“… Nas notícias esportivas de hoje; garantiu o campeonato mundial de Fórmula 1 neste fim de semana. Ele venceu a penúltima corrida, garantindo a vitória sobre o rival Lewis Hamilton. O novo campeão mundial era todo sorrisos ao subir ao pódio ao lado de seu companheiro de equipe .

A tela mostrou um sorridente. Seus olhos brilhavam quando o repórter segurou um microfone para ele e o parabenizou antes de perguntar se ele tinha algum comentário sobre a sua última vitória no campeonato.

“Honestamente, eu não poderia ter feito isso sem o fantástico apoio da minha equipe, dos engenheiros e de toda o pessoal da torcida. Este é um sonho meu desde os cinco anos de idade e tenho tantas pessoas a quem agradecer por me trazerem até aqui.”

“Algum plano para grandes celebrações?”

riu. “Tenho certeza de que temos algo planejado. Primeiro preciso passar pela última corrida da temporada.”

O repórter riu também. “E sua esposa se juntará a você nas comemorações?”

Os olhos de escureceram ligeiramente, mas ele ainda manteve aquele sorriso.

“Veremos. Ela é uma mulher muito ocupada.”

O repórter encerrou a entrevista e a tela voltou para o âncora do jornal antes de passar para a próxima notícia.

ficou ali sentada segurando a caneca até os nós dos dedos ficarem brancos. Sua mãe rapidamente desligou a TV e foi até Mikasa e colocou uma mão tranquilizadora em seu ombro.

“, devíamos estar felizes por ele.” Amélia disse gentilmente.

Mas não conseguia ficar feliz por ele. Não quando seu coração doía ao vê-lo. Pelo sorriso em seu rosto ou pelos olhos que ela conhecia tão bem. Ela não conseguia reunir nenhuma generosidade para se sentir orgulhosa dele... não quando ele a deixou para trás e seguiu em frente tão rapidamente.

~



A casa estava vazia quando ele voltou. Ele estava esperando por isso, é claro. Mas ainda lhe doía entrar e sentir a ausência de Pieck e de todas as suas coisas. Não havia flores de cores vibrantes na mesa de centro em frente ao sofá, nem nenhuma de suas jaquetas coloridas penduradas nos ganchos. Seus livros que enchiam as prateleiras foram guardados e tudo o que restou foi uma casa vazia mesmo que alguns móveis e alguns pertences de ainda estivesse ali.

Havia um bilhete no balcão e ele quase não teve coragem de lê-lo. Ele sabia o que ela escreveu, de qualquer maneira.

Mas ainda assim, ele pegou e abriu.

,

A empresa de mudanças estará em casa na terça-feira para recolher minhas coisas – está tudo em caixas no quarto de hóspedes, você não precisará fazer nada. Deixei minhas chaves na sua mesa e os papéis que você precisa assinar. Por favor, não torne isso mais difícil do que o necessário. Basta assiná-los e tudo estará acabado.
Espero que não seja necessário, mas se precisar falar comigo, faça-o através dos advogados. Lamento que tenha terminado assim, mas não pude mais fazer isso.
Parabéns pela vitória, espero que tenha valido a pena.
Kelly.


amassou o papel nas mãos e jogou-o com toda a força que pôde na lixeira, então o papel caiu pateticamente no chão.

Ele tinha feito tudo isso por ela. E ela o havia deixado. Ela foi embora. estava feliz por ter dito ao seu empresário para não vir hoje porque ele mal conseguia conter sua raiva e devastação. mal conseguia pensar enquanto marchava até a academia de sua casa e corria na esteira até mal sentir as pernas e os pulmões arderem.

Não havia mais nada dentro dele quando se deitou na cama e, pela primeira vez desde os dezenove anos, ele chorou.

— Eu não quero ir.— disse com um toque de aborrecimento.

— , por favor. Petra não pode ir e preciso que alguém venha comigo.— implorou.

Ela balançou a cabeça em desafio.

— Não.

gemeu.

