Lista dOz memoráveis

Última atualização em: 02/06/2023

Prólogo

Caderno de Memórias
[X] Doar sangue
[X] Acordar Liam com água
[ ] Escrever um livro
[X] Beijar na roda gigante
[X] Pedir conselhos a uma criança
[X] Aparecer em um noticiário
[ ] Contar uma mentira para Raena
[ ] Ganhar um prêmio
[X] Fazer uma tatuagem
[ ] Vencer um medo
[X] Entrar de penetra em uma festa
[X] Ler uma história no fofic
[ ] Se apaixonar


Capítulo 01 - [X] Escrever uma lista

As cortinas abriram, com as lâmpadas apagadas, a única luz presente era a do holofote direcionado ao centro do palco. O show estava prestes a começar.
O narrador engrossou a voz, começando a falar.
“Há muitos e muitos anos, que essa história seja uma demonstração de fé para os jovens de coração, o tempo não conseguiu apagar o encanto de sua gentil filosofia.”
Dorothy corria em direção a sua casa com sua cesta em mãos, Totó estava ao seu lado acompanhando seus passos.
Ela tentava conversar sobre os recentes acontecimentos e ninguém a escutava. A garota se mostrava aflita.
Devlin encarava a cena curiosa, aprendeu a gostar do teatro por conta do melhor amigo já que sempre fora mais fã das telas do que ao vivo. A situação de Dorothy a fazia querer gritar, mas aquele cachorro de pelúcia terrivelmente mal feito conseguia ser pior que qualquer problema que a protagonista estava passando.
Você não deve ter medo dela, menina. Coragem, coragem. — dizia o homem para Dorothy enquanto ela se equilibrava na madeira velha das cercas.
Um lugar sem problemas? Você realmente acredita que exista um lugar assim, totó?
sorriu ao ver a personagem conversar com seu cachorrinho. O cenário estava pintado em tons de preto, branco e sépia, o que deixava tudo ainda mais melancólico.
Zayn estava sentado na última poltrona da fileira, com Liam ao seu lado e ao lado dele. Malik saiu um pouco de seu lugar para cutucá-la e, assim que teve sua atenção, apontar para Payne.
A garota balançou a cabeça em negação, mas seu sorriso mostrava que tinha entendido. E concordado.
A protagonista terminava de dançar ao som de “Somewhere over the Rainbow” enquanto caminhava pelo palco.
Os dois se posicionaram e trocaram um olhar cúmplice.
Tia Emy entregava o cachorrinho para que fosse levado ao xerife.
Nós temos que sair daqui. Temos que fugir, totó.
Assim que a garota correu junto ao seu cachorro, e Zayn puxaram os braços de Payne, fazendo-o arfar e acordar em um pulo.
Zayn segurava a risada do desespero no olhar do garoto, Lee abriu a boca para reclamar e gritar, mas logo foi censurado pelos dois, que apontavam para a peça.
A música começou a tocar e, de repente, as cores tomaram conta do lugar
Nossa, eu nunca pensei que existisse um lugar assim…
sorriu ao ver a estrada das pedras amarelas, Niall iria gostar de estar assistindo a peça.
A atenção dos oito adolescentes logo foi tomada pelo motivo que os levou ali. Harry apareceu, apoiado em duas vigas de madeira e com palha ao seu redor. Ele interpretava o espantalho e recitava seu diálogo junto a Dorothy.
Louis cutucou , sussurrando em como Styles tinha pegado justamente o papel do personagem sem cérebro.
Eu desvendaria qualquer enigma para um indivíduo com problemas ou com dor…
Liam escutava atentamente a voz do moreno, tentando ignorar Zayn cutucando-o para passar alguma mensagem a Louis. Ele deveria tê-lo deixado cochilando.
Harry e a garota Dorothy agora encontravam o Homem de Lata, interpretado por alguém que Tomlinson já imaginava ter visto pelo colégio.
Eu seria afetuoso, eu seria gentil e terrivelmente sentimental com relação ao amor e a arte.
Louis analisou a cena, o cara dançava como se realmente estivesse enferrujado. Cutucou a irmã e apontou para o trio que já caminhava novamente pelas pedras amarelas após a discussão com a bruxa.
Sinto que já nos conhecemos faz muito tempo, mas isso não faz muito sentido, não é?
Harry sorriu largo ao ouvir a fala, a cena permitia que ele se mostrasse um pouco menos presente e, por isso, procurou por seus colegas na plateia.
Você está certa, eu sou covarde, eu não tenho nenhuma coragem! Olhe para dentro dos meus olhos…
encarou o leão, o coração enchendo-se de compaixão, ele estava chorando!
O quarteto cantava e começava a caminhar juntos em direção a Oz.
O primeiro ato estava encerrado.


