Heroes

Capítulo Único

Um estrondo ao longe despertou mais uma vez atenção de Steve que entreolhou para Tony alarmado. Os demais, que se encontravam na sala de estar também sobressaltaram. Peter dera um pulo praticamente correndo até a sacada onde a parede de vidro do segundo andar da torre dos Vingadores vislumbrava boa parte da cidade.
– Uau... – murmurou Parker impressionado pousando as mãos contra o vidro e observando a catástrofe súbita.
Várias construções foram destruídas alguns metros de onde estavam, e era como se o cheiro de fumaça e gritaria estivesse a centímetros de distância. Steve sentia na pele o arrepio de pavor irradiar seu corpo no mesmo momento que pegara seu escudo ao canto da sala com menção de se afastar.
– Está na hora. – disse dando alguns passos à frente.
Tony o observou, mas, foi Parker que se adiantou contente, como se fosse fazer um piquenique.
– E mais uma vez os heróis entram em ação. – comentou Parker seguindo Steve que encaminhava pelo corredor.
– Você ainda tem certeza de mantê-lo na equipe? – indagou duvidosa Natasha fazendo uma careta desgostosa com o ato infantil do companheiro.
Tony suspirou profundamente antes de dizer:
– Tenha paciência. Um pouco de entusiasmo e otimismo não mata ninguém.
Natasha revirou os olhos.
– Só espero que ele fique bem longe de mim... – resmungou baixinho.
Tony ao seu lado riu e tão logo endureceu a face como se não passasse de um momento cômico que ele mesmo não daria as honras de se contagiar, mas, no fundo, gostava do jeito resmungão de sua companheira, mesmo esta exagerando na maioria das vezes.
– Pensei que tiraríamos férias depois da guerra com Thanos. – inquiriu tentando alcançar os passos largos de Natasha.
– Heróis nunca tiram férias. – respondeu a ruiva muito séria.
– Está começando concordar com o Peter. – voltou Tony sarcástico passando a frente.
Natasha franziu o cenho e não respondeu, seria pior discutir com aquele playboy, uma vez que seu humor também não era dos melhores.
Uma vez lá fora, Steve olhou em volta ainda muito alarmado do que poderia está acontecendo, alguns agentes que trabalhavam na torre informaram que a cidade estava sendo atacada por um mutante desconhecido e o Capitão nem sequer esperou para que o homem desse todas coordenadas.
Hulk e Thor surgiram no exato momento que os vingadores se direcionaram o local principal, onde pessoas corriam para o lado e para o outro, assustadas. Carros eram arremessados devido às explosões, e a terra rachava sobre os pés naquela área.
– Vocês não vão acreditar! – interveio Barton que apareceu subitamente ao topo de alguns prédios, saltando e pulando até o solo, caminhando em direção aos vingadores que o observavam atentos.
– Tem informações? – quis saber Tony que ao lado de Steve não se manifestou ao comportamento do outro.
Depois da morte de Bucky. Steve se manteve ainda mais preocupado com o estado da cidade, como se fosse um jovem inexperiente sempre disposto a dar o sangue para coisas pequenas, uma vez, que depois da guerra com Thanos onde perderam vários de seus companheiros, a violência costumeira o deixara um tanto neurótico para as explosões frequentes na cidade. Tony por sua vez se ressentia também, aquela guerra muito de seus amigos também morrera, a torre se tornou vazia sem eles.
Steve arregalou os olhos surpreendendo-se com o que Barton acabava de falar.
– Como é que é? – intrigado Steve mal podia se aguentar em pé com aquela notícia.
– Espera um momento. – interveio Peter eufórico. – Você está querendo dizer que o Superman existe mesmo? Mano... Legal!
– Tempo, garoto. – interrompeu Tony tocando no ombro de Parker e o afastando. – Você tem certeza disso?
– Pelas informações...
Um novo estrondo fizera com que a equipe recuasse para se protegerem de algumas construções que despencavam em suas cabeças. Por muito pouco Natasha não fora atingida por um caminhão que de repente surgiu ao alto do céu, assim como outros veículos que foram arremessados com a onda de poder acompanhados de uma destruição incabível.
Parker jogou teias nos enormes pedaços de concretos, jogando-os para bem longe evitando Natasha de ser atingida por um daqueles. Tony já com sua armadura destruía alguns destroços e afastavam quais que fossem os objetos que eram arremessados em sua direção. Steve por sua vez, afastou-se imediatamente protegendo seu rosto com o escudo, naquela neblina de fumaça crescente.
De repente tudo silenciou. Os vingadores se recompuseram diante o desastre, cada um tentando enxergar um a uma em distância razoável e certificando que apesar do ataque abrupto todos estavam bem, porém, na medida em que a fumaça dissipava uma sombra surgia. Uma silhueta que chamou atenção dos olhos dos demais.
Tony que pousou suavemente sobre o solo seguiu a mesma visão, observando o homem alto, de porte físico bem acentuado caminhar e parar em uma distância razoável de todos que o fitavam.
Clark fitou cada rosto espantado, direcionados em sua direção, a incredulidade o fazia inebriar de uma alegria sem tamanho, era tudo que queria. Vê-los espantados, morrendo de medo, antes que acabasse com cada um deles.
– Surpresos?
A fumaça era praticamente nula e isso dava uma grande visibilidade, o que ainda deixava todos ali chocados.
Foi Steve que se pronunciou completamente petrificado, nada que o fizesse vê fazia entender por qual motivo, aquele homem que estava ao lado do bem, revogara ao lado do mau.
– Superman... – murmurou ainda pasmo. – Diga-me que não foi você que fez tudo isso?
Clark curvou um sorriso desdenhoso e um olhar intenso sobre o homem estarrecido.
– Ficaria ainda mais assustado caso eu o respondesse com um sim?
Steve ficou boquiaberto assim como os demais.
– Você não era do bem? – interveio Peter Parker que ao lado de Natasha afastou-se e o fitou.
– Quis experimentar o outro lado. Nunca sentiram tal vontade? – Clark exibia um sorriso desdenhoso, eram inacreditáveis tais palavras saídas de sua boca, era como se fosse outro homem e de fato era. – Não fiquem tão surpresos...
– Um Superman sarcástico, mau e cruel... Isso é inacreditável. – murmurou Tony ganhando atenção do outro. – O que pretende em destruir toda cidade?
– Chamar atenção de vocês. – respondeu como se caçoasse da situação. – Não é assim que os heróis são alertados? Uma explosão aqui e ali, e vocês aparecem em um piscar de olhos.
