Parte 1
O que fazer no último dia de Carnaval? Seria uma pergunta plausível se eu estivesse prestes a ir a algum lugar, mas o cara simples e caseiro que existe dentro de mim não colabora, então o jeito é ficar enrolado no cobertor com o .
A Netflix já estava ficando chata e o colchão parecia grande demais para mim. Estava quase dormindo, quando escutei meu celular tocar e o se mexeu com o barulho que o aparelho fez. Olhei para o visor e me assustei com o nome da minha irmã escrito nele, então eu reparei que o relógio apontava quase 22h horas.
- ? - Atendi minha irmã no último toque.
- ! Até que enfim. - Estava muito barulho onde ela estava, mas era carnaval e minha irmã costumava chegar em casa só pela manhã. Notei também um chiado, parecia estar chovendo muito.
- Está chovendo?
- Claro, irmãozinho. Em que mundo você está? Dormiu vendo anime?
- Sim, ainda bem que você sabe. - Respondi simplesmente. Odiava quando ela era irônica.
- Escute, não tenho muito tempo, o Gabriel está me esperando.
- Vai dormir na casa dele hoje? - Bufei ao lembrar do namorado da minha irmã, ela sempre me fazia segurar vela.
- Me erra, . Seu ciúme é até fofo, mas eu realmente preciso que me deixe terminar de falar.
- Continue. - Escutei sua risada assim que falei.
- Estou mandando uma amiga minha para a sua casa, como você já notou que está caindo o céu, fica ruim pra ela atravessar a cidade.
- Pode deixar, eu não me importo, não. Obrigada por perguntar.
- Engraçadinho.
- Que horas ela chega aqui?
- Não sei, só lembrei de te ligar agora.
- Nossa, ! Muito obrigada, de verdade.
- Tu vais me agradecer ainda.
- Acho que agradeci demais por um dia.
- deixa de ser ranzinza.
- Tchau, .
Escutei a sua risada mais uma vez e desliguei a ligação, rindo também. Meu apartamento não era muito grande, mas meu prédio ficava bem localizado, o que era bom quando chegava essa época do ano para me usar como hotel. O bom é que o namorado dela tinha se mudado para um apê na mesma área, mas eles não podiam abrigar a menina, ela não podia segurar vela, né? Pensando bem, vai que ela é legal.
Alguns minutos depois eu tinha tirado minhas roupas da sala, feito um café e tirado os animes. ainda estava esparramado na minha cama de casal, ocupando metade dela. Fui em sua direção e fiz um carinho na sua orelha. Ele nem se deu o trabalho de levantar a cabeça, mas de repente ele deu um pulo e foi em direção à porta e então eu notei que alguém estava dando leves batidas. Droga! A tal amiga chegou. Mandei se afastar e ficar quietinho para não assustá-la, já que nem todo mundo gostava de cachorro. Atravessei os cômodos e fui atender a porta.
- Oi. Você é o ? - Uma mulher de estatura média se referiu a mim. Ela estava parada à minha porta e sua roupa estava encharcada.
- Sim! E você deve ser a?
- ! Sou a .
- Prazer em te conhecer. - Estampei um largo sorriso no rosto e reparei quando ela retribuiu. - Entre, por favor. Você deve estar super cansada. - Dei espaço para que ela entrasse e fechei a porta logo em seguida.
- Realmente, não pensei que sua irmã levava o carnaval tão a sério. - Gargalhei com o seu comentário, enquanto imaginava obrigando a menina a fazer todo o percurso com ela.
- Ela não me obriga a ir, mas todos os dias é foda.
- Bem vinda ao maior Carnaval do Brasil. Você é daqui? - Perguntei depois que ela entrou e pegou a toalha dobrada que eu deixei propositalmente na cadeira. Ela enxugou o rosto e o cabelo.
- Posso tomar um banho?
- Claro!
- Eu sou de um interior um pouco distante daqui, vim para estudar e acabei ficando. e eu nos conhecemos na faculdade.
- Entendi.
Enquanto ela arrumava suas coisas para ir ao banheiro, notei que estava em suas pernas. Ela não disse nada apenas alisou a sua cabeça mandando um beijinho para ele e foi para o banheiro, me deixando parado no meio da sala. O banheiro ficava no final do corredor, perto da porta que dava pro meu quarto. Aproveitei que ela estava no banho e fui fazer algo para nós dois. Eu também estava com fome e esperava que ela gostasse muito de macarronada, porque era a minha especialidade; ou seja, as minhas outras comidas não eram muito boas. Eu estava escorrendo o macarrão quando escutei a porta abrir. Alguns segundos depois ela estava na minha frente.
