Capítulo Único
— Já vou, porra. — reclamei quando ouvi a buzina do lado de fora.
— Você tem que arrumar sua moto. — Alice apontou.
— Eu sei, mas eu não tô com grana agora e o Yunho tá se oferecendo pra me dar carona. — dei de ombros.
— Nem é caminho dele, . — ela riu. E aquilo era verdade. Yunho fazia uma volta para que pudesse me pegar. Mas era ele que tinha oferecido, o que eu podia fazer?
— Mas ele é um bom amigo. — reforcei.
— Ele é um fofo, eu sei, mas... — e a buzina interrompeu Alice.
— Já vou! — gritei perto da janela. — Eu tô saindo. Vou voltar aqui só pra tomar banho e vou pro K-Hot.
— Vê se não quebra nenhum osso. — Alice suspirou.
— Não posso prometer. — sorri. Desci pelo elevador do prédio e encontrei Yunho sentado na Bros, com os braços cruzados e batendo o pé com impaciência. — Foi mal. Eu tava procurando uma legging. — me desculpei.
— Se eu soubesse, teria demorado mais. — ele reclamou com a voz abafada pelo capacete. Eu peguei o capacete reserva, coloquei e subi na moto, me apoiando nos ombros dele. Assim que sentei, Yunho levou ambas as mãos aos meus joelhos e os pressionou contra ele.
— Pernas juntas, . Hoje você não é piloto. — ele quase ordenou.
— Sim, piloto. Mas vamos logo ou chegaremos atrasados. — me agarrei à cintura dele. Yunho deu partida e seguimos para a sede da empresa. A cada semáforo que parávamos, Yunho levava uma mão à minha coxa como que para se certificar que eu ainda estava ali. Quando ele parou na empresa, tratei de descer e quase não esperei por ele. Naquele dia, a empresa onde trabalhávamos como segurança tinha contratado uma professora que vinha do Rio de Janeiro apenas para nos dar uma aula sobre defesa pessoal e imobilização. Eu a conhecia dos vídeos que via na internet, então estava mais que ansiosa para a aula.
— A professora não vai sair correndo. Devagar, . — Yunho brincou.
— É importante pra mim. — virei para encará-lo rapidamente.
— Eu sei. — ouvi seu riso baixo. — , você vestiu uma calcinha?
Parei de andar imediatamente e me virei para Yunho com as sobrancelhas franzidas.
— Tá olhando pra minha bunda, Yunho?
— E tem como não olhar pra sua bunda, Campos? — Siqueira, nosso chefe, riu.
— Foi só um questionamento. É que tem umas meninas na academia que malham sem calcinha. — Yunho tentou se defender.
— E como é que você sabe, Yunho? — cruzei os braços sobre o peito e ele apenas sorriu de lado. Aquele coreano com cara de bonzinho era pior do que eu sequer imaginei.
— A professora tá esperando, casal. Vamos lá. — Siqueira nos chamou e Yunho saiu na frente. Segui os dois e entrei na área de treinamento, que estava completamente limpa de coisas da academia.
— Bom dia, senhores... e uma senhorita, que ótimo. Eu sou Camila Alves, professora de Muay thai e defesa pessoal na academia do professor Samuel Choi, lá no Rio de Janeiro. — ela se apresentou. — Esse é Wooyoung. Ele é meu aluno e topou vir até aqui pra me ajudar nas demonstrações. — ela apontou para o rapaz ao seu lado, um asiático, provavelmente coreano, com um sorriso largo no rosto. — Muito bem. Apresentações feitas, escolham seus parceiros, vamos trabalhar em dupla hoje.
Todos os caras da empresa me olharam ao mesmo tempo, até Siqueira. Imediatamente me agarrei a Yunho que estava ao meu lado e nem tinha se mexido.
— Você é a única garota aqui, senhorita...
— Campos. — completei a professora.
— Estamos tentando contratar outra mulher para ser fixa, mas, por enquanto, é a única. — Siqueira explicou.
— E você conseguiu fisgar a única mulher aqui, senhor? — ela perguntou a Yunho.
— Nós não somos namorados. — respondi, já que Yunho parecia ter esquecido todas as palavras.
— Porque você não quer. — alguém rebateu ao longe e sequer me dei o trabalho de tentar descobrir quem era.
— Bom, já que a senhorita Campos escolheu seu parceiro, formem duplas, senhores. — Camila ordenou.
Os caras, a contragosto, formaram duplas e a aula começou. Camila demonstrava em Wooyoung o que fazer e como fazer, sempre devagar, pausado, e então pra valer. Algo me dizia que Wooyoung estava gostando de ser jogado no chão e espremido por Camila. A aula durou cerca de uma hora e trinta, e quando Camila nos mostrou o último movimento, executei com precisão e me vi com o joelho no pescoço de Yunho, que estava vermelho e ofegante.
— Yun, meu Deus. Desculpa. — tirei o joelho do pescoço alheio e sentei no chão, quase ao lado da cabeça dele. Por um momento, achei que vi Yunho revirar os olhos, como se tivesse gostado. Então ele os fechou com força e suspirou pesado. — Yunho, tá tudo bem?
— Tá. Eu só... preciso de um minuto. — ele respondeu ainda de olhos fechados. Estava suado e vermelho e a visão me deu ideias intrusivas.
— Não precisa me deixar em casa. — apoiei a mão em seu peito. Yunho espremeu os olhos fechados. — Eu te machuquei, não foi? — sentei sobre os calcanhares para conseguir ver todo o corpo alto. Então meus olhos pararam no grande volume no short de treino que ele usava. Olhei para o lado, tentando não ver, mas me obriguei a olhar de novo. Olhei para os lados para checar se mais alguém estava prestando atenção em nós e baixei o corpo, me aproximando o máximo que podia. — Yunho, você... tá excitado?
— O quê? — ele abriu os olhos e levantou de repente, quase batendo a cabeça na minha. As mãos foram imediatamente para o colo e ele ficou mais vermelho do que já estava. — Eu só preciso ir ao banheiro. Me espera aqui. Eu te levo.
Então saiu correndo, meio desengonçado. Fiquei sentada no chão, olhando suas costas sumirem na porta do CT.
— Acho que ele gosta de dor. — Camila comentou atrás de mim, me fazendo pular de susto. — Desculpa o susto. Você é boa, . Coloca todos eles no chinelo.
— Obrigada. — sorri orgulhosa.
— Se ele demorar, vá atrás dele. — ela apontou para a porta por onde Yunho tinha ido e piscou arteira. Então se foi como tinha chegado: rápida e silenciosa. Resolvi sair do CT e fui ao banheiro tentar enxugar metade do suor em mim. Joguei uma água no rosto e tentei a todo custo não pensar em Yunho, mas sempre que eu fechava os olhos, a imagem dele ofegante invadia meus pensamentos sem minha autorização.
— Caralho, eu preciso de uma folga, um ficante e uma viagem. — resmunguei quando saí do banheiro em direção ao CT de novo. Ia esperar Yunho lá para irmos embora.
— Pensei que Camila tivesse te sequestrado. — Siqueira surgiu ao meu lado.
— Com a oferta certa, eu teria ido. — fiz uma careta.
