01
Aquele lugar era quente, muito quente! confirmou assim que pousou sobre terras brasileiras. Não sabia dizer ao certo em quantos graus estava a temperatura, mas, por estar acostumada com o frio de Edimburgo, podia dizer que nunca esteve em um lugar tão quente. Através da janela do carro, observava a paisagem: o sol forte iluminando aquele dia colorido, as ondas do mar agitadas e algumas pessoas caminhando pelo calçadão.
Já estivera no Brasil antes, passeios rápidos que resultaram em uma enorme vontade de voltar, mas era diferente pensar que a partir de agora ali seria a sua nova moradia, o seu novo lar. A família voltara ao país de origem depois que, Jonathan, o pai de , ficou encarregado de cuidar da loja de joias do seu pai, que já não tinha mais idade e disposição para tomar conta dos negócios. Eles tinham uma boa vida em Edimburgo, levaram os negócios para fora e a renda deles vinham disso. Demorou cerca de um ano para que deixassem tudo em boas mãos antes de voltar de vez para o Rio de Janeiro, além do dever que chamava pelo filho mais velho, agora eles também estariam mais próximos da família.
– Meu Deus, que calor infernal, haja protetor pra viver nesse lugar. – Lisa, mãe de , reclamou no banco da frente, passando as mãos por perto dos fios de cabelos, secando um suor que nem ao menos existia.
Não foi uma decisão fácil para , apesar de que ela não tinha outra escolha que não fosse seguir os passos dos pais. Estava triste por deixar a sua vida e amigos para trás, mas uma pontada de alegria nascia em seu peito, ao saber que ela viveria algo novo e completamente diferente de tudo que estava acostumada.
– O bom é que aqui tem a praia, mãe, vou viver como um peixe dentro d´água. – revelou empolgada, fazendo o seu pai sorrir e uma expressão de horror brotar no rosto de sua mãe.
– De jeito nenhum. – Ela olhou para trás, deixando claro que estava direcionando a sua fala a . – Você não vai se misturar com esse povo e nem com essa água suja, sua pele não está acostumada com isso.
A mais nova revirou os olhos enquanto o seu pai fazia o mesmo por baixo dos óculos de sol. Continuaram o trajeto em silêncio, sabendo que não adiantaria discutir com Lisa naquele momento, ela dificilmente mudava de opinião; e, por mais cruel que pudesse parecer, sentia orgulho em ter a personalidade tão parecida com a de seu pai.
xxxxx
Com os cabelos molhados e a prancha abaixo do braço, adentrava o portão da mansão da família . A ausência da camisa mostrava seu corpo bronzeado pelo sol enquanto ele continuava andando em direção aos fundos da casa principal, cantando os pagodes que não saiam nunca da sua cabeça. Entrou na pequena casa onde vivia com a sua mãe e irmão mais novo, abraçou a criança que cochilava no sofá e ouviu o pequeno resmungar algumas palavras desconexas, incomodado com os fios de cabelo molhados que tocavam em seu rosto. Mateus logo voltou a dormir, fazendo o mais velho rir em implicância enquanto guardava sua prancha. Antes mesmo de entrar no banho parar tirar do seu corpo os resquícios do mar, deu de cara com a sua mãe, Sarah, que parecia ter corrido para chegar ali. Vestia o seu avental que sempre usava no trabalho e secava as mãos no mesmo.
– Filho, não fica andando pelado por aí. – Pediu e viu sorrir, já conhecia o exagero da mãe, afinal, ele estava apenas sem blusa.
– Por que, mãe? O senhor não se importa e a Dona Judith adora. – Riu convencido e viu sua mãe negar com a cabeça. – Ela vive dizendo que a visão dela melhora uns 20% quando ela me vê sem camisa. Eu seria um monstro se não contribuísse para o bem estar de uma pobre senhora.
A mais velha riu desacreditada, embora já estivesse acostumada com o jeito do filho. sempre foi um rapaz que só dava orgulho a doméstica. Sarah tinha a sensação de que se o filho sonhasse em conquistar o mundo ele seria capaz de ir atrás de realizá-lo. Ele vivia dizendo que queria estudar, trabalhar e ser feliz, que em algum momento queria fazer algo que desse orgulho a sua mãe. Mal sabia ele que só o fato de pensar assim, já fazia com que o coração da Sarah quisesse saltar do peito.
– Eu sei que eles não se importam, mas o filho mais velho deles chegou com a mulher e a filha. – Ela se aproximou de , embora tivesse a sós com o filho e Mateus estivesse desacordado, tinha medo que alguém pudesse ouvir o restante daquela conversa. – A Dona Judith disse a nora implica com tudo e que ela é uma megera. – Confessou e viu o filho abrir a boca, demonstrando surpresa com a informação. – Palavras dela. – Ainda concluiu e os dois riram.
andou em direção até onde sua mãe estava, sabendo que ela havia ido ali no horário de trabalho apenas para avisá-lo daquela novidade. Embora ele tivesse escutado que os novos moradores chegariam em breve, não imaginou que fosse tão rápido.
– Mãe, não se preocupe, eu vou me vestir sempre que voltar do mar. – Prometeu e beijou o topo da cabeça da mais velha. – Mas fique sabendo que a Dona Judith vai ficar muito triste por não poder mais observar o meu corpinho. E parte o meu coração saber disso.
Com o pano de prato que estava no bolso do avental, Sarah tentou acertar o filho, sem nenhuma intenção de machucar. Viu o mesmo gargalhar enquanto corria para o banheiro, logo em seguida ela andou em direção à mansão disposta a voltar para o trabalho.
Já estivera no Brasil antes, passeios rápidos que resultaram em uma enorme vontade de voltar, mas era diferente pensar que a partir de agora ali seria a sua nova moradia, o seu novo lar. A família voltara ao país de origem depois que, Jonathan, o pai de , ficou encarregado de cuidar da loja de joias do seu pai, que já não tinha mais idade e disposição para tomar conta dos negócios. Eles tinham uma boa vida em Edimburgo, levaram os negócios para fora e a renda deles vinham disso. Demorou cerca de um ano para que deixassem tudo em boas mãos antes de voltar de vez para o Rio de Janeiro, além do dever que chamava pelo filho mais velho, agora eles também estariam mais próximos da família.
– Meu Deus, que calor infernal, haja protetor pra viver nesse lugar. – Lisa, mãe de , reclamou no banco da frente, passando as mãos por perto dos fios de cabelos, secando um suor que nem ao menos existia.
Não foi uma decisão fácil para , apesar de que ela não tinha outra escolha que não fosse seguir os passos dos pais. Estava triste por deixar a sua vida e amigos para trás, mas uma pontada de alegria nascia em seu peito, ao saber que ela viveria algo novo e completamente diferente de tudo que estava acostumada.
