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última atualização: 27/02/2017





Único


Califórnia, EUA
30 de Dezembro. 10:00.


– Nós deveríamos fazer uma festa. – disse do nada, andando de um lado pro outro na sala de casa e viu oito pares de olhos lhe encararem.
Os amigos, junto com a irmã, como sempre, tinham se reunido por lá pra fazer qualquer coisa e já que era o penúltimo dia do ano, eles precisavam fechar aquele ciclo com uma bela chave de ouro. Pelo menos, era uma forma de deixar pra trás os meses não muito bons que haviam passado.
Party house? – perguntou de olhos arregalados, levantando a cabeça de uma vez, ainda pendurando no sofá, entre as duas garotas. apontou pra ele afirmando e os outros quatro se mostraram tão animados quanto.
– Mas assim? Em cima da hora? – perguntou, fazendo uma pequena careta.
– A ideia é essa. – riu.
– As melhores festas. – disse despreocupada, encostada no ombro do namorado, que levantou a mão pra um high five, gesto que a garota completou.
– Festa? Pra quê? Comemorar esse ano horrível que passou? – fez careta e depois coçou a cabeça, sem entender direito o que o irmão queria fazer.
– Na verdade é uma ótima ideia. – deu um pulo do sofá, olhando para os que ainda estavam sentados. – Não pra comemorar essa droga de ano, , mas pra mandar ele embora em grande estilo – o garoto disse eufórico.
– Exatamente! – sacudiu o amigo, os fazendo rir.
– Estou dentro! – gritou e deu um pulo do sofá. – Vai, ! Se anima! – a garota cutucou a amiga de lado, fazendo-a rolar os olhos fingidamente. – É fim de ano! – gritou, mas a amiga repetiu o gesto, fazendo-a se jogar em cima dela no sofá.
– Tá, tá bom! – a mais nova disse às gargalhadas. – Decoração é por nossa conta, ! – a garota se prontificou, vendo o irmão abrir um sorriso largo. – Agora sai de cima de mim. – empurrou a amiga pro lado, fazendo a outra rir.
– As meninas por conta de arrumar tudo, certo? – perguntou convicto e animado. As quatro bateram continência.
– Certo até certo ponto. – riu. – Porque na manhã depois da festa cada um de vocês vai ajudar a limpar – ela viu os garotos fazerem caretas enquanto as outras três afirmavam veemente.
– Podem tirar o cavalinho da chuva, queridos. Ninguém vai limpar tudo sozinho. – deu um sorriso meigo, piscando os olhos freneticamente.
– Até porque a cachaça vai ser a mesma pra todo mundo, então ressaca é o que não vai faltar. – disse e dedos foram apontados em concordância.
– Isso se a gente conseguir acordar antes do meio dia. – riu alto e todos concordaram.
– Bebida por nossa conta. – deu um sorriso maldoso e se jogou no sofá perto de , abraçando a garota pelos ombros.
– A gente se divide, compra mais rápido e em maior quantidade. – disse convicto. – Se deixar pra comprar tudo num lugar só vai demorar mais. – o rapaz deu de ombros.
– Sem falar que hoje já é dia 30, duvido muito que as prateleiras ainda estejam cheias a essa hora. – disse um tanto desacreditado, com um fio de risada e os cinco arregalaram os olhos. Se eles não corressem, a bebida mal daria pro começo.
– Droga! Droga! – xingou o vento. – Vamos! Levanta! – o rapaz disse agoniado, procurando as chaves do carro nos bolsos.
Os quatro que estavam sentados trataram de levantar em uma rapidez fora do comum. beijou rapidamente a namorada como despedida e fez o mesmo com – mas repetidas vezes, o que fez a garota rir. rolou os olhos vendo a ceninha do amigo com a irmã, depois saiu puxando o garoto pra fora de casa, onde os outros já se encaminhavam.
, organiza tudo aí, de noite a gente se reúne de novo e vê o que foi resolvido. – o moreno disse à irmã, que acenou positivamente.
– Tudo bem, . Pode deixar! Mais tarde a gente vê. – a garota disse e viu a porta ser fechada. Ela voltou a atenção para as amigas que estavam espalhadas na sala e respirou fundo, tentando organizar tudo em sua cabeça e vendo que não seria de grande eficácia. – Eu vou buscar um caderninho, daí a gente organiza tudo bem direitinho. – disse, levantando-se do sofá.
, não precisa! – as três riram. Era sempre daquele jeito, e sua organização excessiva.
– Certeza que você não tem TOC? – a pergunta saiu como deboche, fazendo a garota olhar pra trás e mostrar a língua, depois rir alto, continuando a andar até o quarto.
– Nós somos loucas, os meninos mais ainda. – riu, enquanto mexia no celular.
– Ano novo! Vida nova! Última festa do ano! – abriu os braços, se esparramando no sofá. – Vai ser épica! Espero que o próximo ano comece em grande estilo, com o pé direito, não aguento mais esse – a garota suspirou e viu levantar um dedo, depois levantar dois dedos.
– Três. – verbalizou o numeral e as quatro riram alto. – Ok, é... – a garota mordeu a boca e sentou ao sofá. – A gente tem que ver uma média de quantas pessoas.
– Quem eles vão chamar pra comprar tanta bebida? – vincou as sobrancelhas. Se iam ser apenas eles, pra que tanta euforia em comprar alguns litros de tequila?
– Putz! Esquecemos de perguntar. – arregalou os olhos. – Mas você sabe como os meninos gostam de exagerar no assunto álcool.
– Acho que eles vão chamar mais alguém. – deu de ombros. – Mais tarde a gente se informa melhor, daí manda mensagem avisando, quem vier vai trazer mais coisa. Não lembram como eram as festas de colégio? – a garota riu lembrando da confusão que sempre dava. As quatro riram.
, a gente previne e compra copo e essas bagaceiras toda que dê pra uma manada. – riu.
– Única solução mesmo. – a garota riu, depois colocou os pés em cima da mesinha de centro. – E a decoração? Coisa simples ou não dá pra fazer.
– Balões claros, brancos, prateados e dourados. Da pra pôr e encher a piscina daqui. – disse com um porte de que sua ideia era genial.
– Opa, legal. – apontou pra amiga, enquanto a notava no caderno. – Luzinhas, muitas luzes, principalmente se pegar o que sobrou do Natal. Quero esse quintal iluminado. – a garota riu.
– E a instalação elétrica pra isso? – fez careta.
– Algum dos meninos devem saber fazer. – deu de ombros. – Só perguntar quais as coisas que compramos, daí fica mais fácil.
– Acho que o Seb sabe. – disse ainda incerta. – Eu já ligo e pergunto. Mais alguma coisa?
– Não, não dá pra encher muito o quintal. – mordeu a boca de leve. – E nem a casa. Só ilumina e coloca algumas mesas lá fora, ou não, depende de onde vai ser o ponto de apoio para as bebidas.
– Aqui dentro a gente guarda o que for de valor e o que quebrara fácil, mais tarde os meninos ajudam e fica mais fácil. – disse, enquanto balançava a perna.
– Okay... Então, uns 500 copos, 200 balões, adornos brilhosos, luzinhas e algumas luminárias pra gente pôr no quintal. – ia listando o que estava no caderninho e as outras três afirmaram com um aceno. – Velas? – ela perguntou fazendo careta.
– Acho melhor não, ou vão pôr fogo na casa. – riu. – Pronto? – ela perguntou levantando do sofá.
– Pronto, acho que é isso. – fez o mesmo. – Tá de carro? A gente vai no seu. – a garota afirmou e balançou o molho de chaves na mão, e também levantaram de onde estavam e logo as quatro cuidaram em ir comprar o que era preciso para a organização da festa.

