Prometo-me a Ti, Meu Rei

Última atualização: 27/12/2020

Capítulo Único

Ser príncipe herdeiro era um privilégio. Um fardo pesado, intenso e uma batalha árdua consigo mesmo, entretanto, ainda assim, um privilégio.
não fazia questão de nada daquilo, sabia que qualquer um de seus irmãos estaria apto a governar o Reino Vermelho com maestria e dedicação, assim como seu pai o fazia há mais de trinta anos.
Contudo, o pior não era tornar-se Rei. Não teria problemas em governar seu povo e seu exército; o faria com orgulho e bravura. O problema estava em ser obrigado a casar com alguma princesa escolhida por seus pais. Odiava a maioria delas, e queria continuar solteiro mesmo que estivesse no auge dos vinte e três anos — nesta idade seu pai já estava casado e assumindo o trono.
Mas não queria se casar. Não com uma princesa — com uma mulher.
— Por que não posso assumir o trono sozinho? — perguntou pela milésima vez, fazendo com que o Rei Seunghoon suspirasse.
— Um bom Rei precisa de alguém à sua altura ao seu lado no trono, filho. Já lhe expliquei.
— E por que não um homem como eu? Seria tão bravo quanto minha mãe; quanto eu sozinho. Quero casar-me por amor, meu pai.
— Aprenderá a amar a princesa, .
— Não irei, meu pai. A única mulher que sou capaz de amar é minha mãe, minha Rainha.
— Dois Reis não governam juntos, garoto — o Rei finalmente parou de ler os papéis que tinha em mãos, encarando seu herdeiro. — Você é meu herdeiro, te amo mais que tudo nesta vida; mas não posso deixar que seja quem realmente é perante a todos, . Terá de aceitar casar-se com a princesa, governará com ela ao seu lado e fará dela uma mulher como sua mãe. Terá de dar-me netos e seguir com a família, geração após geração. Não será o primeiro Rei das Coreias a governar com outro homem.
deu-se por vencido. O coração estava dilacerado, mas recusava-se a derramar uma só lágrima; aquela situação não merecia seu sofrimento. Talvez fosse mesmo um doente que merecia ir para as masmorras ficar isolado de todo e qualquer homem do reino; tinha de ficar cercado por mulheres para que começasse a sentir-se atraído por elas, como sugerira o Lorde Kim, o conselheiro e portador de todos os segredos da família real.
Não queria ter de suportar viver o resto de sua pacata vida ao lado de alguém que sequer sentia vontade de deitar-se ao lado; não sentia ao menos desejo de tocar a pele delicada. Não gostava, as repudiava sexualmente.
Com o nariz erguido, o príncipe herdeiro ajustou a capa preta sobre os ombros. Não queria mais ficar ali. O olhar pesaroso e sem esperança de seu Rei, seu pai, o estraçalhava cada vez mais. Por que não viera como , seu irmão do meio?
— Com sua licença, Majestade.
Reverenciou o pai e saiu da sala.

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— A conversa com o Rei não foi boa? — a voz grave de irmão ecoou em seus ouvidos.
— E quando é, meu irmão?
suspirou e debruçou sobre a sacada ao lado do mais velho.
— Ele jamais irá entender o que se passa em sua cabeça — começou, com cuidado. — Eu também não entendo, irmão, mas não o julgo. Também sou um homem de desejos diferentes e não vejo problemas em amar um semelhante; amor é amor, seja ele qual for, para quem for. Mas sou apenas um guerreiro com amor pela poesia e pela arte. É o que sempre argumentam quando tento lhe defender.
— Não preciso que me defenda, . Sou o herdeiro, o futuro Rei deste reino. Cabe a mim, só e somente a mim, proteger e defender cada um de vocês. Se para isso eu tiver de casar-me com uma princesa, o farei. Não serei o primeiro das Coreias a governar com um homem ao meu lado, mas lutarei para que eu seja o último obrigado a isto; a casar-se sem amor.
— Você é o homem mais bravo e justo que conheço, meu irmão. Temo não conseguir ser como você no futuro.
— Não precisa ser como eu, só quero que continue a ser quem é. O artista, o poeta da família real. Durante os dias luta na linha de frente de nossas guerras, defende seu povo e é fiel às táticas de seu irmão mais velho, e durante as noites canta feito um anjo, escreve as mais profundas das palavras e transborda-me de orgulho. É assim que deves ser, . É assim que o amo.
— Pois é assim que também o amo, meu Rei. Forte, firme, justo. Não desista de ser quem é, não deixe que a realeza o corrompa e cuide de sua vida em seu lugar. Procure o amor, sua felicidade. Estarei sempre aqui para lutar ao seu lado. Jamais irei julgá-lo por qualquer coisa que seja.
