Capítulo 1
Era domingo, dia de limpar a casa. E eu morava sozinha no momento, então limpar a casa era sempre um suplício. Mas eu adorava deitar no chão limpinho e sentir o cheirinho de casa limpa quando terminava.
— Deus, eu estou cansada dessa vida de gata borralheira. Quando meu príncipe vai chegar e eu vou virar a Cinderela? — reclamei.
— , eu preciso da sua ajuda. — , meu vizinho, abriu a porta e entrou de repente.
— É sério, Deus? — resmunguei e olhei para o teto, como se estivesse me comunicando com alguém no céu. olhou na mesma direção que eu e depois tornou a me olhar. — Você precisa aprender a bater na porta, . Quem está morrendo?
— Eu. Ou estou bem perto disso. — suspirou e se jogou no meu sofá.
Nós éramos amigos quando crianças, e agora estávamos na faculdade, no mesmo período, mas em cursos diferentes. morava com os pais na casa ao lado da minha desde que eu me entendia por gente. Mas absolutamente ninguém sabia que e eu nos conhecíamos. Eu desprezava o que tinha se tornado. Metido demais, mulherengo demais, como se o mundo girasse ao redor do... Deixa para lá. Levantei do chão, onde estava ajoelhada, limpando, e me aproximei dele com as mãos na cintura.
— Você pode falar de uma vez? — perguntei, já sem paciência.
— Estou em uma enrascada. — ele passou a mão nervosamente nos cabelos, tirando os fios da testa.
— , fale de uma vez! — ordenei.
— Tá, tá. Vamos lá. Você conhece o , não é? — ele perguntou e depois riu. — Claro que conhece. Você até mesmo estava com a língua enfiada na boca dele outro dia... — ele respondeu à própria pergunta.
— Se você veio tirar satisfações sobre onde eu enfio a minha língua, a porta da rua é a serventia da casa. Sai. — apontei para a porta.
— Nossa, você tá arisca. — ele riu. — Se o for assunto proibido, você não vai poder me ajudar.
— , eu vou te expulsar a vassouradas... — ameacei.
— As pessoas da faculdade estão espalhando por aí que eu namoro o . O , ! — ele gritou a última parte e se agarrou a uma das almofadas que estavam no sofá, sufocando um grito no tecido.
— E de onde elas tiraram isso? — sentei ao lado dele.
— Todo mundo sabe que nós somos amigos. — concordei com a cabeça. — Então, nós estávamos conversando sobre um jogo. E o é daqueles que fala pegando. Você sabe, não sabe? — ele perguntou sugestivo.
— Sei. — suspirei e ele riu. Ganhou um tapa no braço. — Prossiga.
— E ele estava me cutucando, pegando no meu braço... E me abraçou empolgado quando o convidei para jogar. — ele suspirou. — Alguém capturou esse momento e está espalhando por aí que nós estávamos em um clima de romance.
— Então, suponho que você veio aqui me pedir para seduzir o e começar a namorar ele. — arrisquei. Isso não ia ser nada difícil para mim.
— Não. — ele fez uma expressão de confusão.
— Não? — perguntei confusa.
— Não. — ele respondeu como se suas intenções fossem óbvias. — Então o que você quer, ? — cruzei os braços sobre o peito. O vi sorrir quando o chamei pelo apelido que eu usava quando éramos crianças.
— Que você finja namorar comigo. — ele respondeu e eu quase caí do sofá.
— Ficou maluco, ? — perguntei alto demais.
— Nem um pouco, . — ele riu. — As pessoas não sabem da nossa amizade mesmo. — e deu de ombros.
— Não existe mais “nossa amizade”, . — decretei.
— Porque você ficou estranha comigo. — ele rebateu rápido.
— Porque você ficou insuportável, . Metido, mulherengo. Você me trocava por aquelas vadias! — gritei, revoltada.
— Você já está agindo como uma boa namorada ciumenta. — ele sorriu de lado.
— Sai da minha casa, . — levantei do sofá e tentei puxá-lo para que ele levantasse também.
— , eu preciso de você para acabar com esse boato. Eu não sei mais a quem recorrer. — ele suplicou.
— Vai recorrer às cinquenta bocas que você beijou só do começo do mês para cá. Eu não ligo. — dei de ombros. — Você sabe física, não sabe?
— Sei. Eu sou da engenharia, afinal. — ele respondeu, parecendo confuso com minha mudança brusca de assunto.
— Conhece a lei da física que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo, não conhece? — continuei perguntando.
— Sim. Terceira lei de Newton. — ele respondeu confuso.
— Então, finge que a minha casa está com essa lei aplicada e não invade! Ou eu vou ser obrigada a ligar para a polícia dizendo que você é um tarado que fica roubando calcinhas. — ameacei.
— Eu não roubo calcinhas. — ele respondeu defensivo.
— Vamos ver você explicando isso quando eles acharem as milhares de peças íntimas que as suas peguetes deixam na sua casa e que eu sei que você ainda não jogou fora. — cruzei os braços e sorri. — Tchau, !
— , por favor. — ele implorou, com aquele biquinho quase irresistível. Eu não suportava o novo , mas eu não podia negar que ele era bonito. E a boca cheia era uma atração à parte.
— Sem chance. — permaneci firme.
— Eu faço o que você quiser. Compro comida, limpo sua casa... — ele ofereceu.
— Você não limpa nem seu quarto, . — desdenhei.
— Ei, meu quarto está impecável. Você saberia se ainda fosse minha amiga. — ele alfinetou.
— Eu seria, se não tivesse sido descaradamente trocada. — rebati.
— Vamos entrar nesse assunto de novo? — ele suspirou cansado. — Vai me ajudar ou não? É minha honra que está em jogo.
— , você já pegou metade do campus. Fala sério. Como alguém pode acreditar que você namora o ? — perguntei.
— , tudo o que eu faço é escondido. Você pode perguntar a qualquer menina de qualquer curso. Elas vão negar que já tenham ficado comigo. — ele sorriu de lado.
— Então você ameaça as pobres garotas? — perguntei chocada.
— Não. Eu peço o silêncio delas em troca de uma segunda vez. — ele explicou.
— Então use uma dessas suas promessas de segunda vez e escolha outra garota. — sorri. — Vaza.
— , você já assistiu ao filme da garota das cartas? A asiática. — ele perguntou e eu confirmei com a cabeça. Ele certamente falava de Para todos os garotos que já amei. — Eles têm um contrato, não é? — confirmei de novo já entendendo onde ele queria chegar. — Então vamos fazer um contrato. Mas, por favor, me ajuda.
— É tão importante assim todos saberem que você não namora o ? — perguntei. Eu realmente não estava entendendo todo esse alvoroço.
— Eu posso ser discreto ao pegar as meninas. Mas a minha fama ainda circula pelos corredores. Algumas delas se matariam por uma segunda chance. — ele se gabou.
— Não exagera, . Sua vida não é um dos manhwas que nós víamos na banca da esquina quando éramos crianças, e o seu pau não é o maior do bairro. — debochei.
— Como você sabe? Você nunca viu. — ele provocou.
— E não quero ver. — rebati rápido. — Supondo que eu aceite te ajudar, o que teria no contrato?
Ia ser divertido, afinal. Não ia?
— e não podem humilhar um ao outro em público. — ele redigiu. — Caneta e papel, . — ele pediu e eu permaneci parada no mesmo lugar, o observando. Ele suspirou e sacou o celular do bolso, começando a digitar. — Algum desejo específico?
— Nada de sexo. — respondi rápido.
— Nada de sexo, a menos que a queira. — ele ditou enquanto digitava.
— Ei! Não foi isso que eu disse. — ralhei.
— Mais alguma coisa? — ele ignorou o meu protesto.
— Vamos “namorar” apenas na faculdade. — fiz as aspas no ar. — E nada de beijos cinematográficos. — fiz uma careta de nojo para ele.
— Isso não. E se as pessoas nos virem em uma festa ou no shopping? Temos que ser um casal o tempo todo. — ele sorriu largo. — Vai ter beijo sim.
— As garotas vão querer a minha cabeça. — suspirei, já cansada por antecipação.
— Eu te protejo. — ele respondeu e levantou do sofá, parando de frente comigo.
— Você não consegue defender nem a si mesmo, garoto. — acusei. — Não é por isso que está aqui?
— Estou aqui porque sabia que você me ajudaria. — ele me abraçou pela cintura. — Você vai me ajudar, não vai?
— Tenho uma última cláusula. Você não pode se apaixonar por mim. — sorri vitoriosa.
— Como se isso fosse possível. Fala sério, . Nós quase fomos criados juntos. — ele debochou.
— OK, . Depois não diga que não avisei. — o afastei para longe de mim. — Me aborde amanhã no campus e me chame... Sei lá, para tomar um sorvete. Temos que ir devagar.
— Eu não sei fazer isso. Geralmente as garotas que me convidam. — ele refletiu.
— Se vira. Pergunta ao como se faz. — comecei a empurrá-lo até a porta.
— Você está muito íntima dele, o chamando de . — ele reclamou.
— Você não é meu namorado. Pare com isso. Eu não lhe devo satisfações de o quão íntima eu sou das pessoas. — abri a porta e o coloquei para fora. — Até amanhã.
sorriu de lado, com cara de quem vai aprontar alguma, e me roubou um selar muito rápido. Saiu quase correndo para casa enquanto gritava um “Até amanhã” divertido.
— Eu não devia ter feito isso. Sinto que me meti numa enrascada. — suspirei sozinha e fui terminar de limpar minha casa e descansar. Eu teria uma longa semana pela frente.
Estava no campus conversando com uma das amigas do curso quando senti uma sombra me cobrir.
— Oi, . — a voz de se fez ouvir atrás de mim.
— Oi, . — respondeu um tanto nervosa, colocando o cabelo atrás da orelha. — Como vai?