- , pode me emprestar uma roupa? A minha está muito molhada. Não deu para aproveitar nenhuma peça.
- Sim. Eu empresto. - Fui em direção ao meu quarto e peguei uma blusa antiga minha sem estampa, o que era difícil, e uma calça de moletom.
- ! Pode vir até o quarto.
- Oi. Tô aqui. - Ela disse instantes depois.
- Achei essas roupas. Vão ficar um pouco grandes em você, mas pela manhã você pode trocar pelas suas que eu vou colocar para secar agora.
- Certo. Obrigada .
Eu saí para que ela se trocasse e reparei que estava deitado na cama outra vez. Cachorro esperto. Fui para a cozinha e terminei de fazer a nossa janta. Separei os ingredientes que iria colocar na massa e fiz um suco. Vai que ela é fresca e prefere puro? Em meio a tantos devaneios sobre o tipo de comida que ela gostava, fui pego de surpresa com a mulher já vestida com as minhas roupas parada na minha frente. Ela estava ainda mais linda com as roupas que cabiam duas dela dentro.
- Pode colocar tudo no macarrão. Eu gosto de todas as coisas que você separou.
Eu sorri em sua direção e fui misturar o recheio com a massa. Ela me ajudou a colocar tudo na mesa, bem como os pratos e os talheres e sentamos para comer. estava mais uma vez nos pés dela e eu estava começando a ficar com ciúmes. O que ela fez para o meu cachorro gostar tanto dela? Comemos na maior parte do tempo em silêncio, mas nada que deixasse nenhum de nós dois desconfortável, ela era legal demais para não ter assunto ou deixar o ambiente pesado e eu era bom demais em fazer perguntas inconvenientes. Terminamos de comer e ela se ofereceu para lavar a louça e claro que eu não deixaria visita nenhuma colocar a mão na massa, fora que me mataria.
- Óbvio que não, . Você é visita.
- Você preparou tudo para a gente comer.
- E vou lavar tudo também. - Pisquei para ela, que fez uma careta me mostrando a língua logo em seguida.
- Posso escolher um filme pra gente assistir antes de dormir então?
- Pode. - Eu disse enquanto continuava a lavar a louça. Ela continuou parada me encarando.
- Não vai fazer distinção? Nenhuma restrição?
- Escolha um legal.
- Nada de "Odeio romance, não vou assistir essas merdas clichês "? - Ela engrossou a voz um pouco a fim de me imitar e eu gargalhei.
- Não! Eu nunca faria isso. Eu literalmente tento assistir de tudo.
Ela assentiu e sorriu de lado. Observei ela sair e continuei a lavar a louça. Alguns minutos depois de secar a pia, fui em direção à sala, mas ela não estava lá, nem o . Fui em direção ao quarto e a encontrei mexendo no celular, sentada na minha cama, com meu cachorro deitado no seu colo. Ela parecia tão tranquila e natural, como se fizesse parte de todo o conjunto: minha casa, meu quarto, meu cachorro e minha vida. Sim, eu precisava dessa mulher na minha vida. Como isso aconteceu? Eu nem a conhecia direito.
- Vai ficar parado na porta?
- Só me distraí. Pensei que você iria querer assistir na sala.
- Aqui é mais confortável. Fora que já estamos posicionados para dormir.
- Estamos?
- Sim, eu e você. Se não tiver nada contra.
- Não, eu só pensei em te dar privacidade.
- Você é legal demais, . Vem assistir ao filme. Eu escolhi uma comédia romântica.
Fui em direção à cama e deitei do lado que estava vago. estava no meio da gente, esparramado como sempre e ela continuava com sua expressão tranquila. Estávamos encostados na cabeceira da minha cama, então alguns minutos de filme depois eu senti uma movimentação do meu lado e logo depois ela encostou a cabeça no meu ombro. Eu não sabia o que ela pretendia com aquilo, mas eu estava adorando.
- Obrigada por me acolher na sua casa, , e por me aconchegar, me sinto instantaneamente bem na sua companhia.
Ela disse baixinho, me fazendo gelar um pouco. Eu era a pior pessoa para receber elogios, principalmente daquele nível. Então eu só fiz um carinho de leve no seu braço, ao passo que ela foi reclinando mais, do meu ombro, para o meu peito, onde dormiu. Estava tudo acontecendo muito rápido e eu só queria que alguém me confirmasse que aquilo tudo era verdade.
A Netflix já estava ficando chata e o colchão parecia grande demais para mim. Estava quase dormindo, quando escutei meu celular tocar e o se mexeu com o barulho que o aparelho fez. Olhei para o visor e me assustei com o nome da minha irmã escrito nele, então eu reparei que o relógio apontava quase 22h horas.