Os irmãos sorriram um para o outro e entrelaçaram as mãos. Era sempre bom conversar sem filtros um com o outro, eram melhores amigos no fim das contas. Falavam sobre coisas que jamais falariam com os pais, os conselheiros ou com , o irmão mais novo — que tinha apenas dezesseis anos.
chamou. — O capitão já está no castelo novamente?
O mais novo sorriu, ainda fitando a paisagem à sua frente. Seu irmão não sabia disfarçar o tom de voz carinhoso e desejoso ao falar do jovem capitão — o mais jovem de todas as tropas da Coreia, herdara o posto de seu próprio pai, que morrera na linha de frente há alguns meses.
— Sim. Provavelmente está treinando alguns soldados agora. Vocês são muito próximos, não é, irmão?
— Somos bons amigos. Ele tem táticas tão impecáveis quanto as minhas para um homem tão jovem. Talvez esteja em seu sangue.
— Creio que sim. Quer que eu o acompanhe até o centro de treinamento?
— Não precisa — sorriu contido, ajustando o terno vermelho sobre o corpo magro. — Posso andar sozinho pelo meu próprio castelo.

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caminhava a passos lentos, sorrindo a cada brisa fresca que bagunçava seus cabelos negros e longos, misturando-os à capa igualmente escura em seus ombros. Ao longe já era capaz de ouvir os gritos e urros dos soldados ao mesmo tempo que sons de espadas resvalando ecoavam.
Ao chegar em seu destino, parou. Ficou observando os soldados lutarem entre si sob o comando do jovem capitão da base, era bonito de ver. Os corpos fortes e suados, as roupas de pano fino se soltando dos braços, as pernas torneadas; seus homens eram lindos, sobretudo guerreiros de verdade. Admirava-os por sua bravura e coragem, mas seu coração só batia descompassado quando um deles empunhava uma espada longa e pesada para demonstrar um movimento ou para treinar um soldado novo. Seu coração só subia até à garganta por conta de um único homem de seu exército.
O jovem capitão .
Um sorriso bobo e contido tomava seus lábios apenas por olhá-lo ao longe, na mesma situação em que os outros rapazes: roupas finas e folgadas, o suor escorrendo-lhe o corpo por inteiro, os cabelos longos soltando das amarras, os olhos focados. era um belo homem. Imaginava-o governando ao seu lado. Imaginava-o consigo. Beijando-lhe a boca. Tocando-lhe o corpo.
Mas nunca tivera nada além de sorrisos fáceis e grandes e palavras graciosas; cortejos que não deveriam ser dados a um príncipe — a um homem. O capitão era ousado, e adorava aquilo.
— Alteza — a voz melodiosa e a reverência perfeita tirou de seus devaneios. — A que devo a honra?
— Capitão — sorriu. — Apenas vim acompanhar o treinamento. Preciso saber como meus soldados andam. Tivemos muitos feridos no último confronto?
— Não, alteza — respondeu enquanto começava a andar devagar, acompanhando seu futuro rei. — Tivemos um morto e três feridos, que já encontram-se em seus aposentos em recuperação. O doutor Jung está observando-os e disse que ficarão bons dentro de alguns dias.
— Ótimo. E a família do falecido?
— Já enviei a quantia de ouro necessária para as despesas e pedi para que a viúva compareça ao castelo o mais breve possível.
— Muito bem, capitão. E você, como está?
— Melhor agora; senti falta de sua companhia, Alteza. Gosto quando vem ao centro de treinamento, instiga-me a melhorar.
— Não precisa de melhorias, capitão.
— Mas preciso de sua presença.
sorriu e apenas assentiu levemente, sentindo as bochechas corarem. o deixava sem jeito. O rapaz não era o primeiro homem com quem flertava, mas era o primeiro com quem seu coração e seu corpo reagiam diferentes. Sentia-se um adolescente bobo, como nas obras de romance que lia às escondidas na biblioteca do castelo.
Seu corpo fervia com o olhar profundo que recebia, suas mãos suavam e as pernas tremiam a cada sorriso e palavra doce; sentia-se derreter facilmente diante do capitão. Queria poder tomar-lhe a boca em um beijo fervoroso; como havia trocado com o doutor Jung há meses atrás. Queria poder sentir o corpo forte contra o seu tão miúdo, mas igualmente rígido. Queria tocar-lhe a pele lisa e macia. Queria contar seus sinais de nascença e suas cicatrizes. Queria acalentar seu corpo com o próprio, sobre sua cama, debaixo dos lençóis.
