Última atualização: 06/11/2017

Capítulo Único

Eu era apenas uma garota normal, vivendo minha vida, fazendo o trabalho que eu amo e correndo atrás dos meus sonhos. Eu moro em umas das cidades mais incríveis do mundo, Nova York, moro com a minha irmã um ano mais velha que eu, , e com nossa melhor amiga, . E o nosso trabalho é tudo que eu sempre quis fazer na vida, trabalhamos na redação de uma grande revista de NYC, eu e a como editoras e a como fotógrafa. Tudo ia muito bem, quer dizer, minha vida amorosa não era lá aquelas coisas, mas não se pode ter tudo na vida né, ou será que pode?!
- por que você está jogada nesse sofá de pijama ainda? São duas horas da tarde!
- Porque hoje é domingo oras! Me deixa , me deixa vegetar no sofá.
- Poxa pensei que fôssemos fazer alguma coisa!
- Eu já fiz alguma coisa ontem, sai, fiquei bêbada com dois copinhos de tequila e depois terminei minha noite na cama do . Ou seja, hoje não tô prestando pra nada.
- Você e o ?! Mano sério não entendo porque vocês não namoram de uma vez.
- Olha, é provavelmente minha alma gêmea sabe. Mas eu não me prendo a essas convenções como você e a . A gente tá bem assim, eu pego quem eu quiser, na hora que eu quiser, mas nós sempre acabamos juntos.
- Eu queria ser assim desapegada sabe.
- Boa tarde meninas lindas do meu coração! - minha irmã disse, entrando pela porta de casa do nosso apartamento.
- Nossa, lembrou que tem casa foi?!
- Irmãzinha eu sei que tenho casa, mas eu tava na casa do meu namorado né.
- Tudo bem, já to acostumada a ser trocada pelo mesmo.
- , sem drama!
- Tô vendo pela sua alegria que você teve uma noite incrível de muito amor e sexo. - disse divertida.
- Sempre baby, o não me decepciona nunca! - disse e ela e a explodiram em gargalhadas.
- Isso, joga na cara que sou a única encalhada dessa casa!
- O que ela tem, pelo amor de Deus? - perguntou pegando uma garrafa de água na geladeira.
- Tá em um daqueles dias de crise por conta da solterisse.
- Hey, vocês duas podem parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui! - falei sentando na poltrona da sala e emburrando a cara.
- Ah maninha para com isso! - disse sentando no braço da poltrona e me abraçando. - Você é linda, gostosa e tem um ótimo emprego, encontrar o cara certo é só questão de tempo.
- Sei lá, acho que não sou boa nessas coisas.
- Oh você não estava saindo com aquele loirinho gracinha da expedição?! O David?!
- É Derek, ! A gente saiu uma vez só, mas não rolou química sabe.
- A bendita química, se não rolou química que dirá física né.
- Não , não rolou nenhuma matéria. Aliás, faz um tempo já que não sei o que é sexo na vida.
- Vish, pobre do próximo namorado que você arrumar.
- Pois eu tô torcendo pra você arrumar um namorado logo, assim você me deixa ser feliz com o !
- E me deixa morrer no sofá depois de ter sido feliz com o !
e falaram enquanto riam da minha cara.
- Nossa com vocês na minha vida quem precisa de inimigos hein?!
- Vamos fazer o seguinte, vamos estourar um balde enorme de pipoca, pegar todos os chocolates da dispensa, nos enfiar no sofá e ver aqueles filmes bregas românticos que você adora. Que tal?!
- Sério ?! Eu vou poder escolher os filmes?!
- Pode sim, mas só hoje. ?! - perguntou olhando feio pra .
- Tá bom eu topo, mas só porque isso significa que posso continuar no sofá.
Passamos o resto do dia comendo e vendo filmes porque era o que tinha pro dia, né. No dia seguinte voltamos pra nossa rotina de trabalho na redação. Eu estava concentrada no meu computador finalizando uma matéria, a estava no computador ao lado, quando chegou toda empolgada em nossas mesas.
- Minhas queridas amigas, venho trazer ótimas notícias para vocês!
- Devem ser realmente boas pela sua empolgação. - disse.
- É sim e acredito que vai levantar o ânimo da nossa caçulinha.
- Olha, agora eu quero saber o que é. - eu disse.
- Adivinha quem vai cobrir a D23 Expo 2017?!
- Não! - falei levantando da minha cadeira de um pulo.
- Sim, nós três! Eu vou fotografar e vocês vão fazer as matérias!
- Ai meu Deus! - eu disse abraçando a .
- Boa , nada animaria mais minha irmã do que ver um bando de coisas de super heróis.
- E não são qualquer super heróis, porque vai ter painel da Marvel. - disse com sorrisinho de canto.
- A gente vai ver o trailer exclusivo de Guerra Infinita?
- Sim viada!
- AI MEU DEUS!
- Senhor agora ela surta. - falou tampando os ouvidos.
- A convenção começa na sexta, nós vamos pra Anaheim, na Califórnia, na quinta à noite depois do trabalho.
- Ai gente que dia feliz, mal posso acreditar. Eu amo meu trabalho! - falei me jogando na minha cadeira.
A semana foi passando lentamente, só pra aumentar minha ansiedade. Na quarta à noite arrumamos nossas malas, já que iríamos direto do trabalho para o aeroporto na quinta.
- Deixa eu ver, já peguei minha camiseta do Cap, do Thor, dos Vingadores. Gente cadê minha camiseta do Homem-Aranha? Já ia esquecendo.
- , você pretende por uma camiseta por cima da outra? Pra que levar tantas? - perguntou enquanto arrumava sua nécessaire.
- Não oras, posso usar uma por dia.
- Mas são três dias de convenção, você tá levando quatro camisetas diferentes.
- , por favor, não me incomode com detalhes. - falei dobrando minha linda camiseta do teioso e enfiando na mala.
- Não sei o que você tá falando da , eu tô levando umas seis camisetas de super heróis. - disse divertida.
- Nossa, vocês têm problemas, sério.
- Temos mesmo, mas você também tem, só que com outras coisas.
- A tem razão. Aliás, eu gostaria de lembrar que o meu cunhado, seu namorado, interpreta um super herói na TV.
- Detalhes , detalhes.
- Você é ridícula sabe. - falei e mostrou a língua pra mim enquanto fechava a mala.
Na quinta saímos do trabalho às 18h00 e corremos pro aeroporto. Depois de encarar seis horas de viagem até Los Angeles e mais uma hora e meia de carro até Anaheim, chegamos mortas de cansaço no hotel, já era de madrugada e nós desmaiamos assim que deitamos. Eu poderia dormir até meio dia de tanto sono, mas às oito da manhã já estávamos de pé nos arrumando pra ir pra convenção. Coloquei minha camiseta do Thor feliz da vida, a ansiedade a mil. Meus olhos ficaram maravilhados quando chegamos na D23, aquilo era o paraíso pros fãs da Disney. O primeiro dia passou tranquilo, a fez ótimas fotos e eu e a entrevistamos o pessoal dos principais estandes. Mas o dia mais agitado sem dúvida seria o dia seguinte, no sábado, quando aconteceria o painel da Marvel. Na sexta à noite nós saímos pra jantar e eu e a parecíamos duas crianças.
- Gente, acho que não vou conseguir dormir! Amanhã vamos estar lá cobrindo o painel da Marvel. - falei enquanto devorava minha lasanha.
- Eu vou chorar na hora do trailer, com certeza!
- E eu vou fingir que não conheço vocês. - falou revirando os olhos.
- Chataaaaaaaa! - eu e falamos em uníssono.
Foi realmente difícil dormir naquela noite, tanto que despertei assim que senti o sol entrando pela janela e batendo no meu rosto. Fui a primeira a tomar banho e me arrumar.
- !
- Que é criatura?
- Qual eu coloco? - perguntei para com a camiseta do Cap em uma mão e a do Homem-Aranha na outra.
- Sério que você tá perguntando isso pra mim? A do Cap lógico, você sabe que detesto o cabeça de teia.
- Aí que saco hein! , você vota em qual?
- Do Cap porque o Chris Evans é gato.
- Okay então né, vocês venceram.
Depois de nos aprontarmos e tomar café, seguimos para a convenção. Estava ainda mais lotada que o dia anterior, os fãs da Marvel enlouquecidos com o painel e eu e a incluídas nessa lista. Nós fomos levadas até um auditório aonde os atores do filme iriam estar e onde ia ser exibido o trailer. Como nós éramos da imprensa, nossos lugares eram na primeira fileira.
- E aí quem você acha que veio? - perguntei para , enquanto ela arrumava a lente da câmera.
- Espero que pelo menos 90% do elenco viu.
posicionou sua câmera no tripé e logo os atores começaram a ocupar o palco. Cada vez que chamavam um nome era aquela gritaria, claro que os bonitões do elenco recebiam uma gritaria bem maior. Foi então que o intérprete do Soldado Invernal foi chamado ao palco, o auditório veio a baixo. Eu estava meio distraída nessa hora, tentando soltar meu crachá que havia prendido na camiseta.
- Quem é que chamaram?
- Sebastian Stan! - respondeu como se eu fosse retardada.
- Quem? - eu falei novamente tentando ouvir em meio à gritaria.
- Olha lá! - disse me virando de frente pro palco.
Ele estava lá, parado em cima do palco bem em frente onde estávamos. Foi a primeira vez que aqueles olhos azuis, mais azuis que o céu num dia sem nuvens, me encontram.
- Caraca que gato. - falei sem pensar e vi Sebastian dar um sorrisinho de lado.
- Não é por nada não, mas acho que ele fez leitura labial do que você disse. - sussurrou.
- QUE? - falei alto demais e virei de forma tão brusca que bati no tripé onde a câmera de estava, fazendo a mesma ir de encontro ao chão. se jogou pra pegar a câmera e felizmente conseguiu, mas esse meu pequeno desastre fez o auditório se calar por um minuto quase interminável. Todos os atores olharam de cima do palco pra nós, inclusive Sebastian, e eu fiquei roxa de vergonha, me afundando na poltrona atrás de mim.
- Desculpa, foi só um acidente, podem prosseguir. - falou pro elenco em cima do palco.
- Eu quero sumir! - falei levando as mãos ao rosto.
- Depois você some, agora levanta e bola pra frente. - falou me puxando pelo braço.
Tentei me recompor enquanto o resto do elenco era chamado, mas meu rosto queimava. Quando olhei novamente para o palco ele ainda estava lá, ainda me olhando, um sorriso torto perfeito brincando nos lábios. Eu não sei exatamente por que, mas a única coisa que consegui fazer foi sorrir de volta.
Depois que todo o elenco já estava no palco, foi anunciada a exibição do trailer exclusivo de Vingadores Guerra Infinita. Nesse momento então eu acabei esquecendo um pouco meu mico pra poder curtir o trailer. Quando o trailer acabou nós estávamos em êxtase, a tinha lágrimas nos olhos de tanta empolgação.
- Meu Deus não acredito no que meus olhos acabaram de ver! - disse.
- Nem eu, mal posso esperar pela estréia do filme! - falei abraçando minha amiga, enquanto a só nos observava.
Após o trailer os atores fizeram algumas fotos e então começaram a sair do palco. Uma moça que fazia parte da organização do evento veio falar com a gente e as demais pessoas da imprensa que estavam lá.
- Gente é o seguinte, os atores vão agora lá pra fora na área de imprensa, vocês poderão fazer as entrevistas lá. Aqui atrás desse auditório tem uma sala onde dois atores vão conceder uma exclusiva, os representantes de cada revista, site ou TV vão entrar pra fazer a entrevista, um por vez.
A moça começou a organizar o pessoal da imprensa.
- Meninas, vocês podem vir comigo? Vão ser as primeiras a fazer a entrevista exclusiva.
- E quem é que vai conceder a entrevista?- perguntou.
- Ah verdade, esqueci de falar. Vai ser o Anthony Mackie e o Sebastian Stan.
Pronto, a minha calma foi toda embora novamente.
- Tá de brincadeira com a minha cara, né? - falei já entrando em desespero.
- Como? - a moça perguntou.
me deu um cutucão pra me fazer voltar a realidade.
- Nada não moça, nada não.
A moça nos conduziu até a porta da sala aonde ia ser a entrevista.
- Aguardem aqui só um pouco, estamos terminando de organizar os atores lá dentro ok?!
- Tudo bem, sem problemas. - falou.
Assim que a moça entrou na sala, eu surtei. ,br> - Gente, eu não vou entrar nessa entrevista, não vou!
- Tá maluca , você tem que entrar! - falou
- Não tenho não. Você vai registrar tudo em vídeo e fazer as fotos, a pode muito bem fazer a entrevista sozinha.
- Mas nós sempre fazemos as matérias juntas!
- Eu sei , mas não tem condição de eu entrar aí depois do mico que eu paguei! Se fosse qualquer outro ator, mas não é o bendito Sebastian, foi por causa dele que eu derrubei a câmera!
- Ah para com isso, aposto que ele já até esqueceu. - falou solidária.
- Eu duvido muito. - falou segurando o riso e recebendo um olhar de reprovação de .