– Fez tudo isso para chamar nossa atenção?! – exclamou Natasha sendo, contida, por Barton que segurou seu braço impedindo-a de dar alguns passos a frente.
Ele poderia entender a situação e ter a certeza que tinha algo errado com Superman.
– Por que está fazendo isso? – quis saber Steve.
– Quem é este homem? – perguntou Thor fazendo todos ali, o fitarem.
– Não venha me dizer que nunca ouviu falar dele? – aproximou Peter do loiro que o olhava confuso. – É o cara, cara! O homem de aço? O mais forte, sacou?
Thor continuava observando como se o outro estivesse falando grego. Peter revirou os olhos e deu de ombros.
– De qualquer forma ele machucou pessoas inocentes e destruiu praticamente toda cidade, merece ser abatido. – concluiu Thor aproximando sem aviso prévio, deixando todos boquiabertos.
Saltou de uma altura razoável para abater o inimigo que olhou acima despreocupado, com o golpe fatal, antes de ser atingindo com um estrondo do martelo que golpeou sua face, forçando seu rosto virar.
Thor o fitou surpreso por seu martelo nem sequer ter o atingido, mesmo carregando toda a força que reagia em seu ser, não havia feito nenhum arranhão. De repente, arregalou os olhos quando fitou Clark virar o rosto e encará-lo sério. Thor não entendia o motivo do olho do homem se tornarem vermelho, mas, teve a certeza que não era uma boa coisa e antes que pensasse em se defender, fora atingido sendo arremessado a metros de distância, chocando contra as construções mais próximas, feito um boneco.
– Os próximos são vocês.
– Por que quer nos matar, Clark? – quis saber Steve.
– Porque é preciso. – respondeu com um olhar intenso antes de contra-atacar.
Clark atingiu Steve fortemente com um soco que o jogara a distância dali antes que o outro sequer pensasse, tão logo, planejou seu próximo ataque rodeado por todos aqueles que sua mente era programada para matar. Visualizou a mulher de roupas pretas e cabelos ruivos e a atingiria caso Tony não entrasse a frente protegendo-a com o ataque, danificando em seguida a arrumadora.
Peter Parker lançou uma quantidade razoável de teias na tentativa de prendê-lo, enquanto Natasha tentava bloquear o poder intenso daqueles olhos, mas, era forte demais para poder suportar, nem mesmo Thor conseguiu pará-lo e tivera o mesmo fim de Steve e Tony. Clark por sua vez se desprendeu das teias, segurando na seguinte, puxando, trazendo com ela Peter que fora atingindo por mais um soco e o fazendo chocar contra alguns veículos nos destroços.
Hulk tentou socá-lo com sua força bruta novamente, assim como os demais que aproximaram arquitetando um plano para impedi-lo, mas, tudo resultou apenas em fracasso, praticamente todos no campo de visão foram atingidos. Até o momento que uma capa preta adentrou a frente impedindo o ataque de Clark contra Barton.
Superman encarou surpreso Bruce interceptá-lo, recordou-se por alguns breves momentos de quando Batman se atreveu pará-lo daquela mesma força, naquela mesma posição de impedi-lo seguir a frente com seus planos. Era frustrante tê-lo em seu caminho novamente... O que inflamava sua raiva para o homem que o encarava como um homem que acabava de perder um amigo. Aquele maldito olhar lhe desnorteava e fazia sentir sentimentos dos quais não conseguia controlar, pelo menos não naquele momento. Afastou-se mantendo distância, ainda assustado com suas emoções descontroladas, além, da dor terrível que atingiu na cabeça, era como se algo queimasse seus neurônios. Por um momento viu-se obrigado ajoelhar ao chão para deter a dor em sua cabeça, mas, manteve apenas um joelho ao solo enquanto pousava a mão com força na cabeça.
– Não! – gritou Bruce, para Thor que atacou Clark em cheio com o golpe de martelo, fazendo o corpo de o homem ser jogado a metros de distância.
– Ninguém machuca meus amigos. – concluiu Thor observando-o estatelado ao chão.
De repente o outro se levantou como se a dor em sua cabeça houvesse sumido de repente e fitou Thor com um olhar carrasco e Bruce entendeu que se não fizesse nada, provavelmente Clark acabaria matando-o.
– Então quer dizer que as putas estão se divertindo em particular.
Bruce e até mesmo Clark encararam o homem sentando ao alto do prédio observando toda confusão com ar solene.
– Opa! Por favor, continuem, não quero atrapalhá-los. – voltou falar balançando as pernas ao alto. – Ao menos que alguém precise de ajuda. – disse encarando Clark intensamente.
– Estamos precisando... – murmurou Peter que tentava desgrudar as costas da lataria amassada do carro capotado.
Deadpool inspirou fundo engatilhando a pistola antes de pular e atirar em Clark que se protegeu das balas.
– Espero que não se incomode com minhas balas feitas por encomendas, senhor Super.
Clark arregalou os olhos quando sentiu o corpo pender para trás, além, da fraqueza súbita.
– Balas de kriptonita...? – gemeu quando chocava ao chão.
– Curti as balas também. – comentou Deadpool olhando para Bruce. – Você tinha razão, não acreditava até testar. – disse cínico.
Bruce revirou os olhos enquanto aproximava.
– Agora que ele está indefeso precisamos acabar de vez com a vida dele.
E mais uma vez Thor tentava fazer as coisas por contra própria. Antes mesmo que Bruce e Deadpool pudesse impedi-lo, o outro já avançava saqueado de poder, antes de ser socado e jogado há metros de distância por um soco violento de Diana que aterrissou a frente de Clark.
– E agora? Vou ter que bater em uma mulher?
– Precisamos sair daqui o mais rápido possível. – inquiriu Bruce fitando intensamente Diana, não acreditando naquilo que ela tornara.
Diana observou todos os rostos em seu campo de visão, mas, fora no de Bruce que passou mais tempo fitando-o. No fundo de sua alma, ela o reconhecia, porém, não conseguia lutar contra as forças que prendiam dentro de sua própria mente. Flashes de memória lhe apossava, mas, era inteiramente disseminada por algo que ela não sabia como descrever ou entender. Só tivera o impulso de tirar Clark dali e afastá-lo o mais rápido possível, mesmo que no fundo sua mente clamasse em destruir todos.

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Na sala ampla e aromatizada da torre dos vingadores Steven reuniu todos àqueles que estavam em confrontado, precisava buscar informações e especialmente, juntar as forças com os “novos”, ajudantes neste processo. Só não gostava muito das piadas e compostura do ninja de vermelho, com as pernas sobre a mesa polindo sua pistola.