- ? - Atendi minha irmã no último toque.
- ! Até que enfim. - Estava muito barulho onde ela estava, mas era carnaval e minha irmã costumava chegar em casa só pela manhã. Notei também um chiado, parecia estar chovendo muito.
- Está chovendo?
- Claro, irmãozinho. Em que mundo você está? Dormiu vendo anime?
- Sim, ainda bem que você sabe. - Respondi simplesmente. Odiava quando ela era irônica.
- Escute, não tenho muito tempo, o Gabriel está me esperando.
- Vai dormir na casa dele hoje? - Bufei ao lembrar do namorado da minha irmã, ela sempre me fazia segurar vela.
- Me erra, . Seu ciúme é até fofo, mas eu realmente preciso que me deixe terminar de falar.
- Continue. - Escutei sua risada assim que falei.
- Estou mandando uma amiga minha para a sua casa, como você já notou que está caindo o céu, fica ruim pra ela atravessar a cidade.
- Pode deixar, eu não me importo, não. Obrigada por perguntar.
- Engraçadinho.
- Que horas ela chega aqui?
- Não sei, só lembrei de te ligar agora.
- Nossa, ! Muito obrigada, de verdade.
- Tu vais me agradecer ainda.
- Acho que agradeci demais por um dia.
- deixa de ser ranzinza.
- Tchau, .
Escutei a sua risada mais uma vez e desliguei a ligação, rindo também. Meu apartamento não era muito grande, mas meu prédio ficava bem localizado, o que era bom quando chegava essa época do ano para me usar como hotel. O bom é que o namorado dela tinha se mudado para um apê na mesma área, mas eles não podiam abrigar a menina, ela não podia segurar vela, né? Pensando bem, vai que ela é legal.
Alguns minutos depois eu tinha tirado minhas roupas da sala, feito um café e tirado os animes. ainda estava esparramado na minha cama de casal, ocupando metade dela. Fui em sua direção e fiz um carinho na sua orelha. Ele nem se deu o trabalho de levantar a cabeça, mas de repente ele deu um pulo e foi em direção à porta e então eu notei que alguém estava dando leves batidas. Droga! A tal amiga chegou. Mandei se afastar e ficar quietinho para não assustá-la, já que nem todo mundo gostava de cachorro. Atravessei os cômodos e fui atender a porta.
- Oi. Você é o ? - Uma mulher de estatura média se referiu a mim. Ela estava parada à minha porta e sua roupa estava encharcada.
- Sim! E você deve ser a?
- ! Sou a .
- Prazer em te conhecer. - Estampei um largo sorriso no rosto e reparei quando ela retribuiu. - Entre, por favor. Você deve estar super cansada. - Dei espaço para que ela entrasse e fechei a porta logo em seguida.
- Realmente, não pensei que sua irmã levava o carnaval tão a sério. - Gargalhei com o seu comentário, enquanto imaginava obrigando a menina a fazer todo o percurso com ela.
- Ela não me obriga a ir, mas todos os dias é foda.
- Bem vinda ao maior Carnaval do Brasil. Você é daqui? - Perguntei depois que ela entrou e pegou a toalha dobrada que eu deixei propositalmente na cadeira. Ela enxugou o rosto e o cabelo.
- Posso tomar um banho?
- Claro!
- Eu sou de um interior um pouco distante daqui, vim para estudar e acabei ficando. e eu nos conhecemos na faculdade.
- Entendi.
Enquanto ela arrumava suas coisas para ir ao banheiro, notei que estava em suas pernas. Ela não disse nada apenas alisou a sua cabeça mandando um beijinho para ele e foi para o banheiro, me deixando parado no meio da sala. O banheiro ficava no final do corredor, perto da porta que dava pro meu quarto. Aproveitei que ela estava no banho e fui fazer algo para nós dois. Eu também estava com fome e esperava que ela gostasse muito de macarronada, porque era a minha especialidade; ou seja, as minhas outras comidas não eram muito boas. Eu estava escorrendo o macarrão quando escutei a porta abrir. Alguns segundos depois ela estava na minha frente.
- , pode me emprestar uma roupa? A minha está muito molhada. Não deu para aproveitar nenhuma peça.
- Sim. Eu empresto. - Fui em direção ao meu quarto e peguei uma blusa antiga minha sem estampa, o que era difícil, e uma calça de moletom.
- ! Pode vir até o quarto.
- Oi. Tô aqui. - Ela disse instantes depois.
- Achei essas roupas. Vão ficar um pouco grandes em você, mas pela manhã você pode trocar pelas suas que eu vou colocar para secar agora.