— Bem. — ele respondeu e se colocou ao meu lado, para que eu finalmente pudesse vê-lo. A camisa com estampa de videogame, o jeans desbotado e a jaqueta preta não lhe davam um ar irresistível. Não entendi qual o problema das garotas daqui. Talvez fosse por causa dos óculos. É, deveria ser isso. — Oi... , não é? — ele ajeitou os óculos sobre o nariz.
— Sim. Em que posso ajudá-lo, ? — perguntei séria.
— Eu... — ele começou e travou, me encarando de olhos arregalados.
— Você... — o incentivei a continuar.
— Eu queria saber se, sei lá, você não quer tomar um sorvete qualquer hora. — ele coçou a cabeça, completamente desconcertado.
— E por que eu iria querer? — perguntei e cruzei os braços na frente do corpo. Antes que ele respondesse, me puxou pelo braço para perto dela.
— Tá brincando? está te chamando para sair. Ele nunca faz isso. — ela sussurrou. — Ela aceita sim. — respondeu para .
— Não aceito não. — rebati.
— Aceita sim. — reafirmou e pegou um papel e uma caneta, rabiscou alguma coisa e o entregou a . — Esse é o número dela. Pode ligar a qualquer hora. Vou garantir que ela atenda. — ela sorriu amarelo. — Eu deixaria vocês a sós, mas nós temos aula agora, .
— Tudo bem, . — sorriu, os olhinhos ficando pequenos no processo. — Obrigada pela ajuda. Até mais, . — ele piscou e saiu. ficou olhando para onde ele tinha ido até que despertou do transe e virou para mim.
— Você não tem escolha. Você vai e pronto. — ela ordenou.
— Me poupe, . Vamos para a aula. — a puxei pelo braço e fomos para a sala. Assim que sentei, meu celular vibrou.
“Só assim para que eu consiga seu número.
”
”
Aproveitei o momento para responder à mensagem.
“Não faça nada estúpido.”
Digitei e apaguei logo que ele visualizou, para não levantar suspeitas. me olhou com os olhos estreitos e eu guardei o celular com a desculpa de que o professor tinha chegado. não deu notícias pelo restante do dia e nem apareceu à noite para falar sobre como faríamos esse “encontro”.
Capítulo 2
No dia seguinte, estava com em uma das mesas da área comum quando passou por nós, desejando um “Bom-dia, ”, acompanhado por uma piscada de olho. Meu celular apitou logo em seguida. “Hoje, depois da aula”, era a mensagem, junto de um ícone de sorvete. esticou o pescoço para ver a mensagem e empurrou meu ombro.
— Eu não acredito que te chamou para sair. — ela pareceu reclamar. — Tipo, eu gosto de você e você é bonita. Mas por que não eu? — ela me perguntou e eu tive que rir.
— Não sei, . Quem entende a cabeça dos homens? — dei de ombros. — O que eu realmente quero entender é: ele não estava namorando o ? — me fiz de desentendida.
— Qual é, ? Você também já ficou com o . Como pode acreditar nisso? — ela perguntou incrédula.
— Existem pessoas bissexuais, . — rebati.
— Aqueles dois? Fala sério. Eles fedem a testosterona. — ela fez uma careta. — Não sei quem inventou isso, mas essa pessoa claramente viajou.
— E outra. Por que todo mundo cai de amores pelo ? — essa era realmente uma boa pergunta. — Ele é o maior nerd, .
— Você vai descobrir, — ela sorriu de lado e me arrastou para a sala sem mais nenhuma palavra. Assim que sentei, mandei uma mensagem para .
“ não acredita no seu namoro com o .”
A resposta não demorou.
Fiquei toda a aula pensando no que quis dizer quando falou que eu descobriria o porquê de todas caírem de amor pelo . Quando o sinal que indicava o fim das aulas soou, me apressei em sair, mas dei de cara com a parede. Bom, eu julguei ser a parede. Apenas quando um braço forte me segurou, eu me dei conta de que era ali.
— Fugindo de mim? — ele perguntou com um sorriso de lado.
— Eu teria motivos para fugir? — respondi em tom de desafio.
— Pronta para o melhor encontro da sua vida? — ele sussurrou.
— Com você? Conta outra. Meu melhor encontro foi... — comecei a debochar, mas colocou o dedo comprido sobre meus lábios. Olhei ao redor e percebi uma quantidade absurda de pessoas nos olhando. ainda não tinha me soltado.
— Você conclui essa frase depois. Agora, vamos. — ele soltou minha cintura e me puxou pela mão, me levando para fora do campus. Paramos na sorveteria mais próxima e sentamos em uma mesa perto de uma grande janela.
— Você acredita mesmo que as pessoas estão espalhando que você namora o , ? mesma disse que vocês fedem a testosterona. — perguntei.
fez o pedido, me obrigou a pedir algo e só então me respondeu.
— Acredito. Existe doido para tudo. — ele deu de ombros. — Nós precisamos parecer estar em um encontro. O que fazemos?
— Fala sério, . Se eu precisar te ensinar tudo, vou começar a cobrar em dinheiro. — bufei. — Tente sorrir como se estivesse feliz por estar aqui.
fez o que eu disse. Os olhos ficaram pequenininhos e os dentes branquíssimos ficaram à mostra. A mão enorme e quente dele pousou sobre a minha e, confesso, meus pelos arrepiaram.
— Assim? — ele perguntou.
— Assim. — respondi e tirei a mão do domínio da dele. — Vamos, me faça algumas perguntas. — ordenei. Ele pareceu ponderar, então mudei de ideia. — OK, eu começo. O que as garotas veem em você?
riu com vontade, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor. Ele se aproximou de mim e olhou para os lados antes de falar.
— Para você descobrir, teria que quebrar a sua cláusula do contrato. — sussurrou. — , fala sério. Você sabe que eu sou incrível.
— Incrivelmente convencido. — rebati e agradeci à moça que trazia nossos pedidos.
— Não sente saudades do nosso tempo de infância? — ele suspirou. — Quando passávamos horas correndo no jardim da minha casa até que você me fazia te carregar no colo alegando estar cansada demais?
— Sinto. — suspirei em resposta. — Eu perdi meu melhor amigo, afinal.
— Eu não morri, . Estou bem aqui. — ele passou o dedo no sorvete e depois no meu nariz, me sujando.
— Fala sério, . — estreitei os olhos para ele.
— Vem cá. — segurou meu queixo delicadamente e me puxou em sua direção. Com um selar delicado na ponta do meu nariz, ele limpou todo o sorvete. — Está limpa.
— Ótimo. Termine. Quero ir para casa. Ser sua futura falsa namorada me cansa. — sussurrei. — Ah, se quiser levar esse namoro falso para frente, sugiro uma transformação.
— Mas eu sou lindo assim. — ele rebateu imediatamente.
— Seu cabelo ficaria melhor para cima e você ficaria melhor com outras roupas. Assim você parece um nerd que só fala de Star Wars. — alfinetei.
— Mas eu sou um nerd que fala de Star Wars. — ele riu.
— Se você confiar em mim, eu posso fazer de você um nerd melhor. — cruzei os braços sobre o peito, com um ar vitorioso.
— Não gosta desse nerd? — ele perguntou e eu neguei com a cabeça. — OK, vamos fazer do seu jeito. Mas me dê três dias para que eu me acostume com a ideia. — ele riu sozinho. — Chega a ser patético o quanto você ainda consegue me manipular, mesmo depois de tanto tempo, .
— Algumas coisas nunca mudam, . — respondi e vi seu sorriso se alargar. Meu celular, porém, resolveu se fazer presente. Era uma mensagem de Nana.
Olhei ao redor e vi uma figura pequena ao longe, de óculos escuros, como se estivesse espionando.
— está lá fora. — anunciei.
— Essa é a nossa deixa para eu te levar para casa. Vamos. — ele se levantou, pagou a conta e nós saímos, passando propositalmente perto de . — Posso segurar sua mão? — ele perguntou baixinho.
— Você sempre pede permissão para tocar nas garotas? — brinquei.
— Nem sempre. — ele riu. — Mas estou tentando fazer as coisas darem certo com você. Você vai ser minha falsa namorada, afinal. Não quero te ver irritada. — ele formou um bico nos lábios. — Você fica insuportável, .
— Você é um idiota, . — ralhei e bati em seu braço. me estendeu a mão e nossos dedos se entrelaçaram, como velhos conhecidos. A sensação de segurança se apoderou de mim e nós fomos até nossas casas em silêncio, apenas tendo certeza de que o outro estava ali através das mãos dadas. — Está entregue. — ele soltou minha mão quando chegamos à minha porta.
— Obrigada pelo sorvete. E se tiver qualquer alteração no plano, me avise. — pedi.
— . — chamou e eu olhei no fundo dos seus olhos. — Eu posso... Beijar você?
— , não tem ninguém vendo. Você tem certeza sobre isso? — perguntei apreensiva.
— pode ter nos seguido. — ele venceu toda a distância entre nós e me segurou pela cintura. — É só por precaução. — ele argumentou e aproximou o rosto do meu, nossos narizes se roçando, como em uma dança sensual. Os lábios de tocaram os meus e um arrepio tomou conta do meu corpo. Sua mão segurou meu pescoço com delicadeza e sua língua pediu passagem. O beijo tinha gosto de sorvete de morango e alguma coisa que eu não sabia identificar, mas era bom.
— Acho que estou começando a entender porque as garotas caem de amores por você. — comentei quando partiu o beijo. Ele sorriu, o nariz ainda colado ao meu.
— Se você tirar sua cláusula do contrato, eu faço você enten... — ele começou, mas eu me separei dele de repente.
— Nem pensar. Pode aquietar seu amiguinho aí. — protestei. — Até amanhã, . — entrei em casa ouvindo sua risada alta do lado de fora.
Me joguei na minha cama e fui atualizar sobre tudo. Enquanto digitava, a única coisa que minha vinha à cabeça era: vai ser um grande problema.