— Haverá um open bar e uma comida muito boa. Vou até comprar o vestido mais caro que você quiser.

— As pessoas não levam as primas para cerimônias de premiação. Vai parecer estranho. — Ela deu uma mordida no hambúrguer à sua frente, demorando mais do que o normal para mastigar.

— As pessoas levam familiares o tempo todo. Além disso, Petra ficará chateada com você se você não for.

sabia que ele estava certo. Petra já havia perguntado semanas atrás se ela poderia ir à cerimônia de premiação com . Ela estava grávida de oito meses e meio e muito constrangida para sair, então implorou a que fosse em seu lugar. Embora ela nunca tenha realmente concordado em ir... apenas disse que pensaria sobre isso.

— Vou levar você para a corrida que você quiser e pagar por tudo. Vou até pagar a sua passagem para onde você quiser passar suas férias.

— Posso pagar pelas despesas da minha própria viagem. — respondeu, bastante presunçosamente.

revirou os olhos.

— É só uma noite. Você não terá que interagir com mais ninguém. Você pode sentar à mesa e ficar bêbada e depois iremos direto para casa.

— Ele estará lá.— Ela finalmente disse. Foi a única razão pela qual ela não disse sim imediatamente. Porque com toda a franqueza essas festas de premiação sempre foram muito divertidas e sempre tiveram a melhor bebida e a melhor comida. E os homens sempre foram uma vantagem também.

— ... já faz tanto tempo. — passou a mão pelos cabelos.— Se ele tentar falar com você, então eu vou intervir, ok?

Não estava tudo bem. Mas ela podia sentir o desespero em sua voz e ela realmente não queria decepcionar Petra.

— Tudo bem. Também aceitarei sua oferta do vestido e as minhas férias pagas por você.

— Feito.— sorriu para ela e depois contornou a ilha da cozinha e deu-lhe um abraço.— Vai ser divertido. Além disso, todo mundo está perguntando por você. Eles sentem sua falta.

Já fazia muito tempo que ela não participava de uma corrida. Quando ela era criança, ela ia a quase todas elas para cuidar do pai. Então, quando começou a correr, ela também foi assistir as coridas dele. Mas então tudo aquilo aconteceu e ela não encontrou mais o mesmo prazer nisso. E era muito difícil evitar vê-lo. Então ela parou de ir e parou de acompanhar tudo relacionado a corridas. Mesmo que a tivesse feito em pedaços fingir não estar interessada no sucesso do primo. E poder ir ela gostou de ir quando era criança. Mas havia muita dor em torno de tudo.

— Eu sei que você não gosta de falar sobre isso… — parou no meio da frase.

—Se você quiser que eu vá com você, então é melhor parar de falar agora.

E fez. Nos dias seguintes não houve menção a ele e ficou feliz em gastar o dinheiro de em um vestido que era caro demais para o lugar onde ela iria usar e que ela definitivamente usaria apenas uma vez. Mas ela se permitiu fingir que era um momento agradável e que não estava disposta a mergulhar de cabeça no mundo que tanto desejava abandonar.

não falou muito com ela enquanto eles estavam sentados no carro a caminho do evento. Eles foram levados de avião para Londres naquela manhã e ela ficou quieta a maior parte do dia, deixando que o maquiador e o cabeleireiro a fizessem parecer perfeita, só conversando quando era necessário. Ela mal conseguiu agradecer pelo dia de princesa que ela teve.

O carro parou em frente ao local. Se ela fosse mais ela mesma, poderia ter feito um comentário sobre a beleza da antiga estrutura vitoriana. Ela estava animada por estar em um prédio com uma história tão rica e se fosse em qualquer outro dia, ela provavelmente teria pegado o telefone e descoberto todas as informações que pudesse sobre o local. Mas, em vez disso, ela permaneceu em silêncio e deixou ajudá-la a sair do carro baixo e caminhar juntos até o tapete vermelho, onde câmeras e repórteres esperavam com rostos ansiosos e perguntas na ponta da língua.

