- , por que você não fica aqui com a mamãe, meu filho? Já falei que você tem que ficar mais perto de mim. - Lorie disse para o filho mais velho.
- Ô mãe, que drama! - se aproximou da mãe e lhe deu um beijo na testa. - Eu só vou passar essas férias na Califórnia, preciso de calor, praia, ar livre. O trabalho tá me matando, a senhora sabe que atrás de todos os ternos que eu uso, tem um cara que gosta de ficar com a prancha pendurada, o chinelo no pé e a bermuda larga. - Lorie riu e concordou.
- Mas me ligue quando chegar lá, tudo bem? Fico preocupada com essas suas viagens de carro. Ainda mais sozinho. - nem parecia que o filho já tinha 24 anos e nem morar mais com ela, morava.
- Tá ok, capitã, eu ligo. E a senhora sabe que eu vou encontrar o John e outros amigos por lá. Não ficarei sozinho pela terra dos famosos. E fala pra Emma que eu ainda quero conhecer aquele namorado e que eu não permiti nada ainda.
- Cresce, . Sua irmã já tem 19 anos.
- Não, ela ainda é uma criança! - disse acabando de colocar as malas no carro e se virando em direção a mãe, a abraçando. - Já estou indo, cuide do Max, ele come muitas vezes ao dia, e se quiser ir lá no meu apartamento, a chave está com Peter, o porteiro, é só falar com ele quem é.
- Tá ok, meu filho, me arrume uma nora, pra me arrumarem um neto! - rolou os olhos e riu, dando um beijo em sua bochecha e entrando no carro.

