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Capítulo 01 - O começo

San Francisco, 10 de Fevereiro de 1994, 04:45 p.m.

- Vamos, querida! Você consegue!
- Ahhh! Ahh! Arghhh! - Gritava a mulher.
A tensão que estava no local foi quebrada por um choro alto de criança.
- O garoto nasceu! - Disse o médico.
- Cadê ele? Cadê minha pequena? - Perguntou a mulher.
- Calma! Vou pegar a princesa agora!
E mais um choro eclodiu no local.
- , Melanie... Meus amores!

05 de Agosto de 2012, Nova Iorque, Estados Unidos.

- Vou sentir saudades de você, !
- Eu também, Soph! Prometo que venho visitar vocês e todos os outros pequeninos! E ano que vem, venho lhe buscar!
- , vamos.
- Tchau, meus amores! - Disse .
- Está levando a correntinha e a pulseira, ?
- Tô sim, Soph!
caminhou a passos lentos até a portaria. Olhou uma última vez e saiu.
, o simplesmente , tinha 18 anos e era órfã. Ela não sabia ao certo por que foi parar em um orfanato.
Era uma garota com o rosto angelical, uma pessoa humilde e simpática.
Ela fez uma prova para estudar, com bolsa 100%, na melhor escola técnica de Nova Iorque. Ela passou. Na verdade, ela passou em primeiro lugar geral, acertando 46 de 50 questões.
- Tchau, . - Disse Loreen, a coordenadora do orfanato.
- Tchau, tia Lô.
Olhou para o céu cinzento de uma manhã de domingo e saiu, rumo a London'sTechnical.

***


- ! Garoto, amanhã voltam as aulas na escola e você já arrumou seus pertences?
- Que saco, mãe! Vou já arrumar!
- VEM LOGO, ! NÃO ME FAÇA IR AÍ E TE LEVAR PELOS CABELOS!
- Qual é, mãe? Eu já tenho 18 anos!
- Enquanto você morar na minha casa, comer as minhas custas, você faz o que eu mando e... VENHA LOGO!
se levantou do sofá e foi até seu quarto, arrumou as malas (lê-se: jogou tudo nas malas e fechou o zíper), voltou para sala e se deitou.
- !
- Mãe, eu já arrumei as malas!
- ISSO É ARRUMAR, ? VOCÊ MESMO VIVE DIZENDO QUE TEM 18 ANOS, MAS AGE COMO SE TIVESSE 14 ANOS! VENHA ARRUMAR DIREITO!
- Venha arrumar direito! - a imitou. Ele levantou-se e foi arrumar as malas. Dessa vez, arrumou-as corretamente.

05 de Agosto de 2012, 04:30 p.m., New York'sTechnical

No que eu poderia ajudar? - A mulher perguntou.
- Boa tarde. Bom, eu sou aluna nova aqui. Ganhei bolsa integral.
- Sério? Diga-me seu nome, por favor.
- Marie - Disse .
- Ah! Você é a garota que passou em 1° lugar! Deixe-me ver em qual apartamento você está... Bloco M, apart 516. Aqui a chave.
- Não sei onde fica.
- Pegue esse mapa aqui. Entregamos para alunos novos.
- Obrigada.
- Boa sorte!
saiu em direção ao que o mapa mostrava. Caminhou por corredores, até encontrar onde ficaria. Pegou a chave, colocou na fechadura e girou. Ela entrou, no que parecia ser a sala.
- Oi. - levou um susto e virou-se. Uma garota de cabelos pretos lisos e mechas azuis falara com ela.
- Oi. Meu nome é . .
- Prazer. .
- Prazer.
- Seu quarto é o último do corredor.
- Obrigada.
- Disponha. - A garota saiu.
caminhou até seu quarto e começou a desfazer as malas.

"Thriiiiiiiiiii... Thriiiiiiii... Thriiiiiiiiiii..."

esfregou os olhos e percebeu que não estava mais no orfanato. Colocou os pés descalços no chão frio e levou um leve choque. Tomou um banho rápido e vestiu-se.
Pegou sua bolsa e foi para a cozinha. estava comendo.
- Bom dia.
- Bom dia. Tem brownie, torrada, suco, leite, café...
- Obrigada. - se sentou e começou a tomar seu café.
- Qual seu curso?
- Turismo e lazer e o seu?
- Fotografia.
- Nossa! Muito legal.
- Sua aula vai ser em que bloco?
- Bloco C, sala 12.
- A minha aula de edição de imagens será no bloco C, sala 03. - Ótimo! Será que você pode mostrar minha sala?
- Er... Você tem certeza?
- Sim, por quê?
- É que eu não sou muito popular aqui, sabe.
- Não importa.
- Você que sabe... Vai ter aula de quê?
- Vou ter aula de inglês.
- Quem é a sua professora?
- É professor.
- James Benson?
- Sim. Como você sabe?
- Ele já foi meu professor. Ele é o melhor professor de inglês e também o melhor da escola.
- Que ótimo!
- Vamos?

