Púrpura

Última atualização: 17/08/2018

Capítulo Único

O bom e velho jogo da sedução. O velho jogo de gato e rato. Um clima de excitação e paixão paira sob esta cena, tão peculiar. Musica ao fundo, vozes e respirações se misturam a cheiros distintos de perfumes, importados e outros não.
Ela morde os lábios, e coloca a mão entre as pernas, segurando o vestido (vermelho, de cetim) ela sobe as mãos tão audaciosas para a fita que segurava sua cintura. Ele ao fundo, com um gole brusco em sua bebida, a devorava com os olhos.
Ela ria alto com suas amigas sobre a combinação das meias dele, e o seu corte de cabelo. Ele trocava mensagens com uma mulher que conhecera mais cedo, para disfarçar sua tensão em relação á ela, que era de longe uma mulher envolvente, apaixonante.
Ela olhava atenta para ele, que fazia algumas caretas, como se nada que estivesse em sua volta pudesse mesmo lhe agradar - ou quase tudo - quem sabe as mãos dela tocando sua alma? Ou ás dele, tocando seu ventre?
O clima de paixão se misturava as fumaças de cigarros, de todos os tipos, marcas e gostos. Misturava-se aos cheiros, aos choros de pessoas desconhecidas, o clima de paixão era maior até que os corpos ali enganados.
Os corpos de ambos mexiam em sintonia, os cabelos negros dela chamavam os encaracolados dele, as unhas pintadas dela chamavam as pernas dele, a boca dele chamava o pescoço dela, e os olhos de ambos chamavam suas intimidades.
Ambos ao som de sapatos, e batidas de mão, se aproximaram. Não sabiam os nomes e nem precisavam. Daquele jogo de sedução o que se precisava era de: Uma casa e um jogo novo de lençóis. Daquele jogo de paixão, valia tudo, da sacanagem ao amor eterno.
E naquela noite, foi onde nasceu o amor entre e , uma história de amor, descobertas e de decepções.

Narração única de :

