Prólogo
“Em um campo de girassóis, se as palavras certas fossem recitadas de forma correta, três desejos lhe seriam ofertados, mas cuidado com o que deseja.”
Nada mudou ao longo dos séculos. Poucos foram os humanos que tiveram um desejo minimamente decente. A ganância deles aumentava conforme os anos passavam. Olhei ao meu redor, minha residência não mudava, estava presa à lâmpada. Uma benção e uma maldição. Eu tinha tudo o que precisava, havia estado em alguns lugares, eu vi homens lutarem pelo poder da lâmpada mágica quando quem concedia os desejos era eu. Mas no campo de girassóis eu encontrei paz, e foi lá que eu encontrei três homens diferentes, mas semelhantes, atormentados por dores e pelo próprio passado.
Nada mudou ao longo dos séculos. Poucos foram os humanos que tiveram um desejo minimamente decente. A ganância deles aumentava conforme os anos passavam. Olhei ao meu redor, minha residência não mudava, estava presa à lâmpada. Uma benção e uma maldição. Eu tinha tudo o que precisava, havia estado em alguns lugares, eu vi homens lutarem pelo poder da lâmpada mágica quando quem concedia os desejos era eu. Mas no campo de girassóis eu encontrei paz, e foi lá que eu encontrei três homens diferentes, mas semelhantes, atormentados por dores e pelo próprio passado.
Ato I:
O homem dos olhos profundos
Eu estava no meio de uma soneca, quando acordei no campo de girassóis. Estava vestindo meus pijamas, quando o homem à minha frente deixou um suspiro de descrença escapar de seus lábios. Uma alma atormentada. Foram as três palavras que inundaram minha mente quando eu o olhei pela primeira vez. Em seu olhar, estava nítido que ele não acreditava nas palavras que ele havia recitado, palavras que me convocariam. O desespero estava profundamente escondido em seus olhos azuis, que, primeiramente, se observado com descuido, mostrariam apenas frieza, um oceano congelado, mas, conforme sustentado o olhar, se notaria as nuances duras do desespero, da dor.
— , ao seu dispor. No que eu posso te servir, mestre? — Em um estalar de dedos, estava usando minhas roupas de gênia, djin no oriente médio, ou maga da lâmpada no ocidente.
— Alfred. — Ele deixou escapar apressadamente. Seu tormento não o permitiu formular uma frase, mas ele não precisou, nomes eram poderosos demais e assim que magos, gênios e feiticeiros os tinham em suas mãos, eles poderiam descobrir segredos que seus donos escondiam, ou fariam uso em benefício próprio, se transformando nos donos do nome, os machucando, havia inúmeras possibilidades.
— Qual o seu nome, mestre? — o questionei. Eu sabia o que ele desejava, seus três desejos converteriam em um devido à natureza e gravidade de seu pedido.
— Bruce — ele me respondeu, à contragosto. Seus olhos não pareciam ter confiança em mim, mas, ao que parecia, eu era sua última alternativa, seu último raio de esperança.
— Não se deve mexer com a vida ou a morte, meu mestre — o avisei calmamente, enquanto me levantava. — Seus três desejos deixaram de existir para realizar o que está me pedindo. Um único desejo lhe será concedido — o alertei, verificando se era aquilo que ele realmente desejava.
— Salve Alfred, eu não preciso de nada além disso — Bruce Wayne, o magnata de Gotham, me implorou. Seus joelhos caíram no chão enquanto me olhava diretamente.
— Você é um bom filho, ele estará bem em três dias. — Sorri suavemente, enquanto fazia carinho no topo de seus cabelos. — Você possui olhos profundos demais para um humano. Não deixe a escuridão te tragar, Bruce Wayne.
Com aquelas palavras, fui levada para dentro da lâmpada, mas, antes que isso acontecesse, eu pude ver o sorriso de agradecimento dele. Eu não esqueceria aqueles olhos, não esqueceria a história dele e não esqueceria a história de Alfred. Pai e filho que a vida uniu e não o sangue. O mordomo e o órfão. O justiceiro e o médico.
— , ao seu dispor. No que eu posso te servir, mestre? — Em um estalar de dedos, estava usando minhas roupas de gênia, djin no oriente médio, ou maga da lâmpada no ocidente.
— Alfred. — Ele deixou escapar apressadamente. Seu tormento não o permitiu formular uma frase, mas ele não precisou, nomes eram poderosos demais e assim que magos, gênios e feiticeiros os tinham em suas mãos, eles poderiam descobrir segredos que seus donos escondiam, ou fariam uso em benefício próprio, se transformando nos donos do nome, os machucando, havia inúmeras possibilidades.
