PARTE 1 - Torneio de Harrenhal
Lyanna Stark havia se separado de seus irmãos de propósito. Não porque não apreciasse a companhia deles, na verdade, ela considerava sua família a coisa mais valiosa que possuía, mas sim porque eles começaram a falar sobre as donzelas que encontraram entre as barracas do Torneio de Harrenhal.
Os Stark’s, assim como as grandes Casas, tinham sido convidados para o Torneio que tinha apenas o intuito de apresentar o novo cavaleiro da Guarda Real, segundo Ned, e não para festejar a Casa Whent de Harrenhal como era divulgado.
A jovem Stark não caminhava sem rumo, no entanto. Lyanna estava à procura de um lugar reservado, longe do falatório e do tumulto que acontecia. As conversas das pessoas eram tão altas que ela sentia dificuldade de ouvir seus próprios pensamentos.
Lyanna virou em uma esquina mais vaga, que separava as cabanas verde-musgo e encontrou um homem curvado no chão, com três rapazes o rodeando dando-lhe pontapés.
Por um segundo, ela paralisou e pensou em dela não se envolver, mas quando um dos rapazes chutou o peito do homem, Lyanna pode ver seu rosto. Achou-lhe familiar. Sangue pingava de sua boca e de seu nariz. Os cabelos estavam desgrenhados, sujos de terra e ele segurava a lateral de seu corpo com uma mão. Ele então olhou para ela e Lyanna o reconheceu. Era Howland Reed de Atalaia da Água Cinzenta, vassalo de seu pai. Era um dos seus.
Sem pensar duas vezes, a garota Stark olhou para os lados em busca de algo que pudesse afugentar os rapazes que espancavam Reed, e encontrou uma velha espada largada à sua direita. Pegou-a rapidamente e se aproximou do rebuliço completamente irada.
– Esse que chutam é vassalo de meu pai! – Lyanna rugiu, chamando a atenção dos rapazes. Reed estava desabado no chão.
– E o que vai fazer, querida? – o mais forte perguntou para ela, sorrindo debochadamente.
Lyanna brandiu a espada em desafio.
– Deixe-o ou sofreram consequências terríveis! – a ira escorria de cada palavra que ela pronunciava. Ela sentiu o sangue quente correndo livre pelo seu corpo a partir das batidas descompensadas de seu coração.
A vontade de Lyanna era pular em cima dos três com a espada e lhes ensinar uma lição. Ninguém mexia com a sua matilha.
– Vamos, Roman. – um dos rapazes falou. – Já fizemos o que queríamos.
A garota Stark se controlou para não persegui-los enquanto eles começaram a se afastar lentamente, com os olhos ainda voltados em sua direção.
Quanto eles se afastaram por completo e Lyanna não conseguiu mais vê-los entre a multidão, ela jogou a espada no chão levantando poeira e foi ajudar Howland Reed.
Ela o ajudou a se levantar, apoiando o braço dele em seu ombro, o que foi fácil, pois Reed era de uma estatura mais baixa que a Stark.
Lyanna o levou para sua barraca e com um pedaço de tecido encharcado, limpou as feridas do homem.
– Deverei ir. – Howland avisou. – Eu lhe agradeço por tudo que fez por mim, senhorita.
Lyanna parou de limpar o sangue do rosto de Reed, confusa.
– Você não poderá partir. – ela afirmou convicta. – O torneio irá ter início hoje à noite.
Howland balançou a cabeça negativamente, uma careta de dor aparecendo em seu rosto.
– Não posso, jovem lady. Apenas os membros das grandes Casas foram convidados. Sou de uma casa vassala. Não há lugar para mim aqui.
Foi a vez da jovem Stark balançar a cabeça.
– Você está errado. Você também tem o direito de estar aqui, Reed. Sua casa é honrada e não vejo nenhum empecilho para que você não possa participar.
– Eu não sei. – Respondeu ele, duvidoso.
– Vamos – Lyanna se animou – Tenho linho para que possa se cobrir e nos acompanhar no banquete esta noite.
Howland percebeu que negar algo para a garota Stark seria complicado, então aceitou seu convite com um pequeno sorriso de gratidão.
***
As mesas estavam fartas de comidas e com os melhores vinhos das Terras Fluviais. Lyanna estava sentada na companhia de seus irmãos: Brandon, Eddard e Benjen Stark e com seu novo amigo Howland Reed. Havia-o convencido a lhes acompanhar naquela noite e apesar dela não estar atenta na conversa que rolava na mesa, Lyanna apreciava a companhia de Reed.
Seus pensamentos estavam distantes. Ela havia procurando naquela manhã um local reservado, mais calmo para organizar seus pensamentos, mas percebeu que não encontraria esse lugar, pois sua própria mente estava tumultuada.
E todos os seus receios estavam relacionados diretamente a seu noivado com Robert Baratheon.
Robert era amigo de Ned, e provavelmente era uma boa pessoa - Lyanna confiava no julgamento de valor do seu irmão - e estava apaixonado por ela. Infelizmente, esse sentimento não era recíproco. E depois que ela soube que Robert tinha um filho bastardo no Vale de Arryn, e que suas aventuras pelas camas de outras mulheres eram frequentes, o pouco de estima que queria nutrir em seu coração, murchou, como as flores de inverno nas terras do sul.
– Não se aflija tanto, minha irmã. – Ned que estava sentado ao seu lado sussurrou para que os outros não ouvissem.
Lyanna sobressaltou-se internamente. Ned tinha percebido. É claro que ele tinha, pensou ela, ele era o lobo silencioso, afinal. Eddard preferia observar a lutar, absorver tudo o que acontecia ao seu redor. Ela tentou imaginar o que passava na cabeça de seu irmão.
– O amor é doce, querido Ned, mas não pode mudar a natureza de um homem.
Eles já tinham conversado sobre aquele assunto. E discutido também.
Naquele momento, Lyanna usava a máscara da aceitação, mas dentro de si ela escondia um lobo selvagem que queria se rebelar diante daquela situação.
Ned afagou seu braço, tentando-a consolar. Lyanna se sentiu grata pelo ato, e por ter um irmão observador e prestativo como Ned.
O falatório fora diminuindo gradativamente em todas as mesas, e Lyanna, agora mais atenta ao que acontecia ao redor, ficou ereta.
– Vejam, o príncipe Rhaegar Targaryen vai cantar uma de suas canções. – Ben falou animadamente, olhando para a área reservada ao Rei Aerys e sua comitiva.
Lyanna se voltou para onde seu irmão tinha se direcionado e encontrou um homem alto segurando uma harpa firmemente. Seus cabelos eram prateados que se destacavam na noite estrelada.
Os dedos do príncipe começaram a dedilhar as finas cordas da harpa, como se ele estivesse acariciando o instrumento. Os olhos dele se fecharam no mesmo momento em que as palavras tristes começaram a sair de seus lábios.
Inconscientemente, Lyanna ficou hipnotizada pela canção que retratava o que ela estava sentindo naquele momento. O jovem príncipe dragão cantava sobre o futuro incerto e decisões precipitadas; sobre o amor, da maneira mais pura, intensa e trágica.
Os olhos da garota Stark se encheram de lágrimas que escorreram livremente sobre seu rosto comprido, sendo substituídas por novas lágrimas que se formavam.
A voz de Rhaegar era suave e agradável, como se ele tivesse nascido apenas para cantarolar músicas melancólicas.
No fim da apresentação, Lyanna compartilhava um pesar em seu coração, porém, esse sentimento novo e incômodo era agradável também. Era um lembrete que o príncipe dragão lhe havia deixado naquela noite.
– O que é isso, minha irmã? Está chorando? – perguntou Ben jocosamente, depois que os aplausos para o príncipe cessaram.
Lyanna percebendo que havia se tornado piada entre seus irmãos, enxugou os últimos resquícios de lágrimas em seu rosto, pegou sua taça de vinho e jogou seu conteúdo na cabeça de seu irmão mais novo, ganhando uma rodada de gargalhas da mesa dos Stark’s.
Depois que os ânimos se acalmaram, e uma música mais alegre começou a tocar de um grupo de cantores, o olhar da garota Stark se perdeu entre os convidados acomodados nas mesas. A maioria das pessoas já estavam bêbadas.
Em uma mesa um pouco distante dela, ao norte, Lyanna reconheceu os jovens que haviam espancado Howland, comendo entre conversas e risadas.
– Vejam, aqueles três rapazes, foram eles que chutaram nosso amigo Reed. – ela apontou com a cabeça discretamente.
Os quatros olharam para a direção indicada. A expressão no rosto de Howland ficou dura.
– Aqueles são os escudeiros dos Haigh, Blount e Frey, olhem os estandartes que levam. – Brandou falou.
– Posso lhe encontrar uma armadura, Howland, casos eles lhe importunem novamente. – Benjen ofereceu, solidário.
– Não será preciso. – Howland respondeu seco. – Mas lhe agradeço pela preocupação.
Não seria preciso mesmo, pensou Lyanna olhando para a mesa onde os escudeiros estavam.
Estava na hora deles aprenderem uma lição.
E assim, foi iniciado o Torneio de Harrenhal. Nos primeiros dias de disputas os cavaleiros das casas Haigh, Blount e Frey ficaram em boas categorias no torneio.
Lyanna percebeu que algo tinha que ser feito.
Ela então, contou a Ben o plano que havia feito, que fora recebido com entusiasmo pelo irmão mais novo. Ela sabia que apenas Benjen era o único que poderia ajudá-la.
– Foi tudo o que eu consegui, minha irmã. – falou Ben, entregando a Lyanna o que ela tinha pedido.
– Obrigada, meu querido. – Lyanna agradeceu.