— Devia dizer-me o que pensa, Alteza.
— Não sei se é propício, .
Pararam um de frente para o outro, notando, por fim, que já estavam longe do centro de treinamento. Estavam na entrada da floresta que cercava o castelo, mais alguns metros e sumiriam entre as árvores.
aproximou-se com cuidado e um sorriso doce nos lábios cheinhos e bonitos. Tocou a bochecha de seu futuro Rei com as pontas dos dedos calejados, abrindo mais o sorriso quando uma rajada de vento fraco passou por eles, bagunçando ainda mais os longos cabelos de sua Alteza. Os cabelos que tanto amava; como tudo naquele príncipe. Amava-o por inteiro, da cabeça aos pés.
era o homem mais bonito de todo o universo, na visão do capitão. Sua pele leitosa, as roupas sempre vermelhas e pretas sobre o corpo miúdo, o sorriso gengival, os olhos caídos, os longos cabelos; e outrora a coroa de ouro sobre eles. Suas jóias davam-no um ar maduro, a capa sobre os ombros deixava-o ainda mais desejoso perante seus simples olhos de soldado. Perguntava-se como deveria ser nu, apenas com a capa preta e as jóias de ouro complementando seu belíssimo corpo.
— És tão bonito, meu Rei.
abriu os olhos devagar, fitando o mais novo.
— Não mais que tu, capitão.
sentiu o coração acelerar e as mãos suarem. Sentia como se fosse explodir a qualquer momento, estava tão, tão apaixonado por seu futuro Rei. Não sabia mais o que fazer para esconder — sequer sabia se queria esconder tal sentimento, de fato. O que sentia era tão bonito, tão puro, por que teria de esconder?
— Estou apaixonado por ti. Desde o primeiro segundo que pus meus olhos sobre seu belo rosto. Não consigo mais guardar este sentimento dentro de mim. Obedeço-te pensando quando voltarei para ouvi-lo novamente. Cada segundo nos confrontos parece uma eternidade; só sei pensar em voltar para cá, minha casa, e olhar para ti outra vez. Tens meu coração, meu Rei. Tens tudo de mim, sou teu soldado, teu criado; apenas teu.
sentiu-se derreter de verdade e deu um passo a frente, segurando os braços fortes de com cuidado e carinho. Subiu as mãos devagar, sentindo os músculos e o suor que haviam ali, levando com seus dedos o tecido fino e largo da camisa de pano. Ainda não era um Rei, mas o homem em sua frente fazia-o sentir como se o fosse; como se o governasse com amor.
— Não sei se palavras irão descrever o quanto me sinto atraído e apaixonado por você, — sussurrou, aproximando-se do capitão, sentindo o peito arder em ansiedade. — Talvez eu precise beijá-lo para demonstrar.
— Creio que isto não poderá ser feito aqui, Alteza.
— Não. Mas podemos ir para o lago.
— Se formos até o lago, temo não conseguir sentir-me satisfeito somente com teus beijos.
— Desejo muito mais que apenas teus beijos, capitão.
Sorrisos sutis foram trocados. Olharam em volta e notaram que tudo continuava como antes: vazio, calmo. Seguiram juntos floresta adentro, entrelaçando os dedos timidamente enquanto caminhavam; era a primeira vez que expressavam seus sentimentos através de palavras. Se conheciam há longos anos, desde que a família se mudara para o reino a pedido do Rei Seunghoon. O pai de era um homem de alma nobre, possuía táticas militares incríveis demais para ficar em um reino perdido e tomado pelo ódio como o reino do Norte. Nem mesmo um homem incrível como o capitão I fora capaz de salvar o reino de tantas atrocidades. devia ter cerca de quinze anos quando chegara ali, era um rapazinho miúdo, tímido e muito esperto. E tinha seus dezoito anos, já atuava ao lado do pai, aprendendo como governar o reino para quando fosse sua hora. Naquela época, o príncipe herdeiro estava começando a entender o que sentia pelas pessoas, mas tentava mascarar aquilo com táticas de guerra e estudos sobre história do país e a geografia de cada canto das Coreias.
Numa tarde de verão, começaram a conversar. Um simples “oi” no começo. Meses depois, conversavam sobre as táticas que poderiam criar juntos, sobre a vida, sobre sonhos. Os anos se passaram e, mesmo que não se vissem sempre por conta das obrigações — aprendia a governar, e precisava estudar e ter treino militar —, as conversas continuavam sendo agradáveis e a troca de olhares intensa.
cresceu e tornou-se um homem incrível. Lindo. Inteligente. Quando o vira atingir dezoito anos, entendeu o que sentia por homens — por ele, em especial. Agora, aos vinte, mesmo de luto por seu pai, havia se tornado capitão do exército, o mais jovem do país, da história. Não estaria ali se não fosse capaz, se não houvesse nascido para tal.
era o maior orgulho de dentro daquele reino. Seu orgulho, sua paixão, seu desejo, seu amor. O príncipe sentia tanto pelo capitão que não sabia como colocar em palavras.
