CAPÍTULOS: [CAPÍTULO ÚNICO]




Última atualização: Fanfic Finalizada!

Capítulo Único


O Capitão América resgatou a todos os seus aliados e lhes deu cobertura em Wakanda, nação do novo rei, T’Challa. A guerra civil havia acabado, mas suas consequências só estavam começando. Deixara marcas em todos, mas uma jovem em especial, estava à beira da loucura.
assistia ao noticiário na TV que dizia:
“O governo oferece uma recompensa generosa de 10 mil dólares para quem encontrar a causadora da explosão em Lagos, na Nigéria. está foragida desde que o Capitão Steve Rogers a tirou do presídio de segurança máxima...”.
Antes que terminasse de ver a notícia, Clint apareceu atrás dela, acompanhado pela majestade. Desligou a TV e se sentou próximo, numa poltrona separada.
- Senhorita , - T’Challa a fez olhar para ele. – Achamos alguém que poderá ajudá-la a controlar seus poderes. Entretanto, antes, gostaria de lembrar que a senhorita não tem culpa do que está acontecendo.
Já não aguentava mais ouvir seus amigos a bajulando, dizendo que se não tivesse agido, as consequências da bomba de Ossos Cruzados teriam sido piores. Desde que se tornara vilã e depois heroína, só via caos, sangue e destruição por onde quer que passasse. Até a morte de Pietro era sua culpa em seus pensamentos.
Não se alegrou muito com a novidade contada pelo rei, porém, o seguiu até seu escritório, onde um homem esguio e galã a esperava. Usava um tipo de quimono azul escuro, luvas amarelas nas mãos, um colar com uma espécie de olho no centro e tinha uma capa que parecia possuir vida própria, pois se balançava sozinha, sem que tivesse vento no lugar.
- Senhorita ... – o homem pegou em sua mão com reverência. – Meu nome é Doutor Stephen Strange, eu vim para ajudá-la. – beijou carinhosamente as costas de sua mão. Podia jurar ter sentido um arrepio quando aquele cavanhaque a tocou.
- Como poderá me ajudar se nem eu mesma entendo sobre os meus poderes? – zombou e encarou-os com desdém.
- Seus poderes se tratam de magia. Magia é algo sem lógica, contudo, controlável. Permita-me ser seu instrutor e poderei abrir sua mente.
Ela abriu e fechou a boca algumas vezes, pensando no que iria dizê-lo. Todavia, não o fez. Estava sem palavras com tal revelação. Achava que seu poder não passava de “fumaça vermelha” capaz de hipnotizar e mover objetos.
O tal doutor lhe estendeu a mão, a qual, hesitante, segurou. Com um aceno de cabeça para T’Challa por parte dele, nem deu a ela tempo de se despedir dos amigos. Abriu um portal e por ali passaram.
Chegaram a uma mansão com decoração inerente. Suas cores eram vintages. Os carpetes aparentavam serem velhos, com desenhos que pareciam vistos em alguns livros pela garota quando mais nova. Tinha vários artefatos expostos em vidros e caixas espalhadas em cada canto. O teto parecia ter olhos, mas na verdade, era uma criatura mística que Stephen expulsou gritando um “Xô!”.
Apesar de toda aquela peculiaridade, já havia gostado do local e não demorou em se sentir à vontade. Principalmente depois que conheceu seu quarto, o qual tinha um botão onde poderia escolher qual vista teria, como se fosse uma janela. Escolheu poder ver Sokovia mais uma vez.

(...)


Dias se passaram e o treinamento da jovem começara no dia seguinte em que havia chegado. Acordavam cedo, tomavam café, acompanhados pelo grande companheiro do mago, Wong, e corriam para uma sala que dava acesso ao Kamar-Taj, lugar onde Strange foi treinado. Ficavam juntos ali por horas a fio, mesmo depois que ele se retirava, ela continuava a treinar.
Apesar da saudade que sentia dos Vingadores e da vida que levava antes do governo criar o maldito tratado, sentia-se livre pela primeira vez em tanto tempo. Tanto Wong, quanto Stephen a davam uma liberdade assustadora, pois o fato de eles não terem medo dela era inédito.

(...)


