I Like me Better

Finalizada em: 25/11/2021

Capítulo Único

Mais um dia havia amanhecido incrivelmente ensolarado e eu estava em um dos bancos do bosque da faculdade, esperando a hora certa da minha prova, quando senti um par de mãos em minha cintura.

- Sabia que você não tinha entrado ainda. – Jaehyun, meu namorado, sussurrou no meu ouvido. Sentei de lado no banco, com uma perna de cada lado, e ele se sentou atrás de mim, colando o corpo forte ao meu.

- Bom dia, Jae. – brinquei.
- Eu senti sua falta, amor. – ele me abraçou forte. Eu podia sentir cada músculo de seu abdômen colado às minhas costas e sua respiração batendo fraquinha no meu pescoço, arrepiando todos os pelos do meu corpo. Seus lábios encontraram a pele da minha nuca e deixaram um selar casto lá.
- Jaehyun, nos vimos ontem. – respondi afastando a cabeça para que ele parasse de beijar meu pescoço ou eu perderia toda a concentração.
- Mas você foi embora logo e nós nem aproveitamos. – ele afastou meu cabelo para o lado e insistiu em beijar meu pescoço.
- Inclusive, não podemos estudar juntos. Eu tive que repassar toda a matéria e as leis. – respondi quase mole com o carinho. – Pare de beijar meu pescoço. É meu ponto fraco.
- Eu sei. – ele respondeu e sugou a pele de leve. Certamente eu teria uma marca ali. – Mas eu estou com saudade. – uma de suas mãos se deslizou da minha cintura para a minha coxa, perigosamente perto de uma área proibida. Seu corpo se aproximou mais e suas coxas prenderam as minhas entre elas e o banco.
- Jaehyun, estamos no meio do campus. Por favor. – pedi sem realmente ter certeza sobre querer que ele parasse.
- E daí? Todos sabem que namoramos, . – ele rebateu e riu baixinho.
- Mas eles não são obrigados a presenciar uma cena de sexo explícito. – apartei o abraço e me afastei completamente, sentando de frente para ele, uma perna dobrada em cima do banco, aumentando nossa distância. – E nós seríamos presos. Você sabe bem disso.
- Sei? – ele perguntou divertido e lhe acertei um tapa no braço. – Enfim, essa semana é seu aniversário. O que faremos? – ele perguntou enquanto passava as mãos por baixo dos meus joelhos, me puxando mais para perto de si, e sorriu sem mostrar os dentes.
- Eu estava pensando em chamar os meninos para irmos a algum lugar. – sugeri. Jaehyun imediatamente formou um bico no qual eu fiz questão de deixar um selar. – O que foi, Jae?
- Pensei que iríamos comemorar só nós dois. – ele resmungou.
- Podemos. Depois de sairmos com os meninos. – brinquei. Um sorriso malicioso se formou nos lábios do meu namorado e eu quase me arrependi da minha frase.
- Espera, defina “meninos”. – ele fez as aspas no ar e cruzou os braços sobre o peito forte.
- Os meninos, Jae. e Johnny, alguns colegas de turma, e... Kun. – expliquei e ri da careta que ele fez. Jaehyun definitivamente não gostava de Kun, um amigo que eu tinha feito quando visitei o curso de engenharia mecânica.
- Céus, . Chame Doyoung e esqueça esse tal de Kun. – ele reclamou.
- Por que o odeia, Jae? – perguntei.
- Porque ele te olha como se quisesse te comer. – ele respondeu e aproximou o rosto do meu. – Mas só eu posso. – completou.
- Só porque você me tratou como um pedaço de carne, Jung Jaehyun, nem você vai poder. – me afastei dele e levantei do banco com raiva. Em dois anos de relacionamento, Jaehyun só tinha tido um acesso de babaquice assim. E nós passamos três dias brigados.

Juntei minhas coisas e saí batendo os pés, escutando Jaehyun gritando atrás de mim. Assim que passei pela porta da faculdade, dei de cara com e Johnny de mãos dadas olhando os avisos.

