Capítulo 1
Existem inúmeras maneiras de se começar uma história. Pelo meio, pelo fim ou, o mais clássico, pelo início. Porém, a minha história tem duas partes: antes e depois dele. É estranho você descobrir, aos 28 anos, que tem um irmão dez anos mais velho que você. É extremamente estranho. Ainda mais se tratando de quem é... Bom, vou explicar melhor.
Flashback.
Alguns meses antes...
Eu não aguento mais tanta pressão. Sério, às vezes acho que irei explodir com tanta coisa que há dentro de mim, com tanta coisa que me impõem e que eu não estou dando conta. Mas, dizem que Deus não dá uma cruz mais pesada do que o seu limite, então, se estou passando por isso, é porque eu consigo e vou superar. Bom, me chamo Fernandéz (meu pai é espanhol, então, por isso o sobrenome), mas podem me chamar de . Prazer! Sou fotógrafa, tenho 27 anos e trabalho num estúdio fotográfico aqui na cidade de São Paulo. Moro aqui desde que me formei, há oito anos. Passei pouco tempo aqui, mas já me considero parte dessa cidade. Fiz grandes amigos aqui, dentre eles, a minha vidinha maravilhosa, a , e o meu grande amigo lindo, o Lucas. Os dois são meus inseparáveis. Além deles, tenho outros amigos espalhados pela cidade. Quando se é fotógrafa de um grande estúdio da capital mais badalada do país, você faz vários amigos. Alguns deles passageiros e outros que perduram pela vida.
Meu aniversário está chegando e tenho certeza que meus amigos estão preparando algo para comemorar. Eu não costumo dar festas em meus aniversários. Não gosto muito. Prefiro algo mais simples, uma reunião com amigos lá em casa, ou, quem sabe, uma saída para algum lugar legal da cidade. Só sei que gosto de algo que envolva meus amigos. Se tiver isso, eu já estou feliz. Este ano, especificamente, eu não tenho muito o que comemorar. Meus pais faleceram recentemente, ainda sinto, obviamente, a falta deles. Não quero sair, nem fazer nada em meu aniversário. Apesar de saber que eles brigariam comigo se soubessem. “Tens que se divertir, mi menina! ”, dizia meu pai, com aquele portunhol de costume. Enfim, não gosto de falar muito sobre isso. Vamos mudar de assunto...
Hoje tenho uma festa enorme para fotografar. Festa rica, festa chique, pagamento adiantado... Não posso faltar e muito menos fracassar nas fotos. Antes de ir aos eventos, eu sempre reviso meu equipamento, enquanto o fazia, recebi uma ligação indesejada. Muito indesejada.
- O que quer? – Já atendi, ríspida, pois fui bem clara quando disse que não queria mais ligações vindas dele. – Qual parte do “não me ligue mais” que você não entendeu, Rodrigo? – Ele é meu ex-namorado: insuportável.
- Não seja assim, , quero falar com você. – Ele disse, fazendo a mesma voz que ele fazia quando queria algo de mim. – Vou passar aí na sua casa. – Antes que ele pensasse em pegar as chaves do carro para dirigir até aqui, eu já fui cortando a onda dele.
- Já estou de saída. Adeus. – Sem cerimônias, bati a ligação e continuei arrumando minhas coisas. Segundos depois, ele ligou novamente, mas não atendi. Se depender de mim, ele morre me ligando.
Terminei de arrumar tudo, peguei as chaves do carro e desci até o estacionamento do meu prédio. Guardei tudo no porta-malas e segui até o endereço da festa. Aliás, que lugar! Incrível como algumas pessoas ricas gostam de esbanjar em festas. Não economizam em nada, de fato. Esta é uma festa de casamento. Os noivos se conhecem há pouquíssimo tempo, pelo que fiquei sabendo, e já vão se casar. Ambos de famílias ricas, de berço, como dizem por aí. Enfim...
Tudo corria bem, até que vi uma confusão vinda da porta de entrada da festa. Àquela altura, não poderia ser mais nenhum convidado, pois a cerimônia já havia terminado. E realmente não era. Para minha surpresa, o tal convidado de última hora era a última pessoa que eu queria ver naquele momento. A última pessoa que eu quero ver na vida...
- Me soltem! Quero ver minha namorada, ela é a fotógrafa da festa. – Berrava Rodrigo, enquanto os seguranças da festa agarravam ele pelo pescoço. Namorada... Ah, tá. EX-namorada, meu amor.
- Que mané...– Eu disse para mim mesma, revirando os olhos de irritação. – Olá, com licença. – Eu disse, aproximando-me do pai da noiva, foi ele quem me contratou.
- Olá, tudo bem? – Ele questionou, ao ver minha expressão de nervosismo.
- Na verdade, eu gostaria de saber se eu posso sair mais cedo? Aconteceu um imprevisto no estúdio e, como eu sou gerente, eu preciso resolver. – De fato, eu sou gerente do estúdio.
- Claro, pode sim. Algo grave? – Perguntou, demonstrando preocupação.
- Não, nada grave, mas com certa urgência em se resolver. – Falei apressada, pois, obviamente, eu quero sair daqui antes que o idiota do Rodrigo me veja.
- Tudo bem. A festa já está acabando e creio eu que os noivos já tenham ido embora, não os vejo mais. – Faz duas horas que isso aconteceu, cara. – Bom, pode ir, então, e boa sorte.
- Obrigada! Boa noite!
- Ótimo trabalho!
- Depois mando as fotos, como combinado. - Agradeci mais uma vez e saí. Guardei as coisas rapidamente no porta-malas do carro e, quando fui abrir a porta, fui abordada pelo infeliz do Rodrigo.
- Vai embora sem mim, ? – Perguntou, segurando meu braço com certa força.
- , para você me chamo , ok? – Respondi, rispidamente, e continuei: – E eu não te devo satisfações de nada. Me solta ou eu grito.
- Para de agir assim, porque eu sei que você me quer de volta.
- Eu te quero de volta? – Comecei a rir descontroladamente. Ele fechou a cara em desaprovação. – Oh, querido, nem que eu estivesse drogadíssima e você fosse o único homem deste e de outros universos. Se enxerga, Rodrigo. – Revirei os olhos e me livrei dele, entrando no carro.
- Aonde vai? – Ele bateu no vidro e eu fiz um gesto de que não conseguia ouvi-lo.
- Adeus, Rodrigo! – Falei e arranquei com o carro. Meu dia já foi difícil e eu não queria encarar as chatices do Rodrigo me pedindo para voltar para ele. Isso nunca ocorrerá, como eu já deixei mais do que claro para ele. Mas, parece que aquele cérebro de minhoca não entende. – WTF! – Xinguei, ao receber uma batida na traseira do carro. Eu já havia me distanciado do local da festa. Olhei pelo retrovisor e vi o carro dele vindo, em alta velocidade, na direção do meu. – Mas, que diabos ele quer?! – De repente, outra batida. – Filho da puta! Vou matar ele! – Meu celular tocou, era ele. Atendi só para saber o que este lunático quer batendo na traseira do meu carro.
- Finalmente você me atendeu, meu anjo... – Ele disse, cínico.
- Que droga você tem na cabeça?! Para de bater no meu carro, vamos acabar batendo em algum lugar. Seu louco! – Eu gritei, irritada e nervosa pelo perigo que estávamos correndo. Tentei me livrar do carro dele, trançando por entre os carros, mas a pista estava relativamente vazia, pelo horário. – Vamos acabar batendo, Rodrigo! Para com isso! – Ele insistia em ficar batendo na traseira do meu carro. Deve estar todo amassado já...
- Só quando você parar esse carro e falar comigo. – Até cogitei, por poucos segundos, parar o carro, porém, recebi outra batida.
- Vai se foder, RODRIGO! Nunca vou parar o carro, você ficou louco de vez! – Eu gritei e acelerei ainda mais o carro. Já ultrapassei todos os limites de velocidade.
Ficamos nessa perseguição de gato e rato por poucos minutos, porém, para mim pareciam ser horas. Até que tudo, de repente, virou de cabeça para baixo. Literalmente. O carro não suportou tanta velocidade e tantas passadas de pista e virou. Capotou várias vezes, não parei para contar. Só me preocupei em tentar não surtar, tentar fazer com que o medo não tome conta de mim (mais do que já está tomando). Não sei o que aconteceu com o carro do Rodrigo, só sei que o meu capotou e depois foi tudo apagado da minha memória.
...
Minha cabeça está pesada, parece que tem dez pessoas sentadas em cima dela agora. Não consegui erguer a cabeça para olhar em volta. Abri os olhos e a luz forte daquele lugar incomodou bastante, eu estou sem meus óculos, o que piora um pouco a situação. Será que eu morri e aqui é o céu? Porque, se for, está bem geladinho. Ar condicionado no céu? É, acho que não morri. Devo estar no hospital. Agora mesmo que eu quero distância daquele lunático do Rodrigo. Eu poderia ter morrido neste maldito acidente. Nem quero saber o que aconteceu com ele. Quer dizer, espero que ele não tenha morrido, claro. Apesar de tudo, não desejo o mal para ele. Só quero distância mesmo.
Rolei meus olhos pelo quarto e pude ver uma figura, ainda não identificada, sentada numa poltrona do outro lado do quarto. Sentado. Era um cara, um cara bastante grande, pelo visto. Parecia estar dormindo. Minha garganta está seca. Tossi, involuntariamente, e, então, ele acordou. Olhou diretamente em meus olhos, de longe, e sorriu de leve. Coçou os próprios olhos e espreguiçou-se. Ao se levantar, puder perceber que era um cara alto. Passa dos 1,80m fácil. Além de ter os braços malhados e um belo peitoral. Enfim...
- Que bom que acordou. – Ele disse, aproximando-se da minha cama com um sorriso aliviado nos lábios. – Deve estar um pouco confusa depois do acidente, certo? – Eu sorri e confirmei com a cabeça. – Depois falamos disso com calma. Quando você estiver mais lúcida, ok?
- Tá. – Respondi com a voz fraca. – Pode me trazer água? Por favor.
- Claro. Já volto.
O rapaz alto saiu do quarto e logo, voltou com um copinho de água. Parecia ser tarde da noite, pois passava um filme qualquer na TV, que normalmente passaria de madrugada. Esqueci de mencionar que o rapaz tem um sotaque engraçado. Como se fosse gringo. Com certeza, ele não é brasileiro, isso é fato. Bebi a água e agradeci a gentileza. Logo, eu estava dormindo novamente.
Flashback.
Alguns meses antes...
Eu não aguento mais tanta pressão. Sério, às vezes acho que irei explodir com tanta coisa que há dentro de mim, com tanta coisa que me impõem e que eu não estou dando conta. Mas, dizem que Deus não dá uma cruz mais pesada do que o seu limite, então, se estou passando por isso, é porque eu consigo e vou superar. Bom, me chamo Fernandéz (meu pai é espanhol, então, por isso o sobrenome), mas podem me chamar de . Prazer! Sou fotógrafa, tenho 27 anos e trabalho num estúdio fotográfico aqui na cidade de São Paulo. Moro aqui desde que me formei, há oito anos. Passei pouco tempo aqui, mas já me considero parte dessa cidade. Fiz grandes amigos aqui, dentre eles, a minha vidinha maravilhosa, a , e o meu grande amigo lindo, o Lucas. Os dois são meus inseparáveis. Além deles, tenho outros amigos espalhados pela cidade. Quando se é fotógrafa de um grande estúdio da capital mais badalada do país, você faz vários amigos. Alguns deles passageiros e outros que perduram pela vida.
Meu aniversário está chegando e tenho certeza que meus amigos estão preparando algo para comemorar. Eu não costumo dar festas em meus aniversários. Não gosto muito. Prefiro algo mais simples, uma reunião com amigos lá em casa, ou, quem sabe, uma saída para algum lugar legal da cidade. Só sei que gosto de algo que envolva meus amigos. Se tiver isso, eu já estou feliz. Este ano, especificamente, eu não tenho muito o que comemorar. Meus pais faleceram recentemente, ainda sinto, obviamente, a falta deles. Não quero sair, nem fazer nada em meu aniversário. Apesar de saber que eles brigariam comigo se soubessem. “Tens que se divertir, mi menina! ”, dizia meu pai, com aquele portunhol de costume. Enfim, não gosto de falar muito sobre isso. Vamos mudar de assunto...
Hoje tenho uma festa enorme para fotografar. Festa rica, festa chique, pagamento adiantado... Não posso faltar e muito menos fracassar nas fotos. Antes de ir aos eventos, eu sempre reviso meu equipamento, enquanto o fazia, recebi uma ligação indesejada. Muito indesejada.
- O que quer? – Já atendi, ríspida, pois fui bem clara quando disse que não queria mais ligações vindas dele. – Qual parte do “não me ligue mais” que você não entendeu, Rodrigo? – Ele é meu ex-namorado: insuportável.
- Não seja assim, , quero falar com você. – Ele disse, fazendo a mesma voz que ele fazia quando queria algo de mim. – Vou passar aí na sua casa. – Antes que ele pensasse em pegar as chaves do carro para dirigir até aqui, eu já fui cortando a onda dele.
- Já estou de saída. Adeus. – Sem cerimônias, bati a ligação e continuei arrumando minhas coisas. Segundos depois, ele ligou novamente, mas não atendi. Se depender de mim, ele morre me ligando.
Terminei de arrumar tudo, peguei as chaves do carro e desci até o estacionamento do meu prédio. Guardei tudo no porta-malas e segui até o endereço da festa. Aliás, que lugar! Incrível como algumas pessoas ricas gostam de esbanjar em festas. Não economizam em nada, de fato. Esta é uma festa de casamento. Os noivos se conhecem há pouquíssimo tempo, pelo que fiquei sabendo, e já vão se casar. Ambos de famílias ricas, de berço, como dizem por aí. Enfim...
Tudo corria bem, até que vi uma confusão vinda da porta de entrada da festa. Àquela altura, não poderia ser mais nenhum convidado, pois a cerimônia já havia terminado. E realmente não era. Para minha surpresa, o tal convidado de última hora era a última pessoa que eu queria ver naquele momento. A última pessoa que eu quero ver na vida...
- Me soltem! Quero ver minha namorada, ela é a fotógrafa da festa. – Berrava Rodrigo, enquanto os seguranças da festa agarravam ele pelo pescoço. Namorada... Ah, tá. EX-namorada, meu amor.
- Que mané...– Eu disse para mim mesma, revirando os olhos de irritação. – Olá, com licença. – Eu disse, aproximando-me do pai da noiva, foi ele quem me contratou.
- Olá, tudo bem? – Ele questionou, ao ver minha expressão de nervosismo.
- Na verdade, eu gostaria de saber se eu posso sair mais cedo? Aconteceu um imprevisto no estúdio e, como eu sou gerente, eu preciso resolver. – De fato, eu sou gerente do estúdio.
- Claro, pode sim. Algo grave? – Perguntou, demonstrando preocupação.
- Não, nada grave, mas com certa urgência em se resolver. – Falei apressada, pois, obviamente, eu quero sair daqui antes que o idiota do Rodrigo me veja.
- Tudo bem. A festa já está acabando e creio eu que os noivos já tenham ido embora, não os vejo mais. – Faz duas horas que isso aconteceu, cara. – Bom, pode ir, então, e boa sorte.
- Obrigada! Boa noite!
- Ótimo trabalho!
- Depois mando as fotos, como combinado. - Agradeci mais uma vez e saí. Guardei as coisas rapidamente no porta-malas do carro e, quando fui abrir a porta, fui abordada pelo infeliz do Rodrigo.
- Vai embora sem mim, ? – Perguntou, segurando meu braço com certa força.
- , para você me chamo , ok? – Respondi, rispidamente, e continuei: – E eu não te devo satisfações de nada. Me solta ou eu grito.
- Para de agir assim, porque eu sei que você me quer de volta.
- Eu te quero de volta? – Comecei a rir descontroladamente. Ele fechou a cara em desaprovação. – Oh, querido, nem que eu estivesse drogadíssima e você fosse o único homem deste e de outros universos. Se enxerga, Rodrigo. – Revirei os olhos e me livrei dele, entrando no carro.
- Aonde vai? – Ele bateu no vidro e eu fiz um gesto de que não conseguia ouvi-lo.
- Adeus, Rodrigo! – Falei e arranquei com o carro. Meu dia já foi difícil e eu não queria encarar as chatices do Rodrigo me pedindo para voltar para ele. Isso nunca ocorrerá, como eu já deixei mais do que claro para ele. Mas, parece que aquele cérebro de minhoca não entende. – WTF! – Xinguei, ao receber uma batida na traseira do carro. Eu já havia me distanciado do local da festa. Olhei pelo retrovisor e vi o carro dele vindo, em alta velocidade, na direção do meu. – Mas, que diabos ele quer?! – De repente, outra batida. – Filho da puta! Vou matar ele! – Meu celular tocou, era ele. Atendi só para saber o que este lunático quer batendo na traseira do meu carro.
- Finalmente você me atendeu, meu anjo... – Ele disse, cínico.
- Que droga você tem na cabeça?! Para de bater no meu carro, vamos acabar batendo em algum lugar. Seu louco! – Eu gritei, irritada e nervosa pelo perigo que estávamos correndo. Tentei me livrar do carro dele, trançando por entre os carros, mas a pista estava relativamente vazia, pelo horário. – Vamos acabar batendo, Rodrigo! Para com isso! – Ele insistia em ficar batendo na traseira do meu carro. Deve estar todo amassado já...
- Só quando você parar esse carro e falar comigo. – Até cogitei, por poucos segundos, parar o carro, porém, recebi outra batida.
- Vai se foder, RODRIGO! Nunca vou parar o carro, você ficou louco de vez! – Eu gritei e acelerei ainda mais o carro. Já ultrapassei todos os limites de velocidade.
Ficamos nessa perseguição de gato e rato por poucos minutos, porém, para mim pareciam ser horas. Até que tudo, de repente, virou de cabeça para baixo. Literalmente. O carro não suportou tanta velocidade e tantas passadas de pista e virou. Capotou várias vezes, não parei para contar. Só me preocupei em tentar não surtar, tentar fazer com que o medo não tome conta de mim (mais do que já está tomando). Não sei o que aconteceu com o carro do Rodrigo, só sei que o meu capotou e depois foi tudo apagado da minha memória.
Minha cabeça está pesada, parece que tem dez pessoas sentadas em cima dela agora. Não consegui erguer a cabeça para olhar em volta. Abri os olhos e a luz forte daquele lugar incomodou bastante, eu estou sem meus óculos, o que piora um pouco a situação. Será que eu morri e aqui é o céu? Porque, se for, está bem geladinho. Ar condicionado no céu? É, acho que não morri. Devo estar no hospital. Agora mesmo que eu quero distância daquele lunático do Rodrigo. Eu poderia ter morrido neste maldito acidente. Nem quero saber o que aconteceu com ele. Quer dizer, espero que ele não tenha morrido, claro. Apesar de tudo, não desejo o mal para ele. Só quero distância mesmo.