– Você tem certeza disso? Pode ser perigoso, Lyanna. – Ben falou, incerto.
A garota Stark notou o símbolo do escudo que seu irmão tinha trazido, junto com a armadura.
– O que precisa ser feito, será feito, meu querido irmão. – ela respondeu decidida. O Cavaleiro da Árvore que Ri vai trazer justiça para esse torneio.
***
Quando o terceiro dia de torneio chegou, um misterioso cavaleiro usando um escudo de uma árvore rindo participou do torneio em Harrenhal. Ele desafiou e derrotou os três cavaleiros das Casas Haigh, Frey e Blount.
O cavaleiro da Árvore que Ri levou todas as armaduras e os cavalos dos cavaleiros derrotados.
Boatos de que os cavaleiros derrotados foram atrás do cavaleiro misterioso, para pedir a devolução de suas armaduras e seus cavalos.
– Irei devolver com uma condição! – o cavaleiro da árvore que ri exclamou. – Os senhores deverão ensinar honra a seus escudeiros, pois eles se portaram deploravelmente, sujando o nome das suas grandes casas.
O que se sabe é que os cavaleiros derrotados castigaram seus escudeiros e o cavaleiro da árvore que ri desapareceu sem deixar rastros.
Porém, uma pessoa não havia ficado satisfeita com essa visita misteriosa. E essa pessoa era ninguém menos do que o Rei Aerys II Targaryen.
Os Stark’s, assim como as grandes Casas, tinham sido convidados para o Torneio que tinha apenas o intuito de apresentar o novo cavaleiro da Guarda Real, segundo Ned, e não para festejar a Casa Whent de Harrenhal como era divulgado.
A jovem Stark não caminhava sem rumo, no entanto. Lyanna estava à procura de um lugar reservado, longe do falatório e do tumulto que acontecia. As conversas das pessoas eram tão altas que ela sentia dificuldade de ouvir seus próprios pensamentos.
Lyanna virou em uma esquina mais vaga, que separava as cabanas verde-musgo e encontrou um homem curvado no chão, com três rapazes o rodeando dando-lhe pontapés.
Por um segundo, ela paralisou e pensou em dela não se envolver, mas quando um dos rapazes chutou o peito do homem, Lyanna pode ver seu rosto. Achou-lhe familiar. Sangue pingava de sua boca e de seu nariz. Os cabelos estavam desgrenhados, sujos de terra e ele segurava a lateral de seu corpo com uma mão. Ele então olhou para ela e Lyanna o reconheceu. Era Howland Reed de Atalaia da Água Cinzenta, vassalo de seu pai. Era um dos seus.
Sem pensar duas vezes, a garota Stark olhou para os lados em busca de algo que pudesse afugentar os rapazes que espancavam Reed, e encontrou uma velha espada largada à sua direita. Pegou-a rapidamente e se aproximou do rebuliço completamente irada.
– Esse que chutam é vassalo de meu pai! – Lyanna rugiu, chamando a atenção dos rapazes. Reed estava desabado no chão.
– E o que vai fazer, querida? – o mais forte perguntou para ela, sorrindo debochadamente.
Lyanna brandiu a espada em desafio.
– Deixe-o ou sofreram consequências terríveis! – a ira escorria de cada palavra que ela pronunciava. Ela sentiu o sangue quente correndo livre pelo seu corpo a partir das batidas descompensadas de seu coração.
A vontade de Lyanna era pular em cima dos três com a espada e lhes ensinar uma lição. Ninguém mexia com a sua matilha.
– Vamos, Roman. – um dos rapazes falou. – Já fizemos o que queríamos.
A garota Stark se controlou para não persegui-los enquanto eles começaram a se afastar lentamente, com os olhos ainda voltados em sua direção.
Quanto eles se afastaram por completo e Lyanna não conseguiu mais vê-los entre a multidão, ela jogou a espada no chão levantando poeira e foi ajudar Howland Reed.
Ela o ajudou a se levantar, apoiando o braço dele em seu ombro, o que foi fácil, pois Reed era de uma estatura mais baixa que a Stark.
Lyanna o levou para sua barraca e com um pedaço de tecido encharcado, limpou as feridas do homem.
– Deverei ir. – Howland avisou. – Eu lhe agradeço por tudo que fez por mim, senhorita.
Lyanna parou de limpar o sangue do rosto de Reed, confusa.
– Você não poderá partir. – ela afirmou convicta. – O torneio irá ter início hoje à noite.
Howland balançou a cabeça negativamente, uma careta de dor aparecendo em seu rosto.
– Não posso, jovem lady. Apenas os membros das grandes Casas foram convidados. Sou de uma casa vassala. Não há lugar para mim aqui.
Foi a vez da jovem Stark balançar a cabeça.
– Você está errado. Você também tem o direito de estar aqui, Reed. Sua casa é honrada e não vejo nenhum empecilho para que você não possa participar.
– Eu não sei. – Respondeu ele, duvidoso.
– Vamos – Lyanna se animou – Tenho linho para que possa se cobrir e nos acompanhar no banquete esta noite.
Howland percebeu que negar algo para a garota Stark seria complicado, então aceitou seu convite com um pequeno sorriso de gratidão.
As mesas estavam fartas de comidas e com os melhores vinhos das Terras Fluviais. Lyanna estava sentada na companhia de seus irmãos: Brandon, Eddard e Benjen Stark e com seu novo amigo Howland Reed. Havia-o convencido a lhes acompanhar naquela noite e apesar dela não estar atenta na conversa que rolava na mesa, Lyanna apreciava a companhia de Reed.
Seus pensamentos estavam distantes. Ela havia procurando naquela manhã um local reservado, mais calmo para organizar seus pensamentos, mas percebeu que não encontraria esse lugar, pois sua própria mente estava tumultuada.
E todos os seus receios estavam relacionados diretamente a seu noivado com Robert Baratheon.
Robert era amigo de Ned, e provavelmente era uma boa pessoa - Lyanna confiava no julgamento de valor do seu irmão - e estava apaixonado por ela. Infelizmente, esse sentimento não era recíproco. E depois que ela soube que Robert tinha um filho bastardo no Vale de Arryn, e que suas aventuras pelas camas de outras mulheres eram frequentes, o pouco de estima que queria nutrir em seu coração, murchou, como as flores de inverno nas terras do sul.
– Não se aflija tanto, minha irmã. – Ned que estava sentado ao seu lado sussurrou para que os outros não ouvissem.
Lyanna sobressaltou-se internamente. Ned tinha percebido. É claro que ele tinha, pensou ela, ele era o lobo silencioso, afinal. Eddard preferia observar a lutar, absorver tudo o que acontecia ao seu redor. Ela tentou imaginar o que passava na cabeça de seu irmão.
– O amor é doce, querido Ned, mas não pode mudar a natureza de um homem.
Eles já tinham conversado sobre aquele assunto. E discutido também.
Naquele momento, Lyanna usava a máscara da aceitação, mas dentro de si ela escondia um lobo selvagem que queria se rebelar diante daquela situação.
Ned afagou seu braço, tentando-a consolar. Lyanna se sentiu grata pelo ato, e por ter um irmão observador e prestativo como Ned.
O falatório fora diminuindo gradativamente em todas as mesas, e Lyanna, agora mais atenta ao que acontecia ao redor, ficou ereta.
– Vejam, o príncipe Rhaegar Targaryen vai cantar uma de suas canções. – Ben falou animadamente, olhando para a área reservada ao Rei Aerys e sua comitiva.
Lyanna se voltou para onde seu irmão tinha se direcionado e encontrou um homem alto segurando uma harpa firmemente. Seus cabelos eram prateados que se destacavam na noite estrelada.
Os dedos do príncipe começaram a dedilhar as finas cordas da harpa, como se ele estivesse acariciando o instrumento. Os olhos dele se fecharam no mesmo momento em que as palavras tristes começaram a sair de seus lábios.
Inconscientemente, Lyanna ficou hipnotizada pela canção que retratava o que ela estava sentindo naquele momento. O jovem príncipe dragão cantava sobre o futuro incerto e decisões precipitadas; sobre o amor, da maneira mais pura, intensa e trágica.
Os olhos da garota Stark se encheram de lágrimas que escorreram livremente sobre seu rosto comprido, sendo substituídas por novas lágrimas que se formavam.
A voz de Rhaegar era suave e agradável, como se ele tivesse nascido apenas para cantarolar músicas melancólicas.
No fim da apresentação, Lyanna compartilhava um pesar em seu coração, porém, esse sentimento novo e incômodo era agradável também. Era um lembrete que o príncipe dragão lhe havia deixado naquela noite.
– O que é isso, minha irmã? Está chorando? – perguntou Ben jocosamente, depois que os aplausos para o príncipe cessaram.
Lyanna percebendo que havia se tornado piada entre seus irmãos, enxugou os últimos resquícios de lágrimas em seu rosto, pegou sua taça de vinho e jogou seu conteúdo na cabeça de seu irmão mais novo, ganhando uma rodada de gargalhas da mesa dos Stark’s.
Depois que os ânimos se acalmaram, e uma música mais alegre começou a tocar de um grupo de cantores, o olhar da garota Stark se perdeu entre os convidados acomodados nas mesas. A maioria das pessoas já estavam bêbadas.
Em uma mesa um pouco distante dela, ao norte, Lyanna reconheceu os jovens que haviam espancado Howland, comendo entre conversas e risadas.
– Vejam, aqueles três rapazes, foram eles que chutaram nosso amigo Reed. – ela apontou com a cabeça discretamente.
Os quatros olharam para a direção indicada. A expressão no rosto de Howland ficou dura.
– Aqueles são os escudeiros dos Haigh, Blount e Frey, olhem os estandartes que levam. – Brandou falou.