– O bom é que aqui tem a praia, mãe, vou viver como um peixe dentro d´água. – revelou empolgada, fazendo o seu pai sorrir e uma expressão de horror brotar no rosto de sua mãe.
– De jeito nenhum. – Ela olhou para trás, deixando claro que estava direcionando a sua fala a . – Você não vai se misturar com esse povo e nem com essa água suja, sua pele não está acostumada com isso.
A mais nova revirou os olhos enquanto o seu pai fazia o mesmo por baixo dos óculos de sol. Continuaram o trajeto em silêncio, sabendo que não adiantaria discutir com Lisa naquele momento, ela dificilmente mudava de opinião; e, por mais cruel que pudesse parecer, sentia orgulho em ter a personalidade tão parecida com a de seu pai.
Com os cabelos molhados e a prancha abaixo do braço, adentrava o portão da mansão da família . A ausência da camisa mostrava seu corpo bronzeado pelo sol enquanto ele continuava andando em direção aos fundos da casa principal, cantando os pagodes que não saiam nunca da sua cabeça. Entrou na pequena casa onde vivia com a sua mãe e irmão mais novo, abraçou a criança que cochilava no sofá e ouviu o pequeno resmungar algumas palavras desconexas, incomodado com os fios de cabelo molhados que tocavam em seu rosto. Mateus logo voltou a dormir, fazendo o mais velho rir em implicância enquanto guardava sua prancha. Antes mesmo de entrar no banho parar tirar do seu corpo os resquícios do mar, deu de cara com a sua mãe, Sarah, que parecia ter corrido para chegar ali. Vestia o seu avental que sempre usava no trabalho e secava as mãos no mesmo.
– Filho, não fica andando pelado por aí. – Pediu e viu sorrir, já conhecia o exagero da mãe, afinal, ele estava apenas sem blusa.
– Por que, mãe? O senhor não se importa e a Dona Judith adora. – Riu convencido e viu sua mãe negar com a cabeça. – Ela vive dizendo que a visão dela melhora uns 20% quando ela me vê sem camisa. Eu seria um monstro se não contribuísse para o bem estar de uma pobre senhora.
A mais velha riu desacreditada, embora já estivesse acostumada com o jeito do filho. sempre foi um rapaz que só dava orgulho a doméstica. Sarah tinha a sensação de que se o filho sonhasse em conquistar o mundo ele seria capaz de ir atrás de realizá-lo. Ele vivia dizendo que queria estudar, trabalhar e ser feliz, que em algum momento queria fazer algo que desse orgulho a sua mãe. Mal sabia ele que só o fato de pensar assim, já fazia com que o coração da Sarah quisesse saltar do peito.
– Eu sei que eles não se importam, mas o filho mais velho deles chegou com a mulher e a filha. – Ela se aproximou de , embora tivesse a sós com o filho e Mateus estivesse desacordado, tinha medo que alguém pudesse ouvir o restante daquela conversa. – A Dona Judith disse a nora implica com tudo e que ela é uma megera. – Confessou e viu o filho abrir a boca, demonstrando surpresa com a informação. – Palavras dela. – Ainda concluiu e os dois riram.
andou em direção até onde sua mãe estava, sabendo que ela havia ido ali no horário de trabalho apenas para avisá-lo daquela novidade. Embora ele tivesse escutado que os novos moradores chegariam em breve, não imaginou que fosse tão rápido.
– Mãe, não se preocupe, eu vou me vestir sempre que voltar do mar. – Prometeu e beijou o topo da cabeça da mais velha. – Mas fique sabendo que a Dona Judith vai ficar muito triste por não poder mais observar o meu corpinho. E parte o meu coração saber disso.
Com o pano de prato que estava no bolso do avental, Sarah tentou acertar o filho, sem nenhuma intenção de machucar. Viu o mesmo gargalhar enquanto corria para o banheiro, logo em seguida ela andou em direção à mansão disposta a voltar para o trabalho.
02
A ausência da claridade que horas antes adentrava pela janela, mostrava que o dia já tinha se transformado em noite. trocou poucas palavras com os avós antes de tomar o seu banho e adormecer onde seria o seu novo lar. Seu quarto era enorme, maior que o da sua antiga moradia. Uma pequena varanda fazia com que ela tivesse uma visão privilegiada da praia, enquanto a janela a sua direita mostrava a piscina e uma pequena casa que existia aos fundos da mansão. O calor ainda a incomodava mesmo sem a presença do sol lá fora, a piscina que viu minutos atrás parecia bem mais convidativa do que se trancar entre aquelas paredes e usufruir do ar condicionado.
Desceu pelas escadas após vestir um de seus biquínis. Estranhou o silêncio na casa, já que a sua família não era adepta a falar baixo e conversar em alto e bom tom parecia algo que era passado de geração em geração. Não encontrou ninguém pela sala, ouviu um pequeno barulho vindo da cozinha e andou até lá, encontrando apenas a mulher responsável pelas comidas, que não deixou de elogiar durante o almoço, parecendo finalizar o seu serviço enquanto arrumava algumas coisas.
– Oi! – cumprimentou em baixo tom, sem querer a assustar a mulher que parecia concentrada demais em seu trabalho. Seria grata aos seus pais por terem incentivado que ela aprendesse português ainda na infância, o idioma não seria um problema no Brasil.
– Oi. A senhora precisa de alguma coisa? – Perguntou ajeitando o corpo em uma postura extremamente profissional, completamente oposta à que ela se encontrava antes.
– Preciso que você não me chame de senhora. – Riu e Sarah a acompanhou. – Sou muito nova ainda e comigo não precisa dessas formalidades. – A mais velha pareceu relaxar ao ouvir aquelas palavras.
havia trocado poucas palavras com ela quando chegou, já que a mulher estava preocupada demais em servir a sua família. Seu semblante transmitia uma paz, seu jeito doce fazia com que sentisse vontade de parar em algum momento e ficar conversando com ela sobre a vida, e a garota esperava ter essa oportunidade logo mais. Nunca viu funcionários como pessoas diferentes dela, sempre os tratou como parte da família. achava que aquilo era o mínimo que ela poderia fazer por alguém que disponibiliza o seu precioso tempo para contribuir para o bem-estar de sua família. Só um salário e um obrigada nunca seria o suficiente.
– Sabe dos meus pais ou dos meus avós? Estou estranhando a casa estar tão silenciosa.
– Eles foram jantar no restaurante favorito do seu pai. A dona Lisa queria te acordar, mas seu pai achou melhor deixar você descansando. – Disse e concordou aprovando a ideia do pai, ele conhecia a filha como ninguém. – Mas tem comida pronta ou posso preparar alguma outra coisa...