- Amiga, me ajuda. Jaehyun está vindo aí e eu não quero falar com ele. – pedi.
- O que ele fez, ? – perguntou.
- Depois eu te explico. Só me... – minha frase foi interrompida pela porta se abrindo e então eu não vi mais nada. Johnny tinha se colocado entre nós.
- O que você fez, Jung? – o namorado da minha amiga, e amigo de Jaehyun, perguntou.
- , você entendeu errado. – Jaehyun ignorou a pergunta de Johnny e se dirigiu a mim.
- O que você fez, Jung? – Johnny insistiu na pergunta.
- Johnny, agora não. – Jae respondeu ao maior. – ...
- Ela não quer falar com você. – Johnny se meteu de novo. Eu achava fofo quando ele tinha esse instinto protetor.
- Foi um mal-entendido, Johnny. – Jaehyun suspirou.
- Não tinha brecha para mal-entendido, Jaehyun. – rebati, escondida atrás de .
- Jung, eu só vou perguntar uma vez: o que você fez? – minha amiga perguntou.
- Eu disse que o Kun olhava para ela como se quisesse comê-la. – Jaehyun suspirou pesado. – Em seguida, disse que só eu podia.
- Isso foi desrespeitoso, Jaehyun. – acusou. – Você a tratou como se ela fosse um brinquedinho, quando na verdade ela é sua namorada há dois anos. Dois anos, Jaehyun! – se exaltou.
- Jae, vamos embora, sim? Vocês esfriam a cabeça e depois você vem pedir desculpas. – Johnny segurou o amigo pelos ombros. – Eu vou com o Jae e você vai com ela. Nos vemos no almoço. – Johnny disse para nós e beijou a namorada antes de sair e arrastar Jaehyun consigo, não sem antes Jae virar e me soltar um “I love you”, dito sem som, apenas para que eu visse.
- , me conte: Jaehyun está sem sexo? – perguntou assim que os viu longe o suficiente. Comecei a rir que nem uma louca.
- ! – gritei envergonhada pela pergunta repentina.
- Essa é a única explicação plausível para que ele tenha sido tão babaca. – deu de ombros. – Johnny fez isso uma vez. Lhe acertei um tapa no rosto e ele prometeu nunca mais falar assim. Você deveria tentar. – ela riu.
- Amiga, como você alcançou o rosto do Johnny? – perguntei rindo. A verdade era que nós éramos duas anãs. Não tínhamos altura o suficiente nem para apoiar a cabeça no peito dos nossos namorados, conhecidos como “Torres Gêmeas”.
- Estávamos deitados. – ela respondeu. – Enfim, seu aniversário é essa semana. O que faremos? – ela perguntou e começamos a andar para a minha sala. Jaehyun faria a prova em uma sala diferente. O professor adorava misturar as turmas para evitar cola.
- Estava pensando em sair para algum lugar legal com o Jae, vocês, os meninos e . – repeti a proposta.
- E foi aí que o Kun entrou na história? – perguntou e eu confirmei com a cabeça. – Olha, eu conheço um lugar muito bom. É um restaurante e tem música ao vivo. Por favor, cancele a ideia balada.
- Foi cancelada quando você disse a palavra restaurante. – eu ri.
- Ótimo. Gosto de sair para comer. Quantos seremos? Preciso reservar. – ela sacou o celular do bolso e abriu o bloco de notas.
- Eu e Jae, você e Johnny, , alguns colegas de turma e Jae pediu para chamar Doyoung. – contei.
- Então seremos umas 10 pessoas. – ela riu e anotou no celular. – Eu levo seu bolo. Branco com limão. E confeitos coloridos. Já sei. – ela riu de novo. – E me encarrego da decoração. – eu sabia o quanto ela gostava daquilo.
- Eu não sei se consigo fazer prova hoje, Day. – choraminguei.
- Consegue. – ela parou de andar e me empurrou para a sala.

Minha prova correu muito bem, eu acho. Assim que saí da sala, encontrei no corredor e fomos direto para o refeitório, encontrar Johnny, Jae e, com sorte, o restante dos meninos.

