Capítulo Único
Eram apenas sete e meia da manhã quando entrei no elevador, e fui contemplada com a figura que infernizava meus dias há cerca de 6 anos, era meu sócio, e também, meu inferno particular. O cara era insuportável, nariz empinado, se achando melhor que tudo e todos, quando, na verdade, não passava de um idiota que era facilmente manipulado por qualquer mulher inteligente.
Agora, a pergunta que você deve estar fazendo é: Porque, caralhos, eu sou sócia de um cara que eu odeio e que me odeia? A resposta é bem simples, interesses mútuos.
Quando meu pai resolveu se aposentar, a empresa não estava indo muito bem, e só piorou quando eu assumi a liderança, e alguns parceiros decidiram quebrar nossos contratos, com o motivo de "uma mulher nunca conseguirá recuperar uma empresa como essa", e aí que eles se enganam, quem melhor do que uma mulher para trabalhar com sapatos e bolsas? Mas esse não é o ponto, bem, depois de que essas parcerias foram cortadas, tive que apelar, e pedir ajuda do meu pai, que resolveu conversar com uma antiga colega de faculdade, Kimberly , também conhecida como mãe do diabo, mas diferente dele, ela é maravilhosa. Mas o negócio é que, a empresa dos , que trabalha com roupas, também não estava muito bem das pernas, então os dois meu pai e a Sra. resolveram juntar as empresas, e ver se poderia dar certo, e deu muito certo. A não ser pelo fato de ela passar a direção da empresa para seu filho mais velho, e a gente brigar igual gato e rato.
Meu pai insiste em dizer que é porque somos muito parecidos, mais do que imaginamos, mas isso é uma ova, nós apenas concordamos quando se trata de negócios, até porque não tem como odiar um design feito por Ellen , a irmã do Hades de Chernobyl.
Ela é incrível no que faz, além de ser uma pessoa maravilhosa. Como percebem, o único idiota da família é o , a gente se odeia, e desta forma para evitar contato ele fica com a parte financeira, como compras, e a parte da contabilidade, e eu com a parte de administrativa, como RH, e marketing. O resto resolvemos juntos, como datas de lançamento, o processo criativo dos designers, a parte de produção, era sempre resolvido juntos.
Voltando ao ponto que iniciamos, assim que entrei no elevador vi a figura, com um terno preto, uma camisa azul clara e uma gravata azul escura, combinando com a cor do seus olhos frios, a personificação de Hades, inclusive o corpo. O cara pode ser um babaca, mas eu não sou cega e nem burra de dizer que ele não é bonito, porque ele é, mas nunca vai saber que eu acho isso.
— Bom dia, Cruella. - Disse com aquele sorrisinho idiota no rosto, a minha vontade era enfiar uma faca na garganta daquele ser.
— Bom dia. - Murmurei com desprezo.
O porquê do apelido de Cruella? Bom, além do motivo de ele também achar que eu sou o demônio, é porque eu tenho piebaldismo capilar, uma espécie de vitiligo, com que faz que eu tenha uma mecha de cabelo branco na parte frontal do cabelo, e meu cabelo castanho escuro acaba ressaltando mais ainda isso.
Quando criança eu me incomodava com isso, já que surgiam vários apelidinhos, ainda assim o meu favorito era Vampira, referência da minha personagem favorita de X-Men, mas hoje em dia me acostumei com os apelidos e com meu cabelo diferente, e não mudaria por nada, única mudança que eu faço é passar rímel, pois acaba que uma parte dos meus cílios também é branco.
— Veio vestida a caráter hoje? – Ele não perderia a oportunidade de me ver com um vestido preto e branco, sem soltar um comentário sobre. Quantos anos de cadeia eu pegaria se matasse ele mesmo?
— Vejo que você também, Hades de Chernobyl. - disse mantendo a voz fria.
— Obrigada pelo elogio querida, sempre desconfiei que você me achasse um Deus grego – sorriu convencido, revirei os olhos com tanta força que achei que fossem sair do lugar. Será que se eu colocar amendoim na comida dele, e ele morrer de alergia, eu consigo fingir que foi acidente?
— Em seus sonhos, , em seus sonhos.- bufei.
— Relaxa, , eu sei que você só se interessa por quem quer seu dinheiro. – Antes que pudesse responder, as portas do elevador se abriram.
Sai irritada entrando direto em minha sala, não sem antes dizer:
— Babaca. – Bati a porta e fui resolver os assuntos do último lançamento.
Só saí da sala próximo às uma da tarde, quando meu estômago já roncava de fome, e fui até meu restaurante favorito que ficava a nem uma quadra do prédio do qual trabalhava.
Assim que entrei no local, percebi que realmente não era meu dia de sorte, o que caralhos, o estava fazendo no meu restaurante favorito, e acompanhado pela ex-noiva nojenta dele, aquela qual lhe garantiu um belo chifre e um pé na bunda majestoso.
Um fato conhecido era: mais do que odiar , eu odiava Margareth Foster, e o motivo é bem mais explicável que o de odiar , o fato é que eu conheço Mag desde que eu nasci, isso devido ao fato dos pais dela serem vizinhos do meus pais. E esse nosso ódio uma pela outra vem desde criança, foi ela que me deu os primeiros apelidos maldosos, como gambá, zebra, bruxa, e vários outros dos quais me incomodavam muito na infância, eu sempre soube que era diferente, mas quando alguém trata sua diferença como ofensa, é doloroso, pedi ao meu pai diversas vezes para pintar as mechas mais claras, da mesma cor que restante, e ele negou por muito tempo, até minha adolescência, e quando eu fiz isso, foi um salto enorme para minha autoestima, quando me olhei no espelho, me senti comum, apagada, estranha, mas pra minha sorte a pigmentação extremamente pobre não deixou que a cor pegasse no cabelo, e em menos de duas semanas meu cabelo já estava normal, quer dizer, no seu normal.
Voltando ao assunto, Margareth era um lobo em pele de cordeiro, com seus cabelos descoloridos, o que chegava a ser quase ironia para mim, seu corpo de Barbie Malibu, e roupas que a deixavam com cara mais enjoada ainda, a verdade é que eu nunca soube o porquê ela me odiava, ela simplesmente gostava de me maltratar. E imaginem o baque que eu recebi quando descobri que meu novo sócio era noivo dessa coisinha aí, eu fiquei indignada e em choque.
Meu choque maior ainda foi quando descobri que ela o traia com metade de sua agência de modelo, inclusive com meu ex.
Apesar do meu ódio por , eu conhecia a peça, e conhecia melhor ainda quão insistente, irritante e maldosa ela era. Então, no momento que olhou em direção da porta e me viu parada, vi seus olhos me pedirem socorro, enquanto seu corpo ainda parecia rígido e alerta. Meu impasse era: deixar ele com aquela víbora para que fosse infernizado e manipulado, ou iria até a mesa deles e o salvaria dela, mas por que eu faria isso? Nos odiamos, mas algo no olhar do me fazia crer que ele realmente preferia minha ajuda, a ficar com ela.
Fazer o certo ou fazer aquilo que eu acho que seria melhor? O certo seria o ajudar, e o que eu acho melhor é ficar longe desses dois. Suspirei fundo, e caminhei até a mesa onde eles se encontravam, o pior que poderia acontecer é eu matar os dois.
— Desculpa pelo atraso , estava presa com aqueles fornecedores. - Disse enquanto ela permanecia de costas para mim sem perceber minha presença, e pisquei para ele para que pudesse entrar na minha, assim que terminei de falar,ela virou a cabeça e me olhou de cima abaixo.
— Ora, ora, quanto tempo que não nos vemos, zebrinha. – Senti minha mandíbula tencionar ao ver aquele sorrisinho debochado naquela cara plastificada.
— Sente-se , a Margareth já está indo embora. – Disse , talvez aliviado? Não sabia dizer exatamente, mas pela primeira vez na vida, ele parecia feliz ao me ver.
— Estou? – ela olhou para ele, que respondeu com um olhar frio de desprezo, do qual nem eu havia visto ainda, mas de certo modo me pareceu interessante.
Sempre achei que eu fosse a pessoa que ele mais odiava, mas aparentemente ela tinha assumido o posto de primeiro lugar na lista de ódio dele, assim como ela era a primeira na minha, pelo menos uma coisa em comum, quer dizer, tínhamos mais coisas em comum, como nos odiarmos mutuamente, sermos bons no que fazemos, e sabemos dirigir nosso negócio.
— É claro que estou. – Disse ela olhando curiosamente para nós dois. – Até mais zebrinha, te vejo em breve, .
— Até mais. Aliás, Margareth tome cuidado com essas suas plásticas. - Ela me olhou com ódio nos olhos e saiu batendo o pé, todos nós sabíamos que aquele nariz não era natural.
— Isso foi melhor que assistir novela mexicana – disse o bebendo água enquanto ria. – Aliás, obrigada, te devo uma.
— Eu sei, e vou te cobrar por isso. Agora, com licença que estou com fome. – Disse me levantando.
— Qual é , sente-se, eu não mordo a não ser que você peça... – Fez sua melhor cara de sedutor, enquanto eu revirava os olhos. – E também, ela pode voltar, ela está no andar superior. – Bufo, já que estou na chuva, que termine de me molhar.
— Ok, mas só porque estou com fome e aqui está lotado, – Fiz-me de irrelevante, não que eu me importasse em passar um tempo com ele, só que almoçar com ele não é bem o que eu queria. – Já pediu algo?
— Pedi de entrada uma porção de bruschetta com presunto parma– disse igualmente desinteressado – mas vem cá, qual é a de vocês duas? Eu sempre me perguntei por que vocês se odeiam tanto, quer dizer eu até entendo em partes, você é realmente irritante e chata, mas a Margareth nunca quis me contar, então suponho que tenha vindo dela. – Disse apoiando o queixo em suas mãos e me encarando interessado em saber.
— Supôs certo. Na real, nem eu entendo o porquê ela me odeia, só sei que desde que éramos crianças, ela fazia piadinhas ofensivas com meu cabelo todas as vezes que me via, depois que ela viu que seus comentários sobre meu cabelo não me incomodavam, passou a fazer piadas com outras coisas que sabia que me afetava. - dei de ombros, não estava querendo me fazer de vítima, mas é a verdade, isso não significava que eu não me defendia.
— Você já pensou que, sei lá, ela poderia ter inveja de você? – Disse, e assim o garçom trouxe a entrada, me dando algum tempo para pensar, pedimos o prato principal, e assim que o rapaz se afastou, eu respondi.
— Não, não existem motivos pelos quais ela teria inveja de mim. – Ele deu de ombros enquanto comia, esse deve ter sido o almoço mais bizarro da minha vida, já que após essa conversa ficamos em silêncio apreciando a nossa comida, ironicamente ele pediu o mesmo salmão grelhado com purê e alcaparras que eu. E a única coisa que conseguia pensar era em todas as vezes que meu pai me disse “vocês só agem dessa forma porque são iguais, e quando se conhecerem de verdade vão acabar virando grandes amigos, ou quem sabe algo mais do que isso”, sim meu pai surtou, o podia ter um corpo bonito e um rosto igualmente bonito, mas eu nunca ia querer ficar com um cara idiota como ele.
— Bom já vou indo, tenho uma empresa para comandar. – Olhei para ele em deboche, como se ele fosse o único que comandava aquela empresa. – Até mais, Cruella.
— Se Deus quiser, não. – Respondi e ele saiu dando risada.
Aquele teria sido a conversa mais amigável, ou perto disso, que eu já tinha tido com em toda minha vida. Aliás, talvez você não tenha percebido o porquê o odeio, mas então aqui vai.
Flashback de 6 anos atrás.
Era minha primeira reunião como CEO da nova versão da , que agora, em vez de carregar apenas meu sobrenome, carregava as iniciais dele e a dos nossos sócios, os . Esse jantar também era uma comemoração da fusão que havia dado certo, e a primeira vez que eu me encontrava com o rapaz que dividiria o cargo de CEO comigo.
Eu estava nervosa, tinha acabado de terminar a faculdade de administração e gestão empresarial que fiz em conjunto. E já havia assumido um cargo tão importante, embora eu tenha crescido naquele lugar, não deixava de ter uma responsabilidade com aquelas pessoas que agora seriam gerenciadas por mim.
Estacionei o carro no grande pátio da casa de meu pai, e calcei os saltos que fazia com que minhas pernas ficassem mais bonitas, ajeitei o vestido azul marinho no corpo e segui até a casa onde eu morava até pouco tempo. Assim que passei pela porta, vi meu pai dando risada com a Senhora , não demorou muito para ele me ver e me chamar com a mão.
— Kim, lembra da minha filha? , querida, essa é Kimberly , nossa mais nova sócia, mas você já a conhece - sorriu e estendi a mão com meu melhor sorriso, que foi ignorado, por um abraço apertado.
— Nada de senhora, pra você é só Kim. – Soltou-me. – Meu Deus, você está tão linda, vou chamar o . – Virou a cabeça para trás. – ! – Gritou me fazendo dar uma leve risada, pela energia exorbitante da mulher, e logo vi um moço bonito se aproximar, porém atrás dele estava a Barbie demoníaca, também conhecida como minha odiada ex-vizinha, Margareth. Era só que me faltava, meu sócio ser namorado dela, justo daquela criatura.
O tal me olhou de cima a baixo com certo desprezo, e eu o odiei no mesmo momento, não era atoa que ele e a Margareth namoravam, engoli meu nojo pelo casal e o cumprimentei, afinal seríamos parceiros de trabalho.
— É um prazer te conhecer, , vai ser ótimo trabalhar com você. – Estendi minha mão de forma educada, e ele assim como sua mãe, a ignorou, só que dessa vez com desprezo. Era oficial, esse cara era um idiota.
— Prazer. – Disse e se virou para Kimberly. – Já podemos iniciar o jantar? – Disse-me olhando de cima a baixo, o que me fez revirar os olhos, assim como Kimberly.
Ok, nota mental: Kimberly era incrível, o filho dela é um porre.
— Podemos querido, vamos? – Disse enganchando o braço ao do meu pai e caminhando enquanto conversavam até a sala de jantar.
