Capítulo Único
A vida de bailarina não era fácil. A rotina de ensaios era cansativa e desgastante demais. Tanto que eu, uma das melhores bailarinas da academia, tinha lesionado o tornozelo. Tinha sido uma coisa leve, mas que me custara um papel em um grande musical. Eu não conseguia sustentar a ponta por mais de dez segundos sem sentir uma dor altamente incômoda.
A recomendação do médico era fisioterapia, e essa eu estava frequentando, e exercícios na academia, mas dessa eu estava quase desistindo. Nada contra o espaço ou as pessoas. O meu problema tinha nome e atendia por , meu personal trainer.
era um cara alto, atlético, bonito, com um sorriso de covinhas fofas... OK. Foco. era um pé no saco. Ele não me dava um segundo de descanso. E toda a sua beleza sumia quando ele resolvia me atacar.
- , esse tornozelo não vai se fortalecer sozinho. Pare de fazer corpo mole! – parou ao meu lado, com sua roupa de treino justa demais no corpo.
- , por favor, se afaste antes que eu perca a paciência. – pedi calmamente.
- , como seu personal, é meu dever te acompanhar e vigiar seu treino. – ele cruzou os braços sobre o peito.
- Acompanhe de longe. – rebati.
- Comigo perto, você já demora nas pausas. Imagine se eu estiver longe. – ele riu. – Como está hoje? – ele se abaixou ao meu lado e tocou meu tornozelo lesionado.
- Quer saber se eu já consigo ficar de ponta sem chorar? – perguntei irônica e apertou o local com força. Imediatamente, agarrei seus cabelos e puxei também com força. ... Quase gemeu? Não. Foi coisa da minha cabeça.
- Vejo que não. – ele rebateu de olhos fechados.
- , você apertou com força, caramba. – briguei.
- , nós temos avaliação na próxima semana e o que eu vou dizer à direção do balé? “ não melhorou nada”? – ele fez uma voz que julgou profissional.
- Sim. É a verdade, afinal. – respondi e ele rolou os olhos.
- Você precisa se esforçar, baixinha. Assim, não teremos avanço. – ele suspirou.
- Se você usasse sua voz para me ajudar e dar dicas ao invés de tentar tirar minha paciência e me importunar, nós teríamos algum avanço. – rebati.
- Eu não estou tentando tirar sua paciência. – ele formou um bico fofo nos lábios.
- Por favor, . Preste atenção no que diz. – cruzei os braços sobre o peito.
- OK, . Trégua? – ele me estendeu a mão.
- Você criou isso sozinho. Me trate bem e eu te tratarei bem. – acusei.
- Como oferta de paz, vou ficar ao seu lado enquanto estiver aqui, sem encher o saco, e ainda vou te oferecer sessões de exercícios específicos e massagens de relaxamento muscular grátis. Fechado? – ele insistiu com a mão estendida. Pensei em sua oferta e suspirei pesado.
- Fechado. – concordei e apertei sua mão.
- Mas vamos ter que fazer isso... – ele hesitou. – Na minha casa.
- Cancele o acordo. – respondi rápido.
- , eu tenho todos esses aparelhos lá. E teremos mais espaço. Onde eu poderia fazer uma massagem de relaxamento dos músculos nesse lugar? – ele abriu os braços, como se quisesse estender sua fala para todo o espaço da academia. – E eles vão nos cobrar a mais por cada dia extra. – ele entortou a boca.
- OK, . – cedi, esperando não me arrepender.
- Não é assim. – ele ajustou meu peso e posicionou meus pés.
- Devagar, . – reclamei quando meu tornozelo doeu.
- Você vai ter que aguentar, . – ele respondeu sorrindo.
- Mas dói. Você precisa ser mais cuidadoso. – reclamei de novo.
- Quem escuta a conversa de vocês sem ver, acha que estão fazendo outra coisa. – , um colega de academia e amigo de , se aproximou sorrindo. sorriu de lado e desfez a expressão rapidamente.
- O que pensariam, ? É só uma conversa normal. – rebateu.
- A quem estamos querendo enganar, ? Todo mundo sabe que... – iniciou, mas levou um soco no peito e gemeu de dor.
- O que todo mundo sabe? – perguntei curiosa.
- Nada. – respondeu rapidamente. – está inventando coisas.
- , vamos conversar depois. – olhei para o moreno.
- Não tem nada para conversar. – alfinetou.
- , não somos crianças. Se você não quer me dizer o que todo mundo sabe e eu não sei, eu vou perguntar a quem pode me dizer. – parei o exercício e cruzei os braços sobre o peito, numa postura de desafio. Mas pobre de mim, minha cabeça não alcançava sequer o peito dele.
- Vamos conversar lá em casa amanhã. – ele respondeu sussurrando para que não o ouvisse. E falhou.
- O que a vai fazer na sua casa? – o moreno perguntou curioso, ostentando um sorriso de canto.
- Treinar. – e eu respondemos juntos.
- E só? – alargou o sorriso.
- , vá treinar, sim? Preciso terminar minha série. – empurrei e o observei se afastar rindo. – Ele está estranho.
- , ele é estranho. – corrigiu e riu. Uma risada gostosa, que me fazia querer rir junto. Eu até sorri, mas me contive.
- Amanhã que horas? – perguntei de repente.
- Como é sábado, pode ser às nove. O que acha? – ele coçou a cabeça, com uma carinha fofa. Ele tinha de parar, ou eu ia acabar apertando suas bochechas. Ou beijando seus lábios. Mas eu não queria pensar muito sobre a segunda opção.
- Me mande o endereço por mensagem. – dei as costas, pronta para sair.
- Onde vai? – ele perguntou confuso.
- Embora. Hoje já deu, . Até amanhã. – sorri e saí sem esperar resposta.
Eu só queria algumas horas de paz antes de passar parte do sábado na companhia de , seu corpo bonito e seu sorriso satisfeito de quando ele aparecia para implicar com minhas pausas.
POV off
***
POV
Acordei cedo no sábado. Na verdade, acho que nem consegui dormir. A imagem de sorrindo para mim me atormentou durante toda a noite.
Arrumei a área dos aparelhos, tomei um banho demorado e me arrumei para esperar minha aluna.
“Minha aluna”, que difícil pensar sobre isso.
Tenho que manter minha ética profissional, mas faz alguma coisa ferver em mim só por me olhar. Talvez seja... Desejo reprimido, já que faz muito tempo que não tenho ninguém.
Faltavam dez minutos para as nove horas e eu já estava impaciente, caminhando pela sala, esperando por ela. Quando a campainha ecoou no local, quase corri para abrir a porta.
