Capítulo Único
- Oi, meninas. – null se aproximou de null e null e deu um beijo na bochecha de cada. – Desculpem o atraso.
- Tudo bem, ele ainda não apareceu. – null falou, encarando null, quarta do grupo de amigas, mexer pela milésima vez no enfeite da mesa.
- Ele não vem, meninas. – null sussurrou baixo.
- É o aniversário de 10 anos deles, ele não pode dar essa mancada justo hoje, né?! – null, a líder do grupo, rosnou.
- Acabei de receber do meu contato. – null, que era detetive profissional, virou o celular com baixa iluminação para as outras duas.
A foto era de Thomas saindo de algum bar com uma menina uns 20 anos mais nova do que ele e sua esposa. null apertou o celular com a intenção de quebrá-lo, mas null fez questão de tomá-lo de sua mão antes que ela realmente pudesse fazer isso.
null, responsável por juntar as quatro amigas desde o ensino médio, havia preparado uma festa surpresa para comemorar 10 anos de casamento dela e de Thomas. As meninas nunca foram muito com a cara dele, desde o primeiro “oi”, mas como a amiga estava feliz e apaixonada, apoiaram.
Ele a traía com frequência há uns três anos, elas já haviam contado para a amiga, mas ele sempre vinha com o papinho que mudaria e, infelizmente, null sempre acreditava nele. Suas amigas ficavam horrorizadas, pois sabiam o quanto ela se esforçava dia após dia para fazer essa relação dar certo.
O que talvez tornasse tudo cada vez mais difícil, era Julie, filha de cinco anos do casal. null acredita que null havia engravidado de propósito para tentar melhorar a relação de ambos, mesmo nunca tido vontade de ser mãe. É, a relação melhorou pelos seis meses que null ficou em casa, mas quando ela voltou a trabalhar, seu mundo desabou novamente.
- Vai contar para ela? – null perguntou sobre a foto e as três amigas se viraram para encarar null que dançava fingidamente animada com Julie em seu colo.
- Putz... – null coçou a cabeça.
- Não é como se fosse a primeira vez. – null falou, respirando fundo.
- Agora é diferente. – null alertou. – Tem convidados aqui. – Elas passaram os olhares por cerca de 40 amigos e familiares íntimos de ambos.
- Vocês querem que eu fale com ela? – null virou para as duas.
- Só você é capaz de falar isso sem se desmontar em lágrimas. – null disse.
- Obrigada pela parte que me toca. – Ela respirou fundo.
- Como você vai fazer isso? – null perguntou curiosa.
- Não faço a mínima ideia, mas tentem afastar os convidados ao máximo, por favor. – A morena pediu e puxou o celular da mão de null.
- Dicas? – null perguntou para null e a mesma deu de ombros.
- Ela está com quadros novos, certo? – null falou da exposição da amiga.
- Gente! – null prontamente chamou a atenção para si. – Vocês já viram a exposição nova da null? – Ela os chamava com a mão. – É maravilhosa! Vem cá! – Ela puxou os mais próximos pela mão com a intenção de que eles a seguissem e null foi atrás da multidão com a mesma intenção.
- Vem, gente! Vocês vão adorar. – null comentou.
- O que está acontecendo? – null virou para null logo que a mesma se aproximou.
- Podemos conversar? – Ela apontou para o corredor da casa de null que franziu a testa.
- Vai com a titia null, Ju! – null falou quando a menina a encarou confusa.
- Vem cá, meu amor! – null a pegou no colo, girando-a pelo quintal da casa dos Bolton.
- O que houve, null? – null a confrontou antes de chegar no corredor e null apoiou as mãos em seus ombros e a empurrou para mais longe do quintal, entrando na lavanderia. – null, você está me assustando.
- Você precisa acabar com essa festa, null. – Ela falou carinhosa com a amiga.
- null...
- É o Thomas, amiga. Ele não vem. – Ela respirou fundo, estendendo o celular para ela.
- O que... – Ela pegou o celular da mão de null, colocando a senha que as quatro compartilhavam em seus telefones, travando quando o aparelho desbloqueou.
- A null está sondando ele há algum tempo.
- Você colocou um detetive particular no meu marido? – Ela perguntou um tanto alto.
- Não venha colocar como se eu estivesse errada, null. Isso já foi longe demais, são anos e anos, e não, ele não vai mudar. – null falou brava.
- E o que você quer que eu faça? Termine com ela?
- É! – null falou rapidamente. – Você merece ser feliz.
- Eu já tenho 42 anos, eu não tenho mais idade para encontrar alguém...
