Capítulo Único
Marco estava sentando em uma banqueta ao lado do bar tomando o resto de sua cerveja enquanto esperava seu novo drink, colorido demais para lembrar o nome. A música alta fazia-o balançar a perna no mesmo ritmo. Só queria aproveitar aquela noite para relaxar com os amigos e beber.
Já fazia alguns minutos que estava ali sozinho, Mario tinha ido dar uma volta com uma mulher que conhecera na festa (e Marco tinha certeza que essa volta incluía uma passada até o carro do amigo, ou talvez uma cabine no banheiro). Os outros pareciam muito empolgados, alegres e bêbados, para repararem que o jogador estava sozinho, mas ele não se importava. Só queria relaxar e beber, poderia divertir-se mais tarde com alguma mulher.
Marco distraiu-se por alguns minutos com seu celular, conversando com o amigo que não poderia ir à festa, por jogar em outro clube. Tirou uma foto do lugar e enviou para André, que logo respondeu, xingando-o.
Olhou para o lado vendo o rapaz que antes fazia os drinks conversando com uma mulher que, diferente do resto do pessoal que estava trabalhando no lugar, usava apenas uma roupa social e um crachá pendurado em seu pescoço. Era loira, mais baixa que o barman, mas parecia ser quem mandava no lugar.
A conversa parecia séria, mas ele não saberia dizer se ela estava reclamando ou elogiando o barman. Talvez os dois. Ele então começou a falar rapidamente várias coisas que Marco não conseguia ouvir, a mulher concordava com a cabeça vez ou outra, fazendo comentários rápidos.
O celular de Marco apitou e ele voltou-se para o aparelho, rindo da foto que o amigo mandara, estava em casa vendo televisão apenas com uma cerveja em mãos. Digitou uma resposta e pouco depois, quando olhou para frente novamente, reparou que o cara tinha saído com uma bandeja em mãos, oferecendo alguma bebida para os outros convidados. Ou seja, ele tinha se esquecido de Marco e sua bebida colorida.
O alemão suspirou colocando os cotovelos na bancada, encostando o queixo nas mãos e esperando algum dos outros barman olharem para ele.
Tentou fazer um sinal duas vezes, mas não teve resposta. Sua cerveja já tinha acabado e ele começava a ficar irritado pela demora no atendimento.
- Precisa de alguma coisa? – virou-se ao ouvir a voz próxima a ele.
A mulher de social que mandara o outro cara servir as bebidas estava ao seu lado, segurava um tablet preto.
- O rapaz foi pra lá... – apontou bobamente para o centro da festa – E não me trouxe o que eu pedi... – reclamou fazendo cara de coitado. A mulher sorriu concordando com a cabeça.
- Sinto muito por isso, não sabia que ele estava com seu pedido. Minha culpa! – avisou enquanto fazia um sinal para um dos atendentes, que virou no mesmo instante. Marco sentiu-se contrariado, por que quando ele chamava era ignorado? Afinal ele era Marco Reus, as pessoas deviam fazer suas vontades. – Faça o pedido dele, ok? – o rapaz concordou com a cabeça, virando-se para o loiro.
- O que vai ser senhor? – perguntou prontamente.
Marco olhou para a mulher que o olhou de volta com a sobrancelha arqueada.
- Não sei o nome... Pedi o que um cara do meu lado tinha pedido, achei bonito! – deu de ombros sorrindo constrangido.
A mulher riu levemente, olhando para seu tablet e apertando alguma coisa que o jogador não conseguiu ver, pouco depois ela virou-o para que ele lesse.
- Essas são as opções da noite... Consegue ver qual era? – mostrou os nomes e fotos de cada drink, Marco pegou o aparelho e olhou atentamente para cada uma das fotos.
- Era esse! – falou após alguns segundos – O azul!
- Faça um blue lagon! – ela falou para o barman que concordou virando-se para preparar a bebida. – Se precisar de mais alguma coisa pode pedir para ele, ok?
Marco concordou sorrindo.
- Por que você eles escutam e eu tenho que ficar horas chamando? – ele questionou fazendo careta.
- Porque eu posso demiti-los! – ela sorriu levemente, Marco riu concordando com a cabeça. O Nextel apitou duas vezes e a mulher pegou-o começando a conversar com alguém que Marco não sabia quem era, ela respondeu algo rapidamente, colocando-o de volta no bolso de trás da calça. – Eu preciso resolver algumas coisas, novamente, se você precisar de alguma coisa pode pedir diretamente ao Nick, ok?