tinha 24 anos, tinha resolvido se formar como advogado assim que acabou o ensino médio, morava em Nova York desde que se entendia por gente com a mãe, o pai e a irmã mais nova. Nunca teve o que reclamar da vida, apesar de nunca ter tido um relacionamento sério ou duradouro, não que fosse um cara problemático que não conseguia manter um relacionamento, apenas não havia encontrado a mulher certa pra ele.
Com a parte de cima do carro aberta, sentia uma das mil e uma belezas da costa oeste à sua esquerda, com o sol batendo no mar e deixando tudo ainda mais lindo. Ao longe já se via as pessoas com suas pranchas, seus trajes de banho, e sua alegria estampada em seus rostos por estarem num lugar tão puro e calmo como a Califórnia. sentiu aquilo tudo o atingindo.
Parou o carro próximo ao Píer de Santa Mônica, para ir andando até lá, comer alguma coisa e ligar para John, já que ficaria hospedado na casa do amigo.
Foi andando até uma lanchonete que vendia comida Brasileira, sempre foi muito interessado pelo Brasil e adorava a diversidade do paladar.
Sentou em uma das cadeiras que estavam vazias e observou o lado de fora do lugar, muito movimentado, cheio de vida e cheio de garotas bonitas. Virou para frente ao ouvir um tipo de pigarro vindo da atendente da lanchonete, o chamando atenção. ficou um tempo sem responder prestando atenção na beleza da mulher, era um beleza simples, porém encantadora.
- O senhor já escolheu o que irá comer? - a menina perguntou.
- Ainda não. Será que a senhorita poderia me indicar algo? - disse galenteando a menina, que ficou sem graça e sorriu.
- Bom, eu não sei muito o gosto do senhor. O senhor prefere comida ou mais um tira gosto mesmo?
- Ah, um tiro gosto. Eu cheguei de viagem agora, mas ainda não estou com fome, e só estou aqui pra fazer um tempo, e meu amigo vir me buscar.
- Ah, então eu te indico um empadão, é uma massa bem famosa no Brasil, e nós temos de frango, queijo e camarão. - a menina sorriu e não teve como não rir junto, estava encantado. - E como sobremesa, brigadeiro! - ela disse animada.
- Brigadeiro? Isso não tem em Nova York. Quero os dois, por favor, com um refrigerante.
- Ok, senhor, já lhe trago. - disse anotando no papel em suas mãos e preparada para voltar a cozinha, quando a voz do homem lhe chamou atenção.
- Mas antes posso saber o nome da senhorita?
- . - respondeu sorrindo.
- Huh, que diferente. - estranhou o nome, não era muito comum aquele nome nos Estados Unidos.
- Sou Brasileira. - lhe explicou.
- Tá explicado! - riu concordando e deixando a menina voltar a seu trabalho.
conseguiu ligar pra John e o amigo lhe disse que só iria dar pra buscá-lo dali a duas horas, pois estava ocupado ajudando a irmã em algo na casa dela. não disse nada a respeito, já que ficaria na casa do amigo de favor, não poderia reclamar, não estava no direito.
A mocinha pelo qual tinha ficado encantado já estava o entregando seus pedidos.
- Aqui está, senhor. Espero que goste. - ela estendeu os pedidos e limpou a mão no avental que estava preso em sua cintura. Sorriu.
- A senhorita poderia me dizer se aqui tem banheiro? Meu amigo vai demorar a vir me buscar e eu acho que irei ter que passar o tempo de outra forma. E sem me chamar de senhor por você. Pra você é . - a menina sorriu e concordou.
- , você quer passar o tempo no banheiro fazendo o que? - riu da cara de espanto que o homem fez.
- Ai meu Deus, me expressei mal né? Não é nada que você está pensando, é porque eu quero trocar de roupa e ir à praia, pegar alguma onda, eu vi o pessoal ali na frente e to louco pra matar minha vontade. A única coisa ruim é que não conheço ninguém, como eu disse, meus amigos vão demorar a vir.
- Tem banheiro nos fundos, , você pode se trocar lá sem problemas. - o homem agradeceu e sorriu pra ela.
- A que horas sai do trabalho? Se não for perguntar demais, é claro.
- Não é perguntar demais, a não ser que você seja um estuprador ou esteja com uma pá guardada no carro e me assassinar quando eu sair.
- Ah, eu juro que não sou nada disso. - fez sinal com os dois dedos fazendo sinal de juramento.
- Saio daqui a 20 minutos, pra falar a verdade. Se o senhor quiser esperar, eu vou até a praia e lhe apresento uns amigos meus, eles surfam também. - riu e concordou.
- , volte já ao trabalho por favor. - ouviram uma terceira voz e viraram em direção a ela, fazendo revirar os olhos.
- Tenho que ir. Te vejo daqui a 20 minutos. - disse e viu o homem concordar e sorriu de volta.
logo comeu e foi a pagar a conta à que estava no balcão, dizendo a menina que ia pegar suas coisas no carro e ir ao banheiro trocar de roupa. Logo estava no carro pegando uma bermuda e retirando a blusa que estava por cima de uma regata branca sem mangas, e retirando as cordas que prendiam a prancha que estava em cima de seu carro e a colocando embaixo do braço, trancando o carro e voltando a lanchonete. Lá trocou sua roupa e foi até um banco que ficava do lado de fora, a espera da saída de . Minutos depois sentiu uma presença sentando ao seu lado e sorrindo.
- Oi, saí! - disse.
- Oi, que bom! Vamos pra praia? - viu a menina concordar e retirar a blusa, ficando apenas com a perna de cima do biquíni e o short jeans. ficou mais encantado ainda, a menina não tinha aqueles corpos das mulheres comuns daquela região, era simples, meiga, era simplesmente maravilhosa. Olhou pra ela e sorriu.
- Que foi que tá me olhando assim? - ela disse, com a luz do sol refletindo seu sorriso.
- Nada, você é linda demais! Quantos anos você tem?
- Obrigada. - sorriu tímida. - Tenho 22, e você? - já falou o pegando pela mão e caminhando em direção à sua moto.
- Tenho 24. Pra onde estamos indo?
- Pra minha moto, ali na frente.
- Mas a praia é já no final da rua. Pra que moto?
- Porque eu não posso deixar minha moto aqui, né . Vamos logo. Não quer que uma mulher dirija uma moto em que você está? - disse debochando da cara de . Abriu o banco de trás e pegou dois capacetes, colocando um e estendo o outro em direção ao homem. Que logo o colocou, sentindo o veículo acelerar numa velocidade que deixava aquela cidade ainda mais maravilhosa e o ar ainda mais agradável.
Quando desceram, logo viu a menina se aproximando de um grupo de homens que estavam todos quase no mesmo estilo de .
- Gente, esse é meu amigo . esse é Jack, Mike, Steve e George. - disse apontando pra cada um.
- Prazer, , disse que você tava querendo curtir umas ondas. Já faz isso faz muito tempo?
- Faz uns nove anos, comecei a treinar com meu pai quando vinha pra cá mais novo, mas faz tempo que não faço isso, o trabalho anda sugando muito o meu tempo.

