CAPÍTULOS: [1]





NOME DA FIC






Capítulo 1


A neve levemente caía do céu, deixando a terra ainda mais branca e o ambiente ainda mais frio. Ele caminhava pela neve; com um braço abraçava sua cintura, e com o outro segurava o cachecol que usava. O homem de 25 anos parou e se encostou à parede de uma cabana abandonada. Estava respirando com dificuldade, cheirava o cachecol que pertenceu a uma pessoa amada.
Que dia de que mês era? Lembrava-se de que o ano era de 2010, mas ele nunca parou para contar os dias, as semanas, os meses... Desde que tudo se tornou um inferno, literalmente. Mortos voltando à vida com o intuito de devorar o que restou do mundo.
Matthew suspirou. O que ele não faria por uma boa xícara de chocolate quente naquela hora! Mas não, ele estava sozinho agora. Não havia que se preocupar em estar atrasado para o emprego, não havia mais poluição sonora, não teria que lidar com o vizinho bêbado que só arrumava confusão... Não havia que se preocupar com mais nada, a não ser com a sobrevivência.
Mas por que ele estava lutando ainda?
Não havia motivos para ele continuar. Vingança seria impossível, afinal havia quantas daquelas monstruosidades por aí? Não daria para uma única pessoa matar uns milhões deles, mas ele mataria o máximo que pudesse até se tornar um deles.
Isso se ele não morresse de fome ou de sede antes. Até que era fácil se virar no verão e no outono, mas no inverno... Por sorte Matt havia pegado uma jaqueta antes de sair de sua casa. Aquela jaqueta preta de couro não era grande coisa, mas já ajudava. Por baixo dela, Matthew usava uma camisa cinza de botões e largas calças marrons. Também usava botas escuras e um gorro cinza claro sobre a cabeça.
Ele olhou em volta, ainda respirando pausadamente. Matt avistou uns três Walkers andando pela floresta, provavelmente seguindo-o. Estavam extremamente lentos, já que a neve os atrapalhava.
A raiva tomou conta do seu corpo. Matthew segurou o bastão de baseball que trazia consigo o mais forte que pode e lentamente iniciava seu caminho em direção aos Walkers. Eram poucos, e ele conseguia derrotá-los. Agora que sabia que o único jeito de matá-los era danificando seu cérebro, tudo ficara mais fácil. Era só socá-los com força e depois procurar um abrigo com comida e água potável para ficar uma noite.
Porém os planos de Matt mudaram quando este ouviu um grito feminino. Tendo certeza de que "as Walkers fêmeas" não gritavam, o homem se espantou e pôs-se a correr em direção ao barulho. Os gritos foram ficando cada vez mais altos.
"Aguente firme!", ele gritou à mulher. "Eu estou indo! Eu vou te ajudar!"
Com os seus próprios gritos, Matt sem querer atraiu a atenção de cinco Walkers que estavam por perto, e, contando com os outros 3, haviam oito monstruosidades o seguindo agora. Mas ele não ligava - Matthew só queria salvar a pessoa que estava por perto.
Os gritos, agora mais intensos, começaram a lhe parecer familiar. Ele parou, olhando novamente para a floresta.
"Onde você está?", ele gritou.
Matt olhou em volta, procurando algum sinal de vida. Os gritos ecoavam pelo lugar, e cada "Me ajude!" parecia vir de uma direção diferente. Matthew começou a se desesperar; deixou o bastão cair, levou os dedos ao próprio cabelo curto, castanho e liso, arqueou as costas e caiu de joelhos. Já havia ouvido aquela voz antes, dezenas de vezes.
Os berros vinham de dentro de sua cabeça, e o som ecoou pelas suas orelhas, causando-lhe uma leve dor de cabeça temporária. Ele fechou os olhos bem forte e se inclinou para frente. Repentinamente, os sons pararam.
Matt abriu os olhos e encarou a neve. Sentiu uma mão sobre suas costas, lentamente subindo em direção a sua nuca e ao seu cabelo. Ela gentilmente puxou-lhe, fazendo com que ele olhasse para cima. Assim que ele a olhou, ela o soltou. Ele não pôde ver seu rosto, apenas o seu negro cabelo comprido, caindo sobre os seus olhos.
"Me ajude, Matt...", a garota sussurrou.
Ele teve certeza de quem era aquela mulher. Ele sorriu e levantou uma de suas mãos ao seu cabelo, agora com pequenos flocos de neve presos aos seus fios. Matthew sorriu mais ainda quando os leves raios de sol iluminaram o rosto angelical da mulher. Ela retribuiu o sorriso, mas tinha uma triste expressão facial. Ela inclinou a cabeça e o encarou com seus lindos e brilhantes olhos azuis.
"Eu não quero que você morra, Matt..."
"Eu não-", disse. "Eu não vou-"
"Se continuar aqui, você vai sim. Sobreviva. Faça isso por mim e por todos os outros."
O sorriso de Matt desapareceu naquela hora.
"N-não-", gaguejou. "Não me deixe. De novo não..."
Uma lágrima escorreu pelos olhos do homem. A mulher misteriosa ajeitou a cabeça e sorriu novamente para ele, porém ela também chorava. Matt levantou o braço e segurou a nuca da mulher, puxando-a para baixo, para um beijo. Ela automaticamente colocou suas mãos em seus ombros, fazendo com que ele fechasse os olhos com o contato. Quando seus lábios estavam prestes a se tocar, Matthew ouviu uma outra voz, dessa vez masculina. Ele abriu os seus olhos.