- E quem falou em namoro? Você precisa aprender a ser feliz sozinha, amiga. Melhor do que ser infeliz com alguém. – null suspirou, deixando os ombros caírem. – Você é uma artista mundialmente famosa, imagina pegar a Julie um fim de semana e viajar juntas? Ou com a gente! – Ela respirou fundo. – O Andrew vive falando que a gente deveria fazer mais programas de amigas.
- Não sei o que a null viu nele. – Ela parou para pensar na detetive séria que null era e no palhaço de seu namorado que era contador.
- Não importa, mas ele a trata muito bem, é o que a gente mais quer ver de vocês. – Ela segurou a amiga pelos ombros. – A gente só quer te ver feliz. – Ela suspirou.
- Eu não sei se consigo viver sem ele. – null assentiu com a cabeça, entendendo a preocupação dela. – Tem a Julie e...
- Você tem a gente! – Ela suspirou. – Eu tenho quartos extras, o Sheppard não vai se importar com companhia. – Ela se referiu a seu cachorro.
- É, e um namorado por semana? Acho melhor Julie não ver isso. – Ambas riram.
- Eu posso me controlar por um tempo. – Ela piscou para a amiga.
- Eu não sei se estou pronta para isso. – null confessou, soltando um longo suspiro.
- Você não precisa fazer isso só porque estamos falando, é uma escolha sua. – null a abraçou, vendo a amiga se desmontar em lágrimas.
- É tão difícil. – Ela suspirou.
- Eu sei, eu sei! – null a apertou fortemente, apoiando o queixo na cabeça da mais baixa. – Só saiba que estaremos aqui contigo para sempre, ok?!
- Eu sei, para sempre! – null falou, estalando um beijo na bochecha da amiga.
Os minutos foram passando e os convidados começaram a perceber que Thomas realmente não apareceria, o que causou outro tipo de desconforto: expulsá-los ou deixar que eles percebessem que havia um problema? Foi um pouco dos dois, alguns falavam que tinham algum tipo de compromisso e null, null e null precisaram expulsar a outra leva, sobrando somente os pais de null e Thomas.
- Eu vou matá-lo. – O pai de null, falava tentando não chamar muita atenção.
- Papai... – null o chamou. – Eu vou falar com ele.
- Me desculpe por isso, querida. – Sua sogra falou antes de abraçá-la e null concordou.
- Vocês não têm culpa. – Ela falou. – Vocês são ótimas pessoas, ele...
- Pode ter certeza que eu vou pegar a ideia do seu pai e ele vai se ver comigo. – Seu sogro falou, fazendo-a dividir uma risada e sorriso de compreensão.
- Eu vou me resolver, prometo. – null falou.
- Por favor, querida. Queremos te ver bem. – Sua mãe disse o mesmo que null, fazendo-a sorrir de longe.
- Vocês podem levar Julie para dormir com vocês hoje? Nós vamos precisar conversar.
- Claro! – Sua mãe afirmou com a cabeça e null e null se encararam esperançosas. null colocaria as cartas na mesa hoje?
- Jujuba! – Seu pai gritou pela menina que veio correndo para o colo. – Você quer dormir com o vovô e a vovó hoje?
- Hoje? – Julie fez uma feição estranha, não era feriado e nem tinha algum compromisso importante.
- É, hoje é um dia especial. Mamãe e papai precisam ficar a sós.
- Você vai me levar para tomar sorvete? – A pequena perguntou, fazendo as pessoas na sala rirem.
- Vou sim e te compro um balão! – O avô falou animado.
- Um balão de elefante? – A menina falou alto e null sentiu uma lágrima escorrer de seu olho.
- Está tudo bem. – null abraçou a mesma de lado, passando as mãos nos braços dela.
- Eu sei, ela não tem culpa de nada. – null suspirou.
- Bom, então vamos? – O pai de null continuou e todos se entreolharam.
- Eu vou ajudar ela a arrumar isso. – A mãe dela falou.
- A gente fica, senhora Parker. – null se prontificou.
- A gente ajuda. – null falou assentindo com a cabeça e a mãe de null entendeu a deixa.
- Bom, então vamos, não é mesmo? – A mãe de null virou para os sogros da mesma e os quatro assentiram com a cabeça.
- Mas e a festa? – Julie perguntou.
- Mamãe e papai vão festejar agora, meu amor! – Senhora Bolton falou, cumprimentando sua nora.
- Fica bem, ok?! Qualquer coisa nos ligue. – null agradeceu com a cabeça.
- Pode deixar. – null sorriu fracamente, abraçando-os um por um, tentando ao menos segurar as lágrimas para os mesmos.
- Nós te amamos. – Seu pai falou, sendo o último a passar pela porta, segurando a espevitada Julie em seu colo.
