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My Unknown Lover






Última atualização: 03/07/2017

Prólogo



estava em uma daquelas reuniões que seus melhores amigos junto com suas respectivas esposas faziam em algum final de semana livre de compromissos. E ele gostava. Era o único momento que podia sentar, beber uma cerveja e viajar na maionese enquanto nenhum de seus companheiros de campo aparecia para lhe tirar o sossego. Mas naquele momento em especial, estava sentado na grama, com as pernas estiradas e os braços sustentando seu peso enquanto ele observava a filhinha de dois anos do zagueiro Marc Bartra. Ela parecia concentrada em cuidar de suas bonecas ao longe, dando de mamar e, às vezes, pedindo para o bebê fazer silêncio. Era mágico. Gostava daquilo, da inocência de uma criança e do amor que elas costumavam nutrir por qualquer coisa, com tanta facilidade. Aquela menina era o xodó de , ele a mimava como podia, já que os pais eram rígidos e estavam sempre o controlando quando aos presentes, mas ele a amava tanto que era impossível explicar, como se fosse sua. Amava os filhos de todos os seus amigos, ele amava as crianças num geral. E ter uma para si era algo que ele planejava, tendo uma companheira ou não, não seria muito difícil já que meninas dariam a vida para ter um herdeiro do tão aclamado . E ele não se importaria de se sujeitar a tal coisa. Contanto que tenha alguém como Marc tinha, uma pequena companheira para lhe dar amor e carinho, sem cessar, sem pedir nada em troca.


Capítulo 1



estava ansioso pelo jogo que aconteceria em alguns minutos, se sentia sempre dessa forma antes dos jogos e naquele dia, algo a mais em seu coração deixava tudo muito diferente. Seus companheiros de time estavam mais barulhentos que o habitual e, por alguma razão desconhecida, aquilo estava o deixando mais nervoso. Decidiu então que burlar as regras de Thomas Tuchel seria a única solução para sentir-se enfim mais à vontade consigo mesmo e escaparia do vestiário apenas para respirar um pouco e se concentrar. Sem ser notado, ele fingiu um diálogo pouco coerente com Bartra, que sequer notou a inquietude do amigo, e se envolveu na conversa super animada, fazendo estreitar os olhos vez ou outra, ou acariciar as têmporas disfarçadamente, mas logo o camisa 5 se envolveu em uma outra conversa, com um outro jogador e finalmente se libertou do falatório e passou a se concentrar enquanto caminhava calmamente pela área coberta do estádio, ouvindo um pouco os gritos das duas torcidas há alguns metros dali. O loiro ficou passando e repassando o que treinou durante dias atrás apenas para não perder nada e fazer um belo jogo. Precisam daquele título, para que a eliminação na Champions não pesasse tanto quanto ainda pesava.
Não precisava de todo aquele medo, se é que era medo. Mas havia uma enorme expectativa em seu interior que ele não sabia direito a razão, mas também não procurou saber, apenas se permitiu concentrar em sua reza e em seu mantra que sempre o acompanhava antes de uma partida importante. Ele estava concentrado em si mesmo quando notou uma sombra por ali e sentiu o apavoro de ser o técnico, levaria uma bronca daquelas caso fosse descoberto e mal pôde pensar em uma escapatória quando o corpo apontou na curva dos corredores e se mostrou ser um belo corpo. Nada magricelo e cara fechada, como esperava. Muito pelo contrário. Era uma mulher alta de corpo esguio, com rosto duro, excêntrico e totalmente linda. Seus olhos surpresos se completavam com os cabelos ondulados escuros. Se não era um anjo de Deus então era pura ilusão criada pela cabeça de .

– Oi. — A menina disse em alemão para o jogador que assentiu mas não conseguiu lhe responder. — Eu estou muito apertada devido as cervejas que tomei, mas sinceramente? Eu não estou sabendo encontrar o banheiro.

Ela parecia extremamente envergonhada com o fatídico acontecimento e também um pouco reclusa com o olhar estranho do jogador, que de fato estava muito perdido em si mesmo olhando tanta beleza em sua frente. já havia saído com muitas mulheres, só Deus sabia a longa lista de mulheres que já passaram pela vida do jogador, mas nenhuma delas poderia ser comparada àquela, que com certeza enfeitaria as partes em branco daquela longa lista, ou ele não se chamava . – Confesso que até eu me perco por aqui. Vem, vou te mostrar o banheiro. — Enfim conseguiu dizer tentando seu melhor sorriso e a garota assentiu, deixando-o passar em sua frente para segui-lo.

