Capítulo Único
Era inverno de 1994. Fazia aproximadamente um mês que a delegação de Beauxbatons havia chego em Hogwarts, escola que naquele ano sediava o famoso Torneio Tribruxo. Os burburinhos lotavam os corredores do castelo. Todos estavam empolgados com a proximidade do baile de inverno que aconteceria na noite do natal por ser um dos pontos mais altos de todo o evento. Em todo o castelo era possível se ver garotas ansiosas por um pedido e garotos planejando surpresas para conquistar um par. Era uma tremenda euforia. caminhava ao lado de Fleur - campeã escolhida para representar a escola francesa naquele ano - em direção a mesa da Corvinal, quando sentiu uma mão tocar delicadamente seu ombro. A garota se virou na direção de onde fora tocada e se deparou com um par de ruivos a encarando de maneira divertida e curiosa. Logo os reconheceu como os gêmeos Weasley que as garotas da delegação tanto falavam.
- Oi, , não é? - disse um deles prontamente, sem um pingo de vergonha. O irmão e mais alguns amigos dele da Grifinória encaravam os dois, curiosos com a cena.
- Sim… E você é? - questionou com a sobrancelha arqueada.
- Fred. Fred Weasley.
- Ah, certo… Prazer. - sorriu brevemente fazendo menção em voltar a andar com Fleur depois de um período em silêncio.
- Espere! - virou-se a garota - Eu gostaria de saber se você quer ir ao baile de inverno comigo? - Fred disse com uma expressão divertida.
- Você espera que eu aceite ir ao baile com alguém que nem sabia meu nome segundos atrás? - questionou segurando o riso de braços cruzados, tentando sustentar um olhar desafiador.
- Bem, isso não foi um não… - ele deu de ombros com um sorriso maroto nos lábios que a fez rir de volta.
- Tudo bem, eu aceito. - sorriu e voltou a caminhar com a amiga, que a encarava desacreditada.
- Você enlouqueceu? - perguntou Fleur em francês para que ninguém ao redor entendesse. - Esse garoto parece ser problema. Não foram ele e o irmão que tentaram burlar as regras do cálice?
- Que foi? Ele é bonitinho. E além do mais, você sabe que tenho uma queda por problemas. - sorriu cúmplice para a loira enquanto se sentava no banco.
O que elas não sabiam, no entanto, era que além de se meterem em problemas, os gêmeos também eram mestres em criar bugigangas e, naquele momento, Fred entendia o que elas diziam usando uma delas.
***
Vestidos, saltos, maquiagens, altos cochichos e competições por um pequeno espaço na frente do espelho. Enfim, o grande dia. O baile de inverno havia chegado. Depois da guerra que foi se arrumar no dormitório com todas as garotas enlouquecidas, estava finalmente pronta. Usava um vestido sereia preto de paetê, que tinha um decote moderado e uma fenda que ia até a altura de sua coxa e uma sandália de salto da mesma cor. A sombra escura destacava seus olhos e o batom nude rosado dava certa leveza e equilíbrio na maquiagem. Os cabelos tinham algumas ondas que caiam pelos seus ombros e costas, estavam semi presos em um penteado que Fleur havia ajudado a fazer.
Às oito horas da noite de natal, ela descia a escadaria perto do Salão Principal, onde havia marcado de se encontrar com Fred, para que pudessem entrar juntos no baile. Fred ria descontroladamente da ansiedade de Rony e Harry. As vestes ridículas que Molly havia feito o mais novo usar compilada com suas expressões trêmulas e assustadas deixava a cena toda com um ar de divertida. No entanto, sua risada cessou quando ele avistou a Roux descendo as escadas.
O ruivo sentia seu peito queimando como brasa. De repente, seus lábios pareciam mais secos e suas mãos suavam. O nervosismo tomou conta de si. Naquele momento teve certeza de que sua expressão era tão patética quanto a de seu irmão e o amigo. A francesa estava surpreendentemente linda. E ele não conseguia tirar os olhos dela.
- Parece que mais alguém nunca viu uma garota na vida. - Jorge debochou do irmão enquanto o acertava com uma cotovelada no braço.