– x– x– x–


Já era quase fim de tarde, quando os nove haviam se encontrado novamente na casa dos . As meninas haviam voltado com tudo que era necessário pra decoração da festa em mãos. Copos, condimentos e alguns adicionais, inclusive os fios para que fizesse a instalação assim como elas haviam pedido.
Eles conseguiram comprar todas as bebidas e petiscos a tempo, mas o gelo parecia ter desaparecido daquela cidade e muito provavelmente a geladeira da casa não iria dar conta de gelar tudo. estava louco tentando entrar em contato com qualquer lugar que vendesse gelo, enquanto e colocavam o que cabia dentro do refrigerador da casa e auxiliava nas instalações.
O quarteto fantástico já tinha demarcado todos os lugares onde colocariam as luminárias para que o quintal ficasse o mais claro possível e, no momento, elas se concentravam sentadas no chão gramado, como se estivessem em duplas para agilizar o trabalho de desenrolar as luzinhas provenientes do recente natal que havia passado.
? – chamou da porta da cozinha e a garota olhou pra ele confusa. – Pode ir comigo buscar o gelo? – ele pediu e viu a garota arregalar os olhos.
– Você achou? – ela gritou animada e viu o garoto rir, afirmando. – Vou sim, só espera. – disse, colocando uma porção de luzes no chão.
– É na cidade vizinha e o cara só me deu uma hora. Tem que ir logo! – coçou a cabeça impaciente.
– Vai logo, . – incentivou com um aceno de mão e um sorriso maldoso. mostrou a língua pra ela.
– Já volto! – a garota disse e andou a passos rápidos até . – Me dá a chave do carro. – ela riu estendo a mão quando passou por ele.
colocou o braço nos ombros dela e acompanhou a garota, entregando a chave do carro. O rapaz beijou-a na bochecha, quando completou o abraço desajeitado com o braço em volta da cintura dele, depois dançaram, balançando as cabeças e fazendo pequenos passinhos com a música que tocava dentro da casa no pequeno caminho até a porta.
– Onde é exatamente? – fechou a porta.
– A fábrica. – olhou pra garota, dando um sorriso trincado e a viu arregalar os olhos.
– A fábrica? – ela perguntou esganiçado. – Você é doido? , a fábrica é na outra divisa! – disse agoniada, estendo a chave novamente pra ele.
– Só um pouquinho – ele apertou os olhos, medindo com os dedos bem próximos, fazendo a garota rir alto e depois ganhar outro beijo de surpresa na bochecha. – Eu sei que é na outra divisa – ele disse segurando um sorriso pra convencer a garota. – Sem doce, – ele alargou ainda mais o sorriso, sabendo que ela ia ceder. – Vamos logo! – suspirou de um jeito fingido.
– Você não tem jeito – a garota riu, assim como ele, que levantou o punho e terminou de puxá–la até o carro.
– Mas você gosta – ele piscou com um porte convencido, fazendo-a abrir a boca incrédula, mostrando uma falsa ofensa.
– Larga de ser convencido, – os dois riram. – Na ida você dirige – ela riu meio incrédula, segurando a chave estendida, pegou, ainda com o sorriso no rosto e os dois se acomodaram no carro. – Pegou as caixas de isopor? Ou o gelo derrete de lá pra cá. – perguntou, passando o cinto e viu que ele fazia o mesmo.
– Peguei sim. Coloquei a maior no porta malas e duas aqui no banco de trás, uma em cima e outra embaixo – ele disse apontando pra trás com o polegar e olhando pelo retrovisor. A garota afirmou.
– Será que vai dar pra gelar tudo, ? – ela fez uma careta, ainda com os olhos nas caixas.
deu partida no carro.
– Dá sim, se preocupa não – ele riu de leve, dando um cutucão no ombro dela. – E se não der, o pessoal também não reclama, vai por mim. Sem pagar, eles bebem até veneno – o rapaz disse rindo e riu alto. – Mas é, .
– Pior que você tem razão – a garota riu, mordendo a boca levemente e balançou a cabeça negativamente, depois suspirou e encostou a cabeça no banco, deixando seu olhar vagar, enquanto pensava no ano que tinha passado. Que, principalmente, havia sido um dos mais complicados, parecia que haviam jogado uma zica no mundo e o medo de acordar dali a um dia e não ser primeiro de janeiro, mas sim 32 de dezembro.
? – o rapaz chamou com a voz mansa, dividindo a atenção entre a estrada e entender o que se passava com , apertando a mão dela de leve, fazendo a garota acordar do transe.
– Oi? – ela sacudiu a cabeça rindo.
– Achei que você tivesse dormido de olho aberto – ele disse com um sorriso quase se transformando em risada, provocando risos nela.
– Nah, eu só estava pensando nesse ano mesmo, foi complicado para todo mundo – ela fez uma careta e o ouviu suspirar em afirmação.
– Por isso a gente tem que mandar ele embora com tudo que tem direito – riu, dando uma piscadela.
– E começar o próximo com o lado direito inteiro – ela disse de uma vez e ouviu a gargalhada dele. – Mas é! Entra de lado! – gritou mais uma vez, com sua voz se misturando as risadas dentro do carro. Uma risada puxando a outra, quase sincronizadas, que já estava fazendo os dois ficarem vermelhos. – Nós somos dois idiotas pra rir disso – ela respirou fundo, puxando o ar, depois passou a mão no rosto, parando de rir.
– Você que tem a risada frouxa – disse parando de rir, com a atenção na estrada.
– Aham, e você é o sério. Tá – ao dois riram. – Vou ligar o som – ela inclinou o corpo pra frente, ligando o som.
– Se você conseguir um sinal de rádio – o rapaz disse despercebido.
– Han? – a garota levantou o rosto de uma vez. – E você tá me levando pro fim do mundo, ? – arqueou uma das sobrancelhas e ouviu outra risada alta. – Larga de ser fraco, garoto – ela riu outra vez.
– É na divisa, . O sinal é mais precário – ele explicou, dando de ombros. – E sua irmã? Quando chega? Ou ela não vem?
– Mas eu vou achar, a vida com música é mais gostosa – a garota deu um sorriso trincado, depois piscou. Os dois riram. – A tá em Montreal ainda. Mais cedo mandei mensagem falando da festa, ela disse vem e vai trazer o Min Ho. – disse procurando uma estação de rádio. – Primeiro Natal dele com a gente, depois eu vim ver vocês e ela ficou por lá, parece que iam voltar pra Nova York, aí eu mandei a mensagem, chegam amanhã – ela alargou o sorriso e se encostou ao banco, depois de achar a rádio.
– Ah, legal! – disse animado. – Mais gente, mais bagunça – o rapaz riu.
– Exatamente! – cutucou o ombro dele, dando uma risada. – O Min Ho está louco pra conhecer vocês – ela disse se balançando ao som da música que tocava e o viu abrir um sorriso bonito, parecendo se divertir com a performance da garota pra Girls Just To Want Have Fun. – Vem, dança junto! – a garota riu, puxando-o pelo ombro e fazendo-o rir alto e ele logo entrou no personagem, acompanhando-a na coreografia que se resumia a ir de um lado pro outro.

