Finally Together

Última atualização: 12/06/2021

Capítulo Único

A vida nunca foi algo fácil de levar. Acho que essa frase se adequa a várias pessoas no mundo, e Namjoon e eu não somos uma exceção à regra, infelizmente. Nascemos no mesmo dia, ele às 16 horas de uma tarde de garoa, eu às 03 da manhã desse mesmo dia, porém em meio a um temporal. Tecnicamente, eu era 13 horas mais velha que ele, mas ele insistia em me tratar como um bebê indefeso. Tudo bem que ele possuía 1 metro e 81 centímetros, provavelmente mais de 80 quilos bem distribuídos em músculos fortes, mas isso não era nada se comparado a minha teimosia e voz de comando.
Nós sempre fomos uma dupla: ele o feitor das coisas e eu a cabeça. Mas uma coisa que fazíamos bem juntos era inventar desculpas para nossas artes. Ele sempre foi meu melhor amigo, sempre moramos lado a lado. Quando minha mãe morreu em um acidente de carro, ele esteve comigo. E quando o pai dele morreu devido a um câncer no pulmão, eu estive com ele. Na verdade, as tragédias sempre nos rodearam, há dois meses meu pai também faleceu, outro acidente, porém desta vez acidente de trabalho, ele atuava como pedreiro e um desmoronamento levou ele e mais três amigos no mesmo dia. Como eu não conseguiria pagar o aluguel de onde morávamos sozinha, passei a residir no quartinho do fundo na casa do Nam. Na verdade, é meio ingrato eu falar assim; apesar do quarto ser realmente pequeno, cabe todas as minhas coisas, tem um banheiro, e não preciso pagar aluguel, ajudando com as comidas e as contas da casa. Somos agora sua mãe, ele e eu.
Todo agito atual da minha vida - coisa rara, porque geralmente vivo algo bem pacato - começou na quarta-feira. Era pra ser um dia normal. Eu estudo literatura de manhã numa faculdade local, e à tarde trabalho numa cafeteria em frente à universidade. Já Namjoon não faz nenhum curso, mas de manhã trabalha na biblioteca da faculdade e três noites da semana faz turno num bar que fica ao lado do meu serviço. Somos conhecidos por sermos unha e carne, e não posso julgar quem nos intitula assim, vivemos sempre juntos mesmo. Ok, não 24 horas por dia, mas chegamos na faculdade juntos e saímos juntos, geralmente almoçamos com um grupo de amigos. É difícil pensar um momento que eu não tenha acesso rápido a ele, mas sou eternamente grata por isso.
Mas voltando a todo burburinho. Minha aula tinha começado há duas horas, estávamos em um intervalo entre uma aula e outra quando Wheein surgiu sorrindo estranhamente na porta da minha sala. Ela era uma das amigas que cativei na faculdade, insistia que Nam e eu um dia terminaríamos juntos. Não perdia a chance de me fazer ficar com vergonha em torno dele. Imagina eu com vergonha de ficar perto do meu melhor amigo? Isso não devia acontecer, mas ela fazia questão de colocar isso em prática.
- Que sorriso assustador é esse na sua cara? - perguntei pronta pra mais uma de suas piadas maldosas.
- Por um acaso… Você já falou com o Namjoon hoje? - ela me respondeu ainda sorrindo estranho.
- Bom, ele me trouxe pra aula, mas não o vi desde então.
- … Vou te avisar, antes que você vá almoçar e perceba pessoas te olhando de lado. - ela puxou a cadeira que estava posta na carteira ao lado da minha e se sentou.
- Por que raios iriam me olhar estranho por aí? - meu estômago deu seu primeiro sinal de nervosismo, minha ansiedade costumava me atacar no ponto mais fraco quando resolvia dar as caras: na minha barriga.
- Hmm… - ela hesitou - Como posso colocar isso sem parecer mais estranho do que já é? - pensou mais um pouco, olhando para o teto alto, antes de respirar fundo e segurar minhas duas mãos - vazou um vídeo do Namjoon… Dele… Você sabe…
Meu coração foi parar na garganta e comecei sentir que tudo que havia comido de manhã seguiria o mesmo percurso do meu órgão vital. - Como assim vazou um vídeo dele? Tu quer dizer… Ele com uma menina?
- Não sei que outro tipo de vídeo dele as pessoas teriam interesse amiga - seu tom de deboche me fez sentir uma leve raiva.
- Por que raios iriam querer vazar qualquer vídeo dele? Quem fez isso? - não pude deixar de me sentir irritada. Namjoon era meu amigo, não sei como homens reagem a um sextape vazado, mas com mulheres é algo que pode acabar com uma vida.
- Calma, meu anjo, não sei se ele vai ser tão atingido por esse fato. Na verdade… Tem um leve detalhe que pode deixar ele preocupado… - ela colocou a mão no queixo com pose como se pensasse.
Meus pensamentos, nada virgíneos, logo se dirigiram para o porquê um homem não ficaria feliz em ter seu vídeo vazado, além do próprio ato em si, apenas seus órgãos poderiam ser fonte de lamentações… - Hmm por um acaso, ele… não chama tanto atenção assim? Se é que me entende?
- Como assim? - ela me olhou com dúvidas, mas logo caiu na gargalhada quando percebeu eu fazer um sinal pequeno com meus dedos polegar e indicador da mão direita. - Não, não. - continuou a rir. - Na verdade, ele chama muita atenção, quer ver?
Senti meus olhos quererem pular do meu rosto apenas com a menção de poder ver o vídeo. Algo que eu jamais iria querer fazer. - Não mesmo! - Falei alto demais, atraindo atenção para a gente.
Percebi que outras pessoas nos olhavam mais do que apenas uns segundos, e isso já me levou a pensar no tal vídeo.
- Eu não quero ver meu melhor amigo transando com alguém. Eca. Não mesmo.
- Eu acho que seria importante você ver… - ela diz sorrindo - talvez você desista de resistir a seu amigo bonitão e dê uma chance pro coitado.
- Tenho certeza de que ele não quer chance nenhuma comigo, ele me trata como a irmãzinha dele, e olha que sou a mais velha.
- Aí, , mesmo usando óculos, tu é tão cega. Dá pena. - Ela suspira.
- Wheein, eu não estou doida, você quem está imaginando coisas. E chega de falar disso, tenho certeza que o Nam vai saber lidar com isso. - Nosso professor entrou na sala e, enquanto todos sentavam e se preparavam pra aula, ela me olhou negando com a cabeça, como se me julgasse.
A aula passou arrastada após nossa conversa, não sei se era porque eu estava ansiosa pra ver meu amigo, ou se estava ansiosa pra não vê-lo. Mas, apesar da demora, logo eu estava sentadinha em uma das mesas do grande restaurante universitário.
Wheein estava sentada do meu lado direito, na mesa quadrada, e Yongsun, nossa colega da faculdade, que cursava direito e que tinha uma leve queda pelo meu amigo, estava na minha frente. Tecnicamente, estávamos esperando o próprio, e apesar de estar me sentindo um pouco sufocada naquele lugar, elas não estavam falando sobre o assunto do dia. Porém, eu percebia que metade do refeitório observava com rabo de olho em nossa direção, como se estivessem esperando por algo. Eu definitivamente não iria assistir ao vídeo para saber o motivo disso, mas achava um pouco estranho tanta atenção para isso, provavelmente a garota devia ser uma das mais conhecidas dali.
Quando Namjoon entrou no ambiente, um silêncio estranho se deu, e permaneceu durante todo caminho que ele fez para pegar a comida e começar a ir em nossa direção. Mesmo que eu soubesse que seria normal ele ser o centro das atenções depois de todo essa revelação, ainda podia sentir que as pessoas olhavam para nossa mesa, onde somente as meninas e eu estávamos - sentia que uns olhares eram especificamente para mim. Ele sentou-se no meu lado esquerdo e me olhou um pouco apreensivo.
- Hey - eu disse para quebrar o gelo, - você está bem?
- Claro, estou ótimo - ele respondeu rápido demais - por que não estaria?
- Bem, a Wheein me contou o que aconteceu com você. Não está sendo julgado por aí? A garota não está brava?