— E quando você correu e ajudou a pegar o balde? Tinha até palha caindo e você fez tudo isso enquanto cantava, Harry! Enquanto cantava!
Louis comentou empolgado sobre a peça.
Ele sempre ficava eufórico depois das apresentações, procurando sinais e tentando encaixar o que quer que tivesse aprendido em sua vida. Os minutos de caminhada até as casas do trio eram sempre bem-vindos para ele extravasar tudo que estava sentido.
— Sim, foi uma performance impecável. — Harry respondeu, sorrindo pelo reconhecimento.
Ele olhou para a garota ao lado de Lou, esperando para ver se ela adicionaria algum comentário. Silêncio.
— Qual é o próximo musical? Quando? — Tommo perguntou, mais empolgado por ter acesso às informações com a própria estrela do teatro.
— Ainda não posso falar, mas prometo te contar, quando puder — o mais alto respondeu, colocando uma mão no peito em forma de promessa.
Louis bufou, estava ao lado de dois participantes do cast e não recebia nada?
O garoto encarou a irmã.
— O que tem a dizer, ?
— Foi uma peça legal, eu gosto do mágico de Oz.
Deu de ombro, fazendo pouco caso da empolgação.
Harry a encarou também, arqueando uma sobrancelha e dando um sorriso ladino.
— Legal?
— Ah, eu gostei, Styles — balançou os braços ao redor do corpo — foi uma melhor atuação do que as dos ensaios da próxima.
Os dois garotos tiveram reações muito diferentes, mas falaram alto e ao mesmo tempo.
— Todas minhas atuações são as melhores!
— Você já sabe qual é a próxima!?
respirou fundo e decidiu responder ao irmão.
— Sim, mas como ele disse, não podemos te contar ainda, William. — apelou para o apelido dela e então apontou para Styles — e você deveria agradecer, eu te elogiei!
O moreno cerrou os olhos, negando com a cabeça. Estava com o humor de fim de peça e trabalho bem feito, mesmo que quisesse, não discutiria agora.
— Vou deixar essa passar, Tomlinson.
Os três pararam de andar assim que chegaram em frente às suas casas.
— Boa noite, crianças. — Harold disse, dando um aceno de cabeça e entrando em sua própria casa.
— Boa noite, Harry. — Lou respondeu e entrou em casa também.
ficou parada por um instante, apenas olhando para o melhor amigo de infância do irmão.
— Tente não fazer tanto barulho na minha janela, Hollywood. — ela disse, enquanto tirava o celular do bolso.
— Só se você não deixar a luz ligada até a madrugada, insuportável. — respondeu.
As duas residências eram parecidas, e o quintal das casas estava ligado por uma espécie de casa na árvore que tinha passagem do quarto de Harry até o quarto de Louis. Porém, a parede do quarto de H tinha visão para o quarto de ambos os gêmeos.
deu de ombros, passando pela porta após ouvir Louis a chamar.
Quando tinha acabado de tomar banho e preparava sua cama para ir se deitar, escutou um barulho na janela e então, um grito.
— Apaga essa luz!


Estava inquieto.
Seus olhos estavam pesados e ainda estava cansado, a noite de sono não tinha trazido descanso e os sonhos pioraram tudo. Não queria ficar na cama, sabia que se enrolar nos lençóis só lhe traria preguiça e perda de tempo.
Pegou o celular na cômoda e se deu conta de que eram quase seis e meia da manhã. Bufou por ter acordado tão cedo e então levantou-se da cama.
Depois de um banho para despertar, mexeu em seus aplicativos, procurando por alguma notificação. Ele tinha. Várias. Porém nenhuma delas era a que ele esperava.
Guardou o aparelho no bolso e caminhou devagar até a saída, parou na copa da cozinha, deixando um bilhete para a mãe, não queria preocupá-la.
A caminhada da noite anterior não havia sido suficiente para sanar a euforia de Louis e agora ele tentava pensar em alguém para acompanhá-lo nesta crise-pós-espetáculo-matinal.
Sabia que estaria dormindo, ela sempre ia para cama tarde. Harry precisava de seu sono de beleza e acordar era uma missão impossível, sem contar no humor que ela desenvolvia ao não ter suas sagradas nove horas de sono.
Poderia chamar , mas não era próximo da garota a ponto de fazer uma ligação na manhã desesperado. Ela demorava a realmente deixar as pessoas a conhecerem, era reservada e Louis… bom, ele sabia que podia ser um tornado.
Imaginou a cena de com sapatos vermelho-rubi voando alto por suas atitudes.
Parou sua caminhada, procurando o celular e mandando mensagem para a sua última esperança. Ela entenderia.
Andava em direção a loja do senhor Kingston, uma espécie de café com papelaria famosa pelo bairro, faria seu desjejum ali.
Entrou no estabelecimento, dando um aceno para o atendente e fez seu pedido de sempre, acompanhando o da amiga. Ao pegar sua carteira para pagar, notou algo novo no balcão.
— O que é isso? — apontou para o pote com embalagens brancas.
— São biscoitos da sorte, nova receita. — o homem respondeu.
Louis encarou o pote e então enfiou a mão, sorteando dois.
— Você pode separar um café da manhã para quatro pessoas? Vou levar para a viagem.
O atendente afirmou e anotou o resto do pedido, passando o cartão do garoto.
Tomlinson sentou em uma das últimas mesas, a que ficava em frente a uma das prateleiras de materiais. Se sentia para baixo, quando sua vida tinha tomado aquele rumo? Por que ele só se sentia incompleto agora?
O sino da porta tocou, tirando sua atenção dos cadernos e canetas.
— Lou! — gritou, do outro lado da loja, chamando a atenção das pessoas ali. Ela era uma pessoa matinal.
! — Ele respondeu, com a mesma empolgação.
A garota correu até a mesa se sentando em frente ao amigo.
Louis prestou atenção em suas roupas, parecia viver em seu próprio mundo enquanto os outros vagavam pela terra, apenas observando-a e esperando seu próximo passo, a autenticidade corria pelas meias coloridas e os acessórios de palhaços, era uma grande amiga de sua irmã, não era difícil de interagirem, sempre conversando juntos enquanto Harry e destruíam o mundo e um ao outro.
— Tudo bem? — perguntou, estendendo-se nas vogais.
Viu o garoto afirmar com a cabeça e sorrir.
— Mentiroso. — reclamou, estalando a língua.
— Tudo bem, eu estou surtando.
franziu o cenho, o que poderia acontecer para abalar o enorme alto astral de Tomlinson?
— O que aconteceu?
Respirou fundo, tentando organizar sua epifania e falhou.
Alguns segundos se passaram, então decidiu apenas jogar tudo para fora e esperar pelo melhor.
— Eu estou em Kansas, ! Kansas! — exasperou, gesticulando exageradamente. — e eu quero o país das esmeraldas, eu quero Oz! A coragem, o cérebro, o coração e o Totó!
ficou em silêncio por um tempo, procurando as palavras certas. Pensou seriamente em indicar algum lar para adoção de cães, mas o canino deveria ser o menor dos problemas.
— Você precisa achar um jeito de deixar sua vida colorida. — Capaldi deu de ombros, como se não fosse nada.
— Nós deveríamos ir às compras?
— Olha, eu não reclamaria, mas não era tão literal assim.
Louis resmungou, passando as mãos no rosto.
— Não gosto do jeito que as coisas estão. Não é que estejam ruins, mas não estão boas. Os dias parecem… — fez uma careta — nublados?
— E o que você quer fazer para mudar, Lou? — ela colocou as mãos no queixo. Não precisava saber de tudo, apenas fazer as perguntas certas. Sabia que ele chegaria na própria solução do seu problema. Todo mundo sempre chegava.
— Eu ainda não sei, mas eu sei que logo vou saber. — apontou o dedo, afirmando com a cabeça.
— Me parece uma ótima solução. — sorriu.
Os dois ficaram quietos por um instante. Lou abaixou sua cabeça bufando, e logo fez o mesmo.
— Eu odeio esperar por soluções! — a garota reclamou.
— Eu realmente não sou uma pessoa paciente. — o garoto acrescentou.
correu os olhos pela loja, encarou as janelas e os doces na vitrine. Voltou a olhar para a mesa, enfim notando as duas pequenas embalagens.
— O que é isso? — perguntou, pegando um deles.
— São biscoitos da sorte, feitos aqui mesmo, eu acho. — deu de ombros, pegando o outro.
— Vamos abrir? — arregalou os olhos, curiosa.
Lou balançou a cabeça e os dois começaram a tirar o papel.
Ela quebrou o biscoito no meio, puxando as duas partes para lados opostos e revelando o papel.
Busque um amor como falar M, os lábios simplesmente não podem ficar sem se tocar.
franziu o cenho e então riu. Ela e Lou, inconscientemente começaram a tentar falar M sem tocarem os lábios.
— Parece um bom presságio. — Tomlinson disse, sorrindo.
— Sua vez.
O moreno quebrou seu biscoito, abrindo-o.
Agarre todas as oportunidades, elas não vão te beliscar de volta. — leu e fez uma careta — Como uma oportunidade poderia me beliscar?
— Essa é a ideia.
Revirou os olhos, havia colocado muitas expectativas no pedaço de papel.
— Que conselho terrível.
começou a brincar com a embalagem, fazendo uma dobradura de barco.
— Acredite em mim, o melhor do biscoito não é a massa.
Os dois adolescentes tiveram sua atenção tomada por uma senhora parada ao lado de sua mesa.
— As frases não tem muito significado… — falou, frustrado.
A mulher deu um sorriso acolhedor, os cachos brancos voavam pela brisa que vinha da janela aberta.
— Você é jovem, meu rapaz, espere pelo mais sábio dos conselhos: o tempo.
e Lou se encararam e então olharam ao redor novamente, buscando pela mulher. Não a encontraram na loja, mas também não escutaram o tintilar do sino.
— O que foi isso?
Tomlinson respirou fundo, apertando a mão da garota.
— Acabamos de conhecer uma bruxa boa.


