Escrita por:Danii G. Rose | Betada por: Juubs Riboli




I.

Janeiro, 2015
17h45min PM


- Um café para o senhor Baltimore, mesa cinco null! – null disse erguendo a bandeja com a xícara de porcelana, para a pequena morena, que estava em uma luta para equilibrar os pratinhos de vidros, com as duas xícaras quase cheias.
- Já estou indo, apenas me dê meio segundinho aqui com isso daqui – a menina dizia atravessando a porta de madeira que separava o balcão do resto do estabelecimento.
- Certo, mesa cinco! Café com que? null tem como você me arranjar um copo da água? – null perguntou enquanto tomava uma lufada de ar, limpando sua testa úmida.
- null, me responda uma coisa: por que você quis mesmo vir trabalhar aqui na Linda’s Coffe? – null perguntou oferecendo o copo cheio de água para sua melhor amiga.
- Preciso trabalhar para pagar o concerto do meu carro, e fica mais fácil para que null e eu...
- Ah, por causa do garoto da chuva. O de Doncaster, não é mesmo? – null perguntou interrompendo a fala de null, que balançou a cabeça de um lado para o outro.
- Talvez... Céus! Pensei que seria fácil trabalhar aqui, digo, não vinha tantas pessoas aqui há dois meses! – null disse terminando de beber sua água, depositando o copo na pia. null deu de ombros.
- Você sabe, depois daquela tempestade repentina, a nossa cafeteria foi refúgios para muitos, sorte a sua que quando você chegou, o estabelecimento estava quase vazio! Segurei as pontas aqui com a Linda naquele dia! – null disse e null sorriu assentindo. Se lembrava muito bem de como aquele dia foi uma loucura.
A menina passou o dia inteiro na faculdade, era a semana das provas finais, se ela não tirasse uma boa nota, ficaria de DP em alguma matéria, e isso não podia acontecer. Foi por volta das 18h00min que null saiu da faculdade, já estava caindo alguns chuviscos de chuvas quando ela foi para o ponto de ônibus, que estava lotado para variar, a menina então resolveu ir á pé para a cafeteria de Linda, depois do longo dia necessitava de um bom café. A tempestade chegou repentina e sorrateira, molhando null que tentava inutilmente proteger-se da chuva com a sua bolsa, ela estava á metros da cafeteria de Linda quando um carro passou rápido pelo o asfalto da rua e a deixou completamente encharcada.

Foi no desespero de não ser molhada novamente, junto com o medo dos trovões que rugiam a medida que a chuva aumentava que null correu para a cafeteria, esbarrando em null.

Era engraçado como em um curto espaço null se aproximou de null, eles tinham uma conexão surreal, eram raras as vezes que chegavam a discutir sobre algo, assim como era rara as vezes que não se falavam.
- null? null! A mesa cinco! – null chamou sua amiga, que despertou de seus devaneios, a menina assentiu pegando a bandeja.
- Senhor Baltimore, né? Certo, um café quentinho para o senhor Baltimore! – null disse levando a bandeja com biscoitos e uma xícara de café para a mesa cinco, onde um homem rechonchudo de cabelos escassos e pele rosada estava sentado lendo o jornal diário estava sentado.
- Senhor Baltimore, o seu café! – null disse, colocando a xícara em cima da mesa de madeira.
- Boa tarde, Senhorita – O homem ajeitou seus óculos no rosto, para poder enxergar o sobrenome de null, gravado no uniforme. – Senhorita null!
- Boa tarde! – ela disse, retirando o bloco de notas do bolso de seu avental.
- Está um dia frio, não é? – Baltimore perguntou e a menina assentiu, deixando um sorriso simpático delinear seus lábios.
- A Inglaterra é assim, não é mesmo? Apenas dias frios! – ela disse e o senhor riu, assentindo.
- E como é! Pelo o seu sotaque, devo sugerir que sua nacionalidade é americana?
- Acertou em cheio, Senhor Baltimore, se escutar mais atentamente, vai perceber que meu sotaque é sulista – null disse e o senhor riu.
- A sua coloração já me diz isto, minha filha! – ele disse e null riu o acompanhando.
- O Senhor só vai querer isto mesmo? – A menina perguntou e Baltimore assentiu.
- O café está ótimo, fale a Linda, que continua maravilhosa na cozinha! – O homem de cabelos grisalhos disse e null assentiu.
- Tchau, Senhor Baltimore! Até!
- Até!

*

- Devo admitir que apesar de desastrada, você é rapidinha! Olha só, isso daqui está quase vazio! – null disse, terminando de lavar a louça. null riu sentando-se no banco em frente a sua amiga.
- Vou sair em um encontro com o null hoje, vamos ao Talbat Palacenull disse, enquanto tamborilava seus dedos na madeira escura do balcão.
- O bar do Sanders? – a mais velha perguntou, e null assentiu. – Sem querer ofender, mas, isso não é um local de encontros.
- Você sabe, null e eu não somos muito convencionais. Não digo que eu não adore sair para um restaurante e comer comidas com nomes franceses e beber um bom e velho vinho. Mas, isso é muito normal para pessoas cujas tiveram o primeiro encontro foi aqui – null disse gesticulando demais. null sorriu e pegou as mãos de sua amiga, as parando em cima do balcão.
- O que há de errado null?
- Certo, hum, você não acha estranho null e eu sairmos para um encontro, em lugares que não são para encontros? – null perguntou incerta, e logo fez uma careta. – Não estou reclamando, mas, nosso primeiro encontro foi aqui. E nós nos conhecemos aqui!
- Acalma-se little heart, escute, não vou mentir dizendo que isso de saírem para um encontro no bar do Sanders não seja estranho, porque nós duas sabemos que é. E quanto o primeiro encontro de vocês serem aqui, isso também é estranho...
- AI MEU DEUS, AI MEU DEUS, EU SABIA! EU NÃO SOU A EXCEÇÃO, NÃO SOU! ESSE NEGÓCIO DE SE CONHECER NA CAFETERIA É TÃO ERRADAMENTE CERTO! APOSTO QUE ELE SÓ QUERIA TRANSAR COMIGO, APOSTO QUE NÓS DOIS IRÍAMOS TRANSAR NO QUARTINHO DE VASSOURAS, COMO TODO MUNDO, PORQUE EU NÃO A MALDITA EXCEÇÃ-
- null caralho, cala a boca, e pare de assistir Ele não está tão afim de você.null disse e entregou um copo cheio de água para sua amiga, que assentiu, logo pegando o copo.
- Você mesmo disse que vocês dois não são convencionais, e por favor, amiga, null não queria só transar com você quando te conheceu aqui. Aposto que ele sequer pensou nisso enquanto estavam juntos. Okay, que a escolha de lugares para encontros dele, é meio estranha, mas, isso não é nada demais querida. Agora pare de surtar, okay? – null perguntou tentando acalmar sua amiga. null bebeu a água no copo, e assentiu novamente.
- Você se lembra da forma que ele te olhava durante o encontro de vocês aqui? Linda me disse que null estava maravilhado! Era como se ele estivesse se apaixonando por você a cada riso seu! Confesso que fiquei com um pouco de inveja quando ela me contou, os dois deveriam estar com a maior cara de bobos apaixonados!– null disse e null riu assentindo, se lembrando da noite que de longe foi a melhor de sua vida.

