcool descer queimando pela garganta.
- Isso foi demais! – diz rindo.
- Vamos mais uma vez! – suspende a garrafa de vodka que tem nas mãos e ameaça jogar o líquido em seu copo, mas para quando pega a garrafa de sua mão, tomando um longo gole. - Vai com calma aí, ! – tenta pegar a garrafa novamente, mas ela não deixa.
- Não dirija a palavra a mim, seu idiota. – Diz ela, rindo logo depois. Os outros fazem o mesmo, até .
- ESPERA AÍ! – grita, chamando a atenção dos amigos. – ESTÃO OUVINDO?
Todos param por segundos e se concentram na música que toca. é o primeiro a se manifestar.
- Green Day!
- Sim, Green Day! – ri junto com . – Vamos agitar isso aqui! – Toma a garrafa da mão de e puxa pela mão. Vai correndo para “pista’’ improvisada, mas para antes de chegar ao seu destino. Olhando para trás, onde ainda pode encontrar três rostos confusos. – Vocês vêm ou não? – Chama-os com a cabeça, e então, os três rostos começam a sorrir sem ter motivos e vão atrás de .
Os cinco se misturam no meio das outras pessoas que já estão no cômodo. Começam a dançar, mas dançar loucamente. Não ligam para nada naquele momento, é Green Day! Pra quê se importar se eles podem se divertir ao som de Kill the DJ?
toma um gole da vodka. pega a garrafa da mão da prima e faz o mesmo, passando para e, em seguida, para . Os cinco riem sem motivos, mas riem.
Dançam como nunca dançaram antes, se alguém gravar aquela cena, serão zoados por um bom tempo. Mas ninguém ali se preocupa com isso. Todos naquela festa estão bêbados, todos já estão loucos. Quem se importa com o jeito em que eles dançam?
Novamente, já no segundo refrão, faz uma observação.
- ! – Grita entre a roda de amigos. O garoto olha para ela, ri que nem um bobo. – Você é o DJ!
Os outros três se entreolham e entendem rapidamente. Sorriem perversamente e correm atrás de , quando o mesmo percebe o que pode acontecer se ficar parado.

Someone kill the DJ, shoot the fucking DJ 3x
Hold him under water til the mother fucker drowns

(Alguém mate o DJ, alguém atire no maldito DJ 3x)
(Segure-o embaixo d'água até o filho da puta se afogar)


- Não adianta fugir, DJ! – Grita . Ele corre com a garrafa de vodka na mão.
- Volta aqui, DJ filha de uma...
- MINHA CHANCE DE ACABAR COM ELE! – interrompe , correndo mais rápido que os outros três.

We are the vultures, the dirtiest kind we'll cut you once, in your heart and your mind
(Nós somos os abutres do tipo mais sujo, vamos cortar você uma vez em seu coração e sua mente)


corre o mais rápido possível, mas escorrega em um copo no chão. Cai de frente, mas consegue utilizar as mãos para poupar seu rosto. Olha para trás e vê os quatro correndo em sua direção. Eles ainda riem. tenta se levantar, mas cambaleia para trás, caindo novamente, mas em cima dos primeiros degraus da escada.

Shit's about to get you, boy. Shoot the fucker down!
(A merda está prestes a lhe alcançar, garoto. Acerte o filho da puta!)