- Boa noite, mamãe! – A menina falou acenando, mandando beijos para a menina.
- Tchau, meu amor. Amo vocês! – null respondeu em seu falso humor e se jogou no chão quando a porta se fechou.
- Não, não! Se levanta! – null correu em sua direção, segurando-a pela mão. – Não.
- Eu preciso... – null tentou falar, mas null e puxou para cima, fazendo-a se levantar.
- Esquece isso agora. – null falou. – Não sofra antes do tempo.
- Mas ela já está sofrendo... – null sussurrou para null e null a fuzilou com o olhar.
- Vem, vamos te ajudar a arrumar as coisas. – null falou e todas tiraram os saltos altos e começaram a dar destino as coisas da festa, principalmente às comidas que estavam servidas há umas duas horas. null, que era chef de cozinha, esperava que nada daquilo tivesse estragado, mas confiava no tempo mais gelado para isso.
Com a ajuda das três, elas se organizaram em menos de uma hora, inclusive fechando as mesas locadas e os arranjos pendurados. Pegaram o bolo e compartilharam entre as quatro, já que não tinham chegado nem a tocar nele.
Com um timing perfeito, quando null e null davam fim nas bexigas da decoração, a porta se abriu, revelando um Thomas muito mais sorridente do que o esperado, que fechou a cara no minuto em que viu as quatro encarando-o.
- Oi... – Ele franziu a testa com as quatro bem vestidas e diversas coisas fora do lugar.
- Olha quem decidiu aparecer! – null começou a se aproximar.
- Eu cuido disso! – null puxou a mesma para trás, impedindo que ela desse um soco na cara de seu marido.
- O que está acontecendo aqui? – Ele perguntou realmente sem saber o que estava acontecendo.
- Eu fiz uma festa em comemoração aos nossos 10 anos de casamento. – null falou com a voz derrotada. – Convidei nossos amigos, nossos familiares... – Ela o encarou. – E você não apareceu. – Ela deu uma risada irônica.
- Mas como eu poderia saber? Eu estava trabalhando.
- Rá! – null gritou alto e debochado. – Até parece. – Ela riu e null ergueu a mão.
- Eu sei aonde você estava e com quem. – null falou. – Não tente mentir para mim. Não é como se fosse a primeira vez.
- Outch, doeu! – null falou seguindo de uma risada.
- Ele esquece que eu sou detetive! – null virou para null que somente deu de ombros.
- Eu posso explicar. – Ele falou, finalmente se tocando que null realmente sabia aonde ele estava.
- Claro! Eu quero realmente que você explique, mas vai ser a última vez que eu vou te ouvir, mas já vou te adiantar que eu não vou te perdoar e que nosso casamento, ou o que é que você chama isso, vai acabar hoje, no nosso aniversário de 10 anos. – null abriu um largo sorriso, batendo a mão contra a de null.
- Mas, meu amor... – Ele se aproximou dela, tentando tocá-la e ela se afastou.
- Meninas, vocês podem me dar licença? – null olhou para as três e elas confirmaram com a cabeça, percebendo que agora começaria algo mais íntimo.
- Claro, amiga! – null foi a primeira a falar, pegando os potes que tinha colocado comidas e bolo.
- Te amamos, ok?! – null seguiu logo atrás e null veio em seguida, dando um beijo na amiga.
- Te espero em casa lá pelas nove, pode ser? – Ela abraçou null, vendo-a assentir com a cabeça.
- Pode ser. – null respondeu, respirando fundo quando viu a porta finalmente se fechar e percebeu que estava sozinha com seu antigo príncipe encantado.
- null, eu posso explicar. – Ela ergueu a mão.
- Não, Thomas, dessa vez não. Eu já conheço seus discursos de cor, sei todas as desculpas que você vai dar, mas chega. Dessa vez não. – Ela respirou fundo. – Eu vou ficar com null um pouco, depois eu vou querer o divórcio, ok?! E Julie vai comigo. – Ela falou firme.
- Não, você não pode.
- Posso. – Ela deu um meio sorriso. – E eu vou. – Ela se afastou dele e seguiu em direção ao quarto do casal.
- Oh! – null a abraçou quando abriu a porta da casa de null.
- Como você está se sentindo, amiga? – null se levantou, percebendo seu rosto avermelhado, ela havia chorado.
- Não sei, parece que eu não sinto nada. – Ela suspirou. – Dói, mas é um alívio.
- O que você fez? – null perguntou.
- Pedi um divórcio. – null conteve a comemoração, mas um sorriso dançava pelo rosto das outras três.
- Finalmente. – A líder do grupo não aguentou a língua.