- Certo. Obrigada .
Eu saí para que ela se trocasse e reparei que estava deitado na cama outra vez. Cachorro esperto. Fui para a cozinha e terminei de fazer a nossa janta. Separei os ingredientes que iria colocar na massa e fiz um suco. Vai que ela é fresca e prefere puro? Em meio a tantos devaneios sobre o tipo de comida que ela gostava, fui pego de surpresa com a mulher já vestida com as minhas roupas parada na minha frente. Ela estava ainda mais linda com as roupas que cabiam duas dela dentro.
- Pode colocar tudo no macarrão. Eu gosto de todas as coisas que você separou.
Eu sorri em sua direção e fui misturar o recheio com a massa. Ela me ajudou a colocar tudo na mesa, bem como os pratos e os talheres e sentamos para comer. estava mais uma vez nos pés dela e eu estava começando a ficar com ciúmes. O que ela fez para o meu cachorro gostar tanto dela? Comemos na maior parte do tempo em silêncio, mas nada que deixasse nenhum de nós dois desconfortável, ela era legal demais para não ter assunto ou deixar o ambiente pesado e eu era bom demais em fazer perguntas inconvenientes. Terminamos de comer e ela se ofereceu para lavar a louça e claro que eu não deixaria visita nenhuma colocar a mão na massa, fora que me mataria.
- Óbvio que não, . Você é visita.
- Você preparou tudo para a gente comer.
- E vou lavar tudo também. - Pisquei para ela, que fez uma careta me mostrando a língua logo em seguida.
- Posso escolher um filme pra gente assistir antes de dormir então?
- Pode. - Eu disse enquanto continuava a lavar a louça. Ela continuou parada me encarando.
- Não vai fazer distinção? Nenhuma restrição?
- Escolha um legal.
- Nada de "Odeio romance, não vou assistir essas merdas clichês "? - Ela engrossou a voz um pouco a fim de me imitar e eu gargalhei.
- Não! Eu nunca faria isso. Eu literalmente tento assistir de tudo.
Ela assentiu e sorriu de lado. Observei ela sair e continuei a lavar a louça. Alguns minutos depois de secar a pia, fui em direção à sala, mas ela não estava lá, nem o . Fui em direção ao quarto e a encontrei mexendo no celular, sentada na minha cama, com meu cachorro deitado no seu colo. Ela parecia tão tranquila e natural, como se fizesse parte de todo o conjunto: minha casa, meu quarto, meu cachorro e minha vida. Sim, eu precisava dessa mulher na minha vida. Como isso aconteceu? Eu nem a conhecia direito.
- Vai ficar parado na porta?
- Só me distraí. Pensei que você iria querer assistir na sala.
- Aqui é mais confortável. Fora que já estamos posicionados para dormir.
- Estamos?
- Sim, eu e você. Se não tiver nada contra.
- Não, eu só pensei em te dar privacidade.
- Você é legal demais, . Vem assistir ao filme. Eu escolhi uma comédia romântica.
Fui em direção à cama e deitei do lado que estava vago. estava no meio da gente, esparramado como sempre e ela continuava com sua expressão tranquila. Estávamos encostados na cabeceira da minha cama, então alguns minutos de filme depois eu senti uma movimentação do meu lado e logo depois ela encostou a cabeça no meu ombro. Eu não sabia o que ela pretendia com aquilo, mas eu estava adorando.
- Obrigada por me acolher na sua casa, , e por me aconchegar, me sinto instantaneamente bem na sua companhia.
Ela disse baixinho, me fazendo gelar um pouco. Eu era a pior pessoa para receber elogios, principalmente daquele nível. Então eu só fiz um carinho de leve no seu braço, ao passo que ela foi reclinando mais, do meu ombro, para o meu peito, onde dormiu. Estava tudo acontecendo muito rápido e eu só queria que alguém me confirmasse que aquilo tudo era verdade.
Parte 2
Alguns meses tinham se passado desde o dia em que dormiu na minha casa. Eu repassei aquele dia pelo menos uma semana inteira na minha cabeça e ainda sim ficava sem acreditar. Ela pegou meu número com a ou tinha dado o número para ela. Eu não sabia, mas isso ajudou muito na nossa aproximou atual. Eu não negava mais para meu eu interior que algo estava diferente da minha parte, com todo esse contato através dos meses, mas nunca tive uma confirmação concreta da parte dela, então eu não arriscava. Quem amou muito tudo isso foi o , porque sempre que ela vinha passar um tempo aqui em casa, um dia que seja, trazia presente para ele. Eu amava o jeito que ela o tratava e trata até hoje, não era algo para me agradar, já que uma amizade realmente tinha se estabelecido.