— Qual o seu nome, mestre? — o questionei. Eu sabia o que ele desejava, seus três desejos converteriam em um devido à natureza e gravidade de seu pedido.
— Bruce — ele me respondeu, à contragosto. Seus olhos não pareciam ter confiança em mim, mas, ao que parecia, eu era sua última alternativa, seu último raio de esperança.
— Não se deve mexer com a vida ou a morte, meu mestre — o avisei calmamente, enquanto me levantava. — Seus três desejos deixaram de existir para realizar o que está me pedindo. Um único desejo lhe será concedido — o alertei, verificando se era aquilo que ele realmente desejava.
— Salve Alfred, eu não preciso de nada além disso — Bruce Wayne, o magnata de Gotham, me implorou. Seus joelhos caíram no chão enquanto me olhava diretamente.
— Você é um bom filho, ele estará bem em três dias. — Sorri suavemente, enquanto fazia carinho no topo de seus cabelos. — Você possui olhos profundos demais para um humano. Não deixe a escuridão te tragar, Bruce Wayne.
Com aquelas palavras, fui levada para dentro da lâmpada, mas, antes que isso acontecesse, eu pude ver o sorriso de agradecimento dele. Eu não esqueceria aqueles olhos, não esqueceria a história dele e não esqueceria a história de Alfred. Pai e filho que a vida uniu e não o sangue. O mordomo e o órfão. O justiceiro e o médico.
Ato II:
O homem que não sabia o que desejar
Acordei com o som de uma tempestade caindo, as gotas grossas da chuva me encharcaram em instantes. Os raios e trovões com seus relâmpagos iluminavam ocasionalmente o campo de girassóis. Na borda do campo, temendo se aproximar, estava a figura desoladora de um homem com um olhar vazio. Não havia surpresa, não havia qualquer sinal de incredulidade com o meu aparecimento. Me coloquei de pé enquanto andava até a figura daquele que havia me convocado.
— Eu sou , mestre. O que deseja? — Me curvei, sentindo meus cabelos pesados devido à chuva.
— Eu não sei — ele me respondeu, mantendo seu olhar sobre mim. Sua figura alta e robusta poderia ser intimidante para muitos, mas, para mim, não. Eu senti empatia, mesmo que ele não houvesse revelado seu nome ainda.
— Posso saber o seu nome? — o questionei em um tom baixo, submisso, como se falasse com um gato arisco.
— Por que uma gênia desejaria o nome de seu mestre? — ele me respondeu em um tom arisco. Acabei rindo. Ele era como um gato, desconfiado de tudo e todos.
— Para ter o conhecimento sobre a quem eu estarei servindo — o respondi, dando mais um passo e saindo do campo de girassóis. Isso causou uma reação nele. Ele achou que o campo de girassóis era meu lar, então pensou que eu estava presa a ele.
— Thomas — ele me respondeu, dando um passo para trás com a minha aproximação.
— Mentira — o respondi, enquanto o olhava com seriedade. — Seu nome não é esse.
— E como você pode saber? — ele me questionou, na defensiva, e cruzou seus braços em seu peito enquanto me encarava com firmeza.
— Nomes carregam histórias. Eu posso descobrir qualquer coisa se me contar seu nome — o respondi calmamente, enquanto estalava meus dedos. As gotas de água pararam no ar, e, então, o brilho do luar adentrou o local, o inundando com seu brilho prateado. As gotas de água cintilavam. — Eu não posso fazer mal à pessoa que me convocou, há um laço entre nós que só pode ser desfeito quando os três desejos forem realizados, então, mestre, me diga o seu nome e eu te ajudarei com o desejo.
— , nome diferente. — Ele tentou mudar de assunto, mas, com o meu silêncio, soltou um suspiro resignado antes de voltar a falar. — Me chamo Jason. — Assim que ele me disse o nome dele, fui invadida pela sua história. Se ele não houvesse me segurado, teria caído no campo de girassóis.
Aquela pobre alma. Ninguém poderia saciar os desejos daquele homem ferido, que ansiava por alguém que o amasse. Seu passado e presente estavam cheios de dor, amargura e ódio. Havia cicatrizes demais em sua alma. Lágrimas surgiram em meus olhos, surpreendendo o homem que me segurava.
— Você é tão jovem. — Minha voz saiu baixa, mas ele compreendeu ao que eu estava me referindo.
— Então é verdade? — Ele me ajudou a ficar em pé outra vez.
