CAPÍTULOS: [1] [2]









Capítulo 01


Acordei com a luz do sol invadindo meu quarto através da janela recém aberta. Não que o sol fosse forte naquela manhã, mas eu tinha um sono leve, a mínima coisa me acordava. Senti quando a coberta foi retirada de cima de meu corpo em um movimento rápido demais para que eu impedisse. Gemi descontente enquanto forçava meu corpo a sentar-se na cama. Levantei os braços, me espreguiçando e bocejando ao mesmo tempo. Ontem eu tinha ficado até tarde conversando com Jane pelo Skype. Resultado: eu estava morrendo.
Levantei-me e fui até o banheiro praticamente me arrastando. Tropecei em um móvel no meio do caminho e então resolvi que era melhor abrir os olhos antes que ficasse sem meu dedo mindinho.
Fiz uma concha com a mão e a enchi de água, a jogando no rosto. Pronto! Acordei!
Observei meu rosto no espelho e quase tive um susto ao ver o tamanho das olheiras, que pesavam debaixo de meus olhos. Resolvi que seria melhor tomar um banho rápido, então me despi e entrei debaixo da água morna, onde fiquei uns quinze minutos antes de alguém resolver vir bater na porta do banheiro, dizendo que eu me atrasaria se não saísse logo.
Enrolei-me em uma toalha que encontrei por ali e saí do banheiro rumo ao closet. Peguei um jeans escuro e uma blusa branca, vestindo logo depois da lingerie. Calcei meus vans cinza, que combinava perfeitamente com o moletom que eu vestia. Fui até minha penteadeira e fiz uma maquiagem básica, mais para esconder as olheiras mesmo, e penteei meus cabelos, os deixando soltos.
Peguei minha mochila e meu celular e saí do quarto rapidamente, caminhando até a sala, onde vi minha mãe, Oliver e Mattew sentados à mesa, tomando café como uma família feliz. Sinceramente, não me sentia nada ajustada a essa família. Eu amava meu irmão e tentava compreender os motivos por minha mãe ter me deixado e separado nós dois por causa do trabalho, mas, por mais que tentasse, não me sentia em casa aqui. Queria meu pai de volta. Só que ele estava em um lugar muito melhor agora e seria egoísmo meu o querer comigo na vida infeliz e solitária que tinha. Pelo menos era o que eu falava para mim mesmo para não chorar todas as noites, desde sua morte.
— Bom dia — murmurei, me sentando ao lado de Mattew, que sorriu brevemente como resposta.
— Bom dia, querida — Dona Rose disse, dando um gole em seu café. — Preparada para o primeiro dia de aula no novo colégio?
— Para ser sincera, eu não estava preparada nem pra deixar meu país, quanto menos vir morar com você e um desconhecido — falei tudo que estava entalado na minha garganta desde que vim morar aqui há três dias.
Mattew soltou uma risadinha nasal baixa, enquanto Oliver e Roseli me encaravam sem acreditar no que eu havia acabado de dizer. Eu já estava farta de tanta falsidade. Desde que cheguei aqui, Rose só sorri e age como se tudo estivesse tudo bem, mas não estava!
Um: porque essa falsa havia me deixado quando eu tinha apenas dez anos e ainda levou meu irmão junto.
Dois: porque meu pai havia morrido há duas semanas.
Não estava nada bem!
— Eu acho que já estamos atrasados para ir ao colégio — Matt disse, quebrando o silêncio horrível que havia se formado enquanto se levantava. — Vamos, Liv.
Ele pegou minha mão antes que eu pudesse dizer qualquer coisa e me puxou, me obrigando a levantar. Peguei uma maçã em cima da mesa enquanto era puxada rumo à porta. Saímos do apartamento e caminhamos pelo corredor silencioso até o elevador. Matt apertou o botão escrito menos um, que segundo ele nos levaria até a garagem, que era subterrânea. O elevador já estava praticamente todo fechado quando um garoto veio correndo e colocou o braço na frente antes que a porta se fechasse completamente. A porta do elevador se abriu novamente e o garoto de cabelos escuros entrou.
