Capítulo Único
As paredes, agora, pareciam tão mais brancas. A cama estranhamente arrumada. Tudo tão branco e organizado.
Extremamente oposto à sua vida.
Não esperava que ele voltasse. Talvez, lá no fundo, não quisesse que ele voltasse.
Tudo tão branco. Tudo tão ele.
Sempre ele.
Nunca ela.
Ela gostava de cores fortes, vivas. Vermelho, azul, verde. Ele era branco, preto, e muitas vezes cinza.
Ela é sorrisos e risadas, abraços e pulos de alegria. Ele era dúvida e preocupação.
Ela a noite. Ele o dia.
Isso só porque ela amava a noite. Gostava das luzas das cidades que, mais brilhantes que o próprio sol, iluminavam a escuridão.
Ela iluminava a escuridão dele.
E agora estava sozinha, de volta ao quarto de hotel. No meio da noite.
Jogou-se na cama, bufando. Ligou a televisão e tirou a camiseta. Esperou o ar condicionado esfriar o local e abriu as portas para a sacada. E do décimo sétimo andar esperava ver ele vindo para o hotel. Vindo para ela.
Por que não podiam ser felizes? Não era algo difícil a se fazer. Eles tinham um belo apartamento, ótimos empregos e comida na mesa todos os dias. Nenhum deles, ou algum familiar, estava doente. Amavam um ao outro. Isso deveria bastar.
Para ela bastava.
Entrou novamente e trocou a calça por shorts de pijamas. Era todo cinza. Com quadradinhos brancos. O sutiã, branco de renda. Sem bojo. Odiava bojo.
Um sorriso feliz apareceu em seus lábios. Green Light começou a tocar. Adorava Lorde. Aumentou o volume.
O controle da televisão agora era o seu microfone.
I do my makeup in somebody else's car
We order different drinks at the same bars
I know about what you did and I wanna scream the truth
She thinks you love the beach, you're such a damn liar
Cantava com toda a voz que possuía, fazia a performance em cima da cama.
A desarrumava o máximo que podia. Não queria nada no lugar
Those great whites, they have big teeth
Hope they bite you
Thought you said that you would always be in love
But you're not in love no more
Did it frighten you
How we kissed when we danced on the light up floor?
On the light up floor
Jogava os travesseiros pelo quarto enquanto chutava o cobertor de cima do móvel.
Correu por todo o cômodo, deixando um rastro de caos até a sacada.
Soltou os cabelos do rabo de cavalo que usava, finamente os libertando.
But I hear sounds in my mind
Brand new sounds in my mind
But honey I'll be seein' you 'ever I go
But honey I'll be seein' you down every road
I'm waiting for it, that green light, I want it
Havia acordado os outros hóspedes. Não dava a mínima.
Aquele momento era dela e só dela.
'Cause honey I'll come get my things, but I can't let go
I'm waiting for it, that green light, I want it
Oh, I wish I could get my things and just let go
I'm waiting for it, that green light, I want it
Balançava os cabelos e passava as mãos pelo rosto para tornar tudo mais dramático.
Esse simples gesto a fez lembrar dele. Dos cabelos castanhos – meio loiros - com o cumprimento passando das orelhas, com cachinhos nas pontas e da barba grande levemente ruiva.
O conjunto o fazia parecer mais velho. Odiava que ele parecesse mais velho, ficava mais evidente a diferença de idade entre eles. Ela 22, ele 35. Também odiava o fato de ele ter tantas cores em si: não possuía uma cor definida nos cabelos, ou na barba e o corpo levemente bronzeado também não ajudava.
Os olhos verdes eram de longe o mais bonito verde que já vira.
'Cause honey I'll come get my things, but I can't let go
I'm waiting for it, that green light, I want it
Oh, honey I'll come get my things, but I can't let go
I'm waiting for it, that green light, I want it
Yes, honey I'll come get my things, but I can't let go
I'm waiting for it, that green light, I want it
Oh, I wish I could get my things and just let go
I'm waiting for it, that green light, I want it
Um único fã apareceu. Quem ela menos e mais esperava estar ali.
Encostado na porta, ajeitou os óculos para vê-la melhor do lado oposto do cômodo. Toda suada e com o rosto vermelho. O cabelo desgrenhado e a respiração descompassada.
Deu um sorriso fraco.
Ele a amava. Não importava as brigas, ou a diferença de idade, e muito menos eles terem personalidades diferentes.
Amor não vê a quem.
Amor não possui barreiras.
Amor não prende. Não sufoca.
Ela correu para ele, enlaçou as pernas na sua cintura e os braços no seu pescoço.
Com o olhar mais sincero e o sorriso mais feliz do mundo, nada precisou ser dito. Apenas necessitava de um beijo compartilhado.