- Dá um tempo para ela. – null puxou o pufe da sala de null para perto de ambas. – Respira, meu amor, venha, sente-se. – null deixou a bolsa em algum lugar e se jogou no pufe.
- Oi, Shep. – null acariciou o cão de sua amiga.
- Eu só estou feliz, ele não parava de te enganar. – Ela ergueu as mãos, fazendo as outras rirem, até null.
- Eu sei, vocês me disseram, mas eu achei que ele fosse mudar. – Ela negou com a cabeça.
- Pessoas assim não mudam nunca, amor. – Ela suspirou.
- Decidi ouvir vocês. – Ela segurou as mãos de null e null que estavam mais próximas.
- Ele nunca vai te amar mais do que a gente. – null falou rindo.
- Ele nunca vai encontrar alguém como você. – null disse, fazendo todas concordarem.
- Eu sei. – Ela sorriu, fazendo as amigas gritarem animadas. – Mas se vamos falar dele, eu preciso de álcool no sangue.
- Vou pegar o vinho e lencinhos. – null se levantou prontamente, fazendo-as colocaram os pés para cima.
- Eu só aceito falar dele se for para falar como ele não era o cara certo para você, nunca foi. – null começou, fazendo-as rir.
- Eu sei, vocês me avisaram.
- Nós nunca vamos dizer que te avisamos, amiga. Estamos contigo para todas as horas. – null falou e null voltou com o vinho e algumas taças.
- Toma, abre! – Ela estendeu para null que começou a puxar a rolha com a mão.
- Mesmo assim, vocês tinham razão, sempre tiveram. – null falou, suspirando.
- Isso é passado agora, meu amor. Vamos focar no futuro! – null falou.
- Posso só falar como o melhor amigo dele é mais gato? – null franziu os lábios, fazendo-os rir.
- Ah, o Dony! – As quatro suspiraram.
- Eu escolhi o amigo errado. – null falou sarcasticamente, fazendo-as rir.
- E o Thomas era péssimo nas piadas. – null continuou.
- Ah, horríveis, totalmente preconceituosas. – null revirou os olhos.
- Nós estamos falando dele aqui, mas ele já deve estar com outra garota de novo. – null suspirou, esticando sua taça para null encher de vinho.
- Pelo menos você está aqui com a gente e não com alguém que trai e mente. – null suspirou. – Não é fácil no começo, amiga, mas uma hora melhora. – Ela falava por experiência de outro casamento falido.
- Você tem o Andrew agora, é tudo melhor. – null falou.
- E você pode encontrar outro para você também...
- Se você quiser. – null falou rapidamente.
- Ou ficar igual a null que namorou um cara desde o ensino médio por 15 anos, quando ele pediu em casamento ela negou e vive de peguetes até hoje. – null falou e null deu de ombros.
- Para quê ter só um se você pode ter vários? – Ela piscou.
- Ela não está errada, gente! – null a defendeu, fazendo todas rirem.
- Bom, chega de falar de mim, vamos falar sobre o que vamos fazer, agora que temos outra solteirinha no grupo. – null falou.
- Acho que precisamos viajar, só nós quatro. – null sugeriu, fazendo-a comemorarem.
- Sim! Por favor! – null gritou, fazendo o cão se assustar.
- Para onde? – null perguntou animada.
- Para onde vocês quiserem, só quero sumir um pouco. – null suspirou.
- Eu tenho uma reunião de negócios em Abu Dhabi no próximo mês, posso arranjar espaço para três bagagens extra!
- Já no próximo mês? Eu preciso ver meu dinheiro. – null falou rapidamente.
- Ah, não se preocupa com isso! – null falou abanando a mão para amiga.
- Tá, mas a gente precisa ver o que fazer, você vai a trabalho. – null falou.
- Relaxa, a gente dá um jeito. Eu comando minha própria empresa! – Ela falou rindo. – Se eu quiser eu fico um mês nos Emirados Árabes e ninguém se mete.
- Ok, mas o que vamos fazer lá? – null perguntou.
- Eu quero ir naquele prédio enorme... – null falou.
- Isso é em Dubai! – null falou rapidamente.
- Podemos ir também! – Ela falou e as amigas gritaram animadas, fazendo-as gargalhar e começar a fazer planos para essa e muitas outras viagens que fariam juntas.
- Tudo bem, ele ainda não apareceu. – null falou, encarando null, quarta do grupo de amigas, mexer pela milésima vez no enfeite da mesa.
- Ele não vem, meninas. – null sussurrou baixo.
- É o aniversário de 10 anos deles, ele não pode dar essa mancada justo hoje, né?! – null, a líder do grupo, rosnou.
- Acabei de receber do meu contato. – null, que era detetive profissional, virou o celular com baixa iluminação para as outras duas.