Rolei meus olhos pelo quarto e pude ver uma figura, ainda não identificada, sentada numa poltrona do outro lado do quarto. Sentado. Era um cara, um cara bastante grande, pelo visto. Parecia estar dormindo. Minha garganta está seca. Tossi, involuntariamente, e, então, ele acordou. Olhou diretamente em meus olhos, de longe, e sorriu de leve. Coçou os próprios olhos e espreguiçou-se. Ao se levantar, puder perceber que era um cara alto. Passa dos 1,80m fácil. Além de ter os braços malhados e um belo peitoral. Enfim...
- Que bom que acordou. – Ele disse, aproximando-se da minha cama com um sorriso aliviado nos lábios. – Deve estar um pouco confusa depois do acidente, certo? – Eu sorri e confirmei com a cabeça. – Depois falamos disso com calma. Quando você estiver mais lúcida, ok?
- Tá. – Respondi com a voz fraca. – Pode me trazer água? Por favor.
- Claro. Já volto.
O rapaz alto saiu do quarto e logo, voltou com um copinho de água. Parecia ser tarde da noite, pois passava um filme qualquer na TV, que normalmente passaria de madrugada. Esqueci de mencionar que o rapaz tem um sotaque engraçado. Como se fosse gringo. Com certeza, ele não é brasileiro, isso é fato. Bebi a água e agradeci a gentileza. Logo, eu estava dormindo novamente.
Capítulo 2
Já de manhã, eu acordei e o rapaz alto estava lá de novo, desta vez acordado e acompanhado de mais um cara, tão alto quanto e bastante bonito, e de um médico, provavelmente o mesmo que me atendeu após o acidente de carro. Eles conversavam, provavelmente sobre mim. O novato, que é mais bonito que o cara alto (pelo menos eu acho, né?), percebeu que eu acordei e avisou a todos, que logo, estavam em volta da minha cama.
- Bom dia, senhorita ! Como se sente? – Perguntou o médico, com um sorriso acolhedor.
- Acho que estou bem melhor agora. Obrigada. – Minha voz saiu menos fraca que da última vez. Significa que o efeito dos sedativos está passando. – O que aconteceu comigo? Eu só me lembro de estar sendo perseguida pelo meu ex-namorado e meu carro capotou, depois não me lembro de mais nada. – Esta última declaração incomodou o cara alto.
- Você foi perseguida pelo seu ex? – Questionou ele, me encarando.
- Sim.
- Então, aquele cara era seu ex... – Ele disse para si mesmo, só que em voz alta.
- Conheceu ele? – Perguntei, curiosa.
- Ele esteve neste hospital internado, mas já teve alta. Tentou ver você, mas não deixaram.
- E por que deixaram você me visitar? – Perguntei, taxativa. Sim, porque eu nem conheço este gringo.
- Bom, isso eu te explico depois. – Respondeu, sem graça.
- Explica agora. – Quando eu enfio algo na cabeça, ninguém tira. – Quero saber.
- Depois eu falo, com calma.
- Fala agora. Eu estou calma, você também. Está tudo certo. Fala agora.
- É melhor vocês falarem depois sobre isso, ok? – Disse o médico, interrompendo nossa pequena discussão. Pigarreou e continuou falando: – Bom, a senhorita passou por uma cirurgia complicada e terá que ficar aqui, de repouso, por mais alguns dias. No mais, sua saúde está boa. Vem reagindo bem no pós-operatório e creio que não demorará para sair. – Sorri, satisfeita em saber que estou me recuperando bem.
- Que bom saber disso. – O cara alto disse.
- Como se chama? Pode me dizer isso pelo menos? – Perguntei, sarcástica.
- Posso sim. – Ele sorriu e, então, respondeu: – Me chamo , mas todos me chamam de .
- ? Você não é brasileiro, né?
- Não, sou americano. Nascido e criado na Califórnia, USA.
- Sabia! – Ele riu da minha reação e prosseguiu com as apresentações.
- E este aqui é meu melhor amigo, , mas pode chama-lo de . – ... este não me é um nome estranho. Já ouvi de algum lugar, mas, onde?
- Prazer , prazer . – Sorri, vitoriosa por não ter que chamá-los mais por apelidos. O cara alto se chama e o cara bonitão se chama . Mais fácil agora.
e ficaram ali comigo conversando mais um pouco. me disse brevemente como foi parar ali comigo naquele quarto de hospital. Pelo que entendi, ele veio atrás da irmã desaparecida dele e, por acaso, me encontrou aqui no hospital. Mas, isso não ficou muito claro. Ele me enrolou bastante nessa parte. Ele está escondendo algo de mim e disso eu tenho certeza. Enfim, devem ser os remédios que me deixaram confusa. Os dois voltaram para o hotel onde estão para tomar um banho e se trocarem, parece que eles são de uma banda gringa que vai tocar hoje em São Paulo. Interessante. Quem sabe um dia eu vá no show deles, né?
Passei o resto do dia sozinha. Às vezes alguma enfermeira ou enfermeiro entrava no quarto, verificava algo e saía. Meu médico veio aqui outra vez, no fim da tarde (quando terminou seu plantão), verificou como eu estava e logo, foi embora. Uma hora dessas, os caras devem estar no palco, em alguma parte da cidade, tocando. Fiquei curiosa em ouvir o som que fazem. Deve ser legal.
Acho que dormirei novamente. Ficar o dia todo deitada nessa cama me cansa.
No dia seguinte, veio novamente ao hospital me ver. Desta vez, não veio com ele. Se veio, ficou lá fora, pois entrou sozinho no meu quarto. Perguntou como eu estava, parecia estar apreensivo, nervoso, preocupado até.
- Está tudo bem, ? – Perguntei para ele, no meio da conversa.
- Acho que sim. Só estou nervoso. – Respondeu e se sentou na ponta da minha cama, segurando minha mão que estava próxima a ele. – Preciso te contar uma coisa, . Uma coisa muito importante. – Engoliu em seco e fitou alguma parte qualquer da parede atrás de mim.
- Fala. – Sorri para ele, tentando passar confiança.
- Bem, vou contar do início, ok? – Balancei a cabeça confirmando e então ele continuou: – Meu pai faleceu recentemente, quer dizer, faz alguns meses, mas, antes de morrer, ele me contou que teve uma filha fora do casamento com minha mãe. Uma filha que ele nunca reconheceu como tal e que ele não soube como ela é. – Enquanto ele contava a história, minha respiração ficou mais ofegante e meu coração acelerou numa angústia tremenda. – Ele me disse o nome da mãe dessa filha dele e seu endereço. Soube que ela faleceu recentemente juntamente com seu marido. – Meus olhos saltaram e meu coração só fazia acelerar mais. Eu segurava firme, com a outra mão, o lençol que me cobria. – Mas, a minha irmã, que hoje tem 27 anos, está viva. – Um nó se formou em minha garganta. Não é possível que...
- E... E quem é a sua irmã? – Perguntei, com um nó imenso quase tampando minha respiração. Minha voz saiu falha e embargada.
- É você, . Você é a minha irmã mais nova! – Ele falou com um sorriso nos lábios e algumas lágrimas no olhar. Eu tinha as mesmas lágrimas no olhar, mas meus lábios estavam fechados, tremendo.
- O que? Como isso é possível? Como... – Eu questionei e, logo em seguida, senti meu coração quase explodir. Desmaiei.
- ! – Ele chamou por mim ao me ver desfalecendo. – Um médico! Socorro! – Chamou por ajuda e logo meu quarto estava cheio de enfermeiros.
Fiquei desacordada por algumas horas. Os batimentos do meu coração estavam muito altos e o médico que me atendia preferiu me sedar até que eu me acalmasse. Ele já sabia de toda a história que contou e já havia alertado que isso poderia acontecer.
ficou bastante preocupado comigo e não saiu nem um só minuto do lado da minha cama, pude sentir o calor de suas enormes mãos nas minhas. Algum tempo depois, eu fui acordando devagar e reconheci a voz do e a do . Que bom que o veio me ver desta vez. Ele me parece ser um cara bem lega (e bonito), quero conhecer ele melhor, confesso.
- Acordou, finalmente. – Disse , que ainda segurava minha mão.
- Oi, pessoal... Desculpe... – Eu comecei a falar, mas me interrompeu.
- Que isso, , relaxa. – ? Como ele sabe meu apelido? Isso tem dedo da e do Lucas, com certeza. Franzi a testa estranhando ele me chamar assim. – Posso te chamar de , né? – Ele tem um sorriso muito encantador e sedutor.
- Pode. – Eu sorri sem graça. Aquele sorriso e a presença dele me incomodava, me deixava ansiosa, meu coração voltou a ficar acelerado. Acho que estou enfartando, só pode.
- E, então, , - Pronto, agora todo mundo me chama assim – Está melhor? – Perguntou com seu sorriso sempre acolhedor.
- Sim... Estou sim. – Apertei de leve a mão dele e sorri – Então, quer dizer que eu tenho um irmão mais velho, né? – Estou tentando levar tudo isso numa boa. Eu já passei por muita coisa e não quero que isso seja mais um problema em minha vida.
- Sim, dez anos mais velho. – Ele sorriu, revelando sua idade avançada. Eu dei risada e perguntei mais sobre ele. – Bom, eu sou casado e tenho dois filhos, o River e o Cash, estão todos na Califórnia. Em breve, você poderá conhece-los. – Ele continuou se apresentando para mim e revelou suas intenções de me levar com ele para os EUA.
- Ir morar com você na Califórnia? – Questionei com a sobrancelha arqueada e uma dúvida no coração. Será que eu devo ir com ele? Eu não sou mais uma criança e ele, obviamente, não pode me obrigar a ir. O que eu faço? É tudo muito novo e repentino...
- Não precisa me responder agora. Eu vou voltar para os EUA amanhã, os outros da banda já foram, só o ficou comigo. – Neste momento, olhei para o que ainda tinha aquele sorriso sedutor nos lábios. E que lábios... – Eu vou deixar meu contato com você para irmos nos falando. E, quando você tiver uma decisão a respeito da minha proposta, você me diz, ok? – Sorriu ao fim da frase e beijou minha mão.
- Está bem, . Eu vou pensar. – Eu disse e sorri para ele. Dois dias depois eu tive alta do hospital.
Flashback off.
- Bom dia, senhorita ! Como se sente? – Perguntou o médico, com um sorriso acolhedor.
- Acho que estou bem melhor agora. Obrigada. – Minha voz saiu menos fraca que da última vez. Significa que o efeito dos sedativos está passando. – O que aconteceu comigo? Eu só me lembro de estar sendo perseguida pelo meu ex-namorado e meu carro capotou, depois não me lembro de mais nada. – Esta última declaração incomodou o cara alto.
- Você foi perseguida pelo seu ex? – Questionou ele, me encarando.
- Sim.
- Então, aquele cara era seu ex... – Ele disse para si mesmo, só que em voz alta.
- Conheceu ele? – Perguntei, curiosa.
- Ele esteve neste hospital internado, mas já teve alta. Tentou ver você, mas não deixaram.
- E por que deixaram você me visitar? – Perguntei, taxativa. Sim, porque eu nem conheço este gringo.
- Bom, isso eu te explico depois. – Respondeu, sem graça.
- Explica agora. – Quando eu enfio algo na cabeça, ninguém tira. – Quero saber.
- Depois eu falo, com calma.
- Fala agora. Eu estou calma, você também. Está tudo certo. Fala agora.
- É melhor vocês falarem depois sobre isso, ok? – Disse o médico, interrompendo nossa pequena discussão. Pigarreou e continuou falando: – Bom, a senhorita passou por uma cirurgia complicada e terá que ficar aqui, de repouso, por mais alguns dias. No mais, sua saúde está boa. Vem reagindo bem no pós-operatório e creio que não demorará para sair. – Sorri, satisfeita em saber que estou me recuperando bem.
- Que bom saber disso. – O cara alto disse.
- Como se chama? Pode me dizer isso pelo menos? – Perguntei, sarcástica.
- Posso sim. – Ele sorriu e, então, respondeu: – Me chamo , mas todos me chamam de .
- ? Você não é brasileiro, né?
- Não, sou americano. Nascido e criado na Califórnia, USA.
- Sabia! – Ele riu da minha reação e prosseguiu com as apresentações.
- E este aqui é meu melhor amigo, , mas pode chama-lo de . – ... este não me é um nome estranho. Já ouvi de algum lugar, mas, onde?
- Prazer , prazer . – Sorri, vitoriosa por não ter que chamá-los mais por apelidos. O cara alto se chama e o cara bonitão se chama . Mais fácil agora.
e ficaram ali comigo conversando mais um pouco. me disse brevemente como foi parar ali comigo naquele quarto de hospital. Pelo que entendi, ele veio atrás da irmã desaparecida dele e, por acaso, me encontrou aqui no hospital. Mas, isso não ficou muito claro. Ele me enrolou bastante nessa parte. Ele está escondendo algo de mim e disso eu tenho certeza. Enfim, devem ser os remédios que me deixaram confusa. Os dois voltaram para o hotel onde estão para tomar um banho e se trocarem, parece que eles são de uma banda gringa que vai tocar hoje em São Paulo. Interessante. Quem sabe um dia eu vá no show deles, né?
Passei o resto do dia sozinha. Às vezes alguma enfermeira ou enfermeiro entrava no quarto, verificava algo e saía. Meu médico veio aqui outra vez, no fim da tarde (quando terminou seu plantão), verificou como eu estava e logo, foi embora. Uma hora dessas, os caras devem estar no palco, em alguma parte da cidade, tocando. Fiquei curiosa em ouvir o som que fazem. Deve ser legal.
Acho que dormirei novamente. Ficar o dia todo deitada nessa cama me cansa.
No dia seguinte, veio novamente ao hospital me ver. Desta vez, não veio com ele. Se veio, ficou lá fora, pois entrou sozinho no meu quarto. Perguntou como eu estava, parecia estar apreensivo, nervoso, preocupado até.
- Está tudo bem, ? – Perguntei para ele, no meio da conversa.
- Acho que sim. Só estou nervoso. – Respondeu e se sentou na ponta da minha cama, segurando minha mão que estava próxima a ele. – Preciso te contar uma coisa, . Uma coisa muito importante. – Engoliu em seco e fitou alguma parte qualquer da parede atrás de mim.
- Fala. – Sorri para ele, tentando passar confiança.
- Bem, vou contar do início, ok? – Balancei a cabeça confirmando e então ele continuou: – Meu pai faleceu recentemente, quer dizer, faz alguns meses, mas, antes de morrer, ele me contou que teve uma filha fora do casamento com minha mãe. Uma filha que ele nunca reconheceu como tal e que ele não soube como ela é. – Enquanto ele contava a história, minha respiração ficou mais ofegante e meu coração acelerou numa angústia tremenda. – Ele me disse o nome da mãe dessa filha dele e seu endereço. Soube que ela faleceu recentemente juntamente com seu marido. – Meus olhos saltaram e meu coração só fazia acelerar mais. Eu segurava firme, com a outra mão, o lençol que me cobria. – Mas, a minha irmã, que hoje tem 27 anos, está viva. – Um nó se formou em minha garganta. Não é possível que...
- E... E quem é a sua irmã? – Perguntei, com um nó imenso quase tampando minha respiração. Minha voz saiu falha e embargada.
- É você, . Você é a minha irmã mais nova! – Ele falou com um sorriso nos lábios e algumas lágrimas no olhar. Eu tinha as mesmas lágrimas no olhar, mas meus lábios estavam fechados, tremendo.
- O que? Como isso é possível? Como... – Eu questionei e, logo em seguida, senti meu coração quase explodir. Desmaiei.
- ! – Ele chamou por mim ao me ver desfalecendo. – Um médico! Socorro! – Chamou por ajuda e logo meu quarto estava cheio de enfermeiros.
Fiquei desacordada por algumas horas. Os batimentos do meu coração estavam muito altos e o médico que me atendia preferiu me sedar até que eu me acalmasse. Ele já sabia de toda a história que contou e já havia alertado que isso poderia acontecer.
ficou bastante preocupado comigo e não saiu nem um só minuto do lado da minha cama, pude sentir o calor de suas enormes mãos nas minhas. Algum tempo depois, eu fui acordando devagar e reconheci a voz do e a do . Que bom que o veio me ver desta vez. Ele me parece ser um cara bem lega (e bonito), quero conhecer ele melhor, confesso.
- Acordou, finalmente. – Disse , que ainda segurava minha mão.
- Oi, pessoal... Desculpe... – Eu comecei a falar, mas me interrompeu.
- Que isso, , relaxa. – ? Como ele sabe meu apelido? Isso tem dedo da e do Lucas, com certeza. Franzi a testa estranhando ele me chamar assim. – Posso te chamar de , né? – Ele tem um sorriso muito encantador e sedutor.
- Pode. – Eu sorri sem graça. Aquele sorriso e a presença dele me incomodava, me deixava ansiosa, meu coração voltou a ficar acelerado. Acho que estou enfartando, só pode.
- E, então, , - Pronto, agora todo mundo me chama assim – Está melhor? – Perguntou com seu sorriso sempre acolhedor.
- Sim... Estou sim. – Apertei de leve a mão dele e sorri – Então, quer dizer que eu tenho um irmão mais velho, né? – Estou tentando levar tudo isso numa boa. Eu já passei por muita coisa e não quero que isso seja mais um problema em minha vida.
- Sim, dez anos mais velho. – Ele sorriu, revelando sua idade avançada. Eu dei risada e perguntei mais sobre ele. – Bom, eu sou casado e tenho dois filhos, o River e o Cash, estão todos na Califórnia. Em breve, você poderá conhece-los. – Ele continuou se apresentando para mim e revelou suas intenções de me levar com ele para os EUA.
- Ir morar com você na Califórnia? – Questionei com a sobrancelha arqueada e uma dúvida no coração. Será que eu devo ir com ele? Eu não sou mais uma criança e ele, obviamente, não pode me obrigar a ir. O que eu faço? É tudo muito novo e repentino...
- Não precisa me responder agora. Eu vou voltar para os EUA amanhã, os outros da banda já foram, só o ficou comigo. – Neste momento, olhei para o que ainda tinha aquele sorriso sedutor nos lábios. E que lábios... – Eu vou deixar meu contato com você para irmos nos falando. E, quando você tiver uma decisão a respeito da minha proposta, você me diz, ok? – Sorriu ao fim da frase e beijou minha mão.
- Está bem, . Eu vou pensar. – Eu disse e sorri para ele. Dois dias depois eu tive alta do hospital.
Flashback off.
Capítulo 3
e já voltaram para os EUA, mas, antes de ir, deixou o material dele para que fizéssemos um exame de DNA, para comprovar nossa irmandade. O resultado sai em alguns dias. Retomei minha rotina como fotógrafa e gerente do estúdio. é minha assistente e melhor amiga. Lucas também trabalha comigo, é um dos fotógrafos da equipe de cinco que temos.