– Você tem certeza que é isto que está acontecendo, Sr. Wayne?
Bruce que estava à frente da vidraça ergueu os olhos até Steve, sua mente ainda vagava em Diana, em seu olhar intenso ao mesmo tempo confuso. Queria ajudá-la, e estava tentando buscar fontes para que combatesse aquele mau, no entanto, todas suas trajetórias desde então fora frustradas.
– Sim, tenho. – respondeu respirando fundo e tentando afastar os pensamentos pesarosos. – Estou nessa faz algum tempo, tentei com alguns amigos, mas, todos estão mortos agora. – parou por um momento recordando de suas tentativas. Fechou os olhos e tornou abri-los, pousando novamente em Steve que o encarava com atenção. – Lex Luthor este é o nome dele, por alguma razão ele quer destruir e dominar a terra, usando forças...
– Que original... – interrompeu Deadpool terminando de polir a pistola e guardando-a. – Que fixação que os vilões têm em querer dominar a Terra. Eles não cansam não?
Bruce ignorou e continuou:
– Luthor quer trazer o apocalipse na terra, ele...
– Mais um? Fala sério... Está faltando originalidade para esses, caras.
– Sr. Winston, por favor. – repreendeu Tony de saco cheio, aliás, não sabia por quanto tempo mais iria suportar o desleixo daquele cara.
– Estou falando a verdade. Vocês não acham?
– Ele tem razão. – interveio Peter.
– Está vendo? Pelo menos a cabeça de teia me entende. – argumentou Wade.
Todos fitaram Peter abruptamente, antes de voltar atenção para Bruce.
– É... Talvez, vocês tem razão.
– Moleque...
Peter entreabriu os lábios e olhou para Tony, em seguida olhou para Wade.
– Ele me chamou de moleque, senhor Stark.
– Mas, você é. – Tony revirou os olhos cruzando os braços, com atenção redobrada ao estranho e sua armadura de morcego.
– O que ele pretende, afinal? – perguntou Steve para Bruce. – Quero dizer, o tal Lex Luthor.
– Como estava dizendo. Luthor pretende trazer o apocalipse na terra, transformando a maioria das pessoas em zumbis, um exército. Ele não só quer destruir, mas, também controlar a humanidade e... Bem, já podem ver que sua ambição também vale para espécies diferentes.
– O que quer dizer? - perguntou intrigada Natasha.
– Superman e a Diana estão sendo controlados pela flor de Lotus. É com esta flor que Luthor está planejando criar um armagedom.
– E está conseguindo, eles tem o Superman.
– E nós temos...
– Não, Tony. – interrompeu Steve. – Sem ofensas Dr. Banner, mas, o Hulk não é páreo para o Superman.
Banner respirou fundo e cruzou os braços.
– Não me deixe com raiva. – ameaçou.
– Você disse que sempre está com raiva. – rebateu Steve com um sorriso amistoso, antes de voltar atenção em Bruce. – Quais são as nossas chances?
– Fugir, correr e não olhar para trás. – disse Wade.
– Por Deus, cara! O que você ainda está fazendo aqui, com esse senso covarde?! – esbravejou Tony.
– Não sei... Talvez, quero saber sobre os planejamentos de um cara que mais parece um picolé e de outro com uma armadura ridícula de morcego. – zombou Deadpool.
– Se está com tanto medo assim, melhor sair daqui e fuja, sem olhar para trás você mesmo. – interveio Natasha.
– Olha... Gosto de mulheres agressivas.
– Você não sabe o quanto ela é. – inquiriu Barton, recebendo um olhar faiscante de Natasha.
– Silêncio! – berrou Steven encarando Wade. – Fugir não vai salvar ninguém, muito menos você, Deadpool. É um armagedom e quem está dentro dele somos todos nós e como heróis, devemos ajudar a humanidade e a nós mesmo.
Um silêncio pairou no ar. Bruce recordou de palavras semelhantes e fora como se uma faca cravasse em seu coração. Não conseguiu e nem conseguia salvar a mulher que amava...
– Ok... – Wade afastou-se da mesa de reuniões com todos encarando-o. – Não sou um herói, então não deveria mesmo estar aqui.
– Você me ajudou com aquele plano lembra-se... Deadpool? – indagou Bruce.
Wade que já fazia menção de sair da sala o encarou.
– Todos podem morrer ou virar zumbis. – argumentou Bruce encarando. – Inclusive a Srta. Vanessa.
Wade sentiu que perderia a cabeça naquele momento, mas, deixou-se levar pelo heroísmo mais uma vez do Batman. Aliás, não era ele mesmo que ia implorar para que o Batman aceitasse sua ajuda por uns bocados de dólares?
– Hm... O nosso contrato com quase meio milhão de dólares ainda está de pé não?
Bruce curvou um sorriso e concordou, ele sabia que não era por causa do dinheiro, sabia o apresso que Wade tinha pela mulher amada, assim como ele também sentia por Diana.
– Tsc... Mercenários...
– O que você disse senhor sem poderes?
– Sou rico, não preciso de poderes, tenho tudo que preciso. – retrucou Tony incomodado. – E não tenho uma cara de maracujá podre.
– Eu entendi a referência. – Wade dirigiu um aceno com o polegar, antes de se sentar novamente na cadeira e largar as pernas sobre a mesa.
– Temos que parar Lex Luthor antes que ele destrua a todos. – proclamou Bruce.
– Certo. Qual o primeiro passo então?
Ele já havia tentado de todas as formas invadirem a área altamente restrita e vigiada onde Lex Luthor escondia a Flor de Lótus, mandando de volta ao planeta de origem, onde os guardiões do planeta Órion a manteria em segurança novamente. Para isso, precisaria parar Luthor, e também os seus seguranças, Clark e Diana.

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Naquela mesma noite, Luthor desceu as escadas até os interiores do gabinete secreto, onde sua preciosa flor estava mantida em segurança. Era com ela que ele daria início a destruição, seria aquela noite que toda a raça humana se modificaria. Os helicópteros com o néctar da flor estava nos recipientes devidos para serem expelidos no céu. O trabalho duraria muito tempo, e por esta razão Luthor, desejou que apenas a cidade de Nova York fosse palco para o início de seu progresso. Sabia que as pessoas infectadas o reconheceriam, e também poderiam infectar outras.
