CAPÍTULOS: [01]









Capítulo Único


Londres, 2000, 16:40.



A menina não acreditava que mais um ano se passava e seus pais novamente se quer ligaram para desejar feliz aniversário. Estavam ocupados demais para se lembrar do aniversário da própria filha, cuidando dos negócios da empresa. Já estava cansada de tudo isso, apenas queria atenção. Era pedir demais? Sempre a deixaram com os empregados da casa porque não tinham tempo para desperdiçar brincando com a filha. Sabia que tinha tudo o que queria em mãos, mas também sabia que de todas as coisas que eles davam, o amor estava em falta.
– Oi. – Assustou-se ao ouvir uma voz atrás de si, e mesmo assim virou-se lentamente até encarar o menino que lhe olhava como se pudesse adivinhar cada um dos seus pensamentos. Balançou a cabeça, afastando essa sensação, e finalmente tentou dizer algo.
– Oi. – Falou, com um pequeno sorriso triste nos lábios.
– Por que você está sentada aqui sozinha? – Disse, aproximando-se.
– Não posso mais ficar sozinha? – Rebateu, fazendo o menino levantar as mãos, se rendendo.
– Não disse que não podia. – Falou, sentando ao lado da menina. - Não gosta de se enturmar com outras pessoas?
– Hum, não exatamente. – Suspirou.
– Posso saber o porquê então? Sem querer me intrometer na sua vida.
– Tarde demais pra falar isso. – Sorriu, pela primeira vez no seu dia. Aquele garoto foi a única pessoa que conseguiu arrancar um sorriso sincero seu. – Só sirvo pra estragar a vida das pessoas, nem meus pais me aguentam. Acho que seria melhor nunca ter nascido. – Desabafou, dando um suspiro derrotado.
– Ei, não diga isso, você me parece ser uma pessoa bem legal.
– Você não me conhece pra tirar essas conclusões. Olha só, nem meus pais ligaram para me desejar feliz aniversário hoje. Isso deve mudar sua opinião.
– Nada do que você fale vai me fazer mudar de opinião. – Falou com convicção. – Espera, hoje é seu aniversário?
– Sim, mas não importa.
– Importa sim. Olha, não saia daqui, ok? Volto logo. – Disse simplesmente, levantando-se do gramado do parque e limpando sua bermuda branca.
olhou o menino desaparecer entre as pessoas que estavam no local, sem saber por que estava realmente esperando pelo garoto. Nem ao menos sabia seu nome e ele já a tinha feito sorrir. Não sabia o porquê de, ainda no fundo, ter esperança de que voltasse.
Não demorou muito tempo para que ele já estivesse vindo em sua direção, passando pelas pessoas com uma rosa na mão direita. Seus cabelos estavam desgrenhados e no seu rosto tinha um pouco de sujeira, mas suas bochechas não abandonaram o tom rosado que possuíam.
Ela viu o menino se aproximar, e em seguida, sentar a sua frente.
– Bom, sei que não é o melhor dos seus presentes, mas no momento é tudo o que tenho. – Levantou a mão que estava com a rosa, esperando que a pegasse e assim o fez. – Não sei por que, mas ela me lembrou você.
– Tem espinhos?
– Não, é linda. – Sorriu envergonhado, deixando a menina sem saber o que falar.
– Obrigada. Esse foi o melhor presente que já me deram. – Disse, cheirando a rosa e o encarando depois.
– Não fale besteiras. Uma rosa? Tenho certeza que já ganhou algo melhor.
– Não quero algo melhor, quero algo que me faça sorrir, que me faça feliz. – Disse, sentindo suas bochechas corarem.
– Então essa rosa te faz feliz?
– Hum, sim. – Deu ombros e sorriu em seguida.
– Então espera, porque eu vou te dar uma rosa por todos os dias da sua vida. – Finalizou, encarando-a e a fazendo perder o ar que tinha em seus pulmões por um segundo. Mas tudo o que fez no momento foi abaixar a cabeça e rezar para ele não notar o pequeno sorriso que se abriu no canto de seus lábios.
– Posso saber seu nome?
, mas pode me chamar de .
– É bom conhecer você, . Me chamo .


Londres, 2014, 20:00



- Não adianta insistir, . Eu não vou! – Falou impaciente enquanto o garoto lhe encarava com os grandes olhos mesclados em vários tons diferentes de .
- Você não precisa ficar exatamente do nosso lado, você pode levar a Hazel!
- Não acredito que está falando isso! Se não quer que eu vá pode dizer, só não quero ser um fardo pra você carregar!
- Você sabe que não é verdade! Você nunca vai ser um fardo pra mim, . – Em tom calmo, ele se aproximou lentamente em uma tentativa falha de abraço. – E quer saber? Eu já falei com a Casey e ela me jurou que não ia te provocar. Agora só você precisa fazer isso, me jurar que não vai provocar também.
- Está querendo dizer que eu que sempre provoco, ? Todas as vezes que a gente se encontra ela que faz tudo começar. Quem derramou suco no meu vestido no dia da festa da formatura da minha mãe? Quem...
- Eu sei, . Ela me jurou que iria melhorar e eu confio em você pra me jurar isso também. Você imagina pra mim o quanto é horrível ver minha namorada e a minha melhor amiga brigando o tempo todo? – O garoto levou as mãos nos cabelos loiros, bagunçando-os e fazendo o coração da menina acelerar um pouco mais.
- Você sabe que eu não tive culpa, não é? – Tentou se acalmar, aproximando-se de . Colocou as mãos nos lados de sua face, dando um beijo em sua bochecha. Instantaneamente, viu um sorriso crescer no rosto dele e seus olhos se encolherem.
- Isso significa que você vai?
- Isso significa que você vai. Eu prefiro ficar aqui, prometo que vou te esperar quietinha. – Falou lentamente, enquanto o via assentir e depositar um segundo beijo na sua testa.
- Eu sei que você vai ficar! Você me ama, não vai conseguir viver sem mim!
- Claro que não vou conseguir! Vai lá, a sua namorada deve estar esperando. – Falar “namorada” a atingia, mas não queria demonstrar nada para . Teria que aprender a separar amizade de amor, mas seu coração quebrava em pensar que ela o veria casar e ter filhos. Era demais pra si. Afastou esses pensamentos e viu andar até a porta, chamando seu nome.
- ?
- Hum?
- Eu te amo! – Fechou a mesma, a deixando parada na mesma posição. Não deu tempo de correr pra dizer que também o amava, ele já estava dentro do carro o ligando e sumindo a rua escura.
“Tudo bem”, pensou, encarando o sofá bagunçado. Odiava ficar em casa sozinha, odiava mais ainda ficar sem a companhia dele. Sentiu-se perdida no dia que ele assumiu namoro com Casey, ela era simplesmente sua inimiga, estudou longos anos ao lado daquela garota estranhamente loira, mas sentiu-se mais perdida ainda quando soube que era nela que pensava todas as noites antes de dormir, ou quando cantava aquelas músicas românticas que ele mesmo fazia. se arrependia de todas as noites achar que um dia eles teriam a chance de ficar juntos, mal tinha tempo para si mesma e lá estava ela pensando em manter um relacionamento com seu melhor amigo. Deitou-se no sofá, esticando as pernas e encarando o teto, mas enquanto fechava os olhos, todas as imagens dos anos ao lado de passavam na sua cabeça. Respirou fundo e mergulhou em todas aquelas lembranças que faziam suas pernas ficarem bambas.


Flashback On
Londres, 11/03/09, 09:30 am



A escola nunca pareceu tão bela em toda a sua vida. Tinha descoberto há um tempo que sentia um tipo de sentimento por seu amigo. Não foi uma coisa fácil de ser admitida para , e ver o menino rodeado de meninas não a ajudava. Tentava conter seu ciúmes, mas era difícil de lidar. Caminhou em direção ao pátio quando viu seu amigo agarrar uma garota morena de umas séries a mais, sentiu a raiva passar todo o seu corpo e girou os calcanhares. O menino arregalou os olhos em pânico e soltou rapidamente a menina ao seu lado, ouvia sua voz desesperada a chamando enquanto corria. Podia ouvir o barulho de seus tênis encontrando-se com o piso, mas deu ombros e não parou até finalmente sentir a mão quente de tocar seus ombros tensos.
- , o que deu em você?
- Me deixa em paz,
- O que aconteceu? Se foi alguma coisa que eu fiz, pode falar que...
- O problema não é em você! É em mim, eu que sou o problema!
- Você, mas por quê?
- , por que não para de perguntas e volta lá? Desculpa se atrapalhei, mas a sua... – hesitou. – Amiga deve estar aguardando você.
- Ah. – Viu o garoto sorrir e balançar a cabeça. – , não precisa ficar com ciúmes, ela é só...
- Sua namorada, desculpa , eu não quero conversar agora.
- Para de me chamar pelo sobrenome, gosto quando me chama de não de .
- Você não se incomodaria se suas amigas o chamassem de “”, por que se incomoda quando eu falo? Sou sua amiga como elas. – Girou os olhos teatralmente, sentindo-se mal por tratá-lo assim, mas não tinha culpa de ver o que viu, não dava pra ser ignorado.
- Você não é a minha amiga como elas, ! Você é... diferente.
- Eu estou vendo que sou diferente. – Falou isso mais para si mesma. Sabia que era, nunca prestaria atenção nela. – Diferente demais.
- O que está havendo com você?
- Nada.
- Você não confia em mim?
- Confio, . Confio sim! Eu estava tentando te falar qu...
- – Falou uma menina loira mais próxima. Ela pôs a mão no ombro do garoto e só naquele momento percebeu o quanto ele tinha crescido desde o ultimo verão. Seus olhos estavam mais profundos, pareciam que poderiam ler todos seus pensamentos. encarou a garota e ela simplesmente lhe deu um beijo inesperado e sem hesitar, ele retribuiu, deixando-a paralisada.
- ...
- Deixa pra lá , depois a gente se vê! – Ajeitou sua bolsa e continuou a andar enquanto ele a olhava partir.



