New Chance

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Prólogo

“Nasci e cresci em Bolton, meus pais se separaram pouco antes de eu terminar o ensino médio. Meu melhor e único amigo naquela época era ninguém menos que Danny Jones, hoje em dia um dos famosos integrantes da banda McFly, ele sempre foi o irmão que nunca tive, sempre me protegeu e cuidou de mim na escola e na vida, algum tempo depois dele ir morar em Londres eu e minha mãe fomos para lá também, sempre andava com Danny e os amigos dele, foi ele quem me apresentou ao Dougie e me apaixonei no momento em que nossos olhos se encontraram. Se eu pudesse voltar no tempo jamais teria me afastado de Danny, mesmo com tudo que aconteceu teria dado um jeito de manter contato com ele e os outros, afinal eles não tinham culpa de nada, mas qualquer lembrança de Dougie era dolorosa demais pra mim...”


Capítulo 1

Entre idas e vindas, eu sempre sonhei que um dia eu e Dougie ficaríamos juntos para sempre, agora estamos namorando firme há quatro anos, acho que finalmente ele também se deu conta de que juntos tudo fica melhor e mais fácil, até porque eu jurei para ele que essa era a última chance dele fazer as coisas direito ou eu ia ter que de alguma maneira conseguir seguir minha vida sem ele. Tudo começou a mudar quando eu e Danny encontramos Kristen em um show dos meninos em Londres, ela estudou com a gente e ela vivia me perseguindo na escola, nos odiávamos mais que tudo! Ela era popular e metida e eu nerd e desajustada, típica história de seriado, mas sabe aquela garota que você detesta e dá graças a Deus por ter terminado o colegial e não a ver mais? Pois é, infelizmente ela estava trabalhando sabe se lá como na equipe dos meninos! Eu pirei quando soube, mas não podia fazer nada. Sempre que eu a encontrava nos bastidores e ela vinha na minha direção eu desviava o mais rápido que podia, ela sempre fazia questão de contar a todos em alto e bom som as histórias dos tempos de escola e o quanto segundo ela: “eu havia melhorado minha aparência de lá pra cá!”. Eu sempre a ignorava, não queria confusão ainda mais que grandes patrocinadores dos meninos estavam acompanhando-os de perto nos bastidores, um dia desses eu estava com Giovanna, esposa do Tom e uma das minhas melhores amigas, assim puxando ela pela mão o mais rápido que pude e entramos no camarim dos meninos que estavam atendendo alguns fãs.
- Por que você fugiu quando viu aquela garota? - Gi me perguntou rindo.
- Aquela garota foi meu pesadelo no ensino médio! - Respondi me jogando num dos sofás do camarim.
- E como é que ela veio parar aqui? - Gi se sentou ao meu lado.
- Ela está trabalhando na equipe dos meninos, mas não me pergunte como!
- Relaxa, só fugir dela como você fez ou então encara o mostro da sua adolescência de frente.
- Porque você sempre tem razão? - Giovanna sempre tinha a coisa certa a me dizer, era como minha irmã mais velha. – Mas é mais fácil fugir do que você presenciar um homicídio nos bastidores!
- Então continue a ignorando, a turnê já está quase acabando mesmo. – ela respondeu despreocupada, era isso o que eu ia fazer.
Faltavam dois shows para o fim da turnê, mas como minha mãe tinha se mudando para Chicago, estava se casando pela segunda vez eu viajei para ser dama de honra da mamãe. Meu pai era um grande corretor de imóveis em Londres e também se casou de novo, atualmente eu o ajudava com os negócios. Eu e Dougie teríamos muito tempo para aproveitar já que depois da turnê tiraríamos um mês de férias.
Fiquei quase uma semana em Chicago, já não aguentava de tanta saudade do Dougie, me sentia mal o tempo todo e aquela muvuca toda de casamento me dava enjoos literalmente. Liguei para ele algumas vezes nesse período, ele dizia estar morrendo de saudades e eu não via a hora de vê-lo e embarcarmos para nossa viagem! Resolvi voltar um dia antes para Londres, tentei falar com ele antes de embarcar, mas não consegui, estava me sentindo mal e queria que ele fosse me buscar no aeroporto, mas ele não atendia, achei estranho, mas talvez ele estivesse em algum compromisso com a banda e deixei quieto, afinal a culpa era minha que tinha decidido voltar um dia antes do previsto.
Embarquei no avião já pensando que dali há alguns dias nós estaríamos rumo a Tailândia, dormi o voo todo e quando cheguei em Londres fui direto para a casa do Dougie, chegando lá ele não estava, mas como eu tinha a chave entrei e fiquei esperando. Quando ele chegou já era tarde da noite e eu estava realmente irritada por ele estar com o celular desligado.
- Caramba errei o dia da sua volta? Eu ia te buscar no aeroporto, mas não era só amanhã? - Ele perguntou surpreso em me ver sentada no seu sofá com cara de poucos amigos.
- Bom ver você também Dougie! Talvez se você tivesse atendido minhas ligações soubesse que eu adiantei minha volta! - Já fui soltando tudo quando o vi.
- Calma, sai com uns amigos. - Ele respondeu jogando as chaves em cima do aparador e passando a mão no cabelo, ele parecia nervoso, não me olhava nos olhos.
- Ok, melhor eu ir pra casa! - Peguei a minha mala e fui em direção a porta.
- Ah qual é eu não ia adivinhar que você voltaria antes, amor, vamos mesmo brigar? - Eu não conseguia explicar, eu senti algo muito ruim quando olhava pra ele, foi então que reparei que ele estava com os cabelos molhados como se tivesse acabado de sair do banho, aquilo me deixou alerta, mas eu me negava a aceitar o que estava se passando na minha cabeça, meu estômago revirou.
- Dougie me fala a verdade, onde é que você estava? - Senti uma raiva tomar conta de mim, tentei me controlar, mas já era tarde, sentia as lágrimas se formarem nos meus olhos, ele pareceu perceber que eu olhava fixamente para o seu cabelo molhado.
- Eu tava na casa do Steve, a gente acabou caindo na piscina, estava quente hoje. – Mas ele estava tão sem jeito, seu rosto ficou tão vermelho que não consegui acreditar em nada do que ele disse, saí pela porta e peguei o primeiro táxi que vi, ele não veio atrás de mim. Pensei em ir pra casa mas desisti, eu não queria ficar sozinha, então liguei pra Giovanna, ela atendeu no mesmo minuto.
- Hey, amiga, como está Chicago? - Ela perguntou animada.
- Oi, amiga, voltei hoje para Londres. – A essa altura eu já chorava.
- O que aconteceu? - Ela perguntou preocupada.
- Dougie...- Respondi com esforço.
- Vem pra cá já! - Ela percebeu que era sério.
- Não quero incomodar vocês com isso, vocês ainda estão praticamente em lua-de-mel... só precisava ouvir uma voz amiga.
- Vem pra cá ou eu vou te buscar, você escolhe. – Gi era dura na queda.
- Ok, estou indo. – Respirei fundo e passei o endereço para o motorista, minha cabeça dava voltas e eu sentia que tudo estava desabando. Quando cheguei, ela já me esperava na porta, só de vê-la ali já cai no choro, ela me levou pra sala e me trouxe uma xícara de chá, ela era como uma mãezona para todo mundo e tudo para ela melhorava depois de uma xícara de chá, tomei alguns goles em silêncio e depois de me acalmar consegui finalmente falar:
- Ele está me traindo, Gi, tenho certeza! Ele está agindo como daquela vez em que me traiu... telefone desligado o tempo todo, cabelo molhado quando chegou em casa, ele nem ao menos me olha nos olhos. – Minha voz embargava mas eu tentava me manter firme para contar tudo pra ela.
- Será mesmo, amiga? Quem sabe ele esteja com algum problema e não quer te contar? - Ela sempre tentava ver as coisas por outro ponto de vista.
- Eu conheço ele, ele é transparente demais, eu sei o que tô dizendo...
- Olha, dorme aqui essa noite, amanhã se você estiver melhor você tenta falar com ele, conversar é sempre o melhor. Izzy, Harry, Danny e Georgia vem almoçar aqui amanhã ai você se distrai um pouco.
- Não quero estragar o almoço de vocês. – Respondi chorosa.
- Ah até parece né? Você não tem escolha! Vem vou arrumar a cama para você, Tom está no banho, você quer comer alguma coisa? - Ela perguntou carinhosa.
- Não, nos últimos dias meu estômago anda enjoado e nem fome eu sinto. Você sabia que vai ser uma ótima mãe? - Sorri pela primeira vez desde que cheguei, sempre imaginei ela e Tom cercados de filhos.
- Em breve eu espero! Eu e Tom temos tentado como loucos! - Ela respondeu rindo enquanto arrumava a cama para mim.
- Sem detalhes sórdidos, por favor! - Pedi não querendo pensar no assunto.
- Você vai ser madrinha do meu primeiro filho.
- Eu sei, não permitiria que você colocasse outra em meu lugar. – A abracei. – Obrigada por tudo.
- De nada, agora vai tomar banho e cama, mocinha! Amanhã vai ser um novo dia e tudo vai dar certo. – Fiz o que ela disse, mas não conseguia dormir, não conseguia tirar a imagem do Dougie da minha mente, vi o dia amanhecer sem conseguir dormir um minuto se quer, só conseguia chorar.


Capítulo 2

Na manhã seguinte levantei assim que percebi que Gi e Tom já estavam de pé, encontrei Tom na cozinha preparando o café.
- Quer ajuda? - Perguntei ouvindo o quanto minha voz estava rouca pela noite de choro.
- Bom dia, batatinha! - Tom disse bem-humorado.
- Batatinha? - Eu ri e me sentei na banqueta junto a ilha da cozinha onde ele mexia ovos sem parar.
- Sim, seus olhos estão parecendo batatinhas de tão inchados. - Ele brincou.
- Obrigada, Tom, também te amo!- Respondi sarcástica enquanto me servia de chá e torrada.
- Mas falando sério, como você está? - Tom parecia tão preocupado quanto a Giovanna.
- Pra falar a verdade não tô bem não, mas vou tentar ficar. – Suspirei sem esperanças de que conseguisse realmente ficar bem.
- Sabe que pode ficar aqui o tempo que quiser, não sabe? Eu sei que o Dougie já pisou na bola antes, mas tenta conversar com ele.
- Eu vou, até porque tenho coisas pra pegar na casa dele, já é hora de eu dar um novo rumo para minha vida, Tom, eu falei para ele que essa seria a última chance dele!
- O que você pretende fazer?
- No momento? Só quero aproveitar o domingo com vocês, em breve vou saber o que fazer com o resto. – Dei graças a Deus quando ouvi a porta abrir e Danny e o resto do pessoal entrou, ele logo viu pela minha cara que algo estava errado, mas não queria falar disso agora, então depois de cumprimentar todo mundo, disfarcei e subi a escada para me arrumar porque eu estava um caco.
Quando saí do banho o pessoal já estava preparando o churrasco no quintal, me troquei e quando estava prestes a descer as escadas ouvi a campainha tocar e hesitei e logo a voz de Dougie surgiu:
- Tom! Você é minha última esperança! Não acho ela em lugar nenhum! Cara, eu fiz merda! Eu não sei o que aconteceu, a culpa é daquela tal de Kristen, eu estava na casa do Steve e lembro que ela me serviu um suco e começamos a conversar! Quando dei por mim ela estava deitada ao meu lado no sofá...nua! - Ele tentou abaixar a voz na última parte, mas eu pude ouvir muito bem e quando ele se deu conta eu já tinha descido a escada e estava parada atrás dele, Tom arregalou os olhos quando me viu e foi ai que Dougie se virou para ver o que Tom estava olhando e deu de cara comigo.
Aquela foi a gota d’água, eu sabia! Sabia que ele tinha feito merda! Cretino! E ainda por cima com aquela vadia!
- Por favor, me escuta! – Ele pediu tentando segurar meu braço mas eu me esquivei.
- Me deixa em paz! - Subi a escada correndo e me tranquei no banheiro sentindo aquela ânsia tomar conta de mim, coloquei tudo pra fora enquanto chorava como criança, Dougie começou a bater como louco na porta e eu só queria que ele sumisse dali.
-ABRE, , POR FAVOR! A GENTE PRECISA CONVERSAR, ME PERDOA! – Ele parecia chorar, mas nada poderia me fazer perdoar ele, como ele pôde me trair de novo e logo com a garota que eu mais odiava no mundo?
Ouvi ele dizer para Tom que ele tinha rodado a noite toda atrás de mim e que ligou para Gio, mas ela disse que eu não estava na casa deles, pensei comigo: “pelo menos minhas amigas são fiéis!”
- Cara dá um tempo pra ela. – Tom tentava acalmá-lo.
- O que aconteceu? Dá pra ouvir os gritos lá do quintal. – A voz de Danny surgiu.
- Dougie traiu a !- Era a voz de Giovanna brava respondendo a Danny.
- VOCÊ FEZ O QUE? - Danny estava furioso.
- Depois vocês conversam. Vem, Harry, me ajuda a levar o Dougie lá pra baixo! - Tom tentava evitar mais brigas, os gritos de Dougie foram abafando e supus que os meninos tinham conseguido tirar ele de lá, suspirei aliviada, mas uma batida na porta me fez pular de susto.
- , abre a porta, por favor! É o Danny. – Ele estava preocupado dava pra ver só pela sua voz, me arrastei até a porta e abri. – Vem cá, não acredito que ele fez isso! - Danny me abraçou forte. –Vai ficar tudo bem.
- Não, Danny, não vai! Não quero que vocês fiquem brigando, vocês têm a banda, Danny...ai! –Não consegui terminar de falar, senti uma dor forte na barriga e só lembro de ter visto tudo girar.


Capítulo 3

Escutei vozes, parecia que eu estava num sonho, aos poucos abri os olhos e a claridade forte invadiu minha visão, quando finalmente despertei por completo percebi que estava em um quarto de hospital cercada por Giovanna, Izzy e Georgia.
- Até que enfim!- Georgia suspirou aliviada.
- Você deu um baita susto na gente! - Izzy estava com cara de choro.
- O que aconteceu? - Perguntei confusa.
- Você desmaiou. – Giovanna respondeu.
- Por quê? - Continuei confusa.
- O médico ainda não nos disse, está esperando os resultados de alguns exames... – Izzy fungava e secava as lágrimas enquanto falava.
- Você ainda está com dor? Danny disse que você gritou de dor antes de desmaiar. – Georgia segurava minha mão carinhosamente, aos poucos as lembranças do que tinha acontecido foram voltando a minha mente.
- Não, senti uma dor forte na barriga, mas acho que a medicação já fez efeito. – Comentei. –Cadê os meninos?
- Danny e Tom estão lá fora e Harry está com Dougie na casa dele, Danny ameaçou socar a cara do Dougie se ele aparecesse aqui no hospital e te deixasse mais nervosa. – Gi contou.
- Não só o Danny, Ah se eu pego o Dougie, ele vai ver só! - Izzy disse serrando os dentes.
- Não quero que vocês fiquem bravas com ele. – Pedi.
- Difícil, a gente se coloca no seu lugar...- Georgia começou a dizer mas foi interrompida pela enfermeira que entrava.
- O horário de visitas acabou! Ela precisa descansar! - A enfermeira disse curta e grossa.
- Não vou receber alta hoje? Foi só um mal-estar. – Eu queria ir pra minha casa, odeio hospitais.
- O médico vai mantê-la em observação por hoje, mais tarde ele vem conversar com você. – Droga era o que faltava!
- Uma de nós pode passar a noite com você. – Sugeriu Izzy.
- De jeito nenhum! Vão pra casa, qualquer coisa eu ligo. – já me sentia envergonhada demais pelo showzinho do Dougie na casa da Gio e do Tom.
- Tem certeza? Quem sabe o Danny? - Georgia sugeriu sabendo da superproteção de Danny comigo.
- Não, de jeito nenhum! Eu tô bem mesmo, obrigada por tudo!
- Ok, vamos sair para os meninos poderem te dar tchau rapidinho. – Disse Gio me dando um beijinho na testa de despedida, em seguida as outras me deram um beijo rápido e logo Danny e Tom entraram.
- Como você tá, pequena? –Danny perguntou se sentando na beira da minha cama.
-Tô bem, meninos, não se preocupem! Obrigada por tudo que vocês fizeram por mim, amanhã já vou pra casa. – Respondi forçando um sorriso.
- O médico já deu os resultados dos exames? –Tom perguntou preocupado.
- Não, só mais tarde. Mas só foi um mal estar, há dias que não estou comendo direito.
-Tem que se cuidar, vou ficar no seu pé! – Danny realmente era o irmão que nunca tive.
- Eu sei que vai. – Respondi rindo.
- Bom, a gente vai indo antes que aquela enfermeira nos tire a ponta pé! - Tom comentou fazendo careta.
- Qualquer coisa me ligue, amanhã a gente passa pra te pegar, ok? –Danny me deu um beijo na testa e logo eu estava sozinha com meus pensamentos.
Algumas horas mais tarde o médico veio conversar comigo.
- Boa noite, como está se sentindo? -Ele perguntou simpático.
- Boa noite, doutor, estou bem. Mas afinal de contas o que aconteceu? –Perguntei preocupada afinal nunca fui de desmaiar.
-,Você teve um pequeno sangramento, provavelmente devido a algum estresse, mas graças a Deus não abortou, o bebê está bem mas você precisa de repouso e tentar não se estressar... –Enquanto ele falava a única palavra que minha mente tinha registrado era “bebê”.
- Como assim bebê? Ah meu Deus! – Eu estava em choque, só poderia ser brincadeira do destino! Meu sonho era ser mãe mas nessa situação toda com Dougie isso só me deixava assustada.
- Sim, você ainda não sabia? Pela ecografia você está de dois meses e meio. – O médico começou a me mostrar os exames e quando vi aquele “grãozinho” na imagem meu coração se encheu de um amor que jamais havia sentido, lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto e senti uma alegria enorme ao imaginar que seria mãe.
- O senhor contou alguma coisa para as pessoas que me trouxeram para cá? – Perguntei com medo de que Dougie já soubesse.
- Não, eu queria conversar com você primeiro, amanhã vou encaminhá-la para começar o pré-natal e receitar algumas vitaminas, tenha uma boa noite.
- Ok, obrigada e boa noite, doutor. – Agradeci e ele saiu do quarto deixando minha cabeça cheia de coisas para pensar. Eu tinha vontade de contar para todo mundo que seria mãe mas ao mesmo tempo a não queria que ninguém soubesse, assim Dougie não saberia e se dependesse de mim ele nunca ficaria sabendo.