Os dias passaram rápido. Durante esse tempo, eu não tive notícias do Rodrigo, só sei que ele ficou bem após o acidente. Eu só quero distância dele mesmo.
Durante o intervalo de uma sessão de fotos, retomou o assunto que vem tomando conta de meus pensamentos desde que partiu.
- Quando vai falar com o sobre sua decisão? – Perguntou , curiosa como sempre.
- Que decisão? – Desconversei e sorri, sarcasticamente.
- Você sabe muito bem qual, . Não se finja de boba. – Ela disse e revirou os olhos. – Você sabe que o é seu irmão, já está com o resultado do DNA e já leu. Por que não liga para ele e diz que já saiu o resultado e diz também que você vai morar com ele nos EUA? – De fato, eu já havia pego o resultado do DNA há dois dias, mas menti para o dizendo que ainda não havia saído. Ele está angustiado pelo resultado, fico com pena de não lhe contar a verdade, mas é que eu não sei como dizer para ele que eu não me sentiria confortável em morar lá.
- Ah, ... – Suspirei, cansada – Não sei como falar para ele que é estranho eu ir morar com ele. Você precisava ver a empolgação dele ao me contar da proposta. – Suspirei novamente e sentei-me no chão, apoiando a câmera no colo. – O é muito legal, de fato, mas sei lá... Tenho medo do que me espera lá na Califórnia. – Confessei e ela me olhou confusa.
- Onde está a minha amiga corajosa que encara qualquer desafio por mais difícil que seja? ! – Ela disse tentando me encorajar. – Liga para ele. – Insistiu e eu olhei para o meu celular e ele me olhou de volta.
- Está bem. – Falei e disquei o número do . deu gritinhos de alegria e logo ficou em silêncio, quando a voz grave do saiu do meu telefone. Coloquei no viva-voz. – Oi, ! – Eu disse, empolgada.
- Hi, little sister! – Ah, ele é tão fofo. Que irmão que eu arrumei! O melhor. – Tudo bom? – diz que a voz do faz com que seu útero queira fecundar. Nossa, foi a pior frase que saiu da boca da minha amiga. Juro! Antes ela tivesse dito que a voz do lhe dá tesão. Seria mais fácil e menos nojento de se ouvir.
- Tudo sim. É... O resultado do DNA saiu. – Comecei a falar.
- And...
- Somos irmãos! – Confessei o óbvio para todos.
- Disso eu tinha plena certeza, maninha! – Pude sentir a felicidade dele. Enquanto ele falava, se abanava com as mãos e fazia uma cara de tesão muito incômoda para mim. Pedi para ela parar e ela riu. “Seu irmão é um tesão!” , ela sussurrou pra mim e eu revirei os olhos, rindo. – Então... Pensou na minha proposta? – E lá vem o assunto temido novamente.
- , eu...
- Antes de você responder, posso te falar algo? – Ele disse, interrompendo-me, eu disse que ele poderia falar e então ele continuou. – Não quero e nem vou te obrigar a vir morar comigo na Califórnia. Quero que sejamos irmãos de verdade, que estreitemos os laços e nos conheçamos melhor. Porém, isso pode acontecer se você ficar no Brasil também, sem problemas, ok? Eu dou um jeito de visitar você ou de te trazer para cá, enfim. Só quero que seja feliz e quero ter minha irmã próxima a mim, mesmo que de longe. – Ele falava e eu sorria a cada palavra. Suspirei e então eu disse.
- Confesso que estou com medo de ir morar com você. Ir para um país estranho, uma outra língua diferente da minha e, sem contar o fato, de ter que abandonar meu trabalho aqui no Brasil. – Sobre isso, ele disse que tem espaço para mim como fotógrafa da banda e produtora audiovisual também (apesar de não ser essa a minha formação). – Mas, eu também quero estreitar nossos laços como irmãos, por isso que eu decidi que vou pra Califórnia. Eu aceito sua proposta, ! – Imagino que agora ele está sorrindo de alegria. me olhava boquiaberta sem acreditar que eu realmente havia aceitado.
- Excelente, maninha! Muito bom ouvir isso! E olha só, caso se arrependa, ou sei lá, pode falar comigo, ok? Não tenha medo de mim. Sou grande, mas sou gente boa. – Ele riu da auto-zoação e eu também.
- Tudo bem, . – Eu ainda não consigo chamar ele de irmão.
Ficamos conversando mais um pouco, ele me disse que os caras estão animados em me conhecer, sua esposa e filhos também. Ainda é bastante estranho saber que tenho um irmão mais velho e que tenho dois sobrinhos crescidinhos já. Podem esperar meninos, a tia está chegando!
Viajo semana que vem. Como já tinha tomado a decisão, eu já tinha avisado aos sócios do estúdio sobre minha saída. Lucas assumirá meu lugar de gerente e será promovida à fotógrafa. Tudo que ela mais queria, afinal. Semana que vem, aliás, é meu aniversário. Um dia depois da minha chegada aos EUA. disse que irá me buscar no aeroporto. Estou bem nervosa com isso tudo.
Ainda bem que a semana passou rápido, pois não sei se aguentaria mais tempo esperando por essa viagem. Minhas malas estão prontas desde semana passada e meu material fotográfico também, claro que levarei ele comigo. Chegando lá na Califórnia, comprarei mais algumas coisinhas para dar um up no meu material, agora que serei produtora audiovisual de uma grande banda americana. Cheguei ao aeroporto e fui logo fazer check-in. Cheguei cedo, fiquei jogando no celular para passar o tempo. Queria conversar com a , mas, por algum motivo, ela não estava respondendo minhas mensagens nem ligações. também não me respondia e nem o . É, eu e estamos conversando desde que nos conhecemos há algumas semanas. Ele é um cara muito lindo e interessante. Estou doida para reencontrar ele. Ainda não tive o prazer de abraçá-lo e nem de sentir seu cheiro de perto...
Enquanto caminhava na fila para embarcar, eu ouvi gritos e eu sabia muito bem de quem era aquela voz.
- ? – Virei para trás e vi correndo, com uma mala de rodinhas sendo arrastada pelo chão e uma mochila nas costas, que balançava tanto que eu achei que fosse se desprender das costas dela. Confesso que foi uma cena imensamente engraçada. – O que faz aqui, sua louca? – Questionei assim que ela se aproximou. Eu era a última da fila de embarque (me distraí enquanto jogava =P).
- ! Eu ia te... Avisar, mas... Eu queria fazer... Uma surpresa. – Ela disse, ofegante.
- Estou realmente surpresa em te ver aqui com todas essas malas. Não me diga que vai pra Califórnia comigo? – Perguntei o óbvio.
- Claro! – Respondeu, com a voz mais controlada e continuou: - Sei que está nervosa com a viagem, então resolvi abdicar da vaga de fotógrafa no estúdio e viajar para os EUA com a minha amiga linda. Estou aqui para te ajudar, amor! – Ela disse, empolgada. Eu apenas sorri.
- Obrigada, amiga, te amo! – Abracei ela e nossa atenção foi chamada pela moça que recolhia as passagens. Entregamo-as e fomos para o avião. Sentamos em nossas cadeiras, que eram na mesma fileira, e nos acomodamos. Aposto que quando pedi para ela comprar a minha passagem, ela comprou a dela junto. Por isso, estamos na mesma fileira.
- Hum... e cheio de corações nas mensagens. Nossa, que amorzinhos vocês! – Ela disse ao ver a minha conversa com o no meu celular. Eu mandava uma mensagem para ele dizendo que eu já havia embarcado.
- Cala a boca, ! Ele é apenas meu amigo, ok? – Ela me olhou com os olhos semicerrados e a boca torcida num bico engraçado.
- Sei. Quero amizades assim na Califórnia também. – Respondeu, maliciosa.
- Então, é por isso que vai comigo? Para paquerar os gringos?
- Amor, nós que seremos as gringas lá, ok? Quero praticar meu inglês com os californianos e seus corpos maravilhosos! – Ela disse, se abanando com as mãos e eu apenas ri de toda situação.
A viagem foi longa. Perdi a conta de quantas horas são de São Paulo até a Califórnia, Long Beach, mais precisamente. Descemos no aeroporto de Long Beach, que fica próximo à cidade de Huntington Beach, que é onde o e os outros moram. E onde irei morar daqui para frente. Agora que a veio comigo, não irei deixá-la sozinha por aí. Vou falar com o para alugarmos uma casa ou apartamento perto dele, assim, a não precisa ficar sozinha. Ela foi tão gentil de vir comigo, apesar dela ser uma tarada que só quer saber dos boys daqui. Mas, não posso condenar ela, tem cada cara maravilhoso aqui...
Catamos nossas malas e caminhamos até a saída do aeroporto. Tentei ligar para o , mas meu celular não funciona aqui. Ótimo. Esqueci deste detalhe. Roubei o wi-fi do aeroporto e mandei mensagem para o . Logo ele me respondeu, dizendo que estava na entrada principal, ele havia acabado de chegar.
- Que visão do paraíso! – Disse , abaixando seus óculos escuros e fazendo uma cara de pervertida. Olhei na mesma direção que ela e pude ver meu irmão, o e mais um cara ao seu lado. – Quem é aquele junto do seu irmão e do ? Esse é novo. Gostei dele.
- Sei lá, mas logo saberemos... Se comporta! – Eu disse e logo os caras se aproximaram de nós. – Hello, boys! – Cumprimentei eles empolgada.
- My sister! – me deu um abraço apertado. Logo eu sumi no peitoral dele, me senti sufocada (num bom sentido) pelo cheiro dele e por seu abraço. Nossa, se ele não fosse meu irmão... enfim, ignorem. – Fizeram boa viagem?
- Sim, fizemos sim. – Eu sorri e logo pigarreou para que eu a apresentasse. Revirei os olhos, por causa da pressa dela. Afobada. – Pessoal, essa é a , minha melhor amiga. Ela veio trabalhar comigo na produção. – Todos a cumprimentaram e se apresentaram.
- Prazer, . – Ah, o está extremamente lindo hoje.
- . – Este é o novato que a disse que gostou. Ele é realmente bem bonito. Tem cara de malandro o rapaz. Eu ri internamente da minha própria observação.
- Ajudamos vocês com as malas. – Disse .
explicou que vamos para Huntington de carro, não é tão longe. Somos em cinco, as malas foram no porta-malas e nós nos apertamos dentro do carro do . Não me acostumei ainda a chamá-lo de meu irmão, ok? Se acalmem! foi dirigindo, enquanto ia no carona. , e eu fomos atrás. e parecem estar se entendendo, já trocaram telefones e o braço dele está repousado no ombro dela. Estou me sentindo um castiçal aqui. Help! No caminho, foi conversando comigo, ele percebeu meu desconforto ali atrás, por estar segurando vela. Finalmente chegamos na cidade e fomos direto para a casa do . Chegando lá, a esposa dele já nos aguardava do lado de fora da casa, com as crianças. Desci do carro e foi logo nos apresentar, enquanto e os outros descarregavam o carro.
- Amor! – Disse , dando um beijo da esposa. – Esta é minha irmã, , mas pode chamá-la de . – Quem te disse que pode, ? Sorri para ela que sorriu de volta.
- Valary, prazer, . – Ela disse seu nome e apertou minha mão, mas logo me deu um abraço. – Estes são River – apontou para o mais velho que estava me olhando como se eu fosse um ET – e Cash. – Apontou para o menor que estava agarrado nas pernas do .
- Olá, meninos. – Sorri para eles, o mais novo sorriu de volta e acenou para mim. Já é um avanço.
- É a tia de vocês, dêem “oi” para ela. – Repreendeu , enquanto carregava Cash no colo. O pequeno me deu um beijo no rosto e um abraço. – Sua vez, River. – Ele resistiu um pouco, mas logo me deu um abraço nas pernas e um “oi” tímido junto com um sorriso.
Apresentações feitas, todos entramos e já tinha um almoço preparado para nós. Com a fome que estou sentindo, comeria toda a mesa! Após o almoço, e Valary me mostraram a casa e o quarto onde ficarei junto com a . Eles não se importam dela ficar comigo, na verdade, parece que a malandrinha da já havia comentado com o que viria, então, eles separaram um quarto de hóspedes que tem duas camas para nós. Essa ... Sempre aprontando. Se eu pudesse traria o Lucas para ficar aqui com a gente, mas, quem sabe quando eu tiver condições de morar num apartamento só meu, né? Aí sim, poderia trazer o Lucas também.
Bom, amanhã é meu aniversário e o já me adiantou que está preparando uma surpresa para mim. Aposto que é uma festa. O óbvio, né?
Depois de amanhã, e eu iremos ao estúdio onde os meninos gravam e ensaiam para conhecer a equipe toda. Já conhecemos todos os integrantes da banda, eles são bem legais e engraçados. Sempre zoando um ao outro. está toda apaixonadinha pelo . Agora ela está deitada na cama, conversando com ele pelo Skype do celular. E eu estou aqui em minha cama pensando no giro que minha vida deu, de repente. Literalmente, eu dormi sendo gerente de um estúdio fotográfico famoso em São Paulo, com os pais recentemente falecidos e com um ex namorado babaca que me perseguia; e agora, eu acordei descobrindo que tenho um irmão dez anos mais velho que eu, com dois filhos e agora estou morando na Califórnia, EUA, sendo produtora audiovisual da banda do meu irmão. Isso é uma loucura! Não processei direito tudo isso.
Já deu meia-noite, então: feliz aniversário para mim! 28 anos nas costas, wow! Que vida estou tendo. Não me arrependo de nada que tenha feito até hoje. Quer dizer, me arrependo de ter dado bola para o Rodrigo e deixado aquele namoro durar tanto tempo. Mas, enfim, hoje é um dia feliz!
A primeira mensagem que recebi foi do , ele me mandou um texto enorme que dizia que ele estava feliz em me conhecer e me desejando muita saúde e felicidade em minha vida; e amor, muito amor. É estranho isso, pois eu não sei a sensação de me sentir amada por um homem. Bem, sem contar o meu pai, né? Mas, acho que não conta tanto, pois ele era meu pai. É estranho também, pois eu tenho dois pais: um espanhol, que me acolheu como sua filha mesmo eu não sendo, e um pai americano que eu nunca conheci. Queria ter sido encontrada antes dele falecer. me disse que começou a me procurar assim que o pai dele, quer dizer, o nosso pai, lhe contou que eu existia. Infelizmente, não deu tempo dele me conhecer e nem eu a ele.
também me mandou uma mensagem de feliz aniversário. Lucas foi o terceiro, em menos de dez minutos. Rodrigo também mandou uma, mas eu logo bloqueei. Aff, ele nem deve saber onde estou e que ele nunca saiba. E, se souber, que não venha me perturbar. Quero que me esqueça!
De manhã, fui acordada pelos meus sobrinhos, minha cunhada, o e a com vários balões e muitos abraços e beijos. Nossa! Nunca tinha recebido esse carinho todo. está realmente se esforçando para que eu me sinta acolhida na casa dele. Fomos todos comer, tomei banho e fui me arrumar. disse que faremos um passeio na praia. Adorei! Quero conhecer como é a praia aqui, pois, no Brasil, as praias são diferentes em cada cidade, a depender do estado. Aqui, então, é pior, pois o bloco de areia é longo até chegar na água. Na minha cidade natal, Salvador, são pouquíssimas as praias assim e, nem assim, se comparam às demais praias do Brasil. Enfim, fomos para a praia e tivemos um dia bem interessante. As crianças ficaram brincando na areia, enquanto nós conversávamos. De repente, senti um arrepio pelo corpo e um calor no pescoço.
- Me atrasei, mas cheguei! – Disse , após ter me dado um beijo quente no pescoço. o olhou com cara feia. Ciúme de irmão, já?
- Oi, . – Falei, o cumprimentando. Ele me puxou, me fazendo levantar e abraçá-lo.
- Feliz aniversário, ! – Me deu outro beijo no pescoço.
- Hey, hey, hey, hey! – Disse , levantando-se e me puxando para ele. – Menos, . – Repreendeu , fazendo o rir.
- Não seja ciumento, , só estou desejando feliz aniversário para sua irmã. – Ele sorriu, galante.
- Já contou para ela sobre sua namorada? – Agora entendi o motivo do ataque do .
- Você tem namorada, ? – Perguntei com um nó na garganta. Droga, eu estava começando a gostar dele. Que decepção...
- Ela não é minha namorada. Já terminamos há meses e você sabe disso, . – Disse , num tom ofendido.
- Sei. – disse e revirou os olhos, voltando a se sentar. O clima ficou meio estranho depois disso.
- Posso? – Perguntou , perguntando se podia sentar-se ao meu lado.
- Pode. – Eu disse e ele então, se sentou. Alguns minutos depois...
- Você acredita que eu não estou namorando, né? Não tenho ninguém, eu juro. Estou falando sério quando digo aquelas coisas para você. De verdade. – Ele se referia às declarações que me disse durante esse tempo que estamos nos comunicando.
- Acho que acredito sim... Vamos com calma, . Não quero confusão. Eu já sofri demais... – Eu disse, segurando minhas mãos cruzadas embaixo das minhas pernas, como eu sempre fazia quando estava nervosa. Ele sorriu, pôs a mão em meu ombro e aproximou-se do meu ouvido.
- Eu gosto de você, de verdade. Gosto muito. – Sussurrou em meu ouvido e meu corpo arrepiou-se. Ele sorriu vitorioso e deu um beijo em minha orelha. – Quer nadar? – Perguntou.
- Eu não sei nadar, mas posso ficar na beirada. Tenho medo de ir mais fundo e não conseguir voltar. – Falei, sinceramente. [n/a: isso é real, pois eu realmente não sei nadar e quando entro na água, fico na beiradinha ou, senão, onde dá pé. Kkkkkk tenho maior medo de me afogar]
- Vem, eu te protejo lá e te ensino a nadar. – Ele disse, levantando-se e estendendo o braço. Segurei em sua mão e levantei. Já na água, ele me ensinou algumas coisas. Primeira lição: como boiar. – Está indo bem, . Qualquer coisa, eu estou te segurando aqui embaixo. Não se preocupe. – A água entrando em meu ouvido já não me incomodava mais, mas aquela sensação de que irei me afogar a qualquer deslize ainda era presente em mim. Era isso que me fazia desistir de tentar nadar, sempre.
- Nossa, melhor parar. Estou ficando tonta de ficar assim. – Ele sorriu e eu fiquei envergonhada por não saber nadar tendo a idade que tenho. Ah, aliás o tem quase a mesma idade do meu irmão. É a primeira vez que falo isso. É, está crescendo um amor de irmã aqui no meu coração.
e eu voltamos para a areia e voltamos a beber e conversar. O clima voltou a ficar tranquilo. Mais tarde, já em casa, fizemos uma reunião com todos para comemorar meu aniversário. Realmente, só faltou o Lucas aqui para tudo ficar perfeito.