— Você já reparou que faz isso tipo... — Matt começou a fingir contar algo nos dedos. — Todos os dias.
O garoto moreno nem prestou atenção no que Matt dizia, já que estava muito ocupado me comendo com os olhos. Aquilo estava super desconfortável, tanto pra mim quanto para meu irmão. Não que ele fosse ciumento e ligasse para meus relacionamentos, mas ele odiava ser ignorado.
— Somers! — Matt gritou, chamando a atenção do rapaz.
— E aí, gatinha? — ele disse, sorrindo sedutoramente pra mim, continuando a ignorar meu irmão.
— Oi — falei, sem animo nenhum.
Finalmente o elevador se abriu e tratei logo de sair de lá de dentro. Sendo seguida pelos dois garotos.
— Estou falando com você, porra! — O garoto gemeu de dor. Quando me virei, o vi esfregando a parte de trás da cabeça. Provavelmente Mattew havia batido nele, o que me fez rir brevemente.
— Não precisa se estressar — o garoto choramingou. — Você sabe que gatinhas vêm sempre em primeiro lugar.
— Acontece que essa gatinha é minha irmã mais nova, então toma cuidado pra onde olha — meu irmão disse, um pouco irritado.
— Desculpa, bro.
Parei no meio do estacionamento, pois não fazia ideia de qual era o carro certo.
— Mas ela é muito gostosa.
— A gostosa aqui está escutando — falei, me virando para os dois. — E exige respeito.
— Perdão, gatinha — ele disse, sorrindo sedutoramente. — Chaz Somers. — Ele estendeu a mão e eu peguei, aceitando o cumprimento, mas ao invés de apertá-la, ele levou até a boca e depositou um beijo. — A sua disposição.
— Olivia. — Retribuí o sorriso com outro, só que normal. — É um prazer conhecê-lo.
— Prazer é só na cama. — Ele piscou pra mim, soltando minha mão.
Vi Matt revirar os olhos enquanto caminhava mais para o fundo do estacionamento. O segui e o vi parando em frente a uma Lamborghini prata. Então é só isso que meu irmãozinho dirige? Uma Lamborghini. Tudo ok, então.
Olhei para ele rapidamente e o vi parado, olhando para uma garota que estava sentada no capô de um carro, distraída com seu iPhone. Ela era alta, magra, com a pele parda, cabelos negros bem cacheados e compridos e os olhos lindamente esverdeados. Vestia um jeans claro, all star branco com poucos detalhes pretos, uma camisa de botões branca um pouco transparente — mas nada muito vulgar — e um suéter azul claro por cima.
Ele se aproximou em passos lentos, pronto para dar um susto, mas antes que o fizesse, todos fomos surpreendidos pelo som estridente da buzina do carro onde ela estava sentada. A garota pulou e soltou um gritinho de susto.
— Seu viadinho arrombado! — ela gritou para seja lá quem estivesse dentro da Ferrari branca. Os vidros eram fumê, então não pude ver.
— Vou te mostrar o viadinho mais tarde — aquela voz rouca, que saiu do ser dentro do carro, me deixou levemente arrepiada. — Agora vem logo pra cá, porque já estamos atrasados.
— Culpa sua, vadio — ela reclamou enquanto caminhava até a porta do carona, abrindo a porta e entrando no carro, mas antes seus olhos passaram por mim e pelos garotos e ela sorriu e acenou, antes de ser puxada brutalmente para dentro do carro, que logo cantou pneu para fora do local.
— Namorado possessivo? — perguntei para Matt e Chaz.
— Tess e Bieber? — Chaz soltou uma gargalhada alta quando confirmei, seja lá se esses forem os nomes deles. — Imagina! São só amigos de infância, sabe? Tipo carne e unha. Irmãos mesmo.