- Vai se foder, Jorge. - murmurou entredentes assistindo a garota se aproximar. - ! - saudou - Você é de longe a garota mais linda dessa noite. - sussurrou beijando sua mão.
A garota sorriu tímida, seu interior se contorceu de uma maneira desconhecida pela mesma. Como se borboletas brincassem dentro de si.
- Você também não está nada mal, Weasley. - brincou.
- Não é? - disse girando mostrando suas vestes - Nós, garotos problemas, conseguimos nos virar bem. - deu uma piscadela.
E mais uma vez, seu interior entrou em festa. A garota se perguntava quantas vezes mais aquilo aconteceria naquela mesma noite. Suas bochechas estavam coradas e de repente sentiu que seu coração pulava algumas batidas mas, por alguma razão, sentia que aquilo era algo bom.
***
Fred era uma companhia extremamente agradável, não se lembrava quando fora a última vez que tinha se divertido tanto. Inertes em sua própria atmosfera, riam sem parar e dançavam por todo o salão como se o mundo fosse deles naquela noite. Fred, que vivia se aventurando, não conseguia lembrar a última vez que sentiu seu corpo tão cheio de êxtase como quando trocava olhares travessos e divertidos com a garota em sua frente. Era uma sensação incrível e uma intimidade completamente natural.
- Agora você tem que me dizer... - se aproximou da orelha do ruivo enquanto dançavam - Como conseguiu entender nossa conversa? Não sabia que falava francês. - perguntou curiosa.
- E não falo. - confessou - Foi o entende-tudo.
- O quê? - perguntou a garota com uma expressão confusa.
- Entende-tudo, é como eu e Jorge o chamamos. Não quero que se sinta intimidada mas, a senhorita está com uma celebridade essa noite, sabe? - brincou esnobando - Eu e meu irmão somos famosos aqui na escola por criarmos artefatos mágicos nunca vistos antes. Quem sabe um dia não faremos um negócio disso. - disse esperançoso.
- Então quer dizer que que você e Jorge criam logros que podem entender as gringas? - Roux arqueou a sobrancelha e sorriu, algo que Fred notou que era um hábito comum e adorável dela. - Isso é… Brilhante. Devo me atentar a não contar mais segredos com vocês por perto.
O ruivo riu em resposta e assim que a música acabou, puxou para um canto enquanto tirava algo parecido com duas orelhas do bolso e logo ela associou: aquilo era o Entende-tudo. Fred agradeceu mentalmente a si mesmo por ter lembrado de levá-lo caso Roux decidisse falar mais francês por aí. A garota o observava com curiosidade, o ruivo, no entanto, nada explicou. Entrelaçou suas mãos e a puxou até estarem bem próximos de Viktor Krum, campeão escolhido para representar Durmstrang.
- O que estamos fazendo? - cochichou.
- Aqui, deixe-me te ajudar. - colocou uma mexa do cabelo da garota para trás e encaixou o dispositivo em sua orelha. - Agora, olhe para Krum e foque nele.
Tentando controlar, novamente, as borboletas que brincavam em seu estômago com o toque do garoto, balançou levemente a cabeça rindo e focou no búlgaro.
- Onde ela foi? - perguntava um dos amigos de Krum.
Era como acontecia com as garotas de Beauxbatons, não tinham nome, eram as “amigas de Fleur”.
- Hermione subiu, estava brava com aquele amigo dela… Aquele que parece um pinguim de geladeira ruivo.
A garota olhou de relance para o Fred - que também estava com um entende-tudo - e pode perceber o ruivo apertar o punho a menção do irmão, muito embora ela soubesse que se tivesse a oportunidade, ele mesmo estaria fazendo aquela comparação. Era fofo.
- Aquilo está mais pra uma capa de sofá velha... - o amigo comentou depois da explosão de gargalhadas.
- Cada um com o que seu orçamento permite, né? - debochou Krum - Vou atrás dela.
A francesa franziu a testa em irritação e olhando para o ruivo com um olhar de compaixão, pegou rapidamente sua varinha e a apontou em direção a dupla.
- Locomotor Mortis.