— Eu ia te buscar onde você estivesse. Não posso ficar sem minha melhor profissional. — ele sorriu.
— Sua única, né?
— Já consertou sua moto? — ele mudou de assunto.
— Ainda não. Vim com o Yunho. Ele tá me dando carona. — expliquei. Chegamos ao CT e encontrei ele vazio. Nem sinal do meu amigo. — Aliás, você não viu ele pelo banheiro? Ele disse que ia lá e que voltava, e claramente não tá aqui.
— Tinha uma porta fechada. Deve ser ele lá. — Siqueira passou a mão na cabeça quase careca. — Quer que eu vá checar?
— Eu vou. Não tem nada naquele banheiro que eu não tenha visto em outros lugares. — brinquei. Caminhei de volta no corredor, procurando o banheiro masculino. Siqueira disse que só tinha uma porta fechada, então todos os outros caras provavelmente já tinham ido embora. Abri a porta devagar e espiei dentro. Vendo que estava vazio, entrei em silêncio. Realmente só tinha uma porta fechada. Quando me preparei para chamar, ouvi meu nome baixinho, arrastado, em uma voz doce, quase como um gemido. Olhei para os lados para me certificar que eu não estava louca ainda e respirei fundo para chamar por Yunho, mas antes ouvi outro gemido arrastado.
— Yun? — chamei alto.
— ? — a voz dele perguntou, provavelmente de dentro do box fechado. — Há quanto tempo você está aí?
— Eu acabei de entrar. — menti. — Vim ver se tava tudo bem. Você disse que voltava pro CT e não tava lá.
— Eu... ahn, eu tô bem. Você pode sair? Eu já vou. — ele pediu relutante.
— Cinco minutos ou eu vou de Uber. — avisei e saí do banheiro. E então os pensamentos intrusivos voltaram. Yunho estava mesmo gemendo meu nome? Balancei a cabeça para expulsar os pensamentos e me recompus. Tinha que parar de pensar naquilo. Foi uma sequência de coincidências, não foi? Eu estava louca.
— Pronto, vamos. — Yunho saiu do banheiro e passou por mim, seguindo para a saída sem me esperar.
— Eita que se apressou. — resmunguei e o segui. Ele foi o caminho de volta tenso, eu podia sentir por seu abdômen travado. Acho que eu tinha pegado pesado demais com ele na aula. — Não precisa vir me buscar pra ir pro K-Hot. Eu vou de Uber. — avisei quando ele parou na minha porta. — Obrigada pela carona.
— A gente se vê mais tarde. — ele pegou o capacete de volta, enganchou no braço e sorriu para mim antes de sair como uma bala.
Entrei em casa tentando não pensar muito nos ocorridos daquela manhã/tarde. Preparei um almoço rápido e descansei um pouco antes de pedir um Uber até o bar onde trabalhávamos.
— Veio sozinha? — o senhor Lee, dono K-Hot Chilli Peppers, perguntou assim que passei pela porta.
— E com quem mais eu viria?
— Seu parceiro, que inclusive ainda não chegou. — ele reclamou.
— Eu não estou atrasado, senhor Lee. — a voz entediada de Yunho preencheu o lugar.
— E nem feliz, não é? — o senhor Lee riu.
— Acho que eu quebrei alguma coisa nele hoje na aula, senhor Lee. — comentei.
— Ele já está quebrado faz tempo, . — o velho me respondeu. — Eu quero vocês dois aqui dentro hoje. Yunho perto do bar e do outro lado. Tem um bartender novo e não quero ninguém enrolando ele.
— Tudo bem, Yunho? — perguntei ao mais alto.
— Desculpa não ter te trazido. — ele beijou minha cabeça. Já tinha feito aquilo uma vez, quando me derrubou com força demais em um exercício no treino. — Eu tô realmente quebrado. Quase dormi debaixo do chuveiro.
— Eu que peço desculpa. Eu meti o joelho no seu pescoço hoje. — ri baixinho. Yunho abriu um sorriso ladino rapidamente e logo o fechou.
— Dez minutos, casal. — o senhor Lee nos cutucou na costela.
— Tomara que essa noite acabe logo. — Yunho murmurou e suspirou. — Eu preciso da minha cama.
— Eu também. — emendei rapidamente. — Não da sua. Da minha cama. — me corrigi. Yunho murmurou alguma coisa em coreano e eu cruzei os braços. — Numa língua que eu entenda, Yunho. Estamos em São Paulo, não na Coreia. Seu coreano você fala lá. Aqui você fala português comigo.
— Não foi nada. Vamos trabalhar e rezar pra acabar logo. — ele sorriu e se afastou, indo até o bar. Assumi meu posto do outro lado e fiquei observando o lugar (e Yunho) de longe. Ele estava esquisito e eu não podia negar.
Eu queria que a noite tivesse sido tranquila, mas um casal de clientes brigou no meio do salão e de repente eu me vi tendo que separar os dois e coberta de cerveja, até no cabelo. Quando fui levar a mulher até a porta, percebi que São Paulo tinha esfriado de repente e estava começando a chover. O senhor Lee se desesperou com a briga e resolveu fechar mais cedo, então começamos a convidar os clientes a ir embora enquanto a cozinha fechava e o bar era arrumado. Perdi o senhor Lee de vista e a única pessoa perto era Yunho, que seguia encaminhando os clientes para fora.
— Você me dá uma carona? — perguntei quando expulsamos o último cliente.
— Tem como te dizer não? — ele riu.
— E você espera eu tomar um banho rapidinho? Meu cabelo tá podre de cerveja. — sorri amarelo.
— Tá chovendo. A gente não vai conseguir sair agora de qualquer forma. — ele me lembrou. — Vai, eu te espero no vestiário.
Corri para o banheiro, procurei minha roupa reserva e tratei de tomar um banho rápido, apenas para tirar o cheiro de cerveja de mim. Quando saí, Yunho estava sentado em um dos banquinhos do vestindo a calça do conjunto de capa de chuva e segurando o casaco.
— Vamos? Você veste o casaco e não se molha tanto. — ele ofereceu.
— A chuva diminuiu? — perguntei já aceitando o casaco.
— Não muito. Mas eu quero chegar em casa e tomar um banho quente. — ele sorriu.
— Então vamos. — me encaminhei para a porta. Empurrei a maçaneta e forcei a porta. Porém bati o peito na madeira e voltei para trás, batendo as costas no peito de Yunho. — Tá trancada.
— Força, . Por Deus, você derruba homens no soco. — ele riu nervoso.
— Não adianta, Yunho. Eu sugeri ao senhor Lee um sistema de trava que, uma vez fechada por fora, não abre por dentro. — constatei com um leve desespero. — Eu chamo de sistema prende ladrão. Se ele entrar por qualquer lugar, só pode sair se abrirem a porta por fora.
— Então vamos tentar a porta da frente. — ele sugeriu, já saindo de perto de mim.
— Não dá em nada. Lá é igual. — suspirei pesado.
— Então a gente pode... — Yunho começou a sugerir, mas se calou quando a luz apagou. — Ótimo, sem energia.
— E sem sinal. — chequei o celular. — Porra, de todos os dias pra essa merda ficar sem rede, ele escolheu justo hoje.