Assim que se foram, Margareth abriu a boca:
— Uma pena ter que te ver, gambazinha. - Riu, e saiu de lá com .
Fim do flashback.
Alguns dias se passaram desde aquele almoço esquisito, e por algum milagre divino deixou de pegar no meu pé. Pelo menos por uma semana.
Cheguei alguns minutos atrasada na empresa e saí correndo, enquanto a porta do elevador fechava.
— SEGURA – Gritei para quem lá fosse que estivesse lá dentro. Assim que eu cheguei no elevador, vi que se tratava de , ótimo.
— Atrasada de novo, Cruella?
— Pelo visto não fui a única, né ? – Debochei.
E ele fez uma careta.
— A diferença é que você tá sempre atrasada.
— E você se acha o perfeitinho, dono da razão – Revirei os olhos, eu juro que a qualquer segundo vou envenenar ele. — Você se acha, né, ? – Viro-me para olhar no fundo dos olhos dele. – Quando na verdade não passa de um bundão.
— Isso é o pior xingamento que você consegue? Vamos lá, , isso nem é um xingamento, é uma coisa que uma criança de 8 anos falaria.
— Vai. se. ferrar. – E assim que eu terminei de falar (ou gritar), a porta se abriu e vi nossas assistentes olhando assustadas, provavelmente ouvindo a parte final da discussão. Sai do elevador como se nada tivesse acontecido, andando até minha sala, e assim que me virei para fechar a porta, vejo que me seguiu.
— O que é? – digo irritada.
— Você acha mesmo que eu ouviria você me mandar se ferrar, e ficaria quieto? Sério que você, depois de 6 anos, não sabe nada sobre mim? – disse entrando na minha sala sem ser convidado e fechei a porta atrás dele.
— Como se você soubesse algo sobre mim. – Bufei e sentei-me atrás da minha mesa. – Sério que você veio aqui para discutir? Você não tem nada melhor para fazer, não? Sei lá, como trabalhar. – Eu disse ligando o computador.
— Eu até tenho, mas ver você ficar irritada é mais engraçado.
— Saia daqui. – Disse olhando para tela, enquanto clicava sem parar e com força.
— Sabe seu problema, ? Que você precisa de sexo. – Levantou-se rindo, eu quase enfiei a tesoura que havia em cima da minha mesa nele, juro, peguei até ela na mão. Quem ele achava que era pra falar assim comigo? Não tínhamos essa intimidade, mas resolvi entrar na dele.
— Tá se oferecendo, ? - Levantei a sobrancelha para o provocar.
— Você bem que gostaria, – Deu-me uma piscada com o olho esquerdo e um sorriso cafajeste, logo depois saiu da minha sala, fechando a porta atrás de si. EU VOU MATAR ESSE CARA, TÔ FALANDO. Calma aí.
tinha acabado de me dar uma piscadela e um sorrisinho que ele usava para pegar piranha? Sério isso? Esse cara tá cada dia mais esquisito. Estralei o pescoço e comecei a trabalhar.
Após horas dentro da sala, finalmente arrumei minhas coisas para poder ir embora, porém, para minha infelicidade, dei de cara com Marcos, meu ex-namorado que terminou comigo para ficar com uma loira siliconada. Bom, pelo menos ele teve a decência de terminar comigo, já a loira siliconada, que no caso é a Margareth, colocou um par de chifres enormes na cabeça do , e ainda por cima, se sentiu no direito de ficar com o gigantesco anel de noivado que tinha dado a ela. Era a primeira vez, e a última também que fiquei com uma pontada de dó dele, o cara simplesmente foi chifrado pela noiva, no apartamento que era dele. Dá pra acreditar? Mas o ponto não é esse, e sim, o que caralhos o Marcos fazia aqui? Se o o visse, ele estaria morto.
— O que você faz aqui? – Bufei, não odiava o cara, só não queria que ele estivesse aqui.
— A gente pode conversar? - Piscou lentamente com seus olhos verdes. E antes que eu tivesse a oportunidade de responder, apareceu ao meu lado com a postura ereta, eu podia sentir a tensão exalando dele.
— O que ele faz aqui ? – sua voz parecia ainda mais grossa, me fazendo sentir minha nuca arrepiar. Mas o que caralhos tinha acontecido com meu corpo?
— Vim falar com a . – Marcos endireitou a postura, encarando . Que saco, uma briguinha à base de testosterona. Em livros? Ok. Na vida real? Péssimo, nesse momento já me sentia extremamente desconfortável com a situação.
— E por acaso ela quer falar com você ? – me olhou, e seu olhar de raiva passou para mim. O que caralhos eu tinha feito agora? Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, esses idiotas me cortaram.
— Estávamos indo conversar, até você chegar aqui sem ser convidado – Marcos disse e tentou pegar minha mão, por instinto ou reflexo, não sei ao certo, dei um pulo para trás e acabei trombando em . Marcos me olhou com uma certa descrença.
— Isso já me mostra que não é verdade, e bom pelo que eu me lembre, eu sou dono disso aqui, então quem não foi convidado foi você. – Disse irritado. Tá bom, chega de briga de egos.
— Ok, parem vocês dois. – Falei alto, fazendo os dois me encararem. – Você... – apontei para o Marcos. – Até onde eu saiba não temos nada para conversar, mas se for de grande importância você tem meu número, a gente marca de conversar em um lugar PÚBLICO. – Disse pausadamente, pois provavelmente ele achou que eu estaria sozinha aquele horário, já que se passavam das 19. – E você... – olhei e apontei para o – Muito obrigada por me defender, mas eu sei fazer isso sozinha. – Vi abrir a boca indignado. – Agora, se me derem licença... – Saí e andei até o elevador, sem tempo para a briga daqueles dois.
— , espera. – Escutei a voz do Marcos e bufei, virando-me para trás. – A gente pode sair para jantar hoje? - pensei um pouco, e resolvi ceder para me poupar dor de cabeça no futuro.
— Eu escolho o lugar e cada um no seu carro. – Disse voltando a andar e escutando os passos apressados atrás de mim, senti alguém segurar a minha mão e falar baixinho, me causando um arrepio.
— É sério que você vai jantar com ele depois de tudo? – Viro-me para olhar para a cara dele, e seus olhos escuros me encararam com certa decepção. É sério isso gente?
— Desde quando você se preocupa comigo, ? – Encaro ele de volta com ironia– Relaxa, eu sei me cuidar. – Soltei-me dele e voltei a caminhar, ouvindo os passos, que agora parecem ser de Marcos atrás de mim. Assim que entramos no elevador, viro de frente para as portas que estão fechando, tendo a visão de um me encarando de forma intensa. As portas se fecham e eu penso em o porquê do estar agindo daquele jeito comigo como se importasse?
— Então, aonde você quer ir? – Assusto-me com a voz de Marcos, que me olha com aquele sorriso que um dia me deixou derretida.
— Pode ser naquele restaurante espanhol que fomos uma vez. – Disse ainda olhando em direção à parede.
— Ok. – Ficamos em silêncio até chegarmos no hall, fomos cada um em direção ao seu carro e dirigi até o restaurante, vendo seu carro me seguir pelo retrovisor. Assim que chegamos, ele pediu uma mesa em um local mais reservado e a moça indicou uma mesa mais ao fundo. Seguimos ela e nos sentamos um de frente pro outro, encarei ele, enquanto ele olhava o cardápio.
— Pode ser tapas espanholas e vinho tinto?
— Vou querer um suco de maracujá. – Disse olhando para a atendente.
— Não quer vinho? Sei que você adora vinho.
— Estou dirigindo. – Respondo mecanicamente.
— Ok, então dois sucos, um de laranja e um de maracujá, e uma porção de tapas. – A moça assentiu e saiu da mesa, ele me olhou. – Você está tão linda, não achei que você pudesse ser mais linda, mas uau, se bem que eu gostava do seu cabelo mais comprido.
— Fala logo o que você quer, Marcos. – Encostei-me na cadeira de forma um pouco mais relaxada, porém ainda sem paciência, quem ele acha que é para me dizer do jeito que gosta ou não do meu cabelo?
— Desculpa. – Levantou as mãos em defensiva. – Queria pedir desculpas pelas coisas que eu fiz, sei que foi horrível o jeito que eu terminei com você e a forma que eu agi depois, eu estava cego por ela, ela me enfeitiçou, e se aproveitou de mim.
— Aparentemente um aproveitou do outro. – Resmunguei.
— É sério , por favor, me perdoa. - Fez sua melhor cara de cachorro que caiu da mudança.
— Ok, perdoado, era só isso? – voltei a arrumar minha coluna na cadeira. Odiava como homem sempre insistia em colocar a culpa em mulher, eu gostava da Margareth? Não. Eu achava que ela era coitada ou inocente? Óbvio que não. Mas para o ato acontecer precisa das duas partes.
— Para Hannah, eu sei que eu fui um babaca com você, mas eu estava cego.
— Já te disse, Marcos, perdoado.
— Então podemos começar de novo. – Disse sorrindo, e segurou minha mão por cima da mesa.
— Ei, espera aí. – Ri e puxei minha mão da dele - Começar de novo, tipo reatar?
— Achei que tivesse deixado claro isso. – Olhou-me confuso.
— Nem ferrando. – Disse e me levantei.
— Mas você disse que me perdoava!
— O fato de eu te perdoar, não significa que vou esquecer o que você me disse, e que iríamos voltar a ficar juntos.
— É por causa dele né? – disse irritado.
— Por causa dele, quem? - Disse igualmente irritada.
— DO DYLAN – Praticamente gritou no restaurante, e eu não sabia onde enfiar minha cara.
— Abaixa o tom, e o que o tem a ver com isso?
— Desculpa. – Passou as mãos pelos cachos negros – Ela me disse, ela me avisou que vocês dois tinham algo, que aquela provocaçãozinha era uma fachada.
— De que merda você tá falando, Marcos? Tá usando droga? – era isso ou ele só podia ser maluco.
— VOCÊ E O DYLAN ESTÃO JUNTOS, NÃO TENTE NEGAR, EU VI O JEITO QUE ELE AGIU COM VOCÊ! – Levantou-se e gritou na minha cara, era só o que me faltava, olhei de forma ameaçadora para ele e vi ele voltar a sentar e murchar, sabendo que tinha feito merda.
— Primeiro, nunca mais se atreva a gritar comigo. – Disse entre dentes. – Segundo, mesmo se eu e o tivéssemos algo, o que não temos, nunca tivemos e nunca teremos, não seria da conta de ninguém, agora se me der licença. Espero nunca mais te ver.
— Mag tinha razão, você se acha melhor que todo mundo, você e o são iguaizinhos. – Dei o dedo do meio para ele e saí do estabelecimento sem nem olhar pra trás, passei em um delivery de comida mexicana, e fui pra casa.
O que ele queria dizer com “ela me disse”? Ela seria a Margareth? Ela teria falado que eu e o tínhamos algo? Mas porque ela faria isso? Ela sabe que nos odiamos, e inclusive adorava isso.
No dia seguinte, cheguei ao trabalho mais cedo, e fui direto para minha sala, aquelas palavras que Marcos me disse ficaram em minha mente durante à noite. E o jeito que o agiu antes também me deixou confusa, parecia que todos sabiam de algo, menos eu, e isso me irritava.
Passei o dia trabalhando fervorosamente para tentar esquecer. Se tem uma coisa que falou que era verdade, é o fato de eu precisar de sexo, última vez foi quando eu ainda estava com Marcos, eu não curtia sexo sem compromisso e nem com estranhos, o que dificultava a minha vida.
— Olá, querida – Ouvi a voz melodiosa que eu adorava, era engraçado de que na mesma proporção que eu sentia vontade de matar o , eu amava a irmã e a mãe dele, a mãe dele havia virado uma mãe para mim, e a irmã dele era minha melhor amiga.
— Oi Kim, como você está? – Me levantei para abraçá-la.
— Estou ótima, meu bem, e você? – Abraçou-me de volta.
— Estou bem. – Disse forçando minha voz a parecer bem – Mas o que te traz aqui?
— Querida não minta, você não está bem. – Sentou-se na cadeira à minha frente – E vim ver meus filhotes.
— Não estou exatamente bem, mas eu vou ficar. – Sorri para ela, como ela conseguia? Eu acho que instinto de mãe.– E você não deveria estar com um deles?
— Eu estou, você não é minha filha de sangue, mas eu gosto de você como se fosse uma. – Pegou minha mão e eu quase chorei, eu havia perdido minha mãe ainda criança, e sentia falta de um carinho de mãe. – Você sabe que eu sempre estarei do seu lado, para te ajudar, te confortar e te ouvir né, querida? – Senti meus olhos se encherem de lágrimas, e me levantei indo a abraçar, ela se levantou também e me abraçou forte.
— Obrigada, Kim. – Eu disse baixo e a soltei. – Você não faz ideia do quanto eu precisava disso.
— Me conta querida, o que está acontecendo nesse coraçãozinho? – voltei ao outro lado da mesa e respirei fundo.
— O meu ex veio me procurar e me disse algumas coisas que me deixou confusa, e agora eu percebo que realmente não gostava dele, e que ele não era o cara certo para mim.
— Oh querida, ele nunca mereceu 1% do que você é, você é tão linda, bondosa e inteligente, merece alguém a sua altura.
— Eu estou realmente convencida que essa pessoa não existe. – Ri desgostosa.
— Claro que existe, talvez você até já conheça essa pessoa, e não sabe disso.
— Duvido um pouco, mas quem sabe, né? – Kim se levantou.
— Bom, querida, ainda tenho que parar para ver o antes de ir embora, já brigaram hoje?
— Na realidade eu não o vejo desde ontem, então não. – Ri.
— Que ótimo, quem sabe brigando menos vocês não se acertam e se tornam amigos?
— Você sabe que isso é quase impossível, né ? – Dei risada. – Fora que estamos bem desse jeito, nós dois nos estendemos quando o assunto é trabalho e é isso que importa.
— Se você diz. – riu. – Eu passo aqui para te dar tchau. – apenas concordei com a cabeça enquanto ela saía pela porta.