- Bom dia, . – ela cumprimentou sorrindo.
- Bom dia, . Está linda. – elogiei. E não estava mentindo. Ela vestia um top preto, como muitos outros que ela tinha, e um short colado com a cintura muito alta, ambos com detalhes rosa, moldando bem as curvas do seu corpo.
- Roupa de treino, . Você me vê assim três vezes por semana. – ela riu sincera.
- Acho que a luz da academia não te favorece. – o que eu estava dizendo? Não faço ideia. Mas corou.
- Você está levando essa história de trégua a sério. – ela sorriu para mim e entrou na minha casa. – Acho que o ambiente te influencia.
- Assim você me ofende, . – fiz uma careta.
- Me poupe, . Vamos começar esse treino. Quero minha massagem logo. – ela me olhou com uma expressão esperta.
- Você só veio aqui para isso, não foi? – acusei.
- , assim você me ofende. Claro que eu quero meu tornozelo bem de novo. – ela respondeu com as sobrancelhas franzidas. – Mas eu não posso negar que a massagem de liberação da fisio é maravilhosa. Quero saber se a sua também é. – ela piscou e se afastou, deixando a bolsa sobre uma cadeira. Se continuasse com aqueles sorrisos e piscadas, ficaria bem mais difícil para mim. – Qual o primeiro exercício?
- Alongamento, . Sabe disso. – respondi e fui até o aparelho de som, colocando uma música agitada.
- Alongamento com música? Quem é você e o que fez com o ? – ela perguntou esticando os braços acima da cabeça, a blusa subindo e revelando um pedacinho de pele da barriga.
- Esse sou eu. – dei de ombros. – Agora lá embaixo, . – indiquei. Ela baixou os braços e o tronco, tocando os dedos no chão. – Estique as costas. – me coloquei atrás dela e toquei a base de sua coluna. Meu corpo esquentou com a visão de sua bunda quase empinada. – Bom. Agora ponta. – ela levantou o corpo e colocou a ponta do pé direito no chão. Aquele era o tornozelo bom. – Agora o outro.
- Não me peça isso. – ela choramingou.
- Você sabe que precisa. – expliquei. – Vamos lá, estou aqui para te apoiar se precisar. – me coloquei a sua frente, pronto para segurá-la caso ela não suportasse a dor do movimento. Que foi exatamente o que aconteceu. Assim que ela se pôs de meia-ponta, seu joelho cedeu e ela pendeu o corpo, caindo em meus braços, o rosto próximo demais do meu. Encarei sua boca, tão próxima, e a vontade de beijá-la quase me dominou. Felizmente, ela se afastou antes.
- Está vendo, ? Eu não consigo. – ela reclamou com os olhos marejados e um bico nos lábios.
- Calma, . Nós vamos conseguir. – passei o polegar em sua bochecha, num movimento completamente involuntário. Ela sorriu tímida e meu coração falhou um batida. Era só desejo, é só desejo, eu repetia mentalmente. – Vamos trabalhar.
- Vamos. Estou ansiosa pela minha massagem. – ela riu de lado.
Os astros me ajudem com essa massagem.
POV off
POV
Retomamos nosso alongamento e não tirava os olhos de mim.
- O que está olhando, ? – perguntei entre a contagem do alongamento.
- Nada. – ele respondeu e virou o rosto rapidamente. achava que não, mas eu tinha percebido seus olhos na minha boca quando meus joelhos cederam e eu caí em seus braços. – Só vamos terminar esse alongamento. Temos muito para fazer.
Ele se afastou e sumiu por uma porta. Como eu já sabia o que fazer, terminei minha contagem e o segui, encontrando ajustando os pesos de alguns equipamentos, as veias dos braços saltadas pelo esforço.
Ele implicava comigo, mas eu não podia negar que era um homem muito bonito. Ele tinha as pernas bem torneadas, os braços fortes e um peito que parecia bem definido sobre o tecido fino da camiseta. Seu sorriso, pelo pouco que o vi sorrir, era uma atração à parte. Seus olhos se fechavam e duas covinhas apareciam nas laterais de seu rosto, lhe dando um aspecto infantil que contrastava com o restante do corpo.
- Eu não vou conseguir levantar isso tudo. – cometei e ele se sobressaltou.
- , bailarinas têm passos leves. Então quando entrar em algum lugar, avise. Alguém pode morrer do coração com um susto desses. – ele pediu com mão sobre o peito, uma expressão dramática no rosto.
- , estou aqui. – avisei e ri.
- Está muito engraçadinha hoje, . – ele estreitou os olhos para mim. – Quero ver se vai continuar rindo depois que eu te deixar exausta.
Fechei os olhos e respirei fundo. Aquela proposta me parecia interessante em outro contexto.
- , pare de prometer o que não vai cumprir. – passei a língua sobre os lábios e segurei o inferior.
- Ah, . Eu posso cumprir. Não vacile. – ele sorriu de lado.
Céus, queria mesmo me provocar?
Porque se a resposta era sim, ele tinha mexido com a pessoa errada.
- , não diga coisas das quais você pode se arrepender depois. – avisei.
- Tenho certeza de que cada palavra valerá a pena. – ele piscou. – Agora, ao trabalho.
Ele bateu as mãos e, novamente, ligou um aparelho de som, deixando uma música dançante invadir o cômodo.
Começamos uma série de exercícios específicos que durou quase toda a manhã. Sempre que eu reclamava de dor, estava lá, com seus dedos hábeis prontos para uma massagem rápida que aliviasse a dor momentânea.
- , o último teste de hoje. – ele disse depois de duas horas de esforço intenso. – Ponta.
- Não, . Eu estou exausta. – choraminguei.
- Vamos, . Eu vou estar aqui. – ele me estendeu uma mão. Segurei relutante e tentei sustentar uma meia-ponta. Não caí imediatamente. já estava quase comemorando, quando meus joelhos cederam e eu caí novamente em seus braços. – Temos um avanço, baixinha. – ele sorriu.
- Mas não é o suficiente. – reclamei. – Minha massagem, . Eu não aguento mais. – aproveitei a proximidade e me abracei ao seu pescoço.
- Vai querer que eu te carregue no colo também? – suas mãos tocaram minha cintura e eu me arrepiei.
- Sim. Você me fez forçar o tornozelo. – respondi emburrada.
- Você não era folgada assim. – ele acusou.
- Vamos, . Você prometeu. – incentivei. Queria ver até onde ia aquela atitude provocadora dele.