— Sim, eu posso descobrir qualquer coisa sobre a pessoa através do nome — o respondi, secando meus olhos enquanto deixava as gotas de água, que estavam suspensas, caírem outra vez, mas o ambiente permaneceu iluminado pelo luar. — O que você anseia, talvez ainda seja desconhecido para você, mas seu maior desejo eu não posso realizar. Você logo descobrirá. — E, com essas palavras, eu voltei para a lâmpada. Em meu quarto, eu desabei em lágrimas pela história dele.
Devido ao laço que nos unia, a cada vez que Jason recitava as palavras, eu era convocada. Aprendi mais sobre ele, enquanto ele desejava apenas que alguém o ouvisse.
Ele não usou seus desejos até que fosse inevitável. O primeiro foi uma casa para que ele tivesse um lugar para voltar, o segundo foi uma moto que tirou um sorriso sincero em seus lábios e o terceiro ele guardou, optou por não o pedir.
Ele voltou algumas vezes para conversar, mas eu via o que ele queria e aquilo eu não poderia lhe dar: Amor.
— Eu sou , mestre. O que deseja? — Me curvei, sentindo meus cabelos pesados devido à chuva.
— Eu não sei — ele me respondeu, mantendo seu olhar sobre mim. Sua figura alta e robusta poderia ser intimidante para muitos, mas, para mim, não. Eu senti empatia, mesmo que ele não houvesse revelado seu nome ainda.
— Posso saber o seu nome? — o questionei em um tom baixo, submisso, como se falasse com um gato arisco.
— Por que uma gênia desejaria o nome de seu mestre? — ele me respondeu em um tom arisco. Acabei rindo. Ele era como um gato, desconfiado de tudo e todos.
— Para ter o conhecimento sobre a quem eu estarei servindo — o respondi, dando mais um passo e saindo do campo de girassóis. Isso causou uma reação nele. Ele achou que o campo de girassóis era meu lar, então pensou que eu estava presa a ele.
— Thomas — ele me respondeu, dando um passo para trás com a minha aproximação.
— Mentira — o respondi, enquanto o olhava com seriedade. — Seu nome não é esse.
— E como você pode saber? — ele me questionou, na defensiva, e cruzou seus braços em seu peito enquanto me encarava com firmeza.
— Nomes carregam histórias. Eu posso descobrir qualquer coisa se me contar seu nome — o respondi calmamente, enquanto estalava meus dedos. As gotas de água pararam no ar, e, então, o brilho do luar adentrou o local, o inundando com seu brilho prateado. As gotas de água cintilavam. — Eu não posso fazer mal à pessoa que me convocou, há um laço entre nós que só pode ser desfeito quando os três desejos forem realizados, então, mestre, me diga o seu nome e eu te ajudarei com o desejo.
— , nome diferente. — Ele tentou mudar de assunto, mas, com o meu silêncio, soltou um suspiro resignado antes de voltar a falar. — Me chamo Jason. — Assim que ele me disse o nome dele, fui invadida pela sua história. Se ele não houvesse me segurado, teria caído no campo de girassóis.
Aquela pobre alma. Ninguém poderia saciar os desejos daquele homem ferido, que ansiava por alguém que o amasse. Seu passado e presente estavam cheios de dor, amargura e ódio. Havia cicatrizes demais em sua alma. Lágrimas surgiram em meus olhos, surpreendendo o homem que me segurava.
— Você é tão jovem. — Minha voz saiu baixa, mas ele compreendeu ao que eu estava me referindo.
— Então é verdade? — Ele me ajudou a ficar em pé outra vez.
— Sim, eu posso descobrir qualquer coisa sobre a pessoa através do nome — o respondi, secando meus olhos enquanto deixava as gotas de água, que estavam suspensas, caírem outra vez, mas o ambiente permaneceu iluminado pelo luar. — O que você anseia, talvez ainda seja desconhecido para você, mas seu maior desejo eu não posso realizar. Você logo descobrirá. — E, com essas palavras, eu voltei para a lâmpada. Em meu quarto, eu desabei em lágrimas pela história dele.
Devido ao laço que nos unia, a cada vez que Jason recitava as palavras, eu era convocada. Aprendi mais sobre ele, enquanto ele desejava apenas que alguém o ouvisse.
Ele não usou seus desejos até que fosse inevitável. O primeiro foi uma casa para que ele tivesse um lugar para voltar, o segundo foi uma moto que tirou um sorriso sincero em seus lábios e o terceiro ele guardou, optou por não o pedir.
Ele voltou algumas vezes para conversar, mas eu via o que ele queria e aquilo eu não poderia lhe dar: Amor.