O casal assistiu quando os amigos foram atingidos pelo feitiço da perna presa e Krum - que seguia em direção a saída - caiu de cara no chão, fazendo com que todos ao redor caíssem em risos. Inclusive Rony, que até aquele momento estava tendo uma péssima noite.
- Vem, vamos sair daqui. - entrelaçou seus dedos e saiu do salão pelo mesmo caminho que o búlgaro havia começado a fazer. - Acho que já foi o bastante pro babaca saber com quem ele está se metendo.
Era tarde da noite quando o par saiu do salão principal. A brisa gélida do inverno atingiu em cheio seus corpos, fazendo com que um arrepio percorresse o corpo da garota. Fred imediatamente tirou seu paletó, colocando-o sobre o ombro da mesma, que o olhou e sorriu de maneira tímida em agradecimento. Além disso, o ruivo colocou seu braço envolta dela, que retribuiu abraçando a cintura dele. Andaram, então, por longos minutos pelo castelo. Nada diziam, apenas aproveitavam a companhia um do outro e, individualmente, repassavam os acontecimentos da noite em suas cabeças. Foi só ao passarem em frente uma estreita escadaria, que a francesa subitamente parou. Seu rosto tomara uma excitação desconhecida pelo ruivo e um belo sorriso se formava em seus lábios.
- Vamos, por aqui. Quero te mostrar algo.
Fred não teve tempo de se pronunciar, a garota entrelaçou sua mão na sua e o puxou escada acima, na torre mais alta do castelo. Quando chegaram ao topo da Torre de Astronomia, Fred franziu o cenho, curioso com o que tanto ela queria mostrar ali. apontou para o chão, onde tinha um pequeno “x” marcado. Weasley parou exatamente no local que ela indicou enquanto a observava indo atrás de um dos telescópios que tinham ali.
- Encontrei esse lugar por acaso em uma das minhas primeiras noites aqui. Eu sentia muita falta de casa, de beauxbatons. - olhou para cima - Esse lugar me ajudou. Olhar as estrelas faz eu me sentir em paz, porque sei que as pessoas que eu amo, independentemente da distância, estão sobre o mesmo céu que nós nesse momento. - voltou seu olhar para o ruivo - É daqui que dá pra ver minha constelação preferida. - ela ajustava o aparelho, Roux indicou que ele poderia vir e então Weasley se abaixou, olhando pelo telescópio o local que ela havia posicionado. - Essa é a Constelação do Dragão. Não sei explicar mas por alguma razão ela aquece meu coração. Achei que isso poderia ajudá-lo a se acalmar, sabe?
Weasley a observava com compaixão, atento. Ficava admirado com a simplicidade em que a garota falava.
Estivera naquela torre por seis anos, todas as quartas-feiras à meia noite, durante as aulas, mas nunca havia se sentido tão conectado com o local como naquele momento. Ele observou que falar sobre aquilo era algo pessoal e delicado para , que mantinha os olhos fixos no céu. E então o ruivo lembrou de algo que poderia animá-la.
- Festum luminus. - sussurrou enquanto apontava a varinha para a janela.
A garota se surpreendeu ao ver jatos de luzes saindo da varinha do ruivo. Aos poucos, eles tomavam formas coloridas e preenchiam o céu como um eufórico festival de luzes. Sua expressão exalava felicidade e ao alternar seu olhar entre a vista e o grifinório, a garota sorria encantada. Nunca havia visto algo tão lindo antes. Fred a observava atento a cena, queria memorizar cada parte dela em sua memória, as luzes no céu refletiam em seus olhos como estrelas brilhando. Pouco tempo depois, a francesa pode observar um dente-de-leão sendo carregado pelo vento na frente dos mesmos e esticou, rapidamente, seu braço a fim de agarrá-lo. O garoto a observou de maneira curiosa.
- Olhe, é um dente-de-leão! - exclamou animada.
- O quê? - perguntou o garoto confuso.
- É uma planta. A conheci em uma de minhas aulas de Estudo dos Trouxas. - explicou - eles a usam para fazer um pedido e depois assopram para que ele se concretize. - girou a planta entre seus dedos - É bobo, eu sei.