Ele pareceu pensar um pouco, dando a entender que não tinha compreendido minha colocação, mas logo arregalou os olhos e respirou aliviado. - Ela está bem, pelo menos pelo telefone parecia calma. Roubaram o celular dela e acabou vazando o vídeo, mas ela já está tratando disso na polícia.
- Mas ela gravou do nada? - Wheein perguntou enquanto mastigava.
- Ela tinha me perguntado se podia gravar, ela tem algum fetiche, algo assim, sobre se assistir transando. E, bom, ela prometeu não compartilhar, então por mim tudo bem, né?
- Estranha, - falei sentindo minhas bochechas corarem - mas não vou julgar, porque tem fetiches piores. Então, roubaram ela e ainda vazaram o vídeo? A pessoa é lesionada e ainda exposta, que povo sem noção.
- Sim, bom, - ele colocou uma garfada na boca, mastigou a comida e após engolir, continuou - falaram que não colocariam o vídeo em circulação se ela desse uma quantia de dinheiro em troca, mas ela não tinha o dinheiro e estava com vergonha de me avisar. Foi tudo muito rápido, roubaram o celular ontem e fizeram a chantagem, nem deram tempo pra ela arranjar o dinheiro e hoje de manhã já estava no twitter. Na verdade, acho que ela não me avisou por que estava brava comigo, pelo que rolou entre a gente e como terminou tudo.
- E não é como se ela não tivesse razão, né? - Yongsun desdenhou enquanto bebia seu suco.
Namjoon arregalou os olhos mais uma vez, e engoliu em seco. - Vocês viram o vídeo? - Se dirigiu a todas nós.
Wheein abriu um sorriso de lado safado. - Eu vi, bela performance, aliás.
- Cala boca, Whee.... - Não pude me segurar.
- Eu também vi, desculpe, Nam, mas foi impossível segurar a curiosa dentro de mim. Não sei como a ainda não viu. - Youngsun encolheu os ombros, envergonhada.
- Então, você não viu? - Ele me olhou esperançoso e aliviado.
- Não, eca. - Só de pensar em ver meu estômago já sentia um leve nauseada. - Só estou ligeiramente chateada que você não me contou que estava saindo com alguém.
Seu rosto adquiriu um tom rosado claro, indicando que estava encabulado com tudo isso, apesar de ter dito que não. - Desculpa, não era nada sério. Você sabe que não escondo meus namoros de você. A gente ficou três vezes a um tempo atrás, e já faz mais de um mês que não nos falamos. E olha só a bagunça que deu isso, só hoje já recebi várias mensagens de pessoas aleatórias pedindo foto do meu pau.
Assim que ouvi sua frase inteira, me engasguei com a quantidade de comida que estava para engolir. Não era algo que eu queria pensar, na verdade, estava evitando o assunto desde que o ouvi logo mais cedo.
- Não é como se você não estivesse gostando dessa atenção, né, mais mulheres para você. - Wheein o cutucou mais um pouco. - Aliás, quem é aquela garota? Nunca a vi por aqui.
- Não sou muito fã dessa atenção, não. Se fosse por outros motivos, menos vergonhosos, era outra história, mas já estive na delegacia mais cedo pra dar minha parte da acusação. E vocês nunca a viram, porque ela não é daqui; se mudou há pouco tempo, ela tava frequente no bar faz uns três meses, aí puxou assunto. Temos alguns gostos musicais em comum, bebemos, e acabou rolando. - Ele se virou para mim com o olhar alarmado. - Mas não era nada sério, juro.
- Tudo bem, acho que entendi. - Falei, ainda preocupada com tudo. - Por que ela ficou brava com você, no final das contas? Não foi sua culpa o celular dela ter sido roubado.
- Não foi isso… - ele tentou se explicar, mas foi cortado por uma Wheein afobada.
- Amiga, se você visse o vídeo, iria saber que ele…
- Cala a boca, Wheein! - Namjoon falou antes dela terminar a frase e num tom que até me deu arrepios de tão grosso que foi - Chega desse assunto. Os policiais já estão trabalhando pra encontrar os responsáveis e, pelo que falaram, o celular foi roubado no bar mesmo, então provavelmente é algum aluno ou pessoa próxima daqui. Então, me falem da aula de vocês.
A mudança de assunto veio a calhar, mas mesmo levando a conversa para outra direção, sentia os olhares em nossa volta ainda focados em nós. Namjoon às vezes me olhava de lado, como se estivesse esperando qualquer outra reação minha diante do assunto.
A tarde passou lenta depois do almoço, meu trabalho nunca foi muito agitado, mas nesse dia parecia ter menos clientes que o usual, e isso impedia o tempo de passar mais rápido.
Wheein e Yongsun moravam com Hyejin e Byulyi, que eram casadas. Todas as quartas nós fazíamos a noite das meninas e dessa vez não seria diferente. Estava me preparando para sair após chegar em casa do serviço, quando ouço batidas na minha porta. - Pode entrar. - Gritei após passar a blusa por minha cabeça, e pude ver meu amigo entrar todo tímido no meu quarto.
- Hey, hoje é o dia das meninas? - Ele perguntou, parecendo levemente confuso, me fazendo chegar perto e colocar uma das mãos em sua testa enquanto apoiava a outra em seu peito.
- Está bem, Nam? - tirei sarro de sua confusão - Normalmente, sou eu a perdida no tempo.
- Desculpa, hoje foi um dia tenso, ‘tô meio aéreo. - Ele sorriu pequeno, enquanto passava os braços em volta da minha cintura e beijava meus cabelos.
- Eu sinto muito por tudo que ‘cê ta passando, você já tentou falar com a menina? Ver se ela está bem? - estava preocupada da garota estar recebendo alguma represália por isso.
Namjoon suspirou, me soltando e sentando na beirada da minha cama, enquanto eu continuei me arrumando, procurando meus tênis dentro do guarda-roupa para calçá-lo.
- Bom, sim. Eu mandei mensagem para ela, e ela me disse que os policiais conseguiram rastrearam o IP do computador que postou o vídeo e já até tiraram do ar, graças a Deus. Acho que leva um tempo até tudo voltar ao normal. Mas, apesar de tudo, ela não quer manter contato comigo mais do que o necessário, ela disse estar envergonhada, mas queria poder ajudar mais. - Ele explicou sem jeito.
- Coitada, eu não me imagino passando por isso e sendo centrada assim. No mínimo, eu choraria uns dias até conseguir ir à polícia. - Comentei, já colocando as meias nos pés.
- Desde que a conheci, percebi que ela é bem forte, tem uma personalidade e tanto. E, pelo que conversamos, ela teve o apoio de algumas amigas. Agora só nos resta aguardar a polícia resolver tudo e julgar o caso. No máximo, vamos nos ver só na delegacia quando tudo terminar. - Ele falou enquanto passava uma das mãos sobre a colcha da cama, a acariciando, e me observando andar pelo quarto.
- O que você fez foi tão grave assim? - Estava curiosa pelo motivo da raiva.
Ele sorriu sem graça e percebi suas orelhas ficando vermelhas. - Sim, bom, depende, frustante, talvez. - Ele respondeu isso e eu fiquei mais confusa ainda. Me perguntava se ele tinha broxado, por que tanto auê assim não seria por coisa boba.
Ou seria?
- Não fique pensando tanto nisso, . - Ele pediu quando percebeu a dúvida pela minha expressão. - Vou deixar você terminar de se arrumar. Como hoje eu não fui trabalhar, tinha pensado em pedir uma pizza e ficarmos você, mamãe e eu vendo filmes, mas tinha esquecido que esse era o dia das garotas.
Não consegui conter meu sorriso quando percebi que ele realmente tinha planejado uma noite para nós. Namjoon tinha um coração enorme e nunca me deixava de fora das noites de família entre ele e a mãe.
- Poxa vida, se eu soubesse, teria desmarcado com as meninas. Mas Yongsun já está quase chegando para me pegar.
- Ei, sem preocupações, podemos fazer outro dia. Abriu um café naquele parque no centro da cidade, poderíamos ir no sábado, eu não vou trabalhar, o Jooheon vai me dar dia de folga.
- Claro, perfeito, vamos com as bikes, faz tempo que não pedalamos. - Respondi, percebendo meu celular vibrar em cima da cama. - Acho que ela chegou.