— Você vai gostar deles — foi à vez de Matt dizer enquanto desativava o alarme do carro dele. — Pelo menos da Tess.
— Nos vemos no colégio, Olivia — Charles disse, entrando em uma Mercedes preta que estava ao lado da de meu irmão.
— Ela me pareceu uma garota legal e ele um idiota possessivo — falei enquanto entrava no carro acompanhada por Matt.
— Ele é idiota, mas é um dos meus melhores amigos e você vai ter que conviver com ele — Matt disse, acelerando para fora do estacionamento. — Quanto ao possessivo... Só Tessa sofre com isso.
— Senti um clima quando você ficou babando por ela — falei com um tom estranho, fazendo Mattew rir. — Está afim dela, não está?
— Não exatamente — falou simples, dando de ombros. — Estou afim do corpão brasileiro que ela tem.
— Brasileira? — ele confirmou com a cabeça.
— Ela é uma das meninas mais disputadas do colégio — ele falou, me olhando em relance, voltando-se para estrada novamente. — Mas ninguém chega perto com medo do Bieber.
Revirei meus olhos, pensando em como a vida dessa menina devia ser estressante e um porre. Imagina ter um ser no seu pé, que mal te deixa respirar, e nem seu namorado é? Vê se a menina não sofre.
— Cada vez esse menino me parece mais idiota — falei baixo, apreciando a vista que tinha fora da minha janela.
— Fica longe dele, ok? — Olhei para Matt e sorri. Era tão bonitinho quando ele me defendia e cuidava de mim. — Não quero que você seja mais uma das garotas com coração quebrado, que Justin usa e joga fora.
— Não precisa nem dizer duas vezes — falei, o fazendo rir.
Ele ficou me contando sobre os amigos dele e como eles são todos uns playboyzinhos comedores de vadia e a tal Tess que era uma pobre coitada que convivia com eles desde muito nova, por causa do tal Justin. Mas ela gostava deles e não era nenhuma vadia. Ele me contou uma história enorme nos vinte minutos entre a escola e o prédio em que morávamos. Logo ele já estava estacionando o carro, em uma das vagas reservadas para alunos, entre os mesmos carros que no estacionamento do prédio, o de Chaz e o de Justin. Saí do carro com minha mochila em um dos ombros, sendo acompanhada por Matt.
Havia um grupo parado próximo aos carros, que supus ser os amigos de quem ele tanto falava. Estavam Chaz, Tess e mais três garotos com cabelos claros em tons diferentes. Um deles — o mais gato, devo confessar — estava encostado no capô da mesma Ferrari que há alguns minutos estava na garagem ao lado do carro de Matt, então supus ser Justin Bieber. Ele era incrivelmente lindo e gostoso. Tinha cabelos loiros escuros arrumados em um topete, olhos escondidos por óculos escuros, uma jaqueta de couro preta sobrepondo uma camiseta branca, uma calça também preta, que estava na metade da bunda, revelando a cueca vermelha, combinando com os supras.
— E aí, rapaziada! — Matt disse, cumprimentando os garotos e plantando um beijo na bochecha de Tess.
— Bom dia, Matt — ela disse educadamente.
— Quem é a vadia? — Bieber perguntou, sorrindo malicioso, assim que seus olhos param em mim.
— Vadia é a senhora sua mãe — falei, cruzando os braços debaixo dos seios.
— Ninguém fala assim da minha mãe, sua putinha de cabaré. — Ele veio caminhando em minha direção, mas Matt se colocou em minha frente.
— Ela não é nenhum vadia, JB — ele disse calmamente. — É minha irmã, Olívia.
— Relaxa, Justin. — Tess puxou-o pelos ombros. Ele bufou e revirou os olhos, recuando alguns passos. — Muito prazer! Sou Tereza Martinez, mas pode me chamar de Tess.
— Já te disse mil vezes que não se diz prazer, Te — um dos garotos que eu não sabia quem era disse. — Se diz satisfação. Prazer é só na cama.