- !
- Fala,Chris! E aí, galera!
- Ihhh! Lá vem a Candy! - Disse David.
- Que de "candy" não tem nada. Não entendo esse apelido! - Disse Chris.
- Oi, meninos... Oi, !
- Oi, Candy.
- Vai ter aula de quê?
- Inglês.
- Eu também, vamos!
- Calma, aí. Vão ter aula de inglês também, caras? - Todos assentiram - Vamos!

- Há quanto tempo você está aqui?
- Faz três semestres.
- Hum... O pessoal aqui gostam muito de carros, hum? - disse olhando para a fileira de carros.
- É... Vamos nos apressar, as aulas já vão começar.
- Vamos sim.
As duas continuaram andando e deixou na sala dela.
- Tchau, .
- Pode me chamar de .
- E pode me chamar de .
- Tchau, .
virou-se para a porta, abriu e entrou. A sala estava quase cheia e o professor estava sentado.
- Vim cedo para lhe receber. - Disse o professor.
- Obrigada.
- Sou James Bensom, professor de inglês.
- Olá, James. Sou .
- Vem, vou te apresentar a turma.
"Oh mygod!" , pensou .
- Atenção! Pessoal. Essa aqui é a , nova aluna na escola. Digam oi para ela.
- Oi, - O pessoal disse.
- Oi - Ela disse um pouco tímida.
- Sente-se, querida. A aula vai começar.
sentou-se e a porta da sala se abriu.
- James! - Disse um garoto de cabelos cacheados.
- , como sempre atrasado!
- Desculpa aí, David!
- Entrem!
Os seis que chegaram atrasados sentaram-se ao fundo.
- Vamos começar!

- Onde você morava antes de vir para cá?
- Em um orfanato.
- Oh, !
- Sem problemas.
- Mas como...?
- Como eu parei lá?
- Sim.
- Bom, minha mãe me deixou lá quando eu era recém-nascida ainda. A única coisa que eu tenho dela é uma foto que ela deixou.
- E como ela era? Por que ela te abandonou?
- Ela tinha os cabelos ruivos e lisos, Os olhos castanhos-mel. Eu não sei o porquê de ela ter me abandonado.
- Nossa! Você não parece com ela, então.
- Não. Talvez, eu pareça com meu pai.
- Você o conhece?
- Não.
- Ora, ora, se não é a , a fracassada da escola! Vejo que você arrumou uma nova amiga! - Era a garota que entrou atrasada na aula de inglês.
- O que você quer,Candance?
- Nada. Só fazer isso - E Candance jogou o copo de refrigerante em .
- TÁ MALUCA, GAROTA!? OLHA O QUE VOCÊ FEZ! - Gritou .
- Você que deve estar maluca por gritar comigo! Quem é você na minha frente?
- Não, quem é você pra tratar os outros como quer?
- Quem eu sou? Sou Candance Morgan, a garota mais desejada da escola?
- Vem, . Não vale a pena! - virou-se em direção onde ia, quando esbarrou em alguém. O impacto foi tão grande que tanto seus livros como seus óculos caíram.
- Me desculpe. - disse.
- Não tem problema. Seus óculos - Era . Ele colocou os óculos nela e a ajudou com os livros.
- Obrigada.
- Disponha.
- Vamos, !
- Tchau. Vamos, !





Capítulo 02 - O Trabalho de Biologia

- , vai querer o quê?
- Me passa esse brownie aí. Tô desejando.
- Minha filha, tá grávida, é?
- Deus me livre! Vira essa boca pra lá!
- Obrigada por ontem, .
- Agora você é minha amiga e eu lhe defenderei sempre que for preciso.
A verdade era que sempre foi amorosa com todos e queria sempre seu bem. Quando ela disse isso, ela não estava blefando. Ela iria defender sempre. Agora ela era sua única amiga.
- Eu que agradeço.
- Você é a única amiga verdadeira que eu tenho. Obrigada por existir, .