Londres, 06/05/13, 23:07



observava as árvores passar ao seu redor na velocidade do vento. Sentia-se mais confortável com do nunca, era a primeira vez que sua mãe viajava para o México e a deixava passar a noite na casa dos ´s. O garoto quase pulou de alegria quando soube que iria dividir seu quarto com ela e claro que aquilo a deixou com as bochechas coradas.
- Gostou do nosso passeio pelo Pizza Planet?
- Aquilo não valeu, você nem deixou eu terminar . E quer que eu diga uma coisa? Estou querendo vomitar! – Falou, sentindo um mal estar lhe atingir. Maldita hora que resolveu comer uma Big Pizza Planet
- Wow, espera ai, você não pode vomitar nesse carpete. Eu passei uma semana tentando limpar, meu pai deixou sobre minha responsabilidade e...
- Ele ainda acha que você é responsável? – Perguntou, segurando o sorriso enquanto umedecia os lábios e encarava atentamente o trânsito.
- Ele ainda tem esperança, você sabe como é! E sua mãe, quando volta?
- Não sei ainda, provavelmente daqui há 3 meses.
- Não sei se te aguento por 3 meses.
- Eu te aguentei por todos esses anos, não reclame. – Exclamou, recebendo uma gargalha em resposta.
- Eu tenho que concordar com você dessa vez! – O garoto falou, passando uma das mãos nos olhos. Se não o conhecesse arriscaria que estava com sono, não demorou muito pra o silêncio se instalar entre eles.
- , posso te perguntar uma coisa?
- Claro, linda!
- Você teve algum tipo de relacionamento com a Casey? – Observou o mesmo enrijecer quando acabara de falar, fazendo se arrepender de ter perguntado.
- Por que está me perguntando isso?
- Ela me falou por algumas mensagens, não sei como ela pegou meu número. Mas não me deixa em paz.
- Hum.
- Você ficou com ela, não foi? – Perguntou um tanto quanto decepcionada, sem receber uma resposta. O rosto do garoto ficou aflito, e ela olhou para o lado sentindo a vontade de vomitar lhe atingir novamente. – Me responde que “não” , por favor.
- Desculpa!
- Por que não me conta nada disso? Você sempre me deixa passar por idiota, !
- Você só me chama de quando tá chateada!
- Eu estou chateada.
- Eu deveria ter te contado, , mas...
- Mas?
- Eu... Eu não consigo.
- É tão fácil. Você vem pra mim e fala: “Olha, , eu estou ficando com a Casey”
- Não é assim que funciona comigo.
- O que quer dizer?
- Nada.
Infelizmente, ele acabara de estragar a noite, novamente! Depois de alguns minutos o viu estacionar o carro em frente a casa de cor escura, e abriu a porta do carro ainda sem olhá-lo. Não se aguentou em pé, sentiu toda a Big Pizza Planet saltar para fora da sua boca e cair na direção do carpete do carro. Por um momento, pensou que sua vida acabaria ali. Naquele momento, pensou que era o fim da sua amizade com , que queria sumir, queria apenas estar em casa, longe dele, e longe daquele carpete idiota.
- , você está bem? – Falou, correndo em sua direção. Abaixando-se, tirou os cabelos que soltavam do coque frouxo feito pela menina de seu rosto pálido.
- N-não! Eu quero v-voltar!
- Voltar?
- Pra casa, eu quero ir pra casa! – Exclamou, entre soluços, seus olhos foram de encontro com os do menino. Ele abriu a boca várias vezes quando viu os seus olhos úmidos das lágrimas que não conseguia segurar.
- Não vou deixar você voltar!
- EU QUERO IR !
- Shhhh, não fala, vem cá, fica quietinha, ai! – Disse ele, levando a mão em direção ao piso do carro.
- Eu melei a droga do seu carpete!
- Quem disse que eu estou ligando pra ele? – o viu pegar sua chinela jogada e limpou as lágrimas.
- E o que está fazendo?
- Cuidando de você!
Ela sentiu o garoto passar os braços por suas pernas e cabeça. levantou-a, pegando lhe no colo. fechou os olhos, encostando a cabeça em seu peito. O coração de estava batendo rapidamente, era um som que gostava de escutar. Ele fechou a porta do carro e entrou em casa silenciosamente.
- Seus pais estão? – Perguntou, ainda de olhos fechados.
- Provavelmente dormindo.
- Hum. Pra onde estamos indo?
- Quarto! Você precisa dormir.
Ele caminhou lentamente, a cada passo seus olhos ficavam ainda mais pesados. Sentiu a cama macia do garoto abaixo e pegou um travesseiro, ele jogou suas chinelas no chão, se aproximando.
- Afasta, vai!
- Pronto! Mas o quê esta fazendo ?
- Te colocando pra dormir!
sentiu as mãos dele tocarem sua cintura, e a respiração do menino estava em seu pescoço. Encolheu a cabeça, sentindo cócegas e ouviu falar perto do seu ouvido.
- Desculpa , eu deveria ter te contado!
- Uhum! – hesitou. – Está sério entre vocês dois?
- Acho que sim!
- Você gosta dela?
- Não mais do que eu gosto de você!
- Eu sei. – Fechou os olhos, sentindo o carinho que fazia em seus cabelos. Queria que o tempo parasse ali mesmo, que nada nunca lhe atingisse.
- Eu te amo ! – Ouviu o garoto sussurrar antes de entrar em um sono pesado.


Fim Flashback



sentiu por um momento como se estivesse flutuando, como se seus pés lentamente desgrudassem do sofá que estava e a levantasse pouco a pouco, tentou abrir os olhos falhamente, a claridade lhe impediu que isso acontecesse, rapidamente ainda sentiu uma respiração em seu pescoço e instantaneamente se encolheu por conta das cócegas que sentia ali, ela tinha certeza que não estava sonhando, aquilo era real, sabia que era!
- ?
- Claro! Quem pensou que fosse te carregar no colo essa hora, ? – Disse carinhosamente, fazendo sorrir.
- Você não estava no cinema? O que houve, o film...
- Não, não e não.
- Já sei, aquela c... – hesitou quando recebeu um olhar reprovador do garoto. – Casey, não apareceu?
- Não , poxa, você não se cansa de falar?
- Na verdade eu nunca...
- Eu não fui pra o cinema!
- O quê? – Questionou assustada, balançou a cabeça, abrindo a porta do quarto com a garota nos braços, a soltando em cima da cama enquanto ia procurar um filme.
- Eu não...
- Isso eu já entendi, , quero saber o que aconteceu pra desistir. Você queria tanto ir.
- Eu não poderia ir sabendo que você estaria em casa sozinha, .
- Por quanto tempo eu dormi?
- Uns vinte e cinco minutos, no máximo.
- E você estava aqui esse tempo todo? Por que não me acordou?
- Gosto de te ver dormindo.
sentiu as bochechas corarem mais uma vez dentro de um milhão quando estava com . Precisava acalmar os hormônios, não poderia deixá-lo perceber, mas era a primeira vez que um garoto deixava a própria namorado por ela e se sentia especial em relação isso. O observou pegar um dos últimos filmes da pequena estante e sentar-se ao seu lado.
- O que acha de Velozes e Furiosos?
- Não vem mudar de conversa, . O que ela disse?
- Quem? A Casey?
- Não, a minha vó. Claro que é a Casey!
- Eu ainda não falei nada com ela, eu nem apareci, há essa hora ela deve ter pensado que eu dei um fora nela.
- Eu não quero te meter em confusão com sua namorada. Por que não volta lá e...
- Eu não quero voltar, , e não me arrependo de ter voltado, dá pra parar de falar dela e irmos assistir? Eu prometo que falo depois. – Disse, tirando a camisa que estava vestindo e fazendo a menina arregalar os olhos.
- O que está fazendo?
- Me preparando pra assistir. Por que não faz chocolate enquanto eu coloco o dvd?
- Tudo bem, eu volto logo.
desceu as escadas com um sorriso gigante estampado no rosto, mal acreditava que ele tinha deixado a Cobresey – como gostava de chamá-la – esperando no cinema pra ficar com ela. Sentia falta do tempo que assistiam filmes juntos, contando piadas e se lambuzando de chocolate enquanto fazia dancinhas nos filmes de musicais, olhou em volta enquanto colocava o brigadeiro no fogo quando viu a tela de um celular piscar no canto da sala, hesitou em pegá-lo, mas mesmo assim o fez.

“ Amor, estou esperando, cadê você? “ xo Casey
, é serio, o tempo está frio, o cinema está quase fechando e eu estou quase indo embora.” xo Casey
“Não estou acreditando que você fez isso ! Voltar pra casa pra ficar com aquela garota? Quem você pensa que é pra me fazer esperar por uma hora? Eu sou sua namorada, não ela, espero que você me dê boas explicações!” Casey


- Por que a demora ? O filme já vai começar. O que está fazendo com meu celular?
- Mensagem da Casey, desculpa, não pude evitar de ler, ela está brava.
- O que ela falou?
- Isso aqui! – Entregou o celular, e o viu balançar a cabeça e digitar algumas palavras.
- Onde está o chocolate?
- No fogo ainda! – correu rapidamente para a cozinha, tirando o doce do fogão. – O que falou pra ela?
- Nada, vamos?
o olhou desconfiada, mas resolveu não questionar. Já tinha feito demais por ela hoje. Depois de muitas conversas e gargalhadas jogadas fora, conseguiu matar a saudade que sentia de quando eram praticamente somente “ e ”, sem a Casey no meio.
Finalmente, conseguiu dormir em seu colo enquanto fazia carinhos em sua cabeça. Respirou fundo e pegou lentamente o celular da mão do garoto, observando a caixa de entrada.

“Não começa, por favor, você sabe como eu sou em relação a , nosso encontro pode ficar pra outro dia, outra hora, eu sei que eu te devo algumas explicações, mas nada mais é importante do que ela agora. Já conversamos sobre suas insinuações sobre “Aquela garota!” o que quis dizer? Quer saber, depois nos falamos, estou com sono, preciso dormir.”

Londres 12/07/14, 03:30 am


- ...e no final, nós acabamos sendo achados por uns turistas esquisitões. – Falou Hazel com empolgação. Estavam sentados em um circulo, alguns dias tinham planejado aquela noite, tudo estava saindo perfeitamente se não fosse o casal a sua frente, sentiu de repente uma vontade enorme de vomitar a comida que comeu cinco minutos atrás.
- Agora é a minha vez! – Brian gritou, era um garoto com mais ou menos um metro de setenta de altura, olhos cor de mel que se destacava na sua pele branca e cabelos castanhos, não sabia se estava enganada, mas o garoto a observou desde o momento que pôs os pés para fora do carro de e sentou-se ali.
- Agora não é a vez da Casey? – Indagou outro rapaz que não conhecia.
- Podem deixar o garoto falar, eu falo logo depois!
- Tudo bem, bom, um acontecimento que marcou na minha vida? Deixa eu pens.. ah! Já sei!
- Tampem os ouvidos pessoal, lá vem água! – Disse Hazel, arrancando risada de todos da roda e fazendo o garoto a encarar com cara de poucos amigos.
- Muito engraçadinha, Hazel! – Falou debochadamente. – então, como eu estava falando, o que está na minha cabeça, é uma imagem de uma garota.
- Apaixonado, cara? – Questionou , ainda com os braços envolvidos ao redor da cintura de Casey, a mesma estava entre suas pernas com a cabeça encostada em seu peito. Quem queria enganar? Estava com ciúmes, era a única que fazia aquilo no garoto.
- Talvez, e você ? O que marcou a sua vida? – Perguntou rapidamente, o olhar de todos direcionaram-se para , ele parecia pensar. desejou poder ler pensamentos, será que ele falaria sobre eles? Ou ele falaria sobre a namorada? Uma raiva passava por seu corpo em pensar que havia chances dele falar sobre esse relacionamento sem graça que eles viviam.
- Claro que foi quando me pediu em namoro. Não foi amor? – A voz fina de Casey encheu o lugar, fazendo mudar de posição desconfortavelmente.
- Hã, claro, isso também.
- “Isso também"? Como assim, o que mais marcou sua vida do que seu pedido de namoro?
- nunca me falou como ele te pediu em namoro. Por que não conta pra gente, ? – falou, fazendo múrmuros se acumularem. parecia manter um sorriso falso naquele rosto angelical, mas a curiosidade de saber sobre esse assunto é maior do que a vontade de bater na cara da Cobresey.
- Eu acho que não vão querer saber, sério!
- Não seja bobo amor, claro que eles vão querer saber! Lembra de quando você me levou pra andar de barco e paramos em frente a tower bridge e você pediu pra namorar comigo? Aquilo foi inesquecível! – Aquelas palavras fizeram seu coração encolher, como assim ele a levou para passear de barco em frente a tower bridge? Ele sempre falou que tinha medo de andar de barcos, por que ele havia mentido?
- Tower bridge? E um barco? Você se superou, hein ! – falou, e o garoto a encarou como se pedisse desculpas silenciosamente.
- Ok galera, que tal uma bebida? – Brian levantou-se, pegando um liquido que ela não conseguiu identificar. – Vamos animar isso aqui.
- Eu topo, e um joguinho pra complementar! – Disse o garoto desconhecido.
- Joguinho? Que tipo de joguinho Raphael?
- Sei lá, verdade ou consequência talvez.
- Eu não bebo, é melhor ficar de fora, não quero ser estraga prazer. – Admitiu, fazendo Hazel a olhar.
- Deixa disso, , são só alguns copos de vodca, se quiser não precisa beber, é só se divertir, é diversão.
- Eu também acho melhor você não participar, !
- E essa agora, ? O que você tem haver com o que ela vai deixar ou não de fazer, quer saber, vem jogar ! Vai ser muito divertido!
- Tem razão, vamos começar! – Falou impulsivamente, recebendo um olhar desconfortável de . O que ele queria? Por que estava tão... Agoniado pelo fato dela participar?
Raphael pegou uma garrafa jogada no meio da praia, perto das barracas armadas e a colocou no meio do circulo, girando logo em seguida.
- Ok, Brian pergunta para a Casey.
- Verdade ou consequência?
- Consequência. – Falou rapidamente. Brian a olhou malicioso e se mexeu.
- Eu te desafio... Dar um beijo no Raphael.
- Ei! Esqueceu que ela tem namorado, Collins? Ou você quer que eu te lembre disso?
- Calma, , é só um desafio cara, uma brincadeira, vai dizer que você nunca fez isso?
- É diferente!
- Anda logo com isso! – Gritou Hazel, estava com os olhos arregalados, e torcendo pra que tudo acabasse bem... mal para Casey.
- Não quero ver isso!
- Se vira, , dói menos!
rolou os olhos, se virando de costas enquanto a garota se aproximava de Raphael e encostava os seus lábios nos do garoto em um beijo rápido, mexia os pés desconfortavelmente com a situação, sabia que o menino não sabia como reagir a esse tipo de coisa, principalmente com as mulheres.
- Tá bom, vamos ao próximo. – Todos voltaram as suas posições e Raphael girou a garrafa mais uma vez.
- Hazel para .
- Se ferrou, . Verdade ou consequência?
- Verdade! – Exclamou e todos fizeram uma cara de desgosto pra o menino.
- Qual foi o melhor beijo que você já recebeu? – Os olhares atentos direcionados a fez ficar curiosa, sabia que ele não falaria dela, eles só tinham se beijado uma vez, estavam bêbados, na primeira festa que foram juntos, ele com certeza não lembrava daquilo.
- Não lembro.
- ! Pensei que você falaria que foi o meu.
- O seu? Ah, claro, claro que foi. – O tom falso dele poderia enganar a todos, menos a .
- Próximo, Casey, para... !
- Essa eu quero ver! – Uma corrente passou pelo seu corpo, sabia que ela tiraria proveito da situação.
- Verdade ou consequência querida?
- Consequência... Querida!
- Vamos ver o que eu posso fazer?
- Não exagere Casey. – Falou .
- Não se preocupe amor, ela vai gostar! Eu te desafio a beijar o Brian! – o pessoal bateu palmas, pareciam empolgados com a ideia, as bochechas da menina ficaram vermelhas, quem não estava gostando da ideia pela cara de poucos amigos foi o .
- A gente não tem a noite toda, querida.
- , não precisa fazer isso. – Os olhos do garoto pareciam brilhar em meio a pouca luz, seu rosto indeciso, e seus lábios formados em uma linha reta faziam suas feições demonstrarem que ele era contra esse ato.
- Não se preocupe, , é apenas um desafio, eu farei!
- , não precisa fazer isso eu...
- , eu vou fazer! Por que não se preocupa com sua namorada? Você não a impediu de beijar outro na sua frente. – Falou irritada, sustentou o olhar duro com ele por algum momento, estava tão vermelho que parecia prestes a explodir, escutou o garoto suspirar e sentar no seu lugar com os braços cruzados, ele não tinha tido esse surto com a namorada, por que teria com ela agora? Brian se levantou, vindo em sua direção. Ele tocou em sua bochecha com o polegar direito, olhou de soslaio para , ele não prestava atenção naquilo, e voltou a encarar o menino a sua frente, não demorou muito para os lábios úmidos de Brian encontrarem os seus em um beijo lento, o cheiro dele entrou em suas narinas, parecia ter um perfume amadeirado o que fez novamente a imagem do amigo vir em sua mente.
- Pode separar agora querida, eu já fiz o favor de fazer você dar o seu primeiro beijo.
- Casey! – Disse . – deixe ela em paz.
- Tudo bem, só vou deixar ela porque sei que a pobrezinha não tem sorte no amor, estou certa, ?
- Do que vocês estão falando? – Questionou, fazendo Casey levantar a sobrancelha.
- Ah querida você não falou nada pra ele ainda?
- , do que ela está falando?
- Eu... eu não...
- A sua amiga, , está gostando de um cara comprometido.
- Isso não é verdade, não é ? – Levantou-se com a respiração descompassada, do que essa cobra estava falando? Ninguém sabia dos seus sentimentos por , o pior era que o garoto parecia não compreender. Brian ainda olhava para ela espantado. Seus olhos estavam úmidos, tudo o que precisava era sair dali, não queria ser mais uma vez a idiota da história e não queria que ele ficasse sabendo daquela história, a amizade poderia ir de mal a pior agora, a encarou decepcionado, não aguentaria sustentar aquele olhar. Soltou-se de Brian e andou o mais rápido que podia pra longe dali, precisava de um tempo sozinha naquela noite.
- , aonde você vai? – O garoto dos olhos gritou.
- , deixa ela!
- Me solta, eu vou com ela!
- Deixa cara, eu vou.