Dezembro, 2014

- E que tal este aqui? – null perguntou rodando seu corpo olhando para null que comia um pacote de M&Ms.
- Você sabe que não pode sair só de vestido, né? Morreria congelada antes mesmo de entrar no carro daquele garoto da Toys ‘RU...
- O nome dele é null, null. – null disse e sua amiga fez uma careta.
- null, null, null. Ainda prefiro garoto da Toys ‘RU, te digo uma coisa: se Sam descobrir que você está saindo com o cara dos sonhos dela ela te mata com as bonecas que null pegou para ela nas prateleiras daquela loja – null disse e sua amiga riu. – Não ria da minha desgraça sua garotinha!
- Agora me diga! Esse aqui ou o branco?
- Esse, use o sobretudo preto, meias finas pretas, e o saltos pretos. Preto nunca falha! – null disse rindo, null jogou uma almofada em sua amiga, e foi se vestir.

Pouco tempo se passou e o interfone tocou: era null.

- CÉUS ! ESTOU ATRASADA! – null exclamou enquanto arrumava seu cabelo na chapinha. null deu um pulo da cama e correu para atender o interfone que estava na sala
. - Oi, Terry! Sim está uma ótima noite, um garoto está pedindo para subir? null? Okay, mande-o subir! – null pediu e desligou o telefone. – Ele está subindo, null! Se eu fosse você se apressava logo, ele chega aqui em alguns minutos.
- Obrigada pelo o incentivo, null! – null disse, fazendo uma careta. E sua amiga riu.
- Também te amo, little heart. Agora se arruma rápido! – Dito isso, null saiu do quarto, deixando sua amiga desesperada e atrasada.
- Certo, null, não se atrase. Não se atrase. Nã... Há quem eu quero enganar! Eu estou atrasada! – null exclamou, pegando sua maleta de maquiagem, tentando falhamente se acalmar, caso ao contrário borraria seu rímel.

Foi quando a campainha tocou.

- Okay, não se desespere. Você não está atrasada, você está terminando, e GRANDE MENTIRA ISSO! null você é um completo desastre! – A menina disse, passando o pincel com o pó facial em seu rosto. Faltava passar o batom, colocar a meia calça, e os saltos. Ela conseguiria.
- Sweetheart, o cara da Toys ‘Ru chegou! – null gritou a avisando implicitamente para ir rápido.
- Okay, eu já estou indo! Apenas falta colocar as meias – null murmurou a última frase, levantando-se da cadeira, indo pegar sua meia fina preta.

Foi depois de uma longa e torturante busca pela a meia calça perdida, que null finalmente estava pronta. Checou o relógio pela a última vez para constatar algo que era previsto por ela: Estava atrasada.

null pegou o sobretudo preto em mãos e desceu o mais rápido que pôde os pequenos lances de degraus que havia em seu apartamento, quando ela chegou nos últimos tratou-se de arrumar sua postura e fingir casualidade, vendo que quase caíra.
- Hey! Estou pronta! – null disse ofegante, mantendo um sorriso nos lábios, se achando patética por isso, mas então ela o viu.