tenta se levantar, sacudindo as pernas na pressa, no nervosismo, mas é em vão.
- Te pegamos, espertinho! – puxa para cima, envolvendo seu braço direto em volta do pescoço do mesmo. Puxa-o para baixo e deixa que , e , baguncem o cabelo do amigo.
- Idiotas! Nunca mais serei o DJ! – Grita ele, fazendo os amigos rirem mais ainda. o solta, recebendo dois socos de no braço. – Vou me vingar de todos vocês. – Aponta para os quatro. – Olho por olho, dente por dente! – Eles riem.
- Cala a boca e bebe mais. – entrega a garrafa para . A tão preciosa garrafa em que os três dividem. O amigo, sem hesitar, bebe o resto da vodka. – Hoje a gente tem muito o que aprovei...
- ATENÇÃO, GENTE! – Uma voz feminina soa alta, interrompendo , que franze a testa. Mas que diabos...
Os cinco amigos voltam para sala e logo encontram a voz feminina. A garota, de pele branca e cabelos ruivos encaracolados, fala atrás dos sons, onde estava.
encara Rose. O que ela está fazendo aqui? Pensa. Achei que não a tivesse convidado.
- Já que o nosso DJ se ausentou por uns minutos – Aponta para , fazendo todos olharem para ele. – Eu resolvi colocar uma música diferente. Todos nós estamos nos divertindo, certo? – Todos assentem menos e . – Mas nós mulheres precisamos do nosso estilo de música! – Levanta um CD da Britney Spears.
- Ah, qual é... – revira os olhos. – Vou mandá-la para de falar.
- Espere. – segura o braço de e continuou encarando Rose.
- Mas relaxem, vocês vão ser beneficiados com a visão perfeita que terão. – Rose sorri e coloca o CD no notebook ligado ao som.
[N/A]: Dê play na terceira música!
- Vamos, meninas? – Rose sorri para as amigas. Tão nojentas como ela. pensa.
Rose e suas amigas andam até o meio e começam a dançar. Os garotos que estão na pista saem, encostando-se as paredes, mas as garotas ficam, e logo, já estão dançando.
observa por mais uns segundos. O que essa maldita quer colocando essa música? E então, percebe Rose trocando olhares com .
Ah, claro! Ela quer seduzi-lo. Mas quer fazer isso na mesma festa que ? Não, não mesmo!
- Uau... – sussurra, encostando-se a parede, como a maioria dos garotos fizeram.
, e olham para as garotas na pista. Eles sorriem maliciosamente.
- Vem, . – puxa o braço da amiga. Os três garotos ali as olham. – Vamos mostrar como se faz. – Sorri para a amiga, que faz o mesmo. Não estão bêbadas demais para dançar. Não do jeito que ela está pensando. – Já voltamos, garotos! – pisca para os três e vira-se, indo até o meio dançar.
Rose hesita assim que percebe que está indo dançar. Quem ela pensa que é para atrapalhar meu plano? Resmunga em sua mente. E , como se soubesse o que se passa na cabeça das pessoas, arqueia uma sobrancelha para Rose e sorri perversamente.
e começam a dançar como as demais ali estavam. Mas só que um pouco diferente. Bem, talvez seja porque as duas já tomaram bebidas o suficiente por aquela noite, não? E por isso, dançam mais soltas. Sem nenhuma vergonha. O que não é ruim na visão dos garotos. observa os olhares pesados de Rose sobre ela e solta uma gargalhada. Adora provocar. Seja uma provocação boa ou ruim.
Rose tenta desviar os olhares de e concentra-se em . Quer seduzi-lo. Quer que ele a note, e está conseguindo. a olha dançar, não tira os olhos do corpo dela. Sorri vitoriosa.
, percebendo que está prestando a atenção em Rose, decide interferir aquele pequeno momento.
Ele não vai te querer, não vai te desejar. E se por acaso isso acontecer, vai ser por segundos
. Pensa . A garota puxa para mais perto, ficando de costas para a amiga. até o chão sedutoramente e sobe, sentindo o corpo da amiga no dela. já sacou o que a amiga quer fazer, e bem, por que não ajudar?
A amiga coloc as mãos no quadril de e alisa o mesmo. Percebendo que entendeu o que ela quer fazer, sorri vitoriosa, assim como Rose fez. Afinal, é pra ela que olha agora. Não presta mais a atenção em Rose. Olha para e . Aliás, , , e a maioria dos garotos ali, olham para as duas. Ora, duas garotas, ambas gostosas, na definição deles, dançam coladas e ainda por cima passam a mão no corpo da outra. Eles estão extasiados com aquela visão.
- Elas realmente sabem o que fazer... – Sussurra , engolindo seco em seguida.
Rose explode de raiva. A maioria olha para e , que roubam toda a atenção em segundos. Como ela a odeia... A odeia demais!
e continuam dançando no ritmo da música. Mordem o lábio inferior repetidas vezes, deixando alguns garotos sem fôlego. As luzes coloridas batem em seus rostos quase sempre em que decidem sorrir maliciosamente ou simplesmente passar a língua na boca.
sente as mãos de percorrem sua barriga e descerem até seus quadris, repetindo a ação. sente também os olhares dos garotos para cima das duas. Principalmente os de , e . Eles praticamente babam, estão quase boquiabertos.
Naquele exato momento, pensa em como sua prima é extremamente gostosa e sedutora. Sente um calor em seu corpo, sabe o que significa. Significa que está atraído por ela. Pelo menos, naquele momento, ele está, e não pode conter isso. Aquela cena é maravilhosa.
, precisa roubar o copo de cerveja do garoto que está ao seu lado para controlar o calor que também o consome. olha para ele. Ela quer que ele se sinta assim. Ele percebe. E aquilo o está provocando. Ela é muito sedutora! E ... Bem, pensa em como a garota que ele mais odeia é uma das garotas mais gostosas que ele conhece.
Os três não podem estar sóbrios, mas definitivamente, nunca esquecerão daquela cena.