***
No dia seguinte, estava com na nossa mesa favorita, na entrada do campus, quando chegou e sentou conosco.
— Bom dia, . Bom dia, . — ele desejou e se adiantou na minha direção, certamente afim de roubar um beijo, mas eu virei o rosto e ganhei um selar na bochecha.
— Não finjam que não fizeram isso ontem. — acusou.
— Fizemos o quê? — se fez de desentendido.
— Se beijaram. Eu vigiei vocês, mas vocês certamente preferiram fazer isso longe de mim, não foi? — afrontou.
— Agora nós temos uma vigia? — me perguntou.
— Existe um “nós”? — perguntei, fazendo as aspas no ar.
— Enfim. — ele riu. — Eu comprei ingressos para o filme que estreia depois de amanhã e não aceito não como resposta. — ele anunciou.
— Eu achei que ontem tinha sido um caso isolado, sabe? — perguntei e ele negou com a cabeça. — Bom, já que minha única opção é dizer sim... Então vamos.
bateu palmas, animada, como se fosse ela a convidada.
— Estou atrasado, como sempre. Vejo vocês por aí. — ele beijou meu rosto e saiu.
— Eu ainda não estou acreditando que está te chamando para sair. — suspirou.
— Eu amo o seu apoio, sabe, ? — sorri e ela me acompanhou. — Vamos, você já falou demais por hoje.
***
passou o dia seguinte todo no meu pé. Eu mal podia pegar o celular para perguntar alguma coisa sobre o plano a e ela já esticava o pescoço para ver com quem eu estava falando.
No dia escolhido para a tal ida ao cinema, fomos para a aula juntas e demos de cara com assim que passamos pelo portão.
— Você tá... Alta. — ele riu e olhou para os meus pés, me encontrando de coturno com um salto médio. — Podia ter me esperado.
— Tanta coisa e ele repara no salto... — suspirou e negou com a cabeça. — Vou ter que deixar vocês. Tenho que resolver um problema da cadeira de desenho industrial. Fui. — soltou dois beijinhos no ar e saiu quase correndo.
— Hoje é o dia da transformação. Pronto para gastar seu dinheiro? — perguntei divertida.
— Você está pronta para me deixar pobre, não está, ? — ele perguntou e me abraçou pela cintura. Aliás, essa era uma péssima mania dele.
— Nós estamos no meio do campus. Quer mesmo fazer isso? — o abracei pelo pescoço.
— Sim. Já não aguento mais os boatos e as pessoas perguntando se eu e o estamos felizes. — ele riu desgostoso. se aproximou e selou meus lábios, testando minha reação. Vendo que eu o correspondi, ele pediu passagem com a língua e novamente aquele gosto bom e indecifrável se fez presente. Foi um beijo rápido, mas eu pude ouvir alguns sons de choque ao nosso redor.
— Ótimo. Agora eu vou enfrentar a fúria das garotas, enquanto você fica com toda a glória. — brinquei. — Prepare seu cartão, você vai me pagar por isso, .
— Vamos, eu te deixo na sua sala. — ele começou a caminhar e me puxou pela mão, não me dando outra alternativa a não ser caminhar com ele. As garotas viravam o pescoço para nos ver passar, algumas boquiabertas por ele estar de mão dada comigo. Justo comigo.
— Até mais. — soltei a mão dele e fiz menção de entrar na sala. , porém, me puxou e selou meus lábios rapidamente.
— Até mais. — ele piscou e saiu.
Entrei na sala e fiquei imóvel até que a aula acabasse, com medo até de respirar mais fundo. sumiu o dia todo e não apareceu nem mesmo na saída. As meninas me olhavam vez ou outra, sempre com uma expressão de desgosto, e eu não estava com coragem o suficiente para olhar de volta. Quando o último sinal tocou, meu celular anunciou uma nova mensagem.
Não preciso nem mesmo dizer quem era o autor de tal texto, não é? Juntei meus materiais e fui ao encontro de . O encontrei parado ao lado de uma moto que eu nunca tinha visto antes.
— Você acredita mesmo que eu vou subir nessa coisa? — perguntei apontando para a moto.
— Vai sim. Aqui seu capacete. — ele me entregou um capacete preto fosco, me ajudou a prendê-lo, colocou o próprio capacete e subiu na moto. — Vamos ou perderemos o filme.
Me apoiei em seus ombros e subi na moto, imediatamente me agarrando à sua cintura.
— , você não pode simplesmente esconder isso. — comentei passando os dedos sobre os gominhos de sua barriga por sob a blusa.
— Você quer ver? Posso te mostrar outra hora. — ele respondeu por cima do ombro e acelerou. Eu não podia ver seu rosto, mas jurava que ele estava sorrindo.
quase voou até o shopping, me fazendo agarrar sua cintura com mais força, como se minha vida dependesse daquilo. E acho que realmente dependia.
— Chegamos? — perguntei quando ele parou a moto.
— Sim, você já pode me soltar, . — ele respondeu rindo e tirou o capacete.
— Acho que estou travada, . — eu ri baixinho.
— Você só quer uma desculpa para se agarrar a mim. — ele acusou. Me soltei dele rapidamente e desci da moto, tirando o capacete.
— Ridículo. — briguei. E só então me dei conta de que faltava algo ali. — Onde estão seus óculos?
— Eu tenho um par de lentes, sabia? — ele respondeu como se fosse óbvio.
— E usa óculos o tempo todo? — perguntei no mesmo tom.
— É o meu charme, . — ele piscou. — Por onde começamos?
— Cabelo. — respondi empolgada. — Pronto para a mudança?
— Vai raspar minha cabeça? — ele perguntou enquanto me seguia até o salão que funcionava dentro do shopping.
Expliquei à moça como eu queria que ficasse e sentei para esperar. Uma hora depois, apareceu, loiro, com um corte undercut, a franja cuidadosamente jogada para o lado e um sorriso nervoso no rosto.
— Incrível. — baguncei a franja. — Ficou perfeito, .
— Fico feliz que tenha gostado. Eu acho que realçou minha beleza. — ele se analisou frente ao espelho.
— Você não perde uma oportunidade de se gabar, não é? — suspirei cansada. — Vamos, pague à moça. Temos outras coisas para fazer hoje.
riu e pagou o corte. Depois, me seguiu por todas as lojas onde eu entrei e provou todas as roupas que eu escolhi. Estávamos caminhando para a praça de alimentação (a quantidade de sacolas não nos permitia ir ao cinema), quando ele parou em frente a uma loja e me puxou para dentro.
— Mas que... — comecei a reclamar.
— Que tamanho você veste, ? — ele perguntou, interrompendo meu momento de protesto. Disse o tamanho da minha blusa, completamente desconfiada. — Moça, pode me trazer um par desses? — apontou para um par de blusas de casal e disse os tamanhos à atendente, que prontamente os trouxe, com uma expressão de desgosto.
— Você já pegou ela, ? — perguntei baixinho. — Ela parece odiar a ideia de não ser a ela a usar a peça feminina.
estreitou os olhos e analisou a moça.
— Acho que não. — e deu de ombros. — Talvez ela só esteja tendo um dia ruim.
A moça nos indicou os provadores e nós saímos de lá arrumadinhos, como um casal que não éramos.
— Qual a forma de pagamento, ? — a atendente perguntou.
— Eu sabia que você já tinha pegado ela. Você não presta, . — acusei. entregou o cartão e virou para me encarar.
— Eu não tenho a melhor memória do mundo. Me desculpe por isso. — ele sorriu e roubou um selar. Recebeu o cartão que a moça lhe entregava e eu o arrastei dali, antes que eu apanhasse por ser a “namorada” de .
— Olha só se não é o casal do mês. — uma voz disse bem próxima a nós assim que colocamos os pés fora da loja. — Oh... De roupa combinando e tudo.
Eu conhecia aquela voz...
— ? — parei de andar e virei em sua direção.
— Surpresa, ? — ele perguntou sorrindo. — E aí, cara? — ele cumprimentou e abraçou . — Vocês ficam bonitinhos juntos.
— Estou fazendo o que você deveria ter feito. — riu.
— Pedido a em namoro? Bom pelo menos ia ser de verdade, não é? — ele alfinetou. Mas pareceu não ter entendido a indireta, já que gargalhou alto.
— Estou tentando acabar com o boato do nosso namoro. — apontou para si e depois para .
— E está dando certo. — me olhou e sorriu de lado. imediatamente passou a mão pela minha cintura e me puxou mais para perto de si. — Por que concordou com isso, ?
— Eu estava entediada. — brinquei e dei de ombros.
— Então termine com o e venha comigo. Eu posso te tirar do tédio. — ele propôs e piscou.
— Ela passa. Vamos, . Eu estou faminto. Te vejo depois, . — se despediu e nem ao menos me deixou fazer o mesmo, apenas me arrastou para longe dali. Quando sentamos em uma das mesas da praça de alimentação, me peguei encarando sua expressão séria enquanto olhava o cardápio.
— . — chamei e ele levantou os olhos para me encarar. — Nada. Esquece.
— Pode falar. — ele largou o cardápio e fixou sua atenção em mim.
O que eu falaria? Porque, claramente, só eu vi ele agindo de forma de ciumenta quando encontramos .
— De onde você tirou aquela moto? — perguntei aleatoriamente.
— Eu arrumei com um amigo exclusivamente para hoje. — ele sorriu vitorioso. — Mas não era isso que você queria perguntar, era?
Droga! Por um momento, eu esqueci que éramos amigos quando crianças e que sabia me ler muito bem.
— Você pretende ir na festa da Sohee essa semana? — perguntei receosa. Eu nem mesmo queria ir naquela festa e esperava que ele também não.
— Claro, e vamos juntos. Escolha sua melhor roupa. — ele piscou para mim. — . — ele chamou, suspirou... — Nada. — e desistiu.
Lhe lancei um olhar que dizia “me poupe”, e ele sorriu minimamente.