Ela soltou uma risadinha baixa enquanto revirava os olhos.
— Te o caralho! — Bieber disse. — É Tess para você, Butler!
— Eu mereço. — Ela revirou os olhos novamente, esbarrando seu corpo no dele. — Para com isso, garoto. Ele é igualmente meu amigo e me chama como quiser.
— Tess…
— Sem Tessa, Tess ou Te — ela disse, o fazendo bufar novamente. — Seja muito bem vinda ao grupo. Vai ser bom ter uma menina pra conversar, só pra variar.
— Está reclamando de nós agora — o tal Butler disse. — Uma vida toda sendo amigos e é isso que eu ganho. Desprezo…
— Meu Deus, como é exagerado! — Ela caminhou até ele, plantando um beijo molhado em sua bochecha. — Eu te amo, Ryan, mas você tem um pênis... Eu acho...
Ela disse, arrancando risadas de todos, menos de Ryan, que tinha um bico enorme no rosto, e Bieber, que me devorava com os olhos, de um jeito pior que Chaz.
— Perdeu alguma coisa aqui?
— Nada. — Ele soltou uma risadinha maliciosa e muito sedutora. — Só estava reparando... Até que você é jeitosinha.
Jeitosinha? Ah Não!
— Jeitosinha? Eu? — Ele confirmou e eu fui até ele e apontei o dedo em sua cara. — Escuta aqui! Jeitosinha é o raio que o parta. Olha só pra mim e diz quem é jeitosinha?
Ele me olhou da cabeça aos pés, mordendo o lábio inferior, enquanto eu dava uma voltinha, exibindo-me.
— Como eu disse, jeitosinha. — Ele voltou a olhar para meu rosto. — Sabe... Você chegou aqui hoje, cheia de marra pra cima de mim... Não gosto disso. E mesmo você sendo irmã do Matt, não vou pensar duas vezes na hora de agarrar pelos cabelos e te jogar na minha cama. Então fica esperta, baby? — Ele piscou pra mim e senti uma vontade tremenda de descer a mão na cara dele.
— Você se acha o gostosão, mas…
— Eu sou gostoso — ele disse, me interrompendo. — Eu posso me achar.
— E daí? — falei com desdém. — Eu também sou gostosa e nem por isso sou arrogante com as pessoas.
— Você? Gostosa? — Ele soltou uma gargalhada falsa. — Onde?
— Isso você nunca verá. — Sorri convencida, o deixando muito puto. — Podia ter ficado sem essa, hein, Justin — o outro loiro disse, me virei para ele e sorri. — Aliás... Já que ninguém me apresentou, sou Christian Beadles, mas pode me chamar de seu.
Sorri timidamente ignorando o olhar fulminante de Bieber sobre mim.
— Fica na sua aí, Beadles, que meu papo com essa vadia ainda não acabou.
— Eu acho que já deu de barraco pra mim... — Ouvi a voz de Tereza. — Vamos, Ry. Quero passar no meu armário antes de ir para a sala. Você não quer vir comigo, Olívia? O Justin é um insensível e só está dando esse showzinho porque você o desafiou. Ninguém pode desafiar Justin Bieber.
— Cala a boca, Tereza! — ele disse, voltando-se para ela. — Você é que está com ciúmes da marrentinha novata.
— Vai a merda, Justin! — ela gritou de volta, jogando as mãos pra cima. — Até parece que eu vou ficar correndo atrás de você quando tenho o Ry. — Ela disse, jogando um dos braços em torno do pescoço dele.
— Assim você me fode... — Ele disse, abaixando a cabeça.
— Você sabe muito bem das regras, Tereza!
— Morrer virgem? — Ele assentiu a fazendo rir. — Só que isso eu não sou faz tempo!
— Tereza!
— Estou brincando, Biebs. — Ela soltou Ryan, indo rumo a ele e o abraçando. — Prefiro você ao Ryan.
— Hey!
Todos riram da discussão idiota deles.
— Vocês são dois crianções — Matt disse, repreendendo Bieber e Martinez. — Agora três não é, Olivia?
— Morra, Matt — falei, piscando os olhos de maneira meiga e ele riu. — Vamos, Tess.
Ela agarrou minha mão e saiu praticamente me arrastando pelo colégio. Estudar aqui não vai ser tão chato quanto pensei.