Fred pegou a mão da garota e gentilmente retirou a planta de sua mão, assoprando-a até que lhe restasse apenas o caule.
- O que está fazendo? - perguntou.
- O meu pedido. - sorriu o ruivo.
E então, com a luz do luar iluminando os dois, Fred a beijou. E naquele momento, nem o festival de luzes explodia tanto quanto seus interiores. E por alguma razão, sentiam que aquilo era só o começo de uma linda promessa.
- Oi, , não é? - disse um deles prontamente, sem um pingo de vergonha. O irmão e mais alguns amigos dele da Grifinória encaravam os dois, curiosos com a cena.
- Sim… E você é? - questionou com a sobrancelha arqueada.
- Fred. Fred Weasley.
- Ah, certo… Prazer. - sorriu brevemente fazendo menção em voltar a andar com Fleur depois de um período em silêncio.
- Espere! - virou-se a garota - Eu gostaria de saber se você quer ir ao baile de inverno comigo? - Fred disse com uma expressão divertida.
- Você espera que eu aceite ir ao baile com alguém que nem sabia meu nome segundos atrás? - questionou segurando o riso de braços cruzados, tentando sustentar um olhar desafiador.
- Bem, isso não foi um não… - ele deu de ombros com um sorriso maroto nos lábios que a fez rir de volta.
- Tudo bem, eu aceito. - sorriu e voltou a caminhar com a amiga, que a encarava desacreditada.
- Você enlouqueceu? - perguntou Fleur em francês para que ninguém ao redor entendesse. - Esse garoto parece ser problema. Não foram ele e o irmão que tentaram burlar as regras do cálice?
- Que foi? Ele é bonitinho. E além do mais, você sabe que tenho uma queda por problemas. - sorriu cúmplice para a loira enquanto se sentava no banco.
O que elas não sabiam, no entanto, era que além de se meterem em problemas, os gêmeos também eram mestres em criar bugigangas e, naquele momento, Fred entendia o que elas diziam usando uma delas.
Vestidos, saltos, maquiagens, altos cochichos e competições por um pequeno espaço na frente do espelho. Enfim, o grande dia. O baile de inverno havia chegado. Depois da guerra que foi se arrumar no dormitório com todas as garotas enlouquecidas, estava finalmente pronta. Usava um vestido sereia preto de paetê, que tinha um decote moderado e uma fenda que ia até a altura de sua coxa e uma sandália de salto da mesma cor. A sombra escura destacava seus olhos e o batom nude rosado dava certa leveza e equilíbrio na maquiagem. Os cabelos tinham algumas ondas que caiam pelos seus ombros e costas, estavam semi presos em um penteado que Fleur havia ajudado a fazer.
Às oito horas da noite de natal, ela descia a escadaria perto do Salão Principal, onde havia marcado de se encontrar com Fred, para que pudessem entrar juntos no baile. Fred ria descontroladamente da ansiedade de Rony e Harry. As vestes ridículas que Molly havia feito o mais novo usar compilada com suas expressões trêmulas e assustadas deixava a cena toda com um ar de divertida. No entanto, sua risada cessou quando ele avistou a Roux descendo as escadas.
O ruivo sentia seu peito queimando como brasa. De repente, seus lábios pareciam mais secos e suas mãos suavam. O nervosismo tomou conta de si. Naquele momento teve certeza de que sua expressão era tão patética quanto a de seu irmão e o amigo. A francesa estava surpreendentemente linda. E ele não conseguia tirar os olhos dela.
- Parece que mais alguém nunca viu uma garota na vida. - Jorge debochou do irmão enquanto o acertava com uma cotovelada no braço.
- Vai se foder, Jorge. - murmurou entredentes assistindo a garota se aproximar. - ! - saudou - Você é de longe a garota mais linda dessa noite. - sussurrou beijando sua mão.
A garota sorriu tímida, seu interior se contorceu de uma maneira desconhecida pela mesma. Como se borboletas brincassem dentro de si.
- Você também não está nada mal, Weasley. - brincou.
