Última atualização: Finalizada

Capítulo Único

O sol estava mais forte do que o normal àquela tarde, null estava correndo na areia quente da praia de Ipanema, e o suor escorria em seu rosto. Ela correu do posto nove ao posto onze e depois voltou, quando ela terminou seu exercício olhou em volta e decidiu dar um mergulho.

- Com licença, você pode cuidar do meu tênis, eu vou só dar um mergulho rápido. – Ela pediu ofegante para uma garota que se bronzeava deitada em uma canga.
- Claro, pode colocar aqui! – Ela agradeceu, e colocou o tênis ao lado da garota.

Ela correu para a água e mergulhou na primeira onda que venho de encontro a ela. Se refrescar na água do mar era tudo o que ela precisava, assim aproveitava para limpar a alma das energias ruins que insistiam em atacá-lá.
Seu mergulho não demorou muito, ela saiu e foi em direção à garota que topou cuidar de seu tênis.

- Nossa, obrigada! – Ela sorriu para a garota, que sorriu de volta.
- Imagina!

Ela pegou seu tênis e foi em direção ao quiosque que tinha na orla da praia.

- Boa tarde, eu quero um coco, bem gelado! – Ela pediu para o garoto dentro do quiosque.
- É pra já!

Sentou-se em uma mesa qualquer e nesse momento seu celular começou a tocar. Ela pegou o celular e viu que a ligação era de sua melhor amiga.

- Alô?
- Oi, tudo bem? – A voz da garota no outro lado da linha estava animada.
- Tudo bem sim, e você?
- Tudo maravilhoso, amiga! Consegui dois VIPs para um show que vai rolar na Lapa, topa?
- Show de quem? Sabe que não gosto da Lapa! – null falou um pouco apreensiva.
- O show é da banda de um amigo do meu primo, nada muito grande! Eu preciso de companhia para ir.null choramingou.
- Que horas eu preciso estar pronta? – Ela se rendeu ao convite da amiga.
- O show começa à meia noite, mas precisamos chegar lá uma hora mais cedo. Então esteja pronta às dez e meia, e eu passo com o meu irmão para te buscar.
- Ah, seu irmão vai também? – Ela resmungou.
- Claro, alguém tem que dirigir pra mim, já que pretendo perder a linha hoje! null riu da frase da amiga, nesse momento o garoto chegou com seu coco.
- Obrigada! – Ela tirou o telefone do ouvido. – Pode me trazer um pastel de camarão com queijo, por favor? – Ele assentiu e ela voltou o celular para o ouvido. – Ah, você pretende perder a linha?
- Claro, essa semana foi tensa de mais.
- Realmente, vou te acompanhar e ficar bem louca também! – Elas riram juntas.
- Então te encontro às dez e meia, ok?
- Ok, vou estar prontinha! Te amo!
- Eu também. – A chamada foi finalizada.
null aproveitou para ver as notificações do seu celular, não tinha nada muito importante. Ela abriu o Instagram, e tirou uma foto com seu coco, compartilhou em sua story. Bloqueou o celular e deu um gole na bebida.
- Seu pastel, moça! – O garoto voltou.
- Obrigada!
Ela terminou de comer, pagou a conta e foi para sua casa, que ficava a dois quarteirões da praia. Seu prédio tinha apenas uma torre. Ela entrou no hall cumprimentou o porteiro, e entrou no elevador. Chegou em seu apartamento, e logo foi tomar banho.

null saiu do chuveiro com o cabelo enrolado em uma toalha, olhou o horário em seu celular e aproveitou para ler as mensagens de suas amigas.

“Quais os planos para essa noite?”


Ela ficou na dúvida se deveria responder que iria para um show com sua melhor amiga, então ela decidiu não responder. Ela jogou o celular em cima da cama, e ligou a televisão. Jogou-se na cama, e pegou no sono.

XX
XX


- Vai logo, null, a gente ainda precisa passar o som! – Lucas gritou para o colega de banda, que estava no banheiro.

O lugar aonde eles iam se apresentar naquela noite não era muito grande, ele estavam acostumados com lugares maiores, mas isso não era algo importante, o importante era encher a casa e fazer uma apresentação perfeita.

- Caralho, null! – Lucas bateu na porta com força. – Anda logo, cara, você não vai ficar mais bonito que isso!
- Quando você quer, você é muito insuportável, Lucas! – null saiu do banheiro com seu topete mais alto do que o comum. – Já está tudo instalado? Se eu chegar ao palco e tiver um fio fora do lugar, você sabe que você vai apanhar, não é?
- Alguma vez a gente deixou alguma coisa fora do lugar? – Eles foram andando para o palco.
- Nunca!
- Então pronto, vamos passar o som, e depois a gente se arruma pro show. O Danilo e o Caio estão no palco já. – Lucas e null seguiram para o palco, onde seus outros colegas de banda estavam afinando seus instrumentos.
- Finalmente! – Caio falou assim que null pegou sua guitarra.
- Não fala nada não, o Lucas já falou merda demais! – null virou de frente para a bateria onde Lucas estava sentado com os pontos de retorno nos ouvidos.
- Todo mundo pronto? – Danilo perguntou.

null posicionou seu ponto no ouvido ainda de frente para seus colegas de banda, ele assentiu para Lucas que bateu uma baqueta na outra, e Caio tocou a primeira nota da música.
A passagem de som foi ótima. Lucas, null, Caio e Danilo fizeram um toque quando terminaram a última música, null foi o primeiro a se desvencilhar de seu instrumento, ele tirou os pontos que estavam no ouvido e deixou-os pendurado em seus ombros.

- Não sei por que, mas estou sentindo que esse show vai ser o melhor de todos. – Lucas falou saindo de trás da bateria.
- Esse lugar é minúsculo! – Danilo afirmou sem entender ao certo o que Lucas estava dizendo.
- Eu sei, por isso estou dizendo que vai ser um dos melhores, vai nos fazer lembrar de quando começamos.
- Você tem um ponto! – Caio concordou com Lucas.
- null? – Danilo chamou o vocalista, que estava distraído com seu celular.
- Oi!? – O garoto olhou para os amigos.
- O que você tanto olha nesse celular? – Caio perguntou.
- Eu convidei um amigo, e estou pedindo o nome das pessoas que ele vai trazer. – Todos assentiram. – Preciso passar esses nomes para os seguranças lá fora. Já volto!

null desceu do palco e se direcionou para a porta de entrada do ambiente, ele abriu a porta e encontrou uma fila enorme do lado de fora da casa de show.

- Nossa vai lotar! – null chamou a atenção do segurança.
- Parece que sim! – O homem, que mais parecia um armário, confirmou.
- Ah, eu convidei uns amigos, que vão ficar no VIP, você tem um papel para eu anotar os nomes?
- Aqui, pode escrever os nomes nessa lista! – O homem entregou uma prancheta com dez nomes escritos, e uma caneta junto.

null escreveu o nome de seu amigo e as pessoas que viriam com ele, e devolveu a prancheta para o segurança.

- Obrigado! – Ele sorriu.

Olhou novamente para a fila, e sorriu para a turma que estava na frente cantando uma música de sua banda.

- Ai, meu Deus! – Uma garota gritou. – É o null! – Outras garotas gritaram quando o viram e ele sorriu e acenou.
- Oi, gente! – null já estava habituado com suas fãs.
- Eu sou sua maior fã, null! – A garota esticou a mão para ele.
- Aff, que decadência! – null ouviu a voz de uma garota ao seu lado. – Ela só falta se jogar no colo dele!
- Eu não me importaria se ela fizesse isso! – null olhou para a garota.
- Não era pra você ter escutado. – null assentiu. – Desculpa!
- Fica tranquila! É aquilo que dizem, “haters gonna hate!” – Ele deu de ombros.
- Não sou uma hater, eu não te conheço! – A garota franziu o cenho.
- Não por isso, eu sou o null, prazer! – Ele estendeu a mão para ela, que apertou e sorriu.
- null!
- null Monteiro? – null perguntou.
- Sim! Você me conhece? – A confusão na cara de null era nítida.
- Na verdade, não, acabei de descobrir que você é uma das minhas convidadas VIP. – Agora fazia sentido na cabeça dela.
- Você é o amigo do Thiago! – Ele assentiu.
- Amiga, por que você saiu correndo? – Outra garota apareceu ao lado de null.
- Para conseguir segurar o lugar na fila. – null soltou a mão de null e se virou para a amiga.
- Vocês querem entrar? – null chamou a atenção das garotas para si.
- Mas não abriu ainda. – null falou.
- Mas vocês são VIPs e são minhas convidadas, podem entrar antes! – Ele deu de ombros. – Prazer, null! – Ele estendeu a mão para a outra garota.
- null! – Ela sorriu e apertou a mão do garoto.
null sorria para ele, que sorria de volta.
- Você é a prima do Thi? – null assentiu. – Ele já está chegando?
- Sim, ele está... – Ela olhou para os lados e encontrou seu primo. – Ali. Thi, vem aqui! – Ela chamou o garoto, que veio acompanhado por mais um menino.
- Pedrão! – Ele cumprimentou null com um abraço. – Esse aqui é meu primo Matheus, minha prima null e a amiga dela...
- null Monteiro! – null interrompeu o menino olhando fixamente para null, que estava ficando com suas bochechas coradas.
- Vocês já se conheciam? – Thiago perguntou.
- Não, nos conhecemos agora, quando ela criticou minha fã por ser minha fã. – Ele deu de ombros e ela negou.
- Eu não critiquei por ser sua fã, critiquei pela histeria dela só por ter te visto. – null se defendeu. – E nem era pra você ter escutado o que eu falei. – null riu do nervosismo da garota.
- Vamos entrar! – null chamou novamente.

Ele abriu a porta do local, e deixou seus convidados passarem.

- Esses são os convidados que eu acabei de escrever ai na lista, já pode colocar que eles entraram. – null falou para o segurança, e entrou no ambiente. – Obrigado!
- null! – A fã gritou novamente, chamando a atenção do garoto para si. – Tira uma foto comigo, por favor?
- Lá dentro, gatinha! – Ele piscou para ela, virou de costas e entrou na casa de show.

null e null estavam tirando fotos juntas, e rindo das caretas que faziam.
Thiago e Matheus estavam próximo delas mexendo em seus respectivos celulares.

- Vocês querem beber alguma coisa? – null chegou perto das meninas.
- Ah, eu quero uma caipirinha! Me acompanha, amiga? – null respondeu o garoto, e null assentiu.
- Eu só preciso descobrir onde eu peço isso! – null olhou em volta de si. – Eu acho que eu posso pedir...
- Ali! – null apontou para o bar que estava ali próximo deles.
- Isso, ali! Eu já volto! – O garoto saiu de perto delas, e as duas caíram na gargalhada.
- Ele nem sabe o que ele está fazendo aqui! – null falou dando risada, e null acompanhou. – Não, para! Agora falando sério, ele é mega gato! – null negou com a cabeça. – Claro que é, null, ele pode ser metido coisa e tal, mas ele é bonito sim! – null continuou negando freneticamente com a cabeça, e apontando atrás dela com o queixo.
- Obrigado, fico feliz com o elogio! – null esticou os copos que estavam suas mãos para as meninas. – Mas da próxima vez, presta atenção no que sua amiga está tentando te dizer.
- Obrigada! – null disse dando um gole de sua bebida. – Com licença, eu vou ali falar com o... Thiago!
- Comigo? – Thiago olhou para a garota.
- Sim, eu estou tendo uma crise de vergonha alheia! – Ela foi em direção a ele.
- Como assim? – Matheus entrou na conversa.
- Sua irmã falou do menino, e ele estava perto ouvindo tudo! – Ela cobriu o rosto com a mão que estava desocupada.
- Ai, null, vem aqui! Já vão abrir, e a gente sobe no palco em dez minutos! – Danilo estava falando no microfone no centro do palco. Todos olharam para ele. – Eita, tem mais gente aqui! – Ele colocou a mão para frente, tapando o holofote que estava ligado bem no meio do palco.
- Eu já vou, Dan! – null respondeu. – Gente, eu preciso ir lá pra dentro, sugiro que se vocês querem mesmo ver o show, subam aquela escada ali, e podem sentar ali em cima. – Ele apontou para um balcão que ficava bem de frente para o palco. – O som lá é melhor também!
- Valeu, cara! – Thiago cumprimentou o garoto com um toque.
- Bebida para vocês é de graça, vocês podem ficar a vontade, mas agora preciso mesmo ir! – Ele tocou a mão na mão de Matheus e deu um beijo na bochecha de null e null.
- Bom show, mano! – Thi falou.

null foi a primeira a se direcionar a escada que null mostrara.

- Aonde você vai, amiga? – null chamou a atenção da melhor amiga.
- Você ouviu o que ele disse? Daqui a pouco isso daqui vai encher de fãs malucas, eu não vou ficar no meio dessa baderna. – Ela voltou a caminhar até a escada.

Subiu as escadas devagar, e deu um pequeno gole em sua bebida, chegou no balcão e se aproximou da barreira de vidro que ficava na altura do seu umbigo. Olhou para null, Matheus e Thiago lá embaixo que estavam rindo e tirando fotos juntos.

XX


- Desculpa, galera, meus convidados chegaram, e eu quis ser um bom anfitrião. – null abriu a porta do camarim no qual seus colegas de banda estavam. – Vamos lá, o que falta?
- Falta arrumar seu cabelo né, null?! – A cabelereira dos garotos falou.
- Sua maquiagem! – A outra mulher disse.
- E seu figurino! – Mais uma se pronunciou.
- Ok, acho que estou muito atrasado. Temos dez minutos para fazer tudo isso! – Ele se direcionou a cadeira da cabelereira.
Ela molhou o cabelo dele todo com um borrifador, e depois secou passando uma escova para deixa-lo liso. Quando o cabelo estava completamente seco, ela pegou uma lata de laque e agitou-a.
- Fecha os olhos! – O garoto obedeceu, e ela espirou o produto em seu cabelo, deixando seu cabelo em um topete perfeito. – Pode vir, Annie! – Ela chamou a maquiadora, que já veio pronta para passar seus produtos no rosto do garoto.

A maquiagem dele não foi nada muito chamativa, apenas uma base para esconder as imperfeições de seu rosto, e um pó para fixar aquela maquiagem.

- Fecha os olhos, null! – Ele fechou e ela pegou um líquido transparente, espirou duas vezes em seu rosto. – Não se mexe! – Ela abanou o rosto dele com uma revista que estava ali perto dela. – Está sentindo o rosto úmido? – Ele negou. – Então pode ir se trocar!
- Obrigado, Annie e Ellen, vocês são as melhores. – null falou se admirando no espelho.
- Meninos, dois minutos! – O produtor dos garotos entrou no camarim. – Casa lotada! – Ele sorria.
- Yes! – Danilo e Caio comemoraram.

Lucas não prestava atenção em nada, estava deitado no sofá com seus fones de ouvido, ele dizia que aquilo o acalmava antes de subir no palco.