- Bom dia, alunos.
- Bom dia? Sério mesmo, Charlie? - Um menino zoou.
- Sentem-se. Pelo que eu vejo, a turma desse semestre é bem diversificada. - Ele pegou a lista de presença. - Dança, Música, Turismo e Lazer, Fotografia... Vocês só irão fazer um semestre de biologia. Gostei da turma. Ah, já ia me esquecendo. Semana que vem terá aula de campo. Na verdade, será um final de semana ao ar livre.
E começou o falatório.
- Hey, hey! Eu ainda não terminei de falar. Esse trabalhinho vale 50% da nota da 1° prova. Será em quarteto, dois meninos e duas meninas e eu escolherei.
O professor começou a falar as duplas até que...
- Gente, sentem-se! Deixem-me terminar logo isso. Meninas: e ; meninos: e David Brown.
- Ah, não... - murmurou.
- Quem são esses? - perguntou baixo.
- 5... 4... 3... 2...
- O QUÊ? NÃO, CHARLIE! O TEM QUE FICAR NO MEU GRUPO E NÃO NO DESSAS FRACASSADAS!
- Candance, abaixe o tom. Eu que mando aqui e todos viram que foi sorteado.
- Oh, meu Deus!
- Éi, . Essa garota é louca!
- Lá, acontecerão provas e, para a alegria de vocês, terão prêmios. Vou passar uma lista do que deve levar e o que não é pra levar.
- Quem em sã consciência irá levar salto e maquiagem? - perguntou.
- Espera, Charlie! Como eu vou andar naqueles matos? Descalça? Eu não posso viver sem maquiagem! - Candance surtava.
- Ande de chinelo e não precisa de maquiagem.
- Vocês, homens, não. Nós, mulheres, sim.
- Leve só o básico de maquiagem e nada de saltos. Nada! Reúnam-se e escolham um líder. Sexta, quando sairmos, quero tudo em ordem.
- Sexta?
- Sim, sairemos 04:30 p.m. e, por favor, não cheguem atrasados.

***

- , ontem você não me respondeu.
- O quê, ?
- Quem são e David Brown?
- O é o quarterback do time e é muito popular, antes ele era super legal, mas quando conheceu o idiota do David virou esse trapo que você viu. Mas ele não é má pessoa. Agora, o David é idiota.
- E o que eles fazem?
- Música.
- Hm. Legal.
- Cara, o professor não podia ter feito isso com a gente.
- Pelo visto, eles não são tão amigáveis.
- Eu também acho que não, nunca tive uma conversa realmente com eles.
- Então você não tem certeza?
- Não, mas é melhor se prevenir do que remediar.

***

- Quem são aquelas meninas que estão no nosso grupo? - perguntou.
- A eu conheço; ela fez dupla comigo em química semestre passado.
- Ah, eu me lembro. E a outra?
- Eu acho que ela é novata.
- Ah, por isso nunca a vi.
- Eu já tinha as visto. Na educação física eu te mostro.
- Todos acham a estranha, que tem cabelos pretos e os olhos castanhos. Candance vive humilhando ela.
- É mesmo! Agora me recordo dela.
- Pois é.
- Então, sei quem é a .
- Sabe? - David perguntou intrigado, com a testa franzida.
- Hoje, no intervalo, Candy não perdeu o momento e derrubou refrigerante em , e a a defendeu. Quando as duas estavam saindo do refeitório, se chocou comigo. - disse, lembrando-se dos olhos verdes profundos.
- Parece que você gostou.
- O quê?
- Você tinha que ver sua cara. Você estava em um tipo de transe.
- Os olhos dela são lindos.
- Ela usa óculos. Por isso, não percebi.
- Pois é, eu percebi.

***

- , eu trouxe o chocolate quente que você pediu.
- Obrigada, .
- Hoje tenho educação física, que chato!
- Eu também tenho.
- Que saco! Tá muito frio. Era para existir uma lei proibindo esse tipo de tortura. A gente pode até pegar pneumonia, sabia? - riu da cara que fazia.
- Eu vou usar uma legging até os pés.
- Eu também.
- Vou me vestir.
Depois de uns minutos, estava vestida com uma legging preta e uma blusa cinza de mangas.
- , vamos?

***

- Eu não entendo o porquê de nós que jogamos basquete termos que fazer educação física!
- Também acho.
- E nesse frio do caramba!
- Quais as turmas que fazem conosco?
- A nossa turma, alguns de fotografia e alguns novatos de turismo e lazer.
- Sem Candance?
- Sem Candance.
- Deus ouviu minhas preces! - David riu de .
- Por que você não termina logo com ela?
- Porque ela tem, digamos, o que todo cara quer e ainda mais com alguém tão fácil.
- Quero só ver quando você se apaixonar, você vai cair com os quatro pneus arreados!
- Isso nunca vai acontecer!
- Nunca diga nunca. Você pode pagar pela sua língua.
- Bom dia, alunos.
- Bom dia. - Os alunos responderam sem ânimo.
- Eu sei o quão chato é fazer educação física nesse frio, por isso, em vez de jogarmos algum esporte, iremos nos conhecer. Vamos nos sentar nos tapetes e eu começarei falando sobre mim e, em seguida, vocês.
Todos se sentaram e o professor começou.