acorda com o sol em seu rosto e surpreende-se assim que nota onde dormiu. Está em cima de . Domiram no chão.
Levanta-se bem devagar para não acordar e observa a sala. Se é que pode chamar aquilo de sala. Copos, restos de comida, papéis, latas de cerveja, garrafas de vodka, tudo está espalhado no carpete bege. Pobre carpete bege que ficará imundo!
Deus... Faz uma careta. Isso está uma tremendo bagunça!
Anda para trás e sente sua cabeça latejar. Maldita ressaca! Pensa. Não deveríamos ter ressacada depois de beber, tudo seria bem mais fácil. Caminha até a escada e sobe, indo direto ao banheiro. Não sabe se o banheiro fica no andar de cima, mas resolve arriscar, já que na maioria das casas o banheiro sempre é em cima.
Abre as portas à procura do banheiro e ve uma cena a qual prefere ter evitado presenciar. está deitado em uma cama, talvez a cama do , e três garotas estão deitadas ao seu lado. Ele não veste uma camisa, está com a calça aberta e em sua mão há uma garrafa de cerveja. Revira os olhos. Que estado patético em que seu primo se encontra.
Balança a cabeça negativamente e abre a outra porta, logo ao lado, achando o banheiro. Entra no cômodo e liga a torneira, enchendo as suas mãos de água e jogando um pouco no rosto. Olha-se no espelho. Sua maquiagem está borrada. Embaixo de seus olhos, o delineador escorre. Passa o dedo e tira um pouco, deixando-a menos assustadora. Enche as mãos com água novamente e coloca o líquido na boca, gargarejando e cuspindo logo depois.
Depois de enxugar o rosto com a toalha de rosto, que estava em cima da pia, sai do banheiro, indo em direção à escada. Mas algo a faz parar. Algo que todos nós temos. Algo chamado: Curiosidade.
Dá um passo para trás e vai em direção a uma porta fechada. Está escrito de tinta vermelha: ”Não entre em hipótese alguma!’’. Bem, curiosidade é um defeito de . É muito curiosa e nenhum aviso lhe impedira de nada.
Vai em direção à porta branca, com as letras vermelhas formando o aviso que acabou de ler, e coloca a mão na maçaneta dourada, girando a mesma devagar. Entra no cômodo e franze a testa, ao mesmo tempo em que fica boquiaberta.
O quarto não tem nada. Nada, nadinha! Nenhum móvel. Apenas um carpete da cor bege, assim como o da sala, e uma cortina branca, impedindo que o sol clareie o quarto. Seria um quarto normal, quarto sem móveis, pronto para ser usado ou só esquecido. Não teria nada de estranho... Não teria... Não fosse pelas fotos e as coisas escritas na parede. dá mais uns três passos, parando no meio do quarto. Gira, observando todas as quatro paredes. Duas delas estão lotadas de fotos e as outras duas tem coisas escritas com spray, da mesma cor da tinta na porta.
A garota se aproxima da parede em que está de frente, quando para de girar. Ainda de boca aberta, analisa todas as fotos que consegue notar. Na maioria daquelas fotos, estão duas crianças e duas pessoas adultas. Do jeito que estão, parecem ser pais e filhos.
Em uma das fotos, os supostos pais abraçam-se. A mulher tem belos cabelos loiros e o homem tem pouco cabelo, parece estar velho demais para ter cabelos bonitos como o de sua mulher, mesmo ela parecendo ter a mesma idade que ele.
Já os filhos, eles sorriem de orelha a orelha. Estão sentados em uma toalha quadriculada da cor branca e vermelha, típica toalha de piquenique. E é o que eles provavelmente fazem naquele momento.
Segue para a outra foto, bem ao lado, e cobre a boca com as mãos. está abraçado com uma garota loira, beija seu rosto enquanto a garota sorri.
Mas o que...
Tira a foto, que está sustentada na parede por uma fita adesiva, e vira-a, lendo o que está escrito no fundo.
‘’Eu te amo mais que tudo, você é a minha vida! Com muito carinho, sua irmã, Ever, xx’’
- O que está fazendo aqui?
Ouve uma voz masculina e logo a reconhece. Cola a foto novamente na parede e vira-se rapidamente, encontrando um com uma expressão séria e irritada, parado em frente a ela.
- Eu...
- Não sabe ler? “Não entre em hipótese alguma!”. Reconhece essas palavras? – Arqueia uma sobrancelha. engole em seco. Não gosta nada daquele tom de voz dele.
- Eu só fiquei curiosa. – Dá de ombros. Não é tão ruim assim, é? Ela só foi ver o que tinha no quarto. Pode ser pessoal, mas não tem direito de falar com ela naquele tom.
- Você é curiosa demais. – segura o braço de , a puxando para fora do quarto. Bate a porta em seguida. – Não gosto que fiquem bisbilhotando as coisas. Todos que vem a minha casa sabem disso.
- Desculpa.
- Isso é feio, sabia? – Implica.
- Nossa! – bufa. – Eu já pedi desculpas, seu idiota! – Revira os olhos. – Eu sou curiosa mesmo, se não gostou, pode ir tomar naquele lugar. – Dá um sorriso cínico. – Olhei mesmo, mas eu já pedi desculpas...
- Não interessa, foi errado. Eu odeio isso. – Responde seco.
- Vai se foder, . – Solta, deixando boquiaberto. Coloca o dedo indicador no peitoral do garoto e empurra o mesmo com força. – Nunca fale comigo nesse tom, você não é minha mãe, nem meu pai, muito menos o . – suspira. não sabe se foi porque ele se arrependeu de ter falado com ela daquele jeito, ou se não aguenta mais ouvi-la depois de ter pego-a em seu quarto “particular”. – Quer saber? Eu vou dar um fora daqui. – Vira-se, indo em direção ao quarto que está, pronta para acordá-lo.
- , eu...
- Cala a boca. – Ela diz, cortando-o. Entra no quarto em que está e o sacode com força. O garoto acorda assustado, olhando para e, em seguida, para . As outras garotas ao seu lado também despertam. – Vamos embora. Agora. – Dá ênfase na última palavra e se vira, dessa vez, descendo a escada sem decidir bisbilhotar nada. Como ele havia dito que ela fez.
- ! – desce as escadas atrás dela. A garota vai até a sala, pega seus sapatos, que estão no chão, perto de onde dormira, e vai em direção à porta. – Me des... – bate a porta antes que possa terminar a frase. Não vai ouvi-lo, não agora. Não nasceu pra ouvir ninguém a tratar daquele jeito.
- Cara... – aparece com a camisa no ombro e as calças quase caindo. – O que houve?
- Fiz merda. – suspira.
- Parabéns. – rola os olhos e pode jurar vê-lo sorrindo satisfeito logo depois. Ignora. – Não vai ser fácil se desculpar com ela. Boa sorte. – O bate no ombro do amigo e sai pela mesma porta que .
- Droga... – suspira. Olha para cima e encontra as três garotas que dormiam com há poucos minutos. Suspira pesadamente. – Deem o fora daqui. – Aponta por cima dos ombros e sai em direção à cozinha.