- Não adianta, eu não vou, ficarei bem aqui esperando vocês.
- chega! Você vai sim e não ouse desautorizar sua irmã mais velha!
- Mas ...
- Não tem mais nem menos, vai e acabou.
A moça então voltou para nos chamar.
- Pronto meninas, vocês já podem entrar. - ela disse deixando a porta da sala aberta.
entrou primeiro, seguida da . Eu respirei fundo e entrei também. Os dois atores já estavam sentados em duas cadeiras e havia mais duas cadeiras em frente a eles que eram pra mim e pra . cumprimentou os dois e seguiu pro canto da sala pra preparar a câmera. Eu e fomos então cumprimenta-los também antes de nos sentarmos.
- Olha só se não é a garota que derrubou a câmera. - Sebastian disse quando cheguei perto me fazendo corar fortemente.
- Ah então foi ela a garota que silenciou o auditório! - Anthony falou divertido.
- É acidentes acontecem né. - falei me sentando, já que eu não podia abrir um buraco pra me enfiar.
- Com a minha irmã então, acontecem o tempo todo. - falou rindo e eu olhei tão feio pra ela que poderia tê-la fuzilado com os olhos.
- Vocês são irmãs? - Sebastian perguntou.
- Somos sim. - respondi. - Eu sou a e ela minha irmã, .
- E você? - Sebastian perguntou para .
- Sou . Mas eu sou só a melhor amiga que quase perdeu a câmera.
Sebastian e Anthony riram e eu não tinha muito o que fazer a não ser rir também.
- Bom, vamos ao que interessa, a entrevista. - disse preparando o celular para gravar o áudio.
A entrevista correu tranquila, fizemos várias perguntas sobre o filme Guerra Infinita e conseguimos algumas informações que iriam deixar os fãs mais ansiosos pelo filme. Num certo momento da entrevista Sebastian brincou com o fato de eu estar usando uma camiseta do Capitão América, o que significava que eu deveria ser Team Cap, o que eu confirmei é claro. Os dois foram muitos simpáticos e engraçados também, eu não os conhecia pessoalmente, então fiquei feliz em confirmar que os comentários positivos que ouvi sobre eles era verdade.
- Acho que por hoje é isso, muito obrigada! - falou desligando o gravador do celular.
- Obrigada mesmo, nossos leitores ficarão muito felizes! - falei.
- Imagine, foi um prazer ser entrevistado por garotas tão simpáticas. - Anthony falou.
Esperamos a terminar de desmontar a câmera para podermos sair. Enquanto ela terminava de guardar suas coisas na maleta, peguei a garrafa de água que os organizadores haviam deixado numa mesinha para nós.
- Prontinho, terminei aqui, podemos ir. - falou.
Antes de sairmos nos despedimos dos atores.
- Mais uma vez muito obrigada. - falei apertando a mão de Sebastian.
Em seguida apertei a mão de Anthony.
- Vê se não vai derrubar muitas câmeras por aí viu?! - Anthony falou divertido.
- Eu vou tentar. - falei e abri a garrafa de água para tomar um gole.
- Ah não se preocupem, se o Sebastian não estiver por perto, não corre o risco dela quebrar minha câmera. - falou rindo e eu subitamente engasguei com a água.
- , você tá bem? - falou dando tapinhas nas minhas costas.
- Eu... tô - falei ainda engasgada. - Tá tudo bem, vamos logo.
Eu sai em seguida sem nem olhar pra trás, meu rosto queimava de tanta vergonha.
- eu vou te matar! - falei assim que saímos da sala.
- Que eu fiz?
- Não se faça de inocente! Precisava soltar aquela piadinha na frente do Sebastian? O que ele deve tá pensando de mim agora!
- Ah foi só uma brincadeira, só pra ele saber que você pagou um pau pra ele. - falou e ela e a começaram a rir.
- Olha aqui vocês duas... vocês duas são as piores viu, que vontade de matar vocês!
- Fica calma tá maninha, já passou.
- Vocês já me deixaram muito nervosa por hoje, deu a cota do dia. Eu vou ao banheiro, depois a gente vai fazer mais algumas entrevistas na área de imprensa e depois nós vamos embora, porque eu tô exausta! - falei e sai em seguida.
Entrei no banheiro e parei em frente ao espelho, minhas bochechas estavam muito vermelhas. Passei uma água no pescoço e respirei fundo pra me acalmar. Depois de usar o banheiro, lavei as mãos e sai apressada para encontrar a e a , queria terminar logo o trabalho por hoje. Eu havia acabado de sair da área dos banheiros quando esbarrei em alguém.
- Ai meu Deus desculpa! - falei e olhei pra cima. - Sebastian?
Meus olhos se arregalaram e minhas bochechas voltaram a esquentar na mesma hora. É sério mesmo Murphy que você me pegou pra Cristo hoje? Porque não é possível uma pessoa pagar tantos micos num dia só!
- Você tá bem? - ele perguntou com aquele sorriso de canto, alguém devia proibir esse homem de sorrir.
- Eu tô sim, eu só tava distraída. Deus, como eu sou desastrada, desculpa mesmo.
- Não tem problema, tá tudo certo. Você só precisa olhar por onde anda.
- Acho que eu sou um perigo para o mundo viu. - falei tentando relaxar.
O sorriso dele então aumentou e Sebastian riu abertamente.
- Você tá rindo de mim?
- Tô, desculpa, mas não é por mal não. É só que eu acho que nunca conheci ninguém tão desastrada assim.
- É eu sou mesmo. - falei sorrindo.
- Vocês e as outras meninas são muito divertidas, acho que posso dizer que essa foi a entrevista mais divertida que eu já dei.
- Uh você não viu nada, com aquelas ali não tem como não rir. A então, às vezes tem um humor negro e fala demais.
- Você tá falando isso por causa do que ela disse? Que você derrubou a câmera por minha causa?
- Pois é ela não deveria ter falado aquilo.
- Tá tudo bem. Mas o que ela disse é verdade?
- Que?! Ah não, nada a ver, ela tava só brincando.
- Que coisa, porque eu tenho quase certeza que vocês estavam falando alguma coisa sobre mim, só não consegui entender direito o que, lá de cima do palco.
- Nossa eu nem lembro do que a gente tava falando, não era nada importante.
- Se você diz. Me diz uma coisa, a revista pra qual vocês trabalham fica em Nova York não?
- Fica sim, a redação fica próxima a Times Square.
- Ah sei. Eu moro em Nova York, sabia?
- Sério? Não sabia não.
- Eu adoro aquela cidade.
- Eu também, mas eu sou meio suspeita pra falar porque eu nasci e cresci em Nova York.
- Engraçado a gente nunca ter se esbarrado por lá.
- Ah Nova York é uma cidade muito grande né.
- Eu sei, mas eu digo porque você trabalha em uma revista, tem bastante contato com famosos.
- Pensando por esse lado, você tem razão, é engraçado nunca ter encontrado você pessoalmente.
Um pequeno silêncio se instalou entre nós, aqueles olhos azuis me encarando, mas foi quebrado quando e chegaram me procurando.
- Caramba , você...- começou a falar, mas se calou assim que viu Sebastian.
- Desculpe, viemos atrás de você porque você tava demorando. - falou constrangida por ter interrompido nossa conversa.
- Nós achamos que você tinha morrido sabe. - completou.
- Não eu não morri, eu já estava indo.
- Desculpe meninas, a gente se esbarrou e começamos a conversar, acabei segurando ela por aqui.
- Sem problemas, você pode segurar a quando quiser.
- ! - falei revirando os olhos. - Eu acho melhor nós irmos, mais uma vez desculpa o esbarrão.
- Sem problemas, quem sabe a gente se esbarra em Nova York.
- É quem sabe.
- Foi um prazer conhecê-la. - Sebastian falou me estendendo a mão.
- O prazer foi meu. - falei apertando a mão dele.
- Até mais meninas!
- Até! - e responderam em uníssono.
Eu sai arrastando as duas pra longe da área dos banheiros.
- O que foi isso? - perguntou.
- Nada, só esbarrei com ele.
- E então vocês viraram melhores amigos? - perguntou.
- A gente tava só conversando.
- Aham sei. - falou arqueando a sobrancelha.
- ele é gato, você podia investir.
- E você podia parar de querer dar uma de cupido. A única coisa que quero agora é terminar as entrevistas e ir pro hotel ok?!
Nós seguimos pra área da imprensa e fizemos mais algumas entrevista. Depois fomos embora da convenção e paramos pra comer antes de voltar pro hotel. Quando chegamos ao hotel eu me joguei na cama, só queria descansar até a hora do jantar. À noite saímos pra comer uma pizza e até cogitamos ir a um barzinho, mas estávamos realmente exaustas. O melhor a fazer foi voltar pro hotel e dormir, afinal, no dia seguinte ainda tinha o último dia da convenção. O meu corpo sentia o cansaço do dia e eu estava com sono, mas mesmo assim demorei para dormir. A verdade é que eu passei o resto do dia desatenta e quando deitei pra dormir não conseguia parar de pensar no que havia acontecido naquele dia. As cenas se repetiam na minha cabeça e ele, Sebastian, tomava conta dos meus pensamentos. Ele era realmente muito bonito, muito simpático e parecia um cara muito legal pra se conviver. Quando finalmente consegui pegar no sono, sonhei com aquele rosto perfeito, aquele buraco no queixo e aqueles olhos azuis aonde eu certamente poderia mergulhar sem pensar.
Na manhã seguinte fomos para o último dia de convenção. Correu tudo tranquilo, já que os principais painéis tinham sido na sexta e no sábado. Quando terminamos nosso trabalho por lá, fomos pro hotel pegar nossas coisas e fazer check out. Seguimos de volta para Los Angeles de carro para pegar nosso vôo rumo à Nova York. Eu só conseguia pensar na minha casa, na minha cama, precisávamos descansar já que no outro dia já era segunda, dia de voltar pra redação. Largamos as malas de qualquer jeito quando chegamos em casa e desmaiamos. Quando o relógio tocou na segunda de manhã nossa vontade era continuar dormindo, mas né, a responsabilidade nos chamava. Pra nossa sorte a semana foi bem tranquila na redação, fizemos a edição da matéria sobre a D23 com calma e sem pressão por parte do nosso chefe. Apenas na quinta-feira no final do expediente que surgiu algo realmente importante para fazermos.
- Hey bonitinhas! - disse se apoiando na baia que dividia minha mesa e da . - Acabei de cruzar com nosso chefinho e ele me avisou que temos um editorial pra fazer amanhã. Eu fotografo, vocês fazem a matéria.
- Nossa adoro quando nosso chefe avisa as coisas em cima da hora pra gente. Só que não! - disse.
- Editorial de que ? - perguntei.
- Da matéria da capa desse mês.
- Ué, mas eu pensei que a matéria de capa fosse a nossa cobertura da D23 Expo.
- Pensou errado minha cara . Nossa cobertura vai ser destaque na capa, mas não vai ser a capa em si.
- Que legal hein, trabalhamos o final de semana todo pra no fim ainda termos que fazer a matéria da capa. - falei encostando na minha cadeira, frustrada.
- Eu não entendi direito sabe, mas o chefinho disse que a matéria de capa tem alguma coisa a ver com nossa cobertura da D23.
- E o que isso significa? - perguntou.
- Sei lá gente, ele só falou pra mim: Escrava você não nasceu rica, então amanhã você vai estar aqui logo cedo pra fazer o editorial. E eu como boa escrava respondi: Sim senhor! - disse arrancando risadas de mim e da .
- Palhaça! - falei ainda rindo.
- Que foi? Eu tô falando sério, ele não falou com essas palavras, mas foi exatamente isso que ele quis dizer.
- Bom então é melhor as escravas irem pra casa descansar né. - falou.
- Aí vamos, por favor. - falei desligando meu computador. - Oh , o chefe não deu mais detalhes pra gente fazer um roteiro de perguntas não? Pra entrevista eu digo.
- Ah ele disse pra vocês ficarem tranquilas que já tem um roteiro pronto e que amanhã de manhã ele manda entregar pra vocês.
- Então tá né, se ele diz.
Fomos pra casa sabendo que o dia seguinte seria corrido. Mas apesar disso eu estava feliz que a sexta-feira finalmente estava chegando. Sexta era o melhor dia da semana na redação, mesmo com muito trabalho, todo mundo trabalhava com um ar mais relaxado, combinando happy hour, programando o final de semana, era um clima de descontração total. E sexta também era o dia que eu me dava uma folga quanto ao look, ia trabalhar com roupas mais confortáveis e dispensava o bendito salto alto. Quando acordei na sexta tomei um banho e vesti minha calça jeans preta de cintura alta, eu adorava aquela calça, tinha uns rasgos discretos na coxa e era muito confortável. Pra completar coloquei uma blusinha branca de manga cumprida toda furadinha e meu all star de couro branco. Depois de tomar café eu e as meninas seguimos pra redação.
- Gente será que da tempo de eu mandar um e-mail rapidinho antes de ir pro estúdio? - falei correndo até minha mesa.
- Dá sim, nós estamos no horário. - falou.
- Beleza, então vou mandar e já corro lá pro estúdio.