Capítulo 4

Dormi mal. Na manhã seguinte, Danny veio me buscar, não contei nada para ele sobre a gravidez, ele perguntou o que tinha acontecido e eu disse que foi só o estresse mesmo.
- E então, Giovanna e Tom perguntaram se você quer ficar na casa deles, sabe que pode ficar comigo e com a Georgia também, e Izzy e Harry disseram o mesmo. – Danny comentou rindo, parece que todos estavam disputando para ver quem cuidaria de mim, sorri ao imaginar como seria se eles soubessem do bebê, ficariam malucos.
- Não, Danny, eu vou para minha casa, tenho umas coisas para resolver. – Eu precisava pensar bem no que iria fazer.
- E quanto ao Dougie? Você pretende falar com ele quando? Pelo que eu sei ele tá quase maluco esperando notícias suas.
- Não sei se vai adiantar eu falar com ele, daqui a um tempo ele vai estar cometendo os mesmos erros. Preciso pensar em mim agora. – Respondi pensando no quanto que minha vida mudaria daqui pra frente.
- Independente do que decidir, você sabe que pode contar comigo.
- Obrigada, mas por favor, não quero você chateado com ele, vocês têm a banda e tudo mais.
- Hum. – Foi a resposta de Danny, sinal de que era melhor mudarmos de assunto.
Depois que Danny me deixou em casa, tomei um banho e me joguei na cama, uma ideia começou a se formar na minha mente.
- Seremos só você e eu. – Disse alisando minha barriga. Peguei minhas malas e comecei a fazê-las, enquanto preparava tudo liguei para minha mãe.
- Oi filha, já estava preocupada! Você ficou de ligar quando chegasse a Londres! - Ela mal atendeu e já começou a falar sem parar, eu não sei se era a descoberta da gravidez ou tudo que tinha acontecido com Dougie e eu, só sei que comecei a chorar. – O que aconteceu? – Ela perguntou assustada.
- Mãe, eu tô grávida! – Respondi soltando o ar que nem notei que estava segurando.
- Meu Deus! É claro que preferia que meu neto ou neta tivesse outro pai, mas se você e Dougie realmente se gostam... – Ela não era nem um pouco fã de Dougie, ela o adorava até ele me trair pela primeira vez.
- Ele não sabe e se depender de mim nunca vai saber. – Comentei magoada.
- Por quê? O que aconteceu dessa vez? – Ela perguntou surpresa.
- Ele me traiu de novo mãe...
- Filho da puta! Sabia que ele não tinha mudado coisa nenhuma! - Minha mãe soltou.
- Mãe, me escuta, preciso de você! Não quero mais ficar em Londres! - Eu estava decidida. – Sei que você acabou de se casar...
- Ah, fique quieta! Sempre vai ter lugar para você aqui comigo! – Ela me cortou.
- Obrigada, mãe! É só até eu arrumar um emprego e me estabilizar.
- Você sabe que por mim e por seu pai você nem trabalharia, prepare tudo aí e me avise quando chegar em Chicago, ok?
- Ok, mãe. Vou o mais rápido possível. – Desliguei e decidi ir na casa do meu pai, precisava conversar com ele sobre a minha decisão. Enquanto me arrumava, recebi várias mensagens do Dougie e vi que havia inúmeras ligações perdidas, exclui tudo e só respondi as mensagens das meninas que perguntavam como eu estava, disse que ficaria com meu pai, assim elas ficariam mais tranquilas.
Meu pai, como minha mãe, me apoiou, vi que ele ficou decepcionado porque gostava de Dougie e ao mesmo tempo a notícia de ser avô o deixou feliz. Na manhã seguinte, pensei em embarcar para Chicago sem dizer nada para ninguém, mas não seria justo com meus amigos, principalmente Danny, então mandei mensagens para todos e pedi para me encontrarem no meu apartamento no começo da tarde, passaria a tarde com eles e depois embarcaria para minha vida nova.
- Então qual o motivo da reunião? – Brincou Harry.
- Como se precisasse de motivo para a gente se reunir. – Disse Izzy revirando os olhos para ele.
- Na verdade, tem um motivo sim. – Respondi vendo todos me olharem ansiosos.
- Não me diga que você matou o Dougie? – Perguntou Gi, brincando.
- Vontade não me falta, mas a verdade é que vou me mudar para Chicago... E embarco ainda hoje. – Falei de uma vez, não aguentava mais segurar isso.
- COMO É QUE É? – Danny perguntou.
- Isso mesmo, Danny, eu preciso um tempo para mim, e depois de tudo que aconteceu, eu resolvi mudar. – Respondi sentindo o coração apertar ao ver aquelas carinhas tristes.
- E isso inclui deixar seus amigos? – Georgia estava chateada.
- Eu entendo que você precisa ficar longe do Dougie, se não quer mais namorar ele, ok, mas não precisa abandonar sua vida aqui por causa dele. – Danny tentou argumentar, e a vontade de dizer que minha mágoa por Dougie era tão grande que nem perto do filho dele eu o queria, mas mordi a língua e não tive coragem de falar do bebê.
- Quem sabe um dia eu volto. – Tentei tranquilizá-lo, mas ele sabia que seria difícil eu mudar de ideia, ele me conhecia bem demais.
- Dougie já sabe? – Tom perguntou.
- Não, mas depois que eu estiver bem longe, vocês podem contar se quiserem. – Suspirei triste. – Bom, deixe eu aproveitar minha última tarde com vocês em Londres! – Tentei parecer animada mas era difícil.
A tarde passou voando, quando era mais de sete horas, meu pai chegou e os meninos o ajudaram com minhas malas. Despedir-me de todos foi a coisa mais difícil que tive que fazer, sentia-me egoísta e estúpida por fugir, mas meu coração precisava de um tempo para se recuperar, ligaria para eles assim que conseguisse falar com algum deles sem chorar.

POV Dougie


Não conseguia acreditar no que tinha acontecido, enquanto dirigia para casa, eu pensava em uma maneira e contar tudo para era certo que ela iria me matar! Eu não queria perder ela, não sei se conseguiria seguir em frente sem ela. Quando cheguei em casa e vi ela ali furiosa, sabia que não conseguiria mentir, mal consegui olhar ela nos olhos, me sentia um nada! Ela me conhecia melhor do que ninguém e não precisei dizer uma palavra para que ela soubesse que eu tinha feito algo errado.
Eu devia ter feito ela me ouvir, devia ter tido coragem de segurá-la e dizer que realmente sentia muito e que ela era a pessoa mais importante da minha vida! Mas não, fiquei ali vendo ela sair pela porta. Quando consegui me mexer do lugar e criei coragem para falar com ela, não consegui encontrá-la em lugar nenhum. Deus, aonde ela foi parar? Preciso dizer que nem eu consegui entender o que aconteceu, que nem me lembro como fui parar no sofá com aquela vadia nua! Essa Kristen vivia dando em cima de mim, mas eu nunca dei lado para ela, eu só lembro de que fui até a casa de Steve pegar umas coisas no estúdio dele, e ela que me recebeu dizendo que ela e Steve estavam juntos e ele havia dito que eu passaria por lá. Ela me trouxe um suco enquanto eu arrumava umas coisas na mochila e ficamos conversando sobre a , depois não lembro direito de nada!
Fui na casa do Tom para desabafar, precisava falar com alguém antes que enlouquecesse, mas para me ferrar ainda mais, ela estava lá e me ouviu confessar tudo! Fiquei surpreso ao ver ela, Giovanna tinha me dito que ela não estava lá, não consigo esquecer a decepção que vi no rosto dela, eu não queria ter a magoado de novo! A primeira vez, eu era muito novo, a banda tinha estourado e eu estava me achando o fodão! Tentei conversar, argumentar, mas nem ela nem Danny quiseram me ouvir, me deixei levar pelo Harry para o quintal e de repente Danny desce as escadas com desmaiada em seus braços. Droga era tudo culpa minha!
- Fica aí, Poynter! Não deixe ela pior do que você já deixou! – Danny gritou entrando no carro. – Juro que se aparecer no hospital, eu quebro sua cara! – Ele saiu a toda velocidade com Georgia e Izzy, Tom e Gi seguiram em outro carro.
- Dougie vem, te levo para casa. Cara, não tem o que você fazer agora. Deixa a poeira baixar! – Harry tentava me acalmar, mas e se o desmaio foi algo sério?
- Eu tenho que ir ao hospital Harry! Se acontecer algo pior, eu não vou me perdoar! – Eu estava em prantos.
- Cara, se acalma, a Giovanna disse que ela não comeu direito, deve ser isso! Deixe ela descansar, amanhã você tenta falar com ela. – Harry me colocou no carro dele e seguimos para a minha casa, mais tarde Izzy ligou dizendo que estava bem, mas ficaria em observação, um alívio percorreu meu corpo.
- Viu, cara, ela está bem, dê um tempo pra ela. – Ele tentou me consolar, mas eu conheço ela, sabia que nem todo tempo do mundo a faria me perdoar.
- Só um milagre vai fazer ela me ouvir. – Sorri derrotado para Harry.
- Você vai ficar bem sozinho? – Ele perguntou.
- Vou sim cara, valeu por tudo. – Ele me deu um abraço e foi embora, deitei na minha cama, rezei para que ela realmente ficasse bem e fiquei pensando o que faria da minha vida se ela não me desse outra chance.

Fim POV Dougie


Capítulo 5

CHICAGO

Chorei o vôo todo, eu estava indo embora da minha amada Londres, deixando meu coração lá! Por mais difícil que fosse, eu teria que ser forte por mim e pelo meu bebê. Deus do céu, eu vou ser mãe! Minha ficha ainda não tinha caído completamente, por um momento imaginei Dougie ao meu lado, ninando nosso bebêzinho, mas logo afastei essa imagem da minha mente, ele não merecia fazer parte das nossas vidas.
As primeiras semanas em Chicago foram deprimentes, passei vários dias trancada no quarto, saindo só para comer alguma coisa de vez enquando, ou para tomar banho. Minha mãe estava cada vez mais preocupada e não sabia como conversar comigo sem que eu caísse no choro, até que um dia ela cansou.
- Chega! Ou você levanta dessa cama e segue sua vida, ou você volta para Londres e tenta resolver as coisas com aquele infeliz! - Minha mãe quase nunca perdia a elegância, e cheguei a me assustar quando ela entrou no quarto e saiu abrindo as cortinas e as janelas.
- Me deixa, mãe! - Pedi, chorosa.
- Não! Você tem que sair dessa depressão, isso está acabando com você! Tem uma criança aí dentro que precisa de uma mãe sadia para vir ao mundo, então se não for por você, lute por esse bebê! - Ela estava realmente irritada, mas eu sabia que ela estava certa.
- Você me ajuda?- Pedi me sentindo uma criança de seis anos.
- Claro que sim, meu amor. - Ela se sentou ao meu lado e me fez deitar no seu colo. - Já providenciei tudo, você tem consulta amanhã porque precisa cuidar da sua gravidez, e se lembra da Júlia, aquela minha amiga da faculdade? Ela ficou animada quando eu disse que você estava morando comigo e ofereceu um emprego para você na imobiliária dela.
- Até emprego você já me arrumou? - Brinquei.
- Você precisa se distrair e conhecer gente nova! - Ela estava mais animada do que eu.
- Mas ela vai me contratar mesmo eu estando grávida?
- Ela disse que falou com seu pai e sabe que você fazia um ótimo trabalho com ele na imobiliária, segundo ela, a gravidez é apenas um detalhe.
Mesmo ainda estando muito triste com tudo, com o passar dos dias minha vida começou a seguir em frente. Minha gravidez estava indo bem, só sofri um pouco com os enjoos, o trabalho também estava me ajudando bastante e os meses passavam voando, eu já tinha um lugarzinho para mim e para meu bebê, era um pequeno apartamento que consegui comprar com as minhas economias e a ajuda da minha mãe. Aliás, ela ficou maluca quando eu disse que iria morar sozinha, mas eu precisava de espaço e ficava a apenas duas quadras do prédio onde ela morava.
Eu estava enorme, faltava apenas dois meses para dar a luz, estava sentimental demais, meus amigos faziam muita falta, mas eu exclui todas as minhas redes sociais para evitar que Dougie entrasse em contato, até meu número de celular eu mudei, liguei para Danny da casa da minha mãe no dia seguinte que cheguei a Chicago, mas com o passar dos meses, pedi para ela dizer que não estava ou não podia atender, queria evitar cometer algum deslize, não queria que ninguém descobrisse minha gravidez.


Capítulo 6

Cheguei para trabalhar já cansada, os últimos meses de gravidez estavam me deixando exausta, mas eu tinha prometido para Julia que ficaria mais uma semana para ajudar com um cliente de última hora.
- Bom dia querida! - Julia me recebeu sorridente. – Uau, você está realmente enorme!
- Nem me fale! Não enxergo mais meus pés! – Reclamei me sentando de frente para ela.
- E o enxoval já está pronto?
- Sim, na semana que eu soube o sexo, já comecei a providenciar tudo. – Respondi sorrindo.
- Então, preciso que você me ajude com esse cliente antes de entrar de licença, é um cliente especial por isso estou pedindo sua ajuda.
- Nossa você me deixou curiosa, quem é?
- Ele é ator e está procurando um apartamento para alugar, inicialmente por seis meses, enquanto ele grava um seriado.
- Ok, quando eu devo encontrá-lo?- Perguntei.
- Hoje, daqui duas horas, esse é o endereço e já preparei o contrato caso ele goste do local. – Ela me entregou uma pasta com os papéis e pelo endereço percebi que era um dos bairros mais caros de Chicago, olhei o nome dele, “Jesse Gordon Spencer” mas não o reconheci, peguei minhas coisas e segui para o encontro.
Ao entrar no hall do prédio, vi um homem loiro de costas mexendo no celular, de repente, ele virou-se para mim e o reconheci de uma das minhas séries favoritas: House. Eu me apresentei, ele se apresentou e apertou minha mão gentilmente.
- Pronto para conhecer o melhor apartamento de Chicago? – Perguntei sorrindo e já apertando o botão do elevador.
- Não vejo a hora! - Ele sorriu de volta, entramos no elevador e ele me observava de canto de olho. - Você está grávida de quantos meses? - Perguntou meio tímido.
- Oito e meio, está quase na hora! - Sorri imaginando.
- Você e seu marido devem estar ansiosos! - Ele comentou enquanto eu abria a porta do apartamento.
- Ah, não, não... Somos só eu e meu bebê mesmo. - Respondi com certa tristeza na voz, ele me olhava ainda mais curioso mas ficou quieto.
- Sempre achei que as mulheres ficam mais bonitas grávidas. – Seu comentário me deixou corada, há tanto tempo que não ouvia um elogio de um homem, ainda mais estando enorme como eu estava. Vou confessar que ele me chamou a atenção, que mulher não repararia em um homem bonito como ele? - Desculpa, não queria te deixar desconfortável... – Ele ficou sem graça.
Mais que depressa, comecei a mostrar o apartamento para ele, já estava todo mobiliado e depois de uma hora ele parecia que ele estava mais prestando atenção em mim do que em qualquer outra coisa, eu estava torcendo para fechar esse negócio de uma vez, a maneira como ele me olhava estava me deixando muito sem graça.
- Ainda estou um pouco indeciso. – Ele confessou. - Que tal eu dar uma resposta amanhã à noite?
- Por mim tudo bem, ficaremos aguardando sua ligação, mas já aviso que há várias pessoas querendo agendar uma visita. – Respondi simpática.
- Podemos discutir isso em um jantar, o que você acha? - Ele perguntou todo charmoso, meu coração acelerou! E agora meu Deus?
- Sim, claro! É só me passar o local e a hora, e te encontrarei lá.
- Me passa o seu número que te mando uma mensagem. – Esperto ele, pensei comigo mas acabei passando o número.
Na tarde seguinte, ele me mandou uma mensagem combinando o jantar e pedindo meu endereço para ir me buscar e disse que não aceitaria “não” como resposta.
Às oito horas, ele chegou na portaria do meu prédio, sorri ao vê-lo e o sorriso dele foi tão encantador. No que eu estava metendo?
Conversamos muito naquela noite, há muito tempo eu não me divertia tanto! Daquele dia em diante, nos falávamos todos os dias, o negócio foi fechado e a presença dele em minha vida se tornou constante. No dia em que dei a luz a minha pequena Emma, ele apareceu no hospital com um enorme buquê de flores e vários balões cor-de-rosa escrito “It’s a girl!”. Cheguei a pensar que com o nascimento dela acabaríamos nos afastando, mas estava errada e nos aproximamos muito.
Com o tempo ele começou a me perguntar se eu contaria para o pai dela sobre seu nascimento ou se eu deixaria ele participar da vida dela, eu só respondia que não estava preparada para pensar sobre isso e mudávamos de assunto.