***

alisa o cabelo de enquanto a mesma está com a cabeça deitada no colo do . Haviam se recuperado da ressacada, dormindo a manhã inteira e entupindo-se de aspirina.
- O que você fez que deixou o tão bravo? – finalmente pergunta, mesmo depois de horas.
- Só entrei em um quarto. – Dá de ombros e olha para as unhas pintadas de preto.
- Aquele com letras em vermelho? – franze a testa. balança a cabeça afirmativamente. – Não devia mesmo ter entrado ali.
- Você já entrou? – o fita.
- Não, oras. Ele disse para não entrar, então respeito.
sente-se mal por um segundo. Não devia mesmo ter entrado lá. Ela realmente é bisbilhoteira? Não. Curiosa? Sim. Foi errado? Foi. Devia ter respeitado, mas também não devia ter sido tratada daquele jeito. Não conseguia admitir o tom de voz que ele usou com ela.
- Tanto faz... – Fala depois de um suspiro.
olha para a parede branca da sala. Sorri descontraído e ri baixo.
- No que está pensando? – controla-se para não rir. Do jeito que ele está, parece um maluco.
- Estava lembrando-me da nossa infância. – Olha para a prima e sorri. – Lembra-se das nossas brincadeiras?
- Ah, sim... – ri de leve. – Lembro, éramos bem agitados.
- A que eu mais gostava era a de polícia e ladrão.
- Eu também! – A garota sorri de orelha a orelha. Todos esses anos e ela não sabia que sua brincadeira preferida era a mesma de seu primo.
- Sério? – Fita a prima. Sorri maliciosamente e ameaça levantar. – Então corre... Porque eu vou te pegar, ladra!
- Isso é sério? – franze a testa. Percebe o sorriso maldoso do e levanta-se na mesma hora.
- Acho melhor você correr antes que eu te prenda! – Diz ele, levantando-se logo depois.
ri alto e corre, saindo da sala, indo em direção ao corredor. vai atrás da prima sem perder tempo. Os dois riem enquanto correm. Dão voltas, sobem as escadas, entram nos quartos e voltam para a sala novamente. Parecem duas crianças, mas quem não gosta de ter esses momentos de vez em quando? Não faz mal a ninguém. É divertido e, além do mais, traz uma ótima lembrança para os dois.
para de correr e espera ir ao seu encontro.
- O que vai fazer agora, policial? – Pergunta , com uma voz manhosa, arrepiando todos os pelos da nuca de . – Vai me prender? – Ri sarcasticamente. – Eu confesso que iria gostar. – Morde o lábio inferior, soltando devagar o mesmo.
sente o calor percorrer seu corpo quando a vê morder os lábios daquela forma. Por que ela o provoca tanto? Ela deve saber que ele também gosta de provocar e causar sensações nas pessoas.
- Ah, é? – dá um sorriso sacana. – Então acho que vai gostar disso também. – Vira com um pouco de força, deixando-a de costas, e prendendo suas mãos como se fosse algemá-las. A encosta na parede, deixando que o rosto da garota encoste na frieza que a parede tem, e em seguida, encosta seu corpo no dela, fazendo-a o sentir bem.
suspira baixo. Senti-lo daquela forma é demais para ela. Ele entrou no jogo dela, dessa vez, oficialmente.
A garota ri baixo, virando-se e ficando de frente para o primo.
- Não tão fácil assim, . – Balança as mãos, mostrando estar livre.
- Tem certeza que é fácil? – O agarra os pulsos da prima e os encosta com força na parede.
assusta-se com a rapidez e a atitude braba de , mas logo sente seu corpo esquentar. Sua respiração ficar mais rápida devido à ação dele. Sorri maliciosa.
- O que vai fazer agora? – Sussurra. Tenta olhar nos olhos do garoto, mas ele não olha em seus olhos. Olha para a boca dela e mantem a dele entreaberta. Sorri mais uma vez depois de notar isso. – Agora sou sua prisioneira...
levanta o olhar para a prima, a encarando. Encosta mais o seu corpo no dela e pode ouvi-la suspirar com a aproximação. Dá mais um de seus sorrisos sacanas e aperta os pulsos da prima de leve.
- Assim você me machuca... – Diz , sem tirar os olhos de .
- Você disse que é minha prisioneira. – Aperta mais ainda o pulso dela. – Então eu posso fazer o que eu quiser. – Sorri malicioso. Ela faz o mesmo.
Ding Don. Ding Don.
revira os olhos ao ouvir o som da campainha de sua casa. Solta os pulsos de , que ri logo em seguida, percebendo a frustação do primo.
O desencosta da prima e vira-se, andando em direção a porta, abrindo a mesma em seguida.
- A pizza, senhor. – Um cara com boné vermelho e o nome da pizzaria a qual havia ligado mais cedo, diz.
peg a pizza na mão do rapaz e tira do bolso da sua calça de cor cinza, o dinheiro para pagar a comida. Dá a ele e fecha a porta.
- Salva por sorte. – O primo diz assim que chega a cozinha. já está lá, sabe que era o rapaz da pizza.
- Azar seu, então. – Ela sorri maliciosa e se inclina, pegando um pedaço de pizza depois de ter aberto a caixa. - ... Você não tem aquela apresentação hoje no Diamonds?
- Sim... – Sorri, animado ao lembrar, mas faz uma careta logo depois. Olha para seu relógio e suspira, rolando os olhos. – É daqui a uma hora e meia, não posso me atrasar! – Corta uma grande fatia de pizza e tenta colocá-la toda na boca. – Se arrume, quero você lá! – Tenta falar enquanto mastiga. Deixa a cozinha e sobe correndo para o quarto.
ri com a pressa do primo e decide comer calmamente, acabando minutos depois, deixando as outras fatias para o primo. Para por um momento e pensa o que iria acontecer, caso o rapaz da pizza não aparecesse. Ela e poderiam ter... Ter se beijado.
Pessoais normais achariam isso um absurdo. Ora, eles são primos! Está errado, não? Mas e daí? E daí que são primos? Não são irmãos, então isso não os impede a nada! E bem, não pode negar que sente uma atração pelo primo, nem que seja somente quando ele a provoca. Eles são iguais, pensam iguais em questão de namoro, amor, sedução, são bem parecidos. Gostam das mesmas coisas. São sozinhos, não gostam de namorar, não gostam de se decepcionar... Só curtem. Isso é os dois. Tão diferentes, mas tão parecidos.
Ri mais uma vez. Até que não seria uma má ideia ter um caso com meu primo. – Pensa.
Levanta-se e vai ao seu quarto. Hora de mais uma festa, mas essa... Seria ela mesmo que faria.