Os dois chegaram à fábrica de gelo quando a noite já estava caindo, o lugar estava quase fechando e o dono, que havia negociado com , esperava do lado de fora, batendo o pé, irritado e impaciente pela demora do garoto.
– Eu acho que alguém vai ser morto – debochou rindo e viu o amigo fazer uma careta.
– Te levo junto – ele piscou, se esticou e beijou a bochecha dela, depois saiu do carro com um sorriso divertido pela cara de ultraje fingida da garota.
– Você não tem jeito, – a garota riu e também saiu do carro, acompanhando-o até onde o homem velho estava.
O rapaz explicou o porquê do atraso, pôs o carro de ré na entrada do lugar e logo começou a encher as caixas de isopor com a ajuda de . Mesmo tendo recusado a ajuda da garota e alegado que ele quem iria carregar peso, ela resolveu que não o deixaria naquela situação sozinho. Enquanto ele enchia a caixa maior, abrigada no porta malas do carro, com os sacos de gelo, ela cuidava de uma das que estavam em cima dos bancos traseiros. Durante todo o tempo, o velho enchia a paciência dos dois, dizendo para irem rápido ou ele perderia seu fim de ano por causa de dois adolescentes, o que fazia rolar os olhos. Há eras que ela não era mais uma adolescente e muito menos , que era cinco anos mais velho que a garota.
Depois de encher as três caixas e pagar o velho rabugento, teve uma crise de riso por estar ensopado e sua resposta foi tentar molhá-la, correndo atrás dela. Os dois voltavam pra casa dos vermelhos de tanto rir e com ele ainda tentando molhar a garota que dirigia.
– Eu vou bater o carro, idiota! – gritava às gargalhadas quando sentia a mão molhada de ou algum dos sacos de gelo em seu braço.
O garoto se resumia a gargalhadas escandalosas que provocavam ainda mais as de , que quando ia tentar reclamar pra ele parar, só conseguia rir mais, os deixando naquele ciclo vicioso que durou boa parte do caminho, obrigando a garota a manter toda sua atenção na estrada ou não conseguiria mais parar de rir.

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A noite para os nove foi pequena.
Eles usaram o tempo para convidar todos os contatos de seus telefones, organizar a casa, a festa, as luzes, as músicas – que foram escolhidas a dedo – em uma playlist enorme e que daria sossego aos meninos naquela última noite do ano, afinal eles mereciam. Sem falar que a diversão também era sempre garantida, principalmente quando estavam todos juntos.
Caixas de pizza espalhadas pela sala, algumas garrafas secas, risadas preenchendo o ambiente, todos sentados em uma rodinha, compartilhando memórias, enquanto uma garrafa rodava no centro apontando quem seria o próximo a contar alguma lembrança que havia marcado a amizade deles. A alegria partilhada de ver o último dia do ano nascer em grande estilo ao lado dos amigos de muito longa data. Mais da metade deles se conheciam desde criança. E mesmo que cada um morasse em um lugar diferente no continente, a amizade tinha continuado e era aquilo que importava no fim das contas.

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31 de Dezembro. 20:47.