Depois da festinha, todos voltaram para casa. e ainda conversavam mais um pouco, na varanda da casa, enquanto Valary cuidava das crianças, que já estavam dormindo. veio até meu quarto e bateu na porta que estava meio aberta.
- Posso entrar? – Ele disse com sua presença imponente e majestosa. Realmente, o meu irmão é muito alto e forte.
- Pode, claro, a casa é sua. – Sorri para ele e me ajeitei na cama. – Senta aí. – Bati no colchão, indicando para que ele se sentasse ao meu lado na cama. – Obrigada pelo dia, foi maravilhoso! – Agradeci pela festa e pelo passeio que fizemos hoje.
- Por nada, maninha, quero que se sinta à vontade e bem, aqui. – Ele sorriu e segurou minha mão, depositando um beijo dela. – Posso te fazer uma pergunta? – Ele disse, sem mais cerimônias. Desde mais cedo, na praia, que eu percebi que ele quer me perguntar algo.
- Fala.
- Você gosta do ? – Questionou ainda segurando minha mão.
- Eu não sei bem, acho que gosto. Estamos conversando desde que nos conhecemos.
- Já se beijaram?
- Não. Por quê? Ele tem namorada mesmo?
- Dizendo ele que terminou, mas não confia cegamente nele, ok? Pelo menos, não assim tão rápido. – Ele disse num tom preocupado. E eu questionei o motivo pelo qual não devo confiar nele, além do fato dele ser homem. – O é mulherengo, sempre foi. Você pode se magoar com ele.
- Mas, isso pode acontecer com qualquer um, até com o mais certinho dos homens.
- Isso é, mas eu nunca vi o se apaixonar de verdade, conheço ele desde a adolescência, então, eu sei o que estou falando. – Ele sorriu novamente e virou-se de frente para mim, fixando seu olhar no meu. – Então, se você gosta mesmo dele, espera ele demonstrar, dá um tempo para que não se arrependa depois e acabe se magoando. Não quero te ver sofrendo, ainda mais por causa do .
- Vou tomar cuidado, irmão. Obrigada pela preocupação. – Chamei ele de irmão e isso foi melhor do que um eu te amo para ele.
- Me chamou de irmão, que maravilhoso ouvir isso! – Ele me deu um abraço forte. Ah, esse abraço que eu já amo tanto. – Te amo demais, irmãzinha!
- Eu já tenho um sentimento muito grande por você, . Enorme! – Eu disse sinceramente e ele me deu um beijo na testa.
Conversamos mais sobre o . Ele me contou das aventuras que teve ao lado do quando eram mais novos. Rimos bastante. Duas horas depois, aparece no quarto e nos vê conversando. Logo, sai do quarto e vai dormir, já era tarde e no dia seguinte já tínhamos trabalho para fazer. Daqui a três meses a banda fará um grande show de onde tirarão imagens para o DVD deles, ao vivo. Como serei a produtora audiovisual, então, preciso ficar à par de tudo para a gravação do DVD. Quero que saia tudo perfeito e que os caras tenham orgulho do meu trabalho. Que não se arrependam de ter me trazido para a produção da banda.
Os dias passaram rápido. Durante esse tempo, eu não tive notícias do Rodrigo, só sei que ele ficou bem após o acidente. Eu só quero distância dele mesmo.
Durante o intervalo de uma sessão de fotos, retomou o assunto que vem tomando conta de meus pensamentos desde que partiu.
- Quando vai falar com o sobre sua decisão? – Perguntou , curiosa como sempre.
- Que decisão? – Desconversei e sorri, sarcasticamente.
- Você sabe muito bem qual, . Não se finja de boba. – Ela disse e revirou os olhos. – Você sabe que o é seu irmão, já está com o resultado do DNA e já leu. Por que não liga para ele e diz que já saiu o resultado e diz também que você vai morar com ele nos EUA? – De fato, eu já havia pego o resultado do DNA há dois dias, mas menti para o dizendo que ainda não havia saído. Ele está angustiado pelo resultado, fico com pena de não lhe contar a verdade, mas é que eu não sei como dizer para ele que eu não me sentiria confortável em morar lá.
- Ah, ... – Suspirei, cansada – Não sei como falar para ele que é estranho eu ir morar com ele. Você precisava ver a empolgação dele ao me contar da proposta. – Suspirei novamente e sentei-me no chão, apoiando a câmera no colo. – O é muito legal, de fato, mas sei lá... Tenho medo do que me espera lá na Califórnia. – Confessei e ela me olhou confusa.
- Onde está a minha amiga corajosa que encara qualquer desafio por mais difícil que seja? ! – Ela disse tentando me encorajar. – Liga para ele. – Insistiu e eu olhei para o meu celular e ele me olhou de volta.
- Está bem. – Falei e disquei o número do . deu gritinhos de alegria e logo ficou em silêncio, quando a voz grave do saiu do meu telefone. Coloquei no viva-voz. – Oi, ! – Eu disse, empolgada.
- Hi, little sister! – Ah, ele é tão fofo. Que irmão que eu arrumei! O melhor. – Tudo bom? – diz que a voz do faz com que seu útero queira fecundar. Nossa, foi a pior frase que saiu da boca da minha amiga. Juro! Antes ela tivesse dito que a voz do lhe dá tesão. Seria mais fácil e menos nojento de se ouvir.
- Tudo sim. É... O resultado do DNA saiu. – Comecei a falar.
- And...
- Somos irmãos! – Confessei o óbvio para todos.
- Disso eu tinha plena certeza, maninha! – Pude sentir a felicidade dele. Enquanto ele falava, se abanava com as mãos e fazia uma cara de tesão muito incômoda para mim. Pedi para ela parar e ela riu. “Seu irmão é um tesão!” , ela sussurrou pra mim e eu revirei os olhos, rindo. – Então... Pensou na minha proposta? – E lá vem o assunto temido novamente.
- , eu...
- Antes de você responder, posso te falar algo? – Ele disse, interrompendo-me, eu disse que ele poderia falar e então ele continuou. – Não quero e nem vou te obrigar a vir morar comigo na Califórnia. Quero que sejamos irmãos de verdade, que estreitemos os laços e nos conheçamos melhor. Porém, isso pode acontecer se você ficar no Brasil também, sem problemas, ok? Eu dou um jeito de visitar você ou de te trazer para cá, enfim. Só quero que seja feliz e quero ter minha irmã próxima a mim, mesmo que de longe. – Ele falava e eu sorria a cada palavra. Suspirei e então eu disse.
- Confesso que estou com medo de ir morar com você. Ir para um país estranho, uma outra língua diferente da minha e, sem contar o fato, de ter que abandonar meu trabalho aqui no Brasil. – Sobre isso, ele disse que tem espaço para mim como fotógrafa da banda e produtora audiovisual também (apesar de não ser essa a minha formação). – Mas, eu também quero estreitar nossos laços como irmãos, por isso que eu decidi que vou pra Califórnia. Eu aceito sua proposta, ! – Imagino que agora ele está sorrindo de alegria. me olhava boquiaberta sem acreditar que eu realmente havia aceitado.
- Excelente, maninha! Muito bom ouvir isso! E olha só, caso se arrependa, ou sei lá, pode falar comigo, ok? Não tenha medo de mim. Sou grande, mas sou gente boa. – Ele riu da auto-zoação e eu também.
- Tudo bem, . – Eu ainda não consigo chamar ele de irmão.
Ficamos conversando mais um pouco, ele me disse que os caras estão animados em me conhecer, sua esposa e filhos também. Ainda é bastante estranho saber que tenho um irmão mais velho e que tenho dois sobrinhos crescidinhos já. Podem esperar meninos, a tia está chegando!
Viajo semana que vem. Como já tinha tomado a decisão, eu já tinha avisado aos sócios do estúdio sobre minha saída. Lucas assumirá meu lugar de gerente e será promovida à fotógrafa. Tudo que ela mais queria, afinal. Semana que vem, aliás, é meu aniversário. Um dia depois da minha chegada aos EUA. disse que irá me buscar no aeroporto. Estou bem nervosa com isso tudo.
Ainda bem que a semana passou rápido, pois não sei se aguentaria mais tempo esperando por essa viagem. Minhas malas estão prontas desde semana passada e meu material fotográfico também, claro que levarei ele comigo. Chegando lá na Califórnia, comprarei mais algumas coisinhas para dar um up no meu material, agora que serei produtora audiovisual de uma grande banda americana. Cheguei ao aeroporto e fui logo fazer check-in. Cheguei cedo, fiquei jogando no celular para passar o tempo. Queria conversar com a , mas, por algum motivo, ela não estava respondendo minhas mensagens nem ligações. também não me respondia e nem o . É, eu e estamos conversando desde que nos conhecemos há algumas semanas. Ele é um cara muito lindo e interessante. Estou doida para reencontrar ele. Ainda não tive o prazer de abraçá-lo e nem de sentir seu cheiro de perto...
Enquanto caminhava na fila para embarcar, eu ouvi gritos e eu sabia muito bem de quem era aquela voz.
- ? – Virei para trás e vi correndo, com uma mala de rodinhas sendo arrastada pelo chão e uma mochila nas costas, que balançava tanto que eu achei que fosse se desprender das costas dela. Confesso que foi uma cena imensamente engraçada. – O que faz aqui, sua louca? – Questionei assim que ela se aproximou. Eu era a última da fila de embarque (me distraí enquanto jogava =P).
- ! Eu ia te... Avisar, mas... Eu queria fazer... Uma surpresa. – Ela disse, ofegante.
- Estou realmente surpresa em te ver aqui com todas essas malas. Não me diga que vai pra Califórnia comigo? – Perguntei o óbvio.
- Claro! – Respondeu, com a voz mais controlada e continuou: - Sei que está nervosa com a viagem, então resolvi abdicar da vaga de fotógrafa no estúdio e viajar para os EUA com a minha amiga linda. Estou aqui para te ajudar, amor! – Ela disse, empolgada. Eu apenas sorri.
- Obrigada, amiga, te amo! – Abracei ela e nossa atenção foi chamada pela moça que recolhia as passagens. Entregamo-as e fomos para o avião. Sentamos em nossas cadeiras, que eram na mesma fileira, e nos acomodamos. Aposto que quando pedi para ela comprar a minha passagem, ela comprou a dela junto. Por isso, estamos na mesma fileira.
- Hum... e cheio de corações nas mensagens. Nossa, que amorzinhos vocês! – Ela disse ao ver a minha conversa com o no meu celular. Eu mandava uma mensagem para ele dizendo que eu já havia embarcado.
- Cala a boca, ! Ele é apenas meu amigo, ok? – Ela me olhou com os olhos semicerrados e a boca torcida num bico engraçado.
- Sei. Quero amizades assim na Califórnia também. – Respondeu, maliciosa.
- Então, é por isso que vai comigo? Para paquerar os gringos?
- Amor, nós que seremos as gringas lá, ok? Quero praticar meu inglês com os californianos e seus corpos maravilhosos! – Ela disse, se abanando com as mãos e eu apenas ri de toda situação.
A viagem foi longa. Perdi a conta de quantas horas são de São Paulo até a Califórnia, Long Beach, mais precisamente. Descemos no aeroporto de Long Beach, que fica próximo à cidade de Huntington Beach, que é onde o e os outros moram. E onde irei morar daqui para frente. Agora que a veio comigo, não irei deixá-la sozinha por aí. Vou falar com o para alugarmos uma casa ou apartamento perto dele, assim, a não precisa ficar sozinha. Ela foi tão gentil de vir comigo, apesar dela ser uma tarada que só quer saber dos boys daqui. Mas, não posso condenar ela, tem cada cara maravilhoso aqui...
Catamos nossas malas e caminhamos até a saída do aeroporto. Tentei ligar para o , mas meu celular não funciona aqui. Ótimo. Esqueci deste detalhe. Roubei o wi-fi do aeroporto e mandei mensagem para o . Logo ele me respondeu, dizendo que estava na entrada principal, ele havia acabado de chegar.
- Que visão do paraíso! – Disse , abaixando seus óculos escuros e fazendo uma cara de pervertida. Olhei na mesma direção que ela e pude ver meu irmão, o e mais um cara ao seu lado. – Quem é aquele junto do seu irmão e do ? Esse é novo. Gostei dele.
- Sei lá, mas logo saberemos... Se comporta! – Eu disse e logo os caras se aproximaram de nós. – Hello, boys! – Cumprimentei eles empolgada.
- My sister! – me deu um abraço apertado. Logo eu sumi no peitoral dele, me senti sufocada (num bom sentido) pelo cheiro dele e por seu abraço. Nossa, se ele não fosse meu irmão... enfim, ignorem. – Fizeram boa viagem?
- Sim, fizemos sim. – Eu sorri e logo pigarreou para que eu a apresentasse. Revirei os olhos, por causa da pressa dela. Afobada. – Pessoal, essa é a , minha melhor amiga. Ela veio trabalhar comigo na produção. – Todos a cumprimentaram e se apresentaram.
- Prazer, . – Ah, o está extremamente lindo hoje.
- . – Este é o novato que a disse que gostou. Ele é realmente bem bonito. Tem cara de malandro o rapaz. Eu ri internamente da minha própria observação.
- Ajudamos vocês com as malas. – Disse .
explicou que vamos para Huntington de carro, não é tão longe. Somos em cinco, as malas foram no porta-malas e nós nos apertamos dentro do carro do . Não me acostumei ainda a chamá-lo de meu irmão, ok? Se acalmem! foi dirigindo, enquanto ia no carona. , e eu fomos atrás. e parecem estar se entendendo, já trocaram telefones e o braço dele está repousado no ombro dela. Estou me sentindo um castiçal aqui. Help! No caminho, foi conversando comigo, ele percebeu meu desconforto ali atrás, por estar segurando vela. Finalmente chegamos na cidade e fomos direto para a casa do . Chegando lá, a esposa dele já nos aguardava do lado de fora da casa, com as crianças. Desci do carro e foi logo nos apresentar, enquanto e os outros descarregavam o carro.
- Amor! – Disse , dando um beijo da esposa. – Esta é minha irmã, , mas pode chamá-la de . – Quem te disse que pode, ? Sorri para ela que sorriu de volta.
- Valary, prazer, . – Ela disse seu nome e apertou minha mão, mas logo me deu um abraço. – Estes são River – apontou para o mais velho que estava me olhando como se eu fosse um ET – e Cash. – Apontou para o menor que estava agarrado nas pernas do .
- Olá, meninos. – Sorri para eles, o mais novo sorriu de volta e acenou para mim. Já é um avanço.
- É a tia de vocês, dêem “oi” para ela. – Repreendeu , enquanto carregava Cash no colo. O pequeno me deu um beijo no rosto e um abraço. – Sua vez, River. – Ele resistiu um pouco, mas logo me deu um abraço nas pernas e um “oi” tímido junto com um sorriso.
Apresentações feitas, todos entramos e já tinha um almoço preparado para nós. Com a fome que estou sentindo, comeria toda a mesa! Após o almoço, e Valary me mostraram a casa e o quarto onde ficarei junto com a . Eles não se importam dela ficar comigo, na verdade, parece que a malandrinha da já havia comentado com o que viria, então, eles separaram um quarto de hóspedes que tem duas camas para nós. Essa ... Sempre aprontando. Se eu pudesse traria o Lucas para ficar aqui com a gente, mas, quem sabe quando eu tiver condições de morar num apartamento só meu, né? Aí sim, poderia trazer o Lucas também.
Bom, amanhã é meu aniversário e o já me adiantou que está preparando uma surpresa para mim. Aposto que é uma festa. O óbvio, né?
Depois de amanhã, e eu iremos ao estúdio onde os meninos gravam e ensaiam para conhecer a equipe toda. Já conhecemos todos os integrantes da banda, eles são bem legais e engraçados. Sempre zoando um ao outro. está toda apaixonadinha pelo . Agora ela está deitada na cama, conversando com ele pelo Skype do celular. E eu estou aqui em minha cama pensando no giro que minha vida deu, de repente. Literalmente, eu dormi sendo gerente de um estúdio fotográfico famoso em São Paulo, com os pais recentemente falecidos e com um ex namorado babaca que me perseguia; e agora, eu acordei descobrindo que tenho um irmão dez anos mais velho que eu, com dois filhos e agora estou morando na Califórnia, EUA, sendo produtora audiovisual da banda do meu irmão. Isso é uma loucura! Não processei direito tudo isso.
Já deu meia-noite, então: feliz aniversário para mim! 28 anos nas costas, wow! Que vida estou tendo. Não me arrependo de nada que tenha feito até hoje. Quer dizer, me arrependo de ter dado bola para o Rodrigo e deixado aquele namoro durar tanto tempo. Mas, enfim, hoje é um dia feliz!
A primeira mensagem que recebi foi do , ele me mandou um texto enorme que dizia que ele estava feliz em me conhecer e me desejando muita saúde e felicidade em minha vida; e amor, muito amor. É estranho isso, pois eu não sei a sensação de me sentir amada por um homem. Bem, sem contar o meu pai, né? Mas, acho que não conta tanto, pois ele era meu pai. É estranho também, pois eu tenho dois pais: um espanhol, que me acolheu como sua filha mesmo eu não sendo, e um pai americano que eu nunca conheci. Queria ter sido encontrada antes dele falecer. me disse que começou a me procurar assim que o pai dele, quer dizer, o nosso pai, lhe contou que eu existia. Infelizmente, não deu tempo dele me conhecer e nem eu a ele.
também me mandou uma mensagem de feliz aniversário. Lucas foi o terceiro, em menos de dez minutos. Rodrigo também mandou uma, mas eu logo bloqueei. Aff, ele nem deve saber onde estou e que ele nunca saiba. E, se souber, que não venha me perturbar. Quero que me esqueça!
De manhã, fui acordada pelos meus sobrinhos, minha cunhada, o e a com vários balões e muitos abraços e beijos. Nossa! Nunca tinha recebido esse carinho todo. está realmente se esforçando para que eu me sinta acolhida na casa dele. Fomos todos comer, tomei banho e fui me arrumar. disse que faremos um passeio na praia. Adorei! Quero conhecer como é a praia aqui, pois, no Brasil, as praias são diferentes em cada cidade, a depender do estado. Aqui, então, é pior, pois o bloco de areia é longo até chegar na água. Na minha cidade natal, Salvador, são pouquíssimas as praias assim e, nem assim, se comparam às demais praias do Brasil. Enfim, fomos para a praia e tivemos um dia bem interessante. As crianças ficaram brincando na areia, enquanto nós conversávamos. De repente, senti um arrepio pelo corpo e um calor no pescoço.
- Me atrasei, mas cheguei! – Disse , após ter me dado um beijo quente no pescoço. o olhou com cara feia. Ciúme de irmão, já?
- Oi, . – Falei, o cumprimentando. Ele me puxou, me fazendo levantar e abraçá-lo.
- Feliz aniversário, ! – Me deu outro beijo no pescoço.
- Hey, hey, hey, hey! – Disse , levantando-se e me puxando para ele. – Menos, . – Repreendeu , fazendo o rir.
