Capítulo Único
1914, aquele bendito ano, as colheitas estavam indo tão bem para família de , mas quando a doce completou seus 14 anos, saiu para dar uma volta, era seu aniversário, queria aproveitar a manhã que estava ensolarada, ela passou a manhã inteira sentada perto de um lago, olhando as flores e os peixes nadando, estava feliz, mas sentia um aperto no coração todo o instante, resolveu deixar a adorável companhia da natureza, voltou para casa, e a encontrou em chamas. Correu em encontro à sua mãe, mas ela não estava lá para abraça-la e dizer que estava tudo bem e seu pai estava trabalhando. juntou suas forças e correu, correu para pedir ajuda, encontrou seu pai com o padeiro, disse o que estava acontecendo, desesperado seu pai correu para casa, chegando lá, tarde demais, a casa estava arruinada, o amor da sua vida tinha partido, ele não poderia fazer nada, mas uma raiva tomou conta do seu coração, ele se virou para sua filha e bateu na menina, ela tinha tirado o amor da sua vida, a mãe da menina estava fazendo um bolo para celebrar o aniversário dela. Ele tinha mágoa, raiva, a garota estava vermelha de tantos tapas que seu pai tinha lhe dado, quando ele a soltou, ela correu para o lago. Tinha acabado de perder sua mãe e seu pai tinha a espancado, ficou ali o dia inteiro sem coragem de ir para casa, ou para o que sobrou dela, estava assustada, sem saber o que fazer, era apenas uma garota de 14 anos, encostou-se na árvore e ali adormeceu, acordou com os passarinhos cantando, lavou o rosto com água do lago, bebeu um pouco voltou para casa. Encontrou seu pai conversando com uma família que estava muito bem vestida, tinha uma mulher bonita e elegante ao lado de um homem alto, com trajes elegantes, atrás tinha um menino bonito, fez os olhinhos de brilharem. Ele era lindo, ao seu lado tinha uma menina, com vestido digno de realeza, eles eram tão elegantes, olhou sua roupa, era simples, seus pés estavam descalços, seu vestido era branco e estava meio preto, seus cabelos eram negros, iguais seus olhos, correu até lá perguntou o estava havendo, mas logo seu querido pai explicou.
- Você irá com eles. - Seu pai falou frio, a garota entrou em desespero, agarrou em seu pai, pedindo que ele não fizesse isso, que era sem cabimento uma coisa dessas, ele soltou e a entregou ao homem desconhecido.
- PAAAAAAAAAAAAAI, POR FAVOR, NÃO FAZ ISSO. - a garota berrava, quando estava sendo arrastada para uma carruagem.
Fazia 2 anos desde que isso aconteceu, tinha ido com a Família , no começo estranhava tudo, afinal, não tinha ido para ser criada como filha, mas sim como empregada. Desde a libertação dos escravos, não tinha muitos que ainda agradavam aos brancos, mesmo vindo de uma linhagem branca, não era aceita como uma nobre, porque tinha vindo de uma família pobre e simples, também não tinha o sobrenome nobre, só se casasse com um, o que, naquela época, era impossível, mas tudo estava mudando, conforme foi crescendo, ela foi nutrindo sentimentos pelo filho de seu patrão, , , mas sempre via o garoto com garotas super bem vestidas e elegantes, o que era o contrário dela, mesmo na casa da Família , suas vestimentas não mudaram nenhum pouco.
Quando chegou naquela casa, logo fez amizade com a filha do patrão, , viraram melhores amigas, as vezes queria fazer usar vestidos elegantes, trajes bem conservados, mas ela sempre negava, as duas estavam conhecendo o amor, por e por , o amigo do seu querido irmão, mas, claro, não sabia de nada, sobre o amor que sua melhor amiga sentia por seu irmão, ela nem suspeitava.
depois de limpar a cozinha, correu para a biblioteca da casa, para continuar lendo, amava livros, à acompanhava. a porta da biblioteca foi aberta de forma brusca, entrou , , , e , eles riam, até notarem as duas garotas ali, não gostava de estar perto do e nem de nenhum amigo dele, que eram todos da nobreza: , , e . era o único que não a tratava como uma criada, levantou-se bruscamente, apanhando o livro que estava em seu colo, todos olharam atentamente seus movimentos, ela colocou o livro de volta na estante, não queria ficar ali até a hora de alguém soltar uma piadinha sobre si, virou para sair, mas impediu. - Não precisa sair, só a gente entrou, fica aqui. - segurou sua mão e foi a arrastando para o sofá que tinha no canto da sala. Ninguém protestou, não era um bom dia para ver o loiro fica bravo. O gostava da companhia da garota, ela era doce, mas tinha uma máscara cobrindo o medo de se machucar, o medo de tentar ser feliz de novo, a mágoa de ter sido abandonada por seu pai e a tristeza de sua mãe ter morrido. carregava isso, mas ninguém se importava em conhecer melhor, exceto a , que sabia disso tudo.
ficou ali, todos conversavam, menos ela. se sentia bem, apenas ria ou balançava a cabeça, ficou lá até baterem na porta a chamando, ela correu para saber o que era, foi até o escritório do Senhor , o mesmo estava a sua espera.
- Senhor, aconteceu alguma? No que eu posso ajudar? - fazia perguntas uma atrás da outra, não era sempre que o Senhor a chamava.
- Querida, sente-se. - Senhor falou, ela sentou na cadeira e logo o homem em sua frente continuou. - Serei breve, você vai para de servir minha filha, você irá servir a meu filho, todos os desejos dele você irá cumprir, sem reclamações, caso contrário, está fora desta casa. - Ela ficou assustada, ela se dava bem com a , agora iria servir ao ? Era demais, o que restava era aceitar.
- Tudo bem, quando que eu começo? - perguntou, receosa.
- Amanhã mesmo, agora vá descansar. - Ele falou.
ela saiu do escritório, aqui perto tinha uma pequena cachoeira, abriu a porta e foi andando até lá, apenas queria um banho de cachoeira para relaxar a noite estava agradável, foi até a beirada da cachoeira, se despiu, sem perceber que tinha alguém atrás dela, mergulhou e foi até a parte em que caia a água, a deixando escorrer por seu corpo.
estava próximo o suficiente para ver a garota nua, por um tempo, ficou apenas a observando se banhar, até que resolveu entrar na água. Despiu-se e mergulhou, a água estava razoavelmente quente.
Ele nunca tinha achado a garota, que estava a sua frente, atraente, ela usava tantos panos que escondia o corpo bem esculpido, com lindas curvas e cabelos longos que chegavam até suas nádegas. tinha um sorriso lindo e brilho da lua iluminava o olhar da garota, a deixando extremamente sexy.
Se ela não fosse uma criada, até poderia tê-la para si. Gargalhou com seu pensamento. Ele, , com uma criada? Além de engraçado, era impossível. O som da risada alertou da sua presença, a garota olhou para trás encontrando próximo a si, assustada, ela cobriu os seios com os braços.
— O que está fazendo aqui? — a voz doce de preencheu os ouvidos de , sua voz era uma ótima melodia para os ouvidos do rapaz. — O mesmo que você. Tomando banho de cachoeira para relaxar. — respondeu, o encarou, confusa. Relaxar de quê? Não era isso que ele fazia quando estava com outras garotas na cama? — Relaxar de quê? Você não faz isso com aquelas garotas que leva para o quarto? — soltou, sem querer. Só de pensar naquelas garotas ela se mordia de ciúmes. assustado e, ao mesmo tempo, bravo com a audácia dela, aproximou-se de , fazendo com que os corpos deles ficassem a milímetros de se tocar, a agarrou pela cintura e olhou nos olhos da garota.
— Não tenho culpa se você queria estar no lugar delas. Acha mesmo que não sei de sua paixonite por mim? Pode relaxar, pois eu sei. Sabe, a Sophie me deixou na mão, afinal, vamos nos casar e como a igreja diz “sexo só depois do casamento”. — Resondeu, de forma cínica.
Ele realmente sabia sobre a paixão da garota e também savia que estava louco para beijá-la. Sentia-se quente e sem ar. Só pensava em uma coisa que apenas envolvia . Sentiu toda água se esquentar e, no momento, seu maior desejo era ficar ali, com ela, sem se importar com todo o resto, mas lembrou-se de Sophie. Afastou-se procurando por um lugar em que a água estivesse gelada.
mergulhou e saiu da cachoeira, dando a uma visão do seu bumbum. a imitou e também saiu da cachoeira, ambos secaram-se. O garoto não tirava os olhos da moça, que por sua vez sentia-se triste por saber que ele iria casar e que ela perderia seu primeiro amor sem ao menos ter tentado algo. Ela estava ciente que ele a olhava, não sentia vergonha da sua nudez em frente a ele, afinal, já tinha visto e ela gostava de seu corpo. Após se vestirem em total silêncio, agarrou o braço de a forçando a olhar para ele. — Desculpas pelas coisas que falei. — desculpou-se. olhava em seus olhos tentnado entender o porquê aquele comportamento agora. Ele nunca se desculpava.
se desculpou e fez o que queria fazer, deu um pequeno beijo nos doces lábios da garota, que o encarou, assustada.
— Isso é errado! O senhor ama a Sophie, não é? Vocês vão se casar! – falou, ainda próxima ao rapaz.
Ele sabia que era errado. Ele amava Sophie? Ele queria casar? ficou confuso e saiu dali rápido, deixando para trás com uma expressão confusa.
A garota ficou ali, mergulhada em seus pensamentos, começou a esfriar e a lua já se posicionava no alto do céu. O frio já estava incomodando , a garota se levantou e foi caminhando lentamente, logo avistou a querida Sophie com um rapaz loiro, olhos verdes e de aparência alemã. Os dois conversavam de forma saliente, a querida Sophie de Birmingham, menina adorável aos olhos do povo. No fundo, todos deviam saber que ela era uma grande vagabunda, pensou. Ela não merecia o . Nunca iria merecê-lo. os ignorou e caminhou para a entrada dos fundos, deitou e ficou olhando o teto, até adormecer.
