Última atualização: 01/09/2020

Capítulo Único

equilibrou os livros nos braços e se levantou, rindo com as amigas.
A aula de transfiguração tinha acabado e os resultados daquele dia — como na maioria dos dias — acabavam lhes rendendo boas risadas, especialmente quando os alunos da Sonserina tentavam fazer alguma gracinha maldosa e eram pegos no flagra pela professora McGonagall.
— Não se esqueçam de treinar os feitiços do capítulo trinta e quatro do Livro de Transfiguração Nível Seis. — a professora disse quando os alunos começaram a sair da sala. — E espero não ver nenhuma tentativa de transfigurar o cabelo de outros alunos na próxima aula, Sr. .
parou na porta da sala e deu um sorriso sem graça à professora.
— Senhorita . — a professora McGonagall chamou por . — Você foi espetacular hoje, como sempre. Continue assim, e tenho certeza de que a senhorita conseguirá excelentes notas nos seus NIEMs no próximo ano.
— Obrigada, professora Minerva. — sorriu sem ter as bochechas coradas.
Como a maioria dos alunos da Corvinal, estava acostumada a receber elogios dos professores, afinal de contas.
— Talvez devesse seguir o exemplo da Sta. , Sr. . E então talvez não tire notas tão deploráveis nos seus NIEMs como quando prestou os NOMs.
deu outro sorrisinho sem graça para a professora, apenas para lançar um olhar de ódio à quando a professora Minerva virou as costas e se foi.

estava na biblioteca, terminando de ler o capítulo trinta e seis do Livro de Transfiguração Nível Seis — já tinha lido o capítulo trinta e quatro, como recomendado pela professora, mas como a garota ainda tinha alguns minutos livres antes do almoço, achou que seria uma boa ideia se adiantar na matéria.
Buscou por um pergaminho na mochila e fez uma nota mental para, assim que possível, ir até o Beco Diagonal para comprar não apenas por mais pergaminhos, mas também mais tintas e penas.
Suas penas nunca duravam mais que poucos meses e sua tinta, que deveria durar, no mínimo, um semestre, acabava antes mesmo das primeiras provas.
Mas não podia fazer diferente. A garota sempre gostara de estudar e fazer resumos e fichamentos, então era completamente aceitável o fato de seus materiais escolares acabarem antes que da maioria dos outros alunos de Hogwarts.
Por sorte, todos os seus amigos mais próximos — os quais também pertenciam à Corvinal — viviam a mesma realidade que ela.
— Ora ora, se não é a queridinha dos professores.
não precisou virar a cabeça para saber quem falava.
— O que você quer, ?
— Com você? Nada. Eu, hein.
A garota revirou os olhos e suspirou, dando-se por vencida e olhando para trás.
olhava alguns livros nas prateleiras, mas como tinha a testa franzida, percebeu que o garoto não fazia ideia do que estava fazendo.
— Precisa de ajuda para encontrar algum livro?
Ele olhou para por cima do ombro e, por mais que sim, ele precisasse de ajuda, jamais falaria aquilo em voz alta, especialmente tendo outros alunos por perto, todos ouvindo a conversa deles.
— Não preciso de ajuda.
E então o garoto pegou um livro qualquer, apenas para provar que sabia se virar muito bem sozinho — mesmo que ele não soubesse.
estava pronto para sair dali, quando voltou a atenção para a mesa em que estava sentada. Vendo o livro aberto na frente dela, seus olhos foram direto para o título da página em que lia.
Ele soltou uma risadinha de deboche.
— Para que você estuda tanto se é uma sabe-tudo?
precisou respirar fundo para não se irritar por ser interrompida novamente.
— É exatamente porque eu estudo tanto que eu sei tudo. — ela respondeu com o tom ácido. Ergueu uma sobrancelha, e então completou: — Você deveria tentar um dia.
estava pronto para rebater a fala da garota e, provavelmente, iniciar uma discussão com ela, quando a bibliotecária chamou a atenção deles e os mandou ficarem quietos.
Nervoso por não poder ter a última palavra naquela briga, deixou o livro recém pego em cima de uma mesa qualquer e saiu da biblioteca batendo o pé.

