Última atualização: 09/04/2018

Capítulo Único

Me levantei rapidamente ao ler a mensagem de Hyunwoo avisando que havia perdido a luta aquela noite. Ele não perdia uma luta há oito meses e estava bem orgulhoso por isso. Odiava vê-lo lutar, mas meu coração doía por saber que estava decepcionado com seu desempenho. Eu sempre ficava em casa, segurando meu celular nervosamente como se fosse a coisa mais importante do mundo e mal conseguindo respirar, esperando por notícias. Era patético. Havíamos decidido que não era uma boa ideia que eu frequentasse as lutas. Ficava inquieta o dia inteiro, falhando miseravelmente ao tentar ocupar minha cabeça com qualquer outra coisa. E dizia que não conseguia se concentrar devidamente sabendo que eu estava naquele ginásio imundo, cercada de homens desrespeitosos.
Vesti o moletom cinza que pertenceu a ele no começo de nosso namoro, por cima da lingerie preta, sem me incomodar de colocar uma camiseta antes. Me enfiei na calça jeans num minuto e calcei meus sapatos favoritos antes de sair do pequeno apartamento que dividíamos. Enquanto caminhava pelo bairro quase totalmente tomado pela escuridão, cruzei meus braços, um tanto nervosa. Nosso bairro estava longe de ser um dos melhores de Seoul, mas funcionava para nós. Eu trabalhava num restaurante não muito longe dali, e passava seus dias no ginásio, ensinando boxe. Ele era um dos melhores lutadores da região e conseguia ganhar algum dinheiro com isso.
Suspirei aliviada ao avistar o prédio mal conservado onde ficava o ginásio. A luz amarela ainda estava acesa e eu soube que estava lá sozinho, já que sua luta era a última e todos os outros voltavam para suas casas assim que acabava. Empurrei a porta pesada com cuidado, fechando-a atrás de mim, e passei pelo pequeno cômodo que servia como recepção do lugar. estava num canto afastado, descalço e socando incansavelmente o saco de areia pendurado por grossas correntes. Eu não lembrava quando o havia visto daquele jeito pela última vez. Era visível que ele estava revoltado; a regata preta estava ensopada de suor, colada em seu corpo e a música alta explodia em seus fones de ouvido. Apesar de ele estar de costas, sabia exatamente qual era sua expressão. Hesitei em me aproximar, sabendo que ele provavelmente não queria companhia.
Mordi o lábio inferior e dei alguns passos a frente, cuidadosamente. Ele se sobressaltou ao me ver pelo canto de olho, porém relaxou imediatamente ao me reconhecer, aumentando a força de seus socos em seguida. Permaneci parada, olhando-o. Ao fim da música agitada, parou. Tirou os fones, enrolando-os de qualquer maneira antes de enfiar no bolso da calça cinza. Só então percebi o estado de suas mãos; ele não havia enrolado suas costumeiras bandagens pretas para se proteger e a pele estava muito machucada. Era sua punição por ter falhado aquela noite.
— Acontece que sou um perdedor, afinal. — Riu sarcasticamente, só então erguendo a cabeça.
Havia um pequeno corte no canto de sua boca, que estava um pouco inchada, outro acima de sua sobrancelha e um último em sua bochecha esquerda. Ver os pequenos machucados que ele ignorava me deixou em pânico. Tinha ciência de que as lutas que aconteciam ali não eram exatamente corretas, contudo, nada que eu falasse o impediria de participar. Minha vontade era de cuidar dele, mas não permitiria; seu ego estava gravemente ferido naquele momento. Me aproximei, tocando seu peitoral com cuidado. A careta que fez me levou a acreditar que haviam mais lesões escondidas sob sua roupa, e fiz uma pequena anotação mental para ser mais delicada nos dias seguintes. Subi a mão até seu rosto, tirando os fios quase brancos grudados em sua testa com a ponta dos dedos e usei a manga do moletom para secar o suor que escorria.
— Todos perdem às vezes — murmurei, numa tentativa de consolá-lo.
Minha mão direita se perdeu em seus fios molhados, já que ele sempre ficava mais calmo quando brincava com seu cabelo. Beijei seu rosto com o máximo de cuidado possível diversas vezes, porém parecia alheio às minhas carícias.
— Eu não. — Riu sem emoção, levemente irritado, evitando olhar em meus olhos.
Sorri um pouco. Eu não podia esperar outra coisa dele, de verdade. Seus olhos castanhos encontraram os meus, e eu vi o quanto estava ferido. Odiava perder mais do que qualquer coisa na vida.