De repente, senti suas mãos se deslizarem da minha cintura para a parte de trás das minhas coxas. Em um impulso, enlacei as pernas em sua cintura e seus braços me sustentaram firme.
- Não se acostume. – ele disse com a boca perto demais do meu ouvido, enviando um arrepio para todo o meu corpo.
- Você aguenta, é forte. – desci uma das mãos que estavam em seu pescoço para seu braço e apertei com força medida, ganhando um suspiro pesado em resposta.
me carregou no colo e caminhou comigo de volta para a sala, praticamente me jogando no sofá.
- Ai, . Seu sofá é quente. – me remexi no couro que revestia o estofado.
- Nós temos duas opções: aqui ou na minha cama. – ele deu de ombros.
- Sua cama é mais confortável? – perguntei divertida.
- , não comece. – ele advertiu.
- Estou falando sério, . – rebati. – A cama do Woo é confortável.
- Quem é Woo? – ele perguntou com as mãos na cintura, uma expressão irritada.
- Woo, meu fisioterapeuta. – sorri.
- E você anda testando a cama dele? – ele estreitou os olhos para mim.
- Não é da sua conta. – respondi rindo.
- OK. Você venceu. Vamos, você é capaz de andar sozinha. – ele se afastou e saiu batendo os pés com força.
- ... – chamei do sofá.
- Vamos, . – ele gritou de longe. Derrotada, levantei e o segui pela porta que dava para seu quarto. – Tire os sapatos e deite. – ele ordenou. Chutei os sapatos para longe e sentei na cama. Sob o olhar atento dele, deitei e estiquei as pernas. subiu na cama e sentou sobre os calcanhares, aos meus pés.
- Não aperte com força. – pedi.
- Não interfira no meu trabalho, . – ele sorriu de lado e aquilo me aqueceu. Seus dedos tocaram meu pé em uma massagem leve, quase como um carinho.
- Oh, . Isso é bom. – sorri.
- E eu só comecei. – seu sorriso se alargou. Suas mãos subiram para meu tornozelo machucado e eu quase fui ao céu. Aquilo definitivamente era bom.
- . – chamei e ele murmurou um sim. – O que todo mundo sabe e eu não sei? – perguntei. Aquilo estava martelando na minha cabeça. parou os movimentos de repente e me encarou.
- Nada. – suas mãos voltaram a trabalhar, agora em minha panturrilha.
- Por favor, . – pedi com um bico.
- Nada, . – suas mãos mudaram para a outra perna e eu perdi a insistência, fechando a boca para não gemer de satisfação. – Melhor que o Woo? – ele perguntou debochado.
- Não respondo nada para você. – rebati.
- Qual é, ? – ele parou a massagem.
- Você que começou. – fiz uma careta.
- Você quer saber o que não pode. – ele respondeu.
- Você também. – me apoiei nos cotovelos e lhe encarei. Ele retribuiu meu olhar e largou minha perna, engatinhou sobre a cama, encaixando meu corpo entre os joelhos, e colocou o rosto rente ao meu.
- Responda à minha pergunta e respondo a sua. – ele soprou as palavras.
- Nunca testei a cama do Woo. – respondi encarando seus lábios.
- Isso é bom, . Estou te convidando para testar a minha. – ele sorriu de lado. – Mas não foi isso que perguntei. Quero saber se eu te toco melhor que ele. – sua mão encontrou minha cintura e ele aproximou mais o corpo do meu. – Minhas mãos são melhores?
- Eu... Eu não sei. – droga! Eu não deveria gaguejar.
- Está nervosa, ? A massagem só começou. – ele piscou e forçou o corpo para cima do meu, me obrigando a deitar novamente. Seus lábios encontraram meu pescoço e eu gemi baixinho. – Diga que eu posso, . Diga que também quer. Eu não estou aguentando mais.
Meus dedos encontraram seus fios e eu os puxei, o obrigando a me olhar. me encarou com as pupilas dilatadas e a respiração levemente ofegante.
- Primeiro, responda à minha pergunta. – ordenei.
- É isso que todo mundo sabe e você não. Eu quero você, . – ele respondeu olhando em meus olhos. – Eu não aguento mais ir dormir duro nos dias que você tem treino. Eu só quero seu corpo nu no meu uma vez. Eu preciso saciar esse desejo ou vou enlouquecer. – ele riu de leve no final da frase. Encarei seu rosto preocupado de repente, como se tivesse se dado conta de que tinha falado demais. – Esquece. É loucura. – ele fez menção de se afastar, mas eu o segurei pela gola da camisa.
- Promete não se viciar? Se apaixonar? – perguntei divertida.
- Prometo. – ele respondeu sério quando entendeu do que eu estava falando.
- Uma vez, . – decretei e o puxei para mim, chocando meus lábios aos dele com certa força. tinha gosto de hortelã e desejo. Era bom, era quente. Ele apoiou uma mão ao lado do meu corpo para não descansar todo o peso em cima de mim e continuou a me beijar até que lhe faltasse o fôlego.
Quando isso aconteceu, ele moveu seus lábios por meu queixo, em seguida descendo para o meu pescoço novamente, minha área sensível. Agarrei a parte de trás da sua camisa e a puxei para cima, desesperada por mais contato. saiu da blusa de uma forma que seria engraçada, se eu tivesse tempo para rir.
Ele tinha o peito definido e a barriga sarada, assim como eu imaginei. Seus mamilos rosados fizeram minha boca salivar para tocá-los e ouvir finalmente gemer. Mas meu desejo foi esquecido quando ele levantou o top de malhação que eu usava e sua boca tocou meu seio, suave e macia como algodão.
- . – ele chamou e se afastou abruptamente, largando meus seios apontados para cima e minha intimidade já molhada pela bela visão de seu tronco nu e do volume visível entre suas pernas. – Eu sei que disse que uma vez era suficiente, mas vamos precisar, pelo menos, de uma tarde inteira.
- ! – gritei e ele pulou no lugar. – Eu achei que você ia parar agora mesmo e me deixar assim. Não me assuste. – levantei e terminei de tirar o top. tinha me deixado impaciente. – Teremos a tarde inteira.
Ele sorriu ladino e voltou a colocar o corpo sobre o meu, a boca macia voltando ao trabalho em meus seios até que eu puxasse seus fios e me remexesse embaixo dele, desejando ter sua boca em outro lugar. Seus lábios escorregaram por entre meus seios e pararam nos cós do short. Seus dedos se prenderam nas laterais da peça e a forçaram para baixo, me obrigando a levantar o quadril para que ela saísse. Senti minhas pernas serem separadas de forma dura e meu íntimo se contraiu quando ele afastou minha calcinha e seu indicador se forçou em minha fenda, pressionando meu clitóris inchado.
