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Capítulo 1


Satisfaction Feels Like a Distant Memory


22 de outubro de 2014.

A dor era agonizante. Era profunda e agonizante. Doía mais do que as dores de sua recém-operação. Doía mais que os pontos recentes que ganhara pelo corpo. Doía mais que tudo. Era uma dor inimaginável. E pensou em como palavras machucam mais do que qualquer coisa. E ela escutou a frase toda sendo dita em câmera lenta. Primeiro, o ''sinto muito''. sabia que o pai havia morrido assim que o médico disse aquelas palavras, afinal, ela se lembrava de alguns flashes de quando ela e seus pais foram socorridos. Lembrava-se de ter visto a imagem borrada de sua mãe na maca, entrando na van da ambulância. Mas, seu pai não.
tinha visto a cara dos paramédicos, tinha visto eles colocarem o dedo abaixo da mandíbula para ver se ele ainda estava vivo. Naquele momento, ela soube que seu pai não iria para o hospital. Ele iria direto para o necrotério.
O resto da frase foi algo cruel: “seus pais não resistiram”. Pais. Mãe e pai. Os dois.
Pela primeira vez sentira o verdadeiro gosto da solidão.
Sentiu a sensação de ser orfã.
Sentiu a sensação de nunca mais ter ninguém para chamar de mãe e pai.
O médico estava com um sorriso reconfortante para ela, um sorriso de pena, e, que Deus a perdoe, ela teve vontade de pegar uma tesoura e arrancar aquele sorriso. E que Deus a perdoe de novo, ela quase o fez. Não foi exatamente com uma tesoura, mas ela arremessou um objeto pontudo o bastante na direção dele; não o atingiu, mas chegou perto o bastante para alguém espetá-la com uma injeção cheia de líquido com a capacidade de deixá-la dopada por algum tempinho.
Pelo menos os médicos ficarão seguros.

O momento em que a garota acordou não foi exatamente agradável: no seu quarto do hospital se encontrava sua Tia Perdida – como gostava de chamar – e o médico que ela aparentemente atacara. Assim que se mexeu, toda a atenção se voltou para ela e a mesma desejou não tê-lo feito.
– Oh, então a esquentadinha acordou. – O médico deu um sorriso de orelha a orelha, como se nunca tivesse sido atacado, e ligeiramente ficou sem graça e o arrependimento bateu como um caminhão.
! Finalmente acordou! Nós temos muito assunto para conversar e, a propósito, você está enorme para uma garota de apenas 14 anos. – Disse a Tia Perdida, com um sorriso extremamente forçado de lado, seus olhos estavam vermelhos e seu rosto estava inchado.
– Eu tenho 17. – Falou com um pouco de amargura. – E a propósito, doutor, eu sinto muito por tê-lo atacado, eu estava totalmente fora de controle e inconsciente de minhas ações.
– Tudo bem, suas atitudes foram completamente compreensíveis. Vou dar uma olhada nos seus exames e deixar as duas a sós. – Disse ele com um sorriso. Parecia completamente ridículo e egoísta de sua parte, mas a garota resolveu dar uma reparadinha nele; ele tinha os cabelos castanhos claros e os olhos azuis como o mar; tinha covinhas fazendo seu sorriso parecer mais lindo e parecia estar em forma... Com toda certeza estava na faixa dos 28 para cima.
Antes que pudesse reparar mais, a tia começou a falar:
... Sei como se sente em relação a mim e sei que sou a última pessoa que tem a razão para falar isso, mas eu realmente sinto muito, sinto de verdade. Perder uma irmã e um cunhado é algo horroroso e eu posso dizer isso com toda a certeza do mundo, mas eu não consigo imaginar como deve ser perder um pai e uma mãe.
– Parece um bom momento para se sentir mal por ter perdido todos aqueles feriados em família, não é mesmo? – Disse isso apenas depois de um longo intervalo. A boca dela abriu e fechou duas vezes, e o silêncio dominou o quarto.
Logicamente existe um motivo pelo qual a tia é chamada de Tia Perdida.
Pelo que se lembrava, a última vez que tia Elizabeth ficou com sua família, quando se reuniam nos feriados, tinha provavelmente 6 ou 7 anos; era tão ocupada com o trabalho que não tinha tempo para a família. Com o tempo, ganhara o apelido de “Tia Perdida”, pois sua mãe sempre dizia que ela não vinha porque não sabia o caminho, o que era mentira obviamente. Eles sempre moraram na Califórnia e ela em NI. Até dá para entender que de Nova Iorque até San Diego não era um caminho nada, mas família vem sempre em primeiro lugar.
– Bem... É... Aparentemente agora eu tenho a sua guarda, já que tenho melhores condições físicas e financeiras que seus avós, então assim que você receber alta nós vamos para Nova Iorque e você terá que assistir aulas de controle de raiva duas vezes por semana durante três meses, por conta do incidente.
– O quê?! Meu Deus, essa é a maior besteira que eu já ouvi! – Explodiu. – E, a propósito, o médico disse que minhas ações foram totalmente compreensíveis! – Bem, não foram compreensíveis o bastante para as autoridades. Agora eu vou deixá-la descansar. – Ela deu um beijo rápido na testa da sobrinha e saiu.
chorou durante duas horas. Em um momento, simplesmente pensou em chamar uma enfermeira para lhe dopar para que não tivesse que lidar com a dor, mas, afinal, de que adiantaria? Precisava aprender a lidar com a dor, a lidar com a Tia Perdida e a lidar com tudo sem os pais.