O Salão Principal estava tão barulhento com as conversas animadas que ninguém prestou atenção nos passos apressados de , que entrou correndo e foi direto para a mesa da Corvinal.
— Perdeu a hora? — Lisa, sua melhor amiga, perguntou.
— Estava terminando o trabalho de Poções, já que não vou ter tempo de fazer isso no final de semana. — ela respondeu com um bocejo no final.
As meninas tiveram a atenção chamada com as risadas altas da mesa do lado.
— Ei, o que é isso no seu cabelo, ? — uma voz perguntou.
— É pó de biblioteca? — outro sonserino perguntou, rindo de forma de maldosa.
— Que nojo!
levou as mãos aos cabelos, mas não havia nada ali.
Na mesa da Sonserina, os alunos riam alto das suas piadas sem graça, enquanto na mesa da Corvinal alguns alunos começaram a proferir xingamentos em defesa de .
— Continue se perdendo nos livros, , vai deixar tudo mais fácil para o jogo no final de semana. — gritou do outro lado, rindo com os amigos.
A raiva de se dissipou imediatamente. Não porque ela não estava incomodada com as ofensas baixas da Sonserina, mas simplesmente porque ela entendeu a motivação por trás das provocações.
não era apenas a queridinha dos professores por ser uma das melhores alunas de Hogwarts. Ela também era a queridinha dos alunos por ter ajudado o time da Corvinal a eliminar o time da Sonserina no campeonato de quadribol do ano anterior. Como boa goleira que era, a garota estreou no time no ano passado, tomando apenas dois gols da Grifinória, um da Lufa-Lufa e nenhum da Sonserina.
Sim, ela era uma excelente goleira.
E somado com o talento do restante do time, a Corvinal levou para casa a Taça de Quadribol no ano anterior e estava prestes a levar para casa naquele ano de novo.
As semifinais estavam se aproximando, e todo mundo sabia que seria difícil derrotar o time da Corvinal tendo no time. E o próximo jogo, o qual iria garantir uma vaga na final, seria Corvinal x Sonserina.
Hogwarts estava em êxtase com a aproximação desse jogo.
Com um sorrisinho de lado, virou-se para a mesa do lado e com a voz alta e clara, disse:
— Continuem a fazer piadas agora, porque depois do jogo de sábado, vocês não terão mais motivos para rir.
Os alunos da Sonserina tentaram não se deixar abalar com a provocação, mas todas as outras três mesas se juntaram para comemorar a fala corajosa de , afinal, a rivalidade entre as quatro Casas era deixada de lado quando o assunto se resumia a se unir para derrotar os alunos da Sonserina.

A aula de feitiços estava chegando ao fim quando sentiu os pelos dos braços arrepiarem. Por um instante, a garota ergueu o olhar para o restante da sala, procurando por algo que ela não sabia o que era. Seus instintos, contudo, lhe diziam para ficar alerta.
Naquela tarde, o professor Flitwick ensinou aos alunos os feitos Alarte Ascendare e Aresto Momentum. O primeiro, para jogar o oponente para cima, a fim de fazê-la cair no chão de forma abrupta. O segundo, por outro lado, tinha o efeito contrário: o objetivo era interromper a queda de algo ou alguém, quando já estivesse próximo do chão.
Por conta disso, a sala de aula estava cheia de almofadas coloridas e fofinhas espalhadas pelo recinto. Os alunos foram divididos em duplas e se revezavam entre ser quem lançava o feitiço e quem recebia o feitiço.
e Lisa deram algumas risadas no começo da aula, quando Lisa não conseguiu impedir a queda de , e também quando nem mesmo conseguiu lançar a amiga muito para o alto. Mas isso foi apenas nos primeiros minutos da aula. Com pouco treino, as meninas já estavam conseguindo lançar os feitiços facilmente, até mesmo sem precisar conjurá-lo em voz alta.
— Perfeito! Perfeito! — o professor Flitwik comemorou em determinado momento.
E foi quando a sensação de que algo não estava certo ficou mais forte.
“Salvio Hexia!”.
Imersa em uma bolha invisível de proteção, conjurada de forma silenciosa por , a garota se protegeu de um ataque vindo, obviamente, de um aluno da Sonserina, já que todos eles riam do outro lado da sala. Uma almofada, que não viu de onde veio — apesar de ter suas suspeitas — caiu nos seus pés
O olhar de foi parar em . Imediatamente, o garoto se defendeu.
— Ei, não olha pra mim! Eu não fiz nada!
estreitou os olhos e estava pronta para contra-atacar todos os alunos da Sonserina se fosse preciso, quando o professor Flitwick encerrou a aula.
— Você está ferrado. — ela falou sem voz, apenas movimentando os lábios.
abriu os olhos surpresos, indignado por receber uma ameaça dela por algo que ele não tinha feito. Ele até chegou a abrir a boca para reclamar com o professor, mas foi impedido por um de seus amigos, Guz.
— Nem perca seu tempo. Como diretor da Corvinal, Flitwick vai defender a -sabe-tudo e você ainda vai sair como fofoqueiro.
bateu o pé no chão frustrado.
— Se essa garota lançar uma azaração em mim por causa da sua brincadeirinha idiota, você está morto. — falou para Guz, apontando o dedo para ele.
— Relaxa, cara. — o amigo respondeu. — Ela é certinha demais para fazer isso. -queridinha-dos-professores não é do tipo que quebra as regras do colégio.
Mas isso não foi o bastante para acalmar .
Ele tinha certeza que ainda enfrentaria a vingança de .