não sentia mais seus pés, eles estavam desgastados de tanto andar enquanto alguns galhos envolviam os mesmos deixando alguns pequenos arranhões, a brisa envolvia seus cabelos e as lágrimas rolavam por seu rosto pequeno, se culpava por estar ali, sabia desde o começo que ter vindo iria ser um erro, mas o que ela estava pensando quando resolveu beijar o Brian naquele jogo idiota de consequências? Deveria ter adivinhado que no final iria de mal a pior, suas pernas fraquejaram e a menina caiu, pegou a pedra mais próxima que encontrou e jogando-a para longe, alguns pedaços de galhos finos pelo caminho se quebravam, sabia que deveria ser .
- Vai embora , eu quero ficar sozinha.
- Não é o ! Sou eu! – O garoto falou calmamente, parecia que qualquer palavra que falasse a partir de agora poderia feri-la.
- O que está fazendo aqui?
- Te acompanhando, aonde quer que você... Esteja indo.
- Eu não vou pra lugar nenhum, será que pode me deixar sozinha?
- Eu não vou te deixar sozinha, me fez prometer que não iria tirar os olhos de você.
- Não preciso de cuidados, eu sei fazer isso muito bem.
- Estou vendo que sabe. – Disse, olhando em direção a os pequenos cortes de seus pés. – Isso está horrível.
- Muito obrigada!
- Não foi isso que eu quis dizer.
- Desculpa! Eu... Estou bem confusa.
- Entendo.
O silêncio se instalou entre os dois, Brian sentou-se ao seu lado, suspirando e olhando em volta, as árvores grandes pareciam não ter mais fim, assim como o frio que fazia daquele lado.
- Já prestou atenção onde estamos? – Ouviu o menino quebrar o silêncio, ela o olhou sem entender e ele continuou. – Olha em volta , veja onde estamos. – um sorriso escapou quando ouviu chamar seu nome, aquele sotaque canadense fez crescer a vontade de abraçá-lo. Observou a sua frente, as luzes da cidade pareciam ser ligada uma as outras, dava pra confundir com as estrelas que pintavam o céu noturno, as pessoas pareciam ser algumas miniaturas com vida própria, os prédios do lugar enfeitavam a paisagem assim como o pisca-pisca enfeita a arvore de natal.
- Onde estava tudo isso?
- Bem abaixo do seu nariz.
- Tem razão.
- Posso te fazer uma pergunta? – Questionou e afirmou com a cabeça. – O que achou... Digo, do beijo.
- Como assim o que eu achei?
- Sei lá, quer saber, deixa pra lá. Foi uma pergunta idiota.
- Não, não foi uma pergunta idiota.
- O que vocês têm contra a outra?
- Está falando da namorada do ? – Brian balançou a cabeça, a encarando e deu ombros. – Não nos damos muito bem.
- Eu acho que todos perceberam isso. Aquilo é verdade?
- Que eu gosto de uma pessoa comprometida? – Sorriu nasalada.
- Uhum.
- Se eu dizer que “Não” vou parecer muito mentirosa?
- Vai sim! – Brian disse, arrancando uma gargalhada da garota.
- Então é verdade sim!
- Mas... Por quê? Você é uma garota linda. Tantos caras te querendo e você quer um garoto que está com outra?
- Ele não era de outra há um ano atrás.
- Muita coisa muda em um ano.
- Sim, muita coisa muda, menos isso dentro de mim.
- Será que não muda porque você quer continuar a gostar desse cara, ou porque não dá chance pra outra pessoa tentar te fazer feliz? – Aquela pergunta lhe atingiu em cheio, arqueou a sobrancelha e se questionou silenciosamente.
- Talvez um pouco dos dois. – Finalizou, olhando para um ponto fixo qualquer, será que ela gostava de gostar de uma pessoa que só a fazia sofrer?
- Eu gostei!
- Gostou do quê? – Perguntou para o garoto, viu um sorriso de lado se abrir em seu rosto.
- Do beijo. – virou seu rosto rapidamente, sorte que estavam no escuro se não ele a teria visto corar. Lentamente o viu se aproximar, os olhos mel do garoto por um momento a fizeram ficar confiante e calma, os lábios dele encostaram-se com os seus e se envolveram em um beijo lento e doloroso, pelo menos para ela.
- Desculpa, eu...
- Não precisa se desculpar!
- ! – A voz de encheu o lugar, pelo seu rosto arriscaria dizer que ele tinha visto o que havia acontecido. – Eu estava preocupado com você! Eu quase rodei Londres inteira, enquanto você... você... Quer saber, faz o que você quiser! Bom trabalho Brian, ficou mesmo de olhos nela por mim.
- ! Volta aqui. – Levantou-se na velocidade da luz quando o viu indo embora, aquilo a fez lembrar-se da primeira vez que queria contar pra ele de seus sentimentos. As mãos de Brian agarraram seu pulso e ela o encarou.
- O que deu nele?
- Eu também quero saber! Desculpa, preciso ir.
- Podemos nos encontrar depois?
- Ah, claro, claro! – As palavras saíram vazias de seus lábios, mas o garoto não percebeu apenas a soltou e deixou-a ir ao encontro de seu amigo problema.

pensou que poderia fazer o cosplay do flash, andava tão rapidamente que o fez se questionar quando ele teria aprendido a andar tão rápido assim, por um momento quase se chocou contra o garoto, ele parou bruscamente e a encarou.
- O que deu em você? – Ele perguntou, com os olhos cerrados.
- O que deu em mim? Eu que pergunto isso pra você.
- Não foi eu que sai correndo no meio das barracas desaparecendo sem me falar nada, e depois...
- Dá pra parar de insinuações?
- Eu que estou com insinuações? – Uma risada irônica saiu dos lábios do garoto e ela suspirou, o vendo passar as mãos nos cabelos. Ele sempre fazia isso quando estava nervoso.
- Me diz uma coisa, , por que todo esse ataquezinho na frente de todo mundo?
- Não é “ataquezinho”, , eu só não estou te reconhecendo mais.
- Por quê? O que eu fiz pra você não me reconhecer? Até onde eu sei eu não beijei o Brian comprometida.
- O que você quer dizer?
- Quero dizer que você não ficou tão incomodado quando sua namorada beijou outro na sua frente, !
- Você está se ouvindo?
- VOCÊ QUE NÃO ESTÁ SE OUVINDO. – Gritou, sentindo sua raiva transbordar.
- E VOCÊ NÃO É IGUAL A ELA, VOCÊ NÃO FAZ ESSE TIPO DE COISA... – Rebateu, fazendo a garota encará-lo com a mão na boca em forma de concha contendo o grito. – você não beija qualquer um, você é envergonhada, você sorri como nenhuma garota até agora sorriu pra mim, e me faz ter calma, eu sei tudo sobre você, sei até sobre a cicatriz que se formou quando você caiu pra tentar me ajudar a dançar no meio da sala. , eu sei bastante o suficiente sobre você pra dizer que você não é igual a ela, você é... Diferente. – O tempo parecia ter parado os olhos do garoto brilhavam conforme a encarava, estava ficando com pena do seu coração batia tão rápido que parecia que ia desistir de cansaço a qualquer minuto, os lábios escarlates do garoto chamaram a sua atenção, o sol já começava a aparecer, mal sabia o que falar, parecia travada.
- , eu... Nem sei o que falar, quando começou a reparar nessas pequenas coisas?
- Eu sempre reparei! – Um sorriso se abriu no canto de sua boca e correu na direção do menino, queria somente aqueles braços ao redor da sua cintura. O mesmo a segurou fortemente e a menina encostou a cabeça em seus ombros.
- É engraçado!
- O quê?
- A gente briga feito um casal e nem se quer somos um!
- Pois é, e nem se quer somos um! - Achou estar pensando coisas, mas o tom de parecia... Desapontamento? Talvez.
- Onde está a Casey?
- Você? Perguntando por ela?
- Só curiosidade.
- Ela resolveu ficar lá, com o...
- , eu estava te procurando.
- Falou no mal. – Disse, separando-se do garoto enquanto a Cobresey vinha na direção dele.
- Amor, você vai deixar ela falar isso?
- Casey, que tal voltarmos? Vamos, ? – Perguntou a encarando, a garota fazia carinho nos cabelos lisos de o que fez revirar os olhos, e andar em passos duros de volta para o local que estavam anteriormente, podia sentir os olhos de nas suas costas, mas revolveu não tentar a sorte.