A foto era de Thomas saindo de algum bar com uma menina uns 20 anos mais nova do que ele e sua esposa. null apertou o celular com a intenção de quebrá-lo, mas null fez questão de tomá-lo de sua mão antes que ela realmente pudesse fazer isso.
null, responsável por juntar as quatro amigas desde o ensino médio, havia preparado uma festa surpresa para comemorar 10 anos de casamento dela e de Thomas. As meninas nunca foram muito com a cara dele, desde o primeiro “oi”, mas como a amiga estava feliz e apaixonada, apoiaram.
Ele a traía com frequência há uns três anos, elas já haviam contado para a amiga, mas ele sempre vinha com o papinho que mudaria e, infelizmente, null sempre acreditava nele. Suas amigas ficavam horrorizadas, pois sabiam o quanto ela se esforçava dia após dia para fazer essa relação dar certo.
O que talvez tornasse tudo cada vez mais difícil, era Julie, filha de cinco anos do casal. null acredita que null havia engravidado de propósito para tentar melhorar a relação de ambos, mesmo nunca tido vontade de ser mãe. É, a relação melhorou pelos seis meses que null ficou em casa, mas quando ela voltou a trabalhar, seu mundo desabou novamente.
- Vai contar para ela? – null perguntou sobre a foto e as três amigas se viraram para encarar null que dançava fingidamente animada com Julie em seu colo.
- Putz... – null coçou a cabeça.
- Não é como se fosse a primeira vez. – null falou, respirando fundo.
- Agora é diferente. – null alertou. – Tem convidados aqui. – Elas passaram os olhares por cerca de 40 amigos e familiares íntimos de ambos.
- Vocês querem que eu fale com ela? – null virou para as duas.
- Só você é capaz de falar isso sem se desmontar em lágrimas. – null disse.
- Obrigada pela parte que me toca. – Ela respirou fundo.
- Como você vai fazer isso? – null perguntou curiosa.
- Não faço a mínima ideia, mas tentem afastar os convidados ao máximo, por favor. – A morena pediu e puxou o celular da mão de null.
- Dicas? – null perguntou para null e a mesma deu de ombros.
- Ela está com quadros novos, certo? – null falou da exposição da amiga.
- Gente! – null prontamente chamou a atenção para si. – Vocês já viram a exposição nova da null? – Ela os chamava com a mão. – É maravilhosa! Vem cá! – Ela puxou os mais próximos pela mão com a intenção de que eles a seguissem e null foi atrás da multidão com a mesma intenção.
- Vem, gente! Vocês vão adorar. – null comentou.
- O que está acontecendo? – null virou para null logo que a mesma se aproximou.
- Podemos conversar? – Ela apontou para o corredor da casa de null que franziu a testa.
- Vai com a titia null, Ju! – null falou quando a menina a encarou confusa.
- Vem cá, meu amor! – null a pegou no colo, girando-a pelo quintal da casa dos Bolton.
- O que houve, null? – null a confrontou antes de chegar no corredor e null apoiou as mãos em seus ombros e a empurrou para mais longe do quintal, entrando na lavanderia. – null, você está me assustando.
- Você precisa acabar com essa festa, null. – Ela falou carinhosa com a amiga.
- null...
- É o Thomas, amiga. Ele não vem. – Ela respirou fundo, estendendo o celular para ela.
- O que... – Ela pegou o celular da mão de null, colocando a senha que as quatro compartilhavam em seus telefones, travando quando o aparelho desbloqueou.
- A null está sondando ele há algum tempo.
- Você colocou um detetive particular no meu marido? – Ela perguntou um tanto alto.
- Não venha colocar como se eu estivesse errada, null. Isso já foi longe demais, são anos e anos, e não, ele não vai mudar. – null falou brava.
- E o que você quer que eu faça? Termine com ela?
- É! – null falou rapidamente. – Você merece ser feliz.
- Eu já tenho 42 anos, eu não tenho mais idade para encontrar alguém...
- E quem falou em namoro? Você precisa aprender a ser feliz sozinha, amiga. Melhor do que ser infeliz com alguém. – null suspirou, deixando os ombros caírem. – Você é uma artista mundialmente famosa, imagina pegar a Julie um fim de semana e viajar juntas? Ou com a gente! – Ela respirou fundo. – O Andrew vive falando que a gente deveria fazer mais programas de amigas.
- Não sei o que a null viu nele. – Ela parou para pensar na detetive séria que null era e no palhaço de seu namorado que era contador.
- Não importa, mas ele a trata muito bem, é o que a gente mais quer ver de vocês. – Ela segurou a amiga pelos ombros. – A gente só quer te ver feliz. – Ela suspirou.