Não podia demorar mais do que cinco segundos, estava se arriscando demais e não havia se concentrado tanto quanto queria, mas aquela garota valeria o foda esculacho que estava prestes a levar, não só do treinador como dos amigos também. Foda-se, foi o que pensou. Seu pau estava tão animado que parecia um garoto punheteiro de quinze anos, que acabara de perder a virgindade com a melhor amiga gostosa de sua mãe. Meu Deus, como jogaria com aquele shorts que marcava tanto? E se ela percebesse? Quem ligava? Ele que não, afinal, era e apostava que a calcinha dela estava molhada.
– Entregue. — Ele disse e a menina suspirou.
– Obrigada. — Disse em alemão e ele suspirou vendo-a franzir o cenho. Aquele idioma, naquela boquinha, com um sotaque totalmente diferente, que pecado.
– Você não é daqui, né? — Perguntou cruzando os braços como se não tivesse um jogo prestes a começar e a garota sorriu marota, negando.
– Não, eu sou brasileira. — assentiu. — Acho que você precisa ir, . Obrigado novamente pela ajuda.

– Que isso. — Ele descruzou os braços e sorriu — Aliás, prazer. — Estendeu a mão e a menina aceitou, tocando-a por instantes.
– Meu nome é , se você quer saber. Boa sorte com o jogo. — Desejou e sorriu mostrando os dentes, prestes a se afastar.
– Espero que sua torcida seja para mim. — Disse ao notar que a menina não estava vestida com nenhuma camiseta que indicasse para quem estaria torcendo de fato. notou o olhar do jogar em si e sorriu dando de ombros.
– Hála BVB! — Gritou e riu já se afastando. — ? — chamou ao ver o jogador mais distante e o mesmo se virou ainda caminhando, agora de costas — Vê se não se machuca, ok? — não conseguiu segurar o riso e gargalhou com aquele comentário porque era inacreditável, odiava as pessoas dizendo aquilo o tempo todo mas por quê vindo dela era tão sexy? É claro que não se machucaria e confirmou aquilo com um piscar de olhos antes de sumir no corredor.

***


Quando voltou para o seu lugar na área VIP, os jogadores já estavam em campo cantando o hino. Ela não acreditava que acabara de falar com um dos craques do Borussia Dortmund, havia até mesmo brincado com sobre se encontrar com algum deles naquela desculpinha de ir ao banheiro, justo quando o jogo estava prestes a começar, mas, no final das contas, não era a intenção de parar perto do vestiário, se é que estava próxima dele; estava mesmo perdida. Naquele momento um pouco boba também, era mais estranho pessoalmente do que por foto, mas era um estranho bom. Não conseguia esquecer a forma como os olhos azuis daquele homem percorreram seu corpo e nem em como a voz dele soou extremamente bem durante toda a conversa — sem contar o perfume de homem másculo que exalava. Se sentiu idiota por não ter pedido uma foto, mas a vontade de fazer xixi e a certeza de que ele estava encrencado era tanta que nem conseguiu lembrar daquele mero detalhe, mas teria outra oportunidade, pelo menos era o que queria acreditar. Tinhas planos de sair e comemorar caso Borussia Dortmund ganhasse aquele jogo. Sabia o bar que os jogadores costumavam frequentar em partidas importantes como aquela - era quase uma groupie - então era lá que imaginava seu primeiro contato com qualquer jogador, e seria através de Madalena, sua assessora - mesmo que ela nem sequer imaginasse uma atrocidade daquelas.

– Achei que estivesse cagando. — disse ao ver a amiga retornando com um olhar aliviado então entregou o copão de cerveja para ela que pegou e bebeu um gole.
– Encontrei o no caminho. Aliás, você tinha razão, que lugar estranho.
Não notou o olhar fuzilante da amiga para si porque estava muito concentrada em Marc Bartra se agachando e empinando a bundona para se aquecer. Mas não se deixou ser ignorada e deu um belo de um beliscão na amiga.
– Au! Que porra, . — Xingou e encarou a amiga que parecia transparente.
– Você disse como se não fosse nada! Você conheceu um dos caras que mais saem na capa do FIFA. — A loira quase gritou aquilo e notou o quanto era engraçado vê-la enaltecendo o cara. Ok, ele era um gato e sim, nossa, um gostoso, mas ele ainda era um ser humano. Então qual o problema em citá-lo sem as palavras "Deus", "craque", "mais rico", "conhecido para caralho", "muito gostoso" e "o que mais sai na capa do FIFA"?