Londres, 18/09/14 20:00



Duas horas, era o tempo que estava ali plantada esperando dar as caras, as pessoas passavam com um sorriso estampado no rosto com seus devidos pares para aquela droga de baile anual, aquele vestido estava quase a matando sufocada, a loira oxigenada da namorada do seu amigo a observava com um sorriso no rosto, queria arrastar aquele sorriso sínico no asfalto para ver se mudava a cara de biscate da garota, onde diabos estava com a cabeça quando escolheu ela como sua namorada? Claro que não deixou de reparar na sua roupa bem desenhada na cor rosa, com lantejoulas que iam do busto até o meio do vestido solto, o cabelo pintado preso em um coque bem feito com glitters, fez pensar o quanto parecia inútil com aquele vestido azul que ia a cima do joelho, e a trança raiz simples, ninguém nunca a escolheria como a princesa daquele baile, viu a garota se aproximar rapidamente esbarrar em seu ombro.
- Desculpa querida, o te deixou plantada ai? Sinto muito, ele costuma fazer isso com as meninas que tem alguma esperança com ele, ah, e outra coisa zinha não esqueça que ele ainda é o meu namorado, ele vai correr pra mim quando chegar! – Disse ardilosamente, fazendo cerrar os olhos e contar a vontade de agredi-la.
- Como você sabe que ele deixa as meninas que ele gosta plantadas? Ah quase ia esquecendo, ele fez isso com você pra ficar comigo não é? Desculpe-me Walker, ele pode ser seu namorado, mas por quem ele larga tudo infelizmente não é você! – Rebateu, sentindo-se satisfeita ao ver a cara de poucos amigos que ela fazia, viu a garota da um passo a frente e ficar a cara.
- Olha aqui sua...
- Ei ei ei! O que está havendo aqui? – Ouviu a voz de encher o lugar, e sentiu aquela velha sensação lhe atingir, sentiu a presença do garoto ao seu lado e observou cautelosamente cada detalhe, seu cabelo desalinhado, seus olhos brilhantes, seus lábios escarlates e sua roupa maravilhosamente bem passada, ele vestia um terno preto com uma gravata, simplesmente tudo lhe caia bem, impossível seria não se apaixonar por ele todos os dias.
- Nada, apenas conversando.
- Ela me agrediu , essa ignorante! – Casey fingia falso choro, se aproximando do garoto, ele virou-se para rapidamente, parecia cair feito um patinho em seu jogo de cintura.
- Eu não fiz nada, !
- Chega ! Será que vocês nunca vão se dar bem?
- eu não fiz isso, ela que veio me falar coisas horríveis e...
- Mentira! É tudo mentira! – Gritou, fazendo algumas pessoas ao redor pararem para olhar a cena, colocou a mão na cintura e sorriu nervosa, ainda podia ver o sorrisinho sínico no rosto de Casey quando se virava para lhe encarar, não podia brigar hoje com ele, não podia mesmo, ha alguns minutos estariam em cima de um palco fazendo um discurso ridículo que preparou o ano todo, ela precisava que ele ficasse ao seu lado.
- , não acha que já chega de brigas? – Perguntou exausto. – Vem, vamos Casey, , daqui a pouco eu falo com você. – Disse simplesmente se afastando com a garota em seus braços, uma dor profunda se abriu em seu peito, andou lentamente no meio das pessoas presentes no local, encostando-se na parede mais próxima, parecia preocupado, ela não o queria triste, e também não o queria com ela.
- O que houve ?
- O de sempre! – Falou revirando os olhos, Hazel sorriu. Ela estava com um vestido bege, seus cabelos vermelhos soltos com algumas presilhas, Hazel não precisava se arrumar para ficar bonita.
- Nunca pensei que o fosse ser tão idiota!
- Ele não é idiota, só está deixando se levar por essa cobra venenosa, ela já fez teatro? Caramba, tenho que admitir.
- , não precisa se fazer impressionada pra limpar a barra do comigo, eu sei que ai dentro. – apontou para seu peito. – tem um coraçãozinho quebrado.
- Não tem não!
- Você é uma péssima mentirosa. Olha aquilo, não parece o .
Ele estava com um sorriso no rosto enquanto se mantinha agarrado com a garota, a mesma fazia questão de encara-la do outro lado do salão, o que quebrou mesmo o seu coração foi saber que ele não a olhava.
- Tudo bem, eu estou acostumada.
- Ele já sabe que você vai...
- Não, ainda não!
- Não acha que ele merece saber, ? Esse ano já está acabando falta apenas três meses para acabar e entrar o próximo.
- Eu sei Hazel, eu sei. Eu estou tentando manter coragem pra conseguir olhar nos olhos dele, mas sempre fica difícil quando ela está por perto.
- Vai da tudo certo.
- Eu espero!
- Caros alunos! – Uma voz interrompeu fazendo todos os olharem se direcionarem para o palco – Tenho o grande carinho e prazer de anunciar o inicio da competição para escolher a nossa Princesa, como todos vocês já devem saber, a rainha desse ano será a aluna Bianca White por conta de seu projeto que se desenvolveu muito bem no decorrer do ano e ganhou como a melhor invenção e entre uma das maiores escolas no nosso pais.
- Não sei o que viram demais! – Sussurrou Hazel, fazendo sorrir.
- Então! Irei, chamar as candidatas para a princesa da noite. – O senhor que usava um óculos quadrado em seu rosto, pegou um papel de seu bolso e o encarou. – Casey Walker, e... .- sentia seu rosto corar, o barulho das palmas enchia o salão, Walker subia no palco mandando beijos para os amigos e pra , ele estava com um sorriso no rosto, seu olhar desviou e encontrou com o de , ele assentiu para ela tentando lhe passar confiança, como ela poderia ter confiança se quem ele estava abraçando era a Casey.
- Suponho que nossas princesas tenham algo para falar.
- É claro que eu tenho! – Exclamou a garota.
- Fique a vontade.
- Obrigado – falou pegando o microfone na mão do senhor e começando seu discurso – todos estão pensando que eu estou aqui para falar um dos melhores texto que já escrevi, mas a resposta é não! Acho que o que eu tenho a dizer é que devemos acreditar em nós mesmos, isso é o que vale pra hoje e para amanhã, quero agradecer o namorado maravilhoso que eu tenho por acreditar em mim, e é isso. Obrigado pela atenção de vocês! - Uma salva de palmas espalhou-se pelo lugar, era isso? Tudo o que ela tinha pra dizer? Suas mãos tremiam, se preparou o ano todo e agora ali na frente de toda a escola falaria o que tinha escrito em uma folha em branco, a encarava atentamente, mal piscava, colocou um sorriso no rosto e segurou o microfone.
- Olá, bem, sei que não sou uma princesa, e muito menos perfeita como todos aqui esperam, sei que tenho defeitos, mas também sei que tenho qualidades, que poucos aqui conseguiram perceber, não tenho palavras pra dizer o quanto é importante está aqui hoje, provavelmente posso não ser escolhida, mas queria deixar claro uma coisa, que apesar do resultado da votação, ou apesar se vocês estão participando ou não dessa competição para uma simples coroa de plástico nessa noite, toda garota é uma princesa! Independente ou não de você ter uma coroa, você só precisa ser feliz, e ter alguém do lado pra compartilhar essa felicidade, e eu sou sortuda por poder compartilhar isso com vocês todos os dias, não vai ser o melhor nem o maior texto dessa noite, mas com certeza é sincero, queria agradecer a todos que votaram em mim, se é que alguém fez isso – Algumas risadas cessaram no meio de toda aquela gente, os olhos de brilhavam mesmo de longe, em quem ele havia votado? Com certeza foi na namorada, sem chance. – e dizer que nunca duvidem de sua própria capacidade ou até mesmo de outra pessoa que você acha incapaz, ninguém sabe o dia de amanhã!
Entregou o microfone para o senhor enquanto as palmas continuavam, assobiou alto o bastante para poder escutar, alguém gritou um “Mandou bem” e até mesmo um “Gostosa”, nem precisa falar que desmanchou o sorriso pouco a pouco. O senhor dos óculos quadrados pegou o envelope vermelho, desdobrando o mesmo com muito cuidado. Algumas letras saíram do envelope e fez o coração de quase parar.
- E a vencedora é... Casey Walker! – parou para observar, parecia chocado, todos pareciam chocados, o que para não era novidade.
- Parabéns , foi até legal brincar de competir com você!
Andou rapidamente saindo do palco, as pessoas a olhavam com pena, aquilo fez crescer uma raiva, a música de fundo começou enquanto as pessoas se jogavam para cima de Casey, sentiu alguém segurar seu pulso e virou-se assustada.
- Pra onde está indo?
- Me solta , sua namorada ganhou! Você confiava nela, por que não vai a chamar pra dançar?
- Porque eu não quero dançar com ela, eu não sou o par dela hoje a noite.- "Que ótimo!", pensou.
- Olha, eu não estou com cabeça pra isso, sério, eu quero ir embora, dormir, e me esconder pra sempre!
- Se esconder? Não foi você que falou que toda garota é uma princesa?
- Não foi 99% uma mentira, ah, você me entendeu. – O garoto sorriu, e se curvou. – O que está fazendo?
- Me concede uma dança? – Um sorriso escapou de seus lábios e assentiu, hesitando.
- Claro! – Tentou sorrir, não queria que ele percebesse que estava chateada, afinal, ela sabia que ia perder e resolveu participar, esperança é a última que morre certo?. Caminharam lentamente para o meio do salão, as mãos de seguraram sua cintura e passou as mãos por seu pescoço, tinha um cheiro bom, encostou a cabeça no seu ombro enquanto sentia cócegas em seu pescoço.
- Você acredita em mim? Quer dizer, sobre a Casey?
- É complicado! É duro ver as duas brigando toda vez que se encontram, é a minha amiga e minha namorada, eu gosto das duas, não posso ficar contra a outra.
- Eu entendo. – Suspirou, quase deixando uma lágrima borrar a maquiagem que demorara tanto para fazer.
- Você está triste por não ter sido escolhida princesa deles?
- Um pouco, eu demorei um ano pra decidir o que falar, pra na hora fracassar!
- Você não fracassou, estava linda! – Suas bochechas coraram rapidamente e sorriu.
- Não estava nada, eu estava tremendo. – Disse, arrancando um sorriso do menino, aquele pequeno ato a fez escolher seu pescoço. - , ela não se importa?
- Se importar pelo o quê?
- Você dançando aqui comigo.
- Não, ela não se importa! E mesmo se ela se importasse, não ia me impedir de fazer isso uma hora.
O silencio se instalou entre os dois, a música calma continuava a tocar, deixando se embalar cada vez mais nos movimentos que a conduzia.
- Você não precisa ser a princesa deles , só precisa ser a minha princesa. – Sussurrou, fazendo toda a nuca da garota arrepiar.
- Quem disse que eu queria ser a princesa deles? Se você for meu príncipe eu não preciso de uma coroa de plástico.
- E nem dessa maquiagem pra continuar sendo linda. – Sorriu nasalado, balançando a cabeça, aproveitando a sua noite de “Princesa” e provavelmente o seu último baile também.