Ato III:
O homem que carregava o mundo em seus ombros
Estava calmamente desfrutando de uma refeição, quando eu fui convocada. Estava prestes a brigar com Jason por interromper minha refeição, quando notei o brilho de duas safiras, aqueles olhos eram reveladores e o que eu vi me tirou o fôlego. Abaixei minha mão, que parecia segurar um garfo invisível, antes de me colocar de pé sobre o campo de girassóis.
— Me chamo . Estou ao seu dispor, mestre. — Me curvei, me sentindo envergonhada por alguma razão.
— Levante-se, me chame de Dick, eu não sou mestre de nada. — A risada ecoou em mim como o gorjear dos pássaros na primavera, mas a história dele não foi menos violenta do que o peso que ele parecia levar.
O homem à minha frente parecia carregar o mundo em seus ombros, e então eu notei a mancha vermelha em seu abdômen. Meus pés se moveram rapidamente enquanto atravessava o campo de girassóis, o peguei em meus braços antes que ele caísse no chão.
— Nunca pensei que veria um gênio antes de morrer. — Dick riu, enquanto levava a mão ao meu rosto. — Terei uma bela visão enquanto estiver morrendo. — Ele fez uma piada, tentando deixar o clima menos tenso.
— Seu idiota, deveria ter desejado algo assim que me chamou — murmurei, enquanto fechava meus olhos, me lembrando o que eu deveria fazer. Eu sabia que o que estava fazendo me deixaria machucada por dias pelo custo da magia, mas eu não poderia ignorar uma pessoa morrendo em meus braços.
— Não me pareceu certo desejar algo que mexe com a morte — ele me respondeu, enquanto suas íris safiras prendiam meu olhar.
— Fique quieto, eu preciso me concentrar — o repreendi, enquanto fechava meus olhos. Aos poucos, senti minhas mãos esquentarem. Abri meus olhos e vi uma luz branca passar para Dick. A mancha de sangue foi diminuindo enquanto os tecidos eram refeitos, vasos sanguíneos ligados, células criadas enquanto o curava.
Gotas de suor se formaram em minha testa, enquanto minha respiração se tornou pesada. A história de Dick passava em minha mente enquanto o curava. Seu fardo era pesado demais, seu sorriso escondia cicatrizes e feridas que assustariam o mais corajoso entre os homens. Ele era jovem demais para carregar tantas responsabilidades. Ele desejava que alguém o enxergasse, não o Asa Noturna, não o Dick, o garoto perfeito, mas o homem que ele era, cheio de falhas, que desejava ser visto e não seus feitos e vitórias. Ele ansiava que o vissem.
— Eu vejo você — sussurrei, antes de ser levada para a lâmpada após o curar.
Perdi a conta dos dias em que passei na cama. Os calafrios e o frio em meus ossos, assim como a confusão mental, me impediram de ver o tempo passar. Eu senti como se estivesse sendo queimada viva, ao mesmo tempo em que parecia que estava sendo mergulhada em um rio congelado. Havia uma regra entre os gênios, djins: nunca, em hipótese alguma, se intrometer no destino de um humano. Interferir no ciclo da vida era custoso demais e agora eu estava experimentando as consequências dos meus atos. No meu segundo dia em que estava me recuperando, após dias infinitos sobre a mais pura e intensa agonia, eu fui convocada. Estava usando uma manta ao meu redor, não estava em meu melhor estado, ainda estava um pouco desnorteada, quando eu senti dedos tocarem minha face suavemente, e então um par de braços fortes me segurou e me levou para algum lugar que eu não pude identificar, me levando para longe do campo de girassóis.
— Me chamo . Estou ao seu dispor, mestre. — Me curvei, me sentindo envergonhada por alguma razão.
— Levante-se, me chame de Dick, eu não sou mestre de nada. — A risada ecoou em mim como o gorjear dos pássaros na primavera, mas a história dele não foi menos violenta do que o peso que ele parecia levar.
O homem à minha frente parecia carregar o mundo em seus ombros, e então eu notei a mancha vermelha em seu abdômen. Meus pés se moveram rapidamente enquanto atravessava o campo de girassóis, o peguei em meus braços antes que ele caísse no chão.
— Nunca pensei que veria um gênio antes de morrer. — Dick riu, enquanto levava a mão ao meu rosto. — Terei uma bela visão enquanto estiver morrendo. — Ele fez uma piada, tentando deixar o clima menos tenso.
— Seu idiota, deveria ter desejado algo assim que me chamou — murmurei, enquanto fechava meus olhos, me lembrando o que eu deveria fazer. Eu sabia que o que estava fazendo me deixaria machucada por dias pelo custo da magia, mas eu não poderia ignorar uma pessoa morrendo em meus braços.