Pela população de Nova York, não demoraria em que cidades vizinhas se infectassem também, assim, invadindo estados e enfim um país inteiro. Luthor não se preocuparia com a demora em que todo o planeta se contagiasse, aliás, tinha paciência, esperou muito tempo para que finalmente seus planos surtissem efeito, tão simples quanto beber água ou poderia dizer que com a inocência de Clark foi o primeiro passo do plano tão almejado?
Adentrou a sala antes de observar Clark e Diana aproximarem, pareciam dois cachorrinhos prontos para acatarem suas ordens.
Vê-los daquela maneira lhe trazia grande prazer. Luthor não poderia se sentir tão feliz quanto naquele momento, não havia ressentimentos em seu coração, seu plano estava ali e ele concluiria até o fim.
– Está tudo pronto, senhor. – codificou seu assistente carregando em suas mãos uma prancheta. – Os pilotos estão esperando apenas suas ordens, senhor Luthor.
Luthor admirou mais uma vez aquela preciosidade, não perdeu muito tempo para descobrir as virtudes e podres daquela flor, sua memória trabalhou rápido quando buscará as fontes de cada pétala, agora se sentia realizado.
– A ordem está dada. – disse com os olhos brilhantes sobre a flor de lótus que brilhavam incessantemente, dentro do recipiente fechado de vidro.
Logo, logo tudo seria seu, o domínio do mundo e de toda humanidade. Agora poderia dar início as suas ambições.

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– Está começando... – disse Tony observando pela vidraça vários helicópteros.
– Temos mesmo que esperar? – quis saber Peter. – Não seria mais heroico destruir todos os helicópteros e salvar as pessoas a tempo de serem infectadas?
– Sim, seria se tivéssemos tempo. Mas, o protótipo será inalado pelo ar, caso você respire, você se tornará um zumbi. – explicou Bruce.
– É, eu não quero ser um zumbi.
– Acredite, garoto. Com essa sua cara você já é um zumbi. – zombou Wade.
Peter fechou a cara e afastou-se resmungando.
– Olha quem fala...
– Esse plano dará mesmo certo? – quis saber Steve.
Bruce o encarou, não tinha certeza nenhuma sobre o plano, mas, sabia que a Srta. Lane despertava os mais sentimentos profundos em Clark, viu isso na última vez que tentou trazê-lo de volta a vida. Ela seria a chave para poder ultrapassar os portões restritos e quem sabe trazer Clark de volta.
– Sim. – afirmou.
– Temos algum plano B? – perguntou Natasha.
Bruce encarou-a e disse:
– Caso Lane não consiga ludibriar Clark, teremos que protegê-la e tentar distraí-lo até Alfred conseguir buscar informações da cura, para isso preciso mandar as informações para ele, ou seja, encontrar a flor de Lótus e mandá-la para Alfred.
– Como é que é?! – Tony cortou a sala com passos firmes, parando a frente de Bruce que o encarou. – Está arriscando a vida de todos aqui, Senhor Morcego.
– Batman, ou Bruce Wayne, se preferir. – ironizou Bruce.
Tony franziu a testa e Steve o afastou ficando entre os dois.
– Temos que tentar, Stark. – argumentou Steve. – É nossa única chance.
– Não, capitão. Você pode estar errando novamente. – Tony odiava jogar na cara de Steve sobre rincha do passado, mas, odiava também em saber que ele tinha uma culpa de tudo que havia acontecido, porém, não pediu desculpas. – O morcego não tem ao menos a noção da cura. Está tentando a sorte.
– É Wayne. – voltou Batman. – Mas, não estou tentando a sorte, bem, não exatamente. Alfred e eu pesquisamos sobre a flor, e é preciso dela apenas para poder gerar a substância de cura, não vai demorar se é que pensa.
Tony o encarou desconfiado e deu um passo para trás.
– Não vou perder mais amigos novamente. – rodou os calcanhares e saiu da sala.
Deadpool assobiou zombando da situação, antes de levantar do sofá e engatilhar a pistola.
– Estou pronto para briga. Só não me obrigue a proteger os zumbis.
– Senhor Winston, não podemos matar as pessoas infectadas. A partir da amostra, podemos mais tarde trazê-las de volta. – disse Bruce.
– Ah que saco... Além, de ter um cara superforte em nosso traseiro, temos que ser cautelosos com os zumbis também. Eu vou coçar meu dedo quando ele começar coçar. – fez um gesto com o indicador, o que ninguém entendeu. – Deus do céu! Vocês não tem imaginação?! Isso significa que vou atirar para matar, Puf!
– Você só precisa cuidar dos guardas. – disse Steve.
– Só? Hm... Está bem, então.
Steve não acreditou nas palavras do outro, porém, não lhe disse mais nada.

Havia dois guardas a frente do prédio Luthor, muito bem armados e vestidos tanto pelo uniforme com estampa verde, quanto por camisetas pretas. Natasha estudou-os muito bem, antes de dar o primeiro passo, caminhando na direção dos dois agentes, atraindo atenção de ambos.
Ela usava um tentador vestido vermelho curtíssimo, salto agulha da mesma intensidade, os cabelos muito bem penteados jogados ao lado. Natasha fitava-os sensualmente, aproximando, enquanto um deles se pós à frente.
– Está no lugar errado, senhora. – comentou o primeiro guarda com um sorriso amarelo.
Natasha sorriu e olhou para o outro.
– Senhora? Acha mesmo que sou tão velha assim...? – indagou com um tom de voz que ludibriava os homens.
– Nenhum pouco... – murmurou o segundo homem fitando-a dos pés a cabeça com cobiça.
Natasha sorriu mais uma vez revelando dentes brancos, nos olhos sedutoramente assassinos.
– Que bom que acha isso, idiota.
O homem franziu a testa, mas, não tivera tempo de agir. Natasha o imobilizou segurando o braço direito, rodando-o atrás das costas, tirando o fuzil de suas mãos, enquanto o primeiro homem sacou a arma na direção do comparsa que estava mantido como refém. Ele não atiraria e ela sabia disso, usaria o homem como escudo até o outro terminar o último serviço.
– Dei-me a chave. – pediu apertando o braço do segundo guarda.
O primeiro homem hesitante tirou a chave do bolso do colete e a entregou. Um movimento rápido e ambos os homens estavam inertes ao chão depois de terem sido golpeados rapidamente. Natasha havia atingindo a nuca do segundo guarda, enquanto saltara sobre o outro, com movimentos de pernas, envolvendo em seu pescoço e o trazendo ao chão rodopiante, socando-o direto no nariz para finalizar o serviço e então encaminhando a frente onde liberou a garagem, para que o carro preto adentrasse o local.