- A gente vai indo pra adiantar, te esperamos lá ok? - falou e seguiu com a pro estúdio de fotografia da revista.
Sentei na minha mesa e liguei meu computador. Prendi meu cabelo num coque frouxo enquanto o Windows iniciava. Abri meu e-mail e mandei a mensagem o mais rápido que pude, bloqueando meu computador em seguida e correndo pro estúdio. Peguei o elevador e subi dois andares, onde ficava o estúdio.
- Bom dia, ! - Sarah, a secretária do meu chefe, me cumprimentou ao cruzar comigo no corredor.
- Bom dia, Sarah!
- Acabei de deixar no estúdio com a o roteiro pra entrevista do editorial.
- Ah que ótimo, estou indo pra lá pra começarmos.
- Vocês são mesmo muito sortudas, sempre fazem as melhores matérias!
Não entendi bem o que ela quis dizer, mas não estava com tempo agora, então só sorri em resposta. Mas quando entrei no estúdio entendi do que ela estava falando e também por que havia um burburinho tão grande das nossas colegas de trabalho quando chegamos. Era ele, era mesmo ele que estava ali parado usando uma jaqueta de couro preta e óculos escuros. A barba estava bem mais rala do que no dia da D23, dava para ver que havia sido aparada, e isso deixava o buraco no queixo dele ainda mais evidente. Eu não conseguia me mexer, por sorte a me viu e veio até mim.
- Vocês sabiam que o editorial era com o Sebastian? - perguntei quando se aproximou.
- Claro que não, nós soubemos no exato momento em que chegamos aqui no estúdio.
- E por que você não ligou na minha mesa pra me avisar?
- Eu tentei, mas você já não estava mais lá.
- ? - Sebastian disse se aproximando.
- Dá licença, eu vou ali ajudar a ou qualquer coisa. - disse saindo em seguida.
- Oi. - falei tentando formular alguma frase coerente na minha cabeça.
- Oi! Parece que finalmente nos esbarramos em Nova York, hein?! - Sebastian falou tirando os óculos e pendurando os mesmos na camiseta.
- Por que você não me disse aquele dia na convenção que iria fazer uma matéria pra nossa revista?
- Porque eu não sabia, me ligaram na quarta pra agendar a matéria.
- Ah que bom, pelo menos nós não somos as únicas que ficamos sabendo das coisas na última hora. - falei arrancando uma gargalhada gostosa de Sebastian.
- Você tá muito bonita sabia?
Naquele instante me lembrei que eu estava vestida pra sexta-feira, ou seja, nada glamurosa. Droga, cadê meu salto alto?
- Ah para, eu tô normal, toda largada.
- Uma mulher não precisa estar toda produzida pra ficar bonita. Você é naturalmente bonita.
Pra variar eu comecei a corar nessa hora, estava virando hábito.
- Eu fiquei bem feliz quando descobri que a matéria era pra revista que você trabalhava.
- É mesmo? Por quê?
- Fiquei pensando que provavelmente eu ia te encontrar por aqui.
- E você queria me encontrar?
- Queria sim, já estava até pensando em como te encontrar nessa cidade tão grande, mas parece que o destino deu uma ajudinha.
Antes que eu pudesse perguntar por que ele queria me ver, a voltou.
- Desculpe interromper, mas é que precisamos começar a matéria.
- Claro, vamos. - falei e fui atrás da minha irmã.
Eu e a fizemos a matéria com Sebastian, seguindo o roteiro que nosso chefe preparou e acrescentando mais algumas perguntas por nossa conta. Eu posso até estar ficando meio louca, mas tive a impressão de que Sebastian me olhava durante toda a entrevista, até mesmo quando a que fazia a pergunta. Quando terminamos, preparou as câmeras dela pra fazer o ensaio fotográfico de Sebastian.
- Onde você vai? - falou quando me viu indo para porta do estúdio.
- Voltar pra minha mesa.
- Não vai não, você e a sempre ficam pra ver os ensaios. Pode ficar aí quietinha, oras.
Fiquei ali de pé olhando aquele homem maravilhoso trocando de look e fazendo pose pras câmeras de um jeito tão natural, como se ele fizesse aquilo todo dia.
- Você tá bem maninha? - sussurrou pra mim segurando o riso.
- Eu tô ótima, por que não estaria?
A verdade era que eu estava meio hipnotizada e de repente aquele estúdio parecia quente demais. Peguei um copinho descartável perto do bebedouro e enchi de água gelada. Tomei um longo gole e depois fiquei parada segurando o copo, olhando novamente para o Sebastian.
- ! - chamou de repente, me fazendo apertar o copo que estava na minha mão e derramar o resto da água.
- O que é??? - falei entre dentes.
- Nada não, foi só pra te despertar do transe. - respondeu rindo acompanhada de .
- Você já acabou as fotos querida? - falei irônica.
- Já sim, já tenho fotos suficiente pra matéria.
- Ótimo, agora se me dão licença preciso ir me secar. - eu disse indo em direção à saída do estúdio.
- espera. - Sebastian me chamou.
Parei perto da porta e me virei para ele.
- Foi muito bom te ver novamente.
- Sim, foi ótimo te encontrar de novo.
- Agora que sei onde você trabalha, fica fácil te encontrar.
- Você pode encontrar ela quando quiser! - falou enquanto arrumava suas coisas.
- intrometida, ninguém te chamou na conversa! - falei já corada de vergonha. - Tem ouvido de tuberculoso essa aí.
- Tem mesmo. - Sebastian falou rindo. - Mas eu posso mesmo te encontrar quando quiser?
- Pode, claro que pode.
- A gente se vê então.
Sebastian então se inclinou e depositou um beijo suave em minha bochecha. Se eu já estava vermelha antes, agora eu era praticamente um cosplay de pimentão.
- A gente se vê. - falei e sai em seguida.
Desci de volta para o meu andar e sentei em minha mesa, ainda meio boba com aquele simples beijo no rosto. Alguns minutos depois, também voltou pra mesa dela acompanhada de .
- E aí já se recuperou? - perguntou divertida.
- sua bandida, eu juro que se você fizer mais uma dessas gracinhas, eu vou enfiar sua cabeça na privada!
- Você devia me agradecer sabe, tô tentando desencalhar você!
- Então pare de tentar me desencalhar, deixa que eu cuido da minha vida amorosa sozinha.
- Deixo não, porque você solteira perturba demais eu e a .
- Por isso que eu te amo ! - falou rindo.
- Senhor me ajuda com essas duas!
Voltei minha atenção pro meu computador, mas a verdade é que minha cabeça não parava de pensar no Sebastian. As coisas estavam começando a ficar meio bagunçadas dentro de mim e eu ainda não sabia dizer se aquilo era bom ou ruim, talvez só o tempo pudesse me responder.
Quando o dia finalmente acabou, eu só pensava em voltar pra casa, talvez ficar enrolada na minha cama vendo algum dos meus filmes favoritos fosse uma boa opção.
- Aí nem acredito que vamos pra casa. - falei desligando meu computador e arrumando minha bolsa.
- Vamos sim, mas só pra nos arrumar. - falou enquanto esperava eu e a pra ir embora.
- Nos arrumar pra que?
- Você não falou pra ela ?
- Não tive a oportunidade.
- Do que vocês estão falando?
- A gente combinou de sair hoje, vamos no VIP Room curtir a sexta-feira! - falou animada.
- Ah não, nem pensar, eu tô cansada, quero ficar em casa!
- Quer mas não vai! Para de ser velha , vamos aproveitar a noite.
- eu posso aproveitar minha noite dormindo.
- Qual é , vamos lá, uma noite de garotas. Não aceitamos não como resposta. - falou.
- Ok, eu vou, mas não vou voltar pra casa de manhã não.
- Sem problemas, o importante é você ir. - falou.
- Pelo menos lá tem lugar pra eu sentar né.
- Sua cansada. - falou e eu mostrei a língua pra ela.
Chegamos em casa e começamos aquela saga pra nos arrumarmos. Roupas jogadas pela cama, maquiagem espalhadas no banheiro e nos quartos e nós três desfilando de toalha pela casa.
- Eu não sei que roupa por. - falei olhando pro meu guarda-roupa.
- Se eu fosse você, eu ia bem sexy. - falou parando na porta do meu quarto.
- E por que eu deveria ir sexy?
- Vai saber né, vai que você encontra um gato por lá. Você viu hoje o que dá estar desprevenida.
- eu não vou encontrar o Sebastian por lá. E pra sua informação ele disse que eu estava muito bonita hoje.
- Uh, interessante!
- Para de encher vai! - falei tacando um travesseiro em .
Fucei mais umas roupas no armário e achei algo que me agradou.
- Hey, o que vocês acham? - falei chamando as meninas no corredor onde ficavam os quartos.
Elas colocaram a cabeça pra fora do seus respectivos quartos.
- Acho que vou por essa saia curta de cintura alta nude clara com essa blusinha de alça larga verde. Eu tenho um sapato nude claro da mesma cor da saia.
- Olha gostei, a saia é bem colada, vai deixar seu corpo de sereia. - falou.
- Gostei também maninha, aprovado.
Coloquei a roupa então e fui terminar de me arrumar. Fiz uma maquiagem bem marcada pra noite e deixei meu cabelo solto, prendendo minha franja num topete alto.
- Tô pronta meninas! - falei aparecendo na sala.
- Aí que ótimo, vamos descer que o já deve ta chegando pra nos pegar.
- Como assim o , ? Ele vai?
- Vai sim, achei que tinha dito.
- É e o vai encontram a gente lá na porta da VIP Room.
- Como assim? Vocês disseram que era noite de garotas!
- É uma noite da turma toda. - falou.
- Eu me recuso a ficar segurando vela pra vocês!
- Você não vai segurar vela , os meninos são seus amigos também.
- , eu não vou! - falei sentando no sofá e cruzando os braços emburrada.
- Você vai sim, você já tá até pronta! Vamos , por favor. - falou me puxando do sofá.
- Ok, eu vou. Mas se vocês começarem de muito agarramento, muito amorzinho, eu juro que volto pra casa, porque eu não tenho vocação pra castiçal!
Descemos até a portaria do prédio e já estava nos esperando no carro.
- Oi amor! - disse entrando no banco da frente e beijando , enquanto eu e entrávamos no banco de trás.
- E aí meninas tudo bem?
- Tudo ótimo! - respondeu.
- Tudo certo. - falei meio desanimada.
- Que foi cunhadinha?
- Ela tá de bico porque estamos levando ela pra sair com casais. - respondeu.
- Peraí, o vai também?
- Vai sim, vamos encontrar ele na porta do bar. - respondeu.
- Ah que máximo, adoro aquele cara!
- Viu só , capaz de eu e a ficarmos de vela com vocês, porque é um amor entre esses dois.
- Pô, o é meu grande amigo meu, não me conformo como você enrola ele .
- Mas gente que mania de querer que eu peça o em namoro, noivado, casamento. Casa com ele você !
- Olha que eu caso mesmo hein!
- ! - falou se fazendo de indignada.
- Ah amor relaxa, eu caso com ele, mas você continua sendo minha amante.
- Eita que dai já vira suruba. - falou.
- Olha até que não seria uma má ideia hein, eu, o , o . - falou rindo.
- Não seria uma má ideia eu dar três tapas na sua cara também né ! - falou.
- Vocês são terríveis. - falei rindo.
- Somos mesmo, mas pelo menos arrancamos um sorriso de você. - falou me olhando pelo retrovisor.
Assim que chegamos no bar vimos já nos esperando na entrada. Nos cumprimentamos e entramos na casa que já estava lotada de gente.
- Opa é hoje que eu encho a cara com umas duas doses de tequila de novo! - falou.
- Ah não nem pensar, hoje eu não vou deixar você tomar duas doses de tequila. - falou.
- E eu posso saber por quê?
- Porque na semana passada você tomou e deu maior vexame. Você tentou beijar um cara que era claramente gay, eu tive que te arrancar do bar porque você queria levantar a blusa pro barman e quando a gente tava indo embora você falou pro segurança que eu tinha te desonrado, tirado sua virgindade.
Nós explodimos em gargalhadas com esse relato do .
- Eu fiz isso? Mas que calúnia!
- você não tinha nos contado essa parte da sua noite. - falei ainda rindo.
- Claro que ela não deve ter contado, porque provavelmente ela não lembra. - falou.
- , eu lembro do que a gente fez quando chegamos na sua casa e é isso que importa.
- Você é um santo cara. - falou rindo.
- Ok já podemos parar de me zoar tá, não vou tomar duas doses de tequila. Uma dose pelo menos tá liberada?
- Uma dose sim, com uma dose dá pra te controlar. - falou.
- Então vamos pro bar beber por favor! - falou.
Seguimos todos pro bar e encostamos perto do barman pra fazer nossos pedidos.
- Mas olha só quem tá aqui! - falou olhando para alguém atrás de mim. - Sebastian!
Eu achei que a estava brincando claro, qual era a chance de encontrá-lo aqui? Mas quando me virei fiquei em choque ao ver que não era brincadeira, ele estava ali bem atrás de mim, lindo, com uma calça jeans preta justa e uma camisa azul, a manga dobrada até o cotovelo, a cor da camisa realçada ainda mais o azul dos olhos dele.