— Você aceitaria? Namorar o ? — ele perguntou receoso.
— Sim. — dei de ombros. Ele baixou a cabeça e ficou calado por longos segundos. — Que foi, ?
— Ah, nada. — ele mentiu.
— Está mentindo. — acusei.
— Não estou. — ele reclamou.
— Eu te conheço, . — cruzei os braços sobre o peito. — Você não me conhece tem muito tempo, . — ele rebateu desgostoso.
— Tem razão. Esse não é o mesmo cara que era meu melhor amigo. — levantei e joguei minha bolsa no ombro.
— Para onde vai? — ele pareceu preocupado.
— Para casa. Perdi a fome. — peguei minha sacola e saí.
Não caminhei muito, senti uma mão grande na minha cintura. caminhava ao meu lado com um sorriso mínimo no rosto e segurando as sacolas com suas compras.
— Não posso deixar minha namorada ir para casa sozinha. — ele sorriu para mim. E, confesso, retribuí sorrindo como uma idiota apaixonada.
***
Depois da minha transformação em , não tivemos mais sossego. Ele nos “assumiu” publicamente e agora não se falava de outra coisa que não fosse esse namoro. foi esquecido e os boatos de que ele e eram um casal também.
O fato é que não fomos para a tal festa da Sohee. ficou preso em casa com algo que sua mãe tinha lhe pedido e eu... Bom, eu tinha ido até a casa vizinha e estava, no momento, sentada no sofá de , comendo chocolate. Por quê? Não faço ideia. Ele apenas disse “Venha para a minha casa” e eu vim.
A quem eu estou querendo enganar? Esse namoro falso tinha nos aproximado novamente. Não era como antes, mas nós estávamos nos dando bem. entrou em casa ofegando, a camisa aberta expondo o peito forte, e se jogou no sofá ao meu lado. Me olhou de soslaio e, em um movimento rápido, tomou a barra que eu segurava, dando uma grande mordida.
— ! — reclamei e me estiquei para tomá-la de volta. esticou o braço comprido acima da cabeça e sorriu maléfico. — Me devolve. — ordenei.
apenas negou com a cabeça, e, a cada vez que eu tentava pegar meu chocolate de volta, ele ia deitando o corpo no sofá, até que estivéssemos os dois deitados, eu por cima dele.
— Desista, . — ele pediu e riu, o braço ainda acima da cabeça, longe do meu alcance. Meus pobres bracinhos tentavam alcançar a barra e falhavam miseravelmente.
— , é o meu chocolate. Eu nunca vou desistir. — avisei. O riso de se transformou em um sorriso atravessado e ele jogou o que restava da barra na mesa ao lado do sofá, me segurou pela cintura e nos girou, me jogando deitada no estofado, minhas mãos acima da minha cabeça, sendo seguradas por ele. — ? — chamei assustada pela mudança repentina.
se aproximou perigosamente e depositou um selar atrás da minha orelha, fazendo meu corpo arrepiar por completo. Forçou um joelho entre as minhas coxas e seguiu beijando atrás da minha orelha.
— Desista, . — ele repetiu baixinho no meu ouvido e segurou o lóbulo da minha orelha entre os dentes. Minha parceira estava gostando disso, mas eu não. Tentei apertar as coxas e fui impedida pelo joelho de que ainda as separava.
— , para. — pedi quase desesperada.
— Você quer mesmo que eu pare, ? — ele perguntou e desceu os selares pelo meu pescoço, a perna entre as minhas pressionando minha intimidade de uma forma deliciosa.
Essa era a pergunta. Eu queria mesmo que ele parasse?
— Eu adorei o fato de que vocês se entenderam e estão namorando, mas podem ir fazer isso no quarto? — a voz da senhora ecoou na sala e se afastou de mim em um pulo. Sentei no sofá e arrumei a roupa amarrotada, ciente de que eu estava vermelha como um tomate.
— Desculpe, senhora . Eu estou indo para casa. Tchau, . — despejei todas as palavras e saí quase correndo. Precisava de um banho e uma boa noite de sono. Aquele namoro falso estava demais para mim.
— E lá se foi ela sem ao menos me dar um beijinho. — reclamei e baguncei os cabelos por puro desespero.
— Me desculpe, filho. Se eu soubesse que ela ia agir assim, teria passado direto para o meu quarto. — minha mãe pediu, mas riu do meu desespero em seguida. — A mora sozinha. Por que não foram fazer isso lá?
— Mãe! — gritei. — Eu preciso te contar uma coisa. — suspirei. Minha mãe não sabia do tal contrato e que o namoro era falso. Muito menos sabia que meus sentimentos eram completamente verdadeiros. Me aproximei dela, na cozinha, e comecei a contar tudo, desde o boato do namoro com até o momento que ela tinha presenciado.
— Bem que eu desconfiei que você sempre gostou dela. — minha mãe sorriu.
— Eu quero fazer as coisas direito. Preciso de ajuda. O que eu faço, mãe? — perguntei quase triste.
— A mora aqui ao lado. Vá até lá, peça desculpas e diga a ela tudo o que me disse. Que sempre gostou dela e que quer que o namoro seja verdadeiro. Apague o contrato na frente dela e espere. — ela incentivou.
— E se der tudo errado? — perguntei. O medo da rejeição me assolava.
— Diga a ela que estava apenas testando como se declarar para uma garota, já que, convenhamos, você tem zero experiência nisso, e que ela não deve se preocupar porque você tem uma cópia do contrato. — minha mãe deu de ombros, como se fosse algo simples. — Um namoro falso é melhor que namoro nenhum.
— Acho que vou seguir minha própria ideia. — refleti.
— Que seria... — minha mãe me incentivou a continuar.
— Manter o namoro falso até quando der e esperar para ver o que vai acontecer. — suspirei.
— Nem pensar. Não criei um filho covarde. — ela brigou. — Vá até lá e faça o que eu disse.
— Mas mãe... — tentei protestar.
— , não me questione. — ela estreitou os olhos para mim e eu me calei. Eu tinha aprendido a não falar mais nada depois de receber aquele olhar.
— Eu vou deixar para amanhã, OK? Preciso organizar minhas ideias. — arrisquei.
— Se você não fizer isso, eu mesma faço. — ela ameaçou.
— OK. Eu vou fazer isso. — avisei. — Agora preciso dormir. Obrigado, mãe. — beijei o rosto dela e fui tomar um banho. Quando limpo, me joguei na cama, tomei o celular nas mãos e abri a conversa com .
“Preciso falar com você amanhã, depois da aula.”
E enviei, pedindo a todos os deuses que nada desse errado.
— Eu não acredito que te chamou para sair. — ela pareceu reclamar. — Tipo, eu gosto de você e você é bonita. Mas por que não eu? — ela me perguntou e eu tive que rir.
— Não sei, . Quem entende a cabeça dos homens? — dei de ombros. — O que eu realmente quero entender é: ele não estava namorando o ? — me fiz de desentendida.
— Qual é, ? Você também já ficou com o . Como pode acreditar nisso? — ela perguntou incrédula.
— Existem pessoas bissexuais, . — rebati.
— Aqueles dois? Fala sério. Eles fedem a testosterona. — ela fez uma careta. — Não sei quem inventou isso, mas essa pessoa claramente viajou.
— E outra. Por que todo mundo cai de amores pelo ? — essa era realmente uma boa pergunta. — Ele é o maior nerd, .
— Você vai descobrir, — ela sorriu de lado e me arrastou para a sala sem mais nenhuma palavra. Assim que sentei, mandei uma mensagem para .
“ não acredita no seu namoro com o .”
A resposta não demorou.
“Ela é uma em mil. Te vejo mais tarde.”
Fiquei toda a aula pensando no que quis dizer quando falou que eu descobriria o porquê de todas caírem de amor pelo . Quando o sinal que indicava o fim das aulas soou, me apressei em sair, mas dei de cara com a parede. Bom, eu julguei ser a parede. Apenas quando um braço forte me segurou, eu me dei conta de que era ali.
— Fugindo de mim? — ele perguntou com um sorriso de lado.
— Eu teria motivos para fugir? — respondi em tom de desafio.
— Pronta para o melhor encontro da sua vida? — ele sussurrou.
— Com você? Conta outra. Meu melhor encontro foi... — comecei a debochar, mas colocou o dedo comprido sobre meus lábios. Olhei ao redor e percebi uma quantidade absurda de pessoas nos olhando. ainda não tinha me soltado.
— Você conclui essa frase depois. Agora, vamos. — ele soltou minha cintura e me puxou pela mão, me levando para fora do campus. Paramos na sorveteria mais próxima e sentamos em uma mesa perto de uma grande janela.
— Você acredita mesmo que as pessoas estão espalhando que você namora o , ? mesma disse que vocês fedem a testosterona. — perguntei.
fez o pedido, me obrigou a pedir algo e só então me respondeu.
— Acredito. Existe doido para tudo. — ele deu de ombros. — Nós precisamos parecer estar em um encontro. O que fazemos?
— Fala sério, . Se eu precisar te ensinar tudo, vou começar a cobrar em dinheiro. — bufei. — Tente sorrir como se estivesse feliz por estar aqui.
fez o que eu disse. Os olhos ficaram pequenininhos e os dentes branquíssimos ficaram à mostra. A mão enorme e quente dele pousou sobre a minha e, confesso, meus pelos arrepiaram.
— Assim? — ele perguntou.
— Assim. — respondi e tirei a mão do domínio da dele. — Vamos, me faça algumas perguntas. — ordenei. Ele pareceu ponderar, então mudei de ideia. — OK, eu começo. O que as garotas veem em você?
riu com vontade, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor. Ele se aproximou de mim e olhou para os lados antes de falar.
— Para você descobrir, teria que quebrar a sua cláusula do contrato. — sussurrou. — , fala sério. Você sabe que eu sou incrível.
— Incrivelmente convencido. — rebati e agradeci à moça que trazia nossos pedidos.