– É, , — eu disse. — é só o e ele é muito humilde, acredita? Me mostrou o banheiro e até riu quando eu disse para ele não se machucar nesse jogo. Para de paranóia. — Antes que pudesse xingar a amiga o árbitro apitou o jogo e a bola rolou no campo extenso de Berlim.
, como uma fanática, se deixou esquecer apenas enquanto o jogo rolava e passou a roer as unhas sempre que a bola estava na área do adversário. Ela também gritava muito, mas aquilo não era mais novidade para que passava praticamente vinte e quatro horas com a amiga que só sabia desfilar nas passarelas e falar sobre futebol, principalmente o alemão. Foi assim que elas se conheceram, quando deu Match com no Tinder porque sua descrição era "apaixonada por moda, Borussia Dortmund, Atlético de Madrid e Antoine Griezmann". Tirando a parte que torcia para o Chelsea, ela simpatizou muito com , que estava perdidinha em Nova York prestes a estrear nas passarelas da semana da moda. E agora elas estavam ali — , no caso, foi apenas para acompanhá-la-, em Berlim para uma campanha com um dos maiores patrocinadores do time que estavam assistindo e provavelmente prestes a fotografar com algum daqueles craques, quem poderia saber? O fato era que, apesar de estarem no país do time de coração, elas não deveriam estar naquele jogo, muito pelo contrário, era para estarem meditando em seus respectivos quartos antes de um longo dia de trabalho, que aconteceria no dia seguinte. E Madalena sequer imaginava que as doidas estavam lá, gritando e pulando ao ver Ousmane Dembélé marcar o primeiro gol da partida, que se seguiram por um “vai tomar no cu Eintracht Frankurt” quando Ante Revic deixou tudo igual no placar. Aquele dia era a final e BVB havia falhado muito durante os jogos anteriores, ainda não haviam superado a eliminação da Champions League então aquele título era tudo ou nada.

E foi tudo. Porque Borussia havia sido campeão apesar de, infelizmente, ter se machucado. estava o xingando de tudo quanto era nome e mal conseguia acreditar que os garotos estavam levantando a taça enquanto a amiga praguejava o pobre jogador machucado. Era motivo de felicidade, não? Eles haviam ganhado e quem poderia saber o quão grave havia se machucado? Precisavam comemorar, mesmo que parecesse um tanto egoísta.

***

– Olha, não quero saber, você precisa encontrar ela. — disse deitado na maca enquanto seu preparador físico o olhava de um jeito esquisito. — Para de me olhar assim! O nome dela é e ela é brasileira, você vai saber quem ela é assim que bater os olhos, confia em mim. Agora vai, antes que todos saiam e você acabe perdendo ela. Vai! — Mandou e Andreas saiu sem dizer nada, com uma plaquinha em mãos onde estava escrito com o garrancho de " — Brasileira".

Era um tanto esquisito que o jogador mesmo machucado estivesse tão empenhado a encontrar a tal garota. Nem as mais belas conseguiam tirar tanta atenção assim, mas mesmo assim Beck foi e esperou na única saída dos torcedores do Borussia por alguma garota totalmente diferente, como deixou bem claro. Todo mundo o olhava muito estranho com aquela placa levantada. E se alguém usasse daquilo para se beneficiar? era louco, muito louco, mas não desobedeceria. Quando pensou em desistir foi que seus olhos bateu em uma morena alta que o olhou intrigada e comentou algo com a amiga do lado, tinha razão, Luka sabia que era ela, não poderia negar. A morena era muito linda, diferente de tudo o que já tinha visto em mulheres daquela cidade, ela era uma obra prima pintada à mão por Deus.
– Você é a ? — Perguntou ao se aproximar da garota que parecia surpresa.
– Eu imagino que sim…— Disse desconfiada.
– Por um acaso você encontrou o antes do jogo? — O preparador questionou e olhou para a amiga do lado antes de assentir receosa — Ele está querendo te encontrar no vestiário.
, precisamos ir. — A amiga loira de disse e Andreas a olhou quase a fuzilando, se voltasse sem aquela garota para o vestiário perderia suas bolas.
– Tá tudo bem, . Eu chegarei logo atrás, não vou demorar. Pode ir.
Apesar de um pouco receosa, a loira saiu e a morena encarou o preparador físico do Borussia Dortmund que sorriu minimamente e seguiu caminho para dentro do estádio. Ela não ousou dizer nada, Andreas muito menos, ela era cheirosa demais e isso tirava a concentração dele. Qual é? Estava velho, mas não morto e , ou seja lá como se escreve o nome dela, era uma garota muito atraente. Enquanto caminhavam, só se podia ouvir os pés batendo contra o concreto e aquilo estava mórbido, a modelo estava nervosa.
– Você sabe o que ele quer? — Resolveu perguntar.
– Só há uma coisa que quer de verdade quando se trata de mulher. — Respondeu verdadeiramente e assentiu sabendo do que ele falava. Não era ingênua, não mesmo, mas não negaria o pedido de . Não mesmo. — Posso te dar um conselho? — O homem disse e não esperou resposta afirmativa para prosseguir — não é de brincar em serviço então... — Ele ponderou e encarou a menina que parecia pacífica aos seus olhos, talvez até alguém muito confiante — Cuidado. — Concluiu.
– Eu sempre tenho, mas obrigado. — Disse agradecida.
– É aqui.