Londres, 27/11/14, 17:30



- ? O que houve? – Questionou se aproximando do garoto que estava de cabeça baixa, sentado em uma calçada qualquer. – Juro que vim o mais rápido que pude, eu estava ocupada e... – Calou-se quando observou o rosto vermelho do menino, seus olhos antes estavam vermelhos por conta do choro, seu coração palpitou mais rápido e teve a necessidade de abraça-lo ali, correu o mais rápido que podia e sentou-se ao seu lado, largando a bolsa de qualquer modo. – ? O que...
- Casey, , eu vi, com os meus próprios olhos, ela... Ela estava com ele , como ela teve coragem de fazer isso comigo? – Ele alterava o tom da voz enquanto falava cada palavra, uma raiva lhe subiu a cabeça, quem o trairia? Quem o largaria assim?
- Ah ! – Falou tristemente, puxou a cabeça do garoto a encostando eu seu peito, enquanto o deixava chorar ali, seu coração se quebrava a cada minuto que uma lágrima caia de seus olhos, ele gostava mesmo dela todo esse tempo? Como foi idiota. – Vai ficar tudo bem!
- Não , não vai ficar tudo bem, ela estava com o Raphael na cama dela! Eu vi! EU ENTREI E VI TUDO, COMO EU FUI TÃO BURRO E NÃO PERCEBI QUE ELA ESTAVA SAINDO COM ELE!
- Você não foi burro, , ela que é burra por largar você!
- Ela não se acha burra, tanto que me trocou pelo primeiro que viu! Eu... eu sou tão.. tão...
- Tão lindo, e tão maravilhoso pra chorar. – Disse, o encarando, ele a olhou com um mini sorriso no rosto, a menina passou a mão por suas bochechas limpando as lágrimas que caiam, sua vontade era de matá-la. “Se você estivesse comigo, eu nunca te trairia”, pensou.
- Não sou maravilhoso coisa nenhuma.
- Onde é a casa dela?
- A uma esquina daqui!
- Por que ficou aqui? Deveria ter ido embora. – Ralhou, e o garoto balançou a cabeça.
- Precisava de alguém pra desabafar.
- Agora virei o “Alguém”.
- Você nunca vai ser só um “Alguém”, . – Observou secar o rosto com as mãos e encostar novamente a cabeça em seu peito.
- Duvido!
- Eu que estou achando que virei o “Alguém” dessa história toda.- Ouviu o mesmo reclamar.
- Do que você está falando?
- Foi difícil te encontrar em casa esses meses.
- Ah, só estava ocupada. – Mentiu, se sentindo culpada e fraca, por não conseguir se quer dizer a verdade pra , onde estava com a cabeça, uma hora ou outra a verdade ia aparecer, e não tinha como segurar isso por muito tempo.
- Você não mente bem.
- Estou falando sério, , eu estava ocupada esses dias.
- Por que eu tenho a sensação que você também está mentindo pra mim? – Perguntou, a encarando. se mexeu desconfortavelmente, afastando-se alguns centímetros.
- Eu não estou mentindo, !
- Te conheço tão bem !
- Quantas vezes vou ter que falar que eu não igual a Casey? – Alterou seu tom de voz, estava começando a se irritar com essa história, levantou-se bruscamente, pegando a bolsa e deixando-o sozinho.
- Eu sei que você não é igual a ela, quantas vezes eu também vou te falar que você é diferente? – falava logo atrás de si, ele a estava seguindo.
- Você é tão cabeça dura, , sinceramente, eu nem sei por que eu vim até aqui!
- ! Desculpa! Eu só tenho medo! – Gritou, e girou os calcanhares, se aproximando do garoto parado na calçada, seu rosto quase já tinha perdido o tom vermelho que estava.
- Medo? Então me fala, , medo do quê? – A garota cruzou os braços na altura do peito e o encarou com a sobrancelha erguida. suspirou, se aproximando mais.
- Medo de te perder também, eu não aguentaria . – Seus olhos encheram de lágrimas, o que ela poderia dizer, não podia fazer aquilo com ele, o encarou por alguns segundos, sabendo que qualquer coisa que falaria seria mentira, ele iria perdê-la e nem se quer sabia disso.
- Eu também não quero te perder, . – Admitiu, fechando os olhos e sentindo o garoto segurar seus cabelos, uma dor se abria no coração, ela não queria perdê-lo, nunca quis.
- Então, é só ficar comigo.
- Não diga besteiras, , por favor! Não faz isso!
- Não é besteira, .
- Você só está assim por que está triste, eu sou só alguém que você pode pedir ajuda, , não vou passar disso, nunca! – Se afastou desnorteada, continuando seu caminho.
- Você sempre foi mais que isso, , será que você não entende?
- Entendo sim, entendo o quanto eu fui idiota esse tempo todo, , há alguns minutos atrás você estava chorando por outra pessoa.
- Não estava chorando porque ela me traiu e sim por que eu fui burro demais pra não perceber isso antes.
- Perceber o quê?
- Que não era ela que eu queria, ! Não era ela! – Ele tentou segurar seu pulso, mas a garota desviou.
- Sinto muito por ter percebido isso agora, . Mas eu preciso ir e...
- Será que você não vai parar de falar nunca? – Ele se pôs a sua frente, a assustando. Colocou as mãos em sua cintura e empurrou-a para a parede mais próxima. A garota arregalou os olhos tentando sair das mãos de , mas ele a segurava firme. No fundo queria ficar ali por mais tempo.
Mal teve tempo de tentar dar algumas tapas em seu ombro quando ele segurou seu rosto e encostou seus lábios. sentiu uma corrente passar por seu corpo e suas pernas instantaneamente amolecerem, parecia que iria cair a qualquer momento, por sorte o garoto a segurava firmemente na cintura. Suas bocas se encaixavam perfeitamente, pareciam ser moldadas uma para a outra, levou suas mãos para a nuca de e sentiu o garoto sorrir durante o beijo. Oh céus, por que isso não aconteceu antes? Quando se deu conta do que estava fazendo, empurrou o garoto lentamente, e ele a encarou.
- O que houve?
- Eu não deveria fazer isso, .
- Por que não? Não fizemos nada de errado, .
- Pra você pode não ter sido algo de errado, mas pra mim sim, porque isso envolve sentimentos, .
- Por que você acha que eu não posso ter sentimentos também?
- Eu não disse isso.
- Mas eu sei que você pensa, !
- ... – Tentou falar.
- Não vem com “”, agora! Por favor! – Falou calmamente, a envolvendo em outro beijo. Sentia-se a pior pessoa do mundo, estava mentindo para o garoto, e ele estava ali, se abrindo pra ela. Como um raio, abriu os olhos, olhava para o lado inquieto, estava com medo de seguir o olhar dele e saber o quê ou quem estava lá.
- Casey o que...
- Muito bom, . Nunca pensei que você usaria a sua melhor amiga pra me fazer ciúmes, um planinho de vingança? Que ridículo, achei que você fosse homem.
- Você sabe que eu sou! – Falou, ainda a prendendo contra a parede.
- ?
- Isso é mentira, .
- VOCÊ SÓ FEZ ISSO POR QUE ELA ESTAVA OLHANDO, NÃO FOI? - Gritou, empurrando o garoto bruscamente.
- Não, , tudo o que eu falei era simplesmente verdade e...
- CALA A MERDA DA BOCA, . COMO VOCÊ FEZ ISSO? – Infelizmente, as lágrimas rolavam pelo o seu rosto. balançou a cabeça enquanto ela se afastava.
- , EU GOSTO DE VOCÊ, É SÉRIO, EU NÃO ESTAVA MENTINDO.
- Não seja tola, , não vê que ele fez isso pra tentar me fazer ciúmes? Ele nunca se interessou por você antes! - Disse Casey, fazendo a garota soluçar em meio as lágrimas. De soslaio, observou Walker sorrir.
- Não acredita nisso, , por favor, você sabe que é mentira!
- Deixa ela, , o que você falava mesmo? Ah lembrei! "Eu e ? Nunca daria certo, ela não faz o meu tipo."
- EU TENHO NOJO DE VOCÊ, ! NOJO! POR FAZER TUDO ISSO, POR MENTIR PRA MIM, POR ME FAZER DE IDIOTA, EU ME ODEIO POR AINDA ACREDITAR EM VOCÊ.
- , não faz isso, você não me odeia, e você não se odeia, acredita em mim, isso faz muito tempo, eu não queria admitir que havia algum sentimento em mim.
- Então eu sou muito ruim pra você? - Perguntou, encarando-o.
- Não, não, , ao contrário, você é boa demais para mim! - Ele falava, olhando em seus olhos, colocou a mão no seu rosto mas a menina a tirou de lá.
- Eu te odeio.
- Mas eu não te odeio! Eu te amo! – Falou atrás de si. Queria simplesmente desaparecer pra sempre. Tentou manter a calma e tomando de vez a sua decisão. Iria aceitar a proposta da sua mãe de uma vez por todas. Iria para o Brasil.
- Faz um favor, ? Some da minha vida, por favor, finge que um dia você me conheceu. Que um dia eu fiz parte da sua vida, se é que eu fiz mesmo - De relance pode ver uma lágrima solitária cair no rosto do menino, aquilo fez com que se sentisse pior.
- , por favor... – A frase saiu em tom de angústia da garganta do garoto, teve que lutar contra si mesma pra não voltar e desculpa-lo. Mas dessa vez, não poderia fazer isso. O encarou pela ultima vez com lágrimas nos olhos e foi embora. Ela o esqueceria, pra sempre.


Londres, 19/01/15, 09:46



Um mês, já fazia um mês que eles tinham brigado, e nem se quer teve coragem de olhar pelo menos uma vez nos seus olhos , a música alta dos fones entravam em seus ouvidos fazendo querer beija-lo outra vez, mal dormia desde que ele praticamente brincou com seus sentimentos, não estava mais reconhecendo o , aquele não era o seu , definitivamente.
- , querida! Pode descer aqui? Preciso de uma ajuda com as nossas malas. – Ouviu sua mãe gritar, praguejou baixo, descendo as escadas lentamente e encontrando uma mulher de cabelos castanhos tentando segurar uma bagagem enorme preta.
- Mãe! A gente só viaja daqui a uma semana.
- Não gosto de deixar nada pra cima da hora, . Você sabe! – Suspirou, soltando-a e arrumando os cabelos. – Já decidiu o que vai fazer?
- Já, psicologia!
- Boa escolha! Acha que está preparada pra se misturar com outras pessoas? Eu conheço você, e sei que deve estar nervosa!
- Preparada não sei, mas tenho que está, é o meu futuro, preciso esquecer tudo por aqui. – Aquelas palavras foram como socos no estomago.
- E o ? Como ele reagiu?
- Ele reagiu bem. – Mentiu, não queria sua mãe fazendo perguntas.
- Uau, é até difícil de acreditar, mas, como está dizendo. – Deu ombros, e viu a mulher continuar a arrumar as malas, caminhou até a mesma, ajudando-a a guardar todas aquelas roupas que mais pareciam ser o guarda-roupas inteiro. Observou calmamente os detalhes da casa, sentiria falta de tudo isso, a mulher parou lentamente de dobrar as blusas espalhadas e enxugou os olhos.
- Mãe? O que...
- Vou sentir falta de você por aqui!
- Own! Mãe! Eu também vou sentir muita falta! – Sorriu indo abraçar a mesma, que chorava como um bebê. – Não se preocupe, vou voltar todos os meses para lhe irritar!
- Você nunca vai ser irritação filha! Já pensou? Cinco anos? Não consigo entender como o reagiu tão bem, com você indo embora pra talvez não voltar mais.
- Vai ver eu não sou tão importante.
- Impossível, ele sempre falou que você era importante para ele, .
- As pessoas mudam. – Falou, alisando os cabelos da mulher. “Muita coisa muda em um ano” a voz de Brian ecoou na sua cabeça.
- Tudo bem, vou parar de chorar, você está parecendo a minha mãe, e não eu a sua. – Gargalhou, vendo a mulher sorrir.
- Você não tem jeito hein Emy .
- , você poderia me fazer outro favor?
- Claro!
- Você poderia entregar essa carta na casa do ? Acho que erraram o endereço! – A mulher andou até a mesa, carregando nas mãos um pequeno envelope branco, e sentiu seu coração acelerar, ela não poderia ir à casa dele, não mesmo.
- Mãe, é que eu tenho algumas coisas para organizar agora.
- Não custa nada! É bem ao lado.
- Mãe! É serio, não pode ser adiada essa tarefa, eu fiquei de organizar minhas coisas para a viajem ontem, e já se passou vinte e quatro horas e não arrumei.
- Não foi você que falou que iríamos viajar daqui á uma semana. – “Ótimo , tem que se lembrar de calar essa boca.” Pensou.
- Claro que não, não me lembro de ter falado isso.
- Está me chamando de maluca? Vamos! Move esse bumbum dai e vai lá vai, aproveita para conversar com o sobre o que decidiu fazer no Brasil! Ele sempre foi muito fã dessas coisas de cabeça.
- Mãe, por favor.
- Não vou falar mais uma vez . – A garota segurou a carta, de envelope branco com mau gosto, e a mulher a encarou com os olhos cerrados.
- Espero você aqui.