- Eu não sei se consigo viver sem ele. – null assentiu com a cabeça, entendendo a preocupação dela. – Tem a Julie e...
- Você tem a gente! – Ela suspirou. – Eu tenho quartos extras, o Sheppard não vai se importar com companhia. – Ela se referiu a seu cachorro.
- É, e um namorado por semana? Acho melhor Julie não ver isso. – Ambas riram.
- Eu posso me controlar por um tempo. – Ela piscou para a amiga.
- Eu não sei se estou pronta para isso. – null confessou, soltando um longo suspiro.
- Você não precisa fazer isso só porque estamos falando, é uma escolha sua. – null a abraçou, vendo a amiga se desmontar em lágrimas.
- É tão difícil. – Ela suspirou.
- Eu sei, eu sei! – null a apertou fortemente, apoiando o queixo na cabeça da mais baixa. – Só saiba que estaremos aqui contigo para sempre, ok?!
- Eu sei, para sempre! – null falou, estalando um beijo na bochecha da amiga.
Os minutos foram passando e os convidados começaram a perceber que Thomas realmente não apareceria, o que causou outro tipo de desconforto: expulsá-los ou deixar que eles percebessem que havia um problema? Foi um pouco dos dois, alguns falavam que tinham algum tipo de compromisso e null, null e null precisaram expulsar a outra leva, sobrando somente os pais de null e Thomas.
- Eu vou matá-lo. – O pai de null, falava tentando não chamar muita atenção.
- Papai... – null o chamou. – Eu vou falar com ele.
- Me desculpe por isso, querida. – Sua sogra falou antes de abraçá-la e null concordou.
- Vocês não têm culpa. – Ela falou. – Vocês são ótimas pessoas, ele...
- Pode ter certeza que eu vou pegar a ideia do seu pai e ele vai se ver comigo. – Seu sogro falou, fazendo-a dividir uma risada e sorriso de compreensão.
- Eu vou me resolver, prometo. – null falou.
- Por favor, querida. Queremos te ver bem. – Sua mãe disse o mesmo que null, fazendo-a sorrir de longe.
- Vocês podem levar Julie para dormir com vocês hoje? Nós vamos precisar conversar.
- Claro! – Sua mãe afirmou com a cabeça e null e null se encararam esperançosas. null colocaria as cartas na mesa hoje?
- Jujuba! – Seu pai gritou pela menina que veio correndo para o colo. – Você quer dormir com o vovô e a vovó hoje?
- Hoje? – Julie fez uma feição estranha, não era feriado e nem tinha algum compromisso importante.
- É, hoje é um dia especial. Mamãe e papai precisam ficar a sós.
- Você vai me levar para tomar sorvete? – A pequena perguntou, fazendo as pessoas na sala rirem.
- Vou sim e te compro um balão! – O avô falou animado.
- Um balão de elefante? – A menina falou alto e null sentiu uma lágrima escorrer de seu olho.
- Está tudo bem. – null abraçou a mesma de lado, passando as mãos nos braços dela.
- Eu sei, ela não tem culpa de nada. – null suspirou.
- Bom, então vamos? – O pai de null continuou e todos se entreolharam.
- Eu vou ajudar ela a arrumar isso. – A mãe dela falou.
- A gente fica, senhora Parker. – null se prontificou.
- A gente ajuda. – null falou assentindo com a cabeça e a mãe de null entendeu a deixa.
- Bom, então vamos, não é mesmo? – A mãe de null virou para os sogros da mesma e os quatro assentiram com a cabeça.
- Mas e a festa? – Julie perguntou.
- Mamãe e papai vão festejar agora, meu amor! – Senhora Bolton falou, cumprimentando sua nora.
- Fica bem, ok?! Qualquer coisa nos ligue. – null agradeceu com a cabeça.
- Pode deixar. – null sorriu fracamente, abraçando-os um por um, tentando ao menos segurar as lágrimas para os mesmos.
- Nós te amamos. – Seu pai falou, sendo o último a passar pela porta, segurando a espevitada Julie em seu colo.
- Boa noite, mamãe! – A menina falou acenando, mandando beijos para a menina.
- Tchau, meu amor. Amo vocês! – null respondeu em seu falso humor e se jogou no chão quando a porta se fechou.
- Não, não! Se levanta! – null correu em sua direção, segurando-a pela mão. – Não.
- Eu preciso... – null tentou falar, mas null e puxou para cima, fazendo-a se levantar.
- Esquece isso agora. – null falou. – Não sofra antes do tempo.
- Mas ela já está sofrendo... – null sussurrou para null e null a fuzilou com o olhar.