— Às vezes, começou a falar baixinho, segurando-se firme na mão do capitão ao que se aproximavam do lago —, pego-me imaginando como seria reinar ao lado de um homem. Ao teu lado, para falar a verdade.
— Já reino ao teu lado, Alteza — o capitão sorriu. — Não preciso de um anúncio público e uma coroa para isto. Sou apaixonado por ti e monto as melhores táticas quando estou ao teu lado. Não precisamos da permissão de ninguém para viver isto.
suspirou, soltando um riso fraco; estava sem argumentos.
— É incrível como consegue tirar todas as minhas palavras, .
— Espero conseguir tirar-te as roupas e o fôlego de igual forma.
O príncipe sentiu o rosto corar e riu contido, aproximando-se do capitão ao estarem à beira do lago cristalino. As folhas das árvores balançavam devagar, o sol ainda estava alto, porém fraco, no céu, deixando um clima agradável. Os pássaros cantavam e a brisa assobiava ao pé de seus ouvidos, tendo os corações acelerados como companhia; uma melodia compartilhada, repleta de amor e verdade, como os poemas profundos de — que eram todos inspirados naquele sentimento que pairava sobre eles.
— Pode tirar-me o que quiser, . Sou teu.
sorriu ao ouvir palavras tão sinceras; também o pertencia. Era tão apaixonado por aquele príncipe que não sabia o que fazer primeiro. Deveria beijá-lo? Acariciar seu belo rosto? Tirar sua capa? O terno vermelho? Parecia um rapazola de quinze anos o vendo novamente; era tanto desejo que não sabia por onde começar. Sua cabeça girava e o peito doía em amor; o coração transbordava a cada batida, a cada bombardear veloz. Sentia-se na linha de frente de um conflito, de uma guerra; o coração batia forte no peito, tentando pular para fora, as mãos suavam e as pernas estavam bambas; sequer parecia um bravo soldado como de fato era. Estar apaixonado era a melhor sensação que poderia sentir — estar apaixonado por , seu futuro Rei.
Amá-lo era diferente, gostoso, profundo, real.
Com um sorriso bobo ao notar a timidez do soldado, aproximou ambas as bocas, colando-as com cuidado. Os lábios encaixaram de forma perfeita, como se fossem feitos para tal. Resvalaram devagar, desencaixando e encaixando novamente poucos segundos depois, transformando os encostares em selares castos, calmos, como se estivessem estudando o contorno de cada um; era o primeiro contato direto entre eles.
Um suspiro escapou da boca do soldado ao sentir o corpo do futuro Rei grudar-se ao seu, ao mesmo tempo em que as bocas se juntavam com mais vontade. E foi então que não aguentou, invadindo a boca alheia com sua língua atrevida e doce, ao mesmo tempo em que o puxava pela nuca com uma das mãos, e a outra deixou emaranhar nos longos cabelos do soldado que soltaram-se de imediato.
o puxou pela cintura com delicadeza e desejo ao mesmo tempo, colando ainda mais os corpos e sentindo-se endurecer apenas com aquilo, mostrando-se um perfeito bobo apaixonado. Em questão de segundos, o príncipe fora encostado em uma das árvores que os cercavam, soltando um murmúrio de puro deleite ao mesmo tempo em que chupava a língua do capitão.
— Não faça isso, meu bem — pediu enquanto ofegava. — Sou um homem que não tem controle; não quando se trata de ti.
— Não quero que tenha controle, sussurrou contra a boca carnuda e vermelha. — Quero que esqueça tudo; que me faça esquecer tudo, até meu próprio nome e quem sou. Quero ser inteiramente teu hoje. Amanhã. Sempre. Então por favor, não se controle. Deixe-me ter a ti em tua real forma, com teu real desejo por mim, teu Rei.
Aquilo fora o suficiente para o soldado esquecer onde estavam e o que aconteceria se fossem pegos. Puxou-o para mais um beijo profundo e apaixonado, arrastando-o em sua direção enquanto andava de costas, aproximando-se do lago. Afastou-se por alguns segundos e retirou a capa de , colocando-a aberta no chão com cuidado. Em seguida, abriu a própria camisa fina e tirou-a, deixando-a cair no chão sem cuidado algum, abriu as calças e deixou-as cair em seus pés, chutando-as junto aos sapatos.
sentiu a saliva acumular em sua boca ao observar o homem nu à sua frente. era tão bonito, tão formoso, tão forte. Sentiu-se endurecer apenas com aquela visão dos deuses; queria tanto tocá-lo, prová-lo, sentir seu gosto na própria língua.