- , você acha que eu devo perdoar o Jae? – perguntei enquanto andávamos para a nossa mesa.
- , vocês namoram há dois anos. É muito tempo para se jogar fora. Eu sugiro que você deixe tudo muito claro, que não é um objeto que ele usa para se divertir. – ela sorriu minimamente, me encorajando. – Mas se faça de indiferente. Ele vai ficar louco e, quando você puder...
- OK, . Eu já entendi. – a interrompi antes que ela falasse demais. Eu sempre ficava constrangida quando o assunto era esse.
- , por favor, vamos... – Jaehyun começou a falar assim que me aproximei.
- OK, Jaehyun. Eu te perdoo. – disse sem emoção.
- Perdoa? – ele perguntou confuso.
- Sim. Mas você vai me prometer que nunca mais fará uma babaquice como essa. Eu não sou seu objeto, Jaehyun. Sou sua namorada. Me trate como mereço. – despejei todas as palavras e me sentei ao lado de Johnny que sorria para , sentada do outro lado.
- Cara, você tem sorte. Na única vez que fiz isso, levei um tapa tão forte que fiquei dois dias com o rosto doendo. – Johnny explicou para o amigo e eu ri.
- Ora se não é a aniversariante da semana. – Lucas, um dos colegas, chegou gritando e me abraçou de lado. – Para onde vamos? Dançar até que nossos pés não aguentem mais?
- Eu já estou velha para isso, Lucas. Minhas costas não aguentam mais. – respondi rindo. – Vamos sair para comer. É disso que gosto.
- Amor, você... – Jaehyun começou, mas eu o cortei.
- Eu decidi com a Day. Já escolhemos o lugar e ela fará as reservas. Coloquei Doyoung na lista, mas não tirei o Kun. Por favor, controle-se. – quase ordenei.
- Eu vou tentar. Prometo. – ele selou meus lábios demoradamente e sorriu, as covinhas fundas no rosto branquinho.
- Eu te amo, seu idiota. – sussurrei com a testa colada a dele.
- Eu também te amo, minha baixinha. – ele sussurrou de volta.
- O amor é lindo. – Mark, outro dos colegas, apareceu do nada para alfinetar. – Oi, baixinha. – ele me cumprimentou com um beijo no topo da cabeça. – Onde vamos comemorar seu aniversário?
- Meu Deus. – revirei os olhos. – Vou mandar uma mensagem no grupo, assim vocês param de perguntar. – respondi e tirei o celular da bolsa. Enviei uma mensagem com dia, local e horário para o grupo onde estávamos todos nós e uma mensagem para Kun, que não estava lá por pura birra de Jaehyun.
- Pensei que fossemos dançar. – Mark franziu as sobrancelhas enquanto olhava para a tela do celular.
- Não foi dessa vez, Mark. – sorri para ele.
- Tudo bem, eu gosto de comer. – ele riu.

Continuamos a comer e conversar até a hora da próxima aula. Kun me respondeu um “Estarei lá!” e eu sorri. Ele era um bom amigo, afinal. Agora só restava esperar até o dia.

POV Off

Jaehyun POV


estava diferente depois que brigamos. Eu sentia que deveria fazer algo especial para a minha baixinha, mas sozinho eu não conseguiria. Só me restava pedir ajuda à única pessoa sensata do grupo. Eu só precisava achá-la.
O fato era que nosso grupo era meio bagunçado. , e eu éramos do Direito, Johnny da Veterinária, da Psicologia, Lucas da Medicina e Mark da Música. E tinha o tal Kun da Engenharia.
Eu estava agora mesmo no prédio da Psicologia tentando achar , sem sucesso. Quando estava quase desistindo, vi fios acinzentados voando por um corredor e imediatamente corri atrás.

- ! – chamei alto. Ela parou de andar e virou para me encarar.
- O que faz aqui, Jae? – ela perguntou confusa.
- Preciso da sua ajuda. – suspirei.
- Para? – ela me incentivou a continuar.
- Quero fazer uma surpresa para a minha baixinha. – sorri e ela me acompanhou.
- É tão fofo o jeito que você faz merda e depois quer compensar. – ela apertou minha bochecha.
- Para uma futura psicóloga, você é bem incompreensível, . – rebati rindo.
- Você não é meu paciente, Jae. – ela deu de ombros. – Enfim, no que precisa de ajuda?
- Bem, eu tive algumas ideias. – comecei a contar meus planos a enquanto caminhávamos para o refeitório do campus. Ela prometeu me ajudar em dois dos meus três planos. No último eu estava por minha conta.
- O que estava fazendo com o Jaehyun, ? – Johnny perguntou assim que nos aproximamos.
- Cara, relaxa. Eu só precisava de alguém para conversar. – bati de leve no ombro do meu amigo.
- Ciúme do Jaehyun, Johnny? Consciência, né? – revirou os olhos e beijou o namorado, sentando ao seu lado.
- Alguém viu a ? – perguntei notando que ela não estava em lugar nenhum.
- De quem é a namorada? – perguntou divertida. – Eu não entendo como vocês são do mesmo curso e você simplesmente a perde.

Senti mãozinhas na minha cintura e um corpo pequeno se juntando ao meu, um beijo sendo depositado bem na linha da minha coluna, e sorri.

- Quem perdeu quem? – a voz de invadiu meus ouvidos e minha pele arrepiou sem minha permissão.
- Jaehyun vive te perdendo por aí. Acho que você é pequena demais para ele te ver. – Johnny riu e também.
- Você fala como se fosse muito alta. – rebati a provocação. Me virei no abraço e passei um braço pelos ombros da minha baixinha, depositando um beijo em sua testa e outro em sua boca.
- Pelo menos eu sei onde ela está. – ele passou um braço pela cintura de Day e a puxou para mais perto.
- Vocês vão mesmo continuar falando da nossa altura como se não estivéssemos aqui? – perguntou.
- Melhor sentarmos para comer. Boca ocupada não fala besteira. – riu ao meu lado. Sentamos do outro lado da mesa, de frente para o outro casal.
- Amor, vamos ocupar a boca de outro jeito. – sussurrei para ela.
- Arrumem um quarto. – Johnny gritou e riu.
- Até parece que você nunca falou coisas assim, Johnny. Deixe-os em paz. – Day brigou.
- , você chegou de papinho com o Jaehyun, agora está defendendo ele. Estou perdendo alguma coisa? – Johnny virou para encarar a namorada.
- O juízo. – respondeu e riu ao meu lado.