- Vem, null, você precisa se trocar! – A figurinista chamou.
- O quê? Você nunca está pronto na hora! Impressionante, null! – O produtor brigou com o garoto.
- A culpa não é minha... – Ele tirou a camiseta que usava. – Meus convidados chegaram um pouco mais cedo. – A garota entregou uma camisa rosa para ele. – Tive que dar uma atenção. – Ele vestiu a camisa e desabotoou a calça. – Foi mal!

null abaixou a calça e pegou a outra calça que a mulher lhe entregou, vestiu a mesma e fechou-a. A figurinista fechava sua camisa enquanto ele trocava o tênis.

- Eu devia ganhar um prêmio toda vez que você dá essa desculpa, null! – O produtor falou ainda mais revoltado com o garoto. – Com certeza eu seria o cara mais premiado do mundo!
- Eu estou pronto, porra! – null gritou assim que sua camisa foi fechada por completo. – Agora vamos pro palco.

null passou pelo seu produtor e bateu o ombro no ombro dele. Danilo e Caio chamaram Lucas, e ele se levantou ainda com os fones no ouvido. Andaram pelo corredor que os levariam para o palco, e de longe podiam ouvir os fãs gritando o nome da banda.

- Ah, o som do sucesso! – Caio suspirou, e bateu no ombro de Lucas, que rodava uma de suas baquetas em seu dedo. – Tira esse fone, cara!
- Só quando eu sentar na bateria e colocar meus pontos de retorno! – Lucas gritou de volta para o colega.
- Não precisa gritar! – Caio gritou.
- Foi mal!

Eles pararam na abertura do palco, e se juntaram em uma roda.

- Vamos arrasar! – Danilo falou colocando a mão no centro do círculo. Todos colocaram as mãos em cima da dele.
- Vamos! – Todas gritaram juntos e jogaram as mãos para cima.
- Pode entrar, Lucas!
O palco estava todo apagado, Lucas entrou e se sentou no banco atrás da bateria. Bateu nos pratos com as baquetas e fez a plateia gritar. Danilo entrou em seguida e se posicionou em seu lado do palco. Caio foi o próximo a entrar, e segurou sua guitarra. A plateia estava em silêncio total.
- Onde está a minha guitarra? – null gritou e todos na plateia vibraram. Lucas bateu em todos os tambores e pratos, e as luzes piscaram no ritmo da batida da bateria. O silêncio se instalou de novo, e null puxou o ar, se preparou para entrar no palco. – Você ouviu o que eu perguntei? Onde está minha guitarra? – Ele gritou novamente, dessa vez no palco. Ele pegou a guitarra e olhou para Lucas, assentiu para ele e o garoto tocou a bateria novamente no mesmo ritmo, e as luzes o acompanharam. A plateia gritou ainda mais alto, quando perceberam que null estava em cima do palco.
Lucas bateu três vezes uma baqueta na outra, e null deu o primeiro acorde na guitarra se virando de frente para a plateia. Seus colegas de banda o acompanharam tocando a música que eles sabiam de cor e salteado.

null não conseguia tirar seus olhos do palco, aproveitou que seus amigos não estavam com ela, e admirou o show de verdade, cada detalhe das músicas, luzes, melodia, a interação do público, ela não pode deixar passar nada. Estava sentindo uma sensação enorme de orgulho por aqueles garotos que estavam no palco e ela mal conhecia. Era nítido que eles amavam o que estavam fazendo, e realmente tinham o talento para estar naquele lugar.
null tinha uma visão perfeita do palco como um todo, ela resolveu tirar uma foto do show que faltava pouco tempo para acabar.
A foto que ela tirou, aparecia apenas null e seus colegas de banda no palco escuro, aparecendo apenas com um holofote em cima de cada um. Ela logo postou no Instagram, com o nome da banda em uma hashtag. A pontuação da tag estava alta, possivelmente pelo fato do numero de fãs que eles tinham apenas ali naquela noite. Ela bloqueou o celular e continuou segurando o aparelho na mão.

- Galera, vocês são os melhores! – A música acabou e null se pronunciou quando a plateia ficou em silêncio . – Sério, é muito bom ter todos vocês aqui, estamos muito felizes! Obrigado! – A plateia gritou e aplaudiu, null acompanhou os aplausos. – Espero que tenham curtindo o tanto que nós curtimos, a festa não acabou. Curtam o resto da noite, e mais uma vez obrigado por esse show maravilhoso! Vocês são fodas! – Todos aplaudiram e gritaram, eles saíram do palco e uma música eletrônica começou a tocar.

null foi até o bar que tinha ali no balcão.

- Oi, eu quero uma caipirinha bem fraca! – Ela pediu para o único garçom que estava ali.
- Só tem você aqui em cima? – Ele perguntou colocando algumas coisas em um copo de metal.
- Sim! – Ela assentiu.
- Veio sozinha para o VIP? – Ela negou com a cabeça e ele começou a agitar o copo de metal.
- Na verdade, meus amigos estão lá embaixo, não quiseram subir! – null deu de ombros. – E eu não gosto muito de multidão, eu sou um pouco claustrofóbica.
- Entendo. – Ele despejou a bebida em um copo grande, e entregou para ela com um canudo preto dentro. – Se precisar de qualquer coisa, pode me chamar, eu sou o Ricardo!
- Obrigada! – null sorriu para o garçom, que sorriu de volta.

Ela voltou para o balcão e ligou a tela do celular, na tela tinha várias curtidas e comentários na foto que ela postou, ela abriu uma das notificações e esperou carregar a foto e os comentários.

- O que, cento e cinquenta curtidas e dez comentários, nunca tive essa quantidade de curtida em menos de dez minutos. – Ela rolou a tela e leu um comentário que chamou sua atenção.

“Melhor foto que vi desse show até agora!”


Ela entrou no stories, e viu as visualizações, mais de quinhentas.

- Como assim? Por causa de uma foto? – Ela bloqueou o celular e deu um gole grande em sua bebida.
- Obrigado pela melhor foto tirada desse show. – Ela ouviu a voz de alguém atrás de si, e olhou para a pessoa.
- Que susto, null! – Ela colocou a mão no coração como se realmente estivesse assustada.
- Podia ter me marcado!
- Eu não te sigo, na verdade não te conhecia até hoje! – null deu de ombros e voltou a olhar para as pessoas que estavam dançando na parte debaixo do lugar.
- Pode seguir agora, acabei de te seguir! – null parou ao seu lado. – Gostou do show?
- Sim, vocês são bons! – null olhava para ela, mas não tinha o olhar dela de volta para si.
- Só bons? – Ela assentiu, olhou de relance para ele e voltou a olhar para a pista de dança. – E você pegou uma carona no nosso “ser bons”?
- O quê? – null olhou para null, e manteve seu olhar preso no dele. – Se você quiser eu apago a foto!
- Não foi isso que quis dizer! – Ela franziu o cenho.
- Foi exatamente isso que você quis dizer, que eu aproveitei o sucesso de vocês para ter um pouco também, e não tem nada a ver. Eu postei a foto porque achei o show de vocês legal, mas se isso significa que quero compartilhar da sua fama, não precisa se preocupar, eu apago a foto! – Ele negou com a cabeça. – Se não foi isso que você quis dizer, foi o que então?
- Não quis dizer nada, foi uma brincadeira! – null riu um pouco da garota que estava bem brava. – Foi só uma brincadeira, null, não precisa levar a sério!
- Não pareceu uma brincadeira, e você deve saber que toda brincadeira tem seu fundo de verdade. – Ele negou.
- Não as minhas! – null riu mais. – Quando falo sério, eu falo sério. Não mando indireta através de brincadeiras.
- Se você diz! – null deu de ombros e voltou a olhar para as pessoas que dançavam na parte debaixo.
- O fato de eu querer te beijar agora, não é brincadeira! – null falou olhando para frente e ela olhou para ele.
- O quê? – null olhou em seus olhos e assentiu.
- Isso mesmo, estou bem a fim de te beijar agora! – null abaixou a cabeça, suas bochechas começaram a esquentar e ela tentou conter o sorriso que quis aparecer em seu rosto. – Posso? – null levantou a cabeça de null para encontrar suas bochechas totalmente vermelhas.
- Acho melhor... – Ela não conseguiu terminar, pois naquele momento os lábios de null se encontravam colados nos seus.

Ela o empurrou pelo ombro até ele afastar seus lábios dos dela.

- Vo-você é maluco? Você nem me deixou terminar de falar, você nem me conhece e já me beijou assim? – Ela empurrou-o e saiu de perto dele.

null deixou seu copo no bar, e desceu as escadas. Chegou à pista que estava lotada, pensou em procurar sua melhor amiga no meio da multidão, mas viu que não daria certo. Resolveu mandar uma mensagem para a amiga, falando que precisou ir embora.
Ela saiu do local, e procurou em qualquer lugar ali um táxi.

- Moça? – O segurança colocou a mão em seu ombro e ela pulou para trás. – Calma, está tudo bem?
- Não, eu preciso de um táxi, agora! – null voltou a procurar por ali, até ver um carro amarelo parado um pouco mais a frente dali. – Achei!

Ela correu até o carro, abriu a porta de trás e entrou no carro.

- Boa noite! – O motorista que mexia em seu celular bloqueou o mesmo e olhou para a garota pelo espelho retrovisor. – Para onde nós vamos?
- Ipanema! Posto nove! – null olhava para o lado de fora do carro.

O motorista acelerou o carro.

- A null foi embora, preciso ir atrás dela! – null gritou perto do ouvido do irmão. – Me leva na casa dela?
- Ah não, null! – Matheus gritou por cima da música.
- Ma, por favor, eu preciso ver o que aconteceu com ela! – Matheus negou com a cabeça. – Então eu vou de táxi, e vou falar pra mamãe que você me deixou sozinha na rua!
- Para de ser infantil, null! Vamos lá fora, eu chamo um táxi para você. Assim que você chegar na casa da null você me manda uma mensagem, quando eu sair daqui eu passo lá e te busco! – Matheus segurou o pulso da irmã e puxou-a para fora da casa de shows. – Vou chamar o táxi! Você espera aqui.

null ficou parada na porta do local ao lado do segurança. Matheus estava um pouco à frente, perto do meio-fio da calçada, quando um táxi passou e ele pediu para parar.

- Vem, null! – null foi até irmão. – Esse dinheiro é o suficiente para chegar lá, me manda mensagem!
- Ok, te amo! – Ela deu um beijo na bochecha do mais velho e entrou no carro. – Boa noite, eu vou para o posto nove!

O motorista arrancou com o carro, e depois de alguns minutos eles estavam andando pela orla da praia.

- Ali, moço, pode parar ali! – Ela apontou alguns metros de distância, quando viu null andando pela orla.

O taxista parou o carro, e pegou o dinheiro que null o entregava. Ela agradeceu, saiu do carro e atravessou a rua correndo.

- null! – null gritou e null olhou para ela. – O que aconteceu, por que você saiu da festa?
- Aconteceu uma coisa estranha. Eu estava no balcão, curtindo o show, e quando o show acabou o null foi pra lá e depois de uma conversa muito esquisita ele me beijou! – null explicou sem dar tempo da amiga entender. – Do nada, ele pediu para me beijar, e eu disse que eu achava melhor... e ele me beijou!
- O null te beijou? Aquele gato do null te beijou e você fugiu? – null assentiu. – Você só pode ser burra!
- Eu nem conheço ele, amiga! E você sabe muito bem que não gosto de ficar com quem eu não conheço. – null assentiu.

null segurou a mão da amiga e puxou-a em direção a areia, elas se sentaram ali.

- Foi tão estranho! – null olhava fixamente para o mar, que quebrava suas ondas com seu som próprio.
- Você curtiu ficar com ele! – null riu da amiga. – Meu Deus, você fugiu porque você gostou!
- Por que você me conhece tanto? – null olhou para a amiga, rindo. – Nunca beijei ninguém assim.
- Você nunca beijou ninguém, amiga! – null negou o comentário da amiga.
- Claro que beijei, ou seu irmão no jogo verdade ou desafio, não conta? E ele ter curtido tanto o beijo no jogo e ter me beijado mais umas cinco vezes depois daquilo, não conta?
- Você ficou com o Matheus cinco vezes? – null assentiu.
- E você sabe bem disso! Foi o único que eu beijei na vida? Sim, mas já tenho alguma coisa para comparar.
- Porque você não manda uma mensagem para ele, e vocês podem se conhecer melhor! – null sugeriu.
- Não mesmo, se for pra alguma coisa acontecer vai ser por acaso, não vou forçar nada só por causa de um beijo bom! – null voltou a olhar para o mar. – Você podia dormir lá em casa hoje!
- Preciso ver com o Matheus, ele ficou de vir me buscar na sua casa. Tem minha mãe também, acho que hoje não vai dar. Infelizmente não moro sozinha ainda! Você não vai trabalhar amanhã?
- Não, amanhã é minha folga! Vou aproveitar pra tomar um sol, você podia muito vir comigo! – null riu.
- Ok, vou dormir na sua casa, só que você vai ter que me emprestar suas roupas! – null assentiu e as duas se levantaram.

XXX

XXX

- Caralho, essa garota só visualiza, não responde nunca! – null bateu a mão em cima da mesa, e soltou o celular na mesa.
- Que garota? – Lucas perguntou.
- Aquela que eu beijei no show do mês passado! – Ele respondeu o colega de banda.
- A gente fez tanto show mês passado, não tem como lembrar um específico. – Lucas respondeu sem dar importância para seu colega.

null continuou stalkeando as fotos do Instagram da garota, como vinha fazendo desde o dia em que a conheceu. Ele não conseguia pensar em outra pessoa desde quando a beijou, não sabia o motivo de ter gostado tanto dela, talvez o fato de ela não se importar com quem ele era, ou de simplesmente não querer nada com ele, diferente das garotas que ele costumava conhecer nas noites, ou em seus shows. Aquilo chamou sua atenção.

- Vamos surfar? – Lucas chamou a atenção do garoto.
- Onde? – null respondeu bloqueando o celular e colocando-o em cima da mesa novamente.
- Não sei, Ipanema! – Lucas deu de ombros. – Mais perto da gente!
- Pode ser, vou me trocar!

null e Lucas dividiam um apartamento em um condomínio entre Ipanema e o Leblon. Desde quando a banda começou a fazer shows e mais shows, ganhar cada vez mais dinheiro, eles resolveram comprar um apartamento juntos.
null colocou uma bermuda azul marinho listrada com azul claro, e vestiu sua camiseta de surf de manga curta azul marinho, calçou um chinelo e pegou sua prancha no fundo de seu closet. Saiu de seu quarto e esperou pelo amigo sentado no sofá.

- Vamos? – Lucas apareceu usando uma roupa parecida com a de null, só que vermelha.
- Vamos! – null se levantou, pegou sua prancha e saiu do apartamento.

Chamaram o elevador, que demorou alguns segundos para chegar ao andar. Eles desceram até o subsolo, colocaram as pranchas no porta-malas e entraram nos bancos da frente, null foi dirigindo.

- Qual posto? – null perguntou ligando o motor do carro.
- Vamos no dez? – null assentiu, e saiu da garagem.

O caminho foi silencioso, não conversaram absolutamente nada, apenas a música que tocava na radio preenchia o silêncio do carro.
Lucas e null eram melhores amigos, quase irmãos, mas não precisavam conversar o tempo todo, se conheciam a tempo o suficiente para saber quando precisavam falar ou não. Lucas sempre sabia a hora certa de tirar null de casa para respirar, surfar, dar uma volta. Sem precisar falar nada.