Um mês depois.

– Boa noite, querida! Hoje peguei suas roupas na sua ca... Na sua antiga casa. Receberá alta amanhã pela manhã, então descanse agora para pegarmos o voo de amanhã. – Disse Tia Liz.
– Tudo bem, vou apenas esperar meu jantar e depois vou dormir. – Disse a garota com um sorriso fraco no rosto.
Dois meses naquele maldito hospital e finalmente sair amanhã era um alívio enorme.
aprendera a conviver com sua tia, até começara a chamá-la de Tia Liz, o que era um progresso gigantesco.
Pela primeira vez na vida, o simples ato de andar se tornou um grande desafio; assim que levantara da cama seus joelhos cederam rapidamente e ela caiu como uma banana mole no chão. Todo esse tempo parada havia afetado demais seu corpo. Mas depois de treinar enquanto sua tia falava com seus médicos conseguiu ganhar certa confiança de que seria capaz de andar que nem uma pessoa normal no aeroporto.
– Já conseguiu vestir sua roupa, querida? – Perguntou sua tia.
– Sim, nós já vamos embora? Eu já tenho alta?
– Quase. O médico só precisa te examinar, mas vai ser rapidinho, vou estar lhe esperando na sala de espera. – Ela saiu do quarto, e permaneceu parada lá.
Até que o médico entrou.
– Preciso examinar você antes que vá embora, é coisa rápida. – O médico disse com um sorriso de lado.
– Tudo bem.
A garota sentou-se na cama, e o médico pegou um daqueles instrumentos para escutar as batidas do coração.
– Neste mês em que você esteve aqui, nunca fomos apresentados formalmente. Sou . – Ele afastava cuidadosamente os cabelos longos, que estavam em cima do busto dela.
– Bem, meu nome você já deve saber, mas, de qualquer forma, eu sou . – Sorriu. – E eu queria me desculpar mais uma vez pelo incidente, já estou sendo bem punida se quer saber. – Riu anasaladamente.
– Não acho de forma alguma que deva ser punida, – ele tinha um olhar de preocupação. – Honestamente, eu não acho que teria feito diferente se estivesse em seu lugar.
– Nós dois sabemos que você teria sim feito diferente. – Deram uma risada fraca.
– Agora, eu preciso que me responda uma pergunta – ele pegou sua prancheta. – Você ainda sente alguma dor ou desconforto nas suas cicatrizes?
Ela fez que não com a cabeça.
– Certo. Minha preocupação é que devido à pressão os seus pontos abram, mas duvido que isso aconteça. – Ele deu um sorriso reconfortante. Dava para perceber que ele gostava de sorrir e o fazia bastante e isso com certeza era uma coisa muito boa, o sorriso dele era encantador.
– Uma das enfermeiras me contou que você vai se mudar para Nova Iorque também. – Comentou ele.
– É verdade, daqui duas semanas.
– Talvez a gente acabe se esbarrando por lá.
Ah, mas pode ter certeza que sim.
– É, talvez. – Sorriu. – Já terminou?
– Sim, pode ir à sala de espera, sua tia está te esperando. – Ele se virou de costas e começou a fazer algumas anotações na prancheta dele.
Obviamente aquela era sua deixa, então ela se levantou e andou em direção à porta.
! – Ele chamou. – Eu sei que as circunstâncias foram extremamente terríveis, mas... Foi ótimo ter te conhecido. Você é bem diferente das garotas da sua idade.
– Foi ótimo ter te conhecido também. Eu espero que nos encontremos em Nova Iorque. – Deu um sorriso largo e saiu do quarto sem olhar para trás.
“Minha mãe teria ficado feliz em saber que eu conheci um cara, mas também teria me matado por ele ser mais velho”, pensou.