Assim que a Kim abriu a porta, vi pela fresta parado de frente a porta, andando de um lado para o outro, como se decidisse se iria bater ou não, mas devia ser apenas impressão minha, raramente entrava na minha sala e sempre que entrava, estava no meu encalço, seja depois de uma reunião ou até mesmo para me irritar. Kim deu uma última olhada para mim, antes de fechar a porta atrás de si.
A verdade é que Kim adorava minhas brigas com o e já chegou até insinuar que era tensão sexual, o que pra mim é bobagem, já que eu não conseguia ficar em um ambiente com o por mais de 30 segundos sem querer matar ele. Ele me irrita profundamente.
Chacoalhei a cabeça, e voltei a trabalhar loucamente, para me distrair da chatice que era minha vida pessoal.
Já era final do expediente quando resolvi pedir algo para me fazer feliz, então mandei uma mensagem para minha confeitaria favorita, pedindo uma caixa dos meus bombons favoritos, depois de tanto trabalho e de um quase jantar com o Marcos, que teve a audácia de gritar comigo, ainda mais em um restaurante, eu merecia aquilo.
Assim que chegou, fui correndo na recepção para buscar a caixa com um laço enfeitando e um cartãozinho de agradecimento pela compra. Era por isso que eu adorava aquele lugar, da próxima vez ao invés de pedir, eu iria comer lá para aproveitar a experiência.
Vi que minha assistente já estava guardando suas coisas, e a de já tinha ido embora, me despedi dela, voltei para minha sala, me sentei com as pernas cruzadas na cadeira e tirei meus sapatos de saltos, era um alívio tirar aquilo, abri a caixa pegando um bombom recheado de morango e saboreando devagarinho para sentir o gosto. Assim que termino o primeiro bombom, ouço batidas na porta.
— Entra! – Ajeitei-me na cadeira ainda descalça, arquei minhas sobrancelhas quando vi a pessoa que estava lá.
— Oi, podemos conversar? – entrou, mas continuou de pé em frente à porta.
— Sim. - Respondi baixo, será que havia acontecido alguma coisa? Será que ele realmente queria ter batido na minha porta hoje cedo? Será que ele quer falar sobre o jeito que agiu ontem? E o que ele tá fazendo na minha sala? Parei de fazer perguntas em minha mente, e resolvi descobrir o que ele queria. – Sente-se.
— Olha, ontem, eu sei que você consegue se defender sozinha, mas é que... – Ele olhou para mim, porém, antes de terminar a última frase, vejo sua testa enrugada ao olhar para a caixa de chocolate.
— Quer? – Estendi para ele e vi seus olhos endurecerem, e ele se levantou. Que merda tinha dado na cabeça dele? – Estou esperando você terminar . – Ele finalmente tirou os olhos da caixa de bombom e olhou para mim com raiva.
— Eu sabia que era um erro vir falar com você, não sei por que eu tento te ajudar. – Falou com a mandíbula endurecida, revirei meus olhos.
— Dá para contextualizar, por favor? – Falo começando a me irritar.
— VOCÊS VOLTARAM , DEPOIS DE TODA A MERDA QUE ELE TE FALOU, ELE VAI LÁ, TE JOGA MEIA DÚZIA DE PALAVRAS BONITAS, E VOCÊ O PERDOA, COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO! – Explodiu aumentando um pouco o tom, mas falando de um jeito irritado. Que mania desses homens achando que podiam ficar gritando comigo.
— UOU, ESPERA AÍ! – Explodi também, e me levantei do outro lado da mesa. – PRIMEIRO, - Fiz o número 1 com o dedo - QUEM VOCÊ ACHA QUE É PARA GRITAR COMIGO? SEGUNDO, – Ergui mais um dedo formando o número 2. - VOCÊ TÁ DOIDO? QUEM TE DISSE QUE EU REATEI COM ALGUÉM? TERCEIRO, – Levantei mais um dedo. – MESMO SE EU TIVESSE, NÃO É DA SUA CONTA QUEM EU NAMORO OU DEIXO DE NAMORAR.
— NÃO MENTE PARA MIM! – Apontou para a caixa, logo depois passando a mão pelo cabelo.
— AGORA EU NÃO POSSO NEM COMPRAR UM CHOCOLATE PARA MIM MESMA SEM VOCÊ SE IRRITAR! – Vi seus olhos se arregalarem - COISA QUE EU NÃO ENTENDI ATÉ AGORA, POR QUE VOCÊ SE IMPORTA COM QUEM EU DEIXO OU NÃO DE NAMORAR?
— Você que comprou o chocolate? – Disse baixo e pegou a caixa, e lendo o cartão de dentro vejo seu corpo relaxar, e seus olhos me olharam cuidadosamente.
— Foi – Voltei ao meu tom normal de voz normal, respirando fundo, sem ainda entender o que tinha acontecido, pareciamos dois loucos – Agora, me responde – Apoiei ambas as mãos na mesa para chegar mais perto dele – Por que você se importa? – falei firme, logo em seguida respirei fundo tentando manter a calma, e ele demorou a me responder.
— Não quero te ver sendo feita de tonta, por isso.
— Ainda não me respondeu, por que você se importa? – Continuei o encarando, e o vi caminhar em direção ao sofá, sentar e passar as mãos pelos cabelos. Esperei por sua resposta, mas ela não veio. Enquanto isso, ele permaneceu com as mãos na cabeça, parecia tentar pensar. – POR QUE VOCÊ SE IMPORTA, ME RESPONDE, O QUE VOCÊ TEM A VER COM A MINHA VIDA PESSOAL? – Explodi novamente, cansada desses joguinhos que só ele entende, ele se levanta assim que eu grito e se aproxima consideravelmente.
— EU TAMBÉM NÃO SEI! – Dessa vez foi ele quem gritou, fazendo-me dar um passo para trás. – EU NÃO FAÇO A MENOR IDEIA DO PORQUÊ EU ME IMPORTO COM A PORRA DA SUA VIDA, MAS EU ME IMPORTO, PORQUE EU SEI QUE ELE NÃO PASSA DE UM OPORTUNISTA QUERENDO SEU DINHEIRO, E DEPOIS DE TUDO QUE ELE TE FALOU, VOCÊ… NINGUEM MERECE ISSO. – senti meu rosto ficar quente, a essa altura já estava vermelho, como ele tinha a audácia de vir me julgar pelos meus relacionamentos
— EU TE AGRADEÇO - Sorri irônica - MAS COMO VOCÊ PODE SABER? VOCÊ NÃO TEM NENHUM DIREITO DE RECLAMAR SOBRE QUALQUER NAMORO MEU, QUANDO UM DIA FOI NOIVO DAQUELA MEGERA. - parei e pensei por um momento - é por isso que você se importa? Porque ela te trocou por ele ? Por isso você ficou irritado por me ver indo jantar com ele? Por que seu ego fica machucado quando ele entra na sua empresa? Como você pode dizer quem é ou não é bom pra mim, sendo que você nem me conhece, você nem conhece ele, você não se importa comigo, sempre se importou em ser superior, em sair por cima da situação, e ver ele aqui te machuca por acaso? - Parei para respirar a entonação de raiva permanecia, o Marcos me merecia que eu defendesse ele? Não, mas ele não tinha direito de opinar sobre. – Você só se importa em me ver com ele, porque a Margareth te trocou por ele, porque você não quer que, mesmo depois de tudo que aconteceu, ele ainda saia ganhando. – Cheguei mais perto dele, e o fato de eu estar descalça me faz parecer menor. – Mas, adivinha, , você não é o único que foi trocado aqui, você acha que tudo é mais fácil para mim, apenas por que ele terminou comigo? Mas não, não é. - olhei no fundo dos olhos deles, que transmitiam raiva - Adivinha que incrível foi para mim, quando, depois de ouvir que ele simplesmente não me amava, que ela era melhor do que eu, que eu não merecia amor, que eu só pensava no meu trabalho e que era uma vadia frígida. - falei com toda mágoa que existia dentro de mim entorno aquela situação - ADIVINHA SÓ COMO FOI OUVIR DA BOCA DA PESSOA QUE FEZ O INFERNO NA MINHA VIDA, QUE ELA TINHA TUDO QUE ERA MEU, E QUE QUANDO VOCÊS SE CASASSEM ELA IRIA TIRAR MINHA EMPRESA DE MIM, QUE EU IRIA FICAR SEM NADA, AINDA MAIS SE EU TE CONTASSE. – Paro para respirar e sinto minha garganta e meus olhos arderem.
— Você sabia antes de mim? – disse sério.
— Eu ia te contar, mas na mesma noite você descobriu por si, e ela te deu um pé.
— Por que você me contaria? Você me odeia. - se aproximou um pouco, com uma calma que me dava mais medo do que suas explosões.
— Você ouviu a parte que eu disse que ela ameaçou me tirar daqui? – revirei os olhos e peguei minha garrafa de água, bebendo um longo gole. – Fora que, por mais que eu não te suporte, não é legal ter a fama de corno, e eu a odeio bem mais do que odeio você.
— Parece que eu não sou o único que me importo.
— E de onde você tirou que eu me importo? – abri um sorriso debochado
— Você ia me contar, apesar de tudo, você ia, e no dia que a gente se encontrou no restaurante aqui perto, você foi me socorrer, sem saber do que estava acontecendo, você foi me socorrer.
— Você parecia precisar de socorro. – Dei os ombros. – E qualquer um precisa de socorro quando se trata dela.
— Mesmo assim. – Chegou mais perto. – Por que você se importa comigo?
— Já disse, não me importo, mas tenho empatia até mesmo por você. Agora, por que você me ajudou ontem? Vai, me diz que não é verdade que aquilo foi por causa do seu ego.
— Eu te devia uma. – Deu os ombros. – E não preciso inflar meu ego, sei que sou melhor que ele.
— E eu por acaso te pedi ajuda? - fiz uma cara enfadonha
— Você é uma ingrata - semicerrou os olhos, mas eu via um certo humor nas suas expressões.
— Pelo menos, sou uma ingrata sem chifres - provoquei
— Eu sou chifrudo, mas pelo menos fui trocado por alguém que eu nem conhecia, e você que foi trocado justo pela sua inimiga – Essa doeu, ele se aproximou um pouco e me provocou de volta.
— Pelo menos terminaram comigo antes né?
— Pelo menos não fui trocado pela pessoa que mais odeio no mundo. – senti meu corpo esquentar novamente.
— VOCÊ É UM IDIOTA QUE SO TEM ESSE ARGUMENTO– Disse irritada, eu me aproximei para o afrontar, é agora que eu mato esse desgraçado. - SÉRIO QUE VOCÊ NÃO PERCEBE QUE ELA SÓ FICOU COM ELE, PORQUE EU E ELE ESTÁVAMOS JUNTOS?
— POR DEUS, VOCÊ REALMENTE SE ACHA O CENTRO DO MUNDO, NEM TUDO O QUE A MARGARETH FAZ É PARA TE ATINGIR, CRESCE DE UMA VEZ, E ELE NÃO FOI O ÚNICO.
— AGORA SOU EU QUE ESTOU ACHANDO QUE VOCÊ VAI VOLTAR COM ELA.
— ELA BEM QUE QUIS, EU QUE A DISPENSEI, EU NÃO SOU TÃO IDIOTA DE OUVIR O QUE ELA TEM A DIZER, E NEM DE SAIR PARA JANTAR COM ELA PARA ISSO.
— OH MEU DEUS, VOCÊ ESTÁ MESMO JOGANDO O FATO DE EU TER SAÍDO COM UM EX NA MINHA CARA? MESMO DEPOIS DE TER DEIXADO CLARO QUE NÃO VOLTARIA COM ELE, QUAL É O SEU PROBLEMA? PORQUE, É SÉRIO, EU NÃO CONSIGO TE ENTENDER – me aproximei, e a distância entre nós era de menos de um metro e meio.
— O PROBLEMA É QUE VOCÊ ME DEIXA LOUCO. – Ele se aproximou mais um pouco.
— EU TE ODEIO- Aproximei mais dele, e a distância era tão pequena que mais um passo estaríamos colados.
— Eu sei. – E fez algo que eu nunca esperava que fizesse, ele me puxou pela nuca e me beijou, senti meu corpo ficar em alerta e relaxar logo em seguida, nesse momento ele puxou minha cintura, aproximando os nossos corpos e aprofundou o beijo.
O beijo não passava nem perto de ser algo meigo, era selvagem, senti que ele deu um passo para frente, automaticamente me fazendo dar um passo para trás, me puxou para cima pela cintura, com um dos braços, tirando meus pés do chão, e nos deixando na mesma altura. Só então cedi aquele beijo, e puxei para mais perto pelo pescoço, o beijo continuava intenso quando ele passou a mão pela minha coxa direita, e a puxou em direção de sua cintura, fazendo com que eu sentisse sua excitação, ele deslizou sua mão para minha bunda, e deu uma apalpada, me fazendo arfar entre o beijo. Ele separou nossas bocas e começou a beijar meu pescoço, seu braço que estava na minha cintura, desceu para outra coxa, puxando-a para cima, fazendo com que minhas pernas ficassem enlaçadas em seu quadril. Puxei sua cabeça em minha direção novamente, recomeçando um beijo, assim que o beijei senti ele sorrir e dar alguns passos para trás.
Senti minhas pernas baterem no móvel, e ele me deixou sentada lá, se aproximou entre minhas pernas, puxando minha nuca para cima enquanto me beijava, sua outra mão passava pela minha coxa, e eu puxava levemente seu cabelo, então ele abandonou minha boca e voltou a beijar meu pescoço e meu colo. Assim que ele abriu os dois primeiros botões de minha camisa, me dei conta da merda que estava fazendo.
— ... – Sussurrei como se não houvesse apenas nós na empresa, e ele levantou a cabeça para me olhar, seus cabelos sempre tão alinhados estavam rebeldes, sua boca estava vermelha, seus olhos ainda mais escuros, ele estava ofegante, assim como eu, permanecemos colados ainda, rosto a rosto. – O que estamos fazendo?
— Nos beijando – disse com humor, desceu a cabeça e beijou atrás da minha orelha me causando arrepios.
— Eu sei disso, seu idiota, a questão é que não podemos – Sussurro.
— E por que não podemos? – ele resmunga no meu pescoço.