[N/A]: Essa parte da fic tem duas músicas, já sabe como funciona, coloque-as para carregar e só dê play quando eu avisar!
Primeira música.
Segunda música.

Termina de se arrumar, olha-se mais uma vez no espelho e desce as escadas. olha para dos pés a cabeça. Suspira pesadamente. Teria muito trabalho com ela.
está linda, ou melhor, gostosa, na definição do primo. Usa um short jeans meio rasgado, uma bota de cano curto e salto, uma blusa de uma banda qualquer da cor preta e uma jaqueta jeans por cima. Ela sabe se arrumar bem, e parece ter roupas para todos os momentos e saídas.
- E então... – roda e empina a bunda quando para na frente do primo. Ele estreita os olhos e fecha a boca para não babar. Limpa a garganta logo depois. – Gostou do meu look rockeiro?
- Está bem bonita... – Olha para as pernas da garota e, sem querer, sem vontade nenhuma, tem de tirar seus olhos dali, prestando a atenção no rosto dela. – Na verdade, você está uma delícia. – Dá de ombros. Ela ri, mordendo a boca em seguida, deixando curioso. Como os dentes dela nunca borram se ela está de batom vermelho? Pensa, mas logo deixa de lado.
- Obrigada, . – Ela sorri sincera. – Confesso que você com isso... – Aponta para a jaqueta preta de couro que o garoto usa. – Eu dormiria com você e não precisaria nem mesmo forçar.
Eles riram, e então, saíram de casa, indo em direção ao glorioso Porsche vermelho.
Ah... Como ama aquele carro! Toda vez que chega com ele chama mais atenção. As pessoas o notam mais, o olham mais, falam mais dele. E ele adora que falem dele. Como sempre pensou: Fale bem ou fale mal, mas fale de mim.
Depois de uns quinze minutos dolorosos para , pois tinha que segurar os olhares para as pernas de , eles haviam chegado. Descem do carro e logo notam o movimento do bar. Está bem cheio.
Andam até o bar, recebendo olhares de algumas pessoas de fora. Quando entram no recipiente, quase a maioria das pessoas param para olhar para eles. Afinal, são os mais bonitos daquele local.
- Eles são namorados? – Cochicha uma garota.
- Não, são primos... E ele vai se apresentar aqui! – Cochicha a outra.
e sorriem ao notar as pessoas os olhando. Os dois adoram aquela atenção. Ah, como adoram... Como se parecem!
- Nossa... Que linda! – Uma garota loira diz, suspirando depois.
- Eles são realmente lindos. – Diz outra, bem ao lado da loira. sorri para a mesma. Adorou ter ouvido aquilo.
- Só faltou andarem em câmera lenta. – Freddie diz, fazendo e rirem.
nota Max logo ao lado de Freddie e logo depois. Ainda está brava com o modo que ele a tratou, mas sabe que também é a errada. Cruza o olhar e fixa seus olhos nos lindos olhos do garoto. Ele sorri de canto, hipnotizando-a por segundos. Ele veste uma camisa preta, sem manga, uma calça também preta e um all star branco, mas o que deixa mais lindo, com certeza, é a toca cinza que está em sua cabeça, ele está realmente lindo.
desvia o olhar do dele, sendo fria, e sorri para os outros dois ao lado de .
- Onde está nossa banda rival? – pergunta, encostando-se ao balcão onde se pede as bebidas. faz o mesmo, mas decide pedir um copo de vodka com limão.
- Ali. – Max aponta para um grupo de garotos do outro lado do bar. – Os The Kings já se apresentaram. Adivinha só quem perdeu a apresentação dos rivais? – Olha com ironia para , que revira os olhos.
- Pouco me importa, somos melhores.- Dá de ombros.
apenas escuta-os conversarem enquanto toma sua bebida. Observa o lugar, parando o olhar na banda rival de seu primo. Nossa, que gatos... – Pensa, dando um sorriso sapeca. Percebe um deles olhando para ela, que pisca, sendo galanteador. – Uau!
- ?
Ouvi a voz masculina. A mesma de cedo, só que dessa vez, mais calma. Vira seu rosto para o de e o espera falar.
- Desculpa por hoje mais cedo. – Suspira, encostando-se ao balcão, ficando de frente para ela e de costas para . – Eu não quis te tratar assim, só acordei com dor de cabeça e peguei pesado.
- Eu não tenho nada a ver com sua dor de cabeça, sabe disso, não é? – Dá um sorriso falso. revira os olhos.