Ficaram conversando ali na areia da praia por mais tempo. Bebendo e contando histórias engraçados de um pro outro, já se sentia em casa com os amigos novos, mandando uma mensagem pra John dizendo que não era mais preciso ele ir buscá-lo, que era só passar o endereço que iria mais tarde. descobriu que tinha 22 anos, trabalhava na lanchonete porque era de seu tio e também porque o salário lhe ajudava a pagar a universidade de cinema que ela fazia em Los Angeles. Logo a noite caiu e o pessoal resolveu fazer um luau por ali. Mas ainda tinham que chamar outras pessoas e organizar as coisas.
- , vem! - levantou e estendeu a mão para que logo a pegou e começaram a caminhar pela areia.
- Você vai vir mais tarde no luau, né? - perguntou caminhando ao lado de e sentindo a água das ondas quebrarem em seus pés.
- Claro que sim. Por que não viria? A pessoa que eu mais quero ver vai estar lá, seria burrice se eu não fosse. - sorriu e parou em frente a .
- Então tudo bem. Eu preciso ir pra casa tomar um banho e ajeitar umas coisas por lá. Quer que eu te leve até seu carro? - concordou e os dois foram andando até a moto da mulher conversando aleatoriedades.

**

- Qual é cara, fez outros amigos por ai? - John disse enquanto ajudava a tirar algumas coisas do carro dele.
- Tive que fazer, meu melhor amigo me deixou solto pela cidade. - sentou no sofá cansado pelo dia agitado que teve, mas pensando que ainda iria ver o sorriso de .
- Conheceu alguma gata por ai, né? Cuidado, hein meu amigo, por aqui só tem piranha e mulher que gosta de cobrar por sexo. - John disse entregando uma cerveja pra e se sentando no sofá em frente.
- Deixa de ser escroto. - lhe tacou uma almofada. - Conheci, sim. A mulher mais linda que eu já vi na minha vida.
- Nossa, conheceu a mulher hoje e já está apaixonado? Que avanço temos aqui? Um homem que nunca teve um relacionamento sério, é esse avanço que temos. - riu e concordou. - Os caras vão vim pra cá mais tarde pra fazermos umas coisas de homens.
- Ih cara, eu vou pra um luau, o pessoal que eu conheci na praia me chamou, é daqui a pouco na verdade. Liga pros caras e vamos todos. Tem muita gente legal por lá, talvez até você conheça alguém.
- Tá bom então, vamos tirar a prova de que sua mulherzinha é gata ou não. - disse se levantando pra ligar pros amigos. Ouvindo o xingar de longe.