– Não precisa. – interrompeu ao perceber que ela já vestia o seu avental novamente. – Sarah, né? – Quis confirmar o nome e a viu assentir. – Não precisa mesmo, Sarah. Acredito que você já estava indo embora, pode ir que eu me viro aqui. Estou sem fome, mas se precisar eu sei me virar muito bem na cozinha.
Ela ia discordar ou até mesmo argumentar, mas sorriu como se finalizasse o assunto, então restou a Sarah apenas concordar e se despedir antes de sair. Não deixou de dizer a que se ela precisasse de algo, poderia chamá-la sem problema algum. A mais nova agradeceu e bebeu um copo de água enquanto Sarah se afastada. Logo depois ela foi em direção à piscina, tirou o vestido fino que usava, antes de sentar na beirada e sentir a água molhando os seus pés, em uma temperatura extremamente agradável.
xxxxx
– Eu sou o cara que seu ex vai odiar, sua mãe vai amar e você nunca vai esquecer. E depois que a gente se beijar, de quinta a quinta... – parou de cantar ao passar pela piscina, assim que perceber que existia alguém como plateia para o seu pequeno show.
Sabia que estava longe de ter uma voz afinada, e pouco se importava com isso. Jamais cogitou a ideia de levar a música como profissão e, reconhecendo a própria voz, só nascendo de novo para que ele pudesse ao menos pensar naquela possibilidade. Mas mesmo assim a música vivia presente no seu dia a dia; amava cantar, dançar e ir aos shows, sentia-se mais vivo quando o som estava presente. Viu que a garota que estava dentro da piscina olhava em sua direção enquanto segurava a risada, provavelmente aquela era uma opinião silenciosa do que ela achou do pequeno show que presenciou.
– Desculpa, achei que não tinha ninguém por aqui. – Riu sem graça, coçando os cabelos e desviando o olhar. – Vi o pessoal saindo mais cedo.
– Eles foram, mas eu fiquei. – Ela riu, uma expressão de estranhamento brotou em seu rosto, por nunca ter visto aquele rapaz antes, por ele saber que a sua família não estava em casa e principalmente por perceber que ele estava tão à vontade ali.
– Eu sou filho da cozinheira, Sarinha mãos de fada. – Brincou como se tivesse lido os pensamentos dela. – . – Ele se apresentou sorridente.
– . – Ela fez o mesmo, enquanto nadava até a borda para se aproximar. – Não sabia que a Sarah tinha um filho cantor.
– E ela não tem, não que eu saiba. – Riram juntos com gosto. – Bom, não vou mais te atrapalhar, espero que não tenha pesadelos com a minha voz. Boa noite, .
– Boa noite, ! – Deu a última palavra e viu o rapaz andar em direção à pequena casa aos fundos, logo em seguida ela voltou a nadar como fazia antes que ele chegasse.
Desceu pelas escadas após vestir um de seus biquínis. Estranhou o silêncio na casa, já que a sua família não era adepta a falar baixo e conversar em alto e bom tom parecia algo que era passado de geração em geração. Não encontrou ninguém pela sala, ouviu um pequeno barulho vindo da cozinha e andou até lá, encontrando apenas a mulher responsável pelas comidas, que não deixou de elogiar durante o almoço, parecendo finalizar o seu serviço enquanto arrumava algumas coisas.
– Oi! – cumprimentou em baixo tom, sem querer a assustar a mulher que parecia concentrada demais em seu trabalho. Seria grata aos seus pais por terem incentivado que ela aprendesse português ainda na infância, o idioma não seria um problema no Brasil.
– Oi. A senhora precisa de alguma coisa? – Perguntou ajeitando o corpo em uma postura extremamente profissional, completamente oposta à que ela se encontrava antes.
– Preciso que você não me chame de senhora. – Riu e Sarah a acompanhou. – Sou muito nova ainda e comigo não precisa dessas formalidades. – A mais velha pareceu relaxar ao ouvir aquelas palavras.
havia trocado poucas palavras com ela quando chegou, já que a mulher estava preocupada demais em servir a sua família. Seu semblante transmitia uma paz, seu jeito doce fazia com que sentisse vontade de parar em algum momento e ficar conversando com ela sobre a vida, e a garota esperava ter essa oportunidade logo mais. Nunca viu funcionários como pessoas diferentes dela, sempre os tratou como parte da família. achava que aquilo era o mínimo que ela poderia fazer por alguém que disponibiliza o seu precioso tempo para contribuir para o bem-estar de sua família. Só um salário e um obrigada nunca seria o suficiente.
– Sabe dos meus pais ou dos meus avós? Estou estranhando a casa estar tão silenciosa.
– Eles foram jantar no restaurante favorito do seu pai. A dona Lisa queria te acordar, mas seu pai achou melhor deixar você descansando. – Disse e concordou aprovando a ideia do pai, ele conhecia a filha como ninguém. – Mas tem comida pronta ou posso preparar alguma outra coisa...
– Não precisa. – interrompeu ao perceber que ela já vestia o seu avental novamente. – Sarah, né? – Quis confirmar o nome e a viu assentir. – Não precisa mesmo, Sarah. Acredito que você já estava indo embora, pode ir que eu me viro aqui. Estou sem fome, mas se precisar eu sei me virar muito bem na cozinha.
Ela ia discordar ou até mesmo argumentar, mas sorriu como se finalizasse o assunto, então restou a Sarah apenas concordar e se despedir antes de sair. Não deixou de dizer a que se ela precisasse de algo, poderia chamá-la sem problema algum. A mais nova agradeceu e bebeu um copo de água enquanto Sarah se afastada. Logo depois ela foi em direção à piscina, tirou o vestido fino que usava, antes de sentar na beirada e sentir a água molhando os seus pés, em uma temperatura extremamente agradável.
– Eu sou o cara que seu ex vai odiar, sua mãe vai amar e você nunca vai esquecer. E depois que a gente se beijar, de quinta a quinta... – parou de cantar ao passar pela piscina, assim que perceber que existia alguém como plateia para o seu pequeno show.
Sabia que estava longe de ter uma voz afinada, e pouco se importava com isso. Jamais cogitou a ideia de levar a música como profissão e, reconhecendo a própria voz, só nascendo de novo para que ele pudesse ao menos pensar naquela possibilidade. Mas mesmo assim a música vivia presente no seu dia a dia; amava cantar, dançar e ir aos shows, sentia-se mais vivo quando o som estava presente. Viu que a garota que estava dentro da piscina olhava em sua direção enquanto segurava a risada, provavelmente aquela era uma opinião silenciosa do que ela achou do pequeno show que presenciou.
– Desculpa, achei que não tinha ninguém por aqui. – Riu sem graça, coçando os cabelos e desviando o olhar. – Vi o pessoal saindo mais cedo.