Eles pararam em frente a uma porta que nada parecia a dos vestiários. então lembrou que havia se machucado e que ali poderia ser a sala de recuperação ou qualquer coisa que eles chamavam, ela não sabia. Mas o homem que havia ido atrás dela já não estava mais ali e já não se sentia tão nervosa. tinha aquele olhar aconchegante de menino inocente mesmo sabendo o tipo de perversidade que existia escondida atrás dos mesmos olhos. Foi quando abriu a porta que sentiu a inquietude se esvair e logo se deparou com ele, deitado, quase dormindo. Parecia totalmente anestesiado quando notou que não estava mais sozinho na sala.
– Ei, . — Ele disse em inglês e a menina sorriu fraco enfim adentrando a sala.
– Pode falar em alemão, sou fluente na língua. — Ela disse ao perceber o quanto a língua do jogador enrolava ao tentar o inglês e ele riu.
– No que mais você é fluente? — Perguntou genuinamente interessado e ela se aproximou vendo o joelho dele enfaixado.
– Além do inglês e do alemão, sou fluente em italiano e espanhol, além do meu português de origem. Eu pedi para não se machucar. — A menina acrescentou e encarou sua própria perna franzindo o cenho.
– Eu falhei, me desculpe. — Brincou, mas não riu, ela sequer conseguia parar de encarar aquela faixa branca destacada imaginando o quão dolorido era. Quando voltou seus olhos para os deles ela viu que apesar da brincadeira, havia pesar. Imaginou mesmo que houvesse, já que reclamou tanto decepcionada, então mal conseguia imaginar como era pra ele.
– O que te fez mandar aquele homem me procurar? — Perguntou mesmo que soubesse a resposta, ou a intenção. Cruzou os braços e se apoiou na maca.
– Fiquei curioso sobre você e gostaria de saber se não quer jantar comigo hoje.
– Sério? Você está machucado, . — disse indignada, mas riu nasalado da expressão do jogador.
– Eu não perdi a perna, querida. — Ele rebateu — E mesmo se tivesse perdido, talvez seja para isso que existe cadeira de rodas. — Ele deu de ombros.
– Não vai rolar, ok? Minha assessora nem sabe que estou aqui e...
– Você não mora aqui? — Ele perguntou e negou.
– Estou a trabalho, . E estou encrencada quando chegar ao hotel.
– Qual é, só um jantar. O que você faz, afinal? Tem uma assessora, então é importante.

ponderou a ideia de dizer, mas a sensação que tinha sobre a fazia querer deixar sua identidade escondida. Conhecia a fama de modelo com jogadores, e em como eles a tratavam. Não que fosse santa, não era. Adorava uma bela noite de sexo com um homem gostoso no nível de , mas ela definitivamente não queria ser vista como o tipo de modelo que fazia book rosa só para ter algum dinheiro a mais, ou fama a mais. Não, não queria aquilo e sabia – voltada a firmar sempre em sua cabeça – como a imagem de uma modelo para um jogador soava. E mesmo com o árduo trabalho de para tê-la ali, decidiu que poderia deixar seu trabalho escondido a quatro chaves até que se visse longe do jogador e da Alemanha, de volta para Nova York e logo após para o Brasil. Não seria a primeira vez que mentiria ou omitiria.