Me desliguei da conversa e passei a pensar sobre as surpresas que faria para minha baixinha.

- Jae, eu tô falando com você. – sorriu.
- Oi, amor. – lhe encarei.
- Depois que sairmos com os meninos, vamos para a sua casa, né? – ela perguntou com o rosto vermelhinho.
- Você quer? – perguntei rezando para que a resposta fosse sim.

era intercambista e morava no dormitório da Universidade. Em dois anos, eu podia contar nos dedos de uma mão as vezes que eu tinha visitado seu quarto. Uma delas foi na nossa primeira vez, na qual trancou a própria colega do lado de fora. Eu adoraria que ela dividisse o quarto com , mas os cursos diferentes não permitiam isso.

- Que pergunta idiota, Jaehyun. – ela bufou e riu. Lhe acompanhei no riso e selei seus lábios. Tudo estava caminhando para me ajudar com as surpresas.
- Será que vocês podem ser menos melosos? – Johnny perguntou e ganhou de um tapa no braço.
- Você está insuportável hoje, Johnny. – ralhou. – Está de TPM, por acaso? – ela perguntou irritada e Johnny negou com a cabeça. Eu e tivemos que segurar o riso. – Então deixe-os em paz.
- Eu já falei que amo quando você é mandona? – Johnny perguntou e revirou os olhos.
- Eu não sei vocês, mas eu tenho prova agora. – declarou e se levantou. – Jae, pode me ligar se precisar de alguma coisa. – ela sorriu para mim, beijou Johnny e bagunçou os cabelos de quando passou por ela, saindo apressada pelo corredor.
- No que vai te ajudar? – minha baixinha perguntou curiosa.
- Estou ajudando uma prima com um trabalho e pedi a ajuda de . – menti, rezando para que ela acreditasse. Desviei o olhar rapidamente para Johnny e ele pegou na orelha, como se me dissesse que algo estava errado. Eu sabia o que era, minhas orelhas ficavam vermelhas quando eu mentia. Tentei disfarçar passando a mão sobre o cabelo e voltei a encarar minha namorada.
- Tudo bem. Mas nada de conversinha pelos cantos. – ela riu. Respirei aliviado e sorri.
- Está vendo? Não sou o único com ciúmes aqui. – Johnny afirmou vitorioso.
- Johnny, me desculpe e que não escute, mas tem que ter sangue no olho para namorá-la. Você é guerreiro, parceiro. – confessei.
- Eu sei, cara. Mas eu amo aquela estressadinha, sabe? – ele sorriu.
- Isso foi fofo, Johnny. Vou me certificar de que saiba disso. – riu e Johnny perdeu a cor do rosto. – Não vou contar que você a chamou de estressadinha.

O sinal do fim do intervalo soou pelo refeitório, nos fazendo pular de susto.

- Vejo você mais tarde? – perguntei à minha baixinha.
- Não sei, vou pensar. – ela respondeu com uma expressão fofa no rosto.
- Então vou convidar a para um sorvete. – brinquei.
- Vejo você às sete na porta do meu dormitório. – ela decretou e levantou, selando meus lábios antes de sair.
- Agora que estamos a sós, preciso te contar uma coisa. – eu disse a Johnny. Esperava que ele também pudesse me ajudar no meu plano.

Jaehyun POV Off

POV


Dia do meu aniversário.
Era estranho acordar e não ter minha mãe gritando parabéns pela casa. Mas , minha colega de quarto, segurava um cupcake com uma velinha, bem ao lado da minha cama.