— Não sente saudades do nosso tempo de infância? — ele suspirou. — Quando passávamos horas correndo no jardim da minha casa até que você me fazia te carregar no colo alegando estar cansada demais?
— Sinto. — suspirei em resposta. — Eu perdi meu melhor amigo, afinal.
— Eu não morri, . Estou bem aqui. — ele passou o dedo no sorvete e depois no meu nariz, me sujando.
— Fala sério, . — estreitei os olhos para ele.
— Vem cá. — segurou meu queixo delicadamente e me puxou em sua direção. Com um selar delicado na ponta do meu nariz, ele limpou todo o sorvete. — Está limpa.
— Ótimo. Termine. Quero ir para casa. Ser sua futura falsa namorada me cansa. — sussurrei. — Ah, se quiser levar esse namoro falso para frente, sugiro uma transformação.
— Mas eu sou lindo assim. — ele rebateu imediatamente.
— Seu cabelo ficaria melhor para cima e você ficaria melhor com outras roupas. Assim você parece um nerd que só fala de Star Wars. — alfinetei.
— Mas eu sou um nerd que fala de Star Wars. — ele riu.
— Se você confiar em mim, eu posso fazer de você um nerd melhor. — cruzei os braços sobre o peito, com um ar vitorioso.
— Não gosta desse nerd? — ele perguntou e eu neguei com a cabeça. — OK, vamos fazer do seu jeito. Mas me dê três dias para que eu me acostume com a ideia. — ele riu sozinho. — Chega a ser patético o quanto você ainda consegue me manipular, mesmo depois de tanto tempo, .
— Algumas coisas nunca mudam, . — respondi e vi seu sorriso se alargar. Meu celular, porém, resolveu se fazer presente. Era uma mensagem de Nana.
“Por que você não beija ele logo?”
Olhei ao redor e vi uma figura pequena ao longe, de óculos escuros, como se estivesse espionando.
— está lá fora. — anunciei.
— Essa é a nossa deixa para eu te levar para casa. Vamos. — ele se levantou, pagou a conta e nós saímos, passando propositalmente perto de . — Posso segurar sua mão? — ele perguntou baixinho.
— Você sempre pede permissão para tocar nas garotas? — brinquei.
— Nem sempre. — ele riu. — Mas estou tentando fazer as coisas darem certo com você. Você vai ser minha falsa namorada, afinal. Não quero te ver irritada. — ele formou um bico nos lábios. — Você fica insuportável, .
— Você é um idiota, . — ralhei e bati em seu braço. me estendeu a mão e nossos dedos se entrelaçaram, como velhos conhecidos. A sensação de segurança se apoderou de mim e nós fomos até nossas casas em silêncio, apenas tendo certeza de que o outro estava ali através das mãos dadas. — Está entregue. — ele soltou minha mão quando chegamos à minha porta.
— Obrigada pelo sorvete. E se tiver qualquer alteração no plano, me avise. — pedi.
— . — chamou e eu olhei no fundo dos seus olhos. — Eu posso... Beijar você?
— , não tem ninguém vendo. Você tem certeza sobre isso? — perguntei apreensiva.
— pode ter nos seguido. — ele venceu toda a distância entre nós e me segurou pela cintura. — É só por precaução. — ele argumentou e aproximou o rosto do meu, nossos narizes se roçando, como em uma dança sensual. Os lábios de tocaram os meus e um arrepio tomou conta do meu corpo. Sua mão segurou meu pescoço com delicadeza e sua língua pediu passagem. O beijo tinha gosto de sorvete de morango e alguma coisa que eu não sabia identificar, mas era bom.
— Acho que estou começando a entender porque as garotas caem de amores por você. — comentei quando partiu o beijo. Ele sorriu, o nariz ainda colado ao meu.
— Se você tirar sua cláusula do contrato, eu faço você enten... — ele começou, mas eu me separei dele de repente.
— Nem pensar. Pode aquietar seu amiguinho aí. — protestei. — Até amanhã, . — entrei em casa ouvindo sua risada alta do lado de fora.
Me joguei na minha cama e fui atualizar sobre tudo. Enquanto digitava, a única coisa que minha vinha à cabeça era: vai ser um grande problema.
No dia seguinte, estava com na nossa mesa favorita, na entrada do campus, quando chegou e sentou conosco.
— Bom dia, . Bom dia, . — ele desejou e se adiantou na minha direção, certamente afim de roubar um beijo, mas eu virei o rosto e ganhei um selar na bochecha.
— Não finjam que não fizeram isso ontem. — acusou.
— Fizemos o quê? — se fez de desentendido.
— Se beijaram. Eu vigiei vocês, mas vocês certamente preferiram fazer isso longe de mim, não foi? — afrontou.
— Agora nós temos uma vigia? — me perguntou.
— Existe um “nós”? — perguntei, fazendo as aspas no ar.
— Enfim. — ele riu. — Eu comprei ingressos para o filme que estreia depois de amanhã e não aceito não como resposta. — ele anunciou.
— Eu achei que ontem tinha sido um caso isolado, sabe? — perguntei e ele negou com a cabeça. — Bom, já que minha única opção é dizer sim... Então vamos.
bateu palmas, animada, como se fosse ela a convidada.
— Estou atrasado, como sempre. Vejo vocês por aí. — ele beijou meu rosto e saiu.
— Eu ainda não estou acreditando que está te chamando para sair. — suspirou.
— Eu amo o seu apoio, sabe, ? — sorri e ela me acompanhou. — Vamos, você já falou demais por hoje.
passou o dia seguinte todo no meu pé. Eu mal podia pegar o celular para perguntar alguma coisa sobre o plano a e ela já esticava o pescoço para ver com quem eu estava falando.
No dia escolhido para a tal ida ao cinema, fomos para a aula juntas e demos de cara com assim que passamos pelo portão.
— Você tá... Alta. — ele riu e olhou para os meus pés, me encontrando de coturno com um salto médio. — Podia ter me esperado.
— Tanta coisa e ele repara no salto... — suspirou e negou com a cabeça. — Vou ter que deixar vocês. Tenho que resolver um problema da cadeira de desenho industrial. Fui. — soltou dois beijinhos no ar e saiu quase correndo.
— Hoje é o dia da transformação. Pronto para gastar seu dinheiro? — perguntei divertida.
— Você está pronta para me deixar pobre, não está, ? — ele perguntou e me abraçou pela cintura. Aliás, essa era uma péssima mania dele.
— Nós estamos no meio do campus. Quer mesmo fazer isso? — o abracei pelo pescoço.
— Sim. Já não aguento mais os boatos e as pessoas perguntando se eu e o estamos felizes. — ele riu desgostoso. se aproximou e selou meus lábios, testando minha reação. Vendo que eu o correspondi, ele pediu passagem com a língua e novamente aquele gosto bom e indecifrável se fez presente. Foi um beijo rápido, mas eu pude ouvir alguns sons de choque ao nosso redor.
— Ótimo. Agora eu vou enfrentar a fúria das garotas, enquanto você fica com toda a glória. — brinquei. — Prepare seu cartão, você vai me pagar por isso, .
— Vamos, eu te deixo na sua sala. — ele começou a caminhar e me puxou pela mão, não me dando outra alternativa a não ser caminhar com ele. As garotas viravam o pescoço para nos ver passar, algumas boquiabertas por ele estar de mão dada comigo. Justo comigo.
— Até mais. — soltei a mão dele e fiz menção de entrar na sala. , porém, me puxou e selou meus lábios rapidamente.
— Até mais. — ele piscou e saiu.
Entrei na sala e fiquei imóvel até que a aula acabasse, com medo até de respirar mais fundo. sumiu o dia todo e não apareceu nem mesmo na saída. As meninas me olhavam vez ou outra, sempre com uma expressão de desgosto, e eu não estava com coragem o suficiente para olhar de volta. Quando o último sinal tocou, meu celular anunciou uma nova mensagem.
“Pronta para voar? Me encontre no estacionamento.”
Não preciso nem mesmo dizer quem era o autor de tal texto, não é? Juntei meus materiais e fui ao encontro de . O encontrei parado ao lado de uma moto que eu nunca tinha visto antes.
— Você acredita mesmo que eu vou subir nessa coisa? — perguntei apontando para a moto.
— Vai sim. Aqui seu capacete. — ele me entregou um capacete preto fosco, me ajudou a prendê-lo, colocou o próprio capacete e subiu na moto. — Vamos ou perderemos o filme.
Me apoiei em seus ombros e subi na moto, imediatamente me agarrando à sua cintura.
— , você não pode simplesmente esconder isso. — comentei passando os dedos sobre os gominhos de sua barriga por sob a blusa.
— Você quer ver? Posso te mostrar outra hora. — ele respondeu por cima do ombro e acelerou. Eu não podia ver seu rosto, mas jurava que ele estava sorrindo.
quase voou até o shopping, me fazendo agarrar sua cintura com mais força, como se minha vida dependesse daquilo. E acho que realmente dependia.
— Chegamos? — perguntei quando ele parou a moto.
— Sim, você já pode me soltar, . — ele respondeu rindo e tirou o capacete.
— Acho que estou travada, . — eu ri baixinho.
— Você só quer uma desculpa para se agarrar a mim. — ele acusou. Me soltei dele rapidamente e desci da moto, tirando o capacete.
— Ridículo. — briguei. E só então me dei conta de que faltava algo ali. — Onde estão seus óculos?
— Eu tenho um par de lentes, sabia? — ele respondeu como se fosse óbvio.
— E usa óculos o tempo todo? — perguntei no mesmo tom.
— É o meu charme, . — ele piscou. — Por onde começamos?
— Cabelo. — respondi empolgada. — Pronto para a mudança?
— Vai raspar minha cabeça? — ele perguntou enquanto me seguia até o salão que funcionava dentro do shopping.
Expliquei à moça como eu queria que ficasse e sentei para esperar. Uma hora depois, apareceu, loiro, com um corte undercut, a franja cuidadosamente jogada para o lado e um sorriso nervoso no rosto.