O sol já havia se posto quando voltou para a torre da Corvinal após uma tarde de treino intenso na quadra de quadribol. A garota correu para o quarto para tomar banho, apenas para, logo em seguida, voltar à sala comunal para estudar.
Desde que decidira entrar no time de quadribol da sua Casa, a garota fez um pacto consigo mesma: não deixaria o esporte prejudicar suas notas. E, por causa disso, se antes já tinha o hábito de estudar e fazer seus trabalhos antes dos prazos finais, agora a garota se esforçava para fazer tudo com bastante antecedência, nem que para isso ela tivesse que passar a noite toda imersa nos livros.
E quando a garota se viu sozinha no salão comunal, ela decidiu que já estava na hora de guardar seus materiais, já que não conseguiria se concentrar em mais nada, de qualquer forma, tamanho o seu cansaço.
Mas em vez de caminhar até a porta dos dormitórios, a garota foi no sentido contrário, até à porta que dava acesso ao lado de fora do salão comunal da Corvinal.
Passou pela aldrava em formato de águia e ouviu a passagem ser fechada atrás de si. Segurou a varinha firmemente, caso precisasse usá-la, mas a garota sabia que não haveria necessidade disso — com exceção, talvez, das vezes em que precisava se esconder de Filtch.
Caminhou a passos largos e rápidos até as escadas, e então até à biblioteca.
Alohomora. — sussurrou.
A porta se abriu sem fazer barulho e então a garota a fechou atrás de si.
Lumus. — falou, dessa vez um pouco mais alto, sabendo que não tinha perigo de alguém a ouvir ali, àquela hora.
caminhou até o fundo da biblioteca, próximo da seção dos livros proibidos. E foi nesse momento que ela foi pega de surpresa por uma mão a puxando para um dos corredores escuros.
— Não me azara! — ele falou levando a mão ao rosto. — Sou eu!
abaixou a varinha quando se deu conta de quem a tinha puxado.
! — ela reclamou. — Quantas vezes eu já disse que não gosto de ser surpreendida assim?
— Ah, desculpa, vai. — ele falou manhoso.
, então, se aproximou de , abraçou-a pela cintura e puxou a garota mais para perto, beijando levemente os lábios dela.
— Já discutimos demais hoje, estou cansado.
abraçou o garoto pelos ombros e encostou os corpos.
— E de quem foi a culpa mesmo?
Ele revirou os olhos.
— Eu não joguei a almofada em você, foi Guz.
E vendo que a garota não tinha acreditado nele, alterou o tom de voz.
— Eu juro!
— Shhhhhh. — ela levou o dedo indicador aos lábios dele. — Estamos sozinhos, mas não podemos fazer muito barulho, lembra? Madame Nora consegue nos ouvir a quilômetros de distância.
O garoto fez uma careta à menção do nome da gata.
— Não quero falar sobre essa gata estranha. Na verdade, não quero falar sobre nada agora.
E com um sorrisinho de lado, ele se aproximou da garota e a beijou.
quase suspirou ao sentir os lábios de . Há três dias eles não conseguiam se encontrar na biblioteca ou em qualquer outro esconderijo. Com a chegada das semifinais de quadribol, os treinos estavam sendo mais frequentes e exaustivos. , por outro lado, estava correndo contra o tempo para entregar trabalhos a mais aos professores em busca de notas extras.
Mas quando recebeu o bilhete de naquela manhã, confirmando o encontro mais tarde, ela fez de tudo para garantir que o treino de quadribol terminasse dez minutos mais cedo, de modo que ela tivesse tempo de tomar um banho um pouco mais demorado que o normal.
Um barulho fez com que o casal se separasse.
— O que foi isso?
— O vento. — ele respondeu, voltando a beijá-la.
Mas não achava que aquele som fosse o vento. E por estar com medo de serem pegos violando as regras da escola, ela sugeriu que eles voltassem para seus dormitórios.
— Deixa de ser tão certinha. — ele reclamou. — Se nos pegarem aqui o que pode acontecer? Levarmos uma suspensão, talvez? — ele deu de ombros. — Que seja, então.
— Está maluco?! Se eu for suspensa não vou poder jogar quadribol!
soltou uma risadinha.
— Pelo menos assim o time da Sonserina teria maiores chances de vencer o próximo jogo.
levou a mão à boca, abafando o riso.
— Chega, já ficamos tempo demais aqui. Temos que voltar.
Ele gemeu em protesto, reclamando que queria ficar um pouco mais com a garota.
E quando eles finalmente estavam se despedindo, pediu:
— Ei, posso copiar o seu trabalho de Transfiguração?
soltou uma risada de deboche.
— Vai sonhando.
Lentamente, a bruxa abriu a porta da biblioteca apenas para confirmar que não havia ninguém nos corredores. Voltou a atenção para e, com um sorriso, perguntou:
— Amanhã no mesmo horário?
— No mesmo horário.
Com um último beijo, e se despediram e foram cada um para um lado de forma silenciosa, a fim de que ninguém descobrisse o segredinho deles.




Fim!



Nota da autora: Ok, confesso que não estava nos meus planos mandar fanfic para esse especial.
Mas quando o plot vem num dia e a fanfic no outro, tudo o que podemos fazer é nos render, HAHAHA Espero que gostem! <3
Deixem um comentário cheio de amor e indiquem a fanfic para as amigas. Beijos de luz



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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