– Eles foram, mas eu fiquei. – Ela riu, uma expressão de estranhamento brotou em seu rosto, por nunca ter visto aquele rapaz antes, por ele saber que a sua família não estava em casa e principalmente por perceber que ele estava tão à vontade ali.
– Eu sou filho da cozinheira, Sarinha mãos de fada. – Brincou como se tivesse lido os pensamentos dela. – . – Ele se apresentou sorridente.
– . – Ela fez o mesmo, enquanto nadava até a borda para se aproximar. – Não sabia que a Sarah tinha um filho cantor.
– E ela não tem, não que eu saiba. – Riram juntos com gosto. – Bom, não vou mais te atrapalhar, espero que não tenha pesadelos com a minha voz. Boa noite, .
– Boa noite, ! – Deu a última palavra e viu o rapaz andar em direção à pequena casa aos fundos, logo em seguida ela voltou a nadar como fazia antes que ele chegasse.
03
Os dias passaram rápido demais e não podia estar mais feliz. Apesar de ter ficado a maior parte do tempo em casa, ela estava adorando o clima daquela cidade, mesmo sendo um lugar tão quente. Virou rotina ir para a piscina todas as noites e também ver passando por lá em todas elas. Quase sempre ele parava e ficava conversando com e quando a mãe dela aparecia, reclamando de que poderia ficar doente de tanto ficar na água, ele ia para a sua casa sem se despedir, como se não quisesse ficar cara a cara com a mais velha.
Naquela noite de sábado, estava sozinha em casa, seus pais e avós foram para um jantar de negócios que ela se recusou a participar; já havia passado por um momento como aquele mais de uma vez naquela semana. Aproveitando a paz que sentia ao estar sozinha, foi para a piscina mais cedo, Sarah ainda estava na cozinha e por um momento ela tentou entender porque aquela mulher ainda precisava estar ali cumprindo seu horário, sendo que ela já havia trabalhado o dia inteiro e mais ninguém precisaria do seu trabalho naquela noite. O dia que ela tentou questionar seus avós por isso, discutiu com sua mãe que jogou em sua cara que aquele não era um assunto da sua conta e que, nas palavras dela, eles sempre precisariam ter alguém por perto para servi-los.
– Pensando na morte da bezerra? – A voz de trouxe para realidade. Ela ainda não havia entrado na água e estava na espreguiçadeira pensando na vida.
– O quê? – Perguntou em confusão, tentando entender o que ele disse.
As conversas que existiam entre os dois eram rápidas demais, geralmente sobre o dia um do outro ou sobre o clima em que a cidade se encontrava. Em algumas vezes brincou com , sem se esquecer do dia em que ela o pegou no flagra cantando, fazendo com que um clima agradável e amistoso se instalasse entre eles.
– Modo de dizer. Tive a impressão de que você estava com o pensamento muito distante. – pareceu se lembrar de que ela não era dali e provavelmente não entenderia as expressões que eram tão comuns pra ele. – Até já, !
– Seria muita falta de educação perguntar aonde você vai? – Quis puxar assunto, sentou-se onde estava deitada antes e manteve a sua atenção no rapaz.
– Não seria. – Riu antes de completar a resposta. – Vou andar no calçadão, gosto de caminhar um pouco todas as noites.
Um novo silêncio nasceu entre eles. Enquanto se perguntava se ela diria mais alguma coisa, na mente de uma nova ideia surgia. Quando sorriu para ele, aceitou aquilo como uma despedida e continuou o seu caminho que estava fazendo antes.
– Eu posso... ir com você? – Ela se convidou e no mesmo momento direcionou o seu olhar a ela.
– Não sei, pode? – Depois ele olhou para a casa lembrando de que não tinha mais ninguém ali. – Eu adoraria ter a sua companhia.
– Ótimo, só preciso voltar antes que a minha mãe chegue, não estou afim de discutir com ela hoje. – Avisou e ele concordou antes de continuar o seu caminho, agora, sendo acompanhado por ela.
O vento que refrescava a cidade também batia sobre os cabelos de , bagunçando os fios que estavam soltos. A praia era bem próxima e os dois seguiram em silêncio até o calçadão, apenas observando tudo ao redor. Já era noite, mas algumas pessoas pareciam ter tido a mesma ideia que eles, já que andavam a pé ou de bicicleta próximos da praia.
Naquela noite de sábado, estava sozinha em casa, seus pais e avós foram para um jantar de negócios que ela se recusou a participar; já havia passado por um momento como aquele mais de uma vez naquela semana. Aproveitando a paz que sentia ao estar sozinha, foi para a piscina mais cedo, Sarah ainda estava na cozinha e por um momento ela tentou entender porque aquela mulher ainda precisava estar ali cumprindo seu horário, sendo que ela já havia trabalhado o dia inteiro e mais ninguém precisaria do seu trabalho naquela noite. O dia que ela tentou questionar seus avós por isso, discutiu com sua mãe que jogou em sua cara que aquele não era um assunto da sua conta e que, nas palavras dela, eles sempre precisariam ter alguém por perto para servi-los.
– Pensando na morte da bezerra? – A voz de trouxe para realidade. Ela ainda não havia entrado na água e estava na espreguiçadeira pensando na vida.
– O quê? – Perguntou em confusão, tentando entender o que ele disse.
As conversas que existiam entre os dois eram rápidas demais, geralmente sobre o dia um do outro ou sobre o clima em que a cidade se encontrava. Em algumas vezes brincou com , sem se esquecer do dia em que ela o pegou no flagra cantando, fazendo com que um clima agradável e amistoso se instalasse entre eles.
– Modo de dizer. Tive a impressão de que você estava com o pensamento muito distante. – pareceu se lembrar de que ela não era dali e provavelmente não entenderia as expressões que eram tão comuns pra ele. – Até já, !
– Seria muita falta de educação perguntar aonde você vai? – Quis puxar assunto, sentou-se onde estava deitada antes e manteve a sua atenção no rapaz.
– Não seria. – Riu antes de completar a resposta. – Vou andar no calçadão, gosto de caminhar um pouco todas as noites.
Um novo silêncio nasceu entre eles. Enquanto se perguntava se ela diria mais alguma coisa, na mente de uma nova ideia surgia. Quando sorriu para ele, aceitou aquilo como uma despedida e continuou o seu caminho que estava fazendo antes.
– Eu posso... ir com você? – Ela se convidou e no mesmo momento direcionou o seu olhar a ela.
– Não sei, pode? – Depois ele olhou para a casa lembrando de que não tinha mais ninguém ali. – Eu adoraria ter a sua companhia.
– Ótimo, só preciso voltar antes que a minha mãe chegue, não estou afim de discutir com ela hoje. – Avisou e ele concordou antes de continuar o seu caminho, agora, sendo acompanhado por ela.