Zayn Malik conheceu Flardryn-Horan quando pequeno. Ela chegou em sua casa em uma tarde de páscoa, não disse uma palavra enquanto estavam sentados assistindo Hop, porém aceitou um pedaço de seu ovo de chocolate. Começaram uma amizade pela amizade de suas mães, mas eles acabaram por encontrar conforto e se abrir um com o outro.
Malik era uma espécie de alma livre, seguindo suas próprias orientações e fazendo o que achava ser o certo para si, já
— E você comeu? — o garoto franziu o cenho, jogando um salgadinho na boca.
— O que você esperava que eu fizesse?
A garota indagou enquanto rebatia outra bola que a máquina jogava. Ela estava treinando tênis na quadra do clube enquanto Zayn permanecia sentado nas arquibancadas ao lado. O cabelo do garoto pingava em sua blusa seca por recém ter saído da aula de natação.
— Negasse? Pelo amor, ...
— Eu queria causar uma boa impressão, não podia fazer desfeita!
— As únicas pessoas que se importam em fazer desfeita são as que não se importam com você. — ele apontou o salgadinho para a garota, que apenas bufou, apertando a mão ao redor da raquete. Não era grande fã dos momentos lúcidos de Zayn Malik.
O silêncio durou menos de três segundos.
— Foi uma experiência e toda experiência é bem-vinda. — disse, fazendo-o rir.
— Tem alguma festa rolando? — o moreno trocou de assunto, sabendo que a lista de contatos da melhor amiga era grande. Apesar da maioria mandar mensagens pedindo respostas e não convites.
— Sempre tem uma festa rolando, Zee.
— Eu sei, mas queria uma festa que tivesse cara de festa, e não outra reunião estilo Cameron — revirou os olhos. Lembrar de ter desperdiçado seu sábado no evento chegava a doer — aquele negócio foi um saco.
— As aulas começam na próxima semana, você não acha que deveria focar um pouquinho mais nisso?
— Eu deixo esse preparo para você.
— Duvido muito que os pais da deixem ela dar outra festa tão cedo... — foi sincera — Você lembra o tamanho da bagunça que foi da última vez.
Zayn ponderou, não lembrando todos os acontecimentos daquela noite. Ao menos não os que eram de pouca importância para ele.
— Eles quebraram a cerca da casa, tinha gente dormindo no telhado e provas no triturador da pia. Sem contar as bebidas derramadas no corpo dos...
O garoto deu de ombros, enquanto avistava Louis entrar na quadra com o cabelo também molhado.
— Do que vocês dois estão falando?
pulou em seu lugar ao ouvir a voz atrás de si.
— Louis!
— Nada demais, a só estava falando sobre bebida no…
— Zayn! — respondeu alto, fazendo o recém chegado encará-la com o cenho franzido — o Zayn estava comentando sobre festas e bebidas, sabe como é.
Ela apoiou a raquete no chão, passando a mão para ajeitar o cabelo. Distraída, não percebeu que a máquina de bolas não estava desligada.