- Pode falar. É sua vez.
- Meu nome é , tenho 18 anos, faço Turismo e Lazer, e sou natural daqui mesmo, eu acho.
- Como assim, você acha?
- Eu sou órfã. Minha mãe me deixou em um orfanato quando eu era recém-nascida.
- Sinto muito, querida.
- Sem problemas.
- Continuando... , sua vez.
- Bom, meu nome é , tenho 18 anos, sou natural de Holmes Chapel, faço Música e estou solteiro.
- Ok, , não precisava falar da sua vida amorosa. Todos riram.
- Acabamos então. A aula foi ótima, nos vemos semana que vem.
Os alunos começaram a sair da quadra de esportes.
- , você tem aula pelo turno da tarde?
- Não.
- Eu tenho aula de sociologia hoje.
- Acho que vou estudar.
- Tá certo. Vamos para casa. Ainda tenho que tomar banho e ir comprar nosso almoço, já que você não gosta de azeitona e maionese. Também não suporto maionese. E hoje tem os dois. Que maravilha!
- Vamos!

***

não sabia ao certo o que iria fazer.
A única coisa que ele sabia era que tinha que terminar seu namoro com Candance. Se é que poderia chamar o que ele tinha com ela de namoro.
Ele achava que o problema era com ele, claro.
Candance era bonita, popular, tinha um belo corpo...
"Mas não tem coração", disse uma voz dentro dele. Era o certo a fazer.
estava decidido; foi até o quarto de Candance. Respirou fundo. Ele, mais do que qualquer pessoa, sabia que ela iria surtar. Ela achava que ele era um troféu, algum tipo de prêmio.
Bateu na porta, ninguém respondeu. Girou a maçaneta; a porta estava aberta. Candance sempre dormia à tarde, depois do almoço. Ele abriu a porta.

***

- ?
- Oi?
- Você acha que iremos conseguir fazer o trabalho de biologia?
- E por que não? - sentou-se em uma poltrona.
- Ah, sei lá. O e o David não têm cara de quem estuda, convenhamos.
- Você tem razão.
- Agora tenho que ir. Realmente.
- Tchau, então. Boa aula.
- Obrigada.

***

não acreditava no que seus olhos viam. Candance deitada na cama, dormindo com Josh. O que tem demais nisso? Eles estavam pelados, cobertos por um lençol fino.
Josh era do time de basebol da escola, eles não eram amigos. Tudo bem, ele não a amava, mas passar por essa humilhação? Jamais!
- Ora, ora! Candance, meu amor. - praticamente gritou; sua voz era carregada de ironia.
- ? Querido, eu posso explicar!
- Explicar o quê? Como você foi transar com outro cara, passo-a-passo? Não, isso seria nojento demais, até pra você! - saiu de lá e começou a caminhar em direção ao pátio central.
Ele não deixaria isso assim. Ela iria pagar e sairia caro.
passou os olhos pela multidão e achou seu alvo.
- Olá, gata.
- Oi, .
- Faz um tempo que eu te observo e eu estava louco pra te beijar. - Mentira. Pura mentira. Ele mal a vira, no máximo duas ou três vezes.
- Tá esperando o quê? Manda ver! - puxou a garota pela cintura e a beijou. Ali, na frente de todos. Na frente de Candance.
- ! SEU IDIOTA, O QUE PENSA QUE TÁ FAZENDO?
- Dando o troco, amorzinho.
- Eu te odeio, ! Te odeio! - Candance disse e saiu batendo o pé.
- , vai aonde? - Perguntou a garota que beijara minutos antes.
- Ah, não enche! - Dizendo isto, saiu.

***

- Que tédio! - disse.
não tinha nada pra fazer. Já tinha feito algumas atividades para casa e agora estava sem ter o que fazer.
Resolveu, então, sair caminhando pela escola. Começou a andar pelos blocos e, sem saber, chegara ao bloco de música, mais precisamente, em uma sala de música.
As cores bege e marrom que cobriam o local deixavam-no mais bonito e confortável.
Lembrou-se das aulas de piano e violão que teve, um dos projetos do orfanato organizado por uma ONG.
Lembrou-se de uma música que amava tocar e cantar. Yesterday - The Beatles. Percebeu que não havia ninguém e olhou o calendário de aulas. Não havia nenhuma nesse horário. Então começou a tocar, levemente e suavemente.
- Yesterday, all my troubles seemed so far away... Now it looks as though they're here to stay, oh, I believe in yesterday... - percebeu a presença de alguém ali e parou de tocar e cantar bruscamente.

não sabia para onde iria. Estava nervoso e só havia um lugar que o deixava calmo. E foi em direção a esse local. Ao chegar onde queria, escutou o piano de uma das salas começar a tocar e uma voz, muito linda, começou a cantar Yesterday. Parou à porta, encostando-se e viu .
Ela olhou para a pessoa. Era .
- Ah, me desculpe! Eu pensei que não haveria aula nesse horário.
- Continue. Você canta muito bem. - Disse , simplesmente.
- Eu tenho que ir. - disse, mas segurou seu braço, suavemente. - Não precisa sair, eu que estou atrapalhando. Desculpe.
Dizendo isto, saiu.