O tempo parecia estar congelando-a de dentro para fora, seus pés pareciam começar a ficar dormente, e a ponta do seu nariz estava gelada, saberia que pegaria uma gripe depois. Encarou a casa de cor escura pela milésima vez antes de bater. Abraçou os próprios braços quando finalmente o rosto preocupado, porém singelo da mãe de apareceu.
- ? Oh céus, entre querida, o tempo está congelando!
- Ah, não precisa, eu só vim entregar a carta que deixaram lá em casa por engano.
- Tudo bem, obrigado, tem certeza que não quer entrar um pouco? O está lá dentro, eu posso chama-lo se quiser e ...
- Não, não precisa. Obrigado mesmo, mas preciso ir.
- Mãe! Onde está o meu violão? – Como um raio, a imagem de apareceu descendo as escadas, ele estava sem camisa, apenas como uma calça desbotada e All stars nos pés. arregalou os olhos e rapidamente girou os calcanhares.
- ? ! Espera, eu preciso falar com você! – Gritou, e a garota tentou ignorar.
- , onde você pensa que vai nesse frio desse jeito? – Questionou a mulher, segurando o braço do filho.
- Prometo que daqui a pouco eu coloco uma camisa, mas, por favor, agora não dá!
- Filho, você vai ficar doente.
- Mãe. É serio! Eu preciso falar com a ! – Pode ouvir ainda mesmo andando rápido, olhou para trás vendo a mulher soltar seu braço e o garoto correr.
- , por favor, espera.
- Já disse para você fingir que eu não existia, !
- Impossível quando você não sai da minha cabeça! – Falou o menino, fazendo a garota parar. – Por que não atende as minhas ligações?
- Por que você não para de ligar para mim? – Perguntou, irritada, cruzando os braços.
- Você tem noção de quantas mensagens eu deixei pra você?
- E você? Tem noção de como me deixou?
- Não acredito que você acreditou no que a Casey falou! – Sorriu, passando as mãos pelos cabelos.
- Acreditei sim, acreditei, como você acreditava, eu sempre fui a errada, , você sempre acreditava nela, e agora você sabe como eu me sentia.
- , quer deixar de ser teimosa? Eu nunca acreditei nela. – Dessa vez, a garota riu ironicamente, encarando-o.
- E no dia do Baile, ? O que me diz? Você me deixou plantada, por duas horas, DUAS HORAS, e ainda me culpou por uma coisa que eu não fiz.
- Eu não te culpei, só queria evitar brigas!
- Sinto muito, mas não conseguiu! – Balançou a cabeça, continuando seu caminho, mas o garoto segurou seu pulso.
- , tudo o que eu falei, exatamente tudo, era verdade. Eu nunca quis fazer ciúmes a Casey com você, você sabe que era a única pessoa que não magoaria na vida.
- Engraçado que você fala isso, mesmo tendo me magoado todo esse tempo.
- Não foi por que eu quis. Você sabe que eu sou desastrado. – Alterou o tom da voz, ele parecia agoniado.
- Deveria ter percebido isso antes de fazer o que fez!
- O que você quer que eu faça? Que eu ande de barco? Numa montanha-russa? Por que se for isso, eu perco os meus medos de altura e de barco para...
- Não faça isso , não vai mudar nada.
- Então, o que...
- Eu quero que você me esqueça, vai ser melhor pra nós dois. – Gritou, encarando o garoto com lágrimas nos olhos.
- Quer saber, ? Você quer que eu te esqueça? Então é isso que eu vou fazer! – Soltou-a, e a menina suspirou.
- Não vai ser tão difícil eu desaparecer da sua vida.
- O que quer dizer?
- Nada!
- O que você dizer, ? Eu tenho o direito de saber!
- Você não tem o direito de nada sobre mim.
- Você não quer dizer que...
- SIM, , EU CANSEI DE ESCONDER ESSA MERDA TODA, CANSEI DE NÃO TER CORAGEM PARA NÃO FALAR NADA ESSES MESES QUE... QUE EU VOU MORAR NO BRASIL! E VOU DESAPARECER DA SUA VIDA. QUEM SABE VOCÊ SE DÊ BEM COM A CASEY QUANDO EU FOR EMBORA. – Gritou, e o garoto parecia estático.
- Não! Não! Não! – Falou, balançando a cabeça e depois sorrindo. – Ah, é uma brincadeira, não faça mais isso, você não sabe o susto que eu levei agora e...
- Não é uma brincadeira, ! Eu vou mesmo para o Brasil!
- NÃO! EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ IR!
- E o que diabos você tem haver se eu vou ou não?
- Você não pode me deixar, você não entende você não pode ir. Eu... o que eu vou fazer aqui sem você?
- Vai fazer o que sempre fez. Pegar todas e me ignorar.
- Não fala isso, , eu nunca te ignorei, sempre te coloquei antes das minhas namoradas. E sempre vai ser assim!
- Nem sempre, depois que eu for embora você não vai me colocar em nada!
- E quem disse que a distância vai mudar alguma coisa?
- Você é muito cabeça dura, !
- Não é cabeça dura, é só medo de que você vá.
- ! – Ouviu a mãe do garoto gritar. Os dois olharam a mesma que andava em sua direção, tentou se ajeitar e parecer o mais natural possível. – Querida, eu acho que teve um engano com essa carta.
- Como assim? Não tinha nada errado.
- É que ela está em branco! Quer dizer, não era para ter letras?
- Mas como... - Olhou para o garoto desconfiada, ele a encarou e menina consegiu entender tudo. - ! Não acredito que fez isso. – Falou, impressionada, começando a caminhar de volta para casa.
- ! Era a única maneira de fazer você me ouvir! Eu te mandava mensagens, e-mails, gravações, ligações e você não me ouvia então eu pensei que...
- Você pensou? Você sempre pensa não é? Mas em você!
- Não, eu estava pensando em conversamos e...
- Acho que vai ser bom eu ir para o Brasil. Quem sabe lá você não brinque mais comigo.
- Eu nunca brinquei com você, , eu nunca faria isso.
- Me deixa em paz, , eu te odeio! – Gritou, e o garoto abaixou a cabeça com uma lágrima caindo sobre seu rosto.
- Mas eu te amo, . – As palavras foram como uma faca entrando em sua pele e rasgando as suas veias, tentou fazer as mesmas não mexer com seus sentimentos e deu as costas deixando o mesmo parado, com a mulher assustada encarando os dois a sua frente.


Londres, 26/01/15, 21:50



- Ainda não acredito que você vai embora , vou sentir tantas saudades. – Hazel falava enquanto comiam, naquela semana, última vale ressaltar, estava comemorando a sua ida para o Brasil com um jantar de despedida, se sentia desconfortável sem a presença de ali, ele sempre esteve presente na sua vida, ela querendo ou não.
- Vou voltar Hazel, um dia.
- Isso é o ruim , um dia? Quando?
- Talvez daqui há cinco anos.
- Tudo bem, garotas, vamos ás noticias. – Falou Emy.
- Mãe, não quero presentes, não vejo o porquê. – Rolou os olhos teatralmente, sorrindo logo depois.
- Calma , é só uma noticia, mas, o que eu puder fazer por você eu farei. Porém, eu tenho uma coisa pra falar.
- Fala logo Sra. . – Exclamou Hazel, fazendo gargalhar.
- Bom, eu finalmente consegui falar com o dono de um apartamento, e ele me falou que tem um quarto desocupado recentemente, e me disse que estava em perfeitas condições. O que significa que...
- Eu não vou mais ter que ficar na faculdade, e vou ter meu próprio apartamento? – Questionou com um sorriso no rosto, vendo a mulher balançar a cabeça. – Não acredito! Muito obrigada mãe! A senhora é a melhor!
- Eu sei querida! – Disse convencida. E garota deu um beijo em seu rosto, de repente começaram uma conversa aleatória, Hazel ficou no celular o tempo todo, o que fez a garota se questionar o por quê de estar tão e incrivelmente calada.
- Hazel? Você está bem?
- Hã? Claro, claro! Da licença ? Eu preciso fazer uma ligação! Sério, aqui está com um sinal horrível!
- Tudo bem. – Falou desconfiada, observou-a se levantar e encarou a mãe.
- Não acha que ela ficou estranha?
- Claro, que não ! Impressão sua!
- Mãe, vocês não estão aprontando nada estão?
- Não, ! Quer comer, por favor querida não estamos preparando nada! – O tom da sua voz assustou a garota. Mas preferiu não questionar.
Depois de alguns –demorados- minutos, viu Hazel surgindo através das pessoas. Ela sentou na mesa e encarava o celular sem parar.
- Demorei?
- Um pouco.
- Desculpa, o sim...
- Sem problemas. – Interrompeu, levando a comida á sua boca.


- Bom, é isso, eu espero que tenha gostado! – Emy exclamou quando saiu do restaurante.
- Não se preocupe, eu adorei mãe.
- Para onde vamos agora?
- Agora, eu vou para casa Hazel, preciso dormir, irei acordar cedo para viajar amanhã.
- Hã, , antes que a gente vá embora, eu tenho mais uma coisa pra você.
- Ah não mãe, chega de presentes.
- Mas quem disse que esse presente é meu? – Questionou, arqueando a sobrancelha.
- Então, de quem é? – Disse, animando-se, viu um pequeno sorriso se abrir no canto da boca de Hazel, ela olhava para trás constantemente.
- Sabe aquela frase que a gente tem que olhar para trás para dar um pulo para frente? Talvez se você olhar para trás, dê o seu pulo agora. – virou-se lentamente, será que seria seu pai? Oh, estava morrendo de saudades de Marcos, desde quando foi para Califórnia e abandonou-a com a mãe em Londres que não havia tido noticia do homem. Para a sua decepção – Alegria- quem estava lá, não era nem um homem de cabelos grisalhos e olhos assustadoramente indecifráveis. Aqueles olhos e perfume amadeirado, sabia decifrar muito bem.
- O que você está fazendo aqui? – Perguntou assustada, o garoto se movimentou calmamente, aproximando-se.
- Tentando me despedir de você. – A encarou, fechou os olhos fortemente, desejando que aquilo fosse apenas mais um sonho maluco.
- Hazel, eu não acredito que...
- , não foi ideia de Hazel chamar o até aqui. Foi minha. - Falou, fazendo a garota suspirar.
- Por quê? Vocês não sabiam se eu queria ver el...
- Eu soube da história toda, a mãe do me falou sobre toda a gritaria que fizeram semana passada. Eu consegui falar com o para saber de tudo, e acho que a versão dele seja bem convincente pra mim.
- Não acredito, vai preferir ele à sua própria filha, Emy?
- Não queira sair da conversa, . Não acha que deve algumas explicações para o ? – Hazel a olhou enquanto ouvia cada palavra sábia de Emy . encarou derrotada. E o mesmo mantinha uma feição séria. – Tudo bem. , qualquer coisa, nós estaremos esperando.
- Uhum. – Respondeu, observando-a partir com Hazel em seu encalço. Tomou coragem finalmente encarando o menino.
- Agora somos só eu e você, .

o acompanhou sem questionar sobre nada, talvez sua mãe estivesse certa que deveria uma resposta ao garoto, a praticamente um ano recebeu a noticia e nem se quer tinha tomado coragem para falar sobre o assunto com seu melhor – ex – amigo. Ele continuava a caminhar calado ao seu lado, já estava começando a ficar inquieta com o garoto, mas logo franziu a testa quando viu a sua frente a pequena imagem da Tower Bridge começar aparecer. Virou-se rapidamente, encarando-o. Para onde estava querendo a levar?
- Pra onde você...
- Não fala nada agora, por favor, só... Me acompanhe. – Rebateu calmamente, ele passou por si e teve o ótimo prazer de sentir seu perfume entrando nas narinas e deixando-a atordoada.
Lembrava poucas vezes daquele lugar, ele nunca a trouxe ali, sempre negara as vezes que insistiu em andar de barco pelo local, e acabavam voltando com um sorvete de morango em mãos. Dessa vez cada passo que ele dava parecia determinado, sem hesitar como das outras vezes que observou a Tower mesmo de longe.
- Eai pequeno ! – Falou um senhor de roupa azul escura quando chegaram perto onde mais parecia uma recepção de barcos.
- Boa noite August!
- Quem é essa moça linda? Sua namorada? – Questionou, fazendo corar. abriu um sorriso que fez aparecer pequenas covinhas em suas bochechas e os olhos diminuírem instantaneamente.
- é... Especial pra mim!
- Tudo bem. Vai querer agora pequeno ?
- Vou sim, você poderia me dar a chave da porta daquela sala qu...
- Claro, você quem manda! – o viu pegar uma pequena chave dourada delicadamente enferrujada e a jogar para que a pegou de primeira.
- Muito obrigado!
- Boa noite para vocês. Divirtam-se crianças! – O senhor gritava enquanto andava com em seu encalço.
- Você o conhece?
- Um antigo amigo do meu pai! – Ele respondeu e a garota balançou a cabeça. Ela olhou um pequeno barco no final da ponte de madeira em que andavam, o mesmo estava com uma pintura vermelha desbotada. E abriu a boca chocada.
- Um barco? O que você tem na cabeça, ? Vamos voltar, acho que você perdeu a noção do perigo. – Disse, protetoramente, se arrependendo em seguida.
- Dá para parar de falar? Vem! Me dê a mão. – O garoto passou as pernas pelo o mesmo, ficando inclinado a esperando. Ele mantinha as mãos no ar fazendo a menina ficar indecisa. – Vem, !
- Se você me deixar cair, ! Eu te mato! – Segurou firmemente a mão do garoto que entrelaçou seus dedos agilmente.