- Vou te acompanhar até o portão. - Ele segurou minha mão depois que passamos pela porta e pude puxá-la atrás de mim.
Sua casa, apesar de pequena, possuía vários vasos com plantas no quintal. Meu quarto ficava separado, nos fundos da propriedade, e eu podia passar ou por dentro casa ou por um corredor na lateral do imóvel, para conseguir chegar ao portão da frente. Quando saímos, o carro de Hyejin estava estacionado na frente da casa. A rua era bem iluminada em um bairro residencial, era possível ouvir uma televisão ligada por perto.
- Achei que a Yongsun viria me buscar. - Abracei minha amiga quando entrei no automóvel e ela sorriu largo para mim.
- Ela teve problemas no estúdio, - respondeu depois que eu tinha já havia fechado a porta e colocado o cinto, seu olhar se desviou para Namjoon apoiado na janela - Eaí, cachorrão, fiquei sabendo da sua peripécia.
Sua risada encheu a noite, fazendo me rir junto, e ele abaixou a cabeça, aparentemente envergonhado, enquanto ria baixo. - Não foi exatamente minha, né. Mas já estão tomando partido sobre isso, acho que vão conseguir achar quem postou.
- Vai dar tudo certo. - Ela respondeu, dando um meio sorriso. - Se precisar de um advogado, me avise que tenho uns conhecidos.
Namjoon se inclinou formalmente em forma de agradecimento e ela ligou o carro novamente, seguindo o caminho.
- Olha, eu não entendo de verdade, como vocês, amigas dele, conseguem ver um vídeo dele com outra garota.
Sua risada encheu o carro novamente e eu tive que chamar sua atenção para ela poder prestar atenção na estrada. - Ai, - riu mais um pouco - eu não assisti com esse intuito, você sabe que sou casada e muito bem servida pela minha esposa. Além de que não curto essa fruta.
- E isso é o que mais me intriga: por que raios você vai querer assistir isso? - Minha indignação era perceptível em minha voz.
- Primeiramente, eu sou curiosa, e em segundo lugar… - Fez uma pausa dramática, me levando a rolar os olhos - Depois que a Wheein me contou o que ele fez, eu tinha que ver com meus próprios olhos.
- Ai, chega desse assunto, vocês não vão me fazer querer ver esse vídeo. Minha amizade com ele é maior que isso.
- Você quem sabe, , mas… Quer saber? Melhor deixar para lá mesmo, eu amo essa friendzone de vocês.
Apenas ignorei e esperei chegarmos no prédio onde elas viviam.
Minhas amigas moravam em um edifício super bem situado no centro da cidade, metade dele era coberto por vidro, de onde dava para ver um elevador panorâmico em seu interior. Elas, diferente de Namjoon e eu, já tinham a própria empresa, uma gravadora de música, e estavam começando a colher os frutos do trabalho intenso. Enquanto subíamos pelo elevador, perguntei como andavam as coisas na gravadora.
- Estamos fazendo uma seleção para um grupo, cantar e dançar, essas coisas. Os meninos são muito bons, mas são bem jovens ainda, temos que amadurecer eles primeiro.
- E aquelas meninas que vocês selecionaram ano passado? - Eu tinha ouvido as demos delas e eram realmente boas.
- Elas estão quase prontas para lançar o álbum. Falta só as gravações do MV, elas vão conquistar o mundo, , ouça o que estou falando.
- Eu também sei que vão, olha só quem está administrando elas, vocês são ótimas em tudo que fazem. - Sorri e peguei sua mão que descansava no corrimão pequeno do objeto móvel, dando um aperto.
- Obrigada, amiga, o apoio que você nos dá nos fortalece todos os dias. - Percebi seus olhos marejarem.
- Eu faço o mínimo, Hye. - Respondi e logo depois as portas do elevador se abriram.
O apartamento era bem amplo. A cozinha se dividia com a sala num ambiente bem aberto, e os três quartos da casa tinham um bom tamanho, isso além da lavanderia e do banheiro de serviço e do principal no corredor dos quartos. Wheein estava mexendo em algumas panelas enquanto Byulyi estava sentada no sofá mudando de canais, mas sem parecer prestar atenção no que passava na tv.
- Chegamos, garotas - Hyejin anunciou, colocando sua bolsa sob o armário de sapatos na entrada. Tirei meus tênis, ficando com as meias, e ela calçou um par de pantufas amarelas que tinha ali.
- Estou fazendo chilli com uns acompanhamentos gostosos para nós comermos. - Wheein falou enquanto mexia uma panela. - Quais filmes vocês trouxeram para nós vermos?
- Semana passada, deixei uma sacola com três filmes aqui. - avisei enquanto me sentava ao lado de Byulyi e amassava o cabelo dela com a mão. Sabia bem que ela odiava, mas sua cara de brava era muito fofa para eu evitar fazer isso.
- Ai, terror? - A mesma perguntou, ainda emburrada, se afastando da minha mão. - Você sabe que não sou fã desses filmes, .
- Oh, meu amorzinho, - a puxei pro meu lado, me abraçando a ela - você tem a Hyejin pra te socorrer de madrugada se tiver pesadelo.
Senti sua risada ao descansar meu queixo em cima da sua cabeça. - Você poderia ter alguém pra se agarrar a noite também, se conseguisse olhar a sua volta.
- Quê? - Não tinha entendido sua colocação, por isso me afastei um pouco para poder olhar seu rosto.
- Você ainda não viu o vídeo, né? - Ela me perguntou franzindo as sobrancelhas.
Não consegui impedir o revirar dos olhos, deveria ser a décima vez só nesse dia.
- Ai, você também, não, Byul! Tô cansada desse assunto! O Nam tava todo tenso hoje, acho que ignorar e dar meu apoio já ajuda bastante, não quero ver ele transando com outra garota.
- Ah, então o problema do vídeo é ele foder outra pessoa, se fosse fodendo você, estava tudo bem? - Ela falou apertando os olhos para meu lado, me deixando na defensiva. Wheein, que ouviu toda nossa conversa, gargalhou como se tudo fosse a piada mais engraçada do ano.
- Quê? - perguntei engasgada com a própria saliva, que desceu pelo buraco errado - De onde ‘cê tirou isso? Não coloque palavras na minha boca1
Meu maior medo da vida era que as pessoas em torno do Nam e de mim descobrissem o precipício que eu tinha pro lado dele. Eu sempre guardei tudo muito bem dentro de mim, estava começando a achar estranho que todas quisessem que eu visse o vídeo. Não era pra tentar manter nossa amizade intacta? Será que o Nam fez algo terrível e elas queriam mostrar isso pra mim? Mostrar que ele não era a perfeição de homem que eu tinha criado em minha mente?
Sua risada se misturou com a de Wheein, que já tinha se recomposto e terminava de por a mesa para o jantar. - Ai, , quando cê quer, consegue ser bem lerdinha, né?
- Tô cansada desse assunto e tô começando a ficar cansada de vocês. Cadê a Yongsun, que não chega logo para a gente jantar?
- Ih, toda estressada. - Ela respondeu, se ajeitando no sofá para receber a esposa, que acabara de sair do corredor dos quartos, vestida com um pijama de cetim azul.
- A Sun me mandou uma mensagem avisando que tava saindo da gravadora, ia comprar o vinho e vir direto. Isso foi antes de eu entrar no banheiro, então ela já deve estar chegando. - Hyejin falou e deu um selinho em Byul.
- Então, só temos que esperar ela chegar, a comida está posta. - Avisou Wheein, sentando ao meu lado e trazendo a sacola com os filmes nas mãos. - Que tal vermos Sobrenatural? Eu ainda não assisti esse aqui da chave, não.
- Pode ser, tenho certeza de que a Byul vai amar. Melhor ainda, a Hye vai amar. - Não consegui evitar fazer piada com minha amiga, e ela se encolheu nos braços da amada, recebendo carinho nos cabelos.
- Ra ra ra ra, muito engraçada! - Me respondeu, mas riu após receber outro selinho.