A grande casa dos irmãos , onde todos os amigos estavam hospedados, havia ficado pequena e apertada. Desde a tarde que a folia tinha tomado maiores proporções, a irmã de , junto ao namorado, haviam chegado pra completar a turma. E o garoto asiático já se sentia da família, mesmo com pouco tempo de convivência com os cinco loucos que estavam habitando aquela casa. A ressaca da noite anterior havia sido curada na piscina com incríveis pulos e muita água. E havia quem dissesse que mais algumas garrafinhas de cerveja ajudariam a melhorar a ressaca de uma noite completamente não dormida.
O dia havia passado rapidamente, pelo menos parte dele em que o grupo havia ficado acordado. Os três quartos da casa estavam abarrotados de coisas, mochilas, malas, colchões, roupas e calçados, os banheiros tinham sido ocupados por garotas loucas querendo fazer maquiagem e cabelo, embora o grande espelho do quarto de estivesse sendo devidamente usado. Os meninos nunca iriam entender porque demorar tanto pra se arrumar, fazer maquiagem, cabelo e toda essa coisa que mulher fazia se tudo iria ser tirado após a festa.
– Vocês estão perto? – o grito veio da sala.
Onde os seis garotos: , , , , e Min Ho estavam. Entediados, jogados nos puffs, sofás e poltronas, esperando que as mulheres em questão se arrumassem logo, principalmente porque pra eles era tudo mais fácil.
– Garanto que já terminamos. – passou gritando de um quarto para o outro, segurando um par de sandálias nas mãos, mas antes de entrar no quarto onde as cinco se concentravam, voltou e beijou o namorado, depois entrou de vez no cômodo, ao som de algumas risadas.
– Não demorem mais, por favor! – outro grito de apelo foi dado.
– Tudo bem! – a resposta veio com um coro em meio a risadas.

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A cozinha estava ocupada apenas pelo supergrupo em volta da mesa de madeira, um dos únicos moveis que iria ficar naquele cômodo pra ser usado como apoio. Os onze copinhos cheios com tequila estavam dispostos sobre a madeira e no meio deles alguns pires com sal e limão, totalmente preparados para dar início ao ritual que já era padrão pra eles antes de qualquer comemoração importante. A primeira dose antes de qualquer outra bebida que fosse aberta.
– Faça as honras! – apontou para o amigo, que era o dono da casa. O rapaz riu e pegou um copinho.
– A um ano difícil, o que não importa, porque estávamos todos juntos! – disse levantando o copo com um sorriso largo e gigante, depois olhou pra irmã ao seu lado, que estava abraçada a . pegou um dos copinhos na mesa e repetiu o gesto do irmão.
– Por mais momentos assim! – ela sorriu igualmente ao irmão. acompanhou a onda, apanhando mais uma dose na mesa. – Porque eu adoro essas bagunças com vocês! – a garota gritou de olhos fechados.
– E que nunca acabe! – o rapaz disse com um sorriso largo, depois beijou fortemente a bochecha de . A garota virou o rosto e os dois beijaram-se singelamente. – E à casa dos ser na praia. – riu alto, assim como os outros que também confirmaram.
– Às festas de última hora! – já com o copinho em mãos, riu, sendo acompanhado pelos amigos que afirmaram veemente.
– Às nossas incríveis loucuras! – levantou o pequeno copo o mais alto que pode, ouvindo gritos de encorajamento.
– A uma vida mais longa! – fez o mesmo, abraçando a garota de lado. – E mais cheia de loucuras. – eles riram.
– Aos novos desafios que, com certeza, virão! – levantou o copinho, vendo todos afirmarem.
– Mas que nós, com certeza, vamos vencê-los! – completou a frase da garota, depois deu uma piscadela, fazendo-os rir.
– Eu adorei conhecer vocês. – Min Ho mudou totalmente os votos, fazendo todos rirem. – E espero participar mais vezes dessas bagunças – o garoto asiático levantou mais um pouco o copo, fazendo todos confirmarem fortemente.
Era como dizia a história: quanto mais gente, melhor a folia ficava.
– Que a gente não mude nada! – gritou com o copo pra cima, vendo os amigos afirmarem com acenos e sorrisos.
– E o mais importante! Que nós continuemos unidos e juntinhos assim, mesmo estando a quilômetros de distância! – sorriu, pegando o último copo e fechando o ciclo.
O ritual da tequila se completou, sal, tequila e limão. A festa estava oficialmente aberta.