Monalisa deveria estar acostumada com este mundo. Como prima de um dos pilotos de F1 mais famosos do mundo, ela teve seu quinhão de paparazzi seguindo-a e querendo saber cada detalhe de sua vida. Mas no momento em que saiu do carro, sentiu um intenso desejo de se esconder.

“ , onde está Petra?”

“, você finalmente…”

“Quando é o nascimento do bebê?”

“, você tem algum comentário sobre o divórcio de ?”

A cabeça de virou-se para o repórter que gritou a última pergunta. estava ignorando a maioria delas, continuando a sorrir para as câmeras. Ele se aproximou de , mesmo enquanto os repórteres continuavam com seu ataque de perguntas. Ela deu um meio sorriso e então eles foram conduzidos para o corredor e para fora do ambiente maníaco do tapete vermelho.

Os lustres de cristal banharam o espaço com uma iluminação mais suave e o zumbido do lado de fora suavizou e ela finalmente pôde se ouvir pensar. alegremente pegou duas taças de champanhe e entregou uma para ela.

Ela tomou um longo gole e depois olhou para o primo.

— Por que você não mencionou que ele estava divorciado?

acenou com a cabeça em saudação a alguns outros convidados que passaram com seus acompanhantes e depois seus olhos se voltaram para . Ele olhou ao redor, certificando-se de que não havia mais ninguém ali antes de dar-lhe sua atenção.

— Não achei que fosse relevante. Você não queria falar sobre ele e ele não queria que todos soubessem.

— ! — Uma voz gritou do outro lado do corredor. — E a linda .— O diretor da equipe da Red Bull, Christian Horner, se aproximou deles e deu um tapinha nas costas de antes de se virar para Cecília e beijá-la nas duas bochechas.

sorriu gentilmente para ele, Ela sempre gostou de Christian. Ela o conhecia desde que o pai dela corria e passou muitos verões com a família dela.

— É maravilhoso ver seu rosto depois de tanto tempo. Começamos a pensar que você não gostava mais de nós. — Christian disse com uma leve risada na voz.

— Eu nunca poderia não gostar de você. — disse e riu. — Só estive ocupada.

— Ela acabou de se formar na faculdade. A pesoa mais inteligente da família agora. — disse com orgulho ao entrou na conversa.

O Christian olhou orgulhosamente para ao ouvir essas palavras e apertou a mão dela com firmeza.

— Você terá que me contar tudo quando depois.— Ele se virou brevemente, avistando alguém no corredor e depois se virou para ela e , sorrindo se desculpando. — Se vocês me darem licença. Preciso dizer oi para mais algumas pessoas. Mas sentem se e nos vemos em breve.

deu a ela um olhar que dizia: “ Eu avisei, olhe”.

— Não diga isso.— Ela disse com os dentes cerrados. — Vamos entrar antes que eu precise falar com mais alguém.

A premiação propriamente dita acontecia na grande sala abobadada que era a verdadeira estrela do edifício. As bordas da sala eram cercadas por pilares de pedra e um lustre gigantesco estava pendurado no meio. Mesas circulares preenchiam o resto do espaço antes de encontrar o palco na outra extremidade. avistou o bar quase imediatamente e soltou o braço de para percorrer a multidão antes de chegar lá.

— Posso pegar uma taça de champanhe?— Ela perguntou ao barman. Ela já havia tomado o que havia sido oferecido ao entrar e aguardava ansiosamente o segundo quando ouviu uma leve comoção vinda do outro lado da sala em que estava e o som de pessoas gritando. Todos os outros na sala pareceram interromper a conversa e se viraram para olhar para as portas duplas. O coração de batia forte no peito sem motivo aparente. Ela engoliu a segunda taça e colocou-a de volta no bar no momento em que a pessoa que ela estava tentando desesperadamente evitar entrou.

