O mal de se morar junto com um namorado tão provocador como era que meu corpo tinha se acostumado com as carícias e safadezas frequentes e reclamava quando não as ganhava. Chegava a quase doer e incomodar de verdade quando vinha a saudade das suas mãos bobas arteiras, dos seus lábios quentes e, principalmente, da sua masculinidade em mim.
O foco era facilmente perdido quando isso me acontecia. Precisava apertar as pernas com força ou tentar me manter pensando em coisas fofas e broxantes para me acalmar e fazer o trabalho que me era de direito na fazenda. Mas o pior de tudo era saber que, quando chegasse em casa após uma jornada dupla de trabalho, eu não o veria. E não o tinha visto por longos meses, já. Era aterrorizante e extremamente doloroso.
Não brigava com ele, porém, por ter me deixado ali e seguido o seu sonho; era injusto. queria ser corredor de stock car profissional e estava tentando a vida em São Paulo, enquanto batalhava por uma vaga entre os melhores em um centro de treinamento. Estava pertíssimo de conseguir o que queria, entre os melhores e mais promissores, em busca de patrocínio. E eu, bom, estava realizando meu sonho, com um laboratório só meu e idealizando minha pesquisa, enquanto ajudava o meu futuro sogro com a administração da fazenda, responsabilidade, esta, que era de , mas que passara para mim.
Marcos não queria que o filho se tornasse piloto profissional de stock car - ele me confessou, uma vez, que tinha pavor, já que perdera a esposa em um acidente de carro -, mas era maior de idade e tinha seu próprio dinheiro e ele não podia impedi-lo. Sua condição foi me prender à fazenda, deixando-me substituir meu namorado nas funções que lhe caberiam se estivesse aqui. Se conseguisse o que pretendia, eu estaria livre para ir. Se não, ele voltaria para a fazenda e tudo bem.
Entendi que Marcos estava tentando me usar para manter o filho por perto. Tinha certeza que ele esperava que a saudade apertasse o suficiente para ele voltasse correndo para casa, mas ele não o fez. Na verdade, fora o contrário: no mês passado, eu tinha surtado de excesso de trabalho e saudade e fui encontrada chorando embaixo de uma mesa. Ganhei alguns dias de folga para viajar para São Paulo e encontrar com .
Só de lembrar daqueles poucos dias, meu coração palpitava e meu corpo começava a se arrepiar. A falta tinha nos deixado mais sensíveis um ao outro e tudo tinha sido delicioso de uma forma extrema.
E agora lá estava eu, fantasiando de saudade, trancada em sua pequena casa, no coração da fazenda, no quarto em que dividíamos por muitas noites e cheio de lembranças quentes e deliciosas que me faziam vibrar, enquanto ele estava a mais de 800 quilômetros de distância de mim.
Tinha uma coisa que fazíamos para tentar amenizar a saudade, quando ela apertava daquela maneira. Levantei-me, indo até o guarda-roupa e puxando a caixa de brinquedos - que havia aumentado consideravelmente através dos anos e, principalmente, quando nos formamos da faculdade - e selecionei um dos vibradores, enquanto discava o número de pelo celular.
Queria senti-lo, mas já que não era possível, vê-lo teria que ser o suficiente.
"Oi, baby" atendeu-me, parecendo animado.
Àquela hora da noite?
Apurei meus ouvidos, tentando identificar qual era o motivo da animação. Eu bem conhecia como era a noite paulistana para ignorar aqueles sinais.
- Oi, baby - respondi, ainda concentrada. - Será que você poderia entrar no skype agora?
Ele estalou os lábios e eu soube que ouviria uma negativa. Por Deus, ele não deveria nem estar em casa e eu bancando a idiota, de pijamas e com um vibrador em mãos, esperando que ele pudesse me ajudar só um pouquinho. "Hm... É que eu tô com os caras jogando vídeogame. Não pode ser mais tarde?"
Vídeogame. dividia o apartamento com um amigo nosso e um outro rapaz que ele conheceu no treinamento. Era um apartamento grande, na área nobre de São Paulo e eles tinham bastante espaço, então era tranquilo. Porém, era como uma grande festa. E eu me corroía de ciúmes, sem conseguir me conter.
- Hm... - Respondi. - É um pouco urgente. Queria que você visse uma coisa.