Capítulo 7

Quatro anos se passaram, Jesse e eu tivemos os nossos momentos, alguns bons outros nem tanto. Ele era uma boa companhia para mim, adorava Emma e ela gostava dele também, não diria que o amo, na verdade acho que me acostumei com sua presença e aprendi a gostar dele, talvez isso não seja legal de dizer, mas nunca esqueci Dougie! Cada vez que olho para Emma, parece que estou olhando para ele: os mesmos olhos, mesmo cabelo loiro, mesmo sorriso!
Muitas vezes peguei o telefone para ligar para ele, mas não conseguia nem ao menos pensar no que dizer, soube que ele foi até meu pai implorando para que ele passasse meu endereço ou telefone, mas meu pai, mesmo gostando dele, sabia que ele tinha me magoado muito, ele confessou que ficou com muita pena de Dougie, mas que era algo que nós dois tínhamos que resolver, não dizia respeito a ele. Um tempo depois, soube que Dougie veio até Chicago me procurar, mas minha mãe disse a ele que eu tinha me casado e ido para Nova York, acho que depois disso ele desistiu, porque não tive mais notícias.
Hoje estamos completando quatro anos de namoro, Jesse disse que reservou uma mesa para nós três em um dos restaurantes mais legais de Chicago para comemorar nosso aniversário e uma notícia muito especial. Sai com Emma à tarde e compramos vestidos e sapatos novos, ela estava toda empolgada, arrumei ela e quando estava terminando de me arrumar, Jesse chegou.

POV Jesse


Hoje seria um dia muito especial, comprei o anel e não teria como ela dizer não!
- Já estou indo! - Ouvi gritar lá do quarto.
- Não precisa se apressar, temos tempo! - Respondi. Enquanto isso, Emma veio saltitante do seu quarto e me abraçou. - Você está linda! - Ela sorriu pra mim, eu a amava como se fosse minha filha.
- Mamãe também está! - Ela comentou enquanto brincava com sua boneca.
- Emma preciso de um favor, é uma missão secreta! - Ela, que estava brincando, parou no mesmo momento e começou a prestar atenção no que eu dizia. - Lá no restaurante, vou dizer para a mamãe que tenho um presente para ela e você poderia entregar essa caixinha para ela quando eu disser isso? - Mostrei para ela e seus olhos brilharam, ela afirmou com a cabeça.
- É anel de princesa? - Ela perguntou sorrindo.
- Sim, mas você não pode falar nada para ela até eu mandar, ok? É uma surpresa!
- Ok! - Ela bateu palminhas e se voltou para a boneca.
- O que vocês dois estão cochichando? - entrou na sala quietamente.
- Nada, só estava perguntando a Emma se ela vai levar a boneca para jantar conosco. - Sorri e beijei de leve nos lábios.
- Posso, mamãe? - Emma perguntou.
- Claro, vamos? - respondeu, pisquei para Emma e ela sorriu de volta.
O jantar foi muito agradável, eu estava nervoso! Nós já havíamos falado outras vezes sobre casamento e sempre se esquivava, sei que estou a pressionando, mas se eu não tomar uma atitude, nunca sairemos dessa. Eu a amo e sei que ela também gosta de mim, então para que enrolar? Talvez ela até ficasse um pouco chateada, mas era só até ela acostumar com a ideia.
Aproveitei que a sobremesa tinha chegado e que ela estava relaxada e sorridente, cutuquei Emma e lhe entreguei a caixinha por baixo da mesa. - , preciso te dizer algo. - Comecei dizendo.
- Ah sim, você disse que tinha uma notícia especial! - Ela sorriu, seus olhos brilhavam, mas creio que era pela taça de vinho a mais, ela não era acostumada a beber.
- Há quatro anos, você e Emma entraram em minha vida, e desde o primeiro momento em que eu te vi, eu soube que queria formar uma família com você, sei que discutimos isso algumas vezes, mas acho que esse é o momento ideal. Tenho um presente para você. - Emma ficou de pé ao lado da mãe e lhe entregou a caixinha, eu me levantei e me ajoelhei do outro lado de . - Quer casar comigo? - Perguntei sentindo um frio na barriga de nervoso.
Ela olhou para Emma sorridente com a caixinha na mão e depois olhou para mim, seus olhos marejaram, sabia que ela se emocionaria.
-Si-sim. - Ela respondeu suspirando e em seguida sorriu. Era o dia mais feliz da minha vida, nós três nos abraçamos.
Fim POV Jesse



Capítulo 8

Depois do pedido surpresa de Jesse, eu me senti cada vez mais confusa, mas não tinha como recusar e talvez fosse realmente a hora de pensar em formar uma família com ele, talvez também fosse a hora de falar com ele sobre um assunto delicado: Dougie e Emma.
A primeira e última vez que comentei com Jesse que estava pensando em procurar Dougie, Emma estava prestes a fazer um ano, Jesse disse que Dougie não tinha direito de saber sobre ela, que ele era a presença paterna na vida de Emma e não Dougie, eu fiquei chateada e disse a ele que quem decidiria se Dougie saberia de Emma era eu e nunca mais tocamos no assunto.
Algumas semanas se passaram e eu recebi um telefonema da minha madrasta, Suzy, meu pai está muito doente e quer nos ver, mas não tem condições de saúde para vir até Chicago. Meu coração disparou, a casa deles era próxima a de Tom e Giovanna e seria impossível não encontrar algum deles.
Mandei mensagem para o Jesse e disse que precisava conversar com ele, nos últimos dias ele andava sumindo, segundo ele, estavam fazendo muitas reuniões de elenco e por isso não aparecia, eu não ligava, às vezes sentia até um certo alívio por ficar só eu e Emma. Eu não parei para pensar muito e disse para minha madrasta que iria assim que pudesse, sabia que Jesse não iria gostar nada e já estava imaginando a briga que teríamos quando ele chegasse.
Ele chegou já era noite e foi tomar um banho, esperei na cozinha enquanto preparava um sanduíche para ele, Emma estava na casa da minha mãe.
- Então qual é o assunto urgente? - Eee perguntou dando uma mordida no sanduíche.
- Meu pai está doente, eu e Emma viajamos amanhã para Londres - respondi sem rodeios, vi ele cerrar o maxilar e seu rosto ficou vermelho.
- Por quanto tempo? - ele perguntou sem me olhar.
- Ainda não sei - soltei o ar que nem percebi que estava segurando.
- Por que você precisa levar a Emma? Ela pode ficar com sua mãe! - ele estava com o rosto vermelho, visivelmente irritado.
- Jesse, meu pai quer nos ver! Sei que seu medo é que eu encontre com Dougie e não vou negar que isso é possível, mas eu não vou deixar de cuidar do meu pai por causa desse seu ciúmes besta! - não aguentei, sempre que falava qualquer coisa sobre Londres, ele mudava comigo.
- Sim, eu tenho medo que você encontre aquele cara! Eu sei da história de vocês e tudo que tiveram! - ele passou a mão nos cabelos, nervoso. - SE ELE SOUBER DE EMMA, ELE VAI TENTAR ROUBAR VOCÊS DE MIM! - ele enfim explodiu.
- Jesse, a questão não é o Dougie e sim meu pai! E Emma está grande, quem sabe seja a hora dela saber sobre o pai dela… - notei minha voz quase sumir quando falei isso.
- Faz o que você quiser! - vi a tristeza em seu rosto, ele pegou sua mochila e suas chaves e saiu batendo a porta.
Sabia que não iria adiantar ir atrás dele, fui para o quarto arrumar nossas malas! Peguei tudo, tranquei o apartamento e depois de colocar tudo no meu carro, segui para a casa da minha mãe.
- Como foi com Jesse? - perguntou minha mãe vendo minha cara cansada.
- Péssimo! - respondi deitando no seu colo no sofá.
- Você sabe que essa viagem pode mudar suas vidas, não sabe? - ela comentou enquanto mexia no meu cabelo. - Você vai procurar Dougie?
- Não sei mãe, eu já pensei mil vezes em conversar com ele, mas não sei nem como começar uma conversa sem querer socar a cara dele!
- Emma está crescendo, logo ela vai começar a perguntar sobre o pai.
- Ela já perguntou, por isso que eu comecei a pensar no assunto. Esses dias fomos ao aniversário de uma coleguinha dela e depois na hora de colocar ela na cama, ela me perguntou porque sua amiguinha tinha um papai e ela não - contei com lágrimas nos olhos, percebia que minha raiva de Dougie foi tão grande que me cegou e acabei errando feio com Emma, privei ela de conviver com o pai.
- O que você respondeu? - perguntou minha mãe surpresa.
- Que ela também tinha um pai, que ele morava longe e que um dia eu a levaria para conhecer ele - respondi sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto.
- Ela é tão inteligente, puxou a vovó! - minha mãe comentou emocionada, me fazendo rir.


Capítulo 9

Já faziam duas semanas que eu estava em Londres com Emma, depois de dias seguidos de chuva, o tempo começava a melhorar.
Na rua onde meu pai mora tem um parquinho para as crianças, como nos últimos dias ficamos muito em casa, resolvi levar Emma até lá para brincar um pouco. Enquanto ela brincava no balanço, recebi uma ligação de Jesse.
- Eu não sei quando volto! - respondi irritada, era a milésima vez que ele me perguntava.
- Tinha que ser logo agora que estou gravando? Se não eu poderia ter ido com vocês! - mais uma vez ele vinha com essa história.
- Meu pai não escolheu ficar doente! Assim que ele se recuperar da cirurgia, eu volto!
- E aquele cara? Você vai mesmo contar sobre Emma! - “Lá vem!” pensei comigo.
- Tenho que desligar, Jesse! - Não esperei resposta e desliguei.
Estava tão chateada que me perdi em pensamentos, quando dei por mim, Emma brincava com um garotinho, ela gargalhava com alguma coisa dita pelo menino que parecia ter a mesma idade que ela.
- ? - ouvi alguém me chamar e virei rapidamente para ver quem era.
- Gi! - meu coração acelerou, levantei do banco onde estava e abracei minha amiga que não via há quatro anos, ela estava com um garotinho no colo.
- Então você está viva ou é só um fantasma? - brincou Giovanna.
- Gi, meu Deus, quanto tempo… eu sinto tanto Gi... - comecei a falar mas ela balançou a mão como se não se importasse.
- Não me venha com desculpas, são quatro anos sem notícias! Você sabe o quanto nos preocupamos? E te Xingamos algumas vezes também! Ah, pode ter certeza que Xingamos! - ela disparou a falar e eu fui me encolhendo a medida que ela falava.
- Eu sei que vocês devem ter ficado com raiva de mim… - falei baixinho segurando o choro, Gi me olhou como uma mãe amorosa e em seguida me abraçou meio de lado.
- Mamãe! - ouvi Emma me chamar, me soltei do abraço de Gi que nos olhava curiosa.
- Sim, meu amor? - tentei sorrir para Emma.
- Por que você está triste? - ela me perguntou com a carinha triste.
- Não estou triste, meu bem, estou feliz porque encontrei minha amiga, olha, essa é a Giovanna - apresentei ela a Emma que sorriu.
- Posso ir na casa do meu amigo amigo Buzz brincar? - eela apontou para o menino ao lado dela.
- Outro dia meu amor, já temos que voltar para casa, mas você pode brincar mais uns minutinhos com ele.
- Pelo jeito sua filha fez amizade com meu filho - Giovanna sorriu olhando os dois.
- Uau você já tem dois! Você e o Tom não perderam tempo! - comentei admirada.
- Sim, aquele é o Buzz e esse é o Buddy - o garotinho de cabelos encaracolados sorriu pra mim e em seguida desceu do colo da mãe correndo ao encontro de Emma e Buzz.
- Caramba! Perdi muita coisa mesmo! - comentei, depois que fui embora me afastei de toda e qualquer rede social, não queria ver nada que me lembrasse de Dougie.
- Não foi por culpa nossa! - ela comentou erguendo uma sobrancelha acusadoramente.
- Eu sei Gi, mas era o que eu precisava na época! - respondi triste.
- Izzy prometeu te socar se você voltasse um dia! - Gi comentou rindo. - Mas duvido que consiga segurando um bebêzinho!
- Oh meu Deus, quantos filhos eles têm?
- Dois! Lola tem a idade de Buddy e Izzy acabou de parir outro, um menino, seu nome é Kit. E você também agora faz parte do time das mamães - Giovanna me olhou curiosa e sabia que ela queria saber mais sobre Emma.
- Sim, e das quase casadas também! - ergui minha mão esquerda deixando a mostra meu anel de noivado.
- Realmente temos muito o que colocar em dia! Que tal almoçar lá em casa? - naquele momento percebi que Gi já havia me perdoado.
- Humm... hoje não posso, daqui a pouco vou a uma consulta com meu pai - eu estava nervosa demais para encarar meus velhos amigos.
- Você está na casa do seu pai?
- Sim, pelo menos até conseguir um lugar para nós, pelo jeito vou acabar ficando mais tempo do que previ e não quero tirar a privacidade do meu pai e da minha madrasta.
- Mas que bom que voltou! Sentimos tanto sua falta. Georgia ficou mais de um mês sem falar com o Dougie e Danny também estava arrasado.
- Danny… - me senti melancólica ao falar o nome dele. - Falei com ele depois que fui embora.
- Ele não contou que falou com você depois que você foi para Chicago - ela comentou.
- Você sabe como ele é sensível, mas imaginei que ele contaria ao menos pra você e para as meninas.
- Mas não contou! Vamos fazer assim, nós deixamos nosso encontro marcado para segunda, tomamos um chá e eu convido a Izzy, o que você acha? - Gi estava tão empolgada que eu não tive como dizer não.
- Ok! Convide a Georgia também!
- Ela e Danny estão viajando, uma segunda lua-de-mel antes do bebê nascer!
- Meu Deus, Danny deve estar maluco para esse bebê chegar, ele sempre falou que queria muito ser pai!
- Tá todo bobo! Ele e Tom chegaram a chorar abraçados!
- Imagino! Então fica combinado de nos encontrarmos segunda... e Gi, não comenta nada com o Dougie.
- Tudo bem, mas você sabe que uma hora ou outra vocês vão acabar se encontrando –sim, eu sabia! Nos despedimos, trocamos telefones e chamei Emma para ir para casa, minha cabeça girava com tanta informação! Me senti triste por ter perdido tantas coisas, mas não tinha como voltar atrás.


Capítulo 10

Na Segunda-Feira, no começo da manhã, recebi uma mensagem de Giovanna confirmando o chá para mais tarde e Izzy viria com ela. A manhã voou, meu pai e minha madrasta estavam no hospital, ele ficaria uns dias internado para realizar exames. Finalmente a tarde chegou, era pouco mais das 16hs quando a campainha tocou, meu coração acelerou porque eu sabia quem era, quando abri a porta, me deparei com Gi toda sorridente cercada por Buzz, Buddy e mais uma garotinha que na hora deduzir ser de Izzy e Harry. Os recebi com abraços e beijos e percebi Izzy um pouco mais atrás segurando seu bebê, ela estava séria e eu nervosa.
- Que bom que você aceitou o convite! - falei para ela sorridente.
- Não se anime, só vim porque a Giovanna me garantiu que você faria aquele bolo de morango! - ela falou toda séria, mas em seguida abriu um sorriso e eu a abracei.
- Desculpa… - comecei a falar mas ela ergueu a mão me falando.
- Já passou! - naquele momento vi que ela também havia me perdoado.
Foi uma tarde maravilhosa, Emma e Buzz corriam pelo quintal seguidas pelos pequenos Buddy e Lola, Kit o bebêzinho de Izzy e Harry, dormia profundamente em seu colo e nós três relembramos os velhos tempos.
- E o Dougie? Já deu de cara com ele por aí, sabe que ele está morando por perto, não sabe? - Izzy comentou.
- Não, eu não o vi e se possível não quero vê-lo - respondi.
- Ele está na Itália a trabalho, deve ficar um tempo - comentou Giovanna tentando me tranquilizar. Não comentei nada então o assunto se encerrou e continuamos conversando sobre outras coisas.
Depois do primeiro encontro com as meninas, eu sabia que seria inevitável e que logo teria que encarar Tom, Danny e Harry, ao mesmo tempo que me deixava feliz saber que logo iria revê-los também sentia um certo medo deles terem ficado com raiva de mim por ter sumido! De Dougie o que eu sabia era que ele estava fazendo alguns desfiles pela Itália, ele estava começando uma carreira de modelo, então provavelmente não o veria tão cedo e quem sabe com um pouco de sorte, eu voltaria para Chicago antes dele voltar para Londres.
Alguns dias se passaram, eu estava arrumando a casa quando ouvi a campainha tocar, quando abri a porta dei de cara com Danny, sabia que Gi deveria ter espalhado a minha volta aos quatro cantos, mas não achei que ele apareceria tão cedo.
- Oi, Então finalmente você voltou - Danny sorriu e em seguida me abraçou forte, como senti falta daquele abraço protetor.
Em meio às lágrimas, eu o convidei para entrar, enquanto preparava um suco para nós dois, conversamos sobre tudo que tinha acontecido nos últimos 4 anos. Danny me contou detalhes sobre seu casamento com Georgia e o quanto estava feliz com a chegada do seu primogênito, ele perguntou tudo que eu tinha feito, queria todos os detalhes e ficou surpreso ao saber que eu estava noiva. Ele me recebeu de volta bem até demais e eu me sentia tão grata por isso!
- Mamãe? - ouvi uma vozinha sonolenta me chamar.
Logo Emma surgiu na porta coçando os olhos.
- Quando você iria me contar que teve uma filha? - perguntou Danny sorrindo ao ver Emma se aconchegar nos meus braços.
- Eu estava quase chegando nesse ponto - brinquei. - Hey Emma, diga olá para o tio Danny, ele é amigo da mamãe há muitos anos.
- Olá! - ela disse finalmente desperta e o olhando com curiosidade.
- Hey princesa prazer em conhecê-la - Danny respondeu apertando sua bochecha levemente. – Nossa, , ela é tão parecida com o Dougie - Danny soltou de repente.
- Quem é Dougie mamãe? - não soube o que responder, fiquei muda, paralisada eu nunca tinha falado sobre Dougie para Emma.
- Ah, Dougie é um outro amigo da sua mãe, qualquer hora você vai conhecer ele -Danny percebendo meu desconforto respondeu para Emma.
- Ok, vou ver tv mamãe. Tchau tio Danny - Emma pulou do meu colo, acenou para ele e seguiu para sala.
- Danny ela não sabe… - respondi nervosa.
- Muito menos o Dougie, você não acha que ele deveria saber? Ele vai pirar quando souber que tem uma filha e principalmente que você escondeu isso dele.
- Ele não tinha o direito de saber sobre ela e muito menos participar das nossas vidas! - respondi amarga, com a minha volta para Londres,, eu sabia que seria inevitável que toda essa história viesse à tona. Teria que encarar meus fantasmas e sabia que Dougie acabaria descobrindo tudo.
- Sei que você teve seus motivos, sempre achei que você foi embora escondendo alguma coisa de nós, agora que vou ser pai, me coloco no lugar do Dougie, ele tem que saber, mas sei também que você sofreu demais com tudo que ele aprontou. Mas pense em Emma acima de tudo, ela tem direito de conhecer o pai dela! - Danny falava de uma maneira calma, sem querer me julgar eu sabia.
- Ela tem o Jesse, ele sempre foi como um pai para ela! - respondi magoada.
- Você sabe que não é a mesma coisa, ela vai crescer e pode descobrir tudo da maneira errada, será que ela não ficaria magoada com você? - tentei mudar de assunto, mas nossa conversa não durou muito, Danny se despediu e pediu mais uma vez pra eu pensar bem. Horas depois que ele já tinha ido embora, eu ainda pensava no que conversamos, decidi que assim que as coisas com meu pai se acalmassem, eu procuraria Dougie para conversar sobre Emma.