deslizava pela pista calmamente, era mais um treino de rotina. O som de fora era abafado pelo gorro que cobria suas orelhas, sua mente estava completamente focada no gelo, desde a pressão que colocava na ponta dos pés até o frio que sentia na perna esquerda por ter errado o salto anterior.
O gelo sempre fora tudo que importava para ela, estar completamente focada era um fator essencial para um resultado satisfatório e odiava estar distraída, mesmo que tivesse motivos para tal.
Repetia para si mesma que estava tudo bem, que as pessoas mereciam e queriam férias, inclusive seu parceiro de coreografia, mas o que ela poderia fazer se estivesse realmente obcecada com a atividade? Não era uma obsessão que machucava ninguém, certo?
O que custava Frederick se dignar a responder as mensagens sobre um tempo livre para treino? Eles estavam perto da apresentação da dupla! Odiava ter que contar com outra pessoa.
Conversas mais altas foram surgindo e logo depois alguém gritando seu nome.
A garota procurou a voz, vendo Andrew Chastain a chamar.
deslizou até ele, o homem estava apoiado na estrutura que separava as arquibancadas da pista.
— Normalmente é um prazer te ver, mas esse não é o caso, vô.
Andrew riu ao vê-la rolar os olhos.
— Eu entendo que seja difícil para você e as garotas, mas eu esperava ter te ensinado a dividir.
Ela bufou, cruzando os braços.
Desde que o estádio do time de hóquei entrou em reforma, os jogadores usavam a pista de patinação, e nem sequer podia reclamar sobre eles, considerando que seu avô era o treinador e seguia toda a baboseira de ‘um time família’.
— Vocês não podiam usar a outra pista de Londres?
— Você quer dizer a pista de patinação do shopping? — Chastain também cruzou os braços, arqueando a sobrancelha.
— Acredite em mim, uma pista infantil seria perfeita.
O homem riu, negando com a cabeça
— Os treinos estão na metade, tivemos sorte desse imprevisto não ter vindo antes da temporada. — analisou a situação — a pista pública não pode ser fechada para treino, você sabe disso, querida.
— É, é, eu sei. — suspirou.
— E lagos congelados estão fora de cogitação.
— Eu nunca mencionaria isso! — disse indignada. Ainda tinha pesadelos com a água gelada desde o acidente quando criança.
encarou os jogadores entrando na pista, se despediu do avô e foi em direção a saída.
— Sem boa sorte hoje, querida?
Liam Payne usava a camisa do time e tinha seu sorriso de acessório. Ele acenou para ela, arqueando a sobrancelha.
— Não se garante sem, abelhinha? — imitou o gesto do rapaz.
— Eu me garanto até de olhos fechados. — ele rebateu, segurando o taco do lado do corpo e aumentando seu sorriso.
Ela abriu a boca, mesmo que as palavras não estivessem prontas. O silêncio durou por alguns segundos, palavras perdidas no meio da troca de olhares, guardando segredos maiores do que o ginásio.
— Ei, vocês dois, o treino é pra hoje!
O treinador segurava a prancheta enquanto apontava o centro da pista.
— Vejo você mais tarde, querida. — o garoto gritou quando ela saiu do gelo.
— Só se eu for muito azarada! — gritou de volta e, de costas para ele, caminhou até o vestiário, escondendo o sorriso.