— Porque trabalhamos juntos e vamos nos arrepender.
— Melhor se arrepender do que passar vontade – ele falou e logo em seguida riu no meu pescoço, canalha, sinto uma mordida no pescoço que me fez arrepiar e molhar mais ainda minha calcinha. Suas mãos passeiam pelas minhas coxas, horas apenas acariciando, horas apertando, me dando ainda mais tesão.
— É sério, , precisamos parar – e assim que eu falei isso, ele se afastou, e me olhou sério. – Vamos nos arrepender. - tentei argumentar, mais pra mim mesma do que pra ele.
— Eu quero isso, você quer?
— Sim, mas... – Falei confusa, porém de forma sincera e ele me cortou.
— O que temos a perder? Já nos odiamos mesmo. – Ele voltou a se aproximar de mim e segurou minha cintura. E ele realmente não estava errado, o que eu tinha a perder, a não ser meu senso, e minha dignidade, ninguém iria saber, e nunca iria acontecer de novo.
— Uma única vez.
— Uma única vez. – Ele repete com um sorriso safado, e volta a me beijar com desejo.
O podia ser o que fosse, egoísta, mesquinho, hipócrita, mas uma coisa eu tenho que admitir, ele beijava bem, muito bem.
Senti as pontas de seus dedos levantarem minha saia, e eu fui desabotoando sua camisa, botão por botão, ele me deu um apertão no início da minha coxa, e senti minha calcinha molhar.
Assim que terminei de desabotoar sua camisa, a tirei e aproveitei para arranhar seu abdômen, separamos nossas bocas e ele voltou a beijar e morder meu pescoço, abri os olhos para dar uma conferida, e Deus, definitivamente ele estava aprovado, ele não era bombado, tinha um leve tanquinho aparente e um peito largo. Por um segundo esqueci que o odiava.
Dei beijos e mordidas em todo seu pescoço e mandíbula, seus dedos largaram as minhas pernas e foram em direção a camisa. Diferente de mim, sem nenhuma paciência, ele tirou os botões das casinhas, estourando alguns pelo caminho.
Assim que ele terminou de tirá-la, sorriu e voltou a beijar meu colo, me fazendo fechar os olhos novamente, dessa vez descendo em direção aos meus seios, com uma habilidade impressionante ele tirou meu sutiã, ele se afastou minimamente só para dar uma olhada, deu outro sorriso safado, me puxou pelo cabelo, e me beijou novamente.
Agora suas mãos estavam nos meus seios, apertando-os, e massageando, meus mamilos esfregavam na palma da sua mão, me fazendo arfar em meio beijo. Seus dedos beliscaram meu mamilo esquerdo, o que me fez soltar um gemido baixo, e aquilo pareceu o agradar, já que ele começou a massagear e beliscar meus mamilos.
Sua boca abandonou a minha, e foi direto ao meu mamilo direito, primeiro beijando, e depois lambendo. Até o momento que ele começou a chupar e dar leves mordidas, joguei minha cabeça para trás e gemi.
Inclinei mais para trás, e encostei na tela do computador, ele continuava alternando entre chupões, mordidas e lambidas, enquanto massageava o outro mamilo. Ele trocou de lado, e com a mão livre, foi subindo pela minha coxa, até chegar na minha vagina, senti ele passar o dedão entre a fenda, ainda coberta pela calcinha, me acariciando de leve por cima do tecido e gemi mais alto.
Deu um último e forte chupão, ele tirou a mão de dentro da minha saia e me puxou para cima.
— Vai logo, . – Falei manhosa, mas quem poderia me julgar? Eu estava com um puta tesão.
— Não. – Disse arfando. – Só temos uma noite, e eu quero tudo que tenho direito – voltou a me beijar, e senti ele me colocar no chão, me empurrou de levinho até minha cadeira. – Tira a calcinha para mim. – Ele disse com a boca na minha, e nesse momento só me restava obedecer, assim que tirei ela, ele pegou e a guardou no bolso de trás – Só para não ter certeza de que eu não alucinei.
Ele me fez sentar na cadeira e ajoelhou na minha frente, aquela sim era uma visão e tanto, com um homem extremamente gostoso e bonito ajoelhado entre minhas pernas. Ele enfiou as mãos por dentro da minha saia e puxou pra cima, fazendo com que ela se embolasse na minha cintura e eu ficasse exposta. Prendi completamente a respiração ansiosa com o que viria.
Ele puxou meu quadril um pouco em sua direção, e beijou na parte interna de uma das minhas coxas.
— Relaxa, . – Disse baixinho, espalhando beijos por toda região, e apertou a outra.
Soltei o ar, e relaxei um pouco na cadeira, senti seus beijos subirem até meu centro, sua língua passar entre os grandes lábios, e me joguei para trás gemendo e fechando os olhos. pareceu apreciar minha reação, pois logo em seguida puxou uma das minhas pernas para cima do seu ombro, me deixando mais aberta para ele.
Ele deu uma assoprada em meu clitóris, me fazendo arrepiar, ouvi seu risinho convencido, e então sua língua passou em círculos por aquele amontoado de terminações nervosas. Gemi seu nome com aquele movimento, e ele repetiu várias e várias vezes, hora apenas passando a língua, outra simplesmente dando a volta no meu clitóris, até que ele resolveu dar um chupão gostoso, que me fez estremecer e me deixou ainda mais molhada, sua língua começou explorar por toda extensão, horas ele passava a língua, outras ele chupava meu clitóris, até que ele enfiou sua língua dentro de mim, me fazendo estremecer novamente, acho que ninguém nunca tinha se dedicado tanto ao meu prazer como estava fazendo nesse momento, e pra mim isso estava sendo surreal.
Ele continuava chupando, lambendo, e me mordendo. Ele colocou um dedo dentro de mim e eu me contorcia de tesão ao receber aquele segundo estímulo, ele intensificou ainda mais as chupadas e as lambidas, ao mesmo tempo que intensificava os movimentos ao inserir outro.
Senti um nó em meu ventre, sabendo o que aquilo significava, então achei melhor avisá-lo.
— , eu vou... – Disse gemendo, com a voz falhada e rouca, senti ele afastar a boca, sem parar de movimentar os dedos.
— Eu sei, abre os olhos, Cruella, quero estar olhando nos seus olhos quando você gozar na minha boca – eu prontamente obedeci, e recebi um sorriso de volta. – Essa é a minha garota. – Abaixou a cabeça novamente, e me chupou enquanto olhava nos meus olhos, cada vez que eu ameaçava a fechar, ele ameaçava parar. Senti meu orgasmo chegando cada vez mais perto, até que me derreti na sua boca, fechei os olhos e tentei fechar as pernas por puro espasmo.
Porém as manteve aberta enquanto continuava me chupando, aproveitando tudo que eu poderia lhe dar. Ele tirou minha perna do meu ombro e me pegou no colo, e me deitou no sofá, se ajoelhando na minha frente, abri os olhos quando os espasmos acalmaram e ele estava me encarando com um olhar que parecia ser de admiração.
— Sua vez – Sussurrei, ele apenas negou com a cabeça e abriu os botões da calça social.
— Eu quero meu pau dentro de você. – Disse sussurrando, como se fosse um segredo, e realmente parecia ser.
Ajudei o tirar a calça, e me sentei na sua frente, enquanto ele se mantinha ajoelhado, abaixei sua cueca e vi o membro grosso saltar, era bonito, tinha veias grossas, e era proporcional ao corpo do homem alto a minha frente, o peguei na mão, e ouvi soltar um resmungo me fazendo soltar uma risada, fiz o movimento desde a base até a glande, aumentando o ritmo, e eu nunca admitiria que ver nu, com a cabeça jogada pra trás e com a boca levemente aberta, me deixava excitada. Mas confesso que é uma grande e bela visão.
Ele abriu os olhos e gemeu, tirou minha mão do seu pênis e beijou o dorso dela. Ele se sentou no sofá, e terminou de tirar a cueca, abri minha saia e puxei pra baixo, tirando por completa, seus olhos me avaliaram de baixo para cima, como se quisesse gravar cada pedacinho, aproveitei para fazer o mesmo, peito largo, abdômen definido, pau grande e grosso, as pernas cumpridas e as coxas grossas. Quando voltei a olhar nos seus olhos, ele me olhava como se estivesse achando engraçado aquilo, levantou uma das sobrancelhas e eu dei de ombros, já que estávamos aqui, por que não olhar?
Ele passou a mão pela minha coxa e puxou para que eu me sentasse no seu colo, sentei-me em suas coxas, e o beijei, sua mão foi para o meu cabelo, enquanto seu outro braço, me abraçava mais para perto.
Arranhei seus ombros, e rocei de leve no seu pau.
— Calma aí. – Sussurrou, e estendeu o corpo para pegar a calça, tateou os bolsos, pegando a carteira, e depois pegando o preservativo dentro dele. Jogou a calça para longe e colocou a camisinha.
Assim que ele terminou, voltou a me beijar, me puxando para mais perto com um braço, enquanto segura seu membro com a outra mão, senti a cabeça do pênis roçar na minha abertura, e gemi na sua boca, senti a cabeça na minha abertura e me encaixei nele, descendo lentamente, até estar sentada com ele completo dentro de mim, o movimento fez com que gemessemos juntos.
Comecei a rebolar devagar ainda me acostumando com ele dentro de mim, e assim que me acostumei melhor, comecei a acelerar o ritmo.
— Sempre soube que você gostava de ficar por cima – Disse entrecortado no meu ouvido e soltou um riso no final, e eu sabia que seu comentário era só uma brincadeira mesmo. – Isso, rebola gostoso no meu pau.
Ele me segurou pelo quadril me ajudando com os movimentos, então comecei a quicar no seu colo, ouvi ele gemendo e com a cabeça para trás, os olhos cerrados. Aquele homem era gostoso pra caralho, mas ele nunca saberia essa minha opinião sobre ele.
Fui aumentando os ritmos, abracei ele pelo pescoço e ele me abraçou pela cintura, eu ainda continuava em um ritmo frenético, encostei o nariz no seu pescoço, sentindo seu perfume.
Fui diminuindo o ritmo, me deitou com as costas no sofá, o que me fez assustar, eu nem ao menos tinha entendido como ele tinha feito aquilo tão rápido, e sem sair de dentro de mim.
Ele então começou a estocar com força e rapidez, e a única coisa que eu fazia nesse momento era gemer, enquanto eu ouvia sua voz ao pé do ouvido.
— Me fode. – Falei no seu ouvido, e ele sorriu.
E então começou a alternar as estocadas, horas indo forte e rápido, e outras indo devagarinho. Senti seus dedos escorregarem entre nós, e circulou meu clitóris com o dedão, aquilo foi meu fim, joguei a cabeça para trás, olhando em seus olhos. Senti meu ventre se contrair de novo, sabendo o que estaria por vir.
Não demorou muito tempo até que eu me explodisse em ápice, com ainda metendo devagarzinho, senti seu corpo enrijecer em cima de mim, e abri os olhos para vê-lo gozar, e devo dizer que ver seu cabelo desgrenhado, o suor descendo pela testa, e a boca entreaberta, puxando o ar enquanto gozava, foi um espetáculo à parte, ele deitou parcialmente em cima de mim, e nós ficamos em silêncio.
Quando voltei para a realidade, eu fazia carinho em seu ombro, e ele fazia carinho na lateral da minha coxa, vendo aquela cena de outra perspectiva, pareciamos acostumados a viver aquilo. Me dei conta do que tinha acontecido, eu estava prestes a me arrepender, mas do que adiantaria? Isso não mudaria o fato de termos feito sexo, e dos bons, mas eu precisava sair daqui o mais rápido possível, ou acabaria enlouquecendo. Ainda era o , ainda era o cara que me tirava do sério, e ainda era meu sócio.
— , tenho que ir. – Falei baixo, e recebi um resmungo. Ele levantou a cabeça para me olhar, e suspirou. Saiu de cima de mim, se sentando no sofá, e pegou a cueca, me entregou minha saia. - Minha calcinha – estendi a mão pedindo.
— Eu falei sério àquela hora, ela fica comigo. - disse rindo.
— Sério mesmo, ? – Bufei.
— Sim. – Começou a vestir sua roupa, e decidi me dar por vencida.
Coloquei a minha saia, cacei meu sutiã pela sala, e logo após coloquei a minha camisa, abotoando cuidadosamente, mesmo que faltasse um botão no meio e um no final dela, pela a forma que havia tirado. Arrepiei com o pensamento. Era só o que me faltava ficar lembrando dos gestos dele toda vez que vestisse e tirasse uma camisa social, eu com certeza me negava aquilo.
Vesti meus sapatos, amarrei meu cabelo em um coque. Virei para falar com , que estava terminando de abotoar a camisa.
— Encosta a porta depois de sair. – Peguei minha bolsa e minha caixa de chocolate. — Te vejo amanhã. - Dei um tchauzinho com a mão, e me virei caminhando até a porta.
— Ei, , não está esquecendo de nada? - disse se aproximando.
— Da minha calcinha? - ergui a sobrancelha, ele negou com a cabeça e mordeu o lábio inferior.
Se aproximou de mim, puxando minha cintura e me dando um beijo intenso.
— Combinamos uma única vez - Falei para ele, semicerrando os olhos.
— Continua sendo uma única vez. – Riu e se afastou. - Até mais, Cruella.
Fui caminhando até a porta, abri ela, e quando estava saindo...
— Ei, . – Ele parou de arrumar o sapato e olhou para mim. – Eu ainda te odeio – ri.
— Eu te odeio mais. - Riu também, e assim eu fui embora.
Cenas passavam como um filme em minha mente, onde nessa vida, eu imaginei que estaria transando com ele, justo com aquele Hades de Chernobyl? Ri com o quão irônico poderia ser aquilo, justo a pessoa que eu odiava.
Pov’s
Saí da sala dela sorrindo, eu já havia imaginado aquela situação mais vezes do que eu gostaria de admitir, ela me tirava do sério, me irritava ao máximo, mas eu não podia, nem sequer tentaria omitir que eu a desejava há algum tempo.