– Posso lhe encontrar uma armadura, Howland, casos eles lhe importunem novamente. – Benjen ofereceu, solidário.
– Não será preciso. – Howland respondeu seco. – Mas lhe agradeço pela preocupação.
Não seria preciso mesmo, pensou Lyanna olhando para a mesa onde os escudeiros estavam.
Estava na hora deles aprenderem uma lição.
E assim, foi iniciado o Torneio de Harrenhal. Nos primeiros dias de disputas os cavaleiros das casas Haigh, Blount e Frey ficaram em boas categorias no torneio.
Lyanna percebeu que algo tinha que ser feito.
Ela então, contou a Ben o plano que havia feito, que fora recebido com entusiasmo pelo irmão mais novo. Ela sabia que apenas Benjen era o único que poderia ajudá-la.
– Foi tudo o que eu consegui, minha irmã. – falou Ben, entregando a Lyanna o que ela tinha pedido.
– Obrigada, meu querido. – Lyanna agradeceu.
– Você tem certeza disso? Pode ser perigoso, Lyanna. – Ben falou, incerto.
A garota Stark notou o símbolo do escudo que seu irmão tinha trazido, junto com a armadura.
– O que precisa ser feito, será feito, meu querido irmão. – ela respondeu decidida. O Cavaleiro da Árvore que Ri vai trazer justiça para esse torneio.
Quando o terceiro dia de torneio chegou, um misterioso cavaleiro usando um escudo de uma árvore rindo participou do torneio em Harrenhal. Ele desafiou e derrotou os três cavaleiros das Casas Haigh, Frey e Blount.
O cavaleiro da Árvore que Ri levou todas as armaduras e os cavalos dos cavaleiros derrotados.
Boatos de que os cavaleiros derrotados foram atrás do cavaleiro misterioso, para pedir a devolução de suas armaduras e seus cavalos.
– Irei devolver com uma condição! – o cavaleiro da árvore que ri exclamou. – Os senhores deverão ensinar honra a seus escudeiros, pois eles se portaram deploravelmente, sujando o nome das suas grandes casas.
O que se sabe é que os cavaleiros derrotados castigaram seus escudeiros e o cavaleiro da árvore que ri desapareceu sem deixar rastros.
Porém, uma pessoa não havia ficado satisfeita com essa visita misteriosa. E essa pessoa era ninguém menos do que o Rei Aerys II Targaryen.
PARTE 2 - O Cavaleiro da Árvore que Ri
O rei dos setes reinos de Westeros, seu pai tinha-lhe ordenado a procurar o cavaleiro misterioso que havia causado alvoroço no torneio de Harrenhal.
– Preciso encontrar esse rebelde. – disse o rei descontroladamente. – Ele é uma ameaça ao meu reino!
Há algum tempo, o príncipe dragão já vinha desconfiando da sanidade de seu pai, pelas suas últimas atitudes extremas tomadas.
Rhaegar sabia que seu pai andava inclinado a loucura - já tinha ouvido os boatos sobre o “Rei Louco” - e também sabia que não era mais seu filho favorito, Viserys havia ocupado esse posto.
Na verdade, o príncipe Targaryen duvidava se algum dia teria ocupado esse lugar.
Enquanto cavalgava juntamente com alguns cavaleiros da guarda real – seu pai não havia liberado todos, pois estava esperando um ataque frontal do cavaleiro misterioso – o príncipe pensava em uma maneira de tirar seu pai do trono de ferro.
Estava claro para Rhaegar que seu pai não tinha mais condições para governar os setes reinos. Seu poder de julgamento não era mais confiável.
Depois de certo tempo de cavalgada, Rhaegar que achava aquela missão ridícula, parou o cavalo, fazendo com que seus companheiros imitassem o ato.
– Vocês estão dispensados para retornarem ao torneio. Não creio que encontremos algo. – o príncipe dragão ordenou aos cavaleiros. – Mas continuarei a cavalgar sozinho.
– Tem certeza, meu príncipe? – perguntou preocupado Jon Connington, que também lhes acompanhava.
– Sim, Jon, podem voltar, eu retornarei em breve.
Os cavaleiros não hesitaram em obedecer ao príncipe Targaryen, porém, Connington precisou de um aceno com a cabeça do príncipe para seguir seu rumo.
Lord Jon Connington, assim como Sor Arthur Dayne eram escudeiros e amigos de Rhaegar, esse último tinha uma relação mais próxima do príncipe. Dayne, além de ser um brilhante esgrimista - suas habilidades com as espadas eram espantosas - era também quem mais ajudava e escutava as lamúrias do príncipe.
Seguiu cavalgando sem rumo certo. Queria apenas a companhia da solidão que sempre estava presente no coração de Rhaegar. Às vezes, o príncipe achava que ninguém naquele reino poderia lhe compreender, fazendo-o dele, um príncipe reservado.
O único consolo que ele havia encontrado foi nas páginas encardidas dos velhos livros, e não nos braços de sua esposa Elia, como seu pai queria.
De repente, pelo canto do olho, o príncipe dragão percebeu uma movimentação pela direita, e colocou o cavalo para correr naquela direção. Não poderia ser algum convidado, nem se estivesse bêbado, pois estava em uma considerável distância do torneio.
Passando por um arbusto, Rhaegar viu claramente um cavaleiro fugindo na sua frente, em direção para uma floresta fechada e tratou de seguir.
Finalmente saberia a identidade do cavaleiro misterioso.
O príncipe avançou velozmente, fazendo com que fosse notado pelo cavaleiro da árvore que ri, que ao contrário de que Rhaegar pensava, não fugiu.
O cavaleiro esperou o príncipe se aproximar, usando elmo, o que dificultou a identificação dele.
– Exijo que desça do cavalo, e duele com seu príncipe. – Rhaegar ordenou quando se aproximou.
O cavaleiro hesitou por um instante, mas fez o que o príncipe ordenou.
Deixou o cavalo embaixo de uma arvore próximo aos dois, enquanto Rhaegar também descia de sua montaria e desembainhava a espada apontando para o cavaleiro.
– Ordeno que se revele ou lute comigo, qual vai escolher cavaleiro? – o príncipe dragão perguntou firmemente.
– Não posso duelar com o príncipe, mas também não posso revelar meu nome. – o cavaleiro falou com a voz abafada.
O príncipe Targaryen deduziu que o cavaleiro era apenas um garoto que queria participar do torneio, pela sua baixa estatura e pelo medo que Rhaegar conseguiu identificar em sua voz.
Ele suspirou entediado. Tudo por causa de seu pai, que não podia deixar uma simples brincadeira como aquela passar sem grandes especulações.
– Fale seu nome ou serei obrigado a retirar o elmo com minhas próprias mãos. – o príncipe ameaçou, se aproximando mais, com a espada em punho.
– Não foi minha intenção alarmar o príncipe. – o cavaleiro falou, levando suas mãos ao elmo, retirando de sua cabeça.
A mão de Rhaegar que segurava a espada tremeu quando o rosto do cavaleiro fora revelado. Seus olhos se ampliaram de surpresa, o que ele nem tentou disfarçar.
Era uma mulher.
Uma belíssima mulher.
– Meu nome é Lyanna Stark, filha de Rickard Stark, Senhor de Winterfell.
Algo dentro do peito de Rhaegar se agitou. A jovem mulher tinha feições duras, próprias dos Stark’s, mas eram amenizadas pelo seu doce olhar cinzento.
O príncipe sentiu uma brisa fria o envolver e arrepiar sua pele.
Lembrou-se da profecia. Não era como se houvesse esquecido dela, ela apenas estava adormecida em algum lugar de sua mente.
– Me perdoe, príncipe, se lhe desrespeitei. Essa nunca foi minha intenção. – Lyanna continuou, com a cabeça inclinada para baixo, fitando os pés de Rhaegar, acanhada.
O príncipe notou os cabelos negros que desciam suavemente pelos ombros da garota Stark, tão delicados que desejou sentir os fios entre seus dedos.
O príncipe notou que ainda segurava a espada já esquecida em sua mão, e tratou de jogá-la no chão.
Lyanna levantou o olhar para o rosto de Rhaegar, com uma expressão de confusão em sua bela face.
– E qual foi sua intenção, lady Stark? – o príncipe dragão perguntou avançando mais um passo na direção da garota, fazendo ela automaticamente dar um passo para trás.
O dragão estava atrás da sua presa, o lobo, afinal.
– Eu apenas queria que os escudeiros que espancaram meu amigo fossem castigados. – ela respondeu.
Sentaram-se embaixo da árvore, - ela retirou a armadura do cavaleiro da árvore que ri que usava por cima de suas vestes - e começou a contar toda a história, desde o início do torneio em Harrenhal, onde havia encontrado Howland Reed, até as exigências que tinha feito aos cavaleiros derrotados ao devolver seus pertences.
Rhaegar estava abismado em como aquela garota era honrada e justa e trazia consigo uma poderosa força do inverno, a coragem mais pura que o príncipe havia encontrado. Lyanna Stark não era corrompida como ele era.
“O dragão tem três cabeças” , a frase soou na mente do príncipe de repente. Rhaegar balançou a cabeça disfarçadamente para que esse pensamento desaparecesse, mas não conseguiu expulsá-lo.
Parecia que as palavras estavam sendo marteladas em sua mente, cada vez mais profundas, para que não fossem esquecidas.
Um medo irracional e invisível apertou sua garganta. Será que ele também estava ficando louco?
– Seu ato foi de tamanha honradez, Lyanna – Rhaegar gostou da forma que o nome dela se desenrolou em sua boca. – Nunca poderia puni-la por isso.
Um silêncio se arrastou, e o príncipe percebeu que os ombros da garota relaxaram após sua decisão.