- Não quero que fique assim comigo, volte a rir e brincar, como faz. – Ele diz, fazendo-a olhar para ele. – Prometo que não irei a tratar assim mais, certo? – Alisa o queixo da garota com o polegar.
- Tudo bem, . – Sorri. – Nunca mais me trate assim, idiota! – Dá um empurrão de leve no garoto, que ri, mordendo a boca depois.
- Você está linda hoje. Ontem também, mas... Hoje, por incrível que pareça, ainda mais. – Sorri sincero. cora.
Só ele faz isso com ela. Só ele a deixa envergonhada, tinha esse poder sobre ela.
- Obrigada.
- Atenção! – Outra voz masculina soa muita mais alta, fazendo todos no bar prestarem a atenção. – Vamos para nossa próxima banda. Espero que se divirtam! – Sorri o velho bem arrumado em cima do palco. – Venham para cá The Glorious!
, , Freddie e Max, sobem ao palco. os observa até as luzes abaixarem, deixando o ambiente mais escuro. começa a música com intensidade na bateria e terminam no baixo e na guitarra, para que, finalmente, seja possível ouvir a voz de .
Sorri orgulhosa ao ver seu primo cantando. Tem uma ótima voz, o tanto que parece servir para rock, serviria para algo mais romântico, tem certeza.
Olha ao redor e nota a falta de e . Franze a testa. Onde aqueles dois idiotas estão?
Dá de ombros e cruza o olhar com o mesmo garoto da banda rival, o que a olhava antes de aparecer desculpando-se. O mesmo, que vestia uma camisa preta apertada, marcando seus braços, que por sinal, são de ótimo tamanho, junto com a calça jeans escura e um All Star preto, vem em sua direção. o fita até que ele para em sua frente. Tem cabelos castanhos e olhos claros como mel. Sorri para ela, que retribui.
- E então... Você tem namorado? – O garoto pergunta, encostando-se ao balcão, ficando de frente para . A mesma vira-se, dando um sorriso de canto.
- Eu teria que dizer que tenho ou que não tenho?
- Eu não, sei... O que você acha? – Sorri ele.
- Depende de você, eu escolho depois. – Dá de ombros, tomando mais um gole do resto da vodka que sobrara em seu copo. Ainda pode escutar a voz do seu primo, mesmo que esteja prestando a atenção no garoto à sua frente.
- Então, ...
- Como sabe meu nome? – A garota o olha nos olhos, sorrindo sedutoramente.
- Tenho meus contatos... – Retribui o sorriso.
- Ótimos contatos, andam com bons nomes na boca. – Diz ela, convencida. Sabe que garotos adoram meninas seguras, mas com seus limites, claro.
- Concordo com você. Mas então... – Se aproxima de assim que a voz de para de soar pelo ambiente. Ouvem-se aplausos. – Quer ir lá fora? A gente podia bater um papo. – Diz no ouvido de , por causa do barulho. Olha-a depois de voltar a sua posição.
- Não sei, eu...
- Cai fora.
pode jurar que quase arregalou os olhos ao ver seu primo, bem ali, ao lado dela. Ele não estava no palco? Olha em volta e percebe que eles já haviam saído do palco, obviamente. As luzes continuam baixas, deixando o ambiente escuro como antes estava, sem alterações depois da banda de . As pessoas já estão aglomeradas no meio, como antes. Bebendo seus drinques e conversando.
- O quê? – O moreno, que ainda não sabe o nome, franze o cenho.
- Você o ouviu, cai fora. – diz, recebendo um olhar curioso de , e um assustado de .
- Vocês são alguma coisa dela?
- Namorado dela. – Dizem em uníssono. segura o riso.
- Hã? – O garoto parece confuso.
- Não importa. – revira os olhos. – Mandei você sair de perto, ou você quer que eu mesmo faça isso?
- Sai! – dá um empurrão no peitoral do garoto, que logo se retira, resmungando algo.
olha para os dois, incrédula com aquela atitude inesperada.
- Mas que porra foi essa? – Pergunta, fazendo os dois engolirem em seco. – Meus namorados?
- Eu não gosto dele. – dá de ombros.
- Nem eu. – Concorda .
Ótimo, com ciúmes já era a gota d’água, e agora para completar, o vinha de brinde.
- Escuta, por que você se meteu? Eu poderia ter feito isso sozinho! Ninguém chamou você. – diz, indignado, para , que faz uma careta de quem acabou de se sentir ofendido.
- É assim que você me trata? – está boquiaberto.
revira os olhos. Os dois discutem, mesmo com ela ali, mesmo ela estando no meio deles. Suspira pesadamente. Já adquirira um semblante de tédio.