Pov
O dia amanheceu nublado, típico da Inglaterra, veio em meus pensamentos, por que eu a beijei? O que eu fiz? ela é apenas uma criada, só isso, precisa de mim para fica dentro dessa casa. Mas quando se trata dela, meu instinto age de forma protetora e amorosa, sempre foi assim, desde quando eu a vi pela primeira vez: com o rosto vermelho, suada, vestes acabadas, descalça e toda perdida. Meu coração palpitou, mas ignorei, igual venho ignorando todos esses anos que ela esteve aqui.
Sophie entrou no quarto, afastando todos meus pensamentos, ela me deu um beijo breve, admito que fiquei comparando os beijos da Sophie e da , não eram iguais, tinha uma coisa inexplicável e a Sophie era sem graça, sem emoção e sem paixão, sorri e caminhei até meu banheiro, fiz minhas higiene e sai do sanitário, encontrando e Sophie, Sophie estava interessada em suas unhas, deixou minhas roupas em cima da cama.
— Bom dia, o senhor vai querer mais alguma coisa? – Sua voz doce ecoou pelo quarto, Sophie tirou sua atenção de suas unhas e encarou a .
— Se ele quiser alguma coisa a mais, eu te chamo, criada imunda. – Sophie rosnou e jogou seus braços em cima de mim, olhei para ela incrédulo, ficou estática.
— Pode se retirar, senhorita . – Falei firmei e ela retirou-se do quarto, Sophie riu, aumentando minha raiva, lhe empurrei contra a parede, segurando forte em seus braços.
— Eu vou ser seu marido, mas não quero que responda por mim e, muito menos, que trate mal uma criada minha, está me ouvindo? Fique feliz em ter criados, para te banhar e tira um pouco da impureza que você carrega, acha que eu não sei, que você abre as pernas para qualquer um? É por isso que seu pai quer nos casar, para manter a imagem da filhinha virgenzinha, que todos sabem que não és mais pura. – Esbravejei e a deixei lá parada, com expressão de assustada e brava, desci os degraus, encontrando todos na mesa, dei bom dia para todos e sentei-me. Sophie descia as escadas, ainda com seu nariz empinado e sentou-se ao meu lado, sorridente, , junto com algumas criadas, colocaram os alimentos na mesa, Sophie levantou o braço, batendo em , que logo derrubou a jarra de suco em meu pai.
— Oh, meu Deus, Senhor , perdoe-me, perdoe-me, irei limpá-lo. – se desculpava, a expressão de meu pai era de raiva, Sophie continuou com seu sorriso, enquanto todos estavam com expressões tensas.
— Para seu quarto já. – Meu pai esbravejou, saiu da cozinha assustada, meu pai subiu para se limpar, fiquei preocupado com ela, segurei na mão de Sophie e saí da mesa puxando a Soph com um pouco mais de força, fomos até a casa de , adentrei ao local, chamando , que apareceu ao lado de e o . e eram casados, era minha prima, de certa forma, teve um dedo meu na história de amor dos dois.
— O que foi? – perguntou.
— Está a fim de caçar? – Perguntei a ele, sorriu, olhou para Sophie, que estava ao meu lado.
— Se for para caçar vadias igual ela, eu topo. – falou referindo-se a Sophie, eu ri.
— Olha o jeito que você se dirige a mim, senhorita. – Mesmo sendo ofendida, Sophie não tira sua pose de futura rainha da Inglaterra.
- Se comportem, senhoritas. - falou, antes que matasse Sophie. - Vou pega meus armamentos.
Saiu da sala, para pegar seus armamentos, Sophie reclamava e dava mil motivos para não levá-la junto, resolvi deixa-la de lado, avisei a que levaria a dama para sua residência, saí de casa de e fui até a casa de Sophie que não era tão longe, após isso, fui para minha casa, para pega minhas armas.
Não sabia o motivo de ter ido a casa de , talvez quisesse aliviar meu estresse perto dos meus amigos. Passei em frente ao quarto de , que estava com a porta entreaberta, entrei no quarto e a vi segurando em uma de suas mãos um terço e na outra um colar, que tinha uma foto de sua família. Seu rosto mostrava medo e mágoa, seus olhos estavam levemente avermelhados e seu nariz e bochechas rosados, sua boca entreaberta e sua respiração era lenta. Fiquei ali, parado, analisando suas feições, até que ela percebeu minha presença e levantou-se, rapidamente.
— Peço desculpas por incomodá-la, mas como você deve vir comigo em praticamente todos os lugares, estava pensando se a senhorita não gostaria de me acompanhar. – perguntei e ela sorriu.
— Eu adoraria. – me respondeu com alegria, dei-lhe a mão e ela segurou.
Fomos até o celeiro pega o Woody, o meu cavalo, por que Woody? Não sei, mas foi o primeiro nome que veio no meu pensamento. estava com um pouco de dificuldade para sentar, coloquei minhas duas mãos em sua cintura e a impulsionei para cima, fazendo com que ela sentasse, subi no cavalo, cavalguei até o nosso ponto de encontro, encontrando , , , e , desci do cavalo e ajudei a descer também, todos estavam surpresos em encontra-la em minha companhia.
— Vamos caçar ou não? – perguntou e todos assentiram.
e se aproximaram de e deram uma arma a ela. Quase as interrompi dizendo que não deveria saber mexer em armas, mas a garota destravou a espingarda, todos ficaram surpresos. Me permiti sorrir, essa garota era demais, completamente demais, nunca se sabe o que esperar dela.
— Vamos caçar! UHUUUU! – griyou assim que todos destravam as armas, rimos dela e entramos floresta adentro.
Nos dividimos em duplas: e , e , e e eu e a . Tinha muito mato, ouvi rodas de carruagem e enconstei-me à árvore, continuou a caminhar, ouvi as rodas mais próximas, puxei a garota fazendo com que ela cola-se ao meu corpo. Meu coração apitava com aproximação, minha respiração era descompensada. Segurava de forma forte, como se alguém tivesse ameaçado tirá-la de mim. Sorri com meu pensamento, gostava de tê-la por perto. As rodas pararam e apertei ainda mais contra mim, ao mesmo tempo que segurava fortemente a espingarda. Risadas de homens eram ouvidas, um barulho de moedas estava cada vez mais alto, dei uma pequena espiada e vi que se tratava de um bando de assaltantes, segurei ainda mais forte a minha arma, olhei para o lado e logo me arrependi, tinha entregue minha localização. Empurrei para trás de mim e desencostei-me da árvore, sem tirar os olhos do homem a minha frente, ele estava armado com uma faca, era baixo, meio gordo e sem dentes. Estava sujo e tinha um sorriso besta no rosto.
— CHEFE, VEM VER UMA COISA! – O cara gritou, fazendo com que eu apontasse a arma para ele. Logo e eu estávamos rodeados de homens, segurava forte a mão dela, não queria que nenhum mal a acontecesse, respirei fundo e um homem se aproximou, mirei minha arma nele.
— Ora ora, Lorde aqui, e junto com uma criada imunda...
Ele iria fala mais alguma coisa, mas foi baleado no coração, olhei para , que atirava em todos que estavam ao nosso redor, a puxei e saímos correndo, encontrando e , ouvimos tiros em nossa direção, corremos, e correram juntos, fomos encontrando pessoal pelo caminho, tinha alguns homens atrás da gente, corremos até o topo de uma linda cachoeira, pular aquilo era loucura, ouvimos mais tiros, estávamos sem muita munição, já que a maioria foi usada durante o caminho, eles estavam chegando.
— Precisamos pular. – falou.
— PULAR DAQUI É UMA LOUCURA! – berrou.
— Eu vou! – Assim que terminou a frase, ela pulou, meu Deus, essa cachoeira deve ter 2 metros de comprimento, os homens miraram na gente, eu iria morrer de qualquer jeito mesmo.
— PULAAAAAAAAAA! – Gritei e pulei, a sensação era gostosa, mergulhei e nadei de encontro a , que torcia sua veste, todos tinham pulado e agora estavam rindo , foi uma aventura e tanto, entramos na floresta novamente, agora precisávamos achar um modo de retornar até nossos cavalos.
Continuamos andando e encontramos uma casa linda, feita de madeira, todos estavam cansados e famintos, não percebemos a hora passar, já era de tarde, estava perto de escurecer, batemos na porta, uma garota baixinha nos atendeu, a jovem deveria ter a idade de , seus cabelos eram pretos e enrolados, sua pele era rosada e seus olhos uma junção de verde e castanhos.
— Posso ajudá-los? – Sua voz era fina e clara, todos engoliram em seco.
— Com licença, tivemos alguns problemas no caminho, precisamos de um abrigo até amanhecer, a senhorita poderia nos deixar passar a noite aqui? – perguntou, olhamos todos para a jovem com expressões pidonas, ela riu.
— Entre e converse com a minha mãe, ela está na cozinha, Lorde , a propósito, me chamo . – falou educada, e sorriu, entrou, ficamos do lado de fora, conversando com a , ela era bacana.
Pov off
POV ON
consegui convencer a mãe de , correu para o nosso grupo, que estava fora da caba, e contou. Todos ficaram aliviados por conseguir ficar na casa o resto da noite. Fiquei conversando com a família de , eles eram agricultores, não queriam de modo algum trabalhar na fábrica, achavam horrível a situação lá. Eles me convidaram a morar lá, deixar de ser criada dos Paynes, eu recusei, afinal, é meu grande amor e a minha melhor amiga, não podia deixa-los. Assim que amanheceu, eu servi o café da manhã, tomamos e fomos embora, prometi a Gabi que sempre viria visita-la. Logo avistei a mansão e uma Sophie raivosa, desci do cavalo e fui até ela, junto com todos.
— Aonde você estava, ? – Sophie perguntou com raiva.
— Sai por ai com meus amigos. – respondeu calmo.
— Com essa criada imunda? Essa garota não tem classe, , pelo amor! – Ela me ofendeu na frente de todos.