- Obrigado. – Marco sorriu de volta antes de vê-la se afastar.
Ficou olhando-a por alguns segundos até perde-la no meio da multidão e então virou-se para o barman que, pouco depois, entregou-lhe a bebida azul.
Reus estava em seu terceiro drink quando Robert apareceu para pegar uma bebida para ele mesmo, e avistou o amigo no canto.
- O que faz aqui? – o loiro deu de ombros sem saber o que dizer, estava um tanto sonolento – Vamos, vamos nos divertir um pouco! – sorriu, puxando-o para longe assim que sua bebida ficou pronta.
Encontraram com Hummels que ria enquanto fazia uma dança estranha, já completamente bêbado. Ficaram conversando e se mexendo no ritmo da música durante vários minutos, talvez hora, Marco não saberia dizer, apenas sabia que as luzes começavam a ficar embaralhadas em sua visão. E a música parecia muito alta naquele momento, porém os amigos não estavam reclamando, talvez o problema fosse ele.
Virou-se olhando envolta, queria algum lugar para sentar um pouco antes que caísse no meio da pista e fosse motivo de piadas o resto do ano.
Acenou para os amigos enquanto afastava-se, ouviu alguns gritos, mas não sabia o que significavam, estava quase chegando a um mini sofá, quando percebeu que precisava urgentemente de um banheiro. Olhou para os lados tentando encontrar algum indicativo, mas logo a frente encontrou o que procurava.
Assim que saiu, ainda com as mãos ligeiramente molhadas, pois não tinha paciência para ficar secando a mão naqueles aparelhos que saiam ar, era completamente desnecessário quando podia passar as mãos na calça jeans que usava. Estava andando para o sofá quando reparou em um casal aos beijos no lugar, rolou os olhos tentando encontrar outro lugar para sentar-se. Foi quando viu uma mulher sorrir para ele de forma provocativa. Sorriu de volta, talvez não fosse uma ideia ruim conversar com ela, o problema era ela parecer querer dançar. Marco odiava dançar, e definitivamente não queria fazer aquilo naquela noite. Já estava cansado demais. Olhou para o lado direito, pensando em alguma desculpa que pudesse dar, quando viu um garçom descendo de uma escada lateral. Olhou para o segundo andar, que até então ele nem sabia que tinha, e viu a mulher de antes conversando com um homem. Ela parecia explicar alguma coisa, falava rápido e gesticulava bastante as mãos, apontando vez ou outra para os convidados.
Após alguns segundos o homem desceu as escadas e a mulher que mandava, a qual Marco ainda não sabia o nome, deu uma olhada pelo salão, afastando-se da grade e indo para o fundo do espaço. Reus ficara curioso, o que ela fazia lá?
- Oi! – Marco virou-se, sorriu para a mulher que se aproximara dele nesse meio tempo.
- Olá! – olhou novamente para o segundo piso, decidindo que essa era a desculpa que ele precisava para não dançar – Eu preciso... – apontou para o segundo patamar – Nos vemos depois? Até! – falou antes que ela tivesse tempo de responder, já se afastando em direção as escadas.
Levou mais tempo do que imaginou que precisaria para subir a escada circular, e quando olhou para o segundo andar perguntou-se o motivo de não ter passado a noite toda ali.
O lugar era decorado com as cores do Borussia Dortmund, assim como todo o resto, mas tinha um enorme sofá preto, que parecia extremamente confortável. Algumas pequenas mesas e, para alívio de Marco, estava vazio. Poderia deitar e dormir ali se quisesse e ninguém saberia. As luzes eram baixas ali, nada parecido com o meio da pista. O som também parecia mais abafado, para sorte de seus ouvidos que não aguentavam mais aquele som alto.
Viu a mulher olhando alguns papéis mais adiante, sentada na beira do sofá.
- Boa noite! – disse ao aproximar-se, a mulher olhou-o um tanto confusa, um pouco surpresa.
- Olá! – ela esperou que ele dissesse alguma coisa, visto que ele permaneceria em silêncio emendou – Algum problema? Precisa de alguma coisa?
- Não, só de um pouco de tranquilidade. Está agitado demais lá embaixo. – sorriu calmo antes de esparramar-se no sofá. – E você? Por que está aqui? – perguntou olhando-a.