– Certo. — Disse derrotada — Hoje a noite, mas nada de especial, me passa seu número que eu te mando por mensagem o hotel em que estou e que horas você pode ir, jantaremos lá. — sorriu e assentiu, entregando seu celular para a modelo que anotou seu número e logo em seguida ligou para si, apenas para salvar o número do jogador. – Até mais tarde, linda. — se despediu ao ver a garota sair rápido da sala e riu quando notou que nem com o joelho machucado deixará de ser o velho e bom (gostoso) .
***


Madalena andava de um lado para o outro dentro do quarto enquanto roía as unhas de curiosidade para saber o que queria tanto com a amiga. Não era difícil de adivinhar, mas também não era como se a modelo fosse de longe a mais linda, era até um pouquinho estranha com a mistura de traços africano, alemão e japonês; mas amava a amiga, amava mesmo e tudo aquilo dizia em sua cara. Porém, sabia do carisma que a outra tinha, era palpável e nem precisava de muito contato para descobrir. Então poderia sim imaginar o que havia visto naquela menina, só estava muito curiosa para o desenrolar da conversa — se ele pagou de bom samaritano ou se já foi direto ao ponto.

Já Madalena não acreditava muito na falta de comprometimento das duas melhores amigas. Um: porque elas haviam planejado tudo aquilo sob seu nariz e sequer percebeu; dois: porque era tão inteligente que não precisou de mais de duas horas para descobrir que algo errado acontecia no quarto das duas e, ao constatar o desaparecimento delas, questionou seu conhecimento — elas costumavam causar aquele efeito na assessora; e três: estava dando trela para um dos jogadores de futebol mais safado da história do próprio futebol — sem contar que era feio para caramba e nem valia a foda. Whatever, estava puta e sequer chegava, nem atendia o celular. No outro dia haveria um grande trabalho e aquela garota deveria estar dormindo uma hora daquelas. Tudo bem que poderia ser exagero, o jogo terminou cedo e não custou muito as energias dela, tirando o fato de que estava sem voz e de unhas roídas, mas ela não modelaria.

Vinte minutos depois de quase perfurar o chão daquele quarto de hotel foi que adentrou o cômodo e se deparou com as duas, cada uma ansiosa de seu jeito e com seus motivos. A modelo respirou fundo quando Madalena a encarou e jurou notar fumaças saindo de suas orelhas como em um desenho animado.
– Vocês só podem estar ficando loucas. Ou melhor, vocês querem me deixar louca! — Madalena esbravejou e revirou os olhos para o drama da assessora. A menina se jogou na cama e respirou fundo constatando seu relógio de pulso que a informava das três horas que ainda tinha até o jantar.
– Foi só um jogo inofensivo, Mad. Não pira. — Pediu baixo e pelo menos sua voz estava intacta, ponto para , Madalena pensou. Mas aquilo não fez com que ela deixasse de bufar e revirar os olhos ainda andando de um lado para o outro.
– Agora desembucha, o que o queria além do seu corpo, claro!? — Foi quem perguntou e revirou os olhos antes de fechá-los.
– O óbvio, né? Quer jantar comigo para desenrolar alguma foda que, sinceramente? Nem precisava desse draminha todo, era só ser direto ao ponto e pronto. — Disse com desdém e Madalena sorriu para o jeito despojado da criança em sua frente, vendo o porquê de ela ser tão aclamada por todos.
– E você, claro, não aceitou, né? — Perguntou esperançosa de não se envolver naquela burrada, mas pelo olhar que a modelo deu para sua amiga e o sorriso a seguir, a fez se sentir muito idiota por tal pensamento. É claro que ela havia aceitado. — Nem pensar, ! Não pode ser que você seja tão burra assim. O que aquele babaca tem, afinal? Ele é muito estranho.
– Sei lá, mas ele não é muito bonito mesmo não. De qualquer forma, relaxa, vai ser apenas um jantar e, por eu ser muito boazinha com você, marquei aqui no restaurante do hotel. — Ela disse se levantando e se aproximando de Madalena para abraça-la. Afinal, eram as três naquele mundo doido e novo, apesar da última parte se encaixar apenas para e .
– Você será vista com ele e então já sabe né? Não adianta querer desativar as redes sociais ou xingar os internautas. — Avisou e negou com a cabeça ainda abraçada à Madalena.
– Nem vou, quais são as chances de ter paparazzi aqui dentro? — Perguntou refletindo sobre supostas fotos na internet e sentiu um arrepio em sua espinha ao ser comparada com os tipos de modelos que saem com jogadores apenas por notas nos sites de fofoca. Não era aquele tipo de modelo, passava longe dele, então por que aceitará ver em um jantar íntimo? Estava levemente arrependida, entretanto, não daria a foda ao jogador, iria até ele e mostraria seu valor.