Com o passar do tempo, desenvolvia seus poderes rapidamente. A cada dia se descobria mais e aquilo despertava alegria e temor em Stephen. Sabia que o potencial da moça era avassalador, caso quisesse causar devastação. Em segredo, pediu à T’Challa que com seus recursos tecnológicos, ajudasse-o a estudá-la melhor. E mesmo que para muitos, magia e tecnologia sejam coisas totalmente opostas; fora o Pantera Negra quem palpitara a primeira vez que os poderes dela tinham essência mística.
Em uma noite, a jovem teve um sonho um tanto esquisito. Viu-se sozinha no Sanctum Sanctorum e por mais que gritasse o nome dos outros moradores, a única resposta que recebia era o eco da própria voz. Desceu as escadas correndo, procurando por Stephen, mas encontrou uma enorme criatura roxa, de aparência hedionda e expressão sádica.
Usava uma armadura dourada e em uma das mãos uma luva de mesma cor, que carregava seis joias de cores diferentes. Em outra mão, trazia a cabeça do Mago Supremo, arrancada a sangue frio de seu corpo, com as próprias mãos do Titã. Adivinhou isso quando o viu olhá-la com furor. Seu destino seria o mesmo.
Com apenas um grito e o rosto cheio de lágrimas, o cenário mudou. Nele, Strange e ela corriam juntos em meio a um campo florido, num dia ensolarado e riam alto. Pareciam se divertir com uma espécie de pega-pega. Ele a abraçou por trás, fez cócegas em sua barriga até que suas pernas bambeassem e caísse no chão de tanto rir. Puxou-o para cima dela e o beijou com desejo, paixão.
Mas uma fumaça vermelha os envolveu e enegreceu todo o local. Os olhos do mago antes azuis se fizeram da cor negra, uma espécie de pentagrama surgiu em sua testa, enquanto evocava algumas palavras. Com um gesto de mão, jogou para longe, que o ouviu dizer:
“Você nos matou. Você matou a todos nós. Sua assassina!”
Ouviu seu nome ser chamado pela voz do mesmo, longínqua. Quando abriu os olhos, caiu na cama. Percebeu que aquilo não passara de pesadelos.
- O que aconteceu? Você estava flutuando sobre a cama! – perguntou curioso.
- Tive alguns sonhos ruins. – viu-se suada, trêmula.
- Tenho sonhos assim todas as noites. Quer que eu me deite com você? – ela apenas assentiu e ele se deitou colado em suas costas.
Acariciou seus cabelos e parou para observar a beleza de seu rosto, enquanto temia a previsão que a garota havia sonhado. Não queria revelá-la, mas seus dons envolviam premonição e telepatia. Deu-se ao luxo de ler sua mente para saber o que a perturbava.

(...)