— Eu só queria um banho quente e minha cama. — Yunho resmungou. Eu não podia ver no escuro, mas podia jurar que ele estava com um bico nos lábios.
— Se você correr, ainda consegue pegar água quente no chuveiro. — sugeri, tentando amenizar nossa derrota.
— E minha cama, ? — ele perguntou em tom risonho e acendeu a lanterna do celular, começando a caminhar de volta para o banheiro.
— Isso a gente improvisa. Alice vai sentir minha falta e... — me interrompi. Se Alice sentisse minha falta, ele ia tentar me ligar, e de nada adiantaria, pois estava sem sinal. Talvez Mandy me achasse.
— Me dá luz aqui, . — Yunho pediu. Acendi minha lanterna a tempo de vê-lo puxar com os dentes uma das luvas que usava para pilotar. Parecia tão sexy quanto errado. Éramos amigos, não?
— Segura aqui pra mim. — ele me entregou o celular, puxou a outra luva com os dentes antes de tirá-la e tirou a jaqueta. Fiquei parada, segurando a respiração, vendo até onde ia aquele strip-tease. Ele se livrou da calça que o protegia da chuva e quando estava prestes a desafivelar o cinto, finalmente lembrou que eu estava ali. — Eu... me viro aqui. Pode apagar a luz.
— Não tem nada aí que eu não tenha visto em outro lugar. Ou tem? — brinquei para disfarçar que eu estava tão nervosa quanto ele.
— Eu não... — ele interrompeu a frase e passou quase correndo por mim, se enfiando no banheiro. Ouvi quando ele gritou um “porra” com puro ódio. A água quente com certeza tinha esfriado sem o aquecedor ligado. Ele saiu minutos depois, vestido com uma camiseta preta sem mangas que eu já o tinha visto usar por baixo do uniforme, e sacudindo os cabelos molhados. — A água esfriou.
— Eu percebi pelo seu grito de ódio. — ri.
— Agora eu tô com frio e sem minha cama. — ele resmungou.
— E sem luz e sem sinal. — reforcei. — E sem uma unidade de colchão aqui nesse lugar.
— Vamos deitar no salão. Deve ser mais quente que aqui. — ele pegou o celular ao meu lado e começou a caminhar para fora. O segui quase correndo, não queria ficar naquele escuro. No salão, a luz de emergência do bar estava acesa, então apaguei meu celular para não ficar sem bateria e sentei em um dos bancos.
— No CT teríamos uns colchonetes, né? — reclamei.
— Aqui temos bebidas. Quer alguma coisa? Acho que o senhor Lee não vai se importar se a gente tomar um gole de alguma coisa. — ele ofereceu, me dando as costas. Só então reparei no quanto elas eram largas sem a farda e a jaqueta que ele sempre vestia quando não estava fardado.
— Ele nem vai sentir falta. E acho que as câmeras estão desligadas. — pensei alto.
— Eu preciso esquentar, tô me sentindo todo frio. — ele virou uma dose de whisky na boca. E então os pensamentos intrusivos de mais cedo voltaram com força total.
— Yun, você realmente estava excitado hoje depois da aula, né? — perguntei sem rodeios.
— É sério, eu só precisava ir ao banheiro. — ele riu, mas parecia nervoso.
— Então se eu for aí e apertar seu pescoço vai ficar tudo bem?
— Conhecendo sua força e sabendo que você pode me matar, não, não vai ficar tudo bem. — ele sorriu travado.
Impaciente, desci do banco onde estava sentada e dei a volta no balcão, parando perto de Yunho. O virei de frente para mim e enfiei as duas mãos por dentro de sua camiseta, arranhando sua barriga. Ele contraiu um pouco, mas continuava sustentando o sorriso travado. Então tirei as mãos de lá, estiquei uma até o pescoço alheio e o apertei sem força. Yunho respirou pesado e revirou os olhos rapidamente.
— . — ele chamou, baixinho, manhoso e arrastado, como eu tinha ouvido mais cedo. Uma mão dele segurou meu braço e seus olhos pidões encontraram os meus.
— O que foi, Yunho? Você gostou que eu colocasse o joelho no seu pescoço, não foi? — perguntei e apertei mais a mão, sem impedir a respiração. Não me pergunte onde eu tinha aprendido aquilo.
— , por favor. — ele pediu, a respiração acelerada e os olhos quase se revirando.
— Eu não posso sequer acreditar que você gostou, Yunho. — soltei seu pescoço enquanto ria fraco e ele quase foi ao chão.
— Eu... me desculpa. — ele levou as mãos para baixo e eu segui seu movimento apenas para constatar que ele estava excitado. De novo.
— É isso que você quer? — perguntei sem querer de fato saber a resposta. Ele apenas confirmou com a cabeça. Passei as mãos no rosto, incrédula de que ia sugerir aquilo. — OK, mas isso vai ficar aqui, Yunho. Quando a luz voltar e conseguirmos sair daqui, vamos ser apenas o Yunho e a que trabalham juntos, tá? — ele apenas confirmou com a cabeça de novo. — Responde, Yunho.
— Sim, . — ele respondeu baixinho. Se estivéssemos em outro lugar e com mais recursos, eu certamente faria como a moça do filme coreano que vi na Netflix e colocaria nele uma coleira e orelhinhas de cachorro. Porque era isso que ele parecia no momento: um cachorrinho atento às minhas ordens.
— Vem cá. — o puxei pela camisa e separei seus braços que ainda estavam na frente do corpo, as mãos segurando a ereção que se formava. — Eu só te apertei um pouquinho e olha como você tá. — deixei um beijo em seu peito coberto pela camisa.
— Eu tô assim desde a aula. Você só não viu. — ele confessou.
— Então você estava realmente batendo uma pra mim? — provoquei e coloquei a mão por dentro de sua blusa, o sentindo contrair a barriga de novo. — Foi bom? — olhei em seus olhos e esperei pela resposta. Ele mordeu o lábio e confirmou com a cabeça, o olhar completamente manhoso. — E se eu te apertar mais um pouquinho? — deslizei a mão dentro da blusa e procurei seu peito. Passei o polegar em um dos mamilos e o apertei entre os dedos. Yunho abriu a boca para soltar uma respiração pesada. — Você fica uma gracinha com esses olhinhos que pedem uma chave de perna. — comentei e ele sorriu. Arrastei sua blusa para cima e o obriguei a tirá-la. Assim que vi o peito forte à minha frente, levei a boca a um mamilo e o prendi entre os dentes, passando a língua no local em seguida. Yunho apertou onde podia e jogou a cabeça para trás.
— , eu não vou aguentar muito. — ele avisou. Parei o que fazia e apertei seu rosto entre os dedos, o fazendo formar um bico involuntário.
— Você vai ter que aguentar. — e sorri como se não estivesse quase lhe dando uma ordem. — Você não acha que tá muito aí em cima não?
Yunho riu e franziu o nariz. Então me pegou pela cintura e me deu um impulso para que eu sentasse no balcão do bar. Ele arriscou um beijo no meu colo coberto pela blusa, outro no meu pescoço e segui beijando até chegar à minha boca. Porém o puxei pelos fios escuros e compridos e o impedi.
— , você não quer? — ele perguntou com biquinho.