- Oi meninas! - Sebastian falou.
- Oi Sebastian, que bom que você veio. - falou. - Esse aqui é meu namorado, .
- E aí menino! - falou. - Esse aqui é o .
- Seu namorado? - Sebastian perguntou.
- Aí eu não sei porque vocês insistem em usar títulos na vida. e eu fomos feito um pro outro, mas ele tá mais pra ficante fixo. - respondeu fazendo Sebastian rir.
- Sebastian, o que você tá fazendo aqui? - falei tentando sair do choque.
- Ué, eu vim encontrar vocês.
- Como assim?
- As meninas não te falaram?
Virei pra encarar a e a , as duas fazendo cara de inocentes.
- Vocês duas, venham comigo um minuto! - falei indo para um canto e levando as duas comigo.
- O que é que vocês não me contaram?
- Eu quero dizer que foi tudo ideia da !
- Nossa valeu . E eu quero lembrar que você foi minha cúmplice!
- Parem vocês duas e me contem de uma vez!
- Então , é que quando você saiu lá do estúdio eu falei pra que a gente podia sair a noite e daí o Sebastian ainda estava por lá, então eu chamei ele pra vir.
- Não acredito que vocês fizeram isso!
- , a gente só tá tentando te ajudar. - falou.
- Eu sei, mas vocês podiam pelo menos ter me contado, pra eu me preparar, vocês viram como eu fiquei desconcertada por encontrá-lo sem esperar hoje na redação.
- A gente não contou pra você não ter desculpas pra fugir.
- qual o problema? Ele é gato e muito gente boa. - falou.
- Eu sei, é só que ele não é qualquer cara sabe, ele é ator, famoso.
- O também é famoso. - falou.
- E o também.
- Eu sei meninas, mas as coisas aconteceram de forma natural pra vocês não? Eu só queria deixar acontecer naturalmente também.
- Você tá brava com a gente? - perguntou.
- Não, não tô, só não façam isso de novo. Agora vamos lá porque tem três caras lindos nos esperando. - falei rindo.
Voltamos para o bar e , e Sebastian estavam num papo animado.
- Nossa a gente sai por dois minutos e vocês já são melhores amigos? - disse divertida.
- Você sabe que a gente pega amizade fácil né?! - respondeu.
- Mas e aí, vamos ou não pedir aquelas doses de tequila? - falou.
- Moço, por favor, seis doses de tequila prata! - falou.
- Seis não , só cinco, tô dirigindo. - falou se fazendo de triste.
Logo o barman trouxe as cinco doses de tequila e uma smirnoff ice bem sem graça pro pobre do . Nós fizemos um brinde e mandamos a tequila pra dentro em meio a muitas risadas.
- Eu tenho que te dizer uma coisa. - Sebastian falou para mim.
- O que?
- Você tá muito, muito linda.
- Ué, e o que aconteceu com aquele papo de hoje mais cedo, sobre uma mulher não precisar estar toda arrumada pra estar bonita?
- Eu não estava mentindo, você é realmente naturalmente linda. Mas arrumada você fica extremamente maravilhosa. - Sebastian disse me fazendo sorrir.
Agradeci por estar escuro no bar, porque certamente eu estava corada.
- Gente acho que a tequila já subiu! - falou divertida.
- Ela tá bêbada com uma dose de tequila? - Sebastian perguntou.
- Ela é fraquíssima pra bebida, nem queria saber o que ela faz com duas doses. - falei rindo.
- Vamos pra pista dançar gente! - falou puxando .
e seguiram logo atrás deles.
- Quer dançar? - Sebastian perguntou me estendendo a mão.
- Claro! - falei pegando a mão dele.
Dançamos, curtimos e demos muita risada pelo resto da noite. Por volta das três da manhã, decidimos que era hora de ir embora.
- eu vou dormir na casa do tá? - falou enquanto esperávamos o carro de ser trazido.
- Sem problemas.
- E eu vou dormir na casa do . - falou. - Você nos deixa lá ?
- Claro, vou deixar primeiro a , depois levo vocês.
- Não se preocupem, eu levo a . - Sebastian falou.
- Você tá de carro? - perguntei.
- Não, eu vou pegar um táxi. Mas você pode vir comigo, primeiro o táxi deixa você, depois me leva em casa.
- Ta bom então. - falei sorrindo. - Bom gente, boa noite pra vocês então!
- Boa noite! - o restante do grupo respondeu em uníssono.
- Sebastian leva a pra sua casa! A gente deixa! - falou quando já estávamos entrando no táxi.
- dá um banho frio nessa doida! - falei alto antes de fechar a porta do táxi.
- Deixa comigo !
Seguimos conversando até minha casa. Quando o táxi parou na porta do meu prédio, rolou aquele momento de silêncio.
- Então é aqui que você mora? - Sebastian falou quebrando o silêncio.
- É sim, eu e as meninas.
- Tá entregue então.
- Muito obrigada.
- Será que eu posso pegar seu telefone?
- Você quer meu telefone?
- Quero sim. Anota seu número aqui no meu celular e me deixa anotar meu número no seu celular. - Sebastian disse me entregando o aparelho.
Entreguei meu celular pra ele também e nós trocamos números.
- Eu vi que as meninas te chamam de . Eu posso te chamar assim?
- Só se eu puder te chamar de Seb.
- Combinado!
- Boa noite então Seb.
- Boa noite .
Eu me inclinei e beijei a bochecha de Sebastian, antes de abrir a porta do táxi e sair. Entrei no prédio e segui pro elevador, ainda sentindo o olhar de Sebastian sobre mim. Naquela noite nem me importei de dormir sozinha, deitei na minha cama ainda pensando no Seb e quando adormeci sonhei com ele. Acordei tarde me sentindo leve e feliz, e quando estava na cozinha preparando meu café, ainda de pijama, as meninas chegaram em casa.
- Bom dia ! - elas entraram em casa falando alto.
- Bom dia. - respondi meio aérea.
- E aí amiga conta tudo!
- Tudo o que ?
- Você e o Sebastian oras.
- Não aconteceu nada.
- Como assim nada? - falou indignada.
- Nada ué. Quer dizer a gente trocou telefone, mas foi só.
- Caraca como é que você deixa aquele homem lindo vir te trazer em casa e não da nem um beijo nele? - falou.
- Gente deixa comigo, eu sei o que eu to fazendo, tá. Foi muito legal a noite de ontem, vamos deixar rolar daqui pra frente.
- Ok então né. - disse dando de ombros.
Nós passamos o sábado em casa descansando. Mais pro final do dia, Seb me mandou uma mensagem, nós ficamos conversando um pouco pelo whats e ele perguntou se eu ia fazer alguma coisa no dia seguinte. Como eu não tinha nada pra fazer, nós combinamos de dar uma volta juntos. No dia seguinte levantei, tomei café e me arrumei, coloquei um vestido azul marinho com detalhes em branco curto, rodado do quadril pra baixo e com a alça caída estilo cigana. Coloquei uma sapatilha da mesma cor do vestido e um lenço azul no cabelo solto, amarrando com um nó em cima. Fiz uma maquiagem bem leve e passei um brilho rosa na boca. Quando já estava pronta pra sair, as meninas acordaram.
- Aonde você vai? - perguntou pegando leite na geladeira.
- Vou sair com o Seb.
- Com quem? - perguntou esfregando os olhos.
- Com o Sebastian.
- É o que??? - as duas falaram subitamente acordadas.
- A gente tava conversando ontem pelo whats e ele me chamou pra dar um passeio.
- E você não contou nada pra gente? - falou.
- Vocês não são as únicas a fazer surpresas nessa casa. - falei rindo. – Bom, eu já tava de saída. Beijos, não me liguem!
Saí pela porta deixando e com cara de taxo. Seb estava me esperando na porta do prédio.
- Bom dia! - falei.
- Bom dia! E aí, pronta pra dar um passeio comigo?
- Aonde nós vamos?
- Pro Central Park!
Nós passeamos pelo Central Park, rindo e nos conhecendo melhor. Seb alugou um barco pra darmos uma volta pelo lago, aliás, ele era péssimo remando, foi difícil sair do lugar. Ele ficou morrendo de vergonha, mas eu achei tão fofo e ri da cena. Depois do Park a gente parou num StarBucks pra comer, Seb me contou sobre as coisas que ele gostava e quis saber tudo sobre mim também. No final da tarde, ele me deixou em casa.
- Obrigada, foi um dia muito bom.
- Eu que agradeço, você é uma garota incrível . Eu espero que a gente possa se ver mais.
- Também espero. A gente se fala então.
Dei um abraço apertado em Seb e um beijo estalado na bochecha dele.
- Até mais! - falei.
- Até!
Subi pro meu apartamento e encontrei e jogadas no sofá.
- E aí??? - elas falaram assim que entrei.
- Vou contar tudo pra vocês, mas já adianto que não teve beijo na boca nem nada.
- Aff fala sério ! - falou.
- Shiu, deixa eu contar.
Contei pras meninas como tinha sido nosso dia e como eu estava gostando cada vez mais da companhia de Sebastian.
- Ai meu Deus já vi tudo, quando vocês se tornarem um casal, vão ser aqueles casais fofos. - falou.
- E quem disse que nós vamos nos tornar um casal?
- Eu e a dizemos. Mas até que é bom, nós precisamos de um casal fofo no grupo.
- Vocês são demais sabia. - falei rindo.
A noite eu e as meninas fizemos o jantar e depois de comer eu fui cedo pra cama, fiquei assistindo séries até o sono chegar. Mas a verdade é que minha cabeça só conseguia pensar no Sebastian, como em tão pouco tempo ele havia ocupado minha mente. Talvez a tivesse razão, talvez eu devesse beija-lo e ver o que acontecia. Dormi pensando nisso, com um sorriso nos lábios.
A segunda-feira logo chegou e com ela mais uma semana de trabalho. Quando chegamos na redação, nossos colegas pareciam muito animados para uma manhã de segunda.
- Bom dia meninas! - Sarah nos cumprimentou.
- Bom dia! - respondemos em uníssono.
- Já viram seus e-mails hoje? - Sarah perguntou.
- Não, ainda nem tivemos tempo de ligar os computadores. - falei sentando em minha cadeira.
- Então eu vou adiantar pra vocês! Sexta-feira vai ter festa da revista, já tá todo mundo animado.
- Quer dizer que o nosso excelente primeiro semestre rendeu uma festa hein. - falou.
- Rendeu sim. Agora se me dão licença, tenho que ir antes que nosso chefe surte. - Sarah falou saindo em seguida.
- Aí adoro essas festas da revista! - falou. - Vou avisar o , ele tem que ir comigo.
- Boa ideia , vou levar o comigo também.
- Eu vou levar eu mesma. - falei irônica.
- Porque você quer oras. Por que você não convida o Sebastian? - falou.
- Ah não sei gente, será?
- Claro que sim, a tem razão, você tem que chamá-lo!
- Tá bom então, eu vou falar com ele.
- Tenho certeza que ele vai aceitar. - disse .
- Nossa gente tô pensando numa coisa aqui. - falei franzindo a testa. - Não tenho roupa pra ir nessa festa!
- Como assim ? Você tem um armário lotado de roupas!
- Eu sei , mas eu não tenho uma roupa boa o suficiente pra ir nessa festa especificamente!
- você não entendeu? Ela quer uma roupa nova pra impressionar o Sebastian.
- Ah tá, agora faz sentido.
- Não é nada disso gente.
- Claro que é, te conheço desde que você nasceu sabe. - falou.
- E eu também, desde as fraldas. Mas nesse caso eu acho digno sairmos durante a semana pra comprar roupas novas.
- Vamos sim, podemos combinar de ir na quarta.
- Ok, vamos então, mas tem uma condição. - falei já me animando com a ideia. - Você tem que recrutar o pra carregar nossas sacolas, não existe ninguém mais paciente que o cunhadinho pra isso.
- Aí sim!!! Leve o , por favor, , adoro as opiniões dele sobre roupas. - falou rindo.
- Tá bom, eu levo.
Mandei mensagem para o Sebastian no mesmo dia e ele me respondeu aceitando meu convite para ir à festa, o que me deixou muito animada. Na quarta depois do trabalho, eu e as meninas encontramos com e seguimos pro shopping.
- Olha esse vestido azul aqui é bonito. - disse segurando um vestido em frente ao espelho da loja. - O que você acha amor?
- Meu amor você fica linda com qualquer roupa.
- Ah , por favor, me ajuda né. Assim eu não decido nunca!
- Ok então, na minha opinião aquele lilás que você provou antes ficou perfeito.
- Olha, não é que você tem razão. Vou levar ele mesmo.
- Pois eu vou com esse pertinho básico. - disse pegando um vestindo na arara. - Eu gostei dele e, além disso, preto emagrece.
- E você , já escolheu? - perguntou.
- Não! Eu não acho nada que fique bom! - falei frustrada.
- Mas pelo amor você já provou uns 50 vestidos!
- Eu sei , mas nenhum deles ficou bom.