O vento que refrescava a cidade também batia sobre os cabelos de , bagunçando os fios que estavam soltos. A praia era bem próxima e os dois seguiram em silêncio até o calçadão, apenas observando tudo ao redor. Já era noite, mas algumas pessoas pareciam ter tido a mesma ideia que eles, já que andavam a pé ou de bicicleta próximos da praia.
04
– Porque você se afasta quando minha mãe se aproxima? – quebrou o silêncio, embora os dois estivessem olhando para diferentes direções, sabia aquela pergunta era pra ele.
– Porque provavelmente ela não vai gostar de ver o filho da cozinheira de papinho com a filha dela. – Respondeu com naturalidade. O rapaz se aproximou de um banco vazio, se sentou ali e com um gesto convidou a fazer o mesmo.
Ela não gostaria mesmo, disso tinha certeza. Lisa costumava julgar as pessoas por tudo, coisa que não conseguia entender. Sabia que a sua mãe não era melhor que ninguém e que a situação financeira da família era o que menos importava. Já Lisa pensava diferente, tinha um olhar ambicioso e de julgamento contra qualquer pessoa. E já tinha perdido as esperanças de que um dia a sua mãe pudesse mudar.
– Eu não me importo. – Deu de ombros e logo em seguida os olhares se encontraram. – E a sua mãe trabalha desde sempre com os meus avós, imagino que pra eles vocês já são da família.
– Você pode até não se importar, mas a sua mãe sim. – Teve cuidado em suas palavras para não ofender . – Os seus avós são umas das melhores pessoas que eu já conheci, e eu não estou dizendo que a sua mãe é uma pessoa difícil, só parece que ela não gosta de misturar as coisas. E, bom, eu sou de um mundo completamente diferente do de vocês. Não pararia de falar com você por isso, mas faria qualquer coisa pra evitar um problema.
– Mas ela é bem difícil mesmo. – Riu e ele a acompanhou – Felizmente não herdei nada dela, apenas do meu pai.
– Que bom então. – Ele respondeu sem filtrar as palavras e os dois riram outra vez. – Mas, com todo respeito, a sua mãe é linda, acho que você puxou isso dela, sim.
Sentindo como se as suas bochechas tivessem se transformando em dois pimentões de tão vermelhas que ficaram, apenas sorriu em resposta, sem fazer ideia do que dizer para agradecer ao elogio. Percebendo o clima diferente no ar, mas que estava longe de ser desagradável, quebrou o silêncio que pairava sobre eles ao assoviar para um senhorzinho que passava empurrando um carrinho, vendendo suas coisas.
– Seu Manoel, prepara dois açaís no capricho, por favor. Um pra essa moça bonita aqui e outra para o cliente mais gato que o senhor tem. – Brincou bem humorado, o mais velho não conseguiu conter a risada, o mesmo aconteceu com .
– Só se for agora, meu filho. – Com carinho ele respondeu, logo após começou todo o preparo.
O olhar curioso de estava atento a cada detalhe do que Manoel fazia a alguns centímetros a frente. reparou na garota, também com curiosidade, tentando entender o motivo para que ela pudesse achar tão interessante o preparo de um simples açaí, e então a sua ficha caiu.
– Não me diz que no castelo onde você vivia não tinha açaí. – Questionou um tanto assustado com o que ele mesmo havia perguntando.
– Castelo? – Sem saber o motivo exato, ela achou graça. – Bom, se tem eu nunca experimentei.
– É onde as princesas moram, não? – Ela não pode deixar de gargalhar, mesmo sem saber se aquilo era uma piada ou uma cantada. – Bom, agora vou tirar a prova de que você é uma pessoa confiável ou não. Quem não gosta de açaí tem desvio de caráter.
Ela gargalhou negando com a cabeça, achando graça nas palavras de . Não demorou muito para que Manoel terminasse o seu trabalho, servindo os dois jovens. efetuou o pagamento, enquanto isso olhava em direção ao copo que segurava, comendo com os olhos antes mesmo de experimentar.
– Cuida bem desse rapaz, menina. – O senhor dizia enquanto olhava para . – Ele vale ouro. – Completou e saiu logo depois.
Assim que experimentou aquela sobremesa que era uma novidade pra ela, sua expressão denunciou que ela havia amado. sorriu satisfeito, feliz por ter gostado de algo que ele tanto amava. Podia convidá-la para tomar um açaí sempre que quisesse ter a companhia dela.
– Eu comeria isso pra sempre. – Falou e ouviu pronunciar um eu também.
Continuaram a conversar, iniciando um diálogo animado sobre tudo e sobre nada. Falaram sobre a vida e até mesmo alguns comentários sobre o que passavam em frente aos olhos dos jovens. Bons minutos depois, pediu para que eles fossem embora e concordou, alegando que Lisa poderia chegar e com certeza não aprovaria a saída da filha.
– Então quer dizer que você vale ouro? – perguntou com humor repetindo as palavras que havia escutado do senhorzinho. Depois de tanto conversarem, um clima leve havia se instalado entre eles. – Vou te colocar em um cofre.
– Prefiro que seja em um potinho onde você possa fazer alguns furinhos para eu poder respirar. – Ele dizia enquanto se aproximava dela. – Agora vamos voltar para o castelo antes que a rainha me mate por ter sequestrado a princesa, antes mesmo que eu consiga um beijo dela.
Ao ouvir aquilo abriu a boca, mas nada conseguiu dizer, não sabia até que parte aquela conversa era uma simples brincadeira, por isso ela apenas sorriu em resposta. Mas, mesmo sem precisar dizer nada, segurou a mão de assim que ele a direcionou a ela, fazendo com que os dois retornassem até a casa sem se soltarem um do outro.
– Porque provavelmente ela não vai gostar de ver o filho da cozinheira de papinho com a filha dela. – Respondeu com naturalidade. O rapaz se aproximou de um banco vazio, se sentou ali e com um gesto convidou a fazer o mesmo.
Ela não gostaria mesmo, disso tinha certeza. Lisa costumava julgar as pessoas por tudo, coisa que não conseguia entender. Sabia que a sua mãe não era melhor que ninguém e que a situação financeira da família era o que menos importava. Já Lisa pensava diferente, tinha um olhar ambicioso e de julgamento contra qualquer pessoa. E já tinha perdido as esperanças de que um dia a sua mãe pudesse mudar.
– Eu não me importo. – Deu de ombros e logo em seguida os olhares se encontraram. – E a sua mãe trabalha desde sempre com os meus avós, imagino que pra eles vocês já são da família.