null estava lindo, lembrou-se que não via o garoto desde aquela tarde no café da Linda, mal pôde acreditar que ele realmente a ligaria, muito menos que realmente a chamaria para sair.
- Finalmente, senhor! Pensei que teria que mandar o garoto da Toys ‘RU voltar daqui há dois dias! – null disse e null assentiu, logo negando novamente.
- Eu... hãm, null, o nome dele é null, não garoto da Toys ‘RU, e... hum... eu demorei muito, quer dizer, pouco, vocês sabem... Okay, vocês não sabem, mas, assim, eu...
- Ela está nervosa – null falou para null tampando sua boca de forma que null não pudesse a ver.
- null, não quer dizer que só porque você está escondendo a boca com mão que eu não possa ouvi-la – null disse e null riu.
- Viu? Defensiva... Tente mantê-la confortável, okay?
- null, eu continuo te escutando! – null disse e não só null como null também riu.
- null, me desculpe pelo o atraso, digamos que a noite não foi das mais promissoras aqui em casa para me arrumar – null disse e null deixou que seus lábios se delineassem em um sorriso. O rapaz estava tão nervoso, nem conseguia imaginar que realmente estava fazendo aquilo, que estava saindo em um encontro com uma garota, cuja só a viu uma única vez, e que o fez se sentir tão bem como há tempos não se sentia.
- Você está linda – null murmurou temendo que ele apenas tinha dito isso para ele mesmo, null riu jogando a cabeça para trás.
- Você também está bonito, e não está molhado também – ela disse e abraçou o moreno.
- Confesso que fiquei surpresa com a sua ligação, digo, pensei que você iria me achar louca ou algo do tipo – null falou enquanto sentia seu corpo sendo abraçado pelos braços de null, o garoto inspirou uma boa quantidade de seu perfume, e sorriu.
- Eu te acho louca, mas, adoro gosto isso em você. – Ele disse e a menina riu, negando.
- Trouxe flores, não sei de quais você gosta, então trouxe as clássicas – null disse se desvencilhando brevemente do abraço de null indo pegar o pequeno, porém majestoso buquê de rosas.
- Nossa null! Elas são lindas! Obrigada! – null disse e deu um beijo na bochecha do garoto, sentindo a barba rala pinicar seus lábios.
- Disponha, vamos? – null perguntou e a menina assentiu.
- Só me deixe...
- Me dá isso, que eu coloco em um vaso. Agora vá logo, preciso de privacidade para assistir o meu marido sendo malvado em O Lobo de Wall street – null disse ligando o DVD, null sorriu e foi até a amiga a dar um beijo.
- Não cozinhe nada enquanto eu não chegar, posso até não ser boa na cozinha, mas, você é péssima! – null disse e sua amiga a ergueu o dedo médio.
- Não transe no primeiro encontro, isso pode acabar com o negócio todo – null disse e null negou rindo.
- Isso é um tabu.
- Transe então e verá o que acontece – null disse e sua melhor amiga fez uma careta.
- Cuide-se, volto em algumas horas! – null disse e null fez um “joinha” com o polegar.
- Vamos? – null perguntou com um sorriso estupidamente lindo nos lábios fazendo os batimentos cardíacos de null acelerarem.
- Vamos – ela disse e aceitou a mão erguida de null, logo entrelaçando seus dedos.
- Sabe, você ainda não me contou para onde vamos – null disse sentindo o vento gélido beijar suas bochechas, assim que null e ela atravessaram a portaria do prédio.
- Bom, eu achei que seria legal, caso nós fossemos no Linda’s Coffee, sabe foi lá onde nos conhecemos. – null disse um pouco apreensivo, sentindo sua mão apertar involuntariamente a mão de null.
- Nós vamos ao café da Linda? – a menina perguntou surpresa, admirando o toque sutil de null em sua mão, constatando que ele estava tão nervoso quanto ela.
- Sim, quer dizer, se você não quiser podemos ir para outro lugar! – o garoto disse exasperado, fazendo null rir.
- O local é ótimo null, apenas fiquei surpresa – ela disse e recebeu um sorriso do garoto que olhou para seu rosto. null passou semanas pensando na garota que conheceu no café, null havia se tornado uma pequena obsessão para ele. Ele queria a ver na faculdade, contudo, suas aulas tinham acabado, e ele não estava reprovado em alguma matéria, para ter que ir á faculdade. Desde que se conheceram, ele passou á frequentar a pequena cafeteria, e sempre que podia perguntava para null sobre null.
Foi uma grande surpresa e coincidência quando ele soube que null era namorada de longa data de um de seus colegas de faculdade, ao menos conhecia null direito quando foi na casa de null para vê-lo e deu de cara com a garçonete do Linda’s que por ventura, era melhor amiga de null.
- Então, como você está? – null perguntou e null riu, enquanto caminhava com ele até a cafeteria onde se conheceram.
- Uau, que pergunta clichê! – null comentou, e viu null rir – Bem, e você?
- Bem também, anda fazendo as aulas de dança? – null perguntou e null riu negando, jogando a cabeça para trás. Fazendo com que null admirasse aquela mania tão encantadora.
- Não, sabe como é meu acompanhante não quer ir comigo – null disse e null riu, negando.
- Vou falar para ele ir com você, pode deixar – ele disse e piscou um olho para null que riu, apertando mais sua mão com a do garoto. null olhou para as mãos dos dois juntos e sorriu, se sentindo de alguma forma familiarizado com o toque de suas mãos.
- null me contou que você conhece null! Há quanto tempo são amigos? – null perguntou, andando junto ao moreno até a simples cafeteria de Linda.
- Nos conhecemos há cinco anos. null foi meu colega de quarto no primeiro ano da faculdade – null disse e null o olhou com um olhar carregado de curiosidade e um sorriso encantador nos lábios.
- E como vocês se conheceram? – ela perguntou, atravessando a rua, para finalmente chegarem na cafeteria. null abriu a porta, da mesma escutando o famoso sino tocar. E sorriu ao sentir as lembranças o inundarem.
- Depois de você – null disse em um gesto simples de cavalheirismo fazendo null se sentir mais encantada pelo o rapaz. - Bom, nós nos conhecemos no meu primeiro ano da faculdade, o que foi totalmente por acaso, porque ele faz biomedicina e eu administração financeira. Como eu disse ele era o meu colega de quarto, mas, eu não sabia disso quando ele esbarrou em mim no corredor, por isto eu fui um tanto grosso com ele – null riu brevemente, sentindo o aroma do café adentrar os seus pulmões, há um mês atrás ele detestava aquele cheiro, contudo, após conhecer ela, null aprendeu á suportar o cheiro do café.
- O que aconteceu depois? – null perguntou curiosa, vendo Linda na bancada da cafeteria com um sorriso no rosto, enquanto acenava para o casal.
- Nós acabamos nos dando bem, claro, logo depois de null me fazer aceitar deixar ele trazer seus experimentos biológicos para nosso quarto, do tipo baratas em uma caixa de vidro, comendo chocolate sem abrir a embalagem do mesmo – null disse e riu da careta feita por null, que o acompanhou logo depois. Ambos sentaram-se na mesma mesa em que estiveram há um mês atrás, que por ventura era a única que estava livre naquela noite agitada.
- Uau, quando essa cafeteria ficou tão agitada assim?! – null perguntou surpresa olhando ao redor, desde que se mudara para o bairro, sempre frequentou o Linda’s Coffee e nunca em todo esse tempo, ela viu a cafeteria tão cheia.
- Digamos que desde que eu vim aqui, eu fiz um marketing da cafeteria para os meus amigos da faculdade, que acabaram arrastando todo mundo para aqui – null disse e null riu, sentando-se em uma cadeira em frente á null.
- Então você anda fazendo um merchandising da cafeteria da Linda?! Se eu fosse você contava para ela, porque além dela adorar saber disso, ela iria te dar um desconto maravilhoso aqui! – null disse e piscou um olho para null que riu.
- Sabe, Linda e eu somos bem amigos agora, ela até me deu um daqueles chaveiros que somente as pessoas que mais frequentam aqui têm! Venho aqui praticamente todos os dias – null disse e null arregalou os olhos, com um sorriso estampado no rosto.
- Não brinca! Sério?! Eu também tenho um! – null disse pegando sua chave de casa, e mostrando a xícara de café de prata para null, que sorriu, pegando a chave de sua casa, e mostrando o mesmo chaveiro para a menina.

Aos poucos a conversa dos dois foram fluindo, vários assuntos chegaram ao decorrer do tempo, risadas preenchiam o local rústico e se misturavam com a doce melodia do Blues tocando ao fundo da cafeteria. null observava cada canto do rosto de null, admirava o som de sua risada, e o jeito que ela gesticulava. Os olhos null atentos e curiosos da menina, o fazia sorrir daquele jeito que se um de seus amigos o vissem, o chamariam de gay, mas, ele ao menos se importava. Ele estava se apaixonando cada vez mais por ela, por aquela garota do café, null soube que estava apaixonado por ela quando sorriu ao ver o número do celular de null gravado no papel rasgado, contudo, agora ele tinha certeza que por mais que tentasse negar, ele se apaixonava mais por ela, e a vendo rir de algum comentário seu engraçado era a mais pura confirmação daquilo. Ele estava perdidamente apaixonado por aquela garota, e null sabia que seus sentimentos eram recíprocos, null estava apaixonada por ele. Tanto quanto ele estava por ela.