Em passadas lentas, chegou perto de . As mãos curiosas exploraram o pescoço esculpido, descendo para os ombros fortes e largos em seguida, indo de encontro ao peitoral duro e definido, a barriga marcada e magrinha, encontrando os sinais de nascença e marcas de conflitos pelo caminho, excitando-se cada vez mais, a cada novo toque. A pele do soldado arrepiou por inteira sob seus dedos, e não poderia estar mais orgulhoso.
O príncipe deixou que as mãos continuassem a escorregar de maneira lenta, chegando ao baixo ventre; os pêlos ralos chamaram sua atenção, fazendo-o perceber que estava em um caminho perigoso, porém muito desejado.
A virilha de era firme como todo o resto de seu corpo. As coxas eram torneadas, fortes e gostosas como jamais havia visto. E céus, seu pênis. Tão bonito; rijo, brilhante, babando por ele, por seus beijos.
— Gosta do que vê, meu Rei?
ergueu o olhar para o mais novo, encontrando-o sorrindo e com os olhos ardendo em tesão. Não respondeu, apenas deixou que seus joelhos dobrassem diante daquele magnífico homem, fazendo-o arregalar os olhos levemente.
O príncipe herdeiro estava de joelhos em frente a um capitão do exército real. De joelhos. Olhando-o com desejo. De joelhos. Salivando pelo seu pau.
Olhando-o debaixo, sussurrou:
— Um futuro Rei somente ajoelha-se perante outro Rei.
urrou de prazer somente por presenciar aquela cena tão, tão proibida e deliciosa. Seu futuro rei estava ajoelhado para si, como se ele fosse um semelhante.
— Sinto-me honrado por ter-te desta forma, meu amor.
— Honrado estou eu por ter tamanha beldade em minhas mãos — sorriu, tomando o pênis ereto entre ambas as mãos, aproximando-se mais até que o órgão tocasse sua bochecha esquerda. Um gemido sôfrego escapou do príncipe, que se deliciava com a quentura da glande molhada em sua pele delicada.
observava a cena encantado, hipnotizado. Tudo o que sempre sonhara estava bem diante de seus olhos. Não sabia se iria aguentar tanto desejo, tanta vontade.
— Meu Rei… — chamou. — Não torture-me mais, eu lhe imploro.
sorriu ao ouvir a voz chorosa de seu soldado. Adorava aquele tom manhoso e necessitado, deixava-o ainda mais excitado. Devagar, como gostava, colocou a língua para fora e deixou-a contornar todo o pênis de , indo da glande aos testículos, dos testículos à glande. O rapaz gemeu ao sentir-se sobre a língua do mais velho, e quase permitiu-se chorar de tesão quando fora engolido logo em seguida.
o abocanhou com vontade, levando-o até à garganta de uma vez e gemendo junto a ele. Começou a chupá-lo com vontade, engolindo-o ao máximo que podia, e voltando à glande que gotejava pré-gozo e saliva. Passou a língua pelas veias saltadas, uma a uma, para então voltar a engolir.
gemia, tremia e urrava baixo a cada movimento, sem saber o que fazer, enquanto enrolava uma das mãos nos cabelos longos do homem aos seus pés, enquanto a outra segurava o rosto corado pelas bochechas, incentivando-o a ir cada vez mais fundo.
No lago atrás deles refletia a imagem erótica. A bunda firme e bonita de contraindo-se a cada espasmo, as pernas abertas e firmes, embora trêmulas, entre suas pernas, ajoelhado, empinado, chupando-o com fervor e vontade. Tão conectados e excitados que dariam uma bela e cara pintura; eram um poema vivo. Um poema erótico profundo e real.
tirou a boca do falo encharcado com um estalo, permitindo que sua mão ainda o masturbasse. Encarando o mais novo, pediu:
— Quero sentir teu sabor em minha língua, capitão. Permita-se chegar ao ápice em minha boca; preciso prová-lo.
chiou ao ouvir o desejo ousado do príncipe herdeiro e não demorou a sentir a boca quente e acolhedora ao seu redor novamente. Nem mesmo se quisesse recusaria um desejo tão bem pedido, quase um implorar. Deixou-se relaxar e abriu mais as pernas, movendo o quadril para frente sempre que ia para trás para então voltar. Os movimentos aceleraram e os gemidos começaram a ecoar pela floresta, ao mesmo tempo em que o suor acumulava em suas têmporas; estava chegando.