Então, em uma noite parecida com a que a conheci, as coisas mudaram. Ela estava se arrumando na minha casa, como vinha fazendo ao longo dos meses, iria sair com algumas amigas da faculdade e com a minha irmã. Eu não sabia se ela voltaria e estava agoniado com isso e logo a sensação de uns meses atrás tinha voltado, mas dessa vez mais forte, porque já sabia quem era a pessoa que eu queria para dividir a cama comigo enquanto assistia algo sem noção, ou só pra ficar comigo curtindo o cobertor agarradinho.
Fui despertado pela voz de que entrou no meu quarto.
- O que acha desse vestido? Sei que a 30 minutos eu tinha dito que aquele era o último, mas fui arrumar a minha mochila e esse estava no fundo me encarando. Acho que é um sinal.
- Também acho que pode ser um sinal, porque você está ainda mais linda. - Ela sorriu de lado e colocou a mão na cintura, enquanto intercalava o seu olhar entre o espelho pendurado e eu.
- Obrigada, , só acredito que estou bonita, porque você que está dizendo.
-Que nada! Você ganha fácil da Gisele Bundchen.
Ela gargalhou e eu a acompanhei. Ficamos alguns momentos em silêncio e eu me ocupei em escolher um filme. Queria tanto pedir para ela ficar, mas era algo que parecia estar totalmente fora do meu alcance.
- Estou achando você tristinho, .
Ela disse se aproximando de mim e se sentando na ponta da cama. Sua maquiagem não estava muito forte, acho que ela não tinha terminado de fazer, na verdade, e seu cabelo estava preso num coque alto.
- Eu estou bem, de verdade.
- Você não acha também que ele está triste, ? - Ela perguntou ao meu cachorro, que estava deitado no tapete, pra variar, e ele levantou a cabeça em nossa direção, latindo.
- Viu? Até o concorda comigo.
- Eu só estou pensativo, . Não precisa se preocupar.
- Claro que eu me preocupo. - Ela disse como se fosse a coisa mais óbvia de todas e eu torci o nariz em uma careta acompanhada de um pequeno sorrisinho.
- O que eu posso fazer pra te deixar bem?
- Eu tô bem. - Disse simplesmente, tentando tirar a ideia de propor que ela me acompanhasse naquela noite leve de filminho e carinho.
- Para! Agora fala sério.
- Sério.
- Bobo!
- E se você me fizesse companhia hoje? Dá um perdido nas meninas. Eu faço brigadeiro, pipoca, o que você quiser.
- Podemos pedir pizza? - Ela perguntou e eu não pude deixar de ficar surpreso.
- Você vai ficar?
- Sim! Pensei que nunca ia pedir, estava com medo de me oferecer pra ficar, mais do que já faço. - Ela riu da própria fala, como se tentasse esconder o nervosismo.
- Você queria ficar? Por que simplesmente não me disse isso?
- Porque eu não sabia se era isso que você queria, ou se iria te encher. Você é uma pessoa meio difícil de ler quando fica de boca fechada.
- Nossa! Então eu perdi de passar mais tempo com você, porque não tinha coragem de sugerir isso?
- Sim. Vou trocar de roupa. Quer algo na cozinha? - Ela disse, se levantando da cama.
- Não! Eu vou pedir pizza.
***
Tinha se passado quase uma hora desde que eu tinha pedido a pizza e a tinha resolvido fazer uma pipoca para esperar, enquanto a gente assistia o começo do filme. Ela estava com uma das minhas blusas velhas, com alguma estampa de animação na frente, e acariciava a cabeça de . Ele estava deitado entre nós dois na cama e eu estava o xingando muito na minha cabeça. Demos pausa por um momento no filme e levantou para beber água. Eu reparei que do nada ela tinha ficado estranha, um pouco quieta, já que ela era muito falante quando a gente colocava algum filme para assistir. Ela logo voltou, enquanto eu me pegava refletindo sobre o porquê daquele comportamento, e se sentou ao meu lado outra vez.
- , aconteceu algo? Você não está tagarelando como sempre.
- Está me chamando de tagarela? - Ela se virou na minha direção e cutucou a minha barriga com o seu indicador. Eu ri da sua tentativa de me fazer cócegas e desviei das que ela estava prestes a tentar.
- Não! Isso não, .