Achei que com uma noite aquilo bastaria, e voltaria ser como antes, mas a verdade é que agora tudo parecia pior, embora ela ainda seja uma mimada e chata pra caralho, ela era linda, e me deixava louco em todos os sentidos.
E, algo me dizia, que aquela nem de longe seria a nossa última noite.
Agora, a pergunta que você deve estar fazendo é: Porque, caralhos, eu sou sócia de um cara que eu odeio e que me odeia? A resposta é bem simples, interesses mútuos.
Quando meu pai resolveu se aposentar, a empresa não estava indo muito bem, e só piorou quando eu assumi a liderança, e alguns parceiros decidiram quebrar nossos contratos, com o motivo de "uma mulher nunca conseguirá recuperar uma empresa como essa", e aí que eles se enganam, quem melhor do que uma mulher para trabalhar com sapatos e bolsas? Mas esse não é o ponto, bem, depois de que essas parcerias foram cortadas, tive que apelar, e pedir ajuda do meu pai, que resolveu conversar com uma antiga colega de faculdade, Kimberly , também conhecida como mãe do diabo, mas diferente dele, ela é maravilhosa. Mas o negócio é que, a empresa dos , que trabalha com roupas, também não estava muito bem das pernas, então os dois meu pai e a Sra. resolveram juntar as empresas, e ver se poderia dar certo, e deu muito certo. A não ser pelo fato de ela passar a direção da empresa para seu filho mais velho, e a gente brigar igual gato e rato.
Meu pai insiste em dizer que é porque somos muito parecidos, mais do que imaginamos, mas isso é uma ova, nós apenas concordamos quando se trata de negócios, até porque não tem como odiar um design feito por Ellen , a irmã do Hades de Chernobyl.
Ela é incrível no que faz, além de ser uma pessoa maravilhosa. Como percebem, o único idiota da família é o , a gente se odeia, e desta forma para evitar contato ele fica com a parte financeira, como compras, e a parte da contabilidade, e eu com a parte de administrativa, como RH, e marketing. O resto resolvemos juntos, como datas de lançamento, o processo criativo dos designers, a parte de produção, era sempre resolvido juntos.
Voltando ao ponto que iniciamos, assim que entrei no elevador vi a figura, com um terno preto, uma camisa azul clara e uma gravata azul escura, combinando com a cor do seus olhos frios, a personificação de Hades, inclusive o corpo. O cara pode ser um babaca, mas eu não sou cega e nem burra de dizer que ele não é bonito, porque ele é, mas nunca vai saber que eu acho isso.
— Bom dia, Cruella. - Disse com aquele sorrisinho idiota no rosto, a minha vontade era enfiar uma faca na garganta daquele ser.
— Bom dia. - Murmurei com desprezo.
O porquê do apelido de Cruella? Bom, além do motivo de ele também achar que eu sou o demônio, é porque eu tenho piebaldismo capilar, uma espécie de vitiligo, com que faz que eu tenha uma mecha de cabelo branco na parte frontal do cabelo, e meu cabelo castanho escuro acaba ressaltando mais ainda isso.
Quando criança eu me incomodava com isso, já que surgiam vários apelidinhos, ainda assim o meu favorito era Vampira, referência da minha personagem favorita de X-Men, mas hoje em dia me acostumei com os apelidos e com meu cabelo diferente, e não mudaria por nada, única mudança que eu faço é passar rímel, pois acaba que uma parte dos meus cílios também é branco.
— Veio vestida a caráter hoje? – Ele não perderia a oportunidade de me ver com um vestido preto e branco, sem soltar um comentário sobre. Quantos anos de cadeia eu pegaria se matasse ele mesmo?
— Vejo que você também, Hades de Chernobyl. - disse mantendo a voz fria.
— Obrigada pelo elogio querida, sempre desconfiei que você me achasse um Deus grego – sorriu convencido, revirei os olhos com tanta força que achei que fossem sair do lugar. Será que se eu colocar amendoim na comida dele, e ele morrer de alergia, eu consigo fingir que foi acidente?
— Em seus sonhos, , em seus sonhos.- bufei.
— Relaxa, , eu sei que você só se interessa por quem quer seu dinheiro. – Antes que pudesse responder, as portas do elevador se abriram.
Sai irritada entrando direto em minha sala, não sem antes dizer:
— Babaca. – Bati a porta e fui resolver os assuntos do último lançamento.
Só saí da sala próximo às uma da tarde, quando meu estômago já roncava de fome, e fui até meu restaurante favorito que ficava a nem uma quadra do prédio do qual trabalhava.
Assim que entrei no local, percebi que realmente não era meu dia de sorte, o que caralhos, o estava fazendo no meu restaurante favorito, e acompanhado pela ex-noiva nojenta dele, aquela qual lhe garantiu um belo chifre e um pé na bunda majestoso.
Um fato conhecido era: mais do que odiar , eu odiava Margareth Foster, e o motivo é bem mais explicável que o de odiar , o fato é que eu conheço Mag desde que eu nasci, isso devido ao fato dos pais dela serem vizinhos do meus pais. E esse nosso ódio uma pela outra vem desde criança, foi ela que me deu os primeiros apelidos maldosos, como gambá, zebra, bruxa, e vários outros dos quais me incomodavam muito na infância, eu sempre soube que era diferente, mas quando alguém trata sua diferença como ofensa, é doloroso, pedi ao meu pai diversas vezes para pintar as mechas mais claras, da mesma cor que restante, e ele negou por muito tempo, até minha adolescência, e quando eu fiz isso, foi um salto enorme para minha autoestima, quando me olhei no espelho, me senti comum, apagada, estranha, mas pra minha sorte a pigmentação extremamente pobre não deixou que a cor pegasse no cabelo, e em menos de duas semanas meu cabelo já estava normal, quer dizer, no seu normal.
Voltando ao assunto, Margareth era um lobo em pele de cordeiro, com seus cabelos descoloridos, o que chegava a ser quase ironia para mim, seu corpo de Barbie Malibu, e roupas que a deixavam com cara mais enjoada ainda, a verdade é que eu nunca soube o porquê ela me odiava, ela simplesmente gostava de me maltratar. E imaginem o baque que eu recebi quando descobri que meu novo sócio era noivo dessa coisinha aí, eu fiquei indignada e em choque.
Meu choque maior ainda foi quando descobri que ela o traia com metade de sua agência de modelo, inclusive com meu ex.
Apesar do meu ódio por , eu conhecia a peça, e conhecia melhor ainda quão insistente, irritante e maldosa ela era. Então, no momento que olhou em direção da porta e me viu parada, vi seus olhos me pedirem socorro, enquanto seu corpo ainda parecia rígido e alerta. Meu impasse era: deixar ele com aquela víbora para que fosse infernizado e manipulado, ou iria até a mesa deles e o salvaria dela, mas por que eu faria isso? Nos odiamos, mas algo no olhar do me fazia crer que ele realmente preferia minha ajuda, a ficar com ela.
Fazer o certo ou fazer aquilo que eu acho que seria melhor? O certo seria o ajudar, e o que eu acho melhor é ficar longe desses dois. Suspirei fundo, e caminhei até a mesa onde eles se encontravam, o pior que poderia acontecer é eu matar os dois.
— Desculpa pelo atraso , estava presa com aqueles fornecedores. - Disse enquanto ela permanecia de costas para mim sem perceber minha presença, e pisquei para ele para que pudesse entrar na minha, assim que terminei de falar,ela virou a cabeça e me olhou de cima abaixo.
— Ora, ora, quanto tempo que não nos vemos, zebrinha. – Senti minha mandíbula tencionar ao ver aquele sorrisinho debochado naquela cara plastificada.
— Sente-se , a Margareth já está indo embora. – Disse , talvez aliviado? Não sabia dizer exatamente, mas pela primeira vez na vida, ele parecia feliz ao me ver.
— Estou? – ela olhou para ele, que respondeu com um olhar frio de desprezo, do qual nem eu havia visto ainda, mas de certo modo me pareceu interessante.
Sempre achei que eu fosse a pessoa que ele mais odiava, mas aparentemente ela tinha assumido o posto de primeiro lugar na lista de ódio dele, assim como ela era a primeira na minha, pelo menos uma coisa em comum, quer dizer, tínhamos mais coisas em comum, como nos odiarmos mutuamente, sermos bons no que fazemos, e sabemos dirigir nosso negócio.
— É claro que estou. – Disse ela olhando curiosamente para nós dois. – Até mais zebrinha, te vejo em breve, .
— Até mais. Aliás, Margareth tome cuidado com essas suas plásticas. - Ela me olhou com ódio nos olhos e saiu batendo o pé, todos nós sabíamos que aquele nariz não era natural.
— Isso foi melhor que assistir novela mexicana – disse o bebendo água enquanto ria. – Aliás, obrigada, te devo uma.
— Eu sei, e vou te cobrar por isso. Agora, com licença que estou com fome. – Disse me levantando.
— Qual é , sente-se, eu não mordo a não ser que você peça... – Fez sua melhor cara de sedutor, enquanto eu revirava os olhos. – E também, ela pode voltar, ela está no andar superior. – Bufo, já que estou na chuva, que termine de me molhar.
— Ok, mas só porque estou com fome e aqui está lotado, – Fiz-me de irrelevante, não que eu me importasse em passar um tempo com ele, só que almoçar com ele não é bem o que eu queria. – Já pediu algo?
— Pedi de entrada uma porção de bruschetta com presunto parma– disse igualmente desinteressado – mas vem cá, qual é a de vocês duas? Eu sempre me perguntei por que vocês se odeiam tanto, quer dizer eu até entendo em partes, você é realmente irritante e chata, mas a Margareth nunca quis me contar, então suponho que tenha vindo dela. – Disse apoiando o queixo em suas mãos e me encarando interessado em saber.
— Supôs certo. Na real, nem eu entendo o porquê ela me odeia, só sei que desde que éramos crianças, ela fazia piadinhas ofensivas com meu cabelo todas as vezes que me via, depois que ela viu que seus comentários sobre meu cabelo não me incomodavam, passou a fazer piadas com outras coisas que sabia que me afetava. - dei de ombros, não estava querendo me fazer de vítima, mas é a verdade, isso não significava que eu não me defendia.
— Você já pensou que, sei lá, ela poderia ter inveja de você? – Disse, e assim o garçom trouxe a entrada, me dando algum tempo para pensar, pedimos o prato principal, e assim que o rapaz se afastou, eu respondi.
— Não, não existem motivos pelos quais ela teria inveja de mim. – Ele deu de ombros enquanto comia, esse deve ter sido o almoço mais bizarro da minha vida, já que após essa conversa ficamos em silêncio apreciando a nossa comida, ironicamente ele pediu o mesmo salmão grelhado com purê e alcaparras que eu. E a única coisa que conseguia pensar era em todas as vezes que meu pai me disse “vocês só agem dessa forma porque são iguais, e quando se conhecerem de verdade vão acabar virando grandes amigos, ou quem sabe algo mais do que isso”, sim meu pai surtou, o podia ter um corpo bonito e um rosto igualmente bonito, mas eu nunca ia querer ficar com um cara idiota como ele.
— Bom já vou indo, tenho uma empresa para comandar. – Olhei para ele em deboche, como se ele fosse o único que comandava aquela empresa. – Até mais, Cruella.
— Se Deus quiser, não. – Respondi e ele saiu dando risada.
Aquele teria sido a conversa mais amigável, ou perto disso, que eu já tinha tido com em toda minha vida. Aliás, talvez você não tenha percebido o porquê o odeio, mas então aqui vai.
Flashback de 6 anos atrás.
Era minha primeira reunião como CEO da nova versão da , que agora, em vez de carregar apenas meu sobrenome, carregava as iniciais dele e a dos nossos sócios, os . Esse jantar também era uma comemoração da fusão que havia dado certo, e a primeira vez que eu me encontrava com o rapaz que dividiria o cargo de CEO comigo.
Eu estava nervosa, tinha acabado de terminar a faculdade de administração e gestão empresarial que fiz em conjunto. E já havia assumido um cargo tão importante, embora eu tenha crescido naquele lugar, não deixava de ter uma responsabilidade com aquelas pessoas que agora seriam gerenciadas por mim.
Estacionei o carro no grande pátio da casa de meu pai, e calcei os saltos que fazia com que minhas pernas ficassem mais bonitas, ajeitei o vestido azul marinho no corpo e segui até a casa onde eu morava até pouco tempo. Assim que passei pela porta, vi meu pai dando risada com a Senhora , não demorou muito para ele me ver e me chamar com a mão.
— Kim, lembra da minha filha? , querida, essa é Kimberly , nossa mais nova sócia, mas você já a conhece - sorriu e estendi a mão com meu melhor sorriso, que foi ignorado, por um abraço apertado.
— Nada de senhora, pra você é só Kim. – Soltou-me. – Meu Deus, você está tão linda, vou chamar o . – Virou a cabeça para trás. – ! – Gritou me fazendo dar uma leve risada, pela energia exorbitante da mulher, e logo vi um moço bonito se aproximar, porém atrás dele estava a Barbie demoníaca, também conhecida como minha odiada ex-vizinha, Margareth. Era só que me faltava, meu sócio ser namorado dela, justo daquela criatura.
O tal me olhou de cima a baixo com certo desprezo, e eu o odiei no mesmo momento, não era atoa que ele e a Margareth namoravam, engoli meu nojo pelo casal e o cumprimentei, afinal seríamos parceiros de trabalho.
— É um prazer te conhecer, , vai ser ótimo trabalhar com você. – Estendi minha mão de forma educada, e ele assim como sua mãe, a ignorou, só que dessa vez com desprezo. Era oficial, esse cara era um idiota.
— Prazer. – Disse e se virou para Kimberly. – Já podemos iniciar o jantar? – Disse-me olhando de cima a baixo, o que me fez revirar os olhos, assim como Kimberly.
Ok, nota mental: Kimberly era incrível, o filho dela é um porre.
— Podemos querido, vamos? – Disse enganchando o braço ao do meu pai e caminhando enquanto conversavam até a sala de jantar.
Assim que se foram, Margareth abriu a boca:
— Uma pena ter que te ver, gambazinha. - Riu, e saiu de lá com .
Fim do flashback.