Era isso que eu era, apenas uma criada. Como pensei que eles eram meus amigos? Dei um passo para trás e todos olharam para Sophie e depois para mim, com pena. Eu não merecia isso, não podia merecer isso, me Deus, será que fui tão ruim na vida passada? Tenha misericórdia de mim, Senhor. Respirei fundo, entrei pelos fundos, já que a entrada principal não é permitida para criados, fui até meu quarto e tranquei a porta, sentei em minha cama e chorei. Chorei por ter sido fraca, por não ser nobre, por ser sempre humilhada e deixar passar. Eu chorei por ser fracassada, chorei por ter perdido a chance de sair dessa vida. Arrumei minhas coisas, eu não tinha tantas, ouvi batidas em minha porta, abri e lá estava a e a .
— , meu Deus, perdoa as palavras da Sophie, ela está fora de si. – me confortava, eu não chorava mais.
— Não tem problema, , já estou conformada com isso. – Falei calmamente.
— , aonde você vai? – me pergutava.
— Ora, embora! Esse país é o “país que acabou com a escravidão”, mas aceitam criados serem feitos de escravos, , trabalho aqui desde os meus 14 anos, nunca recebi um obrigada. Sei que você é uma amiga lela, mas não vou mais estar aqui. Aceitei de coração ficar porque perdi a minha família, mas tinha você. Sofri muito dentro desse lugar, preciso viver minha vida, nem que seja da forma mais simples, não posso mais continuar sendo humilhada. – Pela primeira vez, levantei minha voz.
A senhora entrou no quarto.
— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Senhora perguntou.
— Nada, mãe, só estamos conversando com a . – respondeu calma.
— Quantas vezes já disse que não quero você perto dessa criada imunda, ? – Senhora perguntou, olhei para o lado. Ela nunca tinha se mostrado afetiva por mim, já tinha me acostumado. — Até mandei o seu pai trocar sua criada e colocar essa garota para servir ao seu irmão. – Continuou falando, permaneci com a cabeça baixa, era horrível, me sentia um lixo.
— Mãe, por favor, para. – pediu. se mantinha calada.
— , quero você em meu quarto AGORA, e vocês duas vão as compras. Arrumei um pretendente para você, filha. – Senhora deu as ordens, eu sai antes das meninas e me dirigi ao quarto da senhora , estava no corredor. Ele me parou.
— , queria te pedir perdão pelas palavras ditas pela Sophie, ela não te suporta, porque você é uma linda criada. – falou, eu ri, pois suas palavras eram toscas e galanteadoras.
— Eu perdoo a Sophie, não é a primeira vez que isso acontece, e obrigada pelas palavras de cafajeste, senhor . – Falei e passei para o lado, para ter um caminho livre. Comecei a andar de novo, mas fui puxada para trás e prensada contra a parede.
— Eu sou seu patrão agora, e você tem que me respeitar. Caso contrário, te coloco na casa das primas, para você se tornar uma mulher impura e nojenta. – falou rudemente e perto da minha boca.
— Pelo menos vou ficar longe de você e de sua arrogância. – Retruquei.
— Você não sobreviveria, sei que você me ama, senhorita Paixão. — falou, soltando um sorrisinho ridículo.
— Quer pagar para ver? – Perguntei, mantendo minha pose de poderosa.
— Vou pagar até meu ult...
— , CADÊ VOCÊ, SUA CRIADA IMUNDA? – Antes de terminar, a voz da senhora ecoou no corredor, me deu um beijo no pescoço e me soltou. Eita garoto louco, corri para o quarto da senhora .
— Soube que a senhorita está arranjando problemas com a minha querida nora. – ela falou.
— Olha, eu não fiz nada, ela é completamente maluca. – me defendi.
— , não venha bancar a coitadinha só porque sua mãe foi estuprada até a morte pelos italianos e depois eles colocaram fogo em sua casa. – Senhora falou rindo.
— O QUE? – Perguntei.
A morte da minha mãe sempre foi um mistério para mim, nunca soube o que tinha acontecido e, naquela mesma época, tinha dado início a primeira guerra mundial, o reino da Itália tinha invadido uma parte da Inglaterra, mas nunca pensei que fosse eles que tinham matado minha mãe.
— Oh, querida, não sabia? Pensei que soubesse, já que aquela vila estava em chamas e todos que você conhecia morreram. Seu pai foi um deles, aquele inútil. Tudo para proteger a filhinha inútil que ele tinha. – Ela falava e eu não estava escutando, era muita informação para apenas um dia. Sai do quarto correndo e fui para o meu. Joguei-me na cama e olhei para o teto. Meus pais estavam mortos, eu não tinha nenhum bem, estava completamente sozinha, como sempre. Agora tudo fazia sentido. Abri a minha gaveta, lá tinha uma carta que meu pai deixou e nunca abri, porque morria de ódio dele
sai do quarto correndo, fui para meu quarto, me joguei na cama, olhei para teto , meus pais estavam mortos, eu não mais nenhum bem, eu estou sozinha, como sempre, agora tudo fazia sentido, abri minha gaveta, lá tinha uma carta que meu pai deixou e nunca abri, por que morria de ódio do meu pai por ele ter me colocado aqui, por ter me batido, por tudo, peguei a carta e comecei a ler.
“Querida Filha,
Eu sei que você deve estar morrendo de raiva, eu não fiz por querer, vou te explicar tudo: naquele dia, assim que você saiu, sua mãe estava fazendo seu bolo, e me pediu para comprar fermento já que em casa não tinha, fui a cidade, ouvi boatos que os alemães estavam invadindo a Inglaterra, e tinham devastada uma cidade próxima a nossa, eu não dei a devida importância, afinal, eu tinha voltado daquela cidade na noite anterior, enquanto estava conversando com o padeiro, vi você correndo em minha direção gritando, suas roupas estavam sujas, logo entendi o motivo, e assim fomos encontrar a nossa casa, onde lá sua mãe se foi, eu estava com tanta raiva, tanto ódio, ódio por ter perdido sua mãe, ódio por te deixado ela sozinha, eu descontei na primeira pessoa que eu vi, e foi em você.
Eu sinto muito por isso, mas quando você saiu, o fogo tinha abaixado, eu entrei dentro, para ver o que tinha restado, encontrei sua mãe jogada ao chão, metade do seu corpo estava queimado, de seu ventre tinha sangue e seu corpo tinha marcas, sua mãe foi estuprada e estrangulada, esse não é o pior, sua mãe estava grávida, íamos aumentar a família, iriamos te contar naquela manhã, assim que a gente te desse seu bolo, seu irmãozinho estava com 3 meses, eu fiquei sem vida naquele momento, avistei meu querido amigo Geoff , pedi para ele criar você, assim que você foi embora com eles, nossa vila entrou em guerra, eu fui para exército, estamos invadindo a França, está tendo ataque lá, e precisam de nós, tentarei mandar notícias, minha querida, me perdoe e eu lamento muito.
Eu te amo
Xx
com amor
Seu Pai”
Estava decidido, eu iria embora aquela noite, para nunca mais voltar, retornaria para minha cidade natal e esqueceria que um dia pisei aqui, coloquei a carta em minha bolsa, iria em busca de noticias do meu pai, lembro que Margaret me entregou a carta, dizendo que era do meu pai, há um ano. A guerra ainda estava acontecendo, eu precisaria de dinheiro, corri pra o quarto de , bati 2 vezes na porta, ela abriu, estava aos prantos.
— Querida o que houve? – Perguntei a abraçando, ela chorou em meus braços, guiei ela até sua cama, deitei sua cabeça em meu colo e fiz carinho.
— Eu vou ter me casar com o Duque de Brunsvique. – falou chorando, Ernesto Augusto, Duque reinante Brunsvique.
— Você quer casar com ele? – Perguntei.
— Não, eu não o amo, meu coração sempre pertencerá ao . – falava com a voz chorosa.
— Ai meu Deus, , eu quero que você me escute, assim que a estação abrir, eu pegarei um trem para Carlisle, eu não deveria tá fazendo isso, mas você gostaria de ir comigo? – Perguntei, sua expressão ficou séria.
— Como você vai? Você não tem dinheiro. – Ela me perguntou.
— Vou pedir ajuda a família de . – Falei. Eu tinha me dado muito bem com todos. e a mãe eram uns amores, pediria algum dinheiro só para passagem, assim que reencontrasse meu pai, eu devolveria o dinheiro.
— Eu vou com você, vou levar algumas roupas para vendermos. Você é minha companheira, , para onde você for, eu irei. – sorriu e nos abraçamos.
— Se arrume, partiremos esta noite. Não cotne a ninguém, vá da forma mais simples que puder, não podemos levantar suspeitas. Passarei aqui às 04>00
- Se arrume, partiremos esta noite, não conte á ninguém, vai mais simples que puder, não podemos levantar suspeitas, passarei aqui ás 4h, antes de amanhecer. – Lhe dei o aviso, ela assentiu, correu para o armário, eu estava decidida a fazer isso, não poderia ir embora sem fazer isso, saí do quarto da , e bati na porta do , ele abriu a porta.
— Posso entrar? – Perguntei, ele me deu espaço para entrar, ele fechou a porta atrás de mim.
— O que houve, ? – perguntou e me virei para ele.
— Eu preciso fazer isso. – falei e me aproximei dele, passei minhas unhas por seu pescoço. Olhava em seus olhos, o desejando. Aproximei a minha boca perto da dele. — Eu te amo, . – Falei. Ele acariciava meu rosto, sua expressão era serena, transmitia segurança, conforto, me trazia calor e carinho. me beijou, nosso beijo era uma mistura de sentimentos. Eu o amava, não importava que ele ia casar daqui uma semana. Naquele momento, era apenas meu, só meu. A sensação de estar nos braços da pessoa que você mais ama é incrível, eu me sentia revigorada. Seus carinhos eram intensos, seu beijo era calmo e sereno e ali eu passei a noite. Nos braços do meu amado, da pessoa que eu me entreguei de corpo e alma. Estávamos olhando as estrelas através da janela, brincava com minha mão. Apenas um pedaço de pano nos cobria, as vezes, nem os amores mais impossíveis são tão impossíveis assim. Olhava detalhadamente o rosto do , queria lembrar para todo sempre. O meu primeiro amor. O meu único amor
brincava com minha mão, apenas um pedaço de pano, nos cobria, ás vezes nem os amores mais impossíveis são tão impossível assim, eu olhava detalhadamente o rosto do , queria lembrar para todo sempre, o meu primeiro amor, o meu único amor.