— Incrível. — baguncei a franja. — Ficou perfeito, .
— Fico feliz que tenha gostado. Eu acho que realçou minha beleza. — ele se analisou frente ao espelho.
— Você não perde uma oportunidade de se gabar, não é? — suspirei cansada. — Vamos, pague à moça. Temos outras coisas para fazer hoje.
riu e pagou o corte. Depois, me seguiu por todas as lojas onde eu entrei e provou todas as roupas que eu escolhi. Estávamos caminhando para a praça de alimentação (a quantidade de sacolas não nos permitia ir ao cinema), quando ele parou em frente a uma loja e me puxou para dentro.
— Mas que... — comecei a reclamar.
— Que tamanho você veste, ? — ele perguntou, interrompendo meu momento de protesto. Disse o tamanho da minha blusa, completamente desconfiada. — Moça, pode me trazer um par desses? — apontou para um par de blusas de casal e disse os tamanhos à atendente, que prontamente os trouxe, com uma expressão de desgosto.
— Você já pegou ela, ? — perguntei baixinho. — Ela parece odiar a ideia de não ser a ela a usar a peça feminina.
estreitou os olhos e analisou a moça.
— Acho que não. — e deu de ombros. — Talvez ela só esteja tendo um dia ruim.
A moça nos indicou os provadores e nós saímos de lá arrumadinhos, como um casal que não éramos.
— Qual a forma de pagamento, ? — a atendente perguntou.
— Eu sabia que você já tinha pegado ela. Você não presta, . — acusei. entregou o cartão e virou para me encarar.
— Eu não tenho a melhor memória do mundo. Me desculpe por isso. — ele sorriu e roubou um selar. Recebeu o cartão que a moça lhe entregava e eu o arrastei dali, antes que eu apanhasse por ser a “namorada” de .
— Olha só se não é o casal do mês. — uma voz disse bem próxima a nós assim que colocamos os pés fora da loja. — Oh... De roupa combinando e tudo.
Eu conhecia aquela voz...
— ? — parei de andar e virei em sua direção.
— Surpresa, ? — ele perguntou sorrindo. — E aí, cara? — ele cumprimentou e abraçou . — Vocês ficam bonitinhos juntos.
— Estou fazendo o que você deveria ter feito. — riu.
— Pedido a em namoro? Bom pelo menos ia ser de verdade, não é? — ele alfinetou. Mas pareceu não ter entendido a indireta, já que gargalhou alto.
— Estou tentando acabar com o boato do nosso namoro. — apontou para si e depois para .
— E está dando certo. — me olhou e sorriu de lado. imediatamente passou a mão pela minha cintura e me puxou mais para perto de si. — Por que concordou com isso, ?
— Eu estava entediada. — brinquei e dei de ombros.
— Então termine com o e venha comigo. Eu posso te tirar do tédio. — ele propôs e piscou.
— Ela passa. Vamos, . Eu estou faminto. Te vejo depois, . — se despediu e nem ao menos me deixou fazer o mesmo, apenas me arrastou para longe dali. Quando sentamos em uma das mesas da praça de alimentação, me peguei encarando sua expressão séria enquanto olhava o cardápio.
— . — chamei e ele levantou os olhos para me encarar. — Nada. Esquece.
— Pode falar. — ele largou o cardápio e fixou sua atenção em mim.
O que eu falaria? Porque, claramente, só eu vi ele agindo de forma de ciumenta quando encontramos .
— De onde você tirou aquela moto? — perguntei aleatoriamente.
— Eu arrumei com um amigo exclusivamente para hoje. — ele sorriu vitorioso. — Mas não era isso que você queria perguntar, era?
Droga! Por um momento, eu esqueci que éramos amigos quando crianças e que sabia me ler muito bem.
— Você pretende ir na festa da Sohee essa semana? — perguntei receosa. Eu nem mesmo queria ir naquela festa e esperava que ele também não.
— Claro, e vamos juntos. Escolha sua melhor roupa. — ele piscou para mim. — . — ele chamou, suspirou... — Nada. — e desistiu.
Lhe lancei um olhar que dizia “me poupe”, e ele sorriu minimamente.
— Você aceitaria? Namorar o ? — ele perguntou receoso.
— Sim. — dei de ombros. Ele baixou a cabeça e ficou calado por longos segundos. — Que foi, ?
— Ah, nada. — ele mentiu.
— Está mentindo. — acusei.
— Não estou. — ele reclamou.
— Eu te conheço, . — cruzei os braços sobre o peito. — Você não me conhece tem muito tempo, . — ele rebateu desgostoso.
— Tem razão. Esse não é o mesmo cara que era meu melhor amigo. — levantei e joguei minha bolsa no ombro.
— Para onde vai? — ele pareceu preocupado.
— Para casa. Perdi a fome. — peguei minha sacola e saí.
Não caminhei muito, senti uma mão grande na minha cintura. caminhava ao meu lado com um sorriso mínimo no rosto e segurando as sacolas com suas compras.
— Não posso deixar minha namorada ir para casa sozinha. — ele sorriu para mim. E, confesso, retribuí sorrindo como uma idiota apaixonada.
Depois da minha transformação em , não tivemos mais sossego. Ele nos “assumiu” publicamente e agora não se falava de outra coisa que não fosse esse namoro. foi esquecido e os boatos de que ele e eram um casal também.
O fato é que não fomos para a tal festa da Sohee. ficou preso em casa com algo que sua mãe tinha lhe pedido e eu... Bom, eu tinha ido até a casa vizinha e estava, no momento, sentada no sofá de , comendo chocolate. Por quê? Não faço ideia. Ele apenas disse “Venha para a minha casa” e eu vim.
A quem eu estou querendo enganar? Esse namoro falso tinha nos aproximado novamente. Não era como antes, mas nós estávamos nos dando bem. entrou em casa ofegando, a camisa aberta expondo o peito forte, e se jogou no sofá ao meu lado. Me olhou de soslaio e, em um movimento rápido, tomou a barra que eu segurava, dando uma grande mordida.
— ! — reclamei e me estiquei para tomá-la de volta. esticou o braço comprido acima da cabeça e sorriu maléfico. — Me devolve. — ordenei.
apenas negou com a cabeça, e, a cada vez que eu tentava pegar meu chocolate de volta, ele ia deitando o corpo no sofá, até que estivéssemos os dois deitados, eu por cima dele.
— Desista, . — ele pediu e riu, o braço ainda acima da cabeça, longe do meu alcance. Meus pobres bracinhos tentavam alcançar a barra e falhavam miseravelmente.
— , é o meu chocolate. Eu nunca vou desistir. — avisei. O riso de se transformou em um sorriso atravessado e ele jogou o que restava da barra na mesa ao lado do sofá, me segurou pela cintura e nos girou, me jogando deitada no estofado, minhas mãos acima da minha cabeça, sendo seguradas por ele. — ? — chamei assustada pela mudança repentina.
se aproximou perigosamente e depositou um selar atrás da minha orelha, fazendo meu corpo arrepiar por completo. Forçou um joelho entre as minhas coxas e seguiu beijando atrás da minha orelha.
— Desista, . — ele repetiu baixinho no meu ouvido e segurou o lóbulo da minha orelha entre os dentes. Minha parceira estava gostando disso, mas eu não. Tentei apertar as coxas e fui impedida pelo joelho de que ainda as separava.
— , para. — pedi quase desesperada.
— Você quer mesmo que eu pare, ? — ele perguntou e desceu os selares pelo meu pescoço, a perna entre as minhas pressionando minha intimidade de uma forma deliciosa.
Essa era a pergunta. Eu queria mesmo que ele parasse?
— Eu adorei o fato de que vocês se entenderam e estão namorando, mas podem ir fazer isso no quarto? — a voz da senhora ecoou na sala e se afastou de mim em um pulo. Sentei no sofá e arrumei a roupa amarrotada, ciente de que eu estava vermelha como um tomate.
— Desculpe, senhora . Eu estou indo para casa. Tchau, . — despejei todas as palavras e saí quase correndo. Precisava de um banho e uma boa noite de sono. Aquele namoro falso estava demais para mim.
— E lá se foi ela sem ao menos me dar um beijinho. — reclamei e baguncei os cabelos por puro desespero.
— Me desculpe, filho. Se eu soubesse que ela ia agir assim, teria passado direto para o meu quarto. — minha mãe pediu, mas riu do meu desespero em seguida. — A mora sozinha. Por que não foram fazer isso lá?
— Mãe! — gritei. — Eu preciso te contar uma coisa. — suspirei. Minha mãe não sabia do tal contrato e que o namoro era falso. Muito menos sabia que meus sentimentos eram completamente verdadeiros. Me aproximei dela, na cozinha, e comecei a contar tudo, desde o boato do namoro com até o momento que ela tinha presenciado.
— Bem que eu desconfiei que você sempre gostou dela. — minha mãe sorriu.
— Eu quero fazer as coisas direito. Preciso de ajuda. O que eu faço, mãe? — perguntei quase triste.
— A mora aqui ao lado. Vá até lá, peça desculpas e diga a ela tudo o que me disse. Que sempre gostou dela e que quer que o namoro seja verdadeiro. Apague o contrato na frente dela e espere. — ela incentivou.
— E se der tudo errado? — perguntei. O medo da rejeição me assolava.
— Diga a ela que estava apenas testando como se declarar para uma garota, já que, convenhamos, você tem zero experiência nisso, e que ela não deve se preocupar porque você tem uma cópia do contrato. — minha mãe deu de ombros, como se fosse algo simples. — Um namoro falso é melhor que namoro nenhum.
— Acho que vou seguir minha própria ideia. — refleti.
— Que seria... — minha mãe me incentivou a continuar.
— Manter o namoro falso até quando der e esperar para ver o que vai acontecer. — suspirei.