— Beijar torna isso aqui íntimo demais, Yunho. — suspirei. — Só sexo, lembra? Eu prefiro sua boquinha em outro lugar. — passei o polegar nos lábios dele e ele sorriu antes de sugar meu dedo.
Minha blusa começou a me incomodar, então tratei de tirá-la. Yunho beijou meu seio por cima da renda do sutiã e senti o tecido afrouxar ao meu redor. Ele forçou meu corpo até que eu estivesse com os cotovelos no balcão, rezando a todas as entidades para não cair dali. Observei enquanto ele abria o botão da minha calça e levantei minimamente o quadril para que ela saísse. Minha calcinha tomou o mesmo rumo e eu me vi nua no balcão onde os cliente pegavam suas bebidas. Na luz parca do bar, vi o sorriso arteiro de Yunho antes que ele afundasse a cabeça entre minhas pernas, a língua quente me molhando inteira. Fechei os olhos com força, já não me importando se cairia dali ou não. Só queria continuar sentindo as investidas precisas. Apertei as coxas ao redor da cabeça de Yunho e ele espremeu a carne das minhas pernas entre os dedos. Aquilo foi como uma injeção de energia nele, já que ele passou a sugar com força e só parou quando eu gritei alto e me desfiz contra sua língua.
— Puta merda. — respirei fundo, sentando no balcão. — É isso que você vai fazer na academia com as garotas sem calcinha, né?
— Eu faço o que posso. — ele respondeu, suado e vermelho, o peito nu eriçado, meu prazer escorrendo no canto de seus lábios inchados. Parecia uma cena de um mangá adulto. Limpei o canto de sua boca com o dedo e ele segurou minha mão antes de deixá-lo limpo.
— Agora é minha vez. — desci do balcão e joguei Yunho contra ele. Desafivelei o cinto e abri a calça, deixando o tecido cair aos nossos pés. Passei a mão sobre o volume quente na boxer e ele suspirou pesado. Levei a mão para dentro e apertei o comprimento, movendo a mão para cima e para baixo bem devagar. — Tá tudo bem, Yun?
— . — ele puxou minha mão livre até o próprio pescoço e eu sorri.
— Ah, Yunho. É assim que você quer? — apertei seu pescoço. Ele abriu a boca apenas para soltar um gemido longo e sôfrego. Movi a mão mais uma vez e ele se contraiu todo. O corpo ficou mole (diferente de outras coisas) e ele começou a escorregar as costas no balcão em direção ao chão. Acompanhei o movimento de seu corpo e baixei também. — Diga que você tem um preservativo, Yun.
Ele nem respondeu, apenas apontou para a calça que estava presa nos pés. O soltei e fui atrás da proteção, que estava largada em um dos bolsos. Rasguei o pacote e tomei o látex entre os dedos, desenrolando devagar em seu membro. Passei uma perna de cada lado de seu corpo, e o guiei para meu interior, sentindo ele ganhar espaço.
— Quente. — ele sussurrou.
— Grande. — sussurrei de volta.
Comecei a me mover para frente e para trás e Yunho apertou minhas coxas. Levei as mãos aos seus cabelos outra vez e puxei sem força. Intensifiquei os movimentos, começando a subir e descer rapidamente no colo de Yunho e ele mordeu a curva do meu pescoço com força. Aquilo com certeza ficaria roxo mais tarde. Yunho revirava os olhos a cada vez que eu puxava seu cabelo e mal conseguia manter a boca fechada, gemendo cada vez mais alto. Ele tremeu e chegou ao ápice, e eu fui logo depois, me agarrando ao seu pescoço suado.
— Eu não sei você, mas eu vou tomar um banho frio. — comentei baixinho.
— Eu vou ter um choque térmico. — ele riu e beijou onde tinha mordido. — Desculpa por isso.
— Desculpa puxar seu cabelo. Apesar de achar que você gostou. — brinquei.
— Foi incrível. Eu queria tanto te beijar agora, . — ele afastou meus fios de cabelo que caíam no meu rosto. Eu estava uma bagunça, sentia isso.
— Se a gente se beijar agora, só vai bagunçar tudo. — sorri para ele. — Não que eu não queria, mas trabalhamos juntos, Yunho.
— Eu sei. — ele suspirou.
— Eu vou tomar um banho. — fiz menção de me levantar, mas antes, lhe roubei um selar rápido. Ele me olhou de olhos arregalados e eu não evitei o sorriso. — Pronto, um beijo. — então levantei, juntei minhas roupas e corri para o banheiro. Tomei o cuidado de não molhar o cabelo, me vesti e voltei para o bar. Yunho tinha juntado as próprias roupas e as segurava contra o corpo nu.
— Eu vou encarar a água fria. — ele disse desgostoso e passou por mim. Ouvi sua reclamação de onde estava e ele voltou logo depois, tremendo e balançando os cabelos. — Será que a gente pode ficar abraçado? Talvez esquente um pouco.
— Sim, mas vamos deitar no chão mesmo? Eu tô exausta. — sugeri já sentando no chão. Yunho buscou a jaqueta e a colocou abaixo da cabeça antes de deitar e me puxar para seu peito. Me acomodei como pude e ele me abraçou pela cintura. — Tá tudo bem, né?
— Essa foi só uma das melhores noites sem luz da minha vida. Sim, tá tudo bem, mas não me peça pra esquecer. — ele respondeu sem me olhar.
— Eu também não vou esquecer. — respondi antes de fechar os olhos e sentir o sono me levar.
💤
— Bom dia, casal! — a voz do senhor Lee desejou animada. — De todos os lugares, vocês escolheram fazer isso no meu bar.
Levantei com a cabeça pesada e Yunho fez o mesmo, a cara amassada e os cabelos assanhados. Ainda estava meio escuro. Nos encaramos por um momento e então a compreensão me atingiu como um porrete na cabeça. Será que as câmeras estavam ligadas e... Não, melhor não pensar.
— Fazer o que, senhor Lee? — me fiz de desentendida.
— Dormir no chão. — ele apontou para nós.
— Como nos achou? — Yunho quis saber.
— Assim que a luz voltou, resolvi checar as câmeras para ver se estava tudo bem e encontrei os pombinhos dormindo no chão. — ele cruzou os braços. — Como ficaram aqui?
— A foi tomar banho e eu esperei para dar uma carona a ela. Só que quando fomos sair, a porta estava trancada. — Yunho explicou e levantou do chão.
— E então resolveram dormir abraçados no chão do meu bar. — ele apontou.
— Era isso ou congelar. E agradeça porque eu não deixei Yunho tirar a camisa. Ou isso viraria uma cena da saga Crepúsculo. — aceitei a mão que Yunho me estendia e levantei também.
— Ainda são quatro da manhã. Vão pra casa. Vejo vocês mais tarde. — o senhor Lee nos expulsou.
Passamos no vestiário para pegarmos nossas mochilas e seguimos para fora. São Paulo ainda estava fria para um caralho e eu me agarrei a Yunho assim que subi na moto.
— Agora é banho quente e cama. — ele riu.
— Sim, cada um na sua.
— Você tem que arrumar sua moto. — Alice apontou.