— Não me pareceu certo desejar algo que mexe com a morte — ele me respondeu, enquanto suas íris safiras prendiam meu olhar.
— Fique quieto, eu preciso me concentrar — o repreendi, enquanto fechava meus olhos. Aos poucos, senti minhas mãos esquentarem. Abri meus olhos e vi uma luz branca passar para Dick. A mancha de sangue foi diminuindo enquanto os tecidos eram refeitos, vasos sanguíneos ligados, células criadas enquanto o curava.
Gotas de suor se formaram em minha testa, enquanto minha respiração se tornou pesada. A história de Dick passava em minha mente enquanto o curava. Seu fardo era pesado demais, seu sorriso escondia cicatrizes e feridas que assustariam o mais corajoso entre os homens. Ele era jovem demais para carregar tantas responsabilidades. Ele desejava que alguém o enxergasse, não o Asa Noturna, não o Dick, o garoto perfeito, mas o homem que ele era, cheio de falhas, que desejava ser visto e não seus feitos e vitórias. Ele ansiava que o vissem.
— Eu vejo você — sussurrei, antes de ser levada para a lâmpada após o curar.
Perdi a conta dos dias em que passei na cama. Os calafrios e o frio em meus ossos, assim como a confusão mental, me impediram de ver o tempo passar. Eu senti como se estivesse sendo queimada viva, ao mesmo tempo em que parecia que estava sendo mergulhada em um rio congelado. Havia uma regra entre os gênios, djins: nunca, em hipótese alguma, se intrometer no destino de um humano. Interferir no ciclo da vida era custoso demais e agora eu estava experimentando as consequências dos meus atos. No meu segundo dia em que estava me recuperando, após dias infinitos sobre a mais pura e intensa agonia, eu fui convocada. Estava usando uma manta ao meu redor, não estava em meu melhor estado, ainda estava um pouco desnorteada, quando eu senti dedos tocarem minha face suavemente, e então um par de braços fortes me segurou e me levou para algum lugar que eu não pude identificar, me levando para longe do campo de girassóis.
Ato IV:
A gênia que não sabia amar
Os dias eram confusos. Meus olhos e ouvidos não absorviam sons ou imagens, era uma sensação assustadora. Pela primeira vez, estava em um estado vulnerável. Regularmente, sinais de pânico me atingiam com força, mas a presença calorosa, gentil, me acalmava quando começava a entrar em pânico. Os anos que havia vivido não haviam me preparado para enfrentar uma situação como aquela. Me sentia segura, apesar de não ver ou ouvir. Nossa linguagem passou a ser por toques, suaves e gentis. Meu coração acelerava e minha respiração alterava… Que sinais eram aqueles? Mesmo que, com a evolução gradativa dos sintomas, a confusão persistia, a presença da pessoa que estava cuidando de mim era como o sol da primavera: deleitoso, paciente, aprazível, terno, delicado. O que eu sentia enquanto estava vulnerável nublava meus pensamentos. Emoções diferentes, incompreensíveis, tornavam difícil o entendimento, já que a percepção estava comprometida devido à bagunça dos meus sentidos.
No entanto, gradativamente, enquanto cedia pouco a pouco e abaixava minha guarda, a confusão dos sentidos foi melhorando.
O primeiro sentido que recuperei foi a audição, e em seguida a visão. No dia em que recuperei os sentidos completamente, a figura de Dick parecia brilhar intensamente, ele era tudo o que eu via e temia isso como nunca temi nada na vida antes. O agridoce das emoções tornava o processo de raciocinar difícil. Como poderia ter uma compreensão completa quando havia emoções conflituosas submergindo meus princípios e ideais?
— , você realmente pode me ver? — Dick me questionou cuidadosamente, suas mãos estavam em meu rosto, em seus olhos havia carinho e algo que eu só poderia nomear como amor, e isso gelou os meus ossos… Gênios não foram criados para amar.
— Eu posso ver e ouvir, Dick — o respondi calmamente. Minha voz soou rouca, devido à falta de uso.
— Pensei que você ficaria daquela maneira para sempre! — Ele fechou os olhos e suspirou, aliviado.
— Não é sua culpa. Eu posso lidar com coisas assim o tempo todo. — Tentei sorrir, mas uma careta se formou no lugar, e Dick ainda mantinha seu olhar preocupado sobre mim. — Eu sou muitos anos mais velha, meu jovem rapaz. Não se preocupe demais com uma velha como eu. — Dessa vez, um sorriso decente enfeitou meus lábios.