- Não seja ciumento, , só estou desejando feliz aniversário para sua irmã. – Ele sorriu, galante.
- Já contou para ela sobre sua namorada? – Agora entendi o motivo do ataque do .
- Você tem namorada, ? – Perguntei com um nó na garganta. Droga, eu estava começando a gostar dele. Que decepção...
- Ela não é minha namorada. Já terminamos há meses e você sabe disso, . – Disse , num tom ofendido.
- Sei. – disse e revirou os olhos, voltando a se sentar. O clima ficou meio estranho depois disso.
- Posso? – Perguntou , perguntando se podia sentar-se ao meu lado.
- Pode. – Eu disse e ele então, se sentou. Alguns minutos depois...
- Você acredita que eu não estou namorando, né? Não tenho ninguém, eu juro. Estou falando sério quando digo aquelas coisas para você. De verdade. – Ele se referia às declarações que me disse durante esse tempo que estamos nos comunicando.
- Acho que acredito sim... Vamos com calma, . Não quero confusão. Eu já sofri demais... – Eu disse, segurando minhas mãos cruzadas embaixo das minhas pernas, como eu sempre fazia quando estava nervosa. Ele sorriu, pôs a mão em meu ombro e aproximou-se do meu ouvido.
- Eu gosto de você, de verdade. Gosto muito. – Sussurrou em meu ouvido e meu corpo arrepiou-se. Ele sorriu vitorioso e deu um beijo em minha orelha. – Quer nadar? – Perguntou.
- Eu não sei nadar, mas posso ficar na beirada. Tenho medo de ir mais fundo e não conseguir voltar. – Falei, sinceramente. [n/a: isso é real, pois eu realmente não sei nadar e quando entro na água, fico na beiradinha ou, senão, onde dá pé. Kkkkkk tenho maior medo de me afogar]
- Vem, eu te protejo lá e te ensino a nadar. – Ele disse, levantando-se e estendendo o braço. Segurei em sua mão e levantei. Já na água, ele me ensinou algumas coisas. Primeira lição: como boiar. – Está indo bem, . Qualquer coisa, eu estou te segurando aqui embaixo. Não se preocupe. – A água entrando em meu ouvido já não me incomodava mais, mas aquela sensação de que irei me afogar a qualquer deslize ainda era presente em mim. Era isso que me fazia desistir de tentar nadar, sempre.
- Nossa, melhor parar. Estou ficando tonta de ficar assim. – Ele sorriu e eu fiquei envergonhada por não saber nadar tendo a idade que tenho. Ah, aliás o tem quase a mesma idade do meu irmão. É a primeira vez que falo isso. É, está crescendo um amor de irmã aqui no meu coração.
e eu voltamos para a areia e voltamos a beber e conversar. O clima voltou a ficar tranquilo. Mais tarde, já em casa, fizemos uma reunião com todos para comemorar meu aniversário. Realmente, só faltou o Lucas aqui para tudo ficar perfeito.
Depois da festinha, todos voltaram para casa. e ainda conversavam mais um pouco, na varanda da casa, enquanto Valary cuidava das crianças, que já estavam dormindo. veio até meu quarto e bateu na porta que estava meio aberta.
- Posso entrar? – Ele disse com sua presença imponente e majestosa. Realmente, o meu irmão é muito alto e forte.
- Pode, claro, a casa é sua. – Sorri para ele e me ajeitei na cama. – Senta aí. – Bati no colchão, indicando para que ele se sentasse ao meu lado na cama. – Obrigada pelo dia, foi maravilhoso! – Agradeci pela festa e pelo passeio que fizemos hoje.
- Por nada, maninha, quero que se sinta à vontade e bem, aqui. – Ele sorriu e segurou minha mão, depositando um beijo dela. – Posso te fazer uma pergunta? – Ele disse, sem mais cerimônias. Desde mais cedo, na praia, que eu percebi que ele quer me perguntar algo.
- Fala.
- Você gosta do ? – Questionou ainda segurando minha mão.
- Eu não sei bem, acho que gosto. Estamos conversando desde que nos conhecemos.
- Já se beijaram?
- Não. Por quê? Ele tem namorada mesmo?
- Dizendo ele que terminou, mas não confia cegamente nele, ok? Pelo menos, não assim tão rápido. – Ele disse num tom preocupado. E eu questionei o motivo pelo qual não devo confiar nele, além do fato dele ser homem. – O é mulherengo, sempre foi. Você pode se magoar com ele.
- Mas, isso pode acontecer com qualquer um, até com o mais certinho dos homens.
- Isso é, mas eu nunca vi o se apaixonar de verdade, conheço ele desde a adolescência, então, eu sei o que estou falando. – Ele sorriu novamente e virou-se de frente para mim, fixando seu olhar no meu. – Então, se você gosta mesmo dele, espera ele demonstrar, dá um tempo para que não se arrependa depois e acabe se magoando. Não quero te ver sofrendo, ainda mais por causa do .
- Vou tomar cuidado, irmão. Obrigada pela preocupação. – Chamei ele de irmão e isso foi melhor do que um eu te amo para ele.
- Me chamou de irmão, que maravilhoso ouvir isso! – Ele me deu um abraço forte. Ah, esse abraço que eu já amo tanto. – Te amo demais, irmãzinha!
- Eu já tenho um sentimento muito grande por você, . Enorme! – Eu disse sinceramente e ele me deu um beijo na testa.
Conversamos mais sobre o . Ele me contou das aventuras que teve ao lado do quando eram mais novos. Rimos bastante. Duas horas depois, aparece no quarto e nos vê conversando. Logo, sai do quarto e vai dormir, já era tarde e no dia seguinte já tínhamos trabalho para fazer. Daqui a três meses a banda fará um grande show de onde tirarão imagens para o DVD deles, ao vivo. Como serei a produtora audiovisual, então, preciso ficar à par de tudo para a gravação do DVD. Quero que saia tudo perfeito e que os caras tenham orgulho do meu trabalho. Que não se arrependam de ter me trazido para a produção da banda.
Capítulo 4
Já era manhã na Califórnia, acordamos cedo, e eu, e nos arrumamos para ir ao estúdio. também acordou cedo e rapidamente estávamos a caminho do estúdio dos meninos. Todos já estavam lá nos aguardando. nos apresentou para o restante da equipe de produção e fomos trabalhar. No total, serão vinte músicas que entrarão no DVD, já escolhidas pelos caras. Algumas delas são emblemáticas para a banda e terão uma pequena apresentação. Uma delas tem uma pitada mais sensual em seu ritmo. Tiveram a brilhante ideia de colocar várias mulheres dançando durante a música, no mesmo ritmo sensual, e na decoração alguns canhões de fogo soltariam labaredas aleatórias durante a apresentação. Já vi que irei me incomodar com esta apresentação, em específico. [n/a: A apresentação em questão pode ser vista na música “Scream”, do Avenged, no show “Live in Huntington Beach”, de 2008]
Um mês se passou, desde a minha chegada aqui nos EUA e eu estou mais adaptada. Já estou morando no meu próprio apartamento, alugado, mas tenho meu espaço. Divido ele com a e é bem perto do bairro onde o mora. Descobri que o mora aqui perto, só que o apartamento dele é imensamente maior que o meu e mais luxuoso também. Nós ficamos. Na verdade, ainda estamos ficando. sabe, mas ainda me dá o mesmo conselho de antes: vai com calma, maninha! É o que ele sempre me diz em relação ao . Durante este período, eu não resisti muito e acabei indo para cama com o . Não que eu não quisesse, pois, eu quis e muito, mas é que, em outros tempos, eu não faria isso. Eu esperaria mais, esperaria para ver como meu coração se comportaria antes de ir para cama com alguém. Mas hoje, não estou tão passional. Com o , eu não consigo ser passional. Pelo menos, não cem por cento. Não dou muito ouvidos ao meu coração, mas sim aos meus desejos carnais. Ele me atrai muito e é meio difícil ser passional nessas horas, com ele ali na minha frente, sedutor como sempre. No momento do ato, ele foi selvagem e delicado ao mesmo tempo. É quase indescritível a sensação que tive quando estive com ele. Na cama dele. O cheiro dele. O toque dele. Foi tudo tão delicioso. Esta é a palavra: delicioso. E eu faria tudo novamente, sem pestanejar.
Quinze dias antes da gravação e estamos nos últimos ensaios antes do grande dia. Está chegando! Estou ansiosa, os caras também. e eu estamos tendo um trabalhão para manter tudo organizado. vai ser uma das cinegrafistas, o grande sonho dela: gravar um DVD de uma banda grande. Tá aí, , sua chance de ouro, amiga! Se ansiedade matasse, eu já estaria morta há tempos.
É amanhã! Finalmente está chegando o dia da gravação do DVD. Todos os ingressos já foram vendidos há meses, praticamente no mesmo dia em que foram colocados à venda. Realmente, a banda dos caras é muito conhecida no mundo e principalmente aqui nos EUA. Será casa cheia! Quase não dormi à noite, mas consegui cochilar um pouco. Já pela manhã, saímos cedo e fomos até o local do show. Enquanto e os outros acertavam os últimos detalhes do show com os diretores, e eu arrumávamos os equipamentos da filmagem e orientávamos toda equipe. As dançarinas, que farão parte da apresentação de duas músicas, já chegaram e estão se arrumando já. O show começa em duas horas. Tudo tem que sair perfeito!
O show já vai começar e o público já está em chamas. Altamente inflamado com os riffs de guitarra que o está tocando agora, só para atiçar a galera. Eu adoro quando ele faz isso. Ele fica extremamente sensual tocando guitarra. Não sei o porquê. Eu adoro. Enfim... O show começou e uma das músicas terá dançarinas, é a quinta do repertório. Já posicionei as meninas em seus lugares para entrarem no palco. Elas vestem um roupão que cobre todo o corpo, na certa, o figurino original só será revelado quando entrarem no palco. Hum, já vi que não vem coisa boa por aí.
Parece até que eu sinto faro de coisa errada por aí. Sabia que essas dançarinas iriam me incomodar e, de fato, estão incomodando. A música começou e as benditas tiraram seus roupões, revelando a lingerie que vestiam. Só a lingerie preta. Elas estavam lindas, de fato. E essa foi a mesma opinião do ao vê-las dançando. Uma delas começou a dançar na frente dele, seduzindo. Tudo bem que faz parte da coreografia, mas que a faça longe dele.
Eu estou nos bastidores vendo tudo isso rolar. Meu ciúme está crescendo mais ao ver a cara de satisfação que o faz. Vou mata-lo! Safado! Aposto que, se não estivesse tocando guitarra, ele estaria tocando a mina. Revirei os olhos em reprovação àquela cena deprimente. Fui até o camarim das dançarinas e combinei com uma delas de entrar no lugar dela para fazer uma surpresa para o . Daqui seis músicas elas vão voltar ao palco. Quero só ver a cara dele.
fez questão, assim que eu cheguei à Califórnia, de me apresentar para a mídia, e consequentemente ao público, como irmã dele. Todos sabem quem eu sou. Quando entrei no palco, logo, me reconheceram e eu pude ouvir um grito de “Olha, é a irmã do !!!”, e isso me fez sorrir vitoriosa. Meu irmão quase enfartou ao me ver de lingerie no palco, dançando conforme a música: sensualmente. E o ? Bom, o começou a tossir quando me viu. Na certa, engasgou. Ele costuma beber durante a apresentação. Todos fazem isso, mas desta vez a bebida voltou e ele engasgou feio. Ficou tossindo e me olhando de cara feia e os olhos arregalados. Cheguei mais próxima à beira do palco e comecei a dançar, fazia parte da coreografia. Os que estavam na grade, próximos ao palco, gritavam pedindo mais dança. até errou a letra em certo momento. Ele não esperava aquela atitude minha, ninguém esperava. Só quero que o perceba que eu não admito que ele se engrace para outra mulher, ainda mais na minha frente, sem consequências. Se ele quer realmente ficar comigo, se ele realmente me ama, ele tem que me respeitar. E isso não é uma opção.
Acabada a música, tinham mais algumas para tocarem antes de encerrarem o show. Fui para o camarim trocar de roupa e recebi elogios das outras dançarinas. Até perguntaram se eu não gostaria de me juntar a elas. Dei risada e disse que estava bem onde estava. Deixa a dança para as profissionais. Troquei de roupa e voltei para o backstage do palco.
Voltei bem na hora da penúltima música. E era a minha favorita deles (eu já ouvi todas elas, nesse tempo que conheço o meu irmão). Nesta, faz um solo maravilhoso. E ele fez questão de fazê-lo me encarando. Todos desconfiavam que ele estava “de rolo” com uma outra mulher (sem ser a ex dele), mas ninguém sabia quem era essa tal mulher. Nessa hora, enquanto ele me encarava, todos tiveram a certeza de que a mulher era eu, pois uma das câmeras, comandadas pela minha querida amiga , filmava o e ao fundo da imagem dava para ver meu semblante envergonhado pela encarada dele. Intimidador.
Acabado o show, o público vibrou bastante e finalizamos as gravações para o DVD. Creio que temos bastante material para renderizar e montar um baita DVD legal. Os caras saíram do palco e passou por mim sem falar nada. Nem olhou para minha cara.
- E o que foi aquela dança no palco, maninha? – Perguntou , assim que me viu na saída do palco. – ficou com ciúme.
- Ah é e eu não tive ciúme quando aquela dançarina estava se esfregando nele? – Perguntei, sarcástica. E ela realmente estava se esfregando no , tive asco e raiva só de lembrar.
- O gosta de você. – Finalmente o havia admitido que o amigo dele gosta de mim. Disso eu já sabia, maninho.
- Ele precisa demonstrar que gosta. Ficar escondendo, não vai me fazer aceitar o pedido dele.
- Que pedido? – não sabia, mas havia me pedido em namoro há algumas semanas, mas, por conta das atitudes reversas dele, eu não dei nenhuma resposta, até então.
- Deixa para lá. Talvez ele nem queira mais nada, depois de hoje.
O só me procurava para transar quando lhe dava vontade. A gente só saía para isso. Bebíamos e transávamos. Eu cansei desse joguinho dele. Se ele me quiser agora, vai ter que provar que realmente gosta de mim. Fui até o camarim e lá estava ele, sentado no sofá, sem camisa e bebendo vinho.
– Parabéns, meninos! Foi um excelente show! – Cumprimentei a todos, que vibraram de alegria pelo show maravilhoso que fizeram. ergueu a taça e voltou a bebê-la, nem se deu ao trabalho de olhar para mim. – Já volto, . – Falei para o meu irmão.
Fui ver o que um dos câmeras queria comigo, ele estava me gritando pelo ponto eletrônico. Saí do camarim e fui abordada, no meio do caminho, pelo .
– Que susto, ! – Falei quando ele segurou meu braço, fazendo-me parar de andar. Só tinha a gente no corredor.
- Parabéns pelo showzinho de mais cedo. Foi excelente! – Sua fala saiu carregada de ironia. Ele soltou meu braço e começou a andar de um lado para o outro.
- E o seu showzinho, meu querido? Foi maravilhoso também! Eu vi aquela mina se esfregando em você, . – Eu disse e ele encarou-me, rindo debochado.
- Então, por isso resolveu subir no palco para dançar de lingerie? Legal... – Respondeu ele e pôs as mãos na parede, prendendo-me na mesma. – Você quer me deixar maluco de ciúmes? Porque você está conseguindo, . – Ele me encarou com certa mágoa no olhar. Ah, , pare de reclamar.
- Eu só quero que você assuma o que sente. – Ele me olhou confuso. – Você diz me amar, mas nunca assume nosso namoro. Não de verdade.
- E eu lhe pedir em namoro é o que, então? – Questionou-me confuso.
- Você me pede em namoro ontem e hoje está se esfregando com outra ou, então, está de conversinha fiada com outra mulher. Ou você pensa que eu sou cega em não perceber aquela mensagem que você recebeu e respondeu à mesma altura? – Ele abaixou um dos braços e passou a mão na nuca, fechando os olhos fortemente e fez uma careta. – Achou que eu não ia notar, não é?
- Desculpa. – Ele disse baixinho, sem olhar para mim. – Desculpa, eu sou um idiota. – Me disse o óbvio e me encarou.
- Eu sei disso. – Respondi e coloquei uma das mãos no rosto dele, que repousou o rosto em minha mão e fechou os olhos. – Você gosta ou não de mim, ?
- Eu te amo... Eu te amo, ! – Ele abriu os olhos e repetiu, me encarando: – Eu te amo! – Seus olhos começaram a encher-se de água. – Vem comigo... – Falou e puxou meu braço, começando a correr.
- Aonde vamos? – Questionei, mas não obtive resposta clara. Quando notei, estávamos voltando ao camarim onde todos estavam. Aliás, tinha mais gente do que antes. A galera da produção tinha ido para lá para comemorar a gravação do DVD. – O que vai fazer? – Sussurrei para ele, puxando seu braço, mas fui ignorada novamente.
- Galera! Atenção aqui! – disse e todos pararam de conversar e se viraram para nós dois. que estávamos no meio da sala. – Eu quero falar uma coisa importante. – olhava aquela cena com um sorriso nos lábios. Um sorriso vitorioso, como se ele já soubesse que o faria aquilo. – Todos sabem que essa aqui é a , irmã do nosso querido , mas agora, eu quero apresentá-la de uma outra forma. Pessoal, quero que conheçam a: , minha namorada e a mulher que eu amo. – Todos ficaram surpresos, incluindo o , com a revelação do . – , - ele se virou para mim e ajoelhou-se, segurando minha mão. Meu coração dava pulos dentro do meu peito – você quer namorar comigo? – Eu queria chorar, mas me segurei.
- Quero. Quero sim! – Ele se levantou sorrindo e me deu um beijo. Todos vibraram e vieram nos abraçar. Literalmente, todos vieram nos abraçar. Fomos esmagados, mas logo, todos voltaram para seus lugares. me deu um abraço forte.
- Prometo que vou te amar como ninguém mais o fez. – Ele sussurrou em meu ouvido. Eu sorri.
- É isso que eu espero, meu querido. – Aspirei seu cheiro e voltamos a comemorar a gravação do DVD e o nosso pedido oficial de namoro.
Passamos mais algumas horas ali comemorando, porém, logo, o deu uma desculpa qualquer e me carregou, quase que literalmente, para longe dali. Fomos para o apartamento dele. Ele mora sozinho, então não corremos o risco de sermos pegos no ato. Tivemos uma noite intensa de amor, o melhor sexo que tive até hoje, sem exageros. Ele me disse que queria demonstrar o quanto me ama e que o faria todos os dias para me convencer do amor dele. Não era nem preciso, eu sempre senti sinceridade vinda das palavras dele. Quando estamos juntos eu sinto o amor dele por mim. Eu só queria que ele reconhecesse isso e parasse de me enrolar. E deu certo.