— Por que me olha tanto, querida? – perguntou.
— Para sempre lembrar de você. – Eu respondi, sem pensar.
— Até parece que você vai partir. – riu e me abraço mais forte. Mal sabe ele.
— É, mas daqui uma semana, quem estará deitada aqui com você, não serei eu. – falei saindo do abraço e me levantand
- É, mas daqui uma semana, quem estará deitada aqui com você, não serei eu. – falei saindo do abraço e me levantando, daqui a pouco precisaria ir.
— Talvez não, a Sophie não é a mulher que eu amo. – falou, ainda deitado na cama.
— Lógico, a única mulher que você foi capaz de amar é a sua mãe. – falei, vestindo minha roupa.
— Não é a única, a marca da minha paixão e da mulher que eu amo está nesse lençol. – ele falou e apontou para uma pequena mancha de sangue. Sim, eu era virgem. Ri, não podia cair naquilo, fui até o e o beijei.
— Até mais. – falei e sai do quarto.
Fui até meu quarto, peguei minhas coisas. Estava começando a amanhecer, sai do quarto e fui até o quarto da , dei leves batidas, ela abriu. Tinha falado para ela ser simples, mas estava toda trabalhado no luxo. Ela estava com 3 malas, saímos de casa e ela insistiu em passar na casa do e colocou uma carta por baixo da porta.
Fomos indo até a casa da família de . estava com 150 libras esterlinas. Chegamos lá, optou por ficar no lado de fora. A família de Gabi me ajudou, falei que devolveria tudo depois. Fomos até a estação, comprei as passagens e dei a e ficamos lá, esperando o trem. Quando ele chegou, entramos e sentamos no banco mais próximo, queríamos ver a nossa vida ali ser deixada para trás. O trem apitou, dando o aviso que iria começar a andar, acomodei-me no banco e olhei para a janela, vi o , ele estava chorando. Coloquei minha mão no vidro, acho que nem todo mundo pode ser feliz com quem ama.
— NÃO ME DEIXE, POR FAVOR. – gritou, estava vendo tudo, confusa. — EU TE AMO!
— Adeus. – sussurrei e ele caiu de joelhos no chão, abri a janela e gritei. — SEMPRE VOU TE AMAR!
Sem deixa-lo me responder, o trem partiu para longe do lugar em que tanto sofri. Para longe daquela minha vida pré-construída, partiu para longe do meu primeiro e único amor. Eu fui, mas meu coração ficou. Sentia-me vazia, pois agora ele não era mais meu, ele pertencia a Sophie, não podia ficar ali e ouvi um “sim” da boca dele, eu não podia. Joguei minha cabeça contra o banco, deu-me sua mão e sorriu, pelo menos não estava tão sozinha assim.
4 anos depois - 28 de Setembro de 1920
On
Hoje faz 4 anos que e partiram, até hoje não a esqueci. Eu não me casei como todos queriam, casar jovem não é mais uma ordem, hoje eu sou músico, junto com , , e , somos One Direction, não tocávamos música clássica, poderíamos dizer que tocávamos rock. Algumas músicas, escrevi para , mas nunca mostrei para os meninos, peguei o violão, que estava ao meu lado, e comecei a tocar Love You Goodbye.
It's inevitable,everything that's good comes to an end
É inevitável que tudo o que é bom chega ao fim
It's impossible to know if after this we could still be friends, yeah
É impossível saber se depois disto ainda podemos ser amigos, yeah
I know you're saying you don't want to hurt me
Eu sei que você está dizendo que não quer me machucar
And maybe you should show a little mercy
E talvez você deva mostrar um pouco de misericórdia
The way you look I know you didn't come to apologize
A maneira como você olha, eu sei que você não veio para pedir desculpas
Oh, why you're wearing that to walk out of my life?
Oh, por que você está usando isso para sair da minha vida?
Oh, even though it's over you should stay tonight
Oh, mesmo que esteja acabado, você deveria ficar esta noite
If tomorrow you won't be mine
Se amanhã você não será minha
Won't you give it to me one last time?
Você não vai me dar isso pela última vez?
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
Unforgettable together the whole world in my hands
Inesquecível, juntos eu tenho o mundo inteiro em minhas mãos
Unexplainable the love that only we could understand, yeah
Inexplicável, o amor que apenas nós conseguíamos entender, yeah
I know there's nothing I can do to change it
Eu sei que não há nada que eu possa fazer para mudar isso
But is this something that could be negotiated
Mas isso é algo que poderia ser negociado
My heart's already breaking, baby, go on and twist the knife
Meu coração já está quebrando, meu bem, vá em frente, torça a faca
Oh, why you're wearing that to walk out of my life?
Oh, por que você está usando isso para sair da minha vida?
Oh, even though it's over you should stay tonight
Oh, mesmo que esteja acabado, você deveria ficar esta noite
If tomorrow you won't be mine
Já que amanhã você não será minha
Won't you give it to me one last time?
Você não vai me dar isso pela última vez?
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
Can I taste your lips just to bring me back
Mais um gosto dos seus lábios apenas para me trazer de volta
To the places we've been and the nights we've had
Para os locais que estivemos e as noites que tivemos
Because if this is it then at least we could end it right
Porque se é isso, então, pelo menos, podemos acabar isso do jeito certo
Oh, why you're wearing that to walk out of my life?
Oh, por que você está usando isso para sair da minha vida?
Oh, even though it's over you should stay tonight
Oh, mesmo que esteja acabado, você deveria ficar esta noite
If tomorrow you won't be mine
Já que amanhã você não será minha
Won't you give it to me one last time
Você não vai me dar isso pela última vez?
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
— Linda canção, brother. – falou, encostada ao batente da porta, olhei surpreso para ela.
estava diferente, usava calças pretas e uma blusa de frente única, seus cabelos estavam soltos, enrolados, usava um batom e seu inseparável all star preto.
— Mas o quê? Quando você voltou? – Corri até ela e a abracei, ainda fazendo perguntas.
— Voltei ontem de Leeds, a cidade mudou depois da guerra. – falou, desfiz o abraço e olhei para os lados na esperança de vê-la.
— Ela não está aqui, , está na casa da família da , quando fomos embora, a família da Gabi nos emprestou um dinheiro. – Disse ,
— Mas por que vocês foram? Por que nos deixaram? Por quê? – perguntei seguidamente, de forma ansiosa.
entrou em meu quarto e sentou-se na cama, apontou o lugar vazio ao lado dela e sentei-me.
— Vou te contar toda história: tinha recebido uma carta de seu pai, então teve a ideia de irmos à Leeds, como a mamãe queria que me casasse com um homem que não amava, achei que a melhor solução seria partir com a . No dia de nossa partida, no trem, chorou muito e explicou a história de vocês. Continuamos em Leeds buscando por notícias do pai dela. Quando encontramos, descobrimos uma herança que o pai de tinha direito, ela ficou rica. Seu avô era um rico português e fugiu para o Brasil, foi como conheceu a avó dela, eles se casaram e deram vida ao pai de . Ela não era inglesa, nunca foi, era brasileira. Infelizmente, o pai dela veio a óbito, assim que ela soube, ficou muito mal e passou 3 meses no hospital. Nesse meio tempo a , e vieram até nós. entregou uma carta e foto sua, falou que encontrou a carta em suas coisas, ficou bem melhor e assim que saiu do hospital, fomos ao banco, pegamos o dinheiro e aqui estamos. e eu iremos morar aqui, abrimos nossa loja de roupas femininas. Irmão, a sofreu mutio. – falou, senti-me ruim e sai de casa.
Fui para a residência de a pé, mas não precisei ir até o final, a encontrei no meio do caminho. Ela estava diferente, parecia mais alta, seu corpo estava mais cheio, seu cabelo estava brilhante e ela carregava uma criança em seu colo. Vestia um vestido florido e saltos altos, a criança tinha cabelos e olhos castanhos claros. Era uma linda menina, estavam acompanhadas por , e , me aproximei e elas notaram minha presença.
— PAPAI! – A menininha gritou, ficou vermelha, aquela garotinha é minha filha?
— Olá, . – sorriu. – Essa é Alice, sua filha. – ela falou.
— OH, MEU DEUS, TENHO UMA FILHA. – Abracei e a Alice juntas.
Ao despertar
— Mamãe, acorda, mamãe! – Acordei com a Alice ao meu lado. Levantei, que sonho louco foi esse? Meu Deus, preciso ir ao psiquiatra.
Fui para a cozinha com Alice em meu encalço, rindo. Encontrei e Peter, fazendo café da manhã, cadê o Bear e Benjamin?
— Amor, cadê o Bear e o Benjamin? – Perguntei.
— Ainda estão dormindo, querida. – disse.
— Sabia que tive um sonho muito louco? – falei.
— Você é louquinha, minha brasileirinha. – falou e me beijou.
A campainha tocou e fui atender a porta, assim que abri, e entraram com Freddie e Allison, e entraram e seguida, com James no colo. e Gariela vinham logo atrás, com Cloe. e estavam com as comidas, já que eles não tinham filhos, os gêmeos estavam na barriga de .
— O que vocês estão fazendo aqui? – perguntei.
— , hoje é natal, gata. – falou.
— Ah, é! Vou acordar os meninos e trocar a roupoa. – Corri para o meu quarto, troquei a roupa e chamei os meninos, que acordaram rapidamente ao saber que seus primos estavam aqui.