Por um momento ela ficou impressionada com a confiança dele. A maneira como seu corpo se movia e o sorriso que ele exibia. Era como se nenhum tempo tivesse passado desde que ela o viu pela última vez – e se tivesse sido há cinco anos, ela teria ido até ele e lhe dado um abraço demorado antes de fazer uma piada sobre ele deslizar bem. Mas agora... eles não eram nada além de estranhos e seu peito parecia vazio quando ela desviou o olhar e bateu na topo da taça para reabastecê-la.

Ela apoiou o cotovelo no bar e tentou não se concentrar no barulho das pessoas. Em vez disso, concentrou-se nas bolhas de sua bebida e fingiu que eram a coisa mais fascinante que havia ali.

— Você ouviu que Kelly o deixou? O coitado ganhou o campeonato e aparentemente voltou para uma casa vazia. Christian teve que lhe oferecer mais dinheiro e mais vantagens para que ele ficasse.

— Merda, isso é péssimo. Ele é ... não deve ser tão difícil conseguir uma nova mulher.

—Bem, sim. Ele foi visto com Natalya Volkov há duas semanas. Eu não ficaria surpreso se ela entrasse com ele agora.

parou de ouvir depois disso. O que ela conheceu nunca teria superadk tão rápido. Ele pode ter parecido um homem frio e indiferente por fora. Mas ele sentia mais profundamente do que qualquer pessoa que ela já conhecera... e ela tinha certeza de que ele nunca seria capaz de seguir em frente como se seu casamento não significasse nada.

Só então, uma mulher com longos cabelos loiros claros e pernas longas entrou. Ela estava rindo de algo que alguém havia dito e então imediatamente encontrou o braço de e entrelaçou o braço dela ao dele antes de dar um beijo em sua bochecha e sussurrar algo isso fez os lábios de se curvarem para cima.

Claramente não reconhecia esse .

— Que bom que ele é tão previsível. — suspirou, distraindo-a de seus próprios pensamentos. — Poderia pegar uma cerveja?— Ele perguntou ao barman.

ainda estava olhando para com a mulher que supostamente deveria ser Natalya. nunca foi do tipo ciumenta, especialmente com . Quer dizer, eles nunca estiveram juntos dessa maneira. Eles eram apenas amigos há dez anos antes de tudo acontecer.

— Não achei que ele fosse trazer alguém.

encolheu os ombros.

—Eu não ligo.— Embora voz dela traísse com uma leve oscilação.

Seus olhos não podiam desviar-se dele. Ela notou o caimento perfeito do smoking, a maneira como ficava sobre os ombros largos. Se as coisas tivessem sido diferentes, ela teria ido até lá e ajeitado a gravata-borboleta um pouco frouxa e depois rido sobre como ele não conseguia se vestir sozinho. Mas em vez disso ela teve que observar Natalya fazer isso.

— Não se atormente, . — colocou a mão em seu ombro e Cecília estava prestes a se virar e dar-lhe seu melhor sorriso falso.

Mas então se virou. E seu olhar perscrutou a multidão, como se pudesse sentir que ela estava olhando para ele. E então os olhos dele encontraram os dela e ela foi transportada de volta para ao carro há cinco anos. A última vez que ela olhou para ele, a última vez que seus olhos se encontraram. Ela se lembrou de como se sentiu quando ele lhe contou que ia se casar. A forma como o coração dela se partiu quando ele lhe disse que nunca a amaria da mesma forma que ela e que eles tinham que ficar longe um do outro.

Ela piscou. E então ele se virou novamente, como se ela nem existisse.




Ele não teve escolha sobre comparecer à cerimônia. Afinal, ele havia vencido o campeonato e não queria ser multado por não ter ido. Acontece que Historia estava em sua cama quando seu empresário ligou e o lembrou disso. Então a única coisa lógica era convidá-la como sua acompanhante.

A dor da partida de Kelly não desapareceu. Mas ele estava entorpecendo-o com álcool e mulheres. Ele estava se transformando na versão de si mesmo que desprezava e tinha certeza de que se Kelly pudesse ver o caminho de autodestruição que ele havia trilhado, ela ficaria decepcionada com ele – mais do que já estava.