- Agora me diga se eu não estava certa, vocês transaram no primeiro encontro? – null perguntou enquanto limpava o balcão, null negou rindo com a mera lembrança.
- Quase não
- Por isso que as coisas estão fluindo, e... COMO ASSIM VOCÊS QUASE TRANSARAM, E VOCÊ NÃO ME CONTOU NADA? – null perguntou e sua melhor amiga gargalhou.
- Ei sweetheart é brincadeira, não sou garota desse tipo.
- Falou aí a garota que deu um selinho em um cara que tinha acabado de conhecer – null falou e ela e null riram.
- Besta!
- Realista! Agora vamos embora, porque Lisa e Arlene finalmente chegaram! – null disse alto fazendo com que as duas amigas loiras a encarasse. – Realmente não sei o por quê da Linda ter contratado essas duas, digo, você é ruim, mas, elas são realmente ruins, tipo, péssimas – A menina continuou e null riu, levantando-se do banco em que se sentava.
- Vamos logo dona barraqueira, não queremos outra guerra de água, não é mesmo? – null perguntou e sua melhor amiga estirou o dedo médio para ela. – Vou entender isso como um sim, vou apenas me trocar, e já volto, enquanto isso... fique longe da pia!
- Ha ha ha, tão engraçadinha... – null disse rindo sem humor, null lhe soprou um beijo, e saiu caminhando até o pequeno vestiário que havia na cafeteria de Linda feito especialmente para os funcionários que usavam o costumeiro uniforme.

Foi quando ela estava chegando no vestiário, que ela lembrou-se do seu primeiro encontro com null, ela jamais negaria que foi uma completa surpresa quando ele a levou para a mesma cafeteria que eles se conheceram, a menina ainda lembrou-se de que null a disse que nada seria mais justo que o primeiro encontro fosse aqui. A menina riu disso, realmente aquilo fazia sentido, eles se conheceram ali por causa de uma artimanha do destino, seria justo que marcassem aquele local não só onde se conheceram, como também, onde tiveram o seu primeiro encontro. Que de longe foi o melhor de todos.

null estava terminando de vestir seu agasalho pesado, quando seu celular apitou, era uma mensagem. A garota pegou seu celular e logo o desbloqueando.

“Hey linda, estou aqui na cafeteria! null xx”

null arregalou brevemente os olhos, como também deixou com que um sorriso delineasse seus lábios, sorriso esse que foi sumindo aos poucos, logo que ela escutou a risada escandalosa de Arlene e a voz fina de Lisa:
- Ai null, você é uma comédia!

A menina saiu do vestiário praticamente correndo, Arlene e Lisa eram ótimas em te deixar constrangida com algo, ou com alguém, principalmente se esse alguém fosse seu quase namorado.

Quando null ultrapassou o curto caminho que era entre o vestiário e o centro da cafeteria, pôde finalmente tomar uma lufada de ar, e se permitir rir da cena cômica que era ver null molhando as duas loiras á sua frente.
- Ai meu Deus! Acho que a torneira está vazando! – null exclamou falsamente, enquanto lançava uma piscadela á sua melhor amiga que riu negando, enquanto se aproximava do balcão.
- Hey! Pensei que iria me buscar no meu apartamento – null disse, sentindo um sorriso desenhar seus lábios, null também sorriu.
- Eu ia, mas, a null me enviou uma mensagem dizendo que vocês iriam se atrasar por causa das outras garotas que iam cobrir o turno da noite aqui – null disse e null olhou para sua amiga arqueando as sobrancelhas.
- O quê?! Eu apenas disse a verdade! – A garota disse e null riu.
- Okay, ela tinha razão. Como estão as coisas na empresa? – null perguntou finalmente se sentando ao lado de null.
- Continuam cansativas, chatas e boas, pelo menos o Hykes não pega tanto no meu pé. E como andam as coisas na faculdade, e aqui? – null perguntou e null encostou sua cabeça no balcão.
- Linda só não me despede porque, como diz a null: apesar de ser desastrada, eu sou rápida, e, porque ela me considera muito. Sério null, eu sou um completo desastre! A faculdade está boa, mas, eu preciso melhorar minhas notas em estatística porque caso ao contrário ficarei em DP nessa maldita matéria, sinceramente quando eu escolhi cursar psicologia jurei não ter estatística como matéria, mas eis que o professor Baltimore, resolve me mostrar que eu estava errada – null disse, levantando sua cabeça do balcão, ela olhou para null e sorriu. – Fora isso está tudo bem nos dois.
null riu e null também, por um breve momento null ficou olhando para null, gostava de ver a maneira como o rosto de null se enrugava graciosamente quando estava rindo, gostava de como seus olhos pareciam sorrir para ela, e de como aquele conjunto todo a fazia sentir cócegas nos lábios, a fazendo sorrir da mesma forma que ele.