— Eu sei, mas eu não tô com grana agora e o Yunho tá se oferecendo pra me dar carona. — dei de ombros.
— Nem é caminho dele, . — ela riu. E aquilo era verdade. Yunho fazia uma volta para que pudesse me pegar. Mas era ele que tinha oferecido, o que eu podia fazer?
— Mas ele é um bom amigo. — reforcei.
— Ele é um fofo, eu sei, mas... — e a buzina interrompeu Alice.
— Já vou! — gritei perto da janela. — Eu tô saindo. Vou voltar aqui só pra tomar banho e vou pro K-Hot.
— Vê se não quebra nenhum osso. — Alice suspirou.
— Não posso prometer. — sorri. Desci pelo elevador do prédio e encontrei Yunho sentado na Bros, com os braços cruzados e batendo o pé com impaciência. — Foi mal. Eu tava procurando uma legging. — me desculpei.
— Se eu soubesse, teria demorado mais. — ele reclamou com a voz abafada pelo capacete. Eu peguei o capacete reserva, coloquei e subi na moto, me apoiando nos ombros dele. Assim que sentei, Yunho levou ambas as mãos aos meus joelhos e os pressionou contra ele.
— Pernas juntas, . Hoje você não é piloto. — ele quase ordenou.
— Sim, piloto. Mas vamos logo ou chegaremos atrasados. — me agarrei à cintura dele. Yunho deu partida e seguimos para a sede da empresa. A cada semáforo que parávamos, Yunho levava uma mão à minha coxa como que para se certificar que eu ainda estava ali. Quando ele parou na empresa, tratei de descer e quase não esperei por ele. Naquele dia, a empresa onde trabalhávamos como segurança tinha contratado uma professora que vinha do Rio de Janeiro apenas para nos dar uma aula sobre defesa pessoal e imobilização. Eu a conhecia dos vídeos que via na internet, então estava mais que ansiosa para a aula.
— A professora não vai sair correndo. Devagar, . — Yunho brincou.
— É importante pra mim. — virei para encará-lo rapidamente.
— Eu sei. — ouvi seu riso baixo. — , você vestiu uma calcinha?
Parei de andar imediatamente e me virei para Yunho com as sobrancelhas franzidas.
— Tá olhando pra minha bunda, Yunho?
— E tem como não olhar pra sua bunda, Campos? — Siqueira, nosso chefe, riu.
— Foi só um questionamento. É que tem umas meninas na academia que malham sem calcinha. — Yunho tentou se defender.
— E como é que você sabe, Yunho? — cruzei os braços sobre o peito e ele apenas sorriu de lado. Aquele coreano com cara de bonzinho era pior do que eu sequer imaginei.
— A professora tá esperando, casal. Vamos lá. — Siqueira nos chamou e Yunho saiu na frente. Segui os dois e entrei na área de treinamento, que estava completamente limpa de coisas da academia.
— Bom dia, senhores... e uma senhorita, que ótimo. Eu sou Camila Alves, professora de Muay thai e defesa pessoal na academia do professor Samuel Choi, lá no Rio de Janeiro. — ela se apresentou. — Esse é Wooyoung. Ele é meu aluno e topou vir até aqui pra me ajudar nas demonstrações. — ela apontou para o rapaz ao seu lado, um asiático, provavelmente coreano, com um sorriso largo no rosto. — Muito bem. Apresentações feitas, escolham seus parceiros, vamos trabalhar em dupla hoje.
Todos os caras da empresa me olharam ao mesmo tempo, até Siqueira. Imediatamente me agarrei a Yunho que estava ao meu lado e nem tinha se mexido.
— Você é a única garota aqui, senhorita...
— Campos. — completei a professora.
— Estamos tentando contratar outra mulher para ser fixa, mas, por enquanto, é a única. — Siqueira explicou.
— E você conseguiu fisgar a única mulher aqui, senhor? — ela perguntou a Yunho.
— Nós não somos namorados. — respondi, já que Yunho parecia ter esquecido todas as palavras.
— Porque você não quer. — alguém rebateu ao longe e sequer me dei o trabalho de tentar descobrir quem era.
— Bom, já que a senhorita Campos escolheu seu parceiro, formem duplas, senhores. — Camila ordenou.
Os caras, a contragosto, formaram duplas e a aula começou. Camila demonstrava em Wooyoung o que fazer e como fazer, sempre devagar, pausado, e então pra valer. Algo me dizia que Wooyoung estava gostando de ser jogado no chão e espremido por Camila. A aula durou cerca de uma hora e trinta, e quando Camila nos mostrou o último movimento, executei com precisão e me vi com o joelho no pescoço de Yunho, que estava vermelho e ofegante.
— Yun, meu Deus. Desculpa. — tirei o joelho do pescoço alheio e sentei no chão, quase ao lado da cabeça dele. Por um momento, achei que vi Yunho revirar os olhos, como se tivesse gostado. Então ele os fechou com força e suspirou pesado. — Yunho, tá tudo bem?
— Tá. Eu só... preciso de um minuto. — ele respondeu ainda de olhos fechados. Estava suado e vermelho e a visão me deu ideias intrusivas.
— Não precisa me deixar em casa. — apoiei a mão em seu peito. Yunho espremeu os olhos fechados. — Eu te machuquei, não foi? — sentei sobre os calcanhares para conseguir ver todo o corpo alto. Então meus olhos pararam no grande volume no short de treino que ele usava. Olhei para o lado, tentando não ver, mas me obriguei a olhar de novo. Olhei para os lados para checar se mais alguém estava prestando atenção em nós e baixei o corpo, me aproximando o máximo que podia. — Yunho, você... tá excitado?
— O quê? — ele abriu os olhos e levantou de repente, quase batendo a cabeça na minha. As mãos foram imediatamente para o colo e ele ficou mais vermelho do que já estava. — Eu só preciso ir ao banheiro. Me espera aqui. Eu te levo.
Então saiu correndo, meio desengonçado. Fiquei sentada no chão, olhando suas costas sumirem na porta do CT.
— Acho que ele gosta de dor. — Camila comentou atrás de mim, me fazendo pular de susto. — Desculpa o susto. Você é boa, . Coloca todos eles no chinelo.
— Obrigada. — sorri orgulhosa.
— Se ele demorar, vá atrás dele. — ela apontou para a porta por onde Yunho tinha ido e piscou arteira. Então se foi como tinha chegado: rápida e silenciosa. Resolvi sair do CT e fui ao banheiro tentar enxugar metade do suor em mim. Joguei uma água no rosto e tentei a todo custo não pensar em Yunho, mas sempre que eu fechava os olhos, a imagem dele ofegante invadia meus pensamentos sem minha autorização.
— Caralho, eu preciso de uma folga, um ficante e uma viagem. — resmunguei quando saí do banheiro em direção ao CT de novo. Ia esperar Yunho lá para irmos embora.
— Pensei que Camila tivesse te sequestrado. — Siqueira surgiu ao meu lado.
— Com a oferta certa, eu teria ido. — fiz uma careta.
— Eu ia te buscar onde você estivesse. Não posso ficar sem minha melhor profissional. — ele sorriu.
— Sua única, né?
— Já consertou sua moto? — ele mudou de assunto.