– Eu preciso ir. – ela falou se levantando. Rhaegar fez o mesmo. – Muito obrigada pela sua grande misericórdia, príncipe Targaryen.
– Rhaegar. – ele falou. – Me chame de Rhaegar.
Ele não sabia de onde tinha vindo aquilo. Talvez, apenas queria que ela ficasse um pouco mais.
– Rhaegar. – ela acenou com a cabeça, um pequeno sorriso ameaçava sair de seus lábios rosados. Foi na direção de seu cavalo, deixando para trás sua armadura e o príncipe dragão.
– Me encontre aqui quando anoitecer. – ele tentou pôr fim soar convidativo.
Lyanna sorriu para ele, e apenas com esse gesto, os dedos do príncipe formigaram.
Rhaegar ficou olhando fixamente enquanto ela se afastava. Esfregou as mãos tentando prolongar a sensação de formigamento. Estava perdido. Completamente perdido, pensou, com um sorriso nos lábios.
***
O príncipe levou consigo o escudo que Lyanna havia usado para mostrar ao Rei Aerys.
– Isso foi tudo o que encontrei, meu pai. – Rhaegar falou firmemente. – Provavelmente esse cavaleiro foi embora de Harrenhal quando soube que seu Rei estava em seu encalço.
– Imprestável! – exclamou Aerys irado. – Como ousa retornar ao seu rei sem ter cumprido sua missão?
– Pai... – Rhaegar tentou argumentar.
– Se não fosse meu filho, sua cabeça já estaria rolando pelo chão. Inútil!
O rei se afastou resmungando algo sobre como seu primogênito era incapaz e sobre isso ser culpa dos malditos livros de Rhaegar.
Seu pai estava cada vez pior.
***
Rhaegar encontrou Arthur Dayne enquanto caminhava pelas arenas de Harrenhal.
– Ele não está aceitando conselhos de mais ninguém, até a mão do rei está com dificuldade em lidar com ele. – Dayne falou após o príncipe dragão lhe contar sobre a conversa com seu pai.
– Mas ainda assim, ele é o rei dos sete reinos. – falou Rhaegar. – Sinto que uma batalha pode eclodir a qualquer momento.
– Então, apenas encontrou o escudo? – perguntou seu amigo, após um momento de silêncio. Arthur tomou cuidado para que sua pergunta não soasse com curiosidade, mas o príncipe conhecia-o bem demais para saber a verdade.
Rhaegar havia contado ao seu amigo a mesma versão que contara para o Rei, omitindo a revelação da garota Stark da história.
– Sim. – respondeu o príncipe Targaryen, tentando não soar culpado.
Aquele era um segredo apenas dele e de Lyanna. Não queria que mais ninguém soubesse.
Chegaram à arena onde estava acontecendo um duelo com espadas, no qual Richard Lonmouth, seu outro escudeiro, participava.
– Aquele é Lonmouth! – exclamou o príncipe risonho. – Veja a maneira única que ataca seu oponente.
Richard era um pouco desengonçado com a espada, mas tinha uma mão bastante pesada que poderia derrubar um homem com apenas um golpe.
– E veja! – Dayne falou. – O outro é Brandon Stark, o primogênito do Lord Stark, veja seu corte.
Arthur ao seu lado imitou o moimento do braço do Stark no momento que ele havia atacado, mas Rhaegar não estava mais dando-lhe atenção.
Seus olhos estavam fixados no Stark na arena com curiosidade.
Ele tinha habilidade com a espada, era notável, mas sua técnica era bastante comum, Rhaegar percebeu.
– O que você sabe sobre os Stark’s? – o príncipe aproveitou para perguntar. Queria saber mais sobre Lyanna.
– O que todos sabem, – Arthur respondeu distraidamente. – São um povo frio e duro, como todos das terras frias do norte.
– Lord Stark tem quantos herdeiros? – o príncipe perguntou fingindo inocência.
Arthur examinou seu rosto em busca de algo antes de responder, mas a expressão neutra do príncipe não revelou nada. Rhaegar percebeu que ele estava desconfiado.
– Quatro – respondeu finalmente. – Brandon Stark, que está comprometido com uma Tully, Eddard Stark, Lyanna Stark que está noiva de Robert Baratheon e o mais novo, Benjen Stark. Estão aqui em Harrenhal.
Rhaegar sentiu-se despencando de uma enorme altura. Tossiu forçadamente para disfarçar que a informação sobre Lyanna havia lhe afetado.
– De onde surgiu essa curiosidade repentina sobre os Stark’s? – perguntou Arthur, lhe avaliando.
– Nada. – foi tudo o que o príncipe conseguiu responder.
– Rhaegar. – o escudeiro lhe chamou de forma incisiva.
O príncipe viu que não teria nenhuma saída a não ser contar tudo para seu amigo, não antes de fazê-lo prometer que não contaria a ninguém.
***
Mesmo sabendo que Lyanna estava prometida ao outro homem, Rhaegar Targaryen foi para o lugar onde havia encontrado o cavaleiro da árvore que ri.
A noite tinha esfriado um pouco, e as tochas das arenas iluminavam grande parte do campo. O príncipe tinha conversado com Dayne, e apesar dele ter alertado para que Rhaegar não fosse ao encontro da Stark, ele havia ido.
Era impossível esquecê-la. O príncipe já havia se deixado enfeitiçar pela beleza e bravura de Lyanna.
Tudo estava acontecendo, afinal. A canção de gelo e fogo.
– Gelo e fogo. – ele murmurou.
As palavras correram no vento, como se fosse um feitiço.
Tinha sido um tolo precipitado em pensar que seu filho com Elia, Aegon seria o prometido.
Ainda não havia chegado o momento.
Mas tudo tinha mudado, ele agora podia ver. Com a chegada de Lyanna Stark na sua vida. Era uma segunda chance para fazer as coisas corretamente.
O príncipe apertou firmemente as rosas de inverno que tinha trazido para a Lady Stark.
Poderia Lyanna ser o raio de luz que seu coração precisava para se livrar no poço de melancolia que havia mergulhado? Suspirou. Estava se apaixonando.
Um graveto estralou na sua direita, e Rhaegar se virou nessa direção encontrando a garota Stark parada lhe observando.
– Rosas de inverno são as minhas favoritas. – ela falou olhando para as flores que o príncipe segurava.
– Você veio. – a frase saiu em um sussurro dos lábios do príncipe dragão, e então ele foi ao encontro de Lyanna.
– Eu vim, – ela falou timidamente. – mas não acho certo.
O coração de Rhaegar se rachou.
– Então por que veio? – ele perguntou delicadamente pegando na mão da garota.
Rhaegar queria ouvi-la dizer o motivo para estar ali com ele.
Queria que ela dissesse que sentia o mesmo que ele sentia por ela. Queria que ela colocasse em palavras o que o príncipe não conseguia pôr.
Mas o que Rhaegar não tinha notado era que Lyanna era tão orgulhosa quanto ele.
– Diga – ele pediu, suavemente. – Por favor.
– Eu... – o olhar de Rhaegar caiu para os lábios de Lyanna. Eles estavam tão próximos agora, pareciam tão macios, corados e volumosos.
A mão do príncipe subiu para o rosto da Stark.
– Eu pensei em você o dia inteiro. – Rhaegar sussurrou como se fosse um segredo precioso e perigoso para ser divulgado.
Então a beijou. Os lábios macios dela se moveram delicadamente contra os deles como se a qualquer momento o beijo fosse se quebrar.
Rhaegar sentiu que poderia devorar a boca dela, e pelos Deuses como queria entregar a seus impulsos naquele momento, mas não o fez. Não queria assustá-la.
Nos dias que se seguiram, Rhaegar e Lyanna se encontravam quando o dia escurecia o bastante para que ninguém desconfiassem deles.
Entre conversas, risadas e beijos que a cada dia ficavam mais urgente e desesperado, Rhaegar sabia que não iria abrir mão da garota Stark.
No décimo e último dia do Torneio de Harrenhal, o príncipe Targaryen participou de uma justa e saiu vencedor, derrotando todos os cavaleiros que o desafiaram - incluindo até Sor Arthur Dayne.
Dizem que naquele dia o príncipe irradiava uma bravura e honradez digna de um rei.
Com a coroa de rosas de inverno em mãos, o príncipe levou-a para a única Rainha do amor e da beleza que seu coração conhecia, Lyanna Stark. Todos ficaram em silêncio quando ele passou direto por sua esposa e entregou a coroa nas mãos de sua amada.
Sabe-se que após os acontecimentos do torneio, Rhaegar Targaryen e Lyanna Stark desapareceram.
– Preciso encontrar esse rebelde. – disse o rei descontroladamente. – Ele é uma ameaça ao meu reino!
Há algum tempo, o príncipe dragão já vinha desconfiando da sanidade de seu pai, pelas suas últimas atitudes extremas tomadas.
Rhaegar sabia que seu pai andava inclinado a loucura - já tinha ouvido os boatos sobre o “Rei Louco” - e também sabia que não era mais seu filho favorito, Viserys havia ocupado esse posto.
Na verdade, o príncipe Targaryen duvidava se algum dia teria ocupado esse lugar.
Enquanto cavalgava juntamente com alguns cavaleiros da guarda real – seu pai não havia liberado todos, pois estava esperando um ataque frontal do cavaleiro misterioso – o príncipe pensava em uma maneira de tirar seu pai do trono de ferro.
Estava claro para Rhaegar que seu pai não tinha mais condições para governar os setes reinos. Seu poder de julgamento não era mais confiável.
Depois de certo tempo de cavalgada, Rhaegar que achava aquela missão ridícula, parou o cavalo, fazendo com que seus companheiros imitassem o ato.