Um garoto sobe ao palco, ficando atrás de caixas de som. deduz que será o DJ daquela noite. Bem, pelo menos uma música para eu me agitar. Pensa ela.
- Definitivamente você não tem que se meter onde não é chamado! – ainda reclama.
[N/A]: Dê play na primeira música.
Eles vão ficar mesmo brigando? Ok, vamos ver se vão continuar depois de me verem dançando com outros garotos, já que obviamente, estão com ciúmes.
sai do meio de e , que nem percebem, e vai ao meio do bar, direto onde as outras pessoas estão indo, já que todas pretendem dançar.
Logo, todos que estão ali, começam a dançar. procura isolar-se um pouco. Quer ser notada, e pra isso, tem de ficar sozinha para que possa chamar mais a atenção. Não sente vergonha nenhuma, confia em si mesma, é segura, por que não dançar e atrair olhares curiosos e interessados para cima dela?
começa a dançar no ritmo da música, que a domina rapidamente, já que a batida da música é ótima para dançar. Bagunça seus cabelos enquanto dança. Fecha os olhos e sorri, sentindo a música. Já pode sentir também os olhares. Ela atrai os garotos daquele bar, sabe disso. Pelo menos, naquele momento, ela os atrai.
- Mas você é um imbecil mesmo, chega de discutir com você! – revira os olhos, irritado com , mas o amigo não presta a atenção nele. Olha para a garota que dança, solta, bagunçando os cabelos e sorrindo sedutoramente. Engole em seco. É a . – Mas que porra...
Para de falar assim que um garoto loiro encosta em , querendo dançar com ela. e viram-se, prontos para impedi-lo.
Andam até , que tem os olhos fechados enquanto dança.
- Dá o fora. – fala para o garoto , que logo se retira.
e ficam parados no meio de todos que dançam, inclusive a garota no meio deles.
- Vocês são idiotas mesmo... – Diz , depois de abrir os olhos. Ainda dança. – Calem essa merda de boca os dois, parem de discutir e se divirtam. – Olha para os dois, sorri maliciosamente. Encosta seu corpo no de , pega as duas mãos do garoto e coloca-as em sua cintura. – É só sentir a música. – Sorri assim que sente se mexer, e então, puxa com força, fazendo-o encostar seu corpo no dela. A diferença é que ele está na frente e atrás. – É só dançar.
coloca as mãos no peitoral de e fecha os olhos novamente, sentindo com mais intensidade a música. também já sente a música, como havia dito. Ele dança no mesmo ritmo que ela, apertando sua cintura enquanto se mexem. Já , envolvido pelas mãos de em seu peitoral, resolve dançar também, deixando seu rosto no pescoço nu de , já que seu cabelo está para o outro lado.
Os três dançam ali, sem se importar com quem vê, o que pensam, o que vão achar, se aquilo está errado, ou se já havia passado dos limites.
Pra que se preocupar? São três adolescentes com hormônios à flor da pele, qual desculpa melhor para dar a todos? Estão apenas se divertindo, aproveitando a fase.
, e continuam dançando. ri de vez em quando ao perceber a possessividade dos dois garotos. Um aperta sua cintura com força e o outro não tira o rosto de seu pescoço. Ah... Como ela está adorando aquilo! Os dois dançando com ela, pra que melhor? Não se esquecerá disso, e provavelmente, terá pensamentos maldosos logo depois, mas não faz mal nenhum, faz?
Sentindo que a música está perto de acabar, sai do meio dos dois, deixando-os parados. e se olham rapidamente e engolem em seco, virando o olhar para , que ri da cara dos dois.
- Qual dos dois vai me levar em casa? – Sorri ela, provocativa.
e tiram uma chave do bolso, obviamente, as chaves do carro dos dois. Ela ri mais uma vez.
- Vamos, . Seu pai não quer que demoremos dessa vez. – Ela sorri, mas dessa vez, doce. Como ela conseguia isso? Pensa . tem quase o mesmo pensamento. – Te vejo depois, . – Vai até , abaixando a mão dele que ainda suspende a chave de seu carro, obrigando-o colocar de volta no bolso da calça e deposita um beijo no rosto do garoto. Vira-se para o primo, que ainda está meio atordoado com o que havia acabado de acontecer, e o puxa pelo braço, para que possam ir embora.