- ... – ele gemeu alto, sem parar a pressão, e sua outra mão alcançou seu membro por cima do short moletom que ele vestia.
- , eu vou explodir de tesão. Pare com isso. – pedi desesperada. Ele mordeu o lábio inferior e colocou o rosto entre as minhas pernas.
- Pode explodir. Estou pronto para provar você. – ele sugou meu clitóris com força e foi minha vez de gemer alto. E ele não parou a sucção até que meu corpo tremesse por inteiro e eu me desfizesse em sua língua quente.
- , camisinha. Rápido. – ordenei. Ele desceu da cama, entrou por uma porta que eu julguei ser o banheiro e saiu de lá carregando alguns pacotes nas mãos, parando ao meu lado apenas para se desfazer do short. – Vem aqui. – chamei e virei o corpo apenas para baixar sua boxer vermelha e ver seu membro saltar, a glande rosada inchada, vertendo pré-gozo. – , eu quero provar você, mas vamos deixar isso para depois. Agora eu quero você em mim.
- Ah, . Pare com isso. – ele reclamou, se livrou da boxer e vestiu um preservativo rapidamente, subindo na cama e se posicionando entre minhas pernas. Guiou o membro para a minha entrada e forçou todo o comprimento para dentro, lento e provocativo, assim como as estocadas que se seguiram. Ele tirava quase tudo e voltava a penetrar, forte e lento, gemendo sempre.
- , mais, mais. – pedi e tive meu desejo atendido. passou a estocar freneticamente, rápido e fundo, quase me levando à loucura. – , eu...
- Eu estou vindo, . – ele sussurrou e sua mão encontrou meu seio com um aperto forte, me fazendo chegar ao ápice e gritar de prazer. gemeu alto e rouco quando liberou seu orgasmo e caiu por cima de mim. – Você ainda me mata.
- De prazer? – perguntei afastando os fios que grudavam na sua testa.
- Sim. – ele soprou. – Estou acabado, mas quero mais. Você me prometeu uma tarde inteira. – ele me encarou com um bico nos lábios. Mordi seu inferior e o deixei escapar devagar entre meus dentes.
- Vá se limpar e volte. Eu sou sua a tarde toda e nós só começamos. – pisquei. Vi se levantar, nu como estava, e sair rebolando aquela bunda bonita para longe. Uma ideia me ocorreu e eu levantei para ir atrás dele.
- A segunda rodada é aqui? – ele perguntou assim que entrei no banheiro, de costas para mim.
- Se prepare para testar todos os cômodos da casa, . Espero que tenha resistência para isso. – sorri maliciosa.
***
Depois de passar o sábado com , fazendo uma tour por sua casa, e sair de lá tarde da noite, não apareci na academia na segunda. Mas terça era dia de treino e eu tinha que dar as caras.
Estava sozinha em uma das máquinas, meu querido personal ainda não tinha aparecido, quando Jogo se aproximou.
- , finalmente apareceu. Achei que tinha acabado com você e te dado um fim no sábado. – ele riu e eu o acompanhei.
“ acabou comigo, mas foi de outra forma”, quase respondi.
- Segunda não é meu dia de treino, você sabe, . – sorri para o moreno. – Eu só apareço aqui nas terças, quintas e sextas.
- Já que você falou na sexta... Eu estava pensando se você não queria sair para comer ou beber alguma coisa quando acabássemos o treino. – ele mexeu nos cabelos, como se estivesse com vergonha. Seria fofo, se não fosse preocupante. nunca tinha lançado uma investida como aquela.
- Não posso. – respondi rápido, sem pensar em um motivo.
- Está muito ocupada? – ele franziu as sobrancelhas e me encarou.
Pensa, . Pensa.
Olhei rápido por cima do ombro de e minha desculpa perfeita vinha se aproximando, com os fios descoloridos balançando com a brisa suave.
- Tenho treino com o no sábado. – sorri para meu personal que finalmente se aproximou de nós. – O balé pagou treinos extras. Sabe como é, a primeira bailarina tem que se recuperar logo. – menti e sorriu para mim.
- E como vai minha aluna favorita? – perguntou com um sorriso que mal cabia no rosto. Droga, eu não deveria achar aquele sorriso de covinhas bonito. Ele era perigoso demais para mim.
- Tem certeza que só treinaram no sábado? – perguntou desconfiado. – Até sexta passada vocês mal se suportavam. Hoje a já é a aluna favorita.
- Uma hora eu tinha que me tornar um bom personal, não acha, ? – sorriu para o amigo.
- Eu quero falar com você depois, . – ele disse com os olhos semicerrados. – , estou disponível na hora que você quiser para falarmos sobre aquele assunto de sexta. – ele piscou para mim. – Não se matem.
saiu e se aproximou mais.
- Então quer dizer que temos treino no sábado? – ele perguntou enquanto corrigia a posição dos meus pés. Levantei e me dirigi para a área dos colchonetes. Hora do abdominal. , óbvio, me seguiu, próximo demais para o meu bem.
- Pare de falar e me ajude aqui. – deitei e quase sentou sobre meus calcanhares. – Sim. Temos treino sábado. Acho que ainda não exploramos alguns movimentos.
- , você me fez prometer que não ia me apaixonar. – ele sussurrou olhando para os lados.
- Sim. Mas eu não lembro de ter prometido nada. – sorri ladina.
- Não brinque comigo. Eu posso não saber parar. – ele ameaçou.
- Talvez eu não queria que você pare. Talvez eu queira mais e mais, . – sussurrei em resposta.
- Você é perigosa, . – ele sorriu para mim.
- Você não sabe o quanto, . – rebati e comecei meus abdominais, vendo o rosto de de pertinho cada vez que subia o corpo. Vi ele olhar para os lados e, quando me aproximei novamente, me roubou um selar rápido. – Ficou maluco, ? – perguntei assustada com a probabilidade de alguém ter visto.
- Vamos adiantar o treino de sábado para hoje. – ele pediu com um bico nos lábios.
- Não podemos. Mas você sempre pode me chamar para um encontro. – pisquei.
- Agora você quer romance? – ele perguntou me ajudando a levantar.
- Eu sou uma romântica incorrigível, . – respondi sorrindo. – Até quinta. Se mudar de ideia, sabe onde me encontrar.
Apertei a bochecha de e saí da academia, me despedindo das recepcionistas. Mal cruzei a porta, meu celular vibrou na pochete que eu carregava para a academia.
“Hoje, às 20h, na pizzaria da Praça.
Seu .”