- Bom dia, aniversariante. Feliz aniversário. – ela sorriu e me estendeu o bolinho.
- Ah, amiga. Obrigada. – respondi com os olhos marejados.
- te ligou e eu tomei a liberdade de atender para não te acordar. Ela disse que está vindo te buscar para vocês irem se arrumar. – ela avisou.
- Ela que espere. Vamos comer esse bolinho, porque ele parece ótimo. – decretei e ela riu. Sentamos para tomar café da manhã na nossa pequena mesinha do quarto e chegou dez minutos depois, com uma mochila nas costas e algumas sacolas nas mãos.
- , estamos atrasadas. Vamos, se apresse. – ela entrou no quarto aos berros.
- Nossa, bom-dia, . – desejei rindo.
- Bom-dia, amiga. Feliz aniversário. – ela me abraçou de lado. – Johnny está no carro, nos esperando.
- E para onde vamos? – perguntei curiosa.
- Ao salão. – ela abriu um sorriso. – Presente de Jaehyun para você.
- E onde ele está? – perguntei.
- Provavelmente dormindo. – ela respondeu e riu. – Johnny só está de pé porque eu praticamente o derrubei da cama.
- Coitado do Johnny. – sussurrou.
- Coitada de mim, . – rebateu. – Já viu o tamanho daquele homem? Você nem imagina o que eu tive que fazer para tirá-lo da cama.
- Vamos encerrar esse assunto? Ou daqui a pouco estaremos falando absurdos. – pedi e escutei elas rindo.
- Até parece que não fará os mesmo absurdos com Jaehyun hoje. – arqueou uma sobrancelha em minha direção.
- , por favor! – me senti corar de repente.
- OK, OK. Vou te respeitar porque é seu aniversário. Agora, vamos. Temos cabelos e unhas para fazer. – ela sorriu de lado.

mal esperou que eu terminasse de comer e me arrastou para o salão. Johnny nos deixou na porta e nos buscou quando acabamos. Fomos almoçar os três juntos e eu senti que ele e sabiam de algo que eu desconhecia. Nós comemos em silêncio, com os dois chatos, digo, e Johnny trocando olhares cúmplices e apaixonados. Enquanto isso, eu estava largada, Jaehyun não tinha sequer me mandado bom-dia. Fomos levadas de volta para o meu dormitório e Johnny prometeu nos pegar às oito. Mas levou com ele com a promessa de que a traria de volta mais tarde.
e eu fofocamos a tarde toda e começamos a nos aprontar cedo, para não corrermos o risco de nos atrasarmos. chegou no meio da tarde, parecendo cansada. Supus que ela estava arrumando a tal decoração de que tinha me falado.

- Segundo presente do Jaehyun, . – me estendeu uma caixa assim que terminou minha maquiagem. Parecia com aquelas caixas de vestidos de noiva que se vê em filmes. E o vestido que encontrei dentro também era lindo. Rosa clarinho, de ombro a ombro com um tecido leve.
- É lindo. – comentei baixinho.
- Você vai usar hoje. E esse é meu presente. – ela me entregou uma caixa maior, uma sandália, com um saltinho, que combinava com o vestido. – E esse é o de Johnny. – ela me entregou uma caixinha pequena.
- No almoço, você disse que era enorme. – eu ri.
- Só queria irritá-lo. – ela deu de ombros. Na caixinha, tinha um conjunto de brinco e cordão com pérolas delicadas.
- Meu Deus, são lindos. – ameacei chorar.
- Não estrague meu trabalho. – brigou, se referindo à make.
- Obrigada, vocês são incríveis. – lhe abracei.
- OK, eu já sabia disso. – ela me abraçou rindo. – Agora vá terminar de se arrumar. – ela ordenou.

Entrei no pequeno banheiro, troquei de roupa e rearrumei os cabelos. Quando saí, encontrei a gótica de sempre e , que ainda estava de pijamas.

- ? – chamei sua atenção.
- Ah, podem ir. Eu vou com Doyoung. – ela corou.
- Parece que não vamos precisar de uma cadeira extra, afinal. – riu. – Não se atrase, girl.

Saímos do dormitório e encontramos Johnny em seu carro, a roupa combinando com a de .

- E Jae? – perguntei a Johnny. Meu namorado não tinha dado sinal o dia todo, nem mesmo uma mensagem.
- Está indo. – Johnny respondeu.
- Então você falou com ele? – perguntei, sentindo as lágrimas chegarem.
- Não chore, baixinha. Ele não esqueceu de você. Ele só não quer estragar as surpresas. – Johnny me consolou. – Se o Jae te deixar, a gente te incorpora no nosso relacionamento, não é, ? – ele riu quando o respondeu com um tapa no braço.
- Eu jogo ela para o Kun e trago o Jae para cá. – anunciou.
- Casal, por favor, parem. – pedi rindo. – Vamos pensar positivo, sim?
- Isso mesmo. Pare de falar besteira e dirija, Johnny. – ordenou.

Assim que chegamos ao restaurante, nos levou à nossa mesa, decorada com balões coloridos em tons pastéis, um bolo no centro, doces ao redor e a inicial do meu nome em forma de balão dourado flutuando ao lado. Reparei que a mesa era bem em frente ao palco. chegou de mãos dadas com Doyoung logo depois, os dois vermelhos de vergonha. Kun chegou segundos depois, carregando uma sacola tímida.