Um mês se passou, desde a minha chegada aqui nos EUA e eu estou mais adaptada. Já estou morando no meu próprio apartamento, alugado, mas tenho meu espaço. Divido ele com a e é bem perto do bairro onde o mora. Descobri que o mora aqui perto, só que o apartamento dele é imensamente maior que o meu e mais luxuoso também. Nós ficamos. Na verdade, ainda estamos ficando. sabe, mas ainda me dá o mesmo conselho de antes: vai com calma, maninha! É o que ele sempre me diz em relação ao . Durante este período, eu não resisti muito e acabei indo para cama com o . Não que eu não quisesse, pois, eu quis e muito, mas é que, em outros tempos, eu não faria isso. Eu esperaria mais, esperaria para ver como meu coração se comportaria antes de ir para cama com alguém. Mas hoje, não estou tão passional. Com o , eu não consigo ser passional. Pelo menos, não cem por cento. Não dou muito ouvidos ao meu coração, mas sim aos meus desejos carnais. Ele me atrai muito e é meio difícil ser passional nessas horas, com ele ali na minha frente, sedutor como sempre. No momento do ato, ele foi selvagem e delicado ao mesmo tempo. É quase indescritível a sensação que tive quando estive com ele. Na cama dele. O cheiro dele. O toque dele. Foi tudo tão delicioso. Esta é a palavra: delicioso. E eu faria tudo novamente, sem pestanejar.
Quinze dias antes da gravação e estamos nos últimos ensaios antes do grande dia. Está chegando! Estou ansiosa, os caras também. e eu estamos tendo um trabalhão para manter tudo organizado. vai ser uma das cinegrafistas, o grande sonho dela: gravar um DVD de uma banda grande. Tá aí, , sua chance de ouro, amiga! Se ansiedade matasse, eu já estaria morta há tempos.
É amanhã! Finalmente está chegando o dia da gravação do DVD. Todos os ingressos já foram vendidos há meses, praticamente no mesmo dia em que foram colocados à venda. Realmente, a banda dos caras é muito conhecida no mundo e principalmente aqui nos EUA. Será casa cheia! Quase não dormi à noite, mas consegui cochilar um pouco. Já pela manhã, saímos cedo e fomos até o local do show. Enquanto e os outros acertavam os últimos detalhes do show com os diretores, e eu arrumávamos os equipamentos da filmagem e orientávamos toda equipe. As dançarinas, que farão parte da apresentação de duas músicas, já chegaram e estão se arrumando já. O show começa em duas horas. Tudo tem que sair perfeito!
O show já vai começar e o público já está em chamas. Altamente inflamado com os riffs de guitarra que o está tocando agora, só para atiçar a galera. Eu adoro quando ele faz isso. Ele fica extremamente sensual tocando guitarra. Não sei o porquê. Eu adoro. Enfim... O show começou e uma das músicas terá dançarinas, é a quinta do repertório. Já posicionei as meninas em seus lugares para entrarem no palco. Elas vestem um roupão que cobre todo o corpo, na certa, o figurino original só será revelado quando entrarem no palco. Hum, já vi que não vem coisa boa por aí.
Parece até que eu sinto faro de coisa errada por aí. Sabia que essas dançarinas iriam me incomodar e, de fato, estão incomodando. A música começou e as benditas tiraram seus roupões, revelando a lingerie que vestiam. Só a lingerie preta. Elas estavam lindas, de fato. E essa foi a mesma opinião do ao vê-las dançando. Uma delas começou a dançar na frente dele, seduzindo. Tudo bem que faz parte da coreografia, mas que a faça longe dele.
Eu estou nos bastidores vendo tudo isso rolar. Meu ciúme está crescendo mais ao ver a cara de satisfação que o faz. Vou mata-lo! Safado! Aposto que, se não estivesse tocando guitarra, ele estaria tocando a mina. Revirei os olhos em reprovação àquela cena deprimente. Fui até o camarim das dançarinas e combinei com uma delas de entrar no lugar dela para fazer uma surpresa para o . Daqui seis músicas elas vão voltar ao palco. Quero só ver a cara dele.
fez questão, assim que eu cheguei à Califórnia, de me apresentar para a mídia, e consequentemente ao público, como irmã dele. Todos sabem quem eu sou. Quando entrei no palco, logo, me reconheceram e eu pude ouvir um grito de “Olha, é a irmã do !!!”, e isso me fez sorrir vitoriosa. Meu irmão quase enfartou ao me ver de lingerie no palco, dançando conforme a música: sensualmente. E o ? Bom, o começou a tossir quando me viu. Na certa, engasgou. Ele costuma beber durante a apresentação. Todos fazem isso, mas desta vez a bebida voltou e ele engasgou feio. Ficou tossindo e me olhando de cara feia e os olhos arregalados. Cheguei mais próxima à beira do palco e comecei a dançar, fazia parte da coreografia. Os que estavam na grade, próximos ao palco, gritavam pedindo mais dança. até errou a letra em certo momento. Ele não esperava aquela atitude minha, ninguém esperava. Só quero que o perceba que eu não admito que ele se engrace para outra mulher, ainda mais na minha frente, sem consequências. Se ele quer realmente ficar comigo, se ele realmente me ama, ele tem que me respeitar. E isso não é uma opção.
Acabada a música, tinham mais algumas para tocarem antes de encerrarem o show. Fui para o camarim trocar de roupa e recebi elogios das outras dançarinas. Até perguntaram se eu não gostaria de me juntar a elas. Dei risada e disse que estava bem onde estava. Deixa a dança para as profissionais. Troquei de roupa e voltei para o backstage do palco.
Voltei bem na hora da penúltima música. E era a minha favorita deles (eu já ouvi todas elas, nesse tempo que conheço o meu irmão). Nesta, faz um solo maravilhoso. E ele fez questão de fazê-lo me encarando. Todos desconfiavam que ele estava “de rolo” com uma outra mulher (sem ser a ex dele), mas ninguém sabia quem era essa tal mulher. Nessa hora, enquanto ele me encarava, todos tiveram a certeza de que a mulher era eu, pois uma das câmeras, comandadas pela minha querida amiga , filmava o e ao fundo da imagem dava para ver meu semblante envergonhado pela encarada dele. Intimidador.
Acabado o show, o público vibrou bastante e finalizamos as gravações para o DVD. Creio que temos bastante material para renderizar e montar um baita DVD legal. Os caras saíram do palco e passou por mim sem falar nada. Nem olhou para minha cara.
- E o que foi aquela dança no palco, maninha? – Perguntou , assim que me viu na saída do palco. – ficou com ciúme.
- Ah é e eu não tive ciúme quando aquela dançarina estava se esfregando nele? – Perguntei, sarcástica. E ela realmente estava se esfregando no , tive asco e raiva só de lembrar.
- O gosta de você. – Finalmente o havia admitido que o amigo dele gosta de mim. Disso eu já sabia, maninho.
- Ele precisa demonstrar que gosta. Ficar escondendo, não vai me fazer aceitar o pedido dele.
- Que pedido? – não sabia, mas havia me pedido em namoro há algumas semanas, mas, por conta das atitudes reversas dele, eu não dei nenhuma resposta, até então.
- Deixa para lá. Talvez ele nem queira mais nada, depois de hoje.
O só me procurava para transar quando lhe dava vontade. A gente só saía para isso. Bebíamos e transávamos. Eu cansei desse joguinho dele. Se ele me quiser agora, vai ter que provar que realmente gosta de mim. Fui até o camarim e lá estava ele, sentado no sofá, sem camisa e bebendo vinho.
– Parabéns, meninos! Foi um excelente show! – Cumprimentei a todos, que vibraram de alegria pelo show maravilhoso que fizeram. ergueu a taça e voltou a bebê-la, nem se deu ao trabalho de olhar para mim. – Já volto, . – Falei para o meu irmão.
Fui ver o que um dos câmeras queria comigo, ele estava me gritando pelo ponto eletrônico. Saí do camarim e fui abordada, no meio do caminho, pelo .
– Que susto, ! – Falei quando ele segurou meu braço, fazendo-me parar de andar. Só tinha a gente no corredor.
- Parabéns pelo showzinho de mais cedo. Foi excelente! – Sua fala saiu carregada de ironia. Ele soltou meu braço e começou a andar de um lado para o outro.
- E o seu showzinho, meu querido? Foi maravilhoso também! Eu vi aquela mina se esfregando em você, . – Eu disse e ele encarou-me, rindo debochado.
- Então, por isso resolveu subir no palco para dançar de lingerie? Legal... – Respondeu ele e pôs as mãos na parede, prendendo-me na mesma. – Você quer me deixar maluco de ciúmes? Porque você está conseguindo, . – Ele me encarou com certa mágoa no olhar. Ah, , pare de reclamar.
- Eu só quero que você assuma o que sente. – Ele me olhou confuso. – Você diz me amar, mas nunca assume nosso namoro. Não de verdade.
- E eu lhe pedir em namoro é o que, então? – Questionou-me confuso.
- Você me pede em namoro ontem e hoje está se esfregando com outra ou, então, está de conversinha fiada com outra mulher. Ou você pensa que eu sou cega em não perceber aquela mensagem que você recebeu e respondeu à mesma altura? – Ele abaixou um dos braços e passou a mão na nuca, fechando os olhos fortemente e fez uma careta. – Achou que eu não ia notar, não é?
- Desculpa. – Ele disse baixinho, sem olhar para mim. – Desculpa, eu sou um idiota. – Me disse o óbvio e me encarou.
- Eu sei disso. – Respondi e coloquei uma das mãos no rosto dele, que repousou o rosto em minha mão e fechou os olhos. – Você gosta ou não de mim, ?
- Eu te amo... Eu te amo, ! – Ele abriu os olhos e repetiu, me encarando: – Eu te amo! – Seus olhos começaram a encher-se de água. – Vem comigo... – Falou e puxou meu braço, começando a correr.
- Aonde vamos? – Questionei, mas não obtive resposta clara. Quando notei, estávamos voltando ao camarim onde todos estavam. Aliás, tinha mais gente do que antes. A galera da produção tinha ido para lá para comemorar a gravação do DVD. – O que vai fazer? – Sussurrei para ele, puxando seu braço, mas fui ignorada novamente.
- Galera! Atenção aqui! – disse e todos pararam de conversar e se viraram para nós dois. que estávamos no meio da sala. – Eu quero falar uma coisa importante. – olhava aquela cena com um sorriso nos lábios. Um sorriso vitorioso, como se ele já soubesse que o faria aquilo. – Todos sabem que essa aqui é a , irmã do nosso querido , mas agora, eu quero apresentá-la de uma outra forma. Pessoal, quero que conheçam a: , minha namorada e a mulher que eu amo. – Todos ficaram surpresos, incluindo o , com a revelação do . – , - ele se virou para mim e ajoelhou-se, segurando minha mão. Meu coração dava pulos dentro do meu peito – você quer namorar comigo? – Eu queria chorar, mas me segurei.
- Quero. Quero sim! – Ele se levantou sorrindo e me deu um beijo. Todos vibraram e vieram nos abraçar. Literalmente, todos vieram nos abraçar. Fomos esmagados, mas logo, todos voltaram para seus lugares. me deu um abraço forte.
- Prometo que vou te amar como ninguém mais o fez. – Ele sussurrou em meu ouvido. Eu sorri.
- É isso que eu espero, meu querido. – Aspirei seu cheiro e voltamos a comemorar a gravação do DVD e o nosso pedido oficial de namoro.
Passamos mais algumas horas ali comemorando, porém, logo, o deu uma desculpa qualquer e me carregou, quase que literalmente, para longe dali. Fomos para o apartamento dele. Ele mora sozinho, então não corremos o risco de sermos pegos no ato. Tivemos uma noite intensa de amor, o melhor sexo que tive até hoje, sem exageros. Ele me disse que queria demonstrar o quanto me ama e que o faria todos os dias para me convencer do amor dele. Não era nem preciso, eu sempre senti sinceridade vinda das palavras dele. Quando estamos juntos eu sinto o amor dele por mim. Eu só queria que ele reconhecesse isso e parasse de me enrolar. E deu certo.
Capítulo 5
Meses depois...
Os meses se passaram rapidamente, me pareceram semanas. e eu estamos comemorando quase um ano de namoro. Em geral, somos felizes. Porém, ultimamente estamos recebendo uma série de ataques vindos da imprensa sensacionalista americana e de alguns fãs, que claramente não gostam de mim, que acabam por encorajar tais publicações. Já publicaram os mais diversos absurdos. Desde que o meu namoro com o é forjado, que estou com ele por causa de sua fama. Até questionaram se eu realmente sou irmã do , dizem que sou uma golpista de primeiro escalão. A vida não tem sido fácil, desde que saíram as primeiras notícias. Eu tento me manter calma e tento não ligar, mas é complicado demais. sempre se irrita com algum engraçadinho que vem tirar foto nossa e insinua que eu sou golpista ou que é tudo uma farsa. Já pensei, algumas vezes, em terminar tudo com o , para ver se esses seres indesejáveis, pelo menos, o deixam em paz. Porém, creio que isso não funcionaria muito. Mas, ainda é uma possibilidade que paira na minha mente, de vez em quando.
Algumas semanas mais tarde...
, mais uma vez, está xingando algum jornalista idiota pelo telefone. Ele quase jogou o aparelho na parede de tanta raiva. Estamos todos no apartamento do , viemos aqui para jantar após uma viagem longa que fizemos por algumas cidades do interior do estado da Califórnia. Chegamos hoje pela manhã.
- Não aguento mais! Já é o quinto, só hoje! – Bradou , furioso, referindo-se ao quinto jornalista que ligava para ele para tentar marcar uma entrevista, para falar da “irmã golpista” que ele arrumou. – Esses imbecis ainda vão me pagar caro por isso. – Completou sua revolta e voltou a sentar-se na poltrona bem na minha frente. Eu mantive meu olhar vago, mas os ouvidos apurados a minha volta.
- Entra na fila, amigo, - falou , de repente, voltando da cozinha com outra garrafa de vinho – essa semana já abri dois processos judiciais e meu advogado está analisando mais três possíveis. – Abriu a garrafa e começou a servir o pessoal.
- Que história mais descabida... – falou com seu olhar sempre sedutor e galanteador. agora o servia de mais vinho – ... dizer que a pequena é golpista do próprio irmão e do namorado. Eles não conhecem a para falar uns absurdos desses. – Completou e todos na sala concordaram. Menos eu, que me mantive séria e com o olhar vago.
- Claro que não conhecem! – Disse irritado e terminou de servir o , caminhando agora para mim, que ainda não tinha sido servida. Os outros estão bebendo cerveja – Não sabem quão maravilhosa ela é e nem o que significa amor verdadeiro. – Declarou-se, olhando para mim. Eu senti seu olhar em mim, mas ainda não consegui olhar para ele nem para ninguém. – ? – falou, chamando minha atenção. Despertei os pensamentos que pairavam na minha mente e olhei para ele. – Está tão caladinha... Está tudo bem, amor? – Usou um tom carinhoso e me serviu uma taça de vinho.
- Estou bem, eu acho. – Falei, sem certeza do que sentia. Ele terminou de encher minha taça e sentou-se ao meu lado. – Estou cansada dessa história. Faz meses isso já... Não aguento isso, . – Nós já tivemos esta mesma conversa incontáveis vezes. Sempre começa com ele perguntando se eu estou bem e comigo respondendo que não aguento mais a história dos jornalistas. suspirou frustrado (e irritado). Ele sempre tenta me convencer de que temos que ser fortes para encarar esses idiotas. Mas, de onde eu tiro essa força? Se eles estão me perseguindo em todos os locais.
- Não vamos ter esta conversa de novo, . Nem hoje e nem nunca, ok? – Ele falou, mudando o tom de voz para irritado. Serviu a si mesmo de mais vinho, colocou a garrafa na mesinha de centro e deu um belo gole em sua taça.
- Que conversa? – Perguntou meu irmão intrigado.
- quer terminar comigo para ver se os jornalistas param de nos encher. – Revelou . Olhei para ele em reprovação. Combinamos que ele não contaria isso para ninguém, era uma coisa só nossa, mas o linguarudo tinha que contar. – E ainda tem mais, ... – Disse, encarando meu irmão – ... Ela quer se afastar de você também, é claro. “Para não prejudicar mais a banda nem ninguém”, palavras dela. – Ele fez uma péssima imitação da minha voz.
- O quê?! – Bradou , que agora recaiu seu olhar para mim. Um olhar de pura irritação e medo de me perder – Nem pense nisso, ! Está me ouvindo? – Disse e eu não tive coragem de olhar para ele. – ! – Falou, num tom acima, e eu olhei para ele com os olhos arregalados.
- Eu entendi, . Não grite comigo... – Eu disse e me levantei do sofá. – Com licença... – Fui para o quarto do , que agora é o nosso quarto. Eu tive que vir morar, temporariamente, com ele, pois os jornalistas (literalmente) montaram guarda na porta do meu prédio. Com isso, eu não consigo nem chegar próxima à rua de acesso ao prédio, quem dirá entrar nele. Já aqui, no condomínio do , é bem mais seguro, pois, se bobear, tem segurança até no meio da minifloresta que tem atrás dos prédios do condomínio.
- Estava demorando! – falou, irritado com minha atitude. Eu sempre fazia isso: sempre que discutia com ele sobre este meu possível afastamento de todos, eu saía do local e o deixava falando sozinho. É infantil de minha parte, eu sei. Mas, eu prefiro fazer isso do que sucumbir e desistir de fazer o que pretendo fazer. O olhar do , o sorriso dele, o toque dele, ele me faz querer desistir de ficar longe. – Ela sempre faz isso, mas, desta vez, eu não vou atrás. Estou cansado... – Disse e bebeu mais um super gole de vinho com os olhos cintilando de raiva.
- Eu vou falar com ela. – já ia se levantando, mas o interrompeu de imediato.
- Nem adianta, cara... Ela não vai deixar você entrar, e, se deixar, nem lhe dará ouvidos. – Ele disse e completou – Deixa que mais tarde eu vou lá. – Falou e voltou a se sentar. – Vou lá agora. Foda-se! – disse, segundos depois de ter dito que esperaria mais.
- Ué, tu não disse que ia esperar mais? – falou rindo.
- Vou terminar esta palhaçada de “vou me afastar de todos que será melhor” de uma vez por todas. – Mais uma vez ele fez uma péssima imitação da minha voz e até colocou uma das mãos na cintura para me imitar quando estou irritada. Pior que eu fico mais ou menos do jeito que ele encenou. Enfim... Logo, o estava na porta do quarto. – Abre, , sou eu. – Sua grave voz falou do outro lado da porta e eu me encolhi na cama. Eu não quero que ele veja o que eu fiz... – Abre, ! Por favor, vamos conversar.