- Então vamos resolver isso já. - falou e chamou a vendedora da loja. - Moça a minha amiga aqui precisa de um vestido que a deixe elegante e sexy, um vestido pra impressionar sabe, porque ela vai numa festa acompanhada do cara que pode ser o futuro namorado dela.
- !
- O que é? Tô tentando ajudar.
A vendedora só ria da cena.
- Pode deixar, acho que tenho o vestido perfeito. - a vendedora falou saindo em seguida.
Ela voltou alguns minutos depois trazendo uma vestido absolutamente lindo.
- , olha só esse vestido! - falou.
- Nossa é lindo mesmo. - falei pegando o mesmo da mão da vendedora. - E eu adoro essa cor.
- O que você tá esperando? Vai provar logo. - falou.
Fui então pro provador vesti-lo. O vestido era vermelho e curto, sem manga, colado até a cintura, a saia do vestido abria a partir da cintura formando pregas e entre as pregas se escondiam dois bolsos, um de cada lado. Saí do provador para mostrá-lo pras meninas.
- ficou perfeito! - falou assim que viu.
- Ficou mesmo, parece que foi feito pra você.
- E você o que achou cunhadinho?
- Tá linda cunhadinha!
- Eu também adorei. Vou levá-lo!
Depois de comprar os vestidos, passamos numa loja de sapatos, com a roupa comprada foi bem mais fácil decidir o calçado. Eu comprei um scarpin de bico arredondado de verniz vermelho, ia ficar perfeito com o vestido.
- Bom agora que já compraram tudo, vocês querem comer alguma coisa? - perguntou.
- Eu quero sorvete! - falei parecendo uma criança. - Aquela sorveteria por quilo que tem aqui no shopping, quero várias bolas de sorvete com um monte de guloseimas em cima e muita calda de chocolate.
- Aí também quero! - falou.
- Gente pelo amor eu comprei um vestido e preciso entrar nele na sexta.
- Ah é só um sorvetinho.
- você fala isso porque come feito um trator e não engorda. Mas tudo bem, vamos ao sorvete né.
Nós fomos então pra sorveteria. Enchi meu pontinho dos meus sabores favoritos de sorvete e mais um monte de coisas gostosas. Depois escolhemos uma mesa e sentamos pra comer.
- Olha lá , se a conseguiu um namorado, você também consegue. - falou apontando para e , que pegavam sorvete do pote um do outro.
- Hey o que você quer dizer com isso ? - falou se fazendo de indignada.
- Simples oras, quando você conheceu o , você parecia uma ameba, não conseguia conversar por mais de dois minutos com ele.
- Ah nisso eu tenho que concordar com a . - falou. - Eu tentava puxar assunto com você e você não conseguia continuar a conversa, sério amor eu quase desisti.
- !
- Mas é verdade ué.
- Eu não tenho culpa que você só queria falar sobre como estava calor, ou sobre como não parava de chover, ou sobre por que as folhas das árvores são verdes. Na boa, você não puxava nenhum assunto coerente comigo.
- Eu estava tentando puxar qualquer assunto sabe. Até que eu finalmente percebi que não tava funcionando e agarrei você logo de uma vez e beijei.
- Graças a Deus que você fez isso , ou vocês estariam no zero a zero até hoje. - eu disse rindo.
- Viu só , se deu certo pra vai dar certo pra você.
- Eu já entendi . Se tiver que acontecer, vai acontecer.
O resto da semana se arrastou um pouco, parecia que sexta-feira não ia chegar nunca. E quando finalmente chegou, eu passei o dia uma pilha de tão nervosa, não pela festa, mas porque Sebastian ia comigo. Saímos correndo do trabalho no final do dia e fomos pra casa nos arrumar. Quando já estávamos prontas, o chegou pra nos buscar e combinamos de encontrar o e o Sebastian na porta da festa. O local da festa já estava lotado quando chegamos e o e o Sebastian já nos esperavam. Tenho que dizer que o Sebastian estava totalmente maravilhoso, ele estava com uma calça social azul escura e um terno da mesma cor, por baixo do terno usava uma camisa preta e um sapato preto social pra combinar.
- Uau, você está linda! - Sebastian disse assim que me viu.
- Você também tá. - falei sorrindo.
Seguimos pra dentro da festa, que já estava cheio de rostos conhecidos do pessoal da redação.
- Essa festa da revista é pra comemorar alguma coisa? - Sebastian me perguntou.
- Na verdade sim. Nós fechamos o primeiro semestre muito bem, ultrapassamos a meta de vendas e já começamos o segundo semestre muito bem também. Esse mês conseguimos grandes matérias, a próxima edição deve vender muito bem.
- A edição que eu sou a capa.
- Isso mesmo e também tem nossa cobertura da D23, vai ser sucesso.
- Então vamos brindar. - Sebastian disse pegando duas taças de champanhe de um garçom que passava.
- Vamos. - falei pegando uma das taças.
A festa rolou solta e nós nos divertimos bastante, dançando e dando boas risadas. Por volta da meia noite, Sebastian e eu decidimos sair da festa.
- A festa tá muito boa, mas o que você acha da gente fugir um pouco?
- Fugir pra onde Seb?
- Ah sei lá, andar por aí pela cidade.
Olhei para e para , as duas estavam distraídas com e .
- Vamos!
Saímos da festa e andamos pelas ruas de Nova York sem destino certo, conversando sobre nós. Sebastian me contou sobre a Romênia, o país onde ele nasceu, e até tentou me ensinar umas palavras em romeno, mas eu fui um desastre. Nós paramos em frente a uma loja de doces 24h, Sebastian comprou um pacote de jujubas, um dos meus doces favoritos. Então a gente parou em uma praça que ficava a umas quatro quadras do meu prédio, nos sentamos num banco e devoramos as jujubas. Estava um vento frio, então Sebastian colocou seu paletó ao redor do meu ombro.
- você é muito divertida sabia?Eu adoro conversar com você.
- Eu também gosto muito de conversar com você Seb, de estar na sua companhia.
- Sabe, desde que a gente se conheceu na convenção eu não consegui mais tirar você da minha cabeça. E não só porque você é linda, mas pelo seu jeito espontâneo de ser.
- Como assim?
- Geralmente as pessoas ficam cheias de dedos com os famosos, parece que somos de outro mundo. Mas você não, você agiu como se eu fosse um cara normal, o que na verdade eu sou mesmo.
- Você é mesmo e um cara muito legal.
- Tá vendo, por isso eu gosto de você.
- Você gosta de mim?
- Acho que é mais que isso. Adoro o seu senso de humor e a sua sinceridade, aliás, falando em sinceridade eu ainda vou descobrir o que você estava falando de mim que fez você derrubar a câmera.
- Você quer mesmo saber?
- Então você lembra? Você disse que nem se lembrava do assunto.
- Eu lembro, mas eu não ia te dizer aquele dia nem sob tortura, a gente tinha acabado de se conhecer!
- Ok, mas agora você pode me dizer. ,br> - Eu vou te contar.
Contei toda a história da convenção pra ele, o real motivo de eu quase ter quebrado a câmera.
- Então quer dizer que você quase quebrou a câmera da e ainda silenciou aquele auditório, tudo por que me achou gato? - Sebastian disse em meio a risadas.
- Não ri, tá? E qual a surpresa? Você sabe que é um dos caras mais bonitos e desejados de Hollywood.
- É o que dizem né. E você ainda me acha gato?
- Acho sim. E mais do que isso, fiquei muito feliz em descobrir que você é tão bonito por dentro como é por fora.
- Você também é linda e tem um coração enorme.
Sebastian aproximou seu rosto do meu.
- Tem alguma coisa rolando entre a gente, não?
- Acho que sim. - falei já completamente corada. - E o que você acha que é?
- Acho que eu posso estar seriamente apaixonado por você.
Eu suspirei e senti a respiração de Sebastian tocando meu rosto.
- É, acho que eu também estou me apaixonando por você.
Sebastian então me puxou pela cintura acabando com o pouco espaço que ainda havia entre nós. Ele encostou delicadamente seus lábios nos meus, eu fechei os olhos e então ele me beijou de verdade com toda vontade e desejo possível. Eu passei meus braços ao redor do pescoço dele e o puxei para ainda mais perto. Não sei dizer quanto tempo nós ficamos nos beijando, nos curtindo, só sei que já era tarde demais pra ficar na rua quando Sebastian foi me levar em casa. Ele me puxou pela mão e entrelaçou nossos dedos e seguimos assim por todo caminho. Quando chegamos na porta do meu prédio, eu não queria deixá-lo ir, mas me despedi mesmo assim.
- Muito obrigada pela noite, foi incrível!
- Eu que agradeço.
- Ah, seu paletó! - falei devolvendo pra ele.
Sebastian pegou o paletó e dobrou sobre o braço, me olhando em seguida. Me aproximei dele e nós nos beijamos novamente antes de subir.
- Boa noite Seb!
- Boa noite, minha ! - Sebastian disse me dando um último selinho que me fez sorrir.
Eu subi para o meu apartamento pisando em nuvens. Quando cheguei lá, as meninas já estavam em casa e pareciam desesperadas.
- pelo amor de Deus, onde você estava? - disse com ar de preocupação.
- Você sumiu da festa, a gente nem viu você sair! - completou.
- Eu estava por aí. - falei sentando no sofá, com um sorriso bobo no rosto.
- Eu liguei várias vezes no seu celular, mas você não atendeu. - continuou, agora um pouco irritada.
- A já queria ligar pra polícia.
- Ligou é? Eu não vi, devia tá no silencioso.
- você tá ouvindo o que a gente tá falando?
- Ih , pode parar, já entendi tudo. Olha pra cara dela de boba apaixonada, é óbvio que ela estava com o Sebastian.
- É isso ? Você estava com ele?
- Estava sim, a gente deu uma fugida da festa. Foi tão bom! - falei suspirando.
- Pronto, perdemos a nossa . Ela tá em alfa.
deu um tapinha na minha nuca.
- Aí! Por que você fez isso?
- Pra você voltar pra terra! Agora vai desembucha, conta tudo que aconteceu.
Contei tudo que havia ocorrido e as meninas vibraram de empolgação.
- Até que enfim esse beijo saiu! - falou.
- Tô tão feliz por você maninha.
- Eu também tô feliz por mim.
- Parece que em breve teremos uma ex solteira.
- Dessa vez tenho que concordar com você . - falei enquanto me levantava do sofá e ia em direção ao quarto. - Agora se vocês me dão licença, eu vou dormir. Boa noite amores!
- Boa noite! - elas responderam em uníssono.
Coloquei meu pijama e me joguei na minha cama, me enrolando nas cobertas. Eu estava tão feliz que poderia explodir, gritar. Dormi sonhando com os beijos de Sebastian, desejando mais do que nunca vê-lo novamente o quanto antes, pra que a gente pudesse repetir os beijos infinitas vezes.
Agradeci pelo dia seguinte ser um sábado, porque minha cabeça estava ocupada demais pra me concentrar em trabalho. Claro que passar o final de semana todo com Sebastian também não ajudou muito pra encarar a segunda-feira quando ela chegou, tudo que eu queria era continuar nos braços dele. Sabe como é quando a gente se apaixona, um dia longe já é suficiente para morrer de saudades. Por sorte Sebastian parecia sentir tanta falta de mim quanto eu dele e no meio da semana deu um jeito de ir me ver.
- , boa tarde. - falei atendendo meu ramal.
- , tem alguém aqui te esperando na recepção. - Anne, a recepcionista da revista, disse do outro lado da linha.
- Ok, já estou indo.
Desci até a recepção e encontrei um Sebastian lindo com um buque de rosas vermelhas na mão me esperando.
- Que você tá fazendo aqui? - falei cumprimentando ele com o selinho.
- Vim fazer uma surpresa, te buscar pra almoçar.
Peguei o buque da mão dele e senti o perfume das rosas.
- Gostou da surpresa?
- Adorei! Me dá só um minuto, vou na minha mesa deixar as flores e pegar minha bolsa, já volto.
Sebastian me segurou pelo braço.
- Não demora tá? - Sebastian disse me dando outro selinho, longo e delicado.
- Pode deixar.
Corri até minha mesa o mais rápido que pude.
- me faz um favor? Consegue um vaso com água pra por essas flores? Pode deixar no canto da minha mesa.
- Nossa, flores! O Sebastian tá aí?
- Tá sim, tô indo almoçar com ele. Depois a gente se fala! - falei pegando minha bolsa.
Já estava correndo pro elevador quando esbarrei com .
- Hey vai aonde?Já ta na hora da gente almoçar.
- Não vou almoçar com vocês hoje.
- Você vai nos abandonar? - falou se fazendo de ofendida.
- O Seb tá aí, vou almoçar com ele!
- Ah então tá perdoada. Vai, some da minha frente, tem um gato te esperando!
- Beijo !
Parei na recepção para chamar o Sebastian e nós descemos juntos no elevador.
- E aí o que você quer comer? Uma saladinha talvez?
- Salada? Eu tô morrendo de fome! Quero no mínimo um prato de pedreiro com tudo que eu tenho direito.
Sebastian começou a rir.
- Que foi?
- Eu já disse que você é perfeita? - Sebastian disse me puxando pra perto dele.