— Oh, , meu Rei… — choramingou, recebendo em troca chupadas mais longas e fortes. — Meu Rei… Oh, meu Rei… Eu o amo tanto… Céus, meu Rei, meu Rei… — e continuou a gemer até que o orgasmo o atingisse com força, deixando-o levemente tonto e fazendo com que um gemido longo e sôfrego reverberasse por toda a floresta, junto ao canto dos pássaros que escondiam-se tímidos ao presenciarem tamanho desejo em plena luz do dia.
— Tão delicioso, meu amor… — murmurava enquanto engolia cada gota do prazer alheio, chupando a glande até que não restasse mais nada, para que então pudesse chupar os dedos sujos e os lábios maltratados e inchados, onde haviam poucos resquícios. Tão faminto, tão excitado. Queria mais de . Mais de seu gosto, mais de seus toques, mais de seu cheiro; mais de seu pau. Estava sedento e faminto.
desabou de joelhos em frente ao príncipe ofegante, mas com o olhar carregado de uma luxúria jamais vista. Não se importou em sujar ou machucar os joelhos, apenas deixou-se guiar por seus desejos, avançando sobre e beijando-lhe a boca. O beijo era intenso, profundo e quase agressivo, as línguas embolavam-se, os lábios doíam e os gemidos eram engolidos por ambos.
Com pressa, ajudou a tirar as próprias roupas, jogando as peças para o lado sem muito cuidado.
— Eu o amo tanto, meu Rei — o capitão murmurou enquanto beijava a pele leitosa do mais velho, deitando-o aos poucos sobre a capa preta que jazia esquecida ali. — És o ser mais belo que existe.
apenas sorriu e colou suas bocas novamente, deixando que seus instintos comandassem a situação e roçasse seus corpos igualmente nus e suados. Murmúrios de prazer escapavam das bocas ocupadas, ambos os pares de mãos ainda curiosos, percorrendo os corpos, conhecendo, descobrindo, desfrutando.
A luz fraca do sol banhava as peles claras, esquentando mais o ósculo. adorava o sol; e adorava mais ainda como os olhos de combinavam com as luzes amareladas e a forma que sua tez brilhava como se fizesse parte daquele astro cheio de luz. As pintinhas em seu corpo forte reluziam, deixando-o ainda mais encantador sob o olhar apaixonado do príncipe.
sorriu ao ver o homem que desejava tão entregue e, bobo e excitado como estava, permitiu-se amá-lo como deveria. Desceu os lábios quentes e inchados pelo rosto corado, indo para o pescoço levemente suado, marcando-o como sempre sonhara; os ombros magros, o peito firme e a barriga lisa; tudo fora marcado pela boca, língua e saliva do capitão, levando o mais velho à loucura. Desceu mais os beijos, indo de encontro ao seu baixo ventre, mordendo e puxando os pêlos que ali havia, sorrindo ao senti-lo arrepiar sob sua boca. Seguiu caminho, passando pela virilha e o pênis ereto, lambendo-o e esfregando o nariz sobre a pele em seguida, inspirando seu cheiro e fazendo-o gemer fraco.
— Como pode alguém ser tão belo e delicioso assim? — perguntou para o nada enquanto segurava o pênis alheio com firmeza. — Não existe cheiro mais gostoso que o teu, meu amor; não existe gosto mais incrível; não existe ninguém acima de ti.
sentiu os olhos lacrimejarem de excitação; estava perdido em um torpor indescritível, o capitão entre suas pernas era o homem mais intenso e maravilhoso que já tivera o prazer de conhecer e se apaixonar. Debulhar-se-ia em lágrimas de pura emoção, podia sentir. Seu peito estava sufocando, o coração batia contra os ouvidos, as mãos e pernas tremiam, os lábios eram mordidos e os gemidos saíam em forma de soluços.
— J-… — chamou em desespero, sentindo a boca carnuda do rapaz envolver seu pênis inchado e molhado. — Oh, meu Deus…
Então o rapaz o engoliu com maestria e cuidado, massageando-o os testículos com cuidado; os dedos calejados eram gentis e certeiros, assim como a língua áspera limpava seu pré-gozo com satisfação e a boca o acolhia com vontade; divertia-se enquanto o chupava e o tocava, sentia prazer em vê-lo derreter a cada mísero toque novo.