Sorri sozinha enquanto descia as escadas. Precisava chegar em casa rápido para me arrumar. Afinal, hoje eu tinha um encontro. Com , meu personal pé no saco.
Meu .
A recomendação do médico era fisioterapia, e essa eu estava frequentando, e exercícios na academia, mas dessa eu estava quase desistindo. Nada contra o espaço ou as pessoas. O meu problema tinha nome e atendia por , meu personal trainer.
era um cara alto, atlético, bonito, com um sorriso de covinhas fofas... OK. Foco. era um pé no saco. Ele não me dava um segundo de descanso. E toda a sua beleza sumia quando ele resolvia me atacar.
- , esse tornozelo não vai se fortalecer sozinho. Pare de fazer corpo mole! – parou ao meu lado, com sua roupa de treino justa demais no corpo.
- , por favor, se afaste antes que eu perca a paciência. – pedi calmamente.
- , como seu personal, é meu dever te acompanhar e vigiar seu treino. – ele cruzou os braços sobre o peito.
- Acompanhe de longe. – rebati.
- Comigo perto, você já demora nas pausas. Imagine se eu estiver longe. – ele riu. – Como está hoje? – ele se abaixou ao meu lado e tocou meu tornozelo lesionado.
- Quer saber se eu já consigo ficar de ponta sem chorar? – perguntei irônica e apertou o local com força. Imediatamente, agarrei seus cabelos e puxei também com força. ... Quase gemeu? Não. Foi coisa da minha cabeça.
- Vejo que não. – ele rebateu de olhos fechados.
- , você apertou com força, caramba. – briguei.
- , nós temos avaliação na próxima semana e o que eu vou dizer à direção do balé? “ não melhorou nada”? – ele fez uma voz que julgou profissional.
- Sim. É a verdade, afinal. – respondi e ele rolou os olhos.
- Você precisa se esforçar, baixinha. Assim, não teremos avanço. – ele suspirou.
- Se você usasse sua voz para me ajudar e dar dicas ao invés de tentar tirar minha paciência e me importunar, nós teríamos algum avanço. – rebati.
- Eu não estou tentando tirar sua paciência. – ele formou um bico fofo nos lábios.
- Por favor, . Preste atenção no que diz. – cruzei os braços sobre o peito.
- OK, . Trégua? – ele me estendeu a mão.
- Você criou isso sozinho. Me trate bem e eu te tratarei bem. – acusei.
- Como oferta de paz, vou ficar ao seu lado enquanto estiver aqui, sem encher o saco, e ainda vou te oferecer sessões de exercícios específicos e massagens de relaxamento muscular grátis. Fechado? – ele insistiu com a mão estendida. Pensei em sua oferta e suspirei pesado.
- Fechado. – concordei e apertei sua mão.
- Mas vamos ter que fazer isso... – ele hesitou. – Na minha casa.
- Cancele o acordo. – respondi rápido.
- , eu tenho todos esses aparelhos lá. E teremos mais espaço. Onde eu poderia fazer uma massagem de relaxamento dos músculos nesse lugar? – ele abriu os braços, como se quisesse estender sua fala para todo o espaço da academia. – E eles vão nos cobrar a mais por cada dia extra. – ele entortou a boca.
- OK, . – cedi, esperando não me arrepender.
- Não é assim. – ele ajustou meu peso e posicionou meus pés.
- Devagar, . – reclamei quando meu tornozelo doeu.
- Você vai ter que aguentar, . – ele respondeu sorrindo.
- Mas dói. Você precisa ser mais cuidadoso. – reclamei de novo.
- Quem escuta a conversa de vocês sem ver, acha que estão fazendo outra coisa. – , um colega de academia e amigo de , se aproximou sorrindo. sorriu de lado e desfez a expressão rapidamente.
- O que pensariam, ? É só uma conversa normal. – rebateu.
- A quem estamos querendo enganar, ? Todo mundo sabe que... – iniciou, mas levou um soco no peito e gemeu de dor.
- O que todo mundo sabe? – perguntei curiosa.
- Nada. – respondeu rapidamente. – está inventando coisas.
- , vamos conversar depois. – olhei para o moreno.
- Não tem nada para conversar. – alfinetou.
- , não somos crianças. Se você não quer me dizer o que todo mundo sabe e eu não sei, eu vou perguntar a quem pode me dizer. – parei o exercício e cruzei os braços sobre o peito, numa postura de desafio. Mas pobre de mim, minha cabeça não alcançava sequer o peito dele.
- Vamos conversar lá em casa amanhã. – ele respondeu sussurrando para que não o ouvisse. E falhou.
- O que a vai fazer na sua casa? – o moreno perguntou curioso, ostentando um sorriso de canto.
- Treinar. – e eu respondemos juntos.
- E só? – alargou o sorriso.
- , vá treinar, sim? Preciso terminar minha série. – empurrei e o observei se afastar rindo. – Ele está estranho.
- , ele é estranho. – corrigiu e riu. Uma risada gostosa, que me fazia querer rir junto. Eu até sorri, mas me contive.
- Amanhã que horas? – perguntei de repente.
- Como é sábado, pode ser às nove. O que acha? – ele coçou a cabeça, com uma carinha fofa. Ele tinha de parar, ou eu ia acabar apertando suas bochechas. Ou beijando seus lábios. Mas eu não queria pensar muito sobre a segunda opção.
- Me mande o endereço por mensagem. – dei as costas, pronta para sair.
- Onde vai? – ele perguntou confuso.
- Embora. Hoje já deu, . Até amanhã. – sorri e saí sem esperar resposta.
Eu só queria algumas horas de paz antes de passar parte do sábado na companhia de , seu corpo bonito e seu sorriso satisfeito de quando ele aparecia para implicar com minhas pausas.
POV off
POV
Acordei cedo no sábado. Na verdade, acho que nem consegui dormir. A imagem de sorrindo para mim me atormentou durante toda a noite.
Arrumei a área dos aparelhos, tomei um banho demorado e me arrumei para esperar minha aluna.
“Minha aluna”, que difícil pensar sobre isso.
Tenho que manter minha ética profissional, mas faz alguma coisa ferver em mim só por me olhar. Talvez seja... Desejo reprimido, já que faz muito tempo que não tenho ninguém.
Faltavam dez minutos para as nove horas e eu já estava impaciente, caminhando pela sala, esperando por ela. Quando a campainha ecoou no local, quase corri para abrir a porta.
- Bom dia, . – ela cumprimentou sorrindo.