— Nem pensar. Não criei um filho covarde. — ela brigou. — Vá até lá e faça o que eu disse.
— Mas mãe... — tentei protestar.
— , não me questione. — ela estreitou os olhos para mim e eu me calei. Eu tinha aprendido a não falar mais nada depois de receber aquele olhar.
— Eu vou deixar para amanhã, OK? Preciso organizar minhas ideias. — arrisquei.
— Se você não fizer isso, eu mesma faço. — ela ameaçou.
— OK. Eu vou fazer isso. — avisei. — Agora preciso dormir. Obrigado, mãe. — beijei o rosto dela e fui tomar um banho. Quando limpo, me joguei na cama, tomei o celular nas mãos e abri a conversa com .
“Preciso falar com você amanhã, depois da aula.”
E enviei, pedindo a todos os deuses que nada desse errado.
Capítulo 3
Depois de ter sido flagrada pela senhora no sofá da casa dela, eu corri para a minha casa e me tranquei no quarto. Se bem que não estávamos fazendo nada de errado, estávamos?
mandou uma mensagem bem estranha alguns minutos depois de eu ter saído de lá e disse que queria me encontrar no dia seguinte. Achei estranho, mas respondi um OK ao meu amigo.
Amigo... Será que éramos isso mesmo?
No dia seguinte, sumiu por toda a manhã. Não me esperou para irmos juntos, não apareceu no intervalo, nem depois das aulas. Eu já estava entrando em desespero pela ansiedade de saber sobre o que ele queria falar, quando meu celular começou a vibrar com uma sequência de mensagens.
“Na quadra.”
“Atrás da arquibancada.”
“Venha rápido, . Antes que eu desista.”
“Você já está vindo?”
“Atrás da arquibancada.”
“Venha rápido, . Antes que eu desista.”
“Você já está vindo?”
Li todas as mensagens, amaldiçoei por não tê-las enviado todas de uma vez e me apressei em direção à quadra.
— É bom ser importante. Você não pode simplesmente sumir e abandonar sua namorada assim, . — me aproximei reclamando e guardando o celular na bolsa, sem o olhar. Quando levantei os olhos, porém, quase caí para trás. estava sem os óculos, o cabelo arrumado meio de lado, calça, camisa e casaco pretos, todos justos no corpo esbelto.
— Você já é minha namorada? Não precisava eu ter feito isso? — ele perguntou sorrindo, mas parecia nervoso. Só então reparei que ele segurava um balão de coração com os dizeres “Quer ser minha namorada de verdade?”
— O que... O que significa isso? — apontei para o balão. — , você...
— Estou falando sério, . — ele respondeu à minha pergunta muda.
— Mas eu achei... Não tínhamos um contrato? — perguntei confusa. — Eu disse para você não se apaixonar por mim, .
— Quando você disse isso, já era tarde. Eu já estava apaixonado, . — ele sorriu e caminhou em minha direção. — Lembra quando nos afastamos?
— Quando você começou a agir como um babaca, você quis dizer. — o corrigi e cruzei os braços sobre o peito.
— Era tudo por sua culpa. — ele venceu toda a distância, amarrou a corda que prendia o balão na alça da minha bolsa e envolveu minha cintura com os braços. — Eu sentia uma coisa estranha com você e achava errado. Nós éramos melhores amigos, sabe? Então estava tentando sentir a mesma coisa com outras garotas.
— Mas não funcionou, não foi? — perguntei rindo. Ele apenas negou com a cabeça, os lábios comprimidos em um bico fofo.
— Quando o boato com o apareceu, eu pensei que seria a oportunidade perfeita de reaproximação. — ele sorriu largo. — E quando você aceitou, eu voltei a sentir aquela coisa estranha no peito, sabe? Achei que eu fosse passar mal, tamanho era o sentimento de felicidade. E quando nos beijamos depois do encontro... — ele suspirou. — Você foi a única garota que eu levei para um encontro, sabia?
Sorri largo. Agora eu entendia o gosto do nosso primeiro beijo de verdade. Era morango, saudade e... Desejo. E, céus, tinha sido bom. Muito bom.
— Deixe-me ver se eu entendi. — apoiei minhas mãos em seus bíceps. — Você, , o nerd mais pegador de todo o campus, é...
— Apaixonado por você desde... Sempre. Isso mesmo, . — ele soltou o ar todo de uma vez, como se estivesse aliviado por confessar aquilo.
— E você criou um namoro falso para me fazer me apaixonar por você. — acusei de brincadeira.
— Essa não era a intenção real, mas se funcionou assim, eu vou ser o cara mais feliz da Terra. — ele me apertou mais em seus braços.
— E então você sumiu o dia inteiro para pensar sobre como me fazer aceitar seu pedido real de namoro quando a resposta teria sido “sim” se você tivesse somente perguntado. — concluí meus pensamentos. Quando a compreensão finalmente lhe atingiu, me tirou do chão, rodando comigo no lugar e rindo, como uma criança feliz. Ele começou a distribuir selares por todo o meu rosto e finalizou com um selinho demorado.
— Você está mesmo me dizendo sim? — ele perguntou duvidoso.
— Bom, se você mudou de ideia, eu vou entend–
nem me deixou terminar a frase e me calou com um beijo. Uma de suas mãos deslizou da minha cintura para minha nuca e me segurou como na primeira vez. E o beijo era tão bom quanto. Quando nos faltou o ar, nos separamos minimamente, nossas testas permanecendo juntas, a respiração quente dele batendo em meu rosto.
— Temos que esconder esse balão. — sussurrei ainda de olhos fechados. Se olhasse em seus olhos, certamente o beijaria de novo e ficaríamos a tarde inteira ali.
— Uma caneta e ele some. — respondeu divertido. Abri os olhos e encontrei seu sorriso, me fazendo sorrir com ele, mas logo mudei de expressão.
— Eu disse para esconder, não para sumir com ele. Você acha mesmo que eu vou jogar fora meu pedido de namoro? — ralhei.
— Não sabia que era apegada a detalhes. — ele sorriu largo.
— Gosto de coisinhas pequenas. — respondi igualmente sorrindo. endireitou o corpo e colocou uma mão sobre a cabeça, um bico fofo nos lábios e os olhos piscando devagar.
— Eu sou uma exceção, não é? — ele perguntou inocente.
— Eu disse coisinhas. Não homens. Da sua espécie, eu gosto dos altos. — rebati.
— Por isso que você ficou com o , não é? — ele perguntou com um bico.
— , pare de ficar remoendo meu momento com o . — pedi rindo. — Supere.
— Tem razão. Agora você é minha. — ele encheu o peito.
— Sou mesmo? — perguntei e me soltei de seu braço que ainda me segurava. — Como tem tanta certeza sobre isso? — comecei a me afastar sob seus olhos atentos. E dane-se o balão. Ele iria para casa daquele jeito. Depois eu daria um jeito de guardá-lo.
— ... — ele chamou com um tom que beirava o pânico. E eu estava me divertindo.
— Eu vou te maltratar um pouquinho por tudo o que você me fez passar, Song . — anunciei já longe dele. — Me parece justo.
— , volta aqui. A gente pode negociar. Não? — ele perguntou e começou a andar em minha direção. — Eu que sofri por você. Não deveria ser eu o único a me vingar?
— Como você tem tanta certeza de que eu não sofri por você, ? — perguntei sem parar de andar. Quanto mais ele se aproximava, mais eu apressava meu passo, até que comecei a correr.
— , volta aqui e me explica isso. — gritou correndo atrás de mim.
É, . Eu vou te castigar um pouquinho, mas algo me diz que você vai gostar.
E lá estávamos nós no sofá. Dessa vez, no da minha casa. insistiu para que assistíssemos a um filme e agora eu estava encaixada ao corpo dele, de conchinha. Ele seguia acariciando minha barriga e eu quase entrava em colapso sempre que seus dedos desciam mais um pouco.
— . — chamei baixinho e coloquei minha mão sobre a sua. Ele murmurou um “hm” rouco e beijou minha nuca exposta. — . — chamei outra vez, agora tentando soar sensual, e pressionei o quadril dele com minha bunda.
— , não faça isso. — ele pediu baixinho. — Você não tinha dito “nada de sexo”?
— E você completou com um “a menos que a queira”. E isso foi antes. — briguei. — Agora não somos namorados?
— Bem... Somos? — ele perguntou e eu lhe olhei por cima do ombro.
— Está dando para trás, ? — perguntei, tentando segurar o riso. — Não me diga que... É o de novo, não é? Eu devia saber... — me virei no abraço apenas para contemplar a cara de ultraje de .
— Pare com isso. Sempre foi você. — ele sorriu minimamente. — Agora você sabe.
— Então, ... — coloquei uma mão atrevida por baixo de sua blusa e arranhei seu abdômen, recebendo um gemido baixo em resposta.
— Você quer? — ele segurou meu punho e me fez parar. Apenas confirmei com a cabeça. — Tem certeza? — ele soltou meu punho novamente e eu arranhei sua pele de novo, confirmando com a cabeça outra vez. sorriu e, com um pouco de esforço, colocou o corpo acima do meu, braços e joelhos sustentando o peso. — Pronta para ver o maior do bairro? — ele perguntou e riu aquela risada escandalosa.
— , desse jeito você desanima qualquer um. — suspirei. — Fala sério, por que as meninas gostam tanto de você?
— Não sei, . Por que você gosta de mim? — ele perguntou e me olhou nos olhos, esperando minha resposta. Senti as bochechas esquentarem violentamente e virei o rosto para não o encarar. — Você está corada?
— Não estou. Saia de cima de mim. Você me fez perder a vontade. — tentei soar firme e bati em seu ombro. passou a beijar meu rosto diversas vezes seguidas, me fazendo sorrir. — Eu estou falando sério, . Saia.
— Só se você disser que me ama. — ele pediu.