– Você pode até não se importar, mas a sua mãe sim. – Teve cuidado em suas palavras para não ofender . – Os seus avós são umas das melhores pessoas que eu já conheci, e eu não estou dizendo que a sua mãe é uma pessoa difícil, só parece que ela não gosta de misturar as coisas. E, bom, eu sou de um mundo completamente diferente do de vocês. Não pararia de falar com você por isso, mas faria qualquer coisa pra evitar um problema.
– Mas ela é bem difícil mesmo. – Riu e ele a acompanhou – Felizmente não herdei nada dela, apenas do meu pai.
– Que bom então. – Ele respondeu sem filtrar as palavras e os dois riram outra vez. – Mas, com todo respeito, a sua mãe é linda, acho que você puxou isso dela, sim.
Sentindo como se as suas bochechas tivessem se transformando em dois pimentões de tão vermelhas que ficaram, apenas sorriu em resposta, sem fazer ideia do que dizer para agradecer ao elogio. Percebendo o clima diferente no ar, mas que estava longe de ser desagradável, quebrou o silêncio que pairava sobre eles ao assoviar para um senhorzinho que passava empurrando um carrinho, vendendo suas coisas.
– Seu Manoel, prepara dois açaís no capricho, por favor. Um pra essa moça bonita aqui e outra para o cliente mais gato que o senhor tem. – Brincou bem humorado, o mais velho não conseguiu conter a risada, o mesmo aconteceu com .
– Só se for agora, meu filho. – Com carinho ele respondeu, logo após começou todo o preparo.
O olhar curioso de estava atento a cada detalhe do que Manoel fazia a alguns centímetros a frente. reparou na garota, também com curiosidade, tentando entender o motivo para que ela pudesse achar tão interessante o preparo de um simples açaí, e então a sua ficha caiu.
– Não me diz que no castelo onde você vivia não tinha açaí. – Questionou um tanto assustado com o que ele mesmo havia perguntando.
– Castelo? – Sem saber o motivo exato, ela achou graça. – Bom, se tem eu nunca experimentei.
– É onde as princesas moram, não? – Ela não pode deixar de gargalhar, mesmo sem saber se aquilo era uma piada ou uma cantada. – Bom, agora vou tirar a prova de que você é uma pessoa confiável ou não. Quem não gosta de açaí tem desvio de caráter.
Ela gargalhou negando com a cabeça, achando graça nas palavras de . Não demorou muito para que Manoel terminasse o seu trabalho, servindo os dois jovens. efetuou o pagamento, enquanto isso olhava em direção ao copo que segurava, comendo com os olhos antes mesmo de experimentar.
– Cuida bem desse rapaz, menina. – O senhor dizia enquanto olhava para . – Ele vale ouro. – Completou e saiu logo depois.
Assim que experimentou aquela sobremesa que era uma novidade pra ela, sua expressão denunciou que ela havia amado. sorriu satisfeito, feliz por ter gostado de algo que ele tanto amava. Podia convidá-la para tomar um açaí sempre que quisesse ter a companhia dela.
– Eu comeria isso pra sempre. – Falou e ouviu pronunciar um eu também.
Continuaram a conversar, iniciando um diálogo animado sobre tudo e sobre nada. Falaram sobre a vida e até mesmo alguns comentários sobre o que passavam em frente aos olhos dos jovens. Bons minutos depois, pediu para que eles fossem embora e concordou, alegando que Lisa poderia chegar e com certeza não aprovaria a saída da filha.
– Então quer dizer que você vale ouro? – perguntou com humor repetindo as palavras que havia escutado do senhorzinho. Depois de tanto conversarem, um clima leve havia se instalado entre eles. – Vou te colocar em um cofre.
– Prefiro que seja em um potinho onde você possa fazer alguns furinhos para eu poder respirar. – Ele dizia enquanto se aproximava dela. – Agora vamos voltar para o castelo antes que a rainha me mate por ter sequestrado a princesa, antes mesmo que eu consiga um beijo dela.
Ao ouvir aquilo abriu a boca, mas nada conseguiu dizer, não sabia até que parte aquela conversa era uma simples brincadeira, por isso ela apenas sorriu em resposta. Mas, mesmo sem precisar dizer nada, segurou a mão de assim que ele a direcionou a ela, fazendo com que os dois retornassem até a casa sem se soltarem um do outro.
05
Durante o caminho de volta para casa, pediu que falasse um pouco sobre ele, percebeu que ele gostava de conversar e ela adorava ouvi-lo. Descobriu que ele tinha 22 anos, tinha um irmão mais novo e sempre morou com a mãe, já que seus pais eram separados. Ele também fez questão de contar que era solteiro, amava surfar e que estava cursando psicologia. Disse que amava pagode, cerveja e batata frita. E que também gostava de cantar, mesmo sabendo que a sua voz não era uma das melhores. parecia extremamente orgulhoso em falar sobre a sua vida, ainda mais para que cada vez mais queria saber mais sobre eles. Por esses motivos a conversa durou até que eles passassem pelo portão da mansão.
A ausência dos carros na garagem e a tranquilidade que pairava sobre a casa deixava claro que os pais e avós de ainda não haviam chego. sentia que aquelas conversas com , cada frase dele e os elogios significavam alguma coisa, que não havia dito nada só por dizer. Podia ser fruto de sua imaginação, mas podia jurar que, por muitas vezes, ela o pegou no flagra a encarando, como se tivesse tentando ler os seus pensamentos. Não tinha coragem de ser tão direta a ponto de perguntar se ele tinha alguma outra intenção, além de bater papo com ela na piscina e, agora, ter uma companhia durante as suas caminhadas. No fundo ela deseja que sim, afinal, a sua impressão e intenção a respeito do rapaz também mudaram, seria ótimo que tivesse acontecido o mesmo com ele.
O certo seria que, ao passar pela garagem, continuasse o seu caminho em direção aos fundos da mansão que era onde ficava a sua residência. Mas, ao invés disso, ele andou até a entrada principal da casa dos , sendo seguido por , e parando apenas quando ficou bem próximo à porta.
– A princesa está entregue, sã e salva. – Ele brincou, contagiando com o seu bom humor.
– Obrigada por hoje, , eu adorei. – Agradeceu em tom de despedida.
Dando a entender que ali se encerrava aquele momento dos dois, direcionou uma de suas mãos até a maçaneta da porta para abri-la. Só que antes mesmo de realizar tal ação, ela sentiu a mão de sobre a sua, em um pedido silencioso para que ela não entrasse ainda.
– Eu acabei de te contar a minha vida e você não me disse nada sobre você. – lembrou, embora o único desejo dele fosse que ela continuasse falando qualquer coisa apenas para que aquele encontro não acabasse tão cedo.
Então contou o que ela deduziu que ele queria saber: disse que morou toda a sua vida na Escócia. Havia completado 18 anos recentemente, era filha única, falava três idiomas e que ainda tinha dúvidas sobre qual faculdade cursar. Enquanto falava sobre sua vida pessoal, sentia o olhar atento e encantado dele sobre ela, fazendo com que sentisse vontade de ficar ali falando para sempre.