- Já vai! – Gritei de volta, com a voz um pouco abafada pela agitação de esconder o que eu tinha feito na mão. Eu não me cortei, mas bati tanto na parede que minhas mãos estão vermelhas e com respingos de sangue. Fora que a parede do banheiro está manchada com o meu sangue também. – Já estou indo, , só um minuto. – Falei novamente. Certeza de que ele está impaciente do lado de fora. Eu não costumo me machucar. Porém, quando eu sinto muita raiva de mim mesma, eu faço isso. Ou eu me bato ou eu bato na parede ou objeto mais próximo [n/a: infelizmente, isso também é real. Não me orgulho disso, claro que não. Porém, não consigo evitar. Simplesmente estouro e faço isso. Enfim...]. Meu notebook já sofreu com alguns socos que eu dei nele.
- Aleluia! – disse, assim que abri a porta do quarto. Eu coloquei um casaco por cima do vestido vermelho que eu usava. Ficou extremamente estranho. – Está com frio? – Ele disse arqueando a sobrancelha.
- Um pouco. – Respondi sem graça – O que quer conversar? – Desconversei para ele se esquecer de encarar minhas mãos que estavam enterradas dentro dos bolsos do casaco.
- Sobre essa história ridícula de você se afastar de todos. – Falou e sentou-se ao meu lado na cama. Mas, antes fechou a porta do quarto. – , nós amamos você e, o mais importante, você nos ama. Não há motivo lógico para se afastar de nós. Por favor, amor, eu te amo tanto... – Ele disse e tentou segurar minhas mãos, mas logo, eu recuei, pois estão bem doloridas. – Deixa eu segurar sua mão, . – Pediu e me encarou. Acho que ele percebeu... Eu não sei disfarçar na presença dele. Fico mais transparente que água mineral: límpida e clarinha. – Deixa eu ver suas mãos, . Por favor... – Pediu novamente. Pelo tom de voz dele, de fato, ele percebeu tudo.
- ... – Falei, com a voz fraca e ele puxou devagar uma de minhas mãos para fora do bolso do casaco. Prendeu a respiração com força ao ver a vermelhidão em que se encontra.
- Por-Por que fez isso? – Sua voz saiu falhada e abafada pelo nó em sua garganta. já tinha me visto fazer isso mais duas vezes. Aliás, eu só voltei a fazer isso por causa desses jornalistas idiotas que me fazem me sentir péssima comigo mesma e pensar em sumir para deixar os meninos viverem em paz. – Não faz mais isso, sua idiota! – Falou, de repente, exaltando-se. Levantou-se da cama, de um salto, e começou a andar na minha frente com os passos firmes e sua voz cada vez mais exaltada – Por que fez isso consigo mesma, hein? O que pretendia fazer?! Vai sumir das nossas vidas!? Vai sumir da minha vida?! Quer me deixar louco de preocupação fazendo uma merda dessas com você mesma, !? – Nunca ele tinha me chamado pelo nome. Aquilo caiu como um soco no meu maxilar. – Mas, que merda, ! Que grande merda você tem na cabeça! Sua idiota! Se afastar da gente não vai adiantar, pois esses filhos de uma puta vão atrás de você, de qualquer maneira, e vão continuar vindo atrás da gente também. Sabe por quê? Porque eles são uns cuzões, uns filhos da puta que só querem saber de dinheiro às custas da infelicidade dos outros. Espalhando mentiras absurdas por aí e faturando sobre elas! É isso que vai acontecer! – Ele bradava cada vez mais irritado. Os gritos, certamente, chegaram à sala. e os outros vieram para ver o que estava acontecendo.
- Hey! – bateu à porta – ? ? O que está acontecendo aí dentro? – gritou que ele poderia abrir a porta, então, a abriu e entrou no quarto. – Dude, dá para ouvir você berrando lá do corredor! – Falou espantado. ainda andava de um lado para outro a minha frente. Eu mantinha meu olhar no chão e chorando. – ... O que você tá falando ou fazendo com minha irmã, hein, ? – Questionou ao ver que eu estou chorando.
- Vocês podem nos deixar conversar, caras? Por favor. , você fica, por favor. – disse num tom mais brando, dirigindo-se aos outros que estavam parados à porta com os olhares preocupados. Eles assentiram e fecharam a porta. olhava do para mim, de mim para o de volta, sem entender o que estava havendo. – Quer saber por que eu estou tão irritado, ?
- Seria bom, né? – Respondeu .
- Pergunta para sua irmã o que ela fez consigo mesma. Pergunta. – Ele disse, então, olhou para mim.
- Por quê? – Questionou para o sem entender.
- Só pergunta, dude.
- O que você fez, ? – Perguntou , rendendo-se ao questionamento do . – ? – Questionou novamente, impaciente com a minha demora para responder. Levantei o braço e estendi a mão para ele. – O que foi... QUE PORRA É ESSA NA SUA MÃO?! – Gritou no meio da frase e puxou meu braço com força para ele, o que me fez levantar da cama à contragosto e gemer de dor.
- Isso dói, ! – Choraminguei e ele demonstrou não sentir a menor pena da minha dor.
- Por que diabos você fez isso nas mãos, Fernandéz ?! – ODEIO quando ele me chama pelo nome completo.
- Não me chama pelo nome completo, porra! – Gritei irritada. – Estou bem cansada disso, sabia?! – Bradei, bastante irritada.
- Ah, você está cansada? Pois saiba, que eu estou cansado das suas birras infantis, ! Você esmurrou a parede para descarregar a raiva? Por que não me bateu, então? – Falou e deu uns tapas no próprio peitoral – Quando sentir raiva, bata em mim e não na parede, sua tola idiota!
- Não fala assim comigo, !
- Eu falo como eu quiser, porque você sabe que está agindo feito uma garotinha mimada. Caralho, esmurrar a parede desse jeito e ainda pensar em se afastar da gente. Que irresponsabilidade, ! – se manteve calado e ainda andando de um lado a outro do quarto.
- Não vai se juntar ao meu irmão, ? – Provoquei o e ele parou de andar e me encarou. – Se junte a ele ao clube do “vamos falar o quanto a é uma idiota infantil”! – Bradei e ele se aproximou de mim.
- Você sabe o porquê de eu não ter sumido daqui ainda? – Falou e segurou com força meu braço um pouco acima do pulso – Sabe? Porque eu amo você, porque você faz com que eu nunca desista do que estamos vivendo juntos e nunca desista de viver. Você é uma das razões por eu ainda estar aqui, firme e forte, ao seu lado. Você é a minha razão de ainda aguentar aquelas publicações idiotas e difamatórias. Você, sua mulher idiota e boba! – Ao terminar, ele largou meu braço e apertou com força os olhos. agora chorava.
- Você também é minha razão de não desistir, . – Comecei a falar e ele não virou para me olhar – Toda vez que me convenço de que é melhor ir embora e deixar vocês viverem em paz sem mim, você se aproxima e me olha com esse olhar tão sereno e eu não resisto. Acabo desistindo de tudo, de fugir, de ir para longe de você, de todos. Eu... Eu perco toda a coragem de fugir. – Concluí meu pensamento, agora eu chorava mais do que antes. nos olhava sem dizer uma palavra ou fazer nenhum gesto. – Eu sou uma idiota infantil mesmo. Eu sei disso, mas é que eu não aguento a pressão da imprensa e de fãs raivosos em cima de mim, espalhando mentiras sobre mim, sobre nós todos. Coisas que eu jamais faria...
- E nós sabemos que você nunca faria nada daquilo, ! – quebrou o silêncio – Nós sabemos disso!
- É muita pressão, irmão... Muita!
- Se arrepende de ter aceitado fazer aquele exame de DNA?
- Nunca! Foi a melhor coisa que me aconteceu. E foi graças a isso que eu conheci você, ... – Ele ainda não me olhava. Ainda estava de costas para mim e de frente para janela do quarto, que estava meio aberta e deixava entrar uma leve brisa. – E eu te amo tanto... – apertei os olhos e lágrimas escorregaram pelo meu rosto. Suspirei frustrada com tudo que eu fiz: ter me batido, me machucado, de ter cogitado fugir (sim, eu pensei em sair e não avisar a ninguém para onde eu iria. Nem a saberia de nada).
- ! – Eu saí correndo pela porta e cheguei à sala. Todos estavam lá, os olhares agora recaídos em mim. – Amiga, o que aconteceu? – Perguntou , que estava ao lado do , eles estão namorando. Eu não falei nada, apenas esbocei um sorriso e saí pela porta do apartamento.
- , espera! – Ouvi a voz do se perder pelo corredor. Usei as escadas e logo, cheguei no térreo. Não sei como corri tão rápido. Saí do prédio e corri pela rua escura e mal iluminada do condomínio. Eu queria ficar sozinha, respirar e repensar tudo que eu pretendia fazer. Agora era claro para mim que eu não fugiria mais, mas, antes mesmo de eu voltar para casa e pedir perdão a todos, um barulho muito alto e uma pancada muito forte me fez não pensar mais nisso. Em mais nada.
Os meses se passaram rapidamente, me pareceram semanas. e eu estamos comemorando quase um ano de namoro. Em geral, somos felizes. Porém, ultimamente estamos recebendo uma série de ataques vindos da imprensa sensacionalista americana e de alguns fãs, que claramente não gostam de mim, que acabam por encorajar tais publicações. Já publicaram os mais diversos absurdos. Desde que o meu namoro com o é forjado, que estou com ele por causa de sua fama. Até questionaram se eu realmente sou irmã do , dizem que sou uma golpista de primeiro escalão. A vida não tem sido fácil, desde que saíram as primeiras notícias. Eu tento me manter calma e tento não ligar, mas é complicado demais. sempre se irrita com algum engraçadinho que vem tirar foto nossa e insinua que eu sou golpista ou que é tudo uma farsa. Já pensei, algumas vezes, em terminar tudo com o , para ver se esses seres indesejáveis, pelo menos, o deixam em paz. Porém, creio que isso não funcionaria muito. Mas, ainda é uma possibilidade que paira na minha mente, de vez em quando.
Algumas semanas mais tarde...
, mais uma vez, está xingando algum jornalista idiota pelo telefone. Ele quase jogou o aparelho na parede de tanta raiva. Estamos todos no apartamento do , viemos aqui para jantar após uma viagem longa que fizemos por algumas cidades do interior do estado da Califórnia. Chegamos hoje pela manhã.
- Não aguento mais! Já é o quinto, só hoje! – Bradou , furioso, referindo-se ao quinto jornalista que ligava para ele para tentar marcar uma entrevista, para falar da “irmã golpista” que ele arrumou. – Esses imbecis ainda vão me pagar caro por isso. – Completou sua revolta e voltou a sentar-se na poltrona bem na minha frente. Eu mantive meu olhar vago, mas os ouvidos apurados a minha volta.
- Entra na fila, amigo, - falou , de repente, voltando da cozinha com outra garrafa de vinho – essa semana já abri dois processos judiciais e meu advogado está analisando mais três possíveis. – Abriu a garrafa e começou a servir o pessoal.
- Que história mais descabida... – falou com seu olhar sempre sedutor e galanteador. agora o servia de mais vinho – ... dizer que a pequena é golpista do próprio irmão e do namorado. Eles não conhecem a para falar uns absurdos desses. – Completou e todos na sala concordaram. Menos eu, que me mantive séria e com o olhar vago.
- Claro que não conhecem! – Disse irritado e terminou de servir o , caminhando agora para mim, que ainda não tinha sido servida. Os outros estão bebendo cerveja – Não sabem quão maravilhosa ela é e nem o que significa amor verdadeiro. – Declarou-se, olhando para mim. Eu senti seu olhar em mim, mas ainda não consegui olhar para ele nem para ninguém. – ? – falou, chamando minha atenção. Despertei os pensamentos que pairavam na minha mente e olhei para ele. – Está tão caladinha... Está tudo bem, amor? – Usou um tom carinhoso e me serviu uma taça de vinho.
- Estou bem, eu acho. – Falei, sem certeza do que sentia. Ele terminou de encher minha taça e sentou-se ao meu lado. – Estou cansada dessa história. Faz meses isso já... Não aguento isso, . – Nós já tivemos esta mesma conversa incontáveis vezes. Sempre começa com ele perguntando se eu estou bem e comigo respondendo que não aguento mais a história dos jornalistas. suspirou frustrado (e irritado). Ele sempre tenta me convencer de que temos que ser fortes para encarar esses idiotas. Mas, de onde eu tiro essa força? Se eles estão me perseguindo em todos os locais.
- Não vamos ter esta conversa de novo, . Nem hoje e nem nunca, ok? – Ele falou, mudando o tom de voz para irritado. Serviu a si mesmo de mais vinho, colocou a garrafa na mesinha de centro e deu um belo gole em sua taça.
- Que conversa? – Perguntou meu irmão intrigado.
- quer terminar comigo para ver se os jornalistas param de nos encher. – Revelou . Olhei para ele em reprovação. Combinamos que ele não contaria isso para ninguém, era uma coisa só nossa, mas o linguarudo tinha que contar. – E ainda tem mais, ... – Disse, encarando meu irmão – ... Ela quer se afastar de você também, é claro. “Para não prejudicar mais a banda nem ninguém”, palavras dela. – Ele fez uma péssima imitação da minha voz.
- O quê?! – Bradou , que agora recaiu seu olhar para mim. Um olhar de pura irritação e medo de me perder – Nem pense nisso, ! Está me ouvindo? – Disse e eu não tive coragem de olhar para ele. – ! – Falou, num tom acima, e eu olhei para ele com os olhos arregalados.
- Eu entendi, . Não grite comigo... – Eu disse e me levantei do sofá. – Com licença... – Fui para o quarto do , que agora é o nosso quarto. Eu tive que vir morar, temporariamente, com ele, pois os jornalistas (literalmente) montaram guarda na porta do meu prédio. Com isso, eu não consigo nem chegar próxima à rua de acesso ao prédio, quem dirá entrar nele. Já aqui, no condomínio do , é bem mais seguro, pois, se bobear, tem segurança até no meio da minifloresta que tem atrás dos prédios do condomínio.
- Estava demorando! – falou, irritado com minha atitude. Eu sempre fazia isso: sempre que discutia com ele sobre este meu possível afastamento de todos, eu saía do local e o deixava falando sozinho. É infantil de minha parte, eu sei. Mas, eu prefiro fazer isso do que sucumbir e desistir de fazer o que pretendo fazer. O olhar do , o sorriso dele, o toque dele, ele me faz querer desistir de ficar longe. – Ela sempre faz isso, mas, desta vez, eu não vou atrás. Estou cansado... – Disse e bebeu mais um super gole de vinho com os olhos cintilando de raiva.
- Eu vou falar com ela. – já ia se levantando, mas o interrompeu de imediato.
- Nem adianta, cara... Ela não vai deixar você entrar, e, se deixar, nem lhe dará ouvidos. – Ele disse e completou – Deixa que mais tarde eu vou lá. – Falou e voltou a se sentar. – Vou lá agora. Foda-se! – disse, segundos depois de ter dito que esperaria mais.
- Ué, tu não disse que ia esperar mais? – falou rindo.
- Vou terminar esta palhaçada de “vou me afastar de todos que será melhor” de uma vez por todas. – Mais uma vez ele fez uma péssima imitação da minha voz e até colocou uma das mãos na cintura para me imitar quando estou irritada. Pior que eu fico mais ou menos do jeito que ele encenou. Enfim... Logo, o estava na porta do quarto. – Abre, , sou eu. – Sua grave voz falou do outro lado da porta e eu me encolhi na cama. Eu não quero que ele veja o que eu fiz... – Abre, ! Por favor, vamos conversar.
- Já vai! – Gritei de volta, com a voz um pouco abafada pela agitação de esconder o que eu tinha feito na mão. Eu não me cortei, mas bati tanto na parede que minhas mãos estão vermelhas e com respingos de sangue. Fora que a parede do banheiro está manchada com o meu sangue também. – Já estou indo, , só um minuto. – Falei novamente. Certeza de que ele está impaciente do lado de fora. Eu não costumo me machucar. Porém, quando eu sinto muita raiva de mim mesma, eu faço isso. Ou eu me bato ou eu bato na parede ou objeto mais próximo [n/a: infelizmente, isso também é real. Não me orgulho disso, claro que não. Porém, não consigo evitar. Simplesmente estouro e faço isso. Enfim...]. Meu notebook já sofreu com alguns socos que eu dei nele.
- Aleluia! – disse, assim que abri a porta do quarto. Eu coloquei um casaco por cima do vestido vermelho que eu usava. Ficou extremamente estranho. – Está com frio? – Ele disse arqueando a sobrancelha.
- Um pouco. – Respondi sem graça – O que quer conversar? – Desconversei para ele se esquecer de encarar minhas mãos que estavam enterradas dentro dos bolsos do casaco.
- Sobre essa história ridícula de você se afastar de todos. – Falou e sentou-se ao meu lado na cama. Mas, antes fechou a porta do quarto. – , nós amamos você e, o mais importante, você nos ama. Não há motivo lógico para se afastar de nós. Por favor, amor, eu te amo tanto... – Ele disse e tentou segurar minhas mãos, mas logo, eu recuei, pois estão bem doloridas. – Deixa eu segurar sua mão, . – Pediu e me encarou. Acho que ele percebeu... Eu não sei disfarçar na presença dele. Fico mais transparente que água mineral: límpida e clarinha. – Deixa eu ver suas mãos, . Por favor... – Pediu novamente. Pelo tom de voz dele, de fato, ele percebeu tudo.
- ... – Falei, com a voz fraca e ele puxou devagar uma de minhas mãos para fora do bolso do casaco. Prendeu a respiração com força ao ver a vermelhidão em que se encontra.
- Por-Por que fez isso? – Sua voz saiu falhada e abafada pelo nó em sua garganta. já tinha me visto fazer isso mais duas vezes. Aliás, eu só voltei a fazer isso por causa desses jornalistas idiotas que me fazem me sentir péssima comigo mesma e pensar em sumir para deixar os meninos viverem em paz. – Não faz mais isso, sua idiota! – Falou, de repente, exaltando-se. Levantou-se da cama, de um salto, e começou a andar na minha frente com os passos firmes e sua voz cada vez mais exaltada – Por que fez isso consigo mesma, hein? O que pretendia fazer?! Vai sumir das nossas vidas!? Vai sumir da minha vida?! Quer me deixar louco de preocupação fazendo uma merda dessas com você mesma, !? – Nunca ele tinha me chamado pelo nome. Aquilo caiu como um soco no meu maxilar. – Mas, que merda, ! Que grande merda você tem na cabeça! Sua idiota! Se afastar da gente não vai adiantar, pois esses filhos de uma puta vão atrás de você, de qualquer maneira, e vão continuar vindo atrás da gente também. Sabe por quê? Porque eles são uns cuzões, uns filhos da puta que só querem saber de dinheiro às custas da infelicidade dos outros. Espalhando mentiras absurdas por aí e faturando sobre elas! É isso que vai acontecer! – Ele bradava cada vez mais irritado. Os gritos, certamente, chegaram à sala. e os outros vieram para ver o que estava acontecendo.