A porta abriu e por ela passou Yongsun com os braços para cima segurando duas garrafas de vinho, mas logo as abaixou e franziu as sobrancelhas. - Vocês não começaram sem mim, não, né? - Tirou os sapatos e calçou as pantufas.
- Não mesmo, estávamos esperando a bonita para começarmos. Vai lá trocar de roupa e tomar um banho, vou preparar as taças e trazer a comida. - Falei, me levantando e pegando as garrafas das mãos dela. Ela me deu um beijinho na bochecha e saiu correndo para dentro do corredor.
Me aproximei das meninas no sofá, as vendo cochichar baixinho umas com as outras, mas fingi que nada tava acontecend. Fui até a bancada que separava a cozinha da sala para pegar a bandeja com os molhos e os nachos que a Whee tinha preparado.
- O que vocês tanto cochicham aí? - Perguntei quando voltei com a bandeja e coloquei em frente a elas, na mesa de centro.
- Hum, nada não, cadê a Yongsunnie? !ue demora. - Wheein reclamou.
Coloquei o DVD para rodar e me ajeitei no outro sofá do lugar. - Eu acho tão chique e vintage essa coisa de beber vinho enquanto vemos filmes num aparelho de DVD. - Hyejin comentou, ainda abraçada à namorada.
- Vintage? - Byul comentou, estranhando a comparação.
- Sim - Hye se ajeitou melhor para explicar, - ninguém usa DVD hoje em dia, todo mundo vê em plataformas de streaming.
- Amiga, DVD é bem anos dois mil, não anos sessenta, - comentei, achando graça do que ela havia dito - vintage é o leitor de fita cassete que o Nam tem em casa.
- Olha lá, ela não perde tempo de tocar no nome do amado. - Byul falou, tirando sarro da minha cara, fazendo as meninas rirem.
Yongsun entrava bem nesse momento e pegou a conversa pelo meio do caminho. - Amado? Como assim? Já viu o vídeo, ? - Sentou ao meu lado e se inclinou para pegar a garrafa de vinho, abrindo-a e nos servir.
Me inclinei para pegar um nacho e enfiá-lo no chilli pronto. Depois de mastigar muito e todas olharem para mim, mesmo que as outras soubessem a resposta para isso, ainda respondi. - Não mesmo, eu não vou ver. E, na verdade, não faz sentido nenhum vocês insistirem tanto nisso.
- Você é muito boba, , - Wheein cruzou os braços emburrando a cara, - não é como se você nunca tivesse visto um pau na vida. Além de que a imagem é gravada de longe, quase não dá pra ver o rosto deles.
Não consegui evitar tapar o rosto e abaixar a cabeça frustrada. - Vamos assistir à merda desse filme antes que eu desista de tudo e vá embora.
Elas suspiraram, como se tivessem desistido de mim e concordaram. Bebi minha taça de vinho como se fosse água e, após a primeira, vieram outras. Procurei manter minha boca fechada e prestando atenção no filme, mas no meio do terceiro filme, eu já estava meio bêbada e rindo bastante de tudo o que elas falavam. Nossa comida tinha acabado no segundo filme, e esse terceiro não era muito interessante, então nossos assuntos estavam totalmente fora do mundo cinematográfico.
- Com toda certeza foi Min Yoongi. - Yongsun falou seriamente, mas balançando para o lado, claramente via-se que tinha algum álcool agindo na corrente sanguínea dela.
- Ow, mas ele é mais novo que você! - Byul falou acusando enquanto ria, que era exatamente o que as outras de nós estávamos fazendo.
- Eu sei - ela também se juntou ao riso, - e esse é um dos motivos que fazem ele ser dez barra dez, tipo… - gesticulou bastante com as mãos antes de continuar, - nenhum cara mais velho com quem eu já fiquei foi tão incrível assim. Além de que, ultimamente, nós só estamos andando com pessoas mais novas, então meu círculo social está bem restrito nessa coisa de idade.
- Yoongi é bem gatinho, ein. - Falei depois de beber meu último gole de vinho. - Aliás, todos eles são. Esse seu curso só tem caras gatos e é uma droga só ter amigo bonito, eu me sinto no meio de um reality show de modelos.
- Mas fala você, , quem foi o melhor até hoje? - Hye falou empolgada, parecia se excitar falando sobre o assunto sexo. Já podíamos ver que ela acariciava demais as pernas da esposa, que descansava sobre as suas.
- Hmmm… Bom… - não conseguia pensar exatamente em alguém que tenha me causado um frenesi sobre o sexo, como a Yongsun tinha falado, mas tentei pensar no menos pior. - Acho que o Yoondo foi o menos pior, eu não tive ainda algo espetacular. Não fiquei com muitas pessoas também.
Wheein faltou cuspir a golada do líquido escuro que tinha colocado na boca - Como assim ninguém conseguiu te levar à loucura na cama, ?
- Ai, amiga, sei lá, não é que seja ruim, ou algo assim, eu só nunca fiquei com ninguém que tenha feito algo diferente. Mas o Yoondo me fez gozar, então ele já ganha pontos com isso.
- Se você desse oportunidade para quem está bem aí do seu lado, talvez surgisse esse algo especial que você espera. - Hye falou séria, como se tivesse toda a razão do mundo, mas poucos segundos depois já estava rindo de novo, levando as outras a gargalharem junto.
Meus olhos rolaram sem eu nem perceber, pois já sabia bem sobre o que ela estavam falando. - OK, vocês venceram! - Falei seriamente, batendo as mãos nas coxas e me levantando do sofá - onde está esse vídeo? Aliás, o Nam falou que já tinham apagado, então não tem como ver.
- Apois, tem, sim, - Wheein gritou animada, e correu para dentro do quarto, voltando de lá segundos depois com um laptop nas mãos. - Eu baixei nos meus arquivos, nunca se sabe quando vai precisar de um favor do Namjoon, com aquele cérebro dele, sem ter algo nas mãos para usar contra.
- Você é uma safada, isso sim - Byul riu alto enquanto ela se ajeitava no sofá menor, com a Hye em seu colo agora.
- Meu Deus, vocês não são confiáveis, tenho que me lembrar disso amanhã. - Falei meio grogue enquanto voltava a me sentar no sofá maior, agora entre Wheein e a Yongsun, que riam da minha cara.
- Sossega aí que nunca iremos fazer nada contra você. Isso é apenas porque o Nam precisa sempre de um motivo para fazer algo para alguém. - Wheein tentou se explicar. - Ok, não precisa ver o vídeo todo, porque é longo, mas vou deixar próximo à parte mais legal.
- Tem disso agora? - Falei, confusa, já me aconchegando no sofá, e sentindo uma leveza maior no corpo. - E nada de ficarem se tocando aqui, ein, se segurem aí! Principalmente as duas aí, que estão com fogo. - Apontei para o casal no sofá menor, ouvindo um “eca” vindo das duas e risadas logo após.
A filmagem já começava no rala e rola. Aparentemente o casal - do qual eu só conhecia o homem - estava em uma cama de casal encostada numa parede, de lado, algumas prateleiras pregadas acima da cama, com vários CDs e ursinhos, balançavam com a força que a cama batia na parede.
Eu conseguia ver uma mulher loira pulando sobre o colo de Nam, sabia que era ele, porém não conseguia ver seu rosto por causa dos cabelos da mulher que caíam para frente. A imagem era muito boa, apesar da distância, conseguia ver as mãos da moça apoiadas sobre o peitoral do meu amigo. Minha boca secou com a primeira visão de seu membro, que saía e entrava de dentro do núcleo entre as pernas da outra, rijo e ereto; brilhava com o sulco que os dois produziam no ato.
- Meu Deus. - Deixei sair por meus lábios quando rapidamente Namjoon trocou de posição, colocando a mulher deitada na cama e se colocando entre suas pernas abertas. Sua mão sumiu entre seus corpos ajeitando seu membro e poucos segundos depois os movimentos de ida e volta recomeçaram.
Agora dava para ver claramente o corpo alto e másculo do meu amigo em ação, suas costas eram largas e com relevos dos músculos, suas coxas eram grossas e musculosas, e moviam-se com força e vigor, marcando a musculatura conforme ele se movimentava. Seu bumbum era redondo e bem desenhado. Suas mãos se arrastaram pelo abdômen da mulher, e chegaram aos seios fartos, apertando-os e puxando os mamilos intumescidos, levando-a a gemer alto.