Capítulo 02 - Ameaça


Os amigos de Matt até que eram bem legais. Tereza era a única garota do grupo. Estava no terceiro ano como todos eles, exceto Christian, que assim como eu estava no segundo. Portanto foi com os dois que me senti mais a vontade para conversar.
Tessa Martinez era uma brasileira doce e gentil. Havia se mudado com os pais advogados com poucos meses de vida. Senhor e senhora Martinez eram super ocupados e focados no trabalho, o que os tornava pais completamente ausentes. A única coisa boa que esse mundo cercado de papéis que os pais viviam a trouxera, segundo ela, havia sido Justin, seu melhor amigo, quase irmão. O pai de Justin também tinha um escritório de advocacia, e tinha uma sociedade com o escritório da família Martinez.
Justin vivia com a mãe, Patrícia, já que os pais eram divorciados. Pattie, carinhosamente chamada, era dona de uma rede muito conhecida de restaurantes, o que tornava a vida de Bieber rodeada de luxos desnecessários, segundo Tess.
Ryan Butler e Charles Somers se mudaram para o prédio quase na mesa época. Tinham apenas três anos quando se conheceram. Justin logo se aproximou de Ryan, deixando Tereza um pouco de lado. Mas ela não se deixou abater e por sua vez aproximou-se de Chaz. Mesmo ainda sendo muito pequenos, Bieber já era um machão ciumento — palavras de Tereza Martinez — então logo tratou de voltar a prestar atenção na amiga. Mas mesmo assim ele e Ryan eram melhores amigos e Tereza e Chaz também.
Uns seis anos depois foi a vez de Christian e a irmã mais velha, Caitlin, se mudarem para o prédio. De acordo com Tess, Caitlin não passava de uma vadia mimada e nojenta, que com apenas nove anos, já manipulava os garotos os colocando contra ela. Isso acabou afastando um pouco Tereza do restante do grupo.
Dois anos depois, com o início de um "namoro" de Caitlin com Justin, tudo só piorou para ela. O melhor amigo a mal dava atenção, que se sentia completamente sozinha. E foi quando Mattew chegou. Ela me disse que conhecer Matt foi uma das melhores coisas que a aconteceu. Ela e meu irmão se tornaram grandes amigos, o que chamou atenção de Bieber. Depois de uma longa briga entre crianças de onze anos de idade, tudo ficou mais ou menos como é hoje. Caitlin foi embora para Toronto, onde mora com uma tia. Bieber e Martinez são mais colados que queijo e presunto em misto quente. Ryan tem uma quedinha por ela, coisa que esconde por causa de Justin (quem me contou isso foi Chris). Chris é um nerd expert em carros (não sei o que o dom para mecânico de Beadles tem haver com o lance da "equipe" deles). Chaz é o palhaço do grupo. E meu irmãozinho é uma espécie de líder, por ser o mais responsável. Isso é tão irônico!
Chris me guiou até o local onde os carros estavam estacionados, onde pude ver Bieber se atracando com uma loira vestida com uniforme de líder de torcida. Revirei os olhos enquanto buscava o carro do meu irmão por ali, que por um acaso não estava onde devia. Não acredito que o filho de uma Roseli me largou aqui no meu primeiro dia!
— Chris! — chamei-o enquanto o mesmo se preparava para entrar em seu carro luxuoso. — Sabe onde Matt se meteu?
— Eu não — respondeu batendo a porta do carro e sentando em cima do capô. — Vamos esperar a Tess. Talvez ela saiba.
Assenti, me sentando ao lado dele e pegando o celular no bolso, onde notei uma mensagem do meu querido irmão.

De: Matt
Desculpe-me, Liv, mas estou com um pequeno probleminha que tenho que resolver imediatamente! Tess vai te levar pra casa, Ok? Tchau.