**

- All my life, you stood by me, when no one else was, ever behind me, all these lights, can't blind me, with your love, nobody can't drag me down! - quando chegou à festa, viu de longe perto do mar com um copo de bebida na mão e cantando alto. Riu e se aproximou da menina, que não percebeu.
- Jura que você tá cantando One Direction? - falou baixo no ouvido da menina, que se assustou levemente.
- Ah, eu gosto tá bom? - colocou os braços ao redor do pescoço de , que automaticamente colocou os braços ao redor de sua cintura. - Que bom que você veio, tava com medo de não te ver novamente.
- Você nunca iria não me ver mais novamente. E trouxe até meus amigos junto. - olhou pra trás na intenção de ver algum deles e apresentar à . - Mas eles provavelmente devem estar perdidos por aí, eles são daqui mesmo, então conhecem o pessoal.
- Você vai ficar quanto tempo aqui, ? - o pegou pela mão e começaram a caminhar de mãos dadas.
- Até semana que vem. Eu iria ficar até o fim do mês, já que esse mês são minhas férias, mas semana que vem é aniversário da minha irmã, e eu não posso nunca ficar longe dela no aniversário dela. - riu olhando pra areia.
- Que irmão fofo. - apertou sua bochecha. - Quantos anos ela vai fazer?
- 20. Minha bebê tá crescendo. - Fingiu uma cara de tristeza.
- Nossa, como se você fosse muito mais velho que ela, né.
- Sou praticamente cinco anos tá? Já vou fazer 25. Tô velho.
- Você não tem namorada, né? - perguntou receosa.
- Tenho. - brincou pra ver a reação da menina, que automaticamente soltou sua mão da dele, fazendo uma cara de decepção. - É brincadeira , pode pegar minha mão novamente. - a pegou. - Não tenho namorada.
- Seu idiota. - sentiu um tapa em seu braço.
- Terminei um namoro sério que eu tive faz dois anos já. Desde daí nunca tive ninguém que ficasse por tempo na minha vida.
- E por que não?
- Não sei, parece que ainda não encontrei a pessoa certa. - sorriu pra , que fez o mesmo. - Mas sei lá, parece que já encontrei, meio que do nada. - o olhou e levantou as sobrancelhas. - Mas e você? Deduzo que não tem namorado.
- Verdade, não tenho. Eu tinha, mas ele era muito ciumento, não me deixava fazer nada e tudo ele achava que homem tava olhando pra mim. Não aguentava mais, resolvi que já tava na hora de terminar, e isso já fazem dois anos também, desde então, nunca tive ninguém serio. Acho que temos isso em comum.
- Acho que temos muita coisa em comum. - sorriu para ela, fazendo um carinho circular em sua bochecha.
- Vamos sentar, acho que a bebida subiu um pouquinho. - riu e viu se sentar ao seu lado na areia, para logo depois se deitar.
Ficaram ali incontáveis minutos observando o céu que estava recheado por estrelas, até cortar o silêncio.
- Você sabia que estrelas são um corpo negro? Na física, um corpo negro é um corpo que absorve toda a radiação que nele incide, ou seja, nenhuma luz o atravessa e nem é refletida. Interessante, né? - disse apontando pras estrelas e fechando um dos olhos.
- Sim, é interessante. Você sabe muito sobre estrelas, senhorita? - se apoiou em um dos braços e ficou olhando para a menina, enquanto acariciava seus cabelos.
- Sim, sei muito. Sei por exemplo que estrelas não cintilam, que não existem estrelas verdes, que você não consegue enxergar milhões de estrelas em uma noite de céu limpo, numa noite como a gente está agora, por exemplo, com o céu limpo, só é possível ver no máximo 2 mil. É pouco em comparação ao tamanho dessa galáxia, cê num acha? - ela se virou pra ele, sorrindo.
- Acho sim. - respondeu calmamente. - Você, esse momento, hoje, me lembrou uma música que eu gosto muito, sabia?
- Ah, é? Qual? - perguntou curiosa.
- É uma música que meu pai canta pra minha mãe. Acho linda. - respondeu olhando pro mar, lembrando dos pais.
- Canta pra mim então.
- Ah não, minha voz não é boa.
- Mas eu quero ouvir a música ué, a voz só vai ser consequência. Por favor? - pediu manhosa, dando-lhe um beijo no lóbulo.
- Tá bom. - respondeu se deitando novamente e olhando pro céu, pegou a mão de e entrelaçou seus dedos.

(Coloque essa música pra tocar)

começou a cantar a música melodicamente no ritmo, fazendo virar de bruços na areia e o observar.