"Não!", e gritou quando um tiro atravessou a cabeça da mulher, que caiu sem vida no chão. Matt se virou e se apoiou sobre a mulher, e percebeu que ela não era quem ele pensava. Era um Walker.
Matt se afastou daquela... Coisa, e caiu sentado sobre a neve. Ele encarou-a enquanto outros tiros atravessavam os outros Walkers por perto. Ele ficou assim até que sentiu uma mão puxando o seu braço e uma arma apontada para o lado direito da sua cabeça.
"Quem é você?", perguntou um jovem loiro, com cabelo até os ombros e olhos castanhos claros. Sua barba era rala, usava uma camiseta branca com desenho de caveira em preto e vermelho, calças jeans e tênis All Star. Fora ele quem atirara nos Walkers.
"Eu perguntei uma coisa!", ele voltou a falar devido ao silêncio de Matt. "Quem é você? Qual é o seu nome?"
"Matthew. Matthew Lee Hall", o homem perplexo respondeu.
"Ok, Matthew. O que está fazendo aqui? Você foi mordido?"
A arma ainda estava apontada para a cabeça de Matt. Ele negou com a cabeça.
"Eu só estou de passagem.", concluiu.
"É, claro, uma passagem só de ida pro beijo da morte.", o loiro finalmente tirou o revólver da cabeça dele e guardou-o em sua cintura. "Namorar esses mordedores não é uma boa, só um aviso. Eles meio que te mordem e você meio que se torna um deles."
"Eu sei!", Matt disse, se levantando em seguida e pegando o taco. "É que..."
"Você conhecia ela?", o outro rapaz perguntou, meio preocupado.
"Mais ou menos... Ela... Ela me lembrou alguém."
O loiro deu um meio sorriso para Matt, como se entendesse a situação. E, bem, ele deveria entender sim, e muito bem.
"Há quanto tempo está namorando por aí, Matthew? Você é um andarilho, certo? Nunca te vi por essas bandas."
Matt parou para pensar, porém quando iria responder ambos ouviram o barulho de Walkers por perto. Com certeza os tiros havia atraído a atenção dos bichos.
"Maldição.", o loiro suspirou. "Não temos tempo para isso. Vamos, me siga!"
Ele começou a descer a colina novamente, em direção a um antigo estabelecimento público com cercas. Matt não pensou duas vezes em seguir o novo companheiro. O loiro abriu o portão para eles passarem, e ao fechar resmungava alguma coisa.
"Eu não deveria ter feito isso. Não devia ter gastado munição com um desconhecido, Ethan vai me matar. Gastei munição, chamei a atenção dos mordedores e ainda trouxe mais uma boca para comer...", ele se virou para Matt e o encarou por um tempo. "É melhor que você valha a pena, Matthew."
Matt o encarou de volta. Tinha tantas perguntas, mas começou pela mais simples.
"E o seu nome é...?"
Ele demorou um pouco para responder.
"Você poderia me agradecer."
O moreno encarou a neve e voltou a olhar para o misterioso loiro.
"Obrigado, mas você realmente não deveria ter atirado..."
"E deixar um ser humano morrer? Ha! Não, obrigado, eu não quero ter uma consciência pesada."
Matt deu um meio sorriso para o loiro, e recebeu o mesmo. "Alexander pra você, Sr. Lee Hall.", ele apresentava ironia em seu tom de falar.
Alex começou a entrar no estabelecimento: um mercado.
"Posso chamar você de Alex?", Matt brincou, seguindo-o.
"Ei, ei, ei!" Alex de repente parou e voltou a encarar Matt. "Só porque eu me importei com a sua vida e salvei você não significa que eu sou seu amiguinho. Eu não confio em você-"
"Então por que me salvou?", Matt rebateu.
Alexander parou para pensar um pouco, mas resolveu ignorar a pergunta.
"Por quanto tempo está andando por aí?", repetiu.
Matt suspirou e olhou para baixo por um tempo. Ele realmente queria se lembrar.
"Há quanto tempo os mortos começaram a andar?" ele perguntou.
"Uns 15 dias, talvez."
"Então há umas duas semanas... Talvez.", respondeu. Ele sentiu sua barriga roncar novamente; lambeu os lábios ressecados como uma tentativa de mantê-los hidratados. Mas nem mesmo sua língua estava tão molhada.
Alex segurou uma risada e olhou para o leste por um momento. "E sobreviveu como?"
"Nem eu sei direito..." Matt colocou as mãos nos bolsos da jaqueta e continuou encarando o loiro.
Eles se encararam por um tempo, até que um deles resolveu falar. "Então, Matthew... Como que não perdeu o seu gorro por aí?"
Matt soltou uma risada rápida. "Um dos vários mistérios relacionados à sobrevivência do Sir Lee Hall".
O outro sorriu. "Você não parece ser uma ameaça. Mas se for uma, é uma das piores e mais babacas ameaças."
Matthew sorriu de volta e engoliu sua própria saliva. Ele se sentia meio tonto, e isso Alex havia percebido.
"Você está bem?", perguntou.
Matt assentiu, porém sua visão ficou nublada e ele logo caiu sobre a neve. O seu repentino desmaio assustou o loiro, que arrastou o corpo do outro homem para dentro do mercado. Ele não fazia ideia se o moreno doido havia desmaiado por fome, por sede, por simples cansaço... Ou por ter sido mordido, talvez.



Continua...



Nota da autora: (30.12.2015) Sem nota.




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