— Ele me largou mesmo. — Fiz beicinho, tirando uma risada de Chris.
— Drew! — escutei um grito vindo de Tereza, que eu nem havia percebido que estava ali com Ryan e Chaz. — Já te disse mil vezes pra levar suas putas pra motéis, e não ficar se agarrando em locais onde meus olhos inocentes possam alcançar.
— Puta? — A loira gritou, incrédula. — Olha quem tá falando, a senhorita prostituta virgem!
— Vou fingir que eu não escutei isso. — Virou a cara, olhando pra mim e fazendo uma cara de nojo.
— Mas eu não! — Bieber se afastou da garota e se colocou na frente dela.
— Sem barraco, Drew. — Tess se pendurou no pescoço de Justin por trás, plantando um beijo na bochecha dele. — Eu provoquei e o filhote de urubu respondeu, oras! Ela só não sabe o significado da palavra prostituta, que resume a vida dela e das amiguinhas e não a minha.
A garota ameaçou falar mais alguma coisa, mas foi interrompida.
— Você sabe que é verdade, Lindsay — Bieber disse depois de rir do que Tess acabara de falar.
A garota bufou, deu as costas e marchou para longe de nós.
— Isso aí, Te! — Chaz gritou, sendo exagerado como sempre. — Esculacha as vadias!
— Menos, Charles! — falou, levantando a mão.
— E aê? — Ryan jogou um braço em torno do meu pescoço. — Vamos almoçar na tia Pattie hoje?
— Onde mais seria? — Justin sorriu para os amigos. — Vamos logo, Tereza, porque estou faminto! — Ele agarrou a mão da garota e a puxou.
— Tessa! — Chris chamou, ganhando a atenção da garota. — Matt deixou esse presentinho pra você. — Ele apontou para mim enquanto saltava de cima do capô.
— Oh! — Ela bateu com a mão na testa. — Já ia me esquecendo. Matt me avisou que você iria conosco.
— Eu não vou levar essa garota pra lugar nenhum — Bieber disse, mal humorado como sempre.
— Então nós duas vamos com o Chaz. — Ela olhou para Charles. — Não é, meu amor?
— Te levo pra qualquer lugar, princesa. — Ele piscou, sorrindo sedutoramente.
— Segura o periquito, porque nesse céu ele não voa! — Justin disse, fazendo todos rirem da sua escolha de palavras. — Vem, Te. Você também, marrentinha.
— Eu tenho nome — falei, pulando do carro e seguindo-os até a Ferrari branca.
— E eu não me lembro qual é. — Ele abaixou os óculos escuros, cujo eu ainda não havia visto sem, e puta que pariu! Que olhos eram aqueles?! — Não fique chateada, baby. Não me lembro dos nomes da metade das garotas que como e muito menos das que ainda vou comer.
Ele piscou e me jogou um beijo antes de entrar no carro.
— Seu…
— Drew! — Tereza, que já estava dentro do carro, acertou um soco no bíceps dele. — Fala uma merda dessas pra ela novamente e adeus Jerry!
— Quem? — perguntei, não aguentando a curiosidade enquanto tomava meu lugar no banco de trás do carro.
— O pênis dele. — Ela revirou os olhos.
— Seu pênis se chama Jerry, como o rato? — perguntei, já gargalhando. — Não é por nada, mas... Isso tem algo haver com o tamanho?
Fiz um sinal com a mão, mostrando que era pequeno.
— Sorte sua que a Tereza está aqui, porque se não Jerry ia te fazer uma visitinha. — Ele sorriu malicioso, dando partida no carro.
— Eu não costumo carregar uma lupa comigo — falei enquanto brincava despreocupadamente com uma mecha do meu cabelo.
— Ela está pedindo... — disse, olhando em relance para Tereza, que apenas ria. Então notei o fone em suas orelhas. — Escuta aqui, marrentinha. — Ele olhou diretamente para mim, através do espelho retrovisor. — Se eu fosse você, ficava esperta, porque eu vou te pegar. Você pode até negar e dizer que não, mas eu sei que você está mexida comigo e está louquinha para brincar um pouquinho com o Jerry. Mas não se preocupe que você terá essa honra, logo. Mesmo que não quiser, o que é impossível, eu vou te pegar de jeito. E quando isso acontecer... — Ele deixou a frase no ar.
— Você sabe que “negar” e “dizer não” é a mesma coisa, não é?


Continua...



Nota da autora: (14.11.2016) - Sem nota.




comments powered by Disqus




Qualquer erro nessa atualização são apenas meus, portanto para avisos e reclamações somente no e-mail.
Para saber quando essa linda fic vai atualizar, acompanhe aqui.



TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO SITE FANFIC OBSESSION.