- Caralho, não tem uma vaga! – null bateu no volante quando andou a orla do posto dez todo. – Talvez no nove. – Ele seguiu na avenida e encontrou uma no final do posto. – Finalmente. – Ele estacionou o carro.

Desceram do veículo em silêncio, null abriu o porta-malas e pegou sua prancha, Lucas pegou a sua, e null fechou a porta e trancou o carro.

- O mar está bravo! – Lucas falou assim que chegou ao outro lado da rua e conseguiu ver o mar.
- Assim que eu gosto de surfar! – null afirmou, e fez um toque com o amigo.

Pisaram na areia da praia que estava quente, andaram lentamente até uma sombra que tinha embaixo de uma árvore.

- Pode ir primeiro, eu fico aqui de olho nas coisas! – Lucas colocou a mão no ombro do amigo, quando ele sentou sobre sua prancha. – Você precisa mais que eu!

null tirou o chinelo, e tirou a capa de sua prancha. Correu até a beira do mar, colocou a faixa de segurança no pé direito e foi para mais fundo no mar.
Ele sentou em sua prancha e remou até uma onda que vinha em sua direção, deitou-se na prancha e mergulhou assim que a onda chegou perto de si. Quando saiu do fundo da água, ele se sentou novamente e olhou para o horizonte, respirou fundo e viu uma onda se formar um pouco mais longe dele.

- É essa! – Ele respirou fundo novamente, e se deitou na prancha novamente.
Remou o mais rápido que pode, e se virou de costas quando para a onda, fechou os olhos e ouviu a onda se aproximar. Ficou de pé em sua prancha no mesmo momento em que a onda bateu no final dela, ele dropou a onda perfeitamente, balançou a prancha sentindo a adrenalina subir até sua cabeça, quando a onda passou ele continuou em pé na prancha, até que resolveu pular no mar.
null puxou sua prancha para mais perto e se direcionou a areia novamente.
Chegou perto de seu amigo que conversava com duas garotas, uma delas ele reconheceu com facilidade.

- Boa tarde! – null falou colocando a prancha no chão.
- Oi! – null o cumprimentou olhando para cima. – null?
- Isso, você deve ser a... – Ele se esforçou para lembrar, mas nada veio.
- null!
- Isso mesmo, null! – Ele se sentou sobre a prancha novamente e olhou para null. – null Monteiro! – null falou recebendo o olhar da garota para si.
- null? – null franziu o cenho para o garoto.
- Bom, agora que você voltou, eu vou surfar! – Lucas se levantou e pegou sua prancha.
- Passa a marola, as ondas estão melhores depois dela! – null advertiu o amigo, que respondeu apenas com um sinal positivo com o dedo.
- Acho que vou dar um mergulho também! – null se levantou e seguiu Lucas.
- Você não respondeu nenhuma mensagem minha! – null puxou assuntou olhando para a areia.
- Você me mandou mensagem? – null olhou para o garoto.
- Quase uma por dia. – null olhou de volta para ela. – Você visualizou todas, e não me respondeu nenhuma.
- Depois daquele seu show, eu recebo tanta mensagem de tanta gente, que nem me liguei que era você. – Ela desviou o olhar do dele. – Nunca achei que uma foto fosse me fazer ganhar tanto seguidor. Aff! – Revirou os olhos e ele riu.
- Que coincidência a gente se encontrar aqui! – null mudou de assunto.
- Na verdade, qualquer pessoa que quiser me encontrar pode vir aqui de tarde, e com certeza vai me encontrar! Sempre veio correr aqui no posto nove!
- Obrigado pela dica! – null piscou para ela. – Vamos sair comigo hoje à noite?
- Eu e você? Sozinhos? – O garoto assentiu. – Pra onde?
- Qualquer lugar, onde você quiser! – null deu de ombros.
- Podemos vir para a praia, gosto de vir para a praia de noite! – Ele sorriu com a resposta dela.
- Isso é um sim? – null assentiu sorrindo de volta para o garoto.
- A gente pode se encontrar aqui, e caminhar pela orla! – Ele assentiu. – Às seis e meia? O sol vai começar a se por, dá tempo de chegar à pedra do arpoador e podemos ver o sol se por de lá.
- Por mim pode ser!

Lucas voltou correndo com null dando risada.

- Pronto, mano? Vamos embora? – Lucas chamou o amigo.
- Vamos! – null se levantou e null levantou-se junto. – A gente se vê daqui a pouco? – Ela assentiu.

null deu um beijo na bochecha de null, e deu um beijo mais próximo dos lábios de null, que ficou com as bochechas rosadas.

- Até mais tarde então? – null falou baixo, assim que o rosto dele saiu de perto do dela.
- Até!

Lucas e null saíram da praia, deixando null e null para trás.
- Você vai sair com ela? – Lucas perguntou.
- Sim, hoje à noite! – null sorria como um bobo.
- Quem diria? Destino ou acaso? – Eles riram juntos.

XXX


null saiu do banho com o cabelo enrolado em uma toalha, e enrolada em outra toalha. Abriu seu guarda-roupa e procurou um vestido, escolheu um rosa com flores azuis. Pegou uma sapatilha rosa no mesmo tom do vestido, escolheu uma lingerie preta e vestiu a mesma e depois colocou o vestido, soltou o cabelo da toalha e passou os dedos no mesmo deixando-o solto nos ombros, calçou a sapatilha e se olhou no espelho.

- Sem maquiagem, é só um passeio pela orla da praia! – Ela deu de ombros, e viu que horas eram em seu celular. – Dez minutos eu consigo chegar lá, com certeza!

null estava mais nervosa do que nunca, raramente ela se sentia dessa forma, e não esperava ser chamada para sair com null. A boca de seu estômago doía de ansiedade, estava com medo de fazer qualquer coisa errada. Ele era o segundo garoto que ela beijara em toda sua vida, não queria estragar nada. Não sabia o que ele queria de fato com ela.
Ela estava chegando à orla da praia quando de longe conseguiu vê-lo, não conseguiu conter o sorriso que insistiu em aparecer, ele estava lindo, usava uma bermuda marrom com uma camiseta branca, seu cabelo estava em um topete perfeito.

- Oi! – null chegou perto dela e deu um beijo em sua bochecha.
- Oi! – null sorriu minimamente.
- Uau, você está... linda! – O elogio fez null corar.
- Obrigada! – null sorriu com a timidez da garota.

Eles começaram a andar lentamente em direção à pedra do arpoador, o caminho foi cheio de conversa e risadas. null estava confortável na presença de null, e vice-versa. Eles sentaram na pedra e olharam para o pôr do sol, nesse momento todos que estavam na praia e na pedra começaram a aplaudir.

- Tira uma foto minha? – null entregou o celular para null e ficou de pé de costas para o garoto.

Ela sorria mesmo que seu sorriso não fosse aparecer na foto, o pôr do sol estava um pouco rosado, alaranjado, amarelado.

- Pronto! – Ela se sentou ao lado dele novamente. – Vem, vamos fazer um story juntos.

Ele abriu o Instagram e apontou a câmera do celular para os dois, e ela abaixou a cabeça.

- Ah não, null! – Ela riu, e ele abraçou-a.
- Vem, null, para de doce! – Na verdade null fazia um filme abraçado com a garota. – Para de se esconder! – Ele fez um pouco de cócegas na costela dela. – Ok, já que você não quer, vou te marcar! – Ele digitou o username dela no meio do vídeo e uma carinha dando risada.

A notificação não demorou a chegar ao celular dela, ela abriu e viu o vídeo.

- Você é um bobo! – null empurrou-o de leve.
- Realmente, pra ficar um mês ou mais atrás de você, tem que ser muito bobo! – null riu fraco. – Não consegui tirar você da minha cabeça, desde a hora que você disse que ser minha fã era decadente.
- Eu não disse que ser sua fã era decadente, eu disse que... – Ela não pode terminar a frase, pois mais uma vez os lábios dele estavam grudados nos dela.

Dessa vez ela não empurrou-o, nem tentou parar o beijo, ela simplesmente se entregou, deixou ele colocar a mão em sua nuca, e manteve sua mão na bochecha dele. O beijo durou bastante tempo, o tempo que null julgou suficiente para suprir aquele um mês que ele ficou atrás dela.

- Eu não vou pedir desculpa por ter roubado esse beijo, estou querendo fazer isso desde a primeira vez que te vi. E depois dessa tarde, de assistir esse pôr do sol com você, me fez lembrar um pouco da época em que eu era apenas um garoto normal, não esse cara cercado de fãs e fotógrafos.
- Não ia reclamar do beijo! – null negou com a cabeça. – Se eu não quisesse ficar com você, eu não teria aceitado sair contigo.

null aproximou seu rosto dele, e roubou um selinho, que logo virou um beijo lento.
- Você quer ir tomar um vinho, lá em casa? – null perguntou ainda de olhos fechados e com os lábios ainda próximos ao dela.
- Eu topo!

Ela se levantou e ele fez o mesmo, pegou sua bolsa e pendurou-a no ombro, ele estendeu a mão para ela, null segurou a mão dele, com os dedos entrelaçados. As conversas e risadas continuavam.

- Você deve ficar com pelo menos uma menina por noite, não é? – null perguntou assim que entraram no prédio dela.
- Não é pra tanto, tem um mês ou mais que não fico com ninguém! – null deu de ombros.

Eles entraram no elevador e ele segurou a cintura dela, puxando-a para perto, ela repousou suas mãos nos ombros dele.

- E você, deve ter mil opções para ficar! – null roubou um selinho dela.
- Não tenho! – null deixou um beijo na ponta do nariz dele.
- Para de cao, gatinha! Você é linda, deve ter uma chuva de homens querendo ficar contigo, não duvido de mulheres também! – Ele riu e ela o acompanhou.
- Não tem, eu te juro! Você é... – Ela parou de falar, e deu risada. – Deixa quieto!

O elevador parou e abriu a porta, null se desvencilhou do abraço de null e saiu do elevador. Abriu sua bolsa, pegou a chave da casa e seu celular, destrancou a porta e deu passagem para null.

- Licença! – null pediu.
- Fica a vontade, eu vou pegar um vinho, você gosta de tinto, seco, branco, de mesa? – null colocou a bolsa em cima da mesa, e colocou o celular ao lado.
- O que você quiser, vou deixar você me surpreender! – null se sentou no sofá e tirou o celular do bolso.

null entrou na cozinha, deixando null sozinho na sala. Ele entrou no Snapchat e resolveu gravar um vídeo.

- Salve, galera, estou em um cenário diferente, pode ser que algumas coisas mudem, depois de hoje! – Terminou o vídeo e compartilhou com todos.

Recebeu algumas respostas de amigos pedindo explicações, e de algumas fãs falando que o amava, e perguntando o que ele quis dizer com aquele vídeo.

- Escolhi meu cabernet favorito! – null chamou atenção dele entrando na sala com duas taças na mão e uma garrafa de vidro verde. – Espero que você goste tanto quanto eu.
- Você parece ter bom gosto! – null se endireitou no estofado, e null sentou ao seu lado.

Ela abriu a garrafa e despejou um pouco nas duas taças, e null filmou todo o momento em seu snapchat. A legenda foi “Um brinde à mudança!”.

- Experimenta! – null entregou a taça para null, e pegou a outra. – Nosso brinde será por quê?
- Às coisas novas! – Aquela frase destacou mais o sotaque de null, e fez as poucas borboletas que tinham em seu estômago começaram a voar desordenadamente.

null só se deu conta de que suas borboletas tomaram conta de si quando se aproximou de null e tirou a taça da mão do garoto e colocou as duas na mesa de centro da sala, foi quando ela empurrou-o para trás, fazendo-o deitar no sofá, que ela notou que o controle de seu corpo não estava mais na sua mente, mas sim na força daqueles insetos voadores em sua barriga. O beijo estava intenso, a mão de null passeava pelo tronco dela, e os corpos deles se encaixavam perfeitamente.

- Ok, pera! – null saiu de cima dele, e se recompôs sentando-se no sofá.
- Wow! – null sentou-se e deu um gole grande no vinho. – Hum, que vinho bom!
- É meu favorito! – null sorriu pegando a taça e dando um gole pequeno no líquido.
- Dentro do elevador você ia dizer que eu sou alguma coisa, mas disse para deixar quieto. Eu sou o quê? – null colocou mais do vinho em sua taça.
- Não, nada! Deixa pra lá! – null pegou a garrafa da mão do garoto e colocou mais em sua taça.
- Para, null! Me conta vai, a gente já conversou sobre tanta coisa, o que custa falar uma única coisa? – Ele insistiu.
- Ok, eu falo, mas você tem que me prometer que não vai dar risada. – null assentiu. – Você é o segundo garoto que eu já fiquei na vida!
- Ah tá, para de cao! – null deixou uma risada discreta escapar.
- Você prometeu que não ia rir! – Ela empurrou o ombro dele de leve.
- Não acredito que isso seja verdade!
- Te juro, eu só fiquei com mais um garoto além de você. O irmão da null, minha melhor amiga.

A conversa durou mais um tempo. null e null se deram bem de primeira, sem esforço nenhum, o acaso e o destino fizeram seu papel sem que eles lutassem. Os lábios deles se encaixavam perfeitamente, e as ideias deles batiam em tudo. As brincadeiras aconteciam sem serem planejadas, as risadas eram reais, a forma que os dois se sentiam perto do outro era confortável. Mesmo sendo aquele o primeiro encontro deles, era nítido o conforto que eles tinham um com o outro.

XXX
XXX

- Aonde você vai? – null perguntou para null que saiu do banheiro com o cabelo molhado, enrolada em uma toalha.
- Vou para a casa do null, faz duas semanas que a gente não se vê, ele foi viajar. Voltou ontem. – null respondeu pegando uma calça jeans e uma blusa regata.
- Você vai passar calor com essa calça! Vocês estão se dando bem, faz quanto tempo que vocês estão ficando?
- Acho uns três ou quatro meses, ele é legal, a gente se dá bem. – Ela fez uma pausa. – Você acha que vou passar calor?
- Não tenho duvida nenhuma! – null pegou o celular e mostrou para sua amiga depois de dar alguns cliques na tela do aparelho. – Olha ai, está trinta graus lá fora! – null olhou a tela do celular por alguns segundos. – Mas vocês só se beijam, não rola mais nada?
- Ah, a gente já dormiu juntos, mas nunca fomos além de ficar de conchinha. – null vestiu a regata e procurou um short jeans na gaveta. Nesse momento o celular de null tocou.

“Vem de biquíni, vamos nadar um pouco!”


null respondeu com um “ok”.