Londres não estava com seu típico frio insuportável, então a garota tirou seu casaco, colocando-o em um dos ganchos da entrada da casa.
planejava deitar no sofá confortável da sala de visitas e enrolar todas suas tarefas, mas a curiosidade pelo cheiro que vinha da cozinha foi maior.
Chegando lá, percebeu que era Alice, uma das mães de e Niall, cozinhando e conversando ao telefone.
— Você pode mexer para mim?
Ela pediu, apontando para a panela e depois para o aparelho.
A garota concordou e se aproximou do fogão, tentando desvendar o que sua madrinha cozinhava na panela que permanecia fechada. Não era a melhor ajudante de cozinha, mas sempre estava disposta a ser a cobaia dos experimentos das Flardryn's. ficava na parte da confeitaria, Alice nos salgados e ela acabava sendo a responsável por lavar a louça, mesmo que no final acabasse dando uma desculpa muito boa para seu pai —às vezes seus melhores amigos— fazerem sua tarefa.
Quando se aproximou para abrir, percebeu o quão quente a panela estava. Na busca de um pano para não queimar as mãos, deu um pulo e afastou-se bruscamente ao ouvir a panela fazer um barulho alto e se mexer.
— Caralho! — praguejou, colocando a mão no coração e olhando desesperada para a porta.
Como se suas preces estivessem sendo executadas, Alice entrou na cozinha.
— Você não desligou? — caminhou até o fogão, apagando o fogo e abrindo a tampa com as próprias mãos.
A garota encarou-o, nem um resmungo de dor?
— Essa coisa estava explodindo!
— É uma panela de pressão, , o que você esperava que fizesse? — a mulher riu.
— Estava pegando fogo, sua mão não está ardendo, não? — questionou, apontando para os dedos.
Flardryn negou com a cabeça e sorriu para a afilhada.
— Você deve ter uma camada super protetora na pele, sabe, algo brasileiro ou sei lá… — deu de ombros, abrindo o armário e procurando algo para comer — faz a mesma coisa, mas ela grita quando queima.
— Esse deve ser a criação britânica dela.
— Ah sim, ela certamente puxou a voz estridente da vovó. — riu, abrindo o saco de batatas e colocando algumas na boca — mas por que você está cozinhando? A senhora Schmidt não veio?
, você está de boca cheia! — Alice bateu com o pano nas mãos e recebeu um olhar de tédio. — Quando disse para você se sentir em casa não era dessa maneira…
— Você nunca deveria ter me dado um quarto. — ela riu fazendo-a negar com a cabeça.
— De qualquer maneira, não coma muito, estou preparando a comida. — apontou para os preparos na mesa e afirmou, guardando a embalagem — E eu dispensei a senhora Schmidt, hoje queria fazer um almoço.
A adolescente sorriu, sabia que a madrinha sentia saudades de sua cidade natal e a comida sempre foi o jeito que encontrou de reunir sua família.
— Meus pais vão demorar muito?
— seu pai foi junto com Rae comprar bebidas e Holly saiu para buscar a tia Merle, já devem estar a caminho.
— Okay, vou lá ver a .
sinalizou e começou a subir as escadas. Ao chegar perto do quarto da amiga, escutou um falatório. Abriu a porta, qualquer que fosse a conversa, ela certamente poderia saber.
! — sorriu, acenando para a amiga.
A garota estancou na porta, vendo sentada em sua cama com o notebook em sua frente. Aberto no aparelho estava uma chamada de vídeo, além da garota, e Niall apareciam lá.
deu um sorriso sem graça.
— Eu volto outra hora.
— Não, não! — se levantou, correndo até ela e puxando seu braço até que as duas estivessem sentadas na cama — Gente, a chegou!
— Oi, acenou para ela, estava deitada no chão, com as pernas em sua cama, longe do computador e com uma expressão tão relaxada que tinha certeza que ela não sairia dali tão cedo.
— Oi — acrescentou Horan.
— Eai, como vocês estão? — perguntou.
— Nós estávamos falando sobre as atividades extracurriculares e como as coisas andam monótonas por aqui. — apresentou os assuntos do trio.
— Ah… entendi — acenou, franzindo o cenho — e que ideia maluca você inventou para reverter essa situação?
resmungou, não sabendo o que responder. Ficou encarando a amiga, há quanto tempo que se conheciam?
Seus pais se conheceram quando Dillon e Holly chegaram na Irlanda como um dos destinos para sua lua de mel, uma amizade se estabeleceu entre o casal e Raena, uma moradora que os ajudou a encontrarem a direção certa, eles mantiveram contato e quando Rae decidiu se aventurar pela Inglaterra, os dois ficaram extremamente felizes de receberem ela. A mulher foi escolhida para ser a madrinha de , que pouco tempo depois, retribuiu o gesto com Niall.
abanou a mão, sinalizando que não era nada demais.
— E que horas você pousa, Niall? — perguntou, rabiscando palavras em seu caderno.
— A previsão é para o fim da tarde — sorriu, olhando para além do computador, onde todas suas malas já estavam quase prontas. Quase.
— Sem problemas, pode te buscar. — Tomlinson deu de ombros.
— O certo não seria você se oferecer? — ele cerrou os olhos, quase rindo.
— Mas ela não é sua irmã?
— E você é minha melhor amiga? — disse inconformado, mesmo que tudo já estivesse combinado. E que não dirigia.
— Acho que como mães, Alice e Raena vão buscar Niall. — disse.
— A senhora Flardryn não deixaria o bebê dela sozinho no aeroporto. — se ajeitou nas almofadas.
— Ai meu deus, a ! — arregalou os olhos, a ficha caindo ao ouvir o nome pela terceira — Merda, eu combinei de ir almoçar lá.
— Desde quando você é amiga da ? — Horan riu ao ver a amiga jogar alguns pares de meias na cama.
— O avô dela é o treinador substituto do time do colégio, você sabe como essa galera de time é com reuniões. Vejo vocês mais tarde, tchau. — se despediu e logo desligou a câmera.
ergueu as sobrancelhas.
— agora, você pode me contar o que aconteceu com seu rosto? — Niall encarou a irmã, apontando para a mancha vermelha na sua testa.
— a curta história? Não se distraia no treino de tênis, Nini — encheu suas bochechas de ar e olhou para o pé da cama, onde o cobertor de seu gato estava vazio — Preciso ir procurar o Berlioz e a Weki, tchau tchau Niall!
E saiu, sem dar tempo dos outros dois se despedirem ou negarem, em busca de seus gatos.
— Bom… — sorriu sem graça, procurando algum assunto. — Sobre aquilo…
— Você não precisa. — o irlandês negou, abanando as mãos.
— Ah, okay. — A garota balançou a cabeça, concordando.
O silêncio era um pouco constrangedor.
— Eu realmente…
— Sabe, eu…
Eles se encararam ao notar que falavam ao mesmo tempo, os dois esperando o outro tomar algum partido.
— Acho que meus pais chegaram, preciso ir. — sorriu e ergueu os ombros.
— Tudo bem, preciso arrumar tudo aqui. — ele sorriu também — tchau, .
A câmera foi desligada e a garota ficou encarando a tela do computador por mais algum tempo.