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Já eram mais de onze horas, a casa estava completamente cheia, o som atingia todos os lugares, quartos, sala, cozinha, mas se originava no quintal, que estava abarrotado de gente. Pessoas pulando, bebendo, dançando e brincando ao redor da piscina. Os amigos haviam se espalhado por todo lugar, cumprimentado conhecidos, pessoas que há um bom tempo não viam e novos conhecidos. Ao mesmo tempo que esperavam a chegada do novo ano. Algumas pessoas já tinham caído na piscina, outras ameaçavam pular e vários balões já estavam fora. A cozinha estava repleta, as bebidas ainda não pareciam ter fim, mas até o fim da noite restaria apenas os coolers e o gelo derretido por lá.
Alguém tinha levado um barril de chopp à pressão e brincavam de Keg Stand no meio do quintal, o que consequentemente juntou um grande grupo de pessoas ao redor, inclusive os “donos” da festa, que também resolveram entrar na brincadeira, empurrando o mais novo integrante do grupo pra ir primeiro. Não era como se o garoto tivesse conseguido bater o recorde de ou , mas Min Ho já se sentia vitorioso em ter conseguido passar 27 segundos de cabeça para baixo – e ficou ainda mais inflado com a festa que a namorada fez ao término da performance dele. O coreano finalmente tinha entrado no grupo pra ficar e muito provavelmente não sairia mais dele.
Perto de meia noite o supergrupo havia se dispersado pelos arredores da casa, procurando o melhor lugar para ver a grande queima de fogos, mas todos sabiam onde iriam parar cinco minutos antes da contagem. Alguns estavam perto da piscina, outros procurando os amigos para poder juntar todos eles e a outra metade rindo perto da entrada da cozinha. Os meninos já haviam combinado tudo para quando fosse acontecer a passagem do ano, principalmente o lugar que se encontrariam.
procurava um certo alguém, na intenção de ir logo para o lugar combinado e assim ter um tempo sozinho com a garota.
– Ei, vem cá, quero te mostrar uma coisa. – sorriu, segurando a mão de na intenção de levar a garota de onde ela estava.
– Uma coisa? – a garota arqueou um pouco as sobrancelhas, confusa. Depois olhou pra irmã, a amiga e o cunhado a sua frente. – Mas... É quase virada. – riu um pouco sem graça.
– Justamente. – disse animado, sustentando ainda mais o sorriso nos lábios e apertando a mão dela. Ela olhou para os três mais uma vez. – Vem comigo – o garoto chamou mais uma vez.
– Vai, ! – a irmã mais velha da garota sorriu.
– Mas, – ela tentou retrucar, mas logo viu a mais nova, que estava junto com eles, se manifestar.
– Sem mas, vai logo! Leva ela, ! – riu alto, vendo o rapaz sorrir agradecido, depois piscar para a irmã e sair levando pelo meio das pessoas pra dentro da casa.
– Pra onde você vai me levar? – perguntou rindo, agarrando o braço do garoto que parou, fazendo-a ficar paralela a ele, depois se abraçaram de lado.
– Um lugar incrivelmente legal. – ele piscou e beijou a cabeça dela, voltando a andar dentro da casa.
– Eu quero ver os fogos. – riu, o abraçando ainda mais forte.
– E você vai – o rapaz abriu um sorriso largo, a abraçando na mesma intensidade. – De um lugar maravilhoso. – disse entrando na cozinha da casa.
– A cozinha? – tentou prender a risada de deboche, mas foi inevitável. – Como vai dar pra ver alguma coisa daqui? – ela mordeu a boca, prendendo as risadas seguintes. rolou os olhos.
– Vim pegar alguma coisa pra gente tomar – ele explicou, fazendo rir e beijar a bochecha dele de forma apertada, depois beliscar. – Ai, . – fez careta, tirando a mão dela do rosto dele. A garota riu alto.
– Que amorzinho – ela voltou a beliscar a bochecha dele, vendo o garoto ficar vermelho.
– Para! – ele tirou a mão dela mais uma vez, depois pegou duas garrafinhas no meio do gelo. riu mais uma vez, segurou o rosto dele e beijou a bochecha do amigo com força, fazendo o garoto sorrir largamente e de um jeito bobo, com o beijo no rosto.
ainda abraçado com a garota, saiu da cozinha, segurando as duas cervejas pelo gargalo, enquanto se balançavam ao som da música que enchia a casa. Os dois riram com a performance e parou em frente a porta de seu quarto.
– Seu quarto? – olhou pra ele bem duvidosa e desconfiada. O garoto riu alto.
– Na verdade, não. – continuou rindo. – Nós vamos pro telhado, só que é mais fácil subir pela janela do meu quarto – ele riu dela mais uma vez e a garota mostrou a língua.
– Você me arrasta pra porta do quarto e quer que eu adivinhe? – ela perguntou rindo, o fazendo rir mais.