Depois de meses de treinamento, era chegada a hora de se levantar mais uma vez e lutar. Há pouco tempo, havia previsto que uma grande guerra estaria vindo à Terra. Strange a treinara e preparara para que quando chegasse, estivesse no auge de seus poderes.
Esse tempo foi necessário para amadurecer. Descobriu-se como feiticeira e mulher. Ganhou um novo traje: um longo vestido vermelho com apenas uma fenda embaixo, uma meia calça, luvas, botas e (o mais encantador) uma tiara na mesma cor. Com isso, também ganhou um novo nome: Feiticeira Escarlate. Escolhido a dedo por Wong e Stephen para que a sonoridade botasse medo em quem ouvisse.
O mago, aliás, por mais que não admitisse, desenvolveu uma paixão platônica pela aprendiz. Sabia que nunca poderia tocá-la e nem queria se envolver. Todos seus relacionamentos eram lastimáveis, além dela ser jovem demais para ele. Porém, a cada dia, estava mais difícil ignorar a sensualidade e autoconfiança que ela esbanjava. Parecia fazer de propósito para vê-lo boquiaberto.
Entretanto, naquele dia, não teve tempo de reparar nela direito. Teve de mandá-la à Wakanda, onde teria de convencer Steve Rogers e seus companheiros a lutarem mais uma vez ao lado de Tony Stark. Não que isso a agradara, pois uma das pessoas que mais odiava era o bilionário. Enquanto isso, Stephen foi junto de Wong à procura do Homem de Ferro e do Hulk, que surpreendentemente, aparecera na Mansão Stark, após o fim do Ragnarök em Asgard.
Quando finalmente se encontrou com ele, já estava tarde. Membros da Ordem Negra de Thanos haviam destruído parte de Nova York. Destroços, fogo, gritaria e lamúrias tomavam conta do local. Pararam em meio àquela devastação e conversaram sobre os planos que tinham, enquanto Stark zombava da fé de Strange na magia. Este, já estava a poucos centímetros de distância para dar um soco no Homem de Ferro, quando Banner foi atingido por Estrela Negra, um dos aliados de Thanos com poderes parecidos com o Hulk.
Cada um dos heróis foi atacado por um membro. Fauce de Ébano e Stephen se enfrentariam. Uma repórter decidiu gravar tudo o que acontecia. Simultaneamente, e seus amigos discutiam sobre a guerra. T’Challa aumentou o volume da TV, onde todos começaram a prestar atenção:
“Neste momento, um monstro de aparência horripilante está enfrentando o ex-neurocirurgião, Stephen Strange, que atualmente é conhecido por manipular magia...” – a jovem nem conseguia mais se atentar ao que a mulher falava. Ficou horrorizada ao ver aquele monstro em cima de seu mestre, enquanto espremia-o contra o chão.
Sem hesitar, abriu um portal, como havia aprendido com o próprio doutor. Em meio aos questionamentos dos ex-companheiros, atravessou-o em silêncio, chegando ao local da confusão, onde diante dos seus olhos, a repórter e seu câmera foram esmagados pelo adversário do Hulk.
Levou as mãos à boca aberta com horror. Viu o mago sendo torturado por Fauce de Ébano. Evocou os poderes do mais profundo de seu eu e jogou contra a criatura horrorosa que se desfez, como se nunca tivesse existido. Aquilo assustou a todos os outros inimigos, que ao verem os olhos da feiticeira brilhando em um vermelho muito forte, saíram correndo assustados.
Ela aproveitou para socorrer Stephen, que estava zonzo, porém consciente. Não o permitiu falar. Apenas criou um portal, apoiou-o em seu braço e o levou para o Sanctum. Ao atravessarem, o deitou sobre um sofá antigo que tinha na sala. Correu à cozinha e voltou com um copo d’água. O fez beber e notou a palidez em seu rosto.
- O Olho de Agamotto... A Joia do Tempo... Foi roubada! – ele balbuciou ainda ofegante.
- Nós vamos recuperá-la! – ela lhe garantiu.
Ele deu um pequeno sorriso, mas a olhou com tristeza.
- Ah, ... Se você soubesse tudo o que está para acontecer... – suspirou pesadamente.
não era uma garota ingênua. Percebera há tempos a atração que o professor sentia por ela. Abusara de jogar seu charme para forçá-lo a tomar a primeira atitude, no entanto, ele tinha medo. Como ela teve.
Medo de não ser correspondido. Medo de ouvir um “não”. Medo do perigo que um relacionamento entre os dois poderia causar ao mundo. Medo de um desequilíbrio místico. Medo de algum de seus inimigos lhes atacar. Medo de ser arrogante e magoá-la.
Mas agora, com o fim do mundo próximo, não teriam nada a perder.
Então, ela aproximou-se de seu rosto pálido, encostou seus lábios num beijo rápido e involuntário. Em seguida sorriu e o viu fazer o mesmo.
- Queria dizer que estou feliz em ver o fim do mundo ao seu lado. – ela expressou.
- Só será o fim do mundo se você permitir. – ele completou.
Não entendeu muito bem o que quis dizer, entretanto, se sentiu feliz quando ele puxou seu rosto e lhe deu mais um beijo. Desta vez mais calmo; mais quente, como se aquela fosse uma despedida final.

Você acredita no depois?
Prefiro o agora
Se no fim formos só nós dois
Que seja lá fora
O mundo acaba hoje eu estarei dançando
O mundo acaba hoje eu estarei dançando
O mundo acaba hoje eu estarei dançando com você
(Agridoce – Dançando)



Fim...



Nota da autora: Sem data.


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