(Coloque a música para tocar)

- Aprenda uma coisa, , eu nunca vou te deixar cair! – falou, fazendo toda a nuca da garota arrepiar. tentou ignorar todos aqueles sentimentos, e quando percebeu, já estava dentro do barco com as mãos ainda nas de . Ele segurava sua cintura fortemente e fazia questão em olhar em seus olhos. viu a pouca luz do lugar iluminar somente metade do rosto do garoto, e por uma fração de segundo esqueceu como respirava, sua íris estava incrível pintada em vários tons de , tudo combinava com ele perfeitamente, dos pés a cabeça. Ela se obrigou a soltar-se, e observar o velho barco. Era pequeno, como sempre imaginou que seria, o piso de madeira e o metal antigo descascando em partes. Uma porta se encontrava trancada, ela parecia tão frágil que apenas com um simples toque ela se abriria.
- O que achou?
- Ainda acho que seja uma má ideia.
- Confia em mim, , eu aprendi a andar nessa coisinha.
- Você está me deixando muito segura. – Disse, arrancando um sorriso do menino.
- Deveria estar, você está comigo, , eu nunca faria nada pra te machucar!
- Tudo bem, , por que me trouxe aqui? – Perguntou, encarando-o. Ele fechou os olhos, abrindo-os logo em seguida, suspirando.
- Para te fazer não ir pra longe de mim.
- Desculpa, , eu... eu não posso fazer isso. – Respondeu, andando até a ponta do barco, mal tinha reparado que já estavam em movimento, se afastando da terra firme.
- , se você ficar eu juro, que eu faço tudo diferente. Eu prometo que me afasto da Casey e nunca mais dar ouvidos a ela. ... Eu preciso de você. Aqui, comigo.
- Por que você simplesmente não entende que eu vou partir, ? Não vê que vai ser melhor pra gente? – Falou, virando-se para ele e apoiando-se no barco, vendo o mar a sua frente passar numa sintonia que a acalmava.
- Por que, , eu me recuso a ficar em um lugar onde você não está. – Ela sentiu o garoto segurar sua cintura e encostar lentamente a boca em seu ouvido, sussurrando. – Eu sou muito egoísta, . Eu não consigo lhe deixar partir sem mim ao seu lado. Eu não consigo parar de pensar em você. – Admitiu, a menina sentiu-o depositar um beijo rápido no seu pescoço e sorriu. – Eu não consigo ficar aqui sem você. – Outro beijo. – Eu não consigo pensar em você com outra pessoa sem ser eu. – Mais um beijo. – Eu não vou seguir em frente sem você. – Finalizou, virando-a pela cintura. Ela mantinha os olhos fechados ainda com um sorriso preso ao seu rosto, oh céus, por que ela fica assim na presença de ? Maldito dia em que o deixou beijá-la. Maldito dia em que o conheceu.
- Eu...
- Você?
- Eu não posso fazer isso, . – Disse derrotada, e observou o menino sorrir.
- Repete o que você disse? Você me chamou de !
- Eu sempre te chamei de , ! – Sorriu, acompanhando-o.
- Não nos últimos dias. Eu sinto tanto a sua falta, .
- ? – Chamou-o, ele a olhou aproximando-se ainda mais do seu rosto.
- Uh?
- Me beija! – O garoto a encarou com os olhos arregalados, mas, pela primeira vez, esse parecia o erro mais certo de toda sua vida. Ele segurou seus cabelos, a puxando lentamente até seus lábios se encontrarem. sentiu uma corrente passar por seu corpo e agarrou sua cintura, impedindo-a de sair. Sua boca parecia perfeita para a dele, aquela sim, era a boca que sempre teve vontade de beijar, que sempre teve vontade de ter para si, aquele era o cara que sempre sonhou, e sabia que nem a viagem para o Brasil poderia acabar com isso. levou seu polegar até a bochecha da garota, fazendo um leve carinho no local, e sentiu cada toque dele queimar a sua pele. Quando faltou fôlego, o garoto separou suas bocas com pequenos selinhos.
- Eu preciso de você.
- Desculpa, . Eu adoro muito você! Mas não posso abandonar tudo que me espera lá.
- , me diz o que você quer que eu faça? Eu faço! Eu juro que faço, eu...
- , não torne as coisas difíceis pra mim, por favor. – falava enquanto sentia os olhos marejarem. suspirou, a soltando e passando as mãos pelos cabelos.
- Então me diz o que...
- Nada, , você não pode fazer nada, nem me trazendo para o lugar que você pediu sua namorada em namoro.
- Ah, eu já entendi.
- Eu não posso ficar no lugar que não era p..
- , eu só pedi a Casey em namoro aqui por que...
- Por quê? – Alterou a voz, lutando para a mesma não fugir de si, e soltar suas lágrimas. – Por que , só me fala.
- Por que era pra ser você , era tudo pra você naquela noite mas eu sou um fraco, eu fui um covarde e não te trouxe, por que eu achei que você não sentia nada por mim, por isso que eu falei aquilo pra ela , eu queria tirar você da porra da minha cabeça mas isso ficava difícil, tão difícil, que eu pensei que eu iria explodir de uma vez só em menos de uma semana, eu fiquei com medo, com medo de você não sentir a mesma coisa, com medo que se você começasse a gostar de mim eu pudesse te magoar e não ter sido o cara certo pra você todo esse tempo, por que eu sabia que você merecia algo muito melhor do que um garoto que tem uma reputação ruim por Londres inteira, mas ao mesmo tempo eu sabia que tinha que ter você comigo. Você não imagina o quão foi difícil admitir que eu tinha uma paixão platônica pela minha melhor amiga, , você... – A menina tinha os olhos arregalados em puro susto, sua respiração estava descompassada e suas mãos tremiam sem parar. aproximou-se, encostando seus narizes e a menina reprimiu a vontade de beija-lo. – Eu te amo, !, É isso, porra! Eu te amo!
A garota simplesmente juntou novamente seus lábios, sem hesitar, as lágrimas já rolavam por seu rosto sem parar, sentiu o gosto salgado das lágrimas entre o beijo doce de , mas não estava nem ai, aquela era a melhor e última noite da sua vida.
- Eu também te adoro .
- Ainda posso te fazer ficar? – Perguntou, ainda com os lábios vermelhos, e a menina balançou a cabeça negativamente. – Então me deixe fazer essa noite ser a melhor noite da sua vida. – Falou, com a voz falha.
- Você fez isso, desde o momento que você apareceu pra mim

Londres, 27/01/15 10:30


observava as árvores passarem rapidamente através do vidro transparente do veiculo, aquele era o último dia, em que veria seus amigos, em que veria pela ultima vez essa cidade, que veria ele pela última vez. O aeroporto nunca pareceu tão vazio na vida, mal conseguia ver pessoas com malas enormes arrastando-as para lá e para cá segurando pequenas passagens a garota fechou a porta do carro e andou até a mulher que pegará sua passagem, para o próximo voo. Segurou-a firmemente e sentou no banco que encontrou, ele parecia afastados de todos, e solitário em seu canto. Assim como ela. Jogou a mala no chão, e pegando o celular em seguida, depois de ontem infelizmente a imagem de não saia de sua cabeça, ainda tinha esperança de ver alguma mensagem vinda do seu número. Suspirou derrotada, parte sua queria o ver, outra parte achava melhor assim, com certeza seria doloroso demais o ver ficar enquanto saia passando entre as nuvens dentro de um avião sem poder fazer nada.

“- Ainda posso te fazer ficar? – Perguntou, ainda com os lábios vermelhos, e a menina balançou a cabeça negativamente. – Então me deixe fazer essa noite ser a melhor noite da sua vida. – Falou, com a voz falha.”

A voz de ecoou na sua mente, praticamente havia tido a melhor noite da sua vida. Deixou um sorriso escapar quando lembrou-se do que ele falara.

- Por que era pra ser você, , era tudo pra você naquela noite...

Era ela? Ele a pediria em namoro? Ele perderia o medo de barcos para poder a pedir em namoro? Um arrepio correu pela sua nuca e se encolheu com um pequeno sorriso. Ela olhava para um ponto fixo qualquer, quando sentiu os lábios úmidos que sabia exatamente a quem pertencia, e aquele cheiro inconfundível. levantou a cabeça encarando o garoto, que sentou ao seu lado, ele estava lindo, aquela calça clara com a camisa branca caiu perfeitamente em seu corpo definido. Fazendo ressaltar alguns músculos em seu braço, não se impressionou quando reparou em seu cabelo levemente desajeitado e sorriu de volta.
- Pensei que não viria.
- Mais é claro que eu vinha você não acha que eu iria perder logo hoje né?
- Você falando assim parece até que eu não vou mais voltar. – Falou, derrotada. E o garoto balançou a cabeça passando os braços por seu ombro.
- Claro que vai voltar. Só vou ficar cinco anos te esperando. – sorriu quando ouviu o que o menino acabou de falar, ele ia a esperar?
- Não vamos falar nisso, por favor, , eu prefiro que pense que hoje é um dia normal e não vou embora.
- Tudo bem, vamos parar de falar nisso. Sobre o que quer conversar então?
- O que você vai fazer,, ? Digo, quando eu for embora. Você vai se encontrar com a Cob... com a Casey?
- Por que você fica pensando nisso, ?
- Por que eu não consigo ver você com uma só garota, eu não te via dizer todas aquelas coisas até alguns meses atrás. Vai ter muitas festas e garotas bonitas que você vai se interessar e vai ver que eu sou sem graça. – Falou, encarando-o, ele umedeceu os lábios com a língua e a olhou.
- , desde que eu te conheci, a única garota por quem eu me interesso é você. E nada, vai mudar isso.
- Promete?
- Claro que não, vai que aparece uma vovó gostosona e milionária. – não conseguiu conter gargalhada fazendo o garoto acompanha-la. – Mas é claro que eu prometo linda.
deitou sua cabeça no ombro do garoto e ele a agarrou fortemente.
- Vou sentir sua falta . – Sussurrou, fechando os olhos e engolindo vontade de chorar.
- Ei, ei. Não vai chorar agora né? Odeio te ver chorando. – Admitiu, e a garota assentiu. – E quer saber? Londres não vai mais ser a mesma sem você . Não vou ser o único que vou fazer falta.
- Pelo menos não vai ter que aguentar uma chata.
- Ué, essa era a parte boa , era poder te aguentar.
- Não se preocupe, vou mandar varias cartas por dia.
- Eu estarei esperando por todas elas.
sentiu-se como se estivesse no lugar certo, não imaginaria a vida sem . Nunca imaginou.
- Ah, já ia esquecendo. – Exclamou, assustando-a, observou o garoto se mexer e apalpar o bolso da calça de lavagem clara que vestia, tirando de lá uma pequena rosa vermelha um pouco desgrenhada, não encostou as narinas, mas já podia sentir o cheiro que exalava. – Trouxe isso pra você!
- Uma rosa. – Disse calmamente, pegando-a e agradecendo mentalmente ao garoto. – Obrigada, .
- Um garoto uma vez falou que daria uma rosa para uma garota por todos os momentos de sua vida, apenas pra ver o sorriso dela todos os dias.
- Talvez a garota não precise de rosas, apenas dele ao lado. – Rebateu, encarando um ponto fixo qualquer naquele lugar. podia sentir as mãos soarem a cada minuto que se passava.
- Ele sempre vai estar ao lado da garota. Basta ela não fazer o que está prestes a fazer.
- eu...
- Atenção os passageiros do voo para o Brasil, o próximo avião sairá em torno de cinco minutos. Tenham uma boa viagem. - A voz suave da mulher ecoou por todo o lugar, algumas pessoas que estavam ao redor começavam a se levantar lentamente, se despedindo de pessoas que as cercavam.
- Bom, parece que chegou a hora!
- É, parece que sim! – Suspirou, derrotada, levantando-se do banco que quase perdia a cor. ficou a sua frente segurando suas mãos, cujo, as mesmas tremiam, estava rezando para o menino não perceber esse pequeno detalhe.
- Não precisa tremer . A gente vai se ver e...
- Não , a gente não vai se ver mais. Será que você não entende isso? Eu vou embora e a partir do momento que eu entrar naquele avião, eu vou embarcar para o Brasil por cinco anos da minha vida.
- Isso não é uma escolha minha, .
- Mas é minha, é o meu futuro. – Seus olhos já lacrimejavam, parecia que um buraco se abria em seu peito.
- Vem cá... – Ele a puxou, fazendo a garota suspirar segurando as lágrimas que insistiam em aparecer. O menino a pressionou tanto contra seu corpo que por um momento pareciam se fundir em um só. – Você sabe que no momento que você entrar naquele avião, vai levar uma parte de mim pra o Brasil, não é? - E eu vou acabar deixando uma parte minha aqui.
- Minha mãe disse que vai sentir sua falta.
- Eu vou sentir falta dela também. Mas é hora de ir!
- Me liga quando chegar?
- Eu vou te ligar sempre, . Por cinco longos anos. – Sorriu, recebendo um selinho rápido do garoto, segurou suas malas, girando os calcanhares em direção a porta em que passaria para conseguir embarcar. Enquanto se afastava ainda – com pequenos olhares para trás. – conseguia ver o menino estático com os braços cruzados na altura do peito a observando.
- Por aqui, boa viagem. – Falou um garoto de cabelos ruivos flamejantes.
- Obrigado.
A cada passo se obrigava a pensar em sua nova vida no Brasil, mas tudo o que via era escuridão, não imaginava a vida sem , sem sua mãe, sem a Hazel. As pessoas passavam por si como o vento, já podia ver o grande pássaro de metal pousado a sua frente. escutava os passos do seu calçado baixo ao chocar-se contra o piso do avião enquanto entrava no mesmo. Observou calmamente uma cadeira com janelas, mais próxima, sentando-se logo em seguida enquanto uma música qualquer tocava em seus fones de ouvido encostado sua cabeça na cadeira confortavelmente.