Capítulo 11

Era sábado, Danny me convidou para um churrasco na sua casa, uma pequena comemoração antes do nascimento do bebê que poderia acontecer a qualquer momento. Logo que cheguei, encontrei Giovanna e Tom conversando com Harry e Izzy, enquanto observava as crianças correndo para lá e para cá, Tom, Harry e Georgia me receberam super bem também e nem parecia que eu havia ficado tanto tempo longe deles.
Buzz, Buddy, Emma e Lola brincavam, já haviam se tornado amigos desde o primeiro momento em que se viram.
- Espero que não se chateie, mas Dougie ficou de aparecer hoje, ele ligou pro Danny ontem avisando que chegou de viagem e queria passar aqui, aí Danny acabou convidando ele pro churrasco - Georgia mordeu os lábios nervosa achando que provavelmente eu iria embora correndo, me sentei ao seu lado na mesa e por mais que meu coração estivesse acelerado e minhas mãos suando fiquei na minha.
- Eu achei que ele ficaria mais um tempo fora, mas não precisa se preocupar, não vou arrancar a cabeça dele, nem nada - comentei rindo, começando a imaginar como seria rever ele.
Era engraçado porque antes de chegar a Londres, eu tinha um medo muito grande de encontrar Dougie ou até mesmo de falar sobre ele, mas agora sabendo que poderia ver ele a qualquer momento, já não me incomodava tanto. Talvez fosse meu relacionamento com Jesse, eu meio que me acostumei a usar essa relação como um escudo para afastar todo e qualquer sentimento por Dougie, estava funcionando muito bem nos últimos quatro anos, bom, pelo menos eu achava que estava até ver Dougie caminhar pelo quintal vindo em nossa direção.
Ele parou de repente, ficou me encarando parecia que tinha visto um fantasma, pelo jeito os demais não tinham contado para ele sobre a minha volta, fingi que não tinha o visto e fiquei olhando as crianças brincando, de canto de olho vi que Harry foi até ele e o puxou para dentro da casa.


POV Dougie

Passei um inferno nos últimos quatro anos e agora ela estava ali... Como se nunca tivesse ido embora! Fiquei deprimido, sem nenhuma notícia, o pai dela só tinha me dito que era melhor eu ficar longe dela e meus amigos só diziam que ela não tinha deixado o endereço e que eles também não tinham notícias!
Quando a vi ali, eu não soube direito o que pensar, o que fazer ou como agir. Foi então que senti alguém me puxando, era Harry preocupado.
- Não me diga que estou tendo alucinações? - perguntei meio idiota.
- Não cara, você não tá tendo alucinações, é ela mesmo! Tudo bem para você? - estava confuso demais para responder então só balancei a cabeça afirmando, eu senti falta demais dela, mas iria pelo menos tentar fazer de conta que tinha superado.
- O que ela tá fazendo aqui? - perguntei ansioso.
- Ela veio cuidar do pai dela que está doente - Harry contou.
- Ela disse o que tem feito esse tempo todo? O porquê não deu notícias? - perguntei como quem não quer nada.
- Ela tá bem lá em Chicago, é só o que eu sei, essa é a primeira vez que a vejo desde que ela voltou.
- Hum… e ela veio sozinha? - fiz minha melhor cara de “é só por curiosidade, eu não tô nem aí!”.
- Veio com a filha, e cara ela tá noiva! - Harry tinha que soltar essa bomba. - Filha? - meu sangue gelou.
- Sim - Harry me olhou preocupado. - Tudo bem cara? Vamos para o quintal?
- Uhum - eu fiquei tonto, só de pensar em como a vida dela seguiu sem mim já me dava um nó no estômago, só de pensar nela noiva de outro cara já me deu vontade de socar a cara dele, até uma filha eles já tinham?! Segui Harry até o quintal, dei um “Oi” geral e me sentei ao lado do Danny que cuidava da churrasqueira, nem sequer me olhou.

FIM POV Dougie

Meu corpo arrepiou quando vi Dougie tão perto, vi que ele ficava me cuidando sempre que Emma corria até mim para mostrar algo sobre o joguinho que ela e Buzz estavam jogando, será que ele tinha visto alguma semelhança entre eles? Ia ser difícil ele não perceber que ela era muito parecida com ele. Quando nos juntamos todos à mesa do quintal para almoçar, era claro que ele não tirava os olhos de Emma e isso estava me deixando desconfortável, Gi também percebeu e veio disfarçadamente até mim.
- Acho que alguém já matou a charada! - ela falou se sentando ao meu lado, Dougie tinha ido buscar mais suco na cozinha.
- Que charada? - perguntei me fazendo de boba.
. - Ah qual, é, ? Todo mundo sabe que Emma é filha do Dougie, a gente até procurou uma foto do seu noivo no Google para comparar, mas nem precisava porque Emma é uma miniatura de Dougie de vestido! - Gio falou rindo.
- O que, que tem eu e vestido? - quando ouvi a voz de Dougie atrás de nós duas, senti que meu coração ia sair pela boca, olhei desesperada para Giovanna que estava até pálida.
- Era só uma piada que eu estava contando e não tem nada a ver com você - Giovanna respondeu nervosa, ele continuou nos encarando sem acreditar.
- Sério? Também quero saber - só pensei comigo mesma “Aí meu Deus e agora?”, no mesmo instante ouvimos Georgia gritar:
- DANNY, ACHO QUE VAI NASCER! - no meio da euforia só pude sentir um grande alívio.
Enquanto Danny corria pegar suas coisas, da Georgia e do bebê, eu pedi pra Gi ficar com Emma para que eu pudesse ir com eles para o hospital porque Danny estava nervoso demais para dirigir, óbvio que ela percebeu que eu queria sair daquela situação com Dougie o mais rápido possível também.
Fomos para o hospital e enquanto Georgia sofria esperando o bebê nascer, eu estava na sala de espera trocando mensagens com Giovanna, depois de informar que mesmo demorando para ter o bebê, Georgia estava bem e Danny estava do lado dela.
Ela me mandou:

“Dougie perguntou do que eu e você estávamos falando antes de Georgia gritar e disse que não acreditou em nada do que eu disse sobre ser piada.”

Eu respondi logo em seguida:

“O que você disse?”
Gio:
“Eu disse que era bobeira e nada importante! Aí ele comentou se eu não achava que Emma era muito parecida com ele!”

Eu mandei:

“Meu Deus! vc falou alguma coisa Gi?”
Ela:
“Não! Eu simplesmente respondi que Emma era muito mais bonita do que ele! rs mas já aviso que ele tá lá no quintal olhando ela brincar, com um sorriso besta na cara! Ele sabe , ele é tapado mas nem tanto!”

Danny entrou na sala me abraçando e chorando de felicidade.
- É um menino! Nosso pequeno Cooper nasceu! - ele estava tão emocionado que me fez chorar junto.
Enquanto ele abraçava os familiares que estavam lá esperando comigo, seu celular tocou.
- Sim nasceu! Cara é a melhor sensação do mundo! Ele é lindo! Ok esperamos sua visita! - Danny desligou e olhou pra mim.- Era o Dougie, ele estava chorando igual a um bebê! - Danny sorriu.
- Acho melhor eu ir buscar Emma, Gi me disse que ela e Tom a levaram para a casa deles. Quando vocês estiverem em casa, eu apareço para conhecer o pequeno Jones, dê um beijo neles por mim - sorri e o abracei, mas antes de eu sair ele segurou minha mão.
- , não quero ser chato, mas hoje eu vi minha vida se transformar com a chegada dessa criança, pensa em como isso seria para Dougie! - fiz cara de que não estava entendendo. - Não me olhe assim porque todo mundo viu a semelhança dos dois! sei que ele errou muito com você, mas acho que ele deveria saber que tem uma filha linda - Danny tinha os olhos marejados e suas palavras mexeram comigo, engoli seco, não consegui responder, só balancei a cabeça afirmando que sim e saí secando as lágrimas.


Capítulo 12

Fui buscar Emma, quando toquei a campainha, Tom que abriu a porta.
- Hey que bom ver você de novo! - ele me recebeu sorrindo, mas parecia um pouco nervoso.
- Ah, , como está Georgia e o bebê? - Gi perguntou preocupada enquanto me recebia.
- Estão ótimos! Danny disse que é um menino lindo, ele queria que eu ficasse e fosse ver o bebê, mas a família em peso da Georgia estava lá e achei que era gente demais para ir vê-los agora – respondi cansada. – E Emma te deu muito trabalho?
- Nenhum, ela é um doce de menina, ainda está lá fora brincando com os meninos. Vem, eu estava servindo um lanche, vem tentar comer alguma coisa – segui Giovanna até a cozinha, empurrei um sanduíche e de lá só ouvia as risadas das crianças do lado de fora.
- Pelo jeito a brincadeira está boa... - me aproximei sorrindo até a janela para espiar, foi ai que eu gelei, Dougie rodopiava com Emma no colo e ela gargalhava.
- , não fique brava! Ele veio com a gente e desde então não arredou o pé daqui e estão brincando há um tempão, ela adorou ele! - Tom tentava se explicar.
- Você não precisa me explicar nada, Tom – respondi forçando um sorriso.
- A propósito, eu e Tom estávamos comentando como eles têm uma forte conexão. E desculpe, achamos que Dougie deveria saber... - ela disse maternal.
- Desculpa Gi, mas não tem nada para ele saber e também acho que já está na minha hora. Obrigada por tudo! – eu me sentia exausta demais para pensar nisso agora.
- Ok – foi tudo que ela respondeu, fui até o quintal e fiquei alguns minutos observando as crianças correrem em volta de Dougie, meu coração apertou, por mais que eu achasse que ele não merecia saber sobre Emma, não seria justo esconder dela por mais tempo. Vendo eles brincando, decidi que precisava pensar em uma maneira de contar isso para os dois.
- EMMA! - A chamei e a vi se virar e me olhar, no mesmo instante eu abaixei e abri os braços e ela correu até mim sorrindo.
- Mamãe! - ela disse ao se jogar nos meus braços. – Você sabia que o tio Dougie imita o tiranossauro rex melhor que o tio Danny?
- Ah é?s- Sorri sem graça, ela já estava tão a vontade com todos eles.
- Oi –ouvi a voz de Dougie e meu coração disparou, levantei segurando Emma no colo e o olhei de verdade pela primeira vez depois dos últimos quatro anos.
- Oi –respondi com a voz meio baixa.
- Tio Dougie faz o tiranossauro para a mamãe ver? – pediu Emma se jogando nos braços dele, ele a abraçou sorrindo.
- Outro dia meu amor, agora precisamos ir para casa, mamãe está muito cansada -respondi por ele.
- Aaah... – Emma fez beicinho protestando, olhando os dois não tinha como negar que eram parecidos demais.
- Acho melhor você obedecer sua mãe –Dougie disse carinhoso para ela. – Ela é muito brava não é? – ele brincou e ela riu, que legal eles já eram melhores amigos e eu a bruxa má.
- Tchau tio Dougie – ela o abraçou e beijou sua bochecha, meu coração batia cada vez mais rápido e tive que segurar as lágrimas.
- , eu preciso conversar com você – Dougie disse meio nervoso.
- Sobre o que? – perguntei me esforçando para não olhar nos olhos dele.
- Você sabe sobre o que – ele respondeu olhando para Emma.
- Qualquer dia a gente se fala – respondi e peguei Emma pela mão, me despedi dos meninos, de Gi e Tom e agradeci mais uma vez.
Cheguei em casa sentindo minha cabeça girar, meu pai que já tinha recebido alta estava dormindo no andar de cima e Suzy, minha madrasta, estava preparando o jantar.
- Dia difícil? - ela perguntou mexendo algo na panela que cheirava absurdamente bem.
- Você não imagina o quanto! -suspirei - Posso te contar depois enquanto como um pouco desse cozido? Estou morrendo de fome!
Enquanto arrumava mesa e Suzy terminava o cozido, Emma pediu para subir porque estava morrendo de sono, fiz ela comer pelo menos alguns biscoitos e tomar um copo de leite, depois ela se arrastando foi tomar um banho antes de deitar, ela tinha corrido a tarde toda e estava suada, ela escovou os dentes com os olhos já fechando enquanto eu secava seus cabelos com o secador e quando finalmente deitou, caiu em um sono profundo, beijei sua testa e desci. Enquanto jantávamos contei um pouco da minha história para Suzy, ela, como todos, também me disse que era melhor contar a verdade para Dougie e Emma.
Depois do jantar e de um banho quente, me deitei ao lado de Emma, demorei para pegar no sono, ficava tentando bolar um plano de como conversar com os dois ao mesmo tempo, me perguntei se Jesse ficaria muito chateado comigo, afinal, ele praticamente tinha me ajudado a criar Emma e em muitos momentos eles pareciam pai e filha, ele até tinha pedido para que quando nos casássemos Emma passasse a usar seu sobrenome. E tinha mais isso para pensar: o casamento! Estávamos juntos há quatro anos e ele já tinha me pedido em casamento algumas vezes e eu sempre fugia dizendo que queria esperar Emma estar mais crescida, Jesse ficava chateado, mas acabava deixando pra lá. Mas como meu estoque de desculpas já tinha acabado, acabei aceitando.
Fiquei imaginando como seria quando voltasse para Chicago, eu esperava que Jesse estivesse mais calmo apesar de termos brigado algumas vezes por telefone desde que vim para Londres, ele estava paranoico com a ideia de estarmos tão perto de Dougie e chegou a dizer que se algo acontecesse entre nós seria demais pra ele.
Um dia depois de eu ter decidido que iria contar para Emma e Dougie que eles eram pai e filha, resolvi conversar com Jesse sobre isso, mesmo sabendo que ele ficaria maluco.
- POR QUE VOCÊ RESOLVEU MEXER NISSO AGORA? POR QUE VOCÊ TEVE QUE VOLTAR PARA ESSA MALDITA CIDADE? SABIA QUE ELE IA CONSEGUIR TIRAR VOCÊS DE MIM! DESGRAÇADO! - ele chorava e gritava do outro lado, eu até afastei o celular do ouvido e respirei fundo.
- Meu pai precisava de mim Jesse, você sabe - falei calma. - Acabei encontrando Dougie na casa de uns amigos, eu pensei bem, ok? Sei que falei que jamais deixaria ele se aproximar de Emma, mas eu vi que não é justo com eles! Eu vi os dois juntos e senti que precisava contar! Não quero que um dia Emma fique com raiva de mim por isso! - expliquei mantendo minha calma.
- VOCÊ JÁ ESQUECEU O QUE ELE TE FEZ? - ele perguntou furioso.
- NÃO! NÃO ESQUECI! MAS A QUESTÃO NÃO É EU E O DOUGIE E SIM ELE E EMMA! - gritei por fim, fechei os olhos e tentei recuperar a calma. - Não vai mudar nada entre nós, Jesse! Eu vou me casar com você, caramba! Não estou te reconhecendo! - ele resmungou alguma coisa e desligou me deixando furiosa. Não sei como seria nosso futuro depois dessa viagem a Londres, só sentia que nossas vidas nunca mais seriam as mesmas.