O capitão segurou uma das coxas do príncipe, abrindo suas pernas para que tivesse mais espaço. A boca saiu do pênis alheio e seguiu para entre as nádegas, surpreendendo-o ao deixar que a língua passasse pela entrada intocada sem pudor algum, logo iniciando uma série de chupadas intensas.
não aguentou, explodiu em gemidos manhosos e pedidos por mais, abrindo ainda mais as pernas e segurando as próprias coxas no ar para que ficasse ainda mais exposto. sorriu contra sua intimidade, levando uma das mãos para o pênis babado, voltando a estimulá-lo e levando-o à quase perda dos sentidos. As lágrimas de excitação já rolavam sem controle pela face bonita do príncipe, deixando-o ainda mais belo enquanto rebolava contra a boca de seu soldado e soluçava.
Estava com tanto tesão.
estava amando vê-lo naquele estado, estava quase a ponto de chorar também tamanha era a emoção que carregava no peito.
Era tanto amor, tanta vontade.
— Oh, meu Rei… fica ainda mais perfeito quando chora de desejo — sussurrou ainda entre as nádegas alheia, olhando-o debaixo.
gemeu mais uma vez, sofrido e desesperado, alto.
— Por favor, meu soldado — chiou. — Não torture-me mais. Lhe imploro. Faça-me teu!
sentiu a sanidade deixar seu corpo ao ouvir palavras tão sinceras. Era seu — futuro — Rei ali, entre suas mãos, deitado sobre uma capa real em meio à floresta, implorando para ser tomado por si. Implorando como ele, um mero soldado, havia feito há alguns instantes.
suspirou e arranhou as próprias coxas ao sentir tentar encaixar-lhe um dedo. Era difícil; sempre era, ambos sabiam — não eram o primeiro homem um do outro.
O príncipe tentou relaxar mais o corpo, sentindo o mais novo massagear-lhe o falo com cuidado, ajudando-o. Os movimentos de vai e vem eram deliciosos; ardidos, mas deliciosos.
, então, encaixou o segundo dedo — este sendo mais complicado. Abaixou-se entre as pernas do mais velho outra vez, cuspindo nos dedos e colocando-os para dentro outra vez; não tinha muito o que fazer a não ser aquilo. Tirou os dedos novamente, cuspindo diretamente na intimidade de , fazendo-o morder o lábio inferior e sorrir ao sentir o contato do líquido. O soldado então chupou os próprios dedos, molhado-os mais e colocou-os para dentro novamente, arrancando um gemido longo de seu parceiro.
ainda segurava as próprias pernas no alto, ficando cada vez mais aberto e relaxado, já começando a movimentar o quadril na direção dos dedos de , que acabou por acrescentar um terceiro.
— Oh…! — o príncipe gemeu, já acostumando-se com a invasão. Sentia-se cada vez mais ansioso para ter o capitão por inteiro; precisava relaxar cada vez mais para que pudesse aguentar o pênis rijo que ainda lhe parecia tão apetitoso. O chuparia de novo por inteiro se não o desejasse tanto dentro de si naquele momento.
movimentou os dedos por mais alguns minutos, arrancando gemidos e reboladas do príncipe — que estava prestes a chorar novamente de tanto que desejava o homem à sua frente.
— Agora, , por favor — pediu ao sentir os dedos irem fundo, tão fundo que o fizera revirar os olhos. Não aguentaria tanto se não fosse logo; rápido; fundo.
Sem mais delongas, o mais novo obedeceu. Retirou os dedos de dentro do príncipe e acariciou o próprio pênis, já tão rijo quanto na primeira vez. Espalhou o pouco de pré-gozo que possuía e cuspiu mais em sua mão, misturando-os e encharcando como podia. Fez o mesmo em , acariciando seu ânus com cuidado e carinho, penetrando-o mais algumas vezes antes de posicionar o próprio pênis. abriu ainda mais as pernas no alto, sentindo as coxas começarem a cansar.
empurrou-se para dentro devagar, entrando centímetro por centímetro, sentindo como era gostoso estar dentro de seu futuro Rei. Entrou até a metade, deixando se acostumar e relaxar ainda mais os músculos.
Ao sentir seu homem mais aberto, saiu e entrou novamente, sem ir tão fundo quanto gostaria. Saiu, passou mais um punhado de saliva e empurrou-se mais uma vez, arrancando gemidos de ambos; não sabiam de onde estavam tirando tanto autocontrole.