– Bom, sei que não é o melhor dos seus presentes, mais no momento é tudo o que tenho. – Levantou a mão que estava com a rosa esperando que a pegasse, e assim Cassie o fez. – Não sei por que, mais ela me lembrou a você.
– Tem espinhos?
– Não, é linda. – Sorriu envergonhado, deixando a menina sem saber o que falar.


*


- Você gosta dela?
- Não mais do que eu gosto de você!
- Eu sei. – Fechou os olhos, sentindo o carinho que fazia em seus cabelos, queria que o tempo parasse ali mesmo, que nada nunca lhe atingisse.
- Eu te amo, ! – Ouviu o garoto sussurrar antes de entrar em um sono pesado.


*


- Você está se ouvindo?
- VOCÊ QUE NÃO ESTÁ SE OUVINDO. - Gritou sentindo sua raiva transbordar.
- E VOCÊ NÃO É IGUAL A ELA, VOCÊ NÃO FAZ ESSE TIPO DE COISA... – Rebateu fazendo a garota encara-lo com a mão na boca em forma de concha contendo o grito – você não beija qualquer um, você é envergonhada, você sorri como nenhuma garota até agora sorriu pra mim, e me faz ter calma, eu sei tudo sobre você, sei até sobre a cicatriz que se formou quando você caiu pra tentar me ajudar a dançar no meio da sala. , eu sei bastante o suficiente sobre você pra dizer que você não é igual a ela, você é... Diferente.


*


- Se importar pelo o quê?
- Você dançando aqui comigo.
- Não, ela não se importa! E mesmo se ela se importasse, não ia me impedir de fazer isso uma hora.
O silencio se instalou entre os dois, a música calma continuava a tocar, deixando se embalar cada vez mais nos movimentos que a conduzia.
- Você não precisa ser a princesa deles , só precisa ser a minha princesa.


*


- Por que você acha que eu não posso ter sentimentos também?
- Eu não disse isso.
- Mas eu sei que você pensa !
- ... – Tentou falar.
- Não vem com “” agora! Por favor! – Falou calmamente, a envolvendo em outro beijo, sentia-se a pior pessoa do mundo, estava mentindo para o garoto, e ele estava ali, se abrindo pra ela.


*


- Me deixa em paz, , eu te odeio! – Gritou e o garoto abaixou a cabeça com uma lágrima caindo sobre seu rosto.
- Mas eu te amo .


*


- ? – Chamou-o, ele a olhou aproximando-se ainda mais do seu rosto.
- Uh?
- Me beija!


“Atenção, passageiros, o avião sairá em cinco, quatro...”


- ESPERA! Pelo amor de Deus, espera! - gritou, fazendo todos no lugar olharem assustados. Passou a mão pelo cabelo desgrenhado ainda segurando a rosa que tinha lhe dado, levantou-se do assento correndo até a porta, que estava fechando pouco a pouco. Por um momento pensou que seria imprensada até a morte por uma longa porta metálica, mas antes que conseguisse fechar os olhos, pode observar claramente o aeroporto em que estava.
- Moça, o que está fazendo? O seu voo vai sair e...
- Que se foda esse voo. Tem coisa mais importante que eu não posso deixar sair. – A garota sentia a adrenalina pela primeira vez pulsar em suas veias. A última vez que correu assim foi no ano anterior para saber do seu amigo “problema”. Seus pulmões imploravam por ar a todos os minutos, sentia os cabelos grudarem lentamente em seu rosto enquanto procurava entre as pessoas.
- Com licença, o senhor viu um garoto de calça clara e camisa branca? Ele estava aqui a pouco tempo. – Perguntou a um senhor que se aproximava.
- Desculpa, eu não vi.
- Por favor, me ajuda, eu preciso encontrar ele. Não lembra se...
- Desculpa menina, mas eu não o vi.
- Tudo bem, obrigado! – Agradeceu, saindo logo em seguida deixando o velho homem sozinho, parou cansada próximo ao banco onde se despediu do seu amigo e realmente se assustou.
- ? – Questionou, aproximando-se do garoto que estava de cabeça baixa, ele levantou a mesma, o seu rosto estava vermelho, seus olhos antes estavam quase tomando a cor avermelhada por conta do choro.
- ? Você não era pra está saindo...
- Você estava chorando?
- Desculpa, não era pra você ver isso. – Sorriu nasalado, limpando os olhos.
- Não acredito que você estava aqui.
- Eu falei que iria te esperar não falei?
- Quando você falou isso, não achei que ia literalmente me esperar aqui.
- , eu vou te esperar onde quer que você esteja até você me falar que me quer longe da sua vida.
- Eu não te quero longe, eu te quero perto, perto de mim, dentro dos meus planos, no meu futuro, em tudo. – Admitiu, tocando o rosto do garoto e respirando fundo.- Eu te amo, .
- Então quer dizer que, você abandonou todo seu futuro pra ficar comigo, ? – Perguntou com um sorriso estampado no rosto angelical.
- Não, eu abandonei o todo o resto para ficar com o meu futuro. É impossível viver em um lugar onde você não está, com certeza eu não... – foi interrompida com um simples e delicado beijo, segurou sua cintura enquanto ela fazia leve carinho em seus cabelos lisos.
- Será... – Questionou o menino com a voz falha. – que você nunca vai parar de falar, ?
- Se for parar ganhar um beijo, não vou parar de falar nunca.
- Não precisa falar para ganhar beijos, é só você está na minha frente pra mim poder fazer isso. – Disse o garoto, lhe dando um selinho.
- , eu quero fazer uma pergunta.
- Ok, fala.
- Tudo bem. – Suspirou, se controlando. – Namora comi...
- Você não vai fazer isso não é? – Gargalhou, observando a garota fazer careta.
- Por quê? Tudo bem, se você não quer eu entendo.
- Não falei que não queria. Só quero fazer do jeito certo.
- O que está esperando?
- Ok. – fechou os olhos com força, tomando coragem de fazer o que sempre teve vontade desde o momento que a viu. – , você quer ser a minha namorada? Eu sei que eu posso ser o cara mais errado de Londres, e sei que eu posso te magoar, mas eu prometo que vou fazer tudo certo, eu quero você mesmo sabendo que o erro está em mim, mas eu prefiro arriscar ficar com você do que passar a minha vida inteira pensando em como seria estar com você, eu juro que eu vou te fazer a garota mais feliz de Londres, Paris, Brasil, do mundo, basta você aceitar e me fazer o homem mais feliz de todos os outros nesse momento.
- Essa é a coisa mais linda que alguém já me falou. – Exclamou a garota, grudando seus braços ao redor do pescoço do menino, que mordeu levemente seu lábio.
- Não será a primeira vez que vai escutar se ficar comigo.
- Você se acha demais .
- Eu sei que você gosta desse meu lado.
- Sim.
- Eu sabia, , você tem que admitir que eu sou o melhor e...
- Sim, , eu aceito namorar com você! – teve que se controlar para não gritar para o aeroporto inteiro que o garoto que sempre gostou estava na sua frente, e agora finalmente poderia o chamar de namorado. O menino abriu um sorriso, ela poderia eleger como o mais lindo que já vira em toda sua vida.
- Então. – Um selinho. – quer dizer. – Outro – que vamos ser um casal? Digo, oficialmente?
- Claro, por mim isso já teria acontecido há tempos. Por que não aconteceu antes, ?
- Talvez não fosse certo. Não tão certo quanto é agora. – O garoto levou a cabeça até seu pescoço, depositando um beijo no local e fazendo-a fechar os olhos. – Você não tem medo, ?
- Por que eu teria?
- Eu não sei, talvez eu não seja o cara que você queira e de repente... De repente eu possa ser um erro seu. Talvez você me escolher agora seja um erro. – balançou a cabeça e segurou sua face com as mãos em cada lado do rosto do garoto fazendo-o a encarar.
- , se isso mesmo tiver sido um erro. Com certeza vai ser o erro mais correto de toda a minha vida. E... Se isso fosse mesmo errado, alguma coisa em mim não estaria gritando que essa é a coisa mais certa que eu já fiz.
- . Não quero causar problemas é a ultima coisa que eu quero pra você, se eu te magoar acho que não vou ter coragem de me encarar e... – o interrompeu grudando suas bocas, em um beijo rápido, eram incríveis as sensações que tinha toda a vez que encostava seus lábios nos dele.
- Será que você nunca vai parar de falar .
- Essa frase é minha! – Sorriu.
- Tudo que é seu é meu agora. Você é meu!
- Sempre fui.


60 anos depois...


Aquele lugar parecia cada vez mais frio, e o céu parecia cinzento em comparação aos últimos anos em que ela esteve ao seu lado. Mais um dia ali, sentado, olhando seu nome escrito naquela pedra de mármore. O velho homem, deixou uma lágrima escapar de seus olhos e suspirou derrotado, tirando de seu casaco um pouco amarrotado uma pequena rosa vermelha. Aquilo o fazia lembrar-se de seu doce sorriso. Ele se abaixou com um pouco de dificuldade e sentou-se na grama abandonando a rosa solitária em cima da cova, que era arrastada mais uma vez por conta do vento forte.
- Quando eu falei que iria te esperar, eu não estava brincando, mas agora é a hora de você me esperar ai em cima, . – O homem levou as mãos à boca, tossindo delicadamente, levantando-se do gramado desgrenhado do cemitério. Girou os calcanhares, encontrando mais a frente uma garota baixa, porem com o mesmo cabelo, personalidade e sorriso de sua amada. Costumavam dizer que a menina tinha os mesmos olhos de . Sophia significava "Sabedoria", talvez por que era fascinada por filosofia. Mas quem era ele para questionar, quem era ele para discutir com ?
- Pai! O senhor está de novo aqui? Vamos, a mamãe não vai voltar. Temos que superar isso. Ela se foi há quase dez anos.
- Eu prometi que vinha e...
- Eu sei. Você vem deixar uma rosa desde o dia que ela morreu. O que está havendo?
- Não está havendo nada, querida. Eu apenas a amo.
- Eu também a amo, ela faz muita falta.
- Faz, faz sim!
- Vamos, eu vou lhe ajudar. – a menina segurou o homem firmemente, o ajudando a andar.
- Filha, me promete uma coisa?
- Claro pai. O que quiser.
- Quando eu for embora. – Falou com dificuldade. – Promete que você virá todos os dias, e deixará uma rosa bem ali. – Apontou lentamente, mostrando o túmulo de .
- Ok, mas... Eu não entendo.
- Não é nada meu anjo, não se preocupe. Apenas... Faça isso.
- Eu farei. – A menina finalizou, ainda confusa, mas deu ombros enquanto entravam no carro parado na esquina. olhou as ruas passarem por si enquanto o veiculo se movia e fechou os olhos lentamente. Voltando ao tempo, e vendo imagens ainda distantes e confusas embaralharem sua mente.


– Então essa rosa te faz feliz?
– Hum, Sim. – Deu ombros e sorriu em seguida.
– Então espera, porque eu vou te dar uma rosa por todos os dias da sua vida.



“Ou até mesmo depois deles.”




Fim.



"Porque em cada pedaço de mim, sempre haverá um pedaço de você."
Nicholas Sparks.





Nota da Autora: (24/12/2015) O que eu posso dizer depois dessa shortfic? Eu estou muito orgulhosa de ter terminado ela, estou muito orgulhosa dessa história toda ter saído da minha cabeça e conseguido expressa-la no “papel”, espero muito, muito mesmo que vocês tenham vivido essa história comigo, passei meses tentando escreve-la para sair tudo do jeito que eu imaginei, acho que em pouco tempo ela se tornou importante pra mim, algumas datas da fanfic foram muito importante pra mim (claro que não exatamente as mesmas que eu coloquei) mas tem um grande significado, quero agradecer ao comentários – se tiver lógico! – por que são eles – e vocês – que me motivam a escrever. Essa é a minha segunda shortfic aqui, eu estava muito insegura de posta-la mas graças as minhas queridas e lindas amigas eu resolvi postar aqui pra vocês. Deixarei o link para quem quiser ler a outra short aqui em baixo, e um beijão pra cada uma que está lendo isso agora.

Shortfic: Everyday Girl




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