Eu disse enquanto me afastava dela e deixava entre a gente, agitado. E então tudo aconteceu muito rápido. Em um momento ela estava me fazendo cócegas, no outro estava inclinada na minha direção me beijando. No primeiro momento eu fiquei paralisado, como se não estivesse ali, então depois do meu breve momento de choque, que pareceu mil anos para mim, eu despertei e retribui. A sua boca era macia e seu toque no meu pescoço me fez arrepiar. Estávamos quase aprofundando o beijo quando se meteu no meio e pulou no meu colo. Interrompemos o beijo e caiu na gargalhada, me fazendo gargalhar também e deixar o ambiente leve, o que para mim era impossível.
- !!
Depois de acabar com o meu momento de glória ele simplesmente saiu em direção a algum outro cômodo e eu quase chorei de nervosismo. reparou o meu desconforto e puxou assunto.
- E então? Isso pode? - Ela perguntou com um sorriso contido se referindo ao nosso beijo que tinha acabado de acontecer.
- Bem... eu acho que tenho que experimentar outra vez para descobrir se eu deixo, ou não.
E então com toda coragem acumulada dentro do meu ser tomei a iniciativa. No primeiro momento parecia só um beijo inocente, um encostar de lábios de um jeito suave, e então veio o momento. Ela começou a intensificar o beijo e eu perdi o controle total ao retribuir. Estava tudo caminhando para algo cada vez melhor, até que fomos interrompidos pela campainha.
- Droga! Eu tinha esquecido totalmente da pizza. - Ela disse se jogando por entre meus travesseiros e batendo com a mão na testa.
- Vai querer ajuda? Quer que eu traga para cá? - Ela perguntou sentando novamente.
- Não! Pode deixar que eu trago para cá. Só puxa a mesinha mais pra perto.
Fui atender o entregador o mais rápido possível; odiava deixar alguém esperando. Abri a porta e efetivei o pagamento na maquininha enquanto o homem separava o meu pedido: uma pizza grande e um refrigerante. Fechei a porta depois que acertei tudo e encontrei deitado no sofá.
- Vou deixar um pedaço pra você se topar ficar aí.
Ele levantou a cabeça como sempre fazia quando eu falava com ele e latiu na minha direção, como se estivesse sendo obrigado a ceder a minha cama para mim mesmo. Fui para o quarto e encontrei com uma mesinha já arrumada com toda a louça que iríamos usar.
- Como você passou pela sala sem que eu notasse?
- Eu tenho meus truques. - Ela riu da careta que eu sempre fazia quando questionava algo.
- Estou ansioso para saber mais sobre isso, mas tem um que eu tô tentando saber como você fez tem um tempão.
- Qual? - Ela me olhou um pouco desconfiada.
- Quero saber qual foi o truque que você usou para roubar meu coração.
Essa até eu sabia que tinha sido péssima, mas eu a fiz ficar vermelha, diria até que ficou sem graça. Ela deu um sorriso que eu nunca tinha visto antes. Não sabia distinguir se estava tímida, alegre, irritada ou constrangida. então optei pelo pior.
- Olha, , desculpa pelo que eu acabei de falar. Juro que não vai mais se repetir.
- , senta aqui. - Ela apontou para o lugar vago ao seu lado na cama.
- Eu achei muito fofo o que você acabou de dizer e te garanto que não fui a única a usar esse truque. Desde de o dia que você foi levar a na faculdade, uns dois anos atrás, eu gostei de você, então no carnaval a sua irmã armou pra mim. De primeira, foi mais um plano dela para me animar, eu estava muito atolada com as coisas da faculdade. Mas então você foi perfeito comigo quando me recebeu tarde da noite e achou graça da minha petulância. - Ela sorriu quando terminou de falar e eu estava mais do que surpreso, acho que paralisado era melhor para me descrever.
- Eu entendo se você não quiser algo tão pessoal assim, só não me peça para não me envolver ou me apegar.
- Não! Claro que não. Eu estou muito surpreso com isso e triste.
- Por quê? - Ela perguntou desmanchando o sorriso até ele sumir.
- Porque perdemos tempo. - Eu disse bagunçando seu cabelo.
- Você me assustou. Bobo demais. - Eu a abracei enquanto ela ria de tudo aquilo, até que ela parou e me encarou.
- E agora? Como a gente faz? - Eu já estava caidinho demais para conter meu sorriso àquela altura, então simplesmente disse.
- A gente vai deixar rolar.
E lá estava eu, ela, meu cachorro (que descumpriu o nosso trato) e um cobertor.
Então, em uma noite parecida com a que a conheci, as coisas mudaram. Ela estava se arrumando na minha casa, como vinha fazendo ao longo dos meses, iria sair com algumas amigas da faculdade e com a minha irmã. Eu não sabia se ela voltaria e estava agoniado com isso e logo a sensação de uns meses atrás tinha voltado, mas dessa vez mais forte, porque já sabia quem era a pessoa que eu queria para dividir a cama comigo enquanto assistia algo sem noção, ou só pra ficar comigo curtindo o cobertor agarradinho.