- Não é? - disse girando mostrando suas vestes - Nós, garotos problemas, conseguimos nos virar bem. - deu uma piscadela.
E mais uma vez, seu interior entrou em festa. A garota se perguntava quantas vezes mais aquilo aconteceria naquela mesma noite. Suas bochechas estavam coradas e de repente sentiu que seu coração pulava algumas batidas mas, por alguma razão, sentia que aquilo era algo bom.
Fred era uma companhia extremamente agradável, não se lembrava quando fora a última vez que tinha se divertido tanto. Inertes em sua própria atmosfera, riam sem parar e dançavam por todo o salão como se o mundo fosse deles naquela noite. Fred, que vivia se aventurando, não conseguia lembrar a última vez que sentiu seu corpo tão cheio de êxtase como quando trocava olhares travessos e divertidos com a garota em sua frente. Era uma sensação incrível e uma intimidade completamente natural.
- Agora você tem que me dizer... - se aproximou da orelha do ruivo enquanto dançavam - Como conseguiu entender nossa conversa? Não sabia que falava francês. - perguntou curiosa.
- E não falo. - confessou - Foi o entende-tudo.
- O quê? - perguntou a garota com uma expressão confusa.
- Entende-tudo, é como eu e Jorge o chamamos. Não quero que se sinta intimidada mas, a senhorita está com uma celebridade essa noite, sabe? - brincou esnobando - Eu e meu irmão somos famosos aqui na escola por criarmos artefatos mágicos nunca vistos antes. Quem sabe um dia não faremos um negócio disso. - disse esperançoso.
- Então quer dizer que que você e Jorge criam logros que podem entender as gringas? - Roux arqueou a sobrancelha e sorriu, algo que Fred notou que era um hábito comum e adorável dela. - Isso é… Brilhante. Devo me atentar a não contar mais segredos com vocês por perto.
O ruivo riu em resposta e assim que a música acabou, puxou para um canto enquanto tirava algo parecido com duas orelhas do bolso e logo ela associou: aquilo era o Entende-tudo. Fred agradeceu mentalmente a si mesmo por ter lembrado de levá-lo caso Roux decidisse falar mais francês por aí. A garota o observava com curiosidade, o ruivo, no entanto, nada explicou. Entrelaçou suas mãos e a puxou até estarem bem próximos de Viktor Krum, campeão escolhido para representar Durmstrang.
- O que estamos fazendo? - cochichou.
- Aqui, deixe-me te ajudar. - colocou uma mexa do cabelo da garota para trás e encaixou o dispositivo em sua orelha. - Agora, olhe para Krum e foque nele.
Tentando controlar, novamente, as borboletas que brincavam em seu estômago com o toque do garoto, balançou levemente a cabeça rindo e focou no búlgaro.
- Onde ela foi? - perguntava um dos amigos de Krum.
Era como acontecia com as garotas de Beauxbatons, não tinham nome, eram as “amigas de Fleur”.
- Hermione subiu, estava brava com aquele amigo dela… Aquele que parece um pinguim de geladeira ruivo.
A garota olhou de relance para o Fred - que também estava com um entende-tudo - e pode perceber o ruivo apertar o punho a menção do irmão, muito embora ela soubesse que se tivesse a oportunidade, ele mesmo estaria fazendo aquela comparação. Era fofo.
- Aquilo está mais pra uma capa de sofá velha... - o amigo comentou depois da explosão de gargalhadas.
- Cada um com o que seu orçamento permite, né? - debochou Krum - Vou atrás dela.
A francesa franziu a testa em irritação e olhando para o ruivo com um olhar de compaixão, pegou rapidamente sua varinha e a apontou em direção a dupla.
- Locomotor Mortis.
O casal assistiu quando os amigos foram atingidos pelo feitiço da perna presa e Krum - que seguia em direção a saída - caiu de cara no chão, fazendo com que todos ao redor caíssem em risos. Inclusive Rony, que até aquele momento estava tendo uma péssima noite.
- Vem, vamos sair daqui. - entrelaçou seus dedos e saiu do salão pelo mesmo caminho que o búlgaro havia começado a fazer. - Acho que já foi o bastante pro babaca saber com quem ele está se metendo.