- A gente vai à piscina, preciso de um biquíni! – Ela pegou seu biquíni favorito na gaveta e pegou dois shorts, um claro e um mais escuro. – Amiga, qual eu uso, esse ou esse? – Ela levantou um jeans claro e outro mais escuro.
- O mais escuro. Mas você quer ir além com ele? – null vestiu o short e olhou para sua amiga, que a encarava esperando uma resposta.
- Não sei, gosto muito dele, mas não sei se estou pronta pra ir além. Tenho certeza de que ele quer, mas eu não sei se eu quero! – null sentou-se na cama ao lado da amiga. – O destino se encarregou de colocar a gente juntos, se for pra gente ir além, o destino vai fazer acontecer.
- Você vai pra lá que horas? – null perguntou.
- Agora, eu vou só escovar os dentes e vou pra lá. Por quê?
- Posso ficar aqui? Esperar você voltar, não quero dormir em casa hoje. – null assentiu.
- Pode, você sabe onde fica tudo, pode fazer alguma coisa para comer, eu não sei que horas eu volto, mas pode ficar ai sim!
- Tranquilo! – null se levantou e sorriu para a amiga.
- Finge que a casa é sua! – Ela entrou no banheiro e escovou os dentes, sorriu para o espelho depois de secar a boca e saiu do banheiro. – Até mais tarde, me deseje sorte.
- Boa sorte! Se cuida, hein! – null mandou um beijo de longe para a amiga, pegou sua bolsa e saiu do quarto.

null pegou a chave do carro e do apartamento no porta-chaves, ela destrancou a porta e saiu do apartamento, foi quando ela chamou o elevador que ela se deu conta de que estava indo encontrar o cara que tomava conta dos pensamentos dela na maior parte do tempo, naquele momento as mil borboletas que tinham em seu estômago começaram a voar e um frio na barriga tomou conta dela.
Ela saiu do elevador, foi até seu carro e desligou o alarme do mesmo. Entrou no carro, colocou a bolsa no banco do passageiro e ligou o motor do veículo, soltou o freio de mão e acelerou em direção ao portão de saída do estacionamento.
O caminho até a casa de null foi totalmente silencioso, o nervosismo dela era tanto, que ela mal se lembrou de ligar o rádio, ela entrou na rua do condomínio dele, sua respiração estava um pouco ofegante. null amava se sentir dessa forma, e não queria que aquele sentimento passasse.
null estacionou o carro em uma vaga na entrada do condomínio, ela desligou o carro e puxou o freio de mão.

- É agora! – Se olhou no espelho retrovisor, sorriu para o seu reflexo e então abriu a porta do carro. Ligou o alarme do carro e caminhou até a portaria. – Bom dia, eu vou no apartamento 123 do bloco dois, me chamo null!
- Ok! Alô, estou com a senhora null na portaria! Na piscina? Tudo bem! Tchau. – O porteiro desligou e se voltou para a garota novamente. – Um dos seguranças vai vir te buscar aqui para te levar até a piscina!
- Ah sim, obrigada! – Ela entrou no condomínio, e um segurança veio de encontro a ela.
- Bom dia, a senhora vai para a piscina? – null assentiu. – Eu te acompanho!

O homem andou em sua frente, e quanto mais perto da piscina ela chegava mais nervosa ela ficava. null já conseguia ver a piscina e tinha uma única pessoa ali, ela reconhecia bem aquele cabelo loiro sempre em um topete perfeito. null olhou para ela, e sorriu, ele saiu da piscina e caminhou até ela, ela sorriu e correu para ele. Pulou no colo do garoto e recebeu um abraço forte dele.

- Nossa que saudade! – null beijou o ombro dela, recebendo os beijos dela em seu pescoço. – Senti sua falta! – Ele colocou-a no chão. – Deixa eu te ver! – Ela se afastou um pouco dele, o garoto a mediu da cabeça aos pés. – Caralho, você é muito linda!
- Senti sua falta, null! – Ela sorriu timidamente para ele, ele segurou seu rosto entre as mãos.

null juntou seus lábios com os dela, dando início a um beijo calmo e terno. null colocou as mãos nos ombros dele, e as mãos dele pararam na cintura dela. O beijo foi interrompido por vários selinhos, ela sorria entre um selinho e outro.

- Vem, deixa sua bolsa aqui, vamos entrar na piscina. Você veio de biquíni como eu pedi, certo? – null assentiu e colocou a bolsa em cima de uma espreguiçadeira.
- Vai me contar como foram os shows dessas duas ultimas semanas? – null tirou o short e a camiseta, ajeitou o biquíni e tirou o chinelo que estava usando.
- Foram bons, um em cada cidade diferente, todos lotados! A banda está cada vez maior, estou orgulhoso de nós! – null estendeu a mão para null, ela segurou a mão dele e andaram até a piscina. – Nos hotéis as fãs iam ver a gente, você acredita que tinha até os pais das meninas nos shows. Foi muito legal! – null sorria largo para ele.
- Não gosto quando você fica muito tempo fora! – null sussurrou quando null abraçou-a pela cintura.
- Relaxa, você sabe que eu volto! – Ele deixou um beijo no pescoço da garota, que o empurrou pelo ombro.

Ela olhou no fundo dos seus olhos, puxou o ar e mergulhou na água fria. null parou quando estava quase na outra borda da piscina, subiu à superfície da água e se virou de frente para null.

- Se você soubesse como sinto sua falta você não falaria isso! – Ela falou em um tom médio, mas audível para o garoto.
- Também sinto sua falta, mas quando você topou entrar nesse relacionamento você sabia que isso poderia acontecer. Se eu pudesse, e você não tivesse seu trabalho, eu te levaria comigo sem problema nenhum. – null chegou perto dela e colocou as mãos em suas bochechas. – Se dependesse de mim eu iria em um dia e voltaria no outro.
- Eu sei que é seu trabalho, só não é algo que eu esteja acostumada! – null colocou uma das mãos em cima na mão de null. – Por um lado fico muito feliz por você, porque sua banda está crescendo e você está cada dia mais próximo do seu grande sonho. – Ela respirou fundo. – Mas parece que eu estou tão distante do seu grande sonho.
- Claro que não, meu amor! Você agora faz parte do meu grande sonho, eu quero estar perto de você, e ter você comigo sempre! – Ele sorriu, e ela sorriu de volta.
- Você nunca me chamou assim! – Ela sussurrou.
- Assim como? – null fez cara de confusão.
- De meu amor, você sempre me chama de Ga ou null! – null sorria bobo para ele.
- Tem problema? Você não gosta? – Ela negou.
- Gosto! – Aproximou seu rosto do dele, e roubou um selinho, que não custou a virar um beijo.

A manhã do casal foi perfeita, null não conseguia olhar outra coisa que não fosse null, e quando os olhares deles se cruzavam era inevitável um beijo rápido, ou um sorriso bobo de ambos. null falou um pouco mais sobre seus shows em São Paulo e no Paraná, null ouvia tudo com muita atenção e com o coração cheio de orgulho do garoto. Ela contou como foram suas duas semanas sem ele, do trabalho para casa, praia no final da tarde e dormir.
null estava se acostumando com o fato de estar em um relacionamento sério com alguém, e sempre sorria quando null dizia ou fazia qualquer coisa para tentar impressioná-la.
- null, olha o que eu aprendi com o Danilo semana passada! – null se levantou da espreguiçadeira e foi para a borda mais funda da piscina. – Você está olhando?
- Não, espera! – Ela pegou o celular dentro de sua bolsa e colocou no instagram para postar uma story. – Sim, agora estou olhando.

null se posicionou de costas para a piscina, contou até três mentalmente e deu um salto mortal de costas caindo na água. null gravou tudo e colocou o nome dele seguido de um coração vermelho.

- Você viu? – Ele apareceu na borda na piscina perto dela.
- Sim, você está de parabéns. – null sorria para o garoto.
- Quer que eu te ensine?
null já sabia fazer aquilo desde quando era criança, mas supostamente aprender alguma coisa com null parecia tão fofo, e com certeza deixá-lo ensinar aquilo para ela deixaria ele feliz.
- Sim! – null sorriu.
- Então vem! – Ele saiu da piscina e pegou a mão dela.

Eles andaram até a borda funda da piscina e se posicionaram de costas.

- Oh, você vai flexionar assim a perna, e quando você for pular, você joga a cabeça pra trás e isso vai te fazer virar. Não fica muito perto da borda se não você pode bater a cabeça! Ok? – null assentiu. – Então vamos tentar quando eu disser três. Um, dois, três. – Eles pularam e caíram na água juntos. – Conseguiu? – null levantou da água com o cabelo no rosto.
- Acho que sim! – Ela mergulhou para arrumar o cabelo e depois voltou. – Vou tentar uma sozinha, você vê se está certo.
- Isso, é melhor! – null assentiu e se afastou da borda.

null saiu da piscina e olhou para null, virou-se de costas e se preparou, null contou até três e ela pulou na piscina.

- Acertei? – null falou assim que apareceu na superfície.
- Sim, você fez certinho! – null chegou perto dela, e tirou o cabelo do rosto dela. – Você já sabia como fazer, por que você não me contou?
- Porque eu queria que você me ensinasse! – Ela deu de ombros.
- Mas como eu te ensinaria se você já sabia como fazer? – null colocou as mãos na cintura dela.
- Gosto de te ver empolgado com alguma coisa, acho lindo o brilho que seus olhos ganham quando você me mostra alguma coisa nova ou me fala alguma coisa nova. – null sorriu. – Me deixa ainda mais orgulhosa de você!
- Você tem orgulho de mim? – Ela assentiu, e ele beijou-a suavemente.

null parou o beijo e sorriu, ela encostou a testa na de null, ainda de olhos fechados, e deu uma risada fraca.
- Sim, me orgulho muito de você, mais do que você possa imaginar! – null deu um selinho nele.
- Obrigado, de verdade! – null deu outro selinho nela, e logo a soltou.
- Ai, casal! – Lucas estava de pé na borda da piscina. – Não quero atrapalhar, mas a gente precisa almoçar, null!
- Já? Que horas são?
- Mais de uma hora! – null bateu a mão na água e resmungou.
- Almoça com a gente, null? – null assentiu.
- Pensei em ir comer em um rodizio de japonês, ai a gente pede pro Carlos buscar a gente lá, pode ser? – null confirmou e null fez cara de confusão.
- Carlos o seu produtor? Por que ele vai te buscar? – null olhou para ela apreensivo.
- A gente tem show hoje e amanhã em Niterói, e a gente só volta no domingo! – null colocou o cabelo todo pra trás.
- De novo? – Ele assentiu. – Que saco! – Ela sussurrou.
- Amor, vamos subir tomar banho, e lá em cima a gente conversa com calma, ok? – null deu de ombros e foi em direção à beirada da piscina.
- Tanto faz! – Ela saiu da piscina, e deu um abraço em Lucas. – Tudo bem?
- Tudo bem! – Lucas deixou um beijo na testa da garota. – Não fica brava com ele, a culpa não é nossa.
- Eu sei, não estou brava, essa situação me deixa cansada. Nunca sei o que está acontecendo quando vocês estão fora, ele nunca tem tempo pra conversar comigo quando estão fora, eu fico aqui sofrendo morrendo de saudade, não me acostumo com isso! – Lucas assentiu.
- Eu entendo, mas te garanto que se acontecer qualquer coisa você vai ser a primeira que vai saber. – Lucas abraçou-a de lado.

null já tinha saído da piscina, e estava com as coisas da null na mão.
- Furar meu olho já é mancada! – null entregou o short para a garota e ela vestiu o mesmo.
- Jamais, a null é só parça! – Eles riram.
- Vamos? – null puxou null para si. – Desculpa! – Ele deu um beijo em sua têmpora. – Não te contei antes pra não estragar nossa manhã.
- Tudo bem! – Eles seguiram para o prédio.

Até entrar no apartamento eles se mantiveram totalmente em silêncio. A cabeça de null estava encostada no ombro de null quando eles entraram no apartamento.

- Vamos tomar banho! – null avisou o colega. – Não acelera a gente, por favor!
- Ok, só tenta não demorar mais do que uma hora! – Lucas pediu.
- Não acelera, não funciono sob pressão! – null falou e Lucas riu.
- Tudo bem! – Lucas levantou as mãos em forma de rendição. – Tomem o tempo de vocês!

null e null entraram no quarto de null, ela colocou a bolsa em cima da cama e se sentou no chão do quarto.

- Ei, eu volto domingo! – null abaixou na frente dela, e colocou a mão nos joelhos dela. – Eu vou deixar a chave do apartamento com você, se você quiser vir dormir aqui, não sei pra se sentir mais perto, ou me esperar aqui domingo.
- Eu vou ver! – null desviou o olhar do de null.
- null, é meu trabalho! – Ela assentiu sem olhar nos olhos dele. – Não quero que você fique mal, nem brava comigo por causa disso.
- Eu sei que é seu trabalho, e não estou reclamando por isso. É só que a gente ficou juntos por, sei lá, três horas ou menos. – null olhou rapidamente para ele. – Eu nunca vou me acostumar com isso, nunca sei o que está acontecendo, não consigo falar com você no telefone por mais de meia hora sem você precisar desligar por que o show vai começar ou porque você simplesmente dormiu. Eu entendo que você está fazendo o que ama e o que sempre sonhou, me alegro por você, me orgulho de você, mas também sinto sua falta. Eu sabia que isso poderia acontecer, e topei sabendo de tudo isso. – Ela parou de falar e olhou para ele.
- Vamos tomar banho? – Ele mudou de assunto.
- Pode ir! – null deu de ombros.
- Quero que você venha comigo! – null arregalou o olho para ele. – O que foi?
- Você quer que eu vá tomar banho com você? – null assentiu.
- A gente não precisa fazer nada, só tomar banho! – null olhou para ele apreensiva. – Vem comigo!
- Não sei, null! – null ficou de pé e estendeu a mão para ele. – É sério isso? – Ele assentiu. – A gente vai só tomar banho?
- Se você quiser fazer mais alguma coisa podemos fazer, mas se não quiser fazer nada não tem problema. – null deu a mão para ele, e null ajudou-a a se levantar.

null puxou-a para perto de si, colando seus corpos, ele deu um beijo em sua testa.
- Só vamos tomar banho, se quiser fazer mais alguma coisa a gente faz! – null continuou com o olhar apreensivo para null. – Prometo que só vou fazer alguma coisa se você quiser.
- Ok!

Eles entraram no banheiro da suíte e null ligou o chuveiro, null se olhou no espelho e null abraçou-a por trás, beijou o ombro dela, depois seu pescoço, caminhou com os lábios perto da pele dela até a bochecha e em seguida encontrou os lábios dela. Ela se virou de frente para ele, que continuou com as mãos em sua cintura, ela manteve as mãos em sua nuca. null acariciava a cintura e as costas de null, ela acariciava os cabelos dele com calma, e null desceu a mão nas costas de null, fazendo o beijo se intensificar mais, ele empurrou-a até a abertura do boxe encostando na parede. Ela soltou a parte de trás do biquíni, e ele soltou a parte de cima.

- Tem certeza? – null perguntou entre um beijo e outro. Ela assentiu.
- Eu quero! – Ela sorriu.

- Você fica com a chave daqui, se quiser vir pra cá pode vir, a hora que você quiser, eu te prometo que domingo estou aqui! – null falou assim que eles entraram no carro dela.
- Tudo bem por você, Lucas? – null perguntou para o amigo de null que estava no banco de trás.
- Tudo, em você eu confio! – Lucas sorriu para o reflexo da garota no espelho retrovisor.
- Ok então! Pra onde vamos? – null perguntou.
- Qualquer restaurante japonês que tenha por aqui! – null respondeu beijando o ombro da garota.
- Conheço um, mas ele é lá perto da minha casa, pode ser? – null assentiu.