- Você veio. – o abracei animada.
- Eu não poderia faltar. – ele sorriu largo. – Você está linda.
- Obrigada. – agradeci tímida.
- Seu presente, espero que goste. – ele me entregou a sacola. Puxei uma caixinha vermelha de dentro e abri, encontrando um pequeno pingente de avião. – Você gosta de viajar e eu, de aviões. Espero que não esqueça de mim, . – ele sorriu doce. – E espero que Jaehyun não surte. – ele riu nervoso, olhando para os lados, à procura do meu namorado.
- Ele ainda não chegou. – avisei. – E se ele surtar, é problema dele. Eu adorei. Obrigada, Kun.

O restante da turma chegou e se acomodou conosco. fazia questão de guardar meus presentes no carro de Johnny, alegando que colocaria no carro de Jae assim que ele chegasse. Jae que, por sinal, não tinha aparecido ainda. A banda convidada já tinha começado a tocar, todos já estavam comendo e eu só me perguntava onde estava Jaehyun que não lia minhas mensagens nem atendia às minhas chamadas. Quando já estava à beira de um colapso, o celular de vibrou e ela soltou um “já volto” antes de levantar e sair do local, passando por trás do palco. Estreitei o olhar para Johnny, que apenas deu de ombros, como se não soubesse o que acontecia ali.
As notas de I like me better, do cantor Lauv, soaram pelo restaurante e todos olhamos curiosos para o palco, menos Johnny que tomou o celular nas mãos e ligou a câmera.
Uma voz suave soou pelas caixas de som e eu senti um arrepio na espinha. Eu conhecia aquela voz. Ela costumava soar baixinha no meu ouvido, às vezes catando, às vezes dizendo que me amava.

- Eu não acredito que o Jaehyun... – comecei, mas fui interrompida por Johnny.
- Shiii... vai estragar o vídeo, . – ele riu baixinho.

Jae finalmente saiu de detrás do palco, o microfone em mãos, vestindo uma blusa rosa de botões, que combinava perfeitamente com a cor do meu vestido. Cada palavra que saía dos lábios bonitos dele me fazia querer chorar. Jae foi cantando e se aproximando, até que venceu toda a distância entre nós e cantou o último refrão olhando diretamente em meus olhos. Johnny me obrigou a levantar e chegou sorrateira e colocou algo nas mãos Jae. Ele logo tratou de tomar minha mão direita na sua, deslizando um pequeno anel com uma pedrinha por meu dedo.

- Não é um pedido de casamento ainda. – ele sussurrou. – É só para firmar nosso namoro. – ele ergueu a mão e eu pude ver o par do meu anel em seus dedos. – Feliz aniversário, minha baixinha.
- Você sumiu o dia todo, seu idiota. – me abracei ao seu pescoço.
- Foi por uma boa causa, eu juro. – ele beijou o topo da minha cabeça. – Gostou da surpresa?
- Estou gostando de tudo. Mas eu quero um beijinho. – fiz bico. Jaehyun selou meus lábios e me beijou, logo pedindo passagem com a língua.
- Deixem para comemorar mais tarde. – Mark gritou e Jaehyun se separou de mim, rindo. – Só queremos um pouco de respeito.
- Eu passei o dia ignorando ela para preparar isso. Será que eu posso receber a recompensa, Mark? – Jae perguntou.
- Aguente mais algumas horas, Jaehyun. Garanto que a recompensa não vai fugir. – Mark rebateu e todos rimos.

Jae cumprimentou todos, inclusive Kun, cutucou Doyoung sobre seu rolo com , agradeceu a e Johnny diversas vezes e passou todo o tempo me elogiando ou dizendo que me amava. Nós tivemos realmente um bom tempo com os meninos no restaurante. Fazia tempo que eu não me sentia em família daquele jeito.

- Jaehyun, hoje a é responsabilidade sua. Vá tirar os presentes dela do carro do Johnny, porque eu quero ir para casa. – ordenou.
- Quer que eu cante para você, amor? – Johnny perguntou e estreitou os olhos para ele.
- Eu prefiro ouvir sua voz de outro jeito. – ela confessou sorrindo de lado.
- Céus, vocês estão impossíveis hoje! – exclamei e eles riram. Os meninos pagaram a conta e fomos juntos para o carro de Johnny. Jaehyun pegou tudo o que eu ganhei e colocou no próprio carro, sentando atrás do volante com a sacolinha que continha o presente de Kun.
- O que é isso, ? – ele ergueu a sacola diante dos meus olhos.
- Um presente? – perguntei para despistar.
- Isso eu sei, . Quero saber de quem. – ele riu e mexeu na sacolinha, puxando de lá a pequena caixinha e a abrindo. – Não precisa responder. Eu sei quem deu. – ele fez um bico de desgosto.
- Eu adoro viajar e ele adora aviões, Jae. – me virei no banco para encará-lo.
- Então você gosta de viajar? – ele mordeu o lábio inferior, sorrindo de lado, com aquela covinha funda à mostra. Jae se aproximou de mim e passou o polegar no meu rosto. – Eu posso te levar a um lugar maravilhoso.