Antes que percebesse o que acontecia, ele esmagou seus lábios contra os meus, apertando minha cintura por baixo da roupa e colando meu corpo no seu. Sua língua invadiu minha boca sem cautela alguma, e demorei um pouco para conseguir corresponder corretamente; sempre era extremamente gentil comigo e sua urgência me deixou desorientada por alguns segundos. Finquei minhas unhas em sua nuca, impedindo que se afastasse um centímetro sequer, e seu gemido grave contra meus lábios me fez sorrir um pouco. Minha mão esquerda acariciou seu ombro, deslizando pelos músculos fortes e bem definidos de meu namorado, extremamente satisfeita.
Afastei-me minimamente ao precisar de oxigênio, e demonstrou sua insatisfação com o ato, mordendo meu lábio inferior com volúpia antes de começar a trilhar um caminho de beijos pelo meu maxilar. Suspirei, jogando a cabeça para trás e convidando-o a continuar o que estava mais do que satisfeito em fazer. Ele nos guiou até o ringue rapidamente e pude sentir a plataforma contra minhas coxas, de forma que fiquei apoiada nela. Num movimento rápido e preciso, ele arrancou o moletom cinza de meu corpo, jogando por cima de seu ombro e sorrindo abertamente ao ver minha lingerie preta, que era sua favorita. Sabia que gostaria de comemorar se ganhasse e esse era meu pequeno presente para ele; aparentemente, também era um ótimo consolo. Ele abaixou sua cabeça em direção ao meu colo. Senti seus dentes contra minha pele e gemi baixo, com as duas mãos em sua nuca o incentivando a continuar. Minha intimidade estava quente em excitação e sua provocação só piorava tudo. Suas unhas curtas arranharam minha cintura conforme ele beijava e mordia meu colo, tentando amenizar tudo com sua língua, o que, sinceramente, só piorava as coisas. Compreendi rapidamente que o garoto queria me marcar, e eu não me incomodava, realmente, desde que fosse bom.
Puxei os fios de sua nuca e vi sua expressão de decepção por ter que se afastar. Com certa dificuldade, tirei sua regata, mordendo o lábio inferior com a visão de seu abdômen, que era a minha definição de perfeição. Ficava sem fôlego toda vez que o via sem camisa, nunca me acostumaria com aquilo. Decidi ignorar, por ora, as manchas escuras em contraste com a pele clara, o puxando para outro beijo e sorrindo ao sentir seu corpo contra o meu. Sua excitação contra minha coxa me deixava desconcertada, e ele parecia querer unir ainda mais nossos corpos suados.
levantou a corda mais baixa atrás de mim, e chutei meus sapatos antes de usar os braços para me empurrar para dentro do ringue. O rapaz abriu um sorriso canalha magnífico e se juntou a mim, engatinhando até onde eu estava. Minhas mãos foram para sua nuca e iniciei um beijo tomado pelo desejo, mas um pouco menos urgente do que os anteriores. Também era possível sentir o gosto de sangue devido ao machucado no canto de sua boca. Enquanto estava distraída com o beijo, sua mão direita fez caminho imperceptivelmente para minha calça, que o lutador desabotoou agilmente e deslizou o pequeno zíper para baixo. Quando me alcançou por cima da calcinha molhada, quebrei o beijo, gemendo alto e apoiando a cabeça em seu ombro enquanto aproveitava seus movimentos precisos. O desgraçado sabia me tocar como ninguém.
Minha mão direita foi para suas costas, arranhando-o de baixo a cima sem qualquer restrição, e foi sua vez de gemer próximo a meu ouvido. Em contrapartida, a velocidade de sua mão aumentou e precisei me deitar, respirando com dificuldade. Pouco depois, afastou interrompeu o toque e o xinguei mentalmente. Não era justo.
Ele estava em cima de mim, apoiado no braço esquerdo e sorrindo um pouco. Me dei conta de que seu lábio estava mais inchado do que antes e, muito provavelmente, doendo. Mas nada o incomodava naquele momento. Sua mão direita subiu por minha barriga delicadamente, numa provocação que me arrepiou por completo. Parou no meu seio esquerdo, acariciando-o por cima do pano fino, o que me fez morder o lábio para evitar um gemido indesejado.
— Não se segure — repreendeu, se divertindo com a minha situação.