O voo fora tranquilo, conseguira dormir boa parte dele e o restante do tempo foi ótimo para clarear a mente.
O apartamento de sua tia ficava no Upper East Side, um local bem nobre da cidade – na verdade, fazia a garota quase ter vergonha da antiga casa – e era lindo. Havia um apartamento por andar no prédio, então dava para imaginar como ele era grande.
O quarto de hóspedes não era muito maior do que seu antigo, mas com certeza era muito mais bonito; as paredes eram brancas; havia uma linda cama de casal; todos os móveis eram claros e o que dava contraste era a cor roxa da colcha da cama e da cortina, além de alguns detalhes também roxos espalhados pelo quarto; havia uma televisão bem em frente à cama; uma escrivaninha; uma estante vazia e um closet não muito grande. Era tudo perfeito, se não fosse pelas circunstâncias que a levaram até lá.
– Gostou do quarto, querida? – Perguntou a tia enquanto entrava nele.
– Sim, é perfeito. – Sorriu.
– Ótimo! Seus pais me falavam às vezes sobre como você gostava de roxo, então eu... – a palavra "pais" doeu mais do que deveria.
– Pode, por favor, não falar deles? – Sussurrou, interrompendo-a.
– Oh, sim, sim, claro, me desculpe. Às vezes falo as coisas sem pensar. – Seu rosto tomou uma feição de arrependimento. – Vou deixá-la sozinha.
A tia saiu do quarto, e sentiu como se pudesse respirar de novo, elas não tinham muita proximidade para se abrirem sentimentalmente uma com a outra, então era melhor nenhuma das duas forçarem a barra.

– Já terminei de arrumar meu quarto. – Comentou a garota. – Acho que vou sair.
– Você nem conhece a cidade. – Sua tia nem sequer havia olhado para ela, estava vidrada no seu laptop, trabalhando e digitando freneticamente.
– Google Maps existe por um motivo, não é mesmo? – já estava vestindo seu casaco. – Não se preocupe, voltarei viva. – Sorriu sarcástica.
– Eu sou sua guardiã legal, ou seja, mando em você e estou dizendo que você não vai sair de casa. – Ela não estava mais olhando para o laptop e estava com uma feição extremamente séria. – Não me faça ser a vilã.
Estava bem claro que o modo como havia sido tratada no hospital fora passageiro. Esse seria o modo como viveria.
Não havia nada para ser falado, muito menos discutido. Sua tia voltou a se concentrar no seu laptop, e voltou para o seu quarto.
– Vadia louca. – Murmurou para si.
Mas tudo bem. Sempre saía escondido.
Era só esperar sua tia ir dormir.

Já havia escutado o som da porta do outro quarto ser fechada e esperou tempo suficiente para ela adormecer. Agora era a hora.
Estava usando uma calça skinny, uma blusa do Arctic Monkeys sem mangas com um casaco preto por cima e um all star. Ela realmente não precisava se arrumar toda para uma saída casual à noite, precisava?
Pegou seu iPhone e um pouco de dinheiro que tinha e os guardou no bolso da calça.
Antes de sair do quarto colocou alguns travesseiros embaixo da colcha da cama para forjar um formato humano e desligou as luzes. Passou pelos corredores o mais silenciosa possível, pegou uma chave extra que estava na mesinha de centro e saiu do apartamento, entrando no elevador e apertando o botão do térreo. No elevador havia espelhos, só então pôde notar suas olheiras profundas; seu rosto também estava mais fino, tal como seus braços, pernas, barriga e todo o corpo porque havia emagrecido.
nunca fora vaidosa, mas esperava muito mais de sua própria aparência.
Logo chegou ao térreo e estava oficialmente fora do edifício, foi uma questão de segundos até que conseguisse um táxi.
– Quer ir aonde? – O taxista perguntou com um leve tom grosseiro, ao belo estilo de Nova Iorque.
– Ao bar mais próximo.
Mesmo dentro do táxi com aquecedor, se arrependeu profundamente de não ter saído mais agasalhada. Chutando, poderia dizer que o clima estava uns 10°.
– Dez dólares. – O taxista anunciou e a garota entregou uma nota de vinte. Assim que recebeu o troco, saiu imediatamente do carro.
O ar gélido bateu em seu rosto e ela se arrependeu pela segunda vez de sua escolha de roupas e se apressou para entrar no bar.
O bar em si tinha um aspecto rústico e normal; tinha alguns globos de luz pendurados em cima do balcão, dando um aspecto chique ao local, fora que tudo dentro daquele espaço parecia caro. Esse com certeza devia ser um típico bar das áreas mais nobres da cidade.
– O que a senhorita deseja? – Perguntou o barman.
– Me surpreenda. – A garota sorriu e o barman acompanhou o sorriso.
Ele se virou e começou a fazer a bebida e só conseguia escutar uma pequena voz dentro de si dizendo que esta noite iria sair do controle e gostou de tal pensamento. Ela merecia perder o controle um pouquinho.
– Aqui está. – O barman colocou um copo com um líquido azul claro em cima do balcão.
A bebida era doce, algo entre laranja e limão misturado com Vodka provavelmente.
E fora tudo rápido demais. Em um segundo estava saboreando sua bebida enquanto flertava com o barman e no outro sua bebida estava sob toda a sua roupa, enquanto alguém caía em cima dela, fazendo-a cair junto com ele.