Barton cuidou das câmeras e Natasha adentrou o local, ao lado dos demais que saíram das sombras para ajudá-lo.
Deadpool, Peter, Barton encontraram com Natasha alguns metros no corredor seguindo em direção das primeiras salas repletas de guardas.
– Demais aquele golpe! É Jiu-jitsu né? – Peter perguntou logo atrás de Natasha que revirou os olhos e pediu baixinho para que o outro calar-se. – Ok, mas... Depois você poderia me ensinar...
– Shhh...
– São mais de cem guardas. – comentou Barton do outro lado da parede.
Natasha o encarou e pendeu a cabeça em sua direção.
– Assustado com os números, Clint?
– Você sabe que não. – revirou os olhos.
– Ao propósito... – Peter interveio. – Cadê o Deadpool?
Natasha, Peter e Barton escutaram o ruído musical e se atreveram espiar a frente, onde um unicórnio de pelúcia vibrava em toque sonoro à frente dos guardas, que viraram observando o objeto tocar “Total eclipse of to heart”. O primeiro deles aproximou do objeto e olhou para trás rindo e olhando de volta o unicórnio de pelúcia, pegando-o.
Seus olhos se intensificaram, quando o objeto em suas mãos interrompeu o toque sonoro e apitou. Tão logo o homem arregalou os olhos quando se deu conta da bomba que explodiu em suas mãos que o estraçalhou. O ambiente inteiro neblinou com a fumaça da explosão e os outros seguranças se pôs cautelosos e prontos para contra-atacar.
Uma rajada de tiros cortou o ambiente e os seguranças revidaram sem ao menos dessem conta de quem poderia estar atirando, já que a neblina da fumaça atrapalhava a visão. A cada som de tiro, um corpo ia chocando ao chão com gritos agudos, até não sobrarem mais nenhum segurança em pé.
Wade surgiu das fumaças soltando um gemido, antes de ter jogado as duas pistolas de lado com exatidão.
– Já é uma boa demonstração para poder entrar nos Vingadores, não? – indagou observando Natasha que o fitava, além, de Barton e Peter. – Estou na equipe?
– É preciso muito para entrar para equipe. – retrucou Natasha.
– Qual é...? Matei esses, caras, ajudei vocês e olha que nem sou um herói, tá... Isso não precisava ser dito, enfim, estou pronto. – pois as mãos na cintura encarando-os.
Os três encararam como se tivesse acabado de fazer a piada mais sem graça do mundo, antes de um dos homens erguerem a mão do chão e atirar.
– Aí minha bunda! – gemeu Wade no chão, observando o homem que atacara fitá-lo e depois morrer. – Maldição... De novo na bunda! E ainda morreu... Filho da puta.
– É uma pena que você seja imortal. – comentou Natasha caminhando à frente, atravessando seu corpo no chão, sendo seguida por Clint Barton.
– É muito bom saber que sou amado. – ironizou Wade.
– Caramba... Você é tipo o Wolverine, né? – quis saber Peter acocado à frente de Wade que revirou os olhos. – Só que uma copia pirata e barata, tipo os produtos da china.
– Olha, moleque, se você me ofender mais uma vez, vou arrancar esta espada e esfiar na sua bunda. Você não quer é isso, certo?
– Não, claro que não, senhor Deadpool.
– Não me chama de senhor e me ajude a levantar. – resmungou.
– Vocês dois. – Natasha chamou-os observando-os com cara feia. – Parem de... Ah!
– Natasha! – Barton gritou observando a mulher sendo agarrada pelo pescoço e arremessada contra a parede.
Sem pensar duas vezes, deu um passo atrás e tirou uma flecha arqueando contra Diana que o fitou calmamente como se fosse um inseto insolente. Barton atirou, e Diana segurou a flecha direcionada em seu rosto.
– Isso é tudo?
– Não. – respondeu Barton quando a flecha explodiu.
Diana desviou para trás, no mesmo momento, que era atacada com golpes de espada, a outra se defendeu usando sua espada anulando os ataques e sendo praticamente obrigada a dar vários passos para trás, até poder sentir a parede em suas costas. Um último golpe seguido por um direto fizera-a chocar contra a parede.
Wade afastou e riu.
– Ah-há! Você não é tão pica da galáxia assim.
Diana encarou-o franzido o cenho e aproximando com força surreal, agarrando-o pelo pescoço chocando-o contra a parede, antes de esfregá-lo contra o concreto destroçado violentamente, para finalmente arremessá-lo para bem longe. Virou rapidamente para trás, para desviar das flechas e em seguida protegeu-se de mais uma flecha bomba que explodiu, entre a fumaça. Natasha surgiu golpeando-a com socos rápidos, forçando-a defender e no mesmo instante, aplicou-se em pé ao chão, movimentando rotativamente o pé esquerdo varrendo a vertical, atingindo o queixo de Diana, que se ergueu a frente, enquanto Natasha pairava sobre o solo novamente. Diana franziu ainda mais a testa e aproximou revidando os golpes sem chance para dar a Natasha, que tentou desviar e logo foi atingida por um soco violento, que arremessou contra a vidraça da porta.
– O que eu faço? O que eu faço? – perguntou atordoado Peter.
– Acerta ela! – gritou Barton atirando flechas e mais flechas sem sucesso, já que Diana resolveu atacá-lo.
Peter observou ainda nervoso e jogou a teia, que atingiu o tornozelo da amazona, puxou e a jogou contra o chão violentamente.
Diana ergueu do chão soltando um gemido feroz virando a cabeça e encarando com fúria Peter que ainda segurava a teia entorno do tornozelo da outra.
– Desculpa, dona. Mas foi preciso.
Diana levantou-se arrancando com fúria a teia do tornozelo. Afastou com um tapa uma flecha e em seguida um soco em Barton que atreveu atacá-la fisicamente e continuou sua trajetória em direção ao aranha.
Peter atirou mais algumas teias, porém, Diana destroçava como se fossem inofensiva linhas de costuras.
– Ai, meu Deus, eu vou morrer! – Peter levantou as mãos para cima em rendição.
Deadpool aproximou novamente, prendendo-a por trás, mas, Diana o desvencilhou dos golpes e o segurou com força no pescoço, socando seu estômago e jogando contra Barton.
Um aterrorizado Peter observava Diana encará-lo.
– Agora você morre.
Um estrondo vindo de um golpe violento destruiu praticamente todo o ambiente, outro estrondo fez com que Peter caído ao chão olhasse para o teto, vendo que não havia mais tento, apenas uma abertura gigante onde revelava o céu estrelado, ele percebeu que Hulk agora lutava com Diana.