Alguns dias se passaram desde aquele almoço esquisito, e por algum milagre divino deixou de pegar no meu pé. Pelo menos por uma semana.
Cheguei alguns minutos atrasada na empresa e saí correndo, enquanto a porta do elevador fechava.
— SEGURA – Gritei para quem lá fosse que estivesse lá dentro. Assim que eu cheguei no elevador, vi que se tratava de , ótimo.
— Atrasada de novo, Cruella?
— Pelo visto não fui a única, né ? – Debochei.
E ele fez uma careta.
— A diferença é que você tá sempre atrasada.
— E você se acha o perfeitinho, dono da razão – Revirei os olhos, eu juro que a qualquer segundo vou envenenar ele. — Você se acha, né, ? – Viro-me para olhar no fundo dos olhos dele. – Quando na verdade não passa de um bundão.
— Isso é o pior xingamento que você consegue? Vamos lá, , isso nem é um xingamento, é uma coisa que uma criança de 8 anos falaria.
— Vai. se. ferrar. – E assim que eu terminei de falar (ou gritar), a porta se abriu e vi nossas assistentes olhando assustadas, provavelmente ouvindo a parte final da discussão. Sai do elevador como se nada tivesse acontecido, andando até minha sala, e assim que me virei para fechar a porta, vejo que me seguiu.
— O que é? – digo irritada.
— Você acha mesmo que eu ouviria você me mandar se ferrar, e ficaria quieto? Sério que você, depois de 6 anos, não sabe nada sobre mim? – disse entrando na minha sala sem ser convidado e fechei a porta atrás dele.
— Como se você soubesse algo sobre mim. – Bufei e sentei-me atrás da minha mesa. – Sério que você veio aqui para discutir? Você não tem nada melhor para fazer, não? Sei lá, como trabalhar. – Eu disse ligando o computador.
— Eu até tenho, mas ver você ficar irritada é mais engraçado.
— Saia daqui. – Disse olhando para tela, enquanto clicava sem parar e com força.
— Sabe seu problema, ? Que você precisa de sexo. – Levantou-se rindo, eu quase enfiei a tesoura que havia em cima da minha mesa nele, juro, peguei até ela na mão. Quem ele achava que era pra falar assim comigo? Não tínhamos essa intimidade, mas resolvi entrar na dele.
— Tá se oferecendo, ? - Levantei a sobrancelha para o provocar.
— Você bem que gostaria, – Deu-me uma piscada com o olho esquerdo e um sorriso cafajeste, logo depois saiu da minha sala, fechando a porta atrás de si. EU VOU MATAR ESSE CARA, TÔ FALANDO. Calma aí.
tinha acabado de me dar uma piscadela e um sorrisinho que ele usava para pegar piranha? Sério isso? Esse cara tá cada dia mais esquisito. Estralei o pescoço e comecei a trabalhar.
Após horas dentro da sala, finalmente arrumei minhas coisas para poder ir embora, porém, para minha infelicidade, dei de cara com Marcos, meu ex-namorado que terminou comigo para ficar com uma loira siliconada. Bom, pelo menos ele teve a decência de terminar comigo, já a loira siliconada, que no caso é a Margareth, colocou um par de chifres enormes na cabeça do , e ainda por cima, se sentiu no direito de ficar com o gigantesco anel de noivado que tinha dado a ela. Era a primeira vez, e a última também que fiquei com uma pontada de dó dele, o cara simplesmente foi chifrado pela noiva, no apartamento que era dele. Dá pra acreditar? Mas o ponto não é esse, e sim, o que caralhos o Marcos fazia aqui? Se o o visse, ele estaria morto.
— O que você faz aqui? – Bufei, não odiava o cara, só não queria que ele estivesse aqui.
— A gente pode conversar? - Piscou lentamente com seus olhos verdes. E antes que eu tivesse a oportunidade de responder, apareceu ao meu lado com a postura ereta, eu podia sentir a tensão exalando dele.
— O que ele faz aqui ? – sua voz parecia ainda mais grossa, me fazendo sentir minha nuca arrepiar. Mas o que caralhos tinha acontecido com meu corpo?
— Vim falar com a . – Marcos endireitou a postura, encarando . Que saco, uma briguinha à base de testosterona. Em livros? Ok. Na vida real? Péssimo, nesse momento já me sentia extremamente desconfortável com a situação.
— E por acaso ela quer falar com você ? – me olhou, e seu olhar de raiva passou para mim. O que caralhos eu tinha feito agora? Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, esses idiotas me cortaram.
— Estávamos indo conversar, até você chegar aqui sem ser convidado – Marcos disse e tentou pegar minha mão, por instinto ou reflexo, não sei ao certo, dei um pulo para trás e acabei trombando em . Marcos me olhou com uma certa descrença.
— Isso já me mostra que não é verdade, e bom pelo que eu me lembre, eu sou dono disso aqui, então quem não foi convidado foi você. – Disse irritado. Tá bom, chega de briga de egos.
— Ok, parem vocês dois. – Falei alto, fazendo os dois me encararem. – Você... – apontei para o Marcos. – Até onde eu saiba não temos nada para conversar, mas se for de grande importância você tem meu número, a gente marca de conversar em um lugar PÚBLICO. – Disse pausadamente, pois provavelmente ele achou que eu estaria sozinha aquele horário, já que se passavam das 19. – E você... – olhei e apontei para o – Muito obrigada por me defender, mas eu sei fazer isso sozinha. – Vi abrir a boca indignado. – Agora, se me derem licença... – Saí e andei até o elevador, sem tempo para a briga daqueles dois.
— , espera. – Escutei a voz do Marcos e bufei, virando-me para trás. – A gente pode sair para jantar hoje? - pensei um pouco, e resolvi ceder para me poupar dor de cabeça no futuro.
— Eu escolho o lugar e cada um no seu carro. – Disse voltando a andar e escutando os passos apressados atrás de mim, senti alguém segurar a minha mão e falar baixinho, me causando um arrepio.
— É sério que você vai jantar com ele depois de tudo? – Viro-me para olhar para a cara dele, e seus olhos escuros me encararam com certa decepção. É sério isso gente?
— Desde quando você se preocupa comigo, ? – Encaro ele de volta com ironia– Relaxa, eu sei me cuidar. – Soltei-me dele e voltei a caminhar, ouvindo os passos, que agora parecem ser de Marcos atrás de mim. Assim que entramos no elevador, viro de frente para as portas que estão fechando, tendo a visão de um me encarando de forma intensa. As portas se fecham e eu penso em o porquê do estar agindo daquele jeito comigo como se importasse?
— Então, aonde você quer ir? – Assusto-me com a voz de Marcos, que me olha com aquele sorriso que um dia me deixou derretida.
— Pode ser naquele restaurante espanhol que fomos uma vez. – Disse ainda olhando em direção à parede.
— Ok. – Ficamos em silêncio até chegarmos no hall, fomos cada um em direção ao seu carro e dirigi até o restaurante, vendo seu carro me seguir pelo retrovisor. Assim que chegamos, ele pediu uma mesa em um local mais reservado e a moça indicou uma mesa mais ao fundo. Seguimos ela e nos sentamos um de frente pro outro, encarei ele, enquanto ele olhava o cardápio.
— Pode ser tapas espanholas e vinho tinto?
— Vou querer um suco de maracujá. – Disse olhando para a atendente.
— Não quer vinho? Sei que você adora vinho.
— Estou dirigindo. – Respondo mecanicamente.
— Ok, então dois sucos, um de laranja e um de maracujá, e uma porção de tapas. – A moça assentiu e saiu da mesa, ele me olhou. – Você está tão linda, não achei que você pudesse ser mais linda, mas uau, se bem que eu gostava do seu cabelo mais comprido.
— Fala logo o que você quer, Marcos. – Encostei-me na cadeira de forma um pouco mais relaxada, porém ainda sem paciência, quem ele acha que é para me dizer do jeito que gosta ou não do meu cabelo?
— Desculpa. – Levantou as mãos em defensiva. – Queria pedir desculpas pelas coisas que eu fiz, sei que foi horrível o jeito que eu terminei com você e a forma que eu agi depois, eu estava cego por ela, ela me enfeitiçou, e se aproveitou de mim.
— Aparentemente um aproveitou do outro. – Resmunguei.
— É sério , por favor, me perdoa. - Fez sua melhor cara de cachorro que caiu da mudança.
— Ok, perdoado, era só isso? – voltei a arrumar minha coluna na cadeira. Odiava como homem sempre insistia em colocar a culpa em mulher, eu gostava da Margareth? Não. Eu achava que ela era coitada ou inocente? Óbvio que não. Mas para o ato acontecer precisa das duas partes.
— Para Hannah, eu sei que eu fui um babaca com você, mas eu estava cego.
— Já te disse, Marcos, perdoado.
— Então podemos começar de novo. – Disse sorrindo, e segurou minha mão por cima da mesa.
— Ei, espera aí. – Ri e puxei minha mão da dele - Começar de novo, tipo reatar?
— Achei que tivesse deixado claro isso. – Olhou-me confuso.
— Nem ferrando. – Disse e me levantei.
— Mas você disse que me perdoava!
— O fato de eu te perdoar, não significa que vou esquecer o que você me disse, e que iríamos voltar a ficar juntos.
— É por causa dele né? – disse irritado.
— Por causa dele, quem? - Disse igualmente irritada.
— DO DYLAN – Praticamente gritou no restaurante, e eu não sabia onde enfiar minha cara.
— Abaixa o tom, e o que o tem a ver com isso?
— Desculpa. – Passou as mãos pelos cachos negros – Ela me disse, ela me avisou que vocês dois tinham algo, que aquela provocaçãozinha era uma fachada.
— De que merda você tá falando, Marcos? Tá usando droga? – era isso ou ele só podia ser maluco.
— VOCÊ E O DYLAN ESTÃO JUNTOS, NÃO TENTE NEGAR, EU VI O JEITO QUE ELE AGIU COM VOCÊ! – Levantou-se e gritou na minha cara, era só o que me faltava, olhei de forma ameaçadora para ele e vi ele voltar a sentar e murchar, sabendo que tinha feito merda.
— Primeiro, nunca mais se atreva a gritar comigo. – Disse entre dentes. – Segundo, mesmo se eu e o tivéssemos algo, o que não temos, nunca tivemos e nunca teremos, não seria da conta de ninguém, agora se me der licença. Espero nunca mais te ver.
— Mag tinha razão, você se acha melhor que todo mundo, você e o são iguaizinhos. – Dei o dedo do meio para ele e saí do estabelecimento sem nem olhar pra trás, passei em um delivery de comida mexicana, e fui pra casa.
O que ele queria dizer com “ela me disse”? Ela seria a Margareth? Ela teria falado que eu e o tínhamos algo? Mas porque ela faria isso? Ela sabe que nos odiamos, e inclusive adorava isso.
No dia seguinte, cheguei ao trabalho mais cedo, e fui direto para minha sala, aquelas palavras que Marcos me disse ficaram em minha mente durante à noite. E o jeito que o agiu antes também me deixou confusa, parecia que todos sabiam de algo, menos eu, e isso me irritava.
Passei o dia trabalhando fervorosamente para tentar esquecer. Se tem uma coisa que falou que era verdade, é o fato de eu precisar de sexo, última vez foi quando eu ainda estava com Marcos, eu não curtia sexo sem compromisso e nem com estranhos, o que dificultava a minha vida.
— Olá, querida – Ouvi a voz melodiosa que eu adorava, era engraçado de que na mesma proporção que eu sentia vontade de matar o , eu amava a irmã e a mãe dele, a mãe dele havia virado uma mãe para mim, e a irmã dele era minha melhor amiga.
— Oi Kim, como você está? – Me levantei para abraçá-la.
— Estou ótima, meu bem, e você? – Abraçou-me de volta.
— Estou bem. – Disse forçando minha voz a parecer bem – Mas o que te traz aqui?
— Querida não minta, você não está bem. – Sentou-se na cadeira à minha frente – E vim ver meus filhotes.
— Não estou exatamente bem, mas eu vou ficar. – Sorri para ela, como ela conseguia? Eu acho que instinto de mãe.– E você não deveria estar com um deles?
— Eu estou, você não é minha filha de sangue, mas eu gosto de você como se fosse uma. – Pegou minha mão e eu quase chorei, eu havia perdido minha mãe ainda criança, e sentia falta de um carinho de mãe. – Você sabe que eu sempre estarei do seu lado, para te ajudar, te confortar e te ouvir né, querida? – Senti meus olhos se encherem de lágrimas, e me levantei indo a abraçar, ela se levantou também e me abraçou forte.
— Obrigada, Kim. – Eu disse baixo e a soltei. – Você não faz ideia do quanto eu precisava disso.
— Me conta querida, o que está acontecendo nesse coraçãozinho? – voltei ao outro lado da mesa e respirei fundo.
— O meu ex veio me procurar e me disse algumas coisas que me deixou confusa, e agora eu percebo que realmente não gostava dele, e que ele não era o cara certo para mim.
— Oh querida, ele nunca mereceu 1% do que você é, você é tão linda, bondosa e inteligente, merece alguém a sua altura.
— Eu estou realmente convencida que essa pessoa não existe. – Ri desgostosa.
— Claro que existe, talvez você até já conheça essa pessoa, e não sabe disso.
— Duvido um pouco, mas quem sabe, né? – Kim se levantou.
— Bom, querida, ainda tenho que parar para ver o antes de ir embora, já brigaram hoje?
— Na realidade eu não o vejo desde ontem, então não. – Ri.
— Que ótimo, quem sabe brigando menos vocês não se acertam e se tornam amigos?
— Você sabe que isso é quase impossível, né ? – Dei risada. – Fora que estamos bem desse jeito, nós dois nos estendemos quando o assunto é trabalho e é isso que importa.
— Se você diz. – riu. – Eu passo aqui para te dar tchau. – apenas concordei com a cabeça enquanto ela saía pela porta.
Assim que a Kim abriu a porta, vi pela fresta parado de frente a porta, andando de um lado para o outro, como se decidisse se iria bater ou não, mas devia ser apenas impressão minha, raramente entrava na minha sala e sempre que entrava, estava no meu encalço, seja depois de uma reunião ou até mesmo para me irritar. Kim deu uma última olhada para mim, antes de fechar a porta atrás de si.