Ela ligou o carro e soltou o freio de mão.

- Coloca uma música, amor! – null pediu para null.
- Amor? – Lucas se fez presente depois de um tempo. – Vocês estão assim já?
- Como já? A gente já está junto há cinco meses! – null respondeu o amigo. – Cinco meses, né?
- Acho que sim, uns quatro meses e meio, ou cinco. Sei lá! – null olhou no espelho retrovisor lateral, e deu de ombros. – Pra que contar, não acho que precise de um tempo certo pra chamar a pessoa de nomes carinhosos, a gente está junto, acho que isso já basta!
- Queria estar com alguém que seja tão bem resolvida como você, null! – Lucas falou. – Todas as minas que eu namorei não pensam dessa forma, muito pelo contrário, tem uma data certa pra chamar de apelidos carinhosos, ou tem que ter um pedido de namoro!
- Se eu for esperar pedido de namoro eu vou morrer sem apelido carinhoso, porque dependendo desse seu amigo aqui não vou ter um pedido de namoro. – Ela bateu a mão na coxa de null.
- Nossa, que injusta, não acho que a gente precise de pedido de namoro! – null colocou a mão em cima da dela. – Ou precisa?
- Não sei, você que sabe! – null deu de ombros.
- Esse é aquele famoso momento, ou você faz um pedido de namoro muito foda ou a gente termina! – Lucas falou e null riu.
- Claro que não! Ele que sabe, ué, se ele quiser fazer tranquilo, se não quiser não vou me importar. – Ela deu de ombros novamente.
- Você gosta desse movimento, não é? – null imitou-a.
- Qual? Esse? – Ela fez de novo.
- É esse mesmo, e ele me irrita um pouco! Parece que você realmente não se importa com nada. – null falou mais sério.
- Aff, artistas são tão sensíveis! – null brincou.
- Ei, não generaliza! – Lucas entrou no meio.
- Amor, eu me importo! Só que nessa situação não tenho nenhum posicionamento, se você quiser fazer um pedido vou achar muito fofo, mas se não quiser eu não vou exigir nada! – null explicou.
- Ok!

O carro ficou em silêncio, apenas a música baixa que tocava no rádio eles podiam ouvir, até que null parou o carro em uma vaga, puxou o freio de mão e destravou as portas. Todos desceram, null pegou a bolsa de null e entregou-a quando deu a volta no carro.

- Onde fica o restaurante? – Lucas perguntou.
- Ali na frente, só quis estacionar aqui porque não sei se vai ter vaga mais pra frente. – null falou entrelaçando os dedos com os de null.

Eles andaram em silêncio até o restaurante, entraram no ambiente que não estava muito cheio.
- Boa tarde, mesa para três? – A recepcionista perguntou. – Vocês podem vir comigo! – A moça deixou os três em uma mesa perto da janela. – Três rodízios?
- Sim, e pode trazer um saquê. – null respondeu.
- Pra mim pode ser uma coca-cola! – null pediu.
- O meu vai ser um saquê também! – Lucas pediu também.
- E o rodizio vai começar com o quê? – A recepcionista perguntou.
- Tudo, menos temaki e yakissoba! – null respondeu, colocando sua bolsa entre ela e null.
- Ok, bom apetite! – Ela se virou e saiu de perto dos três.
- Gostei do lugar! – Lucas comentou.
- É sim, eu sempre venho aqui! – null falou. – A comida é maravilhosa, e o atendimento melhor ainda.
- Com licença, uma coca e dois saquês. – O garçom apareceu com uma bandeja na mão.
- A coca é minha! – null respondeu mexendo em seu celular.
- Dona null? – O garçom chamou atenção dela.
- Marcelo, quanto tempo, como foi de férias? – null olhou para o homem.
- Foi bom! – O garçom respondeu colocando a coca na frente dela, depois os saquês na frente dos garotos.
- Oh, esse é meu namorado, null! – null estendeu a mão e cumprimentou o garçom. – Aquele é o Lucas, nosso amigo! – Eles se cumprimentaram.
- Espero que gostem do restaurante, vou buscar as entradas de vocês! – O homem saiu de perto da mesa.
- Namorado? – null olhou para null.
- Não é? – null retrucou.
- Não sei! – O garoto respondeu voltando a atenção para o celular.

Eles tiraram fotos juntos, e gravaram alguns vídeos brincado um com o outro, Lucas dava risada do casal, vez ou outra participava de algum vídeo ou foto. null e null riam quando alguma coisa escapava dos hashis de Lucas.
Os três terminaram de comer um pouco antes do telefone de Lucas tocar, a chamada era do produtor deles avisando que estava na porta do restaurante esperando por eles.

- Já? – null resmungou.
- Infelizmente sim! – Lucas respondeu. – Odeio ser o cara que vai tirar o null de perto de você por mais dois dias.
- Nossa, nem lembra que vão ser dois dias, já me faz ficar mal! – null levantou a mão e chamou o garçom. – Pode trazer mais uma coca, outro saquê, e a conta.

Não demorou muito para o garçom voltar com o que null pediu.

- Eu pago! – null pegou o cartão em sua carteira e entregou para o garçom.
- Amor! – null murmurou. – Me deixa pagar metade!
- Não mesmo, eu pago. – null pegou a máquina da mão do garçom e digitou a senha.
- A próxima então eu pago! – Ela pediu.
- Deixa eu pensar... – Ele olhou para ela fazendo bico. – Não mesmo!
- Aff, te odeio! – O garçom entregou a nota para null, e ele se levantou.

null e Lucas se levantaram e saíram do restaurante atrás de null.

- Bom, vou esperar você dentro do carro. – Lucas falou para null. – Tchau, null, a gente se vê domingo, acho! – O garoto abraçou null e logo entrou no carro.
- Acho que você precisa ir! – null falou cabisbaixa.
- Já falei que volto no domingo, de verdade fica livre para ir lá pra casa, ou só domingo. Não sei, por favor, não fica brava! – Ela riu fraco e negou com a cabeça.
- Não vou ficar brava, só com saudade. – null olhou para null rapidamente.
- Relaxa, você sabe que eu vou voltar! – null segurou os braços dela, e puxou-a para um abraço. – Deixa só mais esse final de semana acabar, e ai a gente vai ter tempo pra ficar juntos! – Ele sussurrou no ouvido dela.
- Se cuida, por favor! Não pisa na bola. – null sussurrou de volta.
- Não vou fazer nada que te faça não se orgulhar de mim! – null beijou a testa de null.
- Obrigada! – Ela sorriu. – Agora acho melhor você ir! – Ela falou olhando para o carro.
- A gente se vê domingo. – Ela assentiu.

null segurou o rosto de null entre as mãos e deu um beijo suave em seus lábios, null não pode evitar a lágrima que escorreu por sua bochecha, e quando aquela gota tocou na ponta do polegar de null, ele parou o beijo e encostou a testa na dela.

- Não chora, meu amor! – Ele secou aquela lágrima.
- Vai, eu vou ficar bem! – Ela sorriu para ele.
- Promete? – Ela assentiu. – Então eu vou, qualquer coisa me liga!
- Fica tranquilo! Vai, a gente se vê domingo. – Ela deu um selinho rápido nele, e em seguida um abraço. – Não se esquece do que a gente viveu hoje, por favor! – null sussurrou no ouvido dele.
- Nunca! – null soltou-a e entrou no carro.

null sentou na janela que estava de frente para onde null estava parada, ele olhou para ela que estava virando para ir de volta para seu carro, null sorriu mesmo que a garota não estivesse vendo. Para ele era tão difícil deixar ela, quanto era difícil para ela vê-lo indo viajar.
- Apaixonado mesmo, brother? – Danilo chamou a atenção do colega de banda quando o carro começou a andar.
- Totalmente, cara! – null olhou para o amigo. – Não sei como aconteceu não, mas aconteceu!
- Uma hora precisava acontecer, você sempre foi de ficar com várias e não se prender a nenhuma! – Caio entrou na conversa. – E vocês formam um casal bonito!
- Com uma gata dessas até eu faço um casal bonito! – Danilo falou e logo recebeu um soco de null. – Caralho, null, eu estou zuando!
- Vai à merda, Danilo! – null pegou seu fone de ouvido no bolso de trás, e conectou ao seu celular.

null colocou os fones nos ouvidos e colocou as músicas no aleatório, ele encostou a cabeça no vidro, e não demorou a pegar no sono.

XXX

- Lucas, sai do celular e vem passar o som! – Danilo gritou para o colega que estava sentado na beirada do palco.
- Só um minuto, vou ali falar com o Carlos, e o null nem chegou ainda! – Lucas desceu do palco e saiu à procura do produtor da banda.
null apareceu no palco depois de mais ou menos cinco minutos que Lucas saiu dali.
- Agora só falta o Lucas, a gente um dia vai conseguir estar todos juntos de primeira na passagem de som! – Caio reclamou.
- Caralho, vocês só reclamam! – null pegou a guitarra e começou a afinar o instrumento.
- Cheguei, galera, foi mal! – Lucas subiu no palco e sentou atrás da bateria.

Passaram o som como sempre faziam, trocando alguns olhares parando para acertar alguns acordes do baixo e da guitarra, naquela noite eles lançariam a música nova da banda, uma música que eles só haviam tocado juntos no estúdio de gravação.
- Ficou bom! – null falou no microfone assim que a música acabou.
- Ficou sim! – Caio concordou e fez um toque com null.
- Vocês gostaram dessa música? – null perguntou.
- Sim, é um pouco diferente do que a gente toca, mas a galera pode curtir! – Danilo respondeu.

null tirou a guitarra de seu ombro e colocou no suporte, Lucas olhou para null e sorriu fraco.

- Tu está bem? – Lucas perguntou.
- Saudade dela, mano! – null sorriu minimamente.
- Amanhã vocês vão se ver! – null assentiu.
- O show começa daqui a pouco, vamos nos arrumar! – Caio chamou os dois.

null, Lucas, Caio e Danilo saíram do palco e caminharam em silêncio até o camarim, a cabelereira, maquiadora e figurinista já estavam lá, null e Lucas sentaram no sofá e ligaram o vídeo game, e começaram a jogar um jogo de corrida. Caio e Danilo sentaram nas cadeiras de frente para o espelho para arrumarem o cabelo e fazerem a maquiagem.
- Lucas, você pode vir aqui! – Carlos apareceu na porta do camarim.
- Agora? – Lucas resmungou.
- Sim agora, anda! – O mais velho pediu.
Lucas se levantou e saiu do camarim. null pausou o jogo e se deitou no sofá, fechou os olhos e pegou no sono.

Sempre quando ele viajava para trabalhar, ele dormia pouco, e toda a chance que tinha de tirar um cochilo ele aproveitava. null era o típico garoto que amava dormir, mas que abria mão do que mais amava para realizar o que ele mais sonhava: fazer sucesso cantando.

- null? – A cabelereira chamou o garoto. – Só falta arrumar você! – Ela falou com uma voz maternal.
- Ah, ok! – null se levantou e se espreguiçou.
- O que vamos fazer nesse cabelo hoje? – A mulher perguntou.
- O de sempre! – Ele sorriu.
- O de sempre então!

Ela arrumou o cabelo dele em silêncio, e null agradecia em sua cabeça porque a mulher não quis falar nada, e ninguém estava puxando assunto com ele.
A maquiagem veio logo em seguida e foi rápida como sempre, logo null já estava com o figurino que usaria no show, e estava pronto para entrar no palco.

- Dois minutos, garotos! – Carlos apareceu na porta.
- Então vamos! – Caio se levantou, todos se levantaram e foram em direção a porta.

Eles caminharam lado a lado até a entrada no palco.

- Vamos arrasar! – null falou.
- Com você murcho desse jeito? Difícil! – Danilo falou.
- Tem ninguém murcho, está tudo bem! – null rebateu. – Vamos arrasar! – Ele colocou a mão no meio da roda.
- Vamos! – Todos colocaram a mão em cima da dele.

Os três garotos entraram no palco.

- Esse show é pra você, mesmo que você não esteja aqui! – null sussurrou como se a pessoa estivesse perto dele. Ele posicionou os pontos nos ouvido, e pode ouvir o retorno do microfone em seu ouvido.
Ele entrou no palco e olhou para a plateia gritando o nome da banda, ele sorriu e pegou sua guitarra, fez o sinal positivo para os colegas de banda que começaram os primeiros acordes da primeira música.

O show foi maravilhoso, a plateia respondeu bem a música nova e eles curtiram tocar para aquele público tão alegre e receptivo.

- null, vem comigo, rapidão! – Lucas chamou a atenção do garoto assim que ele entrou no camarim com o figurino nas mãos.
- Onde? – null entregou a roupa para a figurinista.
- Ali no bar, quero tomar alguma coisa que não seja água! – Lucas respondeu o amigo. – Vamos?
- Vamos! – null saiu do camarim com o amigo.
- Você nunca esteve tão pra baixo, não pode ser só a saudade! – Lucas puxou assunto quando eles entraram no meio da multidão.
- Não é mesmo só a saudade, eu preciso pensar em um pedido de namoro! – null respondeu um pouco mais alto, por conta das vocês e músicas.
- null, Lucas! – Uma garota gritou. – Tira uma foto comigo? – Ela pediu com o celular na mão.
- Claro! – Lucas respondeu sorridente.

Ela ficou entre os dois e esticou o braço para que todos aparecessem na tela do aparelho, a ela tirou duas fotos.

- Ai obrigada, vocês são demais! – Ela deu um beijo na bochecha de null e abraçou Lucas rapidamente.

Eles seguiram até a escada da área VIP, que não estava aberta para as pessoas que foram para o show. Quando eles chegaram na parte de cima null viu uma garota de cabelo meio preso de costas para a escada, ele sorriu quando reconheceu null.

- Espero que tenha gostado da surpresa! – Lucas falou baixo no ouvido do colega.
- Você sabia que ela estava aqui? – null perguntou, mas o amigo não estava mais lá.

null foi até a garota e abraçou-a por trás, depositando um beijo no pescoço dela, ela deitou a cabeça no ombro dele quando reconheceu seu beijo.

- Que bom que você está aqui! – null sussurrou no ouvido de null.
- Quis fazer uma surpresa, você está bem? – null se virou de frente para ele, deu um selinho demorado nos lábios do garoto. – Podia jurar que você ia começar a chorar na ultima música!
- Agora estou ótimo, que bom que você veio! Eu estava me segurando bastante! O que você achou do show? – null sorria bobo e largo para a garota.
- Foi lindo, e aquela ultima música ela era nova, não é? – null também sorria largo.
- Sim, eu e o Lucas escrevemos mês passado, e a banda curtiu ai a gente tocou hoje pela primeira vez! – null terminou de falar e eles ficaram em silêncio apenas se encarando e sorrindo um para o outro. – Estou feliz que você está aqui!

null beijou o menino segurando a nuca dele, ele a segurava pela cintura, o beijo continuou tranquilo e terno. null sorria de vez em quando entre uma pausa e outra, quando beijo parava, eles só se olhavam em silêncio , e logo voltavam o beijo.
Eles ficaram juntos a noite toda, conversaram sobre o show da noite anterior, sobre o dia de trabalho que ela teve antes de ir para Niterói, conversaram sobre o que aconteceu na casa dele quando foram tomar banho, a primeira vez que null foi além de um simples beijo ou apenas dormir de conchinha com alguém.