A campainha soa alta e aguda.
- , atende a porta, estou no banho! – A garota ouve seu primo gritar.
Rola os olhos e levanta da sua cama. Sai do seu quarto e desce as escadas, pegando impulso do pulo que dá e abrindo a porta em seguida. Sorri assim que o vê.
- Ei. – sorri de canto.
- E aí?
- Onde está seu primo? – olha por cima dos ombros de , querendo procurá-lo.
- Ele está tomando banho, quer que eu avise que você está aqui? Um minuto. – se vira, pronta para subir as escadas, mas a puxa antes que ela dê algum passo.
- Não. Eu vim aqui ver você.
- Me ver? – Ela cora. Xinga-se mais uma vez. Droga! Odeio que ele provoque isso em mim! – Por que veio me ver?
- Eu tenho uma coisa pra você. – Encosta-se à porta. – Mas eu vou ter que te levar a um lugar pra te mostrar o que tenho. – olha desconfiada para , que ri logo depois, percebendo que sua frase tem outro sentido. – Não é nada do que está pensando, é algo bonito.
- Tudo bem... Eu só vou avisar ao e...
- Não. – Interrompe . – Escreva em um papel que você saiu comigo, se falar algo agora, ele vai implicar e fazer perguntas, eu preciso que venha logo, antes que eu não consiga te mostrar uma coisa.
- Está bem. Espere só um minuto. – Ela sorri animada e dá as costas.
corre até a cozinha, para de costas à geladeira, pega a caneta e o bloco de notas em cima da mesa e escreve para seu primo, avisando que sairá com . Puxa o pequeno papel do bloco de notas e o deixa em cima, bem ao lado da pizza que havia pedido para ela esquentar.
volta para sala, pegando seu casaco, que estava jogado no sofá, e volta para o corredor, ainda encontrando um parado a sua espera.
- Vamos? – Sorri ele. Ela assente.
Para onde ele irá me levar? O que será que ele tem para mim, o que será que ele tem para me mostrar? Pensa, curiosa, assim que entra no Impala preto de .
- Tenho certeza que você vai gostar. – Diz enquanto dirige.
- Não adianta nem eu perguntar o que é, não é mesmo?
- É, nem adianta. – Ele ri.
- Tudo bem. e seus planos... Quero só ver o que vai aprontar. - diz, virando-se para olhar a rua. Está quase escurecendo. Faltam minutos.
- Relaxa, não vai ficar tão curiosa sim, já estamos chegando.
Demoram apenas cinco minutos e já chegam, segundo .
prepara-se para sair do carro, mas não deixa. Vai até o outro lado do carro e abre a porta para ela, segurando sua mão para que a mesma saia. Ela ri.
- Você está muito romântico ho... UAU! – Exclama quando nota a vista atrás de .
- Lindo, não é? – Segura a mão da garota e a puxa para andarem até uma enorme pedra.
Estão em um tipo de penhasco. Logo a baixo vê-se quase a cidade inteira. Lugares que ela nunca sonhou em ver, nem de tão longe.
- Nossa... – Admira a vista. – Perfeito. – Olha para , que a fita atentamente. – Obrigada por me trazer aqui.
- É, eu venho aqui sempre quando estou de cabeça cheia. – Suspira levemente. encosta-se à enorme pedra, enquanto está em sua frente. – Nunca trouxe ninguém aqui. Claro que outras pessoas já vieram para cá, mas... – Sorri desajeitado, aperta sua mão levemente.
- Mas nunca trouxe alguém aqui com você. – Ela sorri.
- É... – O garoto dá de ombros. Aproxima-se mais de e olha novamente para a vista. – O momento mais bonito é quando o sol começa a se pôr.
Os dois observam a vista, observam a pôr do sol. Uma das coisas mais bonitas que já tenha visto, assim como , que vê pela primeira vez.
- Verdade... É muito bonito. – Sussurra , encantada com a vista. Depois de uma visão meio alaranjada, o ambiente começa a escurecer. Ela vira-se para , que já está a olhando antes dela notar.
[N/A]: Pode dar play na segunda música.
- Tenho algo para te falar... – Segura no queixo de , alisando a ponta com o polegar. Sorri tímido. sente o corpo gelar com o toque de , mas continua com seu olhar no dele. – Lembra quando a gente fez o trabalho? – Ela assente. – Eu disse que nunca... Que nunca tinha me apaixonado e que não...
- Não sabia como era sentir o que a maioria dos adolescentes sentem. – Ela completa como se tivesse gravado as palavras de . Sorri de canto. Ele assente.
- Mas eu acho que não tinha percebido. – Diz, aproximando-se ainda mais de . Já podem sentir o corpo um do outro. – Mas agora eu acho que me toquei.
- Se tocou do que? – percebe sua voz sair por um fio. Havia sussurrado. Está extasiada com a aproximação de .
O garoto leva a mão direita para o rosto de , concentrando o olhar na boca dela. Aproxima seus rostos e deixa que suas bocas quase se toquem, faltando pouquíssimos centímetros.
- Que eu estou apaixonado por você. – Ele sussurra, roçando seus lábios no dela enquanto pronuncia as palavras.
- ... – tenta resistir, mesmo de olhos fechados, mesmo que tenha aceitado a aproximação dele. Mesmo ela querendo.
- Shi... Deixe de ser teimosa.
puxa o rosto de contra o dele e finalmente seus lábios se tocam. abre um pequeno espaço para a língua de . Leva os braços para o pescoço do garoto, envolvendo-o. Suas mãos encontram os fios de cabelo de e as enroscam ali mesmo. sente o carinho e retribui, passando lentamente sua língua sobre a dela. Um entrelace perfeito. Um beijo calmo.
sente um frio em sua barriga, sente seu estômago remexer. Está nervosa. Isso quase nunca acontece. Só ele, somente ele tem o poder de deixá-la assim. Seu coração bate mais rápido do que o normal. Pode jurar que até mesmo sente. Aquele pequeno coração parece querer pular e sair correndo, mas se contem.
pressiona seu corpo no de , fazendo-a suspirar no meio do beijo, parando o mesmo com uma leve mordida no lábio inferior do garoto.
Os dois mantêm os olhos fechados enquanto recuperam a respiração. Não porque foi o beijo mais longo da vida deles, até porque não foi, e sim porque foi tão bom que ficam quase sem ar.
levanta seu olhar para , encontrando seus lindos olhos , que parecem brilhar ainda mais no escuro em que se encontram. A garota sorri timidamente. Acaba de beijar . Não sabe se daqui pra frente aquilo será bom, mas gostou. Definitivamente ele mexe com ela, e com certeza, aquilo é recíproco.




Continua...



Nota da autora: (23/10/2015)




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Para saber quando essa linda fic vai atualizar, acompanhe aqui.



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