Sei que não somos família de sangue, mas nos consideramos, pois as meninas são minhas irmãs de coração.
Fui para a sala e tomei café da manhã, pos pais de chegaram e trouxeram um álbum. Todo mundo sentou para ver, mas uma foto me assustou, era a família em 1916, uma das criadas era a minha cara.
MEU DEUS! Tive um sonho da minha vida passada, perguntei o que aconteceu e eles contaram.
A criada foi embora com um músico famoso na época, e o rapaz que parecia com morreu durante a segunda guerra mundial, os dois viveram um grande amor, mas não foram capazes de viverem juntos. A criada teve uma filha, mandou uma carta para o rapaz, mas ela nunca foi respondida, quando finalmente se encontraram, era tarde demais. Ambos estavam comprometidos com outras pessoas.
A criada morreu após denunciar seu marido por violência doméstica, ou seja, ela nunca foi feliz.
Fiquei pasma, afinal, ela era minha cara. Meu Deus, sempre fui o amor do , até em outra vida.
E em todas as vidas, ele sempre será meu primeiro e único amor.
- Você irá com eles. - Seu pai falou frio, a garota entrou em desespero, agarrou em seu pai, pedindo que ele não fizesse isso, que era sem cabimento uma coisa dessas, ele soltou e a entregou ao homem desconhecido.
- PAAAAAAAAAAAAAI, POR FAVOR, NÃO FAZ ISSO. - a garota berrava, quando estava sendo arrastada para uma carruagem.
Fazia 2 anos desde que isso aconteceu, tinha ido com a Família , no começo estranhava tudo, afinal, não tinha ido para ser criada como filha, mas sim como empregada. Desde a libertação dos escravos, não tinha muitos que ainda agradavam aos brancos, mesmo vindo de uma linhagem branca, não era aceita como uma nobre, porque tinha vindo de uma família pobre e simples, também não tinha o sobrenome nobre, só se casasse com um, o que, naquela época, era impossível, mas tudo estava mudando, conforme foi crescendo, ela foi nutrindo sentimentos pelo filho de seu patrão, , , mas sempre via o garoto com garotas super bem vestidas e elegantes, o que era o contrário dela, mesmo na casa da Família , suas vestimentas não mudaram nenhum pouco.
Quando chegou naquela casa, logo fez amizade com a filha do patrão, , viraram melhores amigas, as vezes queria fazer usar vestidos elegantes, trajes bem conservados, mas ela sempre negava, as duas estavam conhecendo o amor, por e por , o amigo do seu querido irmão, mas, claro, não sabia de nada, sobre o amor que sua melhor amiga sentia por seu irmão, ela nem suspeitava.
depois de limpar a cozinha, correu para a biblioteca da casa, para continuar lendo, amava livros, à acompanhava. a porta da biblioteca foi aberta de forma brusca, entrou , , , e , eles riam, até notarem as duas garotas ali, não gostava de estar perto do e nem de nenhum amigo dele, que eram todos da nobreza: , , e . era o único que não a tratava como uma criada, levantou-se bruscamente, apanhando o livro que estava em seu colo, todos olharam atentamente seus movimentos, ela colocou o livro de volta na estante, não queria ficar ali até a hora de alguém soltar uma piadinha sobre si, virou para sair, mas impediu. - Não precisa sair, só a gente entrou, fica aqui. - segurou sua mão e foi a arrastando para o sofá que tinha no canto da sala. Ninguém protestou, não era um bom dia para ver o loiro fica bravo. O gostava da companhia da garota, ela era doce, mas tinha uma máscara cobrindo o medo de se machucar, o medo de tentar ser feliz de novo, a mágoa de ter sido abandonada por seu pai e a tristeza de sua mãe ter morrido. carregava isso, mas ninguém se importava em conhecer melhor, exceto a , que sabia disso tudo.
ficou ali, todos conversavam, menos ela. se sentia bem, apenas ria ou balançava a cabeça, ficou lá até baterem na porta a chamando, ela correu para saber o que era, foi até o escritório do Senhor , o mesmo estava a sua espera.
- Senhor, aconteceu alguma? No que eu posso ajudar? - fazia perguntas uma atrás da outra, não era sempre que o Senhor a chamava.
- Querida, sente-se. - Senhor falou, ela sentou na cadeira e logo o homem em sua frente continuou. - Serei breve, você vai para de servir minha filha, você irá servir a meu filho, todos os desejos dele você irá cumprir, sem reclamações, caso contrário, está fora desta casa. - Ela ficou assustada, ela se dava bem com a , agora iria servir ao ? Era demais, o que restava era aceitar.
- Tudo bem, quando que eu começo? - perguntou, receosa.
- Amanhã mesmo, agora vá descansar. - Ele falou.
ela saiu do escritório, aqui perto tinha uma pequena cachoeira, abriu a porta e foi andando até lá, apenas queria um banho de cachoeira para relaxar a noite estava agradável, foi até a beirada da cachoeira, se despiu, sem perceber que tinha alguém atrás dela, mergulhou e foi até a parte em que caia a água, a deixando escorrer por seu corpo.
estava próximo o suficiente para ver a garota nua, por um tempo, ficou apenas a observando se banhar, até que resolveu entrar na água. Despiu-se e mergulhou, a água estava razoavelmente quente.
Ele nunca tinha achado a garota, que estava a sua frente, atraente, ela usava tantos panos que escondia o corpo bem esculpido, com lindas curvas e cabelos longos que chegavam até suas nádegas. tinha um sorriso lindo e brilho da lua iluminava o olhar da garota, a deixando extremamente sexy.
Se ela não fosse uma criada, até poderia tê-la para si. Gargalhou com seu pensamento. Ele, , com uma criada? Além de engraçado, era impossível. O som da risada alertou da sua presença, a garota olhou para trás encontrando próximo a si, assustada, ela cobriu os seios com os braços.
— O que está fazendo aqui? — a voz doce de preencheu os ouvidos de , sua voz era uma ótima melodia para os ouvidos do rapaz. — O mesmo que você. Tomando banho de cachoeira para relaxar. — respondeu, o encarou, confusa. Relaxar de quê? Não era isso que ele fazia quando estava com outras garotas na cama? — Relaxar de quê? Você não faz isso com aquelas garotas que leva para o quarto? — soltou, sem querer. Só de pensar naquelas garotas ela se mordia de ciúmes. assustado e, ao mesmo tempo, bravo com a audácia dela, aproximou-se de , fazendo com que os corpos deles ficassem a milímetros de se tocar, a agarrou pela cintura e olhou nos olhos da garota.
— Não tenho culpa se você queria estar no lugar delas. Acha mesmo que não sei de sua paixonite por mim? Pode relaxar, pois eu sei. Sabe, a Sophie me deixou na mão, afinal, vamos nos casar e como a igreja diz “sexo só depois do casamento”. — Resondeu, de forma cínica.
Ele realmente sabia sobre a paixão da garota e também savia que estava louco para beijá-la. Sentia-se quente e sem ar. Só pensava em uma coisa que apenas envolvia . Sentiu toda água se esquentar e, no momento, seu maior desejo era ficar ali, com ela, sem se importar com todo o resto, mas lembrou-se de Sophie. Afastou-se procurando por um lugar em que a água estivesse gelada.
mergulhou e saiu da cachoeira, dando a uma visão do seu bumbum. a imitou e também saiu da cachoeira, ambos secaram-se. O garoto não tirava os olhos da moça, que por sua vez sentia-se triste por saber que ele iria casar e que ela perderia seu primeiro amor sem ao menos ter tentado algo. Ela estava ciente que ele a olhava, não sentia vergonha da sua nudez em frente a ele, afinal, já tinha visto e ela gostava de seu corpo. Após se vestirem em total silêncio, agarrou o braço de a forçando a olhar para ele. — Desculpas pelas coisas que falei. — desculpou-se. olhava em seus olhos tentnado entender o porquê aquele comportamento agora. Ele nunca se desculpava.
se desculpou e fez o que queria fazer, deu um pequeno beijo nos doces lábios da garota, que o encarou, assustada.
— Isso é errado! O senhor ama a Sophie, não é? Vocês vão se casar! – falou, ainda próxima ao rapaz.
Ele sabia que era errado. Ele amava Sophie? Ele queria casar? ficou confuso e saiu dali rápido, deixando para trás com uma expressão confusa.
A garota ficou ali, mergulhada em seus pensamentos, começou a esfriar e a lua já se posicionava no alto do céu. O frio já estava incomodando , a garota se levantou e foi caminhando lentamente, logo avistou a querida Sophie com um rapaz loiro, olhos verdes e de aparência alemã. Os dois conversavam de forma saliente, a querida Sophie de Birmingham, menina adorável aos olhos do povo. No fundo, todos deviam saber que ela era uma grande vagabunda, pensou. Ela não merecia o . Nunca iria merecê-lo. os ignorou e caminhou para a entrada dos fundos, deitou e ficou olhando o teto, até adormecer.
Pov
O dia amanheceu nublado, típico da Inglaterra, veio em meus pensamentos, por que eu a beijei? O que eu fiz? ela é apenas uma criada, só isso, precisa de mim para fica dentro dessa casa. Mas quando se trata dela, meu instinto age de forma protetora e amorosa, sempre foi assim, desde quando eu a vi pela primeira vez: com o rosto vermelho, suada, vestes acabadas, descalça e toda perdida. Meu coração palpitou, mas ignorei, igual venho ignorando todos esses anos que ela esteve aqui.
Sophie entrou no quarto, afastando todos meus pensamentos, ela me deu um beijo breve, admito que fiquei comparando os beijos da Sophie e da , não eram iguais, tinha uma coisa inexplicável e a Sophie era sem graça, sem emoção e sem paixão, sorri e caminhei até meu banheiro, fiz minhas higiene e sai do sanitário, encontrando e Sophie, Sophie estava interessada em suas unhas, deixou minhas roupas em cima da cama.
— Bom dia, o senhor vai querer mais alguma coisa? – Sua voz doce ecoou pelo quarto, Sophie tirou sua atenção de suas unhas e encarou a .