– Ah, e eu falo demais também. – Ela deduziu depois de contar, resumidamente, alguns detalhes da sua vida para ele.
– E o que ninguém sabe sobre você? Conta pra mim. – fez outra pergunta, fazendo com que pensasse alguns segundo antes de responder.
– Que eu tenho uma vontade enorme de que o príncipe me roube um beijo, antes que eu entre no castelo.
Aquilo foi o suficiente para que pudesse entender o que ela queria dizer e para que ele fizesse o que estava morrendo de vontade: tomar em seus braços e beijá-la. Estava esperando algum sinal, algo que mostrasse que ele não estaria invadindo ou abusando da relação recém-estabelecida, se tentasse algo. O encontro dos lábios causou um arrepio em ambos os corpos, tinha uma urgência no encontro das línguas e as mãos de sabiam exatamente onde pousar. Um suspiro escapou pelos lábios de no mesmo momento em que faróis se aproximaram do portão. Os dois riram entendendo o que aquilo significava, e os segundos que usaria para se despedir foram usados para roubar mais um beijo de antes dele se afastar. correu com um sorriso nos lábios ao passar pela porta, indo em direção ao seu quarto. Segundos depois os seus pais e avós passaram por onde ela estava aos beijos com antes.
A ausência dos carros na garagem e a tranquilidade que pairava sobre a casa deixava claro que os pais e avós de ainda não haviam chego. sentia que aquelas conversas com , cada frase dele e os elogios significavam alguma coisa, que não havia dito nada só por dizer. Podia ser fruto de sua imaginação, mas podia jurar que, por muitas vezes, ela o pegou no flagra a encarando, como se tivesse tentando ler os seus pensamentos. Não tinha coragem de ser tão direta a ponto de perguntar se ele tinha alguma outra intenção, além de bater papo com ela na piscina e, agora, ter uma companhia durante as suas caminhadas. No fundo ela deseja que sim, afinal, a sua impressão e intenção a respeito do rapaz também mudaram, seria ótimo que tivesse acontecido o mesmo com ele.
O certo seria que, ao passar pela garagem, continuasse o seu caminho em direção aos fundos da mansão que era onde ficava a sua residência. Mas, ao invés disso, ele andou até a entrada principal da casa dos , sendo seguido por , e parando apenas quando ficou bem próximo à porta.
– A princesa está entregue, sã e salva. – Ele brincou, contagiando com o seu bom humor.
– Obrigada por hoje, , eu adorei. – Agradeceu em tom de despedida.
Dando a entender que ali se encerrava aquele momento dos dois, direcionou uma de suas mãos até a maçaneta da porta para abri-la. Só que antes mesmo de realizar tal ação, ela sentiu a mão de sobre a sua, em um pedido silencioso para que ela não entrasse ainda.
– Eu acabei de te contar a minha vida e você não me disse nada sobre você. – lembrou, embora o único desejo dele fosse que ela continuasse falando qualquer coisa apenas para que aquele encontro não acabasse tão cedo.
Então contou o que ela deduziu que ele queria saber: disse que morou toda a sua vida na Escócia. Havia completado 18 anos recentemente, era filha única, falava três idiomas e que ainda tinha dúvidas sobre qual faculdade cursar. Enquanto falava sobre sua vida pessoal, sentia o olhar atento e encantado dele sobre ela, fazendo com que sentisse vontade de ficar ali falando para sempre.
– Ah, e eu falo demais também. – Ela deduziu depois de contar, resumidamente, alguns detalhes da sua vida para ele.
– E o que ninguém sabe sobre você? Conta pra mim. – fez outra pergunta, fazendo com que pensasse alguns segundo antes de responder.
– Que eu tenho uma vontade enorme de que o príncipe me roube um beijo, antes que eu entre no castelo.
Aquilo foi o suficiente para que pudesse entender o que ela queria dizer e para que ele fizesse o que estava morrendo de vontade: tomar em seus braços e beijá-la. Estava esperando algum sinal, algo que mostrasse que ele não estaria invadindo ou abusando da relação recém-estabelecida, se tentasse algo. O encontro dos lábios causou um arrepio em ambos os corpos, tinha uma urgência no encontro das línguas e as mãos de sabiam exatamente onde pousar. Um suspiro escapou pelos lábios de no mesmo momento em que faróis se aproximaram do portão. Os dois riram entendendo o que aquilo significava, e os segundos que usaria para se despedir foram usados para roubar mais um beijo de antes dele se afastar. correu com um sorriso nos lábios ao passar pela porta, indo em direção ao seu quarto. Segundos depois os seus pais e avós passaram por onde ela estava aos beijos com antes.
06
a olhou de cima a baixo, admirado pela beleza de e de como ela estava mais linda naquele dia. A blusa mais solta e colorida combinava perfeitamente o short que ela usava. O cabelo estava preso e nos pés uma sandália mais confortável finalizava a produção. Apesar de não ser um programa que exigia tanto dos dois, também havia se arrumado, mas com a intenção de surpreender a sua convidada. Os cabelos estavam bem penteados e ele vestia uma blusa clara, uma calça escura e um tênis da mesma cor. Estava muito calor, mas, segundo a sua mãe, a calça ficava bem melhor que qualquer bermuda.
– Eu pesquisei na internet qual roupa eu devia vestir. – Explicou quando sentiu o olhar dele sobre ela, fazendo o mesmo sorrir.
– Você acertou em cheio, minha princesa. Tá linda! – Elogiou antes de cobrir os lábios dela com os seus.
Os pais de e o seu avô tiveram que viajar para São Paulo, para resolver alguns assuntos que ainda estavam pendentes em uma das lojas de lá. O seu avô foi junto mais para descansar um pouco. Judith e ficaram e em um momento a mais velha flagrou a neta e juntos. Não conseguiu conter a sua felicidade e expôs que os dois tinham o seu apoio. Judith também ressaltou que ela ajudaria a domar a fera, se referindo a Lisa, quando fosse necessário.
“Se você não está apaixonada é porque ainda não viu esse garotinho sem camisa.” ria sempre que lembrava das palavras da avó.
Naquele dia levaria pela primeira vez em um barzinho onde teria um show de pagode ao vivo. Apesar do pouco tempo juntos, ela sentia uma enorme vontade de conhecer e fazer parte de tudo o que ele gostava. O que acontecia com não era muito diferente.