– Muitas se você quer saber. Como eu sei que não conseguirei mudar seus planos, vou marcar esse jantar na sala privada do hotel, assim garantiremos cem por cento de êxito, o que acha? — A assessora disse se afastando de que sorriu e concordou.

***


Ela estava linda. Sempre estava quando precisava estar e naquela noite não seria diferente. não era tão importante assim e sequer se arrumará para ele, ela sempre se arrumava para si mesma, para se olhar no espelho e constatar o mulherão da porra que era. Vestida em um conjunto formado por um cropped preto e uma saia cintura alta que iam até um palmo abaixo dos joelhos, calçou o scarpin de cor nude e finalizou com os cabelos ondulados sendo jogados para o lado. Decidiu não passar muita maquiagem já que não gostava.

Só deixou o quarto quando recebeu uma mensagem de informando que já estava na sala privada e que ninguém havia o visto entrar ali além dos funcionários. deixará bem claro para ele que não queria ser vista com ele e que aquilo deveria permanecer em segredo, prometeu explicações, mas uma nunca dava explicações.

Chegou ao lobby do hotel e se encaminhou até o restaurante, informando seu nome e sendo encaminhada para a sala, que ficava em um andar superior da onde a maioria das pessoas jantavam. A hostess abriu a porta para que logo viu em uma cadeira de rodas bebendo algo de sua taça. A modelo adentrou o local e logo a porta fora fechada, fazendo-a seguir seu caminho até o jogador.

– Espero que não seja nada com álcool. — Ela disse se sentando de frente para que ergueu uma de suas sobrancelhas sem entender a acusação. — Deveria estar de repouso, eu realmente achei que não fossem deixá-lo vim.

– Eu sou . — Disse simplesmente e riu negando com a cabeça.

– Claro. . — Repetiu e ficou encarando o jogador.

– Por que você parece tão distante agora? — Ele disse encarando-a e a modelo sorriu fraco se ajeitando na cadeira, cruzando as pernas.

– Não estou, não se preocupe. Vamos comer? — Perguntou e franziu o cenho assentindo. — Como está se sentindo, em relação a tudo?

– Normal. Apesar de saber que vou ficar afastado por oito meses, eu me sinto normal.

– Oito? — repetiu espantada e o jogador assentiu assistindo o garçom entrar na sala com o cardápio. A modelo, já familiarizada com o restaurante do hotel, pediu um prato que parecia realmente bom, então quis o mesmo. — , oito meses?

– Pois é… Talvez eu não devesse, né? Mas, sabe, já houve tantas contusões ao longo da minha carreira que eu parei de me frustrar, aceitei quem eu sou. — Deu de ombros.

– Quem você é, ?

– Um jogador que se machuca com muita frequência. — Ambos riram — Meu fisioterapeuta disse que podemos diminuir esse tempo, talvez eu possa voltar em cinco meses, mas quem sabe?

– Há alguma maneira de você não se machucar mais? Você parece de vidro. — Novamente, riu e negou com a cabeça.

– Deve ter. Um cuidado a mais, ou uma atenção a mais. Quando estou em campo me preocupo com a bola e o gol, não vejo muito o que está a minha volta.

– Entendo. Eu espero que dê tudo certo, mesmo. — sorriu. O garçom voltou a entrar na sala privada já com os pratos feitos.

– E você, ? — A pergunta veio um tempo depois, quando ambos já comiam suas devidas comidas. A modelo o olhou, limpando a boca com o guardanapo e bebendo da sua água em seguida. — Quem é você?

– Isso que você está vendo, .

A conversa entre eles prosseguiu, deixaram o futebol de lado para falarem sobre o dia-a-dia, os sonhos, algumas aventuras da vida até se sentir tão a vontade ao ponto de simplesmente deixar escapar que vivia das passarelas. , surpreso, quis saber mais, ele realmente não imaginava. Enquanto , constrangida pela falha, tentou ser o mais curto que conseguia, mas estava mesmo interessado.