Ela adorava tudo em null.
- Você está me olhando – null disse olhando para null com um sorriso divertido nos lábios, a menina balbuciou sentindo suas bochechas queimarem. – Geralmente quem é pego te olhando sou eu, mas, hoje foi você! – null continuou e null riu em nervosismo, tentando á todo custo parecer tão natural quanto ele, contudo, não obteve nenhum sucesso.
- Okay, eu te odeio – null murmurou e null riu negando.
- Não, não odeia. E nós dois sabemos disso – null disse e null riu assentindo.
- Vamos? – a menina perguntou levantando-se do banco alto, null assentiu.
- Vamos, só me deixe pagar pelo o chá – null disse tirando uma nota de libra e entregando para null. – Fique com o troco. – ele disse, null viu sua amiga sorrir animada.
- Eu gosto dele – null sussurrou e null riu, sentindo a mão de null na sua, entrelaçando seus dedos, null apertou levemente a mão da menina, indicando silenciosamente que deveriam ir.
- Te vejo quando eu chegar, não cozinhe, e não durma com o null na minha cama, ou sofá. Te amo, e cuide-se – null disse para null que a deu uma careta, enquanto ela e null saiam do café. null sentiu o vento gélido soprar em suas bochechas, fazendo com que ela apertasse o casaco pesado contra seu corpo.
- Está com frio? – null perguntou vendo a menina negar, sorrindo. O garoto com as sobrancelhas arqueadas, fazendo null rir.
- Um pouco, talvez – ela disse e null sorriu, jogando seu ombro por cima dos ombros de null e a apertando contra seu corpo.
- Acho que posso te esquentar – ele sussurrou e null riu baixo, sentindo-se acolhida pelos braços de null.
- Para onde vamos? – ela perguntou e null deu de ombros.
- Estava pensando no Talbat Palace, mas, tenho a sensação de que vai chover – ele disse olhando para o céu enegrecido coberto por nuvens.
- Vamos para o Talbat Palace, não somos feitos de açúcar null – ela brincou, e null riu negando, puxando a garota ao seu lado para mais perto de si.
- Estive pensando, null e null noivaram não é mesmo? – null perguntou e null assentiu, agarrando-se mais ao homem ao seu lado, devido a forte brisa do vento. Definitivamente iria chover. – Ele quer ir morar com ela né? Quer dizer, eles vão se casar daqui há cinco meses, então ele vai querer morar com ela não é mesmo?
- Sim, eles estão vendo um apartamento, mas, acho injusto null procurar por outro apartamento, sendo que aquele é dela. Então eu estou procurando outro apartamento. – null disse e null assentiu, ambos cruzando a rua do café, para a rua do bar do Sanders.
- Pode morar comigo – null disse por ímpeto, null o olhou franzindo o cenho, com a proposta do garoto. – Se você quiser, claro – null se apressou em continuar sentindo suas bochechas arderem devido á súbita vergonha, fazendo null sorrir.
- Claro que eu quero! Quer dizer, vai ser legal, e nós nos conhecemos e... É isso – ela disse se sentindo patética por sentir suas bochechas queimarem, null riu e a deu um selinho. Os lábios de null eram perfeitos para null, sua boca era morna e cheia, e sempre que seus lábios se tocavam ele sentia que eles o pertenciam de uma forma única e ideal.
- Suas amigas de trabalho são bastante curiosas – null disse com certo cuidado em sua fala, fazendo null rir enquanto pendia a cabeça em seu ombro.
- Elas são invasivas, null!
- Sim, elas são – null disse rindo, olhando para as íris null da garota ao seu lado, desde que se conhecerem null sempre teve grande apreciação pelos olhos de sua garota, eles eram tão transparentes, nunca o escondiam nada, cada expressão de null se espelhava primeiro ali. Naqueles glóbulos null, que ele tanto amava nela.
- Ei, você está me observando! – null disse olhando para null com um sorriso divertido nos lábios, o garoto deixou que seus lábios se delineassem em um sorriso. E dedilhou a face da menina.
- Sim, estou te olhado. Afinal o que é bonito se olha – null disse e null riu negando.
- Eu acho que não é assim a frase – ela disse e viu o garoto fazer uma careta.
- Você entendeu – ele disse e null assentiu piscando um olho para ele. - Como estão Phoebs e Sally?
- Bem, apenas dão trabalho quando minha mãe as deixam comigo no meu apartamento – null disse e null riu da expressão dele.
- Elas já têm namoradinhos? – a menina perguntou olhando para o rosto de seu companheiro, que fez uma careta, antes de negar.
- Claro que não null! Elas têm dez anos! – null disse e null soltou um risinho.
- Eu perdi meu BV com dez anos – a menina disse e null a olhou com as sobrancelhas franzidas.
- Como assim?!
- Eu beijei pela primeira vez com dez anos – ela repetiu com simplicidade enquanto atravessavam a rua. O letreiro do Talbat Palace Bar & Restaurant estavam brilhando em um dourado neon, iluminando aquela pequena rua. null encarou a garota surpreso, parando em frente á porta de madeira do estabelecimento.
- Isso é de verdade? – ele perguntou e null assentiu lentamente.
- Estávamos em uma roda, e decidimos brincar de verdade ou desafio, na verdade era para ser jogo da garrafa, mas, null se recusou á brincar se aquele fosse o nome, então ultrajamos a brincadeira – null disse olhando para null, que assentiu.
- E te desafiaram á beijar um garoto? – null perguntou e a menina assentiu.
- Na verdade, o garoto desafio me desafio á beijá-lo. Pelo menos ele era o mais bonito da roda – ela disse, vendo null fazer uma careta.
- Você tinha dez anos! Deveria brincar de bonecas, não de verdade ou desafio! – null disse e null riu.
- Eu brincava de bonecas e de verdade e desafio – null disse pegando na mão de null, entrelaçando seus dedos enquanto adentravam o bar rústico do bairro.

O Talbat Palace era o típico bar “encontro casual de amigos” todo fim de semana, ou sexta á noite, o bar era repleto por jovens amigos, e até mesmos alguns casais, porque apesar de clichê ele era uma perfeita combinação de conforto, e beleza.

null caminhou com null até uma mesa próxima á janela, onde eles se sentaram, enquanto tiravam seus casacos, já que o bar estava aquecido devido o ar condicionado.
- Isso era errado! Você era praticamente uma criança! – null exclamou fazendo null rir.
- Não tive muita escolha, ou era beijar ele, ou levaria um tapa no braço de cada um na roda, e eu não queria apanhar daqueles marmanjos, muito menos da null! – null disse sentando-se em frente á null que riu negando. – Mas, agora me diga; com quantos anos você perdeu o BV?
- Eu? Onze, foi super desconfortável e a garota beijava como uma máquina de lavar – null disse e null riu altamente, sendo acompanhada pelo o garoto.
- Ai credo null! Vai ver ela simplesmente não sabia como fazer! – a menina disse e null fez uma careta, rindo logo em seguida.
- O que você vai querer comer? – null perguntou e null pegou o cardápio em cima da mesa de madeira, analisando os pratos escritos ali.
- Poderíamos dividir uma macarronada e fazer remake daquela cena em A Dama e O Vagabundo – null sugeriu divertida, abaixando seu cardápio, olhando para null que riu negando.
- Seria um completo desastre! – null exclamou e null riu, assentindo. – Mas, também estaria no nosso padrão de coisas surpreendentes – null disse, olhando para as esferas null de null, a menina arqueou as sobrancelhas, com um sorriso no rosto.
- Está falando sério? – ela perguntou e null assentiu sorrindo.
- Não somos o casal mais normal do mundo, então poderíamos tentar, o que acha? – null perguntou e null colocou o cardápio na mesa, assentindo. A menina ainda sentia seu estômago revirar em nervosismo, devido as palavras iniciais de null.
- Frank! – null chamou pelo o garçom daquele bar-restaurante. O garoto franzino com algumas espinhas no rosto, se aproximou da mesa em que o casal se encontrava.
- Podem falar – o ruivo disse e null olhou para null, vendo se ele realmente entraria naquela brincadeira.
- Um prato de macarronada. Para nós dois – null disse e Frank encarou o moreno com uma das sobrancelhas arqueadas.
- Um prato só? – ele perguntou e null assentiu rindo. - Céus! Somos malucos! – Ela exclamou, vendo null rir também.
- Os dois vão dividir um prato de macarronada? – o ruivo perguntou abismado e null assentiu.
- Sim, vamos – ele disse e Frank assentiu lentamente, encarando null e null.
- Okay... vão querer alguma bebida?
- Cerveja? – null perguntou e null negou rindo da sugestão do garoto.
- Coca-cola – ela disse e null riu.
- Viciada em cafeína.
- Viciado em Stella Artois. – null o respondeu, e recebeu um selinho de null.
- Certo, coca-cola para os dois – null disse e Frank anotou em seu bloco de notas.
- Uma para os dois dividirem também? – o ruivo perguntou, e null riu jogando sua cabeça para trás.
- Não! Apesar de ser apaixonada por ele, ainda sou ciumenta com minha coca-cola! – a menina disse, e null a olhou surpreso, com um sorriso nos lábios. Era incrível como null o surpreendia á cada instante, apesar de ter noções sobre null gostar dele, nunca teve certeza de que ela realmente apaixonada por ele da mesma forma que ele era por ela, era por causa disto que resolveu adiar um pouco a proposta que iria fazer para null.
- Não sei de mais nada null, eu trabalho aqui há cinco anos e vocês são as primeiras pessoas que vão dividir uma macarronada – Frank disse, fazendo null e null rirem.
- Vou pedir pro Sandy fazer a macarronada de vocês, já trago a coca – o ruivo disse virando as costas, e deixando o casal sozinho.
- Ainda dá tempo para mudar o pedido... – null murmurou olhando para o moreno de olhos extremamente null, que riu negando.
- Cadê a garota corajosa que dançou comigo Beatles, na cafeteria da Linda? – null perguntou e null riu.
- Aquilo foi um lapso de coragem, que provavelmente eu só terei daqui há cem anos! – a morena exclamou rindo, sendo acompanhada por null.
- Dançamos para dez pessoas desengonçados e totalmente fora do ritmo, e você ainda se abaixo e agradeceu ao público! Vamos comer aquela macarronada toda – ele disse e null riu.
- Eu devo ter passado para você a imagem de louca cara de pau. Péssimo começo para nós dois hun? – null perguntou divertida, vendo null comprimir seus olhos enquanto ria. Desde que a morena o viu rindo pela a primeira vez ficou encantada com a forma que seu rosto de enrugava levemente quando gargalhava.
- Péssimos começos têm os melhores finais, linda – null disse e null riu negando.
- Você acha que a macarronada vai ser muita coisa? – a morena perguntou, e null negou.
- Acho que não, mas, nós aguentamos! – null exclamou e a menina negou rindo.
- A última vez que fizemos competição de quem comia mais marshmallows primeiro, eu acabei vomitando em seus sapatos, lembra?
- Oh sim, eu me lembro disso! Mas, também me lembro que você trapaceou na competição – null disse rindo com a memória, null soltou um gritinho ofendido.
- Não trapaceei, ganhei por ser esperta! – a morena argumentou e null riu, enquanto balançava a cabeça negando.
- Você colocou os marshmallows debaixo da almofada que estava ao seu lado, isso no meu mundo é trapacear e no seu também mocinha – null disse piscando um olho para null que riu.
- Contra fatos não há argumentos, então, vou me calar – ela disse fazendo um x com seus dedos indicadores em frente ao lábio.

