Maybe In Love

Última atualização: 01/03/2020

Capítulo Único

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Eu havia acabado de acordar e o mundo parecia de ter passado por uma nova revolução, meu rosto estava estampado em diversas manchetes, meu celular tinha mais de dez ligações e não sei ao certo quantas mensagens, e tudo o que eu sentia era tontura, graças a taça de vinho tomada na noite anterior durante um jantar com ... Ah, ...
A menor menção ao seu nome me fazia suspirar, o que era ridículo, já que eu tinha a certeza plena de que não amaria ninguém mais depois do meu término desastroso do último relacionamento. Mas, graças a insistência de e as piadas de , eu havia começado a enxergar o jogador com outros olhos.

- , se você não sair dessa cama eu vou ser obrigada a arrombar a porta – a voz de soou abafada pela porta, mas alta o bastante para me fazer pular para fora do colchão.
- Você nem é tão forte assim – disse mais ao fundo.
- Eu sei, viado. Mas é pra tocar um terror – respondeu aos risos. Abri a porta do quarto e me deparei com as duas figuras mais loucas da minha vida, vestindo seu jaleco e com uma pasta em mãos e o celular na outra. – Finalmente! Tá todo mundo me pondo doido.
- Do que você tá falando?
- Ah, pronto, tu não viu as redes sociais, né? – foi quem respondeu já colocando o celular na minha cara com um monte de manchete sobre um possível... Affair? Mas que merda toda é essa?

“O lateral direito, é visto ao lado de mulher misteriosa...”
“O meio campista é flagrado se escondendo de jornalistas na saída de um restaurante...”
“Novo Affair? , meio campista da seleção brasileira, foi visto saindo do carro de sua fisioterapeuta na manhã...”



Olhei para minhas melhores amigas e elas me fitavam de volta esperando uma resposta.

- A gente só saiu pra jantar, não teve nada demais – fui logo dizendo na tentativa de evitar o turbilhão de perguntas que elas tinham para mim. Óbvio que não adiantou, já que para me livrar das perguntas e delas, fui obrigada a fingir atender uma ligação do CT e correr para lá.

O vestiário estava vazio quando cheguei, então aproveitei para tomar um banho e me trocar, já que a roupa do dia anterior não era a melhor opção para trabalhar. Todos estavam no treinamento, e só chegaria dali uma hora.
Segui para o chuveiro com a toalha e a bolsinha de mão que sempre carregava com peças de roupa extras. Era hora de relaxar e pensar um pouco sobre toda loucura que se passava.

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Desligar o celular havia sido a melhor escolhera que fizera no dia, e olha que não era nem meio dia ainda. Meus companheiros de time havia sido os primeiros a mandar mensagem perguntando se eu estava mesmo “pegando” a fisioterapeuta, é óbvio que dei o maior sermão sobre respeito com a moça e disse a verdade, não estávamos juntos.
Certo que não era falta de vontade de minha parte, já que era a mulher mais incrível que eu já conhecera. Dona de um senso de humor ácido que me fazia rir sem o menor esforço, prestativa e completamente apaixonada por futebol. Ainda conseguia lembrar do dia que recebi a notícia de que José, o preparador físico que conhecíamos há anos, não estaria presente conosco graças a um incidente que lhe causou uma luxação na coxa e o deixou de licença médica por dias.
Meu primeiro pensamento é que eu estava muito ferrado, já que José é o melhor no que faz, e eu precisava de sua ajuda, pois devido a um lance mal feito durante uma partida que ocorrera dois meses atrás, onde o jogador do time adversário tentou me dar uma caneta e, quando não conseguiu, me empurrou durante um lance ilegal e acabei com o ligamento do joelho direito rompido. Há apenas um mês antes de ser convocado, eu sabia que foi uma loucura aceitar integrar a equipe, mas meu amor pela amarelinha era maior. No fim, fomos apresentados a , fisioterapeuta, fã de carteirinha de futebol, a melhor de sua turma e a pupila de José. Para todos eu estava em boas mãos, só não imaginei que fosse tanto.
Deixei a bengala apoiada no banco e sobre este coloquei a garrafinha de água que sempre trazia, tirei a camisa e o shorts, precisava colocar a roupa de treino antes da sessão de fisio do dia, e como havia esquecido as peças no armário e todos estavam em treinamento, resolvi que poderia tomar uma ducha para refrescar, ainda que ela fosse me fazer suar como louco durante o treinamento.
Com pouca dificuldade me dirigi para ducha da direita, tudo estava silencioso, então concluí que estava sozinho. Liguei o chuveiro e deixei a água fria refrescar o corpo e despertar a mente, não podia me deixar enlouquecer com todas aquelas notícias. Ainda que tenha sido divertido ver me escondendo com seu sobretudo dos flashs frenéticos, não estávamos fazendo nada além de jantar e conversar, fora minha forma de agradecer sua gentileza e prestatividade todo esse tempo. Só quando notei as pontas dos dedos ficando brancas que desliguei o chuveiro, enrolei-me na toalha e deixei a área da ducha, devido ao pequeno espaço era ruim me vestir ali.
No momento em que coloquei os pés no vestiário, ouvi uma voz feminina. Olhei para os lados e me deparei com a nova dona de meus pensamentos falando no celular, ela parecia dividida entre rir e xingar e falava muito rápido. Tentei descobrir quem era do outro lado da linha, mas o som de passos e vozes altas não permitiram esse êxito.