O lugar começou despencar devido à violência que as paredes foram atingidas. Peter viu que Natasha seria atingida pelo o resto do teto que despencou, logo em seguida, arremessou a teia em direção da mulher puxando-a rapidamente e segurando-a contra seu corpo, olhou ao redor e viu que Deadpool e Barton estavam desacordados e uma parte do teto também os esmagariam, caso Thor não impedisse tirando-os de lá. Peter fez o mesmo, achando uma abertura do buraco que já foi um teto.

Steve sobressaltou com os estrondos e percebeu que uma parte do plano não dera certo. Trocou olhares para Tony que estava do outro lado da parede, enquanto, Batman protegia Lane ao seu lado.
Perceberam que mais a frente onde a flor de Lotus estava, vira que Luthor assentiu o ataque e cauteloso alertou os guardas pedindo-os para seguirem para fora. Intrigado, Steve pensou onde estaria Superman nesse momento?
Como que seus pensamentos tivessem mencionados em voz alta, sentiu seu corpo violentamente ser atingindo com um golpe nas costas. Chocou-se contra a parede e olhou para Luthor que não sabia lidar com a surpresa e o prazer de vê-lo sendo abatido.
– Eu sabia que vocês viriam... – comentou Luthor.
Superman aproximou de Tony que o atingiu com bombas que não fizera nenhum efeito. Fazendo que o homem de aço o atingisse e praticamente danificasse uma boa parte de sua armadura. Quando finalmente Superman avistou Batman escondido nas sombras seu olhar intensificou.
– Você de novo. – disse Superman.
– Clark, você precisa parar o que está fazendo. – inquiriu Bruce saindo das sombras, trazendo com ele sua arma de seus planos.
De fato o plano fora por água abaixo, mas, nem tudo estava perdido. Bruce percebeu pelo olhar intenso e um tanto abalado, lutar contra a confusão de pousar sobre Lane. Batman sabia que mesmo estava sendo controlado pelo grande poder da flor de Lotus. Superman mesmo assim lutava contra o mal que o dominava e isso surpreendeu Bruce.
– Clark, sou eu. – disse a jornalista dando um passo à frente. – Lane.
Superman a encarava confuso quando Luthor berrou, com o recipiente da flor em suas mãos.
– Matem todos, Superman!
– Clark, por favor...
Superman cerrou os punhos e Bruce segurou com firmeza Lane por cautela, afastando-a, enquanto Clark fechou os olhos e deu um passo atrás. Luthor ficou boquiaberto com um possível ataque daquele que ele achou ter total domínio, viu que estava em risco, tanto que agora Steve aproximava em sua direção, ameaçador.
Luthor olhou em todo o seu campo de visão e sem pensar duas vezes, tirou a flor de Lotus do recipiente, possuindo-a ao seu interior.
– Não! – berrou Bruce.
Steve e Tony que controlava o dano em sua armadura observaram a luz rosa explodir em Luthor, e mãos monstruosamente grandes brotar, além, de danificar toda pele humana transformando Lex Luthor em uma criatura terrível.
Bruce estava boquiaberto e Lane havia se desvencilhado, mas, não se afastou de Clark, que agora parecia perdido.
Em poucos segundos a criatura de cor violeta acentuada berrava com dentes pontiagudos, encarando todos ali. Berrou novamente quando o escudo do Capitão América o atingiu, virando e correndo em direção de Steve que defendeu do ataque sentindo em seguida seu braço ser cortado pelas garras afiadas. Tony revidou o ataque tirando Steve do campo de visão do monstro, mas, a criatura os atacou arremessando-os contra a parede. Não satisfeito voltou sua direção a Bruce, mas, seus olhos negros fixaram em Lane que o encarou assustada dando um passo para trás, percebendo que Clark havia retornado com sua áurea maligna atacando Bruce com um soco, logo em seguida segurando-o pelo pescoço e asfixiando-o.
O monstro violeta aproximou e golpeou Lane, jogando seu corpo para bem longe. Bruce arregalou os olhos observando a mulher chocar o solo violentamente, com um buraco no peito, o que chamou atenção de Clark que virou no exato momento que o corpo de Lane chocava contra o chão e uma poça de sangue envolvia entorno do corpo.
A criatura encarou-os sedenta, mas, era Clark que estava petrificado com as memórias que agora o afetavam de repente. Ele recordou de momento que aquela mulher estava presente, lembrou-se de seu sorriso, de suas palavras carinhosas e de suas lágrimas, um flash tornou sua mente atordoada e a visão de vê-la no chão sem vida o deixou transtornado.
Superman largou Bruce e aproximou pouco se importando para a criatura que agora voltava atacar novamente suas vítimas.
– Agora eu me lembro... – murmurou ajoelhando-se perante o corpo.
Lembrou-se especialmente de vidas que ele fora obrigado em tirar enquanto estava dominado pela áurea maligna e se repudiou por isso, no entanto, ver Lane morta e naquela poça de sangue fazia seu estômago embrulhar e ele teve a sensação que não conseguiria controlar o ódio que dominava seu ser.
Pegou Lane em seus braços e acariciou seus belos cabelos ruivos, enquanto Bruce, Steve e Tony tentavam acabar com a vida da criatura.
– O que fiz...? – voltou murmurar dolorido.
Devolveu o corpo da jornalista ao chão e virou-se contra a batalha que acontecia, seus olhos só visualizava aquele monstro que atacava ferozmente Bruce e os dois homens que ele não conhecia. Caminhou na direção do monstro com a testa franzida e com a mesma rapidez de um raio ou até mais, atingiu o monstro violentamente que chocou contra a parede. Voltou atingi-lo com diversos socos, jogando e arremessando as paredes e chão, até que sangue rosa espalhasse por todo ambiente, por fim, estraçalhou o monstro ao meio, fazendo com que uma luz galáctica explodisse e os jogasse para bem longe.
Bruce que estava no chão encarou a flor entorno de uma luz rosa e procurou com cuidado se levantar. Aproximou mancando, e tirou de dentro da armadura um recipiente capaz para poder pegá-la sem tocá-la, mas, fora Clark que a pegou.
– Clark, você pode... – interrompeu as palavras, quando deu conta da tristeza nublada nos olhos do outro.
– Não me afeta mais. – disse Superman com os olhos intensos sobre a flor.
– Dei-me a flor, Clark. – pediu Bruce atraindo atenção do homem a sua frente. – É com esta mesma flor que poderei trazer as pessoas infectadas de volta a vida.