- Hey! – bateu à porta – ? ? O que está acontecendo aí dentro? – gritou que ele poderia abrir a porta, então, a abriu e entrou no quarto. – Dude, dá para ouvir você berrando lá do corredor! – Falou espantado. ainda andava de um lado para outro a minha frente. Eu mantinha meu olhar no chão e chorando. – ... O que você tá falando ou fazendo com minha irmã, hein, ? – Questionou ao ver que eu estou chorando.
- Vocês podem nos deixar conversar, caras? Por favor. , você fica, por favor. – disse num tom mais brando, dirigindo-se aos outros que estavam parados à porta com os olhares preocupados. Eles assentiram e fecharam a porta. olhava do para mim, de mim para o de volta, sem entender o que estava havendo. – Quer saber por que eu estou tão irritado, ?
- Seria bom, né? – Respondeu .
- Pergunta para sua irmã o que ela fez consigo mesma. Pergunta. – Ele disse, então, olhou para mim.
- Por quê? – Questionou para o sem entender.
- Só pergunta, dude.
- O que você fez, ? – Perguntou , rendendo-se ao questionamento do . – ? – Questionou novamente, impaciente com a minha demora para responder. Levantei o braço e estendi a mão para ele. – O que foi... QUE PORRA É ESSA NA SUA MÃO?! – Gritou no meio da frase e puxou meu braço com força para ele, o que me fez levantar da cama à contragosto e gemer de dor.
- Isso dói, ! – Choraminguei e ele demonstrou não sentir a menor pena da minha dor.
- Por que diabos você fez isso nas mãos, Fernandéz ?! – ODEIO quando ele me chama pelo nome completo.
- Não me chama pelo nome completo, porra! – Gritei irritada. – Estou bem cansada disso, sabia?! – Bradei, bastante irritada.
- Ah, você está cansada? Pois saiba, que eu estou cansado das suas birras infantis, ! Você esmurrou a parede para descarregar a raiva? Por que não me bateu, então? – Falou e deu uns tapas no próprio peitoral – Quando sentir raiva, bata em mim e não na parede, sua tola idiota!
- Não fala assim comigo, !
- Eu falo como eu quiser, porque você sabe que está agindo feito uma garotinha mimada. Caralho, esmurrar a parede desse jeito e ainda pensar em se afastar da gente. Que irresponsabilidade, ! – se manteve calado e ainda andando de um lado a outro do quarto.
- Não vai se juntar ao meu irmão, ? – Provoquei o e ele parou de andar e me encarou. – Se junte a ele ao clube do “vamos falar o quanto a é uma idiota infantil”! – Bradei e ele se aproximou de mim.
- Você sabe o porquê de eu não ter sumido daqui ainda? – Falou e segurou com força meu braço um pouco acima do pulso – Sabe? Porque eu amo você, porque você faz com que eu nunca desista do que estamos vivendo juntos e nunca desista de viver. Você é uma das razões por eu ainda estar aqui, firme e forte, ao seu lado. Você é a minha razão de ainda aguentar aquelas publicações idiotas e difamatórias. Você, sua mulher idiota e boba! – Ao terminar, ele largou meu braço e apertou com força os olhos. agora chorava.
- Você também é minha razão de não desistir, . – Comecei a falar e ele não virou para me olhar – Toda vez que me convenço de que é melhor ir embora e deixar vocês viverem em paz sem mim, você se aproxima e me olha com esse olhar tão sereno e eu não resisto. Acabo desistindo de tudo, de fugir, de ir para longe de você, de todos. Eu... Eu perco toda a coragem de fugir. – Concluí meu pensamento, agora eu chorava mais do que antes. nos olhava sem dizer uma palavra ou fazer nenhum gesto. – Eu sou uma idiota infantil mesmo. Eu sei disso, mas é que eu não aguento a pressão da imprensa e de fãs raivosos em cima de mim, espalhando mentiras sobre mim, sobre nós todos. Coisas que eu jamais faria...
- E nós sabemos que você nunca faria nada daquilo, ! – quebrou o silêncio – Nós sabemos disso!
- É muita pressão, irmão... Muita!
- Se arrepende de ter aceitado fazer aquele exame de DNA?
- Nunca! Foi a melhor coisa que me aconteceu. E foi graças a isso que eu conheci você, ... – Ele ainda não me olhava. Ainda estava de costas para mim e de frente para janela do quarto, que estava meio aberta e deixava entrar uma leve brisa. – E eu te amo tanto... – apertei os olhos e lágrimas escorregaram pelo meu rosto. Suspirei frustrada com tudo que eu fiz: ter me batido, me machucado, de ter cogitado fugir (sim, eu pensei em sair e não avisar a ninguém para onde eu iria. Nem a saberia de nada).
- ! – Eu saí correndo pela porta e cheguei à sala. Todos estavam lá, os olhares agora recaídos em mim. – Amiga, o que aconteceu? – Perguntou , que estava ao lado do , eles estão namorando. Eu não falei nada, apenas esbocei um sorriso e saí pela porta do apartamento.
- , espera! – Ouvi a voz do se perder pelo corredor. Usei as escadas e logo, cheguei no térreo. Não sei como corri tão rápido. Saí do prédio e corri pela rua escura e mal iluminada do condomínio. Eu queria ficar sozinha, respirar e repensar tudo que eu pretendia fazer. Agora era claro para mim que eu não fugiria mais, mas, antes mesmo de eu voltar para casa e pedir perdão a todos, um barulho muito alto e uma pancada muito forte me fez não pensar mais nisso. Em mais nada.
Capítulo 6
Outro acidente de carro, mas desta vez não era eu quem dirigia. Algum idiota mal de volante, andava em alta velocidade dentro do condomínio, apesar de ser proibido. Talvez estivesse bêbado, talvez fosse mais do que imprudente sóbrio mesmo. Não sei. Sei apenas que estou novamente em uma sala de cirurgia. E desta vez, não foi tão fácil assim.
- Ela perdeu muito sangue. Precisa de uma transfusão urgente. – O médico que me atendeu disse aos presentes que me levaram ao hospital. está tão desesperado, suas mãos e roupas ainda estão sujas de sangue. Foi ele o primeiro a me socorrer ainda na calçada. – Alguém é compatível com ela? Algum irmão ou parente próximo? – Questionou o médico.
- Sou irmão dela, mas nossos tipos são diferentes. – Apesar de e eu sermos irmãos, não temos o mesmo tipo sanguíneo. Meu sangue é raro, puxei a minha mãe, então só posso receber doação do mesmo tipo.
- Eu não sei o meu tipo sanguíneo, mas... Se for preciso, eu dou meu sangue para ela. – disse com a voz embargada, ainda chorava um pouco, desta vez pela minha situação.
- Venha comigo rapaz, vamos fazer um teste. Se for compatível, coletaremos o seu sangue. Ok? – Ele afirmou com a cabeça e acompanhou o médico até uma saleta para coletar o material sanguíneo dele.
Pouco tempo depois, e o médico descobriram que ele tem o mesmo tipo que o meu. Rápida e prontamente coletaram o sangue do e logo, ele estava correndo em minhas veias. Algumas horas depois, minha cirurgia terminou. O médico avisou a todos que tudo correu bem e que em breve eu estaria no quarto, mas ainda desacordada.
- Vai demorar um pouco para a paciente acordar, mas correu tudo bem com a cirurgia e a recuperação dela também será tranquila e com bastante repouso. – Ele disse e completou – Depois eu aviso sobre os procedimentos pós cirurgia, assim que ela acordar. Se quiserem vê-la, só pode dois, pois tem muita gente. Quando ela acordar, os outros podem visitá-la. – Falou e então e o acompanharam até o meu quarto.
- É horrível vê-la assim... – Disse, num sussurro quase inaudível e deixou lágrimas caírem do olhar. – Oh, maninha... – apertou o ombro do meu irmão num toque amigável.
- Ela vai se recuperar logo, dude. Você vai ver... Logo, ela estará nos enchendo a paciência novamente. – Brincou e deu um sorriso forçado – Logo, ela voltará para nós... – Sussurrou, mais para si mesmo do que para o .
Horas depois, eu comecei a acordar. Meu corpo estava dolorido e minha cabeça bastante pesada. Voltei à sensação de ter dez pessoas sentadas nela. Rolei os olhos pelo quarto e desta vez enxerguei o semblante do sentado na cadeira ao meu lado. Ele dormia serenamente. Sorri de leve e tossi para que ele acordasse.
– Hum... – Ele resmungou e abriu os olhos, que já estavam postados na minha direção. – Amor! – Falou espantado ao me ver de olhos abertos. Sorri para ele. se levantou e segurou minhas mãos com cuidado. Agora que notei que ambas estão com um curativo e enfaixadas – Como se sente, amor?
- Cansada. – Falei num sussurro. – Me lembro do acidente... Há quanto tempo estou aqui? – Perguntei e ele me olhou com um sorriso nos lábios.
- O acidente foi ontem. Foi tudo tão... Tão rápido. Fulminante! – Falou suspirando e deu um beijo de leve em minha mão enfaixada. – Agora já está tudo bem, minha querida. – Sorri para ele e tossi novamente. – Quer água? – Confirmei com a cabeça e ele foi buscar. Voltou e me entregou um copinho com água e me ajudou a beber.
- Obrigada, amor... – Minha voz saiu mais nítida desta vez – Me desculpa, eu...
- Depois falamos disso, ok? Você precisa de repouso, mocinha teimosa. – Ele puxou meu nariz com os dedos e riu. Eu ri também e ficamos calados por um tempo. Minutos depois, aparece no quarto chorando.
- Graças a Deus, você acordou! – Ele disse com os olhos marejados – Está tudo bem, minha princesa? Me perdoa, eu fui um grosso, bruto, imbecil com você. Não quis entender o seu lado... – Disparou a falar e o interrompeu.
- Dude! – se calou e olhou para ele. – Agora não. Depois todos nós vamos conversar, ok? O que importa é que a acordou e que ela está bem. E que nós a amamos muito para ficar longe dela. – A última frase ele disse olhando para mim e me deu um beijo leve em meus lábios.
- Agora não é hora para namorar, e ! – Brincou , rindo.
- Falando assim parece até que você está falando de mim e de você. Agora que reparei... – Brincou e fechou a cara.
- Rá-Rá! Hilário, !
Passamos algumas horas conversando. Nós três. me contou que doou sangue para mim e, com isso, salvou minha vida, pois sem o sangue eu morreria na cirurgia ou ficaria com sequelas graves.
Dias depois eu tive alta e voltei para o apartamento do . Conversamos sobre os jornalistas e resolvi contar para os rapazes a minha decisão de não me afastar de ninguém. Pedi perdão por tudo que fiz antes do acidente. Aliás, se eu não tivesse saído daquele jeito, eu não sofreria este acidente, né? Enfim, está tudo tranquilo entre nós.
me convidou oficialmente para morar com ele, em definitivo, deixando assim o apartamento que moro com a só para ela. É bom, pois o praticamente estava morando lá e eu aqui com o . Então, no fim, ficou tudo certo para ambos os casais.
Essa foi a loucura que aconteceu na minha vida nos últimos anos. Me vi órfã, solteira ao me livrar de um encosto de ex-namorado opressor, mas meu emprego era maravilhoso e amigos mais ainda. Depois tudo virou, teve o acidente, aí a revelação de que eu tinha um outro pai que não aquele que faleceu, e que eu tinha um irmão mais velho e bonitão, com ele veio o junto que mudou minha vida. Tudo mudou minha vida completamente. Mudei de emprego, de país, de sobrenome... A única coisa que não mudou, nesse tempo, foi o meu amor e carinho pelo e pelo : os homens da minha vida. Principalmente o meu querido irmão, , meu big brother. E eu serei sempre a little sister dele. Para sempre e mais um dia.
F. .
- Ela perdeu muito sangue. Precisa de uma transfusão urgente. – O médico que me atendeu disse aos presentes que me levaram ao hospital. está tão desesperado, suas mãos e roupas ainda estão sujas de sangue. Foi ele o primeiro a me socorrer ainda na calçada. – Alguém é compatível com ela? Algum irmão ou parente próximo? – Questionou o médico.
- Sou irmão dela, mas nossos tipos são diferentes. – Apesar de e eu sermos irmãos, não temos o mesmo tipo sanguíneo. Meu sangue é raro, puxei a minha mãe, então só posso receber doação do mesmo tipo.
- Eu não sei o meu tipo sanguíneo, mas... Se for preciso, eu dou meu sangue para ela. – disse com a voz embargada, ainda chorava um pouco, desta vez pela minha situação.
- Venha comigo rapaz, vamos fazer um teste. Se for compatível, coletaremos o seu sangue. Ok? – Ele afirmou com a cabeça e acompanhou o médico até uma saleta para coletar o material sanguíneo dele.
Pouco tempo depois, e o médico descobriram que ele tem o mesmo tipo que o meu. Rápida e prontamente coletaram o sangue do e logo, ele estava correndo em minhas veias. Algumas horas depois, minha cirurgia terminou. O médico avisou a todos que tudo correu bem e que em breve eu estaria no quarto, mas ainda desacordada.
- Vai demorar um pouco para a paciente acordar, mas correu tudo bem com a cirurgia e a recuperação dela também será tranquila e com bastante repouso. – Ele disse e completou – Depois eu aviso sobre os procedimentos pós cirurgia, assim que ela acordar. Se quiserem vê-la, só pode dois, pois tem muita gente. Quando ela acordar, os outros podem visitá-la. – Falou e então e o acompanharam até o meu quarto.
- É horrível vê-la assim... – Disse, num sussurro quase inaudível e deixou lágrimas caírem do olhar. – Oh, maninha... – apertou o ombro do meu irmão num toque amigável.
- Ela vai se recuperar logo, dude. Você vai ver... Logo, ela estará nos enchendo a paciência novamente. – Brincou e deu um sorriso forçado – Logo, ela voltará para nós... – Sussurrou, mais para si mesmo do que para o .
Horas depois, eu comecei a acordar. Meu corpo estava dolorido e minha cabeça bastante pesada. Voltei à sensação de ter dez pessoas sentadas nela. Rolei os olhos pelo quarto e desta vez enxerguei o semblante do sentado na cadeira ao meu lado. Ele dormia serenamente. Sorri de leve e tossi para que ele acordasse.
– Hum... – Ele resmungou e abriu os olhos, que já estavam postados na minha direção. – Amor! – Falou espantado ao me ver de olhos abertos. Sorri para ele. se levantou e segurou minhas mãos com cuidado. Agora que notei que ambas estão com um curativo e enfaixadas – Como se sente, amor?
- Cansada. – Falei num sussurro. – Me lembro do acidente... Há quanto tempo estou aqui? – Perguntei e ele me olhou com um sorriso nos lábios.
- O acidente foi ontem. Foi tudo tão... Tão rápido. Fulminante! – Falou suspirando e deu um beijo de leve em minha mão enfaixada. – Agora já está tudo bem, minha querida. – Sorri para ele e tossi novamente. – Quer água? – Confirmei com a cabeça e ele foi buscar. Voltou e me entregou um copinho com água e me ajudou a beber.
- Obrigada, amor... – Minha voz saiu mais nítida desta vez – Me desculpa, eu...
- Depois falamos disso, ok? Você precisa de repouso, mocinha teimosa. – Ele puxou meu nariz com os dedos e riu. Eu ri também e ficamos calados por um tempo. Minutos depois, aparece no quarto chorando.
- Graças a Deus, você acordou! – Ele disse com os olhos marejados – Está tudo bem, minha princesa? Me perdoa, eu fui um grosso, bruto, imbecil com você. Não quis entender o seu lado... – Disparou a falar e o interrompeu.
- Dude! – se calou e olhou para ele. – Agora não. Depois todos nós vamos conversar, ok? O que importa é que a acordou e que ela está bem. E que nós a amamos muito para ficar longe dela. – A última frase ele disse olhando para mim e me deu um beijo leve em meus lábios.
- Agora não é hora para namorar, e ! – Brincou , rindo.
- Falando assim parece até que você está falando de mim e de você. Agora que reparei... – Brincou e fechou a cara.
- Rá-Rá! Hilário, !
Passamos algumas horas conversando. Nós três. me contou que doou sangue para mim e, com isso, salvou minha vida, pois sem o sangue eu morreria na cirurgia ou ficaria com sequelas graves.
Dias depois eu tive alta e voltei para o apartamento do . Conversamos sobre os jornalistas e resolvi contar para os rapazes a minha decisão de não me afastar de ninguém. Pedi perdão por tudo que fiz antes do acidente. Aliás, se eu não tivesse saído daquele jeito, eu não sofreria este acidente, né? Enfim, está tudo tranquilo entre nós.
me convidou oficialmente para morar com ele, em definitivo, deixando assim o apartamento que moro com a só para ela. É bom, pois o praticamente estava morando lá e eu aqui com o . Então, no fim, ficou tudo certo para ambos os casais.
Essa foi a loucura que aconteceu na minha vida nos últimos anos. Me vi órfã, solteira ao me livrar de um encosto de ex-namorado opressor, mas meu emprego era maravilhoso e amigos mais ainda. Depois tudo virou, teve o acidente, aí a revelação de que eu tinha um outro pai que não aquele que faleceu, e que eu tinha um irmão mais velho e bonitão, com ele veio o junto que mudou minha vida. Tudo mudou minha vida completamente. Mudei de emprego, de país, de sobrenome... A única coisa que não mudou, nesse tempo, foi o meu amor e carinho pelo e pelo : os homens da minha vida. Principalmente o meu querido irmão, , meu big brother. E eu serei sempre a little sister dele. Para sempre e mais um dia.
F. .
Fim
Nota da autora: AAAAAAAAAAAA acabou! Gostei tanto de escrever esta história. Tudo correu como eu planejei e imaginei, melhor até. Gostaria de agradecer a todo mundo que leu a “Little Sister” e comentou aqui. Agradeço mais uma vez a minha beta querida, Lu, obrigadinha mais uma vez! <3 Muito bom trabalhar com você <3 Agradeço novamente ao FFBOS pela oportunidade de postar minha fic aqui <3
E, um spoiler: esta fic foi tão especial para mim, que eu fiz um spinn off dela. Uma continuação chamada “Little Child”, bem curtinha (quatro folhas do word, sendo que essa teve vinte e duas folhas). Em breve postarei aqui (depois que eu revisar, rs).
Comentem comigo o que acharam ou por aqui ou pelo meu insta (@iamthelica)! Será um prazer saber o que acharam.
Beijão e até a próxima fic da tia Li ;)
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
E, um spoiler: esta fic foi tão especial para mim, que eu fiz um spinn off dela. Uma continuação chamada “Little Child”, bem curtinha (quatro folhas do word, sendo que essa teve vinte e duas folhas). Em breve postarei aqui (depois que eu revisar, rs).
Comentem comigo o que acharam ou por aqui ou pelo meu insta (@iamthelica)! Será um prazer saber o que acharam.
Beijão e até a próxima fic da tia Li ;)