Era tarde da noite quando o par saiu do salão principal. A brisa gélida do inverno atingiu em cheio seus corpos, fazendo com que um arrepio percorresse o corpo da garota. Fred imediatamente tirou seu paletó, colocando-o sobre o ombro da mesma, que o olhou e sorriu de maneira tímida em agradecimento. Além disso, o ruivo colocou seu braço envolta dela, que retribuiu abraçando a cintura dele. Andaram, então, por longos minutos pelo castelo. Nada diziam, apenas aproveitavam a companhia um do outro e, individualmente, repassavam os acontecimentos da noite em suas cabeças. Foi só ao passarem em frente uma estreita escadaria, que a francesa subitamente parou. Seu rosto tomara uma excitação desconhecida pelo ruivo e um belo sorriso se formava em seus lábios.
- Vamos, por aqui. Quero te mostrar algo.
Fred não teve tempo de se pronunciar, a garota entrelaçou sua mão na sua e o puxou escada acima, na torre mais alta do castelo. Quando chegaram ao topo da Torre de Astronomia, Fred franziu o cenho, curioso com o que tanto ela queria mostrar ali. apontou para o chão, onde tinha um pequeno “x” marcado. Weasley parou exatamente no local que ela indicou enquanto a observava indo atrás de um dos telescópios que tinham ali.
- Encontrei esse lugar por acaso em uma das minhas primeiras noites aqui. Eu sentia muita falta de casa, de beauxbatons. - olhou para cima - Esse lugar me ajudou. Olhar as estrelas faz eu me sentir em paz, porque sei que as pessoas que eu amo, independentemente da distância, estão sobre o mesmo céu que nós nesse momento. - voltou seu olhar para o ruivo - É daqui que dá pra ver minha constelação preferida. - ela ajustava o aparelho, Roux indicou que ele poderia vir e então Weasley se abaixou, olhando pelo telescópio o local que ela havia posicionado. - Essa é a Constelação do Dragão. Não sei explicar mas por alguma razão ela aquece meu coração. Achei que isso poderia ajudá-lo a se acalmar, sabe?
Weasley a observava com compaixão, atento. Ficava admirado com a simplicidade em que a garota falava.
Estivera naquela torre por seis anos, todas as quartas-feiras à meia noite, durante as aulas, mas nunca havia se sentido tão conectado com o local como naquele momento. Ele observou que falar sobre aquilo era algo pessoal e delicado para , que mantinha os olhos fixos no céu. E então o ruivo lembrou de algo que poderia animá-la.
- Festum luminus. - sussurrou enquanto apontava a varinha para a janela.
A garota se surpreendeu ao ver jatos de luzes saindo da varinha do ruivo. Aos poucos, eles tomavam formas coloridas e preenchiam o céu como um eufórico festival de luzes. Sua expressão exalava felicidade e ao alternar seu olhar entre a vista e o grifinório, a garota sorria encantada. Nunca havia visto algo tão lindo antes. Fred a observava atento a cena, queria memorizar cada parte dela em sua memória, as luzes no céu refletiam em seus olhos como estrelas brilhando. Pouco tempo depois, a francesa pode observar um dente-de-leão sendo carregado pelo vento na frente dos mesmos e esticou, rapidamente, seu braço a fim de agarrá-lo. O garoto a observou de maneira curiosa.
- Olhe, é um dente-de-leão! - exclamou animada.
- O quê? - perguntou o garoto confuso.
- É uma planta. A conheci em uma de minhas aulas de Estudo dos Trouxas. - explicou - eles a usam para fazer um pedido e depois assopram para que ele se concretize. - girou a planta entre seus dedos - É bobo, eu sei.
Fred pegou a mão da garota e gentilmente retirou a planta de sua mão, assoprando-a até que lhe restasse apenas o caule.
- O que está fazendo? - perguntou.
- O meu pedido. - sorriu o ruivo.
E então, com a luz do luar iluminando os dois, Fred a beijou. E naquele momento, nem o festival de luzes explodia tanto quanto seus interiores. E por alguma razão, sentiam que aquilo era só o começo de uma linda promessa.