Capítulo 03 - A aula de campo

- Que cheiro é esse, ? - disse, entrando no mini apartamento.
- Torta de frango. Coloquei no forno agorinha mesmo.
- Parece bom. Não sabia que você cozinhava.
- Aprendi com a tia Dorothy, do orfanato. Ela é uma ótima cozinheira.
- Tá com um cheiro bom!
- Você vai amar quando provar.
- Vou tomar um banho.

***


- Cadê ela?
- Er... Não tá mais aqui.
- Que história é essa?
- Ela fez 18 anos, não podia prendê-la aqui.
- Droga! Por que não me avisou antes? Agora, tenho que dar um jeito.
A mulher saiu andando até seu carro, entrou e saiu. Pegou seu celular e discou os números tão conhecidos.
- Alô?
- O que quer?
- Ela saiu.
- Como assim?
- Vou te contar. - A mulher contava tudo - Vou te dizer meu plano. - E contou, tudo aos mínimos detalhes.
- Eu não vou fazer mais nada!
- Ah, vai não?
- Pra quê remexer nisso?
- Olha aqui sua...
E um baque forte estrondou. O carro da mulher bateu forte, chegando a capotar várias vezes. - Lucy? Lucy?

***


- Cara, ainda não estou acreditando que você fez isso, sério! Até eu já estava de saco cheio da Candance. Me conta. Como você a encontrou com o Josh? ? !
- O que foi? - Os pensamentos de estavam longe.
- Tá no mundo da lua, é? Quem foi à gata que fez isso contigo? A que tu pegou hoje no pátio? - David ironizou. dificilmente pensava em alguma garota.
- , da turma de turismo e lazer.
- O quê? A nerd?
- É, cara. Hoje, depois da briga com a Candance, eu saí andando pela escola e fui para o bloco de música. estava lá, tocando piano e cantando Yesterday. A voz dela é linda.
- Ela é estranha.
- Você fala isso por que ela usa óculos. Vejamos, você também é estranho e ninguém fica comentando. Ela é linda com ou sem óculos.
- Meu, você tá apaixonado?

***


- ! Vamos! Se chegarmos atrasados, o Charlie nos mata!
- Tô terminando de arrumar minha mochila! Se acalme!
Minutos depois, apareceu com a mochila em um dos ombros.
- Vem! Me ajuda! Vou guardar essas comidas na minha mochila!
- O professor mandou levar comida?
- Não, mas do jeito que ele é, é capaz de ele matar um sapo e fritar para nos comermos!
- Eca!

Trinta minutos depois...

- Já estão todos aqui?
- Sim!
- PROFESSOR, ME ESPERA! - Candance apareceu com uma mala grande e rosa.
- Candance, pra que essa mala?
- Ela acha que está indo para uma colônia de férias! - Gritou um menino que estava dentro do ônibus.
- Pode acontecer muita coisa, Charlie.
- Por exemplo...
- Pode esquentar, pode esfriar, pode ocorrer uma tempestade de neve... - O professor a interrompeu.
- Neve? Em Agosto?
- Sei lá, professor. Tudo pode acontecer.
- Entre! Agora, todos se sentem. A viagem até o bosque leva quase três horas.
- , - Ambas se viraram. - Eu sou o e... - Elas sabem, cara. – David o interrompeu. e se entreolharam.
- É, cara, mas eu sou educado, né? - Vocês, por favor, poderiam parar de boiolagem e dizer o que querem? - perguntou.
- Calma, nervosinha! – David retrucou.
- Nervosinha é o escambau! - elevou a voz.
- Calma, . Deixe-os falarem.
- Tudo bem, falem logo de uma vez.
- O David sabe andar pelo bosque que nós estamos a caminho e disse que tem um lugar que é ótimo. Fica perto do rio, mas precisamente, perto da cachoeira.
- Eu acho que não... - começou a falar, mas a interrompeu.
- Claro. Será ótimo.
- Mas, ...
- Deixa de ser cabeça dura, . Assim, fica mais fácil de tomarmos banho.
- Exatamente! - disse e os olhos dele e de se encontraram.
- e David, sentem-se!