— Não brinque comigo, . Eu passei pelo inferno e voltei… Eu não pude lidar com o seu desaparecimento após me curar, foi demais para mim. — Ele segurou meu rosto com firmeza, me fazendo olhá-lo nos olhos. Suas safiras estavam tempestuosas.
— Você mal me conhece, meu jovem mestre — o respondi, enquanto ignorava categoricamente meu coração disparado.
— Você foi a única que viu através de mim. Como eu poderia permitir que a única mulher que já me viu, que realmente me enxergou, sofresse por minha culpa? — A voz dele quebrou no meio de sua frase, aqueles belos olhos carregavam uma dor não dita. E por ter seu nome em minha posse, eu poderia ter acesso ao que ele enfrentou, assistir seu sofrimento enquanto eu estava indefesa, sofrendo com as consequências dos meus atos por interferir no destino de Dick. — Me chame de Dick.
— Dick, Dick Grayson. — Sorri suavemente. — Você está tempo demais me segurando, mestre. Está preparado para fazer seus três desejos? — Arqueei minha sobrancelha.
— Os desejos podem esperar. — Ele voltou a me segurar, dessa vez minhas mãos, enquanto seus olhos viajavam pelo meu corpo atrás de machucados.
— O tempo dos humanos é diferente de um gênio — o respondi, enquanto estalava um dedo. — O que você pretende? — o questionei, enquanto sentia meu coração errar algumas batidas devido ao sorriso dele.
— Às vezes, eu me esqueço de que não é humana — Dick me respondeu, com o olhar distante.
— Eu já ouvi isso com bastante frequência — o respondi, o soltando lentamente. Meu corpo parecia acostumado ao dele de uma forma que eu odiava admitir que era estranhamente peculiar.
— Eu desejo que você seja livre. Não preciso de mais nenhum desejo além desse. — Sua mão tocou minha face, tirando os fios de cabelo do meu rosto. Seus olhos safiras estavam brilhantes.
— Mas, mestre… — Ele colocou seu indicador sobre meus lábios para me silenciar.
— Você pode conhecer uma pessoa ao ter o nome dela em sua posse, mas eu sou muito bom em ler pessoas. Você está há tempo demais presa àquele campo de girassóis, realizando o desejo de muitas pessoas, mas nunca tendo sua vontade respeitada. — Ele envolveu seus braços ao meu redor como se eu fosse o oásis em seu deserto. — Eu não posso permitir que permaneça presa para sempre realizando desejos.
— Oh, Dick! — Minhas mãos estavam tremendo enquanto sentia lágrimas verterem dos meus olhos e o poder de suas palavras. Era um desejo real, um ato de real de bondade. Ele estava desejando que eu fosse livre sem qualquer resquício de segundas intenções. Suas intenções eram puras… Ele era um humano extraordinário.
— Eu desejo que você seja livre, . — Ele sorriu suavemente, pronunciando as palavras finais com uma certeza clara e direta.
— Seu desejo é uma ordem, mestre Dick.
No entanto, gradativamente, enquanto cedia pouco a pouco e abaixava minha guarda, a confusão dos sentidos foi melhorando.
O primeiro sentido que recuperei foi a audição, e em seguida a visão. No dia em que recuperei os sentidos completamente, a figura de Dick parecia brilhar intensamente, ele era tudo o que eu via e temia isso como nunca temi nada na vida antes. O agridoce das emoções tornava o processo de raciocinar difícil. Como poderia ter uma compreensão completa quando havia emoções conflituosas submergindo meus princípios e ideais?
— , você realmente pode me ver? — Dick me questionou cuidadosamente, suas mãos estavam em meu rosto, em seus olhos havia carinho e algo que eu só poderia nomear como amor, e isso gelou os meus ossos… Gênios não foram criados para amar.
— Eu posso ver e ouvir, Dick — o respondi calmamente. Minha voz soou rouca, devido à falta de uso.
— Pensei que você ficaria daquela maneira para sempre! — Ele fechou os olhos e suspirou, aliviado.
— Não é sua culpa. Eu posso lidar com coisas assim o tempo todo. — Tentei sorrir, mas uma careta se formou no lugar, e Dick ainda mantinha seu olhar preocupado sobre mim. — Eu sou muitos anos mais velha, meu jovem rapaz. Não se preocupe demais com uma velha como eu. — Dessa vez, um sorriso decente enfeitou meus lábios.