não sabia em que momento havia ido para cima daquele idiota, mas sabia que tinha sido bem rápido. Obviamente era uma luta ganha, os seus músculos diziam isso.
Ele lembrava-se claramente das palavras do pai: mais uma briga e ele teria de participar daquelas aulas ridículas de controle de raiva.
Mas ele não se importava. Que se foda o maldito controle de raiva. Que se foda o babaca do pai. A única coisa que estava em sua mente era sobre dar uma surra no filho da puta do cara do bar e ele fez isso. Porém... Em cima de uma garota.
– VOCÊ ESTÁ LOUCO?! – A garota gritou e apontou para a própria roupa, que estava ensopada. Ela era linda, tinha algum aspecto de loucura nela, isso era bem claro, mas era linda.
Mas isso não importava, nunca teve tempo para vadias, não seria agora que iria ter.
nem sequer pensou em responder a garota, apenas saiu de lá, fazendo questão de esbarrar tanto nela como no filho da puta que não merecia nem ser nomeado.

Simplesmente não bastava ter brigado com a tia, ter que ir às aulas ridículas de controle da raiva, ter que ver sua vida inteira virar ao avesso, agora precisava encarar o frio arrebatador com as malditas roupas molhadas. Ótimo.
– Tem certeza que não precisa de ajuda? – Perguntou o barman pela milésima vez.
– Não, tá tudo bem, talvez seja algum sinal dos Deuses me mandando dar o fora deste lugar. – A garota deu uma piscada charmosa para ele, colocou o dinheiro no balcão e saiu de lá antes que tivesse uma resposta.
Como já era de se esperar, o frio estava enorme agora que suas roupas estavam molhadas de bebida, e a espera pelo táxi só foi mais insuportável do que deveria. Não ousaria tentar um caminho de volta andando, era decente o suficiente para saber que só poderia dar em merda.
Porém um táxi havia chegado, ela havia tomado seu caminho de volta e estava no elevador, pensando em quais eram as possibilidades de sua tia estar lhe esperando acordada, já que tudo estava dando errado mesmo.
abriu a porta com a chave, deu de cara com um apartamento num escuro absoluto e sentiu o alívio tomar conta de si. Colocou a chave no exato lugar onde encontrou e fez o caminho para seu novo quarto o mais silenciosamente possível.
Seu quarto ainda estava muito vazio, não havia trazido muita coisa de sua antiga casa. Sentia como se alguém tivesse encostado o dedo com toda força em uma ferida profunda quando pensava nisso, quando pensava em sua antiga cidade, em sua antiga escola com seus antigos amigos, em sua antiga casa que sempre fora tão perfeita para ela e principalmente em seus pais mortos. Pensar nisso fez com que não se importasse com a briga que teve com a tia, nem com a maldita roupa molhada, nem com as aulas de controle de raiva, porque simplesmente não se importava mais, porque simplesmente cansou de persistir, porque simplesmente acabara de deixar a amargura entrar em sua vida, achava que poderia ser feliz de novo, mas, agora, satisfação parecia uma antiga memória.
não havia dormido. Sequer havia se deitado na cama, pois ficou a noite inteira encolhida no chão, chorando. Também não havia trocado de roupa, o cheiro de álcool estava impregnado nela, mas esse não era o maior de seus problemas.
A garota escutou um barulho da cozinha e se levantou, preparando-se para o que ia fazer e saiu rapidamente do quarto, indo em direção à cozinha. Quando entrou, sua tia olhou-a assustada.
– O que houve com você? – Ela perguntou com o rosto perturbado. Sua aparência não deveria estar das melhores, pensou.
– Eu fugi ontem. – Murmurou.
– Eu sei, a vi saindo. – A tia falou um pouco mais firme e estremeceu um pouco.
– Me desculpe, e-eu...
– Não precisa explicar. – Interrompeu. – Eu que deveria me desculpar, fui muito dura com você e não sei por que. Desculpe-me de verdade, a sua mãe sempre foi a mais compreensível. – A mulher já lacrimejava e já chorava de novo.
As duas se abraçaram e se sentira vazia de novo.
– Doi tanto... – Falou. – Eu não sei como fazer parar. – A garota chorou mais forte.
– Vamos dar um jeito nisso, querida. – A tia fez carinho nos cabelos da sobrinha e as duas se desvencilharam uma da outra.
– Não. – Murmurou a garota, e a tia juntou as sobrancelhas em forma de dúvida. – Essa é uma dor que nenhuma pessoa jamais conseguirá tirar de mim. – Seu corpo tremeu de novo e a garota abraçou novamente a tia.