– Vocês estão dispensados para retornarem ao torneio. Não creio que encontremos algo. – o príncipe dragão ordenou aos cavaleiros. – Mas continuarei a cavalgar sozinho.
– Tem certeza, meu príncipe? – perguntou preocupado Jon Connington, que também lhes acompanhava.
– Sim, Jon, podem voltar, eu retornarei em breve.
Os cavaleiros não hesitaram em obedecer ao príncipe Targaryen, porém, Connington precisou de um aceno com a cabeça do príncipe para seguir seu rumo.
Lord Jon Connington, assim como Sor Arthur Dayne eram escudeiros e amigos de Rhaegar, esse último tinha uma relação mais próxima do príncipe. Dayne, além de ser um brilhante esgrimista - suas habilidades com as espadas eram espantosas - era também quem mais ajudava e escutava as lamúrias do príncipe.
Seguiu cavalgando sem rumo certo. Queria apenas a companhia da solidão que sempre estava presente no coração de Rhaegar. Às vezes, o príncipe achava que ninguém naquele reino poderia lhe compreender, fazendo-o dele, um príncipe reservado.
O único consolo que ele havia encontrado foi nas páginas encardidas dos velhos livros, e não nos braços de sua esposa Elia, como seu pai queria.
De repente, pelo canto do olho, o príncipe dragão percebeu uma movimentação pela direita, e colocou o cavalo para correr naquela direção. Não poderia ser algum convidado, nem se estivesse bêbado, pois estava em uma considerável distância do torneio.
Passando por um arbusto, Rhaegar viu claramente um cavaleiro fugindo na sua frente, em direção para uma floresta fechada e tratou de seguir.
Finalmente saberia a identidade do cavaleiro misterioso.
O príncipe avançou velozmente, fazendo com que fosse notado pelo cavaleiro da árvore que ri, que ao contrário de que Rhaegar pensava, não fugiu.
O cavaleiro esperou o príncipe se aproximar, usando elmo, o que dificultou a identificação dele.
– Exijo que desça do cavalo, e duele com seu príncipe. – Rhaegar ordenou quando se aproximou.
O cavaleiro hesitou por um instante, mas fez o que o príncipe ordenou.
Deixou o cavalo embaixo de uma arvore próximo aos dois, enquanto Rhaegar também descia de sua montaria e desembainhava a espada apontando para o cavaleiro.
– Ordeno que se revele ou lute comigo, qual vai escolher cavaleiro? – o príncipe dragão perguntou firmemente.
– Não posso duelar com o príncipe, mas também não posso revelar meu nome. – o cavaleiro falou com a voz abafada.
O príncipe Targaryen deduziu que o cavaleiro era apenas um garoto que queria participar do torneio, pela sua baixa estatura e pelo medo que Rhaegar conseguiu identificar em sua voz.
Ele suspirou entediado. Tudo por causa de seu pai, que não podia deixar uma simples brincadeira como aquela passar sem grandes especulações.
– Fale seu nome ou serei obrigado a retirar o elmo com minhas próprias mãos. – o príncipe ameaçou, se aproximando mais, com a espada em punho.
– Não foi minha intenção alarmar o príncipe. – o cavaleiro falou, levando suas mãos ao elmo, retirando de sua cabeça.
A mão de Rhaegar que segurava a espada tremeu quando o rosto do cavaleiro fora revelado. Seus olhos se ampliaram de surpresa, o que ele nem tentou disfarçar.
Era uma mulher.
Uma belíssima mulher.
– Meu nome é Lyanna Stark, filha de Rickard Stark, Senhor de Winterfell.
Algo dentro do peito de Rhaegar se agitou. A jovem mulher tinha feições duras, próprias dos Stark’s, mas eram amenizadas pelo seu doce olhar cinzento.
O príncipe sentiu uma brisa fria o envolver e arrepiar sua pele.
Lembrou-se da profecia. Não era como se houvesse esquecido dela, ela apenas estava adormecida em algum lugar de sua mente.
– Me perdoe, príncipe, se lhe desrespeitei. Essa nunca foi minha intenção. – Lyanna continuou, com a cabeça inclinada para baixo, fitando os pés de Rhaegar, acanhada.
O príncipe notou os cabelos negros que desciam suavemente pelos ombros da garota Stark, tão delicados que desejou sentir os fios entre seus dedos.
O príncipe notou que ainda segurava a espada já esquecida em sua mão, e tratou de jogá-la no chão.
Lyanna levantou o olhar para o rosto de Rhaegar, com uma expressão de confusão em sua bela face.
– E qual foi sua intenção, lady Stark? – o príncipe dragão perguntou avançando mais um passo na direção da garota, fazendo ela automaticamente dar um passo para trás.
O dragão estava atrás da sua presa, o lobo, afinal.
– Eu apenas queria que os escudeiros que espancaram meu amigo fossem castigados. – ela respondeu.
Sentaram-se embaixo da árvore, - ela retirou a armadura do cavaleiro da árvore que ri que usava por cima de suas vestes - e começou a contar toda a história, desde o início do torneio em Harrenhal, onde havia encontrado Howland Reed, até as exigências que tinha feito aos cavaleiros derrotados ao devolver seus pertences.
Rhaegar estava abismado em como aquela garota era honrada e justa e trazia consigo uma poderosa força do inverno, a coragem mais pura que o príncipe havia encontrado. Lyanna Stark não era corrompida como ele era.
“O dragão tem três cabeças” , a frase soou na mente do príncipe de repente. Rhaegar balançou a cabeça disfarçadamente para que esse pensamento desaparecesse, mas não conseguiu expulsá-lo.
Parecia que as palavras estavam sendo marteladas em sua mente, cada vez mais profundas, para que não fossem esquecidas.
Um medo irracional e invisível apertou sua garganta. Será que ele também estava ficando louco?
– Seu ato foi de tamanha honradez, Lyanna – Rhaegar gostou da forma que o nome dela se desenrolou em sua boca. – Nunca poderia puni-la por isso.
Um silêncio se arrastou, e o príncipe percebeu que os ombros da garota relaxaram após sua decisão.
– Eu preciso ir. – ela falou se levantando. Rhaegar fez o mesmo. – Muito obrigada pela sua grande misericórdia, príncipe Targaryen.
– Rhaegar. – ele falou. – Me chame de Rhaegar.
Ele não sabia de onde tinha vindo aquilo. Talvez, apenas queria que ela ficasse um pouco mais.
– Rhaegar. – ela acenou com a cabeça, um pequeno sorriso ameaçava sair de seus lábios rosados. Foi na direção de seu cavalo, deixando para trás sua armadura e o príncipe dragão.
– Me encontre aqui quando anoitecer. – ele tentou pôr fim soar convidativo.
Lyanna sorriu para ele, e apenas com esse gesto, os dedos do príncipe formigaram.
Rhaegar ficou olhando fixamente enquanto ela se afastava. Esfregou as mãos tentando prolongar a sensação de formigamento. Estava perdido. Completamente perdido, pensou, com um sorriso nos lábios.
O príncipe levou consigo o escudo que Lyanna havia usado para mostrar ao Rei Aerys.
– Isso foi tudo o que encontrei, meu pai. – Rhaegar falou firmemente. – Provavelmente esse cavaleiro foi embora de Harrenhal quando soube que seu Rei estava em seu encalço.
– Imprestável! – exclamou Aerys irado. – Como ousa retornar ao seu rei sem ter cumprido sua missão?
– Pai... – Rhaegar tentou argumentar.
– Se não fosse meu filho, sua cabeça já estaria rolando pelo chão. Inútil!
O rei se afastou resmungando algo sobre como seu primogênito era incapaz e sobre isso ser culpa dos malditos livros de Rhaegar.
Seu pai estava cada vez pior.
Rhaegar encontrou Arthur Dayne enquanto caminhava pelas arenas de Harrenhal.
– Ele não está aceitando conselhos de mais ninguém, até a mão do rei está com dificuldade em lidar com ele. – Dayne falou após o príncipe dragão lhe contar sobre a conversa com seu pai.
– Mas ainda assim, ele é o rei dos sete reinos. – falou Rhaegar. – Sinto que uma batalha pode eclodir a qualquer momento.
– Então, apenas encontrou o escudo? – perguntou seu amigo, após um momento de silêncio. Arthur tomou cuidado para que sua pergunta não soasse com curiosidade, mas o príncipe conhecia-o bem demais para saber a verdade.
Rhaegar havia contado ao seu amigo a mesma versão que contara para o Rei, omitindo a revelação da garota Stark da história.
– Sim. – respondeu o príncipe Targaryen, tentando não soar culpado.
Aquele era um segredo apenas dele e de Lyanna. Não queria que mais ninguém soubesse.
Chegaram à arena onde estava acontecendo um duelo com espadas, no qual Richard Lonmouth, seu outro escudeiro, participava.
– Aquele é Lonmouth! – exclamou o príncipe risonho. – Veja a maneira única que ataca seu oponente.
Richard era um pouco desengonçado com a espada, mas tinha uma mão bastante pesada que poderia derrubar um homem com apenas um golpe.
– E veja! – Dayne falou. – O outro é Brandon Stark, o primogênito do Lord Stark, veja seu corte.
Arthur ao seu lado imitou o moimento do braço do Stark no momento que ele havia atacado, mas Rhaegar não estava mais dando-lhe atenção.
Seus olhos estavam fixados no Stark na arena com curiosidade.
Ele tinha habilidade com a espada, era notável, mas sua técnica era bastante comum, Rhaegar percebeu.
– O que você sabe sobre os Stark’s? – o príncipe aproveitou para perguntar. Queria saber mais sobre Lyanna.