Clark olhou para flor mais uma vez, depois para Bruce e então pousou os olhos no corpo de Lane.
– Pode mesmo trazer a vida?
Bruce assentiu e engoliu a seco.
– Não a dela. – Clark o fitou. – Sinto muito, Clark.
Superman encarou-o e sem dizer mais alguma palavra, permitiu que Bruce pegasse a flor e pusesse dentro do recipiente. Em seguida um estrondo de prédio despencando, chamou atenção.
– Está acontecendo uma batalha lá fora. – inquiriu Steve recuperado para mais uma guerra.
– Diana... – Bruce murmurou com o coração apertado. – Preciso levar a flor para Alfred.
– Posso ajudá-lo. – interveio Tony.
Bruce assentiu, olhando novamente para Clark e entendendo sua dor. Ele mesmo não conseguia pensar na possibilidade de ver Diana na mesma situação.
– Não se preocupe, eu vou lá. – anunciou Superman.
– Clark, ela...
– Eu sei, Bruce. – disse com um tom severo na voz. – Você. – dirigiu-se ao capitão América. – Eu não sei o seu nome e nem o conheço, mas, sei que está do lado da justiça. Então, por favor, tire o corpo daquela mulher daqui.
Steve assentiu concordando com um gesto de cabeça, enquanto, Clark desaparecia de suas vistas como um relâmpago.


– Se ela não nos matar. Aqueles zumbis vão... – murmurou Peter sentindo que uma de suas costelas estava quebrada, observando uma multidão aproximar onde estavam.
Devido à confusão, não seria difícil chamar atenção daquelas pessoas, ou melhor, zumbis.
– Meu dedo estar coçando. – disse Wade debruçado contra os entulhos de concretos.
– Não são para matá-los... – murmurou Barton caído sobre os mesmos entulhos, sentindo que a qualquer momento apagaria.
Um raio ecoou mais uma vez, e Peter esperançoso virou-se na mesma direção que Thor era arremessado a quilômetros de distância, levantando fumaça e ecoando um estrondo com seu baque. Hulk tivera o mesmo destino, aliás, eram os únicos que conseguiam bater de frente com Diana, que os surravam.
– Isso é tudo? – perguntou desdenhosa.
Diana desfez o sorriso cruel em seus lábios, quando seus olhos pousaram em Clark a sua frente.
– Pare o que está fazendo. – disse Superman.
Diana o encarou estreitando os olhos confusos, antes de respirar fundo, franzindo as sobrancelhas e o fitando como um inimigo.
– Obrigue-me a parar.
Clark desviou de seus golpes, defendendo-se enquanto Diana o atacava com afinco. Superman não queria machucá-la, mas, precisava pará-la de alguma força. Seus olhos grudaram alguns segundos nas pessoas descontroladas tentando atacar aqueles que estavam feridos no chão. Precisava controlar Diana e ajudá-los também.
– Saiam daqui, seus cretinos! – berrou Deadpool afastando-os como podia, seu dedo coçava, enquanto, resistia o impulso de matar todos os infectados enlouquecidamente. Odiava ter que ser reprimido, mas, era melhor do que acertar as contas com Superman mais tarde.
– São muitos! – berrou Peter prendendo o quanto podia algumas teias, exigindo esforços dos ferimentos de seu corpo.
Barton protegeu Natasha que tentou controlar os infectados, mas, com o corpo fraco ela só seria uma refeição fácil para a multidão descontrolada, por esta, razão Barton tirou-a do campo de batalha temendo alguma represália. Olhou novamente ao céu e viu Clark contendo Diana, segurando-a firmemente nos braços, enlaçando-a com seu próprio laço, mantendo-a aprisionada e furiosa.
Um jato preto sobrevoava a área de batalha. Clark ergueu a cabeça observando uma fumaça de cor rosa emanar por todo ambiente, como partículas de luzes infiltrarem nas pessoas enlouquecidas, que voltaram a si na medida em que as partículas faziam efeitos. Em poucos minutos a multidão não berravam mais como monstros saqueados de fome, estavam estarrecidas, confusas. Superman percebeu também que Diana o encarou com os olhos confusos. Aquele olhar maligno havia desaparecido, ela havia voltado ao normal.
O jato dirigiu-se por toda cidade, assim como outros, não demoraria em que as pessoas de Nova York voltassem ao normal. Bruce por sua vez, apareceu caminhando em direção a Diana que agora estava sobre o solo novamente, observando aos lados com confusão.
Eles se entreolharam distante. Bruce sentiu um alívio dominar o seu peito e pensou se os olhos intensos de Diana sobre os seus também não representava um alívio? Um alívio em vê-lo... Era como se Bruce fosse uma pessoa especial para ela.
– Que bom que voltou ser você. – disse assim que parou a frente da mulher.
– Não acredito que fui capaz de fazer tudo isso. – comentou olhando mais uma vez aos lados.
– Não é sua culpa. – Bruce deu mais um passo a frente e segurou uma de suas mãos, entre a sua. – Estava sendo manipulada pela flor de Lótus.
Diana franziu o cenho novamente.
– Flor de Lótus?
Bruce percebeu que havia muito para ser falado, mas, não ali, não agora.
– Contarei tudo mais tarde, agora só quero...
– Senhor Wayne?
Bruce virou-se no exato momento que Steve aproximava. O homem respirou fundo e Diana seguiu sua visão.
– Capitão.
– Fico feliz que tenha dado tudo certo no fim das contas. – disse Steve encarando Diana que assentiu mais permaneceu em silêncio. Steve voltou a Bruce novamente: – Quanto Srta. Lane, eu sinto muito.
Bruce sentiu um nó formar em sua garganta, além, do mal estar pelo corpo. De alguma forma, se sentia culpado pela morte da jornalista, uma vez que o plano era fazê-la ludibriar Clark. Agora sim, poderia conquistar o rancor de Kent e não o culparia por isso.
Olhou em volta e percebeu que Clark havia desaparecido, estava ciente onde deveria estar.
– O que quer dizer...?
Bruce encarou Diana, e depois Steve que assentiu falando algumas palavras motivacionais e afastou-se.
– Lois Lane está morta.
Diana empalideceu e o encarou surpresa, porém, um misto de horror irradiou em suas pupilas.
– Bruce, por favor, diga-me que... Eu... Não...
Ele negou com um gesto de cabeça, antes de dizer:
– Eu a matei.
Diana ficou petrificada.
– Você...? Impossível.