Capítulo 13

Meu pai estava melhorando e eu finalmente começava acreditar que poderia voltar para Chicago, ainda não tinha tido a oportunidade de conversar com Dougie e Emma até um domingo em que fui à casa de Danny finalmente conhecer o pequeno Cooper, para variar a turma toda estava lá, quando viu as crianças, Emma já saiu correndo em direção a eles, Dougie não estava lá, mas Izzy já havia me dito que ele iria, a presença dele já não me incomodava então dei de ombros. Quando ele chegou Emma correu abraça-lo, e Izzy me pegou admirando a cena.
- É impressão minha ou estou vendo seus olhinhos brilharem? - ela brincou.
- Não tem como evitar né? - respondi sorrindo.
- Ah então resolveu parar de se fazer de desentendida e assumir que Emma é dele? - Giovanna perguntou se juntando a nós em frente a janela.
- Não preciso assumir nada, vocês sempre souberam! - respondi rindo.
- Você vai mesmo voltar para Chicago?- Georgia perguntou enquanto nos sentávamos todas junto à mesa.
- Como assim? É claro que vou! - respondi confusa e rindo. - Tenho uma vida lá, um noivo me esperando e um casamento para planejar!
- Não adianta Georgia ela não vai mudar de ideia! - Izzy comentou rindo.
- Ah, pessoal, minha vida aqui já teve um ponto final, meu lugar não é mais aqui! Mas espero vocês no meu casamento! - forcei um sorriso, pensar em voltar para Chicago fazia meu coração apertar.
Nos juntamos aos meninos lá fora e começamos a servir o almoço para as crianças, enquanto eu preparava o prato de Emma, percebi que ela estava bem quieta.
- O que foi meu amor? Aconteceu alguma coisa? - perguntei me agachando na frente dela que estava sentadinha na mesinha das crianças.
- Mamãe por que o Buzz e o Buddy chamam o tio Tom de papai? - sorri ao ver uma pequena ruguinha de preocupação na sua testa.
- Porque ele é o papai deles. - respondi acariciando o rostinho dela.
- O que é um papai? - ela insistiu.
- É alguém que cuida de você como a mamãe - tentei explicar da melhor maneira possível.
- Só que é um menino? Assim como o tio Tom? - ela era esperta.
- Sim - respondi sorrindo e me levantei, ela continuou pensativa e eu coloquei seu prato em frente a ela, quando me virei pra sair ela me chamou.
- Mamãe?
- Sim, meu amor?
- O Jesse é meu papai? - ela perguntou enquanto começava a comer. Senti até uma vertigem, agora era a hora e não tinha como fugir, me sentei na grama ao lado dela.
- Não meu amor, quando a mamãe ficou grávida de você eu ainda não conhecia o Jesse - ela me olhou confusa. - Antes da mamãe conhecer o Jesse, a mamãe namorou outro garoto e ele que é o seu papai.
- E quem é? - respirei fundo e me levantei.
- Vem comigo, preciso te mostrar quem é ele - eu disse, ela pulou da cadeirinha e sorriu animada, a peguei pela mão e procurei Dougie, vi ele caminhando para a cozinha e fui atrás.
- Oi tio Dougie! - Emma acenou para ele assim que entramos.
- Será que a gente pode conversar? - perguntei sentindo que meu coração ia pular pela boca a qualquer momento, ele largou o prato e ficou me olhando preocupado, acho que eu estava pálida igual um papel.
- Cla-Claro! - ele gaguejou torcendo as mãos nervoso.
- Dougie, Emma acabou de me perguntar… - hesitei e respirei fundo. - Ela me perguntou quem é o papai dela. - falei finalmente, Emma prestava atenção em nós, vi o rosto dele ficar vermelho e depois branco igual papel.
- Ela é minha filha não é? - ele perguntou com a voz embargada enquanto me encarava sério.
- Mamãe você disse que ia mostrar meu papai! - Emma questionou começando a ficar impaciente, senti meus olhos marejados e meu coração batia ainda mais rápido.
- Emma, Dougie é o seu papai! - soltei de uma vez só suspirando profundamente em seguida. Ela olhou de mim para ele e sorriu.
- Legal! - ela abraçou ele e vi lágrimas escorrerem pelo rosto de Dougie e não consegui conter as minhas. - Mamãe você tá triste?- ela perguntou se virando pra mim e me vendo chorar, ela sempre me perguntava isso quando eu chorava.
- Não meu amor, estou feliz! Eu já te disse que as pessoas também choram de felicidade! - respondi secando as lágrimas.
- Tá bem, vou lá contar pro Buzz que também tenho papai! - ela sorriu e saiu correndo para o quintal, agora era só eu e Dougie e todos os meus demônios do passado.
- Quatro anos! Você levou quatro anos pra me contar isso? Você simplesmente me tirou a convivência da MINHA FILHA, por quatro anos? - ele estava furioso e eu sei que ele tinha razão.
- O que você quer que eu diga? Eu sei que errei, sei que eu não tinha o direito de esconder isso de você e muito menos da Emma! Mas eu estava magoada! - respondi tentando me manter o mais calma possível.
- MAGOADA? VOCÊ NEM AO MENOS QUIS ME OUVIR, TIROU SUAS CONCLUSÕES E SIMPLESMENTE FOI EMBORA!
- VOCÊ QUERIA O QUE? NÃO ERA A PRIMEIRA VEZ QUE VOCÊ ME TRAIA! EU QUERIA FICAR O MAIS LONGE POSSÍVEL DE VOCÊ! - gritei com raiva.
- Eu já falei que não me lembro direito daquela noite! - ele baixou o tom da voz.
- Ah, é claro! Quando é você que erra é normal ter um apagão do que aconteceu! - respondi sarcástica, vi ele respirar fundo e passar as mãos no cabelo freneticamente.
- O caso agora é Emma, , você tinha que ter me contado isso na época! Eu queria ter visto ela nascer, ela aprender a andar, ouvir ela falar a primeira palavra! Eu posso ter sido muito filho da puta com você, mas eu não merecia isso! - ele falou entre lágrimas socando a bancada de Tom.
- Eu sei, ok? Não pense que foi fácil ir embora, passar meses trancada em um quarto enquanto carregava a coisa mais preciosa que já me aconteceu! Se eu estou aqui hoje é por ela! Eu sei que errei e nada do que eu diga ou faça vai fazer o tempo voltar! - desabei no choro, chorei por todos os meses que me sentia um lixo, chorei por ele, por ter feito tudo errado!
Eu só escutei a porta da frente bater e depois o barulho de um carro saindo em alta velocidade, finalmente eu tinha tirado aquele peso do meu coração, mas sabia que ele nunca me perdoaria! Nem sei por que queria o perdão dele sendo que a dor de ser traída por ele ainda doía em mim. Depois de chorar compulsivamente vi Giovanna entrar de quietinho.
- A gente sabia que não ia ser fácil, mas foi a melhor coisa que você fez - ela disse carinhosa me abraçando.
- Eu sei Gi. Obrigada por tudo - sequei as últimas lágrimas.
- Emma apareceu toda contente lá no quintal dizendo que o “Tio Dougie era o seu papai”! - Gi comentou sorrindo.
- Ela o adora não é? - sorri entre as lágrimas pensando nos dois juntos.
- Sim, eles se adoram e você é uma mãe maravilhosa, nunca se esqueça disso.
Se passaram dois dias, então recebi uma ligação de Dougie.
- Espero que não se incomode, Giovanna me passou seu número -ele estava frio e sério.
- Sem problemas - respondi já sentindo vontade de chorar.
- Eu gostaria de passar um tempo com Emma, levar ela passear, se estiver tudo bem para você e para ela.
- Vou conversar com ela e te mando uma mensagem, ok?
- Ok - e isso foi tudo.
Respirei fundo e fui até a sala onde Emma desenhava em um caderno, me sentei ao lado dela.
- Hey Emma, Dougie ligou, ele quer saber se você gostaria de passear com ele, mas só vocês dois! - expliquei e fiquei esperando sua resposta, ela então finalmente desviou o olhar do desenho e me olhou sorrindo.
- Eu quero! Mas aonde vamos? - ela perguntou se animando, não imaginei que seria tão fácil.
- Ainda não sei meu amor, mas pergunto para ele quando ele vier te buscar, ok? - ela afirmou com a cabeça e então eu mandei a mensagem para ele.
“Ela aceitou, vou só dar um banho nela e trocar sua roupa, pode ser daqui meia hora?”
Ele só respondeu “sim”.
Meia hora mais tarde ele estava tocando a campainha.
- A mochila dela tá aqui, tem uma muda de roupa e um casaco, ah ela não quis almoçar então se você puder fazer ela comer um pouco, nada de fast good, ok? - fui dando as instruções e me senti como aqueles casais separados que dividem os cuidados dos filhos.
- Ok, vou levar ela almoçar em algum lugar e depois passo no mercado comprar mais umas coisas - wle disse sem me olhar. - O que acha de uma sessão de filmes e pipoca lá em casa? - ele perguntou a ela que sorriu empolgada.
- Podemos assistir o Rei leão? - ela perguntou.
-Claro! - ele respondeu sorridente para ela. - Tem algum doce que ela goste mais? Já que não sei o que minha própria filha gosta! - ele falou rabugento, era claro que não iam faltar indiretas.
- Pergunte a ela, ela saberá te dizer o que gosta, só não…
- Já sei, só não exagere na quantidade doce!
- Isso - respondi suspirando profundamente.
- Ok, vamos Emma, antes que sua mãe aumente a lista de recomendações - Emma olhou pra ele sem entender, me deu um beijo e saiu de mãos dadas com ele. - A propósito trago ela às sete, ok?- só fiz que sim com a cabeça e o vi colocá-la no banco de trás apertando o cinto em seguida.
Fechei a porta e me sentei no chão, um milhão de pensamentos tomavam conta da minha mente, “como seria tudo daqui para frente?” era o que mais eu me perguntava.
A tarde não passava e eu cada vez mais ansiosa querendo saber como tinha sido, “Dougie saberia cuidar de uma criança?“ esse pensamento me fez sorrir, eu acredito que ele seria um ótimo pai, Emma já o adorava.
Às sete em ponto ouvi a porta abrir e Emma toda sorridente vir correndo ao meu encontro no sofá segurando uma boneca de pano.
- Hey também estava com saudades! - comentei a abraçando, nesse momento Dougie apareceu na porta segurando a mochila dela.
- Olha mamãe o que eu ganhei! - ela me mostrou a boneca.
- É linda filha!
- Ela almoçou bem, tomamos um lanche a tarde mas ela não quis jantar, passamos um ótimo dia não é, Emma? - os olhos dele brilharam enquanto a olhava.
- Sim! - ela correu até ele e se jogou nos braços dele, meu coração se apertou com a cena, o amor entre eles era tão natural como se nunca tivesse ficados separados, ele a abraçou forte e encheu seu rosto de beijos.
- Preciso ir, meu amor! - ele disse ajeitando o cabelo dela.
- Ah! - ela fez uma carinha triste.
- Mas sábado vamos na casa do tio Tom, ok? Aí vamos brincar muito! E agora você tem a Sarah - ele disse apontando pra boneca.
- Sempre que você estiver com ela é para você lembrar de mim, combinado?
- Tá! - ela sorriu e abraçou ele e a boneca, ver os dois juntos me fez me sentir tão culpada por ter escondido ela de Dougie, mas eu estava feliz por ter tomado a decisão certa ao contar para eles a verdade.
-Tudo bem para você se eu pegar ela no sábado para passar o dia no Tom? - ele perguntou se obrigando a olhar para mim.
- Cla- claro! - respondi soltando um soluço já não conseguindo segurar o choro.
Depois de um último beijo nela, ele colocou Emma e a mochila no chão e saiu, ela veio até mim e se sentou ao meu lado.
- Por que você tá chorando mamãe? - ela me olhou preocupada.
- Porque estou feliz filha, você teve um dia maravilhoso!


POV Dougie

Caramba eu tenho uma filha! Saí da casa do Tom furioso com a , ela não tinha o direito de me esconder isso! Parei em um lugar qualquer e soquei o volante até sentir as mãos doerem.
Por quê? Por que tudo tinha que ter acontecido desse jeito? Se ela tivesse acreditado em mim e deixado eu me explicar poderíamos ter criado nossa filha juntos! Eu posso ter sido muito filho da puta com ela, mas eu não merecia isso!
Depois que me acalmei voltei para casa, tomei um banho e comecei a pensar no que faria, eu tinha que conquistar o amor da minha filha.
- MEU DEUS EU SOU PAI! - gritei e comecei a rir que nem bobo. Mandei uma mensagem para Giovanna pedindo o número da , ela tentou me enrolar um pouco, mas acabou passando.
Mas só tive coragem de ligar dois dias depois, disse que queria passar o dia com Emma, ela já gostava de mim e acredito que iria gostar de passear comigo, disse que conversaria com ela e logo respondeu dizendo que eu poderia ir buscá-la porque Emma aceitou.
Eu não tinha muita noção de como cuidar de uma criança, mas me inspirei em Tom e Harry e decidi que seria como as outras vezes que estivemos juntos. Meu coração estava acelerado quando cheguei para buscá-la, estava nervoso por encontrar de novo, senti muita raiva, mas tê-la tão próximo me trouxe de volta vários sentimentos que eu pensava terem ficado no passado, a todo momento me pegava pensando como teria sido nossa vida se nada disso tivesse acontecido. Emma era um doce de menina, não poderia ter a criado de melhor forma, isso eu tinha que admitir. Paramos em um pequeno restaurante perto de casa para almoçar pensei que ela talvez fosse fazer birra para comer, mas adorou o macarrão com queijo que eu sugeri, limpou o prato!
Em casa, ela adorou meus baixos, rimos e brincamos muito com alguns legos que comprei um dia antes quando decidi que queria que ela passasse o dia comigo. Assistimos o Rei Leão e ela gargalhou e cantou junto comigo quando começou a tocar Hakuna Matata! Não queria ter que levar ela para casa, queria passar mais tempo com ela e conhecer ela melhor, saber do que ela gostava! Deus, eu mal conhecia minha própria filha! Quando eu pensava nisso a mágoa por voltava com toda força, eu sabia que era algo que só o tempo mudaria.
Já estávamos em frente a casa do avô de Emma, onde elas estavam ficando, antes de abrir a porta do carro para ela descer, peguei uma sacola que estava no banco do passageiro e entreguei para ela.
- Emma, comprei algo para você! - ela me olhou e depois olhou curiosa para a sacola cor de rosa. - Eu espero que você goste!
Ela pegou a sacola e já foi logo abrindo, seus olhos brilhavam e um enorme sorriso surgiu em seu rosto.
- Que linda! Obrigada! - ela abraçou a boneca de pano.
- Precisamos escolher um nome para ela não é? - perguntei enquanto abria a porta e desafivelava o cinto dela.
- Humm… - vi uma ruguinha se formar na sua testa enquanto pensava. - Já sei! O nome dela vai ser Sarah!
- Lindo nome! - comentei enquanto a tirava do carro.
- Vou correndo mostrar para a mamãe! - ela saiu em disparada para a porta, eu coloquei sua mochila no ombro e a segui, daquele momento em diante eu não conseguia mais ver minha vida sem ela.