- Bem... Sou a pessoa responsável para que tudo dê certo hoje à noite, então se alguém tem algum problema, de qualquer tipo, estou aqui para resolvê-lo! – olhou para o jogador que concordou lentamente.
- Então você é a chefe. – afirmou sorrindo levemente, sua cabeça já não girava como antes.
- Não exatamente, ainda tenho que responder ao dono da empresa, mas até o final da festa pode-se dizer que sim. Pelo menos no pessoal que está trabalhando hoje, quem manda sou eu! – respondeu antes de voltar a olhar para os papéis e mexer no tablet.
Marco ficou em silêncio por alguns minutos, apenas olhando-a trabalhar. Ela tinha algo de diferente das outras mulhers, talvez fosse o sotaque.
- Você é de que cidade? Digo... Seu sotaque não é daqui. – explicou-se quando reparou que ela não entendera sua pergunta.
- Sou brasileira! – declarou vendo-o a olhar surpreso.
- Woa, e o que faz aqui? Já conheci alguns brasileiros, mas a maioria jogava futebol... Não me lembro de nenhuma mulher... – comentou rapidamente de forma embolada. Ela riu fracamente.
- Estou trabalhando, oras! – deu de ombros, Marco sorriu dando um tapa na própria testa.
- Pergunta errada. O que você faz na Alemanha? Veio trabalhar? – questionou novamente. A mulher passou a língua pelos lábios secos antes de responder.
- Uma amiga morava aqui já fazia um ano, vim pra fazer um curso de aperfeiçoamento e acabei gostando do país, consegui um emprego na área e agora estou aqui conversando com você.
- Não sabia que precisava de curso para organizar festas... Sempre achei que qualquer um poderia fazer. – comentou displicente.
- Bem... Levando em conta que jogadores de futebol não precisam terminar os estudos, é realmente compreensível que você pense que as outras pessoas com trabalhos comuns não precissem estudar. – respondeu mal humorada.
Marco piscou duas vezes, um tanto confuso.
- Me desculpe, não quis ofender. – falou por fim, ela apenas suspirou voltando a olhar para suas coisas, ignorando o alemão. – De verdade, não quis ofender, mas achei que fosse simples organizar uma festa, entende? Apenas contratar um DJ e alguns garçons... Sinto muito.
A mulher olhou-o por algum tempo.
- Me desculpe, não quis ser grosseira. Estou um pouco cansada, foi uma semana um tanto estressante. – sorriu sem graça.
O loiro sorriu de volta, ajeitando-se no sofá e encarando a mulher.
- Eu não sei seu nome. – disse simplesmente. Ela sorriu.
- .
Reus ficou algum tempo tentando falar o nome dela corretamente, fazendo-a rir das tentativas erradas, até ele falar corretamente e comemorar como se tivesse feito um gol.
- E você não sabe o meu! – olhou com os olhos semicerrados quando reparou que ela não perguntou.
- Acho que todos sabem seu nome, Reus. – ela piscou rindo em seguida.
- Ah... Bem... Chame-me apenas de Marco! – deu de ombros vendo-a concordar. – Você esta ocupada?
- Não, só estava fazendo um orçamento do que sobra para devolver aos fornecedores, mas por enquanto não tenho como concluir isso, não até que a festa acabe.
- Então você não pode ir embora? – Marco perguntou sentando-se um tanto mais perto dela. A mulher olhou-o por alguns segundos, negando em seguida.
- Não até o último convidado ir embora, então tenho que me certificar que o pessoal da limpeza deixará tudo em ordem…
- Eu te chamaria para comer alguma coisa, mas então você não pode... – sorriu olhando-a nos olhos – Aceita uma bebida?
Ela riu negando.
- Estou trabalhando, não bebo em serviço.
- Então me beija? – ele pediu baixando o olhar para os lábios da mulher, antes de voltar a olhar para os olhos castanhos dela.
Ela pareceu um tanto surpresa com aquilo, mas ele não se importou, aproximou-se mais dela, tocando seu braço e inclinando-se para beijá-la.
Encostou seus lábios finos no dela, pressionando-os levemente. Levou sua mão até o queixo dela, pronto para transformar aquilo em um beijo, mas ouviram um barulho estridente e ela afastou-o apressada.
- Oi? – disse assim que atendeu ao telefone.