– O que todos sabem, – Arthur respondeu distraidamente. – São um povo frio e duro, como todos das terras frias do norte.
– Lord Stark tem quantos herdeiros? – o príncipe perguntou fingindo inocência.
Arthur examinou seu rosto em busca de algo antes de responder, mas a expressão neutra do príncipe não revelou nada. Rhaegar percebeu que ele estava desconfiado.
– Quatro – respondeu finalmente. – Brandon Stark, que está comprometido com uma Tully, Eddard Stark, Lyanna Stark que está noiva de Robert Baratheon e o mais novo, Benjen Stark. Estão aqui em Harrenhal.
Rhaegar sentiu-se despencando de uma enorme altura. Tossiu forçadamente para disfarçar que a informação sobre Lyanna havia lhe afetado.
– De onde surgiu essa curiosidade repentina sobre os Stark’s? – perguntou Arthur, lhe avaliando.
– Nada. – foi tudo o que o príncipe conseguiu responder.
– Rhaegar. – o escudeiro lhe chamou de forma incisiva.
O príncipe viu que não teria nenhuma saída a não ser contar tudo para seu amigo, não antes de fazê-lo prometer que não contaria a ninguém.
Mesmo sabendo que Lyanna estava prometida ao outro homem, Rhaegar Targaryen foi para o lugar onde havia encontrado o cavaleiro da árvore que ri.
A noite tinha esfriado um pouco, e as tochas das arenas iluminavam grande parte do campo. O príncipe tinha conversado com Dayne, e apesar dele ter alertado para que Rhaegar não fosse ao encontro da Stark, ele havia ido.
Era impossível esquecê-la. O príncipe já havia se deixado enfeitiçar pela beleza e bravura de Lyanna.
Tudo estava acontecendo, afinal. A canção de gelo e fogo.
– Gelo e fogo. – ele murmurou.
As palavras correram no vento, como se fosse um feitiço.
Tinha sido um tolo precipitado em pensar que seu filho com Elia, Aegon seria o prometido.
Ainda não havia chegado o momento.
Mas tudo tinha mudado, ele agora podia ver. Com a chegada de Lyanna Stark na sua vida. Era uma segunda chance para fazer as coisas corretamente.
O príncipe apertou firmemente as rosas de inverno que tinha trazido para a Lady Stark.
Poderia Lyanna ser o raio de luz que seu coração precisava para se livrar no poço de melancolia que havia mergulhado? Suspirou. Estava se apaixonando.
Um graveto estralou na sua direita, e Rhaegar se virou nessa direção encontrando a garota Stark parada lhe observando.
– Rosas de inverno são as minhas favoritas. – ela falou olhando para as flores que o príncipe segurava.
– Você veio. – a frase saiu em um sussurro dos lábios do príncipe dragão, e então ele foi ao encontro de Lyanna.
– Eu vim, – ela falou timidamente. – mas não acho certo.
O coração de Rhaegar se rachou.
– Então por que veio? – ele perguntou delicadamente pegando na mão da garota.
Rhaegar queria ouvi-la dizer o motivo para estar ali com ele.
Queria que ela dissesse que sentia o mesmo que ele sentia por ela. Queria que ela colocasse em palavras o que o príncipe não conseguia pôr.
Mas o que Rhaegar não tinha notado era que Lyanna era tão orgulhosa quanto ele.
– Diga – ele pediu, suavemente. – Por favor.
– Eu... – o olhar de Rhaegar caiu para os lábios de Lyanna. Eles estavam tão próximos agora, pareciam tão macios, corados e volumosos.
A mão do príncipe subiu para o rosto da Stark.
– Eu pensei em você o dia inteiro. – Rhaegar sussurrou como se fosse um segredo precioso e perigoso para ser divulgado.
Então a beijou. Os lábios macios dela se moveram delicadamente contra os deles como se a qualquer momento o beijo fosse se quebrar.
Rhaegar sentiu que poderia devorar a boca dela, e pelos Deuses como queria entregar a seus impulsos naquele momento, mas não o fez. Não queria assustá-la.
Nos dias que se seguiram, Rhaegar e Lyanna se encontravam quando o dia escurecia o bastante para que ninguém desconfiassem deles.
Entre conversas, risadas e beijos que a cada dia ficavam mais urgente e desesperado, Rhaegar sabia que não iria abrir mão da garota Stark.
No décimo e último dia do Torneio de Harrenhal, o príncipe Targaryen participou de uma justa e saiu vencedor, derrotando todos os cavaleiros que o desafiaram - incluindo até Sor Arthur Dayne.
Dizem que naquele dia o príncipe irradiava uma bravura e honradez digna de um rei.
Com a coroa de rosas de inverno em mãos, o príncipe levou-a para a única Rainha do amor e da beleza que seu coração conhecia, Lyanna Stark. Todos ficaram em silêncio quando ele passou direto por sua esposa e entregou a coroa nas mãos de sua amada.
Sabe-se que após os acontecimentos do torneio, Rhaegar Targaryen e Lyanna Stark desapareceram.
PARTE 3 - A Canção de Gelo e Fogo
– Estamos aqui diante dos olhos dos Deuses e dos homens para testemunhar a união de um homem e uma mulher. Uma carne, um coração, uma alma, agora e sempre. – O septão que Rhaegar havia convocado falou, enlaçando as mãos de Lyanna e do príncipe Targaryen.
O coração de Lyanna estava acelerado. Estava cometendo a maior loucura de vida. Por causa do amor. Esperava que sua família lhe perdoasse algum dia.
Havia fugido com Rhaegar Targaryen, príncipe herdeiro do trono de ferro, que era casado com Elia Martell e tinha dois filhos, frutos desse casamento.
Em contrapartida, ela estava noiva de Robert Baratheon. Estava quebrando a promessa que seu pai havia feito a Casa Baratheon. Lyanna estava manchando sua própria casa.
Mas não estava arrependida. Pelos Deuses antigos, não havia nenhum arrependimento de sua parte. Faria tudo outra vez se fosse para ficar com Rhaegar.
Rosas de inverno cercavam a campina onde eles estavam. A primavera se fazia presente na cerimônia e na vida de Lyanna, que tinha desabrochado para receber o amor, depois de um rigoroso inverno.
Rhaegar, seu príncipe estava na sua frente, tão bonito, com olhos lilases a fitando apaixonadamente que nem parecia real.
Ele havia lhe trazido para uma torre em Dorne, a Torre da Alegria, como Rhaegar a chamava, quando ele tinha lhe perguntado se ela fugiria com ele, ainda no Torneio de Harrenhal.
Lyanna já estava completamente envolvida, e a recusa era impossível. A loba queria ser livre finalmente, na companhia de seu parceiro.
Não mais existia Elia ou Robert, seu pai ou até mesmo o Rei. Apenas o que existia era o amor de Rhaegar e dela e nada poderia impedir sua concretização.
– Declaro que Rhaegar Targaryen da Casa Targaryen e Lyanna Stark da Casa Stark são um coração, uma carne, uma alma. Maldito seja quem interpuser entre eles. – o Septão continuou. – Sob o olhar dos Setes, tenho a honra de unir essas almas, tornando-as uma, pela eternidade.
O Septão desfez o nó da fita de seda, deixando o nó invisível que ligava Lyanna e Rhaegar para sempre.
Quando o príncipe lhe propôs casamento, Lyanna ficara confusa e um pouco decepcionada ao lembrar que ele já era casado.
– Eu irei anular. – ele falou quando ela expôs seu receio. – Quero me casar com você, minha querida Lyanna. Tenho que declarar meu amor por você diante do olhar dos Sete Deuses.
E ele fez. Dois dias depois da chegada deles em Dorne, Rhaegar levou para Porto Real seu pedido de anulação e aproveitou para trazer consigo um Septão para realizar a cerimônia.
Lyanna ficara na Torre da Alegria, juntamente com três cavaleiros de confiança do príncipe dragão, que lhe vigiava dia e noite.
– Pai, Ferreiro, Guerreiro, Mãe, Donzela, Velha, Estranho. Eu sou dela e ela é minha, deste dia até o fim dos meus dias. – Rhaegar falou os votos.
Lyanna se sentiu leve como uma pluma. Parecia que estava flutuando e que apenas as mãos de Rhaegar nas suas lhe prendiam para não subir para o céu.
– Pai, Ferreiro, Guerreiro, Mãe, Donzela, Velha, Estranho. Eu sou dele e ele é meu, deste dia até o fim dos meus dias. – Lyanna falou emocionada.
– Com esse beijo, prometo meu amor. – eles falaram em sincronia e depois selaram os lábios, encerrando a cerimônia.
Depois do Torneio de Harrenhal, Brandon Stark que ainda estava em Harrenhal à procura de sua irmã desaparecida, soube que o príncipe Targaryen havia a raptado, e seguiu para Porto Real, com uma pequena comitiva de guerreiros amigos, e desafiou Rhaegar para aparecer ou morrer, mas o príncipe não se encontrava lá. No entanto, o Rei havia escutado as ameaças do mais velho Stark e mandou sua guarda prender todos e chamar os pais dos envolvidos e lhes sentenciou a morte.
– Não tolerarei rebeldes que desafiam o trono! – exclamou o rei louco. – Morte a todos! Morte a todos! Ainda não satisfeito, pediu para que Jon Arryn trouxesse as cabeças de seus dois protegidos, Eddard Stark e Robert Baratheon. O rei sabia que esses dois eram os líderes da revolta que estava ameaçando eclodir em Westeros.
– Nunca entregarei Robert e Nedd. – disse Jon exaltado para seu cavaleiro. – Não obedecerei o Rei dessa vez. Ele não tocará em meus protegidos. Se é uma guerra que ele quer, guerra ele terá.
