Última atualização: 27/12/2017

Capítulo Único

Eram 23 horas da noite em ponto.
verificou no relógio novamente, constatando que aquela era a hora que ele mais ansiava do dia.
Era a noite que o seu sangue fervia nas veias e ele quase jogava o autocontrole para o inferno.
Era a noite que ele se permitia fingir que não era um jogador famoso e se escondia em uma parte mais escura daquele local, apenas para poder olhar para ela.
Ela.
precisou de três noites naquele lugar e uma gorjeta bem alta para uma das dançarinas para descobrir que o nome dela era Castillo.
Castillo, a mulher que nas últimas noites tinha invadido os sonhos dele, ao ponto de acordar no meio da noite completamente... duro.
As luzes do clube foram apagadas, restando apenas uma no centro do palco, onde havia a barra de metal.
Engoliu a seco.
O francês tinha uma boa visão no lugar que estava, então, quando as cortinas se abriram, e todos pareceram prender a respiração, teve uma parada cardíaca.
Castillo era o inferno particular do jogador, no qual ele ansiava se queimar.
Aqueles intensos olhos cinza estavam voltados para a plateia, e ela caminhou com confiança até a barra, os quadris movimentando-se de um lado para outro sensualmente, os saltos altos estalando no chão negro.
Com habilidade, ela prendeu a perna direita na barra, atravessando a outra da mesma forma, a coluna ereta, braços esticados, formando um crucifixo no final.
Ele sabia que aquele simples movimento pedia uma certa experiência, na qual tinha, afinal, ela era o espetáculo pelo qual todas aquelas pessoas — homens e mulheres — ansiavam ver, não importasse qual o valor.
Ela desprendeu as pernas da barra e, com ambas as mãos, girou o corpo. Quando terminou o movimento, ela encostou a coluna no metal, as pernas dobradas, até chegar ao chão. No instante em que ela chegou ao chão, abriu as pernas e deu dois tapas fortes nas coxas grossas.
gemeu onde estava, fechando os olhos, desejando ser aquelas mãos e ser aquele quem daria os tapas em todos os lugares possíveis, marcando a pele dela de vermelho.
levantou-se do chão, sorrindo como se soubesse o efeito que causava nas pessoas, balançando a bunda de um lado para o outro.
A música que tocava no fundo gritava sexo, deixando todo o lugar num clima erótico.
De repente, ela deu meia volta e correu até a barra no centro. O jogador olhava de queixo caído a cena, quase deixando a baba escorrer. Ela girou no ar duas vezes e começou, literalmente, a escalar a barra. Quando chegou no topo, deixou todo o peso do corpo nas pernas, prendendo-as ali, e jogou o tronco para trás, as mãos e cabelo caindo graciosamente.
Então, ela olhou para ele. focou aqueles olhos nebulosos nos dele, e tudo explodiu dentro do francês.
Foi nesse momento que decidiu que, não importasse como, ele teria a mulher naquela noite de qualquer forma.

***


O bilhete dizia que se ele atrasasse um minuto sequer, não estaria mais no hotel.
Para a surpresa do jogador, assim que a apresentação da dançarina acabou, uma de suas colegas entregou um papel dobrado.

Eu sei que você estava me comendo com os olhos pelas últimas noites.
Mas que tal você me comer de verdade?
Me encontre nesse endereço, e eu lhe prometo que a última dança será sua.