null riu, e null também, logo eles começaram á conversar sobre algumas banalidades de seu dia-dia, mudando rapidamente de assunto, enquanto riam, e relembravam de algumas situações engraçadas que passaram juntos, até hoje. null estava cada vez mais ansioso para fazer seu pedido, apesar de ter escutado vários sermões de seu melhor amigo sobre aquilo, ele sabia que era o certo á se fazer. E daí que conhecia null há três meses? Nunca teve essa conexão que sentia com a menina com nenhuma outra, sim ele já se apaixonou, já teve relacionamentos longos, e já disse muitos “eu te amo” para suas antigas namoradas, mas, desde que conheceu a pequena morena de olhos null, teve certeza de que nenhum fora tão sincero quanto deveria ter sido. Ele se apaixonou pela a menina no instante em que a viu, era incrível como a conversa simplesmente fluía entre eles, e apesar de não ser muito fã de formalidades e protocolos, null queria seguir cada um deles com ela, porque sabia que valeria á pena. Porque queria poder finalmente oficializar aquele sentimento que há tanto tempo sentia, queria poder fazer null sua namorada, e queria poder ser o namorado dela.

Foi por este motivo que ele a chamou para sair hoje, foi por isso que ele tinha guardado seu dinheiro desde o mês passado, para simplesmente comprar uma aliança prateada com seu nome gravado nela. Ele queria cuidar dela.

- Ai meu Deus! Chegou! – null disse em um misto de animação e surpresa. O prato branco continha uma generosa porção de macarronada, que estava sendo entregue pelo o próprio Sanders, Frank vinha atrás com uma garrafa de coca-cola e dois copos de vidro em sua outra mão.
- Casal! Devo dizer que fiquei bastante surpreso com esse pedido! – Sanders disse colocando o grande prato de porcelana com cuidado na mesa, retirando do bolso de seu avental um par de garfos e facas. – Por isso caprichei na macarronada.
- Sandy, isso é muito não? – null perguntou encarando a montanha de macarrão envolvida por bolas de almôndegas.
- Não, não é apenas o necessário para vocês dois – Sanders disse e null riu, erguendo a manga de sua camisa.
- Acho que damos conta – null disse e null negou, rindo.
- Oh céus! – ela exclamou e null riu, puxando a cadeira da menina para mais perto de si.
- A ideia foi sua linda, agora vamos concretizá-la – null disse e null assentiu, pegando seu garfo e sua faca.
- null eu te odeio – a menina disse enquanto enrolava seu macarrão no garfo.
- Não me odeia não. – ele disse e sujou a ponta do nariz de null com o molho avermelhado, rindo da expressão que sua garota fez, null riu também, pegando uma almôndega com sua mão e colocando na boca de null, tentado sujá-la, contudo, null abriu a boca engolindo a bola de carne sem nenhuma cerimônia.
- Obrigado amor! Está ótima – ele disse falando com a boca cheia, null fez uma careta, e riu de null.
- Lembrem-me de nunca mais sair com ele para comer – a morena disse para Frank e Sanders que encaravam a cena rindo.
- Vamos comer logo, sinto que alguém aqui quer me enrolar... – null disse e null o olhou sorrindo, enquanto negava.
- Não sou eu! – ela disse e null riu negando.
- Aham sei... – ele murmurou, vendo null colocar o garfo cheio de macarrão na boca. null riu daquilo, e acompanhou null. Ambos estavam sendo observados pelas pessoas naquele bar, mas, eles ao menos ligavam, null sujou o rosto de null enquanto conversavam, e a mesma sujou sua camiseta deixando “sem querer” que sua macarronada caísse do garfo. A risada dos dois se misturavam com frequência, e era notável que eles estavam mais apaixonados do que imaginavam.