- Bom dia, . Está linda. – elogiei. E não estava mentindo. Ela vestia um top preto, como muitos outros que ela tinha, e um short colado com a cintura muito alta, ambos com detalhes rosa, moldando bem as curvas do seu corpo.
- Roupa de treino, . Você me vê assim três vezes por semana. – ela riu sincera.
- Acho que a luz da academia não te favorece. – o que eu estava dizendo? Não faço ideia. Mas corou.
- Você está levando essa história de trégua a sério. – ela sorriu para mim e entrou na minha casa. – Acho que o ambiente te influencia.
- Assim você me ofende, . – fiz uma careta.
- Me poupe, . Vamos começar esse treino. Quero minha massagem logo. – ela me olhou com uma expressão esperta.
- Você só veio aqui para isso, não foi? – acusei.
- , assim você me ofende. Claro que eu quero meu tornozelo bem de novo. – ela respondeu com as sobrancelhas franzidas. – Mas eu não posso negar que a massagem de liberação da fisio é maravilhosa. Quero saber se a sua também é. – ela piscou e se afastou, deixando a bolsa sobre uma cadeira. Se continuasse com aqueles sorrisos e piscadas, ficaria bem mais difícil para mim. – Qual o primeiro exercício?
- Alongamento, . Sabe disso. – respondi e fui até o aparelho de som, colocando uma música agitada.
- Alongamento com música? Quem é você e o que fez com o ? – ela perguntou esticando os braços acima da cabeça, a blusa subindo e revelando um pedacinho de pele da barriga.
- Esse sou eu. – dei de ombros. – Agora lá embaixo, . – indiquei. Ela baixou os braços e o tronco, tocando os dedos no chão. – Estique as costas. – me coloquei atrás dela e toquei a base de sua coluna. Meu corpo esquentou com a visão de sua bunda quase empinada. – Bom. Agora ponta. – ela levantou o corpo e colocou a ponta do pé direito no chão. Aquele era o tornozelo bom. – Agora o outro.
- Não me peça isso. – ela choramingou.
- Você sabe que precisa. – expliquei. – Vamos lá, estou aqui para te apoiar se precisar. – me coloquei a sua frente, pronto para segurá-la caso ela não suportasse a dor do movimento. Que foi exatamente o que aconteceu. Assim que ela se pôs de meia-ponta, seu joelho cedeu e ela pendeu o corpo, caindo em meus braços, o rosto próximo demais do meu. Encarei sua boca, tão próxima, e a vontade de beijá-la quase me dominou. Felizmente, ela se afastou antes.
- Está vendo, ? Eu não consigo. – ela reclamou com os olhos marejados e um bico nos lábios.
- Calma, . Nós vamos conseguir. – passei o polegar em sua bochecha, num movimento completamente involuntário. Ela sorriu tímida e meu coração falhou um batida. Era só desejo, é só desejo, eu repetia mentalmente. – Vamos trabalhar.
- Vamos. Estou ansiosa pela minha massagem. – ela riu de lado.
Os astros me ajudem com essa massagem.
POV off
POV
Retomamos nosso alongamento e não tirava os olhos de mim.
- O que está olhando, ? – perguntei entre a contagem do alongamento.
- Nada. – ele respondeu e virou o rosto rapidamente. achava que não, mas eu tinha percebido seus olhos na minha boca quando meus joelhos cederam e eu caí em seus braços. – Só vamos terminar esse alongamento. Temos muito para fazer.
Ele se afastou e sumiu por uma porta. Como eu já sabia o que fazer, terminei minha contagem e o segui, encontrando ajustando os pesos de alguns equipamentos, as veias dos braços saltadas pelo esforço.
Ele implicava comigo, mas eu não podia negar que era um homem muito bonito. Ele tinha as pernas bem torneadas, os braços fortes e um peito que parecia bem definido sobre o tecido fino da camiseta. Seu sorriso, pelo pouco que o vi sorrir, era uma atração à parte. Seus olhos se fechavam e duas covinhas apareciam nas laterais de seu rosto, lhe dando um aspecto infantil que contrastava com o restante do corpo.
- Eu não vou conseguir levantar isso tudo. – cometei e ele se sobressaltou.
- , bailarinas têm passos leves. Então quando entrar em algum lugar, avise. Alguém pode morrer do coração com um susto desses. – ele pediu com mão sobre o peito, uma expressão dramática no rosto.
- , estou aqui. – avisei e ri.
- Está muito engraçadinha hoje, . – ele estreitou os olhos para mim. – Quero ver se vai continuar rindo depois que eu te deixar exausta.
Fechei os olhos e respirei fundo. Aquela proposta me parecia interessante em outro contexto.
- , pare de prometer o que não vai cumprir. – passei a língua sobre os lábios e segurei o inferior.
- Ah, . Eu posso cumprir. Não vacile. – ele sorriu de lado.
Céus, queria mesmo me provocar?
Porque se a resposta era sim, ele tinha mexido com a pessoa errada.
- , não diga coisas das quais você pode se arrepender depois. – avisei.
- Tenho certeza de que cada palavra valerá a pena. – ele piscou. – Agora, ao trabalho.
Ele bateu as mãos e, novamente, ligou um aparelho de som, deixando uma música dançante invadir o cômodo.
Começamos uma série de exercícios específicos que durou quase toda a manhã. Sempre que eu reclamava de dor, estava lá, com seus dedos hábeis prontos para uma massagem rápida que aliviasse a dor momentânea.
- , o último teste de hoje. – ele disse depois de duas horas de esforço intenso. – Ponta.
- Não, . Eu estou exausta. – choraminguei.
- Vamos, . Eu vou estar aqui. – ele me estendeu uma mão. Segurei relutante e tentei sustentar uma meia-ponta. Não caí imediatamente. já estava quase comemorando, quando meus joelhos cederam e eu caí novamente em seus braços. – Temos um avanço, baixinha. – ele sorriu.
- Mas não é o suficiente. – reclamei. – Minha massagem, . Eu não aguento mais. – aproveitei a proximidade e me abracei ao seu pescoço.
- Vai querer que eu te carregue no colo também? – suas mãos tocaram minha cintura e eu me arrepiei.
- Sim. Você me fez forçar o tornozelo. – respondi emburrada.
- Você não era folgada assim. – ele acusou.
- Vamos, . Você prometeu. – incentivei. Queria ver até onde ia aquela atitude provocadora dele.
De repente, senti suas mãos se deslizarem da minha cintura para a parte de trás das minhas coxas. Em um impulso, enlacei as pernas em sua cintura e seus braços me sustentaram firme.
- Não se acostume. – ele disse com a boca perto demais do meu ouvido, enviando um arrepio para todo o meu corpo.