Chance gave its light tonight
Stars are aligned
The sweetest thing to cross my eyes
Crossed my life

sorriu e fechou os olhos, sentindo a voz suave de e a música lenta, se deitando em seu peito, se aconchegando melhor a ele.

Hold me tonight
Night after night
What a bliss to be alive
Here by your side
From silence we rise
Arise

apertou mais , e foi descendo suas mãos por seu corpo, parando em seus braço e depositando carinhos por ali. Fazendo-a sorrir em silêncio.

Hold me tonight
Night after night
What a bliss to be alive
Here by your side
From silence we rise
What a bliss to be alive

Finalizou a música e se deitou novamente na areia, o fazendo debruçar por cima dela.
- Melhor cantor dos Estados Unidos, sim ou claro? - brincou mexendo com o cabelo dela.
- Com certeza. - acariciou a barba dele. - Posso te pedir uma coisa?
- Até duas se quiser, senhorita.
- Me beija?
No mesmo segundo, sentiu seus dedos percorrendo todo o rosto de , indo para seus lábios e o contornando lentamente, enquanto a olhava nos olhos. - Seu pedido é uma ordem, senhorita. - sua reação seguinte foi chocar seus lábios num beijo calmo, como se pedisse permissão pra aquilo estar acontecendo, logo sentiu suas línguas se tocando e um choque de excitação percorrer todo seu corpo, o puxava pela nuca em busca de mais contato, enquanto ele a puxava mais pela cintura. O beijo foi quebrado lentamente, finalizando-se com alguns selinhos.
- Por que você tem que morar tão longe daqui? - falou baixo enquanto afundava o rosto em seu pescoço. - Quer dizer, qualquer homem do qual eu me interesso, ou é um idiota, ou mora longe.
- Eu sempre morei em Nova York, mas eu sinto como se minha casa fosse aqui, esse lugar, esse clima, essas praias, parece que eu nunca quero ir embora daqui, sabe? Dessa agitada costa Oeste de verão alto, me sinto tão vivo aqui, é como se fosse senso de tempo e paz. Não que eu não me sinta assim em NY, mas aqui é mais forte.
- Sei como se sente. Eu vim pra cá faz cinco anos já. Fiz o último ano do ensino médio aqui, meus pais acharam que seria melhor. Eu sou do Rio de Janeiro, e aqui eu me sinto mais perto de casa, as praias, a alegria das pessoas, o clima... Tudo me parece de casa. É mágico.
- Quero que me leve pra conhecer o Rio um dia, o que acha? - brincou enquanto fazia uma cara de concordância.
- Fechado, capitão. - bateu condolência. - Que tal aproveitarmos a semana que você está aqui então? - disse enquanto puxava e se sentava no colo dele.
- Me parece ótimo, senhorita. - a puxou para um segundo beijo. O que não foi nada comparado aos milhões que deram na semana em que ficara na cidade.

**

2 anos depois.