Tudo que mais queria era se enrolar nos lençóis e continuar na cama, mas ela tinha se comprometido com a mãe de e nunca iria querer desapontar ou frustrar essa mulher.
Fechou a porta e desceu as escadas, caminhando até a porta.
— Onde você vai?
Sua mãe perguntou, aparecendo no hall de entrada.
— Almoçar com as Chastain, eu te falei na segunda, lembra?
Joy afirmou, sorrindo.
— Você não acha que pode querer companhia?
Ao ouvir a mãe, sorriu, não iria reclamar da mulher acompanhá-la no almoço, sem contar que se livraria da longa caminhada.
— Eu gosto de companhia.
— Ótimo, leve uma caixa de chocolate, já que vão vocês dois, e peça desculpas por não conseguir avisar antecipadamente.
O sorriso dela foi trocado por uma careta.
— Vocês?
Sua pergunta foi respondida ao ver Styles sair do corredor e aproximar-se delas.
— Seu irmão chamou Harry e então pegou mais treino, não posso deixá-lo sozinho.
— O Louis que faz coisa errada e eu que sou castigada?
!
A mais velha arregalou os olhos e Harry apenas deu um sorriso ladino.
— Sem mais, vão antes que se atrasem, Harry te dará a carona...


Ao ver a porta da casa das Chastain, teve certeza que nunca sentiria mais alívio como estava sentindo naquele momento, era como encarar os portões dos céus depois de passar quinze minutos no inferno.
— Você é muito dramática. — H rolou os olhos, cruzando os braços.
Ela não o respondeu, talvez se o ignorasse, ele simplesmente desapareceria.
— Tem certeza que é essa casa? — Styles questionou, era um lar realmente… sem cor. Ele nunca tinha chegado naquele lado da cidade.
Não obteve uma resposta, já tinha descido do carro.
O garoto correu e posicionou-se para bater na porta, mas abriu-a antes que ele pudesse optar pelo decoro.
As duas mais velhas estavam no hall de entrada, a mulher limpou as mãos e caminhou até os dois para abraçá-los.
— Seja bem-vindo, Louis! — ela sorriu — Sou Micaela, é muito bom ter você aqui.
— Na verdade esse é o Harry, mãe. — respondeu, descendo as escadas — Filho do Doug, se lembra?
— Oh, me desculpe, Harry! Prometo lembrar seu nome da próxima vez.
— Não tem problemas, obrigada por me receber, Senhora Chastain.
Tomlinson bufou ao vê-lo dar um de seus famosos sorrisos.
não está no melhor humor, perdoe ela por isso. — cutucou.
— Oh, Harry, eu entendo que queira trocar de assunto. — sua face era quase acolhedora — ele passou o caminho inteiro falando sobre estar morrendo de medo de você, Senhora Chastain.
Foi a vez de Styles bufar, pronto para responder.
— Por acaso eu comprei ingresso para uma tourada e não sabia? — a mulher colocou as mãos na cintura.
A expressão dela foi o suficiente para eles ficarem quietos, não mentia quando falava que o olhar da mãe de dizia tudo.
— Ótimo. — a mulher sorriu e caminhou de volta até a cozinha — tirem os sapatos, por favor.
Os dois obedeceram. se sentou em um dos bancos dispostos ali e Harry começou a olhar as fotos na cômoda ao lado da porta.
A protagonista das figuras era basicamente . em competições de patinação, usando fantasia de princesa no halloween, e abraçadas em uma festa de aniversário, e um homem sentados na frente de uma árvore de natal.
— Esse é o seu pai? — ele perguntou quando se aproximou.
— Não tecnicamente — ela deu um riso sem graça, porém encarava a foto com carinho — esse é o pai da , mas ele quase me criou também.
Harry sorriu para a garota, não sabia o que responder, mas tinha certeza que não precisava falar nada, ao ver os olhos cheios de ternura direcionados a parede, duvidava até que seria escutado.
— O Louis não vem?
Chastain perguntou, fingindo estar entretida com as fotos que já havia decorado e, por alguns segundos, Harry podia jurar que viu algo além de curiosidade na íris da garota.
— ele pegou mais treino, algo sobre a temporada e precisar afirmar seu espaço como principal — ele deu de ombros, tentava ao máximo entender o esporte, porém era uma decepção — mas acho que você entende mais disso do que eu…
— até que você não é tão ruim — Harry a olhou inconformado, ela não gostava dele?! — não é nada pessoal! Sério! Eu só tenho preconceito com fã de musical…
A conversa foi cortada por um grito da cozinha.
, onde estão os pratos de flor? — a garota congelou ao escutar a voz da mãe da cozinha.
— merda. — apertou os lábios, lembrando que a porcelana se encontrava em algum canto de seu quarto — eu já volto.
Ela sussurrou, subindo as escadas para procurar os pratos. Ou se esconder da mãe, qualquer fuga bastava.
— Agora vão lavar as mãos e arrumar a mesa. — a mulher disse, sorrindo. Harry fazia parte de uma companhia de teatro e tinha um irmão gêmeo, ambos estavam acostumados com gritos.
— Depois ela se finge de confusa perguntando de onde veio a minha atitude. — murmurou fazendo e Harry rirem.
— Você sabe que não pode xingar na frente das visitas, muito menos na frente dela. — deu de ombros e foi lavar as mãos para arrumar a mesa do almoço.