Ele não é dos homens mais dignos, e nem que possui um caráter limpo, também não é do tipo de homem que facilmente se apaixona, ou se entrega em nome de um sentimento. Ele não é um dos homens que largaria tudo por uma garota e nem mesmo é um cara que sabe se expressar, mas, tem algo nele, algo naquele mistério todo que me prende que me fascina algo que me faz refletir sobre as rugas em sua testa, ou sob aquele olhar longe e distante de todas as noites. Tem algo naquele coração, naquelas mãos, e naquele corpo cansado que me atraem, não sei o que é, nem sei o porquê, são certas coisas que não precisam de um por que relativo. Nunca conheci alguém que transmitisse tanta confiança, tanta coragem, tanta bravura, tanta alegria e tanta paixão assim, ele é alguém que me inspira alguém que enxerga além da aparência das pessoas, ele tem algo no seu olhar que pode até enxergar o interior de alguém, se assim for permitido. O seu jeito de falar, de sorrir e de andar são pra mim como aqueles filmes românticos de sessão da tarde, bobos, mas que te prende a atenção até o fim. È isso! ele é como um filme bom que eu assisti uma vez e que assistiria de novo por várias vezes. E quando estou perto dele, esqueço-me do roteiro e das palavras, e ali vejo que ele tem algo mais do que as outras pessoas, e tudo o que queria é ter seu rosto mais perto do meu, poder ver as suas pintas e soprar seu rosto, queria sentir o calor da sua pele na minha, o furor do seu beijo e a paixão de suas palavras escritas em meu coração. Ele é um mistério, talvez o que eu mais goste de tentar decifrar, tem algo ali que é muito além da percepção humana, ou de alguém sensato, ele é mais que palavras, mais que demonstração, ele é sentimento, ele é bravura e coragem, ele inspira qualquer pessoa, e tem um ar de mais velho que te vicia, que te transforma e que me transformou. Ele é e espera que nunca chega, o amor que vira canção em filme, o grito que oculta o silêncio, e a poesia que ilustra as imagens, ele é rude, é impaciente, é desajeitado, é um cavaleiro, ele tem um perfume amadeirado, um cheiro de grama cortada, e tem um beijo que ainda quero provar, mas que seus lábios denunciam ao dançar com as palavras. Gosto dele, o amo quem sabe, não sei, mas a minha felicidade encontra a dele. Minhas palavras encontram o corpo dele, meu desejo encontra sua ansiedade e meu silêncio encontra o agito de seus sentimentos. Assim como o dia encontra a noite.
Ele era o meu .
Ele me fazia bem. E por mais que eu negasse a mim todas aquelas emoções, não era certo negar que o amor que eu sentia por ele era mais do que amor, era confiança, era carinho e acima de tudo, paixão. Negar que ele me mostrou o mundo, á vida, e que ao lado dele tudo era mais fácil, é no mínimo hipocrisia. Negar, negar e negar. Foi tudo o que eu fiz nos últimos meses, negar toda e qualquer ligação que havia ainda entre nós. Até quando? E Por quê? Durante os últimos meses que passaram, eu tentei me afastar de qualquer memória que envolvesse o nome dele, e tudo isso, pelo fato de que eu achei que nós terminamos de uma maneira errada e pelo fato de eu sempre por meu orgulho a frente de tudo. Se eu pudesse dizer á ele uma ultima coisa, eu diria que ele foi a melhor coisa que me aconteceu, que o beijo dele foi o melhor que provei, e que qualquer momento ao lado dele era sempre melhor que anterior. Lembro-me que o que eu mais gostava nele eram suas mãos, o jeito com que ele arrumava os cabelos pela manhã, e o perfume dele ao acordar, e até mesmo a boa e velha toalha jogada em cima da cama.
Eu só queria não ter que negar a mim mesma mais, negar até acreditar que ele foi o meu melhor romance, negar que eu amei aquele presente que ele me deu no natal, mas o que acontece, é que o romance foi bom, os beijos forma deliciosos, e a pegada dele era a melhor de todas, e que só ele sabia como me alegrar e aguentar minhas mudanças de humor, mas, quando eu achei que ele havia mudado, ele me deixou, me deixou esperando ele não voltar. E foram meses desejando ter ele de volta, e ah como eu queria ligar pra ele, e dizer que a saudade é maior, que eu o perdoo, e que nada mais importa, porém a grande interrogação é: Será que ele merece meu perdão? Ele foi o maior cafajeste que conheci e que me fez acreditar que o amor pode ser fácil, e também me ensinou que a paixão tem prazo de validade. Ainda me lembro como se fosse hoje, o dia em que ele me disse que eu era a mais linda de todas, que meu sorriso era o mais sincero que ele já tinha visto, e que aquele meu velho jeans era incrível. Não sei se consigo perdoá-lo, esquecer-me de todas ás magoas e o fato de tê-lo pego paquerando milhares de outras garotas na minha frente. Quem sabe no futuro quando nos reencontrarmos, eu seja capaz de perdoá-lo, mas ai seria outra história, outro momento. Nem mesmo me lembro de quando foi à última vez que o encontrei, mas ter que juntar as coisas dele, é ruim, é arrepiante pensar que pode haver outra ocupando meu lugar na sua cama, e no seu coração. Não posso mais negar que essa história de romance, foi a melhor da minha vida, e nem posso negar que aquele bom e velho cigarro o deixava charmoso e que ele tinha sim olhos lindos. E nem posso mais negar que, hoje, essa é a minha melhor lembrança ainda intacta dele.
''Que sua pele era poesia, que seu beijo era música, que sua voz era a brisa de vento, e que seus dedos eram o paraíso. ''
- Oi , tudo bem? – Falei do outro lado da linha, quando a ligação fez o sinal de ser atendida.
- Oi , tudo bem sim e você? – Ele respondeu em um tom mais amigável que os anteriores.
- Estou bem. Eu liguei para dizer que separei suas coisas e você pode vir buscar assim que possível. – Segurei com força o telefone em meu ouvido.
- Eu não pensei que você teria coragem de se desapegar das minhas coisas , eu achei que... – Ele falou em meio a pausas e eu suspirei.
- Achou errado, nós nunca vamos dar certo. Eu não quero mais te prender em uma relação que terminou antes mesmo de começar. – Torci os lábios e me joguei na cama, totalmente derrotada.
Meu corpo doía, e era a dor da saudade, a dor da perda.
- Por favor, , não fale assim de nós dois. – O ouvi suspirar do outro lado.
- Eu não vou entrar novamente nessa conversa , suas coisas estão nas caixas e eu vou deixar na portaria do prédio, você pode passar aqui e pegar.
- Eu te amo , me desculpe por tudo. – O ouvi fazer um barulho semelhante a um choro.
- Eu também te amo , e eu quem peço desculpas. – Respondi, soltando em seguida uma lágrima que estava presa em mim fazia um bom tempo.
- Quem sabe um dia, a gente possa tentar de novo. Por nós, pela nossa família. – me respondeu ainda com a voz triste.
- Quem sabe. – O respondi, passando a mão levemente pelo relevo que começava a aparecer em minha barriga. – A Nathalie vai mesmo precisar do pai dela. – Completei a frase, jogando a cabeça para trás, chorando.
- Eu sei disso, e eu vou reconquistar o amor da mãe dela, custe o que me custar.
- Eu estarei esperando isso... Mas por enquanto, pode vir buscar suas coisas a tarde, eu estarei no trabalho.
Respondi e desliguei a chamada, e em seguida comecei a me arrumar para mais um dia de trabalho.


Fim!



Nota da autora: Oi meus anjinhos, olha eu de novo.
Dessa vez, a história de Púrpura nasceu de um compilado de vários textos e narrativas que eu tinha em meu blog antigo, e lendo elas novamente surgiu a ideia de reunir tudo em uma única narrativa e uma história.
Espero que tenham gostado, e se puderem comentem aí em baixo suas opiniões.
Beijinhos, xx.

Outras Fanfics:
Golden Gate Ave
Nothing Else Matters

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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