À meia luz, iluminados somente pela fraca lâmpada amarela do abajur, e deliciavam-se da presença um do outro, sem saber dizer onde começava a dele e onde começava a dela. O quarto de estava meio frio por conta do ar-condicionado, fazendo o calor humano indispensável ali. deslizou a mão por dentro da calça de moletom de , fazendo-a recuar a perna e voltar a sua atenção a ele.
- Para, isso faz cócegas, que saco! - revirou os olhos em sinal de descrença.
- A senhorita está muito chata hoje, sabia? - ele apoiou o peso do corpo em seus braços e ela virou para ele.
- Não gostei da ironia que você soltou quando eu estava com a sua mãe. Você sabe que eu não posso vir morar aqui com você, estou no último bimestre da faculdade. Não posso abandonar tudo. Já estou passando esse mês todo aqui, né? Porque você nunca está satisfeito? - bufou.
- E quem disse que eu não estou satisfeito? Está tirando suas conclusões por mim, . - ele se largou dela e se sentou na cama, ficando de costas e sentindo ela levantar o tronco.
- Não precisa falar, não é mesmo? As ironias que você solta já são o suficiente. Estamos juntos fazem dois anos e eu nunca reclamei dos finais de semanas que você ia pra Califórnia e um dia depois já estava de volta pra Nova York.
- Eu tava pensando em uma coisa, . - começou falando baixo e arqueou as sobrancelhas, já imaginando o que iria acontecer ali. - Esse relacionamento à distância que estamos tendo nesses dois anos, tá ficando meio cansativo por conta das milhas que estão separando um do outro. - abaixou a cabeça e se levantou, apertando o nó de seu robe.
- Olha, , se você quiser terminar, tudo bem, eu te entendo, tá? Nenhum homem quer saber de relacionamento à distância. É compreensível. - olhou para ele que apenas afirmou com a cabeça e logo depois saiu do quarto. Se trancando no banheiro, sem dar tempo de alguma explicação ou finalização de .
O homem foi até o criado mudo, pegou uma caixinha que estava guardada ali há dias, e a abriu, pra ver se estava tudo certo. Pensou consigo mesmo. - Que mulher teimosa. - pra logo depois ir atrás dela.
- , abre essa porta, vamos conversar melhor e ficarmos amigos, pode ser, não pode? - ouviu a mulher fungar do outro lado da madeira. - Anda , abre a porta, eu não quero que você chore, não por isso.
Ouviu a mulher pegar na maçaneta.
- Você me deixou acabar de falar? - negou com a cabeça e apoiou o corpo no batente da porta. - Então por que veio pro banheiro?
- Porque eu tava com vontade de fazer xixi, .
- Pelos olhos? - cruzou os braços em cima do peito.
- Babaca. - ia andando quando sentiu a pegar pelo braço.
- Eu acho que podemos comprar uma casa na Califórnia, sabe. - viu arregalar os olhos e riu. - Ficaria mais fácil pra você, certo? - ficou confusa, abriu a boca pra falar alguma coisa mas nenhum som saía.
- , isso é muito sério, ok? Por exemplo, em condições assim, morar juntos significa que talvez poderíamos sei lá, nos... - não deu tempo para terminar a frase, apenas levou as mãos atrás de seu bolso e abriu a caixinha revelando um lindo anel de brilhantes e se ajoelhando na frente dela.
- , aceita se casar comigo? - sorriu ao ver a cara de choro de .
- Sim. - falou num fio de voz e o puxou para um beijo, que logo foi retribuído com todo carinho possível.
- Você sabe que a Califórnia é minha casa não é? Nada mais maravilhoso do que eu morar lá com a mulher da minha vida, a dona do meu coração.
- Qualquer lugar em que eu estiver com você eu estou em casa, . Até em marte. - riu apertando mais sua cintura.
- Eu sou apaixonado por você desde o primeiro segundo que em que pus os olhos na senhorita naquela lanchonete, a partir daquele momento, foi tudo mais forte que eu. Dali eu já sabia que você seria a mãe dos meus filhos.
- Eu também, meu amor, eu também. - o abraçou.
- Agora vamos dar a notícia pra minha mãe - Dani disse e gargalhou alto. - Ela vai ser a mulher mais feliz do mundo por saber que eu finalmente vou desencalhar.
riu e entrelaçou as mãos nas de Dani.
- Te amo, .
- Te amo mais, senhorita. - sorriu, apertando sua mão na dela.
Definição extrema sobre o amor: Sentimento muitas vezes repentino, que não sabemos medir, controlar ou destruir.

Nota da autora: (03.12.2015) Oi gente, como estão? Queria falar que essa música é baseada em Miles Away, do The Maine. Eu adorei escrevê-la, mas talvez não tenha ficado tão boa. Mas eu até que gostei. Enfim, deixem seus comentários, por favor, sobre o que acharam. É bom quando o autor tenha essa reciprocidade, de verdade. Enfim, é isso!
Beijos X.X




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