A verdade é que Kim adorava minhas brigas com o e já chegou até insinuar que era tensão sexual, o que pra mim é bobagem, já que eu não conseguia ficar em um ambiente com o por mais de 30 segundos sem querer matar ele. Ele me irrita profundamente.
Chacoalhei a cabeça, e voltei a trabalhar loucamente, para me distrair da chatice que era minha vida pessoal.
Já era final do expediente quando resolvi pedir algo para me fazer feliz, então mandei uma mensagem para minha confeitaria favorita, pedindo uma caixa dos meus bombons favoritos, depois de tanto trabalho e de um quase jantar com o Marcos, que teve a audácia de gritar comigo, ainda mais em um restaurante, eu merecia aquilo.
Assim que chegou, fui correndo na recepção para buscar a caixa com um laço enfeitando e um cartãozinho de agradecimento pela compra. Era por isso que eu adorava aquele lugar, da próxima vez ao invés de pedir, eu iria comer lá para aproveitar a experiência.
Vi que minha assistente já estava guardando suas coisas, e a de já tinha ido embora, me despedi dela, voltei para minha sala, me sentei com as pernas cruzadas na cadeira e tirei meus sapatos de saltos, era um alívio tirar aquilo, abri a caixa pegando um bombom recheado de morango e saboreando devagarinho para sentir o gosto. Assim que termino o primeiro bombom, ouço batidas na porta.
— Entra! – Ajeitei-me na cadeira ainda descalça, arquei minhas sobrancelhas quando vi a pessoa que estava lá.
— Oi, podemos conversar? – entrou, mas continuou de pé em frente à porta.
— Sim. - Respondi baixo, será que havia acontecido alguma coisa? Será que ele realmente queria ter batido na minha porta hoje cedo? Será que ele quer falar sobre o jeito que agiu ontem? E o que ele tá fazendo na minha sala? Parei de fazer perguntas em minha mente, e resolvi descobrir o que ele queria. – Sente-se.
— Olha, ontem, eu sei que você consegue se defender sozinha, mas é que... – Ele olhou para mim, porém, antes de terminar a última frase, vejo sua testa enrugada ao olhar para a caixa de chocolate.
— Quer? – Estendi para ele e vi seus olhos endurecerem, e ele se levantou. Que merda tinha dado na cabeça dele? – Estou esperando você terminar . – Ele finalmente tirou os olhos da caixa de bombom e olhou para mim com raiva.
— Eu sabia que era um erro vir falar com você, não sei por que eu tento te ajudar. – Falou com a mandíbula endurecida, revirei meus olhos.
— Dá para contextualizar, por favor? – Falo começando a me irritar.
— VOCÊS VOLTARAM , DEPOIS DE TODA A MERDA QUE ELE TE FALOU, ELE VAI LÁ, TE JOGA MEIA DÚZIA DE PALAVRAS BONITAS, E VOCÊ O PERDOA, COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO! – Explodiu aumentando um pouco o tom, mas falando de um jeito irritado. Que mania desses homens achando que podiam ficar gritando comigo.
— UOU, ESPERA AÍ! – Explodi também, e me levantei do outro lado da mesa. – PRIMEIRO, - Fiz o número 1 com o dedo - QUEM VOCÊ ACHA QUE É PARA GRITAR COMIGO? SEGUNDO, – Ergui mais um dedo formando o número 2. - VOCÊ TÁ DOIDO? QUEM TE DISSE QUE EU REATEI COM ALGUÉM? TERCEIRO, – Levantei mais um dedo. – MESMO SE EU TIVESSE, NÃO É DA SUA CONTA QUEM EU NAMORO OU DEIXO DE NAMORAR.
— NÃO MENTE PARA MIM! – Apontou para a caixa, logo depois passando a mão pelo cabelo.
— AGORA EU NÃO POSSO NEM COMPRAR UM CHOCOLATE PARA MIM MESMA SEM VOCÊ SE IRRITAR! – Vi seus olhos se arregalarem - COISA QUE EU NÃO ENTENDI ATÉ AGORA, POR QUE VOCÊ SE IMPORTA COM QUEM EU DEIXO OU NÃO DE NAMORAR?
— Você que comprou o chocolate? – Disse baixo e pegou a caixa, e lendo o cartão de dentro vejo seu corpo relaxar, e seus olhos me olharam cuidadosamente.
— Foi – Voltei ao meu tom normal de voz normal, respirando fundo, sem ainda entender o que tinha acontecido, pareciamos dois loucos – Agora, me responde – Apoiei ambas as mãos na mesa para chegar mais perto dele – Por que você se importa? – falei firme, logo em seguida respirei fundo tentando manter a calma, e ele demorou a me responder.
— Não quero te ver sendo feita de tonta, por isso.
— Ainda não me respondeu, por que você se importa? – Continuei o encarando, e o vi caminhar em direção ao sofá, sentar e passar as mãos pelos cabelos. Esperei por sua resposta, mas ela não veio. Enquanto isso, ele permaneceu com as mãos na cabeça, parecia tentar pensar. – POR QUE VOCÊ SE IMPORTA, ME RESPONDE, O QUE VOCÊ TEM A VER COM A MINHA VIDA PESSOAL? – Explodi novamente, cansada desses joguinhos que só ele entende, ele se levanta assim que eu grito e se aproxima consideravelmente.
— EU TAMBÉM NÃO SEI! – Dessa vez foi ele quem gritou, fazendo-me dar um passo para trás. – EU NÃO FAÇO A MENOR IDEIA DO PORQUÊ EU ME IMPORTO COM A PORRA DA SUA VIDA, MAS EU ME IMPORTO, PORQUE EU SEI QUE ELE NÃO PASSA DE UM OPORTUNISTA QUERENDO SEU DINHEIRO, E DEPOIS DE TUDO QUE ELE TE FALOU, VOCÊ… NINGUEM MERECE ISSO. – senti meu rosto ficar quente, a essa altura já estava vermelho, como ele tinha a audácia de vir me julgar pelos meus relacionamentos
— EU TE AGRADEÇO - Sorri irônica - MAS COMO VOCÊ PODE SABER? VOCÊ NÃO TEM NENHUM DIREITO DE RECLAMAR SOBRE QUALQUER NAMORO MEU, QUANDO UM DIA FOI NOIVO DAQUELA MEGERA. - parei e pensei por um momento - é por isso que você se importa? Porque ela te trocou por ele ? Por isso você ficou irritado por me ver indo jantar com ele? Por que seu ego fica machucado quando ele entra na sua empresa? Como você pode dizer quem é ou não é bom pra mim, sendo que você nem me conhece, você nem conhece ele, você não se importa comigo, sempre se importou em ser superior, em sair por cima da situação, e ver ele aqui te machuca por acaso? - Parei para respirar a entonação de raiva permanecia, o Marcos me merecia que eu defendesse ele? Não, mas ele não tinha direito de opinar sobre. – Você só se importa em me ver com ele, porque a Margareth te trocou por ele, porque você não quer que, mesmo depois de tudo que aconteceu, ele ainda saia ganhando. – Cheguei mais perto dele, e o fato de eu estar descalça me faz parecer menor. – Mas, adivinha, , você não é o único que foi trocado aqui, você acha que tudo é mais fácil para mim, apenas por que ele terminou comigo? Mas não, não é. - olhei no fundo dos olhos deles, que transmitiam raiva - Adivinha que incrível foi para mim, quando, depois de ouvir que ele simplesmente não me amava, que ela era melhor do que eu, que eu não merecia amor, que eu só pensava no meu trabalho e que era uma vadia frígida. - falei com toda mágoa que existia dentro de mim entorno aquela situação - ADIVINHA SÓ COMO FOI OUVIR DA BOCA DA PESSOA QUE FEZ O INFERNO NA MINHA VIDA, QUE ELA TINHA TUDO QUE ERA MEU, E QUE QUANDO VOCÊS SE CASASSEM ELA IRIA TIRAR MINHA EMPRESA DE MIM, QUE EU IRIA FICAR SEM NADA, AINDA MAIS SE EU TE CONTASSE. – Paro para respirar e sinto minha garganta e meus olhos arderem.
— Você sabia antes de mim? – disse sério.
— Eu ia te contar, mas na mesma noite você descobriu por si, e ela te deu um pé.
— Por que você me contaria? Você me odeia. - se aproximou um pouco, com uma calma que me dava mais medo do que suas explosões.
— Você ouviu a parte que eu disse que ela ameaçou me tirar daqui? – revirei os olhos e peguei minha garrafa de água, bebendo um longo gole. – Fora que, por mais que eu não te suporte, não é legal ter a fama de corno, e eu a odeio bem mais do que odeio você.
— Parece que eu não sou o único que me importo.
— E de onde você tirou que eu me importo? – abri um sorriso debochado
— Você ia me contar, apesar de tudo, você ia, e no dia que a gente se encontrou no restaurante aqui perto, você foi me socorrer, sem saber do que estava acontecendo, você foi me socorrer.
— Você parecia precisar de socorro. – Dei os ombros. – E qualquer um precisa de socorro quando se trata dela.
— Mesmo assim. – Chegou mais perto. – Por que você se importa comigo?
— Já disse, não me importo, mas tenho empatia até mesmo por você. Agora, por que você me ajudou ontem? Vai, me diz que não é verdade que aquilo foi por causa do seu ego.
— Eu te devia uma. – Deu os ombros. – E não preciso inflar meu ego, sei que sou melhor que ele.
— E eu por acaso te pedi ajuda? - fiz uma cara enfadonha
— Você é uma ingrata - semicerrou os olhos, mas eu via um certo humor nas suas expressões.
— Pelo menos, sou uma ingrata sem chifres - provoquei
— Eu sou chifrudo, mas pelo menos fui trocado por alguém que eu nem conhecia, e você que foi trocado justo pela sua inimiga – Essa doeu, ele se aproximou um pouco e me provocou de volta.
— Pelo menos terminaram comigo antes né?
— Pelo menos não fui trocado pela pessoa que mais odeio no mundo. – senti meu corpo esquentar novamente.
— VOCÊ É UM IDIOTA QUE SO TEM ESSE ARGUMENTO– Disse irritada, eu me aproximei para o afrontar, é agora que eu mato esse desgraçado. - SÉRIO QUE VOCÊ NÃO PERCEBE QUE ELA SÓ FICOU COM ELE, PORQUE EU E ELE ESTÁVAMOS JUNTOS?
— POR DEUS, VOCÊ REALMENTE SE ACHA O CENTRO DO MUNDO, NEM TUDO O QUE A MARGARETH FAZ É PARA TE ATINGIR, CRESCE DE UMA VEZ, E ELE NÃO FOI O ÚNICO.
— AGORA SOU EU QUE ESTOU ACHANDO QUE VOCÊ VAI VOLTAR COM ELA.
— ELA BEM QUE QUIS, EU QUE A DISPENSEI, EU NÃO SOU TÃO IDIOTA DE OUVIR O QUE ELA TEM A DIZER, E NEM DE SAIR PARA JANTAR COM ELA PARA ISSO.
— OH MEU DEUS, VOCÊ ESTÁ MESMO JOGANDO O FATO DE EU TER SAÍDO COM UM EX NA MINHA CARA? MESMO DEPOIS DE TER DEIXADO CLARO QUE NÃO VOLTARIA COM ELE, QUAL É O SEU PROBLEMA? PORQUE, É SÉRIO, EU NÃO CONSIGO TE ENTENDER – me aproximei, e a distância entre nós era de menos de um metro e meio.
— O PROBLEMA É QUE VOCÊ ME DEIXA LOUCO. – Ele se aproximou mais um pouco.
— EU TE ODEIO- Aproximei mais dele, e a distância era tão pequena que mais um passo estaríamos colados.
— Eu sei. – E fez algo que eu nunca esperava que fizesse, ele me puxou pela nuca e me beijou, senti meu corpo ficar em alerta e relaxar logo em seguida, nesse momento ele puxou minha cintura, aproximando os nossos corpos e aprofundou o beijo.
O beijo não passava nem perto de ser algo meigo, era selvagem, senti que ele deu um passo para frente, automaticamente me fazendo dar um passo para trás, me puxou para cima pela cintura, com um dos braços, tirando meus pés do chão, e nos deixando na mesma altura. Só então cedi aquele beijo, e puxei para mais perto pelo pescoço, o beijo continuava intenso quando ele passou a mão pela minha coxa direita, e a puxou em direção de sua cintura, fazendo com que eu sentisse sua excitação, ele deslizou sua mão para minha bunda, e deu uma apalpada, me fazendo arfar entre o beijo. Ele separou nossas bocas e começou a beijar meu pescoço, seu braço que estava na minha cintura, desceu para outra coxa, puxando-a para cima, fazendo com que minhas pernas ficassem enlaçadas em seu quadril. Puxei sua cabeça em minha direção novamente, recomeçando um beijo, assim que o beijei senti ele sorrir e dar alguns passos para trás.
Senti minhas pernas baterem no móvel, e ele me deixou sentada lá, se aproximou entre minhas pernas, puxando minha nuca para cima enquanto me beijava, sua outra mão passava pela minha coxa, e eu puxava levemente seu cabelo, então ele abandonou minha boca e voltou a beijar meu pescoço e meu colo. Assim que ele abriu os dois primeiros botões de minha camisa, me dei conta da merda que estava fazendo.
— ... – Sussurrei como se não houvesse apenas nós na empresa, e ele levantou a cabeça para me olhar, seus cabelos sempre tão alinhados estavam rebeldes, sua boca estava vermelha, seus olhos ainda mais escuros, ele estava ofegante, assim como eu, permanecemos colados ainda, rosto a rosto. – O que estamos fazendo?
— Nos beijando – disse com humor, desceu a cabeça e beijou atrás da minha orelha me causando arrepios.
— Eu sei disso, seu idiota, a questão é que não podemos – Sussurro.
— E por que não podemos? – ele resmunga no meu pescoço.
— Porque trabalhamos juntos e vamos nos arrepender.