Com um sorriso fraco e satisfeito, apoiou uma das pernas no chão e a outra sobre o ombro forte de , ao mesmo tempo em que levava uma das mãos ao próprio pênis e começava a rebolar devagar.
gemeu e fechou os olhos, respirando forte. Com todo cuidado que ainda conseguia ter, saiu e entrou mais uma vez, indo mais fundo.
resmungou um pouco desconfortável, sentindo-se arder; mas logo passaria. Seu capitão sabia bem como cuidar dele e fazê-lo sentir-se bem. E após alguns poucos minutos, o incômodo já estava sendo esquecido e indo cada vez mais fundo, arrastando-o sobre a capa e fazendo-o gemer alto.
Os movimentos eram cada vez mais fortes, rápidos e fundos, fazendo com que revisasse os olhos e gemesse sem pudor algum enquanto jogava a cabeça para trás e arqueava o corpo.
— Oh, ! — gemeu alto enquanto acelerava os movimentos em seu próprio pênis. — Mais rápido, meu amor, mais rápido!
E , como o bom soldado que era, obedeceu sua Alteza. Estocou-o com vontade, indo cada vez mais fundo, mais forte; sentindo o próprio prazer espalhar por todo seu corpo, deixando-o trêmulo e com os olhos banhados em lágrimas, ao passo que o corpo tremulava e queimava em desejo.
apoiou em uma das mãos, sentando-se de forma desajeitada e ainda com uma das pernas sobre o ombro de , que ia e vinha ainda mais fundo naquela posição. Os gemidos eram altos, longos e fortes. Não conseguiam desviar o olhar um do outro, gostando do reflexo que tinham de si mesmos nos olhos alheios.
Os corpos se chocavam com vontade e os choramingos ficavam cada vez mais altos, as lágrimas ameaçando a cair dos olhos de ambos os amantes. Eram muitas sensações misturadas; nunca haviam experimentado algo tão forte.
segurou a nuca de e o puxou para mais perto, colando suas testas como podiam.
— Oh, meu amor — murmurou enquanto revirava os olhos. — Goze dentro de mim, por favor, eu preciso senti-lo outra vez. Vá o mais fundo que puder, por favor, por favor…
— Céus, ! — exclamou, empurrando-o de volta para deitar na capa e ficando sobre os próprios joelhos com mais firmeza para que pudesse penetrá-lo mais forte.
se tremeu por inteiro e acelerou os movimentos da mão em seu próprio falo, subindo e descendo o mais rápido que conseguia, começando a sentir-se dormente.
— E-eu vou… Oh, ! — gritou, explodindo em um orgasmo tão intenso que o fez tremer dos pés à cabeça num espasmo.
Com um gemido tão alto quanto, chegou ao ápice logo em seguida, derramando-se dentro de seu Rei enquanto tremia devido ao prazer e cansaço.
Seu corpo caiu sobre o do mais velho, inerte por alguns segundos, enquanto a respiração ofegante morria no pescoço suado e marcado do mesmo.
— Isso foi… — tentou falar, mas não conseguiu. — Meu Deus, eu amo você, meu Rei. Céus, como amo!
riu fraquinho, acariciando as costas nuas do mais novo que se aninhava cada vez mais em seus braços.
— Eu também amo você, . Muito.
Ficaram deitados por mais um tempo apenas recuperando o fôlego. Ao se sentirem mais dispostos, ambos levantaram ao mesmo tempo e ainda meio lentos, relaxados demais para fazerem qualquer coisa com pressa. De mãos dadas foram até à beira do lago, o sol já começava a ir embora mas a água ainda estava morna, gostosa.
Bastou uma troca de olhares para que sorrissem um para o outro e começassem a entrar no lago. Mergulharam e voltaram à superfície juntos, trocando beijos e carícias suaves, tão calmas quanto o momento pedia. A brisa fraca, os corpos sendo banhados um pelo outro, o sol se pondo, as aves voltando para suas árvores de origem; tudo tão perfeito que parecia um sonho.
chamou baixinho, fazendo o capitão olhá-lo de pertinho; quase tinham as testas coladas. — Tenho um pedido para lhe fazer.
— Sim?
— Eu, , príncipe herdeiro do Reino Vermelho, peço sua mão em casamento — sussurrou contra a boca do rapaz. — Prometo-me a ti, com toda sinceridade e amor que há em mim. , meu jovem capitão, aceita casar-se comigo?
tinha um sorriso bobo nos lábios e lágrimas nos olhos, sentindo o coração bombardear seu corpo como se fosse fazê-lo explodir naquele momento. Nervoso, selou os lábios aos do futuro Rei com cuidado e carinho. Sabia que não seria possível realizar aquele sonho; mas não importava, nada importava desde que tivessem um ao outro.
Contra seus lábios finos e doces de seu amado, o capitão segredou:
— Prometo-me a ti, meu Rei. Aceito.




FIM



Nota da autora: Sem nota.



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