- Você aguenta, é forte. – desci uma das mãos que estavam em seu pescoço para seu braço e apertei com força medida, ganhando um suspiro pesado em resposta.
me carregou no colo e caminhou comigo de volta para a sala, praticamente me jogando no sofá.
- Ai, . Seu sofá é quente. – me remexi no couro que revestia o estofado.
- Nós temos duas opções: aqui ou na minha cama. – ele deu de ombros.
- Sua cama é mais confortável? – perguntei divertida.
- , não comece. – ele advertiu.
- Estou falando sério, . – rebati. – A cama do Woo é confortável.
- Quem é Woo? – ele perguntou com as mãos na cintura, uma expressão irritada.
- Woo, meu fisioterapeuta. – sorri.
- E você anda testando a cama dele? – ele estreitou os olhos para mim.
- Não é da sua conta. – respondi rindo.
- OK. Você venceu. Vamos, você é capaz de andar sozinha. – ele se afastou e saiu batendo os pés com força.
- ... – chamei do sofá.
- Vamos, . – ele gritou de longe. Derrotada, levantei e o segui pela porta que dava para seu quarto. – Tire os sapatos e deite. – ele ordenou. Chutei os sapatos para longe e sentei na cama. Sob o olhar atento dele, deitei e estiquei as pernas. subiu na cama e sentou sobre os calcanhares, aos meus pés.
- Não aperte com força. – pedi.
- Não interfira no meu trabalho, . – ele sorriu de lado e aquilo me aqueceu. Seus dedos tocaram meu pé em uma massagem leve, quase como um carinho.
- Oh, . Isso é bom. – sorri.
- E eu só comecei. – seu sorriso se alargou. Suas mãos subiram para meu tornozelo machucado e eu quase fui ao céu. Aquilo definitivamente era bom.
- . – chamei e ele murmurou um sim. – O que todo mundo sabe e eu não sei? – perguntei. Aquilo estava martelando na minha cabeça. parou os movimentos de repente e me encarou.
- Nada. – suas mãos voltaram a trabalhar, agora em minha panturrilha.
- Por favor, . – pedi com um bico.
- Nada, . – suas mãos mudaram para a outra perna e eu perdi a insistência, fechando a boca para não gemer de satisfação. – Melhor que o Woo? – ele perguntou debochado.
- Não respondo nada para você. – rebati.
- Qual é, ? – ele parou a massagem.
- Você que começou. – fiz uma careta.
- Você quer saber o que não pode. – ele respondeu.
- Você também. – me apoiei nos cotovelos e lhe encarei. Ele retribuiu meu olhar e largou minha perna, engatinhou sobre a cama, encaixando meu corpo entre os joelhos, e colocou o rosto rente ao meu.
- Responda à minha pergunta e respondo a sua. – ele soprou as palavras.
- Nunca testei a cama do Woo. – respondi encarando seus lábios.
- Isso é bom, . Estou te convidando para testar a minha. – ele sorriu de lado. – Mas não foi isso que perguntei. Quero saber se eu te toco melhor que ele. – sua mão encontrou minha cintura e ele aproximou mais o corpo do meu. – Minhas mãos são melhores?
- Eu... Eu não sei. – droga! Eu não deveria gaguejar.
- Está nervosa, ? A massagem só começou. – ele piscou e forçou o corpo para cima do meu, me obrigando a deitar novamente. Seus lábios encontraram meu pescoço e eu gemi baixinho. – Diga que eu posso, . Diga que também quer. Eu não estou aguentando mais.
Meus dedos encontraram seus fios e eu os puxei, o obrigando a me olhar. me encarou com as pupilas dilatadas e a respiração levemente ofegante.
- Primeiro, responda à minha pergunta. – ordenei.
- É isso que todo mundo sabe e você não. Eu quero você, . – ele respondeu olhando em meus olhos. – Eu não aguento mais ir dormir duro nos dias que você tem treino. Eu só quero seu corpo nu no meu uma vez. Eu preciso saciar esse desejo ou vou enlouquecer. – ele riu de leve no final da frase. Encarei seu rosto preocupado de repente, como se tivesse se dado conta de que tinha falado demais. – Esquece. É loucura. – ele fez menção de se afastar, mas eu o segurei pela gola da camisa.
- Promete não se viciar? Se apaixonar? – perguntei divertida.
- Prometo. – ele respondeu sério quando entendeu do que eu estava falando.
- Uma vez, . – decretei e o puxei para mim, chocando meus lábios aos dele com certa força. tinha gosto de hortelã e desejo. Era bom, era quente. Ele apoiou uma mão ao lado do meu corpo para não descansar todo o peso em cima de mim e continuou a me beijar até que lhe faltasse o fôlego.
Quando isso aconteceu, ele moveu seus lábios por meu queixo, em seguida descendo para o meu pescoço novamente, minha área sensível. Agarrei a parte de trás da sua camisa e a puxei para cima, desesperada por mais contato. saiu da blusa de uma forma que seria engraçada, se eu tivesse tempo para rir.
Ele tinha o peito definido e a barriga sarada, assim como eu imaginei. Seus mamilos rosados fizeram minha boca salivar para tocá-los e ouvir finalmente gemer. Mas meu desejo foi esquecido quando ele levantou o top de malhação que eu usava e sua boca tocou meu seio, suave e macia como algodão.
- . – ele chamou e se afastou abruptamente, largando meus seios apontados para cima e minha intimidade já molhada pela bela visão de seu tronco nu e do volume visível entre suas pernas. – Eu sei que disse que uma vez era suficiente, mas vamos precisar, pelo menos, de uma tarde inteira.
- ! – gritei e ele pulou no lugar. – Eu achei que você ia parar agora mesmo e me deixar assim. Não me assuste. – levantei e terminei de tirar o top. tinha me deixado impaciente. – Teremos a tarde inteira.
Ele sorriu ladino e voltou a colocar o corpo sobre o meu, a boca macia voltando ao trabalho em meus seios até que eu puxasse seus fios e me remexesse embaixo dele, desejando ter sua boca em outro lugar. Seus lábios escorregaram por entre meus seios e pararam nos cós do short. Seus dedos se prenderam nas laterais da peça e a forçaram para baixo, me obrigando a levantar o quadril para que ela saísse. Senti minhas pernas serem separadas de forma dura e meu íntimo se contraiu quando ele afastou minha calcinha e seu indicador se forçou em minha fenda, pressionando meu clitóris inchado.
- ... – ele gemeu alto, sem parar a pressão, e sua outra mão alcançou seu membro por cima do short moletom que ele vestia.