- Eu desisto! – null falou, assim que viu o pedaço de macarrão se partir ao meio pela quinta vez naquela noite. – Isso é impossível!
- Acho que não somos bons para fazer o remake de A Dama e O Vagabundo – null disse limpando sua boca com um guardanapo, enquanto via null rir.
- Nosso remake foi horrível. Olhe só para você! Tem molho até no nariz – ela disse vendo o garoto tentando limpar o nariz freneticamente.
- Saiu? – ele perguntou e null riu, pela a forma como aquele molho havia se espalhado pela a ponta do nariz de null.
- Não, me da o guardanapo – null pediu, pegando o guardanapo que null havia a entregado. A menina se aproximou mais do moreno, e limpou cuidadosamente o nariz dele, rindo da forma como ele se enrugava devido o toque.
- Pronto! – ela disse colocando o guardanapo em cima do prato vazio. null olhou para sua garota com um sorriso nos lábios, se aproximando dela aos poucos, enquanto envolvia seu pescoço com suas mãos, null mordia seu o lábio inferior em nervosismo, colocando sua mão na nuca do garoto sentindo os dedos afundarem nos cabelos finos de null.
- Precisamos fazer a cena épica – null sussurrou roçando seu lábio nos de null, olhando nos olhos da garota notando o quão null eles poderiam ser.
- Mas, a cena não vai ser igual – null murmurou e null riu, fazendo um carinho na carne macia da menina.
- Não deve ser igual, pois nós não somos iguais aos outros – ele disse e null sorriu.
- Eu amo você – ela disse espontaneamente, sentindo o rubor subir em suas bochechas, enquanto encarava a imensidão dos olhos null de null.
- Eu amo você – ele sussurrou repetindo as palavras de null, sentindo que elas soaram mais do que sinceras, foram naturais, quase moldadas para serem ditas para ela, somente para ela. null grudou seus lábios dos de null, se familiarizando com aquele toque tão gostoso que era sentir os lábios quentes e carnudos da garota pressionando aos seus. null sentiu seu pulmão sendo inebriado com o cheiro do perfume de null, sentindo-se mais do que completa naquele momento, suas mãos se enterraram no cabelo do garoto, ao mesmo tempo em que o beijo deles se iniciaram; ambos sentiam seus estômagos revirarem, os corações batendo fortemente contra o peito e a necessidade de estarem perto, null suspirou aos lábios de null ao declarar que eles realmente se amavam. Faziam apenas três meses que tudo havia acontecido, mas, parecia ter sido ontem, os mesmos sentimentos que teve ao olhar null pela a primeira vez, eram os mesmos que sentia quando o olhava todos os dias. null também se sentia assim, ele se apaixonava por null há cada instante, nada mudou desde que se conheceram, seus sentimentos por aquela sulista da cafeteria apenas aumentaram conforme foram se conhecendo.

Aos poucos o beijo deles foi finalizando, o ritmo foi cessando e por fim deram um selinho finalizando-o por completo, null olhou para null ainda com a testa colada á sua, ele iria pedir ela em namoro ali, era a hora certa. null tocou em seu bolso certificando-se que a caixinha estava ali, e sorriu olhando para a morena de olhos null curiosos.
- Eu quero te fazer um pedido... – ele disse dedilhando a face da menor, que sorriu, fechando brevemente os olhos, apenas para abri-los e encontrar as íris null de null.
- Pode fazer – ela sussurrou, e null riu, enquanto tomava lufadas de ar, tentando conseguir coragem.
Então o barulho da chuva surgiu lá fora, fazendo com que ele tivesse uma ideia; certamente maluca, mas, seria perfeita para a ocasião.
- Posso dançar com você? – null perguntou e null franziu o cenho confusa, que foi se desfazendo em um sorriso.
- Não tem música – ela murmurou e null sorriu.
- Música é só um detalhe – ele sussurrou e a menina riu negando.
- Aqui não tem espaço para dançar – null disse e null sorriu.
- Vamos dançar lá fora.
- Mas, está chovendo. – ela disse e null afirmou.
- E nós nos conhecemos por causa dela – null disse e a menina riu, assentindo.
- Tudo bem, vamos – ela disse levantando-se da cadeira, null riu, e pegou na mão de null deixando uma boa quantidade de dinheiro na mesa, logo caminhando com a menina para fora do bar. A chuva lá fora não era forte, nem ao menos muito gelada como costumava ser, e isso fez com que null sorrisse, seria um momento perfeito.
- Não sei se é uma boa ideia, vamos acabar pegando um resfriado! – null disse ao sentir os pingos de água molharem seus cabelos.
- Nós superamos isso – null disse e a menina riu.
- Você é maluco! – ela disse sentindo a mão de null se soltar da sua, vendo-o se afastar brevemente.
- Eu tenho um bom motivo para ser maluco – ele disse e ofereceu sua mão direita para null, que riu baixo daquilo a aceitando. Seu corpo foi colado ao corpo molhado de null, o garoto tinha os cabelos molhados e grudados na testa, fazendo null sorrir com a breve lembrança que teve quando o olhou pela a primeira vez, null também se lembrou daquele dia chuvoso na cafeteria. A expressão um tanto desesperada da sua menina, era encantadora, os cabelos null devido á água da chuva, e aqueles grandes glóbulos null o olhando. Ele jamais se esqueceria daquilo.
- Estou me lembrando da primeira vez que nos vimos – null disse, dando pequenos passos para frente com null, em uma dança simples, porém simbólica. – Eu estava pensando se deveria ou não entrar com os tênis molhados na cafeteria e você chegou como um furacão, me empurrando para dentro – null disse e riu com a mera lembrança, null o acompanhou, sentindo seu rosto queimar devido á súbita vergonha.
- Me desculpe por aquilo, eu estava meio que desesperada – a menina disse e null assentiu.
- Eu sei, você foi transparente comigo desde o momento em que coloquei os olhos em você – null disse e a menina sorriu, sentindo seu corpo molhado se aproximar mais de null, enquanto sua cintura era abraçada por seus braços.
- Nunca imaginei que você iria falar comigo, digo, eu simplesmente te empurrei, você deveria estar com raiva de mim, ou algo do tipo. Além do mais null sempre me disse que você tinha uma resposta esperta para tudo – null disse e null riu a girando, sentindo as gotas da chuva aumentarem, enquanto conduzia null.
- Eu não tenho respostas espertas para tudo, não quando eu falo com você – null disse e null riu.
- Me sinto lisonjeada por isso então – ela disse e viu null rir, a abraçando mais contra seu corpo. Era a hora de falar.
- Nos conhecemos da forma mais inesperada e surpreendente que eu já ouvi falar. Se passaram apenas três meses null, e eu sinto há cada vez que te vejo o mesmo sentimento que eu tive quando saí daquela cafeteria. Eu me apaixonei por você ali null, num dia chuvoso em uma cafeteria. Me apaixonei por sua risada, pelo o modo como você gesticulava, pelo seu senso de humor, pela sua voz e me apaixonei por você simplesmente me provar, o que eu desdenhava existir; o destino. Pode até ser muito cedo para isso, porque nós nos conhecemos há três meses, mas, há cada dia que eu olho para essa caixinha, eu não consigo imaginar outra pessoa usando esse anel. Eu não consigo imaginar, em não te chamando de minha garota. E isso tudo é uma loucura, porque eu nunca fui um cara de seguir protocolos, de colocar aliança no dedo anelar direito, e de fazer pedidos, contudo, eu quero fazer isso com você. – null disse olhando para null, enquanto pegava a caixinha de aliança no bolso, a menina tinha os olhos cheios de lágrimas, aquilo foi inesperado, as palavras que null a disse, foi totalmente uma surpresa para ela, foram carregadas por emoção, e foi inevitável não sentir as lágrimas começarem á querer surgir. null pegou a caixinha com uma mão, e a abriu com a outra, olhando para null, com um sorriso bobo nos lábios.
- Você quer ser a minha namorada? A minha garota do café? – null perguntou e null sorriu assentindo.
- Quero – ela disse e null sorriu pegando a mão direita da garota que tremia, e colocando a aliança prateada em seu dedo anelar, logo colocando a outra em seu dedo.
- Agora estamos oficialmente namorando – null disse e null riu, ainda incrédula de tudo aquilo, sentindo a água encharcar seu corpo, ela ao menos ligava para isso.
- Nós somos dois idiotas! – ela exclamou e null riu, puxando a menina pela cintura, e encaixando seus lábios.
- Idiotas apaixonados – ele disse e null riu assentindo, beijando null da melhor maneira que poderia corresponder o amor dela por ele, sentindo que null também fazia isso.
- Eu te amo – null sussurrou finalizando o beijo com null.
- Eu te amo – ela repetiu sorrindo, dedilhando a face de seu mais novo namorado.
- Vamos embora, antes que isso resulte em um resfriado – null disse e null riu assentindo, a dando um selinho, enquanto agarrava sua mão sentindo suas alianças se chocarem levemente, dando á ele a melhor sensação do mundo que era ter null como sua garota, sua namorada e sua garota do café.