— Melhor se arrepender do que passar vontade – ele falou e logo em seguida riu no meu pescoço, canalha, sinto uma mordida no pescoço que me fez arrepiar e molhar mais ainda minha calcinha. Suas mãos passeiam pelas minhas coxas, horas apenas acariciando, horas apertando, me dando ainda mais tesão.
— É sério, , precisamos parar – e assim que eu falei isso, ele se afastou, e me olhou sério. – Vamos nos arrepender. - tentei argumentar, mais pra mim mesma do que pra ele.
— Eu quero isso, você quer?
— Sim, mas... – Falei confusa, porém de forma sincera e ele me cortou.
— O que temos a perder? Já nos odiamos mesmo. – Ele voltou a se aproximar de mim e segurou minha cintura. E ele realmente não estava errado, o que eu tinha a perder, a não ser meu senso, e minha dignidade, ninguém iria saber, e nunca iria acontecer de novo.
— Uma única vez.
— Uma única vez. – Ele repete com um sorriso safado, e volta a me beijar com desejo.
O podia ser o que fosse, egoísta, mesquinho, hipócrita, mas uma coisa eu tenho que admitir, ele beijava bem, muito bem.
Senti as pontas de seus dedos levantarem minha saia, e eu fui desabotoando sua camisa, botão por botão, ele me deu um apertão no início da minha coxa, e senti minha calcinha molhar.
Assim que terminei de desabotoar sua camisa, a tirei e aproveitei para arranhar seu abdômen, separamos nossas bocas e ele voltou a beijar e morder meu pescoço, abri os olhos para dar uma conferida, e Deus, definitivamente ele estava aprovado, ele não era bombado, tinha um leve tanquinho aparente e um peito largo. Por um segundo esqueci que o odiava.
Dei beijos e mordidas em todo seu pescoço e mandíbula, seus dedos largaram as minhas pernas e foram em direção a camisa. Diferente de mim, sem nenhuma paciência, ele tirou os botões das casinhas, estourando alguns pelo caminho.
Assim que ele terminou de tirá-la, sorriu e voltou a beijar meu colo, me fazendo fechar os olhos novamente, dessa vez descendo em direção aos meus seios, com uma habilidade impressionante ele tirou meu sutiã, ele se afastou minimamente só para dar uma olhada, deu outro sorriso safado, me puxou pelo cabelo, e me beijou novamente.
Agora suas mãos estavam nos meus seios, apertando-os, e massageando, meus mamilos esfregavam na palma da sua mão, me fazendo arfar em meio beijo. Seus dedos beliscaram meu mamilo esquerdo, o que me fez soltar um gemido baixo, e aquilo pareceu o agradar, já que ele começou a massagear e beliscar meus mamilos.
Sua boca abandonou a minha, e foi direto ao meu mamilo direito, primeiro beijando, e depois lambendo. Até o momento que ele começou a chupar e dar leves mordidas, joguei minha cabeça para trás e gemi.
Inclinei mais para trás, e encostei na tela do computador, ele continuava alternando entre chupões, mordidas e lambidas, enquanto massageava o outro mamilo. Ele trocou de lado, e com a mão livre, foi subindo pela minha coxa, até chegar na minha vagina, senti ele passar o dedão entre a fenda, ainda coberta pela calcinha, me acariciando de leve por cima do tecido e gemi mais alto.
Deu um último e forte chupão, ele tirou a mão de dentro da minha saia e me puxou para cima.
— Vai logo, . – Falei manhosa, mas quem poderia me julgar? Eu estava com um puta tesão.
— Não. – Disse arfando. – Só temos uma noite, e eu quero tudo que tenho direito – voltou a me beijar, e senti ele me colocar no chão, me empurrou de levinho até minha cadeira. – Tira a calcinha para mim. – Ele disse com a boca na minha, e nesse momento só me restava obedecer, assim que tirei ela, ele pegou e a guardou no bolso de trás – Só para não ter certeza de que eu não alucinei.
Ele me fez sentar na cadeira e ajoelhou na minha frente, aquela sim era uma visão e tanto, com um homem extremamente gostoso e bonito ajoelhado entre minhas pernas. Ele enfiou as mãos por dentro da minha saia e puxou pra cima, fazendo com que ela se embolasse na minha cintura e eu ficasse exposta. Prendi completamente a respiração ansiosa com o que viria.
Ele puxou meu quadril um pouco em sua direção, e beijou na parte interna de uma das minhas coxas.
— Relaxa, . – Disse baixinho, espalhando beijos por toda região, e apertou a outra.
Soltei o ar, e relaxei um pouco na cadeira, senti seus beijos subirem até meu centro, sua língua passar entre os grandes lábios, e me joguei para trás gemendo e fechando os olhos. pareceu apreciar minha reação, pois logo em seguida puxou uma das minhas pernas para cima do seu ombro, me deixando mais aberta para ele.
Ele deu uma assoprada em meu clitóris, me fazendo arrepiar, ouvi seu risinho convencido, e então sua língua passou em círculos por aquele amontoado de terminações nervosas. Gemi seu nome com aquele movimento, e ele repetiu várias e várias vezes, hora apenas passando a língua, outra simplesmente dando a volta no meu clitóris, até que ele resolveu dar um chupão gostoso, que me fez estremecer e me deixou ainda mais molhada, sua língua começou explorar por toda extensão, horas ele passava a língua, outras ele chupava meu clitóris, até que ele enfiou sua língua dentro de mim, me fazendo estremecer novamente, acho que ninguém nunca tinha se dedicado tanto ao meu prazer como estava fazendo nesse momento, e pra mim isso estava sendo surreal.
Ele continuava chupando, lambendo, e me mordendo. Ele colocou um dedo dentro de mim e eu me contorcia de tesão ao receber aquele segundo estímulo, ele intensificou ainda mais as chupadas e as lambidas, ao mesmo tempo que intensificava os movimentos ao inserir outro.
Senti um nó em meu ventre, sabendo o que aquilo significava, então achei melhor avisá-lo.
— , eu vou... – Disse gemendo, com a voz falhada e rouca, senti ele afastar a boca, sem parar de movimentar os dedos.
— Eu sei, abre os olhos, Cruella, quero estar olhando nos seus olhos quando você gozar na minha boca – eu prontamente obedeci, e recebi um sorriso de volta. – Essa é a minha garota. – Abaixou a cabeça novamente, e me chupou enquanto olhava nos meus olhos, cada vez que eu ameaçava a fechar, ele ameaçava parar. Senti meu orgasmo chegando cada vez mais perto, até que me derreti na sua boca, fechei os olhos e tentei fechar as pernas por puro espasmo.
Porém as manteve aberta enquanto continuava me chupando, aproveitando tudo que eu poderia lhe dar. Ele tirou minha perna do meu ombro e me pegou no colo, e me deitou no sofá, se ajoelhando na minha frente, abri os olhos quando os espasmos acalmaram e ele estava me encarando com um olhar que parecia ser de admiração.
— Sua vez – Sussurrei, ele apenas negou com a cabeça e abriu os botões da calça social.
— Eu quero meu pau dentro de você. – Disse sussurrando, como se fosse um segredo, e realmente parecia ser.
Ajudei o tirar a calça, e me sentei na sua frente, enquanto ele se mantinha ajoelhado, abaixei sua cueca e vi o membro grosso saltar, era bonito, tinha veias grossas, e era proporcional ao corpo do homem alto a minha frente, o peguei na mão, e ouvi soltar um resmungo me fazendo soltar uma risada, fiz o movimento desde a base até a glande, aumentando o ritmo, e eu nunca admitiria que ver nu, com a cabeça jogada pra trás e com a boca levemente aberta, me deixava excitada. Mas confesso que é uma grande e bela visão.
Ele abriu os olhos e gemeu, tirou minha mão do seu pênis e beijou o dorso dela. Ele se sentou no sofá, e terminou de tirar a cueca, abri minha saia e puxei pra baixo, tirando por completa, seus olhos me avaliaram de baixo para cima, como se quisesse gravar cada pedacinho, aproveitei para fazer o mesmo, peito largo, abdômen definido, pau grande e grosso, as pernas cumpridas e as coxas grossas. Quando voltei a olhar nos seus olhos, ele me olhava como se estivesse achando engraçado aquilo, levantou uma das sobrancelhas e eu dei de ombros, já que estávamos aqui, por que não olhar?
Ele passou a mão pela minha coxa e puxou para que eu me sentasse no seu colo, sentei-me em suas coxas, e o beijei, sua mão foi para o meu cabelo, enquanto seu outro braço, me abraçava mais para perto.
Arranhei seus ombros, e rocei de leve no seu pau.
— Calma aí. – Sussurrou, e estendeu o corpo para pegar a calça, tateou os bolsos, pegando a carteira, e depois pegando o preservativo dentro dele. Jogou a calça para longe e colocou a camisinha.
Assim que ele terminou, voltou a me beijar, me puxando para mais perto com um braço, enquanto segura seu membro com a outra mão, senti a cabeça do pênis roçar na minha abertura, e gemi na sua boca, senti a cabeça na minha abertura e me encaixei nele, descendo lentamente, até estar sentada com ele completo dentro de mim, o movimento fez com que gemessemos juntos.
Comecei a rebolar devagar ainda me acostumando com ele dentro de mim, e assim que me acostumei melhor, comecei a acelerar o ritmo.
— Sempre soube que você gostava de ficar por cima – Disse entrecortado no meu ouvido e soltou um riso no final, e eu sabia que seu comentário era só uma brincadeira mesmo. – Isso, rebola gostoso no meu pau.
Ele me segurou pelo quadril me ajudando com os movimentos, então comecei a quicar no seu colo, ouvi ele gemendo e com a cabeça para trás, os olhos cerrados. Aquele homem era gostoso pra caralho, mas ele nunca saberia essa minha opinião sobre ele.
Fui aumentando os ritmos, abracei ele pelo pescoço e ele me abraçou pela cintura, eu ainda continuava em um ritmo frenético, encostei o nariz no seu pescoço, sentindo seu perfume.
Fui diminuindo o ritmo, me deitou com as costas no sofá, o que me fez assustar, eu nem ao menos tinha entendido como ele tinha feito aquilo tão rápido, e sem sair de dentro de mim.
Ele então começou a estocar com força e rapidez, e a única coisa que eu fazia nesse momento era gemer, enquanto eu ouvia sua voz ao pé do ouvido.
— Me fode. – Falei no seu ouvido, e ele sorriu.
E então começou a alternar as estocadas, horas indo forte e rápido, e outras indo devagarinho. Senti seus dedos escorregarem entre nós, e circulou meu clitóris com o dedão, aquilo foi meu fim, joguei a cabeça para trás, olhando em seus olhos. Senti meu ventre se contrair de novo, sabendo o que estaria por vir.
Não demorou muito tempo até que eu me explodisse em ápice, com ainda metendo devagarzinho, senti seu corpo enrijecer em cima de mim, e abri os olhos para vê-lo gozar, e devo dizer que ver seu cabelo desgrenhado, o suor descendo pela testa, e a boca entreaberta, puxando o ar enquanto gozava, foi um espetáculo à parte, ele deitou parcialmente em cima de mim, e nós ficamos em silêncio.
Quando voltei para a realidade, eu fazia carinho em seu ombro, e ele fazia carinho na lateral da minha coxa, vendo aquela cena de outra perspectiva, pareciamos acostumados a viver aquilo. Me dei conta do que tinha acontecido, eu estava prestes a me arrepender, mas do que adiantaria? Isso não mudaria o fato de termos feito sexo, e dos bons, mas eu precisava sair daqui o mais rápido possível, ou acabaria enlouquecendo. Ainda era o , ainda era o cara que me tirava do sério, e ainda era meu sócio.
— , tenho que ir. – Falei baixo, e recebi um resmungo. Ele levantou a cabeça para me olhar, e suspirou. Saiu de cima de mim, se sentando no sofá, e pegou a cueca, me entregou minha saia. - Minha calcinha – estendi a mão pedindo.
— Eu falei sério àquela hora, ela fica comigo. - disse rindo.
— Sério mesmo, ? – Bufei.
— Sim. – Começou a vestir sua roupa, e decidi me dar por vencida.
Coloquei a minha saia, cacei meu sutiã pela sala, e logo após coloquei a minha camisa, abotoando cuidadosamente, mesmo que faltasse um botão no meio e um no final dela, pela a forma que havia tirado. Arrepiei com o pensamento. Era só o que me faltava ficar lembrando dos gestos dele toda vez que vestisse e tirasse uma camisa social, eu com certeza me negava aquilo.
Vesti meus sapatos, amarrei meu cabelo em um coque. Virei para falar com , que estava terminando de abotoar a camisa.
— Encosta a porta depois de sair. – Peguei minha bolsa e minha caixa de chocolate. — Te vejo amanhã. - Dei um tchauzinho com a mão, e me virei caminhando até a porta.
— Ei, , não está esquecendo de nada? - disse se aproximando.
— Da minha calcinha? - ergui a sobrancelha, ele negou com a cabeça e mordeu o lábio inferior.
Se aproximou de mim, puxando minha cintura e me dando um beijo intenso.
— Combinamos uma única vez - Falei para ele, semicerrando os olhos.
— Continua sendo uma única vez. – Riu e se afastou. - Até mais, Cruella.
Fui caminhando até a porta, abri ela, e quando estava saindo...
— Ei, . – Ele parou de arrumar o sapato e olhou para mim. – Eu ainda te odeio – ri.
— Eu te odeio mais. - Riu também, e assim eu fui embora.
Cenas passavam como um filme em minha mente, onde nessa vida, eu imaginei que estaria transando com ele, justo com aquele Hades de Chernobyl? Ri com o quão irônico poderia ser aquilo, justo a pessoa que eu odiava.
Pov’s
Saí da sala dela sorrindo, eu já havia imaginado aquela situação mais vezes do que eu gostaria de admitir, ela me tirava do sério, me irritava ao máximo, mas eu não podia, nem sequer tentaria omitir que eu a desejava há algum tempo.
Achei que com uma noite aquilo bastaria, e voltaria ser como antes, mas a verdade é que agora tudo parecia pior, embora ela ainda seja uma mimada e chata pra caralho, ela era linda, e me deixava louco em todos os sentidos.
E, algo me dizia, que aquela nem de longe seria a nossa última noite.