— Não brinque comigo, . Eu passei pelo inferno e voltei… Eu não pude lidar com o seu desaparecimento após me curar, foi demais para mim. — Ele segurou meu rosto com firmeza, me fazendo olhá-lo nos olhos. Suas safiras estavam tempestuosas.
— Você mal me conhece, meu jovem mestre — o respondi, enquanto ignorava categoricamente meu coração disparado.
— Você foi a única que viu através de mim. Como eu poderia permitir que a única mulher que já me viu, que realmente me enxergou, sofresse por minha culpa? — A voz dele quebrou no meio de sua frase, aqueles belos olhos carregavam uma dor não dita. E por ter seu nome em minha posse, eu poderia ter acesso ao que ele enfrentou, assistir seu sofrimento enquanto eu estava indefesa, sofrendo com as consequências dos meus atos por interferir no destino de Dick. — Me chame de Dick.
— Dick, Dick Grayson. — Sorri suavemente. — Você está tempo demais me segurando, mestre. Está preparado para fazer seus três desejos? — Arqueei minha sobrancelha.
— Os desejos podem esperar. — Ele voltou a me segurar, dessa vez minhas mãos, enquanto seus olhos viajavam pelo meu corpo atrás de machucados.
— O tempo dos humanos é diferente de um gênio — o respondi, enquanto estalava um dedo. — O que você pretende? — o questionei, enquanto sentia meu coração errar algumas batidas devido ao sorriso dele.
— Às vezes, eu me esqueço de que não é humana — Dick me respondeu, com o olhar distante.
— Eu já ouvi isso com bastante frequência — o respondi, o soltando lentamente. Meu corpo parecia acostumado ao dele de uma forma que eu odiava admitir que era estranhamente peculiar.
— Eu desejo que você seja livre. Não preciso de mais nenhum desejo além desse. — Sua mão tocou minha face, tirando os fios de cabelo do meu rosto. Seus olhos safiras estavam brilhantes.
— Mas, mestre… — Ele colocou seu indicador sobre meus lábios para me silenciar.
— Você pode conhecer uma pessoa ao ter o nome dela em sua posse, mas eu sou muito bom em ler pessoas. Você está há tempo demais presa àquele campo de girassóis, realizando o desejo de muitas pessoas, mas nunca tendo sua vontade respeitada. — Ele envolveu seus braços ao meu redor como se eu fosse o oásis em seu deserto. — Eu não posso permitir que permaneça presa para sempre realizando desejos.
— Oh, Dick! — Minhas mãos estavam tremendo enquanto sentia lágrimas verterem dos meus olhos e o poder de suas palavras. Era um desejo real, um ato de real de bondade. Ele estava desejando que eu fosse livre sem qualquer resquício de segundas intenções. Suas intenções eram puras… Ele era um humano extraordinário.
— Eu desejo que você seja livre, . — Ele sorriu suavemente, pronunciando as palavras finais com uma certeza clara e direta.
— Seu desejo é uma ordem, mestre Dick.
Ato V:
Laços são permanentes
Estava diante do campo de girassóis. Era um belo lugar, muitas pessoas aproveitavam para fazer piquenique, algumas crianças recitavam as palavras que um dia me convocariam, mas hoje eu estava livre. Estava livre das amarras da lâmpada.
Havia conhecido muitos mestres, visto as diversas faces da humanidade, mas eu nunca havia conhecido alguém tão abnegado quanto Dick Grayson.
O anel com a pedra preciosa brilhava com a luz solar. Uma prova de seu amor, um lembrete constante daquele que rejeitou riquezas, poderes ou posses que poderia ter com apenas um desejo.
Sorria calmamente enquanto apreciava o sol daquela tarde de primavera. Havia pássaros gorjeando por todos os lados, a brisa fresca carregava o aroma suave das flores e havia risos das famílias e casais desfrutando do dia agradável ali. Por dias, não encontrei a lâmpada enquanto a procurava por todos os lados daquele campo imenso, aceitava que ela havia desaparecido.
Com um último olhar para o campo de girassóis, eu segui na direção do automóvel que me esperava. Dentro dele estava o homem que me amava. Ele me levaria até a sua família para me apresentar.
Dias atrás, ele havia me pedido em casamento. Uma gênia não era autorizada a amar, desconhecia esse sentimento, mas, com o homem mais gentil que havia conhecido, não só descobri o sentimento, mas pude o vivenciar sem qualquer medo.
Dick não sabia que eu já conhecia sua família, a dois deles havia concedido desejos, deixaria que eles se surpreendessem enquanto desfrutaria de uma nova vida.