- Hoje ainda não. - falei sorrindo antes de beija-lo.
Eu poderia ficar naquele almoço o resto do dia, fazia muito tempo que eu não me sentia dessa forma, tão bem com alguém, tão especial. As meninas já haviam adotado Sebastian como parte permanente do nosso grupo, que agora era um sexteto. No sábado fomos todos juntos jantar no Bar 54 Rooftop Bar & Lounge, um dos rooftops mais badalados de Nova York.
- Então quer dizer que vocês estão oficialmente namorando?
- ! Você tá andando muito com a , tá ficando indiscreto que nem ela. - falei já vermelha.
- Que é ? Foi só uma pergunta.
- O tem razão em perguntar . - falou. - Temos que saber as reais intenções dele com você!
- Pelo amor , eu esperava isso vindo da minha irmã, não de você!
- Não seja por isso, eu me junto ao discurso do . - falou.
- E eu também, só pra te deixar mais envergonhada. - falou rindo.
- Meu Deus vocês são terríveis!
- Não tem problema , eles só estão preocupados com você. - Sebastian falou. - E respondendo a pergunta de vocês, ainda não foi feito nenhum pedido oficial, mas não seja por isso.
Sebastian segurou minhas duas mãos, eu me virei e olhei diretamente em seus olhos.
- , você quer ser minha namorada?
- Se eu quero? - falei sorrindo abertamente. - É claro que eu quero!
Nós então nos beijamos e só pude ouvir a comemoração dos outros na mesa, aplaudindo e fazendo festa. Depois do jantar, as meninas vieram me avisar que não iam dormir em casa, como se eu já não tivesse certeza disso.
- eu vou dormir na casa do ok? - falou enquanto esperávamos os carros serem trazidos do estacionamento.
- Sem problemas.
- E eu também não vou pra casa , vou dormir com o .
- Tudo bem meninas, eu já imaginava.
- O que é a pessoa apaixonada né, nem tá reclamando que vai ficar sozinha. - falou.
- É porque ela não tá mais sozinha né. - falou rindo.
- Aliás, olha aí uma ótima oportunidade pra você levar o Sebastian pra cama. - disse maliciosa.
- Oh , você tá querendo me ensinar como se namora é?Não precisa não que eu sei. Podem ir tá, olha lá os carros do e do já chegaram. Vão ser felizes e me deixem ser também!
- Mas essa menina tá muito abusada! - disse e eu mostrei a língua pra ela.
- Boa noite maninha! - falou arrastando consigo.
- Boa noite abusadinha. Não tenha juízo essa noite!
- Boa noite pras vocês!
Sebastian então se aproximou.
- Tá tudo bem aqui?
- Tá sim, elas só estavam me avisando que não vão dormir em casa.
- Ah então isso significa que você vai ficar sozinha?
- Exatamente.
- E você por acaso não quer ir lá pra minha casa?
- Claro. - falei sorrindo.
- Sério mesmo?
- Nunca falei tão sério.
- Bom então vamos, meu carro já chegou também.
Seguimos pra casa de Sebastian, confesso que eu estava meio ansiosa, cheia de borboletas no estômago. Quando chegamos no apartamento dele, Sebastian abriu a porta e jogou a jaqueta que vestia no sofá assim que entramos. Coloquei minha bolsa também no sofá enquanto Sebastian ligava o aparelho de som e conectava um pen drive nele.
- Olha só, você tem uma playlist com músicas dos anos 80! - falei assim que a primeira música começou a tocar.
- Fiz em homenagem a você, já que você disse que adora as músicas dessa época.
- É, eu gosto mesmo.
- Você quer beber alguma coisa? Um vinho talvez?
- Olha, eu não sou muito fã de vinho, mas se você tiver um tinto bem suave eu aceito.
- Tenho sim. Fica a vontade, vou buscar e já volto.
Tirei minha sandália, que estava me machucando e encostei-a num canto. Fui até a enorme porta de vidro que havia na sala observar a noite, a porta dava para uma sacada. Alguns minutos depois, Sebastian voltou trazendo na mão duas taças e uma garrafa de vinho tinto.
- O que você estava olhando? - Sebastian disse enquanto abria a garrafa.
- À noite, tá tão estrelada, a lua tão bonita.
- Não mais do que você, pode ter certeza.
- Você é suspeito!
Sebastian nos serviu e nós ficamos conversando, sentados no chão, bebendo vinho.
- Sabe aquele dia que você foi nos encontrar na VIP Room?
- O que tem?
- Gostei muito de dançar com você naquele dia. Eu achei que você era péssimo dançando, mas até que você sabe se mexer.
- Caraca que imagem que eu passo hein!
- Desculpa! - falei rindo.
- Mas no fundo você tem razão, eu não sou lá essas coisas dançando. Dançar em danceteria é fácil, é só se mexer no ritmo da música. E dançar junto também da pra enrolar, mas não me peça pra dançar um Tango ou uma Salsa porque seria um desastre!
- Vem cá! - falei levantando e estendendo a mão pra ele.
- Pra que?
- Vem dançar comigo, eu adoro essa música e é lenta.
- Dançar? Aqui?
- É! Vem logo!
Sebastian pegou minha mão e levantou. Depois ele me envolveu pela cintura e eu passei os braços ao redor do pescoço dele. Nós começamos a dançar no ritmo da música, nossas respirações muito próximas.
- Por que você ta me olhando assim? - falei olhando no fundo daqueles olhos azuis que eu tanto amava.
- Assim como?
- Como se quisesse me devorar.
Sebastian deu um sorriso de canto perfeito antes de responder.
- Talvez eu queira mesmo. - ele disse num sussurro.
Sebastian então me puxou contra seu peito e me beijou de forma voraz. Eu entrelacei meus dedos em seu cabelo enquanto correspondida ao beijo com toda paixão que havia em mim. Sebastian parou de me beijar e começou a distribuir beijos pelo meu pescoço chegando até o meu colo. Delicadamente ele tirou minha blusa e jogou no chão, eu fiz o mesmo com a camiseta dele admirando seu peitoral malhado por um momento e deixando alguns beijos por lá também. Eu me sentia tão pequena perto dele, minha cabeça batia exatamente na curva do pescoço dele, mas era uma sensação boa, pois quando ele me envolvia em seus braços eu me sentia protegida. Voltamos a nos beijar e fomos seguindo até o quarto. Quando entramos no quarto minha saia e a calça dele também foram parar no chão. Caímos na cama ainda abraçados, Sebastian beijava meu ombro enquanto tirava meu sutiã. Ele beijou toda minha barriga e foi subindo passando pelos meus seios, até encontrar minha boca novamente. Logo já não havia mais nenhuma peça de roupa entre nós e eu pude sentir ele finalmente dentro de mim enquanto arranhava suas costas. Quando chegamos ao clímax, Sebastian desabou ao meu lado e depois me puxou para junto de si, minha cabeça recostada em seu peito, eu conseguia ouvir seu coração batendo.
- Eu te amo. - Sebastian sussurrou baixinho.
- Eu também te amo. - falei sorrindo.
Nós passamos a noite juntos, nos amando e quando finalmente adormecemos, eu tive uma noite tão em paz como a muito tempo eu não tinha. No dia seguinte, Sebastian me acordou com direito a café da manhã na cama.
- Então quer dizer que você é um cavalheiro completo? - falei pegando uma torrada da bandeja.
- Eu tento né.
- Que foi que você tá olhando?
- Nada, só estou admirando como você é linda quando acorda.
- Mentiroso! Ninguém é lindo acordando.
- Nem eu? - Sebastian falou se fazendo de indignado.
- Você é bem fofo acordando, mas acorda com o rosto inchado e o cabelo bagunçado como todo ser humano.
- Aí que absurdo! - Sebastian falou e me derrubou na cama, me enchendo de beijos.
Com muito custo depois do café, eu tomei banho, me arrumei e voltei pra minha casa. Quando cheguei, e já estavam por lá.
- Bom dia minhas flores do dia! - falei me jogando no sofá.
- Veja só quem lembrou que tem casa. - disse irônica.
- Eu acabei de voltar do paraíso gente!
- Olha essa pele, esse sorriso, esse bom humor, tudo por conta de uma noite de muito amor. E ainda tem gente que não gosta de sexo, vai entender. - falou se sentando na poltrona.
- Ela tá tão feliz, será que a gente mostra pra ela agora? - perguntou.
- Acho quem sim, nada parece poder estragar esse bom humor. - respondeu.
- Do que vocês estão falando? - perguntei me sentando no sofá.
então pegou o celular dela, abriu o navegador e entrou na página de um site de fofocas. A manchete da matéria dizia: "Sebastian Stan desfila com a nova namorada e amigos pela noite de Nova York".
- Gente, eu virei notícia! Eu que vivo publicando notícias, agora sou parte delas.
- Vai se acostumando, você lembra quando eu comecei a namorar o , foi igualzinho.
- Bom eu não me importo, desde que não sejam notícias maldosas ou mentirosas. Eles não falaram nenhuma mentira aí, eu sou mesmo a namorada dele.
- Presta atenção nesse sorriso orgulhoso dela dizendo que é a namorada do Seb, . - falou apontando pra mim.
- Chega não caber no rosto o tamanho do sorriso. - falou e as duas riram.
- Haha, podem rir, eu estou mesmo muito, muito feliz. - falei mostrando a língua pras duas.
- Menina põe essa língua pra dentro ou eu corto ela fora e você não vai mais ter língua pra beijar o Seb! - falou.
- Não tenho medo de você! - falei e taquei uma almofada em .
Ela revidou e logo começamos uma guerra de almofadas, na qual a acabou entrando também, seguida de uma crise de risos. A verdade era que eu estava tão feliz que podia contagiar o mundo com a minha felicidade. E quando a gente está feliz, até as pequenas coisas nos fazem sorrir.
Fazia um pouco mais de um mês que eu e Sebastian estávamos juntos e tudo não poderia estar mais perfeito. Acordei em mais uma manhã de domingo e rolei pela cama de Sebastian, mas ele não estava lá. Pelo cheiro que vinha da cozinha presumi que ele já havia descido para preparar o café da manhã. Levantei e fui até a gaveta de camisetas de Sebastian, pegando uma camiseta branca e vestindo a mesma, já que eu estava só de calcinha e sutiã. Depois fui até o banheiro, escovei meus dentes, joguei uma água no rosto e fiz um coque frouxo, descendo em seguida até a cozinha. Sebastian estava de costas concentrado na frigideira a sua frente, usava apenas uma cueca boxer preta. Por mim ele viveria de cueca, com um corpo daquele pra que mais roupa? Admirei por um segundo aquela cena antes de chegar perto dele.
- Bom dia amor! - falei dando um beijo nas costas dele e roubando um bacon da frigideira em seguida.
- Bom dia minha linda! - Sebastian disse se virando pra me dar um selinho.
Fui até a bancada da cozinha e me sentei em um dos bancos altos.
- Tenho que dizer que esse cheiro tá chegando lá no quarto.
- Está com fome?
- É mais fácil você perguntar quando eu não tô com fome.
- É verdade.
Sebastian então dividiu os ovos mexidos com bacon em dois pratos e colocou um dos pratos na minha frente, o qual eu comecei a comer imediatamente. Ele se sentou logo em seguida de frente pra mim com o outro prato na mão e trazendo as torradas que havia acabado de tirar da torradeira.
- Eu sou mesmo uma garota de sorte. Tenho um namorado lindo, gostoso e que ainda por cima prepara ótimos cafés da manhã pra mim! - falei arrancando uma risada gostosa de Sebastian.
- É, pelo menos café da manhã eu sei fazer.
- Eu também não sou nenhuma chefe de cozinha, mas de fome a gente não morre não.
Nós devoramos o café da manhã enquanto conversávamos. Depois Sebastian retirou a louça, colocando tudo na pia. Eu me levantei do banco e me sentei diretamente na bancada.
- Mas então amor, o que você quer fazer hoje? - perguntei balançando minhas pernas.
- Olha meu amor, eu não pensei em nada em especial. - Sebastian disse vindo até mim. - Mas eu poderia muito bem ficar por aqui se você ficar comigo.
Sebastian parou bem no meio das minhas pernas, segurando minhas coxas. Eu então cruzei minhas pernas ao redor do corpo dele, trazendo-o para bem perto.
- Bom, eu não pretendo ir a lugar nenhum. - falei acariciando seus cabelos.
- Sabe que você fica muito sexy com a minha camiseta?
- Seb você me acha sexy de qualquer jeito!
- Eu não tenho culpa , é mais forte do que eu. Mas realmente a minha camiseta é sacanagem, ainda mais sabendo que você ta só de lingerie por baixo. - Sebastian falou e levantou a camiseta, beijando minha barriga.
- Sinto muito, mas não tem nada que eu possa fazer sobre isso. - falei sentindo cada pelo do meu corpo se arrepiar.
- Mas eu posso fazer alguma coisa.
- E o que você vai fazer?
- Eu vou começar tirando essa camiseta de você. - Sebastian falou puxando a camiseta pra cima e jogando-a no chão. - Depois eu vou te puxar dessa bancada direto pro meu colo.