Fim POV Dougie


Capítulo 14

Meu pai passou por uma cirurgia e estava se recuperando bem, já havia passado duas semanas desde o primeiro passeio de Dougie e Emma e eles estavam cada vez mais grudados, me cortava o coração pensar que logo voltaríamos para Chicago. Nesse tempo eles passaram muitos dias juntos e com Tom e os meninos dele também, em uma tarde em que eles foram todos ao cinema, Giovanna e eu aproveitamos para conhecer o pequeno Cooper, Danny estava se saindo um pai e tanto!
- Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida! - ele me disse olhando para o menininho em seu colo com os olhos brilhando.
- Vejo isso nos seus olhos! - comentei sorrindo.
- Sim, e Dougie me disse que foi a melhor coisa que aconteceu com ele também.
- Eu sei, vejo a maneira como ele e Emma são quando estão juntos! Me arrependo tanto de não ter contado para ele antes, Danny… -falei sentindo um nó se formar na garganta.
- Eu imagino, mas você tem que esquecer o que passou, o que importa é que agora eles sabem e daqui para a frente tudo vai ser diferente.
- Não sei o que fazer! Semana que vem voltamos para Chicago e estou com o coração partido de separar os dois de novo! - já sentia as lágrimas rolarem pelo meu rosto.
- Dougie não vai abrir mão dela, você sabe, não é?
- Sim, e eu nem quero que ele faça isso, mesmo que me custe muitas discussões com o Jesse! - só de pensar como seria, já me sentia mal, Jesse ia pirar com certeza!
- Você vai mesmo casar com esse cara? - me perguntou preocupado.
- Eu gosto dele, acho que preciso seguir em frente e esse definitivamente será um passo grande, bem ou mal, nesses quatro anos, ele sempre esteve ao meu lado e no de Emma.
- Isso não seria só gratidão, não? Por ele ter estado com você desde o nascimento de Emma? Gostar não é o suficiente para manter um casamento - seu conselho só me deixou mais confusa.
Sim, eu era grata por ter Jesse comigo, eu me agarrei a ele e a Emma desesperadamente depois do que Dougie me fez, nosso relacionamento não era perfeito, mas sei que ele gostava muito de mim, dei minha palavra a ele e era tarde para voltar a trás.
Emma já sabia que voltaríamos para casa, vi sua carinha ficar pensativa e sabia que ela sentiria falta dos novos amigos e principalmente de Dougie, era inevitável, eu teria que chamá-lo para uma conversa.
- Alô? - Dougie atendeu.
- Oi, só estou ligando porque preciso muito conversar com você, é sobre Emma - fui logo falando eu estava muito nervosa.
- Aconteceu alguma coisa com ela? - ele perguntou preocupado.
- Não, ela está ótima! Mas podemos nos encontrar em algum lugar? Queria falar sobre como será daqui pra frente.
- Claro, sabe a Starbucks na esquina da rua do seu pai? Pode ser lá? - sugeriu.
- Sim, te encontro lá em dez minutos?
- Ok.
Deixei Emma com Suzy e segui para a Starbucks, meu coração estava acelerado e minhas mãos suavam, senti um friozinho na barriga por ver ele de novo, ele estava diferente, mais maduro e ao mesmo tempo com aquele mesmo ar brincalhão, esse lado eu só via quando ele não percebia que eu o observava nas vezes que nos encontramos na casa de Tom ou de Danny.
Me sentei em uma mesa qualquer com um copo de café, ele logo chegou e se sentou na minha frente.
- Semana que vem voltamos para casa - já fui logo falando, ele suspirou e me olhou nos olhos como há muito tempo não fazia.
- Imaginei que era esse o motivo do encontro - ele respondeu.
- Eu quero que você entenda que pode ver Emma quando você quiser, sei que errei com vocês nesses últimos anos, mas definitivamente não quero que vocês percam contato - desabafei desviando os olhos dos dele.
-Não quero ficar longe dela! Vocês têm realmente que voltar? - ele perguntou fazendo uma cara tão triste que partiu meu coração.
- Como assim Dougie? É claro que temos! Temos uma vida lá, tenho um emprego e um noi…
- Um noivo te esperando! É, eu tô sabendo! - ele me cortou falando “noivo” com o maior desdém possível, respirei fundo porque não queria discutir.
- Bom era isso que eu tinha para dizer, você pode ver Emma quando quiser é só me avisar já que tem meu número! - peguei minha bolsa e meu café e fui me levantando.
- Espera! - ele pediu. - Posso te perguntar uma coisa?
-Sim - me sentei novamente.
- Você vai mesmo se casar com esse cara? - ele me encarou sério, senti meu coração começar a bater mais forte.
- Co-como assim? É claro que vou! - respondi desviando o olhar do dele.
- Você o ama? - ele continuou.
- Isso não vem ao caso! Estamos aqui para falar de Emma - senti meu rosto ficar vermelho e eu começava a suar frio. Me levantei para ir embora e fui saindo pela porta, percebi que ele tinha se levantado e me seguido, foi então que me virei para dar tchau e tudo aconteceu, ele me beijou.
No começo eu relutei, mas acabei me deixando levar, estava tão anestesiada com a surpresa que só após alguns minutos me dei conta do que estava acontecendo.
- Me solta! - pedi tentando empurrar ele.
- Eu só queria ter certeza dos meus sentimentos - ele disse ainda me segurando em seus braços.
- Sentimentos? - perguntei atordoada.
- De que ainda amo você!
- Dougie, não… - sussurrei me soltando dele. - Não é certo você fazer isso só porque não quer ficar longe de Emma! Eu entendo seu desespero, mas não me use por isso! - pedi não conseguindo controlar as lágrimas.
- Não é só por causa de Emma! Eu amo você e isso nunca mudou!-Ele segurou meu rosto entre suas mãos, mas eu não quis mais ouvir, saí irritada e segui para casa.
“Ele não tinha o direito de fazer isso!”, a raiva explodia dentro de mim, uma coisa é ele conviver com Emma, mas isso não lhe dava nenhuma liberdade comigo! Eu estava noiva, quem ele pensa que é?
De repente eu parei na rua e um pensamento me ocorreu, “Meu Deus, eu trai o Jesse!” Meu sangue gelou, logo eu que abominava esse tipo de atitude, que sofri tanto quando passei por isso com Dougie, como eu contaria isso pro Jesse? Ele ia pirar!
Cheguei em casa abalada, tomei um banho e fiquei pensando e xingando baixo. Meu celular começou a tocar, era Izzy.
- Alô? - atendi.
- Ok garota como você está? - perguntou ela animada.
- Irritada! - resmunguei.
- Por quê? - ela quis saber.
- Dougie! - suspirei.
- O que ele fez dessa vez? - ela perguntou séria.
- Me beijou!
- ELE O QUE? - ela berrou no telefone.
- Ai amiga, eu quero matar ele! - falei entre dentes. - Fui conversar sobre Emma e nossa volta para Chicago e na hora de ir embora, ele me segurou e me beijou! - contei.
- Ele não perdeu tempo! - Izzy riu.
- Cretino isso sim! Ele sabe que estou noiva!
- Espere até Giovanna e Georgia saberem! Elas vão pirar! - Izzy parecia empolgada com a situação.
- Não tem graça Izzy, eu não gostei nem um pouco da atitude dele! Espero não ver ele tão cedo!
- Sinto muito, mas você vai ter que ver a cara dele! Estamos combinando um almoço de despedida pra vocês e ele já foi convidado, afinal, ele é o pai da Emma - Izzy foi logo se explicando.
- Ai, não… - choramimguei.
- Ah, amiga, faz um esforcinho, por favor!
- Tá ok, e quando vai ser? - me dei por vencida, não precisaria necessariamente olhar na cara dele.
- Vocês vão embora na segunda de manhã, né? Então vamos fazer no domingo!
Nos despedimos e finalmente fui dormir, o dia tinha sido estressante, não saia da minha cabeça aquele beijo, Jesse não merecia isso! Será que eu deveria contar?
O nosso último dia em Londres chegou, nossas coisas estavam arrumadas, partiríamos na segunda cedo, hoje, domingo, era o dia do almoço que o pessoal organizou de despedida, me arrumei e arrumei Emma, seguimos para a casa de Giovanna e Tom.
Izzy, Harry e as crianças já estavam lá, estava fazendo um lindo dia e estávamos todos conversando animados quando Dougie chegou, Emma, assim que o viu, saiu correndo e se pendurou no pescoço dele.
- Dá para pelos menos disfarçar que você está querendo matar ele? - era Danny me pegando no flagra encarando Dougie com a cara fechada.
- Olha lá, ela já é apaixonada por ele! - falei enciumada por Emma não larga-lo um minuto.
- Ele é o pai dela , é normal! - ele riu. - Mas sério o que tá rolando?
- Ele me beijou! - respondi simplesmente.
- Ele fez o que? - Danny perguntou depois de se desafogar com o suco.
- Me beijou, sabe, duas bocas se encontrando! - fui obrigada a zoar a cara de bobo dele.
- Eu sei o que é beijar! Mas e você, como reagiu? - ele perguntou preocupado.
- Ah, eu fiquei muito puta da vida! - pensar nisso me dava raiva, Danny desatou a rir da minha cara.
Conversamos mais um pouco e enquanto estávamos arrumando a mesa, Dougie se aproximou.
- Preciso falar com você - ele disse pra mim.
- O que eu tinha para falar para você eu já falei - respondi de cara fechada.
- Ah, qual é , somos adultos! Me desculpe pelo beijo, eu não resisti, ok? - ele respondeu vindo atrás de mim enquanto eu preparava o prato de Emma.
- Assim como não resistiu quando foi para a cama com a Kristen? - soltei com raiva me virando para ele e o encarando, ele me encarou de volta e passou a mão nervoso pelo cabelo.
- Eu juro que não lembro direito daquele dia, eu fui atrás dela depois de tudo, queria que ela me explicasse o porquê eu não lembrava de nada, mas eu não a encontrei em lugar nenhum! Nem Steve que estava saindo com ela na época sabia onde ela tinha se enfiado!
- Ah, tá, e você quer que eu realmente acredite nessa historinha de novo? - falei debochada.
- Vou te provar! Não sei como, mas eu vou te provar que aquela garota armou pra mim!
- Faça o que quiser! Não me importa mais! - saí de perto e me sentei ao lado de Emma.
No final da tarde eu e Emma começamos a nos despedir do pessoal, eles encheram Emma de mimos e ela parecia não querer deixar Buzz, eles se apegaram desde o primeiro dia.
No dia seguinte, nas primeiras horas da manhã, embarcamos para Chicago. Me segurei para não chorar, meu coração estava apertado e eu no fundo senti que queria continuar ali. Eu não conseguia tirar a imagem de Dougie da minha mente e isso me enlouquecia! Como vou viver com esse sentimento?


Capítulo 15

Chegamos em Chicago e nem sinal do Jesse, eu liguei avisando a data da nossa volta, ele estava diferente, imaginei que ele estaria chateado, mas não achei que fosse tanto, melhor assim! Pelo menos eu não teria que encarar ele depois de ter beijado Dougie, balancei a cabeça tentando parar de pensar naquela cena, chamei um táxi e seguimos para casa.
Dei banho em Emma e depois de comer ela foi para cama, carregando a boneca Sarah sempre com ela. Tomei um banho e quando terminava meu jantar recebi uma mensagem de Dougie.
Chegaram bem?” - perguntava ele.
“Sim” - foi tudo que respondi.
Posso ver Emma daqui uns quinze dias? Tenho um trabalho em Chicago” - continuou ele.
Ok, combinamos” - respondi.
Agora seria assim, ele indo e vindo das nossas vidas, precisava começar a pensar no meu casamento de uma vez, ocupar minha mente, liguei para Jesse, mas ele não atendeu então fui dormir.
Na manhã seguinte Jesse apareceu todo sorridente, trouxe flores e um café da manhã caprichado, entregue pela panificadora ao lado do meu prédio.
- Como estão minhas meninas? - ele perguntou depois de me beijar.
- Bem, felizes por voltar para casa - respondi sorrindo, ainda bem que ele preferiu agir como se tudo estivesse bem e não tivéssemos brigado o tempo todo que estive em Londres.
- Então está pronta para começarmos os preparativos? - ele perguntou ansioso.
- Sim, pensei em algumas coisas! - tentei parecer animada, ele me olhou surpreso, sorriu e pegou mais um croissant.
- Me conte suas ideias! - vi um alívio em seus olhos, acho que por um minuto ele pensou que eu desistiria de tudo.
- Não quero nada grande, algo simples com muitas rosas... pensei em fazer um casamento no campo, o que você acha? - perguntei saindo dos meus devaneios, por um minuto lembrei de quando eu e Dougie falávamos em nos casar, eu queria casar no campo e ele na praia, afastei essa memória o mais rápido possível.
- Ótimo! Minha mãe sugeriu uma cerimonialista, se você quiser, a gente liga e marca uma hora, aí decidimos tudo, pode ser? - ele perguntou se levantando e colocando a jaqueta.
- Sim, me passa o número. Você já vai? - ele mal tinha chegado.
- Sim, gravações até tarde! - ele beijou minha testa e foi saindo. – Ah, dê um beijo em Emma por mim! - ela ainda dormia.
- Ok - respondi.
- Nos vemos no jantar! - ele disse antes de sair e fechar a porta.
Fiquei ali pensando se seria assim quando a gente casasse, sei que ele estava chateado, mas parecia querer deixar tudo para lá! Achei que ficaria mais entusiasmado em me ver…
As semanas seguintes foram uma loucura, conseguimos um lugar bacana para o casamento que Jesse queria que fosse o quanto antes, não tocamos no assunto Dougie e Emma e ele apenas fechava a cara enquanto Emma falava com Dougie ao telefone o que acontecia todas as noites, Jesse voltava ao normal quando ela desligava o telefone. As sumidas dele alguns dias por semana continuava, eu já tinha me acostumado.
- Já escolheu seu vestido? - Jesse perguntou um dia desses enquanto almoçávamos.
- Na verdade, sim, tenho o desenho guardado há muito tempo e já levei até o estilista, como é algo simples, ele disse que em um mês e meio estará pronto - respondi nostálgica lembrando do desenho que encontrei no fundo de uma caixa. Dougie o tinha desenhado, enquanto fazíamos planos, eu fui descrevendo como queria meu vestido e ele foi desenhando cada detalhe, quando terminou, me emocionei com a precisão e tinha certeza que não poderia me casar se não fosse com esse vestido. Talvez fosse errado, mas um pedaço de Dougie estaria comigo nesse dia especial já que não pode ser ele a me levar para o altar.
- Humm ok, podemos marcar a data pra daqui dois meses, as flores e buffet já estão escolhidos, o lugar também, só precisamos enviar os convites o quanto antes.
- Vou providenciar isso - respondi saindo dos meus devaneios.
- Seus amigos de Londres, vêm? - ele perguntou como quem não quer nada enquanto dava mais uma garfada em sua comida.
- Sim - foi tudo que respondi e não tocamos mais no assunto.
Peguei Emma na escola e fomos para casa, depois de banho tomado e de jantar, eu e ela ficamos no sofá enroladas na coberta vendo tv, Dougie ligou.
- Hey princesa! - vi o rosto sorridente dele na tela.
- Oi! - Emma respondeu feliz.
- Está cuidando direitinho da Sarah? - ele perguntou brincalhão.
- Sim, ela está meio teimosa! - fui obrigada a rir do comentário de Emma.
- Por quê? - perguntou Dougie a ela.
- Porque ela não quer usar o vestido que escolhi para ela ir no casamento da mamãe! - respondeu ela inocente.
- Ah! - Dougie ficou sem jeito. - Mas tenho certeza que você vai convencer ela! - ele forçou um sorriso.
Eu me levantei e fui até a cozinha para deixar eles mais a vontade, conversaram por mais uma meia hora e ele pediu para falar comigo.
- Oi - eu disse.
- Oi, estou indo na semana que vem, ok? Posso pegar ela no próximo sábado para passar o dia com ela? - ele parecia triste.
- Sim, me liga quando chegar e já deixo ela pronta.
Demos tchau e desliguei, minha cabeça andava tão confusa! Eu sonhava com aquele beijo direto mas jurei que não contaria nada para Jesse.

POV Dougie

O casamento dela estava chegando, não conseguia acreditar! Eu realmente a perderia e de brinde aquele cara levaria minha filha, já não bastava ele ter passado os últimos quatro anos com elas?
Saí caminhar um pouco, precisava respirar e tentar aceitar essa ideia de casamento, estava próximo a casa de Danny quando ouvi alguém me chamar.
- Poynter?! - olhei e vi Steve do outro lado da rua, não o via há um tempão, pra dizer a verdade, desde o incidente com Kristen que me separou de .
- Cara! Por onde você andou? - perguntei o abraçando, feliz de rever ele.
- França, me mudei para lá há uns anos, mas agora estou de volta a Londres - ele sorriu. – Cara, eu mal consegui falar com você depois de tudo que aconteceu, eu soube pelo Danny! Sinto muito, Kristen enganou nós dois, ela se aproximou de mim só pra ficar mais próxima de você! Depois que aprontou, sumiu, aquela vadia!
- Eu sei cara, mas realmente ela ferrou minha vida e agora está quase casada com outro cara e escondeu uma filha de mim! Minha filha cara! - desabafei.
- Soube que Kristen está de volta a Londres? Morando em Soho com um empresário ricaço!
- O QUE? Eu procurei ela em todo canto! Aquela história toda nunca me desceu pela garganta!
- Vou falar com Hilary, minha noiva, ela conhece o cara! Se eu sonhasse tudo isso teria dado um jeito de você acertar as contas com ela muito antes! Te mando uma mensagem mais tarde, ok?
Ele me passou o novo número dele, eu não acredito que aquela vaca estava tão perto, passei quase dois anos procurando por ela depois que foi embora! Até um detetive eu contratei e nada, e agora o destino estava colocando ela ali de novo, será que era um sinal de que eu deveria esclarecer tudo e não desistir de ?