Ele sabia que a cerimônia duraria apenas algumas horas. Então ele poderia abandonar Natalya e encontrar alguns dos outros pilotos que eram conhecidos por gostar de festas e passar a noite bêbados antes de todos encontrarem mulheres desesperadas cujas vidas seriam feitas se voltassem para casa com um piloto de Fórmula 1.

O salão principal estava mais silencioso e era bom estar cercado por pessoas que não iriam persegui-lo em busca de respostas sobre sua vida pessoal. Ele mal conseguira se defender de perguntas sobre seu casamento fracassado e por que estava chegando com outra mulher em seus braços. Quando ele finalmente entrou, ficou mais do que feliz em pegar a bebida do garçom e fingiu estar se divertindo. Ele sabia que havia olhos voltados para ele onde quer que fosse – não apenas porque tinha uma mulher deslumbrante em seus braços – mas porque sua vida estava sendo espalhada por todos os tablóides e as pessoas estavam intrigadas para saber por que sua vida estava de repente desmoronando no momento. Patético.

Ele cumprimentou educadamente várias pessoas enquanto perambulava pelo salão principal. Natalya puxava seu braço de maneira não tão sutil, tentando fazê-los ir ao bar ou sentar-se à mesa. Mas ele a ignorou e continuou conversando com as pessoas até que todas ficaram sem o que perguntar, e as únicas perguntas que restaram em suas línguas foram as que envolvia Kelly.

Quando ele finalmente ficou sozinho = ou tão sozinho quanto alguém poderia estar, com uma mulher pendurada em seu braço = olhou ao redor da sala e sentiu todos os pelos de seu corpo se arrepiarem. Ele ficou congelado no lugar enquanto olhava para a única mulher que nunca esperava ver novamente.

Monalisa.

Ela estava encostada no bar com uma taça de champanhe na mão. Ela parecia absolutamente deslumbrante no vestido vermelho de alcas que ela usava. Ela havia mudado muito desde a última vez que ele a viu, o vestido que ela usava lhe caía nos lugares certos. Ela parecia tão selvagem e bonita como sempre e ele levou mais de um momento para se recompor. Seu autocontrole estava sendo testado enquanto ele a examinava.

— ?

Um segundo se passou e então ele se virou para Natalya, que estava agarrando seu braço tentando chamar sua atenção. Mas ele estava distraído. Sua mente estava pensando na linda mulher de cabelos negros dona do coração ele quebrou tantos anos atrás.

não olhou para novamente. Ele disse a si mesmo que não se importava que ela estivesse aqui ou com quem ela estivesse aqui. Cecilia não era problema dele, ela não era mais nada para ele e ele tudo havia acabado naquela conversa com ela há cinco anos. Mas ele odiava o modo como ainda conseguia sentir a presença dela. E ele odiou ainda mais quando viu o nome dela escrito no cartão ao lado do dele.

Ele franziu a testa para a placa em cima da mesa e depois olhou em volta. Ela não estava à vista e ele sabia que poderia simplesmente ter pegado o cartão do lugar e trocado pelo de outra pessoa. Ele queria fazer isso. não queria passar uma noite ao lado dela, não assim. Ele não suportava bater papo com ela e sentir a tensão entre eles. Mas sua mão vacilou e ele não conseguiu.

Porque havia uma pequena parte dele que ansiava pela companhia dela novamente. Agora que a tinha visto, queria estar perto dela. Foi por isso que ele se sentou à mesa e esperou ansiosamente pela chegada dela.

~



Ela observou sentar-se à mesa. Ela o desprezava. Esse era o sentimento. Era um ódio total pela maneira como ele a tratou e ela não queria nada mais do que dizer para ele ir se foder. Mas lançou-lhe um olhar que indicava que ela tinha que se comportar e então ele a guiou até a mesa e ela quase riu porque é claro que o universo a colocaria ao lado dele.

agradeceu ao Deus por ter encontrado o vestido que ela escolhera. Ela estava bem ciente de quão bonita estava e não era estúpida o suficiente para ter perdido os olhares não tão sutis de alguns dos homens na sala.