Após a refeição, Micaela seguiu até o banheiro, se preparando para um encontro de última hora com uma cliente.
Os três adolescentes foram até a sala, tinha sugerido o quarto de , mas levar um garoto para o quarto era sinônimo de ouvir as regras e gritos de 'porta aberta' da mãe.
Wallace Capaldi estacionou o carro na garagem, fazendo um carinho na perna da filha no banco de trás. Não queria acordá-la, mas não podia deixá-la ali.
levantou, coçando os olhos e se apoiando no abraço do pai para não cair, ainda não tinha despertado 100%.
Ao abrir a porta, Wallace sorriu ao escutar as vozes altas na sala. Ele gostava de uma casa com vida e era praticamente rotina ter suas duas filhas correndo por aí —juntamente com os amigos, que ele carinhosamente havia apelidado de agregados, considerando que viviam pela residência.
Afrouxou a gravata e caminhou até a sala de estar, parando no batente da porta e olhando para os outros três adolescentes. Bovary, a coelha de estimação de saiu do tapete da sala e correu até ela.
— O que eu estava pensando quando deixei você ter um coelho?
— Certamente em todo o amor que tem por mim. — sorriu, fazendo carinho no pêlo marrom.
— Ao menos não foi um gato — pontuou.
— Qual o seu problema com gatos? — Harry franziu o cenho.
— Payne tem um e tudo que Payne tem automaticamente vira algo insuportável. — respondeu em tom de obviedade — inclusive felinos de rua fofinhos.
, Wallace e suspiraram. Aquela era uma causa perdida.
— Qual o problema com o Payne? — Styles perguntou, confuso. Não era próximo do garoto e muito menos de . tinha seus incômodos com o rapaz, mas nada que ela fazia questão de falar a cada minuto.
— Não vamos entrar nesse assunto, é pedir para ela reclamar sem parar. — Tomlinson mexeu a mão no ar.
— Sabe, , seria legal se você resolvesse seus problemas com ele. — disse, encarando Lady — Louis é um dos meus melhores amigos e Zayn é um dos melhores amigos dele fazendo Liam ser melhor amigo de um dos melhores amigos dele.
— Não é minha culpa se você tem um péssimo gosto, amor — falou, recebendo um olhar de tédio da amiga — e eu não entendi uma palavra do que você falou, pra que melhorar a relação com o melhor amigo do melhor amigo do melhor amigo?!
— Eu e Louis estamos tentando juntar nossos grupos!
— Puta que pariu, você só pode estar brincando comigo.
sentou no sofá, pegando uma almofada e dramaticamente apertando-a em frente ao rosto enquanto abafava um grito. O senhor Capaldi segurava o riso.
— O que vocês planejaram, ? — Harry perguntou, rindo da cena que fazia, sem questionar o fato de que, tecnicamente, os ela e Lou faziam parte do mesmo grupo.
— Nada demais, ainda estamos em fase de teste. E eu preciso de um tempo sozinha hoje, para me preparar para segunda.
franziu o cenho, tirando a almofada do rosto.
— Você está indo para o colégio ou para os jogos vorazes?


Rotinas nunca foram apreciadas pelo garoto e essa sempre foi a principal razão de buscar novas atividades para fazer com os amigos. Principalmente se ele conseguisse unir seu grupo e o de sua irmã.
O outro motivo era ver até onde eles aguentavam embarcar em suas loucuras.
Desde a peça, o sonho e a conversa com , Louis decidiu que mudaria tudo ao seu redor. A festa de formatura estava chegando e ele precisava animar as coisas.
— Eu tive uma ideia genial! — Tomlinson entrou em uma das salas de estar da residência Devlin com sua gêmea ao lado.
Os seus adolescentes que estavam ali apenas encararam Louis, já acostumados com seus picos de ideias.
— Boa sorte para vocês.
desejou, sorrindo para a —que dividia um sofá com Harry— e puxando para fora, ignorando suas reclamações.
Styles cutucava o nariz da melhor amiga com o pé e fazia o mesmo com ele, apenas com um pouco mais de força. Zayn estava no celular e parecia muito focado na conversa que estava tendo, mesmo que fosse apenas Niall surtando pelas brigas no almoço de sua família paterna.
— O que é, Louis? — Liam questionou ao ver que nenhum dos outros se dignaria a acabar com a euforia do moreno.
— Muito obrigado, Liam, por ser o único a se importar comigo! — dramatizou, olhando fixamente para os dois melhores amigos no sofá.
Payne concordou com a cabeça, respirando fundo. Havia treinado a manhã inteira e estava pronto para hibernar pelo resto da semana quando Zayn entrou em seu quarto insistindo que ele o acompanhasse na visita. Ele queria companhia, mas Payne tinha quase certeza que ele simplesmente havia criado uma obsessão em não deixá-lo dormir.
Gostava de interações sociais, nunca foi tão introvertido ao ponto de se isolar, mas ficar ao redor de muita gente por muito tempo era estressante para ele. Precisava de um alívio para recarregar as energias, não era como Niall que se empolgava ainda mais depois de horas de conversas.
Sem contar que não tinha uma relação tão profunda com ninguém ali, ir na casa das pessoas era um tanto íntimo, ao menos na sua opinião. Porém Zayn não parecia se importar, ou talvez não tivesse processado a informação, ele costumava ser lerdo para algumas situações.
Ah, Liam daria qualquer coisa para ter seu travesseiro e silêncio.
— Hey, vocês podem prestar atenção em mim, por favor? — Louis bateu palmas, esperando que todos olhassem para ele.
e Harry se ajeitaram no sofá, encarando-o no centro da sala. Tomlinson bateu o pé várias vezes até Zayn entender o recado e guardar o celular.
— Nós vamos fazer… — fez uma pausa dramática — tambores, por favor.
Malik bateu os dedos na mesa do centro, prolongando ainda mais o suspense. Ele só estava ali porque Louis o venceu no cansaço e, como um bom melhor amigo, decidiu arrastar Payne e para sua sentença. Quando os quatro amigos estavam encarando o moreno com expectativa, ele revelou:
— Uma lista!
Harry franziu o cenho, bufou e Liam teve certeza de que deveria estar hibernando.
— Essa é sua ideia genial? — Zayn encarava o amigo, incrédulo.
— Sim, uma lista de vida. — disse orgulhoso, encarando a janela para agregar mais emoção a sua cena. Harry chegou à conclusão que o drama era um traço da família Tomlinson.
jogou uma das almofadas em Louis, tirando-o de seu transe.
— Você pode explicar de uma vez? — Payne perguntou, antes que uma guerra surgisse.
— É simples, meus amigos — respondeu, pegando de sua mochila o caderno amarelo que comprou no café junto com — vamos fazer uma lista de todas as coisas para se fazer antes do dia de formatura!
Ele esperava alguma reação maior, porém todos os olhos estavam nele e isso já era alguma coisa.
— Vocês podem adicionar o que quiserem e todos nós vamos ter que completar a atividade e tirar uma foto! Eu já escrevi algumas coisas!
— Não é uma ideia tão ruim assim… — Harry deu de ombros, na verdade, era uma ótima ideia, mas dizer isso seria colocar mais lenha na fogueira de criatividade inesperada de Louis.
— Por que faríamos isso? — Zayn mexia no zíper da almofada.
— Memórias, amigo, memórias. — disse em tom de obviedade. — Quando estivermos velhos e caindo aos pedaços vai ser legal lembrar que vivemos tudo que temos pra viver.
— Só por isso?
perguntou e Tomlinson olhou para ela.
Como explicaria toda sua crise existencial em cima de escolhas e da vida? Como explicaria sua crise existencial em cima de uma peça de teatro?
Os dois ficaram se encarando por um tempo, e não foi preciso palavras para a garota chegar a conclusão que faria o que fosse para deixar Louis feliz, inclusive entrar no tornado.
— Se todos estão de acordo… — Liam falou e alcançou o caderno, curioso.
E ele foi passando de mão em mão, Styles, o último a pegá-lo, gritou para as garotas descerem ao ver o que o melhor amigo tinha escrito.
[ ] Fazer algo novo.
[ ] Doar sangue.
[ ] Pintar o cabelo.
[ ] Gritar em um ambiente cheio.
[ ] Passar uma vergonha em público.