– Ok, você é linda, eu deveria imaginar. Mas seus traços, eles são algo que eu estou mesmo intrigado, você parece ser algo de outro mundo e pode apostar que isso é de uma forma boa. — disse limpando a boca e sorriu agradecida.

– Foi um pouco difícil, confesso. Comecei muito nova somente com fotografias, até completar maior idade e me mudar para a Inglaterra. Depois disso fui crescendo e há dois anos fui convidada para a semana da moda, com a Versace. — Contou.

– E o que você almeja além das passarelas? — se recostou na cadeira de rodas e cruzou as mãos sobre a mesa.

– Eu amo moda, foi dela que veio a minha paixão pelas passarelas, então eu pretendo talvez trabalhar com isso, com uma marca minha. Mas também não penso em abandonar o que consegui até hoje, sou tudo por causa disso. E eu tenho essa coisa com o cinema, eu adoro essa parte da moeda e é algo que eu penso em tentar.

estava genuinamente interessado em . Ela parecia alguém totalmente fora de órbita já que dentre todas as modelos que passaram por sua cama, nenhuma falava da profissão com tanto apresso. Podia sim ter se enganado sobre ela, apesar de não ter pensando em absolutamente nada além de querer transar com ela; no entanto, olhando-a de onde estava, gesticulando e falando de uma forma tão culta, quis mais.

Já quisera mais antes com outras, torcedoras que não o enalteciam tanto, mulheres mais velhas que só se importava com a carreira delas mesmas e no que uma foto com o jogador acarretaria na vida delas. Aquele tipo de coisa interessava , pessoas longe de serem maria-chuteiras ou sem qualquer ideal para o futuro, as que faziam se sentir uma pessoa normal. Nunca teve medo de relacionamentos, mas sempre preservou sua imagem quanto àquilo. Sabia desde o início os prós e contras que teria quando se tornasse o jogador que havia se tornado, então se atentou a ser mais precavido naquele ponto. Mas ainda estava disposto a ter alguém, em algum momento, esperava acontecer no tempo que tivesse que acontecer e naquele momento gostaria que fosse o tempo certo, se é que existisse amor à primeira vista.

***


– Obrigado pelo jantar, confesso que foi muito melhor do que eu imaginei. — assumiu e riu.

– Claro que sim, . Afinal, eu sou o . — Ele disse pomposo e a modelo riu, concordando. — Chega mais perto. — Pediu e aproximou a cadeira de deixando-o tocar-lhe o rosto. — É agora que nos beijamos?

– Por que nos beijaríamos? — Ela questionou com um olhar brincalhão e notou o jogador rolar os olhos e as letrinhas de suas aclamadas palavras passarem por sua cabeça. — Porque você é , já sei. Mas eu não acho que deveríamos.

– Por que? Você é mesmodiferente de todas, . Você é acima de qualquer média e saiba que eu me envolveria fácil com você.

– Obrigado, mesmo, mas você se envolveria fácil com todas. — revirou os olhos novamente e se ajeitou na cadeira de rodas para acariciar o rosto da morena. — As coisas não são tão fáceis assim.

– Me diga como são então. — Ele questionou e a menina suspirou.

– Irei voltar para Nova York e depois irei para o Brasil, para uma pequena pausa. Quando eu voltar ao trabalho irei para Paris e então só Deus sabe. Sei que o que acontecer aqui, fica aqui, mas mesmo assim…

Não estavam apaixonados, mas era bom deixar as coisas claras. Pelo menos era daquela forma que gostava de agir, sendo sempre o mais sincera possível.

– Vou para qualquer lugar que você for.

– Não seja exagerado.

– Confia em mim, eu sou… — sorriu e fez o mesmo. — Então, se não vai haver beijo, que tal sairmos daqui e irmos para algum lugar que possamos ver céu, horizontes, tomar ar fresco. Qualquer coisa que não seja uma sala privada e abafada, prometo ser cuidadoso quanto aos paparazzis.

***


Não puderam ir muito longe, subiram apenas alguns andares até o terraço do hotel que foi devidamente verificado por Madalena, que resmungou com o telefonema de e o pedido. Estavam estáticos, sentindo o vento suave em seus rostos, em pé, na cadeira de rodas; o jogador as vezes fazia algumas caretas, e a modelo se sentia estúpida por ceder tudo o que ele lhe pedia. Estava claro que estava com dores e também estava claro o poder de persuasão que ele tinha sobre todos. Seus seguranças sequer se opuseram, apenas assentiram e deixaram-no ir com a morena. Mas tinha que admitir, estava sendo bom, não se lembrava de ter presenciado tal calmaria nos últimos meses e a presença era boa também, o silêncio agradável. não parava de pensar, sua cabeça parecia uma gigantesca e potente maquina de pensamentos, sentia-se tentada a beijar , muito, desde que ele se interessou em saber sobre si e não deixou que qualquer tipo de preconceito fosse exposto, havia gostado daquilo e beijá-lo era sua forma de agradecimento já que era bem piranha. Riu do pensamento e isso chamou a atenção de , que a encarou.