Capítulo 2


The Relegation Zone


Era natal, mas não parecia natal. Sequer tinham uma árvore no apartamento. Quando Tia Liz não estava trabalhando em sua empresa, ela estava totalmente vidrada em seu laptop também trabalhando, com uma estranha incapacidade de conversar com qualquer outro ser humano.
– Nós poderíamos jantar fora hoje – tentou começar uma conversa, mesmo sabendo que rapidamente teria um fim.
– Quem sabe mais tarde – ela teclava rápido. Assustadoramente rápido.
– Nós não vamos jantar fora, não é mesmo?
– Desculpe querida, mas eu preciso terminar isto – ela continuava sem olhar para a sobrinha.
– Tudo bem – respondeu com a voz exausta.
Não tinha mais o que fazer. Pensou em sair, mas não estava muito empolgada para tal coisa, ultimamente não andava empolgada para nada. A última coisa que restava era ficar o resto da véspera trancada no quarto assistindo Netflix, com certeza era a escolha mais segura a se fazer. A garota se dirigiu ao quarto e se jogou na cama com o laptop nos braços e ao abri–lo viu que estava aberto em seu perfil do Facebook – tinha algumas solicitações de amizade antigas de alguns conhecidos de San Francisco, como o garoto que ela passou o ano tentando ter uma chance. Em outras circunstâncias ela teria gritado junto das amigas.
Antes de perceber, se pegou em um momento de enorme nostalgia, começara a olhar algumas fotos antigas que havia postado, como uma que havia postado a alguns meses atrás onde estava com Barbara e Karen. Barbara estava no lado esquerdo e estava sorrindo enquanto beliscava o braço de para a mesma parar de rir; Karen estava no lado direito e estava fazendo um biquinho com seu corpo arqueado para frente e estava com um copo vermelho na mão enquanto ria. Estava se sentindo extremamente leve naquela noite graças à bebida e estava em uma festa incrível com pessoas incríveis... Pensara naquela noite em como nunca se sentira tão feliz na vida. Logo começou a chorar e sentiu novamente a tristeza e dor tomarem conta de seu corpo. Tentou parar de chorar para olhar as outras fotos mas a única coisa que conseguiu fazer foi fechar o laptop com força e jogá–lo do outro lado da cama.
Ela não queria roupas novas, amigos novos e muito menos uma vida nova, a única coisa que realmente queria era seus pais de volta. Daria tudo. Faria de tudo. Mas infelizmente sua situação não era negociável.
? – sua tia entrara no quarto. – Meu deus querida, você está bem? – pergunta estúpida essa, tentou dizer, mas as palavras simplesmente não saíam de sua boca então apenas fez que não com a cabeça.
– Venha aqui, que tal me ajudar a fazer o jantar? – não queria ajudar, queria apenas chorar até morrer desidratada, mas sentia que não tinha muita escolha no momento.
– Tudo bem – enxugou as lágrimas e foi com a tia até a cozinha para ajudá–la.

Um mês depois.