Os dois entraram e seguiram direto pra janela. ajudou-a a subir no telhado, de forma que a garota ficasse segura e não se machucasse, a acompanhando na aventura. Depois de conseguirem sair da zona de perigo, os dois se acomodaram, o rapaz ainda segurando as duas garrafinhas que seriam usadas como o brinde, sem pensar muito em como ficariam as roupas claras depois daquilo. De lá, conseguiam ter uma visibilidade incrível, tanto da festa que estava tendo no quintal, quanto da vizinhança e mais ainda da praia, que ficava a alguns metros da casa.
– Nossa! Aqui é incrível. – falou encantada, se abraçando por causa do vento frio, logo sentindo lhe abraçar de lado, com o braço em cima de seus ombros.
– Imagina quando o sol tá nascendo – ele disse baixo, com o rosto perto do dela e um misto de risada e sorriso. suspirou.
– Deve ser mais perfeito ainda – ela sorriu e beijou a bochecha dele de uma vez.
Quando se afastou minimamente, encontrou os olhos do rapaz lhe encarando de uma forma mais do que intensa e que não a deixava desviar o olhar de forma alguma. Eles precisavam de apenas um sinal para completar o beijo que tanto um como o outro queria e não era segredo para ninguém. Tudo se classificava como questão de tempo até acontecer o que estava prestes acontecer, talvez a desculpa de um ano novo, história nova, amores novos viessem bem a calhar. Mas antes que os dois pudessem matar a vontade de selar aquele beijo logo, o telhado foi invadido por mais nove pessoas.
– Olá, queridinhos! – os dois olharam apressados na direção da voz, vendo os amigos adentrarem o telhado da casa.
– Nem pra chamar vocês servem? – os dois deram de ombros, rindo.
– Gente! Como aqui é lindo!
– Perfeito!
As admirações eufóricas vieram por parte das meninas que ainda não conheciam aquela ilustre parte da casa, com exceção de , obviamente. Ela e o irmão costumavam subir no telhado para olhar as estrelas, fazer companhia um ao outro, às vezes até desabafar sobre algo. Aquele era um lugar especial para os dois e, absolutamente, os amigos formavam uma parte das pessoas especiais na vida dos dois.
A trupe havia se sentado na frente de e , todos juntos, os casais todos abraçadinhos – mesmo os que ainda não eram assumidos mas que todos sabiam que tinham o rolo, usando o velho clichê do frio para abraçar a garota, mesmo que não fosse necessário, tendo em vista o fato de que elas também estavam agarradas a eles como bichos de pelúcia.
De repente se podia ouvir a contagem regressiva começar do quintal da casa e enquanto as garotas gritavam juntas com o pessoal, fazendo os números nos dedos, que assim como os braços estavam sendo jogados pra cima, os meninos abriam as garrafinhas para o brinde. A cada número que era dito, mais gritos e animação exalava deles, mostrando o quanto estavam ansiosos para as novas esperanças e expectativas que seriam criadas para o ano seguinte, as metas nunca cumpridas, mas estipuladas com determinação. Os sonhos a serem realizados e o amor pela vida, que era incrivelmente forte por serem jovens. Aquilo já determinava uma gana de viver maior do que qualquer outra.
Viajar! Amar! Viver!
Aquelas eram as metas mais almejadas e que eles tentariam cumprir, mesmo que quebrassem a cara e continuassem tentando. Eu repito, eram jovens, tinham uma vontade louca de viver intensamente, mesmo sem pensar ou acreditar nas consequências.
Quando a contagem já estava em cinco, os onze estavam praticamente grudados, em uma rodinha mal feita, mas repleta de sorrisos. A cada número que diminuía, aumentava a ansiedade presente ali. O quatro parecia longe demais, o três já era perto, no dois só restava esperar os gritos, o um era o impulso para o próximo ciclo a ser trilhado e aí os gritos de feliz ano novo.
– FELIZ ANO NOVO!
Eles gritaram juntos, brindando com as pequenas garrafas, sorrisos, alguns gritos e goles generosos que foram precedidos do espetáculo no céu, um show pirotécnico digno de apreciação. As luzes soltadas no céu faziam os olhos brilharem mais do que já estavam brilhando, os casais voltaram a se abraçar pra aproveitar a companhia boa naquele fim de ano esperado, mas principalmente a esperança de que o próximo seria infinitamente melhor.
– Feliz ano novo, . – disse baixo, segurando o rosto da garota, que olhou pra ele sorrindo, pronta pra responder, mas logo foi beijada sem ter a chance de desejar o mesmo de volta, fazendo questão de mostrar o quanto ela queria que o ano dele fosse bom, mas com o beijo.
E os beijos não ficaram apenas nos dois, os outros casais, fossem namorados, ficantes, ou enrolados também aproveitaram o lindo momento pra beijar e degustar a melhor forma da vida.