Quando a procurou no lugar e não a achou, ele entendeu: já estava a caminho, e se ele demorasse mais...
Saiu correndo igual um louco, quase xingando o manobrista por pedir uma foto. Dirigiu pelas ruas de Madrid mais rápido do que era permitido e sabia que não demoraria muito para uma multa chegar, mas foda-se, ele estava correndo para o sexo mais quente da sua vida.
Quase sem ar, jogou o cabelo para trás e bateu na porta do quarto que falou que estaria.
A porta se manteve fechada, então ele a empurrou, entrando no quarto escuro. E lá estava ela, deitada na cama, em um conjunto de calcinha e sutiã de renda preta com uma cinta-liga.
Ele deu um sorriso lateral, fechando a porta. Puxou a gravata que estava no pescoço, desprendendo o nó que parecia sufocá-lo.
— Você chegou um minuto atrasado — falou , dirigindo pela primeira vez a voz para ele.
Aquela voz…
A voz da dançarina teve efeito direto no pau, que parecia mais acordado que nunca.
— Irá me punir por isso? — perguntou, encarando o corpo dela.
riu e ficou de quatro no colchão, olhando para . O olhar malicioso que ela carregava nos olhos era demais para ele.
— Na verdade, eu vou mesmo.
Ela levantou da cama e caminhou até o jogador, então o beijou, puxando a cabeça dele de encontro com a sua.
O gosto que ela tinha na língua era inebriante, viciante e exótico. puxou o corpo dela mais, fazendo com que sentisse o quanto ele estava excitado. Ela arfou na boca dele, uma das mãos viajando para baixo, o tocando por cima do tecido da calça.
Rangeu os dedos, o prazer queimando dentro de si.
Então, a mão dela parou, e abriu a boca para protestar, mas a espanhola o calou colocando o dedo indicador nos seus lábios.
puxou a gravata cinza que estava semi presa no pescoço e o guiou até a cama.
— Junte os pulsos — ela pediu.
abriu um sorriso sarcástico.
— Isso é uma ordem?
Os olhos dela fixaram nos dele. A luxúria estava lá, mas também a vontade de que ele se submetesse a ela.
— Cala a boca, , você é mais bonitinho com a boca fechada.
Ele riu, jogando a cabeça para trás, mas cedeu. Ele juntou os pulsos e a viu dando um nó perfeito, e então... prendeu uma parte da gravata na barra da cama.
— O que você está fazendo?
não respondeu, apenas terminou de amarrar a gravata na barra da cama de modo com que ele não se soltasse, e afastou-se para olhar.
— Eu fantasiei tanto com isso que não parece real.
Ela caminhou até o aparelho de som e o ligou, uma música lenta começando a tocar.
Então, ela sorriu, e soube que estava ferrado.
Castillo voltou para a cama, porém, dessa vez, ela subiu em cima dele, e o jogador comprimiu os lábios, abafando um gemido, porque a entrada dela encaixou perfeitamente em cima do seu membro.
— Está tudo bem com você? — perguntou, inocentemente. — Consegue aguentar?
— Para de brincar com fogo — ele disparou, as palavras saindo entredentes.
A dançarina deu uma rebolada, e ele puxou os pulsos, desesperado para segurar na cintura dela e enfiar até o fundo no seu núcleo.
— Nós precisamos nos livrar disso — ela falou, abrindo os botões da camiseta.
Ela abriu um de cada vez, olhando fixamente para ele. No entanto, acabou perdendo a paciência, então simplesmente puxou as extremidades da camiseta, até que botões voaram para os lados e o peito dele ficou exposto.
Passando as unhas no peito dele, a respiração do mesmo se tornou mais rápida e superficial, principalmente quando ela sentou ao lado de suas pernas e começou a abriu o cinto da calça.
Puxou a calça e a cueca juntas, até que o membro dele estava espetacularmente à sua vista. A espanhola lambeu os lábios carnudos, olhando para ele, antes dos mesmos tocaram a glande e chupar o resto.
Ele lutou para liberar os pulsos, mas tudo o que recebeu foi ela parando de chupar.
— Acho que você já entendeu a situação, não é, jogador? Toda vez que que tentar se soltar, eu paro o que estou fazendo. Diga que entende.
Ele balançou a cabeça.
cravou as unhas na coxa esquerda do francês. Dor e prazer fundiram-se, gerando uma sensação completamente nova nele.
— Sim, eu entendo.
— Muito bem. — Então, ela voltou a chupá-lo.
A música, a sensação dos lábios da mulher o sugando, a língua passando de um lado para o outro no seu membro, o movimento, ele empurrando para ela... Aquilo o levou quase a borda, mas aquele não era o plano de .
Antes que ele chegasse ao clímax e gozasse, ela parou. Frustração atingiu o jogador como um raio, ele a fuzilou.
— Eu... Eu não mexi os pulsos!
Que ninguém o visse daquele jeito, totalmente desesperado para derramar seu prazer.
Ela abriu a gaveta e tirou de lá uma camisinha. Rapidamente rasgou a embalagem e colocou a proteção nele.
Subiu em cima dele, e, sem maiores cerimônias, afastou para o lado o tecido da calcinha e guiou o membro dele para dentro de si, prolongando a sensação ao descer lentamente.
A vagina dela ia engolindo o pau de cada vez mais fundo, e ele não aguentou.
— Porra!
Então, começou a montá-lo, com empurrando cada vez mais fundo, atingindo cada tensão nervosa dela.
— Dance. — Ela desfez o nó que prendia a gravata na cama e soltou os pulsos dele. — Dance comigo.
Rapidamente, girou o corpo dela no ar e colocou-a embaixo do seu. Ele levou a perna dela em cima do seu ombro e começou a estocar com mais força.
mordia os lábios, emitindo sons de puro prazer. Com uma das mãos, ele segurava a cintura dela, mantendo-a no lugar, e outra começava a trabalhar no seu clitóris. Ele sentiu quando começou a apertar mais seu membro, dando sinais de um orgasmo.
Os quadris batiam juntos em uma dança sensual, suor escorria dos corpos e o cheiro de sexo já estava impregnado no ar.
Então, eles gozaram, cada um gritando pelo seu prazer.

***


Raios de sol entravam pela janela do quarto. espreguiçou-se na cama, abrindo um olho de cada vez.
Não estava na sua cama.
Não estava nem na sua casa.
Cenas da noite passada vieram à tona em sua mente, de como e ele usaram um o corpo do outro, chegando ao prazer várias vezes.
Ele apoiou os cotovelos no colchão e olhou ao redor, vendo que ela não estava no quarto e que não havia nenhum som do chuveiro.
No entanto, havia outro bilhete em cima da mesa.
Ele enrolou o corpo no lençol branco e caminhou até o bilhete.
Desdobrou-o.

Noite passada, nós colidimos.
Acho que precisávamos disso.
Foi maravilhoso.
No clube era minha penúltima dança lá, porque minha última foi com você.
Nós não fomos feitos para durar, então não me procure, porque você não vai me encontrar.
Isso é tudo que teremos.
Essa última dança.


Ele amassou o bilhete e olhou para a janela do quarto, sorrindo.
Mal podia esperar para encontrá-la novamente.


Fim



Nota da autora: Sem nota.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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