— Se ele quiser alguma coisa a mais, eu te chamo, criada imunda. – Sophie rosnou e jogou seus braços em cima de mim, olhei para ela incrédulo, ficou estática.
— Pode se retirar, senhorita . – Falei firmei e ela retirou-se do quarto, Sophie riu, aumentando minha raiva, lhe empurrei contra a parede, segurando forte em seus braços.
— Eu vou ser seu marido, mas não quero que responda por mim e, muito menos, que trate mal uma criada minha, está me ouvindo? Fique feliz em ter criados, para te banhar e tira um pouco da impureza que você carrega, acha que eu não sei, que você abre as pernas para qualquer um? É por isso que seu pai quer nos casar, para manter a imagem da filhinha virgenzinha, que todos sabem que não és mais pura. – Esbravejei e a deixei lá parada, com expressão de assustada e brava, desci os degraus, encontrando todos na mesa, dei bom dia para todos e sentei-me. Sophie descia as escadas, ainda com seu nariz empinado e sentou-se ao meu lado, sorridente, , junto com algumas criadas, colocaram os alimentos na mesa, Sophie levantou o braço, batendo em , que logo derrubou a jarra de suco em meu pai.
— Oh, meu Deus, Senhor , perdoe-me, perdoe-me, irei limpá-lo. – se desculpava, a expressão de meu pai era de raiva, Sophie continuou com seu sorriso, enquanto todos estavam com expressões tensas.
— Para seu quarto já. – Meu pai esbravejou, saiu da cozinha assustada, meu pai subiu para se limpar, fiquei preocupado com ela, segurei na mão de Sophie e saí da mesa puxando a Soph com um pouco mais de força, fomos até a casa de , adentrei ao local, chamando , que apareceu ao lado de e o . e eram casados, era minha prima, de certa forma, teve um dedo meu na história de amor dos dois.
— O que foi? – perguntou.
— Está a fim de caçar? – Perguntei a ele, sorriu, olhou para Sophie, que estava ao meu lado.
— Se for para caçar vadias igual ela, eu topo. – falou referindo-se a Sophie, eu ri.
— Olha o jeito que você se dirige a mim, senhorita. – Mesmo sendo ofendida, Sophie não tira sua pose de futura rainha da Inglaterra.
- Se comportem, senhoritas. - falou, antes que matasse Sophie. - Vou pega meus armamentos.
Saiu da sala, para pegar seus armamentos, Sophie reclamava e dava mil motivos para não levá-la junto, resolvi deixa-la de lado, avisei a que levaria a dama para sua residência, saí de casa de e fui até a casa de Sophie que não era tão longe, após isso, fui para minha casa, para pega minhas armas.
Não sabia o motivo de ter ido a casa de , talvez quisesse aliviar meu estresse perto dos meus amigos. Passei em frente ao quarto de , que estava com a porta entreaberta, entrei no quarto e a vi segurando em uma de suas mãos um terço e na outra um colar, que tinha uma foto de sua família. Seu rosto mostrava medo e mágoa, seus olhos estavam levemente avermelhados e seu nariz e bochechas rosados, sua boca entreaberta e sua respiração era lenta. Fiquei ali, parado, analisando suas feições, até que ela percebeu minha presença e levantou-se, rapidamente.
— Peço desculpas por incomodá-la, mas como você deve vir comigo em praticamente todos os lugares, estava pensando se a senhorita não gostaria de me acompanhar. – perguntei e ela sorriu.
— Eu adoraria. – me respondeu com alegria, dei-lhe a mão e ela segurou.
Fomos até o celeiro pega o Woody, o meu cavalo, por que Woody? Não sei, mas foi o primeiro nome que veio no meu pensamento. estava com um pouco de dificuldade para sentar, coloquei minhas duas mãos em sua cintura e a impulsionei para cima, fazendo com que ela sentasse, subi no cavalo, cavalguei até o nosso ponto de encontro, encontrando , , , e , desci do cavalo e ajudei a descer também, todos estavam surpresos em encontra-la em minha companhia.
— Vamos caçar ou não? – perguntou e todos assentiram.
e se aproximaram de e deram uma arma a ela. Quase as interrompi dizendo que não deveria saber mexer em armas, mas a garota destravou a espingarda, todos ficaram surpresos. Me permiti sorrir, essa garota era demais, completamente demais, nunca se sabe o que esperar dela.
— Vamos caçar! UHUUUU! – griyou assim que todos destravam as armas, rimos dela e entramos floresta adentro.
Nos dividimos em duplas: e , e , e e eu e a . Tinha muito mato, ouvi rodas de carruagem e enconstei-me à árvore, continuou a caminhar, ouvi as rodas mais próximas, puxei a garota fazendo com que ela cola-se ao meu corpo. Meu coração apitava com aproximação, minha respiração era descompensada. Segurava de forma forte, como se alguém tivesse ameaçado tirá-la de mim. Sorri com meu pensamento, gostava de tê-la por perto. As rodas pararam e apertei ainda mais contra mim, ao mesmo tempo que segurava fortemente a espingarda. Risadas de homens eram ouvidas, um barulho de moedas estava cada vez mais alto, dei uma pequena espiada e vi que se tratava de um bando de assaltantes, segurei ainda mais forte a minha arma, olhei para o lado e logo me arrependi, tinha entregue minha localização. Empurrei para trás de mim e desencostei-me da árvore, sem tirar os olhos do homem a minha frente, ele estava armado com uma faca, era baixo, meio gordo e sem dentes. Estava sujo e tinha um sorriso besta no rosto.
— CHEFE, VEM VER UMA COISA! – O cara gritou, fazendo com que eu apontasse a arma para ele. Logo e eu estávamos rodeados de homens, segurava forte a mão dela, não queria que nenhum mal a acontecesse, respirei fundo e um homem se aproximou, mirei minha arma nele.
— Ora ora, Lorde aqui, e junto com uma criada imunda...
Ele iria fala mais alguma coisa, mas foi baleado no coração, olhei para , que atirava em todos que estavam ao nosso redor, a puxei e saímos correndo, encontrando e , ouvimos tiros em nossa direção, corremos, e correram juntos, fomos encontrando pessoal pelo caminho, tinha alguns homens atrás da gente, corremos até o topo de uma linda cachoeira, pular aquilo era loucura, ouvimos mais tiros, estávamos sem muita munição, já que a maioria foi usada durante o caminho, eles estavam chegando.
— Precisamos pular. – falou.
— PULAR DAQUI É UMA LOUCURA! – berrou.
— Eu vou! – Assim que terminou a frase, ela pulou, meu Deus, essa cachoeira deve ter 2 metros de comprimento, os homens miraram na gente, eu iria morrer de qualquer jeito mesmo.
— PULAAAAAAAAAA! – Gritei e pulei, a sensação era gostosa, mergulhei e nadei de encontro a , que torcia sua veste, todos tinham pulado e agora estavam rindo , foi uma aventura e tanto, entramos na floresta novamente, agora precisávamos achar um modo de retornar até nossos cavalos.
Continuamos andando e encontramos uma casa linda, feita de madeira, todos estavam cansados e famintos, não percebemos a hora passar, já era de tarde, estava perto de escurecer, batemos na porta, uma garota baixinha nos atendeu, a jovem deveria ter a idade de , seus cabelos eram pretos e enrolados, sua pele era rosada e seus olhos uma junção de verde e castanhos.
— Posso ajudá-los? – Sua voz era fina e clara, todos engoliram em seco.
— Com licença, tivemos alguns problemas no caminho, precisamos de um abrigo até amanhecer, a senhorita poderia nos deixar passar a noite aqui? – perguntou, olhamos todos para a jovem com expressões pidonas, ela riu.
— Entre e converse com a minha mãe, ela está na cozinha, Lorde , a propósito, me chamo . – falou educada, e sorriu, entrou, ficamos do lado de fora, conversando com a , ela era bacana.
Pov off
POV ON
consegui convencer a mãe de , correu para o nosso grupo, que estava fora da caba, e contou. Todos ficaram aliviados por conseguir ficar na casa o resto da noite. Fiquei conversando com a família de , eles eram agricultores, não queriam de modo algum trabalhar na fábrica, achavam horrível a situação lá. Eles me convidaram a morar lá, deixar de ser criada dos Paynes, eu recusei, afinal, é meu grande amor e a minha melhor amiga, não podia deixa-los. Assim que amanheceu, eu servi o café da manhã, tomamos e fomos embora, prometi a Gabi que sempre viria visita-la. Logo avistei a mansão e uma Sophie raivosa, desci do cavalo e fui até ela, junto com todos.
— Aonde você estava, ? – Sophie perguntou com raiva.
— Sai por ai com meus amigos. – respondeu calmo.
— Com essa criada imunda? Essa garota não tem classe, , pelo amor! – Ela me ofendeu na frente de todos.
Era isso que eu era, apenas uma criada. Como pensei que eles eram meus amigos? Dei um passo para trás e todos olharam para Sophie e depois para mim, com pena. Eu não merecia isso, não podia merecer isso, me Deus, será que fui tão ruim na vida passada? Tenha misericórdia de mim, Senhor. Respirei fundo, entrei pelos fundos, já que a entrada principal não é permitida para criados, fui até meu quarto e tranquei a porta, sentei em minha cama e chorei. Chorei por ter sido fraca, por não ser nobre, por ser sempre humilhada e deixar passar. Eu chorei por ser fracassada, chorei por ter perdido a chance de sair dessa vida. Arrumei minhas coisas, eu não tinha tantas, ouvi batidas em minha porta, abri e lá estava a e a .
— , meu Deus, perdoa as palavras da Sophie, ela está fora de si. – me confortava, eu não chorava mais.
— Não tem problema, , já estou conformada com isso. – Falei calmamente.
— , aonde você vai? – me pergutava.