Fui despertado pela voz de que entrou no meu quarto.
- O que acha desse vestido? Sei que a 30 minutos eu tinha dito que aquele era o último, mas fui arrumar a minha mochila e esse estava no fundo me encarando. Acho que é um sinal.
- Também acho que pode ser um sinal, porque você está ainda mais linda. - Ela sorriu de lado e colocou a mão na cintura, enquanto intercalava o seu olhar entre o espelho pendurado e eu.
- Obrigada, , só acredito que estou bonita, porque você que está dizendo.
-Que nada! Você ganha fácil da Gisele Bundchen.
Ela gargalhou e eu a acompanhei. Ficamos alguns momentos em silêncio e eu me ocupei em escolher um filme. Queria tanto pedir para ela ficar, mas era algo que parecia estar totalmente fora do meu alcance.
- Estou achando você tristinho, .
Ela disse se aproximando de mim e se sentando na ponta da cama. Sua maquiagem não estava muito forte, acho que ela não tinha terminado de fazer, na verdade, e seu cabelo estava preso num coque alto.
- Eu estou bem, de verdade.
- Você não acha também que ele está triste, ? - Ela perguntou ao meu cachorro, que estava deitado no tapete, pra variar, e ele levantou a cabeça em nossa direção, latindo.
- Viu? Até o concorda comigo.
- Eu só estou pensativo, . Não precisa se preocupar.
- Claro que eu me preocupo. - Ela disse como se fosse a coisa mais óbvia de todas e eu torci o nariz em uma careta acompanhada de um pequeno sorrisinho.
- O que eu posso fazer pra te deixar bem?
- Eu tô bem. - Disse simplesmente, tentando tirar a ideia de propor que ela me acompanhasse naquela noite leve de filminho e carinho.
- Para! Agora fala sério.
- Sério.
- Bobo!
- E se você me fizesse companhia hoje? Dá um perdido nas meninas. Eu faço brigadeiro, pipoca, o que você quiser.
- Podemos pedir pizza? - Ela perguntou e eu não pude deixar de ficar surpreso.
- Você vai ficar?
- Sim! Pensei que nunca ia pedir, estava com medo de me oferecer pra ficar, mais do que já faço. - Ela riu da própria fala, como se tentasse esconder o nervosismo.
- Você queria ficar? Por que simplesmente não me disse isso?
- Porque eu não sabia se era isso que você queria, ou se iria te encher. Você é uma pessoa meio difícil de ler quando fica de boca fechada.
- Nossa! Então eu perdi de passar mais tempo com você, porque não tinha coragem de sugerir isso?
- Sim. Vou trocar de roupa. Quer algo na cozinha? - Ela disse, se levantando da cama.
- Não! Eu vou pedir pizza.
Tinha se passado quase uma hora desde que eu tinha pedido a pizza e a tinha resolvido fazer uma pipoca para esperar, enquanto a gente assistia o começo do filme. Ela estava com uma das minhas blusas velhas, com alguma estampa de animação na frente, e acariciava a cabeça de . Ele estava deitado entre nós dois na cama e eu estava o xingando muito na minha cabeça. Demos pausa por um momento no filme e levantou para beber água. Eu reparei que do nada ela tinha ficado estranha, um pouco quieta, já que ela era muito falante quando a gente colocava algum filme para assistir. Ela logo voltou, enquanto eu me pegava refletindo sobre o porquê daquele comportamento, e se sentou ao meu lado outra vez.
- , aconteceu algo? Você não está tagarelando como sempre.
- Está me chamando de tagarela? - Ela se virou na minha direção e cutucou a minha barriga com o seu indicador. Eu ri da sua tentativa de me fazer cócegas e desviei das que ela estava prestes a tentar.
- Não! Isso não, .
Eu disse enquanto me afastava dela e deixava entre a gente, agitado. E então tudo aconteceu muito rápido. Em um momento ela estava me fazendo cócegas, no outro estava inclinada na minha direção me beijando. No primeiro momento eu fiquei paralisado, como se não estivesse ali, então depois do meu breve momento de choque, que pareceu mil anos para mim, eu despertei e retribui. A sua boca era macia e seu toque no meu pescoço me fez arrepiar. Estávamos quase aprofundando o beijo quando se meteu no meio e pulou no meu colo. Interrompemos o beijo e caiu na gargalhada, me fazendo gargalhar também e deixar o ambiente leve, o que para mim era impossível.
- !!