Quanto aos meus poderes, eles não haviam desaparecido completamente, estavam limitados às leis naturais, mas eu ainda era uma gênia, porém não concederia mais desejos. Eu descobriria o que queria da vida. Vivi por muito tempo sem valorizar os dias, mas, a partir daquele momento, experimentaria o máximo que eu poderia.
Laços são permanentes, eu sempre saberia segredos dos meus mestres, sempre saberia quando eles estavam mentindo, mas não era mais submissa à magia. Eu estava livre e enfim poderia dizer e fazer o que desejava.
Entrei no automóvel e fui recebida pelo homem de olhos safiras, o sorriso caloroso como o sol da primavera que me aquecia momentos atrás e os lábios sedosos como o toque das pétalas das flores. Dick Grayson, meu amado, meu futuro marido, meu parceiro, meu libertador. O homem que pensava nos outros em vez de si mesmo.
— Eu vejo você — sussurrei, enquanto nossos lábios se separavam, mas ainda estávamos muito perto um do outro.
— Eu também te amo, . — Dick sorriu. Ele sabia que aquela era a minha maneira de dizer que o amava.
— Para sempre. — Toquei a face dele, adorando a forma como ele segurava minha mão e a levava aos lábios.
— Para sempre — Dick me respondeu calmamente enquanto sorria. Seus olhos eram sinceros, os mais honestos, eu o amava com todo o meu ser. — Pronta para ir?
— Sim, estou pronta para o nosso futuro.
Havia conhecido muitos mestres, visto as diversas faces da humanidade, mas eu nunca havia conhecido alguém tão abnegado quanto Dick Grayson.
O anel com a pedra preciosa brilhava com a luz solar. Uma prova de seu amor, um lembrete constante daquele que rejeitou riquezas, poderes ou posses que poderia ter com apenas um desejo.
Sorria calmamente enquanto apreciava o sol daquela tarde de primavera. Havia pássaros gorjeando por todos os lados, a brisa fresca carregava o aroma suave das flores e havia risos das famílias e casais desfrutando do dia agradável ali. Por dias, não encontrei a lâmpada enquanto a procurava por todos os lados daquele campo imenso, aceitava que ela havia desaparecido.
Com um último olhar para o campo de girassóis, eu segui na direção do automóvel que me esperava. Dentro dele estava o homem que me amava. Ele me levaria até a sua família para me apresentar.
Dias atrás, ele havia me pedido em casamento. Uma gênia não era autorizada a amar, desconhecia esse sentimento, mas, com o homem mais gentil que havia conhecido, não só descobri o sentimento, mas pude o vivenciar sem qualquer medo.
Dick não sabia que eu já conhecia sua família, a dois deles havia concedido desejos, deixaria que eles se surpreendessem enquanto desfrutaria de uma nova vida.
Quanto aos meus poderes, eles não haviam desaparecido completamente, estavam limitados às leis naturais, mas eu ainda era uma gênia, porém não concederia mais desejos. Eu descobriria o que queria da vida. Vivi por muito tempo sem valorizar os dias, mas, a partir daquele momento, experimentaria o máximo que eu poderia.
Laços são permanentes, eu sempre saberia segredos dos meus mestres, sempre saberia quando eles estavam mentindo, mas não era mais submissa à magia. Eu estava livre e enfim poderia dizer e fazer o que desejava.
Entrei no automóvel e fui recebida pelo homem de olhos safiras, o sorriso caloroso como o sol da primavera que me aquecia momentos atrás e os lábios sedosos como o toque das pétalas das flores. Dick Grayson, meu amado, meu futuro marido, meu parceiro, meu libertador. O homem que pensava nos outros em vez de si mesmo.
— Eu vejo você — sussurrei, enquanto nossos lábios se separavam, mas ainda estávamos muito perto um do outro.
— Eu também te amo, . — Dick sorriu. Ele sabia que aquela era a minha maneira de dizer que o amava.
— Para sempre. — Toquei a face dele, adorando a forma como ele segurava minha mão e a levava aos lábios.
— Para sempre — Dick me respondeu calmamente enquanto sorria. Seus olhos eram sinceros, os mais honestos, eu o amava com todo o meu ser. — Pronta para ir?
— Sim, estou pronta para o nosso futuro.
FIM
Nota da autora: Quero agradecer a todos que chegaram até aqui e quero agradecer à minha beta por ter me proporcionado uma extensão do prazo. Graças a ela, a história pôde nascer. Não esqueçam de comentar. Vejo vocês por aí.
Outras Fanfics:
→ E Se Fosse Para Sempre?
→ Cada Traço De Você
→ Even You See Me
→ Turned Cold
→ Não Diga Que Me Ama
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