— Ora, embora! Esse país é o “país que acabou com a escravidão”, mas aceitam criados serem feitos de escravos, , trabalho aqui desde os meus 14 anos, nunca recebi um obrigada. Sei que você é uma amiga lela, mas não vou mais estar aqui. Aceitei de coração ficar porque perdi a minha família, mas tinha você. Sofri muito dentro desse lugar, preciso viver minha vida, nem que seja da forma mais simples, não posso mais continuar sendo humilhada. – Pela primeira vez, levantei minha voz.
A senhora entrou no quarto.
— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Senhora perguntou.
— Nada, mãe, só estamos conversando com a . – respondeu calma.
— Quantas vezes já disse que não quero você perto dessa criada imunda, ? – Senhora perguntou, olhei para o lado. Ela nunca tinha se mostrado afetiva por mim, já tinha me acostumado. — Até mandei o seu pai trocar sua criada e colocar essa garota para servir ao seu irmão. – Continuou falando, permaneci com a cabeça baixa, era horrível, me sentia um lixo.
— Mãe, por favor, para. – pediu. se mantinha calada.
— , quero você em meu quarto AGORA, e vocês duas vão as compras. Arrumei um pretendente para você, filha. – Senhora deu as ordens, eu sai antes das meninas e me dirigi ao quarto da senhora , estava no corredor. Ele me parou.
— , queria te pedir perdão pelas palavras ditas pela Sophie, ela não te suporta, porque você é uma linda criada. – falou, eu ri, pois suas palavras eram toscas e galanteadoras.
— Eu perdoo a Sophie, não é a primeira vez que isso acontece, e obrigada pelas palavras de cafajeste, senhor . – Falei e passei para o lado, para ter um caminho livre. Comecei a andar de novo, mas fui puxada para trás e prensada contra a parede.
— Eu sou seu patrão agora, e você tem que me respeitar. Caso contrário, te coloco na casa das primas, para você se tornar uma mulher impura e nojenta. – falou rudemente e perto da minha boca.
— Pelo menos vou ficar longe de você e de sua arrogância. – Retruquei.
— Você não sobreviveria, sei que você me ama, senhorita Paixão. — falou, soltando um sorrisinho ridículo.
— Quer pagar para ver? – Perguntei, mantendo minha pose de poderosa.
— Vou pagar até meu ult...
— , CADÊ VOCÊ, SUA CRIADA IMUNDA? – Antes de terminar, a voz da senhora ecoou no corredor, me deu um beijo no pescoço e me soltou. Eita garoto louco, corri para o quarto da senhora .
— Soube que a senhorita está arranjando problemas com a minha querida nora. – ela falou.
— Olha, eu não fiz nada, ela é completamente maluca. – me defendi.
— , não venha bancar a coitadinha só porque sua mãe foi estuprada até a morte pelos italianos e depois eles colocaram fogo em sua casa. – Senhora falou rindo.
— O QUE? – Perguntei.
A morte da minha mãe sempre foi um mistério para mim, nunca soube o que tinha acontecido e, naquela mesma época, tinha dado início a primeira guerra mundial, o reino da Itália tinha invadido uma parte da Inglaterra, mas nunca pensei que fosse eles que tinham matado minha mãe.
— Oh, querida, não sabia? Pensei que soubesse, já que aquela vila estava em chamas e todos que você conhecia morreram. Seu pai foi um deles, aquele inútil. Tudo para proteger a filhinha inútil que ele tinha. – Ela falava e eu não estava escutando, era muita informação para apenas um dia. Sai do quarto correndo e fui para o meu. Joguei-me na cama e olhei para o teto. Meus pais estavam mortos, eu não tinha nenhum bem, estava completamente sozinha, como sempre. Agora tudo fazia sentido. Abri a minha gaveta, lá tinha uma carta que meu pai deixou e nunca abri, porque morria de ódio dele
sai do quarto correndo, fui para meu quarto, me joguei na cama, olhei para teto , meus pais estavam mortos, eu não mais nenhum bem, eu estou sozinha, como sempre, agora tudo fazia sentido, abri minha gaveta, lá tinha uma carta que meu pai deixou e nunca abri, por que morria de ódio do meu pai por ele ter me colocado aqui, por ter me batido, por tudo, peguei a carta e comecei a ler.
“Querida Filha,
Eu sei que você deve estar morrendo de raiva, eu não fiz por querer, vou te explicar tudo: naquele dia, assim que você saiu, sua mãe estava fazendo seu bolo, e me pediu para comprar fermento já que em casa não tinha, fui a cidade, ouvi boatos que os alemães estavam invadindo a Inglaterra, e tinham devastada uma cidade próxima a nossa, eu não dei a devida importância, afinal, eu tinha voltado daquela cidade na noite anterior, enquanto estava conversando com o padeiro, vi você correndo em minha direção gritando, suas roupas estavam sujas, logo entendi o motivo, e assim fomos encontrar a nossa casa, onde lá sua mãe se foi, eu estava com tanta raiva, tanto ódio, ódio por ter perdido sua mãe, ódio por te deixado ela sozinha, eu descontei na primeira pessoa que eu vi, e foi em você.
Eu sinto muito por isso, mas quando você saiu, o fogo tinha abaixado, eu entrei dentro, para ver o que tinha restado, encontrei sua mãe jogada ao chão, metade do seu corpo estava queimado, de seu ventre tinha sangue e seu corpo tinha marcas, sua mãe foi estuprada e estrangulada, esse não é o pior, sua mãe estava grávida, íamos aumentar a família, iriamos te contar naquela manhã, assim que a gente te desse seu bolo, seu irmãozinho estava com 3 meses, eu fiquei sem vida naquele momento, avistei meu querido amigo Geoff , pedi para ele criar você, assim que você foi embora com eles, nossa vila entrou em guerra, eu fui para exército, estamos invadindo a França, está tendo ataque lá, e precisam de nós, tentarei mandar notícias, minha querida, me perdoe e eu lamento muito.
Eu te amo
Xx
com amor
Seu Pai”
Estava decidido, eu iria embora aquela noite, para nunca mais voltar, retornaria para minha cidade natal e esqueceria que um dia pisei aqui, coloquei a carta em minha bolsa, iria em busca de noticias do meu pai, lembro que Margaret me entregou a carta, dizendo que era do meu pai, há um ano. A guerra ainda estava acontecendo, eu precisaria de dinheiro, corri pra o quarto de , bati 2 vezes na porta, ela abriu, estava aos prantos.
— Querida o que houve? – Perguntei a abraçando, ela chorou em meus braços, guiei ela até sua cama, deitei sua cabeça em meu colo e fiz carinho.
— Eu vou ter me casar com o Duque de Brunsvique. – falou chorando, Ernesto Augusto, Duque reinante Brunsvique.
— Você quer casar com ele? – Perguntei.
— Não, eu não o amo, meu coração sempre pertencerá ao . – falava com a voz chorosa.
— Ai meu Deus, , eu quero que você me escute, assim que a estação abrir, eu pegarei um trem para Carlisle, eu não deveria tá fazendo isso, mas você gostaria de ir comigo? – Perguntei, sua expressão ficou séria.
— Como você vai? Você não tem dinheiro. – Ela me perguntou.
— Vou pedir ajuda a família de . – Falei. Eu tinha me dado muito bem com todos. e a mãe eram uns amores, pediria algum dinheiro só para passagem, assim que reencontrasse meu pai, eu devolveria o dinheiro.
— Eu vou com você, vou levar algumas roupas para vendermos. Você é minha companheira, , para onde você for, eu irei. – sorriu e nos abraçamos.
— Se arrume, partiremos esta noite. Não cotne a ninguém, vá da forma mais simples que puder, não podemos levantar suspeitas. Passarei aqui às 04>00
- Se arrume, partiremos esta noite, não conte á ninguém, vai mais simples que puder, não podemos levantar suspeitas, passarei aqui ás 4h, antes de amanhecer. – Lhe dei o aviso, ela assentiu, correu para o armário, eu estava decidida a fazer isso, não poderia ir embora sem fazer isso, saí do quarto da , e bati na porta do , ele abriu a porta.
— Posso entrar? – Perguntei, ele me deu espaço para entrar, ele fechou a porta atrás de mim.
— O que houve, ? – perguntou e me virei para ele.
— Eu preciso fazer isso. – falei e me aproximei dele, passei minhas unhas por seu pescoço. Olhava em seus olhos, o desejando. Aproximei a minha boca perto da dele. — Eu te amo, . – Falei. Ele acariciava meu rosto, sua expressão era serena, transmitia segurança, conforto, me trazia calor e carinho. me beijou, nosso beijo era uma mistura de sentimentos. Eu o amava, não importava que ele ia casar daqui uma semana. Naquele momento, era apenas meu, só meu. A sensação de estar nos braços da pessoa que você mais ama é incrível, eu me sentia revigorada. Seus carinhos eram intensos, seu beijo era calmo e sereno e ali eu passei a noite. Nos braços do meu amado, da pessoa que eu me entreguei de corpo e alma. Estávamos olhando as estrelas através da janela, brincava com minha mão. Apenas um pedaço de pano nos cobria, as vezes, nem os amores mais impossíveis são tão impossíveis assim. Olhava detalhadamente o rosto do , queria lembrar para todo sempre. O meu primeiro amor. O meu único amor
brincava com minha mão, apenas um pedaço de pano, nos cobria, ás vezes nem os amores mais impossíveis são tão impossível assim, eu olhava detalhadamente o rosto do , queria lembrar para todo sempre, o meu primeiro amor, o meu único amor.
— Por que me olha tanto, querida? – perguntou.
— Para sempre lembrar de você. – Eu respondi, sem pensar.
— Até parece que você vai partir. – riu e me abraço mais forte. Mal sabe ele.
— É, mas daqui uma semana, quem estará deitada aqui com você, não serei eu. – falei saindo do abraço e me levantand
- É, mas daqui uma semana, quem estará deitada aqui com você, não serei eu. – falei saindo do abraço e me levantando, daqui a pouco precisaria ir.
— Talvez não, a Sophie não é a mulher que eu amo. – falou, ainda deitado na cama.