- Você podia ir embora comigo hoje, a gente pode dormir na sua casa ou na minha, não sei curtir o domingo juntos na praia. – null deu a ideia.
- Pode ser. Nossa, amor, que ideia ótima! – null deu um selinho rápido nela.
- Eu dirijo! – Ela se levantou e puxou-o para si. – Estou feliz de estar com você, amor!
- Eu também amo ficar com você! – Ele deu um selinho um pouco demorado na garota.

Eles entrelaçaram os dedos e desceram as escadas.

- Aquele ali não é o null com a null? – Uma garota que estava perto da escada gritou. – É sim, amiga, são eles, vem quero tirar uma foto com eles! null, tira uma foto comigo, você também null?
- Tiramos sim! – Eles se juntaram e a amiga da garota tirou a foto.
- Nossa, gente, obrigada, vocês são lindos juntos. Vocês estão namorando? – A garota perguntou.
- Sim! – null e null responderam juntos, se entreolharam e riram.
- Ai, que fofos! Que dure muito. – A garota falou e os dois agradeceram. – Vou deixar vocês irem, tchau, gente!
- Tchau! – null saiu de perto da garota e puxou null consigo.
- Fofa ela! – null falou assim que eles saíram do local.
- Sim, minhas fãs são maravilhosas! – null se gabou.
- Cala a boca, ela pareceu mais minha fã do que sua! – null empurrou o garoto e riu. – A gente está namorando?
- Parece que sim, sempre que perguntam a gente responde que sim, e a gente já se apresenta como namorados, então... – Eles entraram no carro da garota.
- Então preciso mudar meu status nas minhas redes sociais! – null ligou o carro, e falou sem olhar para o garoto ao seu lado. – Estou namorando! – Ela falou, null olhou para a garota e viu que ela estava com o celular na mão. – Avisando a null!
- Ah sim, isso foi um áudio? – Ela assentiu.
null olhou para null, que prestava atenção total no caminho ao lado de fora, ele colocou a mão na coxa dela e apertou levemente, ela olhou rapidamente para a mão do garoto e voltou sua atenção para estrada.
- Você fica tão linda dirigindo! – null falou baixo. – Toda atenta com tudo, séria, sem conversar!
- Para, null! – null riu fraco para o garoto sem tirar os olhos da rua. – Fico sem graça desse jeito!
- Eu só estou falando a verdade, é mais um jeito que você fica linda! – Ele parou. – Na verdade, é difícil encontrar algum jeito que você não fica linda.
- Aff, você é ridículo! – null sorriu. – Você também é lindo! – Ela tirou uma das mãos do volante e passou a mão na bochecha dele.
- Ah pronto, estou longe de ser lindo! – Ele segurou a mão dela. – Você não precisa das duas mãos pra dirigir, seu carro é automático! – null entrelaçou os dedos com os dela em cima da coxa dela, que estava sem tecido nenhum por ela estar de saia.
O caminho seguiu em silêncio, vez ou outra null fazia alguma piada tirando risadas de null ao seu lado. Eles chegaram ao condomínio de null e ela estacionou em uma vaga bem na frente da entrada do prédio. Ela desligou o carro e eles desceram do veículo, null deu a volta no carro, trancou o mesmo com o botão na chave e deu a mão para null.
- Você veio aqui? – null perguntou.
- Sim, ontem depois que vocês saíram eu vim pra cá, fiquei um tempo assistindo tv no seu quarto, mas dormi na minha casa com a null! – Eles entraram na torre de null e esperaram o elevador. – Ah, eu aproveitei e dei uma organizada no armário, roubei uma gaveta pra mim, já que tenho passado mais tempo aqui do que na minha casa.
- Sério? Que legal, já somos quase casados, dividindo guarda-roupas e tudo mais! Só falto você me deixar só com a gaveta e pegar o armário todo! – null riu fraco. – Fiquei muito feliz com a surpresa, legal você ter ido até Niterói para ver meu show! – null ficou de frente para null e segurou-a pela cintura.
- Sempre que eu puder ir a algum show seu eu vou, ainda mais com aquela quantidade de mulher que tem gritando seu nome! – null negou com a cabeça.
- Não se importa com elas, mas sim comigo! – Ele beijou a testa de null. – Se não a briga é bem maior do que querer estar contigo! O que tem que importar pra mim é você, e com certeza esse vai ser um relacionamento baseado bastante em confiança! – O elevador parou e abriu na frente deles. – Quando você não estiver comigo, você vai ter que confiar em mim, confiar de que eu não vou fazer nada que possa te magoar! – Eles entraram no elevador.
- Eu confio em você, só que você tem fãs que são bem mais bonitas do que eu, e se você me disser que você nem percebe, você mentirá.
- Não é isso, lógico que chama atenção, mas eu só tenho olhos pra você! – null beijou a ponta do nariz de null. – Elas são minhas fãs, você é minha mina! – O elevador abriu no andar do apartamento do garoto.
- Você é lindo, sabia? – Ela abraçou-o assim que saiu do elevador. – Quero que isso dê certo!
- Vai dar, é só a gente querer e fazer dar certo. – Ele soltou-a, ela foi até a porta do apartamento e destrancou-a. – E a gente está começando certinho! – null abraçou null por trás empurrando-a para dentro do apartamento e fechando a porta atrás de si.
null beijava o pescoço de null, e sussurrava algumas coisas no ouvido dela, ela ria e seguia andando em direção ao quarto do garoto, eles entraram no quarto, null jogou a bolsa no chão e virou de frente para null, ele levantou-a do chão e colocou a na cama.

XXX


null abriu os olhos lentamente para se acostumar com a luz que entrava pela janela de vidro, ela olhou para o lado e encontrou null ainda dormindo ao seu lado. Ela saiu da cama e pegou seu sutiã e calcinha que estavam no chão ao lado da cama, ela vestiu os dois e pegou a camiseta de null que estava no chão.
Ela se sentia leve e feliz, estar com null era perfeito, todos os momentos junto com ele. Perder sua virgindade com ele foi maravilhoso, melhor do que ela imaginava, sem dor, sem pressa. null respeitava muito ela, todos os movimentos dele eram tranquilos.
null olhou para null na cama mais uma vez e não conseguiu conter o sorriso, ela saiu do quarto e tomou cuidado ao fechar a porta, ela foi até a cozinha e abriu a geladeira, pegou dois ovos e um pedaço de bacon, abriu o armário embaixo da pia, pegou uma frigideira e um caneco para esquentar água. Ela encheu o caneco com água e colocou a frigideira em cima do fogão, ligou a pequena televisão que ficava em cima do balcão de frente para a pia, ela colocou em um canal que tocava músicas e ligou o fogo onde estava o caneco e a frigideira, jogou um pouco de óleo na frigideira e colocou os dois ovos dentro, colocou um pouco de sal e deixou fritar. Quando os ovos estavam prontos ela tirou da frigideira e deixou na pia, e começou a lavar a panela.

- Opa, hora errada! – null se virou para ver quem tinha dito aquilo, e viu Lucas, Caio e Danilo com as mãos no rosto.
- Ai, merda, espera, não abre eu vou lá pra dentro! – Ela correu para o quarto de null.
- Onde você estava? – null perguntou quando ela fechou a porta do quarto.
- Você está acordado! – null se assustou.
- É minha blusa? – Ela assentiu. – Ficou legal, porque você voltou correndo?
- Porque seus amigos chegaram enquanto eu estava fazendo o café da manhã nesses trajes! – null foi até a cama e sentou perto de null.
- Eles estão aqui? – null assentiu. – Vamos lá então?
- Não mesmo, eles viram minha bunda! – null riu da garota. – Para de rir! Vai lá você, vou tomar um banho, me recompor e depois eu vou lá!
- Beleza então! – null deu um beijo na testa de null e saiu da cama.

Ele abriu a porta, andou pelo corredor até a sala.

- Bom dia! – null cumprimentou os colegas de banda que estavam jogando vídeo game na sala de estar.
- E ai? – Lucas fez um toque com null, que sentou ao seu lado. – A noite foi boa?
- Foi sim, e a de vocês? – null olhava para o jogo de Caio e Danilo.
- O quê? Boa é apelido, eu fiquei com umas cinco ou seis meninas depois do show, e até peguei o número de uma delas! – Caio pausou o jogo.
- Porra, Caio, você não consegue falar e jogar ao mesmo tempo? – Danilo resmungou.
- Juro, null, não tinha uma que fosse feia! – null fez um toque com Caio, e riu.
- Chega uma hora que a gente precisa melhorar no nível de pessoas com quem a gente fica, não é! – null falou para Lucas.
- Você melhorou bastante, até sossegou! – Danilo entrou no assunto depois de guardar o celular no bolso. – Falando nisso, onde a null está?
- Deve estar se remoendo de vergonha por vocês terem visto ela só de blusa e calcinha! – null revirou os olhos. – Ela disse que ia tomar banho e já viria pra cá! – Ele deu de ombros.
- Nossa, juro que eu não vi nada! – Lucas levantou as mãos em forma de rendição. – Assim que vi que ela estava na cozinha eu fechei o olho!
- Ah, eu olhei! – Caio falou e recebeu um tapa na cabeça. – Ai, caralho!
- Você olhou pra bunda da minha namorada? – null empurrou o garoto, que caiu de lado no tapete. – Você está maluco?
- Foi sem querer, ela estava ali com a bunda de fora, não teve como não olhar! – null bateu mais uma vez na cabeça de Caio. – Para de me bater, brother, foi sem querer!
- Não é desculpa, Caio! Eu fechei o olho e o Lucas também, você devia ter fechado também! – Danilo falou ajudando o garoto a sentar novamente. – É falta de respeito olhar pra bunda da mina do seu melhor amigo!
- Ah, agora eu sou o desrespeitoso? – null assentiu. – Foda-se, já pedi desculpa!
- Só não fazer de novo, e não ficar comentando sobre isso! – Lucas falou tirando o celular do bolso. – A null já tinha que ser tipo irmã pra vocês!
- A gente não convive com ela o mesmo tanto que você convive, Lucas! – Danilo negou com a cabeça.
- Mas ela é a mina do irmão de vocês, então tem que ser irmã de vocês também! – null respondeu.
- Ah tá, foda-se esse assunto, foi uma vez e foi sem querer, não vai acontecer de novo! – Danilo cortou o assunto.
- Joga? – Caio entregou o controle na mão de null.

null deu play no jogo, e continuou a luta contra Danilo. Eles jogaram três partidas e null ganhou as três.

- Nem vale jogar com o null, ele só joga esse jogo! – Danilo reclamou soltando o controle no chão. – Ele é viciado nessa bosta!
- Então vamos fazer assim, cada um escolhe um jogo que é bom, e a gente joga todos! – Lucas deu a ideia.
- Valendo uma garrafa de vodka? – Caio sugeriu.
- Fechado! – null e Lucas concordaram.
- Fechado, Dan? – Lucas confirmou com o garoto.
- Sim!

null pegou o jogo que já estavam jogando, Lucas escolheu um de corrida, Danilo escolheu futebol, e Caio pegou um GTA. Eles começaram pelo jogo de null, e null ganhou contra todos. O jogo de Caio foi o próximo, e Lucas ganhou contra null e Danilo, Caio ganhou de Lucas e null. O jogo de corrida foi o seguinte, Lucas ganhou todas que jogou, e null só perdeu contra Lucas. Logo eles começaram a jogar o jogo de Danilo, que foi vencido pelo garoto. Eles desempataram com um jogo neutro de guerra, e quem ganhou foi Lucas e null.

- Vocês pagam a vodka! – null falou para Danilo e Caio.
- Sacanagem, vocês roubaram! – Caio reclamou.
- Para de chorar, Caio! Vocês vão ter que pagar, e sem reclamar! – null falou. – O que a gente vai almoçar?
- Não tem nada aqui em casa! – Lucas respondeu o garoto.
- A gente podia ir pro shopping comer qualquer coisa lá! – Danilo deu a ideia.
- E a null? – Lucas perguntou para null.
- Nossa, real, vou ver se está tudo bem! – null pulou do sofá e foi até seu quarto. – Amor? – Ele abriu a porta e encontrou uma null deitada de calcinha e sutiã em sua cama, dormindo. – null? – null deu um beijo na testa da garota, fazendo-a abrir os olhos.
- Oi! – Ela coçou os olhos, e sorriu para o namorado. – Nossa, desculpa, eu ia sair, mas acabei pegando no sono!
- A gente vai almoçar no shopping, você quer ir com a gente? – null sentou-se ao lado de null na cama.
- Pode ser, estou morrendo de fome! – null concordou. – Mas acho que vou chamar a null pra ir com a gente, posso?
- Claro, vou tomar um banho e a gente já sai! Se quiser ir para a sala, o Lu está lá! – null assentiu.
null se levantou e pegou um short dela no armário de null e uma camiseta na gaveta, ela vestiu os dois e saiu do quarto.
- Hey, Lu! – Ela se jogou ao lado do garoto no sofá.
- Oi, null, desculpa por mais cedo, a gente não sabia que... – null negou com a cabeça fazendo Lucas parar de falar.
- Fica tranquilo, está tudo bem! E como foi o resto da noite? – null deitou a cabeça no ombro de Lucas olhando para a televisão, que passava um episodio de Friends.
- Foi boa, tranquila. Caio fez sucesso no meio das fãs! – Caio olhou para null sorrindo, e a garota riu.
- As fãs de vocês são muito bonitas! – null concluiu. – Estava falando isso para o null ontem, elas são bem mais bonitas do que eu!
- Ai exagerou! – Danilo falou pela primeira vez, se fazendo presente na sala. – Falar que elas são mais bonitas que você é exagero!
- Cala a boca, Danilo! – Caio bateu na cabeça do garoto.
- Ué, vou mentir? – Danilo levantou as mãos em forma de rendição.
- Obrigada, Dan, mas não sou mais bonita que elas! – null riu.
- Eu acho aquela sua amiga, que foi em dois shows, muito gata! – Lucas falou para null. – Como que é o nome dela?
- A null, por que você nunca me falou nada? – null olhou para o garoto ao seu lado. – Ela vai para o shopping com a gente hoje.
- Sério, null? Desenrola ela pra mim! – Lucas pediu.
- Ué, Lu, é só chegar nela. Não precisa muito, é só falar com ela e vai dar certo.
- Ih, tô vendo que esse role vai ser encontro de casal, Caio vamos ter que encontrar alguém! – Danilo chamou a atenção de null e Lucas para si.
- Tem aquelas gêmeas que a gente ficou uma vez, vou mandar mensagem para elas! – Caio pegou o celular no bolso e mandou uma mensagem.
- Gente, não vai ser encontro de casal, vai ser um role de amigos. Só chamei a null porque não quero ser a única menina entre vocês! – null falou, no mesmo momento seu celular começou a tocar. – Alô? Oi, amiga! Bem! No fashion. Ai, amiga, ir até ai te buscar? É mais fácil você vir até aqui, e você vai com a gente! Consegue? Tranquilo então! – null olhou para Lucas e sorriu. – Acho que você vai ter uma surpresa, null! Sim! Acho que você vai gostar! Vai sim. Ok! Também! Até mais tarde, te mando o endereço da casa do null por mensagem! Tudo bem! Tchau! – Ela desligou a chamada e colocou o celular em cima da coxa. – Ela chega aqui em vinte minutos!
- Ok!
- Ela pode ir no seu carro com você, e os meninos vão comigo e com o null! – null deu a ideia, e deu um sorriso malicioso.
- Boa ideia! – Lucas sorriu.
- Nossa você não tem outras amigas pra desenrolar pra gente? – Caio pediu e null riu.
- Infelizmente não, tem minhas colegas de trabalho, mas a maioria delas é casada, a outra parte é menor de idade.
- Ah, que merda! – Caio resmungou.