– Está ansiosa? – perguntou Tia Liz.
– Eu pareço estar ansiosa? – fez sua maior cara de tédio.
– Você parece um defunto, mas isso não é discutível – as duas riram. – Mas sério, é o seu primeiro dia de aula, deveria estar empolgada.
– Bem, eu não estou e isso também não é discutível – sorriu.
– Não esqueça que tem o controle de raiva após a escola, se você se atrasar é capaz deles aumentarem seu tempo por lá – advertiu.
– Como eu poderia perder isso? – sorriu sarcástica, pegou uma maçã e saiu do apartamento. com certeza tinha sorte de a escola ser perto do prédio da tia – que insistiu no mínimo quinhentas vezes para levar a sobrinha –, já tinha as direções no seu celular e, apesar de tudo, não podia mentir e dizer que não estava amando todo esse espírito de independência que havia adquirido nas últimas semanas.
Ao chegar na escola, viu que não tinha ninguém do lado de fora, nem do lado de dentro e nem nos corredores. Ótimo. Porém, antes que fosse falar com o diretor, ou com qualquer autoridade, a garota esbarrou com tudo em um menino – muito lindo por sinal.
– Você está bem? – perguntou o sujeito.
– Aham – resmungou a garota. – Vocês nova–iorquinos são todos tão rudes assim?
– Claro que não – sorriu –, mas parece que o justo paga pelo pecador, não é? – ele não disse de forma rude ou sarcástica, mas de uma forma suave e saiu andando calmamente para dentro de uma sala de aula.
Antes que pudesse voltar a seguir o seu caminho, esbarrou em outra pessoa novamente.
– O QUE HÁ DE ERRADO COM VOCÊS?! – gritou de olhos fechados, mas ao abri–los não encontrou nenhum aluno ou aluna e sim uma mulher velha bem brava. – Me desculpe! – colocou as mãos na boca.
– Você deve ser a garota nova, chegar atrasada no primeiro dia não é um bom sinal, senhorita – a mulher com sotaque britânico falou.
– Eu sei, eu sei, perdão – a mulher deveria ser a supervisora ou coisa do tipo e não pareceu causar nenhuma boa impressão.
– Vou lhe encaminhar para sua sala – disse curta e grossa, se virou e saiu andando enquanto a garota a seguia. – Perdão Professor, mas temos uma aluna novata e atrasada – a mulher passou–lhe um olhar feio e se encolheu para longe dela. – Ande, entre.
– Primeiro dia da garota e já foi pega pela Davis – alguém da sala sussurrou.
entrou na sala e todos a olharam, ela rapidamente procurou por alguma cadeira e achou uma no fundo da sala.
– Não tão rápido, senhorita – sorriu o professor –, apresente–se para a classe.
Tinha como esse dia melhorar pelo menos um pouco?
A garota virou-se lentamente e voltou para a frente da sala, respirou fundo e começou a falar.
– Meu nome é , sou nova tanto nesse colégio como nessa cidade, circunstâncias bem... ruins me fizeram mudar de cidade para ficar com a minha tia – tentara falar o mais rápido possível, estava extremamente ansiosa para se sentar na última cadeira e planejar o assassinato da maldita supervisora.
– Quais circunstâncias? – perguntou um garoto qualquer no meio da sala.
Pergunta um pouco chata de responder, garoto estranho.
– Virei órfã – foi uma frase curta e que causou um belo impacto naquela sala de aula, todos ficaram calados e alguns sussurraram uns para os outros.
– Bem, senhorita , sinto muito pelo motivo pelo qual está aqui, mas temos um cronograma a seguir, poderia por gentileza se sentar? – pronunciou o professor e a garota se dirigiu à última cadeira como esperado.
"Talvez aqui não seja um lugar tão ruim", pensou. "Só preciso me acostumar".
E, realmente, não parecia ser ruim. A aula em si não era das mais interessantes, mas isso já era de se esperar.
– Ser pega pela Davis no primeiro dia é um péssimo sinal, bem péssimo mesmo – sussurrou o garoto que estava ao seu lado.
– Faz sentido, desde que cheguei aqui as coisas não tem ido muito bem – ao olhar para o tal garoto, percebeu que era o mesmo sujeito no qual havia esbarrado mais cedo. Que coisa boa.
– Não gostei muito da sua negatividade, bonitinha – ele tinha um sorriso maroto.
– Não gostei muito da sua audácia, bonitinho – devolveu o sorriso.
– Meu deus, não consegue ficar cinco minutos sem flertar, ? – pronunciou o garoto que se encontrava a sua frente. – A garota mal chegou.
– Como se a garota não estivesse gostando – revirou os olhos.
– A garota tem nome.
– E qual seria mesmo? Memória com certeza não é meu forte – o garoto da frente curvou seus lábios para baixo.
, pensar não é seu forte – revirou os olhos.
– Não conseguem passar um segundo sem discutir? Façam logo uma DR pelo amor de Deus – o garoto que se encontrava na frente de disse.
– Oh, vocês dois são... – apenas deixou o resto da frase no ar.
– NÃO! – os dois gritaram ao mesmo tempo.
– Por acaso a minha aula está atrapalhando a conversa de vocês? – perguntou o professor.
Quão ruim seria se respondesse que sim? Não precisávamos arriscar.
– Desculpe professor – falaram novamente os dois juntos e o professor apenas se virou e voltou a escrever na lousa com uma cara nada boa.
– Juro por Deus que todo dia eu me controlo para não entregar o número de algumas prostitutas para esse cara – disse . – Cara...Você tem número de prostitutas? – perguntou o garoto que estava na frente de.
– Peguei do – sorriu malicioso.
– Estamos vivendo tempos difíceis, meus amigos – falou e não pode deixar de rir. – Pelo menos alguém ri da minha triste situação – ele disse e a garota sorriu.
– Eu sou – disse o garoto da frente de .
, pode me chamar de . Todos vocês podem – sorriu.
– Gostei do nome – sorriu .
– E aí, , está afim de ir para algum lugar hoje à tarde? – soou bem galanteador.
– Inacreditável – sussurrou .
Claro que iria dizer não. A última coisa que precisava era ir a um encontro. Mas no fundo ela queria dizer não por simplesmente não estar interessada e não porque era alguma espécie de louca psicótica que ataca médicos em hospitais alheios.
– Não dá, desculpe – tentou ser o mais curta possível.
– Tem algum compromisso?
– Talvez – os insistentes são sempre os piores.
– Cara, aceita que é mais fácil, ela não tá na sua – batia de leve nas costas do amigo.
– Não sabe o que está perdendo – fez uma cara sensual forçada e bem engraçada, não pode segurar a risada.
– Talvez um dia eu volte aos meus sentidos e perceba – sorriu.
O resto da aula passou rápido. Do mesmo modo com a segunda e a terceira e logo o intervalo havia chegado. Podemos ouvir um amém?