- Vem, vamos te ajudar a arrumar as coisas. – null falou e todas tiraram os saltos altos e começaram a dar destino as coisas da festa, principalmente às comidas que estavam servidas há umas duas horas. null, que era chef de cozinha, esperava que nada daquilo tivesse estragado, mas confiava no tempo mais gelado para isso.
Com a ajuda das três, elas se organizaram em menos de uma hora, inclusive fechando as mesas locadas e os arranjos pendurados. Pegaram o bolo e compartilharam entre as quatro, já que não tinham chegado nem a tocar nele.
Com um timing perfeito, quando null e null davam fim nas bexigas da decoração, a porta se abriu, revelando um Thomas muito mais sorridente do que o esperado, que fechou a cara no minuto em que viu as quatro encarando-o.
- Oi... – Ele franziu a testa com as quatro bem vestidas e diversas coisas fora do lugar.
- Olha quem decidiu aparecer! – null começou a se aproximar.
- Eu cuido disso! – null puxou a mesma para trás, impedindo que ela desse um soco na cara de seu marido.
- O que está acontecendo aqui? – Ele perguntou realmente sem saber o que estava acontecendo.
- Eu fiz uma festa em comemoração aos nossos 10 anos de casamento. – null falou com a voz derrotada. – Convidei nossos amigos, nossos familiares... – Ela o encarou. – E você não apareceu. – Ela deu uma risada irônica.
- Mas como eu poderia saber? Eu estava trabalhando.
- Rá! – null gritou alto e debochado. – Até parece. – Ela riu e null ergueu a mão.
- Eu sei aonde você estava e com quem. – null falou. – Não tente mentir para mim. Não é como se fosse a primeira vez.
- Outch, doeu! – null falou seguindo de uma risada.
- Ele esquece que eu sou detetive! – null virou para null que somente deu de ombros.
- Eu posso explicar. – Ele falou, finalmente se tocando que null realmente sabia aonde ele estava.
- Claro! Eu quero realmente que você explique, mas vai ser a última vez que eu vou te ouvir, mas já vou te adiantar que eu não vou te perdoar e que nosso casamento, ou o que é que você chama isso, vai acabar hoje, no nosso aniversário de 10 anos. – null abriu um largo sorriso, batendo a mão contra a de null.
- Mas, meu amor... – Ele se aproximou dela, tentando tocá-la e ela se afastou.
- Meninas, vocês podem me dar licença? – null olhou para as três e elas confirmaram com a cabeça, percebendo que agora começaria algo mais íntimo.
- Claro, amiga! – null foi a primeira a falar, pegando os potes que tinha colocado comidas e bolo.
- Te amamos, ok?! – null seguiu logo atrás e null veio em seguida, dando um beijo na amiga.
- Te espero em casa lá pelas nove, pode ser? – Ela abraçou null, vendo-a assentir com a cabeça.
- Pode ser. – null respondeu, respirando fundo quando viu a porta finalmente se fechar e percebeu que estava sozinha com seu antigo príncipe encantado.
- null, eu posso explicar. – Ela ergueu a mão.
- Não, Thomas, dessa vez não. Eu já conheço seus discursos de cor, sei todas as desculpas que você vai dar, mas chega. Dessa vez não. – Ela respirou fundo. – Eu vou ficar com null um pouco, depois eu vou querer o divórcio, ok?! E Julie vai comigo. – Ela falou firme.
- Não, você não pode.
- Posso. – Ela deu um meio sorriso. – E eu vou. – Ela se afastou dele e seguiu em direção ao quarto do casal.
- Oh! – null a abraçou quando abriu a porta da casa de null.
- Como você está se sentindo, amiga? – null se levantou, percebendo seu rosto avermelhado, ela havia chorado.
- Não sei, parece que eu não sinto nada. – Ela suspirou. – Dói, mas é um alívio.
- O que você fez? – null perguntou.
- Pedi um divórcio. – null conteve a comemoração, mas um sorriso dançava pelo rosto das outras três.
- Finalmente. – A líder do grupo não aguentou a língua.
- Dá um tempo para ela. – null puxou o pufe da sala de null para perto de ambas. – Respira, meu amor, venha, sente-se. – null deixou a bolsa em algum lugar e se jogou no pufe.
- Oi, Shep. – null acariciou o cão de sua amiga.
- Eu só estou feliz, ele não parava de te enganar. – Ela ergueu as mãos, fazendo as outras rirem, até null.
- Eu sei, vocês me disseram, mas eu achei que ele fosse mudar. – Ela negou com a cabeça.
- Pessoas assim não mudam nunca, amor. – Ela suspirou.
- Decidi ouvir vocês. – Ela segurou as mãos de null e null que estavam mais próximas.