- , eu vou explodir de tesão. Pare com isso. – pedi desesperada. Ele mordeu o lábio inferior e colocou o rosto entre as minhas pernas.
- Pode explodir. Estou pronto para provar você. – ele sugou meu clitóris com força e foi minha vez de gemer alto. E ele não parou a sucção até que meu corpo tremesse por inteiro e eu me desfizesse em sua língua quente.
- , camisinha. Rápido. – ordenei. Ele desceu da cama, entrou por uma porta que eu julguei ser o banheiro e saiu de lá carregando alguns pacotes nas mãos, parando ao meu lado apenas para se desfazer do short. – Vem aqui. – chamei e virei o corpo apenas para baixar sua boxer vermelha e ver seu membro saltar, a glande rosada inchada, vertendo pré-gozo. – , eu quero provar você, mas vamos deixar isso para depois. Agora eu quero você em mim.
- Ah, . Pare com isso. – ele reclamou, se livrou da boxer e vestiu um preservativo rapidamente, subindo na cama e se posicionando entre minhas pernas. Guiou o membro para a minha entrada e forçou todo o comprimento para dentro, lento e provocativo, assim como as estocadas que se seguiram. Ele tirava quase tudo e voltava a penetrar, forte e lento, gemendo sempre.
- , mais, mais. – pedi e tive meu desejo atendido. passou a estocar freneticamente, rápido e fundo, quase me levando à loucura. – , eu...
- Eu estou vindo, . – ele sussurrou e sua mão encontrou meu seio com um aperto forte, me fazendo chegar ao ápice e gritar de prazer. gemeu alto e rouco quando liberou seu orgasmo e caiu por cima de mim. – Você ainda me mata.
- De prazer? – perguntei afastando os fios que grudavam na sua testa.
- Sim. – ele soprou. – Estou acabado, mas quero mais. Você me prometeu uma tarde inteira. – ele me encarou com um bico nos lábios. Mordi seu inferior e o deixei escapar devagar entre meus dentes.
- Vá se limpar e volte. Eu sou sua a tarde toda e nós só começamos. – pisquei. Vi se levantar, nu como estava, e sair rebolando aquela bunda bonita para longe. Uma ideia me ocorreu e eu levantei para ir atrás dele.
- A segunda rodada é aqui? – ele perguntou assim que entrei no banheiro, de costas para mim.
- Se prepare para testar todos os cômodos da casa, . Espero que tenha resistência para isso. – sorri maliciosa.
Depois de passar o sábado com , fazendo uma tour por sua casa, e sair de lá tarde da noite, não apareci na academia na segunda. Mas terça era dia de treino e eu tinha que dar as caras.
Estava sozinha em uma das máquinas, meu querido personal ainda não tinha aparecido, quando Jogo se aproximou.
- , finalmente apareceu. Achei que tinha acabado com você e te dado um fim no sábado. – ele riu e eu o acompanhei.
“ acabou comigo, mas foi de outra forma”, quase respondi.
- Segunda não é meu dia de treino, você sabe, . – sorri para o moreno. – Eu só apareço aqui nas terças, quintas e sextas.
- Já que você falou na sexta... Eu estava pensando se você não queria sair para comer ou beber alguma coisa quando acabássemos o treino. – ele mexeu nos cabelos, como se estivesse com vergonha. Seria fofo, se não fosse preocupante. nunca tinha lançado uma investida como aquela.
- Não posso. – respondi rápido, sem pensar em um motivo.
- Está muito ocupada? – ele franziu as sobrancelhas e me encarou.
Pensa, . Pensa.
Olhei rápido por cima do ombro de e minha desculpa perfeita vinha se aproximando, com os fios descoloridos balançando com a brisa suave.
- Tenho treino com o no sábado. – sorri para meu personal que finalmente se aproximou de nós. – O balé pagou treinos extras. Sabe como é, a primeira bailarina tem que se recuperar logo. – menti e sorriu para mim.
- E como vai minha aluna favorita? – perguntou com um sorriso que mal cabia no rosto. Droga, eu não deveria achar aquele sorriso de covinhas bonito. Ele era perigoso demais para mim.
- Tem certeza que só treinaram no sábado? – perguntou desconfiado. – Até sexta passada vocês mal se suportavam. Hoje a já é a aluna favorita.
- Uma hora eu tinha que me tornar um bom personal, não acha, ? – sorriu para o amigo.
- Eu quero falar com você depois, . – ele disse com os olhos semicerrados. – , estou disponível na hora que você quiser para falarmos sobre aquele assunto de sexta. – ele piscou para mim. – Não se matem.
saiu e se aproximou mais.
- Então quer dizer que temos treino no sábado? – ele perguntou enquanto corrigia a posição dos meus pés. Levantei e me dirigi para a área dos colchonetes. Hora do abdominal. , óbvio, me seguiu, próximo demais para o meu bem.
- Pare de falar e me ajude aqui. – deitei e quase sentou sobre meus calcanhares. – Sim. Temos treino sábado. Acho que ainda não exploramos alguns movimentos.
- , você me fez prometer que não ia me apaixonar. – ele sussurrou olhando para os lados.
- Sim. Mas eu não lembro de ter prometido nada. – sorri ladina.
- Não brinque comigo. Eu posso não saber parar. – ele ameaçou.
- Talvez eu não queria que você pare. Talvez eu queira mais e mais, . – sussurrei em resposta.
- Você é perigosa, . – ele sorriu para mim.
- Você não sabe o quanto, . – rebati e comecei meus abdominais, vendo o rosto de de pertinho cada vez que subia o corpo. Vi ele olhar para os lados e, quando me aproximei novamente, me roubou um selar rápido. – Ficou maluco, ? – perguntei assustada com a probabilidade de alguém ter visto.
- Vamos adiantar o treino de sábado para hoje. – ele pediu com um bico nos lábios.
- Não podemos. Mas você sempre pode me chamar para um encontro. – pisquei.
- Agora você quer romance? – ele perguntou me ajudando a levantar.
- Eu sou uma romântica incorrigível, . – respondi sorrindo. – Até quinta. Se mudar de ideia, sabe onde me encontrar.
Apertei a bochecha de e saí da academia, me despedindo das recepcionistas. Mal cruzei a porta, meu celular vibrou na pochete que eu carregava para a academia.
“Hoje, às 20h, na pizzaria da Praça.
Seu .”
Sorri sozinha enquanto descia as escadas. Precisava chegar em casa rápido para me arrumar. Afinal, hoje eu tinha um encontro. Com , meu personal pé no saco.
Meu .
FIM
Nota da autora: Sem nota.