Jon se recusou a obedecê-lo e juntamente com Robert e Ned deram início a Rebelião de Robert.
O coração de Lyanna estava acelerado. Estava cometendo a maior loucura de vida. Por causa do amor. Esperava que sua família lhe perdoasse algum dia.
Havia fugido com Rhaegar Targaryen, príncipe herdeiro do trono de ferro, que era casado com Elia Martell e tinha dois filhos, frutos desse casamento.
Em contrapartida, ela estava noiva de Robert Baratheon. Estava quebrando a promessa que seu pai havia feito a Casa Baratheon. Lyanna estava manchando sua própria casa.
Mas não estava arrependida. Pelos Deuses antigos, não havia nenhum arrependimento de sua parte. Faria tudo outra vez se fosse para ficar com Rhaegar.
Rosas de inverno cercavam a campina onde eles estavam. A primavera se fazia presente na cerimônia e na vida de Lyanna, que tinha desabrochado para receber o amor, depois de um rigoroso inverno.
Rhaegar, seu príncipe estava na sua frente, tão bonito, com olhos lilases a fitando apaixonadamente que nem parecia real.
Ele havia lhe trazido para uma torre em Dorne, a Torre da Alegria, como Rhaegar a chamava, quando ele tinha lhe perguntado se ela fugiria com ele, ainda no Torneio de Harrenhal.
Lyanna já estava completamente envolvida, e a recusa era impossível. A loba queria ser livre finalmente, na companhia de seu parceiro.
Não mais existia Elia ou Robert, seu pai ou até mesmo o Rei. Apenas o que existia era o amor de Rhaegar e dela e nada poderia impedir sua concretização.
– Declaro que Rhaegar Targaryen da Casa Targaryen e Lyanna Stark da Casa Stark são um coração, uma carne, uma alma. Maldito seja quem interpuser entre eles. – o Septão continuou. – Sob o olhar dos Setes, tenho a honra de unir essas almas, tornando-as uma, pela eternidade.
O Septão desfez o nó da fita de seda, deixando o nó invisível que ligava Lyanna e Rhaegar para sempre.
Quando o príncipe lhe propôs casamento, Lyanna ficara confusa e um pouco decepcionada ao lembrar que ele já era casado.
– Eu irei anular. – ele falou quando ela expôs seu receio. – Quero me casar com você, minha querida Lyanna. Tenho que declarar meu amor por você diante do olhar dos Sete Deuses.
E ele fez. Dois dias depois da chegada deles em Dorne, Rhaegar levou para Porto Real seu pedido de anulação e aproveitou para trazer consigo um Septão para realizar a cerimônia.
Lyanna ficara na Torre da Alegria, juntamente com três cavaleiros de confiança do príncipe dragão, que lhe vigiava dia e noite.
– Pai, Ferreiro, Guerreiro, Mãe, Donzela, Velha, Estranho. Eu sou dela e ela é minha, deste dia até o fim dos meus dias. – Rhaegar falou os votos.
Lyanna se sentiu leve como uma pluma. Parecia que estava flutuando e que apenas as mãos de Rhaegar nas suas lhe prendiam para não subir para o céu.
– Pai, Ferreiro, Guerreiro, Mãe, Donzela, Velha, Estranho. Eu sou dele e ele é meu, deste dia até o fim dos meus dias. – Lyanna falou emocionada.
– Com esse beijo, prometo meu amor. – eles falaram em sincronia e depois selaram os lábios, encerrando a cerimônia.
Depois do Torneio de Harrenhal, Brandon Stark que ainda estava em Harrenhal à procura de sua irmã desaparecida, soube que o príncipe Targaryen havia a raptado, e seguiu para Porto Real, com uma pequena comitiva de guerreiros amigos, e desafiou Rhaegar para aparecer ou morrer, mas o príncipe não se encontrava lá. No entanto, o Rei havia escutado as ameaças do mais velho Stark e mandou sua guarda prender todos e chamar os pais dos envolvidos e lhes sentenciou a morte.
– Não tolerarei rebeldes que desafiam o trono! – exclamou o rei louco. – Morte a todos! Morte a todos! Ainda não satisfeito, pediu para que Jon Arryn trouxesse as cabeças de seus dois protegidos, Eddard Stark e Robert Baratheon. O rei sabia que esses dois eram os líderes da revolta que estava ameaçando eclodir em Westeros.
– Nunca entregarei Robert e Nedd. – disse Jon exaltado para seu cavaleiro. – Não obedecerei o Rei dessa vez. Ele não tocará em meus protegidos. Se é uma guerra que ele quer, guerra ele terá.
Jon se recusou a obedecê-lo e juntamente com Robert e Ned deram início a Rebelião de Robert.
PARTE 4 - A Batalha do Tridente
Rhaegar passou a mão na barriga proeminente de sua esposa deitada no leito ao seu lado. A Torre da Alegria havia se tornado seu refúgio e seu paraíso.
– O que você acha que vai ser? – perguntou Lyanna, referindo-se ao sexo do bebê.
– Vai ser um menino, – respondeu o príncipe convicto. – Se chamará Jaehaerys Targaryen.
O príncipe dragão percebeu sua amada esposa ficar tensa.
Ele endireitou-se também. Chegara a hora de revelar a verdade para Lyanna.
– Jaehaerys será o nome do príncipe prometido. – ele começou calmamente. – O filho de gelo e fogo.
Lyanna franziu a tez.
– Você está falando da profecia do príncipe prometido? De Azor Ahai? – ela perguntou em dúvida.
– Não se preocupe com isso agora, minha amada esposa. – ele tentou tranquilizá-la, beijando o topo de sua cabeça. – Volte a descansar.
Rhaegar sabia que teria que ir revelando aos poucos e esperava fortemente que Lyanna lhe compreendesse. Eles voltaram a se deitar.
Rhaegar fechou os olhos.
O dragão tem três cabeças.
***
Durante os meses que se passaram, Rhaegar foi informado dos passos de Robert pelos seus três cavaleiros, Arthur Dayne, Oswell Whent e Gerold Higtower.
Esse que não havia ficado nem um pouco feliz com o desaparecimento de sua prometida, apesar de Rhaegar saber que os boatos que corriam era que ele havia sequestrado Lyanna.
Jon Arryns, juntamente com seu exército, se uniu com os exércitos de Robert Baratheon e Eddard Stark, iniciaram as revoltas contra seu pai.
– Vila Gaivota não se aliou na luta de Robert, ainda é nossa. – Arthur lhe informou um dia. – As Casas vassalas das Terras Fluviais também permaneceram fiéis ao trono de ferro.
– E onde Baratheon está no momento? – Rhaegar perguntou preocupado com a situação que estava fugindo do controle.
– Ele está em Ponta Tempestade, porém não creio que ficaram lá por muito tempo. Ponta Tempestade é aliada ao Rei.
– E os Frey’s?
– Aqueles cretinos. – Dayne praguejou. – Não querem molhar a bunda. No final apoiaram o lado vencedor. Covardes.
– E o que meu pai está fazendo? – perguntou o príncipe.
– O Rei Aerys convocou todas as Casas Vassalas, – ele hesitou – e até os Martell’s de Dorne.
– Eles foram? – perguntou Rhaegar surpreso.
– Foram os únicos relutantes, mas no final aceitaram.
O príncipe dragão sabia o porquê da Casa Martell não ter aceitado ajudar o trono imediatamente. Afinal, tinha abandonado Elia e seus filhos. Essa rebelião era tudo culpa de Rhaegar.
– Eu sei que você a ama, Rhaegar. – Arthur falou. – Eu lhe apoiarei no que precisar.
O príncipe abraçou seu amigo, agradecido.
E assim, a rebelião se arrastou, com batalhas que favoreciam tanto o lado inimigo quanto o lado do trono.
Lyanna já não era a mesma. Depois que soube que a mando do rei, seu pai e seu irmão Brandon tinha sido condenados e mortos, tentou disfarçar de Rhaegar a sua falta de alegria, porém não obteve sucesso.
Então, Rhaegar soube que só ele poderia terminar aquilo que começou. Teria que acabar com essa rebelião de Robert. Nem que isso lhe custasse à vida.
Por amor a sua amada esposa, sua rosa do inverno que a cada novo dia murchava de tristeza.
Sabe-se que o rei ensandecido pelas várias derrotas de seu exército, ordenou a seus piromantes que incendiassem Porto Real com fogo vivo.
Enquanto isso, nas Terras Fluviais, o exército de Robert marchava para Porto Real, mas antes de chegarem a seu destino, encontraram o exército do príncipe Targaryen no Tridente, onde Robert Baratheon, com um golpe poderoso de seu machado despedaçou o dragão de rubi que Rhaegar trazia na armadura em seu peito. Rhaegar Targaryen, o príncipe dragão, herdeiro do trono de ferro, faleceu naquele dia sussurrando o nome de Lyanna.
– O que você acha que vai ser? – perguntou Lyanna, referindo-se ao sexo do bebê.
– Vai ser um menino, – respondeu o príncipe convicto. – Se chamará Jaehaerys Targaryen.
O príncipe dragão percebeu sua amada esposa ficar tensa.
Ele endireitou-se também. Chegara a hora de revelar a verdade para Lyanna.
– Jaehaerys será o nome do príncipe prometido. – ele começou calmamente. – O filho de gelo e fogo.
Lyanna franziu a tez.
– Você está falando da profecia do príncipe prometido? De Azor Ahai? – ela perguntou em dúvida.
– Não se preocupe com isso agora, minha amada esposa. – ele tentou tranquilizá-la, beijando o topo de sua cabeça. – Volte a descansar.
Rhaegar sabia que teria que ir revelando aos poucos e esperava fortemente que Lyanna lhe compreendesse. Eles voltaram a se deitar.