— Lógico, a única mulher que você foi capaz de amar é a sua mãe. – falei, vestindo minha roupa.
— Não é a única, a marca da minha paixão e da mulher que eu amo está nesse lençol. – ele falou e apontou para uma pequena mancha de sangue. Sim, eu era virgem. Ri, não podia cair naquilo, fui até o e o beijei.
— Até mais. – falei e sai do quarto.
Fui até meu quarto, peguei minhas coisas. Estava começando a amanhecer, sai do quarto e fui até o quarto da , dei leves batidas, ela abriu. Tinha falado para ela ser simples, mas estava toda trabalhado no luxo. Ela estava com 3 malas, saímos de casa e ela insistiu em passar na casa do e colocou uma carta por baixo da porta.
Fomos indo até a casa da família de . estava com 150 libras esterlinas. Chegamos lá, optou por ficar no lado de fora. A família de Gabi me ajudou, falei que devolveria tudo depois. Fomos até a estação, comprei as passagens e dei a e ficamos lá, esperando o trem. Quando ele chegou, entramos e sentamos no banco mais próximo, queríamos ver a nossa vida ali ser deixada para trás. O trem apitou, dando o aviso que iria começar a andar, acomodei-me no banco e olhei para a janela, vi o , ele estava chorando. Coloquei minha mão no vidro, acho que nem todo mundo pode ser feliz com quem ama.
— NÃO ME DEIXE, POR FAVOR. – gritou, estava vendo tudo, confusa. — EU TE AMO!
— Adeus. – sussurrei e ele caiu de joelhos no chão, abri a janela e gritei. — SEMPRE VOU TE AMAR!
Sem deixa-lo me responder, o trem partiu para longe do lugar em que tanto sofri. Para longe daquela minha vida pré-construída, partiu para longe do meu primeiro e único amor. Eu fui, mas meu coração ficou. Sentia-me vazia, pois agora ele não era mais meu, ele pertencia a Sophie, não podia ficar ali e ouvi um “sim” da boca dele, eu não podia. Joguei minha cabeça contra o banco, deu-me sua mão e sorriu, pelo menos não estava tão sozinha assim.
4 anos depois - 28 de Setembro de 1920
On
Hoje faz 4 anos que e partiram, até hoje não a esqueci. Eu não me casei como todos queriam, casar jovem não é mais uma ordem, hoje eu sou músico, junto com , , e , somos One Direction, não tocávamos música clássica, poderíamos dizer que tocávamos rock. Algumas músicas, escrevi para , mas nunca mostrei para os meninos, peguei o violão, que estava ao meu lado, e comecei a tocar Love You Goodbye.
It's inevitable,everything that's good comes to an end
É inevitável que tudo o que é bom chega ao fim
It's impossible to know if after this we could still be friends, yeah
É impossível saber se depois disto ainda podemos ser amigos, yeah
I know you're saying you don't want to hurt me
Eu sei que você está dizendo que não quer me machucar
And maybe you should show a little mercy
E talvez você deva mostrar um pouco de misericórdia
The way you look I know you didn't come to apologize
A maneira como você olha, eu sei que você não veio para pedir desculpas
Oh, why you're wearing that to walk out of my life?
Oh, por que você está usando isso para sair da minha vida?
Oh, even though it's over you should stay tonight
Oh, mesmo que esteja acabado, você deveria ficar esta noite
If tomorrow you won't be mine
Se amanhã você não será minha
Won't you give it to me one last time?
Você não vai me dar isso pela última vez?
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
Unforgettable together the whole world in my hands
Inesquecível, juntos eu tenho o mundo inteiro em minhas mãos
Unexplainable the love that only we could understand, yeah
Inexplicável, o amor que apenas nós conseguíamos entender, yeah
I know there's nothing I can do to change it
Eu sei que não há nada que eu possa fazer para mudar isso
But is this something that could be negotiated
Mas isso é algo que poderia ser negociado
My heart's already breaking, baby, go on and twist the knife
Meu coração já está quebrando, meu bem, vá em frente, torça a faca
Oh, why you're wearing that to walk out of my life?
Oh, por que você está usando isso para sair da minha vida?
Oh, even though it's over you should stay tonight
Oh, mesmo que esteja acabado, você deveria ficar esta noite
If tomorrow you won't be mine
Já que amanhã você não será minha
Won't you give it to me one last time?
Você não vai me dar isso pela última vez?
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
Can I taste your lips just to bring me back
Mais um gosto dos seus lábios apenas para me trazer de volta
To the places we've been and the nights we've had
Para os locais que estivemos e as noites que tivemos
Because if this is it then at least we could end it right
Porque se é isso, então, pelo menos, podemos acabar isso do jeito certo
Oh, why you're wearing that to walk out of my life?
Oh, por que você está usando isso para sair da minha vida?
Oh, even though it's over you should stay tonight
Oh, mesmo que esteja acabado, você deveria ficar esta noite
If tomorrow you won't be mine
Já que amanhã você não será minha
Won't you give it to me one last time
Você não vai me dar isso pela última vez?
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
Oh, baby let me love you goodbye
Oh, meu bem, me deixe te amar na despedida
— Linda canção, brother. – falou, encostada ao batente da porta, olhei surpreso para ela.
estava diferente, usava calças pretas e uma blusa de frente única, seus cabelos estavam soltos, enrolados, usava um batom e seu inseparável all star preto.
— Mas o quê? Quando você voltou? – Corri até ela e a abracei, ainda fazendo perguntas.
— Voltei ontem de Leeds, a cidade mudou depois da guerra. – falou, desfiz o abraço e olhei para os lados na esperança de vê-la.
— Ela não está aqui, , está na casa da família da , quando fomos embora, a família da Gabi nos emprestou um dinheiro. – Disse ,
— Mas por que vocês foram? Por que nos deixaram? Por quê? – perguntei seguidamente, de forma ansiosa.
entrou em meu quarto e sentou-se na cama, apontou o lugar vazio ao lado dela e sentei-me.
— Vou te contar toda história: tinha recebido uma carta de seu pai, então teve a ideia de irmos à Leeds, como a mamãe queria que me casasse com um homem que não amava, achei que a melhor solução seria partir com a . No dia de nossa partida, no trem, chorou muito e explicou a história de vocês. Continuamos em Leeds buscando por notícias do pai dela. Quando encontramos, descobrimos uma herança que o pai de tinha direito, ela ficou rica. Seu avô era um rico português e fugiu para o Brasil, foi como conheceu a avó dela, eles se casaram e deram vida ao pai de . Ela não era inglesa, nunca foi, era brasileira. Infelizmente, o pai dela veio a óbito, assim que ela soube, ficou muito mal e passou 3 meses no hospital. Nesse meio tempo a , e vieram até nós. entregou uma carta e foto sua, falou que encontrou a carta em suas coisas, ficou bem melhor e assim que saiu do hospital, fomos ao banco, pegamos o dinheiro e aqui estamos. e eu iremos morar aqui, abrimos nossa loja de roupas femininas. Irmão, a sofreu mutio. – falou, senti-me ruim e sai de casa.
Fui para a residência de a pé, mas não precisei ir até o final, a encontrei no meio do caminho. Ela estava diferente, parecia mais alta, seu corpo estava mais cheio, seu cabelo estava brilhante e ela carregava uma criança em seu colo. Vestia um vestido florido e saltos altos, a criança tinha cabelos e olhos castanhos claros. Era uma linda menina, estavam acompanhadas por , e , me aproximei e elas notaram minha presença.
— PAPAI! – A menininha gritou, ficou vermelha, aquela garotinha é minha filha?
— Olá, . – sorriu. – Essa é Alice, sua filha. – ela falou.
— OH, MEU DEUS, TENHO UMA FILHA. – Abracei e a Alice juntas.
Ao despertar
— Mamãe, acorda, mamãe! – Acordei com a Alice ao meu lado. Levantei, que sonho louco foi esse? Meu Deus, preciso ir ao psiquiatra.
Fui para a cozinha com Alice em meu encalço, rindo. Encontrei e Peter, fazendo café da manhã, cadê o Bear e Benjamin?
— Amor, cadê o Bear e o Benjamin? – Perguntei.
— Ainda estão dormindo, querida. – disse.
— Sabia que tive um sonho muito louco? – falei.
— Você é louquinha, minha brasileirinha. – falou e me beijou.
A campainha tocou e fui atender a porta, assim que abri, e entraram com Freddie e Allison, e entraram e seguida, com James no colo. e Gariela vinham logo atrás, com Cloe. e estavam com as comidas, já que eles não tinham filhos, os gêmeos estavam na barriga de .
— O que vocês estão fazendo aqui? – perguntei.
— , hoje é natal, gata. – falou.
— Ah, é! Vou acordar os meninos e trocar a roupoa. – Corri para o meu quarto, troquei a roupa e chamei os meninos, que acordaram rapidamente ao saber que seus primos estavam aqui.
Sei que não somos família de sangue, mas nos consideramos, pois as meninas são minhas irmãs de coração.
Fui para a sala e tomei café da manhã, pos pais de chegaram e trouxeram um álbum. Todo mundo sentou para ver, mas uma foto me assustou, era a família em 1916, uma das criadas era a minha cara.
MEU DEUS! Tive um sonho da minha vida passada, perguntei o que aconteceu e eles contaram.
A criada foi embora com um músico famoso na época, e o rapaz que parecia com morreu durante a segunda guerra mundial, os dois viveram um grande amor, mas não foram capazes de viverem juntos. A criada teve uma filha, mandou uma carta para o rapaz, mas ela nunca foi respondida, quando finalmente se encontraram, era tarde demais. Ambos estavam comprometidos com outras pessoas.
A criada morreu após denunciar seu marido por violência doméstica, ou seja, ela nunca foi feliz.
Fiquei pasma, afinal, ela era minha cara. Meu Deus, sempre fui o amor do , até em outra vida.
E em todas as vidas, ele sempre será meu primeiro e único amor.