- E depois? - falei com os braços ao redor do pescoço dele enquanto ele me segurava pelas coxas.
- Agora eu vou te levar lá pra cima e a gente não vai sair de lá tão cedo.
- Parece um plano. - falei antes de beija-lo.
E era mesmo o plano perfeito, aproveitar ao máximo a companhia um do outro antes de começar mais uma semana de trabalho, quando era mais difícil pra nos vermos devido a correria, embora a gente sempre acabasse dando um jeitinho. Às vezes parecia que por mais juntos que estivéssemos não tínhamos o suficiente um do outro.
No dia seguinte eu fui pra redação com as meninas, parecia só mais uma semana normal de trabalho, mas assim que chegamos meu chefe me chamou na sala dele.
- Com licença? - falei batendo na porta de Kevin, meu chefe.
- Bom dia , pode entrar!
- Bom dia Kevin! Você queria falar comigo?
- Queria sim. É sobre uma proposta.
- Que proposta? - falei me sentando a sua frente.
- É que estão precisando de uma editora chefe na filial da revista em Boston. E eu pensei se você não gostaria de assumir esse cargo.
Minha cabeça girou por um momento, seria ótimo o cargo de editora chefe, mas me mudar pra Boston? Era uma ideia totalmente inviável.
- Boston? Você diz me mudar pra Boston?
- Sim, se você aceitar o cargo terá que se mudar pra lá.
- Nossa Kevin eu fico muito feliz que você tenha pensado em mim, mas eu não posso me mudar pra Boston.
- Mas por quê?
- Eu adoro Nova York e não posso deixar tudo pra trás. Tem a , tem minha irmã e bom agora tem também meu namorado. - falei um pouco sem jeito. - Nós estamos juntos a pouquíssimo tempo, não posso nem cogitar a possibilidade de morar longe dele no momento.
Kevin abriu um sorriso solidário.
- Eu entendo , é realmente muita coisa pra deixar pra trás.
- De qualquer forma eu agradeço muito pela oportunidade.
- Imagine, você é muito competente no que faz, eu confesso que ficaria bem triste de não poder mais contar com seu trabalho se você aceitasse.
- Não precisa se preocupar, porque eu não vou embora. Agora se me da licença, vou começar a trabalhar.
- Fique a vontade.
Voltei para minha mesa e encontrei e ansiosas para saber o que Kevin queria comigo. Quando contei, elas quase caíram pra trás.
- Boston?Ele queria te mandar pra Boston? - falou.
- É pra filial de lá.
- Bom um cargo de editora chefe seria ótimo pra você não?! - falou.
- Seria, mas eu não preciso ir pra Boston pra conseguir outro cargo. Eu tô muito bem aqui gente e sem chance de deixar vocês.
- Além disso agora tem o Sebastian né?!
- Exatamente , nós começamos a namorar a pouco tempo, não tem como me separar dele agora.
- Tenho que dizer que no fundo fiquei feliz por você não ter aceitado. - falou. - Ia ser muito difícil ficar longe de você.
- Ninguém pode separar nosso trio imbatível. E ninguém pode separar também você do Seb, nem a gente consegue desgrudar vocês dois. - disse nos fazendo rir.
Mandei uma mensagem para o Seb contando sobre a proposta do meu chefe e assim como as meninas ele ficou muito aliviado de saber que eu não tinha aceitado. Na quarta-feira Seb foi me buscar no trabalho, nós havíamos combinado de ficar juntos na quarta porque na quinta Seb ia para o Canadá pra participar do Toronto Internacional Film Festival, pra fazer a divulgação de um dos seus novos filmes, I, Tonya. E eu só poderia ir encontrá-lo no festival na sexta à noite. Nós jantamos no apartamento dele e depois deitamos no sofá para assistir alguns filmes. Eu escolhi o primeiro filme, um bem clichê daqueles que eu gostava, de amor e com final feliz.
- E eles casaram e foram feliz para sempre. - Sebastian brincou quando o primeiro filme acabou.
- Eu gosto de finais felizes tá.
- Eu também gosto, mas não necessariamente com casamento.
- Ah amor é o que as pessoas fazem né, se apaixonam, vivem um romance e geralmente acaba em casamento. É a ordem natural das coisas.
- É tem razão, quando as pessoas querem se casar é mesmo a ordem natural.
- Você não quer casar um dia?
- Olha quando eu tinha uns 20 anos eu até pensava que casar, ter filhos, fosse uma boa ideia, mas hoje eu realmente não sei. Eu não acredito muito nessa coisa de casamento, como as pessoas tem necessidade de amar alguém à vida toda e pra provar isso precisam se casar.
- Como assim Sebastian? - falei me sentando no sofá.
- eu não tive muitos exemplos de sucesso sabe, meus pais se separaram quando eu tinha dois anos!
- E porque a história dos seus pais não deu certo a sua não vai dar também? Você tem que construir sua própria história Seb!
- Eu tô construindo, com você, mas a gente pode ser feliz namorando a vida toda não?
Foi nessa hora que eu fechei a cara e não consegui disfarçar minha decepção.
- E se eu te disser que meu sonho é casar e ter filhos?
- Tá falando sério?
- Muito sério. Eu sempre quis construir uma família e não vou abrir mão disso.
- Então nós temos um problema.
- Nós temos um grande problema! - falei me levantando. - Sabe eu tive alguns relacionamentos na vida, mas eu nunca me senti com ninguém como me sinto com você, eu realmente pensei que você pudesse ser o cara que eu esperei esse tempo todo!
- a gente não precisa brigar por causa disso, não é como se a gente fosse se casar amanhã sabe.
- Não, não é, mas eu espero me casar um dia e eu esperava que pudesse ser com você. - falei enquanto uma lágrima escapava do meu olho.
- Eu te amo , te amo de verdade, mas eu não acho que casamento signifique alguma coisa. É só um pedaço de papel, uma cerimônia!
- Significa pra mim! Não é pelo papel nem pela cerimônia em si, mas pelo significado que tudo aquilo tem pra mim. Como você pode dizer que gosta tanto de mim se não imagina um futuro comigo?
- Eu imagino um futuro com você, mas não o futuro que você imagina!
Eu já não conseguia mais controlar as lágrimas que desciam pelo meu rosto.
- Quando a gente ama alguém Sebastian, a gente faz de tudo pra ver esse alguém feliz. A gente passa a compartilhar dos mesmos sonhos que o outro e nos tornamos alguém melhor pra esse alguém. E pensamentos irredutíveis não cabem em uma relação de amor.
- Mas , assim como você quer isso pra sua vida, eu tenho o direito de não querer.
- Mas você não quer baseado na experiência alheia! Isso não faz sentido, você nem tentou sabe.
- Tentar pra que, pra quebrar a cara? Por que estragar o que está perfeito?
Eu coloquei meu sapato que estava largado num canto e peguei minha bolsa.
- Sabe, minha mãe sempre me dizia que em um relacionamento a gente tem que aprender a ceder, mas que isso vale pros dois lados. Se eu ceder a respeito de uma das coisas que eu mais desejo na vida, provavelmente vai ser eu quem vai passar a vida toda cedendo na nossa relação.
Me encaminhei em direção a porta, Sebastian veio atrás de mim.
- Aonde você vai?
- Vou pra minha casa.
- Mas eu pensei que você fosse ficar aqui essa noite.
- Eu também pensei, mas não vou. E eu também não vou te encontrar no festival na sexta à noite.
- Você tá terminando comigo?
- Não Sebastian, foi você quem acabou com tudo. - falei saindo em seguida sem olhar pra trás.
Nem sei dizer como consegui chegar até em casa, meus olhos estavam embaçados pelas lágrimas que caiam sem parar. Quando cheguei as meninas ainda estavam acordadas.
- Ué, você não ia dormir na casa do Seb? - perguntou me vendo entrar pela porta.
- O que aconteceu? - disse vindo até mim assim que viu meu rosto inchado de tanto chorar.
- Acho que acabou. - falei entre soluços.
- O que acabou? Você e o Sebastian? - disse completamente descrente.
- , o que aconteceu, pelo amor de Deus? - perguntou cheia de preocupação.
Comecei a contar o que havia acontecido e isso só me fez chorar mais ainda.
- Eu não tô acreditando! Ele precisava ser tão direito assim? - falou.
- será que vocês não conseguem concertar isso, conversando?
- Pra que ?Ele deixou bem clara a posição dele. E como eu vou investir num relacionamento assim?
- Mas você o ama!
- Eu sei , mas assim como aprendi a amar, vou aprender a viver sem.
e me abraçaram apertado.
- A gente tá aqui com você viu? - disse.
- Eu sei, mas eu prefiro tomar um banho e ir pra cama agora, preciso ficar sozinha.
Fui até o banheiro e tomei um banho demorado, a água quente caindo nas minhas costas, tão quente quanto minhas lágrimas. Depois fui até meu quarto, coloquei um pijama macio e me enfiei debaixo das cobertas. Agarrei meu travesseiro com tanta força até os nós dos meus dedos ficarem brancos, como se aquilo pudesse diminuir a dor. Tinha um buraco dentro do meu peito que não iria se fechar tão cedo. Deixei que as lágrimas continuassem caindo livremente, molhando toda minha fronha. Não sei quanto tempo fiquei daquele jeito, só sei que chorei até conseguir pegar no sono.

Sebastian's POV ON
Eu não consegui dormir direito a noite toda, aliás, desde que ela saiu pela porta da minha casa, eu não conseguia pensar em mais nada. Tinha um vazio tão grande dentro de mim, o vazio dela na minha cama, o vazio dela encaixando a cabeça na curva do meu pescoço ou deitada no meu peito, o vazio dela na minha vida. Não tinha nem 24 horas que ela tinha ido embora e eu já conseguia sentir falta do cabelo dela espalhado pelo travesseiro, do cheiro dela nas minhas roupas, da pele quente dela na minha, dos lábios dela colados nos meus. Ela tinha conseguido em pouco mais de um mês muito mais do que qualquer mulher que já passou pela minha vida, ela havia conseguido despertar em mim um amor do qual eu só ouvira falar. Me levantei relutante e me arrumei para ir pro aeroporto, se eu pudesse eu ficaria em casa, mas eu sabia que tinha que ir ao festival. Dei uma última checada na minha bagagem e chamei um táxi. Segui para o aeroporto, mas no caminho decidi passar em um lugar antes embarcar rumo ao Canadá. Cheguei ao prédio de e subi até o apartamento dela, as pernas vacilando de nervoso. Toquei a campainha e ouvi passos do outro lado vindo até a porta. abriu a porta, seu olhar confuso logo ficou duro, provavelmente estava chateada comigo pela irmã.
- Ela não está aqui. - ela disse.
deve ter percebido meu rosto frustrado, porque sua expressão passou de dura para solidária.
- Entra Sebastian. - ela disse dando espaço para eu passasse.
Entrei no apartamento e me sentei no sofá da sala. se sentou na poltrona.
- Ela não está mesmo aqui, ela já foi pra redação.
- Mas já? Tão cedo? Eu precisava tanto falar com ela antes de viajar.
- Já, ela queria chegar antes de todos para falar com nosso chefe. Como ela não estava bem para dirigir, a achou melhor ir junto com ela.
- Eu não dormi a noite toda, eu precisava resolver isso!
- Precisava mesmo, vocês precisavam. - disse. – Sebastian, o que foi que deu em você?
- Eu não sei! Eu só falei pra ela a verdade, como eu me sinto em relação ao casamento.
- Eu entendo o seu lado, mas a não é como a , que não se importa com isso. Pra ela é muito importante, desde que nós somos crianças eu escuto ela falar que quer casar, ser mãe, é um dos maiores sonhos dela! E ela não vai abrir mão disso nem por você, nem por ninguém.
- , eu amo a , amo de verdade!
- Eu sei disso e também sei que ela te ama.
- Então, é justo duas pessoas que se amam ficarem separadas?
- Não, não é, mas a vida nem sempre é justa. Se vocês não compartilharem dos mesmos sonhos, essa relação não tem como dar certo.
Abaixei a cabeça e coloquei as mãos atrás da nuca tentando me acalmar, minha cabeça parecia que ia explodir.
- Sebastian, eu não devia te contar isso, mas eu vou contar, porque talvez te ajude a repensar as coisas e tomar a decisão certa.
- O que é? - falei olhando para novamente.
- A decidiu ir pra Boston, por isso ela foi tão cedo hoje pra redação, ela queria falar pro nosso chefe que mudou de ideia.
Aquela notícia caiu como uma bomba partindo em pedaços de vez meu coração.
- Como assim? Se mudar para Boston? Ela não pode fazer isso!
- Ela pode e vai, nos disse isso hoje de manhã. Tentamos convencê-la do contrário, mas ela está irredutível. Acredito que só você poderia fazê-la mudar de ideia.
- Eu preciso mesmo viajar, vou ficar quatro dias fora.
- Claro, é seu trabalho, você tem que ir. Não se preocupe, ela não vai embora amanhã, vai levar no mínimo uma semana pra arrumar tudo.
- Certo.
- Acho que esses dias vão ser bons para ela ficar mais calma e também pra você pensar o que realmente você quer da vida.
- Obrigado !