— Mas eu não te amo. — menti. Achei uma brecha e escorreguei o corpo para fora do sofá, caindo sentada no chão. Levantei rápido e fui para a cozinha, ouvindo passos atrás de mim.
— Tem certeza? — me abraçou por trás e sussurrou no meu ouvido.
— Não. — respondi simplesmente. riu rouco no meu ouvido e um tremor percorreu meu corpo até se instalar abaixo do meu umbigo.
— Não tem certeza ou não me ama? — ele perguntou e senti seus dentes em meu lóbulo, puxando devagar.
— Não tenho certeza. — me virei no abraço e prontamente beijei . Ele me colocou sentada na bancada da pia da cozinha e se encaixou entre minhas pernas, as mãos grandes me abraçando pela cintura e me puxando mais para si.
Enrolei as pernas em sua cintura e sorriu no beijo. Senti suas mãos escorregarem devagar até se firmarem em meus quadris e sorri quando ele me tirou do balcão, me carregando para o que depois descobri ser o sofá. Ele me colocou deitada no estofado e me cobriu com seu corpo, os lábios imediatamente abandonando os meus para passearem pela pele do meu pescoço. Suas mãos ágeis subiram todo o tecido da minha blusa e eu ergui os braços para que ela saísse, vendo o sorriso satisfeito de quando percebeu que o sutiã ali era apenas uma renda fina.
— ! — a mãe de abriu a porta de repente e nós nos separamos em um pulo, mais vermelho que o normal e eu com as mãos na frente do colo, como se pudesse tapar o sutiã exposto. — Oh, meu Deus. Eu não vi nada. Não vi nada. — ela saiu da mesma forma que entrou, rápida. Encarei a expressão de susto do meu namorado e não contive o riso. alternou o olhar do meu rosto para a porta fechada e começou a rir com vontade.
— Por que não trancou a porta? — perguntei quando parei de rir.
— Acho que esqueci. A proposta de assistir um filme abraçado a você era tentadora demais. — ele sorriu. Em seguida, passou as mãos no rosto. — Não posso acreditar que mamãe veio apenas nos atrapalhar. — ele suspirou.
— Eu sempre soube que o sofá não é um bom lugar, . — brinquei.
— Mas nós temos uma história que começou em um sofá. Queria terminar ela. — ele se aproximou e afastou minhas mãos que cobriam meus seios, as colocando em seu pescoço.
— Tranque a porta primeiro. — ordenei, soltando seu pescoço e cruzando os braços sobre o peito. negou com a cabeça e suspirou, mas levantou e foi trancar a porta. Voltou para perto do sofá e me chamou com dois dedos, um sorriso safado no rosto. Levantei e coloquei meus braços ao redor do seu pescoço.
— Já que não vamos conseguir terminar nada aqui... — ele deslizou as mãos pela lateral do meu corpo, as fixando em minha bunda, e me puxou para si, me dando um impulso e me fazendo enrolar as pernas em sua cintura.
— Você ainda sabe onde fica o meu quarto, não é? — perguntei e puxei os fios de sua nuca.
— Aquele de paredes rosa com estrelinhas no teto? — debochou e começou a caminhar. Realmente, na infância, meu quarto era rosa com estrelinhas no teto. Nós brincávamos tardes infinitas lá.
— Então você se lembra... — sorri, satisfeita em saber que aquele que era meu melhor amigo ainda estava ali.
— Como eu vou esquecer o quarto onde eu brincava com meu primeiro e único amor? — ele parou na porta do quarto e suspirou. — Vai ser muito estranho fazer isso no quarto onde a gente brincava.
— Mas nós ainda vamos brincar, . — segurei o riso diante da careta dele. — Vamos, abra. Aquele quarto não existe mais.
De olhos fechados, me obedeceu. Abriu a porta do quarto e entrou comigo ainda no colo.
— Pare de ser um covarde e abra os olhos. Vai acabar nos derrubando. — liberei sua cintura do aperto das minhas pernas e desci de seu colo para contemplar o rosto surpreso dele ao ver todo o quarto em tons de preto.
— Você virou emo na adolescência? — ele perguntou.
— Ah, . Cale a boca e só abra se for gemer, OK? — ordenei e sorri quando ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
— Seu pedido é uma ordem, madame. — sem me deixar responder, tomou meus lábios em um beijo lento e sensual. Suas mãos apertaram minha cintura e ele foi andando e me empurrando para trás até que eu estivesse contra a cama e caísse deitada nela.
subiu no colchão, ficando de joelhos, e puxou a camisa pela cabeça, me revelando aquele corpo que eu não cansava de admirar. Então voltou a deitar o corpo sobre o meu, braços e joelhos sustentando o próprio peso.
— Você é perfeito, sabia? — perguntei olhando em seus olhos e arranhei seus ombros.
— Sim. — ele beijou meu rosto. — Mas é a primeira vez que você me diz isso, então obrigado.
— Seu ego ainda vai nos sufocar. — suspirei.
— Você me ama mesmo assim. — ele beijou meu pescoço e um arrepio bom se espalhou pelo meu corpo. — Gosta disso?
— Eu sou um pouco sensível aí. — confidenciei.
— Aqui? — ele depositou um selar molhado atrás da minha orelha e eu arrepiei outra vez.
— , pare. — supliquei.
— Ah, não, . Me deixe brincar. Você não disse que iríamos brincar? Então não reclame. Eu estou me divertindo e vou divertir você. — e outro beijo molhado, igual a... Oh, céus.
— , o que eu falei sobre abrir a boca? — perguntei com o resto de controle que tinha. Senti os beijos descerem pela lateral do meu pescoço e agarrei os cabelos de quando ele beijou meu mamilo por cima da renda sutiã.
— Eu só lembro de uma palavra: gemer. Não se preocupe, eu vou fazer você gemer. — ele piscou e riu de lado, a boca ainda próxima do meu seio. Meu coração falhou uma batida e eu apertei as coxas, tentando aliviar a expectativa diante da promessa de .
Ele continuou a descer os beijos até o cós do short que eu vestia. Seus dedos se ocuparam em abrir o botão e fazer a peça deslizar pelas minhas pernas. Seu sorriso ladino permaneceu no rosto enquanto ele tornava a se aproximar para puxar o elástico da minha calcinha com os dentes. Ergui o quadril quando senti seus dedos nas laterais e jogou a peça para longe, separou minhas coxas e passou a ponta da língua por minha fenda. Arqueei as costas e joguei o quadril em sua direção.
— Calma, amor. — ele riu e segurou meu quadril contra o colchão. — Eu vou te dar o que você quer.
— Pode só ir mais rápido? — perguntei desesperada, o vendo negar com a cabeça. Gemi frustrada.
Com um riso, voltou a boca à minha intimidade, sua língua pressionando o botão sensível ali e me levando ao ápice sem muito esforço da sua parte. Ele subiu uma trilha de beijos pelo meu corpo até encontrar meu rosto.
— Você é deliciosa. — sussurrou.
— , por Zeus, eu preciso de você. — pedi.
— Você me tem, . — ele sorriu.
— Dentro de mim, . — sussurrei.
— Agora? — ele perguntou.
— Agora. — confirmei.
— Eu já volto. — ele me abandonou na cama e sumiu no meu banheiro. Gritei frustrada e rolei na cama ficando de bruços, o rosto enfiado no travesseiro. Ouvi a movimentação de no quarto, mas não me dignei a lhe olhar. — Essa visão é linda. — senti suas mãos grandes em minhas nádegas e empinei um pouco mais para ele. Olhei por cima do ombro apenas para ver mordendo uma banda enquanto apertava a outra com força, a carne escapando entre os dedos.
— . — apoiei os joelhos no colchão e vi sorrir e morder o lábio inferior em seguida.
Meu namorado nada respondeu. Apenas segurou o membro já protegido pela base e o direcionou à minha intimidade, forçando a ponta ali e gemendo rouco quando ganhou espaço. Separei mais as pernas para lhe dar um melhor acesso e usou a mão livre para soltar meu sutiã e depois enlaçar minha cintura, me puxando mais para si, entrando todo em mim. Ele começou movimentos lentos e ritmados, o quadril se chocando devagar contra minha bunda, até que eu apoiei as mãos no colchão e passei a empurrar o corpo ao encontro do seu, ouvindo-o gemer rouco. usou a mão em minha cintura para me puxar contra si, me fazendo quase sentar na cama, e passou a investir com força. Nessa posição, sentia toda a sua extensão em mim e meu ápice chegou rápido, junto com um grito alto. veio segundos depois, uma mão apertando minha coxa com força.
— Podemos ser normais na próxima vez? — perguntei e desabei de cara no colchão.
— E qual seria a graça? — ele deitou ofegante ao meu lado.
Virei apenas o rosto para lhe encarar, a bochecha ainda contra o colchão, e o encontrei sorrindo largo.
— Está feliz? — perguntei e toquei seu rosto.
— Muito. — ele segurou minha mão e beijou meus dedos. — Eu amo você.
— Eu também te amo. — confessei em um sussurro.
Estava mais uma vez limpando a casa. Meus pais já não moravam comigo há muito tempo e esse árduo trabalho era só meu. Meu namorado não servia nem para me ajudar.
— Deus, eu estou cansada dessa vida de gata borralheira. — reclamei olhando para cima. — Quando o senhor vai realmente me mandar um príncipe?
Assim que me calei, a porta se abriu e, em vez de , era que entrava na frente, seguido por meu namorado.
— Claire, o precisa da sua ajuda. — disse alto atrás do amigo.
Suspirei e olhei para cima.
— É sério, Deus? De novo?
Fim.
Nota da autora: Hey!
Bom queria dizer que essa fic quase não saiu, porque esta autora que vos escreve travou de uma forma inexplicável. Talvez de saudade do Mingi, que é nosso PP original. Mas está aqui esse bombonzinho que é Faz de conta.
Espero que tenham gostado. Me contem o que acharam. Os links das minhas redes tão ali embaixo 😉
Até a próxima!
Nota da Scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.