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O telhado já havia ficado pra trás, a festa estava rolando solta e eles queriam mais era aproveitar. Mais pessoa haviam chegado e procuravam por algo que lhe agradasse na cozinha, grande parte das outras já ocupava a piscina, incluindo nelas , , , e Min Ho, fazendo a festa com os balões soltos, junto com mais alguns amigos.
, carregando pela mão, procurava por avidamente, enquanto e se pegavam na sala em um lugar estratégico pra não ser na frente de todo mundo. A irmã mais nova de tinha visto uma pessoa nada agradável dentro daquela casa, ela realmente não sabia como o cara tinha ido parar lá, mas ele precisava sair ou ser posto pra fora, antes que desse alguma confusão – onde infelizmente, estaria envolvida e, como consequência, também.
Assim que viu a amiga de sorrisinhos e abraços com seu irmão, andou até ela o mais rápido que pode, mesmo que apreciasse o belo “casal” que os dois formavam. Mesmo sem querer destruir o momento, a garota precisava alertar de que o traste do cara estava por lá e tentaria manter o irmão longe de confusão, afinal ela sabia que ele não gostava nem um pouco do ex–namorado da amiga e isso tinha começado bem antes de começar a namorar com Adam.
? – segurou o braço dela, falando perto do ouvido e tentando ser discreta. – O Adam está aí – depois sorriu, tentou debochar do irmão com um sorriso maldoso, na intenção de disfarçar a notícia. Abraçou o namorado pela cintura, saindo de onde o casal estava, indo procurar um lugar bom para curtir o resto da festa.
havia ficado tensa após receber a notícia, sabendo que não daria em boa coisa se os dois se encontrassem, além de que estaria certo se resolvesse tretar com o garoto, pelo simples fato de Adam ter aparecido na casa do rapaz. Assim ela resolveu que o levaria para qualquer lugar que fosse longe do intruso e o puxou na direção da casa.
, o que foi? – perguntou enquanto era puxado pela garota, pra dentro da casa.
– Quê? Não nada – ela deu um sorriso sem graça, insosso e falso, denunciando seu pavor.
Ele arqueou as sobrancelhas sem entender muita coisa, depois a puxou pela mão, a mesma que ainda estava entrelaçada desde que os dois haviam descido do telhado e a abraçou pela cintura. Mas no momento em que tentou beijá–la outra vez, recuou, parecendo manter seu olhar fixo em um ponto atrás dele. O rapaz fez careta, sem entender muita coisa e olhou pra trás, vendo que ela encarava o ex–namorado, sem muita reação. suspirou frustrado e a soltou de uma vez.
– Isso era uma coisa que você não deveria ter feito comigo – ele disse sério, fazendo a atenção de voltar pra si.
– Han? – ela arregalou os olhos, apavorada. Seria possível que ele tivesse entendido errado? – Não! Não! Não é isso, , você entendeu tudo errado!
– Pelo amor de Deus, – o garoto bravejou incrédulo. – Não venha querer contornar a situação, porque, sinceramente, não tem como – ele suspirou decepcionado. O que ele tinha feito demais pra ser feito de trouxa desse jeito? Gostar dela? Parecia que sim. – Eu só achei que você fosse menos criança, . – negou com um aceno, chateado com a situação toda e principalmente depois de tudo que tinha acontecido aquela noite. Colocou a garrafinha de vidro em cima de uma mesinha qualquer e desapareceu no meio das pessoas que enchiam aquela casa.
! , volta aqui! – ela gritou desesperada, vendo o rapaz sumir no meio da multidão, ainda tentando ir atrás dele. – Olha o que você fez, ! – a garota esbravejou com ódio de si mesma.
Ela não podia deixar tudo daquele jeito, era um cara incrível para se deixar escapar por um mal entendido, principalmente quando o que tinha causado era um belo babaca. Depois de soltar o ar de uma vez, saiu correndo no meio das pessoas na direção pra onde o tinha ido. Entrou no corredor da casa e bateu na porta do quarto dele com força.
! Sai daí! – a garota dizia apavorada, batendo com força na madeira da porta, depois sacudiu a maçaneta em uma tentativa frustrada de conseguir abri–la. – ! Me deixa conversar com você! – tentou mais uma vez e nada. Ela soltou um grunhido de raiva, bateu na porta mais uma vez e saiu de lá, vendo que não resolveria a situação até amanhecer o dia.
“Ótimo, !”
Ela esbravejou mentalmente, com ódio de ser tão tapada ao ponto de se complicar com aquilo, mesmo não tendo absolutamente nada a ver com o cretino do Adam estar ali. A garota suspirou, encostando as costas na porta, esfregou o rosto e decidiu ir atrás da chave do quarto de . A festa pra ela já tinha acabado e, assim como fez, ela também ia dormir – ou pelo menos tentar.
saiu da casa como uma bala, esbarrando em muita gente pela frente, sem nem se dar ao trabalho de se desculpar ou simplesmente olhar pra trás. E assim que viu uma rodinha no gramado com as três amigas e a irmã, mirou o seu caminho na direção do grupo, como se aquele percurso não mudasse mais.
– Hey! – as quatro falaram animadas. Duas delas molhadas com toalhas nas costas. tentou sorrir, mas foi completamente frustrado.
, arranja a chave do quarto – ela pediu baixo, tentando não encarar, olhando para qualquer lugar, não querendo denunciar sua frustração e assim não destruir a festa de ninguém.
As quatro fizeram careta.
– Quarto? Mas a festa só começou, . – disse animada.
– Eu sei, mas eu quero... – suspirou, passando a mão na cabeça.
– Espera, cadê o ? – perguntou confusa, fazendo careta, vendo a irmã suspirar de novo. – Vocês estavam grudados desde o telhado.
– Eu sei! – passou a mão na cabeça. – Mas eu vou dormir, ele está com raiva de mim.
– Vocês brigaram? – perguntou em um quase desespero presente. – Vocês brigaram em pleno Réveillon? Qual o probleminha? – a garota perguntou indignada.
– Ah não! – passou a mão na cabeça, incrédula. – Foi o Adam, não foi? – suspirou, depois deu um aceno desgostoso. – Eles brigaram?
– Quê? O Adam está aqui? – as outras três arregalaram os olhos. – O que ele está fazendo aqui? – o grito foi esganiçado.
– Não, eu vi o babaca do Adam e fiquei sem reação, não queria os dois brigando, viu e entendeu errado. Ele ficou chateado e me chamou de criança – deu um sorriso trincado em sem gosto. – Por hoje já deu – a garota estendeu a mão, pedindo a chave mais uma vez. , sem ter muito pra onde correr, entregou a contragosto a chave do quarto. – Boa festa! Aproveitem por mim! E se forem dormir, é só chamar que eu abro! – ela mandou beijos no ar, depois adentrou a casa, sem mais pique para nada. Diferente da galera louca que enchia aquele lugar.