— Ainda não. Vim com o Yunho. Ele tá me dando carona. — expliquei. Chegamos ao CT e encontrei ele vazio. Nem sinal do meu amigo. — Aliás, você não viu ele pelo banheiro? Ele disse que ia lá e que voltava, e claramente não tá aqui.
— Tinha uma porta fechada. Deve ser ele lá. — Siqueira passou a mão na cabeça quase careca. — Quer que eu vá checar?
— Eu vou. Não tem nada naquele banheiro que eu não tenha visto em outros lugares. — brinquei. Caminhei de volta no corredor, procurando o banheiro masculino. Siqueira disse que só tinha uma porta fechada, então todos os outros caras provavelmente já tinham ido embora. Abri a porta devagar e espiei dentro. Vendo que estava vazio, entrei em silêncio. Realmente só tinha uma porta fechada. Quando me preparei para chamar, ouvi meu nome baixinho, arrastado, em uma voz doce, quase como um gemido. Olhei para os lados para me certificar que eu não estava louca ainda e respirei fundo para chamar por Yunho, mas antes ouvi outro gemido arrastado.
— Yun? — chamei alto.
— ? — a voz dele perguntou, provavelmente de dentro do box fechado. — Há quanto tempo você está aí?
— Eu acabei de entrar. — menti. — Vim ver se tava tudo bem. Você disse que voltava pro CT e não tava lá.
— Eu... ahn, eu tô bem. Você pode sair? Eu já vou. — ele pediu relutante.
— Cinco minutos ou eu vou de Uber. — avisei e saí do banheiro. E então os pensamentos intrusivos voltaram. Yunho estava mesmo gemendo meu nome? Balancei a cabeça para expulsar os pensamentos e me recompus. Tinha que parar de pensar naquilo. Foi uma sequência de coincidências, não foi? Eu estava louca.
— Pronto, vamos. — Yunho saiu do banheiro e passou por mim, seguindo para a saída sem me esperar.
— Eita que se apressou. — resmunguei e o segui. Ele foi o caminho de volta tenso, eu podia sentir por seu abdômen travado. Acho que eu tinha pegado pesado demais com ele na aula. — Não precisa vir me buscar pra ir pro K-Hot. Eu vou de Uber. — avisei quando ele parou na minha porta. — Obrigada pela carona.
— A gente se vê mais tarde. — ele pegou o capacete de volta, enganchou no braço e sorriu para mim antes de sair como uma bala.
Entrei em casa tentando não pensar muito nos ocorridos daquela manhã/tarde. Preparei um almoço rápido e descansei um pouco antes de pedir um Uber até o bar onde trabalhávamos.
— Veio sozinha? — o senhor Lee, dono K-Hot Chilli Peppers, perguntou assim que passei pela porta.
— E com quem mais eu viria?
— Seu parceiro, que inclusive ainda não chegou. — ele reclamou.
— Eu não estou atrasado, senhor Lee. — a voz entediada de Yunho preencheu o lugar.
— E nem feliz, não é? — o senhor Lee riu.
— Acho que eu quebrei alguma coisa nele hoje na aula, senhor Lee. — comentei.
— Ele já está quebrado faz tempo, . — o velho me respondeu. — Eu quero vocês dois aqui dentro hoje. Yunho perto do bar e do outro lado. Tem um bartender novo e não quero ninguém enrolando ele.
— Tudo bem, Yunho? — perguntei ao mais alto.
— Desculpa não ter te trazido. — ele beijou minha cabeça. Já tinha feito aquilo uma vez, quando me derrubou com força demais em um exercício no treino. — Eu tô realmente quebrado. Quase dormi debaixo do chuveiro.
— Eu que peço desculpa. Eu meti o joelho no seu pescoço hoje. — ri baixinho. Yunho abriu um sorriso ladino rapidamente e logo o fechou.
— Dez minutos, casal. — o senhor Lee nos cutucou na costela.
— Tomara que essa noite acabe logo. — Yunho murmurou e suspirou. — Eu preciso da minha cama.
— Eu também. — emendei rapidamente. — Não da sua. Da minha cama. — me corrigi. Yunho murmurou alguma coisa em coreano e eu cruzei os braços. — Numa língua que eu entenda, Yunho. Estamos em São Paulo, não na Coreia. Seu coreano você fala lá. Aqui você fala português comigo.
— Não foi nada. Vamos trabalhar e rezar pra acabar logo. — ele sorriu e se afastou, indo até o bar. Assumi meu posto do outro lado e fiquei observando o lugar (e Yunho) de longe. Ele estava esquisito e eu não podia negar.
Eu queria que a noite tivesse sido tranquila, mas um casal de clientes brigou no meio do salão e de repente eu me vi tendo que separar os dois e coberta de cerveja, até no cabelo. Quando fui levar a mulher até a porta, percebi que São Paulo tinha esfriado de repente e estava começando a chover. O senhor Lee se desesperou com a briga e resolveu fechar mais cedo, então começamos a convidar os clientes a ir embora enquanto a cozinha fechava e o bar era arrumado. Perdi o senhor Lee de vista e a única pessoa perto era Yunho, que seguia encaminhando os clientes para fora.
— Você me dá uma carona? — perguntei quando expulsamos o último cliente.
— Tem como te dizer não? — ele riu.
— E você espera eu tomar um banho rapidinho? Meu cabelo tá podre de cerveja. — sorri amarelo.
— Tá chovendo. A gente não vai conseguir sair agora de qualquer forma. — ele me lembrou. — Vai, eu te espero no vestiário.
Corri para o banheiro, procurei minha roupa reserva e tratei de tomar um banho rápido, apenas para tirar o cheiro de cerveja de mim. Quando saí, Yunho estava sentado em um dos banquinhos do vestindo a calça do conjunto de capa de chuva e segurando o casaco.
— Vamos? Você veste o casaco e não se molha tanto. — ele ofereceu.
— A chuva diminuiu? — perguntei já aceitando o casaco.
— Não muito. Mas eu quero chegar em casa e tomar um banho quente. — ele sorriu.
— Então vamos. — me encaminhei para a porta. Empurrei a maçaneta e forcei a porta. Porém bati o peito na madeira e voltei para trás, batendo as costas no peito de Yunho. — Tá trancada.
— Força, . Por Deus, você derruba homens no soco. — ele riu nervoso.
— Não adianta, Yunho. Eu sugeri ao senhor Lee um sistema de trava que, uma vez fechada por fora, não abre por dentro. — constatei com um leve desespero. — Eu chamo de sistema prende ladrão. Se ele entrar por qualquer lugar, só pode sair se abrirem a porta por fora.
— Então vamos tentar a porta da frente. — ele sugeriu, já saindo de perto de mim.
— Não dá em nada. Lá é igual. — suspirei pesado.
— Então a gente pode... — Yunho começou a sugerir, mas se calou quando a luz apagou. — Ótimo, sem energia.
— E sem sinal. — chequei o celular. — Porra, de todos os dias pra essa merda ficar sem rede, ele escolheu justo hoje.
— Eu só queria um banho quente e minha cama. — Yunho resmungou. Eu não podia ver no escuro, mas podia jurar que ele estava com um bico nos lábios.