Marco suspirou passando a mão pelos cabelos loiros, bagunçando-os. Olhou para os lados, nada parecia ter mudado, continuava tudo exatamente igual, mas era como se tivesse passado horas conversando, olhou no relógio, não eram nem três da manhã.
Esperou até que ela terminasse a ligação para voltar a encará-la.
- Acho melhor você voltar para a festa. – disse sem olhá-lo de volta.
- Por quê? – perguntou simplesmente.
- Por... Porque estou trabalhando e você deveria aproveitar a festa.
- Estou aproveitando muito bem, obrigado. – sorriu, a mulher o encarou por alguns instantes, negando com a cabeça em seguida.
- É melhor você ir, Marco. Não quero arrumar problemas.
- Ninguém nos viu conversando, não se preocupe. – ele garantiu com um sorriso leve nos lábios.
- Não estou me referindo ao trabalho. – disse simplesmente, ele ficou confuso. – Volte para a festa, ok? Preciso terminar esse orçamento.
- Mas você disse que... – parou no meio da frase, suspirou tornando a mexer em seu cabelo. – Você pode me passar o seu telefone pelo menos? – estendeu seu celular para a mulher, ela olhou o aparelho por alguns instantes, por fim negou com a cabeça.
- Boa noite, Marco. – levantou-se, pegando seu tablet e os papéis, começando a andar em direção a escada.
- Ei! – ele levantou-se, não tão rápido, seu corpo parecia mais pesado do que antes. – Só pedi seu telefone…
- É melhor deixarmos as coisas assim, ok? Tenho certeza que você consegue o telefone de outra mulher. Boa noite! – sorriu amarelo antes de voltar a andar.
- Você me deve um beijo e eu vou cobrar! – gritou vendo-a sair de seu campo de visão.
Abriu os olhos ao sentir alguém cutucá-lo levemente no braço, mexeu-se incomodado, vendo um garoto, mais novo do que ele, tentando acordá-lo.
- Desculpe senhor, mas a festa já acabou. Marco olhou em volta, o silêncio era quebrado apenas por algumas vozes e alguns barulhos que ele não sabia identificar.
- Todos já foram? – perguntou arrumando o cabelo e levantando-se do sofá no qual estivera deitado.
- Sim senhor, já faz uns trinta minutos desde que o último saiu. – contou vendo-o pegar a jaqueta que tinha usado como travesseiro e vesti-la. – Estamos apenas arrumando o salão…
- Aquela mulher... Ela está aqui? – perguntou de repente, terminando de arrumar os sapatos.
- Não tinha nenhuma mulher com o senhor…
- Eu quero dizer... A moça da organização, que é chefe de vocês, ela disse que tinha que supervisionar a limpeza…
- Ah, ela já foi embora, faz poucos minutos que saiu. – Marco abriu a boca incrédulo – O Joseph está aqui, quando ele vem ela não precisa ficar, porque ele cuida de tudo, entende? É sócio da empresa.
Marco concordou com a cabeça, o que faria? Tinha pensado em conversar com ela após a festa, mas se ela já tinha ido embora, como ele a encontraria? - Você tem o telefone?
- Não senhor, lamento. Mas Joseph deve ter, ele é o supervisor geral, talvez ele entregue para o senhor. – o rapaz sorriu para o jogador.
Marco desceu as escadas procurando pelo tal supervisor, encontrou um homem de meia idade vestindo um suéter azul escuro, dando ordens e gritando com algumas pessoas.
- Joseph? – o loiro perguntou vendo o homem virar-se para encará-lo. – Meu nome é Marco, eu... Bem... O senhor poderia me passar o telefone da ? – o homem o olhava sério sem dizer nada, aquilo deixava o jogador nervoso – Somos amigos, nos encontramos por acaso na festa, eu não queria perder contato novamente…
- Não acredito em nada do que você diz, rapaz. – ele comentou antes de virar-se para os funcionários e começar a andar, Marco o seguiu – Porem, meu filho é um grande fã do Borussia... Talvez eu possa lhe dar o telefone se tiver algo em troca...
Era quase sete da manhã quando Marco finalmente chegou em casa, deitou-se na cama sem se importar em trocar de roupa ou tomar um banho. Estava cansado demais para isso, tirou o celular do bolso digitando uma mensagem rápida, seguido pelos números de telefone anotados no cartão que o homem havia lhe dado.