- Bom, chegamos. Como combinado, vocês irão se espalhar e escolher um lugar para armar as barracas. Obviamente, os meninos cuidaram da parte pesada: armar as barracas, pegar lenha... E as meninas, cuidaram das refeições. E nem venham dizer "Professor, eu não sei cozinhar!". Aprendem.
- Mas, professor...
- Nada de "mas". Preparei essa aula de campo para vocês amadurecerem. Agora, vão. , , e David começaram a caminhada até onde armariam as barracas.
- Alguma das duas sabe cozinhar? - David perguntou.
- A . Mas, como eu não sou burra e nem retardada, eu trouxe comida enlatada e besteiras, fica mais prático.
- Boa, ! - As duas fizeram high five.
- O que nossa mestre cuca, , irá fazer hoje?
- Os meninos irão buscar madeiras. - disse e os meninos saíram.
- ? Eu trouxe aqueles fogões de duas bocas. - sussurrou.
- Você é louca? Se o professor aparece aqui...
- Ele não irá aparecer.
- Mas, os meninos...
- Eu sei, eu sei. Eu queria zoar um pouquinho com eles! - Isso não se faz, ! Os coitados estão lá, procurando. , DAVID! VENHAM AQUI! - gritou na direção que eles saíram. que estava mais perto escutou.
- O QUE FOI?
- NÃO PRECISA PEGAR MAIS A LENHA!
- POR QUÊ?
- CHAMA O DAVID, DEPOIS EU DIGO!

Minutos depois, os dois apareceram.
- A bonita da não disse que tinha trago um fogão de duas bocas movido à pilha e fez vocês irem pegar lenha.
- Eu não acredito! - Disse David.
- Eu tinha esquecido - disse.
- Meninos, armem as barracas. e eu cuidaremos do jantar.
- Você vai fazer o quê? - Perguntou .
- Faz empadão, !
- , esse fogãozinho não tem forno. Ainda bem que não nos esquecemos do frango cozido que eu preparei. Farei Risoto de frango.
- Ui, mal posso esperar! - Disse .

- Isso tá muito bom, ! - Disse .
- Pode me chamar de e a ...
- De mesmo. Não tenho intimidades e nem sou amiga deles para me chamarem de . - disse e David riu.
- E quem disse que queremos ser seus amigos? - David perguntou com a sobrancelha arqueada.
- Não me importo. - Ainda...
- Vocês só sabem brigar? - perguntou com raiva.
- É, gente. Não precisamos nos tornar melhores amigos de infância, não. Faremos o que o professor tá planejando e ganharemos nossa nota e pronto. Deixem de ser infantis! - disse e levantou-se, caminhando até uma das barracas.
Eram duas barracas. As meninas em uma e os meninos em outra.
Mas, os pensamentos de ambos estavam a mil.





Capítulo 04 - Os jogos

- Alunos. Peço que escolham uma dupla, um menino e uma menina, para me encontrar na entrada do bosque. Haverá uma gincana. Espero todas as duplas aqui, 08h30min. Bom dia.
- Ele mal espera o dia amanhecer. - Resmungou , saindo da barraca. estava acordada.
- Acho que com esse volume que tá, ele acordou os meninos também.
- Tô pouco me importando com isso. Tá fazendo o quê? Parece bacon. Virou americana, dona ?
- Fiquei com vontade de comer ovos com bacon, mas não se preocupe. Também tem seu famoso brownie, suco, leite, torrada.
- Graças a minha pessoa, claro.
- Há uma pessoa nessa humildade? – Ironizou .
- Pelo visto, vocês não acordaram mal-humoradas como o Sr. Topetudo aqui.
- Não enche, .
- Vamos logo decidir quem vai, sim?
- Vamos colocar em votação - disse.
- Eu voto na . Acho que terão corridas, coisas do tipo, ela é melhor do que eu.
- Voto na . Por que ela votou em mim e no garoto, voto no David. Quero-o bem longe de mim.
- Voto no e na . - Disse David. - Voto na e no David - Disse .
- O quê? - Os dois gritaram juntos. , apenas, deu de ombros.
- Falta o seu voto em um de nós dois, . - Disse , olhando para ela com um olhar de "Eles merecem essa vingança!".
- Voto no David. - disse, por fim.
- Meu Deus, eu mereço! - Disse .

08h30min a.m. todos os alunos participantes já chegaram ao começo do bosque.
- , vem aqui. - Disse David.
- O que é, David?
- Eu queria que, só por hoje, nós deixássemos nossas diferenças e focarmos nessa gincana.
- Pela primeira vez, tenho que concordar.
- Então tá. Vamos tentar vencer.
- Não, David. Nós iremos vencer!

não sabia o que iria falar. Ela estava envergonhada por estar ali só com .
- Vou dar uma volta, tudo bem? - se pronunciou.
- Sim, pode, é claro. - saiu e resolveu ir tomar um banho de cachoeira. Vestiu um biquíni e foi andando até o pequeno rio. Tirou o vestido e entrou na água ainda gelada.