Rhaegar fechou os olhos.
O dragão tem três cabeças.
Durante os meses que se passaram, Rhaegar foi informado dos passos de Robert pelos seus três cavaleiros, Arthur Dayne, Oswell Whent e Gerold Higtower.
Esse que não havia ficado nem um pouco feliz com o desaparecimento de sua prometida, apesar de Rhaegar saber que os boatos que corriam era que ele havia sequestrado Lyanna.
Jon Arryns, juntamente com seu exército, se uniu com os exércitos de Robert Baratheon e Eddard Stark, iniciaram as revoltas contra seu pai.
– Vila Gaivota não se aliou na luta de Robert, ainda é nossa. – Arthur lhe informou um dia. – As Casas vassalas das Terras Fluviais também permaneceram fiéis ao trono de ferro.
– E onde Baratheon está no momento? – Rhaegar perguntou preocupado com a situação que estava fugindo do controle.
– Ele está em Ponta Tempestade, porém não creio que ficaram lá por muito tempo. Ponta Tempestade é aliada ao Rei.
– E os Frey’s?
– Aqueles cretinos. – Dayne praguejou. – Não querem molhar a bunda. No final apoiaram o lado vencedor. Covardes.
– E o que meu pai está fazendo? – perguntou o príncipe.
– O Rei Aerys convocou todas as Casas Vassalas, – ele hesitou – e até os Martell’s de Dorne.
– Eles foram? – perguntou Rhaegar surpreso.
– Foram os únicos relutantes, mas no final aceitaram.
O príncipe dragão sabia o porquê da Casa Martell não ter aceitado ajudar o trono imediatamente. Afinal, tinha abandonado Elia e seus filhos. Essa rebelião era tudo culpa de Rhaegar.
– Eu sei que você a ama, Rhaegar. – Arthur falou. – Eu lhe apoiarei no que precisar.
O príncipe abraçou seu amigo, agradecido.
E assim, a rebelião se arrastou, com batalhas que favoreciam tanto o lado inimigo quanto o lado do trono.
Lyanna já não era a mesma. Depois que soube que a mando do rei, seu pai e seu irmão Brandon tinha sido condenados e mortos, tentou disfarçar de Rhaegar a sua falta de alegria, porém não obteve sucesso.
Então, Rhaegar soube que só ele poderia terminar aquilo que começou. Teria que acabar com essa rebelião de Robert. Nem que isso lhe custasse à vida.
Por amor a sua amada esposa, sua rosa do inverno que a cada novo dia murchava de tristeza.
Sabe-se que o rei ensandecido pelas várias derrotas de seu exército, ordenou a seus piromantes que incendiassem Porto Real com fogo vivo.
Enquanto isso, nas Terras Fluviais, o exército de Robert marchava para Porto Real, mas antes de chegarem a seu destino, encontraram o exército do príncipe Targaryen no Tridente, onde Robert Baratheon, com um golpe poderoso de seu machado despedaçou o dragão de rubi que Rhaegar trazia na armadura em seu peito. Rhaegar Targaryen, o príncipe dragão, herdeiro do trono de ferro, faleceu naquele dia sussurrando o nome de Lyanna.
PARTE 5 - A Promessa de Ned e Howland
Enquanto o príncipe Targaryen e seu exército perdia a Batalha do Tridente, Ned Stark, Howland Reed e cinco companheiros cavalgaram para a Torre da Alegria em Dorne, onde encontraram os três cavaleiros de confiança de Rhaegar.
Ali, a terra ficou manchada com o sangue derramado da batalha. Ninguém sabe, além do próprio Nedd e Howland, como o Stark derrotou Sor Arthur Dayne, o melhor espadachim da Guarda Real, mas apenas Ned e Howland conseguiram sobreviver.
Os dois subiram as escadarias da Torre da Alegria e encontraram Lyanna em seu leito coberto de sangue e rosas do inverno.
O odor das flores estava impregnado no quarto. Assim como o cheiro da morte.
– Ned, meu querido irmão. – ela sussurrou fraca demais, com os olhos marejados. – Como senti saudades.
Lyanna levantou devagar sua mão em direção ao rosto de seu irmão, comprovando que ele era real e não apenas um sonho.
– Minha irmã. – Ned segurou sua mão delicadamente, como se sua irmã fosse um cristal que a qualquer momento pudesse se estilhaçar. – Irei lhe levar para casa.
– Não, meu irmão, não há mais tempo. – Lyanna falou fechando os olhos de dor. – Apenas me prometa uma coisa, Ned.
– Não desista, Lyanna, não agora. – suplicou Ned, chorando.
– Você cuidará do bebê que está com a aia, e irá criar como se fosse seu filho. E o outro bebê, a menina, eu quero que fique com Howland.
Reed que estava na ponta da cama, se aproximou chorando, segurando a outra mão de Lyanna.
– Me prometa, Ned? – ela pediu em um sussurro.
Ned acenou, as palavras lhe faltaram. Não queria disser adeus para sua irmã. Não agora.
– Howland? – ela olhou para seu amigo sorrindo. – Prometa cuidar dela, para que ninguém saiba da sua existência. – ela falou pausadamente com esforço.
– Prometo, Lyanna. – ele respondeu tristemente.
E também, naquele mesmo dia, morreu Lyanna Stark, a jovem loba, cercada de sangue e rosas de inverno.
Fora de encontro ao seu príncipe dragão.
Ali, a terra ficou manchada com o sangue derramado da batalha. Ninguém sabe, além do próprio Nedd e Howland, como o Stark derrotou Sor Arthur Dayne, o melhor espadachim da Guarda Real, mas apenas Ned e Howland conseguiram sobreviver.
Os dois subiram as escadarias da Torre da Alegria e encontraram Lyanna em seu leito coberto de sangue e rosas do inverno.
O odor das flores estava impregnado no quarto. Assim como o cheiro da morte.
– Ned, meu querido irmão. – ela sussurrou fraca demais, com os olhos marejados. – Como senti saudades.
Lyanna levantou devagar sua mão em direção ao rosto de seu irmão, comprovando que ele era real e não apenas um sonho.
– Minha irmã. – Ned segurou sua mão delicadamente, como se sua irmã fosse um cristal que a qualquer momento pudesse se estilhaçar. – Irei lhe levar para casa.
– Não, meu irmão, não há mais tempo. – Lyanna falou fechando os olhos de dor. – Apenas me prometa uma coisa, Ned.
– Não desista, Lyanna, não agora. – suplicou Ned, chorando.
– Você cuidará do bebê que está com a aia, e irá criar como se fosse seu filho. E o outro bebê, a menina, eu quero que fique com Howland.
Reed que estava na ponta da cama, se aproximou chorando, segurando a outra mão de Lyanna.
– Me prometa, Ned? – ela pediu em um sussurro.
Ned acenou, as palavras lhe faltaram. Não queria disser adeus para sua irmã. Não agora.
– Howland? – ela olhou para seu amigo sorrindo. – Prometa cuidar dela, para que ninguém saiba da sua existência. – ela falou pausadamente com esforço.
– Prometo, Lyanna. – ele respondeu tristemente.
E também, naquele mesmo dia, morreu Lyanna Stark, a jovem loba, cercada de sangue e rosas de inverno.
Fora de encontro ao seu príncipe dragão.
BÔNUS
Meera Reed sabia que sua jornada havia terminado quando deixou Bran para trás. Tinha perdido muita coisa, mas também tinha aprendido muito, e essa sabedoria ninguém poderia lhe tirar.
Ela tinha consciência do que significava regressar para o Gargalo. Chegara a hora de outra pessoa começar a fazer seu próprio caminho. Seu pai deveria revelar o segredo que lhe encarcerava em Atalaia da Água Cinzenta por tantos anos.
O segredo que ela não ousou revelar nem para Bran Stark, mas ela suspeitava que ele descobriria em breve.
O destino do mundo estaria nas mãos da garota Targaryen, protegida de Howland Reed. . Filha de Lyanna Stark e do Príncipe Targaryen. A única que poderia parar o exércitos dos Outros. A prometida.
Ela tinha consciência do que significava regressar para o Gargalo. Chegara a hora de outra pessoa começar a fazer seu próprio caminho. Seu pai deveria revelar o segredo que lhe encarcerava em Atalaia da Água Cinzenta por tantos anos.
O segredo que ela não ousou revelar nem para Bran Stark, mas ela suspeitava que ele descobriria em breve.
O destino do mundo estaria nas mãos da garota Targaryen, protegida de Howland Reed. . Filha de Lyanna Stark e do Príncipe Targaryen. A única que poderia parar o exércitos dos Outros. A prometida.
Continua...
Nota da autora: Desculpem a demora, sério, a faculdade está consumindo meu tempo e eu esqueci de terminar o capítulo e enviar huahuaha.
Obrigada pelo carinho dos comentários, as meninas que indicam a fic, muuuuiiiiiiiiitoooooooo obrigada!! Eu criei um grupo das minhas fanfics no facebook, se alguém quiser participar para receber pequenos spoiler e saber quando terá nova atualização nessa fic, entra lá Grupo do Face
Até a próxima.
xx
Fall
Nota da beta: Que história maravilhosa, linda, linda demais! Apaixonada, quero muito ler a continuação dela. Sofri muito com esse casal, enfim, parabéns, que arraso de fic! <3
Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.
Obrigada pelo carinho dos comentários, as meninas que indicam a fic, muuuuiiiiiiiiitoooooooo obrigada!! Eu criei um grupo das minhas fanfics no facebook, se alguém quiser participar para receber pequenos spoiler e saber quando terá nova atualização nessa fic, entra lá Grupo do Face
Até a próxima.
xx
Fall
Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.