Ele riu e embora eu soubesse que só tinha metade da sua atenção, estava se saindo muito bem ao disfarçar tal fato. Revirei os olhos, percebendo que o negócio não ia engrenar e que, talvez, eu precisasse fazer aquilo sozinha. Retirei o short do pijama e liguei o vibrador, deixando-o apenas encostado na extensão da minha vagina para aliviar um pouco a tensão ali instalada enquanto não se resolvia.
"O que você está aprontando, ?" Perguntou, com um pequeno delay.
- Bom, no momento? Estou enfiando aquele vibrador inox que a gente tem na minha buceta.
Ouvi um barulho de algo caindo e a ligação caiu. Tirei o celular da orelha, encarando-o, confusa. Liguei novamente para e caiu na caixa postal e franzi minhas sobrancelhas, mas já rindo, imaginando o que tinha acontecido. Meu pobre namorado não conseguia se segurar dentro das próprias calças por muito tempo.
Cerca de trinta segundos depois, quando o barulho de ligação no skype começou a entoar no quarto, soltei uma gargalhada alta.
podia ter muitos defeitos, mas ele era bem prestativo... Quando lhe interessava.
Puxei o computador para a minha frente e atendi a ligação, puxando o decote da minha blusa um pouco mais para baixo e planejando fazer meu namorado sofrer um pouquinho.
- Ué, você não estava ocupado? - Perguntei, quando seu rosto apareceu na tela.
estava bastante diferente desde que se mudara para São Paulo. Tinha cortado o cabelo rente novamente - não sem protestos meus - e desenvolvera ainda mais músculos por causa do treinamento de resistência, principalmente nos braços, por conta do volante. Seu rosto ficara mais duro, dando-lhe uma maturidade que excedia nossa idade e molhava ainda mais minha calcinha.
Seus olhos estavam fissurados em mim e parecia seriamente concentrado. Percebi quando ele correu os olhos pela tela do computador, provavelmente analisando minha imagem e, então, sorriu daquele jeito maravilhoso e safado.
- Bom, agora eu quebrei meu celular...
Apertei meus lábios, imaginando a expressão de ao ouvir o que havia dito. A informação de que ele quebrara o celular só deixava tudo ainda mais engraçado. Ficava completamente desnorteado quando o sangue descia.
- Quê? - Perguntei, ainda tentando conter o riso, querendo saber mais do ocorrido.
não pareceu zangado ou chateado, na verdade, se divertia da própria reação e desgraça. Não poderia culpá-lo, quando ele me pegava desprevenida, normalmente minhas pernas não funcionavam muito bem.
- Eu estava equilibrando ele enquanto jogava videogame - contou, mas sem prestar muita atenção. - Aí minha namorada me vira e fala que está enfiando objetos penídricos na sua circunferência vaginal e, bom, ele caiu.
- Penídricos? Circunferência vaginal? - De onde diabos ele estava tirando essas palavras?
riu da expressão perdida que eu provavelmente fazia e coçou sua barba rala, fazendo cara de pensativo.
- Mas já tá querendo que eu fale sujo? - Perguntou, fazendo graça com a minha cara. - Pensei que primeiro a gente tinha que começar com um chamego, uma poesia.
Revirei os olhos, sabendo que ele estava falando do livro que eu levara comigo em minha viagem para São Paulo. Era um romance de época que ele me fez ler um trecho para ele, na cama, e riu da fala cheia de pomposidade do mocinho. Disse a ele que um pouco de palavras bonitas, às vezes, não fazia mal. Certamente não estava falando de penídrico. - Penídrico não é poesia. Na verdade, isso nem existe.
- Eu inventei - disse. - Pra você.
- Nossa, muito obrigada! - Ironizei.
parou de rir e ficou sério. Supirou e seu olhar baixou, deixando-o com uma expressão triste ao me encarar de volta. Sorriu de lado e eu sorri de volta - era claro que sentíamos saudades até de brigar um com o outro por motivo algum.
- Eu também tô com saudades.
Apesar de proferir algo emocional, seus olhos aqueceram e pareceram em brasas ao meu encarar de volta através do monitor. Vi-o morder o lábio ao me admirar e senti meu coração disparar.
- Queria você aqui agora - confessei.