“Você ainda me deve um beijo! – Marco.”
Já fazia alguns minutos que estava ali sozinho, Mario tinha ido dar uma volta com uma mulher que conhecera na festa (e Marco tinha certeza que essa volta incluía uma passada até o carro do amigo, ou talvez uma cabine no banheiro). Os outros pareciam muito empolgados, alegres e bêbados, para repararem que o jogador estava sozinho, mas ele não se importava. Só queria relaxar e beber, poderia divertir-se mais tarde com alguma mulher.
Marco distraiu-se por alguns minutos com seu celular, conversando com o amigo que não poderia ir à festa, por jogar em outro clube. Tirou uma foto do lugar e enviou para André, que logo respondeu, xingando-o.
Olhou para o lado vendo o rapaz que antes fazia os drinks conversando com uma mulher que, diferente do resto do pessoal que estava trabalhando no lugar, usava apenas uma roupa social e um crachá pendurado em seu pescoço. Era loira, mais baixa que o barman, mas parecia ser quem mandava no lugar.
A conversa parecia séria, mas ele não saberia dizer se ela estava reclamando ou elogiando o barman. Talvez os dois. Ele então começou a falar rapidamente várias coisas que Marco não conseguia ouvir, a mulher concordava com a cabeça vez ou outra, fazendo comentários rápidos.
O celular de Marco apitou e ele voltou-se para o aparelho, rindo da foto que o amigo mandara, estava em casa vendo televisão apenas com uma cerveja em mãos. Digitou uma resposta e pouco depois, quando olhou para frente novamente, reparou que o cara tinha saído com uma bandeja em mãos, oferecendo alguma bebida para os outros convidados. Ou seja, ele tinha se esquecido de Marco e sua bebida colorida.
O alemão suspirou colocando os cotovelos na bancada, encostando o queixo nas mãos e esperando algum dos outros barman olharem para ele.
Tentou fazer um sinal duas vezes, mas não teve resposta. Sua cerveja já tinha acabado e ele começava a ficar irritado pela demora no atendimento.
- Precisa de alguma coisa? – virou-se ao ouvir a voz próxima a ele.
A mulher de social que mandara o outro cara servir as bebidas estava ao seu lado, segurava um tablet preto.
- O rapaz foi pra lá... – apontou bobamente para o centro da festa – E não me trouxe o que eu pedi... – reclamou fazendo cara de coitado. A mulher sorriu concordando com a cabeça.
- Sinto muito por isso, não sabia que ele estava com seu pedido. Minha culpa! – avisou enquanto fazia um sinal para um dos atendentes, que virou no mesmo instante. Marco sentiu-se contrariado, por que quando ele chamava era ignorado? Afinal ele era Marco Reus, as pessoas deviam fazer suas vontades. – Faça o pedido dele, ok? – o rapaz concordou com a cabeça, virando-se para o loiro.
- O que vai ser senhor? – perguntou prontamente.
Marco olhou para a mulher que o olhou de volta com a sobrancelha arqueada.
- Não sei o nome... Pedi o que um cara do meu lado tinha pedido, achei bonito! – deu de ombros sorrindo constrangido.
A mulher riu levemente, olhando para seu tablet e apertando alguma coisa que o jogador não conseguiu ver, pouco depois ela virou-o para que ele lesse.
- Essas são as opções da noite... Consegue ver qual era? – mostrou os nomes e fotos de cada drink, Marco pegou o aparelho e olhou atentamente para cada uma das fotos.
- Era esse! – falou após alguns segundos – O azul!
- Faça um blue lagon! – ela falou para o barman que concordou virando-se para preparar a bebida. – Se precisar de mais alguma coisa pode pedir para ele, ok?
Marco concordou sorrindo.
- Por que você eles escutam e eu tenho que ficar horas chamando? – ele questionou fazendo careta.
- Porque eu posso demiti-los! – ela sorriu levemente, Marco riu concordando com a cabeça. O Nextel apitou duas vezes e a mulher pegou-o começando a conversar com alguém que Marco não sabia quem era, ela respondeu algo rapidamente, colocando-o de volta no bolso de trás da calça. – Eu preciso resolver algumas coisas, novamente, se você precisar de alguma coisa pode pedir diretamente ao Nick, ok?
- Obrigado. – Marco sorriu de volta antes de vê-la se afastar.