– x– x– x–


01 de Janeiro. 11:54.

A festa acabou apenas quando o sol estava aparecendo. Com a casa já praticamente vazia, os remanescentes da noitada foram todos dormir. O local estava afogado em copos, garrafas e todo tipo de lixo jogado pelo chão, móveis e principalmente pelo quintal. A cozinha estava uma verdadeira zona, completamente suja e muito provavelmente não iria ser limpa assim que acordassem. Os únicos lugares limpos e a salvo daquela zona eram os quartos. Embora parte do grupo houvesse caído na sala mesmo, a outra parte estava muito bem abrigada, divididos nos três cômodos.
acordou sabendo que precisava conversar com e resolver o belo mal entendido que havia acontecido. A garota não queria perdê-lo por causa de bobagem e ela não ia, estava determinada. Depois de levantar da cama sem fazer o menor barulho para não acordar o pessoal que estava espalhado por lá e escovar os dentes, saiu do quarto com o mesmo cuidado e fechou a porta com cautela para não fazer barulho. Em poucos passos, chegou perto da porta do quarto de , respirando fundo e dando três toques na madeira, mesmo sabendo que aquilo não ia ser de nenhuma serventia, mas havia sido a educação lhe dada desde muito pequena.
Como uma última tentativa, a garota rodou a maçaneta, ainda acreditando que estivesse fechada, mas, pra sua surpresa, a porta abriu. Ela empurrou de forma lenta, sem fazer muito barulho e encontrou o ambiente escuro, com jogado na cama, como se tivesse sido largado lá de qualquer jeito, de bruços e parcialmente enrolado ao edredom. A garota respirou fundo, fechou a porta e andou devagar até ele, depois mexeu no pé do rapaz de uma forma um tanto brusca, o vendo se envolver dentro do lençol, demonstrando não querer acordar.
? – o chamou baixo, ainda mexendo no pé do rapaz, ele apenas se virou.
Ela suspirou e subiu na cama, ficando de joelhos ao lado dele. Ainda relutante, colocou a mão no ombro nu do amigo e o sacudiu com mais força.
?! – ela disse de forma mais forte e o viu fazer careta.
! Eu não quero acordar – ele fez careta, ainda de olho fechado e tirou a mão da garota de seu ombro, depois esfregou os olhos bocejando. – Se forem os meninos, manda eles ficarem por aí mesmo, tanto faz. Se vocês forem sair, só leva a chave, se precisar de dinheiro, pode pegar – ele se espreguiçou e abriu os olhos, dando de cara com , parando de falar na hora.
– E se fosse eu? – ela perguntou um pouco receosa, sentando nas próprias pernas. respirou fundo e passou mais uma vez a mão no rosto, olhando pra ela em seguida.
– O que foi, ? – ele perguntou sério, fazendo a garota morder a boca em preocupação.
– Eu preciso muito falar com você. Posso? – ela perguntou baixo e o viu afirmar com um aceno. – Então, primeiro de tudo eu preciso te pedir desculpas. Mesmo que eu não tenha a mínima culpa, mas tinha que ter me mexido de alguma forma. Eu não queria te magoar, , nunca quis. Nós somos amigos há tanto tempo, que eu achei que... – a garota suspirou. – E você ainda me beijou.
– Foi um beijo, . Não precisa ficar assim. – disse de forma sincera. – Releva o que eu disse, eu só fiquei um pouco chateado com a situação toda. De verdade, não vale a pena tocar nesse assunto de novo – o garoto parecia ainda chateado e colocou os braços embaixo da cabeça.
– Eu não consigo relevar. Eu demorei pra dormir ontem. Eu só queria resolver a situação que eu realmente não tive culpa – ela suspirou. – Eu não queria que você arranjasse confusão e muito menos acabar com a sua festa, mas parece que foi o contrário – riu um tanto sem graça, o vendo suspirar.
– Desculpa, pediu de forma sincera, segurando a mão dela com força. – Você me deixou confuso, só isso – ele dizia, fazendo carinho na mão dela com o polegar.
– Desculpa ter feito isso – ela suplicou com os olhos pidões. – Achei que o melhor era... Só que deu errado.
– Claro que deu errado, ... – o rapaz riu de forma divertida. – Mas não precisa ficar assim por causa do beijo – ele beijou a mão dela. – Eu fiz aquilo porque... – antes que ele pudesse terminar a frase, ela o cortou.
– Eu acho que me apaixonei por você – a garota piscou freneticamente e o viu arregalar os olhos.
– Você o quê? – soltou uma risada alta, vendo a garota fazer careta, vincando as sobrancelhas.
– Para de rir! – ela estapeou os ombros do rapaz, o fazendo rir mais. – , para de rir de mim! Eu estou falando sério – ela suspirou, rolou os olhos e o encarou de sobrancelhas vincadas. – Vai parar de rir ou não? – falou séria, vendo-o engolir as risadas.
– Parei – ele disse, abrindo um sorriso maior do que o próprio rosto que, combinado à cara de sono, deixava seus olhos pequenos. fez uma careta entristecida e suspirou, mordendo a boca.
– Ei, ei – ele sentou na cama de uma vez, parecendo estar preocupado. – Por que você está com essa cara? – sorriu, apertando a mão dela.
– Eu estou patética – ela fez uma careta de choro fingida e os dois riram. pôs a mão na testa e depois suspirou. – Olha, , eu só disse... É só que... Não é de agora, mas não precisa se importar com isso. Principalmente se você não sentir o mesmo – ela respirou fundo e mais uma vez, mordeu a boca. alargou ainda mais o sorriso, quase rasgando as bochechas.
– Quem disse que eu não sinto? – ele perguntou rindo e beijou a mão dela, fazendo a garota quase engasgar.
– É sério? – arregalou os olhos, o vendo afirmar ainda com um grande sorriso no rosto e pulou no rapaz, o abraçando o mais forte que pode, sendo abraçada de volta na mesma intensidade.
riu, satisfeito, um tanto aliviado e até por achar bonitinha a atitude dela. Era uma coisa esperada, mas não imaginada que fosse acontecer. O rapaz beijou a bochecha dela com força e deitou na cama, levando a garota junto. Os dois riram.
? – ela perguntou, virando de lado e o encarando com os olhos claros.
– Hm? – ele respondeu, sorrindo, olhando-a do mesmo jeito.
– Nós deveríamos ir à praia – pediu com todas as expressões possíveis e até seus olhos denunciavam aquilo. Ele abriu um sorriso largo e maldoso, depois arqueou uma das sobrancelhas, fazendo-a entender perfeitamente o que ele pensava. – Eu pego as panelas e as colheres, vai escovar os dentes! – a garota beijou o rosto dele de uma vez, depois pulou da cama, o fazendo rir.
... – a chamou. Ela olhou pra trás. – Beijinho – ele fez bico.
– Só depois que lavar essa boca! Vai logo! – a garota riu, mandou um beijo alado, depois saiu do quarto. O rapaz riu, aliviado, feliz e esperto, depois pulou da cama.

– x– x– x–


O dia estava bonito, sem o sol forte, agradável, bons ventos e um friozinho gostoso caracterizava o inverno daquela região. A praia estava deserta e quase vazia, o mar, assim como eles, ainda passava por uma ressaca e as ondas quebravam de forma um pouco mais violenta na praia. Os cobertores eram característicos onde o grupo estava, tanto no chão, como envolto nos ombros dos mais frientos. Abraços aconchegantes e quentinhos. Outros deitados no colo, ganhando cafuné na cabeça. Os mais apaixonados namorando de vez quando. As risadas mais fracas. Brincadeiras que nunca eram deixadas de fora. E o melhor clima que se poderia imaginar, principalmente quando haviam três violões e uma perna envolvida, para ser feita a percussão. Canções que exalavam exatamente o que eles sentiam em estar ali, observando a natureza exatamente como ela era e apreciando a companhia dos amigos, depois de uma noitada das grandes.
A casa ainda precisava ser limpa. Viagens para casa precisavam ser feitas, cada um voltar para a sua realidade, começando a encarar o novo ano que estava por vir. Mas no momento, a única coisa que eles queriam, e precisavam, era manter a turma junta, sabendo que mesmo com a distância, ela jamais seria separada.
Até porque se o Natal era a época de passar junto da família, a noite que marcava a passagem de um ano para outro era completamente dos amigos.

Fim



Nota da autora: Happy New Year!
HELLOOO PEOPLES!
A louca voltou com uma fic nova! \o/
Sim! Isso é coisa de pessoas que estão abanando moscas em pleno dia 30 de dezembro e do NADA resolve escrever uma short com festa de fim de ano! Hahahaha Eu gostei muito, mas muito de escrever ela, porque eu adoro escrever festas, principalmente quando tem muita gente, embora essa quantidade de gente em uma fic tenha sido uma novidade e um desafio pra mim KKKKKK
Mas eu ameeeei! E espero que vocês gostem também!
Um beijo nos ói! :* (03/01/2017)




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