E assim ficaram, apenas se encarando até se colocar de frente a ele e se curvar, se apoiando nos braços da cadeira de rodas. Eles estava próximos, era aquilo ou nada. As chances eram poucas, quando o veria de novo? Talvez nunca, então aquilo foi o suficiente para grudarem seus lábios e iniciarem o aclamado beijo da noite.

Não houve diferenças, nada de choque ou qualquer tipo de eletricidade, era um beijo bom e empolgado, podia sentir o fogo se alastrando através de sua perna até atingir sua intimidade, fazendo a modelo se retorcer minimamente e arfar entre o beijo. , um tanto impossibilitado, se sentiu frustrado por não poder pegar a modelo e colocá-la em seu colo, senti-la tão mais perto e acariciar cada parte de seu corpo.
– Vem. — Pediu baixo quando se afastou para recuperar o ar e a modelo, não entendendo, voltou seu rosto para mais perto, para reiniciar o beijo. — Não, . Senta aqui, eu quero sentir você.

, seu joelho. — Disse receosa, entre respiração acelerada e o jogador suspirou.

– Não vai, vem.

A modelo demorou para ceder, estava preocupada com a situação de seu joelho e piorar tudo não era a intenção, mas estava louca para senti-lo também. Que mal havia? Se ele garantiu que não machucaria, então ela faria. Sabia que no final acabaria cedendo e poderia de fato se sentir o dono da porra toda se aquilo valia de algo. Eles estiveram conversando por tanto tempo que ela nem conseguia se lembrar de quem era ele, porque ali, naquele terraço, ele era apenas um homem sedutor, com suas qualidades além de um passe de bola. Amava o futebol, amava o Borussia Dortmund, mas soube que amava muito mais o ser humano que era longe da mídia e dos campos. E foi pensando naquilo que ela puxou a saia para cima com certa dificuldade, retirou a calcinha lentamente enquanto fechou os olhos e respirou fundo. Ele não perdeu tempo, abriu o zíper da calça e em seguida o botão, se levantando minimamente com cuidado para não forçar a perna e abaixando a calça jeans. Seu pau exposto fez montar no jogador e rebolar bem em cima do jogador, que soltou uma lufada e apertou suas mãos na cintura da modelo.

Não tinham tempo, podiam ser pegos a qualquer momento, e aquele pensamento – como se pudessem ver através de todo o clima quente – fez ambos rirem fraco. então tocou o membro de e deixou alinhado em sua entrada, apenas para descer e se sentir preenchida. Foram gemidos sôfregos e deliciados de ambas as partes, era bizarro a idéia de que estava em uma cadeira de rodas, mas era excitante. E eles continuaram naquilo apesar de se esforçar mais já que não podia fazer muito além de gemer e dizer sacanagens no ouvido da modelo que gemeu mais alto e sentiu todo seu corpo se contrair. Estava delicioso, não queria parar, mas avisou que estava por vir e a modelo sequer teve tempo de pensar. Sentiu seu interior quente e com uma última estocada ela também gozou, grunhindo o nome do jogador, voltando a beijá-lo.


Continua...



Nota da autora: Olá!!! Estou tão animada para essa nova jornada e espero que vocês aceitem o desafio de acompanhá-la comigo. Também estou ansiosa para saber como vocês irão recebe-la e espero que seja de uma forma positiva. Escrever MUL está sendo um desafio constante desde a primeira palavra, porque o assunto que abordaremos é um tanto complicado e há muito o que ser estudado. Quero fazer isso da forma mais clara e verdadeira possível, não romantizando nada e ajudando nos alertas. Quero tanto estar perto de vocês, então caso queiram me procurar, meu Twitter é o griezmannstern e, caso queiram um grupo no Facebook para saberem novidades, spoilers e poderem conversar ou dar idéias (sugestões são bem vindas) me digam e eu farei. É isso, por enquanto. Espero que gostem e até a próxima att.




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