- Não precisa agradecer, a é uma das pessoas que mais amo na vida, eu faço tudo que posso para vê-la feliz. E eu sei que você gosta da minha irmã de verdade.
então me levou até a porta, agradeci mais uma vez e me despedi, descendo até o táxi que me esperava. Segui então para o aeroporto, minha cabeça pensando em tudo que a me disse. Eu tinha que fazer alguma coisa, eu ainda não sabia o que, mas eu não podia perder a assim, não sem lutar até o fim para tê-la de volta.
Sebastian'a POV OFF

Meu chefe ficou muito surpreso quando eu disse que havia mudado de ideia e que aceitava a proposta para trabalhar em Boston. Ele não me questionou o porquê da mudança repentina, talvez deva ter percebido meu rosto inchado e vermelho de tanto chorar que nem um pouco de maquiagem conseguiu disfarçar. Passei o resto do dia trabalhando em silêncio e na sexta não foi muito diferente, minha cabeça estava a quilômetros de distância. Estava muito difícil ficar sem ele, toda vez que eu fechava os olhos, tudo que eu conseguia ver era aquele par de olhos azuis que me olhavam cheios de paixão, de vontade, os olhos mais lindos que já vi em toda minha vida. Eu queria pegar um avião e ir para o Canadá encontrá-lo como havíamos combinado, eu queria aqueles olhos novamente sobre mim percorrendo cada centímetro do meu corpo, mas eu não ia atrás dele, eu não iria mudar minha posição sobre o que havia nos levado a brigar. A me disse que ele havia passado lá em casa antes de embarcar, ela só disse que ele queria falar comigo, mas eu também não quis saber detalhes da conversa. Na sexta à noite voltamos do trabalho, as meninas preparam o jantar, mas eu mal toquei na comida. A estava terminando de arrumar a cozinha e a estava sentada no sofá mexendo no notebook, enquanto eu estava encolhida na poltrona.
- Oh , o Sebastian foi pro Toronto Internacional Film Festival né? - perguntou.
Olhei para ela com um olhar fulminante como se pudesse desintegra-la apenas com o olhar.
- Você ta mesmo me perguntando isso? Você sabe que não quero falar sobre ele!
- Eu sei, desculpe, eu só queria confirmar.
- Você sabe que ele tá lá e sabe também que eu deveria ir encontrá-lo!
- Eu só perguntei porque tô mexendo na internet aqui e vi que tem um site que tá transmitindo o evento ao vivo.
- E daí?
- E daí que tá passando ele aqui no tapete vermelho.
- E você quer que eu vá até aí assistir só pra me deprimir mais?
- Eu não quero nada, mas eu acho que você deveria realmente assistir isso.
- por favor!
- é sério, vem aqui agora! E você também .
correu até , mas não sem antes me arrastar junto. Levantei contrariada e fui com ela sentar no sofá do lado de , que aumentou o volume do notebook no máximo. Sebastian estava cercado de jornalistas, uma das repórteres segurava um microfone perto de sua boca. Seus olhos pareciam cansados, o rosto estava claramente triste e nem o belo terno de veludo azul da Hugo Boss que ele vestia podia melhorar sua imagem naquele momento.
- Eu sei, eu sei que vocês estão aqui pelo filme e que querem saber de mim tudo sobre a história de I,Tonya, mas eu preciso aproveitar as câmeras, essa transmissão que deve estar sendo vista por todos os cantos do mundo pra fazer um pedido de desculpas. - Sebastian disse.
Os jornalistas ficaram em polvorosa, ao mesmo tempo surpresos e curiosos para saber sobre a declaração que Sebastian queria dar. Assim que o silêncio se fez, Sebastian voltou a falar.
- , eu espero que você esteja vendo isso. - Sebastian disse olhando para a câmera. - Eu cometi um erro, um grande erro e gostaria de concertar, tomara que ainda haja tempo. Você é a mulher da minha vida, eu nunca senti por ninguém o que sinto por você e eu não posso deixar que um medo bobo da minha parte te afaste de mim. Eu me caso com você quando você quiser, estou disposto a formar uma família exatamente do jeito que você sempre sonhou. Agora eu vejo que isso não é uma coisa ruim, ruim mesmo seria ficar sem você, porque eu preciso de você ao meu lado por toda minha vida. Eu amo você e espero sinceramente que você me perdoe. E agora se vocês me dão licença, eu preciso de um tempo pra me recuperar. - Sebastian disse para os jornalistas e saiu do foco das câmeras.
Só então percebi que meus olhos estavam completamente molhados de lágrimas. Eu mal conseguia respirar com tudo que havia acabado de ouvir.
- , você está bem? - perguntou.
- Estou. - falei entre lágrimas. - Eu só preciso ficar um pouco quieta, preciso digerir tudo que acabei de ouvir.
Eu me levantei e segui para o meu quarto. Deitei na minha cama enquanto as lágrimas continuavam a cair. Nunca ninguém havia feito nada parecido por mim, se aquele não era o pedido de desculpas mais lindo do mundo, então eu não sei o que era. Ele foi sincero, eu podia ver em seus olhos, aqueles olhos que eram os meus favoritos no mundo inteiro. Meu coração estava apertado, queria poder atravessar a tela daquele computador e dizer que estava tudo bem. Como eu não podia fazer isso, decidi que ia esperar ele voltar, para então termos uma conversa definitiva.
O final de semana passou lentamente, só porque eu estava contando cada segundo para que Sebastian voltasse para Nova York. Quando a segunda-feira finalmente chegou, trabalhei o dia todo inquieta e ansiosa, minha cabeça nem um pouco focada no trabalho. Assim que o relógio bateu seis horas da tarde, eu saí correndo da redação, avisei as meninas que podiam ir pra casa sem mim e que não me esperassem. Peguei um táxi e fui até o prédio de Sebastian. Chegando lá subi até o apartamento dele, toquei a campainha várias vezes, mas ninguém atendeu. Decidi então esperar, eu não ia sair dali enquanto não falasse com ele. Me sentei nas escadas que davam de frente para o elevador, o andar estava escuro. Uns vinte minutos depois finalmente vi o elevador parar no andar e Sebastian sair dele, mas ele não me notou, de tão encolhida que eu estava num canto. Eu me levantei e fui até ele.
- Sebastian? - falei enquanto ele abria a porta.
Ele se virou assustado, mas logo o susto se transformou em alegria, um enorme sorriso tomando conta de seu rosto.
- ? Você está aqui? Você está mesmo aqui?
- Estou sim. - falei chegando bem perto dele.
- Isso significa que você viu a minha entrevista? Por um momento eu temi que você não tivesse visto.
- Eu vi sim, ao vivo, e mesmo que não tivesse visto naquele dia isso teria chegado ao meu conhecimento. Afinal, só se fala nisso na internet, "Sebastian Stan se declara para namorada".
- Acho que vai levar um bom tempo pra mídia esquecer isso. Eu nem pensei na hora sabe, eu simplesmente falei o que eu estava sentindo.
- Eu não me importo com o que a mídia acha, mas eu achei lindo. Foi a coisa mais linda que alguém já fez por mim.
- Eu faria tudo de novo.
- E tudo que você disse, você falou sério?
- Claro que sim, cada palavra!
- Até mesmo sobre casar?
- Até mesmo sobre isso. Eu quero tudo com você , eu me caso com você amanhã se você quiser! - Sebastian falou me fazendo rir.
- Não exagera, não precisa ser amanhã. Talvez daqui a um ano você possa me pedir oficialmente e dai a gente começa a pensar nisso.
- Tudo que você quiser e do jeito que você quiser.
Sebastian pegou minha mão e beijou delicadamente.
- Isso quer dizer que você me perdoou né?
- Claro que sim, eu não saberia mesmo viver sem você.
- Mas espera aí e sobre Boston?A me disse que você havia aceitado a proposta.
- Já está tudo resolvido, conversei novamente hoje de manhã com meu chefe. Tenho certeza que ele queria me perguntar se eu estava zoando com a cara dele, mas ele viu o quanto fiquei mal nesses últimos dias, então ele se limitou a sorrir e ficar feliz por eu não ir embora.
- Isso é mesmo um alívio, eu não aguentaria ficar longe de você.
- Nem eu. Eu amo Nova York, ia sentir falta da cidade, da minha irmã, da minha melhor amiga e muita falta de você.
- Eu amo você , mais que tudo nessa vida.
- Eu também amo você Seb, tanto que nem sei explicar. - falei sorrindo.
Sebastian me puxou pela cintura acabando com a distância entre nós. Eu fiquei na ponta dos pés e enlacei seu pescoço, ele então aproximou seu rosto do meu e selou nossos lábios em um beijo apaixonado. Depois ele me pegou no colo, me fazendo rir.
- Que isso Seb?
- Já tô treinando, pra quando a gente casar. - Sebastian disse empurrando a porta com o pé.
Ele me levou direto pro seu quarto, pra sua cama, o lugar da onde eu nunca deveria ter saído. Nós sentimos tanta falta um do outro que queríamos ficar o mais juntos possível. Mesmo depois de fazermos amor, o sentimento de saudades ainda pairava no ar. Nós ficamos deitados um de frente pro outro, Sebastian me segurava pela cintura enquanto eu acariciava seus cabelos. Nossas testas estavam coladas e nos olhávamos com tanto amor, o azul dos olhos dele me fazendo suspirar. Finalmente eu tinha meu pedaço de céu particular de volta.
- Você estava tão lindo naquele terno de veludo azul.
- Você acha?
- Acho sim, eu sempre te disse que azul te favorece, realça seus olhos.
- Vou usar mais azul então. Aliás, falando em terno, preciso de um pra premiere de I,Tonya, vai ser daqui a três meses. E você precisa de um belo vestido.
- Preciso é?
- Claro que sim! Você vai comigo, vai entrar de mãos dadas comigo naquele tapete vermelho.
- Eu vou adorar! - falei sorrindo abertamente.
- Você vai estar comigo em todos os lugares, em todos os momentos da minha vida.
Eu não tinha nem palavras pra respondê-lo, eu só conseguia sentir a felicidade dentro de mim.
- Eu adoro quando você me olha assim. - falei agora com um sorriso malicioso.
- Quando eu te olho como se fosse te devorar?
- Exatamente.
- O que eu posso fazer se eu tenho fome de você, a todo momento! - Sebastian falou arrancando uma gargalhada de mim.
- Ok, não fique na vontade então. - falei e o puxei para um beijo que foi rapidamente correspondido.
Aquela noite seria assim, juntos acabando com toda a saudade que havia em nós, lembrando o quanto fomos feitos um pro outro.
Tudo estava bem, as coisas haviam voltado pro seu devido lugar e eu não poderia estar mais feliz. Três meses depois, quando a premiere de I,Tonya finalmente chegou, eu voei com Sebastian para Los Angeles. As meninas haviam passado um fim de semana inteiro me ajudando a escolher o vestido perfeito e no fim encontramos algo incrível, um vestido longo azul royal estilo sereia, sem mangas e com as costas totalmente nua. Escolhi um penteado preso, um coque alto com o cabelo trançado nas laterais e uma maquiagem bem marcada, com direito a delineado gatinho e um batom rouge. Sebastian também estava maravilhoso, com um terno de corte perfeito preto, a gravata cinza se destacando. Nós seguimos para o local da premiere, eu confesso que estava nervosa, eu já tinha feito a cobertura de diversas estreias de filmes, mas nunca havia estado em uma como a namorada de um dos atores. Quando chegamos, o local já estava lotado de jornalistas e também de fãs ansiosos para verem os artistas. Sebastian desceu primeiro, a gritaria dos fãs tomando conta do local. Eu desci logo em seguida e fiquei um pouco atrás dele, mas ele logo me puxou pela mão, me mantendo ao seu lado.
- Sebastian, por favor! - um jornalista chamou. - Podemos fazer algumas fotos de vocês juntos?
- Claro que sim!
Sebastian e eu nos posicionamos no tapete vermelho, ele me abraçava pela cintura enquanto uma chuva de flashes disparavam ao mesmo tempo.
- Sebastian, ela é sua namorada então? Aquela pra quem você fez a declaração no festival em Toronto? - outra jornalista perguntou.
Sebastian me olhou com um sorriso cheio de amor antes de responder.
- Ela é mais do que isso, a é a mulher que eu amo com quem um dia eu vou me casar, ela vai ser a mãe dos meus filhos.
Os jornalistas adoraram ouvir mais uma declaração pública de afeto e captaram cada palavra dita por Sebastian. Não pude deixar de abrir um sorriso imenso, meu coração parece que ia saltar do peito. Nossos olhares então se encontraram enquanto mais fotos eram feita.
- Eu te amo. - Sebastian disse apenas movimentando seus lábios, sem emitir som.
- Eu também te amo. - respondi da mesma forma.
Aquilo era muito mais do que eu podia sonhar, eu estava ao lado de um cara incrível e que correspondia o amor que eu sentia. Não havia mais nada que eu pudesse desejar da vida, ela já havia me dado muito, havia colocado Sebastian em meu caminho e agora eu tinha certeza que seria pra sempre.


Fim!



Nota da autora: Sem nota.



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