– Não exatamente. Mas, envolvi Lane em meus planos para poder parar o Clark, uma vez, que ele também estava dominado pela áurea maligna. – explicou sentindo o peso da culpa afetá-lo. – E conseguiu... Porém, de uma forma que não estava em meus planos.
– Conte-me o que aconteceu?
Bruce resumiu toda história, porém, detalhando muito bem seu plano, sobre o olhar intenso de Diana, por fim, argumentou:
– Como posso ser chamado de herói se pus uma vida humana em risco?
– Você não a matou, Bruce. – disse Diana.
– Fui culpado.
– Foi uma fatalidade. Tudo que fez foi para ajudar a humanidade, e nós heróis sabemos que às vezes uma vida vale por muitas outras. – Diana aproximou pousando as mãos em seus ombros, percorrendo a mão por sua nuca. – A humanidade está livre do armagedom.
Bruce entendia, mas, não aceitava. A culpa não diminuiria tão fácil, mal tinha cara para olhar para Clark depois do incidente. Parecia mesmo que quanto tentava fazer algo certo, acabava destruindo tudo. Depois de tudo, além, de querer salvar Clark e Diana, agora ganharia novamente o ódio do Superman.
XxxX

– Vocês deveriam ter visto o que fiz. – Peter estava ao meio da sala entusiasmo enquanto os demais olhavam o noticiário de todo aquele caos. – Eu acertei a mulher-maravilha no tornozelo! Ouviram?
– Estamos cientes disso, Peter. Estávamos lá. – respirou fundo Tony. – Você não disse que tem campeonato de química?
Peter entreabriu a boca aparentemente pasmo.
– Verdade! Caramba... – resmungou afobado aproximando da porta. – Quando eu voltar termino de contar. Aliás, tem muitas outras coisas que o senhor não viu, senhor Stark.
Tony revirou os olhos desejando que o mais novo sumisse de suas vistas.
– Senhor Stark?! – berrou Happy.
Tony deu um salto da cadeira, fazendo-a chocar contra a vidraça violentamente.
– Por Deus! O que houve, Happy?!
Happy adentrou a sala colidindo com Peter pelo caminho, mas, sem se importar que o outro acabasse tropeçando, apenas dirigiu-se a Tony que o fitou.
– Tem um cara estranhamente estranho vestido de ninja vermelho ameaçando entrar a torre. – avisou Happy soando frio.
– Ah... É aquele Puff. – revirou os olhos novamente.
– Deadpool. – corrigiu Steve que resolveu sentar no sofá com o jornal nas mãos.
– Tanto faz. O que ele quer?
– Quero que me aceitem no time. – Wade adentrou o local tranquilamente, sentando em seguida no sofá e pondo os pés sobre a mesinha de centro.
Tony coçou atrás da orelha e o encarou:
– O grupo está formado, não tem vaga, entendeu? Melhor procurar outro time, quem sabe o da liga da justiça talvez.
– Bem que eu queria, mas, enfrentar o Superman logo depois de ter ameaçado aquele filho da puta do Bruce, não foi uma boa ideia. Enfim, achei que vocês poderiam ser bem amistosos comigo e me aceitar, na galera.
– Infelizmente não temos vaga, senhor...
– Deadpool. – acrescentou Steven cruzando as pernas com os olhos grudados no jornal.
– Não tem vaga mesmo? Tipo, eu posso passar os uniformes de cada um, inclusive posso polir sua armadura.
– Não é necessário. O Happy já faz esta função. – disse Tony encarando-o como se fosse um intruso, e de fato era.
Wade o encarou, depois olhou para Steve que continuava com os olhos no jornal e então respirou fundo.
– Eu não vou desistir. – apontou o dedo indicador em direção de Tony. – E só para vocês ficarem sabendo, aquele careca molestador chamado Charles Xavier está interessado em mim, querem-me no X-Men. Não é para qualquer um não, estou quase fechando o acordo com ele. Então... Bem, não demorem, ou vocês vão me perder.
Tony Olhou para o relógio, rodando os calcanhares, retornando para a cadeira.
– Hm... Podem me ignorar, depois que eu ficar bem mais reconhecido que o Wolverine, vão se arrastar igual putas atrás de mim. – argumentou desencorajado. – Ok. Vou nessa. Estou indo, hein! Filhos da puta...
– Temos que reforçar a segurança da torre. É cada maluco que nos aparece... – resmungou Tony pegando o Tablet e voltado aos noticiários.

XxxX

Clark respirou o ar puro do campo recordando de algumas memórias ao lado de Lane, não sobressaltou com a presença de Bruce, quando se aproximou ficando ao seu lado, seguindo a mesma visão do campo esverdeado.
Já havia passado alguns meses que Bruce evitou encontrá-lo, e Clark sabia o real motivo, mesmo não culpado pela fatalidade. Ao contrário, era ele que se sentia derrotado e culpado por tudo que tinha acontecido. As palavras sábias de sua mãe fez com que levasse a vida sem Lane durante aqueles pesarosos meses. Pelo menos por enquanto, estava dominando a ausência dela.
– Desculpe-me. – disse Bruce sem preâmbulos.
Clark assentiu, ficando em silêncio por alguns segundos.
– Não tem o que se desculpar. – respondeu com os olhos fixos no horizonte.
– Claro que tenho. Está abalado emocionalmente, e a culpa é minha de abrir esse rombo dentro de seu peito. Eu não deveria...
– Você estava tentando me salvar de qualquer maneira, certo?
Bruce assentiu e o encarou, mas, Clark não o fitou.
– Você e a humanidade.
– A morte dela não foi sua culpa. – disse. – Eu estava lá e não fiz nada para protegê-la, estava dominado por algo intenso, podia me recordar de pequenas lembranças, mas, não totalmente, não o suficiente para poder despertar daquelas correntes que me prendiam. Eu deixei a Lane morrer.
Bruce engoliu a seco e abaixou os olhos ao chão, antes de erguê-los novamente ao horizonte.
– Lane me disse uma vez, como ela se sentiu com a minha morte. E agora eu sinto o mesmo com a morte dela. – olhou para Bruce intensamente, antes de continuar. – Não podemos mudar o passado, nem o que aconteceu, mas, honrarei todos os dias de minha existência, protegendo pessoas para que não aconteça novamente esta mesma falha. É isso que nós heróis fazemos, e é isso que vamos continuar fazendo.
Bruce assentiu novamente deixando que aquela esperança motivadora penetrasse em suas energias e as revigorassem. Concordou com um gesto afirmativo de cabeça, prometendo a si mesmo que não cometeria mais o mesmo erro.




Fim!



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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