A primeira prova, que começou 09h00min a.m., foi sobre matemática.
As duplas disputavam entre si. David e chegaram até a final, mas só conseguiram o 2° lugar, ganhando 10 pontos.
A prova seguinte era de agilidade e David se deu muito bem, em 1° lugar, conseguindo 20 pontos.
- Valeu, David! - abraçou David, mas logo se afastou.

voltou ao acampamento e se assustou por não ver lá. Começou a procurá-la até chegar ao rio e viu, ao longe, a garota tomando banho; tirou sua roupa, ficando apenas de boxer e pulou perto de , que se assustou.
- Que susto!
- Foi mal! - Ele disse rindo e logo ambos caíram na gargalhada.
Parece clichê, mas os olhos dos dois se cruzaram e deu um pequeno sorriso e sorriu junto.
aproximou-se de e colocou uma de suas mãos na cintura da garota e a outra, no rosto, afagando-o; puxou-a para si, mas, antes de beija-la, olhou profundamente. nunca beijara ninguém na sua vida e não entendeu o porquê da corrente elétrica que passou pelo seu corpo, arrepiando-a.
- , não podemos. - Foi à primeira coisa que ela disse.
- Por que não? Você tá com alguém?
- Não, . Só é errado.
- Errado? Errado sou eu gostar de você e você de mim e não ficarmos juntos.
- Quem disse que eu gosto de você?
- Ninguém. Eu sei. Olhe pra você. Escute seu coração. Só estamos você e eu aqui, ou seu coração está batendo por mim ou por um fantasma.
- Tá, eu admito. Eu gosto de você. Satisfeito?
- Ainda não. Só depois disso - E ele a beijou novamente.

- Eles já deviam ter chegado. - Disse . - Calma, pequena. Eles já chegam. - Dizendo isto, a beijou.
- Nossa, David, você é retardado mes... Wow! Nós saímos por algumas horas e quando voltamos vocês estão se pegando! - disse, fazendo corar de vergonha.
- E aí, como foi?
- Não mude de assunto, senhor ... Como assim vocês estão ficando? - Disse David.
- Namorando. - Corrigiu .
- Namorando? - Os outros três perguntaram juntos.
- Sim, . Quer namorar comigo?
- Quero, !
- Hey, parem com essa melação! - Disse David.
- Vocês não querem saber quem ganhou, não? - Perguntou .
- Conta logo, !
- NÓS GANHAMOS! - Os dois gritaram juntos.
- Mentira! - disse.
- Por essa, eu não esperava! - Disse .
- Nós formamos uma bela dupla, não é David?
- É, sim, !
- Gente, tô assustada! - E todos riram.

***


Dois meses depois...

- , já chegamos? - Perguntou .
- Você fez essa pergunta, já exatamente, 17 minutos. Estamos chegando.
- Pra quê o mistério?
- Não é mistério.
- Então me conte onde está me levando.
- É surpresa.
- Argh!
- Deixa de ser curiosa!

- Chegamos!
- Posso tirar a venda?
- Espere mais alguns segundos. - abriu a porta para ela e tirou a venda.
- É lindo, . Que praia é essa?
- É um pouco mais distante de Londres. Sempre que posso, venho aqui. Alguns chamam de Praia do Amor, outra de Praia do Desejo, por realizar sonhos. Vem, vamos tomar banho!
- Eu não trouxe roupa, !
- Não precisa! - saiu correndo, tirando a blusa e a bermuda e correu para o mar. rindo, fez o mesmo. Os dois estavam se divertindo. abraçou e começou a beijá-la. apoiou as duas mãos nos ombros de e deu impulso; colocou as pernas ao redor da cintura do garoto e continuou os beijos. saiu com entrelaçada nele e a deitou na areia.
- Tem certeza, pequena? - A garota respondeu com um beijo apaixonante. - Não se preocupe. Serei carinhoso e se doer, pode pedir para parar.

- Eu te amo, .
- Também te amo, .
- Não consigo mais viver sem você, pequena. Você é tudo pra mim. Você é o melhor de mim.





Capítulo 05 - Final

- , isso não vai dar certo!
- , minha mãe é um doce de pessoa. Você vai adorá-la. Aquela sua palpitação passou?
- Passou, . Não se preocupe. Eu sei que sim, mas se ela não gostar de mim?
- E quem não gosta de você? Vamos.

Horas depois...