– Quem é a novata? – perguntou enquanto encarava a tal novata pegar sua comida na fila do refeitório.
– O nome dela é , é boa gente – respondeu .
– Tem cara de ser legal – comentou .
– Ela deu um pé na bunda do – comentou mais feliz do que deveria.
– Você deu em cima dela? – parecia furiosa. Bem mais do que o normal.
– Não estamos mais juntos, , posso dar em cima de quem eu quiser e você também – respondeu suavemente e a garota apenas revirou os olhos.
– E aí gente, de boa? – Sidney se jogou elétrica na cadeira.
– Suave – sorriu e colocou os braços ao redor dela.
– Quem vê, pensa que gosta de meninos – riu.
– Eu não gosto de meninos! Porque tanta gente insiste nisso? – revoltou–se .
– Ela não ta falando de você, cabeção – Sidney socou de leve o braço do amigo.
– Tão bruta, tão lésbica – brincou e levou outro soco – Ai!
– Deixa de besteira! – a garota retirou os braços dele dos ombros e começou a olhar ao redor do refeitório até seus olhos pararem em um ponto fixo. – Quem é a novata?
, veio de San Diego – disse .
– Não me diga que até você se interessou nela? – estava claramente furiosa.
– Vai converter mais uma, Sid? – brincou.
– Porque vocês acham que qualquer pessoa que eu olho eu me apaixono? Ridículo isso, só estou curiosa.
– Bem, já tem alguém de olho nela por aqui – comentou maliciosa e sorriu de lado.
– Por que não a chamam para sentar conosco? – perguntou Sid enquanto olhava para a garota com a bandeja na mão com o olhar bem desnorteado para as mesas. – Quem sabe nosso grande aqui não marca um ponto?
– Ponto ele já tentou marcar, mas quem disse que acertou? – sorriu , e parecia cada vez mais furiosa.
– Será que dá para não contar pra todo mundo? – irritou–se .
– Acho isso meio impossível – sorriu.
– Vou acenar para ela – assim que se atreveu a levantar o braço, lhe deu um tapa.
– Fala sério, gente, quando chegar isso vai dar merda, parem de tentar trazer a novata para cá, sequer falem dela – revirava os olhos enquanto falava.
– Desde quando aquele psicótico pode impedir a gente de fazer mais amigos? E ele faltou hoje, tanto faz – disse.
– Vai que ele surta de novo? Se lembram da última vez? , você com certeza deve lembrar – a fuzilou com raiva e ela sorriu vitoriosa. – A gente aceitou o fardo de ser amigos dele, mas os outros não precisam. – Ele está tendo as malditas aulas de controle de raiva por um motivo, não é mesmo? – retrucou.
– Já chega – aumentou o tom de voz. – Eu vou até lá convidá–la para se sentar conosco. Jesus, vocês fazem drama sobre tudo! – se levantou e caminhou até a garota.

estava extremamente desnorteada. Provavelmente ficara uns dez minutos apenas procurando alguma mesa vazia para poder comer em paz, em certos momentos começou a ponderar seriamente se deveria dirigir-se para a mesa onde se encontravam os garotos que conhecera na aula, mas não queria soar intrometida, quem iria garantir que eles iriam querê-la por lá?
Afinal de contas, já havia encontrado uma mesa vazia no fundo, era do lado do banheiro mas nada nessa vida era do jeito que a gente queria, então começou a andar para a mesa até algum ser puxá–la para o mesmo lugar onde estava parada a dois segundos atrás.
– Aonde pensa que está indo, bonitinha? – o ser falou e reconheceu quem era antes mesmo de virar-se.
– Hey, , estou indo me sentar naquela mesa.
– Do lado do banheiro? – perguntou com uma careta.
– Melhor do lado do banheiro do que no banheiro – sorriu.
– Mesas do lado de banheiros são para perdedores – bagunçou os cabelos dela –, e você não é uma perdedora, mas tenta agir como uma, o que é estranho mas não irei julgar.
– Legal saber como pensa, mas sério, preciso comer ou vou acabar comendo alguém.
– Por que não senta com meus amigos? – olhou para ele e depois olhou para a mesa onde estavam os amigos dele parecendo bem interessados.
– Claro – sorriu e seguiu ele até a mesa.
Ao chegar na mesa viu de cara e e mais duas garotas, uma morena que tinha a pele bem bronzeada, bronzeada demais para quem vive em Nova Iorque e a outra tinha os cabelos ruivos bem extravagantes estilo Hayley Williams e tinha um estilo bem interessante.
– Gente, essa é . – todos disseram um ‘oi’ em uníssono. – , você já conhece e , essa é a – apontou para a morena bronzeada – e essa é a Sidney – apontou para a ruiva. – Sabe, , se você for sexualmente confusa a nossa grande amiga Sid pode te guiar perfeitamente bem – falou enquanto se sentava e levou um soco no braço nesse meio tempo.
– Babaca – disse Sidney.
– Prazer em conhecer vocês – disse e todos sorriram.
– Cadê a ? – perguntou .
– Ficou puta e saiu – respondeu sem se importar muito.
– Tua garota é fogo – deu tapas nas costas dele.
– Não sabia que tinha uma garota – comentou confusa, afinal, ele a havia chamado para sair.
– Eu não tenho uma garota – respondeu emburrado.
– Diz isso para ela – riu.

