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Just know everything has changed






Última atualização: 02/04/2017

Primeiro capítulo


POV*

Fazia muito frio no inverno de Londres. As árvores e a rua encontravam-se absolutamente congeladas. O vento frio cortava o meu rosto. Em meio a isso, me lembrei, por um momento, de um dos dias mais deprimentes da minha existência.

FLASHBACK on*

Corri pelas ruas de Londres ao encontro da casa de Derek, meu namorado. Eu precisava vê-lo, precisava compartilhar a minha felicidade com ele. Eu, uma simples inglesa de 17 anos, aceita na melhor Universidade de Direito de toda a Inglaterra. Tal notícia tinha que ser compartilhada e comemorada, é lógico.
Bati na porta, sentindo meus dedos finos e compridos encostar a campainha fria. Estremeci. Meu corpo inteiro tremia, meu coração batia acelerado.
Ninguém me ouviu, então resolvi girar a maçaneta. Por sorte a porta estava destrancada e eu tinha intimidade suficiente com aquela família para fazer tal coisa.
O silêncio reinava naquele lugar, exceto no quarto de Derek. Eu pude ouvir gargalhadas e uma voz feminina no ambiente. Meu estômago embrulhou, meu coração apertou e minha garganta deu um nó. Juntei toda a coragem que tinha para empurrar a porta, e assim fiz. Os meus batimentos cardíacos se tornaram audíveis e eu me xinguei mentalmente por isso.
Me deparei com Derek em sua cama com uma mulher. Senti as lágrimas teimosas que insistiram em escorrer pelo meu rosto, me odiei por isso. Como eu pude chorar na frente dele, justamente naquela situação? Passei meus dedos pelas minhas bochechas, secando- as. Eu só consegui dizer a ele o quanto eu o odiava por isso. Peguei minha aliança prateada e a arremessei com toda a força que eu pude fazer, acertando-a no ombro de Derek. A mulher que estava ao lado dele permaneceu estática e sussurrou que não sabia sobre a minha existência na vida de Derek.
Eu senti como se meus pés carregassem toneladas. Juntei todas as minhas forças existentes e sai daquela casa o mais rápido que pude. Consegui ouvir a voz do meu ex-namorado esforçando para explicar-se e pedindo-me para ouvi-lo, mas ao invés de parar, eu acelerei meus passos, desejando chegar em casa o quanto antes.

FLASHBACK off*

Balancei a minha cabeça no intuito de afastar tais pensamentos, enquanto me concentrava em não deixar as lágrimas caírem ali mesmo. Ainda doía. Dois anos se passaram desde aquele acontecimento e eu ainda me lembrava de tudo como se fosse ontem. Eu temia que as marcas daquele acontecimento me perseguissem durante toda a minha vida.
Ao finalmente chegar em casa, encontrei minha mãe esperando-me acordada, como sempre. Eu trabalhava durante o dia e cursava direito na University of West London, universidade pública, na qual eu me esforcei muito para entrar.
Éramos só eu e minha mãe. Não tínhamos parentes na Inglaterra. Nossa família era americana, porém mamãe casou-se com meu papai e morávamos em Londres desde então. Seis anos depois do meu nascimento ele faleceu, vítima de câncer cerebral. Papai nos deixou uma quantia suficiente em dinheiro, mas nós não éramos ricos. Eu recebia um bom salário e auxiliava nas despesas, além de poder dar uma vida muito mais confortável para a minha mãe.
Senti o meu corpo inteiro doer, devido ao frio extremo. Estava exausta. Apenas consegui tomar um bom e quente banho, me alimentar e finalmente me deitar. Adormeci poucos minutos depois.

Segundo capítulo


Acordei com o sol gelado entrando pela minha janela e incomodando meus olhos. Levantei-me às pressas, pois estava atrasada para o trabalho.
Tomei um banho rápido e fiz minha higiene matinal. Ainda enrolada na toalha, abri a porta do meu banheiro e peguei algo para vestir. Acabei escolhendo uma calça jeans escura, uma blusa de lã preta e calcei minha bota marrom.
Voltei ao banheiro secando meus longos e lisos cabelos castanhos. Penteei-os calmamente. Fiz uma make básica e me dirigi para fora do banheiro, e logo, para fora do quarto.
Passei pelo quarto da minha mãe, checando se ela já havia acordado e notei que não. Encostei a porta de seu quarto e me dirigi para a cozinha.
Preparei meu café da manhã e terminei com ele as pressas. Eu estava atrasada. Peguei minha bolsa, coloquei algumas coisas dentro dela, inclusive meu celular e minha carteira. Destranquei a porta de casa, me dirigindo para fora dela e trancando-a novamente.
Eu trabalhava na recepção de um pequeno escritório de advocacia que ficava duas quadras da minha casa. Eu amava trabalhar ali. Sonhava em abrir o meu próprio escritório quando eu me formasse.

Terceiro capítulo


Quando o meu turno terminou eu me dirigi para fora do escritório, rumo a Universidade. Meus pensamentos estavam longe e eu só notei quando esbarrei em um rapaz, derrubando minha bolsa no chão, que se abriu, espalhando tudo que estava lá dentro. Me desculpei e senti minhas bochechas queimarem de vergonha. Como eu pude ser tão desastrada?
O rapaz me tranquilizou, enquanto me ajudava a recolher tudo e finalmente levantou-se, erguendo seu rosto. Eu fiz o mesmo e ele reparou em meu rosto. Em seguida o seu olhar se encontrou com o meu e borboletas teimosas insistiram em alojar-se em meu estômago.
Ele era um pouco mais alto do que eu, acredito que tinha aproximadamente 1,75 de altura. Seus cabelos castanhos estavam desordenados, deixando-o ainda mais lindo, e os seus olhos verdes poderiam iluminar a noite mais sombria. O sorriso dele me encantou e eu senti como se estivesse recebendo uma nova chance de ser feliz. Uma nova chance de ser amada.