Se ajoelhou com uma das pernas no meio das minhas, e levantei minhas costas do chão para que ele pudesse tirar meu sutiã, sem muito cuidado. Gemi alto, dessa vez ao sentir sua boca quente em meu seio. Ele mordeu levemente, lambeu e chupou, enquanto a mão apertava o outro com mais força do que o normal; tinha certeza que minha pele ficaria tão roxa quanto a dele no dia seguinte. Desceu os beijos pelo meu abdômen, e pouco depois senti suas unhas arranharem minhas pernas ao puxar a calça de meu corpo. sorriu de lado, me olhando antes de puxar a calcinha para o lado e botar a boca em mim.
Gemi, pelo que já deveria ser a milésima vez naquela noite, ao sentir sua língua brincando por minha intimidade. Suas mãos fortes mantiveram minhas coxas separadas, para que pudesse agir da melhor forma, e o garoto se afastou um pouco, arrancando minha calcinha antes de voltar ao trabalho. adorava me dar prazer daquela forma e isso só me fazia amá-lo ainda mais. Arqueei minhas costas em êxtase, mal conseguindo encher meus pulmões de ar. Não demorei muito para chegar ao ápice, e ele se afastou, sorrindo em satisfação pelo que havia feito.
Não tive muito tempo para me recuperar, já que precisava retribuir. Me forcei a sentar no chão do ringue e o puxei para um beijo com meu gosto. Então, o fiz deitar e comecei a agradá-lo; distribuí beijos por seu abdômen, dando atenção especial aos seus machucados, afinal, o objetivo principal era consolá-lo pela luta. Passei as mãos por seu corpo demoradamente, sentindo-o o máximo possível antes de deslizar minha língua por seu abdômen. O gosto salgado do suor chamou minha atenção por um segundo. A calça de tecido cinza que usava marcava sua grande excitação com perfeição, e sorri ao tocá-la, esfregando-a com meus dedos.
O lutudor gemeu sôfrego, e me abaixei, a fim de beijar seu membro. facilitou para que eu tirasse sua calça e boxer azul, me fazendo sorri com a visão que tive. O acariciei por algum tempo antes de colocar na boca, ouvindo-o quando gemeu outra vez, mais alto, levando uma das mãos para minha cabeça e amassando meus fios entre seus dedo, mas sem tentar guiar meus movimentos como achei que faria. Para minha surpresa, após algum tempo, ele me afastou.
Se sentou, e o olhei, curiosa. Sua mão direita puxou meu rosto para perto, sua língua invadiu minha boca com urgência e as mãos fortes apertaram minha cintura, me ajeitando para sentar em seu colo. Senti-lo dentro de mim era tão bom que eu quase não conseguia reagir. teve que fazer a maior parte do trabalho, guiando meus movimentos enquanto eu só sabia gemer e chamar seu nome.
O garoto trocou nossas posições bruscamente, ficando por cima. Sorriu do meu modo favorito e deixou um tapa forte em minha coxa enquanto se ajeitava. Joguei a cabeça para trás, gemendo; já podia imaginar todos os machucados bons que aquela noite me renderia, principalmente seus dedos em minha cintura e coxas. Levantou uma de minhas pernas sem delicadeza alguma, conseguindo ir mais fundo e me levando a loucura. Quando pensava que não poderia ficar melhor, provava que eu estava errada. E eu adorava. As coisas já não faziam sentido completo naquele momento, gemidos escapavam de minha garganta a todo instante e sabia que estava próxima de acabar. Foi quando ele saiu completamente de dentro de mim, e abri os olhos, indignada e pronta para xingá-lo alto.
— De quatro — disse, simplesmente.
E eu obedeci. Forcei meu corpo fraco demais a ficar na posição desejada por ele, apoiando os cotovelos no chão do ringue e esperando pelo melhor momento da noite. Foi quando o rapaz me penetrou outra vez. Gritei de satisfação, e isso o fez rir; ele adorava me ver vulnerável. Suas mãos voltaram ao lugar de direito em minha cintura, apertando e até arranhando um pouco minha pele já dolorida. Ele me puxou para si, mordendo todo e qualquer pedaço de pele que conseguisse alcançar. Sua mão esquerda apertou meu seio e apenas apoiei a cabeça em seu ombro, perdida em desejo.
Alcançamos nossos orgasmos algum tempo depois, e me ajudou a deitar ao seu lado, mantendo um dos braços cercando minha cintura protetoramente.
— Isso foi ótimo — murmurei ofegante, tentando me recuperar.
Ele riu baixo, concordando antes de depositar um beijo suave em meu ombro.
— Quase me faz querer perder mais vezes.




Fim...



Nota da autora: Sem nota.



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