Seus dedos desceram por meu pescoço e tiraram meu cabelo do caminho, fazendo minha pele arrepiar.

- Jae, aqui não, por favor. – pedi de olhos fechados.
- Tem razão. Hoje é um dia especial. Vamos, tem mais algumas surpresas. – ele voltou ao lugar e ligou o carro, o colocando em movimento. Assim que chegamos à sua casa, Jae me ajudou com os presentes e entramos rindo. – me ajudou a fazer uma coisinha para você. – ele disse enquanto largava tudo na sala e ia para a cozinha, voltando de lá com uma pequena travessa e duas colheres em mãos.
- Não estou acreditando que vocês fizeram isso. – exclamei surpresa quando vi o conteúdo da travessa: mousse de morango, o meu favorito.
- Dizem que são afrodisíacos. – ele piscou e soltou as coisas na mesa de centro, voltando a se aproximar de mim. – Você está linda com esse vestido. acertou na escolha. Mas acho que é melhor ficar mais confortável para o nosso cineminha, não? – suas mãos passearam pelos meus braços e deslizaram pelas minha cintura, em direção às minhas costas. Ele rapidamente achou o zíper do vestido e o forçou para baixo, deixando a peça cair ao meus pés. Encolhi no lugar, envergonhada por estar apenas de lingerie bem no meio da sala. – Nada de vergonha, você é linda. – ele sussurrou e sorriu. Começou então a desabotoar a blusa rosa que vestia, ainda sorrindo para mim.
- Essa casa virou uma casa de stripper? – perguntei tentando não me concentrar no fato de que Jaehyun estava agora com o peito nu bem na minha frente, a calça perigosamente baixa marcando as entradas.
- Nós podemos continuar a tirar. Vamos ver quem desiste primeiro. – ele me abraçou pela cintura e suas mãos passearam por minhas costas. Eu sabia o que ele estava procurando, e soube que ele tinha achado quando senti o sutiã afrouxar em meu corpo.
- Jae, você vai mesmo me deixar nua no meio da sala? Vizinhos existem e são inconvenientes. – segurei a peça no lugar.
- Veste isso. – ele tirou a camisa desabotoada e a colocou sobre meus ombros, tomando o sutiã de mim e o jogando para longe de qualquer jeito. Abotoou a camisa em mim e sorriu de lado. – Antes que pergunte, não tem ninguém em casa. – ele disse e de repente se livrou da própria calça, ficando apenas com uma boxer negra que marcava algo indecente ali. – Enfim, confortáveis. Agora, sofá.

Ele sentou e separou as pernas, me chamando para sentar ali. Tomei a travessa nas mãos e a carreguei comigo antes de sentar. Me aconcheguei no peito de Jaehyun enquanto comíamos e assistíamos ao meu filme favorito. Jaehyun, claro, passou a atacar meu pescoço assim que me viu concentrada demais. Ele roubou um morango da travessa e passou por minha pele sensível, passando a língua em seguida e me fazendo arrepiar sob o toque.

- Jae, o filme está acabando. – tentei brigar.
- Pode continuar assistindo, só não me peça para fazer o mesmo. – ele sussurrou próximo ao meu ouvido. Uma de suas mãos deslizou por cima da blusa que eu vestia e apertou meu seio.
- Jae... – choraminguei. A palma dele estava quente demais contra a minha pele coberta apenas pelo tecido da camisa.
- Tem certeza de que vai continuar vendo o filme? – ele perguntou rouco contra o meu ouvido.
- Não. – me separei dele de repente e coloquei a travessa na mesa de centro novamente. Desliguei a TV e levantei. – Vamos. Rápido.

Caminhei em direção ao seu quarto ouvindo sua risada e seus passos atrás de mim. Assim que passei pela porta, Jae me abraçou por trás, pressionando seu quadril em mim.

- Vou compensar minha ausência de hoje. – ele riu rouco contra o meu ouvido e me obrigou a caminhar até a cama.
- E como pretende fazer isso? – perguntei sorrindo. Jae me virou no abraço, me deixando de frente para si, e delicadamente me colocou deitada na cama.
- Vou amar você como você merece. – ele sorriu verdadeiramente, a covinha presente em seu rosto bonito, e eu sorri de volta.
- E como seria isso? – me fiz de inocente.
- Espere e verá. – ele me beijou calmo como sempre fazia. Em meio ao beijo, agarrei os fios de sua nuca e os puxei levemente, fazendo Jaehyun sorrir.