— Se você correr, ainda consegue pegar água quente no chuveiro. — sugeri, tentando amenizar nossa derrota.
— E minha cama, ? — ele perguntou em tom risonho e acendeu a lanterna do celular, começando a caminhar de volta para o banheiro.
— Isso a gente improvisa. Alice vai sentir minha falta e... — me interrompi. Se Alice sentisse minha falta, ele ia tentar me ligar, e de nada adiantaria, pois estava sem sinal. Talvez Mandy me achasse.
— Me dá luz aqui, . — Yunho pediu. Acendi minha lanterna a tempo de vê-lo puxar com os dentes uma das luvas que usava para pilotar. Parecia tão sexy quanto errado. Éramos amigos, não?
— Segura aqui pra mim. — ele me entregou o celular, puxou a outra luva com os dentes antes de tirá-la e tirou a jaqueta. Fiquei parada, segurando a respiração, vendo até onde ia aquele strip-tease. Ele se livrou da calça que o protegia da chuva e quando estava prestes a desafivelar o cinto, finalmente lembrou que eu estava ali. — Eu... me viro aqui. Pode apagar a luz.
— Não tem nada aí que eu não tenha visto em outro lugar. Ou tem? — brinquei para disfarçar que eu estava tão nervosa quanto ele.
— Eu não... — ele interrompeu a frase e passou quase correndo por mim, se enfiando no banheiro. Ouvi quando ele gritou um “porra” com puro ódio. A água quente com certeza tinha esfriado sem o aquecedor ligado. Ele saiu minutos depois, vestido com uma camiseta preta sem mangas que eu já o tinha visto usar por baixo do uniforme, e sacudindo os cabelos molhados. — A água esfriou.
— Eu percebi pelo seu grito de ódio. — ri.
— Agora eu tô com frio e sem minha cama. — ele resmungou.
— E sem luz e sem sinal. — reforcei. — E sem uma unidade de colchão aqui nesse lugar.
— Vamos deitar no salão. Deve ser mais quente que aqui. — ele pegou o celular ao meu lado e começou a caminhar para fora. O segui quase correndo, não queria ficar naquele escuro. No salão, a luz de emergência do bar estava acesa, então apaguei meu celular para não ficar sem bateria e sentei em um dos bancos.
— No CT teríamos uns colchonetes, né? — reclamei.
— Aqui temos bebidas. Quer alguma coisa? Acho que o senhor Lee não vai se importar se a gente tomar um gole de alguma coisa. — ele ofereceu, me dando as costas. Só então reparei no quanto elas eram largas sem a farda e a jaqueta que ele sempre vestia quando não estava fardado.
— Ele nem vai sentir falta. E acho que as câmeras estão desligadas. — pensei alto.
— Eu preciso esquentar, tô me sentindo todo frio. — ele virou uma dose de whisky na boca. E então os pensamentos intrusivos de mais cedo voltaram com força total.
— Yun, você realmente estava excitado hoje depois da aula, né? — perguntei sem rodeios.
— É sério, eu só precisava ir ao banheiro. — ele riu, mas parecia nervoso.
— Então se eu for aí e apertar seu pescoço vai ficar tudo bem?
— Conhecendo sua força e sabendo que você pode me matar, não, não vai ficar tudo bem. — ele sorriu travado.
Impaciente, desci do banco onde estava sentada e dei a volta no balcão, parando perto de Yunho. O virei de frente para mim e enfiei as duas mãos por dentro de sua camiseta, arranhando sua barriga. Ele contraiu um pouco, mas continuava sustentando o sorriso travado. Então tirei as mãos de lá, estiquei uma até o pescoço alheio e o apertei sem força. Yunho respirou pesado e revirou os olhos rapidamente.
— . — ele chamou, baixinho, manhoso e arrastado, como eu tinha ouvido mais cedo. Uma mão dele segurou meu braço e seus olhos pidões encontraram os meus.
— O que foi, Yunho? Você gostou que eu colocasse o joelho no seu pescoço, não foi? — perguntei e apertei mais a mão, sem impedir a respiração. Não me pergunte onde eu tinha aprendido aquilo.
— , por favor. — ele pediu, a respiração acelerada e os olhos quase se revirando.
— Eu não posso sequer acreditar que você gostou, Yunho. — soltei seu pescoço enquanto ria fraco e ele quase foi ao chão.
— Eu... me desculpa. — ele levou as mãos para baixo e eu segui seu movimento apenas para constatar que ele estava excitado. De novo.
— É isso que você quer? — perguntei sem querer de fato saber a resposta. Ele apenas confirmou com a cabeça. Passei as mãos no rosto, incrédula de que ia sugerir aquilo. — OK, mas isso vai ficar aqui, Yunho. Quando a luz voltar e conseguirmos sair daqui, vamos ser apenas o Yunho e a que trabalham juntos, tá? — ele apenas confirmou com a cabeça de novo. — Responde, Yunho.
— Sim, . — ele respondeu baixinho. Se estivéssemos em outro lugar e com mais recursos, eu certamente faria como a moça do filme coreano que vi na Netflix e colocaria nele uma coleira e orelhinhas de cachorro. Porque era isso que ele parecia no momento: um cachorrinho atento às minhas ordens.
— Vem cá. — o puxei pela camisa e separei seus braços que ainda estavam na frente do corpo, as mãos segurando a ereção que se formava. — Eu só te apertei um pouquinho e olha como você tá. — deixei um beijo em seu peito coberto pela camisa.
— Eu tô assim desde a aula. Você só não viu. — ele confessou.
— Então você estava realmente batendo uma pra mim? — provoquei e coloquei a mão por dentro de sua blusa, o sentindo contrair a barriga de novo. — Foi bom? — olhei em seus olhos e esperei pela resposta. Ele mordeu o lábio e confirmou com a cabeça, o olhar completamente manhoso. — E se eu te apertar mais um pouquinho? — deslizei a mão dentro da blusa e procurei seu peito. Passei o polegar em um dos mamilos e o apertei entre os dedos. Yunho abriu a boca para soltar uma respiração pesada. — Você fica uma gracinha com esses olhinhos que pedem uma chave de perna. — comentei e ele sorriu. Arrastei sua blusa para cima e o obriguei a tirá-la. Assim que vi o peito forte à minha frente, levei a boca a um mamilo e o prendi entre os dentes, passando a língua no local em seguida. Yunho apertou onde podia e jogou a cabeça para trás.
— , eu não vou aguentar muito. — ele avisou. Parei o que fazia e apertei seu rosto entre os dedos, o fazendo formar um bico involuntário.
— Você vai ter que aguentar. — e sorri como se não estivesse quase lhe dando uma ordem. — Você não acha que tá muito aí em cima não?
Yunho riu e franziu o nariz. Então me pegou pela cintura e me deu um impulso para que eu sentasse no balcão do bar. Ele arriscou um beijo no meu colo coberto pela blusa, outro no meu pescoço e segui beijando até chegar à minha boca. Porém o puxei pelos fios escuros e compridos e o impedi.
— , você não quer? — ele perguntou com biquinho.
— Beijar torna isso aqui íntimo demais, Yunho. — suspirei. — Só sexo, lembra? Eu prefiro sua boquinha em outro lugar. — passei o polegar nos lábios dele e ele sorriu antes de sugar meu dedo.