Depois de acabar com o meu momento de glória ele simplesmente saiu em direção a algum outro cômodo e eu quase chorei de nervosismo. reparou o meu desconforto e puxou assunto.
- E então? Isso pode? - Ela perguntou com um sorriso contido se referindo ao nosso beijo que tinha acabado de acontecer.
- Bem... eu acho que tenho que experimentar outra vez para descobrir se eu deixo, ou não.
E então com toda coragem acumulada dentro do meu ser tomei a iniciativa. No primeiro momento parecia só um beijo inocente, um encostar de lábios de um jeito suave, e então veio o momento. Ela começou a intensificar o beijo e eu perdi o controle total ao retribuir. Estava tudo caminhando para algo cada vez melhor, até que fomos interrompidos pela campainha.
- Droga! Eu tinha esquecido totalmente da pizza. - Ela disse se jogando por entre meus travesseiros e batendo com a mão na testa.
- Vai querer ajuda? Quer que eu traga para cá? - Ela perguntou sentando novamente.
- Não! Pode deixar que eu trago para cá. Só puxa a mesinha mais pra perto.
Fui atender o entregador o mais rápido possível; odiava deixar alguém esperando. Abri a porta e efetivei o pagamento na maquininha enquanto o homem separava o meu pedido: uma pizza grande e um refrigerante. Fechei a porta depois que acertei tudo e encontrei deitado no sofá.
- Vou deixar um pedaço pra você se topar ficar aí.
Ele levantou a cabeça como sempre fazia quando eu falava com ele e latiu na minha direção, como se estivesse sendo obrigado a ceder a minha cama para mim mesmo. Fui para o quarto e encontrei com uma mesinha já arrumada com toda a louça que iríamos usar.
- Como você passou pela sala sem que eu notasse?
- Eu tenho meus truques. - Ela riu da careta que eu sempre fazia quando questionava algo.
- Estou ansioso para saber mais sobre isso, mas tem um que eu tô tentando saber como você fez tem um tempão.
- Qual? - Ela me olhou um pouco desconfiada.
- Quero saber qual foi o truque que você usou para roubar meu coração.
Essa até eu sabia que tinha sido péssima, mas eu a fiz ficar vermelha, diria até que ficou sem graça. Ela deu um sorriso que eu nunca tinha visto antes. Não sabia distinguir se estava tímida, alegre, irritada ou constrangida. então optei pelo pior.
- Olha, , desculpa pelo que eu acabei de falar. Juro que não vai mais se repetir.
- , senta aqui. - Ela apontou para o lugar vago ao seu lado na cama.
- Eu achei muito fofo o que você acabou de dizer e te garanto que não fui a única a usar esse truque. Desde de o dia que você foi levar a na faculdade, uns dois anos atrás, eu gostei de você, então no carnaval a sua irmã armou pra mim. De primeira, foi mais um plano dela para me animar, eu estava muito atolada com as coisas da faculdade. Mas então você foi perfeito comigo quando me recebeu tarde da noite e achou graça da minha petulância. - Ela sorriu quando terminou de falar e eu estava mais do que surpreso, acho que paralisado era melhor para me descrever.
- Eu entendo se você não quiser algo tão pessoal assim, só não me peça para não me envolver ou me apegar.
- Não! Claro que não. Eu estou muito surpreso com isso e triste.
- Por quê? - Ela perguntou desmanchando o sorriso até ele sumir.
- Porque perdemos tempo. - Eu disse bagunçando seu cabelo.
- Você me assustou. Bobo demais. - Eu a abracei enquanto ela ria de tudo aquilo, até que ela parou e me encarou.
- E agora? Como a gente faz? - Eu já estava caidinho demais para conter meu sorriso àquela altura, então simplesmente disse.
- A gente vai deixar rolar.
E lá estava eu, ela, meu cachorro (que descumpriu o nosso trato) e um cobertor.
Fim
Nota da autora: Eu estou impactada de como é mais que possível tirar fic de música de pagode. Aos 45 do segundo tempo essa coisinha fofa saiu e eu estou muito feliz em compartilhar. Gostaria de agradecer a alguns anjinhos fanfiqueiros que me ajudaram com a fic, opnião, capa, título e essas coisas e, claro, todo o incentivo. (Beijo grandão, meninas)
Não esqueçam de comentar se gostaram e se não gostaram também, me ajuda de qualquer forma melhorar ♡
Outras Fanfics:
Fanfics em andamento:
» Be With Me
» Your First Love
» Everything You Need at The Moment
Ficstapes:
» 07. True Romance
» 10. Flowers On The Grave
» 10. King Of My Heart
» 14. I Dream About You
» 18. Scripted
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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