Namjoon parecia querer usar toda sua força quando agarrou as coxas brancas que o cercavam. Marcas ficavam por alguns segundos quando ele decidia soltar um pedaço e apertar outro. Os dois gemiam muito e ele parecia dizer algumas coisas em alguns momentos, mas não era entendível de onde estava a câmera.
As meninas riam empolgadas com o que acontecia na tela e pareciam estar esperando acontecer algo maior, e tudo ficou ainda mais tenso entre elas quando Namjoon, de repente, parou e pediu para a mulher se virar.
A moça no vídeo sorriu largo, e virou-se sem nem pensar muito. O falo roliço se balançou entre os dois, me dando água na boca, que salivou mais ainda ao ver meu amigo segurando o instrumento anatômico nas mãos, o masturbando. Após ver que a parceira tinha se ajeitado, ele se aproximou novamente introduzindo-se por trás. O barulho das penetrações voltaram a preencher o ambiente.
As mãos grandes e largas do Nam seguraram a mulher pelos cabelos, puxando sua cabeça para trás, os gritos vindos da garganta dela aumentaram conforme os movimentos ficavam mais rápidos. Dava para ouvir muitos “isso, mais, mais, vai” vindos da tela do aparelho. O corpo maior se debruçou para frente, enfiando as mãos entre as perna da mulher. Deu para perceber quando seu quadril feminino empinou-se mais para trás e uma de suas mãos se estendeu procurando algo para segurar; o grito que ela soltou foi alto e gutural, seu corpo balançou, parecendo receber descargas de energia. Namjoon ficou reto, segurou firme em seu quadril e trabalhou rápido, até chegar a seu limite. E esse foi o momento que explodiu em minha cabeça, pois de sua garganta também veio um grito, mas diferente da mulher, o som que veio de sua garganta foi claramente um nome. O meu nome.

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Antes de abrir os olhos eu já senti o latejar atrás dos meus olhos naquela manhã. Me mexi na cama de forma lenta, procurando o lençol para cobrir minha cabeça, mas logo consegui achar o travesseiro e o usei contra o foco de luz que vinha da janela. Escutei bem de longe algum som batendo seguidamente e segundos depois percebi que eram batidas na porta.
Me levantei devagar, espremendo os olhos para a claridade, olhando em volta e percebendo que estava novamente no meu quarto, mas não conseguia lembrar de como vim parar aqui.
Novamente, o barulho na porta se fez ouvir, e respondi - Já vai! - o mais alto que consegui falar, percebendo que o som tinha parado. Tentei me apoiar no móvel ao lado da cama para conseguir me pôr de pé, e tendo feito isso, soltei e testei meu corpo para ver se conseguia andar. O ambiente rodava ao meu redor, mas consegui dar os passos até a porta sem cair. Destranquei-a e me arrependi muito quando percebi a cara confusa do meu amigo. Tudo que tinha acontecido na noite anterior voltou para minha mente como em uma televisão, claro e límpido. As mãos grandes segurando o quadril alheio, a cabeça jogada para trás e o grito saindo da garganta. O meu nome.
- Hey, , o que houve que não levantou ainda? - Ele parecia animado, apesar da preocupação por trás dos olhos. Senti meu rosto esquentar, relembrando tudo que tinha assistido no dia anterior. - A noite foi animada, ein?
- Que horas são? - perguntei ao sair da frente da porta, o deixando passar - Eu não lembro que horas voltei para casa e nem sei quem trocou minha roupa também. - Falei ao ver que usava meu pijama e não a combinação que tinha feito para o encontro com minhas amigas.
- As meninas te trouxeram, eu deixei elas entrarem ontem, então provavelmente foram elas que mudaram suas roupas também. - Só percebi que ele segurava uma bandeja com frutas quando ele a colocou sobre o móvel ao lado da cama. - Como já são três da tarde e você não apareceu nem na aula e nem no trabalho… Eu te trouxe comida.
Meus olhos se arregalaram e não pude deixar de procurar o relógio na parede ao lado da porta, que marcava exatamente três e quinze da tarde. - Que merda, eu vou ser demitida.
- Não se preocupe, eu já liguei lá avisando que você estava indisposta. - Ele sorriu largo e eu não pude segurar o sorriso também.
- Você é maravilhoso, já falei isso? - Olhei para a bandeja com as frutas, e percebi meu estômago roncar de fome, apesar do leve desconforto que eu sentia. - Eu vou escovar os dentes. - Apontei para a porta do banheiro, que ficava ao lado do meu guarda-roupa, e tentei passar por ele sem encostar nossos corpos.
Eu ainda não tinha processado a informação obtida na noite anterior. Lembrava vagamente que após ver o vídeo e surtado internamente, as meninas começaram todas a falar ao mesmo tempo e eu não sabia como responder ninguém. Hye em algum momento disse que sempre desconfiou que o Nam gostava de mim, e eu rebati falando que sentir tesão em alguém não era o mesmo que gostar.
E eu estava certa, não? Tipo… Namjoon nunca ficou muito tempo sem uma garota do lado, e nunca olhou com nada além de olhos de cuidado para mim. Meu Deus, eu não sabia como lidar com tudo isso! E sabia menos ainda o que faria ao sair do banheiro, onde eu já estava há uns dez minutos enrolando, fingindo que escovava os dentes, com a torneira aberta. Eu não conseguia manter um segredo assim dele. Teríamos que conversar em algum momento ou eu nunca mais teria coragem de olhar na cara dele.
Cansada de enrolar, após escovar de verdade os dentes, e esvaziar a bexiga, consegui sair do banheiro. Namjoon estava sentado na beirada da cama, tinha ligado a televisão que ficava sobre minha cômoda de mogno, e possuía um vinco de preocupação no meio da testa.
- Você está bem? Quer que eu te leve ao médico? Está pálida. - Ele se levantou rápido e se aproximou de mim, segurando meu rosto entre suas mãos. Grandes mãos que estavam segurando um quadril redondo enquanto gritava por mim até uns dias atrás.
- Acho que é efeito do vinho ainda. - Mentira, eu sabia bem que era efeito do próprio sobre mim. - Nam, eu não tô muito bem ainda, será que posso ficar sozinha por algumas horas? Até meu estômago se assentar pelo menos?
Uma leve nuvem de tristeza passou por seus olhos, ele odiava não poder cuidar de mim, assim como eu agia quando ocorria isso com ele. Mas eu realmente precisava de um tempo sozinha. Precisava processar tudo.
- Hmmm… Claro, mas se precisar de algo, pode me chamar. De verdade. - Ele me segurou pelos ombros e olhou fundo em meus olhos. Algo que ele viu pode ter o assustado, pois seus olhos se abriram um pouco mais, arqueando as sobrancelhas. - Vou trazer um chá para melhorar seu estômago, mas se precisar conversar, estou aqui.
Engoli em seco, com medo de ele ter visto a verdade em meus olhos. - Muito obrigada, Nam, vou deixar a porta aberta.
Após sua saída, decidi tomar um banho e comer as frutas que ele tinha me trazido com tanto carinho. Olhei meu celular e tinha mensagens e ligações das minhas amigas, estavam preocupadas com minha reação e por não ter respondido mais cedo. Liguei por vídeo para Wheein, a última a me mandar mensagem e pedi uns conselhos.
- Ai, amiga, não sei o que fazer. Não sei o que falar. Você tinha que ter visto a tensão hoje quando ele veio me chamar. E teve uma hora que ele olhou dentro dos meus olhos e tenho certeza de que ele viu que eu sabia. Eu não sei lidar com isso amiga. Não sei.
Minha voz estava embargada e sentia minhas mãos tremerem, pois o celular estava balançando um pouco.
- Agora estou arrependida por ter insistido tanto para você ver o vídeo. - Seu rosto se contorceu em tristeza.
- Não fique assim, amiga, - engoli em seco - apesar de tudo, foi importante eu ver aquilo. Eu… Eu meio que… Eu gosto do Nam, sabe? Apesar do medo, eu estou inclinada a contar para ele agora.