- Você sabe o que eu estaria fazendo se eu estivesse aí agora? - Senti o arrepio embaralhar meu interior com a verdade explícita em sua fala. - Fecha os olhos, baby - pediu e eu cumpri, já conhecendo o nosso jogo. Era sempre ele que provocava, deixava-me molhada e me assistia como se eu fosse a coisa mais interessante do mundo todo. - Eu sei que você consegue sentir meus dedos tocando a sua pele. Sei que você conhece a minha língua, a minha voz e a forma com que meu pau mete fundo e forte em você.
Puta merda. - Você sabe o que dizer pra deixar uma garota molhada - sussurrei, arfando e abrindo os olhos para encarar o sorriso convencido do meu namorado.
- Esse é um dos meus muitos talentos - disse.
- Gosto quando você geme na minha orelha - não era uma informação nova, mas consegui ver as brasas de desejo no olho de se remexeram à minha frase. Percebi seu braço se movendo e soube que ele já estava se masturbando. - Quando você está quase lá e se segura, xinga um palavrão e grita meu nome. Me chama de sua, me xinga e me preenche.
Mordi a boca para conter o gemido ao enfiar o vibrador em minha vagina. Abri os olhos para encontrar totalmente compenetrado nos leves movimentos de meu ombro, mesmo que não pudesse ver, tal como eu sabia que ele se acariciava.
- Gosto de ouvir seu coração - congelei ao ouvir aquele detalhe tão sutilmente sensível. - Quando ele acelera. Sua adrenalina. Quando sua respiração começa a falhar e você se engasga e enfia as unhas em mim, se contorce e aperta os dedinhos dos pé.
Céus. Ele me conhecia por inteira.
- Gosto quando você grita e implora pra eu te foder mais forte e mais rápido. Grita meu nome. E chora. Adoro quando você chora que não aguenta mais e aí goza mais uma vez.
Minha respiração estava totalmente cortada e eu pouco conseguia encher meus pulmões. A velocidade do meu pulso se intensificou ao tom que eu já sabia que gostava e meus olhos se fecharam, enquanto eu jogava a cabeça para trás, sentindo o desespero me assolar com a confusão de sentimentos e prazeres que se acumulavam em meu corpo.
- Mais... - Implorei.
- Isso - comemorou. - É assim mesmo que eu gosto, . E aí você começa a rebolar - engasguei-me com uma risada em momento inusitado porque era exatamente o que eu estava fazendo. suspirou, não deixando-se envolver pelo meu surto engraçado. - Céus, como você é linda. Às vezes eu quase esqueço e aí eu te vejo de novo e começo a babar.
Outra gargalhada nervosa saiu da minha garganta sem que eu conseguisse me conter. A velocidade do meu pulso diminuiu outra vez, confusa entre o doce, o sensual e a comédia do meu namorado.
- Você vai conseguir me fazer broxar - repreendi-o.
nem reparou no que eu fazia, seus olhos vidrados no meu decote. Ele mordeu o lábio inferior e apertou-os, compenetrado em si mesmo por alguns momentos.
- Deixa eu te ver? - Pediu.
O arrepiou veio novamente, com seu tom libidinoso e seu olhar quente. Era inevitável: excitá-lo me excitava. Nem sabia como eu tinha cogitado a hipótese de broxar, como se isso fosse possível com aquele homem na minha cola.
Concordei com a cabeça lentamente, empurrando o computador para mais longe de mim, deixando que ele tivesse a visão do meu corpo todo e da minha movimentação de masturbação. Sua expressão endureceu ainda mais e seus olhos escureceram e pareceram brilhar mais intensamente ao meu olhar. Enfiei o consolo quase que por inteiro e soltei-o de minha mão para retirar a blusa do pijama. Meus seios saltaram à frente e a boca de sumiu do meu campo de visão, enquanto ele se aproximava da tela.
- Ah! - Ele quase gritou e eu soube que a brincadeira já tinha acabado pra ele.
Se para mim, manter-me longe dele e sem sexo, era ruim, para , eu sabia, era quase insuportável. Eu achava que ele nunca havia passado tanto tempo sem sexo e só podia admirar que ele não gozasse só com um suspiro meu.
Levantou um dedo no ar, pedindo um momento e se abaixou, sumindo do meu campo de visão por uns segundos. Voltou a entrar em todo o meu campo de visão e eu notei sua boca aberta quanto ele arfava, ainda sentindo um pouco do seu alívio.