Minha blusa começou a me incomodar, então tratei de tirá-la. Yunho beijou meu seio por cima da renda do sutiã e senti o tecido afrouxar ao meu redor. Ele forçou meu corpo até que eu estivesse com os cotovelos no balcão, rezando a todas as entidades para não cair dali. Observei enquanto ele abria o botão da minha calça e levantei minimamente o quadril para que ela saísse. Minha calcinha tomou o mesmo rumo e eu me vi nua no balcão onde os cliente pegavam suas bebidas. Na luz parca do bar, vi o sorriso arteiro de Yunho antes que ele afundasse a cabeça entre minhas pernas, a língua quente me molhando inteira. Fechei os olhos com força, já não me importando se cairia dali ou não. Só queria continuar sentindo as investidas precisas. Apertei as coxas ao redor da cabeça de Yunho e ele espremeu a carne das minhas pernas entre os dedos. Aquilo foi como uma injeção de energia nele, já que ele passou a sugar com força e só parou quando eu gritei alto e me desfiz contra sua língua.
— Puta merda. — respirei fundo, sentando no balcão. — É isso que você vai fazer na academia com as garotas sem calcinha, né?
— Eu faço o que posso. — ele respondeu, suado e vermelho, o peito nu eriçado, meu prazer escorrendo no canto de seus lábios inchados. Parecia uma cena de um mangá adulto. Limpei o canto de sua boca com o dedo e ele segurou minha mão antes de deixá-lo limpo.
— Agora é minha vez. — desci do balcão e joguei Yunho contra ele. Desafivelei o cinto e abri a calça, deixando o tecido cair aos nossos pés. Passei a mão sobre o volume quente na boxer e ele suspirou pesado. Levei a mão para dentro e apertei o comprimento, movendo a mão para cima e para baixo bem devagar. — Tá tudo bem, Yun?
— . — ele puxou minha mão livre até o próprio pescoço e eu sorri.
— Ah, Yunho. É assim que você quer? — apertei seu pescoço. Ele abriu a boca apenas para soltar um gemido longo e sôfrego. Movi a mão mais uma vez e ele se contraiu todo. O corpo ficou mole (diferente de outras coisas) e ele começou a escorregar as costas no balcão em direção ao chão. Acompanhei o movimento de seu corpo e baixei também. — Diga que você tem um preservativo, Yun.
Ele nem respondeu, apenas apontou para a calça que estava presa nos pés. O soltei e fui atrás da proteção, que estava largada em um dos bolsos. Rasguei o pacote e tomei o látex entre os dedos, desenrolando devagar em seu membro. Passei uma perna de cada lado de seu corpo, e o guiei para meu interior, sentindo ele ganhar espaço.
— Quente. — ele sussurrou.
— Grande. — sussurrei de volta.
Comecei a me mover para frente e para trás e Yunho apertou minhas coxas. Levei as mãos aos seus cabelos outra vez e puxei sem força. Intensifiquei os movimentos, começando a subir e descer rapidamente no colo de Yunho e ele mordeu a curva do meu pescoço com força. Aquilo com certeza ficaria roxo mais tarde. Yunho revirava os olhos a cada vez que eu puxava seu cabelo e mal conseguia manter a boca fechada, gemendo cada vez mais alto. Ele tremeu e chegou ao ápice, e eu fui logo depois, me agarrando ao seu pescoço suado.
— Eu não sei você, mas eu vou tomar um banho frio. — comentei baixinho.
— Eu vou ter um choque térmico. — ele riu e beijou onde tinha mordido. — Desculpa por isso.
— Desculpa puxar seu cabelo. Apesar de achar que você gostou. — brinquei.
— Foi incrível. Eu queria tanto te beijar agora, . — ele afastou meus fios de cabelo que caíam no meu rosto. Eu estava uma bagunça, sentia isso.
— Se a gente se beijar agora, só vai bagunçar tudo. — sorri para ele. — Não que eu não queria, mas trabalhamos juntos, Yunho.
— Eu sei. — ele suspirou.
— Eu vou tomar um banho. — fiz menção de me levantar, mas antes, lhe roubei um selar rápido. Ele me olhou de olhos arregalados e eu não evitei o sorriso. — Pronto, um beijo. — então levantei, juntei minhas roupas e corri para o banheiro. Tomei o cuidado de não molhar o cabelo, me vesti e voltei para o bar. Yunho tinha juntado as próprias roupas e as segurava contra o corpo nu.
— Eu vou encarar a água fria. — ele disse desgostoso e passou por mim. Ouvi sua reclamação de onde estava e ele voltou logo depois, tremendo e balançando os cabelos. — Será que a gente pode ficar abraçado? Talvez esquente um pouco.
— Sim, mas vamos deitar no chão mesmo? Eu tô exausta. — sugeri já sentando no chão. Yunho buscou a jaqueta e a colocou abaixo da cabeça antes de deitar e me puxar para seu peito. Me acomodei como pude e ele me abraçou pela cintura. — Tá tudo bem, né?
— Essa foi só uma das melhores noites sem luz da minha vida. Sim, tá tudo bem, mas não me peça pra esquecer. — ele respondeu sem me olhar.
— Eu também não vou esquecer. — respondi antes de fechar os olhos e sentir o sono me levar.
— Bom dia, casal! — a voz do senhor Lee desejou animada. — De todos os lugares, vocês escolheram fazer isso no meu bar.
Levantei com a cabeça pesada e Yunho fez o mesmo, a cara amassada e os cabelos assanhados. Ainda estava meio escuro. Nos encaramos por um momento e então a compreensão me atingiu como um porrete na cabeça. Será que as câmeras estavam ligadas e... Não, melhor não pensar.
— Fazer o que, senhor Lee? — me fiz de desentendida.
— Dormir no chão. — ele apontou para nós.
— Como nos achou? — Yunho quis saber.
— Assim que a luz voltou, resolvi checar as câmeras para ver se estava tudo bem e encontrei os pombinhos dormindo no chão. — ele cruzou os braços. — Como ficaram aqui?
— A foi tomar banho e eu esperei para dar uma carona a ela. Só que quando fomos sair, a porta estava trancada. — Yunho explicou e levantou do chão.
— E então resolveram dormir abraçados no chão do meu bar. — ele apontou.
— Era isso ou congelar. E agradeça porque eu não deixei Yunho tirar a camisa. Ou isso viraria uma cena da saga Crepúsculo. — aceitei a mão que Yunho me estendia e levantei também.
— Ainda são quatro da manhã. Vão pra casa. Vejo vocês mais tarde. — o senhor Lee nos expulsou.
Passamos no vestiário para pegarmos nossas mochilas e seguimos para fora. São Paulo ainda estava fria para um caralho e eu me agarrei a Yunho assim que subi na moto.
— Agora é banho quente e cama. — ele riu.
— Sim, cada um na sua.
FIM.
Nota da autora: Olha, a Ilane me pilhou lá em K-Hot Chilli Peppers e me pilhou aqui. Isso aqui nasceu no mais puro surto, então vocês vão me desculpando qualquer coisa aí. Se você chegou até aqui, obrigada por ler.
Nos vemos por aí. Beijinhos!
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