Ficou olhando-a por alguns segundos até perde-la no meio da multidão e então virou-se para o barman que, pouco depois, entregou-lhe a bebida azul.
Reus estava em seu terceiro drink quando Robert apareceu para pegar uma bebida para ele mesmo, e avistou o amigo no canto.
- O que faz aqui? – o loiro deu de ombros sem saber o que dizer, estava um tanto sonolento – Vamos, vamos nos divertir um pouco! – sorriu, puxando-o para longe assim que sua bebida ficou pronta.
Encontraram com Hummels que ria enquanto fazia uma dança estranha, já completamente bêbado. Ficaram conversando e se mexendo no ritmo da música durante vários minutos, talvez hora, Marco não saberia dizer, apenas sabia que as luzes começavam a ficar embaralhadas em sua visão. E a música parecia muito alta naquele momento, porém os amigos não estavam reclamando, talvez o problema fosse ele.
Virou-se olhando envolta, queria algum lugar para sentar um pouco antes que caísse no meio da pista e fosse motivo de piadas o resto do ano.
Acenou para os amigos enquanto afastava-se, ouviu alguns gritos, mas não sabia o que significavam, estava quase chegando a um mini sofá, quando percebeu que precisava urgentemente de um banheiro. Olhou para os lados tentando encontrar algum indicativo, mas logo a frente encontrou o que procurava.
Assim que saiu, ainda com as mãos ligeiramente molhadas, pois não tinha paciência para ficar secando a mão naqueles aparelhos que saiam ar, era completamente desnecessário quando podia passar as mãos na calça jeans que usava. Estava andando para o sofá quando reparou em um casal aos beijos no lugar, rolou os olhos tentando encontrar outro lugar para sentar-se. Foi quando viu uma mulher sorrir para ele de forma provocativa. Sorriu de volta, talvez não fosse uma ideia ruim conversar com ela, o problema era ela parecer querer dançar. Marco odiava dançar, e definitivamente não queria fazer aquilo naquela noite. Já estava cansado demais. Olhou para o lado direito, pensando em alguma desculpa que pudesse dar, quando viu um garçom descendo de uma escada lateral. Olhou para o segundo andar, que até então ele nem sabia que tinha, e viu a mulher de antes conversando com um homem. Ela parecia explicar alguma coisa, falava rápido e gesticulava bastante as mãos, apontando vez ou outra para os convidados.
Após alguns segundos o homem desceu as escadas e a mulher que mandava, a qual Marco ainda não sabia o nome, deu uma olhada pelo salão, afastando-se da grade e indo para o fundo do espaço. Reus ficara curioso, o que ela fazia lá?
- Oi! – Marco virou-se, sorriu para a mulher que se aproximara dele nesse meio tempo.
- Olá! – olhou novamente para o segundo piso, decidindo que essa era a desculpa que ele precisava para não dançar – Eu preciso... – apontou para o segundo patamar – Nos vemos depois? Até! – falou antes que ela tivesse tempo de responder, já se afastando em direção as escadas.
Levou mais tempo do que imaginou que precisaria para subir a escada circular, e quando olhou para o segundo andar perguntou-se o motivo de não ter passado a noite toda ali.
O lugar era decorado com as cores do Borussia Dortmund, assim como todo o resto, mas tinha um enorme sofá preto, que parecia extremamente confortável. Algumas pequenas mesas e, para alívio de Marco, estava vazio. Poderia deitar e dormir ali se quisesse e ninguém saberia. As luzes eram baixas ali, nada parecido com o meio da pista. O som também parecia mais abafado, para sorte de seus ouvidos que não aguentavam mais aquele som alto.
Viu a mulher olhando alguns papéis mais adiante, sentada na beira do sofá.
- Boa noite! – disse ao aproximar-se, a mulher olhou-o um tanto confusa, um pouco surpresa.
- Olá! – ela esperou que ele dissesse alguma coisa, visto que ele permaneceria em silêncio emendou – Algum problema? Precisa de alguma coisa?
- Não, só de um pouco de tranquilidade. Está agitado demais lá embaixo. – sorriu calmo antes de esparramar-se no sofá. – E você? Por que está aqui? – perguntou olhando-a.
- Bem... Sou a pessoa responsável para que tudo dê certo hoje à noite, então se alguém tem algum problema, de qualquer tipo, estou aqui para resolvê-lo! – olhou para o jogador que concordou lentamente.