Voltei a me movimentar, não aguentando esperar que ele se recuperasse, visto que a pulsação crescente na minha vagina estava incomodando tanto que chegava a doer. Fechei os olhos e respirei fundo, tentando me concentrar em me lembrar dos dedos de tateando minha sexualidade, do seu pênis me invadindo...
Aquele vibrador tinha o formato errado e isso dificultava um pouco as coisas. era mais grosso e se encaixava com mais facilidade dentro de mim. Sentia falta do calor do seu corpo e dos sopros provacantes que ele fazia em minha orelha.
- Enfia, isso - ele me incentivou. - Goza pra mim, bem gostoso. Quero ouvir você gritar.
- - murmurei.
- Isso - concordou. Trinquei os dentes, ouvindo-o sussurrar lidibinosamente. Fechei os olhos e o imaginei ali, ao meu lado, como se fosse um jogo de não tocar. - Rebola essa buceta gostosa pra mim. Goza, baby. Relaxa.
- Ai, .
A dolorosa realidade da distância estava prendendo e segurando o meu prazer longe de mim. Meu coração acelerado estava incomodado e eu apertei meus olhos, implorando a ajuda da minha imaginação.
- Lembra da gente aqui, - murmurou. - Aqui no meu quarto. Quando eu fodi você em pé e de costas, na janela. Você ficou na ponta do pé, com os seios espremidos no vidro e gritou tanto que arranhou a garganta e ficou tossindo até o dia seguinte. Lembra quando eu te ergui no ar? E te fodi forte até que você jorrou e molhou o meu carpete?
Involuntariamente, com a ajuda da lembrança de ficando nítida e deliciosa em minha mente, meu corpo inteiro se contraiu em um segundo e explodiu no seguinte, liberando ondas de prazer que me congelaram e me estremeceram. Rápido e intenso, gritei o nome dele mais algumas vezes, antes de me soltar todo o ar de meus pulmões e relaxar meu corpo na cama.
Meus olhos pesaram e eu só ouvi o suspiro aliviado de fazer eco ao meu. Involuntariamente, rolei para o lado esperando encontrá-lo e a tristeza me bateu com força, molhando meus olhos. Escondi o rosto nas mãos, tentando impedi-lo de ver o quanto aquilo me afetava porque era injusto deixá-lo sentir meu sofrimento enquanto ele estava correndo atrás de seu sonho.
- ? - Chamou-me, preocupado.
Era tarde demais. Apesar de ser um idiota e me estressar na maior parte do tempo, me conhecia o suficiente e ainda era perceptivo. Não tinha como não perceber aquele meu momento e eu nem sabia porque havia tentado esconder.
- Desculpe - sussurrei.
Ele sorriu tristemente ao me ver puxando o computador mais para perto e permitindo que ele visse minhas lágrimas.
- Eu também sinto sua falta, - murmurou.
- Eu sei - concordei, sentindo um aperto insuportável no peito que nada tinha a ver com o orgasmo que acabara de me acometer. - É só que...
- Dói - ele completou.
Ficamos nos encarando por um momento, tentando encontrar uma forma de amenizar a falta que fazíamos um para o outro, sem sucesso. O silêncio acabou por me fazer bocejar.
- Você é tão previsível às vezes - riu.
Ri, sentindo a porcaria do sono e o cansaço das poucas lágrimas derramadas. Não demorou muito até que minhas pálpebras ficaram pesadas demais.
Nota da autora: (23.01.2016) Essa short é um pouco triste, mas eu dedico ela, com todo amor do mundo à minha leitora e amiga Maya, que sabe que é pra ela <3
Bom, essa é a sexta de uma série de shorts que vai levar a gente em um caminho encantado até a Jogando os Dados 2 – No Limite #simvaitersegundatemporada! Hahahaha
Espero que vocês tenham gostado da brincadeira e até a próxima!
Lista das Shorts de Jogando os Dados
#Short1 – Colisão
#Short2 – Morando Juntos
#Short3 – Frio
#Short4 – Menage
#Short5 – Calor
#Short6 – Longe de Casa < Estamos aqui!
#Short7 – Vermelho
#Short8 – Bebê a bordo