Harry encarou o papel em suas mãos e sorriu.
— Eu tenho a ideia perfeita de como começar.


Quarenta minutos depois todos estavam a caminho do aeroporto de Londres.
— Essa é uma péssima idéia. — reclamou enquanto descia do carro e via Liam o trancar.
— Vamos lá, vai ser divertido! — riu, seu braço estava entrelaçado no de e as duas caminhavam empolgadas até o portão de desembarque.
— Preparem seus celulares! — Zayn disse, procurando pela cabeleira loira.
Liam negou com a cabeça apesar de estar rindo, ele ligou sua câmera. Estava feliz por fazer parte da loucura.
não conseguia acreditar que estavam mesmo fazendo aquilo.
Harry e tinham fotos de Horan nas mãos, juntamente com canetas permanentes.
Os nove adolescentes se espalharam pelo portão.
Niall carregava um carrinho com algumas malas e uma mochila em suas costas. Estava mexendo no celular, avisando as mães que enfim tinha pousado em Londres quando ouviu os gritos.
— AI MEU DEUS, ELE ESTÁ AQUI MESMO! — era a voz de , gritando e apontando para ele.
— NIALL HORAN, EU TE AMO! — gritou também.
Zayn, Liam e apontavam os celulares para ele e Niall não tinha ideia do que estava acontecendo. Caminhou na direção dos colegas desacreditado.
— Por favor, um autógrafo! — Harry falou alto, estendendo o papel e caneta no rosto do loiro.
— Não, não, eu primeiro, eu primeiro! — Era que dizia, apontando para o próprio braço. — Me dê seu número! Eu vou tatuar!
Enquanto Niall assinava e posava para as fotos, entrando na brincadeira dos colegas após ver toda a bagunça que eles haviam transformado o aeroporto, um Louis usando roupas pretas e óculos escuros se aproximou.
— Vamos, vamos, nós temos que sair daqui. — Ele disse, olhando para Niall e depois apertou sua própria orelha. — Sim, tudo certo, já estou com ele.
— O que você está fazendo, Tommo? — Horan perguntou, rindo da atuação.
— Precisamos tirar você daqui em segurança. — ele apontou para si mesmo — segurança.
O loiro gargalhou, deixando ser puxado pelo moreno e caminhando até a saída.
— Hey, com licença, eu poderia tirar uma foto com ele? — um senhor aproximou-se dos dois, já entregando o celular para que Louis desse o clique.
Niall encarou Tomlinson, segurando a risada.
— Claro, claro, se aproximem.
O loiro sorriu, fazendo uma pose junto com o homem.
— Agora outra, com todos. Essa vai pra revista. — Louis disse, apontando para todos os "fãs" se aproximarem.
Os dez adolescentes e o senhor se posicionaram e Tommo deu um clique na Polaroid.


Após todo o tumulto, todos estavam devidamente sentados nos automóveis.
se sentou no banco do carona, pegando o caderno verde. Colou a foto, marcou a data e escreveu ao lado:
“Niall Horan desembarca em Londres e seus fãs tomam conta do aeroporto. A estrela irlandesa parece ter conquistado todas as gerações.”
Riu com sua própria legenda e então guardou-o de volta. Não poderia esperar para adicionar mais itens —e cumpri-los.
[X] Passar uma vergonha em público.


Continua...



Nota da autora: Sem nota.






Qualquer erro no layout dessa fanfic, notifique-me somente por e-mail.


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