Ambos caminharam de baixo da chuva britânica com um sorriso apaixonado nos lábios, qualquer um que os vissem poderia notar que eles não eram um casal comum, podiam até beirar ao clichê adocicado que era estar apaixonado, mas, não eram como os outros casais. E eles não podiam estar mais felizes por isto, eles eram únicos, e esta noite chuvosa, assim como o dia em que se conheceram em uma cafeteria, seriam apenas os primeiros capítulos de uma longa história de amor, onde o destino os uniu, hoje e para sempre.


FIM.



Nota da Autora 23.09.2015:
FINALMENTE A CONTINUAÇÃO DE EM UMA CAFETERIA SAIU! AEEEHOOO! ahahahaha
Como vocês estão meus amores? Espero que bem!
Depois de muuuito tempo – ou nem tanto assim, mas, doesn’t matter - Request For Dating saiu! Meninas, para vocês terem uma noção, eu não sabia o que escrever na continuação de Em Uma Cafeteria, na verdade, eu tinha uma ideia fixa: o pedido de namoro, apenas! Foi muito difícil escrever a continuação, porque eu fiquei com bastante medo de vocês não gostaram dela, lembro-me de ler short fics que tinham continuação, e ficar chateada com a continuação delas, porque algumas perdiam a essência toda, eram escritas apenas por escrever, por isto fiquei com muuito medo de escrever ela e vocês não gostarem, para ser realista não estava nos meus planos que Em Uma Cafeteria fosse receber tantos elogios, quando eu a enviei para a Ma, pensei que seria apenas mais uma na multidão sabe? Contudo quando eu li cada comentário recebido nela, fiquei com a cara no chão! Vocês me deixaram mais do que realizada como autora, sério. Ler cada comentário, ver que ela foi bem recebida por vocês, que vocês gostaram de ler ela me deixou maravilhada! Lembro-me de dar gritinhos animados, e comentar com a Gaby – minha irmãzoca- sobre os comentários, vocês não sabem o quanto me incentivaram para terminar logo essa continuação e enviar pro FFOBS!
Já que comecei com os agradecimentos...
Nada mais justo do que agradecer á minha irmã por ter me dado mais do que um incentivo e sim me dado todos os incentivos do mundo! Hahaha. Gaby você foi a primeira á comentar EUC, a primeira á ler, primeira em pedir continuação, primeira tudo! Minha eterna companheira de útero, você sabe que essa continuação só saiu por sua causa! Foi você quem leu e releu RfD mais de mil vezes me dando seus conselhos e me entupindo com as suas opiniões, foi você quem me deu aquele puxão de orelha – literalmente – quando eu pensei em desistir ou quando eu disse que ninguém iria gostar da continuação. Meus agradecimentos nunca serão capazes de expressar a gratidão que eu tenho por você Biin, você sabe não sabe? Obrigado por tudo Ca!
Vou agradecer também, a Juubs, por ter disposto um tempinho da vida dela para betar RfD, sem ela essa fic não estaria aqui no FFOBS! Meus sinceros agradecimentos Juubs!
E AGORA VOU AGRADECER Á VOCÊ! QUE CHEGOU ATÉ AQUI!
Queridas leitoras, vocês foram a maior razão para que eu escrevesse essa continuação, sei que já escrevi isto, mas, meninas, cada comentário em EUC foi o que me fez ter mais, vamos dizer, vontade de escrever RfD, ver o carinho de vocês pela a short, fez com que cada linha desta continuação fosse um meio de agradecer vocês por ele – então espero que vocês tenham gostado da continuação porque senão, de nada valerá o agradecimento HUSHAUSH – De qualquer forma, meninas, um simples obrigado não será capaz de agradecer por todo aquele carinho, por cada elogio, cada palavra escritas naqueles comentários, mas, mesmo assim irei dar meus obrigados para vocês! Obrigado por ter lido a short, por terem me incentivado á fazer uma continuação, obrigado por lerem RfD até aqui e obrigado pelo o carinho! Vocês são incríveis!
Irei finalizar minha nota de duas páginas HSUAHSUAH, com os meus contatos, minhas outras fics no site, E UMA PLAYLIST QUE FIZ DE EUC – RfD das músicas que me inspiraram! Muitos beijos e abraços! Mais uma vez obrigado por terem lido Em Uma Cafeteria, e comentem! Digam o que acharam da continuação, digam se gostaram ou não, adoraria saber a opinião de vocês!
playlist! Beijinhos! Vejo vocês por aí!
Meu fc: @louiservinha
Minha ask: ask
Meu tumblr com as minhas outras fanfics, junto com a minha irmã Gaby Cross .

Outras fanfics da minha autoria no site!:
Em Uma Cafeteria – Outros / Finalizadas (/ffobs/e/emumacafeteria.html)
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