- Então você é a chefe. – afirmou sorrindo levemente, sua cabeça já não girava como antes.
- Não exatamente, ainda tenho que responder ao dono da empresa, mas até o final da festa pode-se dizer que sim. Pelo menos no pessoal que está trabalhando hoje, quem manda sou eu! – respondeu antes de voltar a olhar para os papéis e mexer no tablet.
Marco ficou em silêncio por alguns minutos, apenas olhando-a trabalhar. Ela tinha algo de diferente das outras mulhers, talvez fosse o sotaque.
- Você é de que cidade? Digo... Seu sotaque não é daqui. – explicou-se quando reparou que ela não entendera sua pergunta.
- Sou brasileira! – declarou vendo-o a olhar surpreso.
- Woa, e o que faz aqui? Já conheci alguns brasileiros, mas a maioria jogava futebol... Não me lembro de nenhuma mulher... – comentou rapidamente de forma embolada. Ela riu fracamente.
- Estou trabalhando, oras! – deu de ombros, Marco sorriu dando um tapa na própria testa.
- Pergunta errada. O que você faz na Alemanha? Veio trabalhar? – questionou novamente. A mulher passou a língua pelos lábios secos antes de responder.
- Uma amiga morava aqui já fazia um ano, vim pra fazer um curso de aperfeiçoamento e acabei gostando do país, consegui um emprego na área e agora estou aqui conversando com você.
- Não sabia que precisava de curso para organizar festas... Sempre achei que qualquer um poderia fazer. – comentou displicente.
- Bem... Levando em conta que jogadores de futebol não precisam terminar os estudos, é realmente compreensível que você pense que as outras pessoas com trabalhos comuns não precissem estudar. – respondeu mal humorada.
Marco piscou duas vezes, um tanto confuso.
- Me desculpe, não quis ofender. – falou por fim, ela apenas suspirou voltando a olhar para suas coisas, ignorando o alemão. – De verdade, não quis ofender, mas achei que fosse simples organizar uma festa, entende? Apenas contratar um DJ e alguns garçons... Sinto muito.
A mulher olhou-o por algum tempo.
- Me desculpe, não quis ser grosseira. Estou um pouco cansada, foi uma semana um tanto estressante. – sorriu sem graça.
O loiro sorriu de volta, ajeitando-se no sofá e encarando a mulher.
- Eu não sei seu nome. – disse simplesmente. Ela sorriu.
- .
Reus ficou algum tempo tentando falar o nome dela corretamente, fazendo-a rir das tentativas erradas, até ele falar corretamente e comemorar como se tivesse feito um gol.
- E você não sabe o meu! – olhou com os olhos semicerrados quando reparou que ela não perguntou.
- Acho que todos sabem seu nome, Reus. – ela piscou rindo em seguida.
- Ah... Bem... Chame-me apenas de Marco! – deu de ombros vendo-a concordar. – Você esta ocupada?
- Não, só estava fazendo um orçamento do que sobra para devolver aos fornecedores, mas por enquanto não tenho como concluir isso, não até que a festa acabe.
- Então você não pode ir embora? – Marco perguntou sentando-se um tanto mais perto dela. A mulher olhou-o por alguns segundos, negando em seguida.
- Não até o último convidado ir embora, então tenho que me certificar que o pessoal da limpeza deixará tudo em ordem…
- Eu te chamaria para comer alguma coisa, mas então você não pode... – sorriu olhando-a nos olhos – Aceita uma bebida?
Ela riu negando.
- Estou trabalhando, não bebo em serviço.
- Então me beija? – ele pediu baixando o olhar para os lábios da mulher, antes de voltar a olhar para os olhos castanhos dela.
Ela pareceu um tanto surpresa com aquilo, mas ele não se importou, aproximou-se mais dela, tocando seu braço e inclinando-se para beijá-la.
Encostou seus lábios finos no dela, pressionando-os levemente. Levou sua mão até o queixo dela, pronto para transformar aquilo em um beijo, mas ouviram um barulho estridente e ela afastou-o apressada.
- Oi? – disse assim que atendeu ao telefone.
Marco suspirou passando a mão pelos cabelos loiros, bagunçando-os. Olhou para os lados, nada parecia ter mudado, continuava tudo exatamente igual, mas era como se tivesse passado horas conversando, olhou no relógio, não eram nem três da manhã.
Esperou até que ela terminasse a ligação para voltar a encará-la.