Ao lado da praia os dois andavam juntos, de mãos dadas. Era final da tarde e o sol estava se pondo, deixando aquela vista ainda mais linda do que já era. Embora não soubesse o destino, aquele caminho que os dois estavam fazendo já era uma rotina para eles e já estava acostumando com a presença dele em seus dias; assim como estava acostumada a ouvir chamá-la de minha princesa. Quem não estava muito contente com aquela aproximação era Lisa, mas Jonathan prometeu a filha que acalmaria a mulher durante a viagem e deixou para se preocupar com ela quando eles voltassem.
O encontro não poderia ter sido melhor. estava extremamente feliz na companhia de e não se lembrava quando ela havia se divertido tanto como naquela noite. Assistiu cantar todas as músicas tocadas pela banda, fazendo com que o acompanhasse quando um dos refrãos ficava em sua mente.
Já era madrugada quando eles estavam voltando pra casa, as cervejas compartilhadas deixaram os dois mais alegres, porém ambos sabiam exatamente o que estavam fazendo. parecia não ter medo de andar pelas ruas naquele horário e, ao lado dele, também não conseguia temer a nada. Quando estavam caminhando abraçados próximos da praia, ele direcionou os passos dos dois para a areia, fazendo o seguir sem questionar.
– Olha como esse céu tá lindo. – contemplou ao observar a lua que parecia nunca ter brilhado tanto como naquela noite e as estrelas que cobriam uma boa parte do céu.
– Não tão lindo quanto você. – brincou como ele sempre fazia com ela e pode sentir a risada dele contra o seu pescoço. – Tô tão feliz que se pudesse eu gritaria agora.
– Não passa vontade não, minha princesa. – Ele parecia tão animado quanto ela.
abriu os braços e gritou despejando pelo ar a sua felicidade, que tinha um nome bem específico. Sentiu seus pés se afastarem da areia e percebeu que segurava o seu corpo, girando-a de um lado para o outro e gritando mais alto que ela.
– Somos loucos. – Ela ainda gargalhava quando ele a colocou no chão. – Daqui a pouco alguém passa por aqui e chama a polícia, achando que nós dois fugimos de um hospício.
– Então é melhor que a gente vá embora antes que isso aconteça. – começou a falar enquanto segurava o rosto dela entre as mãos. – O único lugar onde eu quero ficar preso hoje é dentro do seu quarto. – E então ele a beijou.
ainda distribuiu alguns beijos por todo rosto de , antes que os dois dessem as mãos e começassem a correr em direção a mansão. Quem quer que visse os dois, diriam que de fato eles estavam loucos, mas estar na companhia um do outro fazia com que eles se sentissem daquela forma. E desde que os dois estivessem juntos, o que era normal ou não, certo ou errado, não faria sentido algum. e sentiam uma felicidade absurda quando estavam na companhia um do outro e aquilo era o que mais importava.
– Eu pesquisei na internet qual roupa eu devia vestir. – Explicou quando sentiu o olhar dele sobre ela, fazendo o mesmo sorrir.
– Você acertou em cheio, minha princesa. Tá linda! – Elogiou antes de cobrir os lábios dela com os seus.
Os pais de e o seu avô tiveram que viajar para São Paulo, para resolver alguns assuntos que ainda estavam pendentes em uma das lojas de lá. O seu avô foi junto mais para descansar um pouco. Judith e ficaram e em um momento a mais velha flagrou a neta e juntos. Não conseguiu conter a sua felicidade e expôs que os dois tinham o seu apoio. Judith também ressaltou que ela ajudaria a domar a fera, se referindo a Lisa, quando fosse necessário.
“Se você não está apaixonada é porque ainda não viu esse garotinho sem camisa.” ria sempre que lembrava das palavras da avó.
Naquele dia levaria pela primeira vez em um barzinho onde teria um show de pagode ao vivo. Apesar do pouco tempo juntos, ela sentia uma enorme vontade de conhecer e fazer parte de tudo o que ele gostava. O que acontecia com não era muito diferente.
Ao lado da praia os dois andavam juntos, de mãos dadas. Era final da tarde e o sol estava se pondo, deixando aquela vista ainda mais linda do que já era. Embora não soubesse o destino, aquele caminho que os dois estavam fazendo já era uma rotina para eles e já estava acostumando com a presença dele em seus dias; assim como estava acostumada a ouvir chamá-la de minha princesa. Quem não estava muito contente com aquela aproximação era Lisa, mas Jonathan prometeu a filha que acalmaria a mulher durante a viagem e deixou para se preocupar com ela quando eles voltassem.
O encontro não poderia ter sido melhor. estava extremamente feliz na companhia de e não se lembrava quando ela havia se divertido tanto como naquela noite. Assistiu cantar todas as músicas tocadas pela banda, fazendo com que o acompanhasse quando um dos refrãos ficava em sua mente.
Já era madrugada quando eles estavam voltando pra casa, as cervejas compartilhadas deixaram os dois mais alegres, porém ambos sabiam exatamente o que estavam fazendo. parecia não ter medo de andar pelas ruas naquele horário e, ao lado dele, também não conseguia temer a nada. Quando estavam caminhando abraçados próximos da praia, ele direcionou os passos dos dois para a areia, fazendo o seguir sem questionar.
– Olha como esse céu tá lindo. – contemplou ao observar a lua que parecia nunca ter brilhado tanto como naquela noite e as estrelas que cobriam uma boa parte do céu.
– Não tão lindo quanto você. – brincou como ele sempre fazia com ela e pode sentir a risada dele contra o seu pescoço. – Tô tão feliz que se pudesse eu gritaria agora.
– Não passa vontade não, minha princesa. – Ele parecia tão animado quanto ela.
abriu os braços e gritou despejando pelo ar a sua felicidade, que tinha um nome bem específico. Sentiu seus pés se afastarem da areia e percebeu que segurava o seu corpo, girando-a de um lado para o outro e gritando mais alto que ela.
– Somos loucos. – Ela ainda gargalhava quando ele a colocou no chão. – Daqui a pouco alguém passa por aqui e chama a polícia, achando que nós dois fugimos de um hospício.
– Então é melhor que a gente vá embora antes que isso aconteça. – começou a falar enquanto segurava o rosto dela entre as mãos. – O único lugar onde eu quero ficar preso hoje é dentro do seu quarto. – E então ele a beijou.
ainda distribuiu alguns beijos por todo rosto de , antes que os dois dessem as mãos e começassem a correr em direção a mansão. Quem quer que visse os dois, diriam que de fato eles estavam loucos, mas estar na companhia um do outro fazia com que eles se sentissem daquela forma. E desde que os dois estivessem juntos, o que era normal ou não, certo ou errado, não faria sentido algum. e sentiam uma felicidade absurda quando estavam na companhia um do outro e aquilo era o que mais importava.
Fim
Nota da autora: Espero que tenham gostado dessa história, não deixem de comentar o que acharam. Entrem no meu grupo para conhecer outras histórias minhas.
Beijos!!!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Beijos!!!