Então ela usou esse incentivo para levantar o queixo e sentar-se com confiança em sua cadeira e fingir que não estava a um passo do homem que arruinou amor e amizade que existia entre eles..

ficou cauteloso ao se sentar, mas ainda assim conseguiu sorrir amplamente para seu companheiro de equipe.

— Ei,

sorriu de volta, inclinou-se para falar com e permaneceu imóvel enquanto os dois conversavam, colocando em dia os assuntos. E então estava olhando para ela e sorrindo com cuidado e ela tentando manter a respiração normal.

— Oi.— Ele murmurou.

finalmente olhou para ele corretamente. De perto ela podia ver a leve barba por fazer em seu rosto, onde ele não havia se barbeado. E o cansaço sob seus olhos. Mas, fora isso, ele parecia exatamente o mesmo de sempre. E levou um momento para ela lembrar a si mesma que ele não era o homem mais lindo do planeta. Ele era o diabo e brincava com o coração das pessoas como se elas não fossem nada.

— Como você tem estado?— Seu tom era educado, mas mesclado com algo mais que Cecília não conseguia entender.

— Estou bem.— Ela respondeu friamente.

— Você está muito linda esta noite.— a elogiou e amaldiçoou seu coração por ter parado de bater por um momento.

—Obrigada.— Ela não deixaria essa conversa prosseguir.

— Ouvi dizer que você se formou com mestrado em engenharia mecânica? Parabéns, sei que era o seu sonho.— A voz dele ficou mais suave enquanto ele falava, como se ele realmente estivesse orgulhoso dela.

Mas não iria deixá-lo voltar à sua vida como se nada tivesse acontecido. Sua voz estava gelada quando ela respondeu:

— Não finja que sabe alguma coisa sobre mim.

— Eu não...— começou, mas o locutor interrompeu, dando início à cerimônia.

não olhou para ele novamente. Nem mesmo quando ele estava no palco recebendo seu prêmio e agradecendo à família, aos amigos e à equipe por apoiá-lo. Ela não olhou para ele quando ele obviamente olhou para ela quando voltou a se sentar. Ela sorriu inexpressivamente, deixando as pessoas na mesa dar os parabéns a ele antes de se levantar educadamente e voltar para o bar.

Ela se arrependeu de ter vindo com . Ela desejou não ter deixado que ele a convencesse a se juntar a ele. Ela desejou não ter deixado Petra a ter convencido a vir nesta cerimônia.

— Outra taça de champanhe?— O barman perguntou.

balançou a cabeça.

— Você tem algo mais forte?

O salão começou a se movimentar novamente e as pessoas estavam se levantando e circulando. Ela ouviu pessoas conversando atrás dela, mas abafou o som, tomando dois shots de tequila antes de sentir a presença dele atrás dela novamente.

— Desde quando você bebe essa merda?

Ela mal virou a cabeça e apenas fez sinal para o barman lhe dar outro.

— Você vai me ignorar?— Ele zombou. O tom de sua voz sugeria que sua tentativa de ser civilizado com ela havia acabado.

O coração de disparou e estremeceu levemenfe, depois se virou para encarar . Seus cotovelos descansaram no bar e ela se recostou, esticando ligeiramente o pescoço para olhar para ele.

— Não tenho nada a dizer para você. — Ela jogou o cabelo preto por cima do ombro. — A menos que você esteja aqui para se desculpar pela forma como me tratou, não quero ouvir mais nada.

Por um momento, pareceu magoado. Ou talvez tenha sido o arrependimento que passou por suas feições. Mas então ele voltou sua expressão à neutralidade e deu-lhe um sorriso deslumbrante.

— Tenha uma boa noite, Monalisa.

Tudo o que Cecília pôde fazer foi ficar parada em estado de choque enquanto o homem que antes significava tudo para ela se virava e ia embora.

Nota da autora: Sem nota. Nota da scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.

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