Fim POV Dougie

A manhã começou agitada, Dougie me ligou cedo dizendo que tinha chegado e que em uma hora estaria ali para buscar Emma.
Levantei e percebi que Jesse não havia passado no meu apartamento como prometido, estranhei porque ele sempre ia quando prometia. Tomei banho, me troquei e fui preparar o meu café e de Emma, fiz panquecas que ela adora e finalmente a acordei.
- Hora de levantar princesa, Dougie estará aqui em meia hora - ao ouvir o nome dele, ela que estava sonolenta, pulou da cama. Estava quente, separei uma muda de roupa e tudo que ela precisaria para passar o dia com ele, ela tomou um banho rápido, colocou um vestido e eu arrumei seus cabelos.
- Não esqueça de escovar os dentes antes de ir - eu disse enquanto terminávamos de comer, ela mal me deixou falar e saiu saltitante para o banheiro, nisso o interfone tocou, ele tinha chegado.
- Oi! - disse quando abri a porta e o vi.
- Oi! - ele abriu um sorriso. - Ela está pronta? - ele colocou as mãos nos bolsos da calça, ansioso.
- Ela está escovando os dentes, mas já vem! Entra - o convidei. -Quer café? Você acabou de aterrissar deve estar com fome também, fiz panquecas, que tal comer enquanto término de arrumar Emma? - comecei a falar nervosa sem olha-lo nos olhos.
- Adoraria! - ele sorriu se sentando na banqueta da ilha da cozinha, servi ele e continuei tomando minha xícara de café.
- Esta uma delícia, você se tornou uma ótima cozinheira! - ele brincou.
- Me obriguei a aprender, com uma criança pequena em casa tive que ter umas aulas - respondi sorrindo. - Vou ver o que Emma está aprontando, ela está demorando muito.
Quando cheguei no quarto, Emma estava alisando o vestido em frente ao espelho.
-Querida, Dougie chegou e está te esperando!
- Já vou, será que esse vestido está bonito? - ela perguntou se olhando no espelho.
- Você está linda! - ouvi a voz de Dougie atrás de mim. Emma abriu um sorriso largo e correu até ele se jogando nos braços dele, quando eu via essas cenas, meu coração se enchia de amor.
- Está bonito - Emma comentou o abraçando de novo e Dougie a apertou.
- Você que está linda, meu amor, e eu estava morrendo de saudades! - ele beijou a ponta do nariz dela e alisou seu longo cabelo loiro.
- Aqui está a mochila dela e a boneca que ela não desgruda. Você vai voltar amanhã para Londres? - perguntei enquanto ele colocava Emma no chão e pegava a mochila.
- Sim, meu voo é às vinte horas. Trago ela às seis pode ser? Cancelei o trabalho que tinha amanhã, gostaria de passar o dia com ela novamente, posso?
- Claro! Queria te pedir um favor, mais tarde, quando trouxer ela para casa, você pode deixa-la nesse endereço? - entreguei a ele um pedaço de papel onde eu rabisquei o endereço. - Estarei lá, fica há umas três quadras daqui.
- Claro! Pode deixar - ele olhou o papel e o guardou no bolso. - Até mais tarde então.
Emma veio e me deu um beijo de despedida e saiu toda feliz segurando a mão dele. Eu ficava com um sorriso bobo no rosto toda vez que os via juntos.
Organizei a casa e depois fui almoçar com minha mãe, passei o resto do dia com ela e de tempo em tempo Dougie me enviava fotos dos dois juntos, eles brincando no parque, eles almoçando…
- O que é esse sorrisinho no rosto? - minha mãe perguntou enquanto eu olhava as fotos e então eu mostrei a ela. - Eles se parecem, né? Mas e Jesse, você quase não falou dele hoje - ela comentou como quem não quer nada.
- Não falei com ele hoje, deve ter acontecido algo no trabalho porque ele não apareceu noite passada - respondi um pouco chateada por não ter tido notícias dele.
- Filha, eu não quero colocar coisas na sua cabeça, mas você tem certeza que quer se casar? - minha mãe me olhou preocupada.
- Claro que sim mãe! Por que essa pergunta a essa altura do campeonato?
- Eu sinto que há algum tempo você e o Jesse estão meio afastados e depois que você voltou de Londres essa história de Emma e o pai dela, mexeu demais com você, não case se você realmente não quiser isso - ela disse toda maternal.
- É óbvio que essa história mexe comigo, mãe, mas é única e exclusivamente porque vejo a felicidade que é para Emma ter o pai com ela - senti meu rosto esquentar porque me lembrei do beijo de Dougie. - E eu e Jesse somos assim, temos nossos momentos, uns não tão bons.
Chegamos ao ateliê do estilista às dezessete horas, era a penúltima prova do meu vestido de noiva, ele criou o vestido perfeito em cima do desenho que eu havia o mostrado. Ele fez vários ajustes, porque com a proximidade do casamento eu estava nervosa e tinha perdido peso.
- Mamãe! - me virei e vi Emma correndo em minha direção, eu ainda estava vestida de noiva. - Uau você parece uma princesa! - ela disse batendo palminhas e me observando encantada.
- Obrigada, meu amor! E você, se divertiu? - perguntei percebendo a presença de Dougie logo atrás dela. – Ah, obrigada por trazê-la! - no fundo eu me senti satisfeita por ele estar me vendo vestida assim, seus olhos percorreram meu vestido.
- Você usou o desenho! - ele disse meio acusadoramente.
- Só alguns detalhes - respondi sem graça, achei que ele não notaria.
- Mesmo assim , era pro nosso casamento! - os olhos deles estavam cheios de lágrimas.
- O que nunca aconteceu e nem acontecerá, não é? - eu estava me sentindo mal, não achei que ele reagiria assim.
Ele me olhou uma última vez e vi lágrimas grossas correrem por seu rosto.
- Esse casamento não vai acontecer, você sabe disso! Você não ama esse cara e eu vou fazer o que puder pra te ter de volta pra mim! - ele disse sério, se virou e saiu bravo, eu suspirei e voltei ao provador para tirar o vestido! Ele já tinha estragado a minha vida uma vez eu não iria deixar ele estragar de novo.

POV Jesse

Meu casamento estava se aproximando, e eu não sabia por onde começar a contar toda a verdade para . Tinha medo que ela me deixasse, que não suportasse viver com o fardo que eu vinha carregando.
Sei que ela andava desconfiada que eu estava escondendo algo, mas ela parecia não se importar, no fundo eu sei que ela ainda amava aquele namoradinho de Londres e isso me mata cada dia um pouco mais, mas eu sei que com o caminhar das coisas eles ficarem juntos talvez seja inevitável, mas não vou deixar de lutar por elas até o fim.

Fim POV Jesse



Capítulo 16

Meu telefone tocou e vi o nome de Dougie aparecer no visor.
- Emma, Dougie está ligando, acho que quer falar com você! - eu disse pra ela e logo em seguida a vi atender o telefone animada.
- Mamãe, ele quer falar com você e disse que é muito importante! - ela veio até mim e me entregou o telefone, fiz uma careta para o telefone porque geralmente evitava ao máximo falar com ele.
- Oi – falei demonstrando o maior desinteresse possível.
- , não desliga! Eu preciso muito que você ouça o áudio que tô te mandando! - ele parecia aflito. - Me promete que vai ouvir até o fim? - ele pediu.
- Você tá me deixando preocupada! Manda logo então!
Desliguei e em seguida recebi o áudio no WhatsApp, era uma mulher falando, de início não reconheci a voz, mas depois, prestando mais atenção, vi que era Kristen! Pensei em parar de ouvir na hora, mas continuei, ela narrava tudo que havia armado para mim e para Dougie há quatro anos atrás! Senti a raiva tomar conta de mim, porque agora essa história voltava a tona?
Um tempo depois que terminei de ouvir, meu celular tocou novamente, era Dougie, pensei em não atender, mas queria saber o porquê de tudo aquilo.
- Ouviu? - ele perguntou ansioso.
- Si - Sim - respondi soluçando.
- Agora você sabe a verdade, eu nunca te trai - ele disse aliviado. -Vamos tentar de novo, nós nos amamos e temos a Emma, podemos fazer tudo certo dessa vez.
- Isso não muda nada, Dougie! Eu vou me casar no fim de semana e nada do que você diga ou faça vai me fazer mudar de ideia, é muito tarde para nós dois - desliguei o telefone sem dar chance dele falar mais alguma coisa, ele ainda tentou me ligar mas não atendi. Me senti confusa, tudo o que eu quis nesses quatro anos era que tudo fosse mentira, que eu e Dougie tivéssemos criado Emma juntos e que estivéssemos felizes, mas agora tem o Jesse! Ele me apoiou e cuidou de nós durante esses anos, não posso deixar ele assim do nada, talvez eu e Dougie não fossemos feitos para ficar juntos.
Chorei o resto da noite, quando Jesse chegou já era de madrugada e finjo estar dormindo, nós seríamos marido e mulher em quatro dias e nada mudaria isso.
O grande dia chegou, uma correria desde cedo! Minha mãe levou Emma com ela para se arrumar, mesmo com a confirmação dos meus amigos de Londres achei que não viriam, minha chefe e grande amiga foi minha dama de honra e estava me ajudando a colocar o vestido de noiva quando ouvi um burburinho na porta, era elas: Giovanna, Georgia e Izzy! Com direito a bobs no cabelo, vestidos e sapatos nas mãos elas entraram eufóricas.
- Desculpa a demora! - disse Gi me abraçando.
- Foi uma loucura! Nosso voo atrasou e chegamos faz uma hora! - disse Georgia colocando o vestido. Eu olhava elas de boca aberta, um misto de sentimentos! Alívio por ter elas ali.
- Fecha essa boca, somos nós mesmo! - dDisse Izzy rindo.
- Achei que vocês não viriam - respondi com a voz embargada.
- Você nos convidou para ser madrinhas e acha mesmo que não viríamos? - Gi comentou com a mão na cintura.
- Verdade, já basta que fomos "madrinhas virtuais" - Izzy disse fazendo careta, elas me ajudaram a escolher os detalhes o tempo todo, mas como moramos em países diferentes, nós reunirmos por chamada de vídeo!
- E os meninos? - perguntei calçando os sapatos.
- Estão com as crianças, conseguimos deixar eles prontos! - respondeu Georgia parecendo aliviada.
Eu estava tão feliz, mesmo com aquele vestido todo, eu as abracei apertado! Há muito tempo eu sonhava com esse momento mesmo que nos meus sonhos o noivo era Dougie, lembrar dele me deu uma pontada no peito, mas eu estava certa do que faria.
Depois dos últimos detalhes, desci as escadas do luxuoso hotel que minha mãe escolhera para que eu me arrumasse, minha mãe e Emma nos esperavam no hall.
- Mamãe, você parece uma princesa! - Emma estava radiante.
- A princesa aqui é você meu amor! - respondi beijando sua testa.
Uma limosine branca nos esperava, logo em frente a nossa, havia uma preta no qual vi entrando os meninos e as crianças.
- Você não economizou hein? - comentei com minha mãe enquanto me ajeitava no carro.
- Não é todo dia que sua única filha se casa! - ela respondeu piscando pra mim.
Finalmente chegamos a igreja St. Mary Of Angels, eu estava nervosa, mas feliz, desse momento em diante um novo capítulo se escrevia na minha vida.
A marcha nupcial começou a tocar, Izzy tocava seu violino lindamente e me deu esse presente assim como no casamento de Tom e Giovanna.
Quando as portas se abriram, vi Jesse no fim do corredor sorridente e chorando ao mesmo tempo, mesmo com nossos altos e baixos, eu sabia que ele me amava e amava Emma também.
Sorri para meu pai de braços dado comigo, ter ele ali era uma vitória para mim, ele me entregou a Jesse no altar com um sorriso no rosto.
Foi tudo lindo, cada segundo parecia um sonho, mas minha cabeça insistia em pensar em Dougie, era tarde demais agora, eu estava casada. A festa foi no salão do mesmo hotel que me arrumei, nos divertimos demais, dancei tanto que por um momento tive que pedir para sentar um pouco, estava ali numa mesa escondida olhando Jesse dançar com Emma, de repente senti uma mão no meu ombro, quando virei para ver quem era, dei de cara com Dougie, ele levou um dedo ao lábio pedindo silêncio e em seguida pediu para eu o seguir, fomos até a entrada dos banheiros.
- O que você está fazendo aqui? - perguntei nervosa, eu estava tremendo.
- Calma, eu não vim estragar seu casamento nem nada! - ele respondeu tristonho. - Eu só queria te ver, sempre imaginei você num vestido assim, tendo um dia assim - ele deu um sorriso torto e meu coração apertou.
- Eu usei só alguns detalhes do seu desenho, me desculpe… -respondi envergonhada.
-Tudo bem, só queria que soubesse que eu desejo toda felicidade do mundo para vocês, espero que entenda que não vou desistir de Emma, mas nesse momento desisto de você.
- Obrigada rRespondi baixinho, vi ele se virar e sair, comecei a chorar baixinho e me perguntar porque as coisas não poderiam ter se esclarecido antes?
Voltei para a festa e tentei fingir que estava tudo bem, já era quase de manhã quando eu e Jesse subimos para uma suíte e tivemos nossa primeira noite como marido e mulher, eu gostava dele não podia negar, mas nos últimos tempos a volta de Dougie para a minha vida mexeu demais comigo.


Capítulo 17

6 Meses depois...
Jesse continuava agindo da mesma maneira, algumas noites por semana não passava em casa, eu não ligava, pensava que ele poderia estar precisando de um tempo para ele, sei lá. Dougie vinha uma vez por mês ficar com Emma, eles passavam o fim de semana juntos, mas eu não o via, só por fotos que ele me mandava no celular, Emma o adorava!
Estava tudo bem e tranquilo demais, parece que as coisas finalmente entraram nos eixos, pelo menos até eu chegar de surpresa, tinha tirado o resto do dia de folga, comprei algumas flores para casa e estava entrando pela porta quando ouvi um barulho vindo do banheiro, larguei as flores e a bolsa na mesa da sala e segui aquele som, quando abri a porta do banheiro meu coração quase saiu pela boca.
- JESSE!- gritei assustada ao vê-lo debruçado no vaso vomitando sem parar. – MEU DEUS O QUE ESTÁ ACONTECENDO? - eu tremia nervosa porque ele, que já era branco, estava com um tom acinzentado no rosto, peguei uma toalha e me abaixei junto dele, ele mal tinha forças para falar.
- Não se preocupe - ele sussurrou.
- Como não vou me preocupar? Você está muito mal, vamos já para o hospital! – quando fui tentar levantá-lo ele segurou meu braço.
- Eu estou morrendo ... – vi o medo em seu olhar mas não queria acreditar naquilo.
- Pare de bobagem, você deve ter pego uma virose! - levantei ele e o coloquei sentado no sofá, troquei a camiseta suja dele e peguei nossas coisas, ele me olhava mas parecia não conseguir falar.
- Lakeshore... - Jesse sussurrou. – Me leve para o hospital Lakeshore.
Seguimos para o Chicago Lakeshore Hospital, chegando lá expliquei a situação, logo Doutor Mitchell veio até nós e nos encaminhou até a sala dele.
- Achei que só o veria na próxima seção, Spencer! - olhei para os dois sem entender nada, parecia que já se conheciam. document.write(Apelido) Spencer – nos cumprimentamos com um aperto de mão. – Ela ainda não sabe da minha situação – Jesse me olhou como se pedisse desculpas.
- Por favor, algum de vocês pode me explicar que situação? Afinal de contas, por Deus, Jess, o que está acontecendo? - eu estava apavorada.
- Senhora Spencer, se acalme por favor, há um bom tempo venho tentando convencer Jesse a lhe contar tudo. Sou médico oncologista e trato de Jesse tem mais de 10 meses.
- 10 MESES? POR QUE VOCÊ NÃO ME CONTOU NADA? EU PODERIA TER TE AJUDADO A PASSAR POR ISSO! - quando dei por mim estava gritando entre lágrimas.
- , eu tive medo, achei que tudo isso iria passar sem precisar te preocupar! Já estávamos enfrentando coisas demais! - Jesse parecia calmo, mas no fundo acredito que só não tinha forças para gritar comigo de volta.
- Sei que não é uma notícia fácil de receber assim, mas agora precisamos pensar em como encarar isso.
Minha cabeça girava, não podia estar acontecendo de novo! Primeiro meu pai enfrentando essa maldita doença e agora Jesse, meu marido!
- Por favor doutor, me conte tudo – pedi decidida a enfrentar isso.
- Jesse tem câncer no estômago, tentamos alguns medicamentos, quimios, mas ele não tem respondido positivamente, nos resta tentar uma cirurgia e a radioterapia.
- Quais as chances de que ele fique bem? - perguntei sentindo o medo me invadir.
- Infelizmente temos que esperar para saber como ele vai reagir a cirurgia e a rádio. Vou cuidar de tudo enquanto isso vocês podem ter um minuto á sós.
- Você deveria ter confiado em mim, eu sempre estive do seu lado! Sabe como me sinto agora? - medo, a raiva tomavam conta de mim.
- As noites que eu não aparecia em casa é porque fazia a quimio e não queria que me visse do jeito como me viu no banheiro, me perdoe! Só não queria te fazer sofrer.
- Então por que casou comigo? Na Saúde e na doença, lembra? Vamos enfrentar tudo isso juntos!


Capítulo 18

Jesse ficou internado aquela noite e mais sessenta e cinco outras noites... entre cirurgia e radioterapia, passávamos as tardes enrolados na cama vendo filmes românticos, ele dormia a maior parte do filme e eu ficava ali chorando baixinho e pedindo para que Deus nos desse mais uma chance, uma chance de eu ser uma boa mulher para ele. Aqueles momentos difíceis juntos, nos fortaleceu como casal e tudo que eu queria é que ele ficasse bem e que a esquecesse o passado.
Ele recebeu o carinho dos fãs, amigos e de Emma que chorava quando eu não levava ela para vê-lo. Eu desabafava com Danny, que sempre tinha um bom conselho ou algo positivo para dizer, as meninas e os outros meninos também estavam o tempo todo me apoiando.
Como a banda estava em hiatos, Dougie havia praticamente se mudado para Chicago, assim, me ajudando demais com Emma enquanto eu passava longos dias no hospital com Jesse, muitas vezes fui surpreendida quando a enfermeira me entregava um pacote com um sanduíche, um suco e um bilhete:
“Você precisa ficar forte por ele e pela Emma.
Ass:D.”
Aquilo mexia comigo, aquele cuidado, aquela atenção, mas eu não podia nem pensar nisso, me culpava quando ficava olhando para o corredor para ver se a enfermeira estava trazendo um pacote nas mãos. Afastava qualquer pensamento sobre Dougie o mais rápido possível, precisava pensar em Jesse, só ele importava.
Emma havia completado cinco anos, queria que eu fosse comemorar com ela e Dougie, ele tinha feito uma festinha para nós três em seu apartamento, era o primeiro aniversário de Emma com ele, Jesse insistiu para que eu fosse e como ele estava com uma carinha melhor, eu fui. Havia balões cor de rosa por todo lugar e docinhos e bolo. Emma estava feliz, conversava com Buzz e Buddy por vídeo chamada, passamos pela primeira vez uma tarde em família, consegui esquecer tudo que me aterrorizava naquele momento, tinha fé de que Jesse sairia dessa, ele era jovem.
Dois dias depois do aniversário de Emma, Jesse entrou em coma, do nada, ele simplesmente não acordou mais. Uma semana se passou, o quadro dele só piorava e ele teve uma parada cardiorrespiratória enquanto eu ia à cantina, ele não resistiu, se foi e me deixou ali sem chão, mas uma vez o destino tirava alguém de mim. Peguei o celular e liguei para o Danny, aos berros, soluçando, ele mal conseguia entender o que eu dizia.
Algum tempo depois, que eu não sei dizer ao certo quanto tempo foi, senti braços me envolvendo, quando consegui diminuir o choro e erguer a cabeça, vi que era Dougie, me agarrei a ele e chorei ainda mais.
- Sinto muito, sinto muito mesmo. Danny me ligou desesperado e disse o que aconteceu, que você precisava de alguém – ele sussurrava no meu ouvido. Ficamos assim não sei por quanto tempo, eu e ele sentados no chão do hospital, me sentia mal por estar ali com ele, mas naquele momento tudo que eu precisava era de um ombro amigo.
Flashes dos nossos 5 anos juntos passavam na minha cabeça, tínhamos os nossos problemas, mas ele sempre esteve lá por nós duas, sempre nos amou. Tudo que aconteceu em seguida eu não sei explicar como vivi, como consegui colocar a cabeça no lugar e tomar todas as providências que precisavam ser tomadas. - Para onde Jesse foi, mamãe? - Emma me perguntou triste logo após o funeral.
-J esse virou uma estrelinha, e agora vai cuidar de nós lá do céu – tentei explicar para ela da melhor maneira.
Dougie esteve o tempo todo com nós duas, levou Emma para a casa da minha mãe assim que soube de Jesse, me ajudou a resolver tudo e depois não saiu do nosso lado. Cuidou de Emma antes, durante e depois do funeral. Danny, Giovanna e Izzy vieram para Chicago me dar apoio, os outros ficaram para cuidar das crianças.
Os dois primeiros meses foram uma barra, mas aos poucos comecei a me sentir mais forte, decidi que era hora de mexer nas coisas dele. Separei as roupas para doação, os pais dele e irmãos ficaram com algumas coisas, eu guardei a camiseta que ele mais gostava e passei a dormir com ela todas as noites. Alguns dias depois seria meu aniversário, Emma estava com Dougie e me assustei quando o porteiro interfonou e disse que tinha chegado uma carta para mim, curiosa, fui buscar e assim que vi o envelope reconheci a letra, era de Jesse.
Abri a porta e me sentei no sofá, fiquei uns minutos olhando para aquele envelope com medo de abri-lo, finalmente criei coragem depois de uns minutos e rasguei a lateral com cuidado.
A letra dele estava tremida, devia ter escrito quando estava no hospital, comecei a chorar antes mesmo de ler:

“Meu amor,
Sei da gravidade do meu caso e acredito que quando receber isso eu já terei partido. Me desculpe por não ter te contado tudo que se passava comigo desde o começo, mas obrigado por ter entendido e ter estado comigo até o fim. Escrevo essa carta enquanto te vejo dormir no sofázinho desse quarto frio de hospital, olho para você e vejo o quanto você se tornou forte e madura, queria ter mais tempo com vocês, mas sei que ficarão bem, espero sinceramente que você seja feliz meu amor. Sei que fui egoísta e ciumento muitas vezes, e peço que me perdoe! Tudo que quero é que refaça sua vida e volte para aquele que era seu destino desde o início, estou falando do Dougie, e hoje na situação que estou, não me incomoda mais, aliás, fico feliz de saber que ele cuidará de vocês quando eu me for.
, a vida é muito curta, não deixe de ser feliz e dar a Emma uma família feliz, faça isso por você, por ela e por mim! Amei vocês incondicionalmente e vou amar para sempre, mas não é porque minha vida acabou que você tem que continuar sozinha. Dê uma nova chance ao Dougie, eu percebi o quanto Emma o ama e sempre soube o quanto você o ama, lute por esse amor e deixe os erros no passado.
Seja feliz...
Com amor, Jesse.”

Abracei aquela carta e chorei, chorei até não ter mais lágrimas, ele me amou tanto e eu juro que tentei amá-lo, só tinha a agradecer ele por esses anos em que ele esteve ao meu lado, cuidando de Emma como se fosse dele. Não sei quanto tempo eu levarei para seguir em frente, mas vou tentar continuar como ele me pediu.


Capítulo 19

Dois anos se passaram desde a morte de Jesse, muita coisa mudou em minha vida. Me mudei para Londres, Emma e Dougie continuavam grudados e nossa mudança para lá facilitou muito as coisas para Dougie, ele tem sido um ótimo pai e deixamos toda mágoa no passado. Ele tentou algumas vezes me convidar pra sair, mas eu não me sentia pronta.
- O que você acha de fazermos uma viagem de férias? - Dougie sugeriu enquanto levava eu e Emma para casa depois de uma tarde no parque.
- Férias? Estamos em Março, Dougie, não posso tirar férias agora – respondi revirando os olhos para ele.
- Podiamos passar o fim de semana em algum lugar legal? Qualquer lugar, você escolhe – ele estava animado.
- Gi e Tom pediram para eu ficar com os meninos esse sábado, vão tirar um dia só para eles – respondi, vendo ele desanimar.
- Esqueci disso, bom então vamos ter que inventar algo para distrair essa criançada toda! - ele sorriu, mas percebi que tinha ficado triste.
- Dougie eu me viro com eles, você pode sair com seus amigos ou então, sei lá, com alguma garota que você tenha conhecido – falei como quem não quer nada, ele me lançou um olhar zangado.
- Eu sei que não acredita em mim, mas eu vou te esperar, você não vai se livrar de mim tão fácil assim – ele me fez rir, nos últimos anos as dificuldades que passei nos aproximou e nos tornamos digamos assim, amigos.
No dia seguinte Tom e Gi passaram cedo deixar os meninos, Max ainda dormia nos braços de Gi o peguei e coloquei na cama de Emma.
- Tem certeza que você vai conseguir dar conta dos quatro? - Gi perguntou preocupada.
- Claro que sim, logo mais Dougie vem pra me ajudar, já planejamos até um piquenique no parque – respondi animada, vi Gi me olhar curiosa.
- Você e o Dougie conseguiram se acertar mesmo – ela comentou sorrindo maliciosa.
- Não é nada do que você está pensando, ele me ajudou muito e conseguimos nos tornar bons amigos.
- Sei – ela entrou no carro com aquele mesmo sorrisinho. Logo depois que eles saíram Dougie chegou, cheio de sacolas e com uma cesta enorme.
- Parece que temos alguém animado às 9 da manhã! - comentei o ajudando com as coisas e rindo da cara de feliz dele tão cedo.
- Alguém tem que estar animado, não é? Olha só para a sua cara de quem ainda não acordou – ele já começou a implicar comigo, só fiz uma careta e entrei.
Max acordou e mal tomou café, foi logo correndo atrás dos maiores, Emma o adorava e cuidava dele com todo carinho, vi ela o ajudar entrar na casinha que Dougie tinha montado para ela assim que nos mudamos.
- Ela não é uma graça com ele? – comentei com Dougie enquanto tomávamos café na mesa do jardim vendo eles brincarem.
- Ela é maravilhosa! - ele respondeu todo bobo. – Você gostaria de ter mais filhos? – ele me perguntou.
- Isso é uma proposta? - o provoquei, sempre tínhamos esses momentos de um provocar o outro.
- Por mim, faríamos mais uns dois agora mesmo! - ele respondeu, vi seus olhos brilharem, eu apenas sorri, sabia que bastava um sim meu e ele cairia matando em cima, eu via o desejo nos olhos dele e no fundo eu gostava.
Reunimos as coisas e fomos caminhando até o parque, confesso que foi até fácil “controlar” os quatro, Emma e Buzz sendo os mais velhos iam a frente de mãos dadas.
- É impressão minha ou o pequeno Fletcher tá de olho na minha filha? - Dougie olhava a cena sério.
- Vai se preparando, Emma disse que eles vão se casar aos 15 e morar num castelo da Irlanda – contei o pequeno segredo que minha filha havia me confidenciado.
- Aos 15? - Dougie arregalou os olhos assustado e eu caí na gargalhada. – Preciso ter uma conversa com esse garoto.
- Não seja chato! São crianças Dougie, as coisas podem mudar até lá.
- Nós éramos quase duas crianças quando nos apaixonamos – ele disse me encarando, sorri para ele e um flash de quando nos conhecemos passou na minha mente, me apaixonei por ele no mesmo instante em que o vi. Eu não disse nada, estendi a toalha e reuni as crianças para que pudéssemos comer.
Passamos um dia maravilhoso, entre sorvetes e brincadeiras eu percebia que Dougie me olhava, parecia até me admirar e conseguia me deixar sem graça. Voltamos tarde para casa, dei banho em Emma e depois em Max, Dougie cuidou de Buzz e Buddy que o molharam enquanto tomavam banho. Eu e ele estávamos exaustos, quando finalmente Gi e Tom chegaram para buscá-los, já estavam quase caindo de sono, Emma dormiu logo depois e eu e Dougie nos jogamos no sofá, mortos de canseira.
Passava um filme qualquer na tv, comecei a assistir sem prestar muita atenção e quando olhei para o lado Dougie dormia, fiquei o observando dormir, tão sereno, tão lindo com aquele cabelo cobrindo seu rosto. De repente seus olhos se abriram e nos encaramos por alguns segundos e então quando dei por mim, estava o beijando, beijando como se fosse a primeira vez... como senti falta daqueles lábios, daquelas mãos me tocando, me apertando cada vez mais.
Essa foi nossa primeira noite juntos, depois de tantos anos, depois de tantos encontros e desencontros, depois de erros e acertos. Acordei na manhã seguinte com ele me olhando com um sorriso bobo nos lábios.
- Me diz que estou sonhando? - perguntei sorrindo que nem boba.
- Se for sonho, não quero acordar – ele comentou me dando um selinho.
Depois dessa noite tudo mudou, eu e ele não conseguíamos mais esconder, bastava olhar nós dois juntos que todos sentiam aquele clima, mas ainda não tínhamos aberto o jogo para ninguém, nos pegávamos escondidos nos cantos como adolescentes.
- Finalmente! - Izzy comentou, era mais um dos nossos almoços, eu tinha acabado de voltar da cozinha e estavam todos reunidos no jardim da casa dela e de Harry.
- Finalmente o que? - perguntei inocente, me sentando depois de ajeitar meu cabelo bagunçado por Dougie minutos antes.
- Você e Dougie, se pegando novamente – respondeu Georgia rindo, eu quase derrubei o copo que segurava.
- O que? - olhei para elas surpresa, já sentindo meu rosto queimar de vergonha.
- Ah todo mundo já sabe! Vocês mentem muito mal – Giovanna ria. – NÃO É DOUGIE? - ela gritou para ele que estava vindo da cozinha.
- O que que foi, Gi? - ele perguntou se aproximando.
- Ah, Dougie, todo mundo já sabe, acabou nosso segredinho! - respondi me dando por vencida, todo mundo já sabia mesmo, ele ficou vermelho.
- HARRY VOCÊ ABRIU A BOCA, FOI? - ele gritou para Harry que deu de ombros.
- Então vocês ficam fofocando como garotas, é? - perguntou Tom cruzando os braços e os olhando sério.
- Até eu já tinha sacado, Tom, depois eu que sou o lerdo –Comentou Danny orgulhoso por não ser o último a saber.
- Ok, ok seus fofoqueiros estamos juntos! - confessei, todos começaram a bater palmas e assoviar.
- Mamãe e papai são namorados como eu e o Buzz? - perguntou Emma vendo eu e Dougie abraçados.
- Oh, Tom, você dê jeito nesse seu garoto! - Dougie disse sério vendo Buzz abraçar Emma de lado e fazendo todo mundo rir da sua cara de ciumento.
Nem acreditava que depois de tudo minha vida finalmente tinha entrado nos eixos, Dougie se mudou para minha casa alguns meses depois e então nos casamos em uma praia da Califórnia, me sentia completa e feliz ainda mais com a surpresa que fiz para ele durante a lua-de-mel.
Eu já vinha sentindo enjoos há algumas semanas, imaginava o que poderia ser, mas queria esperar o dia do casamento, seria meu presente para Dougie. Depois da festa seguimos para alguns dias de férias na Grécia, meu pai e Suzy ficaram com Emma. Eu escondi o resultado do exame na mala de Dougie, assim que abrisse daria de cara. Eu estava ansiosa para ver a reação dele, ele abriu a mala e já encontrou o papel, eu deitada na cama só esperando, ele leu e releu e então me olhou com os olhos marejados.
- É o que eu tô pensando? - perguntou com a voz embargada.
- Sim, papai, Emma vai ganhar um irmãozinho ou irmãzinha - respondi já querendo chorar também. Ele me abraçou e desatou a chorar como criança, começou a dar vários beijinhos na minha barriga.
- Emma vai pirar! Ela vive pedindo um irmãozinho! - ele disse secando as lágrimas.
- Eu sei, marquei a primeira ecografia para assim que a gente voltar, ela vai adorar ouvir o coraçãozinho. Aquela foi uma das semanas mais marcantes para nós, ele tinha todo o cuidado do mundo comigo e me enchia de mimos, no dia seguinte que chegamos a Londres fomos até o hospital para fazer o exame.
- Mamãe você tá doente? - Emma perguntou preocupada assim que percebeu onde estávamos.
- Não meu amor, tenho uma surpresa para você – respondi tentando me segurar para não contar o que era.
Entrei na sala e assim que a enfermeira terminou de me preparar Emma e Dougie entraram, ela estava séria.
- Então Emma, preparada para ver seu irmãozinho ou irmãzinha? - o médico perguntou entrando na sala e ligando o monitor, ela olhou surpresa de Dougie para mim, juntou as mãozinhas na boca como se não estivesse acreditando.
- Verdade, mamãe? - ela perguntou com os olhinhos brilhando.
- Sim meu amor, você foi promovida a irmã mais velha.
O médico começou a fazer o exame, quando foi nos mostrar onde estava o saco gestacional eu vi ele franzir a testa e passar o aparelho de novo, então ele sorriu.
- Tenho uma notícia para vocês – ele disse.
- Está tudo bem doutor? - Dougie perguntou preocupado.
- Sim, sim... você está aproximadamente de 12 semanas e parabéns, mamãe e papai, vocês serão pais de gêmeos! - ele respondeu sorridente.
- Gêmeos? - perguntei surpresa.
- A gente demorou tanto para fazer outro filho que agora vem dois de uma vez! - Dougie comentou meio atordoado passando a mão nos cabelos.
- DOUGIE! - o repreendi dando um tapa no seu braço.
- Cadê o bebê? - Emma perguntou serrando os olhinhos enquanto olhava o monitor em busca do bebê.
- São dois bebês Emma, por enquanto eles são apenas sementinhas na barriga da sua mãe – o médico explicou mostrando pra ela onde estariam as sementinhas.
- Uau, vou ter dois irmãos? - ela comentou feliz. – Vai ser um menino e uma menina! - ela bateu palminha feliz com a ideia.
Todo mundo ficou feliz com a minha gravidez, recebi carinho, mimos e apoio de todos os lados. Os meses passaram depressa e eu me sentia cada vez mais enorme, estava no último mês em contagem regressiva.
Minha bolsa estourou no dia seguinte ao aniversário de Dougie, primeiro de Dezembro de 2020, estava me arrumando para ir em uma consulta quando senti uma dor e aquele liquido todo desceu pelas minhas pernas.
- DOUGIE! - gritei do quarto já sabendo que logo estaria com meus bebês no colo, Dougie veio correndo assustado ver o que tinha acontecido.
- O que foi? Você está bem? – ele perguntou enquanto me segurava pelo braço.
- Minha bolsa estourou, os bebês estão vindo! - falei feliz, de repente o rosto dele ficou branco, mais branco do que já era. – Ah não vai desmaiar agora não!
- O que que eu faço? - ele perguntou atordoado.
- Calma! Pega a minha bolsa e a dos bebês lá no quartinho deles – fui orientando ele que tremia todo, ele não ia conseguir dirigir, liguei pro Danny.
- Danny minha bolsa estourou preciso ir para o hospital, você pode me levar? - perguntei assim que ele atendeu.
- Claro! Mas cadê o Dougie? - ele perguntou preocupado.
- Está tendo um ataque de nervos enquanto tenta organizar as coisas! - respondi rindo, vendo ele tentar colocar as malas no carro, minutos depois, Danny chegou com Tom e Harry.
- Preciso dessa comitiva toda só pra eu parir? - brinquei assim que os vi.
- Apoio moral – respondeu Harry ansioso. – Já passamos por isso.
- Acredite, Dougie vai precisar! - comentou Tom, sério. Revirei os olhos e entrei no carro.
Seguimos os cinco para o hospital, passamos deixar Emma com minha madrasta e foi aí que as dores realmente vieram, cheguei no hospital e em pouco tempo nossos filhos vieram ao mundo, em meio a uma pandemia louca, mas tudo deu certo. O menino recebeu o nome de Ethan e a menina Evie, ambos escolhidos com a ajuda de Emma.
Hoje vendo nossa família reunida, mal consigo acreditar em tudo que conseguimos vencer, em todos os momentos difíceis que nos fortaleceram, nesse momento os gêmeos estão dormindo (por um milagre!) tem sido uma loucura mas estamos conseguindo dar conta. Nesse momento Dougie está deitado ao lado de Emma lendo uma história, estou na porta, tomando uma xícara de chá e olhando para os dois e pensando no quanto eu sou grata pela vida ter nos dado uma nova chance.




Fim



Nota da autora: Finalmente consegui finalizar minha amada New Chance, meu xodózinho que ficou tanto tempo em hiatos, por bloqueios, problemas pessoais... espero que gostem e amem tanto imaginar Dougie Poynter como papai quanto eu. Obrigada a quem leu, comentou... Fiquei extremamente feliz quando a vi entre as mais lidas! Vocês não sabem o quanto significou para mim dividir essa história com vcs. Obrigada a minha beta Gabi Delmondes por toda ajuda e incentivo.





Nota de beta: Estou apaixonada (mesmo que com o coração partido pelo Jesse ter morrido) com o final da história. Eles mereciam mesmo ficar super bem no final. E sou eu quem tem que agradecer por fazer parte da postagem dessa perfeição de história.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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