- Acho melhor você voltar para a festa. – disse sem olhá-lo de volta.
- Por quê? – perguntou simplesmente.
- Por... Porque estou trabalhando e você deveria aproveitar a festa.
- Estou aproveitando muito bem, obrigado. – sorriu, a mulher o encarou por alguns instantes, negando com a cabeça em seguida.
- É melhor você ir, Marco. Não quero arrumar problemas.
- Ninguém nos viu conversando, não se preocupe. – ele garantiu com um sorriso leve nos lábios.
- Não estou me referindo ao trabalho. – disse simplesmente, ele ficou confuso. – Volte para a festa, ok? Preciso terminar esse orçamento.
- Mas você disse que... – parou no meio da frase, suspirou tornando a mexer em seu cabelo. – Você pode me passar o seu telefone pelo menos? – estendeu seu celular para a mulher, ela olhou o aparelho por alguns instantes, por fim negou com a cabeça.
- Boa noite, Marco. – levantou-se, pegando seu tablet e os papéis, começando a andar em direção a escada.
- Ei! – ele levantou-se, não tão rápido, seu corpo parecia mais pesado do que antes. – Só pedi seu telefone…
- É melhor deixarmos as coisas assim, ok? Tenho certeza que você consegue o telefone de outra mulher. Boa noite! – sorriu amarelo antes de voltar a andar.
- Você me deve um beijo e eu vou cobrar! – gritou vendo-a sair de seu campo de visão.
Abriu os olhos ao sentir alguém cutucá-lo levemente no braço, mexeu-se incomodado, vendo um garoto, mais novo do que ele, tentando acordá-lo.
- Desculpe senhor, mas a festa já acabou. Marco olhou em volta, o silêncio era quebrado apenas por algumas vozes e alguns barulhos que ele não sabia identificar.
- Todos já foram? – perguntou arrumando o cabelo e levantando-se do sofá no qual estivera deitado.
- Sim senhor, já faz uns trinta minutos desde que o último saiu. – contou vendo-o pegar a jaqueta que tinha usado como travesseiro e vesti-la. – Estamos apenas arrumando o salão…
- Aquela mulher... Ela está aqui? – perguntou de repente, terminando de arrumar os sapatos.
- Não tinha nenhuma mulher com o senhor…
- Eu quero dizer... A moça da organização, que é chefe de vocês, ela disse que tinha que supervisionar a limpeza…
- Ah, ela já foi embora, faz poucos minutos que saiu. – Marco abriu a boca incrédulo – O Joseph está aqui, quando ele vem ela não precisa ficar, porque ele cuida de tudo, entende? É sócio da empresa.
Marco concordou com a cabeça, o que faria? Tinha pensado em conversar com ela após a festa, mas se ela já tinha ido embora, como ele a encontraria? - Você tem o telefone?
- Não senhor, lamento. Mas Joseph deve ter, ele é o supervisor geral, talvez ele entregue para o senhor. – o rapaz sorriu para o jogador.
Marco desceu as escadas procurando pelo tal supervisor, encontrou um homem de meia idade vestindo um suéter azul escuro, dando ordens e gritando com algumas pessoas.
- Joseph? – o loiro perguntou vendo o homem virar-se para encará-lo. – Meu nome é Marco, eu... Bem... O senhor poderia me passar o telefone da ? – o homem o olhava sério sem dizer nada, aquilo deixava o jogador nervoso – Somos amigos, nos encontramos por acaso na festa, eu não queria perder contato novamente…
- Não acredito em nada do que você diz, rapaz. – ele comentou antes de virar-se para os funcionários e começar a andar, Marco o seguiu – Porem, meu filho é um grande fã do Borussia... Talvez eu possa lhe dar o telefone se tiver algo em troca...
Era quase sete da manhã quando Marco finalmente chegou em casa, deitou-se na cama sem se importar em trocar de roupa ou tomar um banho. Estava cansado demais para isso, tirou o celular do bolso digitando uma mensagem rápida, seguido pelos números de telefone anotados no cartão que o homem havia lhe dado.
Fim.
Nota da autora: Oi gente! Espero que gostem da história e do inicio desse casal. Tenho uma boa parte da história pronta e pretendo mandar logo logo para o site.
Por favor comentem!!!!
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Eu não escrevo essa fic, apenas a scripto, qualquer erro de layout somente no e-mail.
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