- Ele nunca vai te amar mais do que a gente. – null falou rindo.
- Ele nunca vai encontrar alguém como você. – null disse, fazendo todas concordarem.
- Eu sei. – Ela sorriu, fazendo as amigas gritarem animadas. – Mas se vamos falar dele, eu preciso de álcool no sangue.
- Vou pegar o vinho e lencinhos. – null se levantou prontamente, fazendo-as colocaram os pés para cima.
- Eu só aceito falar dele se for para falar como ele não era o cara certo para você, nunca foi. – null começou, fazendo-as rir.
- Eu sei, vocês me avisaram.
- Nós nunca vamos dizer que te avisamos, amiga. Estamos contigo para todas as horas. – null falou e null voltou com o vinho e algumas taças.
- Toma, abre! – Ela estendeu para null que começou a puxar a rolha com a mão.
- Mesmo assim, vocês tinham razão, sempre tiveram. – null falou, suspirando.
- Isso é passado agora, meu amor. Vamos focar no futuro! – null falou.
- Posso só falar como o melhor amigo dele é mais gato? – null franziu os lábios, fazendo-os rir.
- Ah, o Dony! – As quatro suspiraram.
- Eu escolhi o amigo errado. – null falou sarcasticamente, fazendo-as rir.
- E o Thomas era péssimo nas piadas. – null continuou.
- Ah, horríveis, totalmente preconceituosas. – null revirou os olhos.
- Nós estamos falando dele aqui, mas ele já deve estar com outra garota de novo. – null suspirou, esticando sua taça para null encher de vinho.
- Pelo menos você está aqui com a gente e não com alguém que trai e mente. – null suspirou. – Não é fácil no começo, amiga, mas uma hora melhora. – Ela falava por experiência de outro casamento falido.
- Você tem o Andrew agora, é tudo melhor. – null falou.
- E você pode encontrar outro para você também...
- Se você quiser. – null falou rapidamente.
- Ou ficar igual a null que namorou um cara desde o ensino médio por 15 anos, quando ele pediu em casamento ela negou e vive de peguetes até hoje. – null falou e null deu de ombros.
- Para quê ter só um se você pode ter vários? – Ela piscou.
- Ela não está errada, gente! – null a defendeu, fazendo todas rirem.
- Bom, chega de falar de mim, vamos falar sobre o que vamos fazer, agora que temos outra solteirinha no grupo. – null falou.
- Acho que precisamos viajar, só nós quatro. – null sugeriu, fazendo-a comemorarem.
- Sim! Por favor! – null gritou, fazendo o cão se assustar.
- Para onde? – null perguntou animada.
- Para onde vocês quiserem, só quero sumir um pouco. – null suspirou.
- Eu tenho uma reunião de negócios em Abu Dhabi no próximo mês, posso arranjar espaço para três bagagens extra!
- Já no próximo mês? Eu preciso ver meu dinheiro. – null falou rapidamente.
- Ah, não se preocupa com isso! – null falou abanando a mão para amiga.
- Tá, mas a gente precisa ver o que fazer, você vai a trabalho. – null falou.
- Relaxa, a gente dá um jeito. Eu comando minha própria empresa! – Ela falou rindo. – Se eu quiser eu fico um mês nos Emirados Árabes e ninguém se mete.
- Ok, mas o que vamos fazer lá? – null perguntou.
- Eu quero ir naquele prédio enorme... – null falou.
- Isso é em Dubai! – null falou rapidamente.
- Podemos ir também! – Ela falou e as amigas gritaram animadas, fazendo-as gargalhar e começar a fazer planos para essa e muitas outras viagens que fariam juntas.
FIM.
Nota da autora: Feliz aniversário, FFOBS! <3 Essa história surgiu rapidamente quando eu estava ouvindo Told You So no carro! Eu já tenho pensado em algo com ela desde os 9 anos do FFOBS, mas finalmente ela saiu!
Espero que vocês tenham gostado! Ficou muito simplesinha, mas o foco era um grupo de amigas se ajudando, mesmo após os 40 anos. A amizade é algo incrível e merece ser valorizado para sempre!
Não se esqueçam de começar e, caso queiram saber mais sobre minhas fanfics, só ficar de novo nos links abaixo!
Beijos, beijos!
Nota da beta: Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.
Espero que vocês tenham gostado! Ficou muito simplesinha, mas o foco era um grupo de amigas se ajudando, mesmo após os 40 anos. A amizade é algo incrível e merece ser valorizado para sempre!
Não se esqueçam de começar e, caso queiram saber mais sobre minhas fanfics, só ficar de novo nos links abaixo!
Beijos, beijos!