Naquele momento eles perceberam que o amor libertava.
Libertava de todas as amarras.
Libertava de todos os preconceitos.
Extremamente oposto à sua vida.
Não esperava que ele voltasse. Talvez, lá no fundo, não quisesse que ele voltasse.
Tudo tão branco. Tudo tão ele.
Sempre ele.
Nunca ela.
Ela gostava de cores fortes, vivas. Vermelho, azul, verde. Ele era branco, preto, e muitas vezes cinza.
Ela é sorrisos e risadas, abraços e pulos de alegria. Ele era dúvida e preocupação.
Ela a noite. Ele o dia.
Isso só porque ela amava a noite. Gostava das luzas das cidades que, mais brilhantes que o próprio sol, iluminavam a escuridão.
Ela iluminava a escuridão dele.
E agora estava sozinha, de volta ao quarto de hotel. No meio da noite.
Jogou-se na cama, bufando. Ligou a televisão e tirou a camiseta. Esperou o ar condicionado esfriar o local e abriu as portas para a sacada. E do décimo sétimo andar esperava ver ele vindo para o hotel. Vindo para ela.
Por que não podiam ser felizes? Não era algo difícil a se fazer. Eles tinham um belo apartamento, ótimos empregos e comida na mesa todos os dias. Nenhum deles, ou algum familiar, estava doente. Amavam um ao outro. Isso deveria bastar.
Para ela bastava.
Entrou novamente e trocou a calça por shorts de pijamas. Era todo cinza. Com quadradinhos brancos. O sutiã, branco de renda. Sem bojo. Odiava bojo.
Um sorriso feliz apareceu em seus lábios. Green Light começou a tocar. Adorava Lorde. Aumentou o volume.
O controle da televisão agora era o seu microfone.
We order different drinks at the same bars
I know about what you did and I wanna scream the truth
She thinks you love the beach, you're such a damn liar
Cantava com toda a voz que possuía, fazia a performance em cima da cama.
A desarrumava o máximo que podia. Não queria nada no lugar
Hope they bite you
Thought you said that you would always be in love
But you're not in love no more
Did it frighten you
How we kissed when we danced on the light up floor?
On the light up floor
Jogava os travesseiros pelo quarto enquanto chutava o cobertor de cima do móvel.
Correu por todo o cômodo, deixando um rastro de caos até a sacada.
Soltou os cabelos do rabo de cavalo que usava, finamente os libertando.
Brand new sounds in my mind
But honey I'll be seein' you 'ever I go
But honey I'll be seein' you down every road
I'm waiting for it, that green light, I want it
Havia acordado os outros hóspedes. Não dava a mínima.
Aquele momento era dela e só dela.
I'm waiting for it, that green light, I want it
Oh, I wish I could get my things and just let go
I'm waiting for it, that green light, I want it
Balançava os cabelos e passava as mãos pelo rosto para tornar tudo mais dramático.
Esse simples gesto a fez lembrar dele. Dos cabelos castanhos – meio loiros - com o cumprimento passando das orelhas, com cachinhos nas pontas e da barba grande levemente ruiva.
O conjunto o fazia parecer mais velho. Odiava que ele parecesse mais velho, ficava mais evidente a diferença de idade entre eles. Ela 22, ele 35. Também odiava o fato de ele ter tantas cores em si: não possuía uma cor definida nos cabelos, ou na barba e o corpo levemente bronzeado também não ajudava.
Os olhos verdes eram de longe o mais bonito verde que já vira.
I'm waiting for it, that green light, I want it
Oh, honey I'll come get my things, but I can't let go
I'm waiting for it, that green light, I want it
Yes, honey I'll come get my things, but I can't let go
I'm waiting for it, that green light, I want it
Oh, I wish I could get my things and just let go
I'm waiting for it, that green light, I want it
Um único fã apareceu. Quem ela menos e mais esperava estar ali.
Encostado na porta, ajeitou os óculos para vê-la melhor do lado oposto do cômodo. Toda suada e com o rosto vermelho. O cabelo desgrenhado e a respiração descompassada.
Deu um sorriso fraco.
Ele a amava. Não importava as brigas, ou a diferença de idade, e muito menos eles terem personalidades diferentes.
Amor não vê a quem.
Amor não possui barreiras.
Amor não prende. Não sufoca.
Ela correu para ele, enlaçou as pernas na sua cintura e os braços no seu pescoço.
Com o olhar mais sincero e o sorriso mais feliz do mundo, nada precisou ser dito. Apenas necessitava de um beijo compartilhado.
Naquele momento eles perceberam que o amor libertava.
Libertava de todas as amarras.
Libertava de todos os preconceitos.
Fim.
Nota da autora: Sem nota.
Nota da beta: Ah, história lindinha!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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