All I knew this morning when I woke
Is I know something now, know something now
I didn't before
And all I've seen since eighteen hours ago
Is green eyes and freckles and your smile
In the back of my mind making me feel like
I just want to know you better

Tudo que eu sabia esta manhã quando acordei
É que eu sei de uma coisa agora, agora sei de algo
Que não sabia antes
E tudo que eu vejo há 18 horas
São olhos verdes, sardas e seu sorriso
Na minha memória, me fazendo sentir que
Eu só quero te conhecer melhor

Em seguida, eu me senti ridícula, pois em seguida pensei que poderia estar indo muito rápido e talvez me iludindo. Balancei a cabeça tentando não pensar nisso e apenas me apresentei:
- Oi, prazer. Meu nome é , mas me chame de , por favor. - eu disse estendendo a mão para ele.
- Oi , o prazer é todo meu. Eu me chamo , mas pode me chamar de - disse ele pegando em minha mão e continuando a falar.
- O que uma garota tão bonita faz sozinha numa hora dessas? - ele me perguntou, sorrindo encantado e nesse momento o meu mundo parou completamente.
- Eu estudo na UWL, estou indo para lá. - ao dizer isso, me senti ridícula por estar dando tantas informações a um estranho. Ele é lindo, mas eu acabei de conhecê-lo! Meu Deus, como eu sou patética!
- Eu também estudo na UWL, posso te acompanhar até lá?
- P-pode sim, . - gaguejei e céus, eu sou realmente patética! Definitivamente estou reprovada no tema flerte. Eu não sirvo para isso, não mesmo.
No caminho da Universidade nós conversamos bastante, trocamos nossos telefones e aparentemente, é uma pessoa incrível, mas eu não posso e não vou criar expectativas. Não dessa vez!
A aula terminou. Encontrei-me com novamente que comentou cursar medicina. Fiquei encantada, pois sempre admirei essa área, porém não conseguiria cursar, devido a minha cisma com sangue.
Em meio a nossa conversa, eu pude sentir em algo que nunca senti em ninguém, apesar de termos acabado de nos conhecer, eu só conseguia querer conhecê-lo melhor. Eu só conseguia sentir vontade de estar com ele por muito tempo.

All my walls stood tall, painted blue
I'll take 'em down, take 'em down
And open up the door for you
And all I feel in my stomach is butterflies
The beautiful kind makin' up for lost time
Takin' flight, making me feel like
I just want to know you better

Todas as minhas paredes são altas e pintadas de azul
Mas eu vou derrubá-las, vou derrubá-las
E abrir a porta para você
E tudo que eu sinto são borboletas no estômago
Do tipo bonito, recuperando o tempo perdido,
Pegando voo, me fazendo sentir que
Eu só quero te conhecer melhor


Quarto capítulo


Enquanto eu refletia sobre isso, me esforçando para não perder o foco da nossa conversa, acabei perdendo-me em seus olhos verdes. Nesse instante eu só pude sentir aproximando-se e selando nossos lábios. Sua língua quente pedia-me passagem e eu consenti, intensificando o beijo. Estávamos ali, apenas eu e ele. Como se as outras pessoas não existissem. O beijo de era calmo, porém eu sentia o desejo que ele estava sentindo por mim naquele momento. Eu desejei que aquele momento fosse eterno.
Soltei minha bolsa no chão, sem me importar com mais nada. O nosso mundo parou e eu só queria estar ali com o tempo que nos fosse permitido. Eu o queria mais do que tudo. Por mais estranho que isso parecesse, eu finalmente pude sentir o que é o amor à primeira vista. Eu senti como se estivesse esperando por ele durante todo esse tempo. Senti como se de alguma forma, eu precisasse dele e ele de mim. Eu senti como se eu devesse estar com ele. Nada mais importava. A questão de termos acabado de nos conhecer era um simples detalhe e eu resolvi me permitir, me permitir estar com outro alguém.
Paramos o beijo, olhando fixamente um para o outro e nos abraçando em seguida.
- O que você me diria se eu disser que estou apaixonado por você? Estou apaixonado a primeira vista por você, . - ele sussurrou em meu ouvido e eu senti meu corpo arrepiar com o som da sua voz.
- Eu diria que sinto o mesmo, .
Puxei-o para outro beijo e naquele instante começou a chover, mas não nos incomodamos e apenas intensificou o beijo, enquanto acariciava a raiz dos meus cabelos.
Por um minuto, eu só pensei em contar a minha mãe o que havia acontecido. Eu sei que ela me apoiaria, pois ela insistia em me dizer que o amor me encontraria quando eu menos esperasse. Ela me fazia acreditar em amor a primeira vista. E naquele momento eu só pude sentir que ela estava certa.
"Eu conheci a felicidade, mãe... A senhora sempre esteve certa. Eu conheci a felicidade e ela tem um par de olhos verdes." - pensei comigo mesma e sorri em meio ao nosso beijo, separando nossos lábios.

All I know is we said, "Hello"
So dust off your highest hopes
All I know is pouring rain
And everything has changed
All I know is a new found grace
All my days I'll know your face
All I know since yesterday
Is everything has changed

Porque tudo o que eu sei é que nós dissemos, "Oi"
Então se livre das suas maiores esperanças
Tudo o que lembro é a chuva caindo
E tudo mudou
Tudo o que conheço é um novo encanto
Por todos os meus dias lembrarei do seu rosto
Tudo o que sei desde ontem
É que tudo mudou


Fim!



Nota da autora: (02/04/2017) Sem nota.




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