Seu sorriso se abriu e pude ver ela sussurrar algo para alguém ao seu lado. Logo, o rosto da Yongsun apareceu na tela, ela estava toda empolgada. - Eu sabia! - Ela gritou animada. - Você tem todo nosso apoio, , vocês são tão fofos juntos.
Senti meu rosto ficar vermelho, mas não evitei sorrir. - Obrigada, meninas, ele vai me trazer um chá, aí acho que posso conversar com ele.
- Faz isso, sim, amiga. - Wheein concordou. - Temos uma reunião agora, mas queremos saber tudo depois, então, pode fazer o favor de nos ligar mais tarde!
- Melhoras, meu amor. - Yongsun falou antes dos rostos delas sumirem da tela.
Meu estômago continuava embrulhando e eu já não sabia se era devido ao vinho do dia anterior ou se era a ansiedade agindo. Mas não pude pensar por muito tempo, porque logo Namjoon estava batendo na minha porta e eu consenti para ele entrar. - Eaí, está melhor?
- Levemente enjoada, - respondi enquanto ajeitava minha postura na cama - nunca mais bebo vinho.
- Acho que não foi bem o vinho o problema, né? - Sabedoria enchia seu olhar - Só maneirar na quantidade.
Não consegui evitar a risada, ele parecia um ancião dando conselhos. - Quem escuta você falando assim, acha que você tem uns cem anos.
- Sua boba - ele respondeu após colocar a xícara de chá no móvel ao lado da cama e ter sentado ao meu lado, colocando a mão na minha testa - eu não sabia fazer o chá, mas minha mãe me instruiu pelo telefone, espero que não esteja ruim.
- Ok - respondi com humor -, estou levemente temerosa de ter um intoxicação agora.
Ele revirou os olhos, mas mesmo assim pegou a xícara e me deu, observando quando dei o primeiro gole e não fiz careta, ele pareceu sorrir aliviado. - Está ótimo, Nam.
- - ele pareceu pensar um pouco antes de continuar -, eu liguei pra Hye também, além da ligação para minha mãe.
- Ah. - Não consegui responder nada além disso.
- Eu estava achando você estranha hoje mais cedo, então achei que vocês poderiam ter feito mais do que beber… Por isso, liguei pra ela… E… Ela me contou que você… Viu… - ele parecia não saber como continuar aquela conversa.
- Nam, eu não quero que você ache que eu sou uma safada que fica invadindo sua privacidade…
- O quê? - Ele tentou me interromper, mas minhas barreiras tinham desmoronado.
- Mas elas ficaram insistindo para eu ver e depois que eu bebi, eu perdi o controle…
- , calma, eu não ‘tô…
- E, sim, eu assisti. E não me arrependo, porque só assim para eu criar coragem pra dizer que gosto de você…
- O quê? - Ele se levantou rápido da cama.
- Sim, eu... eu sei que talvez você não goste de mim assim, mas deve sentir algo no mínimo, né? Tesão? Você deve sentir tesão por mim, né?
- , calma, calma. - Ele me segurou pelos ombros, e foi aí que percebi que falei demais, acabei por engolir em seco. - Eu sinto muito por você ter visto o que viu, as meninas não deviam ter te obrigado a fazer isso.
- Elas não me obrigaram, só insistiram muito, mas essa não é a questão…
- Tudo bem, mas elas sabiam que você estava bêbada e mesmo assim insistiram, a Hye me falou. - Ele sentou novamente na cama, segurando minhas mãos. - , eu não acho que você é safada, nem nada parecido com isso, talvez um pouco curiosa.
Não consegui evitar de bufar pelo nariz, fazendo-o rir.
- E eu não sinto tesão por você. - Ele falou cautelosamente, esperando minha reação, mas eu não conseguia respirar ou me mexer minimamente. - Bom, pelo menos, não só isso. Eu realmente gosto de você, desde sempre eu acho. Tive que guardar isso por muito tempo. Só minha mãe sabe.
Meu coração parecia que ia entrar em pane de tão rápido que batida. Eu travei e não conseguia falar nada, meus olhos ardiam de tão abertos que eu os mantinha. - , respira. - Ele falou calmamente, apertando minhas mãos.
Respirei profundamente, sentindo o ar passar por meu pulmão, levando oxigenação para meu cérebro. Meu corpo pareceu entrar em modo automático, soltei minhas mãos das suas, estendo-as em frente para segurar seu rosto, puxando-o para mim, enfim juntando nossos lábios. Não sei como aconteceu tão rápido, mas permanecemos vários segundos com os lábios grudados.
Namjoon afastou seu rosto do meu lentamente, procurando meu olhar. - Eu não quero que se precipite, .
- Você não me quer? - Perguntei, confusa.
- Claro que sim, quero dizer… - Ele parecia ansioso, acariciando meu rosto enquanto olhava no fundo dos meus olhos. - Eu só não quero que ache que eu sinto apenas tesão - ele deu ênfase na palavra - por você. Eu te amo de verdade, .
Meu sorriso se abriu lentamente e pude perceber cada detalhe daquele rosto que observei amadurecer desde quando era criança. Os lábios grossos, a pinta que ficava logo abaixo do lábio inferior, o nariz redondinho, os olhos pequenos que sumiram levemente quando ele sorriu. - Eu te amo, Nam, de verdade também.
Ele não perdeu tempo ao me abraçar, parecia aliviado e feliz. Seus lábios logo procuraram os meus, me beijando novamente. Suas mãos seguraram meu rosto, me levando para mais perto dele, sua língua logo entrou em minha boca, passando por meus dentes e se enrolando na minha língua, seu gosto inebriou meus sentidos, e não consegui evitar sorrir no meio do beijo.
- Do que você está rindo? - Ele se afastou mais uma vez, porém continuou beijando meu rosto. - Eu sempre imaginei como seria isso… Esse momento… Foi infinitamente melhor.
- Desde quando você gosta de mim? - Minhas mãos não se continham e passeavam por seu peito, sentindo seus batimentos acelerados sob a camada de músculos fortes que o constituíam. - Digo… Gosta de mim como namorada, não como melhor amiga.
Seus beijos desceram para meu pescoço, causando cócegas, meu estômago tinha se acalmado, porém parecia que uma nuvem de borboletas voava por dentro de mim.
- Não sei bem quando aconteceu, mas um dia eu te olhei enquanto você falava e ria, e eu só conseguia pensar em como eu queria poder beijar você, sentir você. Apenas foi natural de acontecer.
- Eu sinto muito que eu tenha visto o vídeo, mas… Eu não sinto muito por tudo que isso me levou a fazer.
Seu rosto se abaixou, envergonhado, ponderando o que responder. - Eu também não sinto muito pelo resultado disso. Como dizem, há males que vêm para o bem.
Eu concordei lentamente o puxando pela gola da camisa, me deitando e o levando comigo. - Eu quero ter minha própria experiência com você, Nam… - engoli em seco, quando seus beijos em meu pescoço recomeçaram, - não quero ter que imaginar sobre como seria se fosse comigo.
- Não precisa apressar as coisas, , eu não vou fugir de você. - Seus olhos brilhavam, mas ele parecia ter medo de algo.
- Eu quero, Nam, isso tudo só colocou mais lenha no meu fogo.
Sua risada preencheu o ambiente. O garoto se levantou e calmamente retirou a camisa, revelando seu abdômen firme e forte. Minha respiração pareceu ficar presa na garganta e eu acabei por engasgar. Uma coisa era ver um vídeo, bem de longe, com álcool nas veias, o que deixava a imagem toda borrada; outra coisa era ter um deus grego pessoalmente na minha frente.
- Você vai ficar só olhando? - Ele falou quando se preparava para desatar o cinto que estava passado em suas calças.
- Será que eu ainda estou dormindo e tudo isso aqui é uma mentira? - Falei alto o suficiente para ele ouvir, mas, sem esperar uma resposta, me levantei da cama, balançando levemente quando minha visão ficou turva devido à mudança de posição. Os braços másculos e fortes logo se enrolaram na minha cintura, me ajudando a ficar em pé, e não perdi tempo em usar minhas próprias mãos naquele peitoral. Algumas pintinhas se espalhavam em sua pele, os mamilos marrons se arrebitaram quando minha mão passou levemente por sobre eles.