O silêncio se instalou na sala, e só se podia ouvir o som da televisão, vez ou outra a risada de todos por causa da piada contada pelos personagens da série. O que chamou a atenção deles foi o interfone que tocou avisando que null estava esperando na portaria. null abriu a porta para a amiga, que cumprimentou todos e sentou-se no sofá de dois lugares, que estava vazio.

- null! – null entrou no quarto.
- Oi? – A voz do garoto veio do banheiro.
- A null chegou, a gente já pode ir! – null saiu do banheiro usando uma blusa e uma bermuda preta.
- Vamos! – Ele pegou a carteira e o celular em cima do criado-mudo.

null pegou a bolsa que estava pendurada atrás da porta, colocou-a no ombro e saíram do quarto de mãos dadas, chegaram na sala e todos estavam em silêncio assistindo a televisão.

- Vamos, gente? – null chamou a atenção de todos.
- Vamos! – Todos falaram juntos e se levantaram.
- null você se importa em ir no carro do Lucas? Porque ele vai ter que ir sozinho! – null pediu assim que eles saíram do apartamento.
- Ué, por que um dos meninos não pode ir com ele? – null rebateu.
- Porque eu não gosto de andar no carro com o Lucas! – Caio respondeu a garota.
- Eu estava querendo conversar com o null! – Danilo falou quando Lucas bateu no braço do garoto.
- Ah, tudo bem então, pode ser, a gente vai pro mesmo lugar mesmo. – null deu de ombros.
- Valeu, amiga, prometo que te compenso! – null falou entrando no elevador, sendo seguida por todos que estavam no apartamento.
- Você sabe mesmo dirigir, certo? – null perguntou para Lucas, que estava ao seu lado mexendo no celular.
- Sei sim, pode ficar tranquila! – Ele riu fraco.
- E por que ele não gosta de andar com você dirigindo? - null apontou para Caio.
- Não sei, ele é retardado! – Lucas deu de ombros. – Relaxa, que vai dar tudo certo!

O elevador parou no térreo, null, null, Caio e Danilo saíram do elevador, deixando Lucas e null irem para o subsolo onde o carro de Lucas estava estacionado.

- Juro, null, você precisa arranjar uma mina e desenrolar ela pra mim! – Caio falou.
- Se você tiver alguém a vista e eu começar a conviver com ela, eu posso te ajudar sim! – null deu se ombros. – Sempre fui boa em arranjar as pessoas para os outros, mas nunca me dava bem nessas histórias. Pela primeira vez me dei bem! – Ela sorriu para null, que puxou-a para um abraço de lado.
- Jura? Um dia a gente senta e conversa melhor sobre isso! – Caio afirmou e null assentiu.

Eles entraram no carro, null passou o cinto pelo seu corpo antes de dar a partida no carro. Ela ligou o motor e soltou o freio de mão, ela acelerou. null colocou uma música para tocar em seu celular e os quatro foram cantando e brincando um com o outro até chegar no shopping.
- Vou ligar para o Lucas! – null discou o número do amigo, e colocou o telefone no ouvido. – Oi, a gente se encontra na praça de alimentação, beleza?
- Tranquilo! – Lucas respondeu e logo desligou a chamada.
null e null estavam de mãos dadas caminhando pelo corredor do shopping, quando duas garotas vieram na direção dos dois.
- Meu Deus, você ficam lindos juntos! A gente pode tirar uma foto com vocês? – A garota loira falou, e null assentiu.

As meninas se posicionaram ao lado dos dois e eles tiraram uma foto com a câmera frontal do celular de uma delas.

- Ai, obrigada, espero que esse relacionamento dure bastante! – As duas os abraçaram e saíram andando olhando algo no celular e dando risada.
- Também espero que dure bastante! – null falou dando um beijo na têmpora de null. – Viu só, nem todas querem ficar comigo, algumas querem que eu fique com você!
- Não vamos falar sobre isso, porque se não a gente vai brigar! – null sorriu para null e eles continuaram a andar até chegar na praça de alimentação.
- O que vocês querem comer? – Danilo perguntou.
- Vou comer algo gelado, está muito calor! – null respondeu. – Pensei em comer comida japonesa!
- De novo, amor? – null resmungou.
- Oxi, se tu não quiser não precisa comer, pode comer qualquer outra coisa! – null soltou a mão da garota e deu um passo para trás.
- Credo, precisa me responder desse jeito? – null lançou um olhar confuso para ele.
- Quê? Eu só falei que se você não quiser comida japonesa DE NOVO você pode comer qualquer outra coisa! Eu vou comer comida japonesa porque é gelado e eu estou com muito calor! – null deu as costas para null e foi para o restaurante de comida japonesa.

null ficou parado no mesmo lugar sem entender o motivo de null ter falado daquela forma com ele. null sempre fazia isso, de repente ficava grossa e dava patadas em quem estivesse perto, mas null não havia se acostumado com aquilo ainda, e nunca entendia o motivo de ela ser grossa com ele quase sempre!

- Releva, vai ver ela está de tpm! – Caio bateu no ombro de null, que parecia de verdade ter entrado em um transe.
- É, vamos dividir uma pizza! – Danilo puxou o garoto pelo braço e levou-o para o restaurante de pizzas e massas. – Pizza de peperoni?
- Tanto faz, perdi a fome! – null respondeu entregando uma nota de vinte reais para o amigo e saindo de perto dele.

Ele procurou uma mesa pela praça, e encontrou null sentada já comendo. null caminhou até a mesa onde a garota estava sentada, ele puxou a cadeira em frente a ele e se sentou.

- O que foi aquilo? – null apoiou o queixo na mão esquerda. – Você foi grossa comigo do nada e por nada.
- Quer mesmo ter essa conversa aqui? – null pegou um sushi sem olhar para null, e mergulhou o alimento no molho shoyo e colocou na boca.
- Eu fiz alguma coisa? – null insistiu.
- Não sei, null, você fez alguma coisa? Por acaso eu sou grossa com você por motivo algum? – Ela soltou os talheres no prato e encarou o garoto.
- Às vezes?
- Eu sou grossa com você por motivo nenhum às vezes? – null soltou uma risada fraca. – Você olhar pra bunda da garota que veio tirar foto com a gente e depois soltar um, viu tem gente que apoia a gente é realmente motivo nenhum para eu ser grossa com você!
- Eu não olhei pra bunda dela! – null se defendeu.
- Claro que olhou, null, você realmente acha que eu sou otaria, né? – Ela respirou fundo. – É isso, você acha que eu sou otária! Que tudo bem você olhar pra bunda da garota achando que eu não vou notar, e ainda vou ficar feliz porque suas fãnzinhas acham que a gente forma um casal bonito. Fora o fato de você dizer, não são todas que querem ficar comigo.
- null... – null tentou falar, mas ela não deixou.
- Olha, eu realmente estou tentando me acostumar com o fato de que você é famoso, as meninas gostam de você e querem ficar com você sempre, eu juro que eu estou tentando. Não pensa que é fácil sempre que eu saio com você alguém vir pedir um foto, falar que te ama, ou nos seus shows ouvir alguém gritando “null, casa comigo”, ou “null, me come”. Não é fácil, mas eu estou tentando, estou me esforçando, porque eu gosto de você de verdade, e quero que dê certo entre a gente. – Ela fez uma pausa. – Não teria transado com você se eu não quisesse que isso funcionasse, se eu não acreditasse que a gente tem potencial para dar certo, eu não teria feito nada do que eu fiz noite passada, não teria dirigido duas horas só para te ver tocar, não teria dormido com você, não teria feito nada do que eu fiz, se eu não te amasse!
- O quê? – null arregalou o olho.
- O quê? – null olhou para null, confusa.
- Você disse que... – Ele parou de falar quando Lucas e null chegaram abraçados.
- Desculpa à demora, a gente estava resolvendo algumas coisas! – Lucas falou sentando ao lado de null.
null e null estavam se encarando, não olharam para null e Lucas, não responderam os dois, e não falaram mais nada.
- Nossa foi servido uma torta de climão aqui nessa mesa? – Danilo falou colocando a pizza em cima da mesa.
- Parece que sim, desde que chegamos esses dois estão se encarando, sem falar absolutamente nada! – null afirmou cutucando a amiga. – Amiga, me responde! – null não ligou para a amiga.
- Eita! – Caio murmurou. – Muito climão mesmo! – Eles sentaram e entregaram um prato para cada um, menos para null.
Todos se serviram em silêncio, vez ou outra Lucas e null conversavam sobre qualquer coisa, Danilo e Caio também trocavam algumas palavras, mas do mesmo jeito que null e null estavam quando todos chegaram a mesa, eles continuaram até a hora que todos terminaram de comer.
- Vamos ao cinema? – Lucas deu a ideia.
- Ih, brother, pra mim não rola, tenho que encontrar minha mãe! – Caio respondeu.
- Eu estou cansadão, vou pra casa descansar um pouco. – Danilo também respondeu.
- null? – Ele olhou para a garota na sua frente.
- Pode ser, já que esses dois não falam nada, melhor deixa-los sozinhos! – null se levantou e todos fizeram igual. – Tchau, amiga, qualquer coisa me liga! – A garota deu um beijo no topo da cabeça de null.
- Tchau, brother! Boa sorte! – Lucas sussurrou para null, e deu um tapa em seu ombro.
Todos saíram da mesa levando seus pratos, null respirou fundo, e começou a falar.
- Sabe, às vezes eu só queria te guardar em uma bolha, que protegesse a gente de um dia terminar. Você sempre fala que quem fala que não tem tempo é porque não se importa, mas eu realmente às vezes não tenho tempo, eu estou em uma fase crucial do meu trabalho, no qual a gente está lançando álbum, fazendo turnê, e tudo aquilo que eu já te expliquei. – null revirou o olho. – Escuta, isso aqui não é sobre meu trabalho, não é sobre minhas fãs, não é sobre a imprensa, não é sobre minha banda. Isso é sobre eu e você, é sobre como eu me sinto quando eu estou perto de você, é como meu mundo virou de ponta cabeça quando você entrou nele, e principalmente é sobre o quanto eu gosto de você! Desde quando a gente começou a ficar eu deixei claro que não seria fácil, mas que eu queria que funcionasse e desse certo, e tem dado certo, quer prova maior de que está sendo bom quanto esse final de semana? – null não se mexia, ela apenas piscava e respirava, sem nenhuma expressão no rosto. Por tudo que null já conhecia dela, ela estava segurando o choro. – null, eu não teria continuado com tudo isso se eu não te amasse também, eu não teria seguido adiante com um relacionamento se eu não sentisse o que eu sinto! – Uma lágrima escorreu pela bochecha de null. – Eu te amo, null! Eu quero que você sempre se lembre desse momento, e sempre se lembre de que não importa onde eu esteja, eu vou pensar em você, e vou estar com você!
- Eu te amo, null! – null sussurrou.
null sorria para a menina a sua frente, null também sorria, mas chorava junto. null esticou a mão e pegou na mão de null, com a mão livre null secou as lágrimas que caíram de seu rosto.
- null, você quer namorar comigo? – null perguntou. – Eu sei que você disse que não queria pedido de namoro, mas eu quero te pedir em namoro! null Monteiro, você quer namorar comigo?
- Claro que eu quero, null Dutra! – Ela se levantou um pouco e juntou seus lábios nos dele.

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- null, onde está o aspirador? – null gritou da cozinha, quando ouviu o som da porta fechando. – null? – Ela foi para a sala, e encontrou null com as duas mãos para trás. – O que você está escondendo?
- Eu trouxe um presente de aniversário de namoro! Faz um ano que a gente está junto, e eu achei que esse seria o presente perfeito pra gente! – null tirou as mãos de trás de si, dando visão a um filhote de cachorro, bem branco.
- Ai, mentira, amor? – null foi até null e pegou o cachorro no colo. – Nosso filho! – Ela colocou o rosto do cachorro na frente de seu nariz, e recebeu uma lambida na ponta do mesmo. – Ai, amor, adorei! – Ela abraçou null com o cão entre eles.
- Queria escolher o nome com você! – null soltou null, e puxou-a até o sofá.
- Nossa, não faço ideia! – null olhou para o filhote em seu colo. – A gente pode pegar uma palavra que a gente sempre fala um para o outro!
- Relaxa! – Os dois falaram juntos.
- Ai, amor, que lindo, serio! – Ela deu um selinho no garoto ao seu lado, e voltou a olhar para o cãozinho em sua perna com os olhos fechados. – Seja bem-vindo a nossa família, Relaxa!
- Que bom que você gostou! Amor, você vai ao show hoje, não é?
- Claro, te prometi! É o primeiro show do novo álbum, é o primeiro que vai ser em um lugar maior do que o normal, eu quero estar lá! – null sorriu para null, colocando o cachorro ao seu lado no sofá, virou-se de frente para o garoto e segurou sua cabeça com as duas mãos juntando seus lábios.

null deitou null no sofá e deitou em cima dele, o beijo foi ficando cada vez mais intenso, e null passava a mão na cintura de null por baixo da blusa.

- null para, se não a gente vai se atrasar para o show, e eu não quero que Re veja a gente tentando dar irmãozinhos para ele! – null sentou no sofá novamente – Vamos nos arrumar?
- Vamos! – Eles levantaram juntos, null pegou o cachorro no colo e eles foram até o quarto de null.
- E o Lucas? Não o vi o dia todo! – null perguntou pegando dentro de sua bolsa seu vestido preto.
- Não sei, ele falou que ia sair com os meninos e não apareceu mais!

null pegou sua toalha, e entrou dentro do banheiro. null estava deitada na cama, assistindo a uma série qualquer que passava na televisão, quando celular de null tocou, ela pegou o celular e viu a foto de Lucas com o nome do garoto escrito em cima da tela.

- Alô? – null atendeu.
- Oi, null, o null está por ai? – Lucas estava com um tom diferente.
- Sim, mas ele está tomando banho! Posso te ajudar em alguma coisa?
- Ah não, deixa! Só pede pra ele me ligar quando ele sair do banho, por favor?null assentiu mesmo que Lucas não estivesse vendo.
- Peço sim, Lu! Você vai voltar pra casa antes do show?
- Não vai dar tempo, vou para o Barra Music direto! Você vai no show então?
- Sim! Então a gente se vê lá! Beijos.
- Beijo, null, até mais tarde!null desligou o telefone e colocou-o em cima do criado mudo.

null se deitou novamente, bocejou depois de um tempo deitada. O dia dela tinha sido puxado, ela tirou a manhã toda e uma parte da tarde limpando a casa junto com null. Trabalho esse que era para ser feito por Lucas e null apenas.
null só notou que estava dormindo quando foi acordada por seu namorado.