Ressaca era algo mais que cruel. Talvez fosse alguma consequência por ter se divertido, ou alguma espécie de castigo posto por Deus para fazer babacas como pararem de encher a cara. De qualquer maneira, ambas teorias não melhoravam nem um pouco a situação. estendeu seu braço até chegar em sua escrivaninha e apenas desejou intensamente que tivesse colocado sua aspirina ali antes de ter saído. Mas adivinha? Ele não o fez.
– Merda – murmurou.
Levantou-se da cama com um esforço extraordinário e se arrastou até o banheiro procurando pelo maldito remédio como um viciado procura por drogas e, assim que achou, o engoliu sem cerimônia, se despiu e entrou dentro do box para um banho rápido. Perdera o primeiro dia de aula, mas coisas do tipo não importavam para ele, seu futuro não estava ali e sabia disso.
Ao sair do box, enrolou uma toalha na cintura, voltou ao quarto e se sentou na cama, sentindo um peso estranho embaixo de si. Antes de se virar conseguiu escutar a voz diante dele:
– Bom dia, – disse a menina qualquer que se encontrava no quarto e sorriu de lado pela conquista que sequer se lembrava de ter feito na noite passada.

As aulas haviam finalmente terminado e teve vontade de gritar um amém, mas controlou seus instintos.
– Precisa de carona? – perguntou .
– Não precisa, vou pegar o metrô – pegou sua bolsa e tentou ir o mais rápido possível para a saída.
– Metrô? Você mora no Brooklyn ou coisa do tipo?
– Não, eu moro por perto daqui, mas tenho um compromisso meio importante que não é exatamente perto.
– No Brooklyn? – perguntou ainda confuso e a garota negou. – Manhattan?
– Não, não é tão longe, mas também não dá para ir andando, olha, eu preciso ir, a gente se vê – desconversou o mais rápido possível e correu até fora do colégio.
Assim que se viu mais afastada desacelerou o passo e foi em direção à estação de metrô mais próxima dali. Com toda certeza passaria o resto desse semestre se condenando pela sua maldita falta de autocontrole que a levara a essa maldita situação.

Aquela maldita aula de maldito controle de maldita raiva era a coisa mais patética que já havia presenciado. O tal instrutor era algum hippie que precisava acasalar com urgência.
não passou nem um minuto prestando atenção naquelas porcarias, apenas tentou se concentrar em lembrar-se do que fizera na noite passada e, principalmente, da garota que dispensou da forma mais clássica naquela manhã.
– Desculpe o atraso – disse a garota que entrara quase correndo dentro da sala.
– Sem problemas – sorriu o instrutor.
Aquela garota era familiar, muito familiar, talvez fosse um déjà vu, ou talvez tenha transado com ela e nunca ligado de volta. Não era como se ele realmente se importasse.
– Tudo bem, quero que formem duplas e falem sobre o motivo pelo qual estão aqui – disse o instrutor.
– Onde acha que estamos? Numa escola de ensino fundamental? – perguntou um rapaz qualquer.
– Meu Deus, só façam o que eu mando! – ele revirou os olhos e todos bufaram.
Aos poucos as duplas foram se formando, até que só sobrasse ele e a garota, até que a mesma puxou sua cadeira de má vontade até a sua. A única coisa que ela parecia prestar atenção era em roer as unhas, hábito detestável esse, pensou . Hábito que lembrava–o de Katherine. Apenas seu nome era um gatilho para sua raiva.
– Então, por que não estão conversando? – o instrutor se aproximou deles. – Andem logo, não temos o dia todo!
Ambos bufaram alto.
– Eu ataquei um médico – disse a garota. não pareceu surpreso por um segundo.
– Talvez seu lugar seja em um manicômio então.
Seu olhar era intenso contra ele. Sua intenção era ofender, mas ela não pareceu ofendida, quase parecia querer rir.
– Não perguntei sua opinião sobre isso – ela era totalmente apática, estava errado ao achar que ela parecia querer rir.
– Eu gosto de brigar.
– Então você é do tipo que perde muito o controle?
Eu sou do tipo que não tem controle – por alguns segundos ficou sem feição alguma, mas logo mandou um meio sorriso galanteador.
Até que olhou para abaixo de seus olhos.
Sardas.
Ela tinha sardas. E roía as unhas.
Se lembrou de Katherine, de como a conheceu.
De como era bom ficar perto dela.
Seu nome realmente era um gatilho para o garoto.
E ele realmente era do tipo que não tinha controle.
Antes que pudesse fazer algum movimento, ou sequer prever qualquer coisa, já estava em pé prestes a atacá–la.

Continua...



Nota da autora: Oi amores! Antes de tudo queria pedir desculpas por esse quase hiatos, como tudo na vida tem sentido, o meu sumiço também teve. Mas isso não importa mais, pois eu estou de volta! Espero que tenham gostado, beijos! :)
Contatos: twitter.com/Twdivatrig | ask.fm/twdivatrigg
(21/03/2016)




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