- Ainda bem que ele chegou. Quero logo acabar com essa tortura.
- Mãe, chegamos! - gritou.
- , não grita! - brigou. A mãe de chegou à sala. - Mãe, essa é a . Minha .
- Oi, Sra. . - Disse .
- Que é isso, querida. Chame-me de Anne. Agora, venham comer.
Os três comeram e conversaram até que tocaram a campainha.
- Olá, o que deseja?
- Falar com você e .
- Desculpe, eu lhe conheço?
- Não, mas conhece Lucy Morgan - Anne gelou - É do seu interesse.
- Entre. , venha aqui! - e se aproximaram - , você pode nos dar li...
- Não precisa. Ela pode ficar.
- Pode começar.
- Não sei se a senhora sabe, mas a Lucy morreu há três meses.
- Não sabia, mas o que você quer?
- Tudo. Seu bebê não morreu. Ela que planejou o sequestro e forjou a morte da menina.
- O QUÊ?
- Eu era enfermeira do hospital e estava precisando de dinheiro. Ela me pagou para roubar os dois bebês: e Melanie, mas só consegui pegar a menina.
- E cadê minha filha? Você sabe?
- Sim. Ela está mais próxima do que você pode imaginar.
- DIGA!
- Sua filha é a namorada de .
Silêncio.
- O QUÊ? - Os três disseram juntos.
- Não, não pode ser. - Gritou .
- Mas é. Eu a deixei em um orfanato no centro de Londres.
- Mas...!
- Quem lhe deu esse nome foi eu! Olhe a semelhança dos dois! tem os mesmos cabelos, olhos, a boca! Até os sinais que tem no abdômen ela tem abaixo dos seios.
- Sim, eu tenho! - Disse .
- NÃO! A É A MULHER QUE EU AMO! - Gritou .
- ELA É A SUA IRMÃ GÊMEA! - Gritou a mulher.
- MÃE, NÃO PODE SER! - Gritou .
- AI, AI! - Gritou com a mão em cima do seio esquerdo. Era a palpitação que ela sentia há alguns meses. Só que dessa vez, desmaiou.

- Doutor, o que tá acontecendo com minha filha?
- Ainda não sabemos.

Três horas depois...

- Já sabemos o que é. Ela tem câncer e sopro no coração. Ela necessita de um coração logo. Já providenciei que a coloquem na lista de transplantes.
- NÃO, MINHA ! - Gritou , chorando. Anne o abraçou.
- Tenho que ligar pra .
- Quem é ?
- Melhor amiga da .
- Alô? ?
- Oi, .
- , o que aconteceu?
- A ... - deixou a frase morrer.
- O que tem ela?
- Ela tá no hospital.
- Me dá o endereço!

- , cadê a ?
- A ... Tem câncer e sopro no coração. Ela precisa de um transplante!
- Não, meu Deus!
- , e eu não podemos ficar juntos.
- O quê? Você vai abandoná-la?
- Não. A não pode ser minha.
- Por quê?
- Porque ela é minha irmã gêmea. - contou a história e sorriu triste.
- Sério? Meu Deus! Sinto muito.
- , você pode ficar com minha mãe? Preciso ir tomar um banho e pegar umas roupas.
- Claro.

Horas depois...

- Cadê o ? - perguntou.
- Não sabemos.
- ? Tem um senhor querendo falar com você. - O homem entrou.
- lhe mandou entregar isso. - O homem saiu.

"Oi meu amor!
Meu coração dói por saber que eu não poderei mais te beijar, sentir seu cheiro e dizer que te amo. Ah, quer dizer, doía. Agora, ele pertence à você. Literalmente.
Eu sabia que se não fizesse isso, você morreria e eu não suportaria viver sem sentir seus cabelos macios, seus olhos belos e seu sorriso contagiante. Por isso, meu coração está com você.
Por favor, não chore. Eu não suportei a ideia de que você não seria mais minha e lhe entreguei meu coração. Você saberia usá-lo melhor.
Procurei um vendedor de armas, coisa fácil, e comprei uma arma. Fui para o centro, que é pertinho do hospital e atirei na minha cabeça. Não morri na hora. Um senhor que estava passando, seu Jeremy, me acudiu. Eu pedi a ele, antes de ir a óbito, que ele ordenasse que meu coração fosse seu e pedi para entregar essa carta.
Para sempre, seu ."

- ELE SE FOI! ESSE CORAÇÃO AQUI É DELE! - Gritou .

Três semanas depois...
Londres, 02:07 a.m.

- , amado, eu tentei. Juro. Tentei seguir em frente, mas meu coração, quer dizer, seu coração não aguenta a dor. Você disse que a dor passaria, mas só aumentou. Estou indo ao teu encontro, meu amado.
Só ouviu um baque contra as águas geladas de Londres.



Fim!


Nota da autora: (13.02.2017) Olá, meus amores! Está aqui o restante dos capítulos de O Melhor de Mim. Resolvi postar essa história minha, que é bem antiga, uma short bem clichê mesmo! Espero que tenham gostado e em breve estarei postando mais fanfics! Beijos! xx


Nota da Beta: Que reviravolta e tanto... Uauu!




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