- null, você vai tomar banho? – null cutucou a garota de leve.
- Vou, eu estava cansada! Você quer mesmo que eu vá? – null se sentou na cama e prendeu o cabelo. – Eu posso ficar aqui te esperando, a gente dorme junto!
- Você tinha dito que ia. Poxa, amor, é nosso aniversário! – null sentou na frente da garota. – Por favor!
- Por que não consigo dizer não pra você? – null choramingou. – Eu vou tomar banho então.
Ela se levantou e pegou uma toalha no armário.
- Ah, o Lu ligou, pediu pra você ligar para ele!
- Ah, ok! – null pegou o celular assim que null entrou no banheiro.
- Alo? – Lucas atendeu. – Finalmente. Escuta tá tudo pronto, só uma pergunta, você quer que ela suba no palco pela plateia ou pela lateral?
- Pela plateia! – null falou baixo. – Você lembrou dos pontos de retorno pra ela, né? Não quero que ela corra o risco de ouvir outra voz que não seja a minha.
- Tudo certo, null! Fica tranquilo, vai dar tudo certo. Vocês vão demorar muito?
- O tempo dela sair do banho e se vestir. – null fez uma pausa. – Obrigado pela força, Lucas!
- Tudo pela felicidade do meu casal favorito. null riu com o amigo. – Preciso desligar, vou buscar a null.
- Beleza, brother! Até já!
- Até! – Lucas desligou a chamada.

null se levantou da cama e pegou uma calça jeans no guarda roupas, vestiu-a e voltou para a cama.
Tudo tinha que ser perfeito naquela noite, ele precisava fazer de tudo pra receber o sim dela. Ele não suportava mais o fato de ficar uma noite longe dela, ou acordar e não ter o sorriso dela como primeira visão, ter ela em casa quando voltasse de um show ou de uma viagem. O sonho dele, de ser um artista grande e conhecido, já estava mais do que realizado. Agora o sonho dele era ela.

XXX


- null, você vai ter que usar esses pontos de retorno! – Lucas falou para a garota que estava na plateia, assistindo a passagem de som.
- Ué, por que? – null questionou pegando o aparelho da mão do amigo.
- Porque sim, ué, só coloca! – Lucas insistiu.
- Ok! – null prendeu a caixa de retorno na parte de trás da faixa do vestido, e colocou os pontos pendurados nos ombros. – É assim? – Lucas assentiu. – Não estou entendendo o porquê disso, mas tudo bem!
- Você não precisa usar o tempo todo, você vai saber a hora certa de colocar! – Lucas piscou para null que estava ao lado de null. – A gente vai se arrumar no camarim, vocês querem ir ou ficar aqui?
- Vamos com vocês! – null caminhou até a abertura para as partes dos fundos do lugar.

Antes de entrar pela porta que dava caminho para o camarim, ela olhou para a imensidão daquela casa de shows. Uma onda enorme de orgulho tomou conta dela, e de súbito uma lágrima escorreu pela bochecha da garota.

- Ei, amiga, tá tudo bem? – null encostou a mão no ombro de null.
- Sim, é só muito louco imaginar que o null, o Lu, o Caio e o Dan vão tocar nesse lugar tão grande. É tão maior do que eles estão acostumados. – Ela olhou para a amiga. – Sem contar que os ingressos esgotaram em menos de dois dias.
- É loucura realmente, eu fico nervosa por eles! – null sorriu olhando para o horizonte do lugar. – Vamos lá pra dentro!

null e null deram as mãos e seguiram por um corredor grande até chegar ao camarim no qual os garotos se arrumavam para o show e jogavam vídeo game dando risadas um do outro.
Caio e Danilo estavam nas cadeiras da maquiadora e da cabeleireira, null estava sentado no chão jogando vídeo game sozinho, e Lucas estava deitado no sofá mexendo em seu celular.

- Oi, bebê! – null falou tirando o pé de Lucas de cima do sofá e sentando ao lado do garoto. – O que você está fazendo ai?
- Vendo uns vídeos! – Lucas passou um dos braços pelo ombro de null puxando a para mais perto.
- Oh, Lucas, a null tá chorando! – null chamou atenção do garoto.
- Por quê? – Lucas olhou para o casal sentado no chão.
- Por orgulho, ver vocês tocando nesse lugar enorme, lotar isso em menos de 24 horas! É loucura, vocês não estão surtando! – null falou virada de costas para a televisão.
- Surtando a gente até tá, mas a gente faz de tudo pra esconder! – Danilo respondeu da cadeira que estava sentado.
- Eu só estou chorando porque realmente estou sentindo muito orgulho de vocês! – null abraçou null, e deixou um beijo no topo da cabeça dela.
- Eu te amo! – null sussurrou no ouvido da garota.
null se virou de frente para ele e juntou seus lábios nos dele, o beijo era tranquilo e demorado.
- Ai, galera, alguém pode arranjar um quarto pra esse casal? – null gritou, chamando atenção do casal.
- Cala a boca! – null jogou a almofada que estava ao seu lado na melhor amiga.
- Meninos, dez minutos! Vou ter que levar a null e null para a plateia. – Roberto, produtor da banda, abriu a porta. – Todos já entraram, isso aqui tá lotado!
- Então, a gente precisa ir! – null se preparou para levantar. – Bom show, eu te amo!
- Também te amo, espero que você goste do show! – null deu um selinho em null, e ficou de pé.
- Vamos, null! – null pegou a mão da melhor amiga, que deu um último selinho em Lucas.
- Bom show, bebê! – null falou para o namorado.
- Valeu!

null e null saíram do camarim e fecharam a porta atrás de si.
- Meninas, esses são Paulo e Jonas, eles vão acompanhar vocês até a frente do palco, qualquer coisa que vocês precisarem pode pedir para eles. Espero que vocês gostem do show! – Roberto falou fazendo um sinal afirmativo com a cabeça para os dois seguranças.
Paulo e Jonas caminharam na frente das garotas, que se mantiveram de mãos dadas até chegar na porta que levava para a frente do palco. Diferente de quando elas saíram de lá, na frente da porta tinham grades, seguranças que mais pareciam armários, e muita gente gritando e cantando algumas músicas da banda. Elas caminharam até o meio do palco, onde o microfone de null estava.

- Minha barriga está doendo, amiga, é muita gente! – null falou um pouco mais alto no ouvido de null.
- Me sinto assim em todos os shows que eu vou! – null respondeu no mesmo tom.

Todas as luzes do lugar se apagaram, e todos gritaram alto. null soltou a mão de null e colocou um dos pontos no ouvido. Nos três telões que tinham no palco acenderam com o nome da banda em branco, em um fundo preto.
Um vídeo começou mostrando a orla da praia, a câmera parou em quatro garotos sentados de costas na areia próximos ao mar. Danilo estava entre null e Caio, ele foi o primeiro a olhar para a câmera, a imagem congelou aparecendo o nome do garoto na parte de baixo da tela, mais uma vez uma onda de gritos encheu o lugar. Danilo cutucou Caio e apontou para a câmera, e o garoto sorriu e deu um tchau, a imagem congelou novamente e o nome do garoto apareceu. Quando a imagem voltou, Lucas e null não estavam sentados ao lado dos colegas de banda, estavam em pé, em cima de suas pranchas dropando uma onda alta. A câmera deu um zoom nos garotos, que sorriam um para o outro. Um sorriso genuíno, a imagem congelou dando visão ao nome dos garotos. Dessa vez null e null não conseguiram segurar o grito.

- Eu amo esse menino, mas não conta pra ele! – null falou no ouvido de null.

A tela ficou preta novamente, e depois o vídeo voltou para o telão, o vídeo era nitidamente gravado por um celular, mostrava apenas o pé de uma garota em cima de um salto rosa, null reconheceu seu sapato favorito. As palavras “De salto ou descalça” apareceram na tela, a câmera subiu mais um pouco mostrando as pernas de null, que não teve mais dúvida de que aquela pessoa era ela. O cabelo de null apareceu de costas, e ela virou de frente para ele rindo. A plateia gritou alto, e null se encolheu.

- Não acredito que ele fez isso! – Ela sussurrou para si mesma.
- Você é a mais linda! – Ela ouviu no ponto em seu ouvido. – Tenho certeza de que ninguém tem dúvida disso! Eu te amo mais do que tudo!
- Amiga, você está linda nesse vídeo! null? – null chacoalhou a melhor amiga.
- Você ouviu a voz do null? – null negou.

null tirou o ponto e ouviu apenas uma música, ela colocou o ponto de volta, sem tirar os olhos da tela.
O vídeo terminou com um beijo de null e null, e o grito de todos.

- Não tenha dúvida nenhuma, de que isso é para você! – Dessa vez a voz de null saiu em todas as caixas do lugar.
Lucas entrou no palco e sentou atrás da bateria, ele brincou com os tambores e pratos, as luzes piscaram. Caio foi o próximo a entrar, e tocou algumas notas em seu baixo, mais luzes piscaram e mais gritos na plateia. Danilo foi o próximo a tocar sua guitarra, e receber o carinho do público.
- Que essa noite seja mais do que inesquecível! – null falou e todos gritaram, quando as luzes se acenderam e todos conseguiram ver null em frente ao seu microfone. – Boa noite!

null começou as primeiras notas da música sendo acompanhado por seus amigos.

- Essa música é a música mais especial da noite! – null falou ofegante depois de ter tocado cerca de nove músicas ou mais sem parar de cantar ou falar. – Foi a música mais difícil que eu já escrevi, e é para a pessoa mais especial da minha vida. E na real, eu queria que ela viesse aqui, porque como eu disse mais cedo, isso aqui é sobre ela! – null colocou o cabelo todo para trás, e sorriu largo. – null, sobe aqui por favor!

Paulo e Lucas pegaram a mão de null e levantaram a garota, até ela conseguir pisar no palco. null colocou o ponto que estava fora de seu ouvido, e olhou para toda a plateia gritando, alguns batendo palmas e outros apenas com os celulares levantados, apontados para o palco.
- Essa música eu fiz pra você! É bem diferente de tudo o que eu estou acostumado a tocar, mas foi feito de coração.

Relaxa, tu sabe que eu vou voltar
Deixa o meu trampo acabar
Vai ter tempo pra gente ficar a noite toda
E tu sabe que eu vou voltar
Deixa o meu trampo acabar
Vai ter tempo pra gente ficar a noite a toa

Há quanto tempo que eu tô nessa vida?
Linda, lembra não prometi segunda vinda
Entenda que esse é o meu trabalho
E se não for pra ser um milionário pelo menos volto com a comida
Te poupo ter que se despedir
Antes de se vestir, já tô na van
Quando eu chegar vou te avisar
Se eu esquecer, relaxa, eu chego amanhã
Em vitória ou porto alegre, fui de bh até recife pelo rap, moleque!
Do mandaqui até londrina, essa track é um oferecimento? Não!

Só um regristro ésseponto.rec
Minha firma, minha sina! Confira!
Só assina, contratos e tretas
Passamos por cima!
O passado é o legado dessa geração
Que atravessa a cidade pra fazer um show lotado
Melhor assim, faz pouco tempo
Não dá pra viver só de sentimento
Então me diz pra que pensar
Se a gente pode fazer
É só você vir pro meu lar
Assino embaixo a sentença do prazer

Relaxa, tu sabe que eu vou voltar
Deixa o meu trampo acabar
Vai ter tempo pra gente ficar a noite toda
E tu sabe que eu vou voltar
Deixa o meu trampo acabar
Vai ter tempo pra gente ficar a noite a toa
Até queria te guardar pra mim numa bolha, que nos privasse de um futuro fim
Escolhas conduzem a vida e eu não fui marrento
Tava sem tempo, não foi só mais um argumento
Eu sei que fiquei devendo na sexta-feira
Diz que ao domingo eu apareço, pós bebedeira

Meu céu disfarço pra não ter motivo
Se não a briga é bem maior do que eu querer tá contigo
Trampo integral é foda, até a madruga aflora vários raps
Entre alguns becks ou você de camisola
Jogando conversa fora, falando o quanto adora mas odeia a demora
Tudo depende do que você vai querer
Tudo depende se você vai me entender
Não se importe com as "dama da noite" e sim comigo
Tô indo nessa mas depois te ligo

Só pra te falar que talvez eu não consiga te dar total atenção.
Talvez o voo atrase e eu perca a chance
Diários de um viajante
Deixe que o mundo me encante
Deixe que eu vive um instante
Então deixa eu te levar pra não se arrepender mais.
Então me diz pra que pensar
Se a gente pode fazer
É só você vir pro meu lar
Assino embaixo a sentença do prazer

Relaxa, tu sabe que eu vou voltar
Deixa o meu trampo acabar
Vai ter tempo pra gente ficar a noite toda
E tu sabe que eu vou voltar
Deixa o meu trampo acabar
Vai ter tempo pra gente ficar a noite a toa

A música acabou, null estava chorando e rindo ao mesmo tempo. null deu um selinho nela, e todas as luzes se apagaram. Lucas acendeu a lanterna de seu celular, null olhou para Danilo e Caio e os dois estavam com as lanternas dos celulares ligadas também, null olhou para a plateia e as luzes dos celulares estavam sendo ligadas também, quando ela olhou para frente não viu null, só encontrou o garoto quando olhou para baixo, e o viu ajoelhado em sua frente.

- Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida, a gente teve brigas, a gente teve lágrimas, risadas, abraços, beijos, momentos inesquecíveis juntos. Eu realizei meu maior sonho, mas nesse meio tempo ganhei outro. – null escondeu o rosto com as mãos, um holofote foi aceso em cima dos dois. – null, você quer casar comigo? Passar o resto das nossas vidas juntos?
- Sim! – Ela falou baixinho, assentindo com a cabeça. Todo o público gritou alto.

null olhou para a pista, que comportava um mar de gente, ela não conseguia acreditar que todas aquelas pessoas realmente apoiavam aquele casal, apoiavam o amor deles, e ficaram felizes com a felicidade dos dois juntos. Ela não conseguiu conter as lágrimas que insistiam em cair de seus olhos, e chorou mais quando null pegou a mão dela e colocou um anel em seu dedo anelar. null se levantou e abraçou a garota com força, ele tirou um dos pontos de seu ouvido e outro do dela.
- Eu te amo, e vou fazer de tudo pra te fazer o mais feliz possível! – null falou baixo no ouvido da namorada.
- Eu te amo, meu amor! E você já me faz muito mais do que feliz! – null respondeu no mesmo volume.

O público não parava de gritar, e o coração de null e null ficavam cada vez mais acelerados.
null estava se sentindo a pessoa mais realizada do mundo, ela não continha suas lágrimas, e não conseguia soltar seu namorado. Ela estava feliz, de uma forma que ela não imaginava. Se alguém falasse para ela no começo dessa história que ela seria pedida em casamento, por aquele garoto que roubou um beijo dela na primeira noite que se conheceram, ela não acreditaria. Ela não acreditaria se dissessem para ela, que ela se sentiria a pessoa mais feliz do mundo, só por ter null ao seu lado.
- Eu te amo, null!





The End!




Nota da autora: Sem nota.





Nota da beta: Parabéns pela fanfic <3

Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.




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