Seu rosto abaixou para meu pescoço, salpicando minha pele com beijos suaves, enquanto suas mãos apertavam minha cintura e desciam para meu quadril ainda coberto pelo pijama. Senti nesse momento a umidade se acumulando em minha calcinha; sem perceber, esfreguei uma perna na outra, enquanto sua boca descia por minha clavícula.
-Eu vou ficar muito brava se eu acordar na melhor parte. - Falei, rindo, quando suas mãos alcançaram a barra da minha blusa e a puxaram para cima.
Após sentir o tecido passar por minha cabeça, seus lábios voltaram para os meus. - Você não esta sonhando, . - Seu olhar desceu para meus peitos, e, mesmo pequenos, ainda pude sentir orgulho deles, pois em seu olhar eu podia sentir sua fome de tê-los. - OK, talvez eu esteja sonhando.
Suas mãos subiram da minha cintura para os dois seios, os apertando, me levando a gemer sem poder impedir. Meu sutiã de renda não possuía aro nem bojo, me fazendo sentir a perfeita pressão quando seus dedos apertaram meus mamilos. - Você é perfeita, . - Sussurrou antes de beijar os dois montes sobre o tecido. Sua boca se abriu sobre meu seio esquerdo, molhando o tecido com sua saliva. Sugou minha pele com tanta vontade que senti sair minha alma do corpo.
Sem controle em meu próprio corpo, subi minha perna direita por sua perna até alcançar seu quadril. Sua mão escorregou para meu quadril, seguindo para minha bunda, senti seu aperto me impulsionando para cima, me levando a pular em seu colo. Poucos segundos depois, Nam me deitou no colchão, fazendo questão de forçar seu quadril sobre o meu. A rigidez em seu pau era evidente, o que me levou a subir e descer meu quadril, procurando mais contato.
- Eu preciso de você dentro de mim, Nam. Sinto que vou morrer se não te sentir por inteiro. - Meu choro engasgado veio em gemidos quando puxou o tecido do sutiã para baixo, tendo inteira abertura para tocar a pele.
Seu corpo se apoiou nos braços, levantando sua potente musculatura de cima de mim. - Eu não tenho nenhuma camisinha comigo, . - Ele falou com um leve desespero no olhar.
- Eu tenho. - Saí de baixo do seu corpo e engatinhei até chegar ao cômodo ao lado da cama. Puxei uma caixinha de primeiro socorros que tinha ali, puxando uma cartela com quatro camisinhas. - As meninas me deram a uns meses atrás.
- Prefiro não pensar no porquê delas te darem isso. - Suas mãos me alcançaram pelo quadril, puxando meu corpo novamente para perto do seu. Seus dedos enrolaram no elástico do shorts curto, juntamente com o da calcinha, puxando ambos por minhas pernas. Seu olhar ficou preso na carne fendida entre minhas pernas, e ele não perdeu tempo até abaixar a cabeça e passar a língua por entre os lábios da minha vagina.
Gritei sem me importar se nossos vizinhos ouviriam, ou mesmo sua mãe. Sua língua movia-se com maestria, e os dedos dos meus pés se dobraram com a onda de prazer que senti. Uma de suas mãos subiram e apertaram meu peito direito, enquanto sua outra mão começava a trabalhar junto com sua boca entre minhas pernas. O primeiro dedo a ser introduzido dentro de mim causou um leve desconforto, pelo tempo que fiquei sem sexo, e eu já tremia ao imaginar como seria quando seu pau finalmente entrasse em mim.
- Eu… - Minha voz saía falha por entre meus lábios, eu já nem sabia mais o que eu queria dizer, por isso só murmurava coisas incoerentes.
- Eu sempre sonhei em foder você com minha língua, . - Ele falou quando afastou o rosto de minhas partes, para introduzir um segundo dedo em mim. Senti quando os dobrou em formato de gancho, procurando meu ponto de prazer interior. - Mas nenhum sonho foi tão fiel a essa realidade. Você é perfeita, incrivelmente gostosa.
Meu gozo chegou forte o suficiente para quase o estrangular com minhas coxas, mas mesmo preso, seus dedos não paravam de se mover. Sua boca sugou meu clitóris entre os lábios, raspando levemente nos dentes enquanto a língua fazia sua pressão, me puxando pela borda do penhasco de prazer que eu tinha caído. Após alguns minutos, seus movimentos foram parando e ele se levantou de entre minhas pernas. Minha respiração ainda era falha e sentia meus olhos úmidos pela força que eu tinha feito ao apertá-los. Sentia minha garganta seca e ardente pelo grito que não consegui segurar.
Tentei mover minhas pernas, para melhorar minha posição na cama, mas não surtiu muito efeito, elas formigavam e tremiam. - Eu acho que morri, Namjoon. - Minha voz saiu baixa pelo esforço.
- Então, estamos no paraíso, meu amor. - Quando percebi, ele já estava sem as calças. Seu membro elevado já estava recoberto pelo látex, e sua mão direita o movimentava lentamente para cima e para baixo, seu peitoral estava suado e ofegante, podia ver, mesmo que de longe, as gotas descendo em direção ao seu umbigo.
- Você vai ficar parado aí? - Questionei quando ele não se aproximou mais, minhas mãos já trabalhavam entre minhas pernas também, podia sentir todo meu gozo escapando pelos grandes lábios. Subi outra mão para apertar meu mamilo esquerdo, atiçando mais prazer em mim.
- Você é tão maravilhosa e linda, que sinto prazer somente te olhando. - Ele falou quando se ajoelhou na beirada da cama, entre minhas pernas. - Eu te amo muito, .
Meus olhos lacrimejaram mais e senti um bolo na minha garganta, me impedindo de responder. Mas ele entendeu, porque seu sorriso abriu-se lindamente, mostrando seus dentes lindos. Novamente, se inclinou e alcançou minha boca com a sua. Sua língua trabalhando com a minha, empurrando e puxando, sugando-a para sua boca.
Pude sentir quando seu membro se moveu e encostou em minha entrada, coloquei as pernas em volta da cintura dele e apertei a barriga em antecipação. A primeira investida foi leve, por estar há muito tempo sem transar, causou um leve desconforto, mas relaxei os músculos para que pudesse aproveitar mais.
- Você se encaixa tão bem em mim, - ele sussurrou em minha boca, enquanto avançava mais - eu poderia explodir nesse momento.
- Faça isso dentro de mim. - Respondi com risos, mas parei imediatamente quando suas investidas tornaram-se rítmicas e fortes.
Podia sentir cada centímetro me alargar e voltar, com reboladas firmes, ele causava um frenesi dentro de mim, alcançando novamente meu ponto G escondido entre as dobras. Sem controle em minhas mãos, finquei minhas unhas em suas costas, procurando onde me firmar, mas isso levou Namjoon a gemer ainda mais em meu ouvido.
Seus movimentos continuaram, puxando-me mais ainda sob a superfície. Em determinado momento, ele parou e pediu para eu montar sobre ele.
- Eu não sei se terei forças nas pernas para isso. - Exclamei envergonhada, mas dando uma risada leve.
- Eu te ajudo, meu amor. - A cada vez que ele me chamava de “amor”, as borboletas aumentavam em quantidade no meu estômago.
O vendo se escorar na cabeceira da cama, me aproximei de joelhos, montando em sua cintura. Podia ver sua ponta grande e rosada por entre minhas pernas. Sua mão se moveu para encontrar meu clitóris enquanto olhava em meu rosto, esfregando o nervo entre os dedos, me deixando ainda mais úmida. - Eu não vou durar muito assim, Namjoon.
- Eu quero tudo de você, . - Sua voz, naturalmente rouca, estava ainda mais arranhada.
Sua mão segurou seu pênis, o levando para minha entrada novamente, me completando com sua carne intumescida. Logo, ele me segurava pelo quadril, guiando meus movimentos, gemendo alto ao jogar sua cabeça para trás.
Segurei em seus ombros largos para me ajudar a me mover, meus joelhos estavam afundados no colchão ao seu lado, mas minhas coxas se moviam para frente e trás, esfregando minha púbis na sua, me permitindo atiçar ainda mais meu clitóris.