- Ora, ora... O que tá rolando aqui? – Marquinhos foi o primeiro a passar pelas portas duplas, seguido por todos os outros jogados. E , que já havia desligado a chamada, agora olhava de mim para os demais com os olhos arregalados e uma expressão cômica.
- Algo de errado não está certo – Gabriel Jesus assoviou.
- Mas... Por que você tá só de toalha? O que tu tá fazendo aqui? – ela desatou a falar.
- Eu que te pergunto, esse é o vestiário – disse o óbvio e recebi um revirar de olhos.
- Vim... Buscar o gel, mas você não devia chegar só daqui dez minutos? – seu tom era esganiçado, com certeza estava nervosa. – Eu vou pra minha sala, espero você na academia junto dos demais – orreu antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa.

É óbvio que eles não perdoariam essa, e eu tive a confirmação quando o som dos passos dela sumiram pelo corredor. Os gritos, comentários e assovios tomaram conta do lugar. Eu tava bem ferrado.

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Uma semana havia se passado desde o incidente da toalha, os sorrisos e comentários não diminuíram, todavia eu não me importava. Eles não me faltavam com respeito e eu não lhes dava bola sobre essas bobagens. estava cada vez mais próximo, ainda que eu insistisse em me afastar.

- Você precisa parar de graça e dar um chance pra ele – foram as palavras de uma noite atrás.

já havia falado o mesmo, para minha surpresa, até Thiago se manifestara a favor do amigo, eu tinha certeza que havia dito algo, já que os dois eram muito amigos.

- Mais cinco minutos – avisei para o , que estava na bicicleta há vinte e cinco minutos.
- Sério? Achei que já estivesse liberado – fez graça, estreitei os olhos. – Ok...

Me afastei para preencher os laudos de acompanhamento do restante da equipe, que saíra há menos de dez minutos, quando ouvi sua voz.

- Seja honesta, ... Por que não me dá uma chance? – a pergunta me fez erguer a cabeça e tirou toda atenção dos papeis que eu lia há pouco. – Todo mundo sabe que a gente tem uma química, e eu nem tô falando do fato de você ter sido vista usando minha blusa de frio ontem – fiz careta. Graças a loucura de tempo que é o Brasil, eu quase morrera congelada com a queda de temperatura no dia anterior, , amigavelmente me emprestara seu moletom.

Não vou citar aqui as piadas que ouvi, só preciso dizer que foram muitas.

- O que você quer que eu diga? – indaguei me aproximando de onde ele havia parado de pedalar.
- Que tal a verdade?
- Que seria....?
- Que você gosta de mim, quer ficar comigo, mas tem medo dos comentários – sugeriu com um ar espertalhão.
- E por que eu deveria dizer isso? – tentei soar o mais séria possível, entretanto, não havia mais para onde fugir. me conquistara nesse pouco mais de um mês em que eu o estava tratando, e eu não podia dizer que fora seu carisma ou sua competência, por que a verdade é que fora tudo isso e muito mais.
- Tudo bem, então – pigarreei como se fosse iniciar um longo discurso. – Eu gosto de você, quero ficar com você, mas tenho medo dos comentários – dizer aquilo fora libertador.
- Eu já sabia – piscou fazendo graça antes de enlaçar minha cintura e se colocar de pé. – Vamos fazer o seguinte, a gente se beija e resolve o resto depois. Pode ser?

Não respondi, juntei meus lábios aos seus e diria que aproveitamos o momento se o barulho de algo caindo não nos tivesse feito pular de susto. Ao olhar para porta encontramos a Seleção brasileira em peso caída, e no meio dos jogadores, e acenavam para mim com sorrisos inocentes.

- Mas o que...?
- Correr? – sugeriu .
- Correr – concordaram todos se levantando aos tropeços e começando a correr.
- Eu vou matar vocês! – ameacei.
- Eu ganhei a aposta, geral me deve vintão! – onsegui escutar o grito de e foi impossível não rir.




Fim.



Nota da autora: Olá bonitas, cá estou em mais um projeto FFOBS. Espero que tenham curtido esse continho e peço que comentem bastante. Minha gratidão à Maria Angélica que permitiu-me fazer parte disso tudo. Cheiro pra vocês, da tia Donna.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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