Ele aproveitou o momento para descer seus beijos por meu maxilar e pescoço, indo em direção aos meus seios. Com as mãos livres, Jaehyun desabotoou a camisa para que meus seios ficassem expostos para ele, sua boca se colou em minha pele e sua língua circundou meu mamilo, me fazendo quase gritar de prazer. Satisfeito com a reação, ele continuou a me provocar ali até que eu puxasse seus fios com um pouco mais de força, o obrigando a me olhar.

- Jae... – chamei em um quase gemido. Jaehyun prendeu o lábio inferior entre os dentes e o soltou devagar, sorrindo de lado para mim.
- Está quente? – ele perguntou baixinho. Apenas confirmei com a cabeça, incapaz de responder verbalmente. Eu precisava dele. – Isso é bom. – ele voltou a colar a boca em minha pele, dessa vez entre os meus seios, descendo em direção à única peça que ainda me cobria. Seus dentes brincaram com o elástico da calcinha de renda e sua língua resvalou na área abaixo do meu umbigo, fazendo meu estômago retorcer em antecipação. Jaehyun se afastou o suficiente para conseguir levar a mão para entre minhas coxas. Segurei seu braço com firmeza e ele me olhou sorrindo. – Você quer isso, eu sei.
- Eu quero mais, Jae. – sussurrei. – Deixa eu tocar você também. – quase implorei.

Jaehyun, sorrindo sempre, deslizou a calcinha por minhas pernas e se livrou da própria boxer antes de se deitar sobre mim, o membro nu e ereto batendo na minha pele. Seu rosto se encaixou na curva do meu pescoço e seus dedos imediatamente buscaram minha intimidade já pronta para ele.

- , você tá tão molhada. Isso é torturante. Eu queria provar você. – ele sussurrou com a boca colada ao meu ouvido enquanto dois de seus dedos escorregavam com facilidade para dentro de mim. Nós gememos juntos e Jae mordiscou a pele abaixo da minha orelha
- Jae, não... Não faz isso. – pedi me referindo ao contato com minha orelha. Eu poderia me desfazer sem que ele fizesse absolutamente nada, tão excitada estava.
- Isso? – ele perguntou e moveu os dedos em meu interior enquanto mordia minha orelha. Arranhei suas costas uma mão livre e busquei seu membro com a outra, apertando a ponta entre os dedos e ouvindo o gemido rouco do meu namorado no meu ouvido. Ficamos nos provocando até que eu apertei o membro de Jaehyun com mais força.
- Eu estou vindo. – avisei. Jaehyun imediatamente se separou de mim e colocou o rosto entre minha pernas, passando a estimular meu ponto sensível com a língua. Me desfiz em sua boca e ele não parou de estimular até que eu relaxasse no colchão. Sem me dar muito tempo para pensar, ouvi Jaehyun abrir o pacote do preservativo e levantei os olhos a tempo de vê-lo desenrolar o látex sobre o membro quase pulsante. Ele separou meus joelhos e se encaixou em minha entrada sensível, me penetrando devagar e me fazendo revirar os olhos pela sensação.
- Não me aperta assim, baby. – ele gemeu manhoso e voltou a deitar sobre mim, aproximando o rosto do meu pescoço outra vez. – Vai ser devagar. – ele sussurrou e estocou uma vez. – E gostoso. – e estocou de novo. Agarrei sua cintura com as pernas para facilitar seu trabalho e Jaehyun começou com seu ritmo insanamente lento e prazeroso.
- Jae... – chamei baixinho depois de algum tempo naquela tortura.
- O que você quer? – ele perguntou e mordiscou meu pescoço.
- Eu quero... Mais rápido... – respondi manhosa. Ele separou o abraço e apoiou as mãos uma de cada lado da minha cabeça. Olhando em meus olhos, Jaehyun passou a investir com força contra mim, me fazendo revirar os olhos e quase gritar.
- Olhe para mim, . – ele pediu ofegante. Me forcei a abrir os olhos e vi quando seu rosto bonito se contorceu e seu ápice chegou, puxando o meu. Jaehyun se prolongou o máximo que pôde e caiu exausto sobre mim.
- Esse foi o melhor presente de aniversário de todos. – murmurei.
- Que bom que gostou. Eu disse que ia compensar a ausência de hoje. – ele riu baixinho.
- Eu te amo. – sussurrei.
- Eu também te amo. Feliz aniversário, baixinha. – ele desejou.
- Eu te amo, mas você pode sair de cima de mim, Jae. Seu conjunto de músculos pesa. E eu sou pequena demais. – pedi.
- Sua baixinha atrevida. Vou te castigar por isso. – ele se separou de mim e me atacou com cócegas.

Minha noite de aniversário terminou como eu gosto. Com Jae e diversão.




Fim



Nota da autora: Sem nota.



Nota da Scripter: Ai ai esse Jae...
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