Nossos movimentos eram rápidos e me puxavam ainda mais em direção ao ápice. Namjoon parou por um momento para deitar melhor no colchão e voltou a se mover dentro de mim. Quando eu já não sentia mais minha musculatura, e me faltava ar para respirar, ele me abraçou pela cintura, apertando meu corpo contra o seu e impedindo o movimento das minhas pernas. Seu quadril movia-se rápido, levando seu pau para o mais fundo dentro de mim. Novamente, não puder evitar expandir minha voz ao chegar ao orgasmo. Podia sentir meus músculos se moverem em volta de seu membro, enquanto meu corpo tremia sobre o seu. Após toda onda de prazer, percebi as mãos dele apertando meu quadril tão forte que poderia doer se eu não estivesse anestesiada. Seu rosto estava inclinado para cima e as suas pálpebras apertavam de prazer. Lentamente, seu aperto diminui e ele voltou a respirar normal, regulando-a com a minha.
- Isso foi surreal. - Falei baixo, mas o suficiente para ele ouvir.
- Foi incrível, porque foi com você. Eu te amo. - Ele murmurou ao beijar minha cabeça, que descansava sobre seu peito.
- Eu te amo muito. - Respondi antes de cair no sono.

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Nós tínhamos feito amor mais uma vez antes de me aprontar para jantar em sua casa. Segundo Namjoon, sua mãe sempre nos imaginou juntos, porém ainda me sentia tímida de sentar em sua mesa para comer depois de ter feito sexo a tarde inteira com seu filho sem o conhecimento da mesma. Não que eu quisesse que ela soubesse que nós transamos, mas tínhamos que explicar pra ela que não éramos mais somente amigos.
- Sinto que posso vomitar a qualquer momento. - Assoprei baixo para Namjoon quando passei pela porta de trás, no momento que o relógio marcava oito horas em ponto, horário que dona Areum, sua mãe, chegava do trabalho geralmente.
- Quem olhar de longe vai achar que você não conhece minha mãe desde que era pequena. - Ele deu risada da minha cara de assustada após me dar um selinho.
A casa deles era bem confortável, com móveis de madeira e toalhas decorativas sobre a mesa de centro da sala e os armários diversos que tinha ali. O cheiro familiar seria reconfortante, se tudo que eu comi mais cedo não estivesse querendo voltar por minha garganta.
- Você está verde, . - Suas mãos seguraram meu rosto e se aproximaram até quase encostarmos os lábios.
- Nam, sua mãe pode aparecer. Vai ser estranho ela nos ver assim antes de explicarmos. - Me encolhi em seus braços, mas não saí do seu abraço.
- Tudo bem. - Ele se afastou ligeiramente, mas manteve as mãos junto as minhas. - Vamos acabar logo com isso para você diminuir essa ansiedade toda.
Meu sorriso amarelo não o convenceu, por isso, logo estávamos sentados no sofá macio, aguardando a chegada de sua matriarca. Ele passou o braço esquerdo por meus ombros me puxando para próximo de seu corpo, e entramos em uma conversa corriqueira sobre como tinha sido seu dia antes de eu acordar.
Areum chegou momentos depois, mas não achou estranho nosso abraço, pois sempre estávamos assim no nosso dia-a-dia. - E aí, meus lindos. - Ela comentou feliz. - Já jantaram? Eu trouxe barriga de porco.
- Estávamos esperando a senhora. - Nam levantou e permaneceu segurando minha mão, me puxando para o acompanhar no processo. Deu um beijo na bochecha da mãe.
Nós três nos encaminhamos para a cozinha e, após um silêncio estranho, finalmente Areum percebeu que algo tinha mudado.
- Hm… Aconteceu alguma coisa que eu não estou sabendo? - Ela nos olhou curiosa quando sentamos nas cadeiras altas da bancada, enquanto ela retirava a comida dos potes de marmita e passava para uma vasilha de plástico maior.
- Na verdade, nós queríamos conversar com a senhora. - Falei, tímida, enrolando o dedo no caminho de mesa que tinha na bancada.
- Estou percebendo. - Respondeu quando colocou a vasilha no microondas, apertando os botões rapidamente antes de voltar para nós. - O que os dois aprontaram? Parecem dois passarinhos perdidos.
- Nós estamos juntos, mãe. - Namjoon colocou pra fora sem nem antes preparar o terreno, me fazendo arregalar os olhos e me virar para ele, acertando seu ombro com um tapa leve.
- Hey, não foi assim que planejamos. - Resmunguei, fazendo os dois rirem.
- Desculpa, sua ansiedade passou para mim, eu acho. - Suas bochechas e orelhas se avermelharam e ele abaixou a cabeça envergonhado.
- Ai, Deus, vocês são tão fofos. - Ela deu a volta no móvel para nos abraçar. - Eu sempre quis vocês dois juntos e sempre soube que esse carinho que tinham um pelo outro poderia se tornar algo a mais.
- Eu falei pra que a senhora não iria ficar brava, mas ela tava toda ansiosa pra ver sua reação. - Os dois olharam para mim, me levando a encolher os ombros e sentir as bochechas quentes.
- É só que é algo novo para mim. - Falei em minha defesa.
- Me contem, como aconteceu tudo? - Ela falou empolgada e foi retirar a vasilha do microondas quando o aparelho apitou.
Engoli em seco, esperando que Namjoon tivesse uma resposta para isso, já que eu mesma não tinha pensado em nada ainda.
- Hm… - Ele olhou rapidamente para mim, quando se levantou para pegar os pratos no armário acima da pia. - Foi na faculdade, a gente… Hmm… Apenas percebemos que estávamos perdendo tempo um longe do outro.
- Ah, que amor. - Ela nos serviu e sentamos na mesa redonda que tinha entre a sala e a cozinha.
- Nós sempre torcemos pra vocês ficarem juntos. - Areum falou com os olhos marejando. - Digo, seus pais, , e Junseo e eu. Mas nunca forçamos nada, só torcíamos mesmo.
O clima pesou por um momento antes de ele balançar as mãos no ar e voltar ao armário, pegando talheres em uma das gavetas.
- Bom, estou muito feliz, espero que saibam disso. Têm a minha bênção, se posso dizer isso. - Sua risada voltou a encher o som da casa, tirando totalmente o clima tenso que tinha se instalado. - Vamos comer antes que esfrie novamente.
Nossa noite foi tranquila e após Areum se retirar para se deitar, Namjoon e eu fomos para a varanda da frente, que, por ser mais alta, deixava uma imagem da rua e das casas, e permitia que víssemos o movimento do bairro. Mas naquela noite estava tudo tranquilo. Nos sentamos nos primeiros degraus de cima e fui abraçada por seus braços calorosos. -Apesar de já termos contado sobre nós à minha mãe, ainda não fiz o que queria fazer desde hoje à tarde. - Ele falou baixo, próximo ao meu ouvido.
Virei meu rosto em sua direção, podendo ver cada detalhe de seu perfil, com seu olhar ainda preso na rua.
- E o que seria? - Não pude evitar de perguntar, sentido as já conhecidas borboletas no meu estômago.
Seu corpo se virou para mim, desfazendo seu abraço, suas mãos procuraram as minhas, apertando-as em antecipação. - Eu te amo muito, , e tô muito feliz por falar isso livremente agora.
Meu sorriso se abriu e senti o calor voltar às maçãs do meu rosto. Quando abri a boca para respondê-lo, dizendo que também o amava, ele fez um gesto para que eu esperasse.
- Eu quero muito que você diga sim e, apesar de esperar por essa resposta, não quero que se sinta pressionada quanto a isso. - Seu rosto se aproximou do meu rapidamente, me dando um selinho, e ele voltou à posição inicial, pigarreou antes de continuar. - Você quer ser minha namorada?
- Claro que sim, Namjoon! - Não me contive e me joguei em seus braços, fazendo com quem nós dois caíssemos deitados nas tábuas da varanda, causando risada em nós. - Eu aceito ser sua, Nam.
Seu sorriso abriu-se imensamente, até fazer desaparecer seus dois olhos. - Você não faz ideia do quão feliz estou, . Finalmente